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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIADepartamento de educação
Licenciatura em Educação Física
JOSÉ AUGUSTO SANTOS ZÓFFOLI
PERFIL DA ADERENCIA A PRÁTICA ESPORTIVA NATAÇÃO EM ADOLESCENTES
ALAGOINHAS - BA2010
JOSÉ AUGUSTO SANTOS ZÓFFOLI
PERFIL DA ADERENCIA A PRÁTICA ESPORTIVA NATAÇÃO EM ADOLESCENTES
Monografia apresentada como requisito do componente curricular do Curso de Licenciatura Plena em Educação Física da Universidade do Estado da Bahia- Campus II.Orientador: Prof°. Dr. Mauricio Maltez.
ALAGOINHAS - BA2010
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a todos que me apoiaram, a Deus,
meu pai, minha mãe e o meu orientador
a confiança que me foi dada
5
AGRADECIMENTOS
Sou grato ao Grande e único Deus Pai!
À minha família.
Ao meu orientador, Professor Doutor Mauricio Maltez pela ajuda, paci-
ência, orientação, incentivo, competência, humildade.
Aos amigos que entenderam meu momento e o respeitaram.
O clube ACRA Tênis pela contribuição ao meu crescimento humano e
profissional.
6
Se fiz descobertas valiosas,
foi mais por ter paciência do que qualquer outro talento.
Isaac Newton
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Gráficos
GRÁFICO 1. Representação gráfica do percentual de alunos/adolescentes freqüentadores das aulas de natação, que praticavam ou não algum exercício físico anteriormente.
22
GRÁFICO 2. Representação gráfica do percentual de alunos/adolescentes freqüentadores das aulas de natação, que tem apoio familiar ou não a prática da natação.
23
GRÁFICO 3. Representação gráfica do percentual de alunos/adolescentes freqüentadores das aulas de natação, que estudam ou trabalham ou estudam/trabalham ou nenhuma das respostas anteriores.
24
GRÁFICO 4. Representação gráfica do percentual de alunos/adolescentes freqüentadores das aulas de natação, que tem facilidade de acesso ou não ao clube onde praticam natação.
25
GRÁFICO 5. Representação gráfica do percentual de alunos/adolescentes freqüentadores das aulas de natação, que são do gênero masculino ou feminino e praticam natação.
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GRÁFICO 6. Representação gráfica do percentual de alunos/adolescentes freqüentadores das aulas de natação, que tem ou tiveram aderência de 0 à 3 meses, 3 à 6 meses, 6 meses à 1 ano ou mais de 1 ano.
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Tabelas
TABELA 1. Tabela de dados antropométricos 19
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 09
2. OBJETIVOS 11
21. Objetivo geral 11
2.2. Objetivo especifico 11
3. REFERÊNCIAL TEORICO 123.1. A atividade física 123.2. A natação “historia e benefícios” 143.3. Aderência 16
4. METODOLOGIA 18
4.1. Modelo de estudo 18
4.2. População e amostra 18
4.3. Procedimentos 19
4.4. Local do estudo 20
4.5. Instrumento de medida 20
4.6. Coleta de dados 21
4.7. Analise de dados 21
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 22
6.CONSIDERAÇÕES FINAIS 28
7.REFERENCIAS 29
ANEXOS 33
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1. INTRODUÇÃO
A natação está inserida no campo de atividades esportivas encontrado
na cidade de Alagoinhas – BA, e cada vez mais evidente no cenário nacional,
principalmente depois das conquistas conseguidas nas Olimpíadas de Pequim
(2008). Cada vez mais pessoas têm procurado a atividade aquática como
forma de melhoria da qualidade de vida. Porém, ainda assim não chega a ser
representativo o número de alunos nas escolas e clubes que oferecem natação
como esporte.
Segundo Gomes (1995, p. 12) “a natação é uma atividade muito
fascinante e aparentemente complicada para quem não a domina, porém muito
simples para quem nela promove suas praxes.”
A natação é a capacidade do homem de se locomover em ambiente
aquático sem a ajuda externa de aparelhos e ou artifícios, apenas com seu
próprio corpo. Então se pensou estudar o esporte natação praticado pelos
alunos encontrados no ACRA (Associação Cultural e recreativa de Alagoinhas)
Tênis Clube, suas motivações e seus empecilhos, suas naturais dificuldades
em ambiente aquático e suas superações diante do esporte natação.
Por isso a escolha do ACRA Tênis Clube que é a referencia de clube na
cidade e a mais de vinte anos trabalha com a prática de natação associadas
tanto a competição quanto ao bem estar e saúde. A escolha dos adolescentes
deu-se devido à observação e coleta de dados junto ao clube onde se
observou que era o perfil da grande maioria adepta no devido esporte
pesquisado.
O município de Alagoinhas localiza-se a 119 km da cidade de Salvador e
tem população estimada no último censo do IBGE de 137.810 habitantes em
2009.
São reconhecidos no meio acadêmico os benefícios da natação tais
como: a contribuição no desenvolvimento físico, ou seja, o fortalecimento
grande grupo muscular, a melhoria da coordenação dos movimentos e o
aumento da resistência cardiorrespiratória. Ela também contribui no
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desenvolvimento psicológico e social, no combate ao estresse e a obesidade,
auxilia no tratamento de bronquite e asma;
Diante de tudo isso, surge o problema:
Qual o perfil de adesão/aderência dos praticantes de natação no ACRA
Tênis Clube de Alagoinhas/Bahia?
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2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo Geral
Identificar o perfil dos alunos/adolescentes praticantes de natação sobre a
aderência em um clube da cidade de Alagoinhas/BAHIA.
2.2. Objetivo Especifico
Identificar os fatores de aderência à pratica da natação entre os
adolescentes.
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3. REFERENCIAL TEORICO
3.1. A atividade física
Segundo Pollock et al (1986), existem fortes evidências de que em 80 a
86% dos adultos obesos sua origem vem da infância e da adolescência. Neste
contexto, muitos dos hábitos adquiridos na juventude podem ser transferidos
para fase adulta. Ainda segundo Pollock et al (1986), a obesidade infantil está
mais associada a inatividade física do que à superalimentação. Neste sentido,
é pertinente enfocar, no primeiro momento, as orientações práticas visando a
diminuição do sedentarismo.
Atividade física vem para assumir o papel principal nas relações de
manutenção do peso, tentando construir hábitos saudáveis. A atividade física é
definida como qualquer movimento corporal produzido pela musculatura
esquelética, que resulte em gasto energético (CASPERSEN, POWELL &
CHRISTENSON, 1985).
A atividade física pode ser programada, o que resultaria em exercício
físico Caspersen (1985) coloca que o exercício físico é a atividade repetida,
planejada e estruturada, que tem como objetivo a manutenção e melhoria de
um ou mais componentes da aptidão física.
Para Pitanga (2004) a atividade física pode ser entendida como um
componente humano complexo, com componentes e determinantes de ordem
biológica e psicosociocultural, podendo ser exemplificada por esportes,
exercícios físicos, danças e outras atividades de lazer, locomoção e ocupação
profissional.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (2007), a pratica de atividade
física regular reduz a mortes prematuras, doenças do coração, acidente
vascular cerebral, câncer de colón e mama e diabetes tipo II. Atua na
prevenção e redução da hipertensão arterial, previne o ganho de peso
(diminuindo o riso de obesidade), auxilia na prevenção ou redução da
osteoporose, promove o bem-estar, reduz o estresse, a ansiedade e a
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depressão. Especialmente em crianças e jovens, a atividade física interage
positivamente com as estratégias para a adoção de uma dieta saudável,
desestimula o uso do tabaco, do álcool, das drogas, reduz a violência e
promove a integração social.
Segundo a Estratégia Global para Dieta, Atividade Física e Saúde da Or-
ganização Mundial de Saúde (2002), é recomendado que indivíduos se envo-
lvam em níveis adequados de atividade física e que esse comportamento seja
mantido para a vida toda. Diferentes tipos, freqüência e duração de atividade fí-
sica são requeridos para diferentes resultados de saúde. Pelo menos 30 minu-
tos de atividade física regular, de intensidade moderada, na maioria dos dias
da semana, reduz o risco de doenças cardiovasculares, diabetes, câncer de có-
lon e mama.
Para Amaral (2005) a atividade física desempenha um papel importante
em uma variedade de problemas relacionados à saúde, como diabetes, coagu-
lação sangüínea e fibrinólise, lipídios sangüíneos, imunologia e saúde mental.
Além disso, exceto em condições extremas de treinamento, onde a lesão ou o
fechamento prematuro da placa de crescimento constitui uma preocupação, a
atividade física não exerce um impacto negativo sobre a maturação da
criança/adolescente em desenvolvimento.
A falta de atividade física pode ter efeitos negativos sobre a vida do indi-
víduo, como o aumento da taxa de diabetes, aparecimento de doenças cardía-
cas, e leva até mesmo a um aumento do risco de enfarte. Um estilo de vida se-
dentária é um forte contribuinte nas mortes por doenças crônicas que inclui
doenças coronárias, infarto e câncer, perdendo somente para o hábito de fumar
e a obesidade. A prevalência de um estilo de vida sedentária aumenta com a
idade, sendo de fundamental importância o incentivo à prática de atividades fí-
sicas regulares (GUEDES, 1995).
Tendo em vista a melhoria da qualidade de vida das pessoas, é neces-
sária a prática regular de algum tipo de exercício físico, onde seja exigido um
gasto de energia, pois esta prática deveria ser um hábito como todos os outros
que fazem parte do cotidiano (GUEDES, 1995).
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Sem dúvida, a adesão a programas de atividades físicas, esportes e
exercícios físicos traz benefícios tanto físicos (PAFFENBARGER et al.,1986;
BLAIR ET al.,1989) quanto mentais (BOUCHARD, SHEPHARD & STEPHENS,
1994).
3.2. A natação “historia e benefícios”
Desde a pré-história o homem já nadava, fosse para motivos de caça
para a alimentação ou fuga de predadores em terra sendo assim o homem se
lançava em ambiente aquático e nele se deslocava. Os primeiros registros
históricos de natação aparecem em Egito, no ano de 5.000 a.C, nas pinturas de
Rochas de Gilf Kerbi. (SAAVEDRA, 2003)
Na antiguidade, saber nadar era mais uma arma que o homem dispunha
para sobreviver. Os povos antigos (assírios,egípcios, fenícios, ameríndios, etc.)
eram exímios nadadores. Muitos dos estilos do nado desenvolvidos a partir das
primeiras competições esportivas realizadas no século XIX basearam-se no
estilo de natação dos indígenas da América e da Austrália.
Entre os gregos, o culto da beleza física fez da natação um dos
exercícios mais importantes para o desenvolvimento harmonioso do corpo.
Acredita-se que já nesta época a competição era praticada: aos melhores
nadadores eram erguidas estátuas. O esporte também era incluído no treino
dos guerreiros. Em Roma, a natação também configurava num método e
preparação física do povo, incluída entre as matérias do sistema educacional
romano. “Ao igual em Grécia, em Roma a natação faz parte da educação dos
romanos, existindo uma visão mais recreativa da água”(LEWIN apud
SAAVEDRA, 2003) Platão afirmava que o homem que não sabia nadar não era
educado.
Com a queda do império Romano, a natação praticamente desapareceu
até a idade média. Nesta época temiam-se que a modalidade disseminava
epidemias, “... devido sobretudo, ao pouco entendimento que se mostra a tudo
relacionado com o corpo humano. Só nos países do norte da Europa se vê
como uma atividade benéfica.”(LEWIN; REYES apud SAAVEDRA 2003). No
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renascimento, algumas dessas falsas noções começaram a cair em descrédito.
Surgiram então várias piscinas públicas, sendo a primeira construída em Paris,
no reinado de Luís XIV.
A natação começou a ser difundida somente após a primeira metade do
século XIX, quando começou a progredir como desporto, realizando-se as
primeiras provas em Londres, em 1837. Várias competições foram organizadas
nos anos subseqüentes e em 1844 alguns nadadores norte-americanos
atuaram em Londres, vencendo todas as provas. Até então o estilo empregado
era uma braçada de peito, executada de lado, mais tarde para diminuir a
resistência da água, passou-se a levar um dos braços a frente pela superfície,
que foi chamado de single overarm stroke e depois foi mudado para levar um
braço de cada vez, chamado de Doublearm stroke.
Em 1893 ainda os pés faziam um movimento de tesoura, depois foi
adotado um movimento de pernas agitadas na vertical chamado de crawl
australiano.
Atualmente a natação é praticada em 4 estilos: CRAWL, COSTA , PEITO E
BORBOLETA, sendo o crawl o mais rápido. No âmbito mundial quem controla
a natação é o FINA (Federação Internacional de Natação Amadora) .
A natação foi introduzida oficialmente no Brasil em 31 de julho de 1897,
quando os clubes Botafogo, Gragoatá, Icaraí e Flamengo fundaram no Rio de
Janeiro a União de Regatas Fluminense, que foi chamado mais tarde de
Conselho Superior de Regatas e Federação brasileira das Sociedades de
Remo. Em 1898, eles promoveram o primeiro campeonato brasileiro com o
percurso de 1500m. Abrão Saliture foi o campeão no nado livre. Em 1913, o
campeonato brasileiro passou a ser promovido pela Federação Brasileira das
Sociedades do Remo, em Botafogo. Além dos 1500 m. nado livre, também
foram disputadas provas de 100m para estreantes, 600m para seniors e 200m
para juniors. Em 1914, o esporte e competições no Brasil começaram a ser
controladas pela Confederação Brasileira de Desportos. Somente em 1935, as
mulheres entraram oficialmente nas competições.
O Brasil projetou-se internacionalmente com alguns nadadores que
obtiveram marcas mundiais: Em 1984, Ricardo Prado tornou-se recordista
16
mundial dos 400 medleys, na década de 90 também quebraram recordes
mundiais e sul-americanos Gustavo Borges, Fernando Scherer, Rogério
Romero, Daniela Lavagnino, Adriana Pereira, Patrícia Amorim e Ana Azevedo.
3.3. Aderência
É importante para começar a tratar da aderência a diferenciação dos
termos atividade física e exercício físico, a atividade física é aquela espontânea
e ocasional, já o exercício físico é uma atividade intencional e dirigida.
Ainda é controverso sobre qual a melhor terminologia para estudar a en-
trada e manutenção ou permanência do indivíduo em um programa de exercí-
cios físicos. Cada autor define uma palavra diferente para estes momentos. As
palavras mais utilizadas na literatura são adesão e aderência (SABA, 2001;
ANDREOTTI & OKUMA, 2003; SANTOS & KNIJNIK, 2005). Alguns autores
consideram estas palavras como sinônimas (PIERIN & MION JR., 2004), pois a
idéia de ligação, união, aprovação está explícita em ambas, segundo definições
encontradas em dicionários de língua portuguesa. Estas palavras são origina-
das de duas palavras latinas formadas a partir do mesmo verbo latino, “adhae-
rere” que significa aderir. Por outro lado, as palavras adesão e aderência po-
dem significar a entrada e manutenção, respectivamente (SABA, 2001; AN-
DREOTTI & OKUMA, 2003; SANTOS & KNIJNIK, 2005 todos citados por PE-
RES 2007).
Segundo Saba (2001) a aderência é um conjunto de determinantes
pessoais, ambientais e característicos do exercício físico que propicia uma
manutenção da prática física por longos períodos de tempo, elevando a
qualidade de vida desse indivíduo. Somente nesse estágio de prática constante
que o indivíduo tem possibilidade de usufruir dos benefícios, sendo eles físicos,
psicológicos e sociais, contribuindo assim para o seu bem-estar.
Ainda referindo- se a Saba (2001), a aderência pode ser entendida como
o ápice de uma evolução constante, rumo a prática do exercício físico inserida
no cotidiano do indivíduo. Para esse autor, a mesma esta diretamente
relacionada a wellness, que significa o bem-estar, o equilíbrio, a medida certa e
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a satisfação. Corbin apud Saba (2001) define wellness assim: “É a integração
de todos os aspectos de saúde e aptidão (mental, social, emocional, espiritual
e física), que expande um potencial para viver e trabalhar efetivamente, dando
uma significante contribuição para a sociedade.”
Alguns fatores proporcionam a aderência, esses podem ser Fatores
pessoais: histórico pessoal, ocupação, fumo, obesidade, doenças
coronarianas, conhecimento dos benefícios, nível educacional, idade dos
praticantes, grau de apreciação, auto motivação e auto eficácia; Fatores
ambientais: apoio do companheiro, facilidade de acesso ao local, reforço social
percepção; Características do exercício físico: a percepção da intensidade e
características do corpo técnico. Estudos mostram que “os fatores que
influenciam mais poderosamente a adoção inicial são muito provavelmente
diferentes daqueles que afetam a manutenção da atividade, uma vez que
iniciada” (ACSM, 1994, P. 334). O mesmo chama a atenção dos profissionais
de saúde, ressaltando que eles podem colaborar na redução dos abandonos
durante o período crítico inicial, que é entre 3 e 6 meses após a adesão inicial,
quando a aderência cai ou as desistências caracteristicamente acontecem.
No Brasil ainda são escassos os estudos que acompanham o
envolvimento da população com a prática regular de exercícios físicos, o que
dificulta inferências consistentes sobre o assunto. Entretanto, o número de
indivíduos interessados ou levados por algum tipo de necessidade a praticar
exercícios físicos regularmente parece estar aumentando. A literatura revela
que esta proporção ainda é baixa em relação aos não praticantes, e que
poucos permanecem motivados e engajados em um programa de exercício
físico por longo período de tempo. Alguns indivíduos interrompem por um
determinado período e depois retornam, enquanto outros abandonam
definitivamente (NAHAS, 2001).
Okuma (1994) enfoca que obter benefícios para a saúde, como sentir-se
bem, controlar o peso, melhorar a aparência e reduzir o estresse, são os
principais fatores que fazem com que determinado indivíduo tenha aderência a
um programa de exercícios físicos regulares. As influências sociais da família e
amigos são, também, de extrema importância à manutenção da atividade
18
física, pois este suporte social incentiva o praticante a manter o interesse em
continuar fisicamente ativo (DISHMAN, 1998).
4. METODOLOGIA
4.1. Modelo do estudo
Segundo Gil (1993), a pesquisa do tipo descritiva tem como finalidade
“... a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou
estabelecimento de relações entre variáveis.” (p. 46). Especifica ainda que
entre as pesquisas descritivas devem-se salientar aquelas que têm o objetivo
de estudar as características de um dado grupo, como sua distribuição por
sexo, idade, nível de escolaridade, etc.
A pesquisa quantitativa aplica-se a dimensão mensurável da realidade,
origina-se na visão newtoniana dos fenômenos e transita com eficácia na
horizontalidade dos extratos mais densos e materiais da realidade. Seus
resultados auxiliam o planejamento de ações coletivas e produz resultados
passíveis de generalização, principalmente quando as populações pesquisadas
representam com fidelidade o coletivo.
4.2. População e Amostra
A população-alvo do estudo é formada por 44 adolescentes de uma
amostra de 64 alunos freqüentadores das aulas de natação no clube. No
entanto, a amostra avaliada foi composta apenas por adolescentes na faixa
etária dos 12 aos 18 anos, regularmente matriculadas nesta aula.
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TABELA 1 – Tabela de dados antropométricos
IDADE
Ano
MASSA CORPORAL
kg
ESTATURA
m
IMC
Kg/m2
MASCULINO
n=38
13.4 ± 1,7 61,8 ± 7,0 1,61 ± 0,06 23,13 ± 1,14
FEMININO
n=6
13,8 ± 1,7 53,7 ± 3,6 1,60 ± 0,06 20,5 ± 0,83
TOTAL
n=44
13,6 ± 1,7 60,68 ± 7,23 1,61 ± 0,06 22,72 ± 1,88
Essa tabela estabelece médias e desvio padrão de idade, peso, altura e
imc; ela também esta dividindo o grupo estudado em gênero.
4.3. Procedimentos:
1ª etapa - Inicialmente foi feita a seleção dos voluntários que se encaixam
faixa etária e estavam regularmente matriculados, informando-os sobre os
objetivos e importância do estudo e lhes fornecendo o termo de consentimento
livre e esclarecido. Os alunos responderam a um questionário (ANEXO I)
referente aos fatores de aderência a pratica do exercício de natação.
2ª etapa - Foi analisado, através das fichas de matricula dos alunos, a
freqüência de permanência dos mesmos nas aulas de natação, dividindo em
grupos com permanência, conforme a descrição abaixo:
Grupo I – alunos com aderência inferior a 3 (três) meses.
Grupo II – alunos com aderência inferior a 6 (seis) meses e superior a 3
(três) meses.
Grupo III - alunos com aderência superior a 6 (seis) meses e inferior a 1
(hum) ano.
Grupo IV - alunos com aderência superior a 1 (hum) ano.
3ª etapa – Analisar os dados colhidos através do Anexo I.
4.4. Local do estudo
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O município de Alagoinhas localiza-se a 119 km da cidade de Salvador e
tem população estimada no último censo do IBGE de 137.810 habitantes em
2009.. Na cidade encontra-se a Universidade do Estado da Bahia, Campus- II,
com 7 (sete) cursos, dentre eles o curso de Licenciatura em Educação Física.
O ACRA (Associação Cultural e Recreativa de Alagoinhas) Tênis Clube
da cidade de Alagoinhas/BA tem mais de 30 anos de existência conta com
estrutura de palco para shows, salão de festas, salão de jogos, quadra
poliesportiva, piscina infantil de 10 m x 5 m e adulta de 22 m x 10 m, vestiários
masculino e feminino, conta com aulas de dança, natação, capoeira,
hidroginástica e karatê.
4.5. Instrumento de medida
O grupo pesquisado foi escolhido intencionalmente (adolescentes com
idade entre 12 e 18 anos), a partir de levantamento realizado através das fichas
de matriculas, anamneses e observação da adesão dos adolescentes as
aulas. Tal instrumento indicou as características pessoais dos indivíduos. Para
a pesquisa foram selecionados apenas os alunos freqüentadores das aulas de
natação.
Foi utilizado um questionário para analisar o perfil da aderência ao
exercício da natação (Anexo I). Na coleta de dados sobre o clube, utilizou-se
um questionário com informações administrativas, estruturais, dos profissionais
e dos programas disponibilizados (Apêndice A ).
4.6. Coleta de dados
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A aderência aos programas de atividade física foi determinada pelas
fichas de matriculas dos alunos, que indica o período de treino deles através de
carimbo e assinaturas da recepcionista ou administrador do clube ao efetuar o
pagamento mensal. Esses dados foram colhidos durante todo o ano de 2009 e
analisados agora no primeiro semestre de 2010.
4.7. Análise de dados
A partir das informações geradas através da pesquisa, os dados foram
analisados através de estatística descritiva (média, desvio padrão e percentual)
com a construção de tabelas, gráficos utilizando-se o software Windows Excel
2003.
Delimitação do Estudo
Este estudo procurou analisar e discutir informações referentes aos
adolescentes (de 12 a 18 anos) freqüentadores do clube ACRA Tênis Clube da
cidade de Alagoinhas, os quais faziam atividade de natação .
Restringiu-se na composição da amostra a investigação das
participantes que estiveram matriculadas no clube no ano de 2009.
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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Gráfico 1 – Representação gráfica do percentual de alunos/adolescentes
freqüentadores das aulas de natação, que praticavam ou não algum exercício
físico anteriormente.
De acordo com o gráfico 1, dos 44 alunos entrevistados, 23% não
praticavam nenhum exercício antes de começar a natação, já 77% praticavam
exercícios fisicos.Pessoas com histórico a prática de atividade física podem ter
mais facilidade em aderir à prática de atividade física. Palma (2000) sugere que
o hábito de praticar exercício físico é reflexo da prática de educação física es-
colar. A prevalência de um estilo de vida sedentária aumenta com a idade, sen-
do de fundamental importância o incentivo à prática de atividades físicas regu-
lares (GUEDES, 1995).
23
Gráfico 2 – Representação gráfica do percentual de alunos/adolescentes
freqüentadores das aulas de natação, que tem apoio familiar ou não a prática
da natação.
O gráfico aponta para 100% de apoio familiar aos alunos. Csikszentmihalyi e
colaboradores (1993), em estudo longitudinal com jovens talentosos, identifica-
ram a integração, harmonia total da pessoa com a atividade, e a diferenciação
através de desafios constantes, como duas outras variáveis necessárias para o
desenvolvimento de expoentes. Introduziram também o conceito de complexo
familiar para descrever as famílias que promoveram os melhores estímulos
para o desenvolvimento de seus filhos em diferentes áreas, dentre elas o es-
porte. Este estudo veio complementar os anteriores, pois a participação da fa-
mília é apontada por Bloom (1985) como fator importante nas diferentes fases
de desenvolvimento, sendo uma das responsáveis pela superação das restri-
ções impostas pela área de conhecimento.
24
Gráfico 3 – Representação gráfica do percentual de alunos/adolescentes
freqüentadores das aulas de natação, que estudam ou trabalham ou
estudam/trabalham ou nenhuma das respostas anteriores.
O gráfico 3 mostra que 98% dos alunos praticantes de natação realizam
atividade discente, sendo que deste percentual 7% associam o trabalho a
atividade escolare apenas 2% apenas trabalham. Estudo de Santos e Knijnik
(2006) evidenciam que a maioria dos indivíduos contorna os problemas, não
existindo nenhuma dificuldade para prática regular de uma atividade física, fato
que se repetiu nesse estudo. Diferente deste, no estudo de Tahara e Schwartz
e Silva (2003) a maior dificuldade encontrada foi o tempo disponível, ficando
claro que a atividade física se encontra em segundo plano em relação à obriga-
ção do trabalho.
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Gráfico 4 – Representação gráfica do percentual de alunos/adolescentes
freqüentadores das aulas de natação, que tem facilidade de acesso ou não ao
clube onde praticam natação.
Interessante analisar que 66% dos alunos entrevistados responderam
que tem fácil acesso ao clube e só 34% não tem esse fácil acesso. Segundo
Dishman (citado por OKUMA,1997), “ A acessibilidade ao local da atividade e
conveniência de horário são requisitos necessários para tornar a atividade
física mais praticada.” Dishman(1994) ainda diz que a facilidade de acesso ao
local da prática de exercicios é um outro fator fundamental na influencia para o
abandono da atividade.
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Gráfico 5 – Representação gráfica do percentual de alunos/adolescentes
freqüentadores das aulas de natação, que são do gênero masculino ou
feminino e praticam natação.
No que se refere ao indicativo de gênero apenas 14% são mulheres, os
outros 86% são homens. Esses resultados entram em choque com estudos
encontrados que “Quanto ao gênero, o que parece existir realmente é a
diferença em relação a intensidade da atividade. Considerando-se a atividade
vigorosa(intensa), encontra-se que os homens, em média, são 80% mais ativos
do que as mulheres, contudo quando se consideram os níveis moderados, as
diferenças são menores”, (STEPHENS E CARSPERSEN citados por OKUMA,
1997). Walkel (1993) (citado por OKUMA, 1997) relata que os homes preferem
mais o jogging e os jogos coletivos, enquanto as mulheres preferem mais a
natação, a caminhada, o ciclismo e a ginastica.
27
Gráfico 6 – Representação gráfica do percentual de alunos/adolescentes
freqüentadores das aulas de natação, que tem ou tiveram aderência de 0 à 3
meses, 3 à 6 meses, 6 meses à 1 ano ou mais de 1 ano.
A grande adesão de 59% dos alunos ao esporte natação por mais de
1(hum) ano, entendendo que se faz relação com os aspectos colocados nos
gráficos acima esta adesão.
Nunomura et al. (1997) afirmam que a inclusão e a manutenção da ativi-
dade física nos hábitos cotidianos, aspectos fundamentais para a obtenção dos
efeitos positivos dos exercícios sobre a saúde, associam-se aos estados so-
cioeconômicos, influências culturais, idade, estado de saúde e a motivação
para a sua prática.
De acordo com Storchi e Nahas (1992), a prática da atividade física está
sujeita a fatores como a natureza do trabalho, personalidade, composição cor-
poral, forma física, quantidade e uso das horas de lazer e acesso a esportes e
recreação comunitários.
28
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho evidenciou que a adesão entre adolescentes
ocorreu de forma bastante acentuada.
Quanto ao perfil dos adolescentes e a adesão que foram verificados o
percentual de adolescentes que já eram ativos, recebem apoio da família,
estudam, tem fácil acesso ao clube e são do gênero masculino são maioria
nesta adesão.
Os resultados conseguidos através dessa pesquisa podem orientar su-
gestões que ampliem a compreensão do universo da adesão a natação e às
práticas físicas, tornando esse trabalho mais uma fonte de conhecimento para
outras pesquisas do referido tema, assim como também, em sentido prático,
possa ser aplicado a uma população especifica visando condições que favore-
çam a uma prática constante no que se diz respeito à natação e a atividade físi-
ca.
Espera-se que os resultados sirvam de orientação aos professores e que
possam repensar sua prática pedagógica e adaptá-la para que melhor seja
atendidas as expectativas e necessidades dos alunos através do conhecimento
gerado pelo trabalho e da realidade vivida no mercado de Ensino da Natação
,aumentando o número de praticantes.
É evidente a necessidade de realização de novos estudos dessa nature-
za, envolvendo outras faixas etárias, tipos de exercícios físicos, locais de práti-
ca, bem como grupos com características diferentes das apresentadas neste
estudo.
29
REFERÊNCIAS
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33
ANEXOS
34
APÊNDICE
APÊNDICE A - Dados do Clube
Clube ___________________________________________
O clube está em funcionamento a quanto tempo (em anos ou meses):
_________
Nº médio de usuários: __________
Tamanho do edifício (m2): __________
Material de construção do edifício: __________________________
Número de vasos sanitários ( ) Número de chuveiros ( )
Programas oferecidos (aulas):
Professores:
N° de professores formados ou credenciados em Educação Física: _______
N° de estagiários: ______
Se os professores e/ou estagiários atuarem em mais de uma área, marcá-lo em
cada uma das áreas em que ele atuar.
Atividade Aquática (Natação)
N° de professores: _________
Carga horária média dos professores: _______horas _______min.
Medidas da piscina: ___________________
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ANEXO I- Questionário de fatores de procura e adesão
Praticava algum exercício físico antes? Sim Não
Qual sua ocupação ?Estuda Trabalha Estudo/Trabalha Nenhuma das alternativas anteriores
Sua família apóia sua prática de exercícios físicos?Sim Não
O local do Clube é de fácil acesso para você?Sim Não