Post on 07-Jul-2015
Recursos do Subsolo
Assuntos Abordados:
Principais recursos do subsolo
A importância/Áreas de exploração destes Recursos
Localizar os Recursos do Subsolo
A Indústria Extrativa no Contexto da Economia Nacional
Assimetrias Regionais e Recursos Naturais
A exploração e distribuição dos Recursos
Problemas na exploração dos Recursos
Medidas para a potencialização desses recursos
Recursos do Subsolo - Explorados através da indústria extrativa são constituídos, regra geral, por recursos energéticos para a produção de energia e por matérias-primas para uso na indústria, construção civil e obras públicas; as matérias-primas são usualmente agrupadas nas seguintes categorias:
Minerais metálicos - minerais que apresentam na sua constituição substâncias metálicas (ferro,
cobre, estranho, volfrâmio)
Minerais não metálicos - minerais que apresentam na sua constituição substâncias não metálicas
(sal-gema, quartzo, feldspato, gesso)
Minerais energéticos - minerais que podem ser utilizados para a produção de energia (carvão,
petróleo, urânio, gás natural)
Rochas industriais - rochas utilizadas sobretudo como matéria-prima para a indústria ou para a
construção civil e obras públicas (calcário, granito, argila, margas)
Rochas ornamentais - rochas utilizadas na decoração de edifícios, peças decorativas ou mobiliário
(mármore, granito, calcário microcristalino)
Águas minerais - águas que se destinam ao engarrafamento ou aproveitamento termal
Estes são os principais recursos do subsolo.
A importância dos recursos do subsolo: Os recursos do subsolo podem contribuir para o
desenvolvimento de algumas atividades económicas(agricultura, construção civil, joalharia, indústrias
química, metalúrgica, siderúrgica, cerâmica...). Podem também contribuir para as exportações, importantes
para a economia do país. Portugal, atendendo à sua superfície, pode considerar-se rico quando À
diversidade dos recursos, especialmente no que se refere a alguns minerais metálicos (cobre, rochas,
recursos hídricos subterrâneos).
Áreas de exploração dos recursos do subsolo: Verificam-se desigualdades espaciais no que se
refere à distribuição das áreas de exploração destes recursos.
Localizar os Recursos do Subsolo:
A localização das principais áreas de exploração dos recursos minerais é marcada, fundamentalmente, pelas
características geomorfológicas
Em Portugal Continental existem 3 unidades geomorfológicas:
1- Maciço Antigo ou Maciço Hespérico: unidade mais antiga do território, constituída
fundamentalmente por granitos e xistos. É nesta unidade que se localizam as jazidas mais
importantes de minerais metálicos (cobre, volfrâmio, ferro e estanho), energéticos (carvão e urânio)
e de rochas ornamentais (mármore e granito).
2- Orlas sedimentares (ocidental e meridional): constituídas essencialmente por rochas sedimentares,
os recursos minerais mais explorados são as rochas industriais (calcário, areias, argilas, arenitos)
3- Bacias do Tejo e do Sado: correspondem à unidade geomorfológica mais recente do território,
formada pela deposição de sedimentos de origem marinha e fluvial. Os recursos minerais mais
explorados são rochas industriais (areias e argilas)
4- Nas Regiões Autónomas dominam as rochas magmáticas vulcânicas (basalto e pedra-pomes), mas a
sua exploração não tem relevância económica.
Jazida- Área de grande concentração de substâncias minerais.
A Indústria Extrativa no Contexto da Economia Nacional
Fig1- exportações da indústria extrativa Fig2- valor da produção da industria extrativa
Apesar da indústria extrativa pesar pouco no contexto da economia nacional, o valor da produção registou
um ligeiro aumento nos últimos anos. Este aumento resulto do crescimento de todos os subsetores, com
exceção do subsetor dos minerais não metálicos, irrelevante em
comparação aos restantes (Fig. 2).
Assimetrias Regionais e Recursos Naturais
A nível regional, a importância económica do setor extrativo apresenta
grandes contrastes.
O Alentejo é a região com maior valor de produção, e o Algarve é a que
detém menor valor (juntamente com as Regiões Autónomas). Também os
diferentes subsetores da indústria extrativa apresentam expressões
regionais diversas, sendo de destacar o Alentejo, quer pela exploração de
jazidas de minerais metálicos (cobre, estanho e ferro das minas de Neves
Corvo e de Cercal), quer pela exploração de rochas ornamentais (mármore
e o granito, em numerosas pedreiras).
Nas regiões Norte e Centro, a exploração de águas minerais e a extração
de rochas ornamentais (granito e xisto), em pedreiras, detêm o maior peso
e valor da produção.
Na região de Lisboa e Vale do Tejo, as rochas indústrias têm o maior valor
da produção.
A exploração e distribuição dos minerais metálicos Este subsetor, apesar da importância das reservas de alguns destes minerais, registou um decréscimo no
valor da produção. Atualmente os principais minerais metálicos extraídos são:
O cobre - extraído principalmente no Alentejo (minas de Neves Corvo), Portugal possui as maiores
reservas de cobre da EU e é o maior produtor na União Europeia. A principal aplicação deste recurso
é na indústria de componentes elétricos (pois é um bom condutor de eletricidade).
O volfrâmio - extraído unicamente nas minas da Beira Alta (Panasqueira), Portugal possui reservas
abundantes. No entanto deu-se uma crise na produção deste minério, que resultou da entrada no
mercado internacional de volfrâmio a baixos preços proveniente da China, com os quais Portugal
não consegue competir. A crise também resultou da substituição deste produto por outros mais
baratos e eficazes. Este é utilizado no fabrico de ligas metálicas e filamentos para lâmpadas
incandescentes.
O estanho - provém, na sua maior parte, do Alentejo (minas de Neves Corvo).
O ferro - utilizado fundamentalmente como matéria-prima na indústria siderúrgica, é atualmente
explorado no Alentejo (Cercal), e a produção é insuficiente face à procura, o que faz com que seja
necessário importar este mineral para dar resposta às necessidades do país.
A exploração e distribuição dos minerais não metálicos Reservas pouco significativas. Em 2009 mantiveram um valor de produção diminuto. Atualmente os
principais minerais não metálicos são:
O sal-gema - utilizado fundamentalmente na indústria química e agroalimentar, explorado em três
minas dos distritos de Leiria, de Lisboa e de Faro.
O quartzo e o feldspato - destinam-se à indústria de vidro e cerâmica. Explorado em vários locais do
país, no Norte, no Centro e no Alentejo.
O caulino - matéria-prima para a indústria cerâmica. Explorado em vários locais, próximos do litoral,
com especial destaque para o Norte.
A exploração e distribuição das rochas industriais e ornamentais Sector em crescimento quer em número de explorações, quer em valor de produção. O aumento da
exploração resulta não só do aumento da procura, mas também da qualidade dos produtos e do elevado
número de jazidas.
As rochas industriais: têm o maior valor de produção deste sector. As mais exploradas são as areias comuns,
o calcário e as argilas. Constituem importantes matérias-primas para a indústria do vidro, da cerâmica, da
construção civil e obras públicas e das cimenteiras. Exploram-se um pouco por todo o país, tendo como
referência as características geológicas do território.
As rochas ornamentais: Os mármores e os granitos são os mais importantes. Portugal possui reservas
importantes e está entre os grandes produtores de rochas ornamentais do mundo.
Os mármores: são rochas carbonatadas, localizando-se a principal área de exploração no Alentejo.
Os granitos: pertencem ao grupo de rochas siliciosas e as principais áreas de exploração localizam-se
no Alentejo (apesar de algumas explorações no Norte começarem a ganhar, cada vez mais, uma
expressão relevante)
A exploração e distribuição das águas subterrâneas Portugal possui importantes recursos hidrominerais, sendo de assinalar o crescimento deste setor quer em
valor de produção quer no número de explorações dedicadas ao engarrafamento.
As águas minerais (naturais, gaseificadas ou não): caracterizam-se pela sua riqueza em
determinados sais minerais, o que lhe confere propriedades terapêuticas.
As águas de nascente: sem qualidades particulares para fins terapêuticos, destinam-se ao consumo
diário. Distribuindo-se por todo o território, as unidades de engarrafamento são sobretudo no Norte
e no Centro do país. Como a produção excede a procura, uma parte significativa destina-se à
exportação.
As águas termais: ricas em minerais e utilizadas para os mais variados fins terapêuticos, constituem
um subsector com tendência para se expandir. A par desta evolução está o investimento nelas feito,
tornando-as atrativas e apelativas turisticamente. Este desenvolvimento turístico é encarado como
fator de dinamização regional, já que promove a criação de postos de trabalho, a fixação de
população, a melhoria da qualidade de vida, a preservação do património e a divulgação da região.
Com um território muito rico em nascentes termais, é no Norte e no Centro do país que se regista a
maior concentração.
A exploração e distribuição dos recursos energéticos A modernização e o desenvolvimento tecnológico dos vários setores de atividade, a evolução dos
transportes e a própria qualidade de vida humana dependem, cada vez mais, do crescente consumo de
energia. O consumo de energia per capita constitui assim uma variável utilizada como indicador de
desenvolvimento. É possível classificar os recursos energéticos em:
Recursos energéticos não renováveis: os combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás natural), e os
minérios radioativos (urânio)
Recursos energéticos renováveis: radiação solar, vento, água,
plantas e calor interno da terra
Caracterização Nacional dos Recursos Energéticos
Na produção: O território nacional é pobre em recursos energéticos. A
fonte energética com maior produção é a hídrica (centrais hidroelétricas)
seguida pela eólica. A energia produzida nas centrais hidroelétricas
(fonte energética mais importante) tem pouco peso nos consumos
nacionais. Assim é necessário recorrer à importação de recursos
energéticos para satisfazer a procura.
No consumo: Portugal consome mais do que produz - a indústria
e os transportes são os maiores consumidores. Existem fortes
contrastes regionais pois o litoral tem os maiores valores de
consumo de energia (pois possui uma maior concentração
populacional e industrial).
Consumimos sobretudo: petróleo, gás natural e carvão (que não
produzimos). A balança comercial é assim negativa neste
subsetor: as exportações são inferiores às importações. Portugal
tem assim uma forte dependência externa, o que se traduz numa
situação de incómoda vulnerabilidade. Logo, é importante
aumentar a contribuição das energias renováveis: hídrica, eólica,
solar, geotérmica, biogás e lenhas e resíduos.
Exploração e distribuição do carvão
Combustível fóssil, não renovável. Os recursos carboníferos em Portugal são escassos. Face à dificuldade de
extração do carvão e à fraca qualidade do mesmo, a última mina encerrou, em 1994. Desde então, todo o
carvão consumido (centrais termoelétricas, indústrias siderúrgica e cimenteira) é importado.
Exploração e distribuição do petróleo
Combustível fóssil, não renovável. É o recurso energético mais utilizado em Portugal (tal como no mundo).
Serve de matéria-prima de muitas indústrias químicas. Não existe em Portugal, pois ainda não foi encontrada
nenhuma jazida petrolífera cuja exploração fosse economicamente viável. Assim, todo o petróleo consumido
no nosso país é importado. O petróleo, que chega a Portugal por via marítima, é descarregado nos Portos de
Leixões e de Sines, onde é refinado.
Exploração e distribuição do gás natural
Combustível fóssil, não renovável. É mais
vantajoso do que o carvão ou do que o
petróleo porque é mais barato, fácil de
transportar, menos poluente e as reservas
mundiais são mais vastas do que as de
petróleo. Não existe em Portugal, logo é
totalmente importado. É usado em centrais
termelétricas, transportes e no abastecimento
doméstico. É descarregado no Porto de Sines e
introduzido na rede de gasodutos nacional.
Exploração e distribuição do urânio
Mineral energético radioativo, não renovável.
É utilizado na produção de energia nuclear,
que pode ser transformado em eletricidade.
Existe em Portugal (importantes reservas), mas não é consumido, pois não possuímos nenhuma central
nuclear. A extração, tem vindo a diminuir e destina-se totalmente à exportação. A exploração deste mineral
apresenta impactes ambientais, devido às suas substâncias radioativas.
Exploração e distribuição da energia geotérmica
Energia renovável, utiliza o calor libertado pelo interior da Terra. Produzida nos Açores (ilha de São Miguel)
para produção de energia elétrica. Irrelevante à escala nacional mas com potencialidades. No território
nacional, esta forma de energia está associada a nascentes de águas termais, o que tem conduzido à
dinamização de vários projetos, sendo uma energia com potencialidades.
Exploração e distribuição das energias renováveis
A produção de energia em Portugal tem origem maioritária nas renováveis. Energia Hídrica: maiores potências
instaladas nas regiões do Norte e do Centro. Energia Eólica: maior potência instalada na região do Norte.
Problemas na exploração dos recursos do subsolo Dependência Externa – A dependência externa de Portugal face aos recursos energéticos é muito elevada. No setor dos recursos energéticos a dependência externa é total (os recursos de origem fóssil, os mais consumidos, não são produzidos). Na energia a balança comercial é negativa, e existe uma grande vulnerabilidade, económica e política, face aos mercados abastecedores, por parte de Portugal. Esta dependência é agravada pela deficiente articulação da indústria transformadora com a indústria extrativa, que está na origem de uma valor elevado de produtos exportados e a baixo preço. Impacte Ambiental – O setor extrativo é muito poluente, quer a exploração se faça ao ar livre ou no interior do
subsolo. Impactos:
Contaminação dos solos e das água superficiais ou subterrâneas, uma vez que na extração são
utilizados produtos químicos, por vezes altamente tóxicos.
Destruição de solos agrícolas e florestais
Degradação das paisagens, acompanhada da alteração do relevo
Custos de exploração – Apesar da relativa riqueza do subsolo português em recursos minerais (água e rochas),
a sua exploração nem sempre se revela fácil e economicamente viável devido aos seus custos de exploração.
Fraca acessibilidade das jazidas – Muitas jazidas encontram-se em áreas de difícil acesso, que elevam os custos
de transporte e portanto os custos finais do produto, o qual perde, assim, competitividade. Em algumas áreas,
a inexistência até de infraestruturas viárias impossibilita a própria exploração das jazidas.
Qualidade do minério – O baixo teor de muitos minérios, associado à difícil extração, devido à elevada
profundidade das jazidas, aumenta os custos de exploração e tem conduzido ao encerramento de muitas
explorações.
Dimensão das empresas – A maioria do setor extrativo são empresas de pequena dimensão (dimensão
familiar). Nestes casos, a capacidade financeira das empresas é insuficiente para garantir investimentos na área
da modernização tecnológica e na qualificação da mão-de-obra, entrando em colapso económico por falta de
competitividade com outras empresas, nomeadamente estrangeiras.
Articulação entre a indústria transformadora e a indústria extrativa – A deficiente articulação da atividade
extrativa com o setor da indústria transformadora conduz à exportação dos produtos em bruto. Nessa situação,
o seu valor comercial é baixo, não se tornando rentável a sua comercialização.
Novos Produtos – As inovações tecnológicas têm conduzido à substituição de muitos produtos minerais por
novos materiais, que se revelam mais eficazes e com menores custos, originando uma redução da procura de
recursos minerais.
Falta de segurança – A falta de segurança para os trabalhadores em geral e para a população que vive próximo
das explorações, é outro aspeto a considerar. Muitas explorações estão na origem de elevados níveis de
poluição sonora e atmosférica, que acabam por afetar a saúde e bem-estar da população.
Medidas para a potencialização desses recursos:
utilização de novas técnicas de prospeção que permitam um conhecimento mais rigoroso dos recursos
do subsolo;
redimensionamento das empresas, a fim de atingirem capacidade económica que permita a
introdução de técnicas e tecnologias mais modernas e mais rentáveis;
implementação de medidas de requalificação ambiental e a valorização económica de áreas
recuperadas;
desenvolvimento da indústria transformadora a jusante da extração, que evita a exportação em bruto;
investimento nos subsetores com mais potencialidades, como é o caso das rochas e das águas,
minerais e termais;
aumento da produção de energia a partir do aproveitamento dos recursos renováveis (solar, eólica,
biomassa, geotérmica, etc), a fim de diminuir a dependência externa ao nível dos recursos de origem
fóssil;
racionalização do consumo de energia, a fim de melhorar a eficiência energética;
recuperação de áreas mineiras abandonadas.