Post on 08-Feb-2019
EdiçãEdição 315 Ano XXIII Agosto de 2015 Viçosa-MG
Fernanda FrançaEstudande de Medicina Veterinária
Henrique RaimundiEstudantes de Agronomia
Roberta GonçalvesEstudantes de Zootecnia
Veja também nesta edição
Ensilagem de Brachiaria: uma alternativa de sucesso.
Qualidade do Leite 652 3
Informativo da Produção de Leite
Visita do Tobias ao produtor Carlos Alberto
Fazenda do Turvo
Dica do Veterinário: Você previne doenças
de casco na sua fazenda?
Custo de vaca: quanto a vaca tem que produzir para se pagar?
Para saber se uma vaca se paga, o produtor deve ter conhecimento de quanto sua vaca custa e quanto ela produz na sua lactação.
O custo da vaca no ano é calculado utilizando os custos operacionais efetivos, ou seja, o gasto direto que o produtor tem com e s s e a n i m a l : c o n c e n t r a d o , v o l u m o s o , m e d i c a m e n t o s , hormônios, mão-de-obra, entre outros. Também deve-se considerar os custos operacionais totais, que englobam a mão-obra familiar e a d e p r e c i a ç ã o ( d e m á q u i n a s , benfeitorias e forrageiras não anuais). Ainda utiliza-se a taxa de remuneração, que compõe o custo total do animal na propriedade.
De acordo com a tabela, o produtor tem um gasto direto com cada vaca durante um ano de R$5142,60. O custo operacional total das vacas dessa propriedade, que envolve o custo operacional efetivo mais a depreciação e a mão de obra familiar, gira em torno de R$5369,02. Já o custo total de cada vaca é de R$5501,10. Com base no controle leiteiro e no preço médio recebido pelo produtor ao longo do ano é possível calcular a receita que a vaca gera ao produtor.
O preço médio do leite que esse produtor recebeu ao longo do último ano foi de R$1,05, então, a vaca Roxinha, que produziu 3796 litros n a s u a ú l t i m a l a c t a ç ã o (considerando 305 dias), gerou
R$3985,80 de renda para o produtor, portanto ela não se pagou, já que o custo das vacas nessa propriedade é de R$5501,10. Já a vaca Chatinha produziu 5947 litros, totalizando u m a r e c e i t a d e R $ 6 2 4 4 , 3 5 , indicando que ela se pagou e ainda gerou um lucro de R$743,25.
O que a vaca tem que produzir de leite no ano deve gerar uma receita que cubra os custos totais, ou seja, no caso do produtor citado acima, suas vacas devem produzir pelo menos 5240 litros de leite na lactação, que com base no preço recebido por ele no último ano, gera uma receita equivalente ao custo da vaca.
Itens do Custo de Produção R$ / Vaca / Dia R$ / Vaca / Ano
Leite 17,26 6.300,50
Bezerros recém nascidos 0,33 121,7
Outras receitas da atividade 0 0
Receitas 17,59 6.422,10
Mão de obra para o manejo do rebanho 2,63 958,45
Concentrados 5,61 2.046,81
Volumosos 2,09 764,23
Minerais 0,28 102,03
Medicamentos 0,39 142,05
Vacinas 0,03 11,9
Exames laboratoriais 0 1,2
Hormônios 0,37 134,43
Reprodução 0,1 35,07
Material de ordenha 0,23 85,1
Energia e combustível 0,81 297,43
Outros Gastos de Custeio 1,54 563,91
Total COE 14,09 5142,6
Mão-de-obra Familiar 0,03 11,23
Depreciação de Máquinas 0,44 159,82
Depreciação de Benfeitorias 0,13 47,36
Depreciação de Forrageiras não anuais 0,02 8,02
Custo Operacional Efetivo 14,09 5.142,59
Total COT 14,71 5.369,02
Remuneração do Capital - Benfeitorias 0,15 53,27
Remuneração do Capital - Máquinas e equipamentos 0,18 64,09
Remuneração do capital - forrageiras não anuais 0,04 14,72
Custo Operacional Total 14,71 5.369,02
Total CT 15,07 5.501,10
Custo Total
Resumo do Custo de Produção de Vacas
Receitas
Custo Operacional Efetivo
Custo Operacional Total
Reprodução
Paulo Henrique S. PaivaEstudante de Medicina Veterinária
Dica do Veterinário
PDPLPrograma de Desenvolvimento
da Pecuária Leiteira
PCEPLPrograma de Capacitação de
Especialistas em Pecuária Leiteira
Publicação editada sob a responsabilidade do Coordenador
do PDPL/PCEPL
Adriano Provezano Gomes
Redação:
Christiano NascifZootecnista
Marcus Vinícius C. MoreiraMédico Veterinário
André Navarro LobatoMédico Veterinário
Thiago Camacho RodrigiesEngenheiro Agrônomo
Diagramação e coordenação gráfica:
Regiane Valéria Magalhães
Endereço do PDPL:
Ed. Arthur BernardesSubsolo/Campus da UFV
Cep: 36570-900Viçosa-MG
Telefax: (31)38995250)E-mail: pdplrv@ufv.brSite: www.pdpl.ufv.br
Facebook:PDPL Minas Gerais
Informativo da Produção de Leite
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Você previne doenças do casco em sua fazenda?
As afecções de casco se constituem em um dos principais problemas sanitários nos rebanhos leiteiros, gerando lesões dolorosas que levam o animal a ter um baixo consumo de alimento, diminuindo, assim, a condição corporal. Isso, consequentemente reduz a produção de leite e o desempenho reprodutivo, aumentando a taxa de descarte, elevando os custos com veterinário e medicamentos. Sendo assim, o melhor remédio é a prevenção e podemos sugerir as seguintes dicas:
DICA 1: Nas instalações deve-se atentar ao piso dentro da sala de ordenha e áreas de circulação em geral , objetivando diminuir a abrasividade, reduzir a presença de matéria orgânica e umidade. Para isto deve-se realizar a raspagem do curral todos os dias. Além disso, os pisos devem ser frisados e emborrachados em áreas estratégicas como sala de ordenha e na beira do cocho.
DICA 2:Conduzir as vacas de maneira adequada, sem bater ou fazê-las correr para que possam ver onde pisam, o que diminui lesões na linha branca do casco. Além disso, pode-se trabalhar com distâncias menores entre a sala de
Dimensões das baias Dimensões em relação à garupa e íleos
Comprimento da baia (CC)* 1,8G Comprimento da baia (CP)** 2G Largura da baia 2I Comprimento da cama 1,2G Altura da barra para o pescoço 0,83G Distancia da barra para o pescoço a mureta
1,2G‐5 cm
Altura da divisória central
0,6G
ordenha e o cocho.DICA 3: No que diz respeito às
camas em sistemas confinados, no seu m a n e j o d e v e m o s a t e n t a r a s características de cada tipo para oferecer conforto, facilidade para as vacas deitarem e se levantarem. Além disso, estar atento ao correto dimensionamento dessas camas. As construções das baias podem ser de acordo com o padrão do seu próprio rebanho. Dessa forma, a partir da altura de garupa (G) e distância dos Ílios (I) do rebanho é possível a padronização da construção, conforme a tabela abaixo.
DICA 4: Em sistemas de pastejo rotacionado, as estradas onde as vacas transitam para ter acesso ao pasto podem ser uma importante causa de lesões, pois apresentam cascalho, pedras e lama que são abrasivos e provocam também grandes lesões nos cascos. Assim, deve-se criar áreas e caminhos alternativos para circulação das vacas, bem como
atentar a lotação de animais pensando na sobrecarga do ambiente.
DICA 5: A alimentação pode ser tanto um fator predisponente quanto favorável a prevenção de afecções de casco. A acidose ruminal gera laminite e diminui a qualidade da queratina do casco, deixando-o fraco e propenso a lesões. Podemos usar feno para aumentar a fibra efetiva da dieta, e tamponates como o bicarbonato de sódio (0,75 a 1% no concentrado). Também deve ser feito o u s o d e d i e t a s t o t a i s b e m homogeneizadas e volumosos com fibra longa para favorecer a salivação e ruminação. É importante atentar-se às fontes minerais, principalmente zinco, cobre, enxofre, selênio e molibdênio que participam na formação do casco. Outra opção é fazer o uso de Biotina(vit. B7) que também é um bom aditivo.
DICA 6: De forma geral o uso do pedilúvio é a maneira mais prática e fácil
de ser utilizada dentro dos sistemas de produção para prevenir os problemas de casco. É importante o lava-pés antes do pedilúvio para retirar as sujidades dos cascos, evitando assim que a matéria orgânica contamine e diminua o efeito das substâncias utilizadas no pedilúvio. Recomendação: Usar 4kg de formol ou sulfato de cobre para 100L de água.
DICA 7: A seleção genética também vem sendo uma grande ferramenta, possibilitando escolher touros que transmitem caraterísticas para melhores condições de aprumos, pernas e casco de suas descendentes.
D I C A 8 : O c a s q u e a m e n t o preventivo é um ponto fundamental em todos os sistemas de produção e deve ser realizado pelo menos 2 vezes ao ano, uma na secagem e outra com 4 meses de lactação.
* (CC) = Baias com disposição cabeça-cabeça ** (CP) = Baias com disposição cabeça-parede
Porquê separar as primíparas das multíparasTainara Santiago MoreiraEstudante de Zootecnia
Thiago Guedes PassosEstudante de Medicina Veterinária
O agrupamento de vacas leiteiras é a separação de animais em diferentes lotes, é um método utilizado nas fazendas com o intuito de se criar grupos mais homogêneos possíveis, podendo ser usado como critérios: produção de leite, fase de lactação e/ou condição reprodutiva, tamanho dos animais, idade e número de crias. É realizado com a finalidade principal aumentar a precisão no fornecimento de nutrientes para os animais.
Algumas fazendas tem adotado como estratégia a divisão de lotes se b a s e a n d o n ú m e r o d e c r i a , principalmente nos lotes de transição (pré e pós-parto), pois o consumo de alimentos é um fator de dominância em vacas leiteiras, multíparas por serem maiores se encontram em posição social superior no rebanho, portanto tendem a dominar o cocho prejudicando a alimentação das vacas primíparas. Uma vez que o consumo desses animais é prejudicado ocorre alteração na condição corporal durante a lactação, impacto negativo na produtividade das primíparas, em seu bem estar, saúde e rentabilidade da fazenda. Sendo assim, o planejamento das dietas e do manejo nutricional deve considerar, além dos r e q u e r i m e n t o s n u t r i c i o n a i s , o
comportamento e fisiologia da vaca leiteira.
Um estudo realizado por Philips e Rind (2001) avaliaram os efeitos na produção de leite e no comportamento dos animais misturando ou não grupos de vacas multíparas e primíparas. Foram avaliados três grupos: um com 16 vacas multíparas, um com 16 vacas primíparas e outro com 8 vacas primíparas e 8 vacas multíparas. Os animais eram mantidos em sistema de pastejo rotacionado.
A produção de leite na primeira semana foi 3% menor para o grupo com animais misturados e na sexta semana foi 1% menor que a dos grupos não misturados. A redução na produção de leite foi similar para as vacas multíparas e primíparas. No grupo misturado, todos os animais diminuíram o tempo pastejando e ficaram mais tempo parados, principalmente na primeira semana de experimento; porém, as
vacas multíparas deste mesmo grupo aumentaram a taxa de bocado e tiveram mais interações de agressão com as demais vacas do que nos grupos separados.
Os autores concluíram que ao misturar vacas primíparas e multíparas, há interferência no tempo de pastejo e no comportamento social do grupo, resultando com isso em queda de produção de leite.
Para o segundo semestre de 2015 a fazenda Chácara do proprietário José Afonso Frederico, localizada no município de Coimbra, executou uma reforma para ampliação do lote de pré-parto, e aproveitando a situação foi efetuada a separação do lote de multíparas e primíparas, visando melhorar as condições desses animais e diminuir o estresse nesse período, melhorando assim os índices produtivos e reprodutivos da fazenda.
Reprodução
Reprodução
Visita do Tobias ao Produtor...
- ♪♫♪♫ “... vou morar na roça! Lá compensa! Lá a vida é bem mais
tranquila...” ♫v♫♪♫
- Foi em 2011,
quando retornou ao interior, que o Sr.
Carlos Alberto resolveu investir e dar início na
pecuária leiteira.
- Hoje, junto com os estagiários Pablo, Jéssika e Lucas vamos passar lá em Guaraciaba pra visitar a
Fazenda do Turvo.
‐
- Este é o Sr. Carlos Alberto de Castro proprietário da Fazenda do
Turvo. Ele é natural de Canaã, morou em Belo Horizonte por 20
anos e em 2011 retornou para nossa região. Hoje reside em Viçosa.
... além das residências de funcionários e a casa sede.
- Como ponto de partida foi comprado o terreno de 135 ha e construída as instalações
para manejo dos animais...
- Aí então foram compradas
40 vacas e 25 bezerras e deu-se
início à produção.
- “ALô pessoal!” Eu sou o Tobias, faço parte da equipe do PDPL/PCEPL e
'tô' sempre rodando pela região.
PDPL/PCEPL, desde 1988, aliando teoria à prática!
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Pablo Freitas PagliotoEstudante de Med.Veterinária
Jéssika almeida VitencourtEstudante de Zootecnia
Lucas Araújo MarzulloEstudante de Zootecnia
- Atualmente a propriedade possui em média 59 vacas em lactação. Já chegou a produzir
1850L/dia e hoje produz em média 1450L/dia.
- A propriedade é autossuficiente na produção de volumosos! Possui ótimas
áreas para o plantio de milho silagem, além de uma capineira e um canavial.
- É pessoal, o Sr. Carlos Alberto se dedica muito à sua propriedade, e a Fazenda do Turvo vem evoluindo cada
vez mais!
- “A melhor coisa que existe é estar na fazenda, é muito gratificante! Pelo trabalho,
estar em contato com a terra e com os animais, acompanhar a rotina. A amizade com os
funcionários, que é fundamental para encarar os desafios do dia a dia, pois eles acabam se
tornando sua família”.
- “A parceria com outros produtores é muito importante. Eu e o Áureo Alcântara sempre
compramos insumos em conjunto, assim conseguimos melhores preços. Além é claro da relação de amizade que sempre nos trás
novas informações, aprendizagem e visões da produção de leite”.
- O Sr. Carlos Alberto gosta de destacar que a parceria com o PDPL/PCEPL sempre foi fundamental e que desde o inicio têm
auxiliado na administração da propriedade, levando conhecimento e novas ideias.
- Nos encontramos no próximo mês, em visita a outra propriedade.
- Um forte abraço.
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Amanda GentilEstudante de Medicina Veterinária
Cléber LelisEstudante de Agronomia
Monise Dall`OrtoEstudante de Agronomia
Análises Químicas Valor Unidade
Matéria Seca (MS) 25,11 %
Proteína Bruta (PB) 7,82 %MS
Fibra Bruta (FB) 35,93 %MS
Matéria Mineral (MM) 9,58 %MS
Extrato etéreo (EE) 2,35 %MS
Nutrientes Digestíveis Totais (NDT)
52,99 %MS
A silagem de Brachiaria é uma opção de
fonte para volumoso ainda pouco difundida
pelos produtores de leite no Brasil. É,
sobretudo, uma ótima alternativa para
aumentar o estoque de forragem para época
da seca. A possibilidade de mais de um
corte/ano e posterior aproveitamento da
rebrota para pastejo ou utilização para
palhada no plantio direto viabilizam ainda
mais tal operação.
O momento ideal de corte é um dos
grandes desafios na ens i lagem de
Brachiaria. O corte da gramínea deve ser
feito no estádio vegetativo em que a planta
encontra-se no seu "ponto de equilíbrio"
entre produção de matéria seca e qualidade
nutricional. Mas afinal, como detectar esse
"ponto de equilíbrio"?
Hoje, um dos principais métodos para
identificar esse "ponto de equilíbrio" seria a
quantificação da matéria seca da planta,
através de uma amostragem da área. Busca-
se o corte da forrageira com uma matéria
seca superior a 20%, mais precisamente em
um intervalo de 20% a 27%.
Caso a realização do corte aconteça
muito cedo haverá uma produção de
e fl u e n t e s ( c h o r u m e ) q u e ,
consequentemente, carreiam grandes Tabela 1: Análise Bromatológica da silagem de Brachiaria, Fazenda Nô da Silva.
Forragens de Inverno: sempre uma boa opçãoFelipe Trevisan NavarrteEstudante de Medicina Veterinária
Roberta Cristina GonçalvesEstudante de Zootecnia
Thiago Ribeiro SouzaEstudante de Zootecnia
Ensilagem de Brachiaria: uma alternativa de sucesso
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Uma alternativa que vem crescendo cada
vez mais no Brasil é o uso de culturas de
climas temperados, que possuem alto valor
nutritivo, boa aceitação pelos animais e tem
pleno desenvolvimento na época da seca,
quando as temperaturas são mais baixas.
Apesar de serem forrageiras de alta
qualidade, as culturas de inverno são
altamente exigentes quanto a baixas
temperaturas e investimento na irrigação da
área plantada para seu desenvolvimento. Há
limitantes como a necessidade de maquinário
adequado para o plantio e mão-de-obra para o
manejo da irrigação, dos animais e adubação
de manutenção.
A Fazenda Oás is , loca l izada no
município de Coimbra-MG, do produtor
Sérgio Henrique Viana Maciel, é um exemplo
de propriedade que procura aproveitar ao
máximo seus recursos e áreas durante todo o
ano, visando alta produtividade de suas vacas
e economia no custo de produção do leite. Há
mais de 4 anos o produtor foi pioneiro em
cultivar forrageiras de inverno, que começou
no ano de 2011. No primeiro ano de
implantação da cultura de inverno na
propriedade, o produtor, sob orientação do
PDPL realizou o plantio da Aveia Preta e do
Azevém + Trevo, e obteve bons resultados.
Os resultados satisfatórios foram um
incentivo para o plantio dos anos seguintes.
No mês de maio deste ano, logo após a
colheita da safrinha, o produtor realizou o
plantio conjunto de Aveia preta + Azevém,
com um sistema de piquetes rotacionado para
Análise bromatolígica:
Matéria
seca (%)Proteina
Bruna (%)FDN (%) FDA (%) NDT (%)
Kg de
leite/Tonelada de MS (Kg)
Aveia Preta + Azevém
18,46 21,58 46,12 29,96 76,92 1484
Fonte: 3rlab
Tabela 1: Análise Bromatológica Aveia + Azevém
suas vacas em lactação. O manejo utilizado
foi o mesmo dos anos anteriores, onde os
animais saem do piquete e são ordenhados
pela manhã. Entre as ordenhas da manhã e da
tarde, os animais voltam a pastejar e recebem
suplementações de silagem, que é usada para
misturar o concentrado que cada lote deve
receber. Após a segunda ordenha os animais
retornam novamente a um próximo piquete a
ser pastejado, onde permanecerão até a
ordenha da manhã do dia seguinte.
Foram plantados 4 hectares, com uma
produtividade estimada em 10 toneladas de
MS/ha/ano e um custo total/ha equivalente a
R$2.191,83, com os seguintes resultados
econômicos :
- A economia no gasto de concentrado foi
de 33,33% (o equivalente a R$9.935,47), e a
economia com silagem foi de 63% (o
equivalente a R$7.000,00).
- O custo/kg de proteína bruta do Azevém
+ Aveia foi de R$ 1,02, o do concentrado
produzido na fazenda foi de R$3,86
(economia de R$2,84/Kg de PB).
-Houve um incremento médio na
produtividade por vaca em lactação de
2L/vaca/dia e um aumento de R$8.279,11 na
renda do leite.
Pode-se concluir que, com os dados
apresentados, a propriedade vem obtendo
redução aproximada de R$16.447,28 no
custo total em 90 dias, além de melhorar o
manejo sanitário dos animais com menor
incidência de mastites clínicas e problemas
de casco, e também proporcionar boa palhada
para plantio de milho na safra, desta forma,
torna-se uma ótima opção e economicamente
viável, garantindo uma produtividade de 130
Ton/há/ano em matéria natural com uso
intensivo do solo, tendo milho safra, milho
safrinha e cultura de inverno (aveia +
azevém), ficando somente uma semana sem
cultura e sem a utilização pela pecuária
leiteira.
Reprodução
quantidades de nutrientes. Se for realizada a
colheita da gramínea mais seca, em estado
de desenvolvimento muito avançado,
acarretará menor disponibilidade de
nutrientes prejudicando a fermentação do
processo.
Um importante fator que muitas vezes
passa por despercebido pelo produtor, é o
tamanho médio de partículas. Cuidados
devem ser tomados para assegurar uma boa
picagem do material, o que vai favorecer a
fermentação e o consumo dos animais.
Alguns fatores como: afiação das faca,
ajustes das contra facas e manter a
velocidade do trator, proporcionarão um
corte de ótima uniformidade.
Para o monitoramento do tamanho de
partícula recomenda-se o uso do conjunto
de peneiras conhecido como “Penn State
Particle Size Separator”. Em síntese,
partículas de tamanho elevado dificultam a
compactação e impedem a expulsão do ar,
fazendo com que bactérias aeróbias fiquem
ativas por um período de tempo maior.
Consequentemente, haverá aumento da
temperatura do silo culminando em perdas
por qualidade no processo. Para silagem de
Brachiaria recomenda-se tamanho médio
de partícula entre 2-5 cm.
A compactação é uma etapa importante
no processo da ensilagem, pois é através
dessa prática que o ar é retirado do espaço
entre as partículas de silagem. Portanto,
quanto mais eficiente for essa etapa,
melhores serão os resultados na vedação do
silo e consequente qualidade do produto
final. Em geral com todas essas etapas
realizadas adequadamente o silo poderá ser
aberto com cerca de 20 dias.
Na propriedade Nô da Silva, no
município de Cajuri-MG, o proprietário
Antônio Maria da Silva Araújo tem feito uso
da ensilagem de Brachiaria e os resultados
têm sido muito valorizados pelo produtor.
Foram colhidos cerca de 3,5 há de
Brachiaria ruziziensis em sua propriedade,
com matéria seca de 25,11% resultando em
uma produtividade de 30 tonMV/há no
primeiro corte. No processo de ensilagem
foi utilizado o inoculante, um aditivo que,
além de auxiliar no aumento dos teores de
matéria seca e diminuir a produção de
efluente, também podem fornecer substrato
p a r a a s b a c t é r i a s f e r m e n t a d o r a s ,
melhorando a qualidade final da silagem. O
custo total do processo de ensilagem fechou
em 48,88 R$/tonMV e 194,67 R$/tonMS.
O principal objetivo de incrementar a
silagem de Brachiaria na propriedade Nô
da Silva, inicialmente, foi de aumentar o
teor de fibra na alimentação do gado. Com
tal objetivo, a silagem de Brachiaria que
apresentou 35,93% de fibra bruta, segundo a
anál ise bromatológica (Tabela 1) ,
proporcionará, no sentido metabólico, um
estímulo de fibra no retículo, promovendo
uma melhor ruminação e aumentando a
produção de saliva. Esta, por sua vez, é rica
em elementos tamponantes, cuja falta
resulta em queda de pH que, dependendo da
intensidade, pode levar à acidose. Além
desta vantagem a Brachiaria fornecerá em
sua rebrota uma palhada de excelente
qualidade para o plantio do milho safra,
viabilizando uma melhora estrutural do
solo, principalmente em aspectos de
porosidade e umidade.
Porém, atualmente, diante do ótimo
resultado da ensilagem, tanto no âmbito
nutricional quanto econômico, o Sr.
Antônio já planeja não só usar como fonte
de fibra, mas também como um volumoso
exclusivo para os animais da recria,
buscando aumentar as áreas de plantio da
Brachiaria e dimimuir o gasto de silagem de
milho para estas categorias.
Qualidade do Leite
Segmentação dos custos de ordenha
Jéssica BitencourttEstudante de Zootecnia
Lucas MarzulloEstudante de Zootecnia
Pablo PagliotoEstudante de Medicina Veterinária
Produzir leite de qualidade é o desejo tanto de produtores quanto de laticínios, pois resulta em maior rendimento de derivados lácteos e lucro por litro de leite produzido. Para aumentar a produtividade do rebanho e ent regar le i te de qualidade ao laticínio, é importante seguir uma série de procedimentos e práticas que asseguram bons resultados. Boas práticas de ordenha para obtenção do leite de fo rma h ig iên ica , r ea l i za r a manutenção preventiva e a limpeza correta dos equipamentos por exemplo.
Na Fazenda do Turvo investir em qualidade sempre é uma preocupação, o Sr. Carlos Alberto
está sempre atento aos indicadores de qualidade, à saúde da glândula mamária, a realização do processo de ordenha de forma correta, ao equipamento de ordenha.
Analisando a Tabela 1 podemos distinguir o custo segmentado da ordenha mecânica na Fazenda do Turvo referente ao ultimo ano. O custo do processo de ordenha para re t i rar 1 l i t ro de le i te é de aproximadamente R$ 0,11, onde destes R$ 0,07 são destinados á mão de obra. Ou seja, 62% dos gastos são com o ordenhador ( gráfico 1), o que mostra a importância de se ter mão de obra treinada e eficiente, capaz de realizar a ordenha de forma rápida, completa e com qualidade. Esse valor ainda esta elevado na propriedade, porém pode ser justificado pelo fato de a mão de obra já está projetada para a expansão de produção que a propriedade almeja.
É c o m u m p o r p a r t e d o s produtores se queixarem dos custos c o m a s s i s t ê n c i a t é c n i c a e manutenção de ordenha. No
entanto, como pode ser visto no gráfico 1, esses não são custos muito significativos, representando apenas 3%,ou seja, menos de 1 c e n t a v o / l i t r o . P o r t a n t o , é i m p r e s c i n d í v e l f a z e r a s manutenções com a periodicidade recomendada , po is a lém de importantes para prevenção de mastite, ela não tem grande impacto n o c u s t o ( c e r c a d e R $ 0,08/vaca/dia).
Outros pontos importantes são as despesas com pré e pós-dipping, bem como detergente para limpeza dos equipamentos, que equivalem a 16% do custo ou R$ 0,37/vaca/dia. Embora gere uma despesa em torno de R$ 765/mês, não influencia tanto no custo total, mas é fundamental que eles sejam feitos de forma correta para garantir a qualidade do leite.As depreciações com instalação e equipamento equivalem a 7%, representando R$ 0,14/vaca/dia, o que é menos de 1 centavo no custo de produção do litro de leite. Porem é um dado importante de ser
Tabela 1: Distribuição dos gastos relativos ao processo de ordenha na Fazenda do Turvo
Gráfico 1- Distribuição percentual dos
custos dos itens referentes ao processo de
ordenha mecânica
contabilizado pelo produtor, pois o m e s m o d e v e e s t a r s e m p r e p r e o c u p a d o e m r e a l i z a r a manutenção de suas instalações para preserva-las. O gasto com energia fica em cerca de R$ 0,27/vaca/dia ou 12%, a melhor maneira de se reduzir esse gasto é ser eficiente no processo de ordenha, evitando tempo ocioso com o equipamento ligado. No entanto, esse valor não influencia de maneira significativa o custo final do leite sendo R$ 0,008/litro. Por todos esses aspectos verificamos que o principal custo com ordenha, mesmo em sistemas mecanizados, ainda apresentam a mão de obra como item de maior impacto, merecendo destaque também os procedimentos de higiene e gastos com energia.
Instalações Equipamentos
R$/dia 15,209 9,992 3,224 2,193 98,684 1,028 9,137 18,613 158,079
R$/ordenha 5,07 3,331 1,075 0,731 32,895 0,343 3,046 6,204 52,693
R$/ordenha/vaca 0,073 0,048 0,016 0,011 0,477 0,005 0,044 0,09 0,764
R$/vaca/dia 0,22 0,145 0,047 0,032 1,43 0,015 0,132 0,27 2,291
R$/litro 0,011 0,007 0,002 0,002 0,07 0,001 0,007 0,013 0,113
R$/mês 462,35 303,75 98 66,66 3000 31,25 277,77 565,83 4805,61
DepreciaçãoEnergia TOTALCustos Limpeza Dipping Peças
Assist.
TécnicaOrdenhador
Ord. Produtores Minicípio Produção
1 Antônio Maria Cajuri 152.279
2 José Afonso Frederico Coimbra 64.720
3 Juninho Cabral Dores do Turvo 62.535
4 Hermann Muller Visc. do Rio Branco 60.066
5
Rafaela A. de Castro Guaraciaba 45.0126
Cristiano Lana Piranga 43.6837
Lúcio Flávio Dores do Turvo 45.082
8 Sérgio Maciel Coimbra 29.847
9 Geraldo Aleixo Porto Firme 28.176
10 João Bosco Diogo Porto Firme 24.270
As 10 maiores produções do mês de Julho de 2015
6
Ord. Produtores Minicípio
1 Antônio Maria Cajuri 22,12
Sérgio Maciel Coimbra 16,6
3 Áureo Alcântara Guaraciaba 18,7
4
Rogério Barbosa Ponte Nova 16,5
5
João Bosco Diogo Porto Firme 17,86
José A. Frederico Coimbra 15,5
7
Marcos Paulo Canaã 18,1
8
Rafaela Araújo Guaraciaba 19,1
9 Alaelson José Ubá 16,3
10
Davi Carvalho Senador Firmino 17,8
As 10 maiores protividades do mês de Julho de 2015
Produtividade por vaca em lactação Produtividade por vaca total25,9
21,4
24,3
18,9
21,2
16,8
24,1
27,9
18,2
22,4