Post on 30-Dec-2015
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CONCLUSÕES
Os resultados mostraram médias horárias significativas no seqüestro de Carbono Atmosférico pela floresta e pastagem em Rondônia. Onde pode-se verificar que houve maior absorção de CO2 na floresta do que na pastagem.Notou-se que no período de seca tanto na pastagem como na floresta existiu uma variação nos fluxos, com uma diminuição na absorção de CO2. Sendo que na pastagem esta diminuição foi maior comparada com a floresta.Também foi observado que na floresta houve uma forte emissão de CO2 no inicio da manhã, devido a quantidade de gás acumulado nas copas durante a noite.
Anderson Teixeira Telles1, Fernando L. Cardoso1, Fabrício B. Zanchi1,2, Renata G. Aguiar3, Leonardo J. G. Aguiar1, Kécio G. Leite1, Juliano A. de Deus1, Paulo A. Renda1, Celso V. Randow4, Antônio O. Manzi5, Bart Kruijt4
INTRODUÇÃO
Atualmente há uma grande preocupação científica com o aumento dos gases causadores do
efeito estufa, por estarem contribuindo para o acréscimo da temperatura global. Entre estes
gases o dióxido de carbono é o que mais tem preocupado. O aumento na emissão de CO2 para
a atmosfera deve-se à ação do ser humano na natureza, através dos desmatamentos seguidos
de queimas de florestas e combustíveis fósseis.
Existem muitas informações observacionais supondo que a Floresta Amazônica desempenha
um importante papel no clima regional e global, pela sua participação no seqüestro do excesso
de gás carbônico atmosférico.
Dentro deste contexto esta pesquisa teve como base o estudo contínuo das trocas de gás
carbônico entre a vegetação e a atmosfera no estado de Rondônia, a partir do ano de 1999,
buscando entender os processos relacionados ao ciclo de CO2 na Amazônia.
MATERIAL E MÉTODOS
Os dados foram coletados em dois sítios: um em área de floresta na Reserva Biológica do Jaru
(Rebio), situada a 80 Km ao norte de Ji-Paraná, (100 5`S,61055`W,120m), e outro na Fazenda
Nossa Senhora (FNS), uma área de pastagem situada a 50 Km a noroeste de Ji-Paraná, (100
45`S,62022`W,220m). Os instrumentos instalados nestes dois sítios vêm medindo continuamente
as variáveis climáticas convencionais e os fluxos de CO2 entre o ecossistema e a atmosfera. O
método utilizado para avaliar o transporte de carbono é o sistema de Correlação de Vórtices
Turbulentos, que permite que os fluxos de gases, entre um ecossistema e a atmosfera, sejam
medidos diretamente, com sensores localizados em um único ponto acima da superfície. Estas
medidas foram feitas com dados de alta freqüência (10Hz) coletados por um Anemômetro
Sônico tridimensional (Gill 1012R2) juntamente com um Analisador de Gás no infravermelho
(IRGA) LI-COR (modelo 6262), instalados a 60 metros de altura na Reserva Biológica do Jaru
(REBIO) e a 5 metros acima do solo na Fazenda Nossa Senhora.
Figura1. Anemômetro Sônico ( Gill 1012R2). Figura 2. LI-COR (6262).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Observou-se na pastagem uma diferença sazonal nos fluxos de CO2 (fig. 3), com uma maior
absorção na estação chuvosa, que chegou próximo do meio dia a um pico de aproximadamente
18mol m-2 s-1, enquanto na estação seca não passou de 11 mol m-2 s-1. Isto ocorreu porque
na época de seca há o estresse hídrico, quando a vegetação reduz a fotossíntese para não
haver perda de água.
Verificou-se que nos fluxos de CO2 na área de floresta (fig. 4) também houve uma variação
sazonal, similar à área de pastagem, com uma absorção perto do meio dia de 19 mol m-2 s-1 na
época de chuva, e próximo de 15 mol m-2 s-1 na seca. Comparando os resultados da
pastagem com os da floresta foi observado que existiu uma maior diferença na estação seca
(fig. 7), onde houve mais absorção de CO2 na floresta do que na pastagem. A razão disto é
porque na floresta há menos estresse hídrico, pois as raízes das árvores atingem as camadas
de água mais profundas do solo.
Uma outra diferença observada entre os dois sítios foi a forte emissão de CO2 no início da
manhã na floresta, devido a estabilidade atmosférica dentro das copas das árvores durante a
noite. Grande parte do CO2 liberado pela respiração do solo e da vegetação fica aprisionado na
camada estável dentro das copas, e somente no início da manhã, quando a atividade turbulenta
aumenta, a emissão noturna é contabilizada pelo sistema de fluxos, quando “bolhas” de alta
concentração de CO2 passam pelos sensores. Por este motivo, observa-se estes picos positivos
no horário da manhã (fig. 4). O que não acontece na área de pastagem, pois os sensores estão
instalados bem próximos à superfície e a vegetação é mais baixa, em comparação com a
floresta.
Foram comparados os fluxos de CO2 nos dois sítios, nas estações seca (fig. 7) e chuvosa
(fig.8), onde também ficaram definidos os desvios padrões dos fluxos dos últimos anos.
Foi também verificado que houve uma maior absorção de CO2 na área de floresta do que na
pastagem (fig. 9).1. UNIR - Universidade Federal de Rondônia, Ji-Paraná.2. IAG-USP - Universidade de São Paulo.3. Universidade do Mato Grosso4. ALTERRA.5. INPA
FLUXOS DE CO2 ENTRE A VEGETAÇÃO E A ATMOSFERA EM
ÁREAS DE PASTAGEM E FLORESTA EM RONDÔNIA
Figura 4. Médias horárias dos fluxos de CO2 na Reserva Biológica do Jaru (Rebio), nos anos de 1999, 2000, 2001, 2002 e 2004.
Figura 3. Médias horárias dos fluxos de CO2 na Fazenda N. S., nos anos de 1999, 2000, 2001, 2002 e 2004.
Flu
xo d
e C
O2 (
mo
l m-2 s
-1)
Flu
xo d
e C
O2 (
mo
l m-2 s
-1)
Flu
xo d
e C
O2 (
mo
l m-2 s
-1)
Figura 7. Médias horárias dos fluxos de CO2 na estação seca, com os desvios padrões dos anos de 1999, 2000, 2001 e 2002.
Figura 8. Médias horárias dos fluxos de CO2 na estação chuvosa, com os desvios padrões dos anos de 1999, 2000, 2001, 2002 e 2004.
Figura 6. Torre na Reserva Biológica do Jaru (Rebio)
Flu
xo d
e C
O2 (
mo
l m-2 s
-1)
Figura 5. Vista aérea da Fazenda N. S.
ID 91
Flu
xo d
e C
O2 (
mo
l m-2 s
-1)
Figura 9. Médias horárias dos fluxos de CO2 na Rebio e na F.N.S., com os desvios padrões dos anos de 1999, 2000, 2001, 2002 e 2004.
Maiores Informações:andersong3@hotmail.com, cardoso@unir.com e lba@unir.br