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MARINA MONTEIRO GOMES
IDENTIDADE PESSOAL E SOCIAL, CLIMA
FAMILIAR E PSICOPATOLOGIA EM
ADOLESCENTES
ORIENTADORA: Professora Doutora Ana Nazaré Prioste
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
Escola de Psicologia e Ciências da Vida
Lisboa
2020
MARINA MONTEIRO GOMES
IDENTIDADE PESSOAL E SOCIAL, CLIMA
FAMILIAR E PSICOPATOLOGIA EM
ADOLESCENTES
Dissertação defendida em provas públicas para a
obtenção do grau de mestre em Psicologia Clínica e
da Saúde da Escola de Psicologia e Ciências da
Vida, no dia 8 de julho de 2020, com o despacho
reitoral nº 129/2020, com a seguinte composição de
júri:
Presidente: Professora Doutora Patricia Pascoal
Arguente: Professora Doutora Ágata Salvador
Orientadora: Professora Doutora Ana Prioste
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
Escola de Psicologia e Ciências da Vida
Lisboa
2020
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia, Escola de Psicologia e Ciências da Vida
Epígrafe
Cada sonho que deixa para trás é um pedaço do seu futuro que deixa de existir.
Steve Jobs
Marina Gomes – Identidade Pessoal e Social, Clima Familiar e Psicopatologia em Adolescentes
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Dedicatória
Este trabalho é dedicado ao Paulo Monteiro, meu companheiro de vida!
Agradeço-te profundamente pelos teus ensinamentos e apoio, graças a ti este
percurso não foi ermo e sombrio.
Palavras não traduzem tudo o que sinto por ti!
Marina Gomes – Identidade Pessoal e Social, Clima Familiar e Psicopatologia em Adolescentes
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Agradecimentos
À Professora Doutora Ana Prioste pela disponibilidade, flexibilidade, apoio,
incentivo e profissionalismo demonstrado desde o primeiro momento. Apresento-lhe o
meu profundo agradecimento, graças à sua orientação e partilha de conhecimentos foi-
me possível a conclusão deste projeto!
Aos participantes do estudo agradeço a disponibilidade e confiança, bem-haja!
À Escola Secundária da Amora e Agrupamento da Amora do Corpo Nacional de
Escutas meu profundo agradecimento.
À minha família com especiais agradecimentos aos meus pais: Vitória e Manuel
e irmão Helder Gomes pela compreensão e apoio ao longo destes anos.
Aos meus primos: Marlene Pinto, Manuela Monteiro, Germana Monteiro,
António Pinto, Fanny Santos, Elinette Fonseca, Elizabeth Rodrigues, Tony Pires.
Minhas queridas tias, madrinha e querido tio: madrinha Fátima Pinto, Teresa
Gomes Coelho, Camila Mahieu, Maria Gomes Delgado e Francisca Nascimento, Fátima
Monteiro, Maria Francisca Pinto, Deolinda Monteiro, Manuel “Fonseca” Monteiro
obrigada pelo incentivo e carinho!
À minha afilhada Olga Vieira pelo suporte e amizade ao longo destes anos!
Ás minhas irmãs de curso e de coração: Rissélice Lima, Ana Catarina Costa,
Francisca Proença de Carvalho, Júlia Andrade e Lizandra Cardoso minhas guardiãs nos
momentos difíceis ao longo da Licenciatura, Mestrado e fora deste âmbito, amo-vos
muito! Palavras não descrevem tudo aquilo que passámos, eterna gratidão pela vossa
Amizade, apoio e carinho!
Amiga e companheira de Mestrado Kátia Santos a tua presença iluminou meu
caminho e tornou meus dias mais leves, sem ti ao meu lado não sei o que seria… Nada
acontece por acaso “Todas as coisas cooperam para o nosso bem”. Obrigada pela
amizade!
Minhas queridas e doces amigas: Ana Rita Costa, Nilza Santos, Alexandra
Ramos e Ana Tomás, obrigada pelas vossas palavras de apoio e incentivo ao longo
destes anos!
Meu amigo Túlio Fernandes, sempre com um sorriso e com palavras que trazem
esperança, obrigada por tudo!
E um beijinho com gratidão para a “Nina”!
Marina Gomes – Identidade Pessoal e Social, Clima Familiar e Psicopatologia em Adolescentes
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Resumo
O desenvolvimento da identidade é uma tarefa desenvolvimental característica da
adolescência. Neste sentido foram objetivos avaliar a relação entre os processos de
desenvolvimento da identidade, a identificação com o grupo e o clima familiar; verificar
se o clima familiar é preditor dos processos de desenvolvimento da identidade; e testar se
o clima familiar é preditor da identificação com o grupo. Foi recolhida uma amostra de
150 adolescentes com idades compreendidas entre os 14 e os 18 anos de ambos os sexos.
Foram utilizados como instrumentos de medida um questionário de dados
sociodemográficos, a Escala de Dimensões do Desenvolvimento Identitário, o Inventário
do Clima Familiar e a Escala de Identificação ao Grupo. Os resultados mostraram que o
clima familiar se associa tanto aos processos de desenvolvimento da identidade como à
identificação com o grupo; que as dimensões do desenvolvimento identitário foram
preditas por, pelo menos, uma dimensão do clima familiar indicando que o clima familiar
também tem influência na identificação com o grupo. Pode-se concluir que o clima
familiar é uma dimensão relevante para os processos de desenvolvimento da identidade
pessoal e social.
Palavras-chave: clima familiar; identidade individual; identidade social; adolescência;
psicopatologia.
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Abstract
Identity development is a developmental task characteristic of adolescence. In this sense,
the aim of this study was to evaluate the relationship between identity development
processes, group identification and family climate; verify if the family climate is a
predictor of identity development processes; and test whether family climate is a predictor
of group identification. A sample of 150 adolescents aged 14 to 18 years of both sexes
was collected. The measurement instruments used were a sociodemographic
questionnaire, the Identity Development Dimensions Scale, the Family Climate Inventory
and the Group Identification Scale. The results showed that family climate is associated
with both identity development processes and group identification; that the dimensions
of identity development were predicted by at least one family climate dimension
indicating that family climate and family climate also influence identification with the
group. It can be concluded that the family climate is a relevant dimension for the
processes of personal and social identity development.
Key-words: family climate; individual identity; social identity; adolescence;
psychopathology.
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Abreviaturas e Siglas
APA- Associação Americana de Psicologia
BSI- Brief Symptoms Inventory
CEDIC - Comissão de Ética e Deontologia em Investigação Clínica
DIDS - Identity Development Dimension Scale
DSM-5 Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais (5ª edição)
EIG- Escala de Identificação com o Grupo
ICF- Inventário do Clima Familiar
INE - Instituto Nacional de Estatística
SPSS - Statistical Package for Social Sciences
Símbolos
DP- Desvio-Padrão
M- Média
N- Frequência absoluta
% - Percentagem
β - Beta
R² - Coeficiente de determinação
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Índice Geral
1.Introdução …………………………………………………………………………11
1.1. Adolescência e família…………………………………………………………12
1.2. Identidade Pessoal ……………………………………………………………..13
1.3. Identidade Social ………………………………………………………………14
1.4. Objetivos ………………………………………………………………………16
2. Método……………………………………………………………………………..17
2.1. Participantes……………………………………………………………………17
2.2. Procedimentos de recolha da amostra………………………………………….17
2.3. Instrumentos …………………………………………………………………..18
2.4. Procedimento de análise de dados …………………………………………….20
3. Resultados………………………………………………………………………….20
3.1. Estatística descritiva e análise das correlações…………………………………..21
3.2. Modelo de regressão para as dimensões da identidade…………………………..23
4.Discussão ……………………………………………………………………………24
4.1. Implicações para a literatura e para a prática ……………………………………27
4.2. Limitações e estudos futuros …………………………………………………….27
Referências…………………………………………………………………………….28
Anexo I…………………………………………………………………………………i
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Índice de Figuras
Figura 1 - Modelo de regressão para a dimensão compromisso
Figura 2 - Modelo de regressão para a dimensão exploração em profundidade
Figura 3 - Modelo de regressão para a dimensão autocategorização
Figura 4 - Modelo de regressão para a dimensão avaliação grupo
Figura 5 - Modelo de regressão para a dimensão compromisso grupo
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Introdução
A identidade é uma estrutura interna que organiza habilidades, crenças e história
individual de forma dinâmica, deste modo há elementos que podem ser adicionados ou
retirados (Marcia, 1980). As interações indivíduo-meio resultam um conjunto de
caraterísticas pessoais e coletivas. O nome é um exemplo de um marcador crucial da
identidade pessoal embora existam outras fontes de identidade como: a nacionalidade,
etnicidade ou religião (Fialho, 2017).
O construto poderá ser explicado através dos conceitos identidade pessoal,
relacional e colectiva. A identidade pessoal alude a questões idiossincráticas (e.g.,
valores, crenças, objetivos, expetativas). A identidade relacional compreende os papéis
que o indivíduo desempenha num sistema (e.g., mãe, bióloga). Identidade coletiva coliga
o autoconceito do grupo à importância e significado emocional dos membros, seu
sentimento de pertença e a forma como se percecionam em relação a outros grupos
(Schwartz et al., 2011).
Considerado por alguns autores como um tempo de oportunidades, desafios e
evolução a adolescência tem por tarefa desenvolvimental central a formação da
identidade, sendo que o processo ocorre simultaneamente a outras transformações
biopsicossociais (Andrade & Marques, 2010; Papalia, Olds, & Feldman, 2006). Pela
vulnerabilidade latente o indivíduo encontra-se susceptivel ao aparecimento dos
primeiros sinais de desajustamento psicológico e psicopatologia (Axelson, et al., 2015;
Brito, 2011; Guerreiro & Sampaio, 2013). A identidade é ainda considerada um marcador
das perturbações de personalidade segundo o DSM-5 (American Psychiatric Association
[APA], 2014).
O clima familiar tem sido apontado como uma variável explicativa das trajetórias
desenvolvimentais de modo que a discussão das relações familiares no contexto da
adolescencia são matérias fundamentais para a compreensão do construto identidade
(Arias, Silva , Sousa, Werneck & Vieira, 2014; Erikson, 1968; Luickx, Schwartz,
Goossens, & Beyers, 2011; Portugal & Alberto,2015).
No sentido lato o primeiro é um núcleo onde residem influências primordiais ao
desenvolvimento da identidade e o segundo é responsável pela experienciação de novos
papéis (Arpini & Quintana, 2003). A família é um agente de socialização primária em
crianças e adolescentes (Pratta & Santos,2007; Schenker & Minayo,2003), determina a
organização da identidade e o comportamento do indivíduo ( Pratta & Santos, 2007).
Consoante as caraterísticas do clima familiar a instituição poderá ser percecionada como
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um agente impulsionador ou inibidor do desenvolvimento cognitivo, emocional e social
(Lemos, Santos, & Pontes, 2009; Santos, 2013).
Alguns autores apontam que a presença de elevados níveis de apoio e coesão
familiar se encontram positivamente associados ao desenvolvimento da identidade e
negativamente associados ao desenvolvimento de psicopatologia (Brito, 2011; Teodoro,
Cardoso, & Freitas, 2010). O clima familiar quando caraterizado por níveis elevados de
coesão e apoio contribui para a formação de um repertório comportamental que permite
ao adolescente o desenvolvimento de competências (Papalia et al., 2006). Poderá ser um
fator de risco sempre que o clima familiar seja caracterizado por elevados níveis de
conflito e hierarquia. Jovens com comportamentos sociais deficitários vivenciam
frequentemente um clima familiar de baixa qualidade, tal demonstra que a qualidade das
relações familiares é transportada para a interação social (Dessen & Polonia, 2007).
1. Revisão da literatura
1.1. Adolescência e família
As delimitações cronológicas face à adolescência apresentam variações, a World
Health Organization (2018) considera adolescentes os jovens entre os 10 e 19 anos de
idade e o Instituto Nacional de Estatística (INE,2018) considera o grupo etário 15-19 anos
de idade.
A adolescência é um período do ciclo vital caraterizado por um processo de
transformação biopsicossocial que culmina na maturação do indivíduo, i.e., na transição
da infância para idade adulta (Arias, Silva, Sousa, Werneck & Silva,2014; Arpini &
Quintana, 2003; Zuanazzi e Sei, 2017).
Na adolescência as relações interpessoais assumem elevada importância,
conferem bem-estar psicológico, segurança, apoio, compreensão, afeto e possibilitam a
exploração de alternativas, partilhas de experiências de ordem diversa (e.g., viagens,
música, redes sociais, sexualidade), aprendizagens e tomadas de decisão autónomas que
refletem liberdade e independência dos pais, tudo fatores que contribuem para o seu
desenvolvimento e descoberta de si. Parte do autoconceito é derivado através da pertença
a grupos (Costa, 1991; Gandhi, et al., 2016; Fialho, 2017; Papalia et al., 2006; Tarrant,
2002).
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A família é considerada uma variável preponderante no desenvolvimento da
identidade e adota um papel determinante na vida do indivíduo (Prioste, Narciso,
Gonçalves, & Pereira, 2015; Schenker & Minayo, 2003; Teodoro, Cardoso, & Freitas,
2010). É um sistema dinâmico cujas transformações são influenciadas por contextos
socioeconómicos, religiosos, culturais bem como os sucessivos avanços tecnológicos e
pela maior participação da mulher a nível laboral e alterações dos papeis parentais (Arpini
& Quintana, 2003; Pratta & Santos).
No seio familiar vivenciam-se os primeiros relacionamentos interpessoais e as
trocas emocionais, condições fundamentais ao desenvolvimento psicológico (Pratta &
Santos, 2007). As famílias impelem a formação da identidade, da moral e personalidade
que acompanham o individuo nas suas decisões e comportamentos enquanto adulto (Arias
et al., 2014; Carmo, 2007; Pratta & Santos, 2007).
Teodoro et al. (2009) propuseram a avaliação do clima familiar através de quatro
dimensões: conflito, hierarquia, apoio e coesão. Por clima familiar entende-se a perceção
das características intrafamiliares pelos seus membros (Teodoro,Land, Allgayer,2009). O
clima familiar tem sido apontado como fator de proteção face a problemáticas distintas
sempre que caraterizado pela existência de apoio e coesão entre os membros. E associado
a fator de risco sempre que caraterizado por elevados níveis de conflito familiar. O
conflito familiar é favorável ao desenvolvimento de sintomatologia depressiva (Freitas,
Siquara, & Cardoso, 2013).
1.2. Identidade pessoal
Erikson (1968) foi pioneiro nos estudos sobre a formação da identidade,
conceptualizou-a como um processo multidimensional, interpessoal e intrapessoal. As
pesquisas de Erikson serviram de base a outros modelos explicativos sobre a formação da
identidade, como o modelo de James Marcia (1980) que identifica duas dimensões
cruciais para o desenvolvimento da identidade: exploração (predomina o questionamento
das alternativas identitárias) e compromisso (aderir e fidelizar-se a uma dessas
alternativas). Com base nestas dimensões operacionalizou o modelo Identity Status
(Estatutos de Identidade) onde postulou a existência de quatro estatutos distintos no
processo de desenvolvimento da identidade: (1) Identity Achievement (Identidade
Realizada) caracterizada por níveis elevados de compromissos e níveis elevados de
exploração após um período de exploração de alternativas, o indivíduo adere ao
compromisso; (2) Moratorium (Identidade Moratória) é caraterizado por níveis elevados
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de exploração e baixo compromisso. O indivíduo explora alternativas todavia manifesta
dificuldades na tomada de decisão; (3) Foreclosure (Identidade fechada) é caracterizado
por níveis elevados de compromisso e níveis baixos de exploração (inexistência de
períodos de reflexão prévios porém comprometido com objetivos e projetos escolhidos
pelas figuras significativas, o indivíduo aceita-as) ; (4) Identitty Diffusion (Identidade
difusa) o indivíduo manifesta ausência de exploração de alternativas e de compromisso.
Luyckx e colaboradores (2008) desenvolveram o Modelo Integrativo do
Desenvolvimento Identitário, tendo por base os trabalhos de Erikson e Marcia. Este
modelo evidencia os processos avaliativos e formativos da identidade, distinguindo
empiricamente cinco processos de identidade: exploração em amplitude, exploração em
profundidade, exploração ruminativa, compromisso e identificação com o compromisso.
Os autores agruparam quatro processos em dois ciclos consecutivos de formação da
identidade. O primeiro ciclo de identidade, designado como formação de compromisso,
centra-se nos processos que através dos quais os indivíduos exploram diferentes
alternativas da identidade (exploração em amplitude ou pró-ativa) e posteriormente
aderem a compromissos de identidade, i.e., adesão a crenças, valores e objetivos. O
segundo ciclo, denominado avaliação de compromisso, centra-se nos processos através
dos quais os indivíduos reavaliam os atuais compromissos de identidade (exploração em
profundidade i.e., avaliação e exploração dos compromissos atuais) e avalia o grau de
identificação e segurança que o indivíduo sente em relação aos seus compromissos i.e.,
identificação com o compromisso, o grau em que os compromissos se integram com o
self. Posteriormente o processo de exploração ruminativa foi acrescido ao modelo e
descrito como um processo desadaptativo, considerado bloqueador do desenvolvimento
identitário (Luyckx et al., 2008). Os indivíduos com níveis elevados de exploração
ruminativa tendem a questionar-se incessante e a experienciar sentimentos de incerteza e
inaptidão dada a dificuldade sentida para encontrar respostas e/ou alternativas face às
questões identitárias (Luyckx et al., 2008; Luickx et al., 2011).
Luyckx e colaboradores (2008) têm demonstrado uma associação entre os
processos de desenvolvimento identitário e a sintomatologia psicopatológica. A
sintomatologia depressiva tem sido associada positivamente ao processo de exploração
ruminativa e associada negativamente aos processos de compromisso e identificação com
o compromisso (Luyckx et al., 2008).
Marina Gomes – Identidade Pessoal e Social, Clima Familiar e Psicopatologia em Adolescentes
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1.3. Identidade social
A origem da identidade social pode ser encontrada na proposta de Tajfel e
Turner (1978) - a Teoria da Identidade Social. Surgiu como resposta à necessidade de um
modelo teórico que integrasse os processos cognitivos que participam na construção da
identidade de grupo e pudesse explicar os impactos dessa pertença social no
comportamento, cognições e afetos do indivíduo i.e., a forma como as pessoas veem a si
próprias e ás outras em seu redor. Geralmente o indivíduo tende a afiliar-se a um grupo
quando á priori sabe que este poderá acrescentar valor à sua identidade e partilha de
objetivos. Segundo Tajfel e Turner (1978) o indivíduo perceciona de forma positiva o
grupo de pertença (endogrupo ou ingroup) e de forma negativa os que não estão afiliados
ao grupo (exogrupo ou outgroup).
Há estruturas familiares que não permitem ao adolescente experienciar novos
papéis e imagens, daí a procura de reconhecimento e independência no exterior. Junto
dos pares existe “liberdade” para ensaiar a identidade (Andrade & Marques, 2010). Desde
modo os adolescentes tendem a autonomizar-se face á família e aproximarem-se dos
pares. Existe uma maior permeabilidade aos efeitos sociais, à exploração de posições
distintas e constante atribuição de valor aos pares (Correia & Mota, 2016). Estas
experiências requerem ferramentas nem sempre disponíveis o que poderá aproximar os
comportamentos de risco: uso de psicotrópicos, impulsividade, comportamento
antisocial, alguns dos comportamentos poderão garantir integração no grupo (Silveira,
Maruschi, & Bazon, 2012).
Para que ocorra identificação são necessárias três componentes básicas: cognitiva
i.e., sentimento de pertença, avaliativa i.e., valor atribuído ao grupo e afetiva i.e.,
envolvimento emocional (Spears, 2011).
O “eu social” apoia-se em três processos psicológicos centrais: categorização,
identificação e comparação social. A categorização social diz respeito à tendência que o
indivíduo tem para categorizar o mundo social. As categorias surgem pela necessidade de
identificar, reconhecer e explicar o meio envolvente. Na identificação social é a etapa
onde o individuo determina o quão compatível é com o grupo, i.e., se os valores estão
alinhados e desenvolve um elo emocional onde atribuí significado ao grupo. Por
comparação social entende-se o momento em que o indivíduo subjugado por um
sentimento de pertença atribuí valor positivo e negativo ao endogrupo e exogrupo. A
identidade constrói-se parcialmente através da comparação com os outros. Os autores
sugerem que as categorias e crenças associadas justificam as relações sociais (Tajfel,
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1982; Tajfel & Turner, 2004). A comparação social induz os indivíduos a elevarem ou
baixarem o autoconceito consoante os contextos onde se encontrem inseridos, esta
oscilação ocorre devido a influência do grupo. Deste modo poderá emergir um fenómeno
denominado efeito big-fish-little-pond. Marsh e Seaton (2013) verificaram-no em
estudantes cuja instituição escolar segregava-os conforme as competências, os alunos
inseridos em ambientes considerados “superiormente habilitados” geralmente possuíam
autoconceitos académicos mais baixos quando comparados com alunos com iguais
capacidades que frequentam ambientes considerados de média e baixo capacidade, este
estudo demonstra que os ambientes com altos níveis de desempenho escolar podem ter
impacto negativo sobre os alunos.
Tarrant (2002) refere que o adolescente integrado num grupo tem benefícios
como: o sentimento de pertença e o suporte emocional; nesta fase de transformações
cruciais estes contextos proporcionam-lhe bem-estar. A sensação de bem-estar associa-se
a relações positivas entre o adolescente e o grupo e relaciona-se negativamente a relações
tóxicas ou não saudáveis como ser rejeidado pelo grupo ou estar insatisfeito com as
relações de grupo. A identidade saudável é assim associada positivamente quando o
indivíduo tem comparações favoráveis entre os grupos interno e externo. (Tarrant, 2002).
A identidade social, englobando a diversidade social do indivíduo, os seus
posicionamentos sociais (e.g.: nacionalidade, religião, partido político) e o
reconhecimento destes por outros, permite que o comportamento interpessoal seja
fundamentado na identificação com o coletivo (Pan, Gruber, & Binder, 2019).
Cada indivíduo pode possuir diferentes identidades sociais oriundas dos grupos
significativos que estejam visivelmente delineados, o impacto causado pelas caraterísticas
dos grupos poderá variar consoante a forma como o próprio se perceciona como membro,
o contexto social onde atuam não deverá ser descurado. Para que exista comportamento
social primeiramente terá de haver um reconhecimento interno que valide a existência e
importância do grupo (Ellemers, Spears, & Doosje, 2002).
1.4. Objetivos
Na revisão de literatura efetuada não foram encontrados estudos que relacionem
a identidade pessoal e social e o clima familiar na adolescência. Tendo em consideração
esta “lacuna”, este estudo exploratório pretende investigar, através de um desenho
quantitativo transversal: (1) a relação entre os processos de desenvolvimento da
identidade, a identificação com o grupo e o clima familiar (2) se o clima familiar é preditor
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dos processos de desenvolvimento da identidade; e (3) se o clima familiar é preditor da
identificação com o grupo.
Pretende-se, deste modo, contribuir para o conhecimento científico na área da
identidade e família.
2. Método
2.1. Participantes
A amostra foi constituída por 150 participantes (N = 150) com idades
compreendidas entre os 14 e os 19 anos (M = 15.84, DP = .96), maioritariamente
constituída por sujeitos do género feminino (57%; n = 85). Quanto ao nível de
escolaridade, 11.3% (n = 17) tinha entre 6 e 9 anos de escolaridade e 88.7% (n = 133)
tinha entre 10 e 12 anos de escolaridade. Relativamente à situação afetivo-relacional, 66%
da amostra (n = 99) não tinha uma relação amorosa e 28% tinha uma relação de namoro
(n = 42). No que concerne à coabitação, a maioria da amostra (78%; n = 117) residia com
a família nuclear intacta, 8.7% (n = 13) vivia com a família monoparental, 2.7% (n = 4)
coabitava com a família reconstruída, 9.3% residia com família alargada (n = 14).
Relativamente à zona de residência, 76% residia na zona da Grande Lisboa (n
=114), 21.3% na zona Centro (n = 32). Em relação ao acompanhamento psicológico, 68%
(n=102) nunca tinha tido acompanhamento, 22% (n = 33) tinha tido acompanhamento no
passado e 4.7% (n = 7) tinha acompanhamento no momento de participação no estudo.
2.2. Procedimentos de recolha de amostra
Inicialmente, o projeto de investigação foi submetido a aprovação pela Comissão
de Ética e Deontologia em Investigação Científica da Escola de Psicologia e de Ciências
da Vida da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (CEDIC, EPCV,
UHTL). Após a aceitação iniciou-se a recolha da amostra. Foram estabelecidos os
seguintes critérios de inclusão neste estudo: (a) ter nacionalidade portuguesa e (b) ter
idades compreendidas entre os 14 e os 18 anos. Uma amostra de 150 participantes
cumpriu estes critérios, tendo sido integrada neste estudo. A amostra foi recolhida entre
dezembro de 2017 e abril de 2018. Recorreu-se a um processo de amostragem não
probabilística, designado de bola-de-neve, sendo, portanto, uma amostragem de
conveniência. A amostra foi recolhida através de procedimentos informais em grupo (e.g.,
Marina Gomes – Identidade Pessoal e Social, Clima Familiar e Psicopatologia em Adolescentes
18 Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia, Escola de Psicologia e Ciências da Vida
agrupamento de Escuteiros, contexto de sala aulas em Instituições de Ensino Secundário)
ou individualmente (e.g., amigos, conhecidos e desconhecidos). A participação no estudo
foi voluntária e sem remuneração, após esclarecimentos sobre os objetivos do estudo,
garantir a confidencialidade e a possibilidade de desistência em qualquer momento, a
entrega do assentimento informado e consentimento informado e a assinatura de ambos
os termos.
2.3. Instrumentos
Questionário de dados sociodemográficos. Os participantes responderam a um
questionário para recolher dados pessoais que incluía questões como o sexo, a idade, a
nacionalidade, o nível de escolaridade, a situação relacional e a zona de residência.
Escala de Dimensões do Desenvolvimento Identitário (DIDS; versão original:
Luyckx et al., 2008; tradução e adaptação para a população portuguesa: Prioste, Lugar,
Paulino, Jongenlenen, & Rosa, 2018). A DIDS é um instrumento de autorrelato com 25
itens que avaliam cinco processos de desenvolvimento da identidade, numa escala de
Likert de cinco pontos (de 1 = discordo fortemente a 5 = concordo fortemente). A
exploração em profundidade mede a exploração de alternativas após aderir a um
compromisso (e.g., “Falo com outras pessoas sobre os meus planos para o futuro.”). A
exploração em amplitude avalia a exploração de alternativa antes da adesão a
compromissos (e.g., “Estou a pensar em diferentes estilos de vida que podem ser bons
para mim.”). O compromisso mede a adesão a compromissos (e.g., “Tenho uma imagem
sobre o que vou fazer no futuro.”). A exploração ruminativa avalia a exploração
progressiva de diversas alternativas e a não adesão a compromissos (e.g., “Tenho dúvidas
sobre o que quero realmente alcançar na vida.”). A identificação com o compromisso
avalia o grau de segurança e identificação em relação aos compromissos (e.g., “Os meus
planos para o futuro dão-me autoconfiança”). Cada processo é medido através de cinco
itens. Pontuações mais elevadas de cada processo correspondem a níveis mais elevados
de exploração em amplitude, ruminativa e em profundidade, compromisso e
identificação com o compromisso.
No estudo de validação da DIDS, com uma amostra de adultos emergentes, as
cinco dimensões mostraram níveis adequados de consistência interna, variando entre α =
.79 para a dimensão Exploração em profundidade e entre α = .86 para as dimensões
Compromisso, Identificação com o compromisso e Exploração ruminativa (Luyckx et al.,
2008). No estudo de adaptação para a população portuguesa, com uma amostra de 403
Marina Gomes – Identidade Pessoal e Social, Clima Familiar e Psicopatologia em Adolescentes
19 Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia, Escola de Psicologia e Ciências da Vida
participantes com idades apreendidas entre os 15 e os 29 anos, a DIDS também mostrou
níveis de consistência interna adequados: variando entre .68 para a dimensão exploração
em profundidade e .87 para a dimensão identificação com o compromisso ((Prioste et al.,
2018). No presente estudo, o instrumento também apresentou níveis adequados de
consistência interna, apresentando valores de alfa de Cronbach entre .68 (Exploração em
profundidade) e .90 (Compromisso).
Inventário do Clima Familiar (ICF; versão original: Teodoro, Land, & Allgayer,
2009; versão para investigação de Francisco, 2015). O ICF é um instrumento de
autorrelato constituído por 22 itens que avaliam a descrição das relações familiares
através de quatro dimensões: Conflito, Hierarquia, Apoio e Coesão. Os itens são
respondidos numa escala tipo Likert de cinco pontos, em que 1 = discordo completamente
e 5 = concordo completamente. A dimensão Coesão integra cinco itens que representam
a ligação emocional entre os membros do sistema (e.g., “As pessoas gostam de passear e
de fazer coisas juntas”). A dimensão Conflito engloba seis itens que avaliam a relação
agressiva, crítica e conflituosa intrafamiliar (e.g., “As pessoas criticam-se umas às outras
frequentemente”). A dimensão Hierarquia é composta seis itens que remetem para a
distinção clara de poder e de controlo nas relações intrafamiliares, realçando a
superioridade dos elementos mais velhos enquanto decisores (e.g., “Uns mandam e outros
obedecem”). A dimensão Apoio inclui cinco itens que caracterizam o suporte material e
emocional entre os membros do sistema (e.g., “Procuramos ajudar as pessoas da nossa
família quando percebemos que estão com problemas”). Pontuações mais elevadas de
cada processo correspondem a níveis mais elevados de coesão, conflito, hierarquia e
apoio.
No estudo de validação de Teodoro e colaboradores (2009), com uma amostra de
276 adolescentes, o ICF revelou níveis de consistência interna adequados: α = .84 para a
dimensão conflito, α = .72 para a dimensão hierarquia, α = .71 para a dimensão apoio e α
= .82 para a dimensão coesão. No presente estudo, obtiveram-se valores de consistência
interna adequados para todas as dimensões, apresentando valores de alfa de Cronbach
entre .71 (Hierarquia) e .84 (Coesão).
Escala de Identificação ao Grupo (EIG; versão original: Tarrant, 2002; adaptado
para a população portuguesa (Magalhães & Calheiros, 2015). A EIG é um instrumento de
autorrelato que avalia a identificação ao grupo de pares através de 13 itens. A tarefa dos
participantes consistia em classificar o grau de concordância com as afirmações,
utilizando, para tal, uma escala de Likert de 11 pontos – de 0 = discordo completamente
Marina Gomes – Identidade Pessoal e Social, Clima Familiar e Psicopatologia em Adolescentes
20 Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia, Escola de Psicologia e Ciências da Vida
a 10 = concordo completamente. A EIG avalia três dimensões: a autocategorização avalia
a pertença ao grupo e a percepção da pessoa enquanto membro do grupo através de seis
itens (e.g., “Identifico-me com este grupo”); a avaliação ao grupo que mede a forma como
o indivíduo avalia e valoriza o grupo e integra quatro itens (e.g., “Penso que este grupo é
importante”); e o compromisso que avalia a percepção da relação e do compromisso com
os outros elementos do grupo e é composta por dois itens (e.g., “Eu não me encaixo bem
com os outros elementos deste grupo”). Quanto mais elevadas as pontuações obtidas,
maior o nível de identificação com o grupo.
No estudo de Magalhães e Calheiros (2015), com uma amostra de 400
adolescentes portugueses, as dimensões do EIG mostraram níveis de consistência interna
adequados: α = .75 para a dimensão compromisso, α = .93 para a dimensão
autocategorização e α = .86 para a dimensão autoavaliação. No presente estudo, as
dimensões do EIG demonstraram níveis aceitáveis de consistência interna em duas
dimensões, α = .93 para a dimensão autocategorização e α = .74 para a dimensão
autoavaliação, mas um valor abaixo do aceitável para a dimensão Compromisso (α = .45),
não se podendo generalizar os resultados obtidos com esta dimensão.
2.4. Procedimento de análises de dados
Após a recolha dos dados, estes foram introduzidos no sofware Statistical Package
for the Social Sciences versão 22 (SPSS). A análise dos dados foi realizada com recurso
ao SPSS, tendo-se assumido um nível de significância em todas as análises de 95%, p <
.05. Primeiramente, procedeu-se à análise da estatística descritiva das variáveis e à análise
das correlações entre as variáveis através das correlações de Pearson (correspondente ao
primeiro objetivo proposto).
Para analisar o segundo objetivo proposto, foi realizado cinco análises de
regressão linear múltipla, através do método stepwise, tendo como variáveis
independentes as quatro dimensões do clima familiar e como variáveis dependentes os
processos de desenvolvimento da identidade. Por último, e para analisar o terceiro
objetivo proposto, foi realizado três análises de regressão linear múltipla, através do
método stepwise, tendo como variáveis independentes as quatro dimensões do clima
familiar e como variáveis dependentes as dimensões da identificação ao grupo.
3. Resultados
Marina Gomes – Identidade Pessoal e Social, Clima Familiar e Psicopatologia em Adolescentes
21 Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia, Escola de Psicologia e Ciências da Vida
3.1. Estatística descritiva e análise das correlações
A estatística descritiva bem como a análise das correlações entre as variáveis
encontram-se apresentadas no Quadro 1. Observou-se que o Conflito familiar se encontra
associado positivamente à Hierarquia e negativamente ao Apoio, à Coesão, à
Autocategorização, à Avaliação do grupo e à Compromisso com o grupo. Verificou-se
que Hierarquia apresenta uma correlação negativa com a Coesão, o Apoio,
Autocategorização, à Avaliação do grupo e à Compromisso com o grupo. A dimensão
Apoio apresenta uma associação positiva com a Coesão, o Compromisso, a Exploração
em profundidade e a Avaliação do grupo. A variável Coesão está associada positivamente
ao Compromisso, à Exploração em profundidade, à Autocategorização e à Avaliação do
grupo.
Em relação às dimensões da DIDS, observaram-se associações negativas entre a
dimensão Compromisso e a Exploração ruminativa e positivas, associações positivas
entre o Compromisso e a Exploração em amplitude, a Identificação com o compromisso,
a Avaliação do grupo e o Compromisso com o grupo. A Exploração em amplitude
encontra-se positivamente associada com a Exploração ruminativa, a Identificação com
o compromisso e Exploração em profundidade. A exploração ruminativa está associada
positivamente com a Exploração em profundidade. A Identificação com o compromisso
revela associações positivas com a Exploração em profundida, a Autocategorização, a
Avaliação do grupo e o Compromisso com o grupo. A Exploração em profundidade
associa-se positivamente à Autocategorização.
Por último, em relação às dimensões da EIG, verificaram-se associações positivas
entre a Autocategorização, Avaliação grupo e Compromisso com o grupo.
Marina Gomes – Identidade Pessoal e Social, Clima Familiar e Psicopatologia em Adolescentes
22 Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia, Escola de Psicologia e Ciências da Vida
Quadro 1.
Estatística Descritiva e Análise das Correlações entre as Dimensões do ICF, DIDS e EIG (N = 150).
Nota: * p < .05; ** p < .01.
EAmplitude = Exploração em amplitude; Eruminativa = Exploração ruminativa; ICompromisso = Identificação com o compromisso; EProfundidade = Exploração em profundidade; CGrupo = Compromisso com o
grupo.
Variáveis 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
1. Conflito -
2. Hierarquia .38** -
3. Apoio -.36** -.24* -
4. Coesão -.53** -.27** .61** -
5. Compromisso -.14 .00 .15* .22** -
6. EAmplitude -.07 -.15 .04 .03 .20* -
7. ERuminativa .02 -.12 .04 .02 -.17* .43** -
8. ICompromisso -.11 -.09 .08 .12 .66** .27** .00 -
9. EProfundidade -.12 -.04 .16* .20* .44** .54** .21** .48**
10.Autocategorização -.19* -.20* .16 .16* .15 .11 -.06 .27** .23**
11. Avaliação grupo -.17* -.20* .21** .26** .16* .04 -.03 .20** .13 .48**
12. CGrupo -.27** -.17* .04 .15 .25** .06 -.15 .28** .11 .43** .40**
M 2.14 2.74 3.73 3.95 3.64 3.94 3.40 3.55 3.44 8.16 9.50 7.97 DP .87 .83 .76 .81 .83 .74 .83 .80 .72 2 1.14 1.98
Min 1.00 1.00 1.20 1.20 1.25 1.00 1.00 1.00 1.00 .00 2.50 .33 Máx 4.40 4.80 5.00 5.00 5.00 5.00 5.00 5.00 5.00 10.00 10.00 10.00
23 Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia, Escola de Psicologia e Ciências da Vida
3.2. Modelo de regressão para as dimensões da identidade pessoal
A Figura 1 apresenta o modelo de regressão para a dimensão compromisso. A coesão
familiar foi a única variável preditora do compromisso. A perceção de níveis elevados de coesão
familiar está associada positivamente a níveis elevados de compromisso.
Figura 1. Modelo de regressão para a dimensão Compromisso.
A Figura 2 apresenta o modelo de regressão para a dimensão exploração em
profundidade. A variável coesão familiar revela uma associação positiva com a Exploração em
profundidade; assim, a perceção de níveis elevados de coesão familiar está associada
positivamente a níveis elevados de exploração em profundidade.
Figura 2. Modelo de regressão para a dimensão exploração em profundidade.
Modelo de regressão para as dimensões da identidade social
A Figura 3 apresenta o modelo de regressão para a dimensão Autocategorização. A
hierarquia foi a única variável que prediz significativa e negativamente a autocategorização.
Deste modo, a perceção de níveis elevados de hierarquia familiar está associada a níveis baixos
de autocategorização.
Figura 3. Modelo de regressão para a dimensão autocategorização.
A Figura 4 apresenta o modelo de regressão para a dimensão Avaliação ao grupo. A
coesão familiar encontra-se positivamente associada à Avaliação do grupo, o que significa que
Coesão familiar Compromisso
β = .22 R² = .05
Coesão E.Profundidade β = .18
R² = .04
Hierarquia Autocategorização
β = -.48 R²= .04
Marina Gomes – Identidade Pessoal e Social, Clima Familiar e Psicopatologia em Adolescentes
24 Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia, Escola de Psicologia e Ciências da Vida
as perceções de níveis elevados de coesão correspondem a níveis elevados de avaliação do
grupo.
β = .36
Figura 4. Modelo de regressão para a dimensão avaliação grupo.
A Figura 5 apresenta o modelo de regressão para a dimensão compromisso ao grupo. O
conflito familiar revelou estar significativa e negativamente associado ao compromisso grupo.
Figura 5. Modelo de regressão para a dimensão compromisso grupo.
4. Discussão
No presente estudo pretendemos analisar numa amostra de adolescentes, com idades
compreendidas entre os 14 e 19 anos de idade: a relação entre os processos de desenvolvimento
da identidade, a identificação com o grupo e o clima familiar; se o clima familiar é preditor dos
processos de desenvolvimento da identidade; e se o clima familiar é preditor da identificação
com o grupo. Deste modo procurou-se contribuir para o enriquecimento e expansão do
conhecimento científico nas áreas da identidade, adolescência e família. Pretendeu ainda
colmatar algumas das lacunas sinalizadas na literatura, nomeadamente a inexistência de estudos
que relacionem os processos de desenvolvimento identitário proposto por Luickx e
colaboradores (2008), os processos de desenvolvimento da identidade social propostos por
Tarrant (2002) e o clima familiar.
Relativamente ao primeiro objetivo de perceber as associações existentes ao nível dos
processos de desenvolvimento da identidade, da identificação com o grupo e do clima familiar,
os resultados mostraram existir associações estatisticamente significativas.
O Clima familiar mostrou associar-se tanto aos processos de desenvolvimento da
identidade como à identificação com o grupo. Mais especificamente, as dimensões apoio e
coesão do clima familiar associam-se positivamente às dimensões compromisso e exploração
Coesão Avaliação grupo
R² = .07
Conflito Compromisso grupo
β= -.60 R²=.07
Marina Gomes – Identidade Pessoal e Social, Clima Familiar e Psicopatologia em Adolescentes
25 Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia, Escola de Psicologia e Ciências da Vida
em profundidade dos processos de desenvolvimento da identidade. Estes resultados podem
significar que a ligação emocional entre os membros do sistema familiar funciona como fator
de proteção do desenvolvimento identitário. Podemos assim hipotetizar que os contextos
familiares com níveis de coesão e apoio elevados permitem o desenvolvimento de competências
sociais que potenciam o processo de autonomização dos adolescentes, tornando-os mais
capazes de se relacionarem com os pares, de explorarem alternativas identitárias e de assumirem
compromissos com o grupo tal como defendido na literatura (Dessen & Polonia, 2007; Lemos,
Santos, & Pontes, 2009).
Por outro lado, as dimensões conflito e hierarquia do clima familiar mostraram associar-
se de modo inverso com todas as dimensões da identificação com o grupo e as dimensões apoio
e coesão do clima familiar mostraram-se associadas positivamente com as dimensões
autocategorização e avaliação do grupo da identificação com o grupo. Os resultados parecem
indicar que os adolescentes assumem menos os níveis de compromisso com o grupo
(apresentando menor perceção da relação e do compromisso com os outros elementos do grupo)
sempre que o clima familiar seja caraterizado por elevados níveis de conflito, podendo existir
dificuldades no ajustamento social tal como iniciar ou firmar amizades tal como também
defendem Assunção e Matos (2010). O mesmo acontecendo quando existe uma hierarquia
familiar muito marcada (distinção clara de poder e de controlo nas relações intrafamiliares,
realçando a superioridade dos elementos mais velhos enquanto decisores). Esta ideia é similar
ao compromisso com o grupo em termos profissionais, sendo que Mandelli (2018) também
refere que para haver maior compromisso é necessários que os indivíduos se sintam parte
contributiva na tomada de decisões, pelo menos pela possibilidade de argumentar, sendo
inferior se a hierarquia for muito marcada. Do mesmo modo, quanto mais marcada for a
hierarquia e mais presente o conflito na família a forma como o adolescente avalia a sua
pertença ao grupo como mais fraca e a perceção que tem enquanto membro desse grupo é mais
negativa. Tal como referem Papalia et al. (2006), pelo facto de o controlo parental não promover
a aquisição de competências socias no adolescente, este poderá ficar inibido emocionalmente,
i.e., não atinge a maturidade emocional que lhe permite tornar-se independente dos pais e
desenvolver um sistema de crenças e valores próprios tal terá implicações a nível dos
relacionamentos.
Concomitantemente, os resultados mostram que quanto maior for a sensação de apoio e
de coesão no clima familiar melhor o adolescente faz a identificação ao grupo, nomeadamente
Marina Gomes – Identidade Pessoal e Social, Clima Familiar e Psicopatologia em Adolescentes
26 Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia, Escola de Psicologia e Ciências da Vida
em termos do sentimento de pertença ao grupo e da perceção que tem enquanto membro desse
grupo.
No que concerne ao segundo objetivo que pretendia avaliar se o clima familiar
influencia os processos de desenvolvimento da identidade pessoal, os resultados demonstram
que as dimensões do desenvolvimento identitário foram preditas por, pelo menos, uma
dimensão do clima familiar indicando que o clima familiar [i.e., a perceção dos membros das
características intrafamiliares (Teodoro, Allgayer, & Land, 2009)] exerce uma forte influência
sob o processo identitário nos adolescentes. Estes resultados apoiam outros estudos que focam
a importância do clima familiar na formação da identidade (e. g. Arias et al., 2014; Carmo,
2007; Pratta & Santos, 2007).
A coesão familiar predizer a exploração em profundidade poderá ser explicado através
dos novos padrões relacionais entre pais e filhos. Tendencialmente a autoridade tem sido
substituída pelo diálogo, convergindo numa maior proximidade entre os membros e as relações
qualitativas que promovem a convivência. Deste modo os adolescentes sentem abertura e
confiança para exporem seus projetos e pedirem opinião sobre os mesmos, havendo um
contexto que potencia a exploração em profundidade (Pratta & Santos, 2007).
Por último, por forma a responder ao terceiro objetivo que pretendia estudar se o clima
familiar influência a identificação com o grupo, os resultados demostram que o clima familiar
também tem influência na identificação com o grupo. Deste modo, a perceção de níveis
elevados de hierarquia familiar influência negativamente a autocategorização, o conflito
familiar diminui o compromisso com o grupo, mas a coesão familiar influência positivamente
a avaliação do grupo. Os resultados estão de acordo com a literatura (Lemos, Santos, & Pontes,
2009; Santos, 2013), que descreve que consoante são percecionadas as caraterísticas do clima
familiar este contribui como impulsionador ou inibidor do desenvolvimento social do
indivíduo.
Implicações para a prática clínica e literatura
Pode-se concluir que o clima familiar não só se relaciona com os processos de
desenvolvimento da identidade pessoal e com a identificação com o grupo, como assume um
papel preditor dos mesmos.
Uma vez que este estudo é um estudo piloto, por não terem sido encontrados estudos
anteriores com os mesmos objetivos, permite que os resultados obtidos sejam um incremento
Marina Gomes – Identidade Pessoal e Social, Clima Familiar e Psicopatologia em Adolescentes
27 Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia, Escola de Psicologia e Ciências da Vida
de conhecimento para o estado da arte. Este estudo contribui assim, com informações
preliminares que poderão dar o mote para investigações futuras neste contexto.
Igualmente, se considera que a presente investigação pode contribuir para a prática
clínica e inclusive para programas de prevenção a desenvolver junto desta faixa etária, uma vez
que se a família for incluída no acompanhamento realizado com os jovens poderá contribuir
para uma melhor identificação grupal e para um desenvolvimento da identidade pessoal mais
adaptativo.
Limitações e Estudos Futuros
Pese embora o contributo deste trabalho para as áreas referidas, devem ser apontadas
algumas limitações.
O facto de a amostra utilizada ser de conveniência, não tendo sido selecionada através
de uma estratégia de amostragem probabilística e tendo em conta a dimensão da amostra, não
é possível que os resultados possam ser generalizados à população portuguesa de adolescentes.
Relativamente aos instrumentos, o facto de serem de autorrelato, leva a que se tenha de ter em
consideração os enviesamentos devido à desejabilidade social.
No sentido de colmatar as lacunas acima referidas seria relevante em estudos futuros ter
uma amostra mais alargada de forma a aumentar a validade externa. Por outro lado, seria
também relevante a replicação deste estudo incluindo variáveis relativas à presença de
sintomatologia psicopatológica, uma vez que alguns autores encontram associação positiva
entre climas familiares constituídos por níveis elevados de stress, conflito e ou violência e a
presença de psicopatologia (Guerreiro & Sampaio, 2013; Teodoro, Cardoso & Freitas, 2010).
Marina Gomes – Identidade Pessoal e Social, Clima Familiar e Psicopatologia em Adolescentes
28 Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia, Escola de Psicologia e Ciências da Vida
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Zuanazzi, A. C., & Sei, M. B. (2017). A clínica psicanalítica com adolescentes:
Considerações sobre a psicoterapia individual e a psicoterapia familiar. Psicologia
Clínica, 29(1), 91-110.
i Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia, Escola de Psicologia e Ciências da Vida
Anexo I
ii Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia, Escola de Psicologia e Ciências da Vida
Anexo I - Consentimento Informado
TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO
O/A seu/sua educando/a é convidado/a a participar voluntariamente num estudo
desenvolvido pela Escola de Psicologia e Ciências da Vida da Universidade Lusófona de
Humanidades e Tecnologias e coordenado pela Professora Doutora Ana Prioste. Para que
possa decidir se deseja ou não que o seu educando participe neste estudo, deve
compreender quais os seus objetivos, potenciais riscos e benefícios, para que possa tomar
uma decisão consciente. Todas estas informações estão presentes neste formulário
designado por termo de consentimento informado. Leia atentamente este formulário e
coloque à equipa do estudo todas as perguntas que considere necessárias. A equipa de
investigação deste estudo irá esclarecer qualquer dúvida que tenha sobre este estudo, bem
como quaisquer outras informações que julgue necessárias.
Depois de compreender a finalidade deste estudo e se desejar participar, ser-lhe-á
solicitado que assine este termo.
Contextualização e finalidade do estudo
Este estudo foi aprovado pela Comissão de Ética da Escola de Psicologia e Ciências da
Vida da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, que consiste num grupo
de pessoas independentes, que avaliam o protocolo do estudo verificando e a existência
de riscos para os participantes.
Este estudo tem como finalidade descrever o impacto de fatores pessoais e familiares no
desenvolvimento da identidade em adolescentes e em jovens adultos.
Se aceitar, o que é pedido ao meu educando/à minha educanda?
Pedimos-lhe que preencha um conjunto de questionários. Este preenchimento poderá
levar cerca de 20 minutos.
Possíveis riscos ou inconvenientes da participação do meu educando/da minha
educanda?
Não antecipamos riscos na participação do seu educando/da sua educanda.
iii Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia, Escola de Psicologia e Ciências da Vida
Qual a vantagem de participar?
A informação recolhida e analisada após o preenchimento dos questionários permitirá
contribuir para o avanço do conhecimento sobre a relação entre as variáveis, ajudando-
nos a prevenir e intervir mais eficazmente.
Participação/ Abandono voluntário
A participação do seu educando/da sua educanda é voluntária, podendo recusarem-se a
participar ou interromper a qualquer momento a participação no estudo, sem qualquer
tipo de penalização por este facto.
Quem tem acesso aos dados?
Os dados recolhidos são anónimos e confidenciais. Apenas os elementos da equipa de
investigação têm acesso aos dados. Os dados serão tratados como um todo e não
individualmente, e a sua eventual publicação só poderá ter lugar em revistas da
especialidade.
Condições financeiras inerentes ao estudo
Não será remunerado pela participação neste estudo. Não haverá, portanto, qualquer custo
para o participante pela sua participação neste estudo.
Se precisar de mais informações, com quem devo contactar?
Por favor, contacte com a responsável, Ana Prioste, para o e-mail anaprioste@gmail.com
iv Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia, Escola de Psicologia e Ciências da Vida
Declaração de Consentimento Informado
Fui informado de que a participação do meu educando/da minha educanda neste estudo é
voluntária e que por isso podemos recusar-nos a participar, ou que podemos retirar-nos
deste estudo a qualquer momento sem que qualquer tipo de penalização por esse facto.
Compreendi toda a informação presente neste formulário, nomeadamente os objetivos do
estudo, e foi-me dada oportunidade de fazer perguntas, sendo que todas as minhas dúvidas
foram esclarecidas.
Assim, aceito participar de livre vontade no estudo acima mencionado.
_____________________________________ ____/____/____
Nome do participante Data
_____________________________________ ____/____/____
Nome da pessoa que obteve o consentimento Data
v Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia, Escola de Psicologia e Ciências da Vida
Declaração de Assentimento
Fui informado de que a minha participação neste estudo é voluntária e que por isso posso
recusar-me a participar, ou que posso retirar-me deste estudo a qualquer momento sem
que qualquer tipo de penalização por esse facto.
Compreendi toda a informação presente neste formulário, nomeadamente os objetivos do
estudo, e foi-me dada oportunidade de fazer perguntas, sendo que todas as minhas dúvidas
foram esclarecidas.
Assim, aceito participar de livre vontade no estudo acima mencionado.
_________________________________ ____/____/____
Nome do participante Data Assinatura
vi Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia, Escola de Psicologia e Ciências da Vida