Post on 24-Dec-2015
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IMAGENS, GEOGRAFIAS E EDUCAÇÃO
Coordenação Geral
Prof. Dr. Wenceslao Machado de Oliveira Junior
Faculdade de Educação Universidade Estadual de Campinas
Prof. Dr. Cláudio Benito de Oliveira Ferraz
Departamento de Educação Universidade do Estado de São Paulo – Campus Presidente Prudente
Profa. Dra. Gisele Girardi Departamento de Geografia
Universidade Federal do Espírito Santo
Coordenadores dos pólos
Ceará
Prof. Dr. Jorn Seemann Prof. Ms. Glauco Vieira
Espírito Santo
Prof. Dr. Antonio Carlos Queiroz Filho Profa. Dra. Gisele Girardi
Mato Grosso do Sul
Prof. Dr. Cláudio Benito de Oliveira Ferraz Profa. Dra. Flaviana Gasparotti Nunes
Rio Grande do Norte
Profa. Dra. Maria Helena Braga e Vaz da Costa
Santa Catarina Profa. Dra. Ana Maria Hoepers Preve
São Paulo
Prof. Dr. Wenceslao Machado de Oliveira Junior Profa. Dra. Valéria Cazetta
Financiamento 2012-2013 – CNPq 477376/2011-8
1. ENUNCIADO DO PROBLEMA
Este Projeto surge como perspectiva de adensamento das conversas, escritos e
pesquisas desenvolvidas nos últimos anos por vários pesquisadores da interface
Imagens, Geografia e Educação, que vem apontando a questão da linguagem como um
dos alinhavos (sem dúvida, tenso) entre estes três campos do conhecimento. Trata-se da
constituição/consolidação de uma rede de pesquisas por meio da integração de
laboratórios e grupos de pesquisas que compartilham idéias e posturas produzidas a
partir da crítica, instaurada nos meios científicos, decorrente da chamada crise
paradigmática, em grande medida associada à questão da linguagem.
Esta crise envolveu os cânones do pensamento científico nas últimas décadas,
afetando os referenciais teóricos e epistemológicos com os quais se entendiam a
organização discursiva do mesmo, assim como influenciou a própria prática de produção
da ciência em geral. Tal situação levou muitos intelectuais, pesquisadores e professores
dos centros universitários a buscarem abordagens capazes de entender esta condição de
crise, além de apontar para outras possibilidades de estudos e formas de compreender o
papel da linguagem científica no contexto de novas necessidades sociais.
Nosso posicionamento quanto à referenciada “questão paradigmática” parte das
idéias de Thomas Kuhn, no seu clássico e polêmico texto de 1962 “Estrutura das
Revoluções Científicas” (2003) e caminha na direção das idéias de Boaventura de Souza
Santos (1989, 2009), acerca do desgaste dos parâmetros epistemológicos, delineadores
do constructo científico moderno. Isto permite vislumbrar novas perspectivas, emergidas
da crise paradigmática, a indicarem outras possibilidades de como fazer e para que fazer
conhecimento científico na atualidade. Contudo, não se toma aqui a referida crise como
exclusiva do desgaste de um paradigma em si, mas sim em decorrência do aspecto
intrínseco aos condicionantes econômicos e políticos, tanto em suas necessidades quanto
em suas consequências socioambientais, que permitiram a ascensão e a posterior crise do
modelo clássico de se pensar e fazer ciência.
Diante dessa necessidade de se pensar por outras perspectivas o labor científico,
destacou-se para nós os referenciais, conceitos e idéias presentes nos estudos e obras de
Gilles Deleuze e Félix Guattari, notadamente quando articulam a crítica à tradição
metafísica do pensamento filosófico e científico, o qual se pauta na busca de identidades
conceituais e semelhanças entre os objetos/idéias para revelar uma única verdade. Ao
traçarem linhas de fuga frente a esse modelo de pensamento por representação, Deleuze
e Guattari articulam as potências do pensar de forma diferencial.
O que eles pontuam é a contingência de não reduzir a multiplicidade diferenciada
do mundo a um formato de re-cognição como analogia do real, pois insistir com esse
paradigma é perseverar no “sentido errado” do pensamento que, por vários métodos,
busca a verdade única da representação. [...]todas essas maneiras são as da representação, à qual a analogia vem dar um toque final, um fechamento específico como último elemento. Elas são o desenvolvimento do sentido errado que trai ao mesmo tempo a natureza da diferença[...] (DELEUZE, 2006b, p. 415).
Coloca-se, perante esse sentido errôneo da metafísica do pensar, a necessidade de
violentar tal forma restrita ao representar o mundo e buscar outras forças produtoras de
conhecimento e saber, um pensamento em que o “diferente se refere ao diferente por
meio da própria diferença” (ibidem, p. 385). Essa possibilidade advém da instauração
de um novo paradigma em que os planos dos pensares filosófico, artístico e científico,
apesar de distintos, estabeleçam intercessores e agenciamentos que viabilizem outras
maneiras de criar e enunciar os sentidos do/no mundo. É isso que Guattari, em acordo
com Deleuze, delineia como “novo paradigma estético”
O novo paradigma estético tem implicações ético-políticas porque quem fala em criação, fala em responsabilidade da instância criadora em relação à coisa criada, em inflexão de estados de coisas, em bifurcação para além de esquemas pré-estabelecidos [...]. Mas essa escolha ética não mais emana de uma enunciação transcendente, de um código de lei ou de um deus único e todo-poderoso. A própria gênese da enunciação encontra-se tomada pelo movimento de criação processual. Isto é bem nítido no caso da enunciação científica, que tem sempre uma cabeça múltipla (GUATTARI, 1992, p. 132).
A partir, portanto, dessa possibilidade de se instaurar outra perspectiva
paradigmática, notadamente como decorrência das várias pesquisas e ações que os
articuladores desse projeto tem desenvolvido, colocou-se a necessidade de relacionar
essa diversidade na direção de estabelecer elementos agenciadores que nos
territorializassem nesse caminho. Aí os aspectos da Cultura e, no contexto desta, da
Imagem se destacaram.
Relacionando os três eixos centrais da Rede aqui proposta – Imagem, Geografia,
Educação – na direção da justificativa e pertinência deste Projeto, temos que os estudos
sobre a Imagem tomaram proeminência a partir dos parâmetros social e econômico
atuais, referenciando a produção e as manifestações presentes no contexto da chamada
centralidade da Cultura. Estudos e publicações se multiplicaram ao longo da última
década do século passado que se dobram e se desdobram sobre a importância dos
elementos culturais nas mais diversas esferas das relações humanas.
Textos como os de David Harvey (1992) e Stuart Hall (1997) já discutiam o
aspecto central da Cultura na organização espacial da sociedade contemporânea. O
primeiro identificando os vários elementos culturais no delineamento da crise e das
potencialidades de reprodução do capitalismo; o segundo estabelecendo a dupla
centralidade da Cultura para os referenciais com que se interpreta o mundo atualmente,
ou seja, a “centralidade substantiva”, aquela que diz respeito ao local empírico onde as
relações culturais acontecem, e a “centralidade epistemológica”, que estabelece a
posição da cultura na produção do conhecimento do mundo.
Outro texto clássico a destacar a importância e complexidade do tema cultural
para a organização da sociedade contemporânea é o Local da Cultura (2010), de Homi
K. Bhabha, que teve sua primeira edição em 1998 e discute o sentido de identidade e
hibridismo como expressões da importância da Cultura na busca pelo sentido do lugar;
já George Yúdice (2004) atualiza esse debate ao delinear o caráter complexo e diverso
com que a Cultura é empregada, ou produzida, entre os meios e circuitos econômicos,
políticos, artísticos e midiáticos, tensionando as diferenças e usos nos mais diversos
locais e situações, sendo central para a leitura em aberto do mundo.
Ficando aqui apenas com esses quatro exemplos como forma de indicar a
variedade de leituras que tomam a Cultura, em sentido amplo, como de fundamental
importância para o entendimento das relações humanas na atualidade, podemos inferir
que a conseqüência disso é o cada vez maior número de estudos que priorizam a esta
questão. Contudo, nossa intenção com essa proposta de Rede não é priorizar o estudo
sobre os sentidos que o termo e as práticas culturais tomam; nosso objetivo é estabelecer
uma linha que congregue os diversos olhares e estudos a partir do fenômeno imagético
no interior do contexto cultural. É dentro desse universo cultural que destacamos a
Imagem como fator preponderante da organização e manifestação da vida social.
Visando delinear o contexto dos estudos sobre Imagem que mais nos afeta,
apresentamos sinteticamente os estudos desenvolvidos pelas várias áreas do
conhecimento científico nos últimos anos enquanto temáticas passíveis de intercessão
com a Geografia e o Ensino. Esses estudos apontam a dimensão cultural como
importantíssima para o entendimento das sociedades contemporâneas e, na esteira dessas
abordagens, a presença das imagens toma relevância no modo como pensamos e agimos,
no modo como imaginamos o espaço e configuramos a dimensão espacial de nossa
existência (MASSEY, 2008).
As abordagens sobre o papel da Imagem no mundo atualmente ocorrem nas
várias disciplinas, desde estudos linguísticos e semióticos (BARTHES, 1984;
PIETROFORTE, 2004; GREIMAS, 2002; ARGAN, 1992; GOMBRICH, 1995), na
Psicologia e Psicanálise (QUINET, 2002; KAPLAN, 1995; BUCCI e KEHLL, 2004;
LACOSTE, 1992; ZUSMAN, 1994), na Sociologia e Antropologia (KOURY, 2001;
FELDMAN-BIANCO e LEITE, 1998; MATINS, 2009; BOURDIEU, 1997; BUCCI,
1997; NOVAES et al., 2004), na Arquitetura e História (VIRILIO, 1994; CARNES,
1997; KOSSOY, 2002; MORETTIN, 2003; PAIVA, 2004). Os estudos sobre as várias
formas de manifestação imagética (Pintura, Fotografia, Desenho, Cinema etc.) também
adentraram à Filosofia (FOUCAULT, 1988; BENJAMIN, 1993; MERLEAU-PONTY,
1999; FLUSSER, 2002; DELEUZE, 2007; RIVERA, 2004; CABRERA 2006).
Contudo, o mais marcante no período atual, no que se refere às análises sobre a
questão da Imagem, são os estudos que visam estabelecer diálogos entre diferentes
ramos do saber. Os trabalhos desenvolvidos a partir do contato entre áreas oriundas da
crítica cultural, das mídias, da comunicação, do jornalismo, da literatura e das artes em
geral, permitem a troca de perspectivas e leituras, enriquecendo-se mutuamente e
ampliando o leque de possibilidades analíticas (VIERNE, 1994; HORGAN, 1998;
PINHEIRO, 1995).
Complementar e em decorrência dessa interação de olhares diferentes e fazeres
diversos, novos estudos e projetos tomam a Imagem como meio comum de diálogo para
se estabelecer novas metodologias de pesquisa, novos referenciais teóricos e novos
meios de se trabalhar com seus vários sentidos (AUMONT, 2004; THOMPSON, 2009;
AURÉLIO E LUCCHETTI, 1992/93; MACHADO, 1992/93; REIMÃO, 2003;
ARANTES, 2000; OLIVA e REZENDE, 2007; ALMEIDA, 2004; CAMARGO, 2008).
Caminhando para a esfera das pesquisas em Educação, vamos percebendo o
crescente aumento de análises que tomam as imagens como foco dos estudos. Uma
breve mirada nos trabalhos apresentados em vários Grupos de Trabalho (GTs) das
reuniões anuais da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Educação
(ANPEd) nos diz muito da ampliação desta preocupação nos pesquisadores vinculados a
este campo de conhecimento. Os estudos que relacionam Imagem e Educação,
notadamente no caso brasileiro, caminham por duas linhas complementares: por uma
perspectiva em que a Imagem é um agente de comunicação ou transmissão de
conteúdos, nesse sentido, os estudos sobre a Imagem estão geralmente vinculados às
chamadas práticas de ensino das diversas disciplinas escolares; ou então os estudos que
dão às imagens a ênfase de expressão e papel central nos processos e currículos
educativos, escolares ou não, delineando novas potencialidades e práticas para se pensar,
ler e exercitar habilidades outras (ALVES e SGARBI, 2001; AMORIM, 2004;
WUNDER, 2008; ANDRADE e DIAS, 2009).
Diante da atual diversidade de estudos sobre a Imagem, desenvolvidos por várias
linguagens científicas, artísticas, filosóficas e midiáticas, justifica-se a proposta deste
projeto a partir da abertura que ele estabelece no contexto do pensamento geográfico,
tanto em suas dobras no próprio campo da Geografia quanto em suas desdobras no
campo da Educação, ambas reverberações estando ligadas aos liames existentes entre as
imagens e as linguagens.
No campo da Geografia, desde fins do século XX tem se ampliado o volume de
pesquisas e trabalhos envolvendo as muitas linguagens nas quais o conhecimento
geográfico é produzido (MASSEY, 2008; COSGROVE e DANIELS, 1988; BARNES e
GREGORY, 1997; BESSE, 2006; BERQUE, 1998 etc.). A Geografia brasileira vem
acompanhando essas novas abordagens, principalmente por pesquisadores voltados às
vertentes mais recentes da Geografia Cultural e da Geografia Humanística (ALMEIDA e
RATTS, 2003; CORREA, 1997; MESQUITA e BRANDÃO, 1995; MARANDOLA e
GRATÃO, 2010), as quais também tomaram as imagens como fenômeno de interesse
geográfico, partindo do princípio de que elas atuam fortemente na atual partilha do
sensível (RANCIÈRE, 1995 e 2005), realizada também nas narrativas em imagens
acerca do mundo no qual vivemos.
Tanto imagens tradicionalmente utilizadas na Geografia - mapas, fotografias
aéreas, imagens de satélite - quanto outras menos comuns nos trabalhos geográficos -
desenhos, fotografias de detalhes de objetos e pessoas, pinturas, cinema, televisão -
passaram a ser objeto de estudo de profissionais e professores desse ramo do
conhecimento. Tais estudos em geral se dobram – e muitas vezes se gestam – em
contextos educativos diferenciados e diferenciadores.
No âmbito mais específico da relação Geografia-Educação-Imagem, a criação e
ampliação do Grupo de Trabalho “Diferentes Linguagens no Ensino de Geografia”, nos
Encontros Nacionais de Prática de Ensino de Geografia (ENPEGs) é um indicativo do
quanto esta preocupação tem mobilizado professores e pesquisadores, os quais se
dividem em duas grandes vertentes, segundo recente sistematização dos trabalhos
apresentados neste GT (OLIVEIRA JR e GIRARDI, 2011).
- Um grupo no qual estariam os trabalhos em que a preocupação maior é
com a comunicação/transmissão de algum conhecimento geográfico para outrem
– em regra, alunos. Neste primeiro grupo encontram-se dois terços dos trabalhos
apresentados nos últimos ENPEGs e, de maneira geral, os trabalhos que o
compõem foram produzidos por professores da Educação Básica ou alunos de
graduação em Geografia.
- Outro grupo no qual estariam os trabalhos voltados para com o
conhecimento geográfico produzido/construído em cada uma das linguagens
utilizadas nas obras da cultura. Neste segundo grupo encontram-se um terço dos
trabalhos apresentados nos últimos ENPEGs, mas nota-se um crescimento dele
nos Encontros mais recentes. De maneira geral, os trabalhos que compõem este
grupo foram produzidos por pesquisadores/professores que trabalham com
formação de professores em diversas universidades brasileiras (OLIVEIRA JR e
GIRARDI, 2011).
Estas pesquisas recentes, no campo mais restrito do ensino de Geografia e no
campo mais amplo da Educação, apontam duas grandes linhas, as quais serão seguidas e
mobilizadas pela Rede que este Projeto busca criar/potencializar, a saber:
- as políticas visuais e audiovisuais exercidas pelas imagens nos processos
de subjetivação e identificação existentes em nosso mundo contemporâneo;
- as poéticas visuais e audiovisuais virtualmente presentes nas imagens
para resistir a estas mesmas políticas e fazer deslizar o pensamento e os
processos de subjetivação e identificação para outras possibilidades, para além e
aquém daquelas disponibilizadas pelas estruturas massivas capitalísticas, sejam
elas as mídias ou as escolas ou outra qualquer.
De modo geral, inspirados no pensamento de Deleuze (1992, 2007) e Guattari
(1992), das obras produzidas conjuntamente pelos dois (1992; 1995) e de autores que
estão próximos deste pensamento (GODOY, 2008; MACHADO, 2010; PELLEJERO,
2009; SCHÖPKE, 2004;), entendemos como políticas visuais e audiovisuais aquelas que
buscam construir deliberadamente determinados sentidos às imagens e ao mundo – ao
espaço geográfico. Em regra, estes sentidos são reiterados, ratificados, uma vez que
estas políticas visam, sobretudo, manter certos saberes e poderes já existentes, tornando
somente certos pensamentos como possíveis, dificultando ou mesmo impedindo a deriva
do pensar as imagens, o espaço geográfico e o mundo em outras vertentes, mais
múltiplas e imprevisíveis.
O exemplo mais visível destas políticas pode ser encontrado nas imagens que
compõem os livros didáticos de Geografia – e também de outras disciplinas escolares.
As imagens, notadamente fotografias e mapas, são aí localizadas apenas em seu sentido
informativo, de verdade visual acerca do espaço geográfico, levando os alunos a
tomarem fotos e mapas como sendo a própria realidade espacial. As imagens, neste caso,
são descoladas das linguagens nas quais ganharam existência – a linguagem fotográfica
e a linguagem cartográfica – fazendo com que somente o sentido de evidência visual ou
representacional, respectivamente, seja dado às fotos e mapas ali presentes.
Oblitera-se, por exemplo, às fotos e mapas o sentido de obras da cultura
provenientes de linguagens que se constituem no próprio jogo social e que têm como
potencialidade apresentar o mundo de determinadas maneiras, uma delas sendo aquela
que aparece no livro didático. Em outras palavras, se fotos e mapas podem assumir o
sentido de representação do real, de representação do espaço geográfico, podem também
deslocar-se deste sentido na direção do pólo oposto ao da realidade, fazendo-se obras
imaginantes, inventivas de outros mundos que não aquele que lhes reserva apenas o
sentido de fonte, de prova visual da existência de algo.
O movimento realizado nos parágrafos anteriores é, em certa medida, o de fazer
deslizar as imagens do lugar estável de participante de uma política para o lugar instável
e aberto de potência de múltiplas poéticas. É este o movimento pretendido na Rede
Imagens, Geografias e Educação, cuja contribuição é tanto apontar a participação das
imagens na construção e veiculação das políticas (do pensamento) acerca do espaço
geográfico quanto apontar obras em imagens que abrem fissuras nestas políticas fazendo
o espaço geográfico – e o pensamento sobre este – tornar-se outro de si mesmo,
dobrando sobre si poéticas que o fazem ser (pensado) potencialmente inusitado, novo,
aberto a outros possíveis (DELEUZE, 2006b; PELLEJERO, 2009) pensares, espaços,
geografias, educações.
Podemos dizer, então, que se na conversa com a Ciência nos aproximamos das
considerações de Boaventura de Souza Santos (como explicitado no início deste
Projeto), na conversa com a Educação nos achegamos das questões curriculares postas
por autores como Ivor Goodson (2001; 2007), Tomáz Tadeu de Souza (1999), Paulo
Sgarbi (2006) Antonio Carlos Amorim (2004) entre outros, que apontam a falência dos
currículos prescritos e prescritivos no contexto da sociedade da informação e da
multiculturalidade para estabelecer vínculos e percursos educativos para crianças e
jovens que criam redes e saberes aleatórios, descontínuos, fragmentados, muito mais
pautados nas intensidades de cada acontecimento, de cada experiência, que nas
generalidades do saber escolar estabelecido.
Pelo quadro ainda diverso e fracionado dos estudos geográficos sobre os
aspectos científicos e artísticos da Imagem, tanto na formação de conhecimento quanto
de valorização da dinâmica espacial, entendemos que o projeto aqui proposto seja um
passo necessário nas aproximações profícuas entre a Geografia e os demais ramos do
conhecimento que focam a relação ensino/pesquisa sobre/com a Imagem.
1.1. Histórico do processo de organização dos grupos envolvidos no projeto
Desde fins da década de 1980, as discussões em torno da produção do
conhecimento geográfico passaram a sofrer influências mais constantes dos novos
referenciais e perspectivas, os quais permeavam as análises críticas quanto aos cânones e
paradigmas hegemonicamente referenciados nos vários ramos científicos.
No caso da Geografia brasileira, alguns aspectos se destacaram mais nesse
processo de revisão e crítica paradigmática. As revisões e releituras dos pressupostos
marxistas, de forte presença no discurso da chamada Geografia Crítica; a introdução de
perspectivas oriundas da Fenomenologia, notadamente a de cunho husserliana e
merleau-pontyana; o resgate da chamada Geografia Cultural e Humanística,
principalmente na última década do Século XX. Essas três perspectivas levaram à
ampliação de leques de estudos geográficos e de abordagens metodológicas, e é este o
contexto no qual este projeto se estabelece.
Temas, idéias e abordagens se diversificaram para que a Geografia pudesse
superar o impasse da crise de seus referenciais e função social, crise explicitada a partir
dos anos 1970, ao mesmo tempo em que ansiava por contribuir para um melhor
entendimento das condições espaciais que estavam se desenrolando na sociedade
brasileira e mundial.
Desta feita, ao longo da última década do Século XX, vários geógrafos e
professores de Geografia começaram a estabelecer certa identificação temática e de
críticas comuns. Por meio dos Encontros Nacionais de Prática de Ensino de Geografia,
nos Encontros Nacionais de Geógrafos e nos de Ensino de Geografia, denominados
“Fala Professor!”, os contatos iam se fortalecendo. A proximidade de suas
preocupações, expressas nos temas de pesquisas apresentadas, assim como a busca
comum por referenciais metodológicos mais amplos para dar conta de seus objetos e
objetivos, levaram a contatos cada vez mais constantes. Começaram a participar ou a
organizar coletivamente mesas redondas, comunicações coordenadas ou outras formas
de apresentação e debate de suas pesquisas e práticas educativas, tendo como foco
estudos voltados ao diálogo com outros veículos informativos e instâncias produtoras de
conhecimento, objetivando a construção de saberes atinentes à dimensão espacial das
pessoas e das sociedades.
As publicações nos anais desses Encontros e dispersas por livros e periódicos dos
campos da Geografia e da Educação foram se fazendo mais constantes e criando uma
articulação e interpenetração dos estudos e escritos de uns nos estudos e escritos dos
outros.
Com o amadurecimento coletivo dessas idéias e perspectivas, vários dos
envolvidos deram um passo na direção de sistematizar esses estudos em Grupos de
Pesquisas e Laboratórios de Estudos vinculados às instituições em que trabalham. Esses
grupos permitiram uma verticalização das pesquisas, assim como uma ampliação
horizontal das mesmas por meio de incorporação de novos pesquisadores e estudantes
interessados no temário. Dessa feita, ao longo da última década do século XX e da
primeira década do século XXI alguns grupos se estabeleceram.
OLHO: Laboratório de Estudos Audiovisuais, vinculado à Faculdade de Educação da
Unicamp, Campinas (SP). Criado em 1994, integra estudantes e pesquisadores de
diferentes áreas do conhecimento envolvidos com a problemática da Educação e as
Imagens. Os estudos nele desenvolvidos trazem pistas para entendermos as múltiplas
maneiras como as Imagens têm participado cada vez mais ativamente dos processos de
pensamento e subjetivação das sociedades contemporâneas. No interior do grupo há,
desde 2002, a linha “Cultura visual e espaço”, na qual os temas geográficos estão
adensados nas pesquisas em que estudos e escritos realizam burilamentos de diversos
conceitos geográficos a partir de miradas pouco habituais, como o de escala a partir dos
estudos do cinema, o de lugar a partir de estudos das narrativas fotográficas.
Pesquisadores participantes neste Projeto: Prof. Dr. Wenceslao Machado de Oliveira Jr
[Faculdade de Educação/UNICAMP]; Profa. Dra. Valéria Cazetta [EACH-USP]; Prof.
Dr. Henrique Zoqui Martins Parra [Departamento de Sociologia/UNIFESP]
GPLG: Grupo de Pesquisa Linguagens Geográficas, vinculado ao Departamento de
Educação da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UNESP de Presidente Prudente
(SP). Criado em 2007 envolve alunos da graduação em Geografia e Pedagogia da
FCT/UNESP, assim como professores e alunos da Pós-Graduação em Geografia da
Universidade Federal da Grande Dourados (MS). Sua temática é aprofundar o diálogo
entre o discurso científico da Geografia com as abordagens artísticas que possuem na
palavra e na imagem seus meios fundamentais, notadamente a Literatura, a Fotografia e
o Cinema, visando ampliar os conceitos estruturadores dos estudos geográficos a partir
de uma análise de como são trabalhados nessas outras linguagens.
Pesquisadores participantes neste Projeto: Prof. Dr. Claudio Benito Oliveira Ferraz
[Departamento de Educação/UNESP-Presidente Prudente e UFGD]; Prof. Dr. Jones Dari
Goettert [Departamento de Geografia/UFGD]; Profa. Dra. Flaviana Gasparotti Nunes
[Departamento de Geografia/UFGD]
Grupo de Pesquisa Linguagens da Cena: Imagem, Cultura e Representação:
O Grupo desenvolve pesquisa na área das Artes Visuais e Cênicas e é único na
especificidade de suas linhas de pesquisa no âmbito do Departamento de Artes e da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). As linhas de pesquisa incluem:
Cultura Visual e Espaço; Cinema, Teatro e Gênero; Espetacularidade e Poéticas da Pós-
Modernidade. As pesquisas e produções do Grupo cruzam temáticas e escrituras dentro
das poéticas e imagens da cena, entre elas: cultura visual, espaço, cinema, teatro, gênero,
espetacularidade e performatividade com ênfase nos contextos moderno e pós-moderno.
O foco dos diálogos é a discussão entre as teorias e as práticas cênicas em contextos
estéticos e culturais díspares. A produção científica do Grupo vem sendo regularmente
divulgada sob a forma de capítulos de livros, artigos, apresentação em congressos
nacionais e internacionais, produções artísticas e de instrumentos de pesquisa.
Pesquisadora participante neste Projeto: Profa. Dra. Maria Helena Braga e Vaz da Costa
[Departamento de Artes//UFRN]
POESI – Grupo Políticas Espaciais das Imagens: POESI - Política Espacial das
Imagens, vinculado ao Departamento de Geografia da Universidade Federal do Espírito
Santo, é um grupo de pesquisa que nasce com a proposta de contribuir para o
aprofundamento das discussões sobre imagem e espaço, e seus desdobramentos na
produção de novos pensamentos e práticas espaciais a serem investigados pela geografia
contemporânea. Para sistematizar seu campo de atuação, ele foi organizado a partir de
duas linhas de pesquisa: Imagem, Cultura e Espaço, cujo escopo é refletir
sobre as categorias geográficas de Espaço, Território, Paisagem e Lugar, a partir de um
contexto de mundo em que se observa uma dada centralidade e intensidade com que
vêm se consolidando práticas discursivas e sociais mediadas pela visualidade, a saber,
imagens da tevê, do cinema e da fotografia; e Linguagens Geográficas, que objetiva
estudar linguagens cartográfica e audiovisual com o propósito de pensar possibilidades
metodológicas para pesquisas com Imagens na Geografia. Sediado no Laboratório de
Cartografia Geográfica e Geotecnologias, o grupo incorpora, atualmente, dois projetos
de pesquisa: Produção do pensamento acerca do espaço geográfico a partir das imagens:
potencialidades e limites da cartografia e Política espacial das imagens: práticas sociais e
discursivas na geografia contemporânea.
Pesquisadores participantes neste Projeto: Profa. Dra. Gisele Girardi [Departamento de
Geografia/UFES]; Prof. Dr. Antônio Carlos Queiroz do Ó Filho [Departamento de
Geografia//UFES]
IMAGO: Grupo de Pesquisa em Cultura Visual, Espaço, Memória e Ensino, é
vinculado à Universidade Regional do Cariri-URCA e tem natureza interdisciplinar,
agregando pesquisadores, docentes e alunos das diversas áreas das Humanidades, dentre
elas, Geografia, História, Educação, Comunicação audiovisual (Cinema), Artes,
Arquitetura e Ciências Sociais (Antropologia). Iniciou suas atividades em abril de 2006
e estuda as bases epistemológicas da Modernidade, tendo a imagem e/ou cultura visual
como temática preferente. Também desenvolve produção audiovisual com equipamentos
para capturas de imagem e som, e de edição de vídeo. O núcleo de produção audiovisual
do Imago está localizado no Laboratório de Estudos e Pesquisas em Espaço Urbano e
Cultura – LEPEUC, vinculado ao Departamento de Geociências da URCA.
Pesquisadores participantes neste Projeto: Prof. Dr. Jorn Seemann [Departamento de Geografia/URCA]; Prof. Ms. Glauco Vieira Fernandes [Departamento de Geografia/URCA]
IMAGEAR: Grupo de Estudos em Espaçamentos na Cidade: Sediado na
Universidade do Estado de Santa Catarina, no Departamento de Geografia
(FAED/UDESC). O grupo, constituído recentemente, conta com alunos do curso de
Geografia e professores da UDESC e alunos e um professor do Colégio de Aplicação da
Universidade Federal de Santa Catarina-UFSC. A perspectiva de atuação no trabalho
com as imagens segue os rastros das pesquisas sobre o deslizamento das imagens do seu
lugar de estabilidade – tal qual aparece em livros didáticos, como ilustração de um
determinado conteúdo geográfico – para um lugar de instabilidade onde as variações e
invenções imagéticas possam mostrar os modos pelos quais cada um pode inventar
espaços novos no espaço dado. As noções daí derivadas constituem um campo para os
estudos que colocam sob suspeita o poder de representação dos mapas oficiais e das
demais imagens utilizadas na geografia escolar. Nesse sentido, os interesses passam pelo
estudo do espaço como uma imbricação de trajetórias, marcado pela multiplicidade
(MASSEY, 2008) e pelos estudos da subjetividade (GUATTARI, 1992). O grupo
trabalhará com a produção de imagens e o seu posterior estudo sobre a importância delas
na elaboração de novos espaços na cidade. O processo pelo qual são geradas as imagens
aqui estudadas resulta de uma perspectiva de trabalho em educação com oficinas
(PREVE, 2010 e CORRÊA, 2000).
Pesquisadoras participantes neste Projeto: Profa. Dra. Ana Maria Hoepers Preve
[Departamento de Geografia/UDESC]; Profa. Ms. Karen Christine Rechia [Colégio de
Aplicação/UFSC]; Profa. Ms. Karina Rousseng Dal Pont [Departamento de
Educação/UDESC]
A partir da institucionalização organizativa desses conjuntos de pesquisas,
percebeu-se que dois aspectos se destacavam na criação de interfaces entre estes grupos.
O primeiro é o vínculo das várias pesquisas em relação ao sentido mais amplo de
Educação. A questão educacional tomada não exclusivamente em sua vertente escolar
ou escolarizada, mas, também, a partir de sua dimensão educativa presente nas obras da
cultura, elegendo tais obras como parte de múltiplos processos de educação visual da
memória socialmente configurada (ALMEIDA, 1999a, 1999b; YATES, 2007).
Tal vínculo entre a educação e as pesquisas desenvolvidas nos grupos acima
citados não necessariamente se deu centrado na explicitação da questão do ensino nos
estudos realizados, nem por ter a instância física da escola como local de escrutínio e
trabalho de campo. Boa parte das pesquisas realizadas pelo conjunto de grupos aqui
relacionado visou e visa não separar as preocupações relativas às novas abordagens e
perspectivas científicas com a pertinência dessas reflexões, assim como seus produtos,
com os vários aspectos que envolvem práticas educativas formais, notadamente a
relação ensino/aprendizagem.
O segundo elemento aglutinador do rol de pesquisas realizadas refere-se à
questão da Imagem. Este elemento acabou por interacionar as observações e desafios,
expressas nas pesquisas realizadas pelos diferentes grupos, na direção de tentar elaborar
referenciais de leitura e entendimento da participação das imagens, provenientes por sua
vez de diversas linguagens, muitas vezes híbridas, na construção e problematização do
pensamento espacial contemporâneo.
Diante disso, os pesquisadores, que de longa data vinham se encontrando e
trocando experiências e referenciais, passaram a cogitar a pertinência de se criar um
espaço específico em que essas pesquisas, idéias e intenções fossem apresentadas e
melhor analisadas. Paralelo a isto, percebeu-se a necessidade de estreitar laços com
pesquisadores estrangeiros que pudessem contribuir para esse coletivo, assim como
propiciar novas e ricas trocas com outros centros de estudos sobre a Imagem em suas
interfaces com a Geografia.
Partindo de tal pressuposto, no ano de 2009 esse coletivo produziu o dossiê “A
Educação pelas Imagens e suas Geografias”, publicado na Revista Pro-posições
(disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_issuetoc&pid=0103-
730720090003&lng=pt&nrm=iso), o qual se desdobrou no Iº Colóquio Internacional “A
Educação pelas Imagens e suas Geografias”, contando com a participação de professores
e pesquisadores brasileiros e estrangeiros.
O Colóquio foi realizado na Faculdade de Educação da Unicamp entre os dias 9 e
11 de novembro de 2009 (http://www.fe.unicamp.br/geoimagens), como evento de lançamento
do dossiê, e reuniu cerca de 80 inscritos de diversas regiões do país. Os trabalhos nele
apresentados deram origem a um segundo dossiê, “Imagens, Geografias e Educação”,
publicado em junho de 2010 na Revista Educação: Temática Digital, sendo acrescido
por 3 artigos encomendados a pesquisadores estrangeiros (www.fe.unicamp.br/etd).
Esses evento e publicações permitiram uma melhor análise das diversas
pesquisas e atividades realizadas pelos participantes, estabelecendo referenciais mais
próximos de identificações teóricas e posturas temáticas, notadamente pela possibilidade
de diálogo ocorrido entre os pesquisadores envolvidos.
Percebeu-se, diante da maturidade dos debates e pesquisas apresentadas, a
necessidade de se dar mais um passo rumo a interação entre seus participantes,
permitindo assim uma maior troca entre eles e, consequentemente, um enriquecimento
teórico e metodológico dos estudos geográficos no que se refere tanto ao pensamento
acerca do espaço geográfico quanto do pensamento acerca das imagens que o
configuram, sejam elas fotografias, mapas, filmes, histórias em quadrinhos, desenhos,
charges etc.
Tal avaliação desembocou na necessidade de se desenvolver este Projeto
Temático que tem a questão da Imagem como delimitadora das atividades de estudos, no
sentido de uma leitura mais rica dos processos de produção de identidade e de
estranhamento territoriais atualmente elaborados, vivenciados e estudados, nos diversos
locais em que os grupos de pesquisas e laboratórios aqui apresentados desenvolvem seus
estudos e trabalhos.
1.2. Elementos consubstanciadores de um diálogo entre preocupações teóricas
comuns
A intenção maior de formalizar esta Rede de pesquisas e pesquisadores em torno
de um Projeto Temático é a de potencializar o caminho já traçado há alguns anos, o qual
aponta para proliferações interessantes no pensamento geográfico, de maneira a se tomar
as imagens como produtoras – mediadoras, criadoras... – deste pensamento acerca do
espaço geográfico contemporâneo e, portanto, participantes centrais na manutenção ou
criação de imaginações espaciais as quais têm, segundo Doreen Massey (2008),
implicações políticas centrais em nosso modo de viver e agir. Desta forma, e assumindo
o combate proposto por esta autora, podemos dizer que estamos interessados... em como poderíamos imaginar espaços para estes tempos, como poderíamos buscar uma imaginação alternativa. Penso que o que é
necessário é arrancar o ‘espaço’ daquela constelação de conceitos em que ele tem sido, tão indiscutivelmente, tão frequentemente, envolvido (estase, fechamento, representação) e estabelecê-lo dentro de outro conjunto de idéias (heterogeneidade, relacionalidade, coetaneidade... caráter vívido, sem dúvida) onde seja liberada uma paisagem política mais desafiadora (MASSEY, 2008, p. 34-35).
Em outras palavras, buscamos atuar de modo a arrancar o espaço geográfico
desta imobilidade gerada pela concepção de coisa fixa, representável, de modo a fazê-lo
novamente potente como agente político das negociações de como pensar e agir no
mundo em busca de devires mais justos e abertos para a multiplicidade de estórias-até-
aqui de que nos fala Doreen Massey (2008): de cada local, de cada região, de cada grupo
social, de cada rocha, de cada cidade em suas articulações e desarticulações com as
outras trajetórias que atravessam cada uma destas estórias-até-aqui, fazendo-as sempre
em aberto.
Apesar da diversidade de linguagens imagéticas abordadas, assim como temas e
objetos de pesquisas trabalhados pelos diferentes membros da Rede, além do fato dessas
pesquisas serem frutos de locais os mais diversos, o conjunto das mesmas possui
elementos consubstanciadores de um diálogo entre preocupações teóricas comuns. Esses
questionamentos próximos permitem aprofundar o melhor entendimento de suas
similitudes epistemológicas, enquanto discurso geográfico focado na Imagem, ao mesmo
tempo apontar limites e possibilidades de aportes teóricos distintos.
O trabalho desenvolvido por Girardi (2009), sobre o processo de elaboração
científica da representação cartográfica, frente à produção ou recriação dos mecanismos
de localização e orientação por parte de alunos e comunidades, situa uma tensão entre o
desejo do cartógrafo, em seu rigor de precisão matemática, e os mapas desejantes que as
relações humanas elaboram. Tal tensão leva a mesma afirmar:
O deslocamento para os sentidos que o mapa ganha quando se autonomiza e circula faz emergir uma produção de pensamento sobre o espaço e, em muitas situações, apagamentos. Apagamentos de partes da geografia real, de dimensões de vidas em produção e em relação (GIRARDI, 2009, p. 156).
Há aí uma indicação sobre a linguagem cartográfica ser desterritorializada em
seus parâmetros estritamente matemáticos para apontar, e dar nova reterritorialidade, aos
diversos sentidos de relações espaciais, produzidos a partir do pensar a terra, mas não
separando o sujeito pensante do objeto pensado, pois o que ocorre é uma relação de
constante reterritorialidade/desterritorialidade em que o pensar se dá no acontecer da
relação terra/território.
Pensar não é um fio estendido entre um sujeito e um objeto, nem uma revolução de um em torno do outro. Pensar se faz na relação entre o território e a terra [...] A terra não é um elemento entre os outros, ele reúne todos os elementos num mesmo abraço, mas se serve de um ou outro para desterritorializar o território [...] São dois componentes, o território e a terra, com duas zonas de indiscernibilidade, a desterritorialização (do território à terra) e a reterritorialização (da terra ao território). Não se pode dizer qual o primeiro (DELEUZE e GUATTARI, 1992, p. 113).
Essa relação entre o pensar e representar a terra a partir da condição do ser
pensante estar mergulhada nas condições em que a vida se territorializa e, ao mesmo
tempo, se estranha, se desterritorializa, é um demarcador instigante para se aprofundar as
leituras geográficas outras a partir desse elemento imagético, qual seja, o mapa.
Tal possibilidade de diálogo, na direção de elaborar referenciais conceituais mais
ricos e dinâmicos, é o que notamos nas pesquisas de Ferraz (2002) e Seemann (2009).
Ambos, por caminhos diferentes, tentam estabelecer diálogos entre conceitos centrais do
discurso científico com as imagens pintadas. O primeiro, visando pensar a elaboração de
linguagens geográficas por meio de outra concepção de ciência; já o segundo, através
das novas perspectivas metodológicas apresentadas pela Geografia Cultural. Seus
caminhos se cruzam ao colocarem os conceitos geográficos frente ao sentido imagético
das geografias, apresentadas por meio das obras de pintores famosos. Vejamos o que
Seemann pontua com suas análises a partir do quadro “O Geógrafo”, de Vermeer de
Delft.
O significado original pode perder-se no decorrer do tempo, mas isso não invalida as nossas ponderações. De forma semelhante às iniciativas dos geógrafos de desconstruir os mapas, as obras de arte também podem ser re-significadas como “meios de encontrar e depois criar novo projetos, efetivamente reformulando o que já existe” [...] A leitura das imagens implica significados múltiplos, e não verdades absolutas (SEEMANN, 2009, p. 57-58).
Tal maneira de colocar a necessidade, assim como a pertinência, do discurso
científico dialogar e ler imagens artísticas, não de forma a visar verdades absolutas, a
partir da crença no desvendar a realidade objetiva e transcendental ao homem, mas sim
contribuir para o homem melhor se entender e se localizar/orientar no mundo, é o que
encontramos também nos estudos de Ferraz.
Nesse ponto que se pode entender melhor o sentido da afirmação da fala de Cézanne: “sou a consciência da paisagem”. Ao se fundamentar o sentido de espaço na existência humana, identificando o espaço exterior (o mundo enquanto corpo) com o espaço do corpo (o homem) a partir do agir humano no mundo, coloca-se o entendimento que o olhar do homem deve se abrir para o mundo, experimentando-o juntamente com os outros sentidos humanos, de forma que esse olhar intervenha, selecione e capte os elementos que o pensar humano conseguiu identificar (ver, sentir e denominar) e que potencialmente poderão tornar-se visíveis, fazendo da paisagem observada uma construção humana, daquilo que está visível e daquilo que poderia estar ou poderá estar ou já esteve (FERRAZ, 2002, p. 210).
Tais formas de entender esse diálogo entre Ciência e Arte, objetivando algo não
mais restrito a uma essência estranha às relações humanas, é o que se apresenta nas
discussões de Gilles Deleuze quando este pergunta como pode se dar esse contato entre
ramos do saber que possuem objetivos e meios diferentes, somando a esse par,
Ciência/Arte, aquilo que é de sua performance, a Filosofia.
O verdadeiro objeto da ciência é criar funções, o verdadeiro objeto da arte é criar agregados sensíveis e o objeto da filosofia, criar conceitos [...] como é possível que um conceito, um agregado e uma função se encontrem? [...] Assim, a filosofia, a arte e a ciência entram em relações de ressonância mútua e em relações de troca, mas a cada vez por razões intrínsecas. É em função de sua evolução própria que elas percutem uma na outra [...] O essencial são os intercessores. A criação são os intercessores [...] Não existe verdade que não ‘falseie’ idéias preestabelecidas [...] Essas potências do falso é que vão produzir o verdadeiro, é isso os intercessores...(DELEUZE, 1992, p. 156-157).
As idéias de Deleuze apontam, portanto, que a possibilidade de se produzir a
verdade está na relação direta com os elementos que falseiam o ler/viver o mundo, que
escondem e se silenciam perante as instâncias do conhecimento; isso ocorre tanto para
os elementos conceituais da Filosofia, como com os agregados de sensíveis da arte e
para as funções dos discursos científicos. Quanto a esse último, o discurso da Ciência,
perante seus limites inerentes, precisa, a partir de suas próprias carências e necessidades,
elaborar intercessores de contato entre o conhecimento científico com o saber artístico.
Entender esses mecanismos e construir seus intercessores que viabilizem às
palavras funcionais do discurso científico ampliar os aspectos de leitura do mundo, a
partir de um melhor e maior relacionamento com as imagens, são passos fundamentais
para a Geografia atualmente.
Dando prosseguimento a essas aproximações, citamos aos estudos feitos por
Cazetta (2009) quando, a partir da pretensa objetividade técnica dos equipamentos e
registros de fotos aéreas, referentes às imagens da Terra, a autora acaba por questionar o
sentido de realidade presente nas mesmas.
Embora tecida sob a aura da objetividade técnica, a realidade, vista verticalmente em cada uma das quatro fotografias, apresenta-se de maneira plural, possibilitando-nos afirmar que os referidos enquadramentos fotográficos deixam de ser a expressão única da verdade e da realidade. Desse modo, desnaturaliza-se a existência de uma dada Realidade e Verdade (territorial) em defesa do pronunciamento de outras vozes sobre como melhor compreender o território e suas gentes. (CAZETTA, 2009, p. 85).
Cazetta está aludindo que as fotografias aéreas, por mais que sejam produtos de
elementos técnicos precisos, são interpretadas pelos seres humanos, os quais, a partir da
sensibilidade corporal, recriam os aspectos aparentemente objetivos da representação
aerofotográfica. A tendência, a partir da base matemática e do rigor das ferramentas e
meios empregados no registro de fotos aéreas, é tomar as imagens ali presentes como
representações que transcendem as formas subjetivas das leituras humanas e, portanto,
passam com precisão a univocidade da realidade objetiva, decorrência de um espaço
cujo sentido independe do ser humano, como se o espaço, e sua reprodução na imagem
fotográfica, não prescindissem do sentido corporal daqueles que pensam/vivem
humanamente esta espacialidade.
Na verdade, a observação de Cazetta indica a relação imanente entre
corpo/espaço a partir dos mecanismos de Agenciamento de Enunciações, os quais
permitem, pelo contexto das condições corpóreas efetivadas, elaborar os sentidos de
entendimento presentes/ocultos na imagem do arranjo espacial lido/vivido. Essas idéias
são assim apresentadas por Félix Guattari:
A abordagem fenomenológica do espaço e do corpo vivido mostra-nos seu caráter de inseparabilidade [...] Quando dirijo um carro, minha atração pelo espaço frontal equivale a colocar entre parênteses meu esquema corporal, deixando de lado a visão e os membros que se acham em posição de sujeição cibernética à máquina automobilística e aos sistemas de sinalização emitidos pelo meio rodoviário [...] Ainda aí um outro Agenciamento de enunciação desencadeia outras modalidades de espacialização e de corporalidade [...] Tantos espaços,
então, quantos forem os modos de semiotização e de subjetivação [...] O alcance dos espaços construídos vai então bem além de suas estruturas visíveis e funcionais (GUATTARI, 1992, p. 153-158).
As leituras das imagens, portanto, não são independentes das condições espaço-
corpóreas em que os seres humanos produzem suas existências. Essa inseparabilidade
repudia o sentido de uma realidade absoluta, transcendental ao homem, fruto de um
espaço newtoniano puro, mas sim delineia espacialidades outras em acordo com os
Agenciamentos de Enunciação, os quais permitem estabelecer as formas mais
apropriadas para se orientar/localizar a partir da imanência de onde seu corpo espacializa
o arranjo territorial em que a vida acontece.
Dando prosseguimento a essas relações, os estudos sobre as imagens
cinematográficas realizadas por Costa (1995, 2009) indicam o aspecto do espaço fílmico
como portador de força representativa, capaz de estabelecer sentidos de leituras do
espaço urbano a partir de suas condições próprias de organização enunciativa.
Mais especificamente, a “geograficidade” da representação fílmica, nesse caso, considera a construção de uma “geografia” em que os mais variados formatos de diferenças, fragmentações, pluralidade e conflitos entram em ação no espaço fílmico para representar, em um determinado formato estético, a sociedade urbana contemporânea e as mais diversas formas de transgressão que acontecem em seu contexto (COSTA, 2009, p. 115).
Ao destacar a geograficidade presente nas imagens fílmicas, Costa deixa
entrever a possibilidade de leitura das imagens apresentadas a partir das condições
espaciais em que a vida se dá, portanto, o que o filme permite é um “agenciamento de
singularidades desejantes”, o qual pode ser potencializado em ações que se anteponham
às singularidades dominantes (GUATTARI, 1992, p. 30). Tal possibilidade, e aí está o
mais interessante, só se instaura por meio de outra postura de estudo geográfico, aquela
não reduzida à dicotomização física e humana. Uma Geografia que tenha na
subjetividade do imagético, como ocorre na elaboração de dada paisagem, a referência
que a instrumentalize nas leituras geográficas das tramas fílmicas, superando assim as
armadilhas historicamente consolidadas das análises retilíneas das relações sociais como
uma sequência de causa e efeito.
A geografia não se contenta em fornecer uma matéria e lugares variáveis para a forma histórica. Ela não é somente física e humana, mas mental, como a paisagem. Ela arranca a história do culto da
necessidade, para fazer valer a irredutibilidade da contingência...enfim, ela arranca a história de si mesma, para descobrir os devires...(DELEUZE e GUATTARI, 1992, p. 125).
Pelas palavras de Deleuze e Guattari percebe-se que o sentido de Geografia se
amplia, vai além dos que os geógrafos hegemonicamente entendem a partir dos estudos
e pesquisas acadêmicas, ou da reprodução desse entendimento a partir da simplificação
didática em sala de aula. As observações desses dois pensadores, e a interação dessas
nos trabalhos desenvolvidos por Costa, delineiam uma Geografia voltada à imanência
espacial da vida humana, daí não se dividir em especializações, mas integrar-se no
próprio acontecer dos lugares e suas formas paisagísticas.
A partir, portanto, da leitura geográfica dos aspectos subjetivos e imagéticos,
pode-se potencializar a produção de conhecimentos/subjetividades, arrancando assim a
“história do culto da necessidade” de sobrevivência imediata, em meio a um arranjo
territorial estranho à vida; vislumbram-se outros devires, outras espacialidades e
condições de vida, formas outras de transgressão do óbvio. Isso significa outras
possibilidades de se conceber e fazer Geografia, para além das dicotomias que
aprisionam o pensar/agir atual.
Nesse sentido, caminhamos ao encontro das idéias de Oliveira Jr. (2009),
quando, ao falar das possibilidades de geografias menores, a partir desse debruçar sobre
as imagens, acaba por estabelecer o vínculo possível com outras leituras geográficas das
tramas espaciais, para além dos discursos macroanalíticos.
Todas essas derivas buscam apontar devires possíveis ao pensamento geográfico a partir da potência que a mirada sobre as imagens traz até ele, atravessando-o com novas possibilidades de criação; com um punhado de geografias menores que brotam das colisões, dos embates e das aproximações entre os estudos que apontam a forte presença de uma educação pelas imagens nos dias atuais e os pensamentos acerca do espaço geográfico que surgem dela (OLIVEIRA JR, 2009, p. 27).
Com as idéias de Oliveira Jr. vamos amarrando as aproximações possíveis entre
as diversas abordagens e linguagens trabalhadas pelos vários pesquisadores e centros de
pesquisas envolvidos nesse projeto, assim como entre esses discursos e os referenciais
elaborados por Félix Guattari e Gilles Deleuze.
O pensamento desses dois filósofos acerca da potência existente na mobilização
de conceitos e imagens nos permitiu entender os sentidos das imagens na proliferação de
geografias menores, que ampliem a intensidade dos conceitos e práticas da geografia
maior, lembrando sempre que não há oposição entre estas duas dimensões do
conhecimento geográfico, mas sim tensões, reenquadramentos, fissuras.
O conceito de menor presente na obra de Deleuze e Guattari (2003) é
desenvolvido a partir do estabelecimento de intercessores com a literatura, mas como
todo pensamento desses autores, deriva do lugar de origem, se desterritorializa e agencia
outras potencias do pensar; tal procedimento é o que levou a outros autores (GODOY,
2008; PELLEJERO, 2009 ; GALLO, 2008) abordar essa relação do menor com o maior
a partir da Educação, instigando a abertura do pensamento para outros devires que não
os já estabelecidos nos continentes atuais (GODOY, 2008). Assim, abriu-se para a
Geografia, notadamente em sua face escolar, a potência para a perspectiva das
“geografias menores”.
Geografias menores, por este entendimento, são resultantes de um processo de
pensamento em “experimentação ativa: não se sabe de antemão aonde se vai chegar,
tampouco quais encontros se darão pelo caminho” (GODOY, 2008, p. 52). Toma-se a
geografia maior como material de invenção, fazendo-a bifurcar e variar continuamente
numa deriva generalizada, na qual conceitos e noções já presentes na tradição da
geografia maior sejam “estressados” a partir das imagens de modo a fazê-los funcionar
de outras maneiras ao analisar/observar algumas facetas da dimensão espacial
contemporânea. Em grande medida, a potência destas geografias menores para fazer
derivar os pensamentos acerca do espaço geográfico se dá por terem vindo de fora da
geografia maior, produzindo, nesta última, arranjos novos, inusitados.
Portanto, a possibilidade de geografias menores se realizarem enquanto
pensamento do corpo/espaço só será possível como conhecimento que acontece na
relação direta ensino/pesquisa, enquanto experiência no interior micropolítico das
escritas, das pesquisas com as imagens, seja em obras da cultura mais ampla, seja em
obras da cultura escolar. Nesse sentido, Gallo (2008) ao falar das possibilidades de uma
educação em diálogo com os pensamentos de Deleuze, coloca o seguinte.
Se a educação maior é produzida na macropolítica, nos gabinetes, expressa nos documentos, a educação menor está no âmbito da micropolítica, na sala de aula, expressa nas ações cotidianas de cada um (GALLO, 2008, p. 65).
Por isso, essas geografias menores se instauram enquanto imagens
configuradoras da cultura contemporânea - mapas, filmes, escritos etc. - que fazem
proliferar a vida existente na dimensão geográfica inerente às obras imagéticas. Elas
permitem entender com mais acuidade a “educação pelas imagens” que perpassa nossos
pensamentos e sentimentos acerca da dimensão espacial da vida. Esta perspectiva nos
permite não restringir ou hierarquizar os signos do conhecimento, viabilizando, portanto,
“apontar devires possíveis ao pensamento geográfico” (OLIVEIRA JR., 2009, p. 27), a
partir da derivação e das condições da geografia maior.
Em nosso entender, as geografias menores, territorializadas na relação
ensino/pesquisa a partir dos escritos e práticas que tomam a imagem como sua interface,
tornam-se viáveis enquanto o desafio de se assumir que “produzir imagens sobre um
espaço geográfico é criar uma versão imagética para ele, é criar territórios, é
potencializar a existência de geografias nelas vistas e entrevistas” (Idem, p. 25).
Perseguir a descoberta das geografias menores que pulsam nas obras da cultura
imagética, bem como gestar a criação de outras delas é o que pretendemos intensificar
com a Rede de pesquisadores alinhavada neste Projeto.
1.3. Objetivos
A partir da problemática enunciada e da apresentação do histórico de constituição e
aproximações institucionais e teóricas entre os grupos e pesquisadores, são delineados os
objetivos da rede de pesquisa proposta no presente projeto:
Gerais
• Consolidar uma área de pesquisas em Imagens, Geografia e Educação no Brasil.
• Fortalecer o diálogo entre pesquisadores e grupos de pesquisa em Geografia e
Educação que possuem a Imagem como fenômeno/objeto de suas análises de
pesquisa e ensino.
• Desenvolver pesquisas em cada centro regional, articuladas e integradas à
pesquisa geral da rede acerca da relação entre imagens espacializantes e conceitos
geográficos na construção de concepções e imaginações geográficas.
• Indicar e experimentar novas configurações curriculares para o ensino de
geografia a partir de obras em imagens.
Específicos
• Constituir um conjunto de estudos e escritos acerca da participação das imagens
na constituição da cultura geográfica (do pensamento acerca do espaço geográfico)
em vários pontos do território nacional.
• Identificar e divulgar as políticas visuais que atravessam as obras em imagens
estudadas ou produzidas em cada pólo, apontando as capturas que estas políticas
fazem do pensamento geográfico e das práticas subjetivas.
• Identificar e divulgar obras em imagens que tenham potência de se constituírem
como geografias menores.
• Apontar poéticas visuais que atravessam obras em imagens estudadas ou
produzidas em cada pólo, apontando os possíveis que elas abrem para o do
pensamento geográfico e das práticas subjetivas.
• Produzir e apresentar obras em imagens, em especial vídeos e registros
fotográficos, que busquem fazer funcionar o diálogo entre os conceitos geográficos e
as atividades de pesquisas realizados nos diversos lugares-pólos.
• Criar um site da Rede na internet onde as obras visuais e audiovisuais
pesquisadas e ou criadas sejam disponibilizadas para consulta pública, bem como
serão disponibilizados os demais resultados de nossas pesquisas e reuniões.
• Incentivar o debate com as comunidades locais e regionais acerca da geografia
ensinada e estimular novos olhares e perspectivas dos lugares e fenômenos
vivenciados a partir da assistência e/ou criação de obras em imagens, de maneira a se
praticar outras formas de pensar os espaços e lugares e, em paralelo, inventar outros
percursos curriculares.
• Viabilizar metodologias para que professores e alunos da educação básica
elaborem significações do espaço vivenciado/percebido a partir dos vários
produtores de imagens espacializantes, tais como livros didáticos, recursos
midiáticos trabalhados em sala de aula, demais obras e meios de informação e
identificação vivenciados localmente (filmes, fotografias, programas televisivos,
imagens publicitárias, histórias em quadrinhos...).
2. RESULTADOS ESPERADOS
Os produtos que resultarão deste projeto, considerando-se também as maneiras de
divulgar os resultados, são os seguintes:
2.1 - Realização de encontros regionais anuais
Em cada um dos Pólos participantes da Rede: Vitória (ES), Natal (RN),
Campinas/São Paulo (SP), Presidente Prudente (SP)/Dourados (MS), Crato (Ce) e
Florianópolis (SC), ocorrerá, conforme calendário de cada instituição, encontros anuais
visando fortalecer o grupo, divulgar as atividades regionalmente e estabelecer uma
maior aproximação das atividades de pesquisa e ensino do Pólo com as escolas da
região. Cada encontro terá seus Anais eletrônicos. Ao final de cada encontro regional
haverá plenárias de avaliação das atividades e proposições para melhoria futura do
encontro e das ações do respectivo Pólo.
2.2- Reuniões anuais fechadas
Realizar reuniões anuais entre os pesquisadores da rede (fechada).
Estas reuniões ocorrerão no segundo semestre de cada ano e devem se realizar de
forma rotativa em cada um dos centros participantes da Rede: Vitória (ES), Natal (RN),
Campinas/São Paulo (SP), Presidente Prudente (SP)/Dourados (MS), Crato (Ce) e
Florianópolis (SC). Reuniões visam: a)Analisar, sistematizar e aprofundar as diversas
pesquisas locais objetivando integrar reflexões e articular os referenciais teóricos e
práticos da Rede; b)Relatar os encontros regionais, as publicações e ações desenvolvidas
localmente; c)Avaliar as atividades que cada centro regional está desenvolvendo;
d)Propor, avaliar e aprovar novos encaminhamentos; e) Selecionar a cada ano, do
conjunto de trabalhos e palestras dos encontros regionais, os que melhor contribuem
para as atividades da Rede, visando a publicação de dois livros, um a cada dois anos.
2.3 - Publicar livros temáticos
Publicação de dois ou mais dossiês temáticos abordando as várias linguagens
imagéticas em diálogo com o ensino/pesquisa em Geografia, decorrentes das reuniões
anuais. Os autores serão os membros pesquisadores da rede mais os convidados para
contribuírem com a temática proposta, a qual se aglutinará em torno das pesquisas
apresentadas nos diversos pólos. Para compor estes dossiês serão convidados, a escrever
ou enviar trabalhos em imagens, pesquisadores e artistas que estudam as questões
relativas à linguagem imagética tomada como tema do dossiê. Inicialmente temos alguns
temas indicados como possíveis aglutinadores para os referidos dossiês: “Fotografia,
Corpo e Espaço”; “Pintura, Paisagem e Natureza”; “Cinema, Tempo e Lugar”; “Mapas
Rizomáticos, Novas Cartografias e Escala”; “Som, Ambiente e Paisagens Sonoras”;
“Literatura, Imagem e Ensino”; “Geografia, Imagens virtuais e novas mídias”; “Desenho
e Territórios: Desejos, Medos e Ocultos”.
2.4 - Colóquios internacionais bianuais abertos
Organizar dois Colóquios Internacionais “Educação pelas Imagens e suas
Geografias” (em continuidade ao Iº Colóquio Internacional realizado na UNICAMP em
2009), visando apresentar as pesquisas e atividades selecionadas dos diversos centros
participantes na rede em conjunto com apresentações de pesquisadores brasileiros e
estrangeiros com temáticas próximas de pesquisa. Estes colóquios serão abertos à
inscrição de outros pesquisadores interessados, cujos trabalhos serão analisados e
poderão ser selecionados para publicação nos anais do colóquio (organizados em forma
de dossiê temático em revista indexada, a exemplo do que ocorreu no I Colóquio). As
palestras, apresentações imagéticas e trabalhos dos convidados serão publicados em
livro específico do Colóquio ou dossiê temático em revista indexada.
2.5 - Desenvolver atividades de intervenções e de pesquisas junto aos professores e escolas do ensino básico
Cada Pólo regional desenvolverá cursos de extensão para professores do ensino
básico com o foco na convivência com obras da cultura visual e audiovisual, bem como
focados no exercício de habilidades necessárias para o domínio das diversas linguagens
que se constituem e dão existência a imagens.
Cada Pólo regional selecionará e/ou elaborará obras visuais ou audiovisuais que
serão exibidos em situações educativas (escolares ou não), de maneira que muitas das
pesquisas realizadas se desdobrem em recursos didáticos passíveis de ampliar a
capacitação dos professores na experimentação de invenções curriculares que podem
advir da maior presença e atravessamento da escola por obras da cultura visual e
audiovisual.
2.6 - Elaborar textos integrando palavra e imagem, assim como apresentar os resultados das atividades em obras de vídeo e acontecimentos fotográficos
Cada pesquisador da Rede produzirá, isoladamente ou em parceria, na vigência
do projeto, pelo menos dois artigos para serem submetidos a revistas científicas
recomendadas nas áreas de Geografia e Educação.
Cada Pólo regional deverá elaborar vídeos (obras em imagens) e registros
fotográficos (acontecimento em imagens; poéticas espaciais) visando apresentar
publicamente os resultados dessas atividades, assim como incentivar, por meio dessas
linguagens visuais, o exercício de outros olhares para com os lugares, fenômenos e
conceitos pertinentes à Geografia, buscando propor outras miradas para pessoas
(estudantes, comunidade) que vivenciam ou tomam contato com estes lugares,
fenômenos e conceitos por meio apenas da mídia televisiva ou outro veículo informativo
de massa.
2.7 – Pesquisas e atividades como resultados da Rede em cada Pólo
Cada pólo terá um conjunto de pesquisas e atividades (cursos de extensão,
elaboração de audiovisuais e instalações) em conformidade com as condições da unidade
a que estão vinculados, em nível de Pós-Doutorado, Doutorado, Mestrado e Iniciação
Científica. Todas essas pesquisas estarão focadas sobre elementos imagéticos da
realidade local e estabelecerão contatos entre as Linguagens, a Geografia e a Educação,
notadamente no nível de capacitação dos professores do ensino básico. No entanto, os
projetos referentes a estas pesquisa serão enviados a posteriori, um a um, indicando sua
vinculação com o projeto maior, caso este tenha seu financiamento aprovado.
3. DESAFIOS A SEREM ENFRENTADOS
O desafio de fundo que temos é lidar com a difícil – e instigante – (in)distinção
entre os campos da Geografia e Educação quando temos as linguagens como centro de
pensamento e tomamos suas obras em imagens como tendo uma dimensão educativa
intrínseca. Desta maneira, a educação está posta em todas as obras que buscam
configurar conhecimentos geográficos e as obras da cultura que atuam no pensamento
geográfico estão a nos educar para as geografias que circulam em nossos processos –
múltiplos e infindáveis – de subjetivação e (des)identificação (territorializando e
desterritorializando-nos).
Pretendemos experimentar a Educação não como um lugar de uma revolução
social possível e futura, mas como lugar de revoluções constantes e atuais (moleculares),
apontando na perspectiva de ação política salientada por Paolo Virno (2003) de
hibridização do intelecto e do trabalho na vida política, entendendo que esta vida política
se dá nas relações cotidianas, no nosso caso, as educativas, sejam escolares ou postas na
cultura mais ampla, para além dos processos de escolarização. Esta hibridização de que
fala este autor se dá fundamentada na
[...] concepção da linguagem como instituição humana fundamental, concepção que Virno toma de Merleau-Ponty, e provavelmente do primeiro Deleuze, e cuja presença assinala na obra do próprio Marx. A publicidade [a realização] desta nova esfera pública, com efeito, não é a do Estado (de um novo Estado, proletário ou socialista), mas a linguagem, o intelecto, as faculdades comuns do gênero humano (e, neste sentido, a unidade deixa de ser uma promessa, para converter-se numa premissa) (PELLEJERO, 2009, p.178).
Apoiados nos desdobramentos que Eduardo Pellejero faz das proposições de
Virno, buscamos na Rede a criação de “uma forma de instituição que agencia o
múltiplo, já não englobando-o sob uma unidade última [um currículo, uma geografia],
mas oferecendo-lhe um plano de consistência (um espaço comum) para os seus
movimentos singulares” acreditando que “a cooperação produtiva (fundada no saber
social, na inteligência coletiva, na comunicação, na ciência) mostra-se mais potente que
os aparelhos estatais” (idem, p. 178) para enfrentar os processos de homogeneização e
planificação do pensamento agenciados pelos massivos processos de subjetivação hoje
existentes nas escolas, mídias e demais estruturas educativas e/ou subjetivantes operadas
para manter os devires capitalísticos de que nos falam inúmeros autores.
Nosso desafio então é criar condições efetivas para a realização de uma
cooperação produtiva para alcançarmos a criação de ações micropolíticas de gestar
resistências frequentes, revoluções mínimas, combates menores na busca de
criar/apontar amparos para outras maneiras de pensar e agir na Educação e na Geografia.
Na Educação, num combate aos currículos prescritos e prescritivos, propor
amparos, a partir das obras em imagens, para currículos (mais) abertos – talvez
narrativos, como propõe Goodson (2009), talvez desfigurados, como propõe Amorim
(2011b), ou, como propõe Corazza (2010), um geocurrículo que [...] afirma a irredutibilidade dos meios e a potencialidade das passagens, atuando nos limiares da ciência, da arte, da filosofia, arranca-se ao culto de suas estruturas, aventurando-se na poiesis da própria manufatura e na criação de outros currículos que recaem na história, mas nela não se originam. [...] Essa multiplicidade de um geocurrículo [...] produz nada mais [...] do que a projeção da possibilidade de singularização de todos os currículos estandartizados”. (CORAZZA, 2010, p. 154)
Na Geografia, num combate às imaginações espaciais que reduzem o espaço a
uma extensão fixa, fechada e compartimentada em pedaços de superfícies sedentárias,
estriadas e mensuráveis (DELEUZE e GUATTARI, 1997), encontrar amparos nas obras
em imagens para imaginações mais potentes no enfrentamento das relações capitalísticas
atuais, no caminho apontando por Massey (2008). [...]frequentemente, usamos essa palavra “espaço”, em linguagem popular ou acadêmica, sem estar totalmente conscientes do que queremos dizer com ela. Herdamos uma imaginação tão profundamente enraizada que, frequentemente, ela não é pensada de forma ativa (MASSEY, 2008, p. 39).
A mesma autora, ao constatar esse problema em relação ao imaginário social
quanto ao sentido mais rico e dinâmico no emprego da palavra “espaço”, aponta os
desafios para uma geografia que queira se desdobrar sobre outras perspectivas no trato
dessa questão. Seria uma miopia grave ignorar essa geografia mais ampla, privar-se daquela perspectiva de uma mentalidade voltada para fora na imaginação geográfica vivida. O espaço é tão desafiador quanto o tempo. Nem o espaço nem o lugar podem fornecer um refúgio em relação ao mundo [...] o espaço nos apresenta o social em seu mais amplo sentido: o desafio de nossa inter-relacionalidade constituitiva (MASSEY, 2008, p. 274).
Cientes desse “desafio” e apoiados nesta perspectiva é que nos organizamos em
Pólos singulares, distintos uns dos outros mesmo empírica e/ou teoricamente, de modo a
lidar justamente com a potência do menor que surge de cada um, articulados numa Rede
na qual a cooperação produtiva (VIRNO, 2003; PELLEJERO, 2009) se institucionalize
de modo a conjurar esforços mais fortes para fazer frente a dois “loci” onde entendemos
que a homogeneização do pensamento tem se dado com força: a) nos currículos
prescritos e prescritivos; b) nos modos de pensar o espaço apenas como uma extensão
fixa e mensurável. Em cada “lócus” se territorializam práticas e pensamentos que
obliteram a dimensão política (o desprezo à capacidade de negociação dos envolvidos; a
naturalização de idéias e atitudes impostas; o obscurecimento de aberturas e linhas de
fuga).
Tendo isto em vista, cada Pólo focará um conjunto distinto de imagens que
tenham algum caráter local ou regional. Este caráter local ou regional pode advir dessas
imagens terem sido ali gestadas ou, mesmo que oriundas de alhures, ali serem
incorporadas e recriadas, fazendo parte do acervo imagético com que os habitantes do
local se entendem no mundo; ou então podem ser imagens produzidas para dizer daquele
local ou daquela região, expressando seus referenciais de leitura, de pertencimento ou de
estranhamento em relação ao conjunto social do lugar.
4. CRONOGRAMA
O projeto estará completo quando o conjunto de atividades regionais em cada
Pólo da Rede consubstanciar indicativos de materialização das discussões, pesquisas e
elaboração de audiovisuais que estejam devidamente sistematizados nas publicações
conjuntas, oriundas dos colóquios internacionais e dos encontros fechados anuais da
rede de pesquisadores.
Como a rede não visa delimitar e padronizar as metodologias e temas de
abordagens, mas permitir que a diversidade de enfoques, condizentes com a realidade
localizacional de cada Pólo, seja o elemento fundamental da produção do conhecimento
a ser articulado pelo coletivo, o projeto atingirá seus objetivos quando dessa variedade
de ações e reflexões delinear linhas de fuga que exponham a multiplicidade de
abordagens que as diferenças agenciam a partir de seus diversos intercessores empíricos
e teóricos. A riqueza das imagens e análises advindas da diversidade dos locais é a
grande contribuição para a articulação interpretativa que visa criar novos sentidos, ao
invés de enclausurar a diversidade em um banco de imagens fechado e generalizante em
suas reflexões. Potencializar a abertura para novos acontecimentos analíticos, outros
pensares. Quando esse conjunto assim estabelecer certa ordenação em meio ao caos
imagético que levantarmos, o projeto estará territorializando seu sentido mais amplo.
Para que possamos averiguar esse caminhar, mesmo que sinuoso e prenhe de
contingências, as reuniões anuais fechadas do conjunto dos pesquisadores da rede serão
o momento crucial de avaliação. A cada segundo semestre, de cada ano de duração do
projeto, estabelecendo uma rotatividade por Pólo, haverá avaliação dos trabalhos e
atividades realizadas em cada região. Estabelecerá a seleção dos melhores trabalhos para
publicação, assim como a elaboração de textos coletivos que visem expressar as
aproximações e as diferenciações de cada pesquisador e atividade.
Nos colóquios internacionais a cada dois anos se darão outros momentos de
avaliação coletiva, ordenando as aproximações e diferenciações entre as diversas
atividades dos Pólos, mas aí se somarão as análises e ações oriundas dos pensadores
convidados e da apresentação de trabalhos dos inscritos, de forma a ampliar as
potencialidades futuras de desdobramento das ações e reflexões.
Assim, a divulgação dos anais dos encontros regionais, as publicações dos
trabalhos selecionados em cada encontro fechado anual e dos trabalhos e palestras dos
colóquios bianuais serão os documentos demarcadores da produção coletiva dos
envolvidos que, somados aos trabalhos de pesquisas individuais e a elaboração de
audiovisuais, delinearão o evoluir das atividades da Rede.
1º Ano:
Encontros regionais: 1º Semestre. Catalogação de obras em imagens que se configuram
como geografia menor naquele lugar; criação de obras que tenham esta mesma potência
do menor. Definir a articulação com professores do ensino básico que participarão das
atividades e dos resultados dos trabalhos.
Encontro anual fechado: 2º semestre em Dourados (MS) Avaliação dos levantamentos
regionais. Estabelecimento das metas para o próximo ano. Delineamento daquilo que
nos debruçaremos em conjunto para pensar;
Seleção dos trabalhos mais interessantes para publicação em forma de livro.
Organização do Colóquio Internacional a ser efetivado no ano seguinte.
2º Ano:
Criação de site da Rede, onde se disponibilizarão os vídeos criados nos pólos, bem como
a listagem – e possíveis links – para as obras que forem apontadas como tendo
“potências menores” para o pensamento geográfico a partir das pesquisas desenvolvidas
na rede. Também neste site se disponibilizarão os trabalhos apresentados nos encontros
regionais, de cada pólo.
Encontros regionais: 1º Semestre. Pesquisas e escritos mais focados nas obras em
imagens já existentes e organização dos acervos; criação de obras em imagens por
alguns pólos;
Encontro anual fechado (2º semestre) em Vitória (ES), conjuntamente a um Colóquio
Internacional.
Em relação ao Colóquio Internacional: publicação, em revista indexada, de dossiê com o
trabalho encomendado aos convidados; realização de mostra de vídeos e exposições das
obras catalogadas e/ou criadas na rede, promovendo debates sobre as geografias
menores que afloram destas obras.
No Encontro fechado: Avaliação dos levantamentos regionais. Estabelecimento das
metas para o próximo ano. Seleção dos trabalhos mais interessantes produzidos na rede
para publicação em forma de livro ou dossiê temático.
3º Ano:
Publicação de dossiê com os trabalhos apresentados no Colóquio Internacional do ano
anterior.
Manutenção e aprimoramento do site da rede.
Itinerância da mostra de vídeo e das exposições pelas universidades ligadas à rede,
promovendo debates sobre as geografias menores que afloram destas obras.
Encontros regionais: 1º Semestre. Pesquisas junto às escolas e outros locais onde as
obras em imagens (dos acervos ou criadas) possam ser apresentadas e serem
acompanhados suas repercussões; criação de obras em imagens por todos os pólos.
Encontro anual fechado: 2º semestre. Natal (RN). Avaliação dos levantamentos
regionais. Avaliação das invenções curriculares ocorridas e de outras repercussões das
obras em imagens entre estudantes e professores do Ensino Fundamental.
Estabelecimento das metas para o próximo ano. Seleção dos trabalhos mais interessantes
produzidos na rede para publicação em forma de livro.
Organização do Colóquio Internacional a ser efetivado no ano seguinte.
Avaliação das invenções curriculares ocorridas e de outras repercussões das obras em
imagens entre estudantes e professores do Ensino Fundamental.
4º Ano:
Manutenção e aprimoramento do site da rede.
Itinerância da mostra de vídeo e das exposições por universidades e centros culturais não
ligados à rede, promovendo debates sobre as geografias menores que afloram destas
obras.
Encontros regionais: 1º Semestre. Pesquisas junto às escolas e outros locais onde as
obras em imagens (dos acervos ou criadas) possam ser apresentadas e serem
acompanhados suas repercussões; criação de obras em imagens por todos os pólos.
Avaliação, junto com os professores que participaram das várias atividades do Pólo
quanto ao resultado dos trabalhos e perspectivas para o futuro.
Encontro anual fechado (2º semestre) em Campinas (SP) conjuntamente com um
Colóquio Internacional.
Em relação ao Colóquio Internacional: publicação, em revista indexada, de dossiê com
os trabalhos encomendados aos convidados; realização de mostra de vídeos e exposições
das obras catalogadas e/ou criadas na rede, com aquelas obras que se mostraram mais
potentes na criação de geografias menores a partir das imagens.
No Encontro fechado: Avaliação dos levantamentos regionais. Sistematização do
conjunto das pesquisas e atividades desenvolvidas. Delinear possibilidades futuras para a
Rede e para cada Pólo e avaliação da necessidade de solicitação de mais um ano de
pesquisas. Seleção dos trabalhos mais interessantes produzidos na rede para publicação
em forma de livro ou dossiê temático.
Elaboração de documento final conjunto do resultado das reflexões e estudos realizados
pelos diversos participantes da Rede.
5. DISSEMINAÇÃO E AVALIAÇÃO
A disseminação das atividades desenvolvidas pela rede atenderá vários
mecanismos de divulgação:
- publicações/disponibilização dos anais dos encontros de cada Pólo regional no
site da rede;
- seleção/publicação dos melhores trabalhos de cada Pólo a ser feita nos
encontros anuais fechados dos pesquisadores da rede em forma de livro ou dossiê
temático em revista indexada;
- publicação dos trabalhos apresentados e das palestras dos convidados nos
colóquios internacionais bianuais, ambos em forma de dossiês temáticos em revistas
indexadas (a exemplo do que foi realizado no I Colóquio “A educação pelas imagens e
suas geografias”, em 2009);
- divulgação no site da Rede Imagens, Geografias e Educação das obras visuais e
audiovisuais indicadas como tendo “potências menores”, bem como das análises delas
feitas pelos pesquisadores da rede onde estas potências menores serão indicadas;
- cursos de extensão que cada Pólo deverá organizar visando a ampliação das
reflexões e atividades de pesquisas em conjunto com o aprimoramento e qualificação
dos professores do ensino básico da região atendida pelo respectivo Pólo no exercício
das linguagens que sustentam e atravessam as criações e interpretações geográficas das
imagens;
- elaboração de audiovisuais que articulem a análise de temas e questões
relacionadas com as problemáticas regionais para que possam ser trabalhadas de forma
mais instigante e inovadora pelos professores do ensino básico;
- encontros anuais regionais, em que os pesquisadores, orientadores e
orientandos, apresentam seus trabalhos; os convidados proferem palestras sobre os temas
relacionados com Geografia, Imagem e Educação; e os professores do ensino básico
apresentam seus trabalhos nas escolas a partir da temática Imagens e Linguagens
Geográficas.
- apresentação de trabalhos em outros eventos das áreas de Educação, Geografia,
Comunicação ou Artes.
A avaliação das atividades ocorrerá em cada Pólo, nos encontros anuais, nos
quais os pesquisadores juntamente com os professores do ensino básico avaliam as ações
desenvolvidas e analisam os produtos elaborados em sua aplicabilidade em sala de aula e
na melhoria do domínio da linguagem geográfica. Nos encontros anuais fechados dos
pesquisadores da rede ocorrerá a avaliação conjunta dos trabalhos de cada Pólo e do
coletivo, definindo encaminhamentos comuns e articulando novas pesquisas e ações.
Esta avaliação será também buscada na presença, tanto para as reuniões anuais
fechadas quanto nos colóquios internacionais, bem como nas reuniões de cada pólo, de
um observador externo ao projeto ligado a uma das áreas de interesse da rede –
Educação, Geografia, Imagens – o qual desempenhará papel central na avaliação/seleção
dos trabalhos/pesquisas a serem publicados, além de ser um interlocutor privilegiado
para avaliarmos a pertinência ou não da continuidade das pesquisas, obras audiovisuais e
escritas dos participantes da rede.
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