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MÓDULO DE:
INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS DE EAD
AUTORIA:
MARIA DA RESSURREIÇÃO COQUEIRO BORGES
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Módulo de: Introdução aos Estudos de EAD
Autoria: Maria da Ressurreição Coqueiro Borges
Primeira edição: 2008
Todos os direitos desta edição reservados à
ESAB – ESCOLA SUPERIOR ABERTA DO BRASIL LTDA
http://www.esab.edu.br
Av. Santa Leopoldina, nº 840/07
Bairro Itaparica – Vila Velha, ES
CEP: 29102-040
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Apresentação
O módulo de Introdução a Educação a Distância tem como objetivo apresentar uma
contextualização dos aspectos que fazem parte deste novo modelo de educação e, de como
as novas tecnologias da informação e da comunicação contribuíram para este impulso,
trazendo, através da Internet, formas alternativas de geração e de disseminação do
conhecimento, oferecendo possibilidades, quase inesgotáveis, para a aprendizagem.
A Educação a Distância, via Internet, redefine substancialmente o papel do professor que
agora assume posição diferenciada daquela conhecida historicamente, sendo pertinente que
sua prática seja analisada, estudada e revisada.
A emoção e o prazer que irão permear esta ação estarão refletidos em nossas conversas,
ainda que on-line.
Objetivo
Compreender as transformações na aprendizagem na sociedade da informação;
Possibilitar a aquisição de saberes/informações sobre as Novas Tecnologias da
Informação e a Educação a Distância;
Conhecer o postulado na LDB 9394/96 sobre Educação a Distância;
Compreender a importância da modalidade de ensino EAD e a sua utilização, para a
formação de profissionais da área;
O papel do Tutor;
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Contextualizar abordagens pedagógicas em EAD;
Reconhecer, através de leituras específicas, o perfil do educador comprometido com a
EAD;
Estabelecer relações de construção de projetos nesta modalidade específica de
ensino;
Pontuar aspectos relacionados ao material didático;
Construir um processo de avaliação específica para EAD.
Ementa
Histórico da EAD; LDB e EAD; Objetivos e Metas da EAD; Visão de Educação e Visão de
educador; o perfil do educador de EAD; Metodologias educacionais em ambientes de
aprendizagem; Avaliação em EAD; recursos educacionais;
Sobre o Autor
Mestrado em Educação pela Universidade São Marcos
Pós-Graduação em Administração Escolar pela Universidade Salgado de Oliveira Filho
Pós-Graduação em Psicopedagogia pela Parceria UVV/Universidade Estácio de Sá
Pós-Graduação em Planejamento Educacional pela Universidade Salgado de Oliveira Filho
Pós-Graduação em Supervisão Escolar pela Universidade Salgado de Oliveira Filho
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Pós-Graduação em Tecnologia Educacional Aplicada ao Ensino de 1º Grau pela Associação
Brasileira de Tecnologia Educacional
Graduação em Pedagogia com Especialização em Orientação Educacional pela
Universidade Federal do Maranhão
Educadora de cursos de graduação na área pedagógica, professora de cursos de pós-
graduação.
Consultora educacional e palestrante motivacional e educacional.
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SUMÁRIO
UNIDADE 1 .............................................................................................................................. 9
Sociedade do Conhecimento ................................................................................................ 9
UNIDADE 2 ............................................................................................................................ 14
O Computador na Educação ............................................................................................... 14
UNIDADE 3 ............................................................................................................................ 19
Educação e Aprendizagem ................................................................................................. 19
UNIDADE 4 ............................................................................................................................ 24
O que é Educação a Distância? .......................................................................................... 24
UNIDADE 5 ............................................................................................................................ 29
Histórico da Educação a Distância ...................................................................................... 29
UNIDADE 6 ............................................................................................................................ 35
O Que é Educação a Distância Mediada por Computador?................................................ 35
UNIDADE 7 ............................................................................................................................ 39
Fases da Educação a Distância .......................................................................................... 39
UNIDADE 8 ............................................................................................................................ 46
Políticas de EAD no Brasil .................................................................................................. 46
UNIDADE 9 ............................................................................................................................ 53
Viabilidade da EAD no Brasil: Aspectos Legais .................................................................. 53
UNIDADE 10 .......................................................................................................................... 59
Abordagem Comportamentalista ......................................................................................... 59
UNIDADE 11 .......................................................................................................................... 64
Do Presencial ao Virtual ...................................................................................................... 64
UNIDADE 12 .......................................................................................................................... 68
A Importância da Interação e Comunicação em EAD ......................................................... 68
UNIDADE 13 .......................................................................................................................... 72
Educação a Distância e Tecnologia de Comunicação ........................................................ 72
UNIDADE 14 .......................................................................................................................... 75
Revolução Tecnológica na Educação ................................................................................. 75
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UNIDADE 15 .......................................................................................................................... 79
Concepções sobre Aprendizado Cooperativo e Colaborativo ............................................. 79
UNIDADE 16 .......................................................................................................................... 83
A Emergência de Ambientes Virtuais de Aprendizagem ..................................................... 83
UNIDADE 17 .......................................................................................................................... 89
Sobre o Moodle ................................................................................................................... 89
UNIDADE 18 .......................................................................................................................... 98
Projetos Pedagógicos em EAD ........................................................................................... 98
UNIDADE 19 ........................................................................................................................ 106
Equipe Multidisciplinar: Docentes, Tutores, Corpo Técnico-Administrativo....................... 106
UNIDADE 20 ........................................................................................................................ 110
Gestão, Estrutura e Funcionamento de Cursos em EAD .................................................. 110
UNIDADE 21 ........................................................................................................................ 115
Formas de Organização da Educação a Distância ........................................................... 115
UNIDADE 22 ........................................................................................................................ 122
Tipos de Cursos On-line.................................................................................................... 122
UNIDADE 23 ........................................................................................................................ 129
Aspectos Teóricos e Práticos da Tutoria ........................................................................... 129
UNIDADE 24 ........................................................................................................................ 135
Origem da Tutoria ............................................................................................................. 135
UNIDADE 25 ........................................................................................................................ 140
Ferramentas para Tutoria: Softwares ................................................................................ 140
UNIDADE 26 ........................................................................................................................ 147
Considerações relevantes no sistema de comunicação em EAD ..................................... 147
UNIDADE 27 ........................................................................................................................ 151
Métodos de Avaliação ....................................................................................................... 151
UNIDADE 28 ........................................................................................................................ 158
Aplicação de EAD como solução ...................................................................................... 158
UNIDADE 29 ........................................................................................................................ 165
Necessidade de aprender a aprender ............................................................................... 165 Caso Prático – Projeto REDIGIR....................................................................................... 166
UNIDADE 30 ........................................................................................................................ 170
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Tendências da Educação On-line a Médio e Longo Prazo ............................................... 170
GLOSSÁRIO ........................................................................................................................ 175
BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................... 196
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UNIDADE 1
Objetivo: Contextualizar a Educação a Distância na Sociedade do Conhecimento e as transformações que ocorreram na aprendizagem.
Sociedade do Conhecimento
A expressão “sociedade da informação” passou a ser utilizada, nos últimos anos do século
passado, com o intuito de substituir o conceito complexo de “sociedade pós-industrial” como
forma de transmitir o conteúdo específico do “novo paradigma técnico-econômico”. As
transformações técnicas, organizacionais e administrativas têm como fator-chave não mais
os insumos baratos de energia, como eram na época da sociedade industrial. No mundo
atual, o fator chave é a informação, propiciado pelos avanços da tecnologia da informação e
comunicação (TICs).
Segundo Castells (2000), esta sociedade pós-industrial ou “informacional”, está ligada à
expansão e reestruturação do capitalismo desde a década de 80. As novas tecnologias e a
ênfase na flexibilidade – ideia central das transformações organizacionais – têm permitido
realizar com rapidez e eficiência os processos de desregulamentação, privatização e ruptura
do modelo de contrato social, entre capital e trabalho, característico do capitalismo industrial.
As transformações em direção à sociedade da informação, em estágio avançado na
atualidade, constituem uma tendência dominante mesmo para economias menos
industrializadas e definem um novo paradigma, o da tecnologia da informação, que expressa
a essência da presente transformação tecnológica em suas relações com a economia e a
sociedade.
O foco sobre a tecnologia pode alimentar a visão ingênua de um determinismo tecnológico
segundo o qual, as transformações em direção à sociedade da informação resultam da
tecnologia, seguem uma lógica técnica e, portanto, neutra e estão fora da interferência de
fatores sociais e políticos. Segundo Werthein (2000), nada mais equivocado: processos
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sociais e transformação tecnológica resultam de uma interação complexa em que fatores
sociais preexistentes, a criatividade, o espírito empreendedor e as condições da pesquisa
científica, afetam o avanço tecnológico e suas aplicações sociais.
Ainda segundo Werthein, uma das vantagens de se promover esta
sociedade é porque este novo paradigma oferece a perspectiva de
avanços significativos para a vida individual e coletiva, elevando o
patamar dos conhecimentos gerados e utilizados na sociedade,
oferecendo o estímulo para constante aprendizagem e mudança, e
deslocando o eixo da atividade econômica em direção mais
condizente com o respeito ao meio ambiente.
Transformações da Aprendizagem na Sociedade da Informação
Desde os tempos mais remotos, o homem busca conhecer para controlar e criar meios de
domínio dos estágios primários da natureza, transformando-a para sua sobrevivência.
Segundo Benakouche (2006), é esta busca pelo conhecimento que faz o diferencial entre o
ser humano, ser racional e com habilidades específicas, e os demais seres vivos da
natureza.
A nova sociedade vem instaurando e modificando relações sociais, econômicas, políticas,
culturais, éticas e morais. A comunicação mundial, por meio do uso das novas tecnologias,
torna-se cada vez mais rápida e de fácil acesso, possibilitando aproximação e troca de
informações entre os povos.
No seio dessas transformações, contradições estão presentes e são propulsoraslimitadoras
do avanço da humanidade. Abrimo-nos para a globalização, nos fechamos para
preservarmos nossa identidade; aumenta nossa facilidade de comunicação com o mundo,
diminui nossa comunicação com quem está mais próximo.
Este avanço tecnológico faz com que hoje a indústria procure acompanhar o processo de
globalização, tanto com o avanço em seus sistemas informativos, como em relação à própria
automatização de seus serviços. Entretanto, ao mesmo tempo em que a tecnologia faz com
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que a indústria se torne mais produtiva para competir no mercado, gera novas demandas de
especialização, gera o desemprego. Na sociedade da informação a empresa passa a ter
necessidade de um processo contínuo de ensino e aprendizagem.
Outra característica do avanço tecnológico é a universalização da comunicação. As
informações mais atualizadas podem estar à disposição de qualquer pessoa, em qualquer
parte do mundo que conte com a infraestrutura necessária. A interatividade permite não só
emitir ou receber informações, mas também dialogar, discutir e transmitir informações e
conhecimentos, sem limite de distância ou de tempo. Entretanto, não podemos deixar de
pontuar que este avanço, que pode parecer essencialmente positivo, tem aumentado as
desigualdades, pois ainda é um sistema relativamente caro, tornando-se de difícil acesso
para a maioria da população. Além disto, a informação que chega acelerada pode ser
portadora de potencial não construtivo, pois pode servir de canal de divulgação da
mediocridade e da superficialidade. As pessoas, dentro desta sociedade, precisam construir
um “pensamento crítico” devido aos constantes “bombardeamentos” por informações.
Inúmeras transformações afetaram nossa cultura, o modo de vida, os modos de produção, a
educação, principalmente as instituições de aprendizagem. Tais instituições não apenas
tiveram transformações em conteúdo, mas em práticas e metodologia. De uma educação
formal com um detentor do saber intitulado “mestre” transmitir seus saberes aos totalmente
leigos, seus discípulos, “alunos”, os tempos atuais sinalizam novos modos onde o
conhecimento é disponibilizado em diferentes meios e a presença do “mestre”, midiatizada
por materiais e tecnologias.
Surge como alternativa a Educação a Distância como acesso ao conhecimento, mas sem a
necessidade imediata e presente de um docente. A Educação a Distância é uma alternativa
de acesso ao conhecimento para inúmeras pessoas, impossibilitadas, por diferentes razões,
de participar da formação pelo modo presencial.
A Educação a Distância cativa adeptos pela praticidade com relação à distribuição do tempo
de estudo, e a possível flexibilidade de horários, incorporada com sucesso a educação de
adultos.
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Apesar dos esforços envidados por várias instituições competentes em praticar uma
Educação a Distância de qualidade ainda há resistência, com relação a esta modalidade, e
questionamentos quanto a sua qualidade educacional.
Os principais motivos da atual expansão da EAD, por todo mundo, são basicamente:
O aumento da demanda por formação ou qualificação;
A multiplicação de meios técnicos capazes de garantir materialmente a efetivação
desse tipo de educação;
A emergência de uma cultura que já não vê com muito estranhamento o
estabelecimento de situações de interação envolvendo pessoas situadas em
contextos locais distintos.
Esse último ponto destaca-se como fundamental para se distinguir o momento atual dos
anteriores. É a emergência de uma cultura virtual que vai dar à EAD um novo significado, um
novo impulso. Certamente não foram as novas mídias que criaram a EAD, haja vista que ela
já conta com uma longa história: do ensino por correspondência, passando pelo uso do rádio
e da televisão, diferentes gerações de tecnologias têm sido colocadas à disposição da
educação.
A educação de qualidade não pode ser definida pela sua modalidade presencial ou a
distância, mas pela demonstração dos educandos em adquirir conhecimento e a
responsabilidade das instituições em promover ensino de qualidade, facilitando o acesso e
ampliando geograficamente o alcance aos saberes.
Educação com qualidade é sinônimo de responsabilidade cidadã e ética social, não
necessariamente definida pela modalidade empregada, se presencial ou a distância. Muitas
vezes, a EAD vem a ser a única oportunidade de educação para uma região ou indivíduo e,
portanto, esta possibilidade educadora atinge aquele que por algum motivo foi excluído do
acesso aos saberes. A possibilidade de inclusão educacional, por si, justifica e qualifica a
educação a distância.
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UNIDADE 2
Objetivo: O papel do computador na educação e os desafio das escolas contemporâneas.
O Computador na Educação
O computador, símbolo e principal instrumento do avanço tecnológico, não pode mais ser
ignorado pela escola. No entanto, o desafio é colocar todo o potencial dessa tecnologia a
serviço do aperfeiçoamento do processo educacional, aliando-a ao projeto da escola com o
objetivo de preparar o futuro cidadão.
Surgem então questões: como utilizar de forma inteligente o computador na educação? O
uso inteligente está alicerçado em dois pontos: investimento no processo de aprendizagem e
não apenas no ensino; e na priorização do conhecimento, ao invés de restringir-se apenas à
informação.
Existe uma inter-relação entre os conceitos: DADOS, INFORMAÇÃO, CONHECIMENTO E
SABER. Segundo Davenport (1998), o “dado” é considerado matéria-prima para a
informação. As “informações” são dados com significados. O “conhecimento é a informação
mais valiosa (...) é valiosa precisamente porque alguém deu à informação um contexto, um
significado, uma interpretação (...)”. O conhecimento pode então ser considerado como a
informação processada pelos indivíduos. Tem como característica a subjetividade e sofre
influência da variação do contexto social e organizacional. O “saber” é produzido na relação
e interação com outros sujeitos, são informações que o sujeito se apropria objetivamente e
socializa com outras pessoas.
A informação se torna conhecimento, quando utilizada para:
Fazer comparações entre fatos;
Determinar consequências;
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Estabelecer elos;
Possibilitar a conversação.
O conhecimento se torna saber quando o sujeito apresenta as seguintes características:
Está em atividade;
Mantém relação consigo mesmo;
Trabalha sua autoestima;
Estabelece relação com as outras pessoas, partilham, constroem e reconstroem o
saber.
Lembrando CONFÚCIO (551-479 A.C)
O que eu ouço, eu ESQUEÇO,
O que eu vejo, eu LEMBRO,
O que eu faço, eu COMPREENDO.
Desafios à Escola Contemporânea
Nesta perspectiva, cabem reflexões sobre: um repensar a educação na era da informação e
um pensar a escola na era da informação. O conhecimento só tem valor se tiver
produtividade, se você souber o que fazer dele, em seu favor e em favor da sociedade. É
importante pensarmos numa sociedade que vai além da informação e se torna sociedade do
conhecimento.
A escola hoje deve deixar de ser:
Centrada na figura do professor;
Privilegiar o conteúdo e acúmulo de informações;
Apresentar função controladora;
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Estimular a competitividade;
Não estar atenta às diferenças individuais.
A escola necessária é aquela que:
Preocupa-se com o desenvolvimento das habilidades e competências;
Preocupa-se com a diversidade multicultural;
Incentiva a cooperação;
Possibilita o acesso de saberes além do tradicional;
Mantém relação com a comunidade;
Mantém-se antenada com as novidades;
Adota flexibilidade curricular;
Preocupa-se com a qualidade dos processos;
Apresenta possibilidades de reconstrução de novas organizações curriculares;
Apresenta um projeto político pedagógico construído coletivamente.
Preocupa-se com o sujeito pensante e interventor na realidade em que vive.
Diante dessas necessidades de transformações, surgem para a escola algumas questões:
Questão 1: Porque incorporar o computador à educação?
De acordo com Ilma Veiga (1995), “a escola deve assumir a função de proporcionar as
camadas populares, através de um ensino efetivo, instrumentos que lhes permitam
conquistar melhores condições de participação cultural e política e reivindicação social.”.
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Para a autora Olinda Evangelista (1994), ”a reivindicação social deve exigir também da
escola que seus alunos sejam preparados para participar da modernização científica e
tecnológica, qualificando-os para novos padrões exigidos pelo mundo do trabalho.”.
Questão 2: Como incorporar o computador na educação?
É preciso estar conectado com as inovações e possibilidades de renovação no ambiente
pedagógico, pois esta ferramenta pode ser utilizada apenas para ensinar ou ser utilizada
como ferramenta de transformação, enriquecendo espaços de aprendizagem.
Numa práxis Conservadora de aprendizagem, o computador é uma ferramenta para ensinar.
Numa práxis Renovadora, o computador é uma ferramenta enriquecedora de saberes, nos
processos pedagógicos. O computador é uma ferramenta que deve possibilitar a integração
em ambientes informatizados de aprendizagem.
Um ambiente informatizado de aprendizagem requer informação, tecnologia e agentes de
aprendizagem. Deve possibilitar ao aluno a aquisição de conteúdos que são necessários
para a sua formação, mas que também possibilite o desenvolvimento de novas habilidades
para sua inserção e atuação no mercado de trabalho.
A informática, por si só não é resolução dos problemas que se apresentam na educação,
antes deste pensar, devemos estar conscientes de que os problemas sociais e pedagógicos
que atormentam as escolas são bem maiores e anteriores aos tecnológicos ou da área da
informática.
É importante um pensar e repensar das práticas pedagógicas adotadas nas escolas. A
escola precisa desenvolver procedimentos educacionais, onde o aluno, mediado pela ação
do professor, constrói o conhecimento, age e cria possibilidades de mudanças sociais.
Para que ocorram transformações, um novo olhar acerca do processo ensino-aprendizagem
deve acontecer, o aluno não é mais mero receptor de conteúdos definidos pelo professor,
mas é aquele que se relaciona e interage com o saber.
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O uso do computador por si só não é capaz de inserir mudanças radicais no processo
ensinar e aprender com reflexão crítica e postura de decisões renovadoras. Entretanto,
existem várias possibilidades e formas eficazes onde a aplicabilidade do uso do computador
pode possibilitar uma aprendizagem mais ativa e significativa, integrada com outras ações
pedagógicas.
Para que o uso do computador tenha sucesso, não é preciso que se crie uma disciplina
específica na área de informática, com professores de informática, mas o mesmo deve ser
introduzido como ferramenta de trabalho acessível aos professores e alunos nos diversos
componentes curriculares.
A questão do uso da informática nas escolas é muito mais uma questão pedagógica,
educacional do que de computadores.
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UNIDADE 3
Objetivo: Contextualizar relação entre a educação, aprendizagem e as tecnologias para a construção do conhecimento.
Educação e Aprendizagem
Existe uma conexão conceitual entre educação e aprendizagem: não há educação sem que
ocorra aprendizagem. A aprendizagem, por seu lado, pode resultar de um processo "de fora
para dentro" (como o ensino) ou de um processo gerado "de dentro para fora"
(autoaprendizagem, ou aprendizagem não decorrente do ensino).
Segundo Chaves (1999), tanto o ensino como a aprendizagem são conceitos moralmente
neutros. Podemos ensinar e aprender tanto coisas valiosas como coisas sem valor ou
mesmo nocivas. A educação, porém, não é um conceito moralmente neutro. Educar (alguém
ou a si próprio) é, por definição, fazer algo que é considerado moralmente correto e valioso.
A aprendizagem é um processo que ocorre dentro do indivíduo. Mesmo quando a
aprendizagem é decorrente de um processo bem-sucedido de ensino, ela ocorre dentro do
indivíduo, e o mesmo ensino que pode resultar em aprendizagem em algumas pessoas pode
ser totalmente ineficaz em relação a outras. Paulo Freire, em Pedagogia do Oprimido, afirma
que "ninguém educa ninguém" – embora acrescente que ninguém se educa sozinho.
Segundo essa visão, a educação, como a aprendizagem, de que ela depende, é um
processo que ocorre dentro do indivíduo, e, que, portanto, só pode ser gerado pela própria
pessoa.
O ensino (presencial ou a distância) é uma atividade triádica que envolve três componentes:
aquele que ensina (o ensinante), aquele a quem se ensina (vamos chamá-lo de aprendente),
e aquilo que o primeiro ensina ao segundo (digamos um conteúdo).
EAD, no sentido fundamental da expressão, é o ensino que ocorre quando o ensinante e o
aprendente (aquele a quem se ensina) estão separados (no tempo ou no espaço). No
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sentido que a expressão assume hoje (vamos chamá-lo de sentido atual), enfatiza-se mais
(ou apenas) a distância no espaço e se propõe que ela seja contornada através do uso de
tecnologias de telecomunicação e de transmissão de dados, voz (sons) e imagens (incluindo
dinâmicas, isto é, televisão ou vídeo). Ressaltando que todas essas tecnologias, hoje,
convergem para o computador.
Educação e Tecnologia na Construção do Conhecimento: Desafios
Aqui vamos iniciar uma reflexão elaborada por Peña (2003), sobre a relação do homem e a
construção do conhecimento, para posteriormente relatar uma experiência sobre os modos
de conceber o ensinar e o aprender na escola de hoje.
A nova sociedade do conhecimento traz grandes desafios aos educadores da atualidade:
como tratar o conhecimento na escola na perspectiva que hoje se impõe: a da interatividade,
a não linearidade e a inclusão? Como conceber o ensinar e o aprender nessa perspectiva?
Esses desafios nos conduz a repensar não só o conteúdo da disciplina, mas a forma, já que
se tem a necessidade de tentar vivenciar o discurso pedagógico posto para o aluno em um
novo ambiente - ambiente virtual.
Outra questão é o fato de que na interação com o aluno a distância exige que nossas
concepções de ensino sejam repensadas, já que estão voltadas para atender o aluno de
forma presencial. Significa reconceber a interação professor-aluno e o material didático a ser
utilizado. Como estamos falando em educação e construção do conhecimento, a abordagem
construtivista de ensino é a mais adequada, pois significa possibilitar os processos de
interação na construção dos significados a serem partilhados entre professor e aluno e entre
estes.
A construção do conhecimento nessa perspectiva pedagógica solicita: a parceria, na
discussão de ideias, respeito à comparação de informação e aos dissensos entre ideias e
conceitos, negociação de significados, revisão das conclusões iniciais e aplicação do novo
conhecimento.
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Outro grande desafio é a limitação de ordem técnica, no que diz respeito à falta de habilidade
que as pessoas manifestam com a utilização do computador, bem como os entraves que se
encontra para disponibilizar recursos didático-pedagógicos no ambiente, dificultando a
viabilização de aspectos pedagógicos importantes que poderiam emergir de diversos
recursos didáticos, como a utilização das imagens de vídeo.
Quanto ao modo de ensinar e aprender, uma das estratégias utilizadas para desencadear a
interação entre professores e alunos e entre estes e o docente são questões
problematizadoras, extraídas de textos disponibilizados no ambiente fórum. As questões
provocaram e desencadearam discussões e argumentações dos alunos, levando-nos a
confirmar o significado do texto e do contexto utilizado para ser trabalhado o fórum de
discussão.
Sob o ponto de vista pedagógico, o acompanhamento dessas atividades é sempre muito
interessante, uma vez que permite analisar as interações realizadas, pois ficam
armazenadas. Nesse sentido, podemos dizer que, dada a incidência das respostas
observadas nos registros, para a maioria dos alunos, o texto que disponibilizamos e as
questões decorrentes foram significativas, algumas se caracterizaram como reflexões
profundas, dando formato a novos textos, os quais em rede serviram de pretexto a outros
tantos textos.
As proposições ligadas "ao uso de novas tecnologias residem na capacidade dessas
tecnologias de oferecer ao aprendiz a oportunidade de agir sobre seus próprios
conhecimentos, de interagir com o meio e de dialogar com os outros" (Depover in: Alava
2002, p. 154).
O ambiente de trabalho virtual se configura como um espaço de comunicação e
mediatização propício para desencadear a cooperação entre docente e professor-aluno
numa dinâmica de interação entre as pessoas e os conteúdos, culturalmente selecionados
para esse fim. A dinâmica permite um leque de possibilidades tanto de articulação
pedagógica quanto a tecnológica em ambiente virtual, pode ser mais bem explorada.
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Nesse sentido, a Educação a Distância toma como referência a atividade construtiva do
educando, que é constituída de um sistema de interações mediado pelo professor, pelos
conteúdos, pelos estudantes e pelo próprio contexto sociocultural no qual a atividade é
produzida (Sigalés, 2001). Essa interação determinará a qualidade do processo de ensino-
aprendizagem.
A educação passa por um novo marco cultural. A educação a distância exige a familiarização
com as novas tecnologias da comunicação e informação, nem sempre acessível aos
professores e alunos, um novo paradigma de educação e ensino que requer da profissão
docente apoio para implementar as suas práticas às novas tecnologias. Devemos levar em
consideração que a inserção das novas tecnologias nas metodologias de ensino deve
pressupor uma didática voltada para o sentido colaborativo e o desenvolvimento da
autonomia do aprendiz.
Uma destas novas tecnologias é a internet que, através da facilidade de acesso possibilitou
este novo modo de ensinar e aprender. Segundo Moran (2006), a Internet nos ajuda, mas ela
sozinha não dá conta da complexidade do aprender. Ele acredita no uso da Internet na
educação, fundamentando seu pensamento na "interação humana", de forma colaborativa,
entre alunos e professores. A tecnologia é tão somente um "grande apoio", uma âncora,
indispensável à embarcação, mas não é ela que a faz flutuar ou evita o naufrágio. "A Internet
traz saídas e levanta problemas, como por exemplo, saber de que maneira gerenciar essa
grande quantidade de informação com qualidade" insiste.
A questão fundamental prevalece sendo "interação humana", de forma colaborativa, entre
alunos e professores. Continua a caber ao professor dois papéis: "ajudar na aprendizagem
de conteúdos e ser um elo para uma compreensão maior da vida". Se o horizonte é o
mesmo, os ventos mudaram de direção. A novidade é que "hoje temos a possibilidade de os
alunos participarem de ambientes virtuais de aprendizagem". O grande desafio é "motivá-los
a continuar aprendendo quando não estão em sala de aula".
Numa sociedade inundada pela informação em consequência das tecnologias da informação
e da comunicação podemos correr o risco de desenvolver práticas educativas voltadas mais
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para a informação do que para o conhecimento. Devemos estar atentos para práticas de
ensino que possam possibilitar a transformação da informação em conhecimento. Se essa
premissa está sendo muito discutida pelos educadores há algum tempo, mesmo antes de se
pensar o ensino virtual, hoje ela se configura como uma questão essencial para a
contribuição e aperfeiçoamento da profissão docente.
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UNIDADE 4
Objetivo: Conceituar Educação a Distância e suas vantagens.
O que é Educação a Distância?
Inicialmente o conceito de educação a distância era definido pelo que ela não era ,isso se
deve ao fato da demora em esta forma de educação se firmar. Tinham como referencial a
educação presencial, também denominada educação convencional, direta ou face a face,
onde o professor, presente em sala de aula, é a figura central. No entanto, estudos mais
recentes apontam para uma conceituação, se não homogênea, mais precisa do que é
educação a distância.
Walter Perry e Greville Rumble (1987) afirmam que a característica básica da educação a
distância é o estabelecimento de uma comunicação de dupla via, na medida em que
professor e aluno não se encontram juntos na mesma sala, requisitando, assim, meios que
possibilitem a comunicação entre ambos como correspondência postal, correspondência
eletrônica, telefone ou telex, rádio, "modem", videodisco controlado por computador,
televisão apoiada em meios abertos de dupla comunicação, etc.
Afirmam, também, que há muitas denominações utilizadas correntemente para descrever a
educação a distância, como: estudo aberto, educação não tradicional estudo externo,
extensão, estudo por contrato, estudo experimental. Contudo, nenhuma dessas
denominações serve para descrever com exatidão educação a distância; são termos
genéricos que, em certas ocasiões, incluem-na, mas não representam somente a
modalidade a distância.
Para exemplificar: um livro ou fascículo, desses que se intitulam "faça você mesmo"; um
texto isolado de instrução programada; uma programação isolada de rádio; não são formas
de educação a distância. Esta pressupõe um processo educativo sistemático e organizado
que exige não somente a dupla via de comunicação, como também a instauração de um
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processo continuado, onde os meios ou os multimeios devem estar presentes na estratégia
de comunicação. A escolha de determinado meio ou multimeios vem em razão do tipo de
público, custos operacionais e, principalmente, eficácia para a transmissão, recepção,
transformação e criação do processo educativo.
Desmond Keegan (2007) afirma que o termo genérico de educação a distância inclui um
conjunto de estratégias educativas referenciadas por: educação por correspondência,
utilizado no Reino Unido; estudo em casa (home study), nos Estados Unidos; estudos
externos (external studies), na Austrália; ensino a distância, na Open University do Reino
Unido. E, também, téléenseignement, em francês; Fernstudium/Fernunterricht, em alemão;
educación à distância, em espanhol; e teleducação, em português.
Em português, é bom lembrar, educação a distância, ensino a distância e teleducação são
termos utilizados para expressar o mesmo processo real. Contudo, algumas pessoas ainda
confundem teleducação como sendo somente educação por televisão, esquecendo que tele
vem do grego, que significa ao longe ou, no nosso caso, a distância. Abaixo, são
apresentados conceitos de EAD, segundo alguns autores:
G. Dohmem (1967) - Educação a distância (Ferstudium) ”é uma forma sistematicamente
organizada de autoestudo onde o aluno se instrui a partir do material de estudo apresentado,
onde o acompanhamento e a supervisão do sucesso do estudante são levados a cabo por
um grupo de professores. Isto é possível de ser feito a distância através da aplicação de
meios de comunicação capazes de vencer longas distâncias.” O oposto de "educação a
distância" é a "educação direta" ou "educação face a face": um tipo de educação que tem
lugar com o contato direto entre professores e estudantes.
O. Peters (1973) - Educação/ensino a distância (Fernunterricht) é um método racional de
partilhar conhecimento, habilidades e atitudes, através da aplicação da divisão do trabalho e
de princípios organizacionais, tanto quanto pelo uso extensivo de meios de comunicação,
especialmente para o propósito de reproduzir materiais técnicos de alta qualidade, os quais
tornam possível instruir um grande número de estudantes ao mesmo tempo, enquanto esses
materiais durarem. É uma forma industrializada de ensinar e aprender.
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M. Moore (1973) - Ensino a distância pode ser definido como a família de métodos
instrucionais onde as ações dos professores são executadas a parte das ações dos alunos,
incluindo aquelas situações continuadas que podem ser feitas na presença dos estudantes.
Porém, a comunicação entre o professor e o aluno deve ser facilitada por meios impressos,
eletrônicos, mecânicos ou outros.
B. Holmberg (1977) - O termo "educação a distância" esconde-se sob várias formas de
estudo, nos vários níveis que não estão sob a contínua e imediata supervisão de tutores
presentes com seus alunos nas salas de leitura ou no mesmo local. A educação a distância
se beneficia do planejamento, direção e instrução da organização do ensino.
Keegan (1991) sumariza os elementos que considera centrais dos conceitos acima
enunciados:
Separação física entre professor e aluno, que a distingue do ensino presencial;
Influência da organização educacional (planejamento, sistematização, plano, projeto,
organização dirigida, etc.), que a diferencia da educação individual;
Utilização de meios técnicos de comunicação, usualmente impressos, para unir o
professor ao aluno e transmitir os conteúdos educativos;
Previsão de uma comunicação de mão dupla, onde o estudante se beneficia de um
diálogo, e da possibilidade de iniciativas de dupla via; possibilidade de encontros
ocasionais com propósitos didáticos e de socialização;
Diante dos elementos citados acima, a diferença com relação à educação regular consiste na
mediatização das relações entre docentes e alunos. De modo essencial, substitui a proposta
de assistência regular à aula por uma nova proposta na qual os docentes ensinam e os
alunos aprendem mediante situações não convencionais, em espaços e tempos não
compartilhados. As relações são estabelecidas pelo fato dos docentes e alunos estarem
conectados por tecnologias como a internet, ou mesmo, correio, radio, TV, vídeo, CD-ROM,
fax, entre outras. As tecnologias interativas estão evidenciando o cerne do processo de
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educação sendo a interação e interlocução entre todos que estão no processo de
comunicação virtual.
O ensino e aprendizagem on-line são processos mediados por computador, e que implicam
uma conexão com um sistema ou rede de computadores, sendo capaz de transportar
informações de um computador para uma pessoa ou entre pessoas, como troca de
informação entre pessoas e computadores. Com uma comunicação mais rápida, intensa e
eficiente, tem-se a possibilidade de redimensionar os processos usuais de EAD atingindo o
propósito pedagógico de intensificar o conhecimento da aprendizagem através de uma
interação entre professor e alunos, e entre pares.
O desenvolvimento de tal modalidade nos últimos anos serviu para implementar os mais
diversos projetos educacionais e as mais complexas situações: cursos para o ensino
profissionalizante, capacitação para o trabalho ou divulgação científica, alfabetização,
estudos formais em todos os níveis e campos do sistema educacional.
As vantagens da Educação a Distância?
A EAD é caracterizada pela sua flexibilidade, pois possui
múltiplas possibilidades em seus projetos educacionais, estes
não obedecem a um modelo rígido, mas exigem organização
que permita ajustar de forma permanente as estratégias
desenvolvidas a partir da retroalimentação provida pelas
avaliações parciais do projeto. Alia-se, também, a
multiplicidade de recursos pedagógicos com o objetivo de facilitar a construção do
conhecimento. Sendo assim, são objetivos da EAD:
Aumentar o acesso ao conhecimento diminuindo barreiras geográficas (atendimento
simultâneo de alunos em qualquer lugar no Brasil ou no exterior);
Facilitar o estudo flexibilizando o local e o horário das aulas;
Possibilitar a aprendizagem por demanda, atendendo especificidades institucionais;
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Aprimorar as possibilidades de desenvolvimento do material educacional, por meio de
equipe multidisciplinar de especialistas;
Formar comunidades de aprendizagem;
Utilizar diferentes estratégias pedagógicas, atendendo a diferentes perfis e
necessidades de desenvolvimento de competências;
Reduzir custos em até 50% em relação a capacitações presenciais;
Auxiliar no processo de gestão do conhecimento, por meio do desenvolvimento de
objetos de aprendizagem e do conhecimento explícito e tácito.
Além dos objetivos didático-pedagógicos, é importante destacar que os aspectos
organizacionais e administrativos devem ser eficientes, no sentido de oferecer: ágeis
mecanismos de inscrição, eficiência na distribuição dos materiais de estudo, informação
precisa, eliminando barreiras burocráticas do ensino convencional, atenção e orientação aos
alunos no período inicial e transcurso, tudo graças à flexibilidade do ensino a distância.
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UNIDADE 5
Objetivo: Relatar o histórico da educação a distância com suas dificuldades.
Histórico da Educação a Distância
Moore e Kearsley (1996) apud Rodrigues, afirmam que o conceito fundamental da Educação
a Distância é simples: alunos e professores estão separados pela distância e algumas vezes,
também, pelo tempo. Partindo desta premissa, pode-se afirmar que a EAD está vinculada à
mídia, ao meio de comunicação. Tem-se então uma linha histórica que descreve o início da
EAD a partir da escrita. Já que é a primeira alternativa que permitiu as pessoas
comunicarem-se sem estarem face a face, devido a isto, Landim (1997) sugere que as
mensagens trocadas pelos cristãos, para difundir a palavra de Deus, são a origem da
comunicação educativa, por intermédio da escrita, com o objetivo de propiciar aprendizagem
a discípulos fisicamente.
Alves (1994) compartilha, em parte, da opinião de Landim, ao defender a tese que a
Educação a Distância iniciou com a invenção da imprensa, porque antes de Guttenberg "os
livros, copiados manualmente, eram caríssimos e, portanto inacessíveis à plebe, razão pela
qual os mestres eram tratados como integrantes da Corte. Detinham o conhecimento, ou
melhor, os documentos escritos, que eram desde o século V a.C. feitos pelos escribas."
Contextualizando a Educação a Distância (EAD) a partir
da estratégia desenvolvida por sistemas educativos,
temos em seu propósito oferecer Educação a setores ou
grupos da população que, por razões diversas, têm
dificuldade de acesso a serviços educativos regulares. A
ideia é possibilitar professor e aluno, que estão
separados no espaço e/ ou tempo, o aprendizado, que
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neste cenário, é realizado mais intensamente pelo aluno do que pelo instrutor distante.
Aqui a comunicação entre alunos e professores é mediada por documentos impressos
ou alguma forma de tecnologia.
Embora a tecnologia seja uma parte importante da EAD, qualquer programa bem-
sucedido deve focalizar mais as necessidades instrucionais dos alunos do que na
própria tecnologia. Devem ser considerados, por exemplo, a idade, a base cultural e
socioeconômica, os interesses e experiências, o nível de escolaridade e a familiaridade
dos alunos com os métodos de EAD.
No final do século XIX instituições particulares nos EUA e Europa ofereciam cursos por
correspondência destinados ao ensino de temas e problemas vinculados aos ofícios de
pouco valor acadêmico. Esta origem é a provável identificação da apreciação negativa fixada
na educação a distância. O fato de ter se transformado em segunda chance de estudos para
pessoas que fracassaram na infância ou juventude não evitou a depreciação.
Cita-se como primeira experiência em educação a distância um curso de contabilidade,
criado em 1833, na Suécia. Na Inglaterra, 1840/1843 foi criada a Phonografic
Correspondence Society, primeiros cursos por correspondência na Europa. Em 1856
ocorreram as primeiras práticas na Alemanha e em 1874, nos Estados Unidos.
Em 1892, a Universidade de Chicago criou um curso por correspondência, incorporando os
estudos da modalidade à universidade. No início da década de XX outras instituições, como
a Calvert (Baltimore) desenvolveu cursos para a escola primária. Em 1930, foram
identificadas 30 universidades norte-americanas que ofertavam cursos a distância.
Na década de 60, com a criação de universidades a distância foram superados muitos
preconceitos com relação à modalidade. Um marco importante foi a criação da norte
americana Wisconsin. A Open University (Universidade Aberta da Grã Bretanha) trouxe um
desenho complexo utilizando meios impressos, televisão e cursos intensivos em períodos de
recesso da educação convencional, transformando-se em modelo de educação a distância e
competitividade com os cursos presenciais.
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Na Europa foi criada a Fern Universitat (Alemanha) e a Universidade Nacional de Educação
a Distância (Espanha) com propostas atrativas na graduação, pós-graduação, contando,
inclusive com uma parcela expressiva em pós-graduação de alunos latino-americanos.
Na America Latina, nos idos da década de 60, adotando o padrão inglês de produção e
implementação foi criada a Universidade Aberta da Venezuela e a Universidade Estadual a
Distância da Costa Rica. Neste momento, ocorre a mudança substancial da proposta inicial
de cursos por correspondência. Foram criadas, também: Universidade Autônoma do México,
Sistema de Educação a Distancia da Universidade de Honduras e o Pedagógico Nacional, e
os Programas de Educação a Distancia da Universidade de Buenos Aires e Escolas
Radiofônicas de Sutatenza (Colômbia).
Hoje, o desenvolvimento crescente da modalidade nos diferentes níveis de ensino,
demonstra as excelentes possibilidades da modalidade a distância para a educação
permanente. Um segmento importante, na atualidade, é a oferta de cursos ministrados pelas
diferentes associações profissionais ou relacionados aos sindicatos, meios de comunicação
ou entidades comerciais, respondendo as diferentes demandas dos diferentes profissionais,
dando credibilidade e gerando ampla oferta, a educação a distância coorporativa.
O segmento de educação superior e pós-graduação apresentam indicadores de crescimento
da adesão à modalidade pelo mundo. Hoje, a educação a distância na Espanha é
fundamentalmente a educação superior a distância, de nível universitário. Na Espanha, a
instituição mais importante nesse sentido é a Universidade Nacional de Educação a
Distância. Uma universidade pública, que existe desde 1973 e depende diretamente do
Ministério da Educação espanhol. Tem mais de 140 mil alunos, e há mais de 200 mil
pessoas que já se formaram por essa universidade. É uma das duas ou três grandes
universidades de educação a distância do mundo. É uma instituição bem reconhecida e
contribui muito, na Espanha, para apagar o preconceito que existia na época contra a
educação a distância. Hoje, a sociedade espanhola reconhece que as pessoas formadas no
sistema espanhol de educação a distância são profissionais tão competentes quanto aqueles
que se formaram nas universidades convencionais. (CORDERO, Jesús Martin depoimento in
www.uned.es.
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Educação a Distância no Brasil
A educação a distância no Brasil, em 1891, ocorreu através da oferta de um curso de
datilografia por correspondência publicada no Jornal do Brasil em sua edição de
classificados, mas o marco inicial desta modalidade no país foi a implantação das “Escolas
Internacionais”, representando organizações norte-americanas interessadas no que parecia
um novo e promissor mercado. Contudo, a precariedade do serviço postal brasileiro e a
importância social quase nula atribuída ao ensino a distância fizeram com que a iniciativa
não fosse em frente.
Em 1923, Edgar Roquete Pinto e Henry Morize fundaram a Rádio Sociedade do Rio de
Janeiro dando início aos programas radiofônicos educativos. E em 1937 o Ministério da
Educação e Saúde criou o Serviço de Radiodifusão Educativa, sob influência da ditadura de
Getulio Vargas.
Com a fundação do Instituto Rádio Monitor em 1939, que mantinha cursos por
correspondência no campo da eletrônica, e depois o Instituto Universal Brasileiro em 1941,
que buscava a formação profissional de nível básico e médio, deu-se início as primeiras
experiências, de uma série futura de empreendimentos, iniciadas e levadas ao relativo
sucesso. Ambos existem até hoje e já capacitaram milhões de brasileiros nas profissões
mais simples.
Em 1943, a Escola Rádio-Postal “A Voz da Profecia” oferecia, com apoio da Igreja
Adventista, cursos bíblicos por correspondência.
O SENAC, Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial, iniciou em 1946 suas atividades e
desenvolveu a Universidade do Ar em 1950, cobrindo localidades fluminenses e paulistas,
318 localidades.
Entre as décadas de 70 e 80 muitas instituições foram criadas com a finalidade de
desenvolver cursos por correspondência, sendo algumas extintas e outras posteriormente,
transformadas. Em 1970 existiam no Brasil, 31 empresas praticando métodos de ensino a
distância, sua maior parte em São Paulo e Rio de Janeiro.
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Por muito tempo a educação a distancia dedicou-se à capacitação exclusivamente de
trabalhadores menos qualificados, junto à população de baixa renda, por intermédio de
cursos profissionalizantes e de reforço escolar, ou mesmo a educação cidadã, por meio de
conteúdos direcionados pelo estado ditatorial que se instalou no país, por mais de uma vez.
A criação do Projeto Minerva em 1970, um projeto radioeducativo que tinha como proposta
alternativa ao sistema tradicional de ensino, como formação de suplementação, à educação
continuada. Revisava conceitos escolares preparando para o exame Madureza, ao reforço
do conteúdo escolar, transmitia curso de Moral e Civismo. Esta postura fora acentuada com
a criação dos Telecursos de segundo e primeiro graus (respectivamente, 1978 e 1981), com
apoio da Fundação Roberto Marinho (Rede Globo de Televisão) e convênio com Fundação
Padre Anchieta (TV Cultura de São Paulo).
Há uma parcela importante sobre o histórico dos cursos de educação a distância no Brasil
que são os programas destinados à formação de professores, destinados aos professores
leigos, em nível de segundo grau, muitas vezes destinados ao docente em exercício, com o
objetivo de motivar a prática cotidiana de sala de aula. Um dos primeiros projetos foi o
IRDEB com 10.000 professores entre 1969 e 1977.
Outros programas de formação do professor foram o projeto FUNTEVE (Mato Grosso do Sul)
em 1985, no mesmo ano, o Projeto Crescer, o CEN (Centro Educacional de Niterói) entre
outros
Com o avanço da informática e das telecomunicações este panorama alterou-se, absorvendo
a agilidade da internet aos padrões atuais de educação a distância, sendo incorporada não
apenas tecnologia, mas cursos de níveis diferenciados, graduação superior e pós-graduação
a distância para formações nas mais diferentes áreas do conhecimento. Contudo não há
ainda uma acolhida totalmente irrestrita às ações de Educação a Distância nos países, além
de alguns problemas observados no Brasil.
Abaixo serão descritos alguns dos problemas de acordo com Gonzáles (2005):
Organização de projetos pilotos sem a adequada preparação de seu prosseguimento;
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Ausência de critérios de avaliação dos programas / projetos;
Inexistência de uma memória sistematizada dos programas desenvolvidos e das
avaliações realizadas (quando existiram);
Descontinuidade dos programas, sem nenhuma prestação de contas à sociedade e
mesmo aos governos e às entidades financiadoras;
Inexistência de estruturas institucionalizadas para a gerência dos projetos e a
prestação de contas de seus objetivos;
Programas pouco alicerçados às necessidades reais do país e organizados sem
nenhuma vinculação exata com os programas de governo;
Manutenção de uma visão administrativa e política que desconhece os potenciais e as
exigências da EAD, fazendo com que essa área sempre seja administrada por pessoal
sem a qualificação técnica e profissional necessária;
Organização de projetos pilotos apenas com o intuito de testar metodologias.
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UNIDADE 6
Objetivo: Conceituar educação a distância, mediada por computador, e suas formas de comunicação – assíncrona e síncrona.
O Que é Educação a Distância Mediada por Computador?
Em função da consideração do processo histórico da EAD, parece compreensível que a
evolução das redes de computadores impulsiona e expande a Educação a Distância
Mediada por Computador – EDMC já referida como a versão mais atual da EAD. Trata-se de
um sistema capaz de apresentar e/ou de transportar informações de um computador para
uma pessoa ou entre pessoas. A EDMC como troca de informação entre pessoas e
computadores, torna possível uma comunicação muito mais rápida, intensa e eficiente, que
possibilita, sem dúvida, a redimensão de processos usuais de EAD pela intensificação do
caráter pedagógico pela maior rapidez da interação entre professor e alunos, e entre pares, a
propósito do conhecimento/da aprendizagem.
Ressaltam-se, assim, algumas das principais características da EDMC como um meio
sobremaneira eficiente de educação a distância que são rapidez e abrangência. Por
exemplo, uma página disponibilizada em um servidor www (World Wide Web) pode ser
instantaneamente visualizada em qualquer ponto do globo. Uma mensagem de correio
eletrônico, em condições normais de funcionamento da rede pode, em alguns segundos,
chegar a qualquer pessoa em qualquer parte do mundo. Além disso, é possível a utilização
de ferramentas que permitem comunicações em tempo real.
Sendo assim, a EDMC possui uma grande e crescente variedade de ferramentas que podem
prover uma comunicação do tipo um para um, um para muitos e muitos para muitos. As
ferramentas de EDMC são divididas geralmente em duas grandes categorias: síncronas e
assíncronas. A forma de comunicação assíncrona e síncrona em ambiente de aprendizagem
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virtual também conhecida como AVA, promove e desenvolve a interação e a interatividade
entre professores-alunos, alunos-professores e alunos-alunos.
Formas de Comunicação em Ambientes Virtuais de Aprendizagem
Os ambientes virtuais de aprendizagem (AVA) são importantes ferramentas em EAD, pois
possibilitam o estímulo e a inovação do processo de ensino-aprendizagem mediada por
computadores em rede. Tais ambientes possibilitam a interação nas duas formas de
comunicação: assíncrona e síncrona.
As pessoas que não possuem experiência na construção de cursos que utilizam os recursos
de EAD (Educação a Distância) podem encontrar dificuldades na escolha da forma de
comunicação mais adequada a ser utilizada em seu projeto de curso. A descrição mais
detalhada em relação às formas assíncrona e síncrona tem como propósito promover uma
reflexão sobre as características de cada uma dessas formas de comunicação e sua
condição de uso.
a) FORMA SÍNCRONA
Na interação síncrona (em tempo real), encontramos um fomento ao entrosamento entre os
participantes do curso, evidenciando a formação de comunidade. Nela ocorre a sensação de
agilidade no desenvolvimento dos trabalhos provocado, em parte, pelas características desse
tipo de comunicação.
Nos processos síncronos alunos e professor, estão conectados simultaneamente, isto é, ao
mesmo tempo. Este tipo que comunicação normalmente é feita através de um “chat” com
acesso restrito ao grupo de estudo e o orientador, com regras claras para não conturbar o
processo de comunicação. Observa-se neste processo a facilidade no ensino-aprendizagem.
É recomendável que na sessão de chat seja definido um tema específico como eixo das
discussões para que não sejam levantados assuntos muito polêmicos e sem uma relação
direta com os objetivos propostos, causando inadequação de uso dessa ferramenta em
relação a um determinado curso.
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Algumas características da comunicação síncrona são:
Comunicação espontânea;
Resposta espontânea;
Motivação – Evidencia a sinergia dos trabalhos individuais e em grupo e encoraja os
estudantes a criarem e continuarem seus estudos;
Presença – Fortalece o sentimento de comunidade;
“Wegerif (1998) afirma que para criar uma comunidade de aprendizagem na qual uns
possam aprender com os outros, compartilhando ideias e recursos, é preciso que
cada participante “cruze a fronteira” de comunidade, sentindo-se parte dela e,
consequentemente, contribuindo no processo educacional.”
Feedback – O rápido retorno fomenta o desenvolvimento das atividades em especial
as atividades em grupo;
Ritmo – ajuda os alunos a serem criativos.
b) FORMA ASSÍNCRONA
A forma ASSÍNCRONA pode ser entendida como a forma de interação que está
desconectada do tempo e do espaço, ou seja, o aluno pode a qualquer tempo, respeitado o
cronograma do curso, acessar o material didático com uma interatividade descompromissada
com o “On-line”.
O aluno e professor podem manter relacionamento na medida em que tenham tempo
disponível, criando uma situação mais confortável em relação às disponibilidades e
necessidades do curso.
A comunicação assíncrona se caracteriza por professor e alunos não estarem
necessariamente conectados entre si ao mesmo tempo. O orientador deixa material para
download, em um site previamente combinado, ou envia e-mail diretamente a cada aluno
respondendo as suas dúvidas, que também lhe foram enviado através de e-mail.
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Essa forma de comunicação compartilha com os alunos a responsabilidade de administrar o
tempo de participação nas atividades propostas para o curso. É preciso ter disciplina e uma
agenda bem equacionada. Algumas características da comunicação assíncrona são:
Flexibilidade – acesso ao material didático em qualquer lugar e a qualquer hora;
Tempo para reflexão – O tempo poderá ser otimizado para a reflexão sobre o material
didático proposto, tempo para ter ideias e preparar os retornos, verificar as referências
bibliográficas e possibilidade de acesso ao material, quantas vezes for necessário;
Facilidade de estudo – Possibilita a administração dos estudos de forma a aproveitar
todas as oportunidades de tempo, seja no trabalho ou em casa, podendo ocorrer a
integração de ideias e discussão sobre o curso em fóruns específicos.
Como exemplo de comunicação ASSÍNCRONA, podemos citar os fóruns de discussão,
ferramenta disponível em grande número de AVAs, no qual os assuntos polêmicos podem
ser inseridos para que produzam resultados satisfatórios, sem um compromisso direto com o
tempo e espaço.
Na análise didático-pedagógica dos processos síncronos e assíncronos, em busca da
interatividade entre os sujeitos (professor e alunos) e o conhecimento, parece-nos que os
processos síncronos sinalizam com maiores possibilidades de reflexão e de elaboração de
novos saberes pelos sujeitos-alunos. É importante destacar, que o nível de sucesso da
interação ou de interatividade que acontecerá no curso dependerá da escolha que fizermos
entre essas duas formas de comunicação. Nas duas encontraremos vantagens e
desvantagens, porém as vantagens irão sempre superar as desvantagens, se a utilização for
feita de forma adequada, harmônica e complementar no âmbito de um projeto educacional
que envolva os recursos de educação a distância. Há que se ressaltar, no entanto, que o
processo síncrono exige recursos tecnológicos mais sofisticados.
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UNIDADE 7
Objetivo: Descrever a evolução da EAD: fases, gerações.
Fases da Educação a Distância
Segundo SABA (1997), a Educação a Distância pode ocorrer por diferentes meios de
comunicação, dependendo fundamentalmente da tecnologia de transmissão de informação,
isto é, do meio de interação, a ser adotada. Dessa forma, a evolução da EAD pode ser
compreendida em função de três fases cronológicas diferenciadas em termos tecnológicos, a
saber:
Uma primeira fase inicial da EAD corresponde à geração textual, que suscitou o
autoaprendizado – dos que não podiam estar presentes e atender regularmente à escola -
com suporte e apoio pedagógicos centrados apenas em simples textos instrucionais
impressos, o que ocorreu predominantemente até a década de 1960.
Uma segunda fase se caracteriza pelo estímulo ao autoaprendizado a distância com suporte
e apoio pedagógicos em textos impressos intensamente complementados com recursos
tecnológicos de multimídia, tais como gravações de áudio e de vídeo, o que ocorreu
principalmente entre as décadas de 1960 e de 1980.
A terceira e atual fase baseia-se no autoaprendizado com suporte, quase exclusivo, de
recursos tecnológicos altamente diferenciados, como os modernos sistemas de
telecomunicação digital e via satélite, os computadores pessoais e as redes computacionais
locais e remotas como Intranets e lnternet.
Cada uma destas fases expressa à relevância não apenas da trajetória temporal da EAD,
mas também pode ressaltar concepções ideológicas diferenciadas, manifestadas nos
movimentos da história da educação /ensino a distância neste país.
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É necessário ponderar qual tecnologia será melhor, para cada caso. As classificações das
gerações em EAD contribuem para isso, enquanto fontes de análises dos avanços e das
possibilidades de ampliação de acesso, tutoria, capacidade interativa. Porém, vale lembrar
que, mesmo existindo uma nova geração, com novos meios tecnológicos, aqueles que foram
utilizados anteriormente não são abandonados, ou seja, os meios coexistem. Os
pressupostos filosóficos irão definir o significado pedagógico do meio e avaliar o contexto
sociocultural em que ele é utilizado. Observe o quadro, elaborado por Correa (2000),
apresentando os principais aspectos de cada geração:
Gerações de EAD
Aspectos 1ª. Geração 2ª. Geração 3ª. Geração
Marco Popularização
da imprensa Difusão de rádio e TV
Difusão dos computadores e
telecomunicações
Objetivos pedagógicos
Atingir alunos
desfavorecidos
Atingir alunos
desfavorecidos
Proporcionar uma educação
permanente e ocupacional
Métodos
pedagógicos
Guias de
estudo, auto-
avaliação,
instrução
programada
Programas
teletransmitidos,
pacotes didáticos,
mediação passiva
Modularização das temáticas,
desenhos didáticos a partir das
necessidades formativas.
Meios de comunicação
Correio Rádio, TV e materiais
audiovisuais
Ciberespaço, satélites,
videoconferência
Tutoria Atendimento
periódico,
Atendimento
esporádico,
Atendimento dependendo de contatos
eletrônicos
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dependendo
de
deslocamentos
dependendo de
contatos telefônicos
Interatividade Aluno/material
didático
Aluno/material
didático
Aluno/material
didático/alunos/professores/sistema
educativo
Outra representação da evolução da EAD é a elaborada por Moore e Kearsley (1996) apud
Rodrigues, identificando a característica geral das 3 gerações:
Geração Início Características
1ª. até
1970
Estudo por correspondência, no qual o principal meio de comunicação eram materiais impressos, geralmente um guia de estudo, com tarefas ou outros exercícios enviados pelo correio.
2ª. 1970
Surgem as primeiras Universidades Abertas, com design e implementação sistematizadas de cursos a distância, utilizando, além do material impresso, transmissões por televisão aberta,
rádio e fitas de áudio e vídeo, com interação por telefone, satélite e TV a cabo.
3ª. 1990 Esta geração é baseada em redes de conferência por computador
e estações de trabalho multimídia.
A busca dos valores e propósitos educativos envolvidos na seleção e na adoção de cada
meio tecnológico inerentes à EAD, em cada contexto histórico, leva alguns teóricos a propor
a existência de uma 4ª geração em EAD que seria caracterizada pelos consórcios e
parcerias formadas entre universidades. Esta nova geração agregaria todos os meios
tecnológicos e teria como principal vantagem a diminuição do custo operacional das
ferramentas tecnológicas, com a consequente maximização da oferta de vagas. E, neste
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sentido, Demo (1993) reforça a ideia de que, mais do que nunca, educação precisa
prevalecer sobre conhecimento, aprendizagem sobre informação, ética sobre
mercantilização.
Evolução da Educação a Distância no Brasil
Santo afirma que as demandas crescentes por educação no Brasil têm contrariado a
tendência do que acontece nos países centrais, principalmente, no que se refere ao acesso à
universidade. O acesso à educação superior é supostamente um dos caminhos clássicos da
mobilidade social. Além disso, o sistema educacional sempre esteve ligado à construção de
um projeto nacional elitista, que tem sido contestado pela adoção de políticas de ações
afirmativas, modeladas sobre critérios raciais e socioeconômicos. Isto significa que os
sistemas educacionais devem expandir suas ofertas de serviços, aumentarem o quantitativo
de estudantes matriculados, tanto na formação inicial quanto na continuada.
O aumento dos inúmeros cursos de extensão, graduação e pós-graduação no território
brasileiro tem sido favorecido tanto pela legislação quanto pelos recursos técnicos. A
expectativa de que a EAD seja o novo milagre educacional é tão prejudicial quanto o
preconceito dos que apenas a criticam.
Kiefer (2007) em pesquisa apresenta dados comparativos sobre números relativos à
evolução da educação a distância no Brasil, a partir do ano 2000, tais dados foram extraídos
do Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância de 2005, lançado pelo
Instituto Monitor e pela Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED) em 2004,
pelo menos um milhão de brasileiros participaram de algum curso a distância. Deste total 300
mil estavam matriculadas nas 166 entidades credenciadas, como universidades públicas e
privadas que seguem a regulamentação específica do poder público. Estes estão distribuídos
pelo Ensino Fundamental, Médio, Sequencial, Técnico, Educação de Jovens e Adultos,
Graduação e Pós-Graduação.
Este levantamento não considera os ambientes do mundo corporativo e cursos livres como
música ou línguas estrangeiras. Mesmo com a falta de dados detalhados para períodos
anteriores a 2004 é possível afirmar que houve crescimento da modalidade de ensino a
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43
distância no Brasil. No caso dos cursos de graduação e pós-graduação é possível, pelos
números do Censo MEC, afirmar que a modalidade cresceu 44 (quarenta e quatro) vezes
apenas até 2003. Incluindo-se os números de 2004 o crescimento é de 90 vezes.
Segundo Kiefer, temos:
1. Cursos e matrículas em Graduação e Pós-Graduação
ANO CURSOS MATRÍCULAS
2000 13 1.758
2001 17 5.480
2002 202 59.772
2003 278 76.769
2004 382 159.366
2005 467 300.829
2. Lançamento de Novos Cursos
ANO CURSOS
2001 11
2002 19
2003 34
2004 77
2005 321
3. Distribuição geográfica, por Regiões – BRASIL
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44
REGIAO % 2004 % 2005
SE 53(*) (**) 47
NE 18,7 13
S 17 25
CO 7,6 10
NO 3,7 5
(*) principalmente, estado de São Paulo
(*) a região educa 53 % dos educandos de EAD ou 163.887 estudantes.
Quanto à mídia mais utilizada, 84 % utilizam o material impresso. Em seguida o e-learning
com 63% e o CD ROM 56%, em 2004. No ano de 2005 o material impresso apresenta 86 %
e e-learning 56%.
O Anuário Brasileiro Estatístico da Educação a Distância de 2006 confirma o crescimento da
modalidade apontando um crescimento de 54% no número de alunos com 504 mil
estudantes, em 2005, participantes de cursos nesta modalidade. O Anuário confirma,
também, que o meio impresso (apostilas) ainda é o recurso mais utilizado.
Quanto ao Anuário de 2007, há indicação de 2,2 milhões de estudantes em EAD,
confirmando mais uma vez o crescimento ao uso desta modalidade de ensino, sendo o
número de matrículas em instituições credenciadas 778 mil estudantes.
Em 2006, aponta o anuário de 2007, a região Sul ultrapassa o percentual de participação
geográfica da educação a distância no Brasil, ficando a frente da região Sudeste. A região
Centro-oeste, também apresenta aumento de participação.
Ainda segundo Kiefer (2007), números de alunos de Educação a Distância no Brasil –
Instituições oficialmente credenciadas:
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45
NÍVEL TIPO DE CURSO ALUNOS
2004
ALUNOS
2005
FEDERAL GRADUAÇÂO E TECNOLÓGICOS 89539 109391
PÓS-GRADUAÇÃO E SEQUENCIAIS 61637 104513
CONSOLIDADO GRADUAÇÃO E/OU PÓS 8190 86922
FEDERAL TOT. 158366 300826
ESTADUAL EJA/TÉCNICO/FUNDAMENTAL E
MÉDIO
150571 202236
MUNICIPAL TÉCNICO 20 1142
TOTAL 309957 504204
Fonte: ABRAEAD 2007
Segundo análise do Portal e-learning, o investimento em educação a distância vem
crescendo ano a ano, apresentando uma taxa de crescimento de 40% ao ano, mantendo até
2010 este patamar de crescimento, com uma expectativa de movimentar R$ 3 bilhões.
Somente em 2005, o movimento foi de R$ 168 milhões, sendo que no período 1999 a 2005
os custos foram de R$ 470 milhões.
Como qualquer instituição de ensino, a evasão também se encontra presente na educação a
distância. Pesquisa feita com um grupo de 109 alunos evadidos aponta que a maior causa da
desistência é a falta de tempo. Apesar da otimização do tempo de estudo ser possível nesta
modalidade, ainda a administração do tempo para estudo parece contribuir para a retirada do
aluno do ambiente de estudo. São apontadas, também, as faltas de recursos financeiros para
a continuidade dos estudos e a não adaptação ao método como fatores para a desistência.
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UNIDADE 8
Objetivo: Apresentar as leis que regulam as políticas de EAD no Brasil
Políticas de EAD no Brasil
A Educação a Distância (EAD) foi regulamentada no Brasil em 1996 pela Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional- LDB (lei n° 9394, de 20 de dezembro de
1996), pelo decreto n.º 5.622, publicado no DOU. de 20/12/05 (que revogou o Decreto n.º
2.494, de 10 de fevereiro de 1998, e o Decreto n.º 2.561, de 27 de abril de 1998) com
normatização definida na Portaria Ministerial n.º 4.361, de 2004 (que revogou a Portaria
Ministerial n.º 301, de 07 de abril de 1998). Em 3 de abril de 2001, a Resolução n.º 1, do
Conselho Nacional de Educação estabeleceu as normas para a pós-graduação lato e stricto
sensu.
Seus precursores, os antigos cursos por correspondência e, mais recentemente, os
telecursos, ganharam vida nova com o advento da Internet. Aliada aos mais modernos
recursos técnicos de comunicação, como CD-ROMs, tele e videoconferências
interativas, DVDs, dentre outros, a rede mundial de computadores veio promover uma
verdadeira revolução, não apenas tecnológica, mas também social e pedagógica na
Educação.
Segundo site do MEC, os principais pontos que se destacam nas leis que regulam a
política da EAD no Brasil são:
a) Educação Básica na modalidade de Educação a Distância:
De acordo com o Art. 30º do Decreto n.º 5.622/05, "As instituições credenciadas para a oferta
de educação a distância poderão solicitar autorização, junto aos órgãos normativos dos
respectivos sistemas de ensino, para oferecer o ensino fundamental e médio a distância,
conforme § 4o do art. 32 da Lei no 9.394, de 1996, exclusivamente para:
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I - a complementação de aprendizagem;
II - em situações emergenciais.
Para oferta de cursos a distância, dirigida à educação fundamental de jovens e adultos,
ensino médio e educação profissional de nível técnico, o Decreto n.º 5.622/05 delegou
competência às autoridades integrantes dos sistemas de ensino de que trata o artigo 8º da
LDB, para promover os atos de credenciamento de instituições localizadas no âmbito de
suas respectivas atribuições.
Assim, as propostas de cursos nesses níveis deverão ser encaminhadas ao órgão do
sistema municipal ou estadual responsável pelo credenciamento de instituições e autorização
de cursos (Conselhos Estaduais de Educação) – a menos que se trate de instituição
vinculada ao sistema federal de ensino, quando, então, o credenciamento deverá ser feito
pelo Ministério da Educação.
b) Educação Superior e Educação Profissional na modalidade de Educação a Distância:
No caso da oferta de cursos de graduação e educação profissional em nível tecnológico, a
instituição interessada deve credenciar-se junto ao Ministério da Educação, solicitando, para
isto, a autorização de funcionamento para cada curso que pretenda oferecer. O processo
será analisado na Secretaria de Educação Superior, por uma Comissão de Especialistas na
área do curso em questão e por especialistas em educação a distância. O Parecer dessa
Comissão será encaminhado ao Conselho Nacional de Educação. O trâmite, portanto, é o
mesmo aplicável aos cursos presenciais.
A qualidade do projeto da instituição será o foco principal da análise. Para orientar a
elaboração de um projeto de curso de graduação a distância, a Secretaria de Educação a
Distância elaborou o documento “Indicadores de qualidade para cursos de graduação a
distância – referenciais de qualidade”, disponível no site do Ministério para consulta. As
bases legais são as indicadas no primeiro parágrafo deste texto.
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c) Pós-graduação a distância
A possibilidade de cursos de mestrado, doutorado e especialização a distância foi
disciplinada pelo Capítulo V do Decreto n.º 5.622/05 e pela Resolução nº 01, da Câmara de
Ensino Superior-CES, do Conselho Nacional de Educação-CNE, em 3 de abril de 2001.
O artigo 24 do Decreto n.º 5.622/05, tendo em vista o disposto no § 1º do artigo 80 da Lei nº
9.394, de 1996, determina que os cursos de pós-graduação stricto sensu (mestrado e
doutorado) a distância serão oferecidos exclusivamente por instituições credenciadas, para
tal fim, pela União e obedecem às exigências de autorização, reconhecimento e renovação
de reconhecimento estabelecido no referido Decreto.
No artigo 11, a Resolução nº 1, de 2001, também conforme o disposto no § 1º do art. 80 da
Lei nº 9.394/96, de 1996, estabelece que os cursos de pós-graduação lato sensu a distância
só poderão ser oferecidos por instituições credenciadas pela União. “Os cursos de pós-
graduação lato sensu oferecidos a distância deverão incluir, necessariamente, provas
presenciais e defesa presencial de monografia ou trabalho de conclusão de curso”.
d) Diplomas e certificados de cursos a distância emitidos por instituições estrangeiras
Conforme o Art. 6º do Dec. 5.622/05, os convênios e os acordos de cooperação celebrados
para fins de oferta de cursos ou programas a distância entre instituições de ensino
brasileiras, devidamente credenciadas, e suas similares estrangeiras, deverão ser
previamente submetidos à análise e homologação pelo órgão normativo do respectivo
sistema de ensino, para que os diplomas e certificados emitidos tenham validade nacional.
A Resolução CES/CNE 01, de 3 de abril de 2001, relativa a cursos de pós-graduação,
dispõe, no artigo 4º, que “os diplomas de conclusão de cursos de pós-graduação, stricto
sensu, obtidos de instituições de ensino superior estrangeiras, para terem validade nacional,
devem ser reconhecidos e registrados por universidades brasileiras que possuam cursos de
pós-graduação reconhecidos e avaliados na mesma área de conhecimento e em nível
equivalente ou superior, em área afim.
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Ainda segundo o site do MEC, vale ressaltar que a Resolução CES/CNE nº 2, de 3 de abril
de 2001, determina no caput do artigo 1º, que “os cursos de pós-graduação stricto sensu
oferecidos no Brasil por instituições estrangeiras, diretamente ou mediante convênio com
instituições nacionais, deverão imediatamente cessar o processo de admissão de novos
alunos”.
Estabelece, ainda, que essas instituições estrangeiras deveriam no prazo de 90 (noventa)
dias, a contar da data de homologação da Resolução, encaminhar à Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES a relação dos diplomados nesses
cursos, bem como dos alunos matriculados, com a previsão do prazo de conclusão. Os
diplomados nos referidos cursos “deveriam encaminhar documentação necessária para o
processo de reconhecimento por intermédio da CAPES”.
Passado, Presente e Futuro da EAD no Brasil
Nesta última década, a EAD vem fazendo progressos no Brasil. Em 1997, o Brasil tinha
apenas um curso de licenciatura aprovado pelo MEC, oferecido pela Universidade Federal de
Mato Grosso. Somente em 1998 o MEC apresentou o primeiro arcabouço de legislação para
certificação de cursos em EAD. Dessa data em diante começaram a surgir solicitações de
aprovação e certificação de curso de graduação.
Em 1998, foram apresentadas ao MEC oito solicitações. Em 1999, foi solicitada a certificação
de mais 14 ( catorze) cursos. Em 2000, apenas 5 ( cinco )cursos. Em 2001, 10 (dez) cursos.
E até o fim de janeiro de 2002, mais de 23 (vinte e três) cursos de graduação em EAD já
haviam solicitado sua certificação. No total foram apresentadas ao MEC, até o início de 2002,
67 solicitações, que correspondem a um total de 75 cursos de graduação. Destes, quinze já
foram credenciadas, sendo oito universidades federais; duas universidades estaduais; duas
universidades privadas e duas faculdades privadas.
Segundo Gonzáles (2005), até setembro de 2004, a lista de cursos de graduação a distância
exibida no site do MEC-SEED figuravam 33 instituições de ensino públicas e privadas. Essa lista
nos dá uma ideia das principais áreas (região Sul, Sudeste, Norte, Nordeste, e Centro-
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Oeste) e instituições contempladas com cursos de graduação a distância no Brasil, no
ano de 2004.
Para obter uma lista atualizada tanto em relação a cursos de graduação como em
relação a cursos de pós-graduação lato sensu, no nível de especialização a distância,
visite regularmente o site oficial do Ministério da Educação que fornece uma lista de
cursos e instituições atualizada semestralmente e, pode ser encontrada no endereço:
http://portal.mec.gov.br/sesu/index.php?option=content&task=view&id=588&Itemid=298
#sudeste.
Ainda segundo pesquisa elaborada por Gonzáles (2005), até 2004, cerca de 25 ( vinte e
cinco) cursos de graduação já foram autorizados, quase todos voltados à formação de
professores do ensino fundamental. No Brasil, estão matriculados nesses cursos
aproximadamente 50.000 alunos. Destes, 40.000 participam de cursos para a formação
de professores. Segundo estimativas do MEC, até o final de 2003 mais de 70.000
professores estariam matriculados nesses cursos. Apenas 35 instituições de ensino
superior estão autorizadas pelo MEC para oferecer curso de graduação a distância.
A preocupação do MEC com a formação de professores do Ensino Fundamental foi
muito clara, pois, após a publicação da nova LDB, que exigiu dos professores do Ensino
Fundamental das séries iniciais tivessem formação superior até o ano de 2006, houve
um salto de aproximadamente 700.000 novas vagas na demanda de cursos de
Pedagogia para a formação desses professores. O país não tem como suprir toda essa
demanda, num prazo tão restrito, no modo presencial. Isso provocou no MEC a
prioridade em aprovar e certificar esses cursos de graduação a distância.
Hoje, o Brasil tem grande competência para oferecer EAD de qualidade e ainda, levá-la
às regiões mais remotas do país. Os métodos e técnicas de comunicação atualmente
disponíveis permitem que a Educação chegue a milhões de estudantes e,
simultaneamente, que milhares de professores sejam preparados, acelerando,
sobretudo, a formação desses profissionais de ensino.
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As instituições superiores de ensino estão finalmente começando a atuar de forma clara e
decidida em Educação a Distância. E a Educação a Distância começa a aproximar-se da
presencial, a sair do nicho em que se encontrava. Na medida em que cada instituição
desenvolve sozinha, ou em rede, cursos de graduação, de especialização, de extensão e
agora de Pós stricto sensu; vai adquirindo competência, atraindo novos alunos e mercados,
perdendo o medo de arriscar e legitimando essa modalidade de educação.
O panorama atual é muito dinâmico. Há uma efervescência de projetos em todas as áreas,
níveis e mercados. As empresas estão buscando processos de capacitação contínua,
fazendo parcerias com as melhores universidades. As secretarias de Educação também
procuram estas instituições superiores para convênios e cursos. Os 40 mil alunos
matriculados em Educação Superior a Distância e o potencial de alunos que pretendem
inscrever-se em novos cursos fazem prever um rápido crescimento das instituições mais
competentes.
Neste momento temos uma grande diversidade de cursos. Há cursos de curta e de longa
duração, há cursos para poucos alunos (menos de 30) e cursos com mais de 15 mil alunos.
Há cursos totalmente on-line, virtuais e outros impressos, que utilizam os correios.
Há cursos, com pouca interação e outros com muito intercâmbio, troca, onde se criam
comunidades de aprendizagem. A utilização dos meios telemáticos no ensino superior vem
avançando, pela liberdade de acesso, baixo custo e facilidade de comunicação.
Os cursos presenciais começam a ser combinados com tempos e espaços não presenciais.
Estamos começando a sair, em determinados momentos, da sala de aula. Começamos a
aprender também em ambientes virtuais, combinando-os com os presenciais. E na educação
a distância, com a comunicação on-line, estamos nos encontrando mais, saindo do
isolamento que costumava existir.
Segundo Moran (2002), caminhamos para uma flexibilização forte de cursos, tempos,
espaços, gerenciamento, interação, metodologias, tecnologias, avaliação. Isso nos obriga a
experimentar pessoal e institucionalmente de modelos de cursos, de aulas, de técnicas, de
pesquisa, de comunicação. Todas as universidades e organizações educacionais, em todos
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os níveis, precisam experimentar como integrar o presencial e o virtual, garantindo a
aprendizagem significativa. É importante que os núcleos de educação a distância das
universidades saiam do seu isolamento e se aproximem dos departamentos e grupos de
professores interessados em flexibilizar suas aulas, que facilitem o trânsito entre o presencial
e o virtual.
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UNIDADE 9
Objetivo: Aspectos Legais que viabilizam a EAD no Brasil, com destaque aos referenciais de qualidade para curso Superior a Distância.
Viabilidade da EAD no Brasil: Aspectos Legais
Segundo o Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância - ABRAED de
2006 apud Ataíde, mais de 1,2 milhões de brasileiros estudaram a distância em 2005, sendo
62,6% maior que o registrado em 2004. O número de cursos a distância no Brasil cresceu
600% entre 2001 e 2004. Essa expansão acelerada da EAD no Brasil deve-se a sintonia com
a tendência mundial quanto à procura por educação continuada, utilizando os recursos da
mídia.
A quantidade de cursos superiores de graduação, sequencial ou pós-graduação a distância,
passou de 11 em 2001 para 77, em 2004, e o número de instituições autorizadas cresceu em
31%. Todo esse crescimento demanda um acompanhamento por parte do governo, para que
haja qualidade nos cursos ofertados e as instituições ao serem avaliadas aprimorem seus
produtos e serviços.
Os dados mais recentes do Anuário Brasileiro Estatístico da Educação a Distância, relativos
ao ano de 2007 até a conclusão deste trabalho estava em fase de lançamento, em momento
oportuno os mesmos serão divulgados aos alunos.
O Ministério da Educação - MEC, por meio da Secretaria de Educação a Distância - SEED
atua como agente de inovação tecnológica nos processos de ensino e aprendizagem,
fomentando a incorporação das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) e das
técnicas de educação a distância aos métodos didático-pedagógicos. O MEC/SEED promove
ainda, a pesquisa e o desenvolvimento, voltados para a introdução de novos conceitos e
práticas.
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A Lei 9394, de 20 de dezembro de 1996 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação, Artigo 80
estabelece que: "O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de
programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de
educação continuada". Essa lei impulsionou as atividades de EAD no Brasil, uma vez que as
instituições de ensino sentiram-se mais seguras e amparadas para continuar ou entrar no
negócio da Educação a Distância.
Com o objetivo de incentivar e possibilitar que as instituições de ensino superior - IES
entrassem na era da Educação a Distância, o MEC lançou a Portaria MEC nº 2.253, em 18
de outubro de 2001, onde no Art. 1º determina: "As instituições de ensino superior do sistema
federal de ensino poderão introduzir, na organização pedagógica e curricular de seus cursos
superiores reconhecidos, a oferta de disciplinas que, em seu todo ou em parte, utilizem
método não presencial". Entretanto, o MEC impôs a limitação de que as IES só poderiam
ofertar 20% das disciplinas a distância. Portanto, essa Portaria traz no Art. 1º, o § 1º que diz:
"As disciplinas a que se refere o caput, integrantes do currículo de cada curso superior, não
poderão exceder a vinte por cento do tempo previsto para integralização do respectivo
currículo. Isso significa que, sem deixar de ofertar a mesma disciplina de forma presencial, as
IES poderiam criar turmas a distância.
As instituições privadas assumiram a liderança no oferecimento de disciplinas a distância,
que atentaram para a criação on-line daquelas com maior concentração de alunos
reprovados e também de disciplinas dos primeiros semestres dos cursos, obrigatórias para
os alunos de determinadas áreas, permitindo o atendimento de um maior número de alunos
sem a necessidade de aumentar salas de aula.
Em 2005, o Decreto nº 5622, de 19 de dezembro de 2005, regulamentou o Art. 80 da Lei nº
9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação
nacional. O Art. 80 diz que "O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de
programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino e de
educação continuada".
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O Art. 1º do referido decreto, caracteriza a EAD como "modalidade educacional na qual a
mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a
utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e
professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos". Esse
decreto estabelece a organização da EAD, os níveis e modalidades educacionais que poderá
ser ofertada e o credenciamento das instituições para oferta de cursos e programas na
modalidade a distância.
Esse Decreto estabelece ainda, que os cursos superiores ministrados a distância não
poderão ter a duração mínima inferior à definida na modalidade presencial e terão
equivalências e aproveitamentos garantidos.
O Decreto nº 5.773, de 09 de maio de 2006, "dispõe sobre o exercício das funções de
regulação, supervisão e avaliação de instituições de educação superior e cursos superiores
de graduação e sequenciais no sistema federal de ensino". Nesse decreto, é estabelecido
que o Ministério da Educação, por intermédio de suas secretarias, é o órgão responsável
pela execução das funções de regulação e supervisão da educação superior, em suas
respectivas áreas de atuação. Esse documento traz o detalhamento das competências e
atribuições de cada secretaria - Secretaria de Educação Superior, Secretaria de Educação
Profissional e Tecnológica e Secretaria de Educação a Distância, do Conselho Nacional de
Educação - CNE, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
- INEP, e da Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior - CONAES.
Esse decreto detalha ainda, as exigências para o Credenciamento e Recredenciamento de
IES, bem como as atividades de supervisão e avaliação realizadas pelos órgãos citados no
parágrafo anterior.
Referenciais de Qualidade – Foco Educação Superior
Segundo o MEC, no contexto da política permanente de expansão da educação superior no
País, a EAD coloca-se como uma modalidade importante no seu desenvolvimento. Nesse
sentido, é fundamental a definição de princípios, diretrizes e critérios que sejam Referenciais
de Qualidade para as instituições que ofereçam cursos nessa modalidade.
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Por esta razão, a SEED/ MEC apresenta, para propiciar debates e reflexões, um documento
com a definição desses Referenciais de Qualidade para a modalidade de educação superior
a distância no País. Esses Referenciais de Qualidade circunscrevem-se no ordenamento
legal vigente em complemento às determinações específicas da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação, do Decreto 5.622, de 20 de dezembro de 2005, do Decreto 5.773 de junho de
2006 e das Portarias Normativas 1 e 2, de 11 de janeiro de 2007. Embora seja um
documento que não tem força de lei, ele será um referencial norteador para subsidiar atos
legais do poder público no que se refere aos processos específicos de regulamentação,
supervisão e avaliação da modalidade citada. Por outro lado, as orientações contidas neste
documento devem ter função indutora, não só em termos da própria concepção teórico-
metodológica da educação a distância, mas também da organização de sistemas de EAD.
A proposta de Referenciais de Qualidade apresentada para a modalidade de Educação
Superior a Distância, tendo em vista sua posterior publicação no ano de 2007, atualiza o
primeiro texto oficial do MEC, de 2003. As mudanças implementadas são justificadas em
razão das alterações provocadas pelo amadurecimento dos processos, principalmente no
que diz respeito às diferentes possibilidades pedagógicas, notadamente quanto à utilização
de tecnologias de informação e comunicação, em função das discussões teórico-
metodológicas que tem permeado os debates acadêmicos.
Os debates a respeito da EAD, que acontecem no País, sobretudo, na última década, têm
oportunizado reflexões importantes a respeito da necessidade de modificações de alguns
paradigmas que norteiam nossas compreensões relativas à educação, escola, currículo,
estudante, professor, avaliação, gestão escolar, dentre outros.
Outro fator importante para o delineamento desses referenciais é o debate a respeito da
conformação e consolidação de diferentes modelos de oferta de cursos a distância em curso
em nosso País. Neste ponto, é importante destacar a inclusão de referências específicas aos
pólos de apoio presencial, que foram contemplados com as regras dos Decretos
supracitados e pela Portaria Normativa nº 2, de janeiro de 2007. Assim, o pólo passa a
integrar, com especial ênfase, o conjunto de instalações que receberá avaliação externa,
quando do credenciamento institucional para a modalidade de educação a distância.
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O Ministério da Educação elaborou, a partir de discussão com especialistas do setor, com as
universidades e com a sociedade, Indicadores de Qualidade para essa modalidade de
ensino, que são os seguintes:
Integração com políticas, diretrizes e padrões de qualidade definidos para o
ensino como um todo e para o curso específico;
Desenho do projeto: a identidade da EAD;
Equipe profissional multidisciplinar;
Comunicação/interatividade entre professor e aluno (tutoria);
Qualidade dos recursos educacionais;
Infraestrutura de apoio;
Avaliação de qualidade contínua e abrangente;
Convênios e parcerias;
Edital e informações sobre o curso a distância;
Custos de implementação e manutenção.
Esses indicadores têm como objetivo orientar as instituições de ensino superior, a conseguir
maior qualidade em seus produtos e processos.
Com o objetivo de incentivar a expansão da EAD o governo federal, aprovou a Lei nº 11.273,
de 06 de fevereiro de 2006, que cria bolsas de estudo e de pesquisa para professores
envolvidos na educação a distância, tutores e participantes de cursos ou programas de
formação inicial. Essa lei garante uma bolsa, além do salário, para professores envolvidos
em projetos de EAD e deve acabar com o desinteresse que uma boa parte dos professores
tinha pela educação a distância.
A legislação mais recente sobre EAD é a Portaria Normativa 02/MEC, de 10 de janeiro de
2007, que dispõe sobre os procedimentos de regulação e avaliação da educação superior na
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modalidade a distância. Determina que somente IES credenciadas podem ofertar cursos
superiores a distância e reafirma a necessidade de pólos estruturados para atender as
atividades presenciais obrigatórias.
Esses recentes documentos legais são fundamentais para a orientação das IES que querem
se inserir no contexto da EAD. Constata-se que o crescente acesso aos meios
computacionais por parte da população brasileira, bem como o incentivo e a fiscalização por
parte do Ministério da Educação - MEC, nos cursos superiores a distância, têm sido fatores
determinantes para a melhoria contínua dos programas de EAD.
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UNIDADE 10
Objetivo: Contextualizar as abordagens pedagógicas em Educação a Distância
Abordagem Comportamentalista
Segundo Pereira (2005), o homem criou a máquina à sua própria imagem e semelhança. De
lá para cá duas coisas aconteceram: as máquinas tornaram-se mais parecidas com criaturas
vivas, e os organismos vivos têm sido encarados cada vez mais como máquinas. As
máquinas contemporâneas não são apenas mais complexas, mas são deliberadamente
preparadas para operar no mundo muito semelhante ao comportamento humano.
As abordagens tradicionais estão diretamente ligadas à instrução programada e têm como
fundamento filosófico principal à teoria comportamentalista. Desse modo, o condicionamento
para a formação de hábitos presente na teoria behaviorista de Skinner originou a instrução
programada, com suas máquinas de ensinar, que foi a primeira manifestação da tecnologia
educacional. Por estar centrada nesta concepção metodológica, a EAD não levava em conta
as variáveis que interferem na comunicação humana.
Contrapondo a Instrução Programada (IP) às novas abordagens, pode parecer que esta não
tem nem valor, nem qualidades a serem destacadas, o que seria uma posição
preconceituosa e inadequada, por isso, a contextualização é fundamental. A Instrução
Programada (IP) é colocada como um modelo tradicional de educação a distância por
possuir fortes embasamentos teóricos da visão comportamentalista que também existia na
modalidade presencial. Além disso, a IP e a transmissão de informações abdicando do
conhecimento são as características principais do ensino a distância, que se diferencia da
educação à distância.
Segundo Villardi (2003) apud Pereira, a EAD esteve, ao longo do tempo, associada a uma
perspectiva de ensino e não de educação: Estruturado sobre “ação sistemática e conjunta de
diversos recursos didáticos, apoio de uma organização, e tutoria, propiciando a
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aprendizagem independente e flexível dos alunos”, o ensino a distância se caracterizou,
entre nós, pelo predomínio da informação sobre a formação, veiculada por meio de material
didático de caráter instrucional, muitas vezes, sob enfoque da instrução programada.
A necessidade de externalizar uma ação que exiba um comportamento e manifeste uma
resposta refere-se tanto aos domínios de informações e habilidades quanto aos das atitudes
e estratégias cognitivas. Para Gagné (1968), na situação estimuladora deve-se informar ao
aluno o que se espera dele, cabendo a ele evocar coisas anteriormente aprendidas, para
relacioná-las com os novos estímulos. Essas orientações facilitariam a evocação e
determinariam a boa direção dos processos intelectuais internos do aprendiz o que diminuiria
a incidência de erros e o tempo gasto com a aprendizagem.
Outro fator relevante é o feedback, ou reforço, que proporciona a fixação da resposta
específica e auxilia na motivação do aprendiz. Prevê também uma série de recapitulações
que contrabalancem os efeitos do esquecimento e transferem a aprendizagem da memória
em curto prazo para a memória em longo prazo possibilitando um armazenamento mais
duradouro das respostas ou informações.
Vistas sobre este prisma, as abordagens tradicionais têm o seu valor reconhecido. Afinal, a
maioria dos programas de ensino a distância ainda é centrado na IP. As mudanças
paradigmáticas propostas estão fundamentadas no ensino de verdades absolutas, o que se
opõe à valorização da forma como a aprendizagem é construída e produzida. Como a EAD
não deve ser pensada apenas pela via tecnológica, a proposição de um novo modelo
filosófico é uma tentativa de seguir adiante na construção de valores educativos capazes de
dar conta das expectativas e dos anseios de pessoas que creem ser possível reduzir as
discrepâncias sociais e construir, a cada dia, uma educação de qualidade.
Um curso corporativo é caracterizado pelo fato de que o aluno assiste a aulas transmitidas
via equipamento de videoconferência e/ou pela Internet e tira suas dúvidas através de fórum
de discussão dedicado ao curso, e eventualmente responde uma lista de exercícios, é de
fato um curso a distância. Cursos deste tipo podem ser definidos como comportamentalistas,
pois o aprendizado se baseia na aquisição do conhecimento disponibilizado pelo tutor, mas
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sem muita margem para desenvolvimento crítico sobre o assunto do curso. Neste caso, o
debate sobre o tema não faz parte do planejamento didático, a essência do curso está na
entrega do conteúdo para rápido consumo e esclarecimentos.
Geralmente cursos comportamentalistas são de curta duração, sem data determinada para
iniciar, apenas com prazo para sua conclusão. Não há turmas, o alunado é rotativo e não
interage entre si, pois quando um aluno está começando um curso outro pode estar
terminando. Na maioria das vezes são voltados para atender demanda de conhecimento
sobre tema bastante específico, cujo aluno-alvo é aquele que não tem tempo nem fontes de
informação estruturadas para adquirir tal know-how. São cursos geralmente encontrados em
sites de empregos e em intranets de corporações. Há inclusive empresas especializadas em
gerar cursos deste tipo para revenda. É o fast-food da educação a distância.
É fácil perceber que cursos comportamentalistas demandam do aluno um perfil marcado pela
disciplina, autodidatismo e motivação, pois sua rotina é bastante solitária. E mesmo tendo
este perfil, estes cursos não são muito apropriados nos casos em que a natureza da matéria
implica em propiciar uma percepção crítica do seu conteúdo, afinal há pouco espaço para
debates, para colaboração, para construção do conhecimento.
Abordagem Sociointeracionista
Em toda conduta, as motivações e o dinamismo energético provêm da afetividade, enquanto
as técnicas e o ajustamento dos meios empregados constituem o aspecto cognitivo
(sensório-motor ou racional).
A abordagem sociointeracionista é um paradigma epistemológico que reúne duas
concepções teóricas distintas - o construtivismo de Jean Piaget e o sociointeracionismo de
Vygotsky – e tem servido de base para a construção de uma nova maneira de se tratar o
fazer pedagógico. Para Villardi (2003), Vygotsky é um expoente do construtivismo que por
enfatizar a importância da interação recebe outra posição teórica chamada de
sociointeracionismo.
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O conceito de aprendizagem significativa pode ser compreendido como a aprendizagem na
qual o aluno, a partir do que sabe, e tendo o professor como mediador da informação,
reorganiza seu conhecimento de mundo, ao se deparar com novas dimensões. Dessa
maneira, o aluno transfere esse novo conhecimento a outras situações ou realidades,
descobrindo o princípio e os processos que o explicam, melhorando, portanto, sua
capacidade de organização e ampliando-a para outras experiências, ideias, fatos, valores e
processos de pensamento que adquirirá dentro ou fora da escola.
Alguns conceitos, como o de ZDP ( zona de desenvolvimento proximal), de Vygotsky, são
fundamentais para o embasamento teórico deste novo fazer. Para o autor, a zona de
desenvolvimento proximal é a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se
costuma determinar por meio da solução independente de problemas, e o nível de
desenvolvimento potencial, determinado por intermédio da solução sob a orientação de um
adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes. A partir deste desenvolvimento,
o sujeito adquiriria confiança para partilhar suas ações com outros sujeitos. Consideramos
“cooperação”, com base em Piaget: cooperar é operar em conjunto, isto é, ajustar, por meio
de novas operações (qualitativas ou métricas) de correspondência, reciprocidade ou
complementaridade, as ações executadas por cada um dos parceiros.
Diante da descrição acima, temos que um curso se mostra mais eficaz com a abordagem
pedagógica construtivista sociointeracional quando o domínio sobre o conteúdo necessita de
visão crítica sobre o tema. Estes cursos são munidos de meios mais sofisticados de
comunicação, para permitir a interação não apenas entre o professor e o aluno, mas também
entre os alunos. Geralmente têm maior duração, com data para início e conclusão, além de
cronograma de atividades.
Os cursos sociointeracionais são assim chamados porque suas atividades de aprendizado
envolvem tanto atividades individuais quanto trabalhos em grupo. Além dos elementos
componentes de um curso comportamentalista, há a criação de grupos virtuais de estudo,
que realizam trabalhos em conjunto e colaboram para a suplementação do conteúdo
abordado, de modo a propiciar a construção do conhecimento, o aprimoramento da
inteligência coletiva. Os resultados do trabalho e/ou a experiência de um aluno, os debates
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entre diferentes alunos ou grupos, a discussão com o tutor sobre o tema, acabam
colaborando para o enriquecimento do curso como um todo.
Para o fornecimento de cursos desta natureza a tecnologia empregada para gerenciar os
processos interativos é bem mais sofisticada, o planejamento didático e a gestão do
processo educacional têm que ser mais bem elaborados. Estes cursos são mais difíceis de
encontrar, pois não dependem apenas de conteúdo e tecnologia, precisam de recursos
humanos bem capacitados para sua administração. Geralmente são encontrados na Internet,
em forma de cursos de especialização ou de extensão, fornecidos por Instituições de Ensino
Superior.
Ambos os tipos de curso a distância são válidos, desde que se observe a sua adequação ao
tema abordado, aos objetivos esperados e principalmente ao perfil do público a que se
destina. É de se esperar que o maior esclarecimento sobre o tema permita ao leitor discernir
sobre o que lhe é ofertado em forma de educação a distância, de modo a ingressar apenas
em processos educacionais compatíveis com seus objetivos e seu perfil, afinal este
paradigma pedagógico estará cada vez mais presente em nossas vidas daqui em diante.
Faça uma reflexão com o máximo de 25 e o mínimo de 20 linhas sobre impactos da
EAD na Educação
Antes de dar continuidade aos seus estudos é fundamental que você acesse sua
SALA DE AULA e faça a Atividade 1 no “link” ATIVIDADES.
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UNIDADE 11
Objetivo: Descrever as características do ensino presencial e a distância.
Do Presencial ao Virtual
Segundo Abreu, a informática incorpora-se à vida cotidiana no virar do milênio, mesmo que
seus modos e seus usos sejam, ainda, privilégio de poucos. Com a mediação digital e com o
uso da Internet remodelando certas atividades cognitivas fundamentais que envolvem
linguagem, sensibilidade, conhecimento e imaginação inventiva, o indivíduo vê-se diante de
novas exigências a sua inclusão social, porque, se não tiver habilidades desenvolvidas e
construídas, as competências necessárias ao uso dessa ferramenta, terá limitada sua
participação nos processos sociais – um entrave ao exercício da cidadania.
Considerada um dos meios de inclusão social, a educação vive, na atualidade, uma
mudança de paradigmas diante de uma sociedade letrada e tecnológica, que demanda um
novo perfil de cidadão. A EAD consolidou-se como uma modalidade alternativa de
aprendizagem, que usa as novas Tecnologias de Comunicação e Informação como
possibilidade de interação no espaço virtual. Assim, surgiram diversos programas de
formação continuada para a capacitação de profissionais da educação, a fim de amenizar os
impedimentos gerados pela distância geográfica, alargando a oferta de uma educação de
boa qualidade à população.
Para atender a demanda com qualidade, buscam-se nos ambientes virtuais e no material
didático dos cursos de EAD uma linguagem que se distancie do "cuspe e giz" e se constitua
como uma possibilidade de oferecer experiências de aprendizagem colaborativa que se
traduzam como avanço cognitivo para os alunos. Esse tipo de ambiente de aprendizagem
deve estar relacionado a um modelo educacional voltado para o estímulo ao
compartilhamento de informações e a construção do conhecimento individual e coletivo, de
modo que possa favorecer a interação entre os indivíduos e o grupo, pois o fato de utilizar
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ferramentas tecnológicas e de interação não é o suficiente para garantir a qualidade, e muito
menos a construção do conhecimento na modalidade de educação realizada a distância.
Ensino a Distância versus Ensino Presencial
Nota-se neste cenário uma tendência: o presencial se virtualiza e a distância se
presencializa. Os encontros em um mesmo espaço físico se combinam com os encontros
virtuais, a distância, através da Internet. E a educação a distância cada, vez mais, aproxima
as pessoas, pelas conexões on-line, em tempo real, que permite que professores e alunos
falem entre si e possam formar pequenas comunidades de aprendizagem.
A educação presencial e a distância começam a ser fortemente modificadas e todos nós,
organizações, professores e alunos somos desafiados a encontrar novos modelos para
novas situações. Ensinar e aprender, hoje, não se limita ao trabalho dentro da sala de aula.
Implica em modificar o que fazemos dentro e fora dela, no presencial e no virtual, organizar
ações de pesquisa e de comunicação que possibilitem continuar aprendendo em ambientes
virtuais, acessando páginas na Internet, pesquisando textos, recebendo e enviando novas
mensagens, discutindo questões em fóruns ou em salas de aula virtuais, divulgando
pesquisas e projetos.
Segundo Peters (2003) apud Diefenbach, muitos docentes consideram que a única diferença
existente entre o ensino presencial e o ensino a distância é apenas a “distância”, ficando o
processo de ensino-aprendizagem idêntico. Para o autor, esta abordagem está equivocada,
pois o ensino a distância tem uma abordagem diferenciada, pois os estudantes, objetivos,
métodos, mídias e estratégias, são diferentes da educação convencional.
Uma das principais diferenças existentes entre estes dois tipos de ensino: presencial e a
distância, está relacionada ao fato do educador estar fisicamente com o aluno. Não se pode
deixar de ressaltar que, com o ensino presencial, identifica-se, através do olhar, das falas,
dos gestos, da expressão oral e corporal dos envolvidos, as dificuldades dos alunos, o que
facilita a comunicação entre o professor e o aprendiz; na EAD, isso não acontece. Ainda
pode-se identificar atividades que se tornam bem mais construtivas, em sala de aula, do que
via computador, como é o caso das explicações dos professores e das trocas de
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experiências. Isso ocorre porque os docentes podem verificar a reação de cada estudante
diante da sua exposição, o que lhes permite auxiliar o aluno em suas necessidades
(PETERS, 2003).
Outro fator importante, que deve ser levado em conta, é a preparação dos materiais
didáticos. Para o ensino a distância, é importante que o material seja elaborado por uma
equipe multi ou interdisciplinar, assim como, que seja incorporado no material, as melhores
técnicas para o aprendizado dos alunos, visando à melhor prática pedagógica para as várias
tecnologias utilizadas. Isso é um fator que facilita o processo de ensino-aprendizagem, como
também estimula os alunos a estudarem e a construírem seus conhecimentos com maior
autonomia. É relevante passar aos discentes envolvidos, materiais complementares para
estudo; disponibilização de assuntos que possam despertar o interesse dos alunos,
auxiliando-os assim, na formação de um pensamento crítico e analítico.
Outro aspecto necessário em abordar é o papel do professor no contexto presencial e virtual,
pois a explosão de usos da rede mundial de computadores para os mais variados propósitos
educacionais têm proporcionado uma nova forma de atuação para os professores - o
ambiente on-line.
Como os professores que vêm atuando em cursos on-line normalmente têm experiência em
contextos presenciais, uma boa parte da literatura sobre o papel do professor on-line (aquele
que atua em cursos via Internet) trata de comparações entre as modalidades: presencial e
virtual e, da passagem de uma para outra.
É preciso lembrar, entretanto, que não existe uma única forma de educação presencial, nem
uma única forma de educação a distância (EAD) on-line. O que se pode comparar são as
possibilidades e potencialidades de cada meio, as práticas mais comuns na sala de aula
convencional e aquelas que vêm sendo utilizadas em cada tipo de curso on-line.
Segundo Sherry (1998), o professor passa a se ver como um orientador - que apresenta
modelos, faz mediações, explica, redireciona o foco e oferece opções - e como um
coaprendiz que colabora com outros professores e profissionais. A maioria dos professores
ou instrutores que utilizam atividades de ensino mediadas pelo computador prefere assumir o
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papel de moderador ou facilitador da interação ao papel do especialista que despeja
conhecimento no aluno (Sherry, 1998; Berge, 1997).
Sherry (1998) destaca, entretanto, que cabe ao professor decidir seu grau de envolvimento e
intervenção nas diversas atividades e contextos de comunicação em rede, optando, por
exemplo, por se excluir de discussões e dando mais liberdade para os alunos ou, por outro
lado, mantendo uma forte presença na conversação para corrigir, informar, opinar, convidar
alunos para participar.
A redefinição dos papéis dos professores pelo uso da tecnologia envolve questões como
estilos de ensino, necessidade de controle por parte do professor, concepções de
aprendizagem e a percepção da sala de aula como um sistema ecológico mais amplo, no
qual os papéis de professores e alunos estão começando a mudar.
Gunawardena (1992) relata que, ao decidir adotar para sua prática pedagógica on-line um
modelo centrado no aluno, na interação e cooperação entre participantes, encontrou
dificuldades em abrir mão do controle da sala de aula tradicional e percebeu que alguns
alunos encontraram igual dificuldade em assumir responsabilidade pela sua própria
aprendizagem e solicitaram apoio constante.
Pesquisas (como a de Berge, 1997) sugerem que o processo de transição para o ensino on-
line é mais fácil para professores filosoficamente orientados para o ensino centrado no aluno
por estarem mais acostumados à discussão e à interação.
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UNIDADE 12
Objetivo: Contextualizar a importância da interação e comunicação para a construção do conhecimento em EAD.
A Importância da Interação e Comunicação em EAD
As tecnologias da informação vêm modificando a forma de interação entre pessoas,
encurtando caminhos, ou diminuindo as distâncias. Estas interações podem se dar tanto
entre indivíduos quanto entre indivíduo e uma máquina. Desde o telefone, até o e-mail, que é
um caso mais barato, há disponível para o usuário uma série de instrumentos comunicativos
facilitando estas interações.
Tem dois conceitos importantes nesse processo: interação e interatividade. A interação pode
ser definida como uma ação recíproca entre os sujeitos, que pode ser direta ou indireta,
mediatizada por algum veículo técnico de comunicação, como por exemplo, carta ou
telefone. A interatividade é a atividade humana do usuário de agir sobre a máquina, e de
receber em troca uma “retroação” da máquina sobre ele.
O processo de interação e a comunicação são fundamentais para a construção do
conhecimento. Segundo Davemport (1998) a informação é matéria-prima para o
conhecimento, isto é, a informação é o primeiro passo para conhecer. Conhecer é relacionar,
integrar, contextualizar, fazer nosso o que vem de fora. Conhecer é saber, é desvendar, é ir
além da superfície, do previsível, da exterioridade. Conhecer é aprofundar os níveis de
descoberta, é penetrar mais fundo nas coisas, na realidade, no nosso interior. Conhecer é
conseguir chegar ao nível da sabedoria, da integração total, da percepção da grande síntese,
que se consegue ao comunicar-se com uma nova visão do mundo, das pessoas e com o
mergulho profundo no nosso eu. O conhecimento se dá no processo rico de interação
externo e interno. Pela comunicação aberta e confiante desenvolvemos contínuos e
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inesgotáveis processos de aprofundamento dos níveis de conhecimento pessoal, comunitário
e social.
Conseguimos compreender melhor o mundo e os outros, equilibrando os processos de
interação e de interiorização. Pela interação entramos em contato com tudo o que nos
rodeia; captamos as mensagens, nos revelamos e ampliamos a percepção externa. Mas a
compreensão só se completa com a interiorização, com o processo de síntese pessoal, de
reelaboração de tudo o que captamos através da interação.
Com a presença da tecnologia da informação em todas as áreas, um dos eixos de intensas
mudanças é o da educação. A educação passa pela sua transformação em um processo de
comunicação autêntica e aberta entre professores e alunos. O aprendizado só ocorre dentro
de um contexto comunicacional participativo, interativo, vivencial. No entanto, é importante
destacar que, com ou sem tecnologias avançadas, podemos vivenciar processos
participativos de compartilhamento de ensinar e aprender (poder distribuído) através da
comunicação mais aberta, confiante, de motivação constante, de integração de todas as
possibilidades da aula-pesquisa/aula-comunicação. Isto num processo dinâmico e amplo de
informação inovadora, reelaborada pessoalmente e em grupo, de integração do objeto de
estudo em todas as dimensões pessoais: cognitivas, emotivas, sociais, éticas e utilizando
todas as habilidades disponíveis do professor e do aluno.
O melhor canal de interação entre educandos e educadores, hoje em dia, é a EAD. Pelo
menos é o mais eficiente, pois as mensagens emitidas podem ser selecionadas e ainda terão
a ajuda de elementos auxiliares de aprendizagem que são riquíssimos. O uso da EAD como
modalidade fundamental de aprendizagem e ensino, no mundo inteiro, parte de um conceito
extremamente simples: alunos e professores estão separados somente por certa distância e,
às vezes, pelo tempo, mas possuem o suporte tecnológico, que como um paradoxo, os
aproxima.
O emprego da EAD é muito mais do que o uso puro e simples de tecnologia numa sala de
aula. A visão que temos é muito mais ampla, a ela associando-se a interatividade, numa
correspondência biunívoca de ensino e resposta, em que o lucro é a apreensão de
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conhecimentos. Esse conceito é o mais completo, não se limitando ao que se denomina
"aprendizagem a distância", esta mais restrita. Abaixo se tem a descrição de ferramentas que
auxiliam a interação juntamente com a forma de aplicação.
Exemplos de Ferramentas que Potencializam a Interação em EAD
Exemplos de Interação Através da Tecnologia:
Listas e fóruns de discussão - A participação em listas e fóruns de discussão permite ao
usuário a interação com os parceiros tanto no que se refere à troca de informações e
discussão de cunho teórico, quanto à resolução conjunta de problemas. Por permitir a
expressão, discussão e contraposição de ideias entre os sujeitos, é um recurso que promove
a aprendizagem e possibilita a construção do conhecimento.
“É preciso criar situações para que esse aluno estabeleça relações. Para que estabeleça
relações entre relações, que faça construções renovadas e reinvente as noções que se
pretende que ele aprenda. Só assim se alcança a compreensão de um conhecimento”.
(Nitzke, 2002) apud Dutra. Tanto as listas quanto os fóruns de discussão podem abranger
várias temáticas, as quais são organizadas de forma a permitir a participação do usuário em
cada uma delas.
Bloggers - O uso de bloggers tem se difundido nas escolas por permitir o registro de forma
rápida e simples. O blog funciona como um diário no qual o usuário (aluno ou professor)
pode registrar atividades, eventos ou impressões acerca de determinado assunto. O blog
pode ser usado também como registro de grupo, uma vez que, compartilhado o endereço da
publicação, vários usuários podem acrescentar informações ao diário construído.
A construção de um blog pode ser feita, por exemplo, a partir do site www.blogger.com.br.
Uma vez feito um cadastramento do usuário e definida uma senha, ela pode ser
compartilhada por um grupo no caso de construção coletiva. É possível inserir imagens e
alterar os dados postados. Os alunos e professores parceiros têm desenvolvido bloggers
para relatar atividades, documentar eventos e planejar desafios cooperativos. O acesso ao
blog é feito diretamente no endereço de publicação. A construção de um blog de forma
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cooperativa também possibilita a interação entre os sujeitos e promove a troca de ideias e a
resolução de desafios de forma colaborativa.
Chat
O chat propicia quatro momentos on-line de uma discussão, os quais geralmente não
são normalmente vivenciados em uma aula presencial:
leitura de uma mensagem – tradução (que podem ser várias,
simultaneamente);
interpretações, fundamentando a resposta;
contextualização (aspectos críticos sobre a informação);
e a reflexão, que envia a resposta no mesmo momento em que chegam novas
mensagens, que podem, inclusive, ser uma parte ou o todo de uma resposta).
Sendo assim, o chat torna-se também importante ferramenta para troca de informações
e aprendizagem, já que exige rapidez de raciocínio para a interpretação das
mensagens e habilidade de síntese para elaborar respostas e questionamentos.
Podemos então concluir que: a interação é o principal operador de transformação do
ensino/aprendizagem. Os recursos tecnológicos descritos recriam e ampliam as construções
individuais ou dos pequenos grupos a partir dos confrontos de experiências e conhecimentos
da comunidade em EAD.
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UNIDADE 13
Objetivo: Contextualizar o uso das tecnologias da informação e comunicação para dar suporte a EAD.
Educação a Distância e Tecnologia de Comunicação
Desde o surgimento, as diferentes tecnologias incorporaram-se ao ensino com a finalidade
de criar suporte às propostas. Livros, cartilhas, guias redigidos, foram às propostas iniciais de
apoio pedagógico. A televisão e o rádio foram suporte para a década de 70; áudios e vídeos
na década de 80. Na década de 90, redes de satélites, correio eletrônico, internet e
programas concebidos especialmente para suporte informático aparecem como os desafios
para os programas da modalidade.
Hoje, entende-se que o desenvolvimento da tecnologia atual favorece a criação e o
enriquecimento das propostas na modalidade a distância permitindo tratar, de maneira ágil,
inúmeros projetos de temas, gerando formas de aproximação docente-aluno e alunos entre
si. Resolve-se, assim, o problema da interatividade, gerando uma proposta inovadora de
socialização intermediada por tecnologias, mas sem deixar de centrar o seu foco principal
que é a troca de experiências e ideias entre pessoas e saberes.
A tecnologia e a interatividade estão cada vez mais presentes na vida, e são necessárias do
ponto de vista de lazer ou trabalho ao cotidiano das pessoas. Desde a mais tenra idade, a
“geração web”, estabelecendo para a geração atual uma intimidade com o uso de
computadores, elemento de troca de informações cada vez mais ágil e com capacidade de
armazenamento e recursos a serem explorados cada vez maiores. (Kiefer, 2007)
Contudo, quebrar com os padrões estabelecidos não é imediato nem fácil, por isso, a
necessidade de investir em uma educação a distância com qualidade validará esta
modalidade como forma qualificada e democratizadora de educação.
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Contribuição das TIC’s Aplicadas à EAD
Com o uso das TIC’s (Tecnologias da Informação e Comunicação), têm-se as distâncias
entre as pessoas reduzidas, uma vez que podemos nos comunicar, em tempo real, com
pessoas em qualquer parte, e que os tempos tornaram-se mais urgentes, pois a
disponibilidade de informações cresce a uma taxa exponencial, assim como a demanda por
profissionais cada vez mais qualificados, o que exige uma constante formação destes.
Pode-se assim, definir tecnologia da informação como a combinação de recursos de
processamento (hardware, software, bancos de dados, etc.), todos organizados de maneira a
obter como produto final uma informação.
Hoje a internet, uma das vertentes do fenômeno conhecido como convergência digital das
tecnologias da informação e comunicação (TIC), propicia uma comunicação eficiente
integrando imagem, voz, transmissão de dados de forma instantânea. Desta forma é possível
realizar a comunicação sem, contudo, se restringir aos aspectos espaciais. Neste contexto
globalizado, as informações são difundidas em tempo real para as diferentes partes.
Mesmo não sendo universalizado, o acesso à internet, quando ocorre, torna possível às
pessoas que, por exemplo, não podem se locomover ou que não disponham de tempo, em
horários regulares, dedicarem-se ao estudo, em cursos regulares de formação inicial ou
continuada. Desse modo, a ampliação e as facilidades da EAD na atualidade significam uma
forma de democratização, inclusão social e de capitalização do conhecimento.
A presença das ferramentas tecnológicas na educação nos faz refletir sobre a utilização na
formação inicial e continuada de professores. Acreditamos que em um curso adequadamente
desenvolvido para utilizar as TIC’s seja possível oferecer aos professores em formação (seja
na qualidade de professores-tutores ou mesmo de alunos) uma aproximação e uma possível
apropriação destas ferramentas para a organização e gerenciamento do processo de ensino
- aprendizagem.
Diversos são os fatores que concorrem para viabilizar a utilização das TIC’s na formação de
professores. O pensamento, a comunicação e a forma do trabalho podem ser transformados
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pelas TIC’s, pois estas possibilitam uma maior interação e participação, fazendo com que um
número maior de pessoas seja atingido no âmbito da EAD. Elas também permitem a criação
de redes e de (auto) formação compartilhada, troca de experiências e divisão de saberes que
estabelecem espaços de formação mútua, em que cada professor é convocado a exercer, ao
mesmo tempo, o papel de formador e de formado (REQUE, 2005).
Segundo Martins e Campestrini (2004), há uma preocupação crescente, com relação à
construção do conhecimento pelo estudante, a qual se apresenta fortemente ligada aos
ambientes de aprendizagem. Nesses ambientes, os indivíduos ativos se destacam na
construção de seus próprios conhecimentos.
Eles ainda devem possibilitar a interação entre o aprendiz e o objeto de estudo. O objetivo
desta interação é integrar o objeto de estudo e a realidade do sujeito. Ao aproximarmos o
sujeito das possibilidades oferecidas com o uso das TIC’s em sala de aula, a formação do
indivíduo vai ao encontro da realidade já vivenciada da chamada ‘era da informação’.
O papel da interação nas atividades educacionais não presenciais, mediadas pela internet,
tem alcançado grande relevância em pesquisas relacionadas às TIC’s.
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UNIDADE 14
Objetivo: Contextualizar a revolução tecnologica na educação e os aspectos relacionados ao novo ensino.
Revolução Tecnológica na Educação
As tecnologias começam a afetar profundamente a educação que sempre esteve, e
continua, presa a lugares e tempos determinados: escola, salas de aula, calendário escolar,
grade curricular. Há vinte anos, para aprender oficialmente, tínhamos que ir a uma escola. E
hoje? Continuamos, na maioria das situações, indo ao mesmo lugar, obrigatoriamente, para
aprender. As mudanças que existem ainda são pequenas.
As tecnologias chegaram á escola, mas estas sempre privilegiaram mais o controle a
modernização da infraestrutura e a gestão do que a mudança. Os programas de gestão
administrativa estão mais desenvolvidos do que os voltados à aprendizagem. Há avanços na
virtualização da aprendizagem, mas só conseguem arranhar superficialmente a estrutura
pesada em que estão estruturados os vários níveis de ensino.
Apesar da resistência institucional, as pressões pelas mudanças são cada vez mais fortes.
As empresas estão muito ativas na educação on-line e buscam nas universidades mais
agilidade, flexibilização e rapidez na oferta de educação continuada. Os avanços na
educação a distância, com a LDB e a Internet, estão sendo notáveis. A LDB legalizou a
educação a distância e a Internet lhe tirou o ar de isolamento, de atraso, de ensino de
segunda classe. A interconectividade que a Internet e as redes desenvolveram nestes
últimos anos está começando a revolucionar a forma de ensinar e aprender.
Estas revoluções impulsionadas pelas TIC’s evoluem em quatro dimensões fundamentais,
segundo Carly Fiorina, ex-presidente da Hpackard: do analógico para o digital (digitalização);
do físico para o virtual (virtualização); do fixo para o móvel (mobilidade); do massivo para o
individual (personalização).
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A digitalização permite registrar, editar, combinar, manipular toda e qualquer informação, por
qualquer meio, em qualquer lugar, a qualquer tempo. A digitalização traz a multiplicação de
possibilidades de escolha, de interação.
A mobilidade e a virtualização nos libertam dos espaços e tempos rígidos, previsíveis,
determinados. As tecnologias que num primeiro momento são utilizadas de forma separada
– computador, celular, Internet, mp3 (e outros), câmera digital – e caminham na direção da
convergência, da integração, dos equipamentos multifuncionais que agregam valores.
O computador continua, mas ligado à internet, à câmera digital, ao celular, ao mp3,
principalmente nos pockets ou computadores de mão. O telefone celular é a tecnologia que
atualmente mais agrega valor: é wireless (sem fio) e rapidamente incorporou o acesso à
Internet, à foto digital, aos programas de comunicação (voz, TV), ao entretenimento (jogos,
música-mp3) e outros serviços.
Aspectos do Novo Modelo de Ensino
A escola é uma instituição mais tradicional que inovadora. A cultura escolar tem resistido
bravamente às mudanças. Os modelos de ensino focados no professor continuam
predominando, apesar dos avanços teóricos em busca de mudanças do foco do ensino para
o de aprendizagem. Tudo isto nos mostra que não será fácil mudar esta cultura escolar
tradicional, que as inovações serão mais lentas, que muitas instituições reproduzirão no
virtual o modelo centralizador no conteúdo e no professor do ensino presencial.
A maior parte dos cursos presenciais e on-line continua focada no conteúdo, focada na
informação, no professor, no aluno individualmente e na interação com o professor/tutor.
Convém que os cursos hoje – principalmente os de formação – sejam focados na construção
do conhecimento e na interação; no equilíbrio entre o individual e o grupal, entre conteúdo e
interação (aprendizagem cooperativa), um conteúdo em parte preparado e em parte
construído, ao longo do curso.
Com os processos convencionais de ensino e com a atual dispersão da atenção da vida
urbana, fica muito difícil a autonomia, a organização pessoal, indispensáveis para os
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processos de aprendizagem a distância. O aluno desorganizado poderá deixar passar o
tempo adequado para cada atividade, discussão, produção e poderá sentir dificuldade em
acompanhar o ritmo de um curso. Isso atrapalhará sua motivação, sua própria aprendizagem
e a do grupo, o que criará tensão ou indiferença. Alunos assim, aos poucos, poderão deixar
de participar, de produzir e muitos terão dificuldade, a distância, de retomar a motivação, o
entusiasmo pelo curso. No presencial, uma conversa dos colegas mais próximos ou do
professor poderá ajudar a quem queiram voltar a participar do curso. A distância será
possível, mas não fácil.
Os cursos que se limitam à transmissão de informação, de conteúdo, mesmo que estejam
brilhantemente produzidos, correm o risco da desmotivação a longo prazo e, principalmente,
de que a aprendizagem seja só teórica, insuficiente para dar conta da relação teoria/prática.
Em sala de aula, se estivermos atentos, podemos mais facilmente obter feedback dos
problemas que acontecem e procurar dialogar ou encontrar novas estratégias pedagógicas.
No virtual, o aluno está mais distante, normalmente só acessível por e-mail, que é frio, não
imediato, ou por um telefonema eventual, que embora seja mais direto, num curso a
distância encarece o custo final.
Segundo Gonzáles (2005), existem várias razões pelas quais um aluno abandona um
curso a distância iniciado com visível empolgação e entusiasmo. Os especialistas são
unânimes em afirmar que as causas da evasão no ensino a distância não são muito
diferentes daquelas ocorridas no modelo de ensino presencial. Isso reforça a percepção
de que os fatores motivacionais ou desmotivacionais estão presentes em toda e
qualquer interatividade humana.
Conhecendo-se as causas, podem-se empreender ações preventivas que ajudem a re-
duzir a evasão escolar em qualquer uma das modalidades de ensino.
Dentre as várias causas detectadas por professores-tutores em várias instituições de
ensino a distância, foram observadas as seguintes principais causas de evasão:
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.Conteúdos confusos, com linguagem inadequada ao nível do aluno (muito pobre ou
extremamente sofisticada);
Interface com poucos recursos ou extremamente complexa;
Falta de acompanhamento sistemático dos professores-tutores;
Excesso de atividades solicitadas;
Pouco tempo para o cumprimento das tarefas propostas;
Falta de condições financeiras para prosseguir o curso;
Mudança de foco pessoal ou profissional por parte do aluno.
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UNIDADE 15
Objetivo: Refletir sobre o aprendizado cooperativo e colaborativo em Ambientes Virtuais e suas configurações.
Concepções sobre Aprendizado Cooperativo e Colaborativo
O aprendizado colaborativo em ambientes virtuais de aprendizagem tem sido um dos focos
de inúmeras intuições de ensino superior.
Quando aprendizes interagem e trabalham colaborativamente, constroem conhecimento de
modo mais significativo, desenvolvem habilidades intra e interpessoais, deixam de ser
independentes para serem interdependentes. A interação e interatividade são caminhos
fundamentais de investigação. O conhecimento é construído conjuntamente, ou seja,
construído de forma coparticipativa, porque existe interatividade. (Okada, 2003)
Todos podem participar e intervir no processo através da criação e reconstrução das
mensagens (coautoria), com opção para selecionar, combinar, permutar estas informações e
produzir outras narrativas possíveis na sua potencialidade. (Silva, 2000)
O trabalho individual também é importante. As leituras, as reflexões, internalizações e
sínteses são fundamentais para construção do conhecimento. Porém, esse processo de
aprendizagem ganha maior amplitude e dimensão quando acontece também com o trabalho
coletivo.
Para alguns autores como: Cohen (1986), Johnson & Johson (1978), Sharam (1980), Slavin
(1985) apud Okada, o aprendizado colaborativo e o cooperativo se diferem em alguns
aspectos, principalmente em termos de objetivos e intenções. No aprendizado cooperativo, é
estimulado o trabalho em conjunto visando atingir um propósito em comum, ao invés do
aprendizado individualista e competitivo. No aprendizado colaborativo, não existe
necessariamente um único propósito coletivo. No ambiente colaborativo, é encorajada a
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interação visando principalmente a descentralização do papel do professor, todos são
aprendizes e podem contribuir um com o outro
Bruffee (1999) apud Okada afirma que outra diferença está relacionada com o tipo de
atividades propostas para os participantes. No aprendizado cooperativo, os aprendizes
trabalham com problematizações bem claras e definidas, nas quais os participantes podem
cooperar um com o outro, socializando as suas aptidões e desenvolvendo mais habilidades
necessárias para busca de soluções.
No aprendizado colaborativo, os aprendizes confrontam situações complexas e incertas da
vida real e, são incentivados ao questionamento, à troca e reflexão coletiva, ao consenso, à
crítica e autocrítica, à autonomia no seu próprio processo de aprendizagem.
Estruturas e Interfaces em Ambientes Virtuais Colaborativos de Aprendizagem
Para compreender melhor ambientes virtuais colaborativos e cooperativos é necessário não
só refletir sobre a concepção de colaboração e cooperação, mas também, analisar as
estruturas e interfaces contidas nestes ambientes.
As tecnologias digitais de comunicação e informação estão possibilitando configurar novos
espaços de aprendizagem interativos e hierárquicos, permitindo assim, romper com o
paradigma diretivo/linear para o interativo/construtivo.
Neste sentido, a Educação a Distância representa um passo à frente rumo à formação
continuada, à construção coletiva de conhecimentos e redes colaborativas de aprendizagem,
pois permite uma contínua especialização. Schrum (1998).
Qualquer usuário de qualquer ponto pode trocar informações rapidamente com baixíssimo
custo, rearticular ideias individualmente e coletivamente, partilhar novos sentidos, socializar
saberes e compartilhar novos consensos com todos os usuários da rede.
Emissores e receptores não são vistos mais como dois grupos distintos com mensagens
estáticas, e sim, um grande grupo emissor/receptor que pode constantemente reconstruir
conhecimentos.
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Entretanto os simples usos das tecnologias digitais de comunicação e informação não
implicam em ambientes virtuais colaborativos onde participantes poderão contribuir reforçar
laços de afinidade e se constituírem como comunidades. A tradicional concepção de sala de
aula com alunos expectadores diante de um professor-especialista detentor da informação
ainda pode ser encontrada tanto nos ambientes presenciais quanto nos virtuais.
Segundo Palloff e Pratt (1999), algumas dinâmicas para promover o aprendizado
colaborativo são fundamentais:
Formular um objetivo comum para aprendizagem. A projeção de objetivos comuns é um
componente fundamental para promover a colaboração. Para isto, o professor pode usar
uma variedade de técnicas para conduzir na direção de um objetivo comum, como por
exemplo:
a negociação das diretrizes do curso. Isto significa estimular a discussão visando o
consenso;
a socialização de apresentações pessoais e expectativas;
comentários incentivadores sobre as apresentações pessoais.
Estimular a busca de exemplos da vida real. Problematizações relacionadas com a vida real
permitem o envolvimento com um contexto coletivo, facilita também a participação no
ambiente através de circunstâncias que a maioria pode vivenciar. Para isto, a estratégia é
também elaborar tarefas relacionadas a situações do cotidiano.
Estimular o questionamento inteligente. Estimular a elaboração de perguntas de modo
inteligente significa que o professor não deve dominar o diálogo, e sim, incentivar perguntas
que promovam a investigação e conduzam a reflexão. Para isto, o professor deve questionar
incentivando que os alunos façam também o mesmo.
Dividir a responsabilidade pela facilitação. Uma forma de garantir a participação colaborativa
é estabelecer tarefas entre os participantes e propor um rodízio. Por exemplo, os
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participantes podem ser facilitador da discussão, observador do processo, comentarista, líder
de equipe, apresentador.
Estimular a avaliação. Outra forma de incentivar a troca é incentivar a avaliação entre os
próprios alunos de uma forma construtiva. A capacidade de fazer comentários significativos
para os colegas ajuda o próprio comentarista a refletir sobre o seu próprio trabalho.
Compartilhar recursos. Essa é mais uma estratégia para que os alunos possam contribuir um
com ou outro, ampliando a biblioteca, trazendo textos interessantes e outras fontes de
referência, divulgando eventos relacionados com o curso, trazendo informações que possam
ser significativas para o grupo.
Estimular a escrita coletiva. A escrita coletiva incentiva a reflexão em conjunto, a construção
de um consenso. Para isto, o professor pode propor um brainstoning (tempestade de ideias)
e também utilizar interfaces propícias para isto como o whiteboarding (simulação de escrita
coletiva, onde todos podem ver o que cada um está escrevendo).
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UNIDADE 16
Objetivo: Caracterizar ambientes Virtuais de Aprendizagem.
A Emergência de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
O aprendizado on-line é uma das expansões mais rápidas da educação no ensino superior e
corporativo. O número de cursos on-line oferecidos aumentou incrivelmente nestes últimos
anos. De acordo com International Data Corp. Study (CNN 2000) foi estimado que número de
estudantes acadêmicos em cursos de Educação a Distância triplicaria para 2.2 milhões em
2002, ou seja, 15% de todos os estudantes do ensino superior.
Além dos sofisticados sistemas que permitem configurar ambientes virtuais de
aprendizagem, existem também diversos artefatos gratuitos disponíveis na Web que
possibilitam participantes, alunos e professores, construírem os seus próprios espaços de
aprendizado.
A construção de sites na Internet tem sido uma tarefa cada vez mais fácil. No início da
década de 90, para construir uma página na Web era necessário ser um bom programador e
dominar algumas linguagens (HTML, JAVA).
Com o rápido desenvolvimento de softwares e aprimoramento dos editores de textos,
pessoas sem experiência de programação começaram a desenvolver páginas na Web e
publicá-las em servidores gratuitos da Internet, inclusive, esses próprios servidores com
intuito de atrair um número cada vez mais de usuários começaram a oferecer recursos para
construção de páginas simples e rápidas em seus próprios sites. Atualmente é possível
encontrar vários servidores gratuitos para publicação de uma página Web. Na Internet
existem também vários editores HTML para construção de sites.
O surgimento de artefatos gratuitos e práticos, para editar e publicar páginas na web
favoreceu o crescimento extremamente acelerado de home pages e de sites na Internet. O
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grande número de usuários, que também se expande exponencialmente, justifica o
surgimento de muitos portais de ensino, comunidades de aprendizagem, cidades virtuais do
conhecimento, cidadania eletrônica em muitos lugares do mundo.
Segundo o Human Development Report (2001,6), mais de 400 milhões de usuários já
acessavam a Internet. Em 1993 existiam cerca de apenas 200 Websites na Internet, em
2000 foram registrados mais de 20 milhões.
A figura representa usuários e Sites na Web (Okada, 2003)
Além do grande número de servidores gratuitos para publicação de páginas na Web, vários
artefatos, também freeware,podem ser utilizados para configuração de interfaces síncronas e
assíncronas. Estes artefatos permitem criar fóruns, listas de e-mails, salas de chat, portfólio
para arquivos, bancos de dados, formulários, livros de assinaturas e, até mesmo,
comunidades virtuais.
Entretanto, a grande questão dos ambientes virtuais de aprendizagem não gira mais em
torno de quantidade, mas sim, da qualidade.
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Partindo do estudo de Mason (1998) 2 sobre “aprendizado on-line” podemos classificar os
ambientes virtuais de aprendizagem em três tipos: aprendizado baseado em
conteúdo+suporte, aprendizado envolvente e aprendizado integrado.
“Ambiente Instrucionista” ambiente centrado no conteúdo (que pode ser impresso) e no
suporte que são tutoriais ou formulários enviados por e-mail. E normalmente são respondidos
por outras pessoas (monitores) e não exatamente pelo autor. A interação é mínima e a
participação on-line do estudante é praticamente individual. Este tipo de ambiente é o mais
comum e representa o tradicional curso instrucionista onde a informação é transmitida como
na aula, expositiva, presencial.
“Ambiente Interativo” ambiente centrado na interação on-line, onde a participação é
essencial no curso. O objetivo é atender também as expectativas dos participantes e ocorre
muita discussão e reflexão. Os materiais têm o objetivo de envolver e são desenvolvidos no
decorrer do curso com as opiniões e reflexões dos participantes e com as ideias formuladas
nas áreas de discussão. Existe o incentivo à liberdade e responsabilidade de cada um
escolher o material desejado e fazer suas próprias interpretações. As atividades podem ser
organizadas em temas de interesses e profissionais externos podem ser convidados para
conferências. Neste caso, o papel do professor é mais intenso, pois as atividades são criadas
no decorrer do curso. Ocorrem também eventos síncronos (chats).
“Ambiente Cooperativo” ambiente cujo objetivo é trabalho colaborativo e participação on-
line. Existe muita interação entre os participantes através de comunicação on-line,
construção de pesquisas, descobertas de novos desafios e soluções. O conteúdo do curso é
fluido e dinâmico e determinado pelos indivíduos do grupo. O suporte e orientação existem,
mas neste caso é menor. É um curso também diferente do presencial por possibilitar a
construção de comunidades de aprendizes. É importante que todos tenham um bom
relacionamento e proximidade.
Ainda segundo Okada (2003), nos ambientes colaborativos e cooperativos, os participantes
devem estar envolvidos com seu próprio aprendizado, os desafios propostos devem estar
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focados em situações reais que possibilitem articular o aprendizado com o contexto e as
experiências, procurando incentivar o senso de comunidade colaborativa.
Nesta concepção, os aprendizes devem ser encorajados a confrontarem problemas práticos
da vida, questões que ainda não têm solução clara. A interação e o trabalho cooperativo é
um caminho não só para buscar um produto coletivo, mas para desenvolver uma visão mais
ampla visando identificar as incoerências e incompletudes; e também para estimular a
criatividade em prol de novas descobertas e alternativas inovadoras. Nesta concepção, os
aprendizes são coautores da construção do conhecimento e do seu próprio processo de
aprendizado.
Sobre Ambientes Virtuais Colaborativos
Os ambientes virtuais colaborativos de aprendizagem de acordo com, Britain e Líber (1999)
apud Okada, devem conter seis aspectos importantes. Abaixo serão abordados os aspectos
e as questões que tratam:
Adaptação: Como o professor pode adaptar o curso e seus recursos à luz das experiências
vivenciadas no processo?
Os professores podem adaptar a estrutura do ambiente de acordo com o contexto, a
necessidade dos alunos e os objetivos do curso. Primeiro, procurando saber quais são as
expectativas de todos; suas experiências prévias e intenções ao fazer o curso. Depois,,
observar quais são as necessidades, no decorrer do processo. E assim, ter flexibilidade para
construir o conteúdo do ambiente ao longo da trajetória, junto com os participantes.
Auto-organização: Quais os recursos e possibilidades existentes no ambiente para que os
participantes possam reorganizar as suas informações, as suas experiências e as do grupo,
independente das orientações do professor?
É importante pensar em algumas estruturas ou dinâmicas que ajudem os alunos a
organizarem-se, em grupos e individualmente. Recursos fáceis de utilizar e interfaces
gratuitas trouxeram facilidades para criação dos próprios ambientes. Mas, o prioritário foi a
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proximidade dentro dos grupos decorrente da abertura, do diálogo, da valorização da
atuação de cada um.
Coordenação: Como possibilitar que o aprendiz colabore para seu próprio aprendizado?
É essencial ter clareza da intencionalidade do grupo e durante o processo estar refletindo
sobre o assunto. Muitas vezes no decorrer, o foco se perde, surgem novos caminhos e os
participantes podem ficar perdidos. Algumas interfaces como agenda, calendário e
atividades, podem ajudar o grupo a ser organizar, principalmente quando cada grupo tem
abertura para definir estes conteúdos.
Monitoramento: Como o professor pode perceber se o aprendizado ocorreu e como intervir
para que ele possa ocorrer?
Isto pode ser realizado através de diversos espaços para dúvidas, feedback,
acompanhamento da trajetória, avaliação e autoavaliação. É essencial que os professores e
também os participantes percebam o seu desenvolvimento em relação ao seu aprendizado.
O assessoramento contínuo é muito importante, e principalmente o registro do processo,
facilitando o acompanhamento das dificuldades e dos avanços.
Negociação: Como fazer com que os alunos negociem contratos de aprendizagem com
seus professores? Isto deve ocorrer no processo contínuo? O que possibilita a negociação?
É um grande desafio estabelecer prazos de entrega, atividades que serão realizadas, e
assim buscar o comprometimento nas equipes. Quando a definição destes itens é decorrente
do consenso entre os alunos, o comprometimento e envolvimento é maior. Quando existem
dificuldades ou conflitos, é importante realizar algumas paradas para reflexão (no fórum, no
chat). As paradas são meios de negociação que podem propiciar novos acordos.
Autonomia: Como cada estudante pode encontrar seus próprios recursos e avançar em seu
próprio aprendizado? E também como eles podem trazer contribuições para o grupo?
Os estudantes podem ficar responsáveis por usar e colocar material extra, disponibilizando-
os para todos. As próprias atividades podem, também, incentivar os alunos a procurarem e
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socializarem outras fontes de referência (através dos mapas de sites). Além disso,
percebemos que a autonomia ocorre quando de certa forma o aprendizado possibilita romper
as circunstâncias da disciplina, e isto ocorre de acordo com o envolvimento do aluno naquilo
que traz significado.
Quando o aluno encontra as suas próprias questões e aquilo que é relevante para ele, busca
por si só informação, leituras que não foram citadas e, inclusive compartilha com os demais
as descobertas.
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UNIDADE 17
Objetivo: Apresentar o sistema Moodle e o ambiente de aprendizagem virtual do MEC,
e-Proinfo.
Sobre o Moodle
O sistema Moodle começou a ser idealizado, no início da década de 90, quando Martin
Dougiamas era o Webmaster na Curtin University of Technology, na Austrália e responsável
pela administração do sistema de gerenciamento de aprendizagem (LMS – Learning
Management System) ou Ambiente Virtual de Aprendizagem - AVA, usado pela Universidade
naquela época. Martin conhecia muitas pessoas, em escolas e instituições, pequenas e
grandes, que gostariam de fazer melhor uso da Internet, mas não sabiam como iniciar devido
à grande quantidade de ferramentas tecnológicas e pedagógicas existentes na época. Ele
gostaria de proporcionar a essas pessoas uma alternativa gratuita e livre, que pudesse
introduzi-los ao universo on-line.
As crenças de Martin nas inúmeras possibilidades da Educação baseada na Internet o
levaram a fazer mestrado e doutorado na área de Educação, combinando sua experiência
em ciência da computação com teorias sobre construção do conhecimento e natureza da
aprendizagem e da colaboração.
Várias versões do software foram produzidas e descartadas até a versão 1.0 ser aceita e
bastante utilizada em 2002. Essa primeira versão era enxuta e foi usada para a realização de
estudos de caso que analisavam a natureza da colaboração e da reflexão de pequenos
grupos de estudo formados por adultos. Com o crescimento da comunidade de usuários,
novas versões do software foram desenvolvidas. A essas novas versões foram adicionadas
funcionalidades, desenhadas por pessoas em diferentes situações do ensino.
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O Moodle não é usado apenas por Universidades, mas em escolas de ensino médio, escolas
primárias, organizações, companhias privadas e por professores independentes. A lista de
usuários do Moodle pode ser acessada em: http://moodle.org/sites/ . É um sistema
desenvolvido de forma colaborativa que permite a criação e a administração de cursos na
Web com código aberto, livre e gratuito. Os usuários podem baixá-lo, usá-lo, modificá-lo e
distribuí-lo seguindo apenas os termos estabelecidos pela licença GNU GPL, que é uma
licença voltada para o usuário final e para a liberdade.
Esta licença possui uma longa história. De forma resumida, ela estabelece quatro pontos
principais:
Liberdade de executar o programa, para qualquer fim, da forma que se desejar;
Liberdade para modificar o programa e adaptá-lo às suas necessidades;
Liberdade para ajudar o seu vizinho, distribuindo cópias do programa;
Liberdade para ajudar a criar sua comunidade publicando versões aperfeiçoadas de
forma a permitir que outros se beneficiem de seu trabalho.
Segundo Almeida, o desenho e desenvolvimento do Moodle são guiados por uma filosofia de
aprendizagem especial, um modo de pensar sobre como são encontradas referências, em
poucas palavras, como uma "pedagogia sócioconstrucionista". Dessa forma, para explicar de
modo simples, o que a frase significa, vamos destrinchando quatro conceitos principais
que estão por trás dela. Repare que cada um deles sintetiza uma visão baseada em uma
quantidade imensa de pesquisas diferentes, de modo que estas definições podem parecer
simplórias se você já leu sobre o assunto antes.
Jean Piaget, psicólogo e pedagogo suíço, nascido em 1896 e falecido em 1980, é autor de
trabalhos sobre o desenvolvimento do pensamento e da linguagem da criança e sobre a
epistemologia genética.
Em 1918 doutorou-se em Ciências Naturais, a partir de 1921 começou a estudar psicologia
da criança no Instituto Jean Jacques Rousseau, em Genebra.
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Tornou-se professor de Psicologia na Universidade de Genebra. Em 1995, funda o Centro de
Estudos de Epistemologia Genética.
Piaget afirma que a criança passa por três períodos de desenvolvimento mental. O primeiro
período se dá de 2 a 7 anos de idade, onde as habilidades como a linguagem e o desenho
são desenvolvidos. O segundo período se dá de 7 a 11 anos, a criança começa a pensar
logicamente. O terceiro período se dá de 11 a 15 anos, quando a criança começa a lidar com
as abstrações e raciocinar com realismo.
Piaget critica severamente a escola tradicional, afirmando que as mesmas objetivam
acomodar a criança; impedindo a formação de inteligências inventivas, críticas e pensadoras,
de acordo com Piaget o indivíduo é o principal na construção do seu próprio conhecimento.
Sua teoria apresenta tendência construtivista, no papel estruturante do sujeito. Maturação,
experiências físicas; transmissões sociais e culturais e equilibração são fatores
desenvolvidos nesta teoria. A mesma apresenta, também, dimensões interacionistas, cuja
ênfase é colocada na interação do sujeito com o objeto físico.
De acordo com Piaget o conhecimento é um ato que se realiza através da interação (mente e
corpo), o qual se dá em etapas sucessivas, considerando que a criança passa por todas as
etapas. O aluno deve vivenciar na prática, as situações que produzirão o conhecimento,
cujos materiais, devem ser concretos e, a partir daí, a criança o construirá.
De acordo com Piaget é a pessoa que constrói seu próprio conhecimento, onde todo o
desenvolvimento da inteligência é determinado pelas ações mútuas entre o indivíduo e o
meio, mediados pela ação do professor.
A criança tem uma forma própria e ativa de raciocinar e de aprender que evolui por estágios,
até a maturidade intelectual.
O professor deve respeitar o nível de desenvolvimento da criança. Não pode ir além de sua
capacidade, nem deixá-las agir sozinhas. Superando em todos os pontos, as teorias
propostas por Skinner, que considera o indivíduo como um ser manipulável, o qual aprende
através de condicionamentos.
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Lev Semenovich Vigotsky, nascido em 1896 e falecido em 1934, aos 37 anos de idade,
teve uma produção intelectual intensa, formado em Direito, também fez cursos de Medicina,
História e Filosofia.
Foi um dos teóricos que buscou uma alternativa dentro do materialismo dialético para o
conflito entre as concepções idealista e mecanicista, na Psicologia.
Construtor de pospostas teóricas inovadoras sobre temas como: relação, pensamento e
linguagem, sobre o processo de desenvolvimento da criança e o papel da instrução no
desenvolvimento.
Suas obras foram censuradas e chegaram ao Ocidente apenas nos anos 60, e no Brasil só
no início da década de 80. Atualmente, seu trabalho vem sendo estudado e valorizado em
todo o mundo.
De acordo com Vigotsky as origens das formas superiores de comportamento consciente
devem ser encontradas nas relações sociais que o homem mantém, como um ser ativo, que
age sobre o mundo sempre em relações sociais, no qual, é transformador dessas ações.
Quanto ao conhecimento Vigotsky afirma que “ensinar o que a criança já sabe é pouco; o
ideal é partir do que ela domina, para ampliar seu conhecimento".
Para Vigotsky o aprendizado é essencial para o desenvolvimento do ser humano e se dá,
sobretudo pela interação social, e as pessoas só aprendem quando as informações fazem
sentido para ela. Afirma ainda que o desenvolvimento é um processo que se dá de fora para
dentro.
É no processo de ensino-aprendizagem que ocorre a apropriação da cultura e o
consequente desenvolvimento do indivíduo, sendo a aprendizagem um processo
essencialmente social, que ocorre na interação com os adultos e os colegas.
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Vigotsky explicava a educação como um processo social, sistemático de construção da
humanidade; onde o professor torna-se figura fundamental e o colega de classe, um parceiro
importante, nesse processo chamado “Educação”.
A aprendizagem se dá sobre tudo pela interação social.
A aprendizagem da criança inicia-se desde o 1º dia de vida da criança.
Professor e alunos formam um conjunto de mediadores da cultura que possibilitam um
grande avanço no desenvolvimento da criança.
As Ferramentas e os Requisitos do Moodle.
Funcionalidades do sistema - O Moodle conta com as principais funcionalidades de um
ambiente virtual de aprendizagem. Possui ferramentas de comunicação, de avaliação, de
disponibilização de conteúdos, de administração e organização. Elas são acessadas pelo
tutor de forma separada em dois tipos de entradas, na página do curso. De um lado adiciona-
se o material e do outro as atividades.
Formatos de cursos - O Moodle permite criar três formatos de cursos: Social, Semanal e
Modular. O curso Social é baseado nos recursos de interação entre os participantes e não
em um conteúdo estruturado. Os dois últimos cursos são estruturados e podem ser semanais
e modulares. Esses cursos são centrados na disponibilização de conteúdos e na definição de
atividades. Na estrutura semanal informa-se o período em que o curso será ministrado e o
sistema divide o período informado, automaticamente, em semanas. Na estrutura modular
informa-se a quantidade de módulos.
Material (conteúdo do curso) - O Moodle possui ferramentas para a disponibilização de
conteúdos. Materiais didáticos podem ser disponibilizados por meio de páginas de texto
simples, páginas Web e links, para arquivos ou endereços da Internet. O sistema permite,
ainda, visualizar diretórios e inserir rótulos aos conteúdos inseridos. Esses rótulos funcionam
como categorias ou títulos e subtítulos que podem subdividir os materiais disponibilizados. O
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ambiente permite ainda a criação de glossários de termos e documentos em formato Wiki
para a confecção compartilhada de textos, trabalhos e projetos.
Atividade - Em atividades podem ser adicionadas ferramentas de comunicação, avaliação e
outras ferramentas complementares ao conteúdo como glossários, diários, ferramenta para
importação e compartilhamento de conteúdos. As ferramentas de comunicação do ambiente
Moodle são: fórum de discussões e o Chat. Elas apresentam um diferencial interessante com
relação a outros ambientes, pois não há ferramenta de e-mail interna ao sistema. Ele utiliza o
e-mail externo (padrão) do participante. Outro diferencial é que a ferramenta fórum permite
ao participante enviar e receber mensagens via e-mail externo padrão. O participante tem a
facilidade de cooperar com uma discussão a partir do seu próprio gerenciador de e-mails.
As ferramentas de avaliação disponíveis no Moodle: avaliação de curso, pesquisa de opinião,
questionário, tarefas e trabalhos com revisão. As ferramentas permitem, respectivamente, a
criação de avaliações gerais de um curso; pesquisas de opinião rápidas, ou enquetes,
envolvendo uma questão central; questionários formados por uma ou mais questões (10
tipos diferentes de questões) inseridas em um banco de questões previamente definido;
disponibilização de tarefas para os alunos onde podem ser atribuídas datas de entrega e
notas e por fim, trabalhos com revisão onde os participantes podem avaliar os projetos de
outros participantes e exemplos de projetos em diversos modos.
Participantes (usuários) do sistema - Os participantes ou usuários do sistema são: o
Administrador – responsável pela administração, configurações do sistema, inserção de
participantes e criação de cursos; o Tutor – responsável pela edição e viabilização do curso e
o Estudante/Aluno. Os usuários do Moodle são globais no servidor. Isso significa que eles
têm apenas um login para todos os cursos. A função permite, por exemplo, que um usuário
seja aluno em um curso e professor/tutor em outro curso.
Administração do sistema - As ferramentas de administração, apresentadas ao tutor do
curso na lateral esquerda da tela de curso, permitem controle de participantes - alunos e
tutores como inscrições e upload de lista de aluno; backups e restore de cursos; acesso aos
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arquivos de logs; logs da última hora; gerenciamento dos arquivos dos cursos;
disponibilização de notas, etc.
Especificações técnicas, o moodle pode ser executado, sem nenhum tipo de alteração, em
sistemas operacionais Unix, Linux, Windows, Mac OS X, Netware e outros sistemas que
suportem a linguagem PHP. Os dados são armazenados em bancos de dados MYSQL e
PostgreSQL, mas também podem ser usados Oracle, Access, Interbase, ODBC e outros. O
sistema conta com traduções para 50 idiomas diferentes, dentre eles, o português (Brasil), o
espanhol, o italiano, o japonês, o alemão, o chinês e muitos outros.
O Moodle mantém-se em desenvolvimento por uma comunidade que abrange participantes
de todas as partes do mundo. Essa comunidade, formada por professores, pesquisadores,
administradores de sistema, designers instrucionais e, principalmente, programadores,
mantém um portal ( http://www.moodle.org ) na Web que funciona como uma central de
informações, discussões e colaborações. Além das discussões e colaborações disponíveis
em inglês e outros idiomas o portal conta com relatório de perguntas frequentes, suporte
gratuito, orientações para realização do download e instalação do software, documentação
completa e a descrição do planejamento de atualizações futuras do ambiente.
Ambiente Virtual de Aprendizagem do MEC: e-Proinfo
O e-ProInfo é um ambiente virtual de aprendizagem colaborativo desenvolvido pela
Secretaria de Educação a Distância (SEED), do Ministério da Educação (MEC), em parceria
com algumas instituições de ensino como UFRS e PUC-SP. O ambiente foi desenvolvido
para complementar o programa educacional ProInfo que visa introduzir Tecnologias de
Informação e Comunicação (TIC), nas escolas públicas do Brasil, como ferramenta de apoio
ao processo ensino-aprendizagem. O ambiente do MEC não necessita de infraestrutura para
sua instalação, pois o sistema fica instalado no servidor do próprio MEC. As instituições
públicas cadastradas podem acessar o ambiente usando os computadores que têm
disponíveis. O e-ProInfo já foi usado para a formação de 50 mil alunos, a maioria
funcionários públicos, em 235 cursos de aperfeiçoamento profissional.
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Cadastro da Instituição
Os cursos do e-ProInfo são de responsabilidade de Instituições Públicas cadastradas ou
oferecidas pelo próprio MEC. Para cadastrar uma entidade - que deve ser obrigatoriamente,
uma instituição publica ligada ao governo federal, estadual ou municipal - basta entrar em
contato com a equipe do e-ProInfo, por meio da opção Suporte, no endereço e estabelecer o
termo de parceria e cessão de direitos da entidade com a secretaria de Educação a Distância
(SEED).
No termo de parceria fica estabelecido um responsável pela entidade, no ambiente, e-ProInfo
e a partir, daí um administrador fica responsável por acrescentar os demais usuários. Não há
limites de espaço em disco e pode-se acessar o ambiente de qualquer lugar e a qualquer
hora. Várias instituições de ensino superior e escolas de ensino fundamental e médio estão
cadastradas no ambiente. Dentre elas estão Universidades Federais de todo o Brasil. A lista
completa das entidades cadastradas do ambiente pode ser acessada por meio do link
http://www.eproinfo.mec.gov.br/fra_eProinfo.php?opcao=7
Recursos do Ambiente
O ambiente virtual, e-ProInfo, permite a concepção, administração e desenvolvimento de
ações de apoio ao processo ensino-aprendizagem. Para isso contém recursos síncronos e
assíncronos como, por exemplo, fórum, videoconferência, bate-papo, e-mail, quadro de
avisos, notícias e biblioteca. Há também um conjunto de recursos disponíveis para apoio às
atividades dos participantes, entre eles, tira-dúvidas, avisos, agenda e diário. Para os
instrutores há ainda um conjunto de ferramentas para avaliação de desempenho, como
questionários e estatísticas de atividades. O ambiente pode ser usado em cursos oferecidos
em modalidade totalmente a distância; como apoio em cursos presenciais; para realizar
reuniões de trabalho e também como suporte na realização de projetos colaborativos.
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O ambiente é formado pelo site do participante e pelo site do administrador. No site do
administrador, pessoas credenciadas pelas entidades conveniadas, desenvolvem e
administram cursos a distância e outras ações de apoio ao processo ensino-aprendizagem,
configurando e utilizando todos os recursos e ferramentas disponíveis no ambiente virtual.
Os participantes inscrevem-se
nos cursos abertos pelas entidades e, sendo aceitos pelo administrador, podem se vincular
a turmas, através das quais cursam seus respectivos módulos. Por meio do site dos
participantes são acessados conteúdos, informações e atividades organizadas por módulos e
temas, além de interagir com coordenadores, instrutores, orientadores, professores,
monitores e com outros colegas participantes.
Tela do e-ProInfo – Visitante do curso e-ProInfo livre
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UNIDADE 18
Objetivo:Analisar as considerações necessárias em um projeto pedagógico, para cursos superior a distância.
Projetos Pedagógicos em EAD
Segundo os Referenciais de Qualidade em EAD, não há um modelo único de educação a
distância. Os programas podem apresentar diferentes desenhos e múltiplas combinações de
linguagens e recursos educacionais e tecnológicos. A natureza do curso e as reais condições
do cotidiano e necessidades dos estudantes são os elementos que irão definir a melhor
tecnologia e metodologia a ser utilizada, bem como, a definição dos momentos presenciais
necessários e obrigatórios, previstos em lei, estágios supervisionados, prática em
laboratórios de ensino, trabalhos de conclusão de curso, quando for o caso, tutorias
presenciais nos pólos descentralizados de apoio presencial e outras estratégias.
Apesar da possibilidade de diferentes modos de organização, um ponto deve ser comum a
todos que desenvolvem projetos nessa modalidade: é a compreensão de EDUCAÇÃO como
fundamento primeiro, antes de se pensar no modo de organização. Disso decorre que um
projeto de curso superior a distância precisa de forte compromisso institucional em termos de
garantir o processo de formação que contemple a dimensão tecnocientífica para o mercado
de trabalho e a dimensão política para a formação do cidadão.
Ainda segundo os Referenciais de Qualidade, devido à complexidade e à necessidade de
uma abordagem sistêmica, os projetos de cursos na modalidade a distância devem
compreender categorias que envolvem, fundamentalmente, aspectos pedagógicos, recursos
humanos e infraestrutura. Para dar conta destas dimensões, faz-se necessário que o Projeto
Político Pedagógico de um curso na modalidade a distância possua os seguintes tópicos:
Concepção de educação e currículo no processo de ensino e aprendizagem;
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Sistemas de Comunicação;
Material didático;
Avaliação;
Equipe multidisciplinar;
Infraestrutura de apoio;
Gestão Acadêmico-Administrativa;
Sustentabilidade financeira.
Os tópicos supracitados não são entidades isoladas, se interpenetram e se desdobram em
outros subtópicos. Com o objetivo de caracterizá-los de forma individualizada, seguem seus
elementos constituintes fundamentais.
Elementos de um Projeto Pedagógico em EAD
1. Concepção de Educação e Currículo no Processo de Ensino-aprendizagem
O Projeto Político Pedagógico deve apresentar claramente sua opção epistemológica de
educação, de currículo, de ensino, de aprendizagem, de perfil do estudante que deseja
formar; com definição e, a partir dessa opção, de como se desenvolverão os processos de
produção do material didático, de tutoria, de comunicação e de avaliação, delineando
princípios e diretrizes que alicerçarão o desenvolvimento do processo de ensino-
aprendizagem.
A opção epistemológica é que norteará também toda a proposta de organização do currículo
e seu desenvolvimento. A organização em disciplina, módulo, tema, área, reflete a escolha
feita pelos sujeitos envolvidos no projeto. A compreensão de avaliação, os instrumentos a
serem utilizadas, as concepções de tutor, de estudante, de professor, enfim, devem ter
coerência com a opção teórico-metodológica definida no projeto pedagógico.
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O uso inovador da tecnologia aplicado à educação, e mais especificamente, à educação a
distância deve estar apoiado em uma filosofia de aprendizagem que proporcione aos
estudantes a oportunidade de interagir, de desenvolver projetos compartilhados, de
reconhecer e respeitar diferentes culturas e de construir o conhecimento.
2. Sistemas de Comunicação
O desenvolvimento da educação a distância em todo o mundo está associado à
popularização e democratização do acesso às tecnologias de informação e de comunicação.
No entanto, o uso inovador da tecnologia aplicada à educação deve estar apoiado em uma
filosofia de aprendizagem que proporcione aos estudantes efetiva interação no processo de
ensino-aprendizagem, comunicação no sistema com garantia de oportunidades para o
desenvolvimento de projetos compartilhados e o reconhecimento e respeito em relação às
diferentes culturas e de construir o conhecimento.
Portanto, o princípio da interação e da interatividade é fundamental para o processo de
comunicação e devem ser garantidos no uso de qualquer meio tecnológico a ser
disponibilizado. Tendo o estudante como centro do processo educacional, um dos pilares
para garantir a qualidade de um curso a distância é a interatividade entre professores, tutores
e estudantes. Hoje, um processo muito facilitado pelo avanço das TIC (Tecnologias de
Informação e Comunicação).
3. Material Didático
O Material Didático, tanto do ponto de vista da abordagem do conteúdo, quanto da forma,
deve ser concebido de acordo com os princípios epistemológicos, metodológicos e políticos
explicitados no projeto pedagógico, de modo a facilitar a construção do conhecimento e
mediar a interlocução entre estudante e professor, devendo passar por rigoroso processo de
avaliação prévia (pré-testagem), com o objetivo de identificar necessidades de ajustes,
visando o seu aperfeiçoamento.
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Em consonância com o projeto pedagógico do curso, o material didático, deve desenvolver
habilidades e competências específicas, recorrendo a um conjunto de mídias compatível com
a proposta e com o contexto socioeconômico do público-alvo.
4. Avaliação
Duas dimensões devem ser contempladas na proposta de avaliação de um projeto de
educação a distância:
a) Quanto ao processo de aprendizagem - o modelo de avaliação da aprendizagem
deve ajudar o estudante a desenvolver graus mais complexos de competências
cognitivas, habilidades e atitudes, possibilitando-lhe alcançar os objetivos propostos.
Para tanto, esta avaliação deve comportar um processo contínuo, para verificar
constantemente o progresso dos estudantes e estimulá-los a serem ativos na
construção do conhecimento. Desse modo, devem ser articulados mecanismos que
promovam o permanente acompanhamento dos estudantes, no intuito de identificar
eventuais dificuldades na aprendizagem e saná-las ainda durante o processo de
ensino-aprendizagem.
b) Quanto à avaliação institucional - as instituições devem planejar e implementar
sistemas de avaliação institucional, incluindo ouvidoria, que produzam efetivas
melhorias de qualidade nas condições de oferta dos cursos e no processo
pedagógico. Esta avaliação deve configurar-se em um processo permanente e
consequente, de forma a subsidiar o aperfeiçoamento dos sistemas de gestão e
pedagógico, produzindo efetivamente correções na direção da melhoria de qualidade
do processo pedagógico coerentemente com o Sistema Nacional de Avaliação da
Educação Superior (SINAES). Para ter sucesso, essa avaliação precisa envolver os
diversos atores: estudantes, professores, tutores, e quadro técnico-administrativo.
A condução da avaliação institucional deve facilitar o processo de discussão e análise entre
os participantes, divulgando a cultura de avaliação, fornecendo elementos metodológicos e
agregando valor às diversas atividades do curso e da instituição como um todo. Identificando
nessa avaliação um dos aspectos fundamentais para a qualidade de um curso superior, a
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instituição deve desenhar um processo contínuo de avaliação quanto: organização didático-
pedagógica; corpo docente, corpo de tutores, corpo técnico-administrativo e discente;
instalações físicas; meta-avaliação.
5. Equipe Multidisciplinar
Em educação a distância, há uma diversidade de modelos, que resulta em possibilidades
diferenciadas de composição dos recursos humanos necessários à estruturação e
funcionamento de cursos nessa modalidade. No entanto, qualquer que seja a opção
estabelecida, os recursos humanos devem configurar uma equipe multidisciplinar com
funções de planejamento, implementação e gestão dos cursos a distância, onde três
categorias profissionais, que devem estar em constante qualificação, são essenciais para
uma oferta de qualidade: docentes, tutores, pessoal técnico-administrativo. A descrição
detalhada do papel da equipe multidisciplinar será abordada na próxima unidade.
6. Infraestrutura de apoio
Além de mobilizar recursos humanos e educacionais, um curso a distância exige
infraestrutura material proporcional ao número de estudantes, aos recursos tecnológicos
envolvidos e à extensão de território a ser alcançado, o que representa um significativo
investimento para a instituição. A infraestrutura material refere-se aos equipamentos de
televisão, videocassetes, fotografia, impressoras, linhas telefônicas, inclusive dedicadas para
Internet e serviços 0800, fax, equipamentos para produção audiovisual e para
videoconferência, computadores ligados em rede e/ou stand alone e outros, dependendo da
proposta do curso.
Deve-se atentar ao fato de que um curso a distância não exime a instituição de dispor de
centros de documentação e informação ou midiatecas (que articulam bibliotecas, videotecas,
audiotecas, hemerotecas, infotecas, etc.) para prover suporte a estudantes, tutores e
professores. A infraestrutura estrutura física das instituições que oferecem cursos a distância
deve estar disponível:
na sede da instituição (em sua Secretaria, núcleo de EAD);
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e nos pólos de apoio presencial.
7. Gestão acadêmico-administrativa
A gestão acadêmica de um projeto de curso de educação a distância deve estar integrada
aos demais processos da instituição, ou seja, é de fundamental importância que o estudante
de um curso a distância tenha as mesmas condições e suporte que o presencial, e o sistema
acadêmico devem priorizar isso, no sentido de oferecer ao estudante, geograficamente
distante, o acesso aos mesmos serviços disponíveis ao do ensino tradicional, como:
matrícula, inscrições, requisições, acesso às informações institucionais, secretaria,
tesouraria, etc. Em particular, a logística que envolve um projeto de educação a distância,
como os processos de tutoria, produção e distribuição de material didático, acompanhamento
e avaliação do estudante, precisam ser rigorosamente gerenciados e supervisionados, sob
pena de desestimular o estudante levando-o ao abandono do curso, ou de não permitir
devidamente os registros necessários para a convalidação do processo de aprendizagem.
8. Sustentabilidade Financeira
Uma educação superior a distância de qualidade envolve uma série de investimentos iniciais
elevados; para a produção de material didático, na capacitação das equipes
multidisciplinares, na implantação de pólos de apoio presencial e na disponibilização dos
demais recursos educacionais, assim como, na implantação (metodologia e equipe) da
gestão do sistema de educação a distância.
Inicialmente, não há uma adequada relação custo/benefício, só sendo viável levando-se em
consideração a amortização do investimento inicial em médio prazo. No entanto, para alguns
analistas, um projeto acompanhado e avaliado permanentemente combinado com os
avanços tecnológicos faz com que um curso a distância esteja sempre em processo de
aperfeiçoamento, o que mantém elevado o investimento nos projetos.
Para garantir a continuidade de médio prazo inerente a um curso superior, em especial de
graduação, a instituição deve montar a planilha de custos do projeto, como um todo, em
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consonância com o projeto político-pedagógico e a previsão de seus recursos, mostrando em
particular os seguintes elementos:
a) Investimento (de curto e médio prazo)
produção de material didático (professores, equipe multidisciplinar, equipamentos,
etc.);
implantação do sistema de gestão;
equipamentos de comunicação, gestão, laboratórios, etc.;
implantação dos pólos descentralizados de apoio presencial e centro de educação
a distância ou salas de tutoria e de coordenação acadêmico operacional nas
instituições.
b) Custeio:
equipe docente: coordenador do curso, coordenadores de disciplinas, coordenador
de tutoria e professores responsáveis pelo conteúdo;
equipe de tutores para atividades de tutoria;
equipe multidisciplinar;
equipe de gestão do sistema;
recursos de comunicação;
distribuição de material didático;
sistema de avaliação.
Como parte desses itens, a instituição deve apresentar uma planilha de oferta de vagas,
especificando claramente a evolução da oferta ao longo do tempo. O número de estudantes
para cada curso deve apresentar-se em completa consistência com o projeto político-
pedagógico, os meios que estarão disponibilizados pela instituição, o quadro de professores,
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de tutores e da equipe técnico-administrativa, que irão trabalhar no atendimento aos
estudantes, o investimento e custeio a serem feitos e outros aspectos indicados nesse
documento.
Exponha sua opinião sobre a existência de comunidades virtuais que dizem
ODIAR a Educação a Distância.
Antes de dar continuidade aos seus estudos é fundamental que você acesse sua
SALA DE AULA e faça a Atividade 2 no “link” ATIVIDADES.
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UNIDADE 19
Objetivo: Descrever sobre a equipe multidisciplinar adequada aos projetos de curso de educação superior em EAD, de acordo com os Referenciais de Qualidade.
Equipe Multidisciplinar: Docentes, Tutores, Corpo Técnico-Administrativo
Como descrito na unidade anterior, os projetos de cursos na modalidade a distância devem
compreender categorias que envolvem, fundamentalmente, aspectos pedagógicos, recursos
humanos e infraestrutura. Nesta unidade vamos abordar os aspectos relacionados à equipe
multidisciplinar.
A equipe multidisciplinar em educação a distância, é composta por docentes, tutores e
pessoal técnico-administrativo com funções de planejamento, implementação e gestão dos
cursos. Em EAD a estruturação e funcionamento de curso resultam em possibilidades
diferenciadas de composição dos recursos humanos. Veja como podem ser definidas as
principais competências de cada uma dessas classes funcionais:
Docentes - em primeiro lugar, é enganoso considerar que programas a distância minimizam
o trabalho e a mediação do professor. Muito pelo contrário, nos cursos superiores a
distância, os professores veem suas funções se expandirem, o que requer que sejam
altamente qualificados. Em uma instituição de ensino superior que promova cursos a
distância, os professores devem ser capazes de:
estabelecer os fundamentos teóricos do projeto;
selecionar e preparar todo o conteúdo curricular articulado a procedimentos e
atividades pedagógicas;
identificar os objetivos referentes a competências cognitivas, habilidades e atitudes;
elaborar o material didático para programas a distância;
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realizar a gestão acadêmica do processo de ensino-aprendizagem, em particular
motivar, orientar, acompanhar e avaliar os estudantes;
avaliar-se continuamente como profissional participante do coletivo de um projeto de
ensino superior a distância.
Tutores - o corpo de tutores desempenha papel de fundamental importância no processo
educacional de cursos superiores a distância e compõem quadro diferenciado, no interior das
instituições. O tutor deve ser compreendido como um dos sujeitos que participa ativamente
da prática pedagógica. Suas atividades desenvolvidas á distância e/ou presencialmente
devem contribuir para o desenvolvimento dos processos de ensino e de aprendizagem e
para o acompanhamento e avaliação do projeto pedagógico. Um sistema de tutoria
necessário ao estabelecimento de uma educação a distância de qualidade deve prever a
atuação de profissionais que ofereçam tutoria on-line e tutoria presencial.
A tutoria on-line- atua a partir da instituição, mediando o processo pedagógico junto a
estudantes geograficamente distantes, e referenciado aos pólos descentralizados de apoio
presencial. Sua principal atribuição é o esclarecimento de dúvidas através fóruns de
discussão pela Internet, pelo telefone, participação em videoconferências, entre outros, de
acordo com o projeto pedagógico. O tutor on-line tem também a responsabilidade de
promover espaços de construção coletiva de conhecimento, selecionar material de apoio e
sustentação teórica aos conteúdos e, frequentemente, faz parte de suas atribuições,
participar dos processos avaliativos de ensino-aprendizagem, junto com os docentes.
A tutoria presencial atende os estudantes nos pólos, em horários preestabelecidos. Este
profissional deve conhecer o projeto pedagógico do curso, o material didático e o conteúdo
específico dos conteúdos sob sua responsabilidade, a fim de auxiliar os estudantes no
desenvolvimento de suas atividades individuais e em grupo, fomentando o hábito da
pesquisa, esclarecendo dúvidas em relação a conteúdos específicos, bem como ao uso das
tecnologias disponíveis. Participa de momentos presenciais obrigatórios, tais como
avaliações, aulas práticas em laboratórios e estágios supervisionados, quando se aplicam.
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O tutor presencial deve manter-se em permanente comunicação tanto com os estudantes
quanto com a equipe pedagógica do curso.
O corpo técnico-administrativo tem por função oferecer o apoio necessário para a plena
realização dos cursos ofertados, atuando na sede da instituição junto à equipe docente
responsável pela gestão do curso e nos pólos descentralizados de apoio presencial. As
atividades desempenhadas por esses profissionais envolvem duas dimensões principais: a
administrativa e a tecnológica.
Na área tecnológica, os profissionais devem atuar nos pólos de apoio presencial em
atividades de suporte técnico para laboratórios e bibliotecas, como também nos serviços de
manutenção e zeladoria de materiais e equipamentos tecnológicos. A atuação desses
profissionais, nas salas de coordenação dos cursos ou nos centros de educação a distância
das instituições, tem como principais atribuições o auxílio no planejamento do curso, o apoio
aos professores conteudistas na produção de materiais didáticos em diversas mídias, bem
como a responsabilidade pelo suporte e desenvolvimento dos sistemas de informática e
suporte técnico aos estudantes.
No que tange à dimensão administrativa, a equipe deve atuar em funções de secretaria
acadêmica, no registro e acompanhamento de procedimentos de matrícula, avaliação e
certificação dos estudantes, envolvendo o cumprimento de prazos e exigências legais em
todas as instâncias acadêmicas; bem como no apoio ao corpo docente e de tutores nas
atividades presenciais e on-line, distribuição e recebimento de material didático, atendimento
a estudantes usuários de laboratórios e bibliotecas, entre outros.
Entre os profissionais do corpo técnico-administrativo, destaca-se o coordenador do pólo de
apoio presencial, como o principal responsável pelo bom funcionamento dos processos
administrativos e pedagógicos que se desenvolvem na unidade. Esse coordenador necessita
conhecer os projetos pedagógicos dos cursos oferecidos em sua unidade, atentando para os
calendários, especialmente no que se refere às atividades de tutoria presencial, zelando para
que os equipamentos a serem utilizados estejam disponíveis e em condições de perfeito uso,
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enfim prezar para que toda a infraestrutura esteja preparada para a viabilização das
atividades.
Outra importante atribuição do coordenador do pólo é a supervisão do trabalho desenvolvido
na secretaria da unidade, providenciando para que o registro dos estudantes e todas as
demais ocorrências, tais como notas, disciplinas ou módulos cursados, frequências,
transferências, sejam feitas de forma organizada e em tempo hábil. Portanto, para o
exercício de suas funções, o coordenador do pólo deve possuir prévia experiência
acadêmica e administrativa e ser graduado.
Capacitação da Equipe Multidisciplinar
É importante destacar a necessidade de capacitação, já que as funções atribuídas a tutores
on-line e a tutores presenciais são intercambiáveis em um modelo de educação a distância
que privilegie forte mobilidade espacial de seu corpo de tutores. Em qualquer situação,
ressalta-se que o domínio do conteúdo é imprescindível, tanto para o tutor presencial quanto
para o tutor a distância e permanece como condição essencial para o exercício das funções.
Esta condição fundamental deve estar aliada à necessidade de dinamismo, visão crítica e
global, capacidade para estimular a busca de conhecimento e habilidade com as novas
tecnologias de comunicação e informação. Em função disto, é indispensável que as
instituições desenvolvam planos de capacitação para seu corpo de tutores.
Um programa de capacitação de tutores deve, no mínimo, prever três dimensões:
capacitação no domínio específico do conteúdo;
capacitação em mídias de comunicação;
capacitação em fundamentos da EAD e no modelo de tutoria.
Por fim, o quadro de tutores previstos para o processo de mediação pedagógica deve
especificar a relação numérica, estudantes/tutor, capaz de permitir interação no processo de
aprendizagem.
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UNIDADE 20
Objetivo: Relatar os aspectos que devem ser considerados na gestão da EAD
Gestão, Estrutura e Funcionamento de Cursos em EAD
A educação a distância (EAD) tem se apresentado de diferentes formas. A forma como cada
instituição desenvolve esta modalidade de ensino está relacionada com o organograma da
instituição. O objetivo aqui é apresentar uma visão geral, genérica e básica.
É possível encontrarmos a EAD em diferentes configurações nos organogramas das
instituições acadêmicas, tais como: núcleo, centro, secretaria, coordenadoria, laboratório,
departamento, unidade, pró-reitoria específica de EAD, entre outras.
A definição da configuração da EAD na estrutura organizacional de uma instituição está
diretamente relacionada com as políticas da instituição e com seus objetivos a curto, médio e
longo prazo. Em se tratando de uma instituição acadêmica, é importante que os objetivos da
EAD estejam de acordo com os objetivos das áreas de graduação, pós-graduação e
extensão.
Elementos do Sistema Educacional em EAD
Segundo Gonzáles (2005) estes elementos são:
Coordenador de aprendizagem é um professor com amplos conhecimentos nas
disciplinas que compõem determinado curso. Ele pode, ou não, ser o autor do curso.
Por exemplo, um professor de Matemática Financeira que já disponha de um conteúdo
facilmente adaptável ao ambiente de EAD, mas não tenha tempo para enviar e receber
e-mails, pode se associar a um colega, da mesma disciplina, tornando-o coordenador de
aprendizagem do curso criado por ele, portanto, o coordenador de aprendizagem pode
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ser ao mesmo tempo, autor do conteúdo e coordenador do processo de aprendizagem
dos estudantes virtuais.
Professor-Tutor tem função de mediar todo o desenvolvimento do curso. É ele que
responde a todas as dúvidas apresentadas pelos estudantes, no que diz respeito ao
conteúdo da disciplina oferecida. A ele cabe também mediar a participação dos
estudantes nos chats, estimulando-os a participar e a cumprir suas tarefas, e avaliar a
participação de cada um.
As dúvidas de cada um devem ser divulgadas a todos os participantes em um ambiente
apropriado. Para isso, o professor-tutor tem que se relacionar constantemente com o
orientador de ambiente para que essas mensagens, contendo as dúvidas dos
estudantes sobre o conteúdo, sejam trabalhadas e divulgadas em local apropriado, que
pode ser, nesse caso, um mural virtual ou FAQ, para as perguntas mais frequentes.
Pode-se também atribuir ao professor-tutor a responsabilidade de avaliar os alunos sob
sua tutela. A avaliação pode ter como critério o nível de participação nos chats e no
fórum, o tempo em que o estudante permaneceu on-line, no curso (existem meios de
avaliar essa permanência), as dúvidas enviadas, os trabalhos realizados, a
autoavaliação, testes, exercícios etc. O ideal é que a instituição de ensino tenha
critérios uniformes de avaliação para todos os cursos oferecidos.
Orientador de ambiente é o especialista em computação. Ele deve ter amplo
conhecimento da plataforma virtual que os cursos utilizarão, pois uma de suas funções
é orientar os estudantes a utilizar o ambiente virtual do curso. Problemas de acesso,
impressão de documentos, recebimento e envio de e-mails e tudo o que diz respeito à máquina está relacionado ao orientador de ambiente.
Apresentação de um curso normalmente é encaminhada através de um formulário
próprio, contendo: nome do curso; nome do autor; nome do professor responsável;
objetivos do curso; justificativa; carga horária; conteúdo da disciplina ou das disciplinas
do curso; material para consultas diretas; sugestões de leitura; bibliografia.
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Tipos de curso a distância
a) Cursos Abertos - Esses cursos, dirigidos à comunidade em geral, a universitários, à
terceira idade, etc., oferecem conteúdos ligados a áreas gerais do conhecimento.
Normalmente, os pré-requisitos para cursá-los são mínimos e dependem do conteúdo.
Exemplo: inglês para viagem, qualidade de vida, alimentação natural e outros.
Duração: 12, 16, 20, 24, 28, 32 ou 36 horas.
b) Cursos de Atualização - Dirigidos a profissionais em geral, a estudantes do Ensino
Superior e aos já graduados. O conteúdo desses cursos procura atender ao
desenvolvimento profissional, ao treinamento corporativo, a sindicatos, associações,
etc.
Exemplos: liderança sindical, investimento financeiro.
Duração: 24h, 36h ou 48 horas.
c) Cursos de Aperfeiçoamento - A duração desses cursos, dirigida a profissionais e
voltados para áreas específicas do conhecimento, permite que posteriormente o
estudante valide créditos em cursos de especialização lato sensu ou habilite-se
profissionalmente em áreas específicas, de acordo com dispositivos legais.
Duração: de 60h a 180 horas.
d) Cursos de Graduação - Esses cursos, cujo pré-requisito é a conclusão do Ensino
Médio, destinam-se a todos os que desejam obter formação em Educação Superior com
habilitação em alguma das diversas áreas profissionais.
Duração: em geral a carga horária é igual à estabelecida para os cursos presenciais.
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e) Cursos de Especialização - Dirigidos a profissionais de nível superior, com ênfase em
áreas específicas do conhecimento, os cursos de especialização são organizados de
forma que cumpra uma carga horária mínima de 360 horas, distribuídos pelo número de
disciplinas de acordo com o desenho do curso, sem contar o tempo destinado à
elaboração da monografia, que é obrigatória.
Duração: no mínimo 360 horas.
Recursos de um Ambiente em EAD
Ainda segundo Gonzáles, os recursos do ambiente em EAD podem ser organizados em
quatro grupos de ferramentas:
I) Ferramentas de coordenação – essas ferramentas organizam e subsidiam a
dinâmica de um curso e são utilizadas pelo professor para disponibilizar material didático
de apoio às atividades dos alunos. É possível encontrar diversas ferramentas nos
ambientes virtuais de aprendizagem, as quais, em geral, são denominadas de acordo
com a funcionalidade que lhes é atribuída. Elas oferecem recursos para informar,
orientar e avaliar o desenvolvimento do curso e podem ser divididas em:
a) Ferramentas de organização do curso ou de coordenação do processo
Essas ferramentas são utilizadas para informar os alunos sobre os seguintes itens,
dentre outros: procedimento do curso: duração, objetivos do curso, o que se espera dos
alunos e avaliação. Incluem-se nessas ferramentas os recursos de estrutura do ambiente
(descrição dos recursos), dinâmica do curso (plano do curso) e agenda (divulgação da
proposta de trabalho, que pode ser organizada em módulos e/ou semanas, etc.).
b) Ferramentas de apoio do professor ou de coordenação pedagógica
São ferramentas disponibilizadas para que se publiquem as atividades do curso, o
material de apoio (guias, tutoriais) e o material de leitura (textos de referência, sites na
Internet, etc.). O recurso de perguntas frequentes (FAQ) reúne as perguntas mais
comuns dos alunos e as correspondentes respostas do professor.
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114
II) Ferramentas de Comunicação - englobam fóruns de discussão, bate-papo e correio,
internos ao ambiente.
III) Ferramentas de Produção dos Alunos ou de Cooperação - espaço de publicação
e organização do trabalho dos alunos, através do portfólio e diário. Nessas ferramentas
também se incluem o mural (espaço para pequenos recados) e o perfil, um espaço de
apresentação dos participantes do curso. O recurso grupos permite a organização dos
alunos e oferece um espaço comum de publicação, o portfólio do grupo.
IV) Ferramentas de Administração - são ferramentas de apoio aos gestores institucionais
no gerenciamento da parte administrativa do curso. Vejamos as principais:
Gerenciamento do Curso - Oferece recursos ao coordenador do curso e aos formadores
(professores) para que administrem o cronograma do curso, as ferramentas disponibilizadas
no ambiente, inscrições, etc.
b. Gerenciamento de Alunos - Fornece acesso a relatórios sobre acesso, frequência no
ambiente e utilização de ferramentas por parte dos usuários.
c. Ferramentas de Apoio à Tutoria - No caso do professor-tutor, permitem que transfira
para o ambiente todo o material didático de que necessita, atualize a agenda e habilite outras
ferramentas. No caso do formador, também permite que transfira para o ambiente todo o
material didático de que necessita, atualize a agenda e a dinâmica e selecione ferramentas.
A (MODALIDADE DE ENSINO EAD para ser trabalhada em EJA-EDUCAÇÃO DE
JOVENS E ADULTOS) funciona? Responda, argumentando criticamente, em no
máximo 25 e no mínimo 20 linhas.
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UNIDADE 21 Objetivo: Apresentar formas de organizações da EAD e exemplificar universidades voltadas a este segmento de educação.
Formas de Organização da Educação a Distância
Em termos institucionais, a oferta de cursos superiores a distância poderia ser classificada
dentro das seguintes três grandes tendências:
Instituições isoladas – São universidades e faculdades de Ensino Superior, que já atuam
na educação presencial e agora oferecem cursos a distância. Em geral começam com cursos
de extensão, depois com cursos de especialização e atualmente estão organizando cursos
de graduação.
Associações e Consórcios. São Instituições de Ensino Superior que unem seus esforços
para oferecer cursos a distância em vários níveis.
Há associações que são pontuais, temporárias, para um curso ou projeto específico, como
por ex. o Projeto Veredas que reúne, a convite da Secretaria Estadual de Educação de Minas
Gerais, dezoito Instituições de Ensino Superior para oferecer um Curso de Pedagogia nas
séries iniciais para professores em serviço que não têm nível superior. Essa parceria é feita
para este curso e se esgota ao seu término.
Há associações que pretendem ser duradouras, para juntar os melhores professores, cursos
e recursos das instituições. São também importantes para oferecer apoio local a alunos em
todo o Brasil. Alguns exemplos: UNIREDE (Rede de universidades públicas), CEDERJ
(Centro de Educação Superior do Rio de Janeiro, que reúne as cinco Universidades públicas
do Estado do Rio de Janeiro), RICESU (Rede de Universidades Católicas de Ensino
Superior). UVB – Instituto Universidade Virtual Brasileira – Consórcio de 10 universidades
privadas que formam uma nova instituição para cursos a distância.
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Instituições exclusivamente virtuais - instituições criadas exclusivamente para oferecer
cursos a distância, operando em cursos de extensão e pós-graduação. Pode ser citada a
Escola Superior Aberta do Brasil – ESAB, que atua desde 2004 na oferta de pós-graduação,
cursos de Qualificação e Extensão Universitária.
A Portaria 2.253 do MEC, de 18/10/2001 regulamentada, também, pela portaria 4.059/2004
permite que 20% (vinte por cento) da carga horária total do currículo de cursos superiores
reconhecidos possam ser oferecidos a distância.
Assim, as universidades estão incentivando também o uso da Internet em disciplinas comuns
a vários cursos e que podem ser aplicadas a maior número de alunos. Em geral os
professores mais familiarizados com as tecnologias e os que atuam em Educação a
Distância são os que se dispõem a experimentar e isso irá criando a cultura do virtual. O
conhecimento, dentro de cada instituição, deverá avançar para propostas curriculares mais
complexas, integradas e flexíveis, até encontrar, em cada área de conhecimento e em cada
instituição, o ponto de equilíbrio entre o presencial e o virtual.
Os 20% (vinte por cento) é uma etapa inicial na criação de cultura on-line. Não podemos
definir a priori uma porcentagem aplicável de forma generalizada a todas as situações.
Algumas disciplinas necessitam de maior presença física, como as que utilizam laboratório,
as que precisam de interação corporal (dança, teatro,etc.). O importante é experimentar
diversas soluções para diversos cursos. Todos estão aprendendo. Nenhuma instituição está
muito à frente no ensino superior inovador on-line.
Dentro de poucos anos esta discussão do presencial e a distância terá muito menos
importância. Caminhamos para uma integração dos núcleos de educação a distância com os
atuais núcleos ou coordenações pedagógicas dos cursos presenciais. A maioria dos cursos
de graduação e de pós-graduação será semipresencial e os cursos a distância terão muitas
formas de aproximação presencial/virtual (maior contato audiovisual entre os participantes).
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Acesse o endereço http://www.eca.usp.br/prof/moran/eadsup.htm# redes e confira a
lista de oferta de cursos de nível superior no Brasil.
Exemplos de Universidades Públicas que trabalham com EAD
A seguir, como exemplo, a funcionalidade de duas “universidades” que trabalham com
educação a distância: o sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) e a Universidade
Virtual Pública do Brasil (UniRede).
Universidade Aberta do Brasil (UAB) - é um programa do Ministério da Educação, criado em
2005, no âmbito do Fórum das Estatais pela Educação e possui como prioridade à
capacitação de professores da educação básica. Seu objetivo é de estimular a articulação e
integração de um sistema nacional de educação superior. Esse sistema é formado por
instituições públicas de ensino superior, as quais se comprometem a levar ensino superior
público de qualidade aos municípios brasileiros.
Tendo como base o aprimoramento da educação a distância, o sistema Universidade Aberta
do Brasil (UAB) visa expandir e interiorizar a oferta de cursos e programas de educação
superior. Para isso, o sistema tem como base, fortes parcerias entre as esferas: federal,
estadual e municipal do governo.
O projeto faz parte do conjunto de políticas públicas desenvolvidas pelo atual Governo
Federal para a área de educação, especialmente na área de programas voltados para a
expansão da educação superior com qualidade e promoção de inclusão social. Assim, o
projeto se caracteriza pela reafirmação do caráter estratégico da educação superior e do
desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação para o crescimento sustentado do
país.
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As potencialidades da UAB proporcionam uma alternativa para o atendimento às demandas
reprimidas pela educação superior, as quais têm gerado um cenário nacional de assimetrias
educacionais, seja em relação à oferta de formação inicial, seja em relação às possibilidades
de oferta de formação continuada ao longo da vida, já que, no Brasil, apenas 11% dos jovens
entre 18 e 24 anos têm acesso ao ensino superior.
A oferta de cursos de educação a distância por meio da UAB já está em curso, por
intermédio de um projeto piloto iniciado em março de 2006, em 20 estados, com o curso de
Administração, em parceria especial com as empresas estatais, principalmente o Banco do
Brasil podemos citar, também, o Programa Pró-Licenciatura, que atende hoje, quase 20 mil
estudantes de licenciatura, prioritariamente professores, em exercício, da rede pública da
educação básica sem título superior. Projetos como esses, contribuem para dominarmos as
experiências em âmbito nacional e a logística envolvida, além de propiciar formação de
recursos humanos na modalidade educação a distância, ingredientes fundamentais para o
sucesso em empreendimentos, de acordo com as necessidades do país.
Assim, a UAB representa um marco histórico para a educação brasileira, articulando
intenções e experiências das instituições de ensino superior, as quais, isoladamente, não
teriam como ganhar a desejável escala nacional em sua atuação. Dessa forma, esta
iniciativa ajuda a completar a agenda do governo federal ao consolidar a educação a
distância, como modalidade extremamente importante para a ampliação do acesso ao ensino
superior e para a formação de professores para a educação básica, de forma a buscar
cumprir, com racionalidade e eficiência, no gasto público, as metas do Plano Nacional de
Educação (PNE).
Apesar da prioridade do programa ser a capacitação de professores da educação básica, com a oferta de cursos de licenciatura e de formação continuada, o Sistema Universidade
Aberta do Brasil também disponibiliza vários outros cursos superiores nas mais diversas
áreas do saber.
O Sistema Universidade Aberta do Brasil - UAB não funciona propondo a criação de uma
nova instituição de ensino, mas sim, articulando com as instituições públicas existentes,
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possibilitando levar ensino superior público de qualidade aos municípios brasileiros que
não possuem cursos de formação superior ou cujos cursos ofertados não são suficientes
para atender a todos os cidadãos.
Para ofertar cursos a distância, cada município deve montar um pólo presencial, com
laboratórios, além de biblioteca. Essa infraestrutura, que inclui ainda o apoio de tutores, fica à
disposição dos alunos. Já a elaboração dos cursos é de responsabilidade das instituições
públicas de ensino superior de todo país, que desenvolvem material didático e pedagógico.
Para ingressar no sistema UAB, o processo de seleção segue o modelo tradicional dos
cursos de graduação presenciais; prestar vestibular. Sendo assim, a única exigência é de
que os candidatos tenham concluído o ensino médio. A realização das provas fica a cargo
das instituições públicas de ensino superior.
O número de vagas em 2007, relatado pelo Ministério da Educação através do Sistema
Universidade Aberta do Brasil, atingiu um total de 291 pólos educacionais, em pleno
funcionamento, possibilitando com isso a abertura de 46 mil vagas de ensino superior.
Apesar desta conquista, o programa continua em plena expansão. Estão previstos mais três
editais para os próximos dois anos, os quais abrirão mais 750 pólos presenciais. Com isso,
o objetivo do MEC é de chegar a 2010, com mais de mil pólos em funcionamento, e, por
conseguinte, alcançar um total de 300 mil novas vagas no sistema de educação superior.
Alunos formados em cursos de graduação, na modalidade a distância, terão direito a diploma
equivalente ao dos cursos de graduação presenciais. Tal fato é previsto no decreto
presidencial nº 5.622/2005, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 20 de
dezembro de 2005.
Universidade Virtual Pública do Brasil (UniRede) - lançada em 23 de agosto de 2000, a
UniRede é um consórcio que reúne 62 instituições públicas de ensino superior, com o
objetivo de democratizar o acesso à educação de qualidade pela oferta de cursos a distância
nos níveis de graduação, pós-graduação, extensão e educação continuada.
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A UniRede conta com apoio do MEC, do MCT e da Finep para inaugurar uma nova etapa na
educação brasileira. As instituições consorciadas já contam com experiências na oferta de
cursos a distância - e administrada por um comitê gestor. A UniRede ocupa um lugar
estratégico no desenvolvimento da educação brasileira, não pelo suporte físico mas pelas
atividades e serviços de valor adicionados ao processo de formação. http://www.nead.ufpr.br
Inicialmente, a UniRede tem oferecido cursos que formam profissionais para trabalhar com o
uso de tecnologias aplicadas ao ensino, como o curso de "Formação em Educação a
Distância" e o "TV na escola e os desafios de hoje". Durante o ano de 2001, a UniRede
planejou a produção e a execução dos primeiros cursos de licenciatura.
No segundo semestre de 2000, a UniRede, colocou no ar um portal de serviços acadêmicos
para alunos a distância e para apoio aos alunos do ensino superior semipresencial. Pelo
portal os alunos têm acesso a bancos de dados já sistematizados com a indicação de
bibliotecas virtuais, catálogos de pesquisadores, jornais e revistas científicas, ferramentas de
tradução, entrevistas sobre tecnologia e educação, bancos de teses, percursos para
programas gratuitos e notícias sobre as universidades que integram a UniRede.
Sobre os cursos oferecidos:
TV na escola e os desafios de hoje
Cerca de 34 mil professores de escolas públicas de Ensino Médio e Fundamental de todo o
Brasil foram matriculados no curso "TV na escola e os desafios de hoje", promovido pela
Secretaria de Educação a Distância (SEED/MEC) em parceria com a UniRede. O curso foi
coordenado pela Universidade de Brasília e desenvolvido em conjunto com outras 25
universidades públicas do país. A procura pelo curso de extensão foi tão grande que foram
matriculados em 2001, um total aproximado de 50.0000 alunos.
A meta será contemplar, nos próximos anos, os 254 mil profissionais de ensino que
efetuaram a pré-matrícula, mas que não fizeram parte dessa primeira versão do curso.
Os alunos poderão confirmar sua matrícula no site do SEED/MEC.
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Formação em Educação a Distância
A Educação a Distância (EAD) é uma opção de resposta às exigências sociais e
pedagógicas de ensino, ou seja, o atendimento emergencial da demanda reprimida de
professores da educação básica, que necessitam de formação por exigência da LDB.
Tendo em vista o alcance destas metas, a UniRede, com apoio do Ministério da Educação,
por intermédio de sua Secretaria de Educação a Distância (MEC/SEED), e sob coordenação
geral da Universidade Federal do Paraná, implementou um curso para a formação dos
quadros de docentes e técnicos em EAD oriundos das instituições de Ensino Superior, com a
colaboração de dez universidades públicas em nível nacional. O curso envolve cinco
módulos teóricos e um módulo intitulado Laboratórios de Produção em EAD contendo cinco
oficinas. O que se espera após a realização do curso e das oficinas de produção é que os
estudantes passem a explorar melhor os recursos disponíveis, inserindo as tecnologias na
sala de aula construindo parcerias com os seus colegas e a comunidade aperfeiçoando
sempre mais a sua ação docente.
Discuta a questão da complexidade do ensinar e do aprender em EAD.
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UNIDADE 22
Objetivo: Apresentar os tipos de cursos on-line e descrever alguns problemas de implementação.
Tipos de Cursos On-line
As escolas, em geral, estão despreparadas para acompanhar o ritmo das mudanças no
mundo do trabalho e de atender às expectativas profissionais concretas, quanto mais para
antecipar mudanças. Uma parte das organizações educacionais se preparará para esta
mudança; outra parte permanecerá dentro de paradigmas antigos. Teremos escolas
avançadas e tradicionais, como sempre, com propostas diferentes. Teremos escolas com
propostas conservadoras e tecnologias de ponta; outras, com propostas tecnológicas
inovadoras para utilização massificadora no ensino. Teremos organizações que aprendem
continuamente, interativamente, que integrarão as tecnologias avançadas com projetos
pedagógicos inovadores. O que é claro é que qualquer pessoa poderá acessar, através das
tecnologias virtuais, muitos cursos a distância de forma mais fácil do que hoje e haverá uma
variedade de oferta muito superior que a atual.
Os cursos tenderão a durar menos e a serem feitos de forma contínua. Segundo Moran
(2005), “Acredita-se que em futuro próximo os cursos de graduação terão de um a três anos,
no máximo, de forma que o indivíduo inicie seu processo profissional o quanto antes,
mantendo a vida estudantil concomitantemente a vida profissional”.
O foco dos cursos será cada vez mais na aprendizagem significativa, na aprendizagem
conjunta, não estando preso a um conteúdo predeterminado. Haverá cursos prontos, com
autores consagrados, com apresentações multimídia, mas predominarão os cursos com
interação, debate, desenvolvimento, conjunto de experiências, projetos, solução de
problemas, com uso intensivo de tecnologias interativas audiovisuais e apoio on-line. O
acesso a grandes bibliotecas virtuais multimídia com registros audiovideográficos será fácil,
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ao menos para as bibliotecas públicas, porque também haverá bibliotecas pagas. Não
armazenaremos tanta informação em casa. Guardaremos só o essencial e acessaremos a
qualquer momento o que precisarmos (o custo será decrescente).
O processo de aprender será mais personalizado. Ainda segundo Moran, “a educação (será)
mais personalizada, mais feita sob medida para cada aluno. Este tem que tomar muitas
decisões do que aprender, onde e como, principalmente na fase mais adulta. Há respeito
pelos estilos individuais de aprendizagem de cada aluno, sem nenhuma tentativa de forçar os
alunos a demonstrar o mesmo desempenho em todas as áreas acadêmicas”.
Tipos de cursos oferecidos:
Cursos prontos para alunos individualmente - Temos cursos prontos, com instruções
precisas para o aluno, baseados em materiais on-line, em cases, animações, pequenos
vídeos e atividades que o aluno realiza durante um período determinado e envia os
resultados das atividades a um centro que as corrige de forma automática e atribui um
conceito que permite o avanço do aluno para uma nova etapa. A grande vantagem destes
cursos é a flexibilidade de tempo. O aluno pode começar e terminar dentro do seu próprio
ritmo. O curso pode acontecer a qualquer momento. Não precisa reunir uma turma
específica, com determinado número de alunos. Isso facilita para a instituição e para o aluno.
Muitos cursos utilizam só materiais textuais disponibilizados na Internet. Outros acrescentam
apresentações em PowerPoint, trechos de vídeos, gravações em áudio, um design para a
Internet mais leve, de fácil navegação e com formatos hipertextuais e multimídia.
Esses cursos precisam de um aluno maduro, autosuficiente e automotivado. Normalmente,
dão mais certo com profissionais que já estão atuando no mercado e que querem evoluir na
carreira ou que são pressionados pela empresa para atualização constante.
Cursos para pequenos grupos - Outros cursos preparam os materiais, as atividades, mas
acontecem simultaneamente em grupos e permitem que se organizem atividades individuais
e em grupos, incentivam a participação em determinados momentos. São preparados, mas
dependem para o seu sucesso do envolvimento real dos alunos. Mas ainda estão centrados
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no material e nas atividades, com apoio de professores e orientadores. Em geral começam e
terminam em tempos semelhantes, para grupos com quantidade mínima de alunos
simultaneamente. Combinam a flexibilidade individual com alguns momentos de interação
com orientadores e com os colegas.
Há cursos com propostas mais abertas. O professor cria alguns materiais, atividades,
questões e os alunos se organizam na escolha dos tópicos, dos materiais, das pesquisas, da
produção. São cursos mais centrados na colaboração dos alunos do que no professor e
pressupõem alunos com muita maturidade, motivação e capacidade de aprender juntos.
Cursos para grandes grupos - Sempre se buscou atender a muitos alunos ao mesmo
tempo. Até agora a televisão continua imbatível para atingir a milhares de alunos, ao mesmo
tempo. O modelo mais aperfeiçoado foi o telecurso, com programas produzidos por equipes
profissionais, com apoio de material impresso e recepção organizada em salas com um tutor.
O Brasil, onde a televisão domina, nunca conseguiu implantar permanentemente uma política
de educação a distância, via TV. Sempre tivemos experiências isoladas, descontínuas,
embora importantes. A rede de TVs educativas nunca foi efetivamente uma rede contínua.
Houve frequentes tensões de produção entre o Rio (TVE) e São Paulo (TV Cultura). Não
houve uma política permanente e consistente de apoio à TV educativa e a obtenção de
canais educativos regionais serviu mais para atender a interesses de pessoas e grupos, do
que a fins educacionais.
Países como a China e a Índia ainda hoje capacitam milhões de alunos através da TV,
enquanto no Brasil só temos ações pontuais. Destaca-se atualmente o PróFormação, curso
de capacitação a distância, promovido pela SEED – Secretaria de Educação a Distância do
MEC - para professores no nível médio, e que utiliza a TV (TV Escola) e material impresso,
com tutoria regional.
Outro programa importante (citado anteriormente) é a “TV e os desafios de hoje”, curso de
extensão para professores utilizando a TV, o material impresso e tutoria. Atualmente também
tem uma versão na Internet.
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Creio que o Brasil queimou a etapa da TV sem aproveitá-la de verdade e atualmente o
fascínio gira em torno da Internet, esquecendo que a televisão pode ser um caminho muito
interessante, combinado com outras mídias, como a própria Internet.
Os cursos de massa hoje utilizam predominantemente a teleconferência como mídia
principal. Na teleconferência um professor transmite sua aula para muitas salas espalhadas
pelo país com até cinquenta alunos por sala e acompanhados por um tutor local que faz a
ponte presencial com o professor e tutores que estão on-line. Os alunos podem fazer
algumas perguntas pela Internet, fax, telefone, por controle remoto. As salas podem ter uma
Webcam que permite visualizar remotamente como estão os alunos. As aulas costumam ser
ao vivo, com uma mistura de informação do professor e tempo para os alunos
desenvolverem algumas atividades. Depois das aulas, costuma haver algum tempo para
dúvidas que restaram e o tutor coordena também outras atividades de pesquisa com os seus
alunos, via web, e os orienta também na análise do material impresso referente à aula.
Essa mistura de aulas ao vivo, atividades on-line e texto impresso é um modelo promissor
para alunos que têm dificuldade em trabalhar sozinhos, com dificuldades em autonomia
intelectual e gerencial da sua aprendizagem. Merecem destaque neste modelo a
Universidade do Norte do Paraná (UNOPAR) com o seu curso Normal Superior para mais de
8 (oito) mil alunos no primeiro ano, a PUC do Rio Grande do Sul e a Faculdade Internacional
(FACINTER) de Curitiba, com cursos de extensão e especialização.
Outras organizações privilegiam a videoconferência como a mídia principal, junto com o
texto impresso e a Internet.
Cursos on-line diferentes para situações diferentes - Tanto na educação a distância
acadêmica como na corporativa é importante organizar processos de ensino-aprendizagem
adaptados a cada tipo de curso, a cada tipo de aluno. Muitos alunos têm dificuldade de
trabalhar sozinhos só com o computador, sem interação. Quanto mais adulto e avançado no
nível de aprendizagem, mais o aluno está pronto ou para a aprendizagem individualizada ou
para a colaborativa. Tem pessoas que gostam de seguir seu próprio caminho, de sentirem-se
livres para escolher o que lhes parece melhor. São autodirigidos e, com poucas indicações,
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eles avançam. Outros alunos são extremamente dependentes, precisam de monitoramento
constante, de sentir um orientador por perto. Outros aprendem melhor juntos, física e
virtualmente. É claro que uma empresa ou organização não pode personalizar tanto suas
propostas. Mas parece sensato seguir algumas tendências:
Alunos jovens, em fase de formação, como em um curso de graduação, são sensíveis a
estratégias que combinem presença física e virtual, atividades individuais e grupais,
desenvolvimento de projetos, atividades, práticas, produções. Se possível, o curso ideal é o
bimodal, o mix de presencial e virtual, que é o caminho de muitos cursos nos próximos anos.
Se houver um predomínio de atividades a distância individual, convém marcar atividades
grupais com certa frequência para manter os vínculos, a motivação, o sentimento de grupo.
Mesmo nas atividades virtuais são importantes as formas de comunicação como listas,
fóruns e chats, onde eles possam se expressar, participar, se tornar visíveis para os demais.
As empresas valorizam cada vez mais a relação interpessoal para a eficácia do aprendizado
e para a geração de ideias e soluções criativas.
Adultos com pouca experiência acadêmica precisam também de muito contato físico e
virtual. Por isso os cursos com aulas ao vivo (teleaulas ou aulas por videoconferência) e
atividades em grupo, combinadas com tempos flexíveis a distância podem ser ideais.
Para profissionais adultos que buscam cursos de aperfeiçoamento, costumam dar mais
certos cursos muito flexíveis, que não exigem muito tempo, mas que utilizem alguns recursos
de comunicação assíncrona, como listas e fórum. Sentem-se mais livres para organizar os
tempos de trabalho e de aprendizagem, poder viajar e ao mesmo tempo acompanhar as
atividades previstas.
Alguns problemas na implantação de cursos on-line:
Costuma ser problemática a imposição unilateral de um único modelo de cursos pela
Internet. Um banco brasileiro deu uma guinada brusca no treinamento. Os funcionários
estavam acostumados a cursos presenciais, com professores em sala de aula. De repente a
direção colocou os treinamentos na Internet e exigiu que todos fizessem cursos pela Internet.
Os cargos mais gerenciais, competitivos e sob pressão obedeceram, mas reclamaram das
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mudanças bruscas e da dificuldade em aprender assim. Os funcionários menos graduados
procuravam fugir ao máximo desse tipo de capacitação.
A implantação de cursos on-line tem que ser feito aos poucos, se possível, mantendo um
modelo semipresencial: momentos em salas de aula com outros a distância até ter adquirido
a prática de lidar com materiais, programas e atividades a distância.
Muitos cursos são pura instrução programada; são textos com atividades e avaliações com
testes de múltipla escolha. Só os faz quem está muito motivado, mas são difíceis para a
maioria, acostumados ao olho no olho.
O grande problema dos cursos corporativos é a crença de que um bom conteúdo ou um
profissional de renome é suficiente. Em parte, sim. Um bom conteúdo ajuda, um nome é um
chamariz, mas estudar sozinho requer muito mais do que isso. Há cursos que são vídeos
sonolentos, palestras ilustradas com PowerPoint. Há outros que são produzidos nos Estados
Unidos ou em outros países, são traduzidos, mas não adaptados. Para muitos profissionais,
se os cursos são longos, se tornam insuportáveis e desistem com frequência.
Muitas empresas pensam no e-learning como uma forma de cortar custos de treinamento.
Em parte isso é verdadeiro. Mas o e-learning de qualidade é caro, como qualquer processo
de ensino sério. Os bons profissionais são escassos, principalmente nas questões
pedagógicas, em como ajudar os alunos a aprender. Muitos educadores não têm a prática e
a flexibilidade para trabalhar com novas metodologias, com muitos alunos simultaneamente,
com tecnologias integradas. Os investimentos, principalmente os iniciais, são imensos. Mas é
o caminho. Todos os processos de ensino-aprendizagem, em todos os níveis e para todos os
públicos, serão afetados pelo e-learning. Dentro de alguns anos será uma raridade e um luxo
que um grupo só estude dentro de uma sala de aula.
É difícil manter a motivação no presencial e muito mais no virtual, se não envolvermos os
alunos em processos participativos, afetivos, que inspirem confiança. Os cursos que se
limitam à transmissão de informação, de conteúdo - mesmo que esteja brilhantemente
produzido - correm o risco da desmotivação em longo prazo e, principalmente, de que a
aprendizagem seja só teórica, insuficiente para dar conta da relação teoria/prática.
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Em sala de aula, se estivermos atentos, podemos mais facilmente obter feedback dos
problemas que acontecem e procurar dialogar ou encontrar novas estratégias pedagógicas.
No virtual, o aluno está mais distante, normalmente só acessível por e-mail, que é frio, não
imediato ou por um telefonema eventual, que é mais direto, mas num curso a distância
encarece o custo final.
Com os processos convencionais de ensino e com a atual dispersão da atenção da vida
urbana, fica muito difícil a autonomia, a organização pessoal, indispensável para os
processos de aprendizagem a distância. O aluno desorganizado vai deixando passar o
tempo adequado para cada atividade, discussão, produção e pode sentir dificuldade em
acompanhar o ritmo de um curso. Isso atrapalha sua motivação, sua própria aprendizagem e
a do grupo, o que cria tensão ou indiferença. Esses alunos, pouco a pouco, vão deixando de
participar, de produzir e muitos têm dificuldade, a distância, em retomar a motivação, o
entusiasmo pelo curso. No presencial, uma conversa dos colegas mais próximos e/ou do
professor, pode ajudá-lo a voltar a participar do curso. Á distância é possível, mas não fácil.
Nos cursos semipresenciais e a distância, com jovens, teremos os mesmos problemas que
observamos no presencial, só que em maior escala. Uma parte dos jovens, que sempre
dependeu financeiramente dos pais e que não trabalha para sustentar-se, se empenha
menos, sente menos a necessidade de se dedicar seriamente à aprendizagem. Jovens mais
entusiastas, motivados ou que trabalham, em geral, facilitam o processo de aprendizagem
em sala de aula e continuarão fazendo-o no virtual. Os que no presencial vão em ritmo lento,
provavelmente o manterão no virtual, se não houver propostas inovadoras, estimulantes.
Mesmo com tecnologias de ponta, ainda temos grandes dificuldades no gerenciamento
emocional, tanto no pessoal como no organizacional, o que dificulta o aprendizado rápido.
Um dos grandes desafios hoje é desenvolver um ambiente afetivo nos cursos on-line. As
mudanças na educação dependem, além das novas tecnologias, de termos educadores,
gestores e alunos maduros intelectual e emocionalmente, pessoas curiosas, entusiasmadas,
abertas e que saibam motivar e dialogar. Pessoas com as quais valha à pena entrar em
contato, porque dele saímos enriquecidos. São poucos os educadores que integram teoria e
prática e que aproximam o pensar do viver.
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UNIDADE 23
Objetivo: Apresentar os aspectos teóricos e práticos da tutoria em educação a distância.
Aspectos Teóricos e Práticos da Tutoria
Segundo Gonzáles (2005), a forma de oferecer Educação a Distância não é nova. Sabe-
se que há mais de 160 anos os ingleses iniciaram a prática de enviar, via
correspondência postal, cursos nas mais diferentes áreas. No Brasil, o ensino por
correspondência também já completou mais de cem anos.
As estimativas mostram que milhões de pessoas já realizaram no mundo todo cursos
através do ensino a distância. Hoje, com o surgimento da Internet, a difusão desse tipo
de Educação torna-se mais efetiva, trazendo à tona a necessidade de tutores em EAD,
pessoas treinadas e especializadas em transmitir informações, orientações e avaliações
de alunos a distância. Pesquisas indicam que, dependendo do tipo de curso e da
motivação do aluno, o ensino e a aprendizagem a distância podem ser tão eficazes
quanto o ensino presencial. Desse modo, os tutores em EAD precisam conhecer as
técnicas de ensino a distância para que sejam agentes de motivação nesse delicado
processo de transmissão e aquisição de conhecimentos.
Alguns modelos:
Modelo de estruturação de cursos em EAD
A difusão da Internet no começo dos anos 90, que possibilitou a milhões de pessoas
uma comunicação rápida, eficiente e relativamente barata. Através de
microcomputadores, muitas instituições que promoviam ensino a distância passaram a
usar a Internet para divulgar seus cursos. Antes, usavam o correio, o rádio, a televisão
e outros meios de comunicação como o fax e o telefone.
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Desse modo, um novo modelo de estruturação de cursos a distância precisou ser
desenvolvido e aperfeiçoado, apoiando-se numa nova forma de comunicação
eletrônica: o hipertexto. Vejamos o que isso significa.
Em termos simples, o hipertexto pode ser definido como um texto ligado a outros textos.
Mas na verdade um hipertexto é muito mais do que isso. Ele rompe com qualquer
documento convencional; é uma forma não linear e não sequencial de apresentar um
conteúdo, ou melhor, diversos conteúdos, em que o leitor pode obter a informação e o
conhecimento desejado.
A diferença entre um texto convencional e o hipertexto é que o ponto mais importante
num curso em que se usa o hipertexto é a maneira de tratar a informação, pois nesse
modelo instrucional rompemos com a forma clássica e partimos para um ambiente em
que o aluno vai construir a informação desejada naquele momento.
É através dele que os alunos conseguem atingir o conhecimento e, assim, as competências
e habilidades desejadas. A tabela abaixo resume uma maneira de ver o trabalho com
hipertexto em cinco etapas a serem alcançadas pelos alunos, segundo Gonzáles (2005):
Etapas do processo
do conhecimento Característica da etapa
1. Dados etapa em que o aluno descobrirá fatos e relações (reconhece;
retém; copia; memoriza).
2. Processamento etapa que consiste na ação do sujeito (contextualiza; verifica;
relaciona; ordena).
3. Informação
interpretação dos dados dentro de um contexto, sempre da sua
estrutura (o aluno constrói a informação; a informação é subjetiva;
a informação é significativa).
4. Aprendizagem integração da informação à estrutura cognitiva do sujeito que
aprende (ocorre em função de um conhecimento prévio; deve ser
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lógica e psicologicamente significativa).
5. Conhecimento domínio através do tempo (na aplicação de resolução de
problemas; na transferência a novos campos e situações).
Modelos de curso em EAD
Analisando-se as várias instituições brasileiras que oferecem cursos a distância e, em
se considerando todos os aspectos envolvidos, desde o ambiente de aprendizagem aos
sistemas de avaliação, podemos distinguir três modelos distintos:
Modelos de Curso em EAD
Modelo 1:
Sala de Aula a Distância
Este modelo estrutura-se nas tecnologias capazes de
levar o conhecimento a pontos diferentes no país ou
no mundo. A instituição responsável pelo curso
controla o andamento e o local em que deverá ser
realizado o treinamento. As aulas envolvem
comunicação síncrona: instrutores e estudantes
combinam local e horário para se encontrarem, uma
vez por semana ou com outra regularidade. As
instituições são capazes de atender a um pequeno
número de alunos em cada local.
Modelo 2:
Aprendizagem Independente
Neste modelo, os alunos podem fazer o curso
independentemente do local onde estão e não
precisam se adequar a escalas fixas de horário. Os
estudantes recebem vários materiais de estudo,
incluindo um programa do curso. A instituição coloca
à disposição do aluno um monitor ou tutor que o
acompanhará, fornecendo orientações, respostas e
avaliando seus exercícios e testes. A interação entre
o monitor e o estudante é viabilizada através de
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variadas tecnologias, tais como: telefone, fax, chats,
correio eletrônico e correio tradicional. Não há "aulas"
no sentido clássico da palavra. Os alunos estudam de
forma independente, buscando seguir o mais
fielmente possível o programa do curso, e podem
interagir com o tutor e, em alguns casos, com outros
estudantes.
Modelo 3:
Aprendizagem
Independente + Aula
Este modelo envolve a utilização de material impresso
e outras mídias, tais como fitas de videocassete ou
disquetes de computador, CD-ROM ou DVD, que
possibilitem ao aluno estudar no seu próprio
ambiente. Outras tecnologias que envolvam os alunos
também poderão ser utilizadas, como as descritas no
Modelo 2. Os alunos reúnem-se periodicamente em
grupos, em locais específicos, para receber apoio
instrucional. Nas aulas discute-se os conteúdos,
esclarece-se conceitos, realiza-se trabalhos em
grupos, experiências em laboratórios, simulações e
outros exercícios relacionados com a aprendizagem.
Habilidades e competências essenciais na tutoria
Para exercer o fascínio dos aprendizes e mantê-los atentos, motivados e orientados, é
necessário captar sua atenção, demonstrando domínio das ferramentas de trabalho
que serão utilizadas na tutoria. O tutor sedutor impressiona pela capacidade de
demonstrar os atalhos, o manejo eficaz das ferramentas que estão à sua disposição
para o exercício da tutoria. Para tanto, é imprescindível que goste do que faz e o faça
com amor. É vital que demonstre interesse pela melhoria do processo ensino-
aprendizagem e esteja disponível para o contato com o aluno, sobretudo quando
solicitado. O tutor, tal qual os pais, deve, dentro de suas limitações temporais, estar
pronto para ouvir, apoiar e orientar o aluno quando ele solicitar. Sem essa
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disponibilidade, o fio se rompe, dificultando a retomada da relação pedagógica em
níveis satisfatórios. A falta de confiança no tutor, o desamparo sofrido pelo aprendiz
num determinado momento de sua jornada, em geral causa a evasão definitiva e o
desapontamento indesejável por parte dos envolvidos no sistema educacional. Esse é
o sentimento sofrido por uma criança que se atira sem medo nos braços do pai ou da
mãe protetora e ele (ela) a deixa cair indesculpavelmente. A indiferença machuca e
afasta.
Embora não seja terapeuta, o tutor precisa fundamentalmente ser continente,
controlando as angústias e necessidades que possam emergir do grupo tutorado,
assim como conter suas próprias angústias diante de sentimentos, dúvidas e outros
fenômenos emergentes do dinâmico processo ensino-aprendizagem.
Da mesma forma que em outras atividades profissionais, cabe ao professor-tutor
manter um comportamento profissional e ético irrepreensível. O bom exemplo moral e
ético é uma das formas mais poderosas de sedução que um educador pode exercer.
Desse modo, o tutor evita impor os próprios valores e expectativas e favorece a
ampliação do espaço de cada um dos membros do grupo, escutando e valorizando
diferentes ideias e opiniões, mantendo o sigilo daquilo que lhe foi dado em confiança,
apontando alternativas de soluções para as questões apresentadas, indicando os
recursos disponíveis na instituição e estimulando o próprio grupo a se mobilizar para
as necessidades detectadas.
Dentre as várias habilidades de um bom tutor, a empatia, que resulta da capacidade de
se colocar no lugar do outro, propiciando uma sintonia afetiva, e a capacidade de
comunicação, expressa na atitude de escutar respeitosamente, são componentes vitais
no exercício da tutoria sedutora. A arte da paciência e tolerância deve fazer parte da
práxis pedagógica, uma vez que é importante ser tolerante às limitações dos membros
do grupo, assim como compreender suas eventuais inibições e o ritmo de cada um
deles.
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No papel de mediador entre o saber e o aprendiz, o tutor sedutor tem a perfeita
consciência de que não é ele o detentor exclusivo do conhecimento. É, antes de tudo,
uma ponte para a fluência dos saberes em construção.
O mestre, sapientíssimo, Paulo Freire aponta o papel crucial que o professor deverá
desempenhar:
Se a educação é dialógica, é óbvio que o papel do professor, em qualquer situação, é
importante. Na medida em que ele dialoga com os educandos, deve chamar a atenção
destes para um ou outro ponto menos claro, mais ingênuo, problematizando-os sempre.
O papel do educador não é o de "encher" o educando com "conhecimento", de ordem
técnica ou não, mas sim o de proporcionar, através da relação dialógica educador-
educando, a organização do pensamento correto de ambos (FREIRE, 1992).
No exercício da arte de seduzir pedagogicamente, o professor-tutor deve buscar a
autenticidade de seus atos pedagógicos e pessoais, já que é visto como um todo, e
zelar pela verdade, já que esta, no campo pessoal e intelectual, simboliza o caminho
para o exercício da confiança, da criatividade e da liberdade dentro do grupo e fora
dele.
É importante ousar na arte de educar, buscando conhecer todos os métodos e recursos já
experimentados e provados. Torna-se imperativo a todos os envolvidos na tutoria em
EAD romper velhos paradigmas e abraçar a missão de educar sem medo, sem o receio
de se aproximar demais, de estreitar os laços de afeto e, sobretudo, sem o excessivo
pudor de exercer por amor a sutil arte de seduzir pedagogicamente os que esperam
com avidez pelo saber libertador.
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UNIDADE 24
Objetivo: Contextualizar a origem e o papel do tutor em EAD e comparar o professor do ensino presencial com o tutor.
Origem da Tutoria
Segundo Sá, a tutoria como método nasceu no século XV na universidade, onde foi usada
como orientação de caráter religioso aos estudantes, com o objetivo de infundir a fé e a
conduta moral. Posteriormente, no século XX, o tutor assumiu o papel de orientador e
acompanhante dos trabalhos acadêmicos, e é com este mesmo sentido que incorporou aos
atuais programas de educação a distância.
A ideia de guia é a que aparece com maior força na definição da tarefa do tutor. Litwin
(2001), definir tutor como o “guia, protetor ou defensor de alguém em qualquer aspecto”,
enquanto o professor é alguém que “ensina qualquer coisa”.
Na perspectiva tradicional da educação a distância, era comum sustentar a ideia de que o
tutor dirigia, orientava, apoiava a aprendizagem dos alunos, mas não ensinava. Assumiu-se a
noção de que eram os materiais que ensinavam e o lugar do tutor passou a ser o de um
“acompanhante” funcional para o sistema. O lugar do ensino assim definido ficava a cargo
dos materiais, “pacotes” autosuficientes, sequenciados e pautados, que finalizava com uma
avaliação semelhante em sua concepção de ensino (Litwin, 2001). Pensava-se desta forma
quando “ensinar” era sinônimo de transmitir informações, ou de estimular o aparecimento de
determinadas condutas. Nesse contexto, a tarefa do tutor consistia em assegurar o
cumprimento dos objetivos, servindo de apoio ao programa.
Litwin (2001) destaca ainda que quem quer que seja um bom docente será também um bom
tutor. Um bom docente “cria propostas de atividades para a reflexão, apóia sua resolução,
sugere fontes de informação alternativas, oferece explicações, facilita os processos de
compreensão; isto é, guia, orienta, apóia, e nisso consiste o seu ensino”. Da mesma forma, o
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bom tutor deve promover a realização de atividades e apoiar sua resolução, e não apenas
mostrar a resposta correta; oferecer novas fontes de informação e favorecer sua
compreensão. “Guiar, orientar, apoiar” devem se referir à promoção de uma compreensão
profunda, e estes atos são responsabilidade tanto do docente no ambiente presencial como
do tutor na modalidade a distância.
De maneira geral, os conhecimentos necessários ao tutor não são diferentes dos que
precisam ter um bom docente. Este necessita entender a estrutura do assunto que ensina; os
princípios da sua organização conceitual e os princípios das novas ideias produtoras de
conhecimento na área. Sua formação teórica sobre o âmbito pedagógico-didático deverá ser
atualizada com a formação na prática dos espaços tutoriais.
Shulman (1995, apud Litwin), sustenta que o saber básico de um docente inclui pelo menos:
Conhecimento do conteúdo;
Conhecimento pedagógico de tipo real, especialmente no que diz respeito às
estratégias e à organização da classe;
Conhecimento curricular;
Conhecimento pedagógico acerca do conteúdo;
Conhecimento sobre os contextos educacionais;
Conhecimento das finalidades, dos propósitos e dos valores educativos e de suas
raízes históricas e filosóficas.
O ensino a distância difere completamente, em sua organização e desenvolvimento, do
mesmo tipo de curso oferecido de forma presencial. No ensino a distância, a tecnologia está
sempre presente e exigindo uma nova postura de ambos, professores e alunos.
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Diferenças entre Professor Convencional e Tutor, em Ambientes de EAD
Sá (1998) faz um paralelo entre as várias diferenças entre as funções do professor
convencional (educação presencial) e o do tutor nos ambientes de EAD (educação a
distância).
EDUCAÇÃO PRESENCIAL EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Conduzida pelo Professor Acompanhada pelo tutor
Predomínio de exposições o tempo
inteiro
Atendimento ao aluno, em consultas
individualizadas ou em grupo, em situações em
que o tutor mais ouve do que fala
Processo centrado no professor Processo centrado no aluno
Processo como fonte central de
informação
Diversificadas fontes de informações (material
impresso e multimeios)
Convivência, em um mesmo ambiente
físico, de professores e alunos, o
tempo inteiro
Interatividade entre aluno e tutor, sob outras
formas, não descartada a ocasião para os
“momentos presenciais”
Ritmo de processo ditado pelo
professor
Ritmo determinado pelo aluno dentro de seus
próprios parâmetros
Contato face a face entre professor e
aluno
Múltiplas formas de contato, incluída a ocasional
face a face
Elaboração, controle e correção das
avaliações pelo professor
Avaliação de acordo com parâmetros definidos,
em comum acordo, pelo tutor e pelo aluno
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Atendimento, pelo professor, nos
rígidos horários de orientação e sala
de aula
Atendimento pelo tutor, com flexíveis horários,
lugares distintos e meios diversos
Fonte: Sá, Iranita. Educação a Distância: Processo Contínuo de Inclusão Social.Fortaleza,CEC, 1998:47.
Neste contexto Perrenoud (2000) redefine o papel do professor: “mais do que ensinar, trata-
se de fazer aprender (...), concentrando-se na criação, na gestão e na regulação das
situações de aprendizagem”. O professor-tutor atua como mediador, facilitador, incentivador,
investigador do conhecimento, da própria prática e da aprendizagem individual e grupal.
O novo papel do professor-tutor precisa ser repensado para que não se reproduzam nos
atuais ambientes de educação a distância concepções tradicionais das figuras do
professor/aluno. Pierre Lévy (2000) faz uma reflexão sobre interação, novas linguagens e
instrumentos de mediação. É preciso superar a postura ainda existente do professor
transmissor de conhecimentos. Passando, sim, a ser aquele que imprime a direção que leva
à apropriação do conhecimento que se dá na interação. Interação entre aluno/aluno e
aluno/professor, valorizando-se o trabalho de parceria cognitiva;... elaborando-se situações
pedagógicas onde as diversas linguagens estejam presentes. As linguagens são, na
verdade, o instrumento fundamental de mediação, as ferramentas reguladoras da própria
atividade e do pensamento dos sujeitos envolvidos (http://www.sesc.org.br).
O papel do professor como repassador de informações deu lugar a um agente organizador,
dinamizador e orientador da construção do conhecimento do aluno e até da sua auto-
aprendizagem. Sua importância é potencializada e sua responsabilidade social aumentada.
Sua função não é passar conteúdo, mas orientar a construção do conhecimento pelo aluno.
Segundo o Livro Verde (Soclnfo, 2000), para que o ensino a distância alcance o potencial de
vantagem que pode oferecer, é preciso investir no aperfeiçoamento do tutor e, sobretudo,
regulamentar a atividade, além de definir e acompanhar indicadores de qualidade. Neste
sentido Alves, sugere algumas iniciativas:
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Alfabetização digital - em todos os níveis de ensino, através da renovação curricular
para todas as áreas de especialização, de cursos complementares e de extensão;
Geração de conhecimentos - voltado para a pós-graduação;
Aplicação da tecnologia da informação e comunicação - desde o nível médio,
especialmente nas áreas próximas das novas tecnologias.
As instituições de EAD devem ter a preocupação de formar sua equipe de tutores através de
cursos de capacitação, averiguando sempre seu desempenho tutorial. É importante que se
ofereçam permanentemente cursos preparatórios, para que conheçam o funcionamento
dessa modalidade de ensino. Além de proporcionar aos docentes, capacitação sobre as
técnicas de EAD, deve-se realizar práticas de tutoriais para ampliar os temas de estudo.
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UNIDADE 25
Objetivo: Descrever sobre as funcionalidades das ferramentas para tutoria.
Ferramentas para Tutoria: Softwares
Para que o tutor desempenhe bem o seu papel ao acompanhar, orientar e avaliar
seus alunos é essencial que tenha em seu computador de trabalho vários programas,
tais como:
Adobe Acrobat Reader - Acessório (plug-in) para navegadores. Permite visualizar
páginas em formato PDF;
Microsoft Explorer - Navegador para Internet;
Macromedia Flash Player - Visualizador de recursos multimídia, como animações;
Babylon - Programa que traduz mais de três milhões de palavras e expressões da
língua inglesa para o português, espanhol, alemão, francês, italiano, holandês, japonês,
chinês (simplificado ou tradicional) ou hebraico.
Real Player - Programa para recebimento de arquivos de áudio e vídeo pela Internet;
Netscape Navigator - Navegador para Web - uma alternativa ao Internet Explorer;
Winzip - Programa de compressão e descompressão de arquivos (Windows);
Ferramentas para tutoria: Hardware, material e serviços de comunicação síncrona e
assíncrona;
Equipamento – para realizar seu trabalho, ao monitorar, acompanhar, avaliar uma tutoria e
assistir a aulas on-line, o professor-tutor precisa de algumas configurações mínimas de
hardware e software e respeitar alguns pré-requisitos como:
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Bom processador com memória RAM e HD com bastante espaço em disco;
Conexão com a Internet (que pode ser discada, banda larga, por rádio, via satélite ou
por cartão PCMCIA);
Conta de correio eletrônico (e-mail);
Suporte a multimídia;
Plug-ins instalados;
Navegadores web: Netscape Navigator ou Internet Explorer se estiver usando o sistema
operacional Windows. Se estiver usando o sistema operacional Linux, deverá ter o Mozilla ou
Firefox.
Conhecimentos básicos de informática.
Material Impresso - é o tradicional livro-texto, apostila, guia de estudos ou estudo de caso,
em geral, para estudar sem a presença do professor. Continua importante, mesmo com as
mais modernas tecnologias, para a Educação a Distância (EAD). Os cursos por
correspondência, em sua maioria, enviam material impresso aos alunos.
Por não exigir nenhum tipo de equipamento sofisticado para ser usado, é a mídia mais
simples de todas, no sentido que não compete com o conteúdo, à leitura é natural,
dificilmente representa uma ameaça ou causa medo nos estudantes. É fácil de usar e
portátil; o estudante pode voltar e avançar rapidamente de uma parte a outra do material.
Normalmente, o material é enviado pelo correio ao aluno.
Esse é o meio mais barato de ensino a distância. O material impresso pode complementar
outras tecnologias. Seu potencial, sozinho, é limitado, para funcionar a distância. Deve ser
concebido para suprir as funções do professor, como informar, motivar, controlar e avaliar.
Deve estar associado ao contexto de um serviço de apoio, que dá ao aluno o suporte
necessário para sanar dúvidas e buscar orientações. Além disso, requer maior motivação do
estudante, é passivo e não oferece realimentação;
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Correio eletrônico - a forma de comunicação mais usada
na Internet, permite a troca de mensagens escritas e o envio
de arquivos anexados às mensagens, em qualquer formato
(áudio, imagem, filme, textos, etc.).
O usuário dispõe de uma caixa postal eletrônica exclusiva,
na qual são armazenadas as mensagens recebidas. É comum encontrar sistemas de EAD
com serviço interno de correio eletrônico, usado exclusivamente no âmbito da escola que
oferece o curso.
Além de fácil de usar, o correio eletrônico é bastante confiável e amplamente acessível a
qualquer usuário da Internet.
Os principais navegadores (browsers) contam com esse serviço integrado, o que facilita ainda
mais seu uso e disponibilidade. Por ser uma forma de comunicação assíncrona, permite que
as mensagens recebidas sejam analisadas com cuidado antes de serem respondidas,
proporcionando um tipo de interação mais ponderada com o instrutor e com os demais
alunos;
Lista de discussão - baseado no serviço de correio eletrônico, conta com as mesmas
características, não necessitando de recursos adicionais. Facilita a comunicação do tipo
broadcast (difusão), em que o remetente pode enviar uma mesma mensagem para um
determinado grupo de pessoas (a lista). Esse recurso é especialmente interessante para o
professor que pretende comunicar-se com seus alunos fora da sala de aula. É um
serviço de comunicação assíncrono;
Newsgroups – é um serviço parecido com as listas de discussão, porém guarda as
seguintes semelhanças e diferenças:
Semelhanças: Mensagens de texto; possibilidade de anexar arquivos; é um serviço
assíncrono;
Diferenças: As mensagens não são enviadas para caixas postais. Em vez disso, ficam
armazenadas em um servidor especial.
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As mensagens são armazenadas hierarquicamente, de acordo com as linhas de
discussão, o que facilita o registro e o acompanhamento dos vários assuntos;
Exige um software especial (leitor de news) para acessar o servidor de news e ler as
mensagens. Esse software integra os principais navegadores web;
File Transfer Protocol (FTP – Protocolo de Transferência de Arquivos) – Esse serviço
permite a transferência de arquivos entre um servidor e o computador do usuário. As
transferências podem ser feitas em dois sentidos: do servidor para o usuário (download)
ou do computador do usuário para o servidor (upload).
O download pode ser feito automaticamente pelos principais navegadores. É um
mecanismo útil para disponibilizar arquivos aos alunos (documentos, livros, apostilas,
programas, dados etc.) e para receber arquivos dos alunos (trabalhos, exercícios
concluídos etc.). Muitos arquivos vêm compactados, caso em que é necessário ter
instalado no computador um programa de descompactação (como o Winzip);
Vídeo/Áudio sob Demanda - permite assistir, assincronamente, a vídeos ou ouvir áudios
previamente gravados e armazenados no servidor. O usuário dispõe de controles
semelhantes aos encontrados em um videocassete, podendo avançar, pausar ou
retroceder. Com o sistema streaming (fluxo contínuo), o usuário não precisa carregar todo
o arquivo de vídeo / áudio antes de começar a assistir / ouvir, otimizando o tempo de
espera, principalmente com conexões lentas. Esse recurso exige grande espaço de
armazenamento de vídeo/ áudio digitalizado no servidor;
World Wide Web - Esse serviço, responsável pela popularização da Internet, integra
quase todos os outros serviços, através de uma interface gráfica amigável que combina
páginas com hipertextos (palavras ligadas a outras páginas) com multimídia (hipermídia),
e permite a visualização de páginas contendo texto formatado, imagens, animações,
vídeo e sons, além de programas interativos (Java, Java script, plug-ins).
Todas as vezes que você passar o mouse sobre uma figura ou palavra e aparecer este
ícone (mão), há uma ligação (link) para outra página, arquivo (texto, filme, som, etc.).
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Esse recurso é assíncrono. Porém, dependendo do serviço que é implementado sobre
ele, pode apresentar características síncronas;
Bate-Papo (Internet Relay Chat - IRC) - é um serviço de comunicação síncrona bastante
popular. Permite a troca de mensagens escritas; pode, ser implementado através de um
programa específico ou ser integrado em páginas web. Os programas mais conhecidos são:
MIRC, ICQ e MSN
Essas ferramentas promovem discussões interativas entre duas ou mais pessoas
simultaneamente, disponibilizam uma ou mais "salas" (canais) para discussão de
assuntos distintos e permitem que se enviem mensagens para todos os usuários
conectados num canal ou apenas para um usuário, privativamente. Existem sites que
oferecem salas de bate-papo aos usuários;
Videoconferência - sistema de comunicação síncrono.
Permite que os usuários se comuniquem através de
áudio e vídeo. Pode ou não ser bidirecional, simultânea.
Para participar de uma videoconferência, o usuário
precisa de alguns equipamentos especiais de hardware
(componentes físicos), como: microfone, caixa de som e, se quiser receber e enviar
vídeo, drive de vídeo, uma placa de captura de vídeo e uma câmera.
Atualmente, a Internet disponibiliza aos usuários vários software (programas de
computador) de videoconferência. O software NetPhone, o Netmeeting e o Messenger
permitem a transferência de áudio em tempo real através da Internet. O principal
problema desse recurso é que normalmente ele requer conexão de rede de
média à alta velocidade;
Internet Phone, Webphone e Spky - são ferramentas que permitem a transmissão de
voz através da Internet. A qualidade da transmissão depende da velocidade da
conexão. E razoável para velocidades médias. Necessitam de um software especial,
microfone e placa de som. Seu custo é baixo ;
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Teleconferência – é um conjunto de recursos que visa assegurar a comunicação em grupo,
entre duas ou mais localizações, compartilhando espaço visual e acústico. Suas principais
características estão relacionadas a seguir:
Sistema de transmissão simultânea de áudio e vídeo entre duas ou mais
localidades;
Oferece a possibilidade de alcançar grande audiência;
Evita o deslocamento de pessoas, reduzindo custos de transporte;
A interação pode ser feita por e-mail, telefone ou fax;
Exige estúdios para geração de programas e investimentos em equipamentos e
equipes para produção, geração, transmissão e recepção;
A transmissão se dá por diversos meios físicos, como satélite, fibra óptica, enlace
de micro-ondas, etc.
Teleconferência Interativa - esse sistema é semelhante à teleconferência, porém
permite maior interatividade entre o instrutor e os estudantes. Na sala de
teleconferência remota, todo estudante dispõe de um terminal semelhante a um
aparelho de telefone. Através desse aparelho ele pode requisitar uma conversa com o
instrutor remoto ou responder a questões através do teclado;
Audioconferência - sistema de transmissão de áudio e sinais de controle recebidos por
um ou mais usuários simultaneamente; exige o uso de microfones/alto-falantes ou
telefones viva-voz; baixo custo em equipamentos e infraestrutura; pode-se usar a rede
telefônica já existente;
Whiteboard - é uma espécie de serviço de compartilhamento de documentos via Internet.
Permite que um grupo de usuários geograficamente distantes realize uma sessão de trabalho
cooperativa, em que um mesmo documento é mostrado e editado na tela. A inclusão de um
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texto ou gráfico por um dos participantes é propagada imediatamente para os outros
participantes.
Trata-se de uma área de desenho que permite que os usuários possam importar
imagens gráficas ou fazer anotações. Muitas escolas têm usado esse recurso para a
tutoria de seus alunos, em complemento às aulas presenciais. No entanto, é um
sistema ainda muito caro para que usuários comuns tenham acesso como participantes
ativos. Em geral, os whiteboards são usados em sala de aula pelos professores, o que
permite que os alunos assistam às aulas em casa, em tempo real.
Rádio e TV Web - Os recursos da Internet permitem que se transmitam programas de
rádio e televisão, os quais podem ser acessados em qualquer parte do mundo, sem a
necessidade de antenas especiais ou recursos sofisticados. Existem milhares de
emissoras de rádio em vários países que transmitem programas através da Internet,
utilizando a tecnologia chamada streaming. Para que o fluxo de informações seja
satisfatório, os usuários devem ter acesso de banda larga à Internet, de modo que os
dados sejam adequadamente transmitidos, sem sofrer atrasos ou o famoso efeito de
"congelamento" verificado nas conexões discadas.
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UNIDADE 26
Objetivo: Contextualizar, de acordo com os Referenciais de Qualidade, os aspectos relativos ao sistema de comunicação e materiais em EAD.
Considerações relevantes no sistema de comunicação em EAD
Em primeiro lugar, um curso superior a distância precisa estar ancorado em um sistema de
comunicação que permita ao estudante resolver, com rapidez, questões referentes ao
material didático e seus conteúdos, bem como aspectos relativos à orientação de
aprendizagem como um todo, articulando o estudante com docentes, tutores, colegas,
coordenadores de curso e disciplinas e com os responsáveis pelo sistema de gerenciamento
acadêmico e administrativo.
Para atender às exigências de qualidade nos processos pedagógicos devem ser oferecidas e
contempladas, prioritariamente, as condições de telecomunicação (telefone, fax, correio
eletrônico, videoconferência, fórum de debate pela Internet, ambientes virtuais de
aprendizagem, etc.), promovendo uma interação que permita uma maior integração entre
professores, tutores e estudantes.
Da mesma forma que a interação entre professor/estudante, tutor/estudante e professor/tutor
deve ser privilegiada e garantida, a relação entre colegas de curso também necessita de ser
fomentada. Principalmente em um curso a distância, esta é uma prática muito valiosa, capaz
de contribuir para evitar o isolamento e manter um processo instigante, motivador de
aprendizagem, facilitador de interdisciplinaridade e de adoção de atitudes de respeito e de
solidariedade ao outro, possibilitando ao estudante o sentimento de pertencer ao grupo.
Em atendimento as exigências legais, os cursos superiores a distância devem prever
momentos de encontros presenciais, cuja frequência deve ser determinada pela natureza da
área do curso oferecido e pela metodologia de ensino utilizada. Em relação à comunicação
entre os sujeitos, a instituição deverá oferecer em seu curso a facilidade de:
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contato entre estudantes, tutores e professores ao longo do curso;
ter professores/hora disponíveis para os atendimentos requeridos pelos estudantes;
ter momentos presenciais, em particular tutoria presencial e tutoria on-line;
fornecer aos estudantes, desde o início do curso, nomes, horários, formas e números
para contato com professores, tutores e pessoal de apoio;
flexibilidade no atendimento ao estudante, oferecendo horários ampliados para o
atendimento tutorial;
atendimento ao estudante através de pólos de apoio descentralizados, com
infraestrutura compatível, para as atividades presenciais;
uso das modalidades comunicacionais síncronas e assíncronas como
videoconferências, chats na Internet, fax, telefones, rádio para promover a interação,
em tempo real, entre docentes, tutores e estudantes;
interação entre estudantes, por meio de atividades coletivas, presenciais ou via
ambientes de aprendizagem adequadamente desenhados e implementados para o
curso, que incentivem a comunicação entre colegas;
planejar a formação, a supervisão e a avaliação dos tutores e outros profissionais que
atuam nos pólos de apoio descentralizados, de modo a assegurar padrão de
qualidade no atendimento aos estudantes;
abrir espaço para uma representação de estudantes, em órgãos colegiados de
decisão, de modo a receber feedback e aperfeiçoar os processos.
Portanto, em um curso a distância, o estudante deve ser o centro do processo educacional e
a interação deve ser apoiada em um adequado sistema de tutoria e de um ambiente
computacional.
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Considerações relevantes quanto ao material didático utilizado em EAD
A experiência com cursos presenciais não é suficiente para assegurar a qualidade da
produção de materiais adequados para a educação a distância.
A produção de material impresso, vídeos, programas televisivos e radiofônicos,
videoconferências, CD-ROM, páginas WEB, objetos de aprendizagem e outros, para uso a
distância, atende a diferentes lógicas de concepção, produção, linguagem, estudo e controle
de tempo.
Para atingir estes objetivos, é necessário que os docentes responsáveis pela produção dos
conteúdos trabalhem integrados a uma equipe multidisciplinar, contendo profissionais
especialistas em desenho instrucional, diagramação, ilustração, desenvolvimento de páginas
web, entre outros. Além disso, é recomendável que as instituições elaborem seus materiais
para uso a distância, buscando integrar as diferentes mídias, explorando a convergência e
integração entre materiais impressos, radiofônicos, televisivos, de informática, de
videoconferências e teleconferências, dentre outros, sempre na perspectiva da construção do
conhecimento e favorecendo a interação entre os múltiplos atores.
É importante que a proposta de material didático para cursos superiores a distância inclua
um Guia Geral do Curso - impresso e/ou em formato digital que oriente o estudante quanto
às características da educação a distância e quanto aos direitos, deveres e normas de
estudo a serem adotadas, durante o curso.
Relativo ao conteúdo de cada material educacional é importante que seja colocado a
disposição dos estudantes um Guia - impresso e/ou digital que oriente o estudante quanto às
características do processo de ensino e aprendizagem particulares de cada conteúdo;
Especial atenção deve ser devotada à construção do material didático no que diz respeito à
garantia de unidade entre os conteúdos trabalhados, quaisquer que sejam sua organização,
disciplinas, módulos, áreas, temas, projetos. Outro aspecto relevante é a garantia de que o
material didático propicie interação entre os diferentes sujeitos envolvidos no projeto. Para
atender a essas orientações, o material didático deve:
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com especial atenção, cobrir de forma sistemática e organizada o conteúdo
preconizado pelas diretrizes pedagógicas, segundo documentação do MEC, para cada
área do conhecimento, com atualização permanente;
ser estruturados em linguagem dialógica, de modo a promover autonomia do
estudante desenvolvendo sua capacidade para aprender e controlar o próprio
desenvolvimento;
prever, como já adiantado antes em outro ponto deste documento, um módulo
introdutório - obrigatório ou facultativo - que leve ao domínio de conhecimentos e
habilidades básicos, referentes à tecnologia utilizada e também forneça para o
estudante uma visão geral da metodologia em educação a distância a ser utilizada no
curso, tendo em vista ajudar seu planejamento inicial de estudos e em favor da
construção de sua autonomia;
detalhar que competências cognitivas, habilidades e atitudes o estudante deverá
alcançar ao fim de cada unidade, módulo, disciplina, oferecendo-lhe oportunidades
sistemáticas de autoavaliação;
dispor de esquemas alternativos para atendimento de estudantes com deficiência;
indicar bibliografia e sites complementares, de maneira a incentivar o aprofundamento
e complementação da aprendizagem.
Enfim, tanto a comunicação quanto o material didático devem ser bem especificados para
cada projeto de EAD.
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UNIDADE 27
Objetivo: Analisar formas de avaliação em cursos a distância.
Métodos de Avaliação
Avaliar, no Novo Dicionário Aurélio, significa "determinar a valia ou o valor, apreciar, estimar
o merecimento, fazer a apreciação, ajuizar". Na Educação, a avaliação carrega o mesmo
sentido, pois, basicamente, refere-se a uma reflexão, uma apreciação sobre o nível de
qualidade do trabalho realizado tanto pelos professores quanto pelos alunos.
Entretanto, existem diversas definições de avaliação, cunhadas por distintos especialistas.
Segundo Méndez (2002), por exemplo, a avaliação não é um apêndice do processo ensino-
aprendizagem. É parte desse processo, na medida em que os sujeitos, simultaneamente,
aprendem e avaliam: discriminam, valorizam, criticam, opinam, raciocinam, decidem, optam,
julgam. A atividade avaliadora se ensina e se aprende e, como tal, deve ser continuamente
formativa. Já para Luckesi (2002), a avaliação é uma apreciação qualitativa sobre dados
relevantes do processo ensino-aprendizagem, cuja função é auxiliar o professor a tomar
decisões sobre seu trabalho.
Valadares e Graça (1998) classificam as funções da avaliação de acordo com o papel que
ela desempenha no ensino, dividindo-a em cinco categorias:
Avaliação Prévia - utilizada para determinar onde cada estudante deve ser integrado ao
iniciar uma nova fase da sua aprendizagem. Alguns autores também a chamam de avaliação
de nivelamento;
Avaliação de Diagnóstico - para diagnosticar dificuldades de aprendizagem do estudante
no decorrer desta;
Avaliação Formativa - para aquilatar acerca do progresso da aprendizagem do estudante
no decorrer desta;
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Avaliação Formadora - contribui para que o aluno aprenda a aprender;
Avaliação Somativa - para avaliar a consecução do estudante no final de uma fase da sua
aprendizagem.
Definir com clareza como avaliar a aprendizagem do aluno em Educação a Distância é
importante para a construção dos instrumentos de avaliação. Essa definição está
intimamente relacionada aos objetivos propostos.
No caso de avaliação em situações práticas, por meio de observação, é fundamental definir
os aspectos que serão observados e comunicá-Ios ao aluno, previamente. A avaliação
poderá ser realizada ao final de cada aula, de uma unidade, ou do curso, segundo os
critérios estabelecidos, e pode ser feita por meio de testes, estudos de caso, solução de
problemas, atividades práticas observadas pelo professor-tutor, etc.
De acordo com a experiência de MORAN (2006) em avaliação de cursos a distância
semipresenciais, dentre as diferentes possibilidades de avaliação da aprendizagem dos
alunos, destaca e combina estas três:
1. Elaboração de atividades relacionadas ao conteúdo, à compreensão de conceitos, de
textos e de contextos: através de resenhas, comparação entre textos ou autores, até
concluir com um ensaio-síntese com as principais ideias aprendidas ao longo do
curso;
2. Pesquisa sobre temas próximos à vida e interesse do aluno através de uma pesquisa
individual e outra em pequenos grupos, na forma de projeto. Em cursos
semipresenciais pode-se desenvolver projetos ligados à experiência e vida dos alunos
(pedagogia de projetos). Projetos de poucos alunos, que pesquisam na Internet, tiram
suas dúvidas com o professor em classe e por e-mail ou pelo Messenger e que são
apresentados no final para todos e publicados na página do curso;
3. Avaliação da qualidade da participação no ambiente virtual através de fóruns, listas,
chats e blogs, principalmente.
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Como a avaliação faz parte da aprendizagem, a avaliação também pode ser combinada,
negociada, personalizada. E os cursos semipresenciais se prestam muito bem para essa
flexibilidade. No ambiente virtual, o professor pode atuar como orientador de pesquisa, de
projetos, como consultor, tirando dúvidas, dando sugestões. Por isso, pode personalizar e
tornar mais flexível o processo de avaliação.
O professor pode planejar a avaliação nos ambientes virtuais em três campos principais:
O da pesquisa, o da comunicação e o da produção/publicação;
Na pesquisa individual e grupal de temas, experiências, projetos, textos;
Na comunicação, realizando debates off e on-line sobre esses temas e experiências
pesquisados;
E na produção, divulgando com os alunos os resultados em páginas WEB, blogs ou em
outros formatos multimídia, para que todos possam ter acesso a essas informações.
O processo de avaliação da aprendizagem em EAD, embora possa se sustentar em
princípios análogos ao da educação presencial requer tratamento e considerações especiais
em alguns casos.
Primeiro, porque um dos objetivos fundamentais da EAD deve ser o de obter dos alunos não
a capacidade de reproduzir ideias ou informações, mas a capacidade de produzir
conhecimentos, analisar e posicionar-se criticamente diante de situações concretas que se
apresentem.
Segundo, porque no contexto da EAD, o aluno não conta, comumente, com a presença física
do professor. Por esse motivo, faz-se necessário desenvolver métodos de trabalho que
estimulem o aluno a buscar uma interação permanente com os professores-tutores, todas as
vezes que sentir necessidade, e a obter confiança, em face do trabalho realizado,
possibilitando-lhe não apenas o processo de elaboração de juízos próprios, mas também de
desenvolvimento da capacidade de analisá-los.
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Gonzáles (2005) descreve atitudes positivas em avaliação:
1. O tutor deve travar conhecimento com seus alunos através dos recursos tecnológicos
disponíveis, como o e-mail, telefone, fax e mesmo a velha e tradicional
correspondência escrita e enviada por correio;
2. O tutor deve sempre que possível fazer do primeiro teste um ensaio; essa técnica
pode contribuir para diminuir a tensão dos alunos e é ideal para estabelecer
parâmetros - conhecer o nível do grupo;
3. O tutor deve fornecer feedback (resposta) aos alunos. Esse feedback deve sempre
conter comentários e sugestões claras;
4. O tutor deve ter cuidado com palavras que possam ser interpretadas como
prenunciadoras de má notícia, como as palavras "mas", "contudo", "embora" e outras;
5. O tutor deve, em seus comentários devolutivos, evitar ao máximo utilizar expressões
que possam conter carga negativa ou depreciativa;
6. Os comentários realizados quando da correção dos trabalhos devem ser feitos de
forma clara e legível, assinalando-se sempre que possível o caminho para a resposta
mais adequada;
7. O tutor deve conservar cópia dos comentários enviados aos seus aprendizes, para
que, futuramente, saiba o que lhes foi enviado;
8. O tutor deve evitar as avaliações paternalistas ou severas, não concedendo pontos
sem que o aluno os tenha merecido de fato, nem exagerando no rigor das correções.
É importante estabelecer critérios uniformes nas avaliações;
9. Ao elaborar uma avaliação, o tutor deve esforçar-se para que o enunciado das
questões e das atividades propostas:
seja claro;
seja pertinente aos temas já estudados e revisados;
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seja lógico;
provoque o raciocínio e a capacidade crítica do aluno;
trate de temas significativos para a aprendizagem do aluno;
valorize os objetivos do curso.
10. O tutor deve compreender que a avaliação adequada é aquela que resulta do
acompanhamento dos progressos e das dificuldades do aluno ao longo do curso, e
não apenas de momentos isolados desse processo de aprendizagem.
O uso de recursos tecnológicos para avaliação
Os programas de gestão de cursos a distância, os LMS-Learning Management System /
AVA - Ambiente Virtual de Aprendizagem - Virtual Learning Environment, em geral, não
valorizam a publicação das pesquisas dos alunos. Preveem a entrega dos trabalhos e os
comentários do professor, mas não se preocupam com a publicação e a colaboração. Em
alguns há áreas para publicação genérica pelos alunos, mas é uma espécie de espaço
público, coletivo, onde os alunos perdem a sua individualidade.
Os blogs podem ser uma forma importante de publicação, porque preservam a
individualidade do autor e facilitam a interação, os comentários dos colegas. É importante
combinar o uso de blogs dentro dos LMS com a função de publicação interativa do processo
e resultados de aprendizagem.
Uma das preocupações do professor em EAD é acompanhar o progresso do aluno, desde o
início até o fim de um determinado curso. Os blogs são ideais para organizar esse
acompanhamento.
Diário de bordo permite registrar e visualizar o caminho que o aluno percorre suas dúvidas e
realizações. Esse diário compartilhado com o professor é útil para ajudar os alunos, a
modificar os rumos em determinados momentos de um curso e, principalmente, como um
instrumento que permite a visualização da trajetória do aluno. O diário de bordo se combina
com o bom uso do portfólio. No portfólio o aluno guarda seus materiais, suas pesquisas e
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pode ou não compartilhá-las. Os alunos, na sua grande maioria, preferem tornar públicos
seus portfólios. São excelentes formas de avaliar a aprendizagem dos alunos.
Com o avanço da banda larga, os chats estão se tornando videochats, com possibilidade de
o professor e uma parte dos alunos assistirem e ouvirem uns aos outros, comunicando-se
por escrito. Programas de webconference possibilitam uma comunicação em tempo real mais
rica, interativa e gerenciada, com inúmeras vantagens para a troca de informações,
apresentação de trabalhos a distância e discussões virtuais , o que pode ser extremamente
útil para novas formas de avaliação on-line.
As contribuições dos alunos no fórum também são excelentes ocasiões para avaliação. Os
fóruns e as listas de discussão são instrumentos importantes de aprendizagem coletiva.
Alguns alunos trazem questões e respostas que enriquecem muito o debate e por isso,
devem ser valorizados. Tem também os que escrevem muito e contribuem pouco e os que
praticamente não se expõem que ficam mais como olheiros (lurkers). Fóruns e listas são
recursos que ajudam a aprofundar a discussão iniciada em sala ou podem ser usados como
formas de preparação para a discussão presencial e para a sua avaliação. É possível através
da comunicação assíncrona preparar previamente as aulas com envio de textos,
questionários, pedir resenhas, pesquisas, e colocar questões relacionadas para debate. O
professor pode acompanhar e avaliar o nível de entendimento do conteúdo, tirar dúvidas e
explicar melhor conceitos mal assimilados ou trabalhados sem a devida profundidade.
Através das respostas e comentários, é possível avaliar o nível de conhecimento e de
reflexão do grupo. Inclusive, permite uma avaliação do próprio professor sobre sua
metodologia de ensino e sobre as estratégias adotadas no curso. Isso permite reorganizar o
planejamento, incorporando os interesses e sugestões dos alunos.
Grupos pequenos de trabalho colaborativo se beneficiam da assincronicidade pela falta de
parâmetros de tempo e espaço nas discussões. Podem desenvolver individualmente
materiais com conteúdos mais complexamente trabalhados, no seu próprio ritmo e horário,
para, num segundo momento, colocá-los em discussão com seus pares. O professor deve
“perceber” seus alunos através de sua participação nas atividades síncronas e assíncronas.
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Pode acompanhar a evolução de cada um, quais são seus pontos fracos e suas dificuldades,
onde estão bem e que temas precisam de maior aprofundamento.
Moran (2006) relata que em suas experiências, as ferramentas de comunicação virtual até
agora são predominantemente escritas, caminhando para ser audiovisuais. Por enquanto,
escrevemos mensagens, respostas, simulamos uma comunicação falada. Esses chats e
fóruns permitem contatos a distância, podem ser úteis, mas não podemos esperar que só
assim aconteça uma grande revolução, automaticamente. Depende muito do professor, do
grupo, da sua maturidade, sua motivação, do tempo disponível, da facilidade de acesso.
Alguns alunos se comunicam bem no virtual, outros não. Alguns são rápidos na escrita e no
raciocínio, outros não. Alguns tentam monopolizar as falas (como no presencial) outros ficam
só como observadores. Por isso é importante experimentar uma nova metodologia da
educação on-line, desenvolvendo atividades, pesquisas, projetos, formas de comunicação
integrados e complementares nos ambientes presenciais e virtuais.
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UNIDADE 28
Objetivo: Mostrar através do projeto Sexta-Free como a EAD, bem aplicada, pode solucionar problemas.
Aplicação de EAD como solução
Uma instituição privada de ensino superior localizada em São Paulo iniciou a oferta de
cursos sequenciais em 1999, logo após a regulamentação do artigo 44 da Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional nº. 9394/1996, consolidada na Resolução nº. CNE/CES 1 de
27 de janeiro de 1999. Os cursos sequenciais oferecidos estavam mais orientados à
formação profissional do que à formação acadêmica. São considerados cursos de nível
superior e possuem minimamente 1600 h/a e dois anos de duração.
A instituição dispunha na época de um número expressivo de cursos de graduação e era
incipiente na oferta de cursos de pós-graduação. O atendimento do público adulto (acima de
24 anos) era restrito. A oferta dos cursos sequenciais oportunizou o incremento das taxas de
matrícula deste público específico.
A instituição já contava com alguma experiência acumulada em termos de EAD. Em 1994
havia sido criado um departamento voltado à promoção da educação e tecnologia, e em
2000 foi iniciada a oferta de cursos a distância nas modalidades de extensão, especialização,
além de disciplinas do tipo dependência (“dp’s on-line”).
No final de 2001 foi publicada pelo Ministério da Educação a Portaria nº 2253 [BRASIL, 2001]
que regulamentou a oferta de disciplinas não presenciais em cursos superiores
reconhecidos, limitadas, em seu conjunto, a 20% da carga horária prevista para
integralização do respectivo currículo do curso. A referida portaria foi revogada,
posteriormente, pela Portaria nº 4059 [BRASIL, 2004].
Vários fatores impulsionaram a instituição a adotar a EAD. São eles: contexto de mercado; a
expertise acumulada em educação e tecnologia; a possibilidade de implementar EAD de
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maneira efetiva e ampliada oportunizada pela Portaria nº 2253 [BRASIL, 2001]; e interessada
em solucionar o problema do baixo índice de comparecimento às aulas de sexta-feira e em
aumentar a satisfação da comunidade acadêmica usando EAD. A instituição aprovou a
implementação do projeto denominado “Sexta-Free”, concebido e liderado pela Diretoria de
Cursos Sequenciais, vigente na época.
O regime de oferta de disciplinas adotado pela instituição nos cursos sequenciais era o
regime de crédito modular. Essa opção de regime foi selecionada por ser considerada mais
adequada ao perfil apurado do aluno desses cursos, profissionalmente atuantes e parcela
expressiva em cargos de média gerência, com idade média em torno de 28 anos, e que já
havia, na maioria dos casos (54,4%), iniciado uma graduação e interrompido o curso em
decorrência de incompatibilidade com as demandas de trabalho.
O formato modular atendia à necessidade de ausência parcial ou integral dos alunos por
período determinado decorrente, em grande parte, de demandas específicas das empresas
em que atuavam. Apesar dessa formatação modular que facilitava a ausência do aluno por
períodos curtos ao longo do semestre, percebeu-se que a presença dos alunos aos módulos
ministrados às sextas-feiras era consideravelmente baixa. Investigadas as razões desse
baixo quórum, identificou-se que estavam diretamente ligadas ao perfil dos alunos, e
decorriam de três questões fundamentais: muitos alunos já constituíam família a qual
demandava suas presenças às sextas-feiras, o cansaço decorrente das atividades
profissionais realizadas ao longo da própria semana cujo ápice é alcançado às sextas-feiras
e foi mencionado o trânsito de São Paulo que às sextas-feiras é caótico, desestimulando os
alunos a se dirigirem à instituição e, posteriormente, às suas residências. O baixo índice de
comparecimento às aulas ministradas às sextas-feiras conduzia à insatisfação também do
corpo docente que tinha seus planos de aula prejudicados.
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Projeto Sexta-Free
Conforme Alperstetd e Dotta, o projeto Sexta-Free baseava-se na oferta de EAD das
disciplinas ministradas às sextas-feiras, permitindo a ausência do aluno na instituição nesse
dia, exceto em três ocasiões específicas programadas no início e no fim do semestre.
A concepção do projeto Sexta-Free considerou algumas condições que orientaram a seleção
de disciplinas de natureza básica e de conteúdo mais genérico para oferta na modalidade a
distância:
A primeira consideração foi relativa à amplitude da produção de disciplinas on-line com um
custo mais reduzido possível. As disciplinas de natureza básica eram comuns a todos os
cursos sequenciais, pois pressupunham uma formação geral prévia às demais disciplinas
específicas da área e do curso propriamente dito. Concentrando-se a oferta nessas
disciplinas seria possível atender um maior número de cursos, e, por conseguinte, um maior
número de alunos, com um menor custo de produção e no menor tempo possível.
A segunda consideração estava relacionada com o material formatado em ambiente virtual
que a instituição já havia produzido para oferta de disciplinas do tipo “dependência” na
modalidade on-line, e que era de natureza básica, necessitando tão somente de uma revisão
e atualização do conteúdo.
A terceira consideração estava relacionada ao fato de que sendo as disciplinas básicas
normalmente oferecidas nos primeiros períodos dos cursos de graduação, haveria um
número elevado de alunos que já cursaram essas disciplinas em outros cursos iniciados e
interrompidos anteriormente.
As disciplinas básicas abordavam matérias nas áreas de: Filosofia e Ética, Ciências Sociais,
Língua Portuguesa e Metodologia Científica, cada uma com 80 h/a, totalizando 320 h/a,
atendendo ao exposto na legislação que determina o limite de 20% da carga horária total dos
cursos a distância.
A concentração das disciplinas básicas às sextas-feiras permitiu a oferta diluída das mesmas
ao longo dos dois anos de duração do curso, garantindo ao aluno o acesso às disciplinas
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específicas desde o seu início. Essa iniciativa estava alinhada às expectativas dos alunos
dos cursos sequenciais que buscavam conhecimento especializado desde o princípio do
curso em áreas de atuação profissional selecionadas.
Operacionalmente todos os alunos eram matriculados na modalidade a distância e recebiam
um regulamento da Sexta-Free com orientação consistente acerca do seu funcionamento.
Após a palestra inicial, na qual era apresentado: o ambiente virtual, a equipe de apoio, os
professores e as regras de funcionamento; aqueles que preferissem estudar na modalidade
presencial, qualquer que fosse o motivo, eram orientados a enviar um e-mail para um
endereço específico fornecido pela equipe de trabalho, revertendo automaticamente sua
matrícula para as turmas presenciais. Os alunos que permaneceram na modalidade on-line
podiam ocupar-se da disciplina a distância no dia reservado para a aula (sextas-feiras) ou em
qualquer outro, visto que a oferta da disciplina era assíncrona.
O planejamento pedagógico das atividades garantiu o desenvolvimento de conteúdos e
carga horária idênticos aos das disciplinas presenciais, valendo-se as mesmas exigências de
desempenho e aproveitamento como critérios de aprovação. Os conteúdos programáticos
das disciplinas e as condições de aprovação eram as mesmas, o que diferenciava as opções
era, basicamente, a mídia utilizada.
O projeto Sexta-Free contou com alicerces fundamentais que garantiram sua sustentação ao
longo de sua existência. Esses alicerces, abordados a seguir, detalham as condições de
funcionamento do projeto, cujo conhecimento é fundamental para a compreensão mais
ampliada das implicações de uma proposta dessa natureza.
a) ambiente virtual: o ambiente reunia condições pedagógicas e tecnológicas para oferecer
uma aprendizagem de qualidade e promover o aprendizado cooperativo. Além de oferecer
recursos comumente utilizados para a comunicação em rede, tais como chats, fóruns, listas
de discussão, e-mails, entre outros, o ambiente permitia a obtenção de dados relativos aos
acessos de alunos e professores, facilitando o monitoramento das atividades e permitindo
corrigir eventuais desvios.
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b) equipe de apoio: a equipe de apoio era constituída por especialistas de diversas áreas:
pedagogos, web designers, técnicos, analistas de sistemas, estagiários, monitores, tutores e
assistentes que apoiaram professores, coordenadores e diretores. Os alunos puderam contar
com uma linha de suporte interativo que solucionava dúvidas técnicas e também de
conteúdo. Todos os laboratórios de informática da instituição contavam com monitores
treinados e aptos a fornecerem suporte relativo ao ambiente virtual utilizado. A equipe de
apoio gerenciou o treinamento acerca do ambiente aos professores candidatos a serem
tutores de disciplinas on-line, bem como a todos os docentes interessados em conhecer a
ferramenta e, eventualmente, utilizá-la como apoio às aulas presenciais.
c) produção de conteúdos: a diretoria dos cursos sequenciais, juntamente com as
coordenações de curso, identificava professores com perfil adequado para o
desenvolvimento de conteúdos on-line. Com frequência, os professores selecionados já
ministravam aulas presenciais nos cursos sequenciais da instituição, conhecendo o público e
a proposta pedagógica das disciplinas.
d) organização e gerenciamento das atividades: os alunos recebiam no ato da matrícula e
em um encontro presencial as orientações relativas à sistemática do projeto Sexta-Free. Era
esclarecido que a carga horária e as exigências de aproveitamento eram as mesmas de uma
disciplina presencial e que a principal diferença era que o aluno poderia acompanhar o
conteúdo das aulas por meio de um computador conectado à Internet, de acordo com seu
ritmo e horário de estudo.
Era explicitado que a disciplina possuía carga horária de 80 h/a distribuídas ao longo de 20
semanas letivas, resultando em 4 h/a semanais. Três destes encontros semanais (24 h/a)
seriam presenciais e o comparecimento na universidade era obrigatório.
O primeiro encontro seria a palestra inicial, momento em que era apresentado no que
consistia EAD e a dinâmica das atividades da Sexta-Free.
O segundo encontro seria a aula inaugural (em laboratório de informática) na qual o aluno
recebia informações adicionais, conhecia seus colegas e professor e realizava algumas
atividades on-line de modo a se familiarizar com o ambiente virtual.
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O terceiro encontro corresponderia ao dia da prova final, realizada no final do semestre.
Também era informado um encontro intermediário com o propósito de acompanhamento,
destinado ao esclarecimento de eventuais dúvidas sobre e utilização do sistema. Estes
encontros presenciais ocorriam, naturalmente, às sextas-feiras, mas era fornecido um
calendário especificando as datas, bem como os locais das atividades.
Era informado que as disciplinas on-line seguiam a sistemática de aprovação prevista no
regimento institucional, devendo o aluno, para ser aprovado, atender a duas dimensões
básicas: nota final igual ou superior à média estabelecida regimentalmente e frequência
mínima correspondente a 75% da carga horária total do curso. A nota final seria apurada a
partir de atividades realizadas ao longo do semestre e por uma prova final obrigatória. A
frequência no curso seria verificada com base nos seguintes critérios:
entrega das atividades on-line propostas pelo professor nos prazos estipulados;
comparecimento nos encontros presenciais obrigatórios. Também eram detalhados os
requisitos para acessar as aulas, de maneira bastante didática: era necessário ter
acesso a um microcomputador conectado à Internet (em casa, no trabalho ou na
própria instituição), possuir uma conta de correio eletrônico e um browser de
navegação na Internet. Igualmente era especificada a configuração do equipamento,
recursos multimídia, navegadores e softwares necessários.
Algumas considerações puderam ser feitas. A adesão significativa por parte dos alunos à
Sexta-Free permitiu o alcance de diferentes resultados. Em primeiro lugar, contribuiu para
solucionar o problema do baixo índice de comparecimento às aulas ministradas às sextas-
feiras, aumentando a satisfação de alunos e professores. Em segundo lugar, disseminou o
aprendizado mediado por tecnologias que se julga constituir um significativo diferencial
profissional, especialmente para aqueles que atuam na região de São Paulo, centro
econômico mais desenvolvido do país, cujas empresas invariavelmente adotam
metodologias educacionais não presenciais mediadas por tecnologia em suas atividades de
treinamento e educação.
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Do ponto de vista institucional a Sexta-Free também constituiu um significativo diferencial
competitivo perante as demais instituições de ensino superior que ofereciam cursos de curta
duração, pelo menos em seus anos iniciais, pois a estratégia era de difícil mimetismo no
curto prazo. A liberação de aula presencial às sextas-feiras tornou-se um estímulo à
permanência no curso e também ao ingresso de novos alunos. Há que se mencionar ainda a
otimização do uso de salas de aula e equipamentos audiovisuais às sextas-feiras que
puderam ser canalizados para uso dos cursos de pós-graduação.
Do ponto de vista pedagógico, foi possível experienciar as propostas teóricas que
embasaram o projeto e desenvolver soluções que puderam promover aprendizagem
significativa e oportunizar aos docentes o desenvolvimento de estratégias didáticas para
essa modalidade de educação.
Os resultados positivos da Sexta-Free nos cursos sequenciais serviram de estímulo à
Diretoria da Área de Negócios para que programasse sistema semelhante nos cursos de
graduação pertencentes à área. Em razão do número de alunos envolvidos optou-se por
ofertar disciplinas a distância em qualquer dia da semana, originando o que foi denominado
de Day-Free. Foram mantidas as mesmas condições pedagógicas, tecnológicas e gerenciais
definidas na Sexta-Free. O Day-Free foi implantado no segundo semestre de 2003 e no
primeiro semestre de 2004 já apresentava uma curva ascendente de resultados.
Antes de dar início a sua prova on-line é fundamental que você acesse sua SALA
DE AULA e faça a Atividade 3 no “link” ATIVIDADES.
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UNIDADE 29
Objetivo: Mostrar como a modalidade de EAD faz com que professores e alunos tenham necessidade de aprender a aprender, e o uso de um caso prático – REDIGIR para exemplificar.
Necessidade de aprender a aprender
Todos nós reconhecemos que a internet não resolverá todos os problemas culturais e
sociais do planeta. Entretanto, muitos de nós compartilhamos do otimismo de Pierre
Lévy quando reconhecemos que o crescimento do ciberespaço resulta de um
movimento internacional de jovens ávidos por experimentar formas de comunicação
diferentes das que as mídias clássicas nos propõem (ou impõem), e que cabe a nós
explorar as potencialidades do novo espaço de comunicação nos planos econômico,
político, cultural e humano.
Inegavelmente, a implantação dos diversos tipos de curso a distância levou à
democratização do acesso ao conhecimento e ampliou consideravelmente a quantidade
de alunos atendidos. Desde o surgimento da modalidade educação a distância mediada
por computador, novas exigências se impõem tanto aos professores que, além de sua
formação acadêmica, necessitam de formação em tecnologia e em comunicação
educacional multimídia para ensinar, quanto aos alunos, mesmo os da geração web,
que passam a ter acesso a um novo formato de curso para o qual devem dominar
ferramentas e desenvolver habilidades de aprender a aprender.
Dentro dessa nova modalidade, o aluno on-line, além de ter que dominar usos do
correio eletrônico e da internet, deve ser capaz de atender a demandas de novos
ambientes de aprendizagem e de se perceber como parte de uma comunidade virtual
com um novo papel a desempenhar: o de aprender interativa e colaborativamente.
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Quanto ao professor, espera-se um ajuste de sua prática educacional à nova proposta
pedagógica de EAD mediada por computador. De acordo com Azevedo, o professor
on-line precisa ser antes de tudo, convertido à nova pedagogia. Não é apenas mais um
novo meio no qual ele tem que aprender a se movimentar, mas é uma nova proposta
pedagógica que ele tem que ajudar a criar com sua prática educacional.
A comunicação educacional multimídia exige pressupostos teóricos que fundamentem o
processo, de EAD por computador. E sua aplicação depende da formação de um
professor em exercício; das ações educativas concretas, marcadamente sociais,
socioculturais; das modalidades de ensino definidas com precisão; da utilização eficaz
dos documentos mais adequados; da definição de funções complementares assumidas
pelos diversos intervenientes; do controle de programas e de rotinas específicas.
Caso Prático – Projeto REDIGIR
A UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais, em 1999, iniciou um projeto de curso
a distância denominado REDIGIR: curso de redação e gramática em Língua Portuguesa
via internet, destinado aos jovens com idade mínima de 16 anos, da comunidade
interna ou externa.
O objetivo geral do curso é aperfeiçoar habilidades de produção textual dos participantes
e estimulá-los a refletir sobre aspectos gramaticais envolvidos na expressão escrita.
Os principais objetivos específicos do curso são:
levar o aprendiz a usar a linguagem com eficácia, sabendo produzir textos
adequados a seus destinatários, aos objetivos que se propõem e aos assuntos
tratados;
levar o aprendiz a utilizar diferentes registros, inclusive os mais formais da
variedade linguística valorizada socialmente, sabendo adequá-los às
circunstâncias da situação comunicativa de que participam;
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levar o aprendiz a conhecer e respeitar as diferentes variedades linguísticas do
português; a compreender o papel do conhecimento gramatical na produção de
texto; a usar os conhecimentos adquiridos por meio da prática de reflexão sobre a
língua, para expandirem as possibilidades de uso da linguagem e a capacidade de
análise crítica.
Além disso, estabeleceu-se que os participantes deveriam estar em fase de conclusão
ou ter concluído o ensino médio para se garantir um nível mínimo de escolaridade.
O curso REDIGIR possui:
Módulo 1 - os seguintes temas: o que é escrever; variação linguística; língua oral x
língua escrita; coesão e coerência textual.
Módulo 2 - é composto de lições virtuais sobre gramática básica;
Módulo 3 - sobre teoria do texto, estrutura do parágrafo, estilo e correspondências.
As lições virtuais consistem basicamente na divulgação do tema da aula, seguida de um
texto-base e de tarefas a serem desempenhadas (individual ou coletivamente) pelos
alunos. Estimula-se a interação entre professor/aluno(s) e entre alunos(s)/aluno(s) por
meio de diversas atividades propostas.
Segundo Dell´Isola (2006), o ensino a distância (EAD) mediado por computador, em relação
a experiência vivida no projeto REDIGIR, nos ensina sobretudo a necessidade de se
aprender a aprender, que deve ser desenvolvida tanto pelos professores que pretendem
atuar nessa área quanto pelos alunos que desejam participar de cursos virtuais pela internet.
O primeiro ponto a se destacar é o fato que todos percebemos que não é possível se adotar,
na área de EAD, teorias de ensino e aprendizagem tradicionais. Conforme afirma Rocha
(2001):
Diante da grande diversidade tecnológica utilizada pelos alunos e professores que participam
desse contexto, tem-se cobrado uma nova postura pedagógica para fazer frente a esse novo
estilo de aprendizagem interativa, colaboracionista, mediado por tecnologias educacionais.
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Passamos a cobrar de nós mesmos uma nova postura pedagógica, almejando um
curso mediado por computador que promovesse o aprendizado de tópicos específicos
da língua portuguesa para aprimorar a redação e os conhecimentos gramaticais dos
alunos, sem a pretensão de comandar o ambiente on-line. Revimos as aulas,
elaboramos novas e avaliamos resultados obtidos até então. Constatamos que nesse
ambiente não é possível se posicionar na frente da sala de aula e fazer exposições
para uma audiência concentrada e que qualquer tentativa nesse sentido para um grupo
on-line promoverá a perda de sintonia e a dispersão. A postura do professor em cursos
dessa natureza deve ser encorajadora, para se promover a participação de todos, e
mediadora, para se manter a discussão focada nos tópicos efetivamente trabalhados.
O segundo ponto a considerar, relaciona-se ao gerenciamento do curso. Gerenciar um
curso via intemet passa a ser um novo desafio porque, ainda que a interação dos
membros do grupo encoraje os participantes de forma cooperativa, há ainda uma
enorme demanda de alunos que insistem em manter uma correspondência paralela
com o professor. É grande a quantidade de alunos que exige um atendimento exclusivo
para demandas que julgam serem individuais/pessoais e que, na verdade, na sua
grande maioria, são necessidades de natureza coletiva e que deveriam estar
disponíveis para o acesso de todo o grupo, com vistas à consolidação de um
conhecimento construído em conjunto.
O tipo particular de situação educativa exige do professor acompanhamento, análise,
avaliação do processo de aprendizagem ao longo do percurso das aulas para não
predominar a passividade de alguns dos integrantes do grupo que deixam de participar
das propostas de atividade e passam a colecionar aulas e a ser meros expectadores da
tela do computador. Verifica-se que estão presentes, mas não se dispõem a construir
conhecimento. É preciso criar condições para integrá-los ao grupo.
É certo que muitas pessoas ainda preferem ler informação em material impresso a ler
na tela do computador. Assim como muitas pessoas preferem escrever à mão a digitar
diretamente no teclado. O curso REDIGIR oferece essa possibilidade já que o aluno
tem o direito de imprimir as aulas virtuais. Essa vantagem deveria ser facilitadora do
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processo de aprendizagem já que "quanto mais próxima for a comunicação entre o
material impresso e o material virtual, mais facilidade e interesse têm demonstrado
nossos alunos" afirma Rocha. Entretanto, é comum que essa vantagem transforme-se
em uma dificuldade para o aluno que passa a colecionar aulas e deixa de estudar
enganando-se a si mesmo, acobertado pela distância do professor e do espaço físico
da sala de aula.
Os cursos a distância exigem do aluno tempo e organização. No caso do REDIGIR, é
preciso ter um horário destinado à leitura do texto-base e à execução das atividades
propostas. A vantagem é que cada participante reserva o dia da semana e a hora que
lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável porque há uma
sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Todos os participantes
devem estar cientes dessa exigência para levar o curso a bom termo.
Ainda segundo Dell´Isola (2006), foi observado que todos os participantes dos cursos,
incluindo o professor, passam por um processo de aprendizagem colaborativa,
conforme defende Paiva (2001) uma aprendizagem ao mesmo tempo individual e
coletiva que se dá por meio da interação e da negociação de sentidos com os outros e
com o material com o qual também interagem.
Nesse sentido, a mediação tecnológica tem efeito de inclusão dos participantes no
processo de uma aprendizagem mútua.
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UNIDADE 30
Objetivo: Apresentar as tendências de futuro em EAD nos aspectos organizacionais e recursos humanos.
Tendências da Educação On-line a Médio e Longo Prazo
É difícil prever o futuro, porque ele não se desenvolve linearmente. Na educação, contudo, é
mais fácil antecipar algumas perspectivas. A educação será cada vez mais importante para
as pessoas, corporações, países, para o mundo como um todo. Com as tecnologias cada
vez mais rápidas e integradas, o conceito de presença e distância se altera profundamente e
as formas de ensinar e aprender também.
A educação será cada vez mais complexa, por que:
a sociedade vai tornando-se em todos os campos mais complexa, exigente e
necessitada de aprendizagem contínua. A educação acontecerá cada vez mais ao
longo da vida, de forma seguida, mais inclusiva, em todos os níveis e modalidades e
em todas as atividades profissionais e sociais.
vai incorporando dimensões antes menos integradas ou visíveis como as
competências intelectuais, afetivas e éticas.
cada vez sai mais do espaço físico da sala de aula para ocupar muitos espaços
presenciais, virtuais e profissionais;
sai da figura do professor como centro da informação para incorporar novos papéis
como os de mediador, de facilitador, de gestor, de mobilizador.
sai do aluno individual para incorporar o conceito de aprendizagem colaborativa, de
que aprendemos também juntos, de que participamos de e contribuímos para uma
inteligência cada vez mais coletiva.
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As tecnologias na educação do futuro também se multiplicam e se integram; tornam-se mais
e mais audiovisuais, instantâneas e abrangentes. Caminhamos para formas fáceis de vermo-
nos, ouvirmo-nos, falarmo-nos, escrevermo-nos a qualquer momento, de qualquer lugar, a
custos progressivamente menores (embora altos para a maior parte da população).
Segundo Moran (2004), as modalidades de cursos serão extremamente variadas, flexíveis e
“customizadas”, isto é, adaptadas ao perfil e momento de cada aluno. Não se falará daqui a
dez ou quinze anos em cursos presenciais e cursos a distância. Os cursos serão
extremamente flexíveis no tempo, no espaço, na metodologia, na gestão de tecnologias, na
avaliação. Também não se falará de “e-learning”, mas de “learning” simplesmente, de
aprendizagem.
Acredito que prevalecerá o sistema modular: os alunos completarão créditos à medida que
forem concluindo os seus cursos e suas escolhas, completando determinado número de
horas, de atividades, de requisitos, obtendo diferentes níveis de reconhecimento ou
certificação com organizações acadêmicas e corporativas nacionais e internacionais.
Já em médio prazo, as organizações educacionais e empresariais precisam se preparar com
cuidado, porque as mudanças que vêm por aí são muito profundas. Embora sempre haja
uma margem de imprevisibilidade e erro nas previsões, algumas tendências parecem que se
consolidarão em médio prazo (dez anos).
Uma tendência é a da concentração das organizações educacionais em redes ou grupos
poderosos, em grandes blocos, frutos de parcerias, consórcios de alcance nacional e
também latino-americano. Impor-se-ão as que gozem de grande prestígio intelectual e
gerencial e capacidade de inovar. As grandes dominarão o mercado pela facilidade de
chegar, com tecnologias telemáticas multimídia, a qualquer local instantaneamente, com
apoio de redes parceiras regionais e locais.
Será cada vez mais importante a competência e a capacidade de produção de aulas e
atividades adaptadas a cada tipo de curso. Existem muitos recursos telemáticos e
audiovisuais que, integrados, potencializarão a infraestrutura tecnológica necessária para
atender a tão diversificada demanda. Os canais de televisão serão digitais e poderão dedicar
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muitos novos canais para o ensino. Os canais serão interativos como a Internet atual. Os
alunos poderão assistir a uma aula ao vivo, fazer atividades orientadas pelo professor,
apresentar os resultados ao vivo, cada um da sua casa.
Muitas organizações educacionais aumentaram muito o número de campi nestes últimos
anos. A tendência será de diminuição do espaço físico e aumento dos serviços virtuais.
Haverá menos investimento em prédios e mais em serviços conectados, com um equilíbrio
entre aulas presenciais, teleaulas com alguma interação e Internet para aprofundamento das
questões principais, fazer pesquisa, apresentar resultados, produções, fazer avaliações mais
personalizadas.
As pequenas organizações educacionais terão, provavelmente, dois caminhos:
1. Fazer parcerias com as grandes para atrair alunos locais e para realizar atividades
presenciais, principalmente de acompanhamento e avaliação;
2. Ou ainda, ser referência em determinadas áreas e ocupar nichos de mercado que se
voltam para públicos específicos.
O Professor do Futuro Próximo
Ainda segundo Moran (2004), o professor do futuro será alguém que pode estar vinculado a
uma organização predominantemente, mas não exclusivamente. Participará de inúmeros
momentos de cursos de outras organizações, de orientação de pesquisas em diferentes
lugares e níveis. Em qualquer lugar o professor poderá conectar-se com seus alunos, vê-los
e falar com eles. Haverá programas que facilitem a gestão de grupos grandes e de grupos
menores a distância. As conexões serão sem fio. Poderá entrar em contato com seus alunos
durante uma viagem de avião, na praia ou de outro país.
O professor terá multitarefas, orientará muitos grupos de alunos, dará consultoria a
empresas, treinamento e capacitações on-line, alternando esses momentos com aulas,
orientações de grupos, desenvolvimento de pesquisas com colegas de outras instituições. A
Ciência será cada vez mais compartilhada e desterritorializada. Os pesquisadores não
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precisam morar perto, o importante é que saibam trabalhar juntos, virtualmente; que saibam
cooperar a distância, que tenham espírito cooperativo mais do que competitivo.
Em determinadas áreas do conhecimento, como em exatas ou biológicas, onde os projetos
dependam de experimentação física, laboratorial, haverá maior necessidade de contato, de
trocar mais informações estando juntos, do que em outras áreas, como as de humanas, onde
a flexibilidade espaço-temporal será maior.
O professor terá que aprender a trabalhar em situações muito diferentes:
com poucos e muitos alunos;
com mais, ou menos, encontros presenciais;
com um processo personalizado (professor autor-gestor) ou mais despersonalizado
(separação entre o autor e o gestor de aprendizagem).
Quanto mais situações diferentes experimentar melhor estará preparado para vivenciar
diferentes papéis, metodologias, projetos pedagógicos, muitos ainda em fase de
experimentação.
É importante destacar que neste cenário quanto menor for a criança mais tempo
permanecerá junto às outras fisicamente para aprender a conviver, a interagir, a viver em
grupo. O acesso virtual nas crianças será complementar. Mas à medida que a criança for
crescendo, aumentará também o grau de virtualização audiovisual da aprendizagem. Na fase
adulta, o predomínio do audiovisual virtual será muito mais forte. Não deixaremos mais nosso
trabalho para estudar, a não ser em momentos iniciais para conhecermos o grupo e nos
finais para as avaliaçõpes finais do processo.
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Antes de dar continuidades aos seus estudos é fundamental que você acesse sua
SALA DE AULA e faça a Atividade 3 no “link” ATIVIDADES.
Faça uma pesquisa sobre o e-learning. Aspectos positivos, negativos, tendências.
Faça uma pesquisa sobre o e-learning. Aspectos positivos, negativos, tendências.
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GLOSSÁRIO Achievement test (Teste de aquisição de competência) - Distinguir o sentido da palavra
'achievement' e a palavra 'attainment' Achievement refere-se ao que o aluno pode fazer ou
conseguir como resultado da aprendizagem.
Acquisition of knowledge (Aquisição de conhecimento) - Usa-se este termo em dois
contextos: aprendizagem pelo aluno do determinado conjunto de informações ( information );
análise dos conhecimentos usados por peritos na execução de uma determinada tarefa ( task
) como fase de planejamento instrucional (instructional design).
Adult education (Educação de adultos) - Pode referir-se simplesmente ao fator idade dos
alunos participantes, ou ao processo de ensino/ aprendizagem que deve ser desenvolvido
com adultos (veja andragogy ).
Advance organizer (Organizador prévio) - Introdução ao estudo do novo conteúdo pela
apresentação prévia de outro conteúdo (já conhecido) que possa ajudar o estudante
organizar sua abordagem e modo de pensamento. O termo foi inventado por David Ausubel
para descrever qualquer tentativa de criação de um elo de ligação entre o que se vai
aprender e a estrutura cognitiva do quem aprende. Um organizador prévio difere de uma
introdução (introduction) ou um sumário (summary) pelo fato de não apresentar o conteúdo
da atual lição, mas outro conteúdo analógico ou facilitador.
Advice (Conselho) - Na educação a distância, o sistema de apoio do aluno deve poder
fornecer conselhos.
Affective domain (Dominio afetivo) - Uma sub-categoria de aprendizagem que se refere à
formação de atitudes e hábitos.
Aid to learning (Apoio à aprendizagem) - Material de apoio (summary ou índex ) ou
atividades que apóiam a aprendizagem (veja 'concept map' como exemplo).
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Aid to teaching (Apoio ao ensino) - Geralmente significa apoio visual ou audiovisual usado
pelo professor. Na EAD pode significar o 'hardware' usado para comunicar determinado
conteúdo ao aluno.
Application of knowledge (Aplicação dos conhecimentos) - Significa a transferência da
aprendizagem da teoria para prática ( veja 'achievement')
Area of knowledge (Domínio de conhecimento) - Muitos autores definem 3 dominios:
cognitive; affective; psychomotor.
Assessment (Avaliação dos alunos) - A palavra portuguesa 'avaliação' tem pelo menos
dois sentidos: avaliação global de todos os aspectos de um sistema; avaliação dos alunos.
Veja 'program evaluation'.
Assignment (Tarefa, teste ou outra atividade de estudo ou avaliação) - Na EAD, significa
uma tarefa que deve ser entregue ao instituto ou escola para avaliação do progresso e para
receber feedback do tutor.
Assignment, computer-marked (Tarefa/teste com avaliação automática) - O teste é
submetido a uma verificação automática pelo computador. que gera a nota, atualiza o
cadastro do aluno e eventualmente pode até mandar um feedback ao aluno.
Assignment, tutor-marked ( Tarefa/teste avaliada pelo tutor) - O teste ou outro trabalho
será verifado pelo tutor e uma mensagem pessoal enviada ao aluno - a nota e outros
comentários.
Asynchronous communication (Comunicação assincrônica) - Processo de comunicação
em qual a mensagem emitida por uma pessoa é recebida e respondida mais tarde pelas
outras. Exemplos: curso por correspondência (correspondence course); correio eletrônico
(email); algumas teleconferências computadorizadas (computer conference). Contrastar com
comunicação sincrônica (synchronous communication)
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Attainment test (Teste de aprendizado) - Distinguir "attainment" e "achievement". Um teste
de aprendizado (attainment) mede os conhecimentos adquiridos, mas não a capacidade de
usá-los na prática.
Attrition (Desistência; evasão; abandono) - Na EAD esse critério é considerado de suma
importância, já que o aluno é livre para continuar seu estudo ou desistir.
Audioconference (Teleconferência que usa apenas o áudio) - Conferências, geralmente
por meio de comunicação telefônica ampliada, mas hoje podem ser veiculadas pela Internet,
etc. Geralmente, quando há mais que dois locais diferentes participando, as linhas
telefônicas são interligadas por uma "ponte" (bridge) que possibilita uma comunicação multi-
direcional (multi-way communication)
Audiolecture (Palestra gravada em áudio) - Refere-se a fitas que apresentam um conteúdo
de maneira linear e não interativa (contraste: audiotutorial).
Audiotutorial (Áudiotutorial) - Refere-se a uma técnica de tutoria interativa baseada em
fitas gravadas integradas com textos impressos. Forma de ensino individualizado que era
muito popular nos EUA nas décadas de '70 e '80.
Audiovisual (Áudiovisual) - O termo é usado em dois sentidos: materiais ou produtos que
contêm informação auditiva e visual; metodologias ou processos de ensino que utilizam os
dois sentidos de visão e audição.
Automated correction (Correção automatizda) - Provas corrigidas por computador ou por
uma simples chave de correção.
Autonomous learning (Estudo autônomo) - O controle do processo de estudo fica mais a
critério do aluno do que do sistema ou do professor.
Autonomous student (Estudante autonomo) - Estudante que dirige seu próprio processo
de aprendizagem.
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Autonomous study group (Grupo de estudo autônomo) - Grupo de estudo formado pelos
próprios alunos para facilitar o processo de aprendizagem e oferecer apoio mútuo (self-help
group).
Behaviorism (Behaviorismo; comportamentalismo) - Escola de psicologia que explica e
procura promover a aprendizagem como uma sequência de modificações incrementais no
comportamento do organismo, sob controle dos estímulos (stimulus) e reforços (reinforcer)
que atuam no seu ambiente. Foi a base teórica inicial para métodos de auto-instrução
programada (programmed instruction) nos anos 60 e, portanto, foi incorporada a muitos
sistemas de EAD "tradicional". Na década de 90, a maioria dos educadores tem desprezado
o behaviorismo como base principal de uma filosofia geral de ensino-aprendizagem e
favorecido outras filosofias, como o construtivismo (constructivism) e, também, a EAD
"moderna" por meio de redes de computadores (CMC) e teleconferências (teleconference).
Entretanto, os princípios de controle de comportamento descobertos pelos behavioristas
permanecem válidos para algumas categorias de aprendizagem.
Carrier (Provedor de serviços de comunicação) - Termo usado como sinônimo para
companhia de prestação de serviços de telecomunicação. Também usado para descrever o
sistema usado para prover os serviços de comunicação (ex: cabo, satélite).
Case study (Estudo de casos) - Na EAD "tradicional" (por correspondência) é difícil
implementar metodologias do tipo estudo de casos, por falta de um ambiente de
comunicação multidirecional (multi-way communication) necessáro para veicular a discussão.
Já na EAD "moderna", por meio de teleconferência (teleconference) ou CMC (Computer
Mediated Communication) torna-se muito mais fácil incorporar estudo de casos e outras
metodologias semelhantes.
Chat (Chat; discussão em grupo na rede) - Ambiente criado na rede de computadores
para conversas e discussões por grupos "virtuais" em tempo real (real time). É um exemplo
de comunicação sincrônica em redes ("synchronous communication").
Cognitive structure (Estrutura cognitiva) - Conjunto de conceitos e regras que uma
pessoa aplica para lidar com determinados tipos de problema ou para explicar ou entender
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determinados fenómenos. Na EAD moderna, através de meios eletrônicos de comunicação
interpessoal, torna-se mais fácil atender ao desenvolvimento de estruturas cognitivas
apropriadas.
Cognitive style (Estilo cognitivo) - Método usual ou preferido de pensamento e/ou
aprendizagem de um indivíduo.
Collaborative learning (Aprendizagem colaborativa) - Trabalho em grupos, dividindo as
tarefas de aprendizagem entre os membros, juntando os esforços individuais para o bem do
grupo. Contrastar com "cooperative learning"
Communication media (Meios (mídias) de comunicação) - Usado em dois sentidos: o
processo de comunicação de informações entre os alunos e professores (meios auditivos,
meios visuais, meios audiovisuais - ver áudiovisual); os sistemas/materiais específicos (text,
module, television, videocassette, audiocassette, radio, computer conference, Internet)
Communication technology (Tecnologia de comunicação) - Dois sentidos: o processo de
aplicação das ciências de comunicação à solução de problemas práticos de planejamento e
implementação de sistemas de comunicação; os novos sistemas de comunicação baseados
em telecomunicação e informática (ver telematics ).
Computer assisted learning (CAL) (Aprendizagem assistida ou apoiada por computador) - Usado às vezes como termo genérico que inclui todos os métodos de uso do
computador no ensino-aprendizagem. Alguns autores fazem questão de reservar este termo
para situações nas quais o aluno usa o computador como uma ferramenta de apoio.
Contrastar com tutoria por computador, ou 'computer assisted instruction (CAI)'.
Computer assisted instruction (CAI) (Instrução/tutoria assistida ou apoiada por
computador) - Uso do computador como 'máquina de ensino' para apresentar informações e
exercícios de forma dirigida e controlada. Contrastar com outras formas de uso do
computador na educação: simulação por computador (computer simulation); tele-
conferências (computer conferencing); outras formas de trabalho de grupos virtuais
(computer mediated communication - CMC); micro mundos (microworlds); etc.
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Computer based instruction (CBI) (Instrução baseada em computador) - Sinônimo para
computer assisted instruction (CAI).
Computer based training (CBT) (Treinamento baseado em computator ) - Aplicação do
computador no treinamento ou formação profissional. É quase sinônomo para 'Computer
Assisted Instruction (CAI)'.
Computer graphics (Computação gráfica) - Uso de redes de computadores como meio de
troca de idéias entre pessoas separadas por distância ou tempo.
Computer-managed instruction (CMI) (Administração do processo de ensino por
computador) - Uso do computador para gerenciar o processo de ensino-aprendizagem,
mantendo dados sobre o progresso de cada aluno e gerando relatórios para orientar os
tutores.
Computer-marked assignments (Tarefas de estudo avaliadas e corrigidas por
computador) - Pode ocorrer em EAD "tradicional" quando o tutor usa o computador para
processar os exercícios que os alunos entregam em material impresso. Na EAD "moderna"
ocorre quando o aluno entra em interação direta com o computador (ver: computer assisted
learning; comuter assisted instruction; computer managed instruction).
Computer Mediated Communication ( Comunicação Mediada por Computador (CMC)) -
Termo genérico para qualquer forma de comunicação por meio de computadores
interconectados em redes. Existem diversas variações: conferências sincrônicas (salas de
Chat, ambientes MUD e MOO); conferências assincrônicas como o correio eletrônico grupal
ou listserve; ambientes para discussão educacional, tais como CoSy ou PARTI e software
para colaboração (groupware) tais como LotusNotes.
Computer simulation (Simulação por computador) - Uso do computador como um
"laboratório", permitindo ao aluno estudar um processo ou fenômeno de maneira interativa.
Constructivism (Construtivismo) - Posição teórico-filosófica/teoria de aprendizagem, o
construtivismo considera a construção pelo aluno do seu próprio saber como o aspecto mais
importante do processo de ensino-aprendizagem. A visão construtivista de cognição não é
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uma situação nova, já que suas raízes filosóficas antecedem a moderna psicologia de
aprendizagem; mas está, hoje, recebendo maior atenção por parte dos educadores. Alguns
estudiosos do assunto (Fostnot,1991), por exemplo, mencionam que, enquanto a
epistemologia construtivista vem sendo bem entendida pelos educadores, suas implicações
para o ensino/design instrucional ainda não estão no mesmo patamar.
Continuing education (Educação continuada) - Sistemas educacionais que possibilitam a
atualização profissional contínua, ou desenvolvimento cultural e geral ao longo da vida (veja
"permanent education").
Continuous assessment (Avaliação contínua) - Sistema de acompanhamento e avaliação
do aprendizado baseado em medidas regulares e cumulativas ao longo do curso ou
processo.
Control, learner/user (Controle pelo estudante/usuário) - Em EAD, a característica do
curso ou material didático que permite ao usuário selecionar seu próprio conteúdo, rítmo de
estudo, método de aprendizagem etc.
Controlled reception (Recepção controlada) - Sentido genérico: participação individual e
independente em cursos ministrados a distância, mas com alguma forma de registro e
controle da participação e do rendimento.Sentido específico (Telecurso2000): modalidade de
recepção de teleaulas cuja audiência é feita em qualquer lugar em que haja um aparelho de
TV disponível, prevendo-se, contudo, a frequência ao centro controlador para
acompanhamento pelo orientador de aprendizagem em dia e horário previamente
combinados.
Conventional education (Educação convencional) - Muitos autores contrastam educação
a distância e educação convencional (ou seja, presencial). Na medida em que a educação a
distância vem se popularizando, esta distinção vem perdendo sua utilidade.
Conversation (Conversa; discussão) - Em EAD, é importante providenciar amplas
oportunidades para conversa entre os estudantes e tutores/orientadores. Ver: "guided
discussion"; "virtual classroom".
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Cooperative learning (Aprendizagem cooperativa) - Processo de aprendizagem em grupo.
Pode ter, ou não, as características de colaboração (veja "collaborative learning").
Correspondence course (Curso por correspondência) - Hoje em dia, esta forma de EAD
é frequentemente chamada de "tradicional". Entretanto, em alguns casos, cursos por
correspondência continuam sendo a melhor opção e, em muitos casos, os cursos
"modernos" na Internet não deixam de ser "por correspondência".
Correspondence tutorial (Tutoria por correspondência) - Troca de correspondência entre
o aluno e o tutor. Geralmente, o termo significa a troca de cartas pelo correio, em contraste
com outras formas eletrônicas ( veja "email").
Course design (Planejamento ou projeto do curso) - Concepção do curso: levantamento
das necessidades; definição dos objetivos; seleção dos conteúdos, dos métodos de ensino e
dos meios de apresentação; etc. Contrastar com "course development". Veja também
"instructional design".
Instructional material (Material didático; material de ensino)
A palavra "instruction" (instrução) é usada nos EUA de uma maneira muito mais geral do que
no Brasil (ou Inglaterra, Austrália, etc.) para significar "ensino" em todas as suas formas e
não apenas "instrução como fazer algo". Em outros paises da lingua inglesa costuma-se usar
o termo "teaching material".
Course of study; study plan (Plano de estudo) - Em EAD o plano de estudo pode ser um
instrumento importante voltado para a individualização do curso e adaptação do conteúdo
programático às necessidades de cada um dos participantes.
Course team (Equipe do curso) - Na EAD, especialmente na Open University da Inglaterra,
a equipe do curso inclui o pessoal docente (subject matter expert, SME), tecnólogos
educacionais (educational technologist, instructional design) e pessoal de produção de
material didático (message design; instructional development), que trabalham de maneira
colaborativa como uma equipe multidisciplinar
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Course tutor (Tutor de um curso) - Em EAD é um elemento de grande importância na
provisão de orientação e feedback aos participantes.
Cyberspace (Ciberespaço) - O mundo "virtual" no qual as pessoas interagem por meio de
redes de computadores. A palavra foi inventada por William Gibson no livro de ficção
científica "Neuromancer", mas hoje em dia já faz parte da linguagem coloquial, usado, por
exemplo, como sinônimo da Internet.
Designer (Planejador; projetista)- Em EAD é o responsável pela concepção do curso e
planejamento didático do mesmo.
Didactic material (Material didático) - Outras palavras, mais usadas em inglês, incluem
instructional material e teaching material .
Digital (Digital) - Qualquer dispositivo ou sistema que opera na base de lógica digital, ou
seja, o sistema binário de estados do sistema (ligado ou desligado; 1 ou 0). Na EAD, o
impacto da "revolução digital" de armazenamento e transmissão de toda forma de
informação por sistemas digitais ainda não foi sentida em sua plenitude. No futuro, várias
novas alternativas de EAD deverão aparecer como resultado dessa revolução.
Distance education (Educação a distância) - Existem diversas definições de EAD.
Algumas enfatizam o fator de distância geográfica entre professor e alunos. Outras enfatizam
o uso de tecnologias de comunicação. A mais abrangente inclui todas as formas de ensino-
aprendizagem nas quais os alunos e/ou os professores se comunicam de qualquer maneira
além de reuniões presenciais em sala de aula. Esta definição inclui casos tais como: alunos
espalhados geograficamente e estudando sozinhos por grande parte do tempo, mas
participando de reuniões de grupo regulares em centros de estudo ou telepostos (study
center; learning center), com ou sem a presença de um tutor ou facilitador; alunos e
professores morando no mesmo local e frequentando a mesma instituição de ensino
presencial, que por motivos de conveniência de horários e não problemas de distância
geográfica comunicam-se por meio de redes de computadores (Email).
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Distance education institution ( Instituição de educação a distância) - Escola,
universidade ou outra instituição educacional que utiliza EAD como sistema principal de
ensino-aprendizagem, em contraste a uma institução principalmente presencial que ás vezes
utiliza EAD para ministrar determinados cursos ou módulos de um curso.
Distance educator (Especialista em ensino a distância) - O termo pode ser usado para
descrever os estudiosos no assunto, ou professores e tutores que trabalham em sistemas de
EAD.
Distance learning (Aprendizagem a distância) - O processo de aprendizagem sem contato
pessoal regular com um professor ou com outros colegas em sala de aula presencial.
Distance teaching (Ensino a distância) - O processo de ensino sem contato pessoal
regular em regime presencial .
Drop out (Desistir/abandonar;desistência/abando-no) - Em EAD refere-se ao abandono
do curso pelo estudante. O índice "drop out rate" é considerado um fator muito importante em
cursos de EAD e, portanto, é frequentemente citado e cuidadosamente controlado.
Education, traditional /conventional ( Educação tradicional ou convencional ) - Em
EAD, geralmente quer dizer educação presencial. Ver "conventional education".
Education, recurrent (Educação continuada) - Ver também "permanent education".
Evaluation (Avaliação) - Ato/ação de estimativa do valor de uma coisa/sistema; processo
através do qual chegamos a um julgamento. Nos Estados Unidos, assim como no Brasil, a
palavra é aplicada aos alunos e ao processo de medir o resultado do aluno. Na Inglaterra é
chamado de assessment.
Exercise, self-checking (Exercício de auto-correção) - Exercícios com gabaritos de
respostas fornecidos ao estudante, ou corrigidos automaticamente pelo computador.
Face-to-face teaching/learning ( Ensino/aprendizagem presencial) - Termo coloquial,
que, em sua versão inglesa, virou muito mais aceito como termo técnico do que o
equivalente "cara-a-cara" em português.
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Facilitator (Facilitador) - Orientador de aprendizagem. Geralmente usado quando o
processo de orientação é voltado para facilitar o processo de construção do conhecimento
pelos próprios alunos (ver "constructivism"). Em alguns sistemas de EAD, como, por
exemplo, o Telecurso 2000 (Ver Telecourse) é o responsável pela coordenação, orientação,
acompanhamento, controle e avaliação da prática pedagógica desenvolvida na telesala e no
centro controlador.
Failure rate (Índice de reprovação) - Em EAD, o índice de reprovação é muitas vezes
menos importante do que o índice de desistência ou "drop out rate".
FAQ (FAQ; Perguntas frequentes) - "Frequently Asked Questions". Sigla que já entrou na
gíria de quem trabalha com tecnologias avançadas, para descrever sistemas de ajuda e
apoio ao usuário em forma de arquivos ou listas de respostas às perguntas ou problemas
que ocorrem com maior frequência.
Feedback (Retroalimentação) - Termo técnico da cibernética (cybernetics) relacionado com
o auto-controle de um sistema pela análise dos resultados obtidos. Agora usado na EAD
para qualquer forma de fluxo de informações do tutor ao aluno, ou de um gabarito de
respostas pré-preparadas.
Field training (Trabalho de campo) - Em EAD, a incorporação de trabalho prático a ser
executado pelo estudante no próprio local onde mora ou trabalha.
Flexible learning (Aprendizagem flexível) - Quase um sinônimo para o termo Open
Learning. Outra versão deste termo é "flexistudy".
Flexible timetable (Horário flexível; cronograma flexível) - Dois sentidos: flexibilidade na
escolha dos horários de estudo pelo estudante, assim resolvendo conflitos entre o curso e
outros compromissos; flexibilidade na execução das tarefas do curso, assim permitindo que
cada estudante siga seu próprio ritmo de estudo e complete o curso quando for conveniente
Flexistudy (Estudo flexível) - Termo inventado para cursos que permitem ao usário seguir
horários e/ou cronogramas flexíveis (ver: flexible timetable; open learning)
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FTP (FTP) - Sigla para "File Transfer Protocol"- sistema de normas técnicas e o software
para a transferência de dados de um computador para outro. Um dos usos mais comuns de
redes como a Internet é a transferência de programas e aplicativos por meio de FTP.
Glossary (Glossário) - Materiais didáticos para EAD quase sempre contém glossários de
termos técnicos usados no texto principal. Em software educacional interativo, o glossário
pode ser parte da "interface" que permite a livre navegação pelo conteudo.
Group learning (Aprendizagem em grupo) - Em EAD "tradicional", aprendizagem em grupo
ocorre quando alunos que moram em um local formam um grupo autônomo de estudo (
autonomous study group; study group; self-help group) ou quando o sistema fornece tutores
ou orientadores locais que reúnem os alunos periodicamente (group tutorial) em centros de
estudo ou telesalas (study centre). Na EAD "moderna" utiliza-se também "grupos virtuais"
(virtual group).
Group tutorial (Tutorial em grupo) - Em sistemas de EAD que fornecem tutores locais, ou
telessalas, o tutor reúne os alunos periodicamente para uma aula presencial.
Groupware (Software para trabalho colaborativo) - Ambientes de trabalho implementados
em redes de computadores para permitir que grupos de pessoas trabalhem
colaborativamente a distância, no mesmo documento/projeto.
Guide (Orientar; orientador) - Em EAD: orientador de aprendizagem.
Home situation/ learning environment (Ambiente de estudo/ aprendizagem em casa ) -
As condições de estudo em casa (espaço físico, silêncio, material didático, tempo livre) que
influenciam na eficácia da EAD.
Hypermedia (Hipermídia) - Ambiente de informações apresentadas por meios múltiplos
(multimedia) e organizados em forma de rede capaz de ser navegada pelo usuário, como se
fosse um hipertexto (hypertext).
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Hypertext (Hipertexto) - Texto organizado em forma de rede de ítens ou módulos de
informação (node) interligados entre si (link) permitindo ao usuário "navegar" seguindo sua
própria sequência de estudo (user control). Ver também: hypermedia
Independent learner (Aprendiz autônomo ou independente ) - Estudante que está
dirigindo seu próprio programa de estudo, tanto em termos do conteúdo como em termos dos
métodos de estudo.
Independent study (Estudo autônomo ou independente) - Processo de estudo
independente, que nem sempre significa estudo individual. Pode ser em grupo independente
da direção do professor ou da instituição.
Individual tutorial (Tutorial individual) - Aula/orientação para um só aluno. Em EAD, esta
orientação pode ser dada assincronicamente, por meio de correio eletrônico. Ver também
"asynchronous communication".
Individualized learning (Aprendizagem individualizada) - Processo de adaptação do
conteúdo e dos métodos de ensino às necessidades e ao estílo de aprendizagem de cada
aluno.
Individualized teaching (Ensino individualizado) - Processo de ensino individual ou em
grupos pequenos, permitindo ao professor atender aos problemas/necessidades de
aprendizagem de cada aluno.
Information technology (Informática; tecnologia de informação) - Dois sentidos: o
processo de aplicação de ciências da informação na solução de problemas práticos de
planejamento, desenvolvimento e implementação de sistemas de processamento de
informação; o uso mais popular é como sinônimo para a informática (informatics; computer
science).
Innovation (Inovação) - Idéia ou prática que é percebida pelo indivíduo ou outra unidade de
adoção como nova. No que concerne ao comportamento humano, pouco importa se a idéia é
'objetivamente' nova. Sendo nova para o indivíduo, é uma inovação.
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Instruction (Instrução; ensino) - Nos EUA, este termo costuma ser usado no sentido
genérico de "ensino". Em alguns outros países, significa o processo de "ensino dirigido" ou
"instrução prática".
Instruction, programmed (Instrução programada) - Técnica de ensino em passos
pequenos, geralmente por meio de texto ou outro material didático "programado".
Instructional material (Material didático) - Ver também "educational material" e "teaching
material".
Instructional program (Programa instrucional) - Material auto-didático, elaborado segundo
os princípios de instrução programada. Ver "programmed instruction/ learning" e instruction,
programmed ".
Interaction (Interação) - A troca de informação entre os participantes do processo de
ensino/aprendizagem. Em EAD, existem várias formas de interação: (guidance; conversation;
guided conversation; feedback; feedforward; etc).
Interactive (Interativo) - Muitos tipos diferentes de materiais didáticos são chamados de
"interativos". Alguns deles são apenas interativos no sentido de oferecer pistas alternativas
de navegação (ver "feed-forward"). Outros são interativos no sentido de corrigir os erros do
aluno e oferecer novas explicações e oportunidades de prática (ver "feedback"). Ainda outros
são interativos no sentido de adaptação ao comportamento do aluno/usuário (ver
"simulation").
Interactivity (Interatividade) - A característica resultante da interligação de dois ou mais
sistemas, de forma que as ações de um resulta em reações do outro, que por sua vez resulta
em novas ações do primeiro e assim adiante. O grau, ou profundidade deste processo de
interação pode ser bastante diferente em sistemas diferentes (ver "interactive").
Inerdisciplinarity (Interdisciplinaridade) - Conexão entre várias disciplinas/conteúdos, em
vários níveis/dimensões. Pode referir-se à concepção geral do sistema ou ao aspecto ensino-
aprendizagem propriamente dito, ou ambos.
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Interface (Interface) - Ambiente de interação homem/máquina em qualquer sistema de
informática ou automação. O projeto de uma interface eficiente, fácil de manusear e amigável
(user-friendly) é um fator importante no planejamento de qualquer sistema de comunicação
não-presencial.
Mediated Learning (Aprendizagem através de meios) - Literalmente, o termo significa
"aprendizagem mediada". Trata-se de qualquer forma de aprendizagem que utiliza materiais
didáticos em vez de comunicação presencial com o professor como a fonte das informação
ou orientação.
Model answer; model solution (Resposta-modelo; gabarito de respostas) - Termo usado
especialmente para o gabarito de respostas "abertas" com as quais o estudante deve
comparar a sua própria resposta para identificar semelhanças e diferenças.
Moderator (Moderador) - Coordenador de encontro. Em EAD, o moderador é a pessoa que
orienta e controla as teleconferências.
Module (Módulo de estudo/aprendizagem) - Dois sentidos: um conjunto de materiais,
exercícios e atividades projetado para alcançar determinados objetivos de ensino-
aprendizagem (learning module); um texto auto-didático (self-instructional module).
Monitor - Dois sentidos: pessoa que acompanha, avalia e apóia o progresso do estudante
(quase-sinônimos: facilitator; tutor); um aparelho que recebe informação transmitida
eletronicamente e a apresenta visualmente (interface; output peripheral).
Multi-User Domain (Ambiente Multi-usuário (MUD)) - Tipo de ambiente criado em software
que permite interações entre diversos usuários. Ver MUD.
Multi-disciplinary team (Equipe multidisciplinar) - No contexto de EAD, o
desenvolvimento dos currículos, cursos e, especialmente, dos materiais didáticos costuma
ser executado por uma equipe multidisciplinar, composta de especialistas em conteúdo
(subject matter expert; SME), especialistas em elaboração de diversos meios/materiais de
comunicação (message design; media specialist) e especialistas em planejamento e
avaliação do processo de aprendizagem (curriculum design; instructional design). A Open
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University da Inglaterra era pioneira na aplicação sistemática dessa abordagem. Grande
parte do sucesso desta instituição de EAD pode ser atribuida à qualidade superior dos
materiais didáticos e esta qualidade, por sua vez, é atribuida ao trabalho em equipes
multidisciplinares (Romiszowski, A. J. 1981. "Designing Instructional Systems").
Network (Rede) - Em EAD existem diversos sentidos importantes: a rede de contatos
pessoais e interpessoais entre os participantes de um curso (mesmo a distância) que
permitem a formação de grupos de estudo e apoio mútuo de aprendizagem (autonomous
study group, study group, self-help group); a rede física de comunicação entre os
participantes, que pode ser uma combinação de várias redes (telefônica, LAN, WAN,
Internet); a rede de informações estruturadas e interligadas organizada na forma de
hipertexto ou hipermídia (hypertext; hypermedia) ou de material auto-didático que permite a
seleção livre e inteligente das partes relevantes para o estudo (information map, information
mapping, functional block); a rede de conceitos e princípios que determinado aluno construiu
na sua mente sobre uma área de estudo, ou seja, a rede semântica (semantic network),
estrutura cognitiva (cognitive structure), ou rede conceitual (conceptual network) criada na
mente do aluno como resultado de estudo.
Pace; pacing (Rítmo de estudo) - Em EAD, o rítmo de estudo pode ser sob controle do
próprio estudante (ensino individualizado baseado em módulos impressos ou software
multimídia) ou do sistema ( telecurso composto de uma série de transmissoes semanais de
TV).
Part-time Study (Estudo em tempo Parcial) - Uma grande vantagem de sistemas de EAD é
que eles permitem o estudo em tempo parcial.
Printed Material (Material Impresso) - Apesar de todas as novas tecnologias e todas as
formas de comunicação audiovisual e software educacional, o material impresso continua
sendo um componente importante na maioria de sistemas de EAD.
Programmed Learning (Aprendizagem Programada) - Na Inglaterra, o termo programmed
learning sempre foi preferido ao termo “programmed instruction” usado pelos norte-
americanos. Os ingleses costumavam interpretar o conceito de maneira mais eclética e
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menos baseada em princípios de behaviorismo (behaviorism), incluindo no seu conceito de
aprendizagem programada muitas metodologias de aprendizagem por descoberta (discovery
learning) e técnicas de ensino-aprendizagem experiencial (experiential learning).
Programmed Instruction (Instrução Programada) - Técnica de ensino em passos
pequenos, geralmente por meio de texto ou outro material didático “programado”. Ver
também programmed learning; instructional program.
Real Time (Tempo real) - Termo usado na informática para sistemas que reagem
imediatamente às intervenções do usuário. Na EAD o termo descreve sistemas de
teleconferência que permitem comunicação sincrônica (synchronous communication) entre
diversas pessoas.
Satellite (Satélite) - Dois sentidos usados em EAD: o sentido mais conhecido é uma estação
no espaço que recebe e retransmite dados, conversas telefônicas e programas educativos: o
sentido menos conhecido é uma instituição para-escolar vinculada a uma instituição central
de ensino, que atua como um local de estudo a distância. Alguns exemplos: o "Telecurso
2000" reúne milhares de telessalas espalhadas por todo Brasil, como se fossem satélites,
fornecendo materiais e programas educativos de um ponto central; na Indonésia, grande
parte do sistema de ensino secundário ocorre por meio de um sistema "SMP Terbuka", que
multiplica o impacto das escolas convencionais existentes pela vinculação de entre 5 e 20
centros de estudo "satélites" localizados nas áreas rurais ao redor de uma escola, onde os
alunos estudam diariamente, a distância, por meio de materiais impressos e áudiovisuais,
visitando a escola central entre duas e quatro vezes por mês nos fins da semana.
Self-study module (Texto auto-didático) - Texto que incorpora exercícios de auto-
avaliação e outros recursos projetados para substituir o professor ou tutor no processo de
ensino-aprendizagem (ver: programmed instruction; self-instructional materials).
Software (Software; programas; material didático) - O termo surgiu como gíria no
contexto da informática. Já que os equipamentos (computadores e periféricos) ganharam o
apelido de "ferragens" ("hardware"), os programas que rodam dentro das máquinas
chegaram a ser chamados de "software" (jogo de palavras: hard/soft = duro/mole). Na
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educação, e especialmente em EAD, os dois termos foram adotados para distinguir os meios
de comunicação e as mensagens por eles transmitidos (medium; message). Nos últimos
anos, com o crescente uso da informática na educação, houve muita confusão entre os dois
sentidos da palavra "software". Como resultado, surgiram novos termos, como "software
educativo" e "courseware".
Stimulus (Estímulo) - Termo técnico da teoria behaviorista (behaviorism) que procura
explicar a aprendizagem como formação de sequências complexas de estímulos e respostas
(response).
Stimulus Material (Material didático) - Termo frequentemente usado como sinônimo para
material didático. É o material que estimula o estudante a fazer o esforço necessário para
aprender e fornece os exercícios e as atividades que oferecem as oportunidades de prática e
avaliação.
Study Center (Centro de estudo; teleposto; tele-sala) - Em EAD, um local onde os alunos
podem encontrar apoio, seja pelo estudo de material suplementar (ver: learning center), seja
pelo estudo em grupo (group learning). Contrastar com learning center.
Teleconference (Teleconferência) - Termo genérico para toda e qualquer forma de
comunicação em tempo real entre pessoas distantes. Inclui teleconferências auditivas por
telefone, teleconferências audiográficas; vídeoconferências e conferencias por meio de
computador.
Telecourse(Telecurso) - Curso ministrado principalmente pelo sistema de teleducação (tele-
education). No passado, muitos telecursos usavam apenas as transmissões de programas
de TV ou rádio, com material de leitura suplementar. Hoje em dia, a maioria de sistemas que
oferecem telecursos de boa qualidade procuram incorporar meios que possibiltam um certo
grau de interatividade (interactivity) entre os alunose o o professor ou tutor.
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Tele-education (Teleducação; educação a distância) - Termo utilizado como educação a
distância, especialmente sistemas de EAD que utilizam a televisão ou rádio como os
principais meios de comunicação do conteúdo do curso (veja: telecourse).
Telematics (Telemática) - A fusão das tecnologias de telecomunicação com os mais
modernos avanços de informática.
Telephone Conference (Conferência telefônica) - A forma mais antiga e mais acessível de
tele-conferência.
Telephone Tutorial (Tutoria por telefone) - Alguns sistemas de EAD fornecem um serviço
formal de tira-dúvidas por meio de conversas telefônicas individuais ou em grupos pequenos.
Teletext (Teletexto) - Sistema de apresentação de telas ou "páginas" de texto pelo meio da
televisão.
Television Program (Programa de televisão) - Ver também "television broadcast";
"educational television".
TELNET (TELNET) - Protocolo para acesso a um computador remoto de outro computador
ou terminal.
Tutor (Tutor) - O tutor é um elemento importante em muitos sistemas de EAD, sendo o
principal responsável pelo processo de acompanhamento e controle do ensino-
aprendizagem.
Tutorial (Tutorial) - Evento interativo que envolve o fornecimento de feedback ao aluno
sobre as tarefas e atividades já executadas e orientação das tarefas a serem executadas.
User Control (Controle pelo usuário) - Em EAD, a característica do curso ou material
didático que permite ao usuário selecionar seu próprio conteúdo, rítmo de estudo, método de
aprendizagem etc.
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User-friendly (Amigável ao usuário) - Característica importante de qualquer sistema que
pretende ser utilizado por pessoal não-técnico. Esta característica é de suma importância em
sistemas de educação a distância que utilizam as novas tecnologias de comunicação.
Validation (Validação) - Algum tipo de testagem para verificar se o material didático, o curso
ou o programa como um todo tem sido bem sucedido. Pode se dar de várias maneiras, de
acordo com realidades e objetivos.
Videoconference (Vídeoconferência) - Conferência que reúne pessoas separadas pela
distância e oferece a possibilidade de comunicação audiovisual. As possíveis variações:
comunicação visual unidirecional do estúdio para todos os participantes e comunicação áudio
bi-direcional entre os participantes e o estúdio; comunicação visual unidirecional do estúdio
para todos os participantes e comunicação áudio multi-direcional entre todos os
participantes; comunicação visual multi-direcional entre todos os participantes (ver as
definições de: multi-way communication; two-way communication; one-way communication).
Virtual Classroom (Sala de aula virtual) - Um ambiente de comunicação a distância que
simula uma sala de aula convencional em relação às possibilidades de comunicação e
interação entre os participantes.
Virtual Group (Grupo virtual) - Um grupo de estudantes, separados por distância e/ou
tempo que trabalham como se fosse um grupo presencial por meio de teleconferências ou
redes de computadores (teleconference; computer mediated communication).
Virtual Laboratory (Laboratório virtual) - Software educacional (courseware) que simula
experiências normalmente praticadas em laboratórios ou oficinas (computer simulation),
permitindo ao aluno controlar as variáveis e fazer as medidas necessárias para compreensão
dos fenômenos ou princípios exemplificados pela experiência.
Virtual Library (Biblioteca virtual) - Um acervo de textos e outras mídias acessíveis pela
Internet ou outras redes.
Virtual Reality (Realidade virtual) - Software de simulação de ambientes para permitir ao
usuário interagir com os objetos ali encontrados como se realmente estivesse dentro do
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ambiente simulado. Também a área da informática que estuda a criação e utilização de tais
ambientes simulados.
Virtual University (Universidade virtual) - Uma instituição de ensino superior que visa
funcionar exatamente como se espera de uma universidade convencional, mas pelas
técnicas de comunicação e educação a distância.
Wireless (Sem fio) - Transmissão via ondas de rádio ou satélite, sem a necessidade de
conexão física por meio de cabos. Provavelmente será usada em redes de computadores do
futuro, permitindo maior flexibilidade de uso e abrindo novas oportunidades para EAD por
meio de telecomunicações.
World-Wide Web (Rede mundial; WWW) - Ambiente estruturado em forma de um enorme
hipertexto (hypertext) que é o ambiente mais usado na Internet. A estruturação de WWW e
as normas (protocol) e metodologias (HTML) de preparação de documentos para serem
acessíveis e navegáveis pelas ferramentas de busca (browser) disponíveis na Internet foram
desenvolvidas originalmente para uso interno dos pesquisadores do CERN (Centro Europeu
de Pesquisa Nuclear) e depois adotados como padrão internacional.
Xerography (Xerografia) - Processo de fotocopiagem que revolucionou o mundo de
documentos impressos. Em EAD, o impacto principal dessa tecnologia foi: a possibilidade de
produção econômica de cópias de material didático impresso em pequenas quantidades; o
custo/efetividade ("cost/effectiveness") da utilização de ensino por correspondência com
pequenas clientelas; a possibilidade de revisão técnica e pedagógica do material didático
com maior freqüência.
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