Post on 01-Jun-2020
JOSUÉ MACHADO DUTRA
LIDERANÇA CENTRADA EM CRISTO.
MONOGRAFIA
DEPARTAMENTO DE TEOLOGIA PASTORAL
Matéria Especifica de Liderança
Rio de Janeiro
2017.
JOSUÉ MACHADO DUTRA
LIDERANÇA CENTRADA EM CRISTO.
Orientador: Professor Reverendo João Batista
Rio de Janeiro
2017.
JOSUÉ MACHADO DUTRA
LIDERANÇA CENTRADA EM CRISTO.
Aprovada em
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________________________________Reverendo João Batista Borges – Orientador
Seminário Teológico Presbiteriano Reverendo Ashbel Green Simonton
______________________________________________________________________Reverendo Fabiano Almeida de Oliveira – Presidente da Banca
Seminário Teológico Presbiteriano Reverendo Ashbel Green Simonton
______________________________________________________________________Reverendo Paulo Roberto Muniz Gomes – Representante do Presbitério PRNT
Presbitério Rio Norte
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ouparcial do trabalho sem autorização do autor e do orientador.
JOSUÉ MACHADO DUTRA
Ficha Catalográfica
Ficha Catalográfica
Aos meus pais, João e Dorcas, aos meus avós Walter e ConceiçãoPelo amor e carinho que tiveram sempre comigo.
À minha amada esposa Rafaely e meus amados filhosIsaque e Laura pelo amor, paciência e compromisso. Ao Reverendo Adalberto pelo exemplo de Liderança.
AGRADECIMENTOS:
Ao meu Amado e Querido Pai Celeste, autor e sustentador da minha fé, por suasmisericórdias que se renovam a cada manhã e que não tem fim sobre a minha vida.
À minha Amada esposa Rafaely Pinheiro da Silva Dutra e meus filhos Isaque PinheiroDutra e Laura Pinheiro Dutra, por toda a dedicação, paciência e compreensão nasdificuldades.
Aos meus avós e tios, pela educação, atenção, carinho e amor durante a minha vidacristã nas horas necessárias.
Ao senhor Darly Mendes da Silva, agradeço pelo carinho e o sustento financeiro. Atodos os familiares que me deram todo apoio para a conclusão do curso.
A tia Nena, pelo apoio, motivação e dedicação no cuidar dos meus filhos ao longo dessecurso.
Ao meu amado orientador Professor Reverendo João Batista Borges pelo estímulo eparceria na realização deste trabalho.
Aos professores do Seminário Presbiteriano Reverendo Ashbel Green Simonton, pelaformação acadêmica e apoio em todo tempo.
Ao Capelão Reverendo Adelino Barros, grande amigo de todas as horas, que tevegrande carinho e amor pastoral na condução de minha jornada acadêmica, como um paina minha formação. Ao Conselho das Igrejas Presbiteriana de Brás de Pina pelo amparo e motivação emtempo oportuno, e por suas portas abertas para eu e minha família.
Ao Conselho da Igreja Presbiteriana II de Ramos, no Complexo do Alemão na Grota,pelo amparo e motivação em tempo oportuno, e por suas portas abertas para eu e minhafamília.
Ao Reverendo Paulo Roberto Napoleão Ferreira e o conselho da Igreja Presbiteriana deOlaria, por todo apoio, dedicação e amizade que demonstrou desde que nosconhecemos.
Ao Presbitério Rio Norte, que me recebeu em minha candidatura, me acolhendo deportas abertas e me ajudou no sustento espiritual.
Ao Reverendo Adalberto Ribeiro, Pai, Amigo e Conselheiro de todas as horas. AoReverendo Paulo Roberto Napoleão Ferreira, que desde que nos conhecemos, possodizer um amigo pastoral de todas as horas.
Ao bibliotecário Marcos Cardoso pela compreensão e dedicação que realiza seutrabalho e me ajudou sempre que precisei.
E a todas as pessoas que direta e indiretamente me ajudaram nesta caminhada.
“O maior líder da história demonstrou que...É a humilhaçãoque nostorna grande, pessoas humildes agem como águias,
Antes de grandes voôs abaixam a cabeça.”
Somente o líder que reconhece a autoridade de Jesus Cristo pode mostrar o caminho que leva aos valores verdadeiros.
John Haggai, Seja um líder de verdade.RESUMO
Dutra, Josué Machado; Borges, João Batista. Liderança Centrada em Cristo. Riode Janeiro, 2017 94 páginas. Monografia – Teologia, Seminário TeológicoPresbiteriano Ashbel Green Simonton.
Liderança Centrada em Cristo é uma matéria de relevante importância na
pesquisa da Teologia. A liderança de Cristo ultrapassou os limites do tempo e de espaço
e trabalho no ser humano na cosmovisão, promovendo libertação de seus próprios
conceitos e preconceitos errados. Derruba antigos modelos de paradigmas, produzindo
ao homem uma visão nova de melhor compreensão da sua própria vida e de sua
liderança que é capaz de influenciar de forma positiva, levando as pessoas a cumprirem
a missão de pregar o evangelho e gerando benefício para a comunidade que exercer
liderança. Nessa monografia é proposta a defesa da hipótese de que Cristo trabalhava a
liderança ao mesmo tempo criava um relacionamento com pessoas entre a Trindade e o
homem. Nesse relacionamento de comunhão Cristo realizava uma condução
proporcionava o cumprimento de sua missão na terra. Em sua vida de liderança Cristo
desenvolve pela prática do ensino uma ação tão poderosa, que permanece até os dias
atuais. Jesus Cristo ensinou e continua ensinando sobre seu exemplo de liderança
através de discípulos que o seguem e Ele exerce uma importante liderança pela lição do
prazer de realizar o serviço na Mordomia Cristã. Cristo transmitiu o melhor modelo de
humilhação, não se importando com a condição social das pessoas, mas com a
preocupação atender as necessidades do próximo, mostrando seu grande amor e levando
pessoas e se achegarem cada vez mais a Ele.
Palavras-chave:
Serviço; Liderança de Cristo; motivação; influência; comunhão; ensino;autoridade; mordomia cristã; caráter.
SUMÁRIO:
1. Introdução................................................................................................10
2. Liderança de Cristo, na Comunhão dos Liderados..................................16
2.1 A Vocação do Líder, Chamado e Confirmado por Deus....................18
2.2 A Ação do Relacionamento de Cristo com as Pessoas......................21
2.3 A Comunhão de Jesus Cristo com a Trindade...................................23
2.4 A Comunhão Edificada pelo Amor....................................................24
2.5 A Liderança estimula, a realização conjunta da sua Missão..............30
2.6 A Liderança de Cristo e os Padrões de Relacionamento...................36
3. Liderança de Cristo, Produz Ensino aos Oficiais da Igreja.....................40
3.1 O Caráter de Cristo Apresentado Pelo Ensino...................................43
3.2 O Ensinamento Para um Lar Abençoado..........................................48
3.3 Jesus Ensina no Sermão do Monte....................................................53
3.4 Autoridade: Importante Atributo para os Oficiais da Igreja..............61
4. Liderança de Cristo no Serviço...............................................................66
4.1 Liderança Cristã, Serve nos Relacionamentos..................................69
4.2 Liderança Cristã, Humildade no Serviço..........................................71
4.3 Liderança Cristã, Serve ao Pai Celeste..............................................78
4.4 Liderança Cristã, Lidera Servindo aos Seus Liderados.....................81
5. Considerações Finais...............................................................................85
6. Bibliografia..............................................................................................92
10
1. INTRODUÇÃO
O homem, do momento de seu nascimento tem a tendência de observar uma figura
ilustre, e fazer dessa figura o exemplo para seguir em sua vida. Existem homens que
nasceram com o poder de influenciar pessoas. Sendo que as pessoas podem ser
influenciadas logo cedo a partir da infância, e isso ocorre no ambiente familiar, escolar,
eclesiástico e na sociedade que o homem vive. Por estas razões apresentadas, que essa
monografia se propõe a apresentar o exemplo de autoridade da liderança de Cristo, e
como Ele desenvolveu e colocou em prática a sua liderança na vida das pessoas. Este
trabalho deseja focar no aspecto realizado na vida e no ministério de Jesus Cristo em
relatos no Novo Testamento, principalmente nas palavras dos Evangelhos.
Este trabalho acadêmico, demostra o conceito da Autoridade da Liderança Centrada em
Cristo. Onde Cristo observa o homem, no olhar como um todo: parte física-espiritual.
Demostra e trabalha na área de conhecimento da Teologia Pastoral, disciplina especifica
da Liderança. Contudo dando início ao estudo será importante salientar a compreensão
do verdadeiro significa, do que é Liderança e porque usar a pessoa de Jesus Cristo para
esse trabalho.
Segundo comentário de John Haggai: “Liderança é o esforço de exercer
conscientemente uma influência especial dentro de um grupo no sentido de levá-lo a
atingir metas de permanente benefício que atendam às necessidades reais do grupo”1.
Haggai declara que é importante cada palavra no contexto sobre o conceito de
Liderança. Nos ensina que a pessoa não nasce líder, com o tempo, aprendizado e
esforço se tornará um bom líder. Portanto aquele que deseja o exercicio da Liderança
presisa se empenhar no esforço para se tornar um verdadeiro líder. Deve ter dedicação
total, e consciência em seu objetivo para exercer a Liderança.
Influênciar pessoas, segundo Haggai é desenvolvido no amor, confome (Jo 14.15). E
que o verdadeiro líder que tem amor aos seus liderados se entrega em sacrificio de todos
os modos, na família, no pastorado, na escola, no trabalho e na sociedade com a
finalidade de suprir as necessidades reais de todo grupo. Haggai afirma que as
necessidades reias do grupo são percebidas pelo olhar sensível da percepção do líder.
Que as necessidades reais do grupo, em algumas vezes não é a mesma vontade do líder
e esse aspecto é importantíssimo na administração de conflitos e na boa condução do
direcionamento para as metas na vida da igreja.
1 HAGGAI, John. Seja um líder de Verdade, pag. 20
11
O escritor James Hunter em seu livro, faz o seguinte comentário : Há uma diferenciação
entre a vontade e a necessidade. Segundo James Hunter, pais que fazem todas as
vontades de seus filhos, criam pessoas sem limites2. Criar os filhos com limites e suprir
suas necessidades de forma adequada é colaborar para um crescimento saudável, e irão
se tornar pessoas maduras para enfrentar as dificuldades da vida e se tornarem pessoas
responsáveis. Contudo, suprir as necessidades necessárias de um grupo significa
proporcionar as pessoas um ambiente com responsabilidades e limtes, com padrões pré
estabelecidos, para levar os liderados a um espaço que se sintam de forma seguros e
confortaveis a fim de apresentarem e dar o melhor que puderam de si mesmo.
Outro escritor conceituado Eugene Habecker, define em seu livro que liderança é: “
Defino como lider quem acredita que pode deve desempenhar o papel importante na
empresa, na família, e na comunidade e que realmente faz em conformidade com os
princípios bíblicos” 3 Habecker também em seu livro trata de dois aspectos importante, a
liderança positiva e negativa. 4 Ele menciona que ser lider é estar conduzindo pessoas a
glorificar a Deus e desejar em sua vida o cumprimento dos propósitos e a vontade de
Deus que é boa, perfeita e agradável, tomando rumos para a vida eterna.
Definido por Habecker, posso destacar Hitler na História como exemplo de liderança
negativa e Jesus Cristo o exemplo perfeito de liderança positiva. 5 Por esta razão posso
definir que existe um modelo de pefeição na obra e na vida de Jesus Cristo. Outros
relatos na História revelam Cristo como exemplo de liderança perfeita a ser seguido.
Leighton Ford,6 em sua obra comenta em uma de suas viagens à Austrália, levando
consigo um livro de Beniss, resolveu tomar um café. Entretando um acontecimento
interessante acontece com ele: um jovem barbudo, com uma guitarra, senta-se ao seu
lado e se interessa pelo que estava lendo. Então Ford lhe pergunta sobre quais qualidade
deveria ter um lider? E o rapaz lhe reponde: um verdadeiro líder dever ter em sua vida,
paciência, determinação e fé. A interessante resposta do jovem lhe deu, levou a Ford a
perguntar-lhe: quem você considera um líder? E o rapaz reponde: “Eu digo que Jesus
Cristo é o melhor líder a ser seguido”.
2 HUNTER, James C. – O Monge e o Executivo: Uma História sobre a Essência da Liderança, p. 52.
3 HABECKER, Eugene B. – Redescobrindo a alma da Liderança, p. 11.
4 HABECKER, Eugene B. – Redescobrindo a alma da Liderança, p. 12.
5 HABECKER, Eugene B. – Redescobrindo a alma da Liderança, p. 12.
6 FORD, Leighton – Jesus, o Maior Revolucionário, pp. 23 e 24.
12
O comentarista Ford, declara que Jesus Cristo, teve uma participação importante e clara
na liderança de modo muito prático. 7 Mahatma Gandhi, o líder dos direitos civis
indianos, embora não sendo um crente, adminirava-se de Jesus, tendo Jesus Cristo
como um grande exemplo, utilizando de seu exemplo de liderança de várias maneiras.
Um dos maiores elogios aos habitantes da India ou um hindu, era compará-lo com a
pessoa de Cristo. 8 Muitas pessoas entendem que aconteceu um tempo antes de Jesus
Cristo, e depois Dele um novo tempo de história na humanidade. Ao ponto do período
histórico se dividir no período antes e depois de Jesus Cristo.
Alguns autores abordam no Novo Testamento da Bíblia, o estudo de pesquisa deste
tema. Isso irá nos favorecer como instrumento de pesquisa ao estudo Histórico, que nos
motivará a compreender sua trajetória.
De acordo com a pesquisa do assunto abordado neste trabalho, a dinâmica pode parecer
ora subjetiva e experimental, mas o autor não tem a pretensão de estabelecer normas e
regras ou modelos de paradigmas, mas o desejo da obra feita é de proporcional ensino e
conhecimento que podem ser refutadas segundo o olhar e perspectiva na visão de cada
leitor desta obra.
Na visão do agente pesquisador, é trazer para a liderança da igreja nos dias atuais, maior
conhecimento a ser aplicado na vida eclesiastica da igreja, fazendo com que liderança e
liderados possam se conhecer melhor e viverem um respeito mútuo, olhando para a
Autoridade da Liderança Centrada em Cristo, afim de contribuir para pesquisa cientifica
e para o crescimento do Reino de Deus. “A liderança de Cristo foi relevante, tanto
culturamente no seu tempo, quanto transculturalmente” 9, nos dias atuais, motivando
vidas a imitarem o seu caráter nos dias atuais. Jesus Cristo foi o divisor das àguas que
mudou a história da humanidade.
O assunto estimulou o autor dessa obra, e visualizou a necessidade desta àrea tão vasta
de conteúdo, motivar aqueles que aspiram a liderança, podem se espelhar no estilo de
liderança de Cristo, que é o autor e consumador da fé cristã, o grande líder Jesus Cristo.
O agente investigador, e escritor dessa obra teve o Espírito Santo como agente
influenciador e como agente humano os influenciardores foram o mestres e professores
Eurípedes da Conceição e o João Batista Borges, ambos docentes do Seminário
7 FORD, Leighton – Jesus, o Maior Revolucionário, pp. 28.
8 FORD, Leighton – Jesus, o Maior Revolucionário, pp. 28.
9 FORD, Leighton – Jesus, o Maior Revolucionário, pp. 28.
13
Teológico Presbiteriano Ashbel Green Simoton durante as aulas os professores
estimularam com seu ensino a desenvolver o trabalho nesta àrea tão da Teologia
Pastoral.
Neste trabalho, pretendo apresentar a influencia de Jesus Cristo, em sua ação de lideraça
na sociedade, com aplicação na vida de seus discipulos, mostrando que a liderança de
Jesus Cristo é ad infinitum, sendo uma liderança que permanece até a consumação dos
séculos.
Mostra-se-á o que é a Liderança na vida e obra de Cristo, o estudante interessado nesta
área de liderança desenvolverá leitura e será motivado a se espelhar e imitar a liderança
de Cristo, que foi e continua sendo líder de caráter.
Os líderes e os que desejam tornar-se líderes poderão refletir sobre o tema e fazer uma
abordagem de como os autores pesquisados falam sobre este assunto. Poderão se
posicionar os leitores e interessados sobre a pesquisa desta matéria. Poderão refletir em
suas vidas e sobre a liderança que exercem.
O material literário disponível no campo da Teologia Pastoral, serve de base para várias
argumentações. Os livros dessa área teológica interagem na formulação e organização
de dados, mostrando as outras áreas que serve a Telogia Pastoral.
Na confecção dessa obra, foi utilizado com ferramentas de fontes de pesquisa , diversas
obras literárias no campo da Teologia Pastoral, que falam de forma específica do
exemplo da lidrança de Jesus Cristo. Para o estudo do trabalho concluido foi utilizado
diversas obras no campo que envolve algumas partes de liderança, como artigos e
revistas teológicas e também do campo de estudo de nossa confissão de fé.
São três problemas de destaque que o agente escritor desse trabalho, buscará responder,
com início das questão principal: Como é a Liderança Centrada em Cristo?
Desta questão transcorrem as principais questões corolárias:
1 - De que modo a liderança de Cristo contribuiu para que houvesse comunhão entre osliderados por Ele?2 - De que modo a liderança de Cristo contribuiu com aspectos no ensino, para os novoslíderes eclesiásticos?3 - De que modo a liderança de Cristo contribuiu para que houvesse espírito de serviçopor parte dos liderados por ele?Essas três questões acima levantadas, leva o autor a propor a Hipótese Central: Modelo
de Liderança na Visão Cristologica é ad infinitum e holistico. Com tal pesquisa
realizada, podemos de forma crítico-bibliográfica chegar ao estudo aprofundado do
tema. Apresenta-se as seguintes hipóteses corolárias:
1 – Que a liderança de Jesus se amplia, crescem os seus discipulos num relacionamento
14
interpessoal de comunhão, e com demais seguidores, demonstrando que Jesus sabia
conviver com vários tipos de pessoas com suas diferentes personalidades, inclusive
muitas das vezes pessoas com posições contrárias a Dele. E continua através da
comunhão com os santos, evidenciada nos primeiros séculos na primeira Igreja
Primitiva, suportando e ultrapassando as barreiras dos tempos na continua comunhão
pela santa presença de Jesus Cristo, na vida da Igreja, seu organismo vivo.
2 – A Liderança de Cristo desenvolve um dos principais pontos relevantes na sua vida e
obra, o ensino, seu conceito de Liderança, e o que é ser um líder para seus liderados,
discipulos e seguidores. Esse ponto 2 pretende monstrar como Cristo apresenta sua
metodologia de ensino e quais as aplicações que esse ensino proporciona na vida
daqueles que são influenciados e se deixa influênciar na convivência de viver uma
intimidade profunda com a pessoa de Cristo. Desenvolverá neste trabalho acadêmico as
características de Jesus no ensino no lar; que o ensino de Jesus Cristo compreende um
mega conceito de liderança que é a autoridade, e isso Jesus demonstrou de forma clara
em sua vida e obra ministerial, e que o ensino de Cristo desenvolve firmemente
exemplo através do seu caráter.
3 – Importante salientar é o aspecto que modelo de liderança de Cristo tem uma forte
característica, sobre o fundamento da mordomia cristã, o serviço cristão. Segundo tais
ensinamentos do próprio Cristo é muito dificil ao homem, execer liderança cristã, sem
desenvolver a humildade no desenvolvimento do serviço cristão. A prática da mordomia
cristã é a base da chegada ao topo da liderança. Que subsistindo em forma de Deus, não
julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, se esvaziou-se de si mesmo assumindo
a forma de servo....(cf. Fl. 2.6-7); que o Filho do homem não veio para ser servido, mas
sim para servir... (cf. Mt. 20.28).
No presente momento, de relevantes mudanças que ocorrem a todo tempo real na vida
da Igreja, a justificação deste tema nos leva a pensar sobre a modelo de liderança que os
oficiais da Igreja aplicam na prática para atender melhor às necessidades das pessoas
que compõem a Igreja de Cristo. Com base na pesquisa literária e estudo ao longo dos
anos, o autor propõe oferecer um trabalho para aperfeiçoar, ensinar e treinar grupos,
levando a prática do serviço dos Líderes Cristãos que compõem a Liderança da Igreja,
seguindo o exemplo da Liderança Centrada em Cristo para a vida no ministério.
Considerando que o assunto é vasto de informações. É comentado por diversos
escritores e sua abrangência e solicita escrever sobre o tema, o autor sugere escrever
sobre a importância e relevância de enfatizar as necessidades dos liderados, pessoas que
15
carecem de bons líderes e que venham exercer sua liderança seguindo o exemplo
maravilhoso de Cristo em sua obra e vida de um grande líder, para proporcionar melhor
vida a Igreja do Senhor Jesus Cristo e a sociedades que vivemos. A Liderança Centrada
em Cristo, gera em cada um que aspira ser um líder com excelência e com
responsabilidade, a mostrar de não só cuidar da Igreja, mas também de cuidar da própria
família, aprendendo a liderar seu próprio lar.
A Liderança Centrada em Cristo, será observado dentro da perspectiva, demosntrando
que para se tornar um grande líder cristão é preciso ter humildade como Cristo teve e
demostrou aqui na terra, que é preciso se identificar com a pessoa de Cristo. Esse
trabalho acadêmico, pretende alcançar um progresso de um estudo sobre o exemplo de
liderança no foco em Jesus Cristo, abordando o caráter da humanidade como base uma
boa liderança.
2. LIDERANÇA DE CRISTO, NA COMUNHÃO DOS LIDERADOS.Durante a pesquisa que ensejou esta obra, surgiram em minha mente algumas perguntas
sobre como está o relacionamento entre os santos: nos dias atuais, como tem sido o
relacionamento de comunhão na vida da igreja? Como os liderados, os santos chamados
por Deus, estão se relacionando? A Liderança da Igreja tem despertado em seus
membros um relacionamento com Deus e com o próximo?
Essa, e muitas outras perguntas têm me levado a pensar sobre a comunhão dos santos,
que é vivida na igreja por meio de seus membros. Sobrevém da parte do nosso Deus a
comunhão entre as pessoas que se relacionam entre si devido a graça de Deus. O cristão
quando recebe Cristo em sua vida, se torna aproximado de Deus por intermédio do
sangue de Cristo, e essa aproximação gera na vida de cada pessoa o amor uma pela
outra, que se relacionam entre si mesmo, despertando uma preocupação sincera com o
nosso próximo.
A Confissão de Fé de Westminster, descreve a comunhão dos santos da seguinte forma:Todos os santos que, pelo Espírito de Deus e pela fé, estão unidos a JesusCristo, seu Cabeça, têm comunhão com ele nas suas graças, nos seussofrimentos, na sua morte, na ressurreição e na glória, e, estando unidos unsaos outros em amor, participem dos mesmos dons e graças estão obrigados aocumprimento dos deveres públicos e particulares que contribuem para o seu
16
mútuo proveito, também no homem interior e exterior (capítulo XXVI. 1).10
Sobre esse assunto a Confissão de Fé de Westminster, continua da seguinte maneira: Os santos são, pela profissão de fé, obrigados a manter uma santa sociedade ecomunhão no culto de Deus e na realização de outros serviços espirituais quecontribuem para sua mútua edificação, bem como a socorrer uns aos outrosem coisas materiais, segundo as suas várias habilidades e necessidades; estacomunhão, conforme oferecer ocasião, deve estender-se a todos aqueles que,em todo lugar, invocam o nome do Senhor Jesus Cristo (capítulo XXVI. 2).11
Concluindo sobre este assunto, a Confissão de Fé de Westminster, finaliza seguintemaneira:
Esta comunhão que os santos têm com Cristo não os torna de modo algunsparticipantes da substancia de sua divindade, nem iguais a Cristo em qualquersentido; afirmar uma ou outra coisa é ímpio e blasfemo. A comunhão que ossantos mantem entre si não destrói nem de modo algum enfraquece o títuloou domínio que cada homem tenha sobre os seus bens e possessões.(Capítulo XXVI. 3).12
Percebo no examinar da nossa Confissão de Fé de Westminster, que não deixa dúvidas
que todo relacionamento entre os cristãos, só será possível pela ação do Espírito Santo e
pela fé. Sendo relevante salientar, para se entender que a união entre Jesus Cristo e as
pessoas se alcança pela prática no amor. E que essa comunhão entre líderes e liderados,
Senhor e santos, o fruto de união é o amor Supremo de Deus, que amou o homem de tal
maneira entregou a vida de seu Filho em resgate de muitos. Contudo para se viver
comunhão entre irmãos é necessário viver a comunhão no amor de Deus.
A comunhão dos santos nos faz enxergar o lado do modelo holístico no relacionamento
que Jesus Cristo, na sua vida e seu ministério, que viveu ao lado dia a dia com seus
discípulos, ensinando a ideia que de que Ele foi um construtor de novos
relacionamentos e deixando esse legado para cada um de nós nos dias atuais. Cristo
supria a necessidade de cada pessoa como nos dias de hoje, inclusive necessidades
materiais como no caso no grande milagre dos 5 pães e dois peixes.13 E também na
passagem em que Jesus Cristo ordena a Pedro fisgar um peixe e tirar do interior um
estáter.14
Reforçando o que a Confissão de Fé de Westminster nos diz, que todo comunhão entre
os santos, separados de Deus, provém de um profundo relacionamento com o Espírito
Santo e pela fé, tendo como Cristo o intermediador dessa relação, na Liderança
Centrada em Cristo. Mas para melhor entender esse assunto é necessário relatarmos
10 A Confissão de Fé de Westminster, página 202.
11 A Confissão de Fé de Westminster, página 203.
12 A Confissão de Fé de Westminster, página 204.
13 Citado na Bíblia no Evangelho de Mateus 14. 13-21.
14 Citado na Bíblia no Evangelho de Mateus 17. 27.
17
uma pesquisa nos textos originais da Santa Escritura.
Citando neste trabalho acadêmico alguns ensinamentos do Dicionário Bíblico Universal,
a palavra koinon que vem das origens do grego, traduzido comum, colocar em uso
comum a todos, e de onde provem a comunhão, como posso citar o texto de Atos 4.32
em que os cristãos vendiam suas propriedades e distribuíam e davam aos pobres
conforme a necessidade de cada um.·
A palavra koinon adquiri crescimento e volume como a palavra koinonia que estabelece
a paz na sociedade, que se estabelece entre os irmãos (Gl. 2.9), depois a comunidade de
fé (Tt.1.4), de salvação (Jd 3). 15
O legado de ensinamentos do Apóstolo Paulo nos remete a ser bem apresentado, quando
fala de comunhão, formado junto com a ação do Espírito Santo (2 Co.13.13; Fl 2.1),
com Cristo e os próprios irmãos, mostrando a única maneiro do Corpo de Cristo dar um
brilhante testemunho sobre a comunhão com a Trindade.16
A palavra comunhão não é uma palavra que demonstra o interesse pessoa. O termo
deriva para o sentido de partilha, compartilhamento. A comunhão é um assunto bíblico
que os santos compartilham do mesmo Espírito e dos mesmo Senhor (Rm. 12), na
mesma proporção da salvação em Cristo Jesus, o único Autor e Consumador da nossa fé
e do trabalho que é realizado pela liderança na vida diária da igreja, que deve ser
assumido com grande responsabilidade e compromisso, de forma espontânea, e não por
sendo um fardo pesado.
Jesus em sua vida nesta terra, revelou a seus discípulos uma intima comunhão do Pai
com o Filho, ensinando a cada cristão exerçam essa comunhão, buscando a santificação
e o perdão dos pecados pelo resgate do derramar do sangue de Cristo (1 Jo. 1.3, 6-7).
Esta mesma comunhão é expressa pelo verbo “morar”, que também tem o significado
“habitar”. 17
Segundo o Dicionário Crítico, de Teologia, 18 nenhuma pessoa da Trindade fornece
testemunho de si mesma. No assunto comunhão, podemos fazer uma ligação à origem
hebraica shalam tendo seu sentido primário como plenitude. O termo vem da derivação
hebraica shalom. A paz mencionada nas Escrituras Sagradas, nos dá um entendimento
15 MONLOUBOU, L. DU BUIT; F. M. – Dicionário Bíblico Universal, páginas 142-143.
16 MONLOUBOU, L. DU BUIT; F. M. – Dicionário Bíblico Universal, páginas 142-143.
17 MONLOUBOU, L. DU BUIT; F. M. – Dicionário Bíblico Universal, páginas 142-143.
18 MLACOSTE, Jean- Yves – Dicionário Crítico da Teologia; páginas 389-399
18
do sentido de uma felicidade completa (Sl. 122.8-9). Este sentimento de felicidade, não
existe por uma ação individual, mas por uma relação de partilhar tudo com o próximo.19
Contudo do mesmo modo que Jesus Cristo foi confirmado nos céus e na terra sua
liderança através da comunhão, também será necessário preciso para o líder ocorrer a
confirmação de Deus em sua liderança, sempre tendo em sua vida, que a total
dependência de Deus será importante para o ótimo exercício do cumprimento do
ministério de sua liderança.
2.1. A VOCAÇÃO DO LÍDER, CHAMADO E CONFIRMADO POR DEUS.
Seja qual for, todo líder é instituído por Deus. Mas o líder que exerce função eclesiástica
é confirmado por Deus, e deve-se entender que no caso dos pastores e líderes precisam
ter a vocação, o chamado e instituído por Deus. Não podemos visualizar essa liderança
sem confirmação com um simples direito que é concebido a pessoa de liderar uma
instituição. A resposta ao chamado de confirmação para o ministério se dá através de
uma experiência de resposta com Deus individualmente, pelo testemunho interno e pelo
testemunho de confirmação pela vida da igreja, inclusive os de fora (I Tm 3.7).
Sobre Liderança quando falamos desse assunto é necessário haver confirmação, para ser
um líder entende-se que houve um chamado de Deus. Existem pessoas que desejam do
seu próprio coração exercer um título de Liderança, sem se quer se preocupar sem esse
desejo está dentro da vontade de Deus para sua vida e isso pode ser muito perigoso, pois
ocupar a posição de Liderança não apenas dar ordens mais fazer com as pessoas possam
ter uma vida melhor em conformidade a direção e o chamado de Deus para a vida de
cada um.
Segundo o comentarista Michael Youssef,20 em seu livro “ O Estilo de Liderança de
Jesus”, toda liderança deve ser confirmada por Deus. E Youssef comenta que alguns
depois creram na obra messiânica de Cristo, passaram então a testemunhar sobre a vida
Dele. Cristo teve a confirmação do Pai, conforme palavras de Cristo em João 5.37: “ O
Pai me enviou, esse é quem tem dado testemunho de mim”. O texto referido diz: “este é
o meu Filho Amado em quem tenho muito prazer” também é um texto célebre que
mostra a confirmação do Pai. “Jesus não precisou dizer ao mundo que tinha o direito de
ser um líder”. O Pai o instituiu claramente.21
19 MLACOSTE, Jean- Yves – Dicionário Crítico da Teologia; páginas 389-399.
20 YOUSSEF, Michael. O Estilo de Liderança de Jesus, página 13.
21 YOUSSEF, Michael. O Estilo de Liderança de Jesus, página 14.
19
Em uma de suas falas Jesus declarou que “Ele e o Pai eram um” (Jo. 10.30). “ Cristo
não apenas alegou ter uma razão com Deus. Tudo em sua vida, demonstrava a
confirmação de sua Liderança.
Outra pessoa que Deus usou para confirmar a instituição da Liderança e do Ministério
de Cristo foi João Batista que foi o seu antecessor. João Batista, conhecido como a voz
do que clara no deserto. Ao se encontrar com Jesus, João declara: “eis o Cordeiro de
Deus que tira todo o pecado do mundo” (Jo. 1.29). Youssef comentando em seu livro
sobre a vida de João Batista, diz que não foi somente o seu precursor, mas ele tinha total
ciência do seu grande ministério, confirmar ao mundo a verdadeira identidade da
Liderança de Jesus Cristo.22
Ser Líder, é ser servo como Cristo foi em seu ministério.
Na narrativa das Escrituras Sagradas, observa-se que Jesus Cristo no momento do seu
Batismo, o Espírito Santo desceu na forma de uma pomba e pousou sobre Ele. Nesse
fato ocorrido na vida de Jesus Cristo, no ato de seu batismo o Pai confirmou a
autorização do Filho ao início do seu ministério de Liderança. O texto dessa palavra
citada, nos mostra que o ministério de Jesus Cristo aconteceria pela ação poderosa do
Espirito Santo de Deus. “Aquele sobre quem vires descer e pousar o Espírito Santo, esse
é o que batiza com Espírito Santo”.
As Escrituras Sagradas revelam e confirmam no Antigo Testamento e no Novo
Testamento, sobre o ministério de Liderança de Jesus Cristo. No Livro do profeta Isaias
9.6 diz que sobre o nascimento do Messias. No capítulo 53. 4-10 descreve o sofrimento.
No capítulo 42. 1-4 descreve seu desempenho e atuação como exemplo de servo de
YHWH. No capítulo 40. 3, diz sobre o anuncio de quem viria antes da vinda do
messias, ou seja, aquele que iria preparar o caminho para o ministério e obra de Cristo. 23
De forma é importante salientar, e não posso deixar de registrar nessa obra, das
realizações dos grandes milagres realizados por Jesus confirmam o chamado de sua
Liderança. O texto de Jo. 2.11 se refere aos milagres como sinais, sobre a instalação e
implantação do Reino de Deus sobre a Terra, e esse reino jamais teria fim.
Segundo comentário do escritor Youssef,24 não era da vontade de Cristo se exibir no
operar de seus milagres, mas seus sinais confirmavam o agir do seu poder e a
22 YOUSSEF, Michael. O Estilo de Liderança de Jesus, página 15.
23 Os textos citados neste parágrafo, estão registrados na Escritura Sagrada do Antigo Testamento.
24 YOUSSEF, Michael. O Estilo de Liderança de Jesus, página 16.
20
confirmação de sua missão nesta terra, abrindo os olhos dos cegos, e apregoando o ano
aceitável do Senhor. Segundo Youssef declara em sua obra: “Cristo não realizou sinais
de milagres para se exibir”. 25 Antes seus sinais confirmavam a sua missão de abrir os
“olhos” 26
E por fim dessa parte Youssef, 27 diz que o próprio Cristo tinha a confirmação do
chamado de sua liderança na vida de seus discípulos. E completa seu discurso dizendo
sobre a confirmação de Jesus com as palavras de Pedro: “Não tenho para onde ir, pois
só Tu, meu Senhor, é que tens as palavras de vida eterna”, (Jo. 6.68). Pedro não estava
dizendo que Jesus não apenas conhecia as regras, mas também Ele o Cristo era o doador
da Vida Eterna. E isso nos dias atuais deve acontecer na vida dos líderes da igreja do
Senhor, com todo pastor, líder, precisam ser confirmados por Deus para ocupar posições
de Liderança na casa de Deus. Dessa forma a pessoa irá mostrar que é um líder da igreja
que faz parte, com o Seminário, as Igrejas, Presbitérios, Sínodos e o Supremo Concílio.
Percebe-se na declaração de Youssef é verdadeira e concordo que a maioria das igrejas,
por seus meios próprios de ordenar seus pastores e líderes e que são pessoas do seu
próprio convívio com a vida da igreja e que sobre o seminário está uma enorme
responsabilidade de exercer e cuidar da confirmação do chamado de líderes para
atuarem na obra e na vida ministerial. 28
Posso afirmar com total certeza pelos anos de conivência com Liderança, que para as
pessoas se tornem líderes e pastores na casa de Deus, tem que se preparar para uma vida
de dificuldades, renuncias e sofrimentos. E que devem ser chamadas e confirmadas
primeiramente por Deus, pois dessa forma Deus irá cuidar em todos os aspectos que o
ministério se desenvolva em meio às dificuldades e também essa confirmação do
chamado deve ser também pelas pessoas da própria igreja e também pelos de fora do
ambiente da igreja conforme nos mostra o texto da primeira Epistola do Apostolo Paulo
a Timóteo 3.7 que fala conselhos ao jovem pastor Timóteo que deveria ter um bom
25 YOUSSEF, Michael. O Estilo de Liderança de Jesus, página 16.
26 Certamente os sinais de milagres que Jesus realizava, não eram simplesmente para terminar com osofrimento das pessoas que chegavam até Ele, mas prefiguravam a vinda e implantação de seus Reino.Jesus a curar um cego, queria que as pessoas entendessem que ele estava retirando as traves espirituaisdos olhos das pessoas que pudessem enxergar a beleza de seu Reino e da manifestação da sua Glóiria navida e na obra de Jesus.
27 YOUSSEF, Michael. O Estilo de Liderança de Jesus, página 17.
28 YOUSSEF, Michael. O Estilo de Liderança de Jesus, página 16.
21
testemunho dos de fora.
Nenhuma pessoa chega um dia para um líder em exercício e diz que irá assumir um
caráter. Você que está lendo esse trabalho, colocaria alguém que não teve nenhuma
indicação, ou que não conhece para pregar ou liderar em sua igreja? Conheço certo
jovem que vive uma situação bem parecida, e que buscar em sua comunidade uma
indicação de sua liderança para obter uma oportunidade de ser indicado para ter uma
oportunidade de poder ajudar e ser um pastor auxiliar. Portanto o pastor, o líder deve e
precisa ter confirmação de Deus e de sua Liderança, como Jesus Cristo teve todas
exigências de confirmação necessárias para exercer o seu ministério de Liderança.
Entendo a confirmação da Liderança de Cristo e vou desenvolver nessa obra vários
tipos de comunhão que Jesus Cristo desenvolveu no período que exerceu sua liderança
nesta terra. Minha proposta de Jesus Cristo com as pessoas.
2.2. A AÇÃO DO RELACIONAMENTO DE CRISTO COM AS PESSOAS
Cristo com seus discípulos tem um relacionamento forte, e por ser um excelente líder,
nada pode destruir esse relacionamento até os dias atuais. Posso citar o texto de João 15.
4-5 que o discípulo deve permanecer nele, pois o discípulo que permanece Nele dará
fruto, e, acrescenta: “sem mim nada podeis fazer”.
Eugene B. Habecker cita em seu livro Redescobrindo a Alma da Liderança alguns de
seus principais pontos de manter firme uma comunhão sadia:
Primeiro: comunicar-se regularmente, falando e ouvindo.Segundo: manifestar interesse genuíno pelas pessoas. Terceiro: whatsap, se relacionar pessoalmente. Quarto: ter refeições juntos Quinto: partilhar alegrias e tristezas. 29
Do que foi escrito através do Novo Testamento podemos perceber que Jesus Cristo
sempre foi uma pessoa que ensinou e colocou em prática a comunhão. Ele comia com
pecadores, lidava com todo e qualquer tipo de pessoas. E sempre mostrando a seus
discípulos essa lição da comunhão e compartilhando da sua vida, de forma mutua. Jesus
participava tento das alegrias, quanto das tristezas e essa lição que Jesus nos ensinou é
para cada um de nós líderes, que precisamos estar presentes nos momentos alegres e
tristes na vida de nossos liderados.
No episódio que Jesus foi convidado para participar de um casamento, em Caná da
Galileia, estava participando do início da alegria de uma boda matrimonial. E Jesus
29 HABECKER, Eugene B. Redescobrindo a Alma da Liderança, página 270.
22
Cristo, também participou de um momento tensão daquela festa. O Grande líder Jesus
de Nazaré realizou um de seus poderosos milagres, quando o vinho acabou. Em
determinados momentos da vida das pessoas líderes tem que estar cheios da presença de
Cristo e no Nome Dele operar verdadeiro milagres em momento difíceis. Jesus em meio
todo aquele desespero e vexame, transforma um momento de tristeza e tamanha alegria
e operando o milagre de transformar água em vinha, e um grande milagre Jesus operou
naquela família.
Outra grande obra que o Mestre dos Líderes realizou foi no episódio da mulher
Samaritana que Jesus teve sede e pediu água aquela mulher, e conversou com ela por
um bom período de tempo. Jesus nesta passagem nos ensina que líderes precisam
investir tempo e dar atenção, se preocupar com a vida das pessoas, mantendo uma
comunhão sadia, proveitosa e não se preocupar com o status, posição social ou religiosa
que as pessoas venham a ter.
Jesus Cristo ensinou a seus discípulos a seguir seus passos e também para os líderes dos
dias atuais, “aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração”. Jesus tinha
uma missão a realizar construir relacionamentos com as pessoas e esse relacionamento
primeiramente estava firmado com o Pai e o Espírito Santo e consequentemente esse
relacionamento era gerado na vida das pessoas. Líderes precisam ter um relacionamento
íntimo com o Pai, o Filho e o Espírito Santos, então as pessoas serão atraídas para esse
relacionamento.
Pastores e líderes que tem o chamado de Deus para a Liderança, devem ter um
relacionamento interpessoal, visando almas para serem alcançadas no Reino de Deus. E
assim obterá um excelente resultado em seu ministério e em sua caminhada cristã.
Líderes devem buscar relacionamentos sadios, sinceros, verdadeiros e não
relacionamentos por interesse, olhando para o outros apenas com intenção suprir suas
necessidades pessoais.
O apóstolo Paulo ensina muito bem sobre relacionamento e descreve aos Filipenses, que
o desejo dele era que os crentes vivessem uma vida de amor uns para com o outro, vida
de humildade, olhando e buscando sempre em atender as necessidades reais do próximo.
Concluindo, a comunhão nos relacionamentos como o nosso próximo, se torna
imprescindível como característica na vida entre Líderes e Liderados e que o Mestre da
Liderança, ensina e incentiva seus seguidos, seus discípulos a realizarem ao seu lado
toda essa Missão que o Pai confiou a cada um de nós.
Outra proposta desta monografia, sobre comunhão é a seguinte:
23
2.3. A COMUNHÃO DE JESUS CRISTO COM A TRINDADE.
Essa Trindade na comunhão, formado pelo Pai, Filho e Espírito Santo. E nessa escreve a
respeito da comunhão no relacionamento entre as pessoas que compõem a Trindade que
são três substancias, que não são três deuses, apenas um só Deus que subsiste nas três
pessoas da mesma essência:
Por esta causa se diz que o Filho é produto da Pai e que Espírito Santo éproduto de ambos, Pai e Filho. E repetido de forma frequentemente nasEscrituras, de forma bem clara em Romanos 8, que em nenhuma outrapassagem. No texto citado, o Espírito Santo é chamado indiferentemente, orao “Espirito de Cristo”, ora “Espírito daquele que ressuscitou a Jesus dentre osmortos”. E com justiça, pois o apóstolo Pedro também dá testemunho de peloEspírito de Cristo falarem os profetas, sendo que frequentemente a Escrituranos ensina que Ele é o Espírito do Pai. Ora, tão longe está a distinção está dese contrapor à unidade de Deus que bem expressa se pode provar que o Filhoe o Pai são um; visto que ambos têm um mesmo Espírito; e que o Espíritonão é uma substancia diferente do Pai e do Filho, visto que é o Espírito deles.Porque em cada pessoa deve-se subentender toda a natureza divina, com apropriedade que lhe compete. O Pai está totalmente no Filho, e o Filhototalmente no Pai, como o próprio Filho afirma dizendo: “eu estou no Pai e....o Pai está em mim... o Pai é Deus, o Filho é igual a Deus, e também oEspírito Santo”. 30
A cerca da comunhão da Santíssima Trindade, escreve Leonardo Boff em sua obra que
“A Santíssima Trindade é a Melhor Comunidade”:
Deus é o Pai, o Filho e o Espírito Santo em comunhão recíproca e verdadeira.Eles existem desde de toda a eternidade; ninguém é anterior, nem posterior,nem superior ao outro. Cada pessoa envolve as outras, todas se interpenetrammutuamente e moram umas nas outras. É a realidade da comunhão Trinitária,tão infinita e profunda que os divinos três se unem e são, por isso, um sóDeus. A unidade Divina é comunitária, porque cada pessoa está, emcomunhão com a outras duas. 31
Na Encarnação de Cristo podemos perceber uma ação Trinitária. O Pai, o Filho e o
Espírito Santo trabalhando no mundo, conforme nos mostra o texto de João 3.16, o
Filho sendo gerado pelo Espírito Santo na vida de Maria e sendo entregue ao mundo
conforme o texto de Mateus 1.20, como o Salvador para a vida dos homens pecadores.
Na passagem de João Batista, pode-se perceber a ação do Espírito Santo da Trindade,
quando Cristo é batizado por João Batista no Rio Jordão, onde já mostrava o que veio
realizar, faria no relacionamento da comunhão com o Pai e o Espírito Santo. Com o
texto citado, posso comentar nada Jesus Cristo fazia sozinho. De todas as ações que o
Senhor Jesus realizava, sempre a Trindade estava acompanhando e até mesmo quando
Ele orava ao Pai e fazia na força do Espírito Santo.
30 CALVINO, João – As Institutas, volume 2 páginas 52 e 53.
31 BOFF, Leonardo. A Santíssima Trindade é a Melhor Comunidade, páginas 28.
24
Foram mostradas pelo Pai todas as obras realizadas por Jesus Cristo. “Então lhes falou
Jesus dizendo: Em verdade, em verdade vos digo que o Filho nada poderá fazer de si
mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo que este fizer, o Filho
semelhantemente faz”. 32 O Pai demonstrava que o que veio realizar na sua obra Jesus
Cristo, realizou na comunhão Trinitária, em conjunto. Isso pode nos mostrar com
profunda clareza que a Liderança é Ministério dado por Deus ao homem e deve ser
desenvolvido numa obra conjunta com a ação da Trindade, promovendo uma ação
espiritual na vida de Líderes e liderados, para realizarem a obra perfeita de comunhão
Divina, sendo Deus como o principal agente direcionador e o homem se submetendo as
ordens de Deus.
As Escrituras Sagradas declaram que as obras, foram realizadas pelo Espírito do Pai:
“Se, porém, eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o Reino
de Deus sobre vós”. 33
Cristo no momento de sua morte ofereceu sua vida, sem mácula, pelo Espírito de Deus
Eterno, conforme escrito em Hebreus 9.4, a ressureição de Cristo foi realizada pelo Pai
conforme texto escrito no livro de Atos 2.24; e ao mesmo tempo um ato do próprio
Cristo pelo qual Ele demostra a prova fiel e real de ser o Filho de Deus segundo o
Espírito de Santidade conforme inscrição de Romanos 1.4; Jesus o Pai e o Espírito
Santo vieram para cumprir uma missão em unidade, na comunhão Trinitária. 34
Na Liderança do Modelo na Visão Cristologico, o relacionamento entre as pessoas da
Trindade, é uma marca inerente de Jesus. Aceitar Jesus como líder é aceitar seu
relacionamento com a Trindade.
Através desses testemunhos citados neste ponto desse trabalho acadêmico, é enxergar a
essência do relacionamento de Cristo com Deus Pai e o Espírito Santo, este
relacionamento era fortalecido pela oração. Em uma das passagens que podemos ver
esse comentário é quando Jesus viveu a experiência do Getsêmane, Ele orou ao Pai
suplicando que se fosse possível que afastasse dele o cálice, contudo prevaleceu a
vontade do Deus Pai.
Podemos ver de forma transparente, a capacitação do Espírito Santo e a confirmação do
Pai, mostrando que Jesus é o Filho Amado de Deus, e no qual grande prazer existia no
32 Conforme o texto escrito nas Escrituras do Evangelho de João 5.19
33 Conforme o texto das Escrituras Sagradas no Evangelho de Mateus 12.28
34 BOFF, Leonardo. A Santíssima Trindade é a Melhor Comunidade.
25
coração de naquele momento, conforme citado no evangelho de Mateus 3. 16-17; em
seu livro “Jesus, o Maior Revolucionário” Leighton Ford, cita o comentário desta
passagem feita por J. Ramsey Michaels:
Pode ter acontecido que, no batismo de Jesus, o grande coração do PaiCelestial simplesmente tenha transbordado e ele, não aguentando, teve quedizer, Meu Filho, eu te amo. Eu sou tão grato, porque és meu Filho.... Sintouma imensa alegria por tudo o que és, o que dizes e o que fazes. Somos umsó em nosso Espírito, em nosso amor e em nosso propósito. 35
Simultaneamente, Jesus trabalhava sua relação com as pessoas das quais conviveu,
expressando o seu desejo de que o exemplo de sua relação com o Pai, os seus discípulos
deveriam viver um relacionamento de comunhão mútua, suprindo um as necessidades
do outro.
O outro tópico deste capítulo irá falar sobre o amor da essência de Cristo.
2.4. A COMUNHÃO EDIFICADA PELO AMOR.
O que foi ensinado e estabelecido, pelo mestre Jesus Cristo foi adotado por seus
discípulos e seguidores até os dias atuais na vida da igreja, que Ele formou, não porque
Jesus é um líder déspota, líder que obriga seus liderados a cumprirem as suas tarefas e
vontades do líder. Mas o modelo de liderança de Cristo é desenvolvido pela comunhão
alicerçada com a essência do ensino e a prática do amor.
No modelo de Liderança de Cristo, Ele faz de seus servos, seus discípulos se tornarem
grandes líderes, destemidos, fortes, cheios de unção do Espírito, transbordantes no
amor. O apóstolo Paulo escreve a Timóteo, dando seu testemunho das verdades
ensinadas pelo Cristo dizendo: “Porque Deus não nos tem dado espírito de covardia,
mas de poder, de amor e moderação” (2 Tm.1.7).
Haggai cita as palavras de Napoleão Bonaparte, particularmente, seu tributo a liderança
fundamentada no amor: “Alexandre, Cesar, Carlos Magno, e eu fundamento grandes
impérios; mas, sobre que fundamentos criaram nossos gênios? Sobre a força. Somente
Jesus fundou e alicerçou seu império e seu ministério de liderança sobre o amor, e até os
dias atuais milhões de pessoas morreriam por Ele”. 36
O melhor exemplo de amor ao liderados, discípulos e cristãos é o nosso Senhor Jesus
Cristo. Nas Escrituras Ele é intitulado o exemplo Pastor de ovelhas. 37 Jesus chama pelo
35 FORD, Leighton. Jesus: O Maior Revolucionário, página 43-44.
36 HAGGAI, Jonh. Seja um Líder de Verdade. Página 74.
37 Conforme está escrito no texto de João 10.
26
nome cada ovelha do seu rebanho e elas ouvem a sua voz e lhe obedecem, porque
reconhecem a sua voz, porque sua voz é de amor. Jesus ainda nesse capítulo diz: “Eu
sou o bom Pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas conhecem a mim, assim como o
Pai me conhece, eu também o conheço; e dou a minha vida pelas minhas ovelhas.
Ninguém é capaz de dar sua própria vida ao seu próximo, mas eu dou” (conforme João
10.14,15,17).
O segredo de Liderança de Cristo é devido sua vida estar alicerçada no amor, pois Ele se
entregou a si mesmo em prova de amor, por aqueles que Ele ama e diz na sua Palavra
em João 15.13 diz que: “ninguém tem amor maior do que este: de dar alguém a sua vida
pelos seus amigos”. O amor de Jesus é sem interesse, que visa o benefício do outro.
Amor voluntário, que Jesus mostra no texto acima, espontaneamente deu sua vida por
amor.
Esse amor é verdadeiro, e que jamais podemos pensar no amor de Cristo, sem que seja
realizado por uma forma de relacionamento de comunhão deste grande amor de Deus.
Somente no amor os liderados obedecem com espontaneidade. Em seu ministério, em
sua liderança Jesus não precisava gritar para que seus discípulos, o ouvissem. Ele
apenas chamava, e para ser um verdadeiro líder nos dias atuais, deve ocorrer o chamado
para aqueles que se interessam no assunto liderança. Este chamado também é
importante na vida do cristão, porque o amor de Cristo é muito grande, que Ele conhece
aqueles que tem um chamado de Liderança e conhece suas ovelhas pelo nome de cada
uma, e as chama pelo nome, deu a sua vida, o seu amor em resgate das ovelhas.
Percebemos que no relacionamento Jesus conhece a humanidade, pois Ele se relaciona o
ainda podemos o conhece-lo como uma pessoa de relação de comunhão, com seus
liderados. E essa relação de dá através a pessoa do Consolador, o Espírito Santo, como
Ele nos prometeu que teria a presença desta pessoa da Trindade conosco, presença
inefável até a consumação dos séculos.
Por essa razão, deve ser o exemplo de vida de cada cristão, cada líder, ser imitador do
modelo de Liderança de Cristo, demonstrando o dom supremo de um para com o outro,
o amor.
O amar de cada cristão, deve seguir o exemplo de Jesus Cristo, conforme o modelo do
resumo da lei que diz: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua
alma, e de todo o teu entendimento, este é o grande e primeiro mandamento. O segundo
semelhante a esse é: Amarás teu próximo, como a ti mesmo. Destes dois mandamentos
27
dependem toda a lei e os profetas. 38
Este texto é indicado para todos aqueles que desejam ser seguidores e líderes de Jesus
Cristo, conforme diz Haggai:
Expressando em amor genuíno, o líder motiva seus seguidores, a se moverempara aquilo que beneficamente permanente e atende suas reais necessidades.Só o amor é permanente. A parte final do maior texto já escrito acerca doamor diz: “Agora permanecem a fé, a esperança e o amor, esses três, porém omaior destes é o amor” (1 Co. 13.13). O amor é maior porque somente ele épermanente. A fé, finalmente será consumada no céu; a esperança, tambémserá consumada no céu. Entretanto, o amor continuará por toda a eternidade.A prática do amor é sumamente importante para o líder porque ele lida compessoas. Diferentemente do mecânico que lida com peças de automóveis, quesão coisas, ou do matemático que lida principalmente com ideias, o líder comlida com ideias na mente de pessoas. Os seres humanos precisam ser tratadoscom amor. A prática da essência verdadeira do amor é muito importante navida de relacionamento entre Líderes e liderados, e porque a motivação porameaça ou influencia não condiz com a verdadeira liderança. Essa é a formade atuar no detentor do poder, do ditador. Mas o fator que mais condiz com averdadeira liderança é o amor. 39
O verdadeiro Líder Cristão tem a responsabilidade de discernir o que é o amor. O
sentimento amor que está sendo falando, uma expressão emocional, mas, uma
inclinação da mente, um empreendimento de vontade. Uma pessoa pode não estar
sentido nenhum sentimento por outra pessoa, e não gostar de suas atitudes, mas pode ter
amor por essa pessoa. Assim é o modelo de Cristo em sua Liderança, Cristo não
concorda com as atitudes de erro e pecado de cada cristão, cada líder, mas Ele tem um
grande amor pelas pessoas.
O comentarista e escritor, James c. Hunter fala em seu livro “O Monge e o Executivo –
Uma história da Essência da Liderança, nos sugere algo que é importante salientar: “...
amar não é como você se sente em relação aos outros, mas como você se comporta em
relação aos outros”. 40
Outro comentarista e escrito, Jonh Haggai mostra sua expressão sobre o amor:
O amor ágape é divino. A palavra ágape é um termo essencialmente cristão.Jesus usou para expressar sua própria atitude, o amor verdadeiro envolve atotalidade da essência de uma pessoa. Deus e somente Ele, expressaperfeitamente a verdadeira essência do amor, porque vem Dele. Ele se deu deforma total, o amor a que me refiro é feito de atenção, de companheirismos,filantropia e benevolência inabaláveis. Não importa o que alguém possa fazerpara humilhar, maltratar ou ofender o líder, se ele é verdadeiramente cristão,agirá sempre buscando o melhor para aquela pessoa. Sem essa espécie de
38 Esta citação é do texto do Evangelho de Mateus 22. 37-40, mas se encontra também nos textos deMarcos12. 30-31 e no Evangelho de Lucas 10.27;
39 HAGGAI, Jonh. Seja um Líder de Verdade, páginas 83-84.
40 HUNTER, James C. O Monge e o Executivo – Uma História sobre a Essência da Liderança, página95.
28
amor, a liderança falha na prova suprema, a permanência. 41
Jesus Cristo permanece vida na história da humanidade, porque derramou seu amor sem
limites. O seu Modelo de Liderança foi, é e sempre será permanente, por toda a
eternidade da história da humanidade, porque cumpriu tudo o que prometeu, tudo está
consumado. E também Ele instruiu seus liderados a serem seus imitadores, não por
obrigação, mas por espontaneidade, olhando para o seu modelo de amor. “Novo
mandamento vos dou, que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, também
vos ameis uns aos outros”. 42
A Liderança de Jesus Cristo enquanto esteve no mundo, não foi limitada no período de
atuação. Sua liderança ultrapassou os limites do tempo em que Ele viveu na terra e nos
trouxe lições até os dias de hoje. Sua Liderança e contínua e permanente, e realizada
através dos seus discípulos e líderes. E todos os discípulos que professam a sua fé em
Jesus todos os dias até a consumação dos séculos.
Jesus Cristo é o Alfa e o Ômega, Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim. 43 A
influência de Jesus era tão maravilhosa, que permanece até os dias atuais deste século
como ele mesmo prometeu: “...Eis que estou convosco todos os dias até a consumação
dos séculos” 44
A Liderança Centrada em Cristo, mostra para todo líder que deseja uma Liderança
permanente na história, deve colocar a sua vida à disposição do Senhor Jesus e deixar
que ele exerça sua influência pelo Espírito Santo em sua vida por inteiro. O líder que
deseja ser bem-sucedido deve desenvolver em sua vida o caráter de Jesus.
Portanto o líder que deseja construir uma história de Liderança forte e permanente, sem
ao menos ser interrompido pela morte, porque a morte não interrompe a influência de
uma pessoa que exerceu sua liderança de modo eficaz, deve demonstrar amor por seus
liderados e por todos aqueles que foram colocados por Deus a frente para serem
influenciados por sua Liderança. Ao mesmo tempo, deve desejar que os seus liderados
desenvolvessem esse tipo de amor. Fazendo assim, o líder discipulador, seguidor
exemplo de Cristo também perpetuará na história e impactará a vida de várias pessoas
que serão influenciadas pelo exemplo de sua Liderança.
41 HAGGAI, Jonh . Seja um Líder de Verdade. Página 76.
42 Conforme João 13.34.
43 Conforme Apocalipse 22. 13.
44 Conforme Mateus 28.20
29
Jesus Cristo estando vivo ou morto nesta terra, sempre viverá na memória e no
prosseguimento do seu modelo de Liderança na vida das pessoas, dando sequência a
liderança desenvolvida por Jesus, pelo poder do Espírito Santo, manifestando a Glória
de Deus Pai o Todo Poderoso.
Existem líderes que já morreram e ainda continuam com grande influência na vida das
pessoas, como exemplo podemos citar João Calvino continua influenciando vidas até os
dias de hoje, e muitas. A IPB do Brasil, tem um desenvolvimento no seu regime
doutrinário e bíblico, graças à luz da interpretação calvinista. Calvino, foi um bom líder,
destemido, forte e com grande amor as pessoas, a ponto de querer a elas um sumo
benefício: ter acesso às Sagradas Escrituras a ponto de poderem lê-la em sua própria
língua, não sendo mais enganadas por interpretações tendenciosas.
O ensino recebido por Paulo em Damasco pela influência do seu chamado,
permanecendo alguns dias com os discípulos.45 , Paulo esteve na companhia de Pedro
por três anos, conforme escrito em Gálatas 1.18 que diz: “Decorridos três anos, então,
subi a Jerusalém, para avistar-me com Cefas e permaneci com ele quinze dias”. 46
De acordo com a tradução do termo grego para o verbo avistar, significa avistar alguém
com o propósito de obter informações, (conforme Bíblia de Estudos de Genebra). 47 Os
Apóstolos junto com o Pedro, passam influências de Jesus a Paulo, e nesse contexto
Paulo começa a conhecer o caráter de Cristo. Aprende que o amor se desenvolve na
comunhão do amor com os santos, expressando unidade no corpo de Cristo.
O apóstolo Paulo, compreende bem esse aspecto da comunhão, coloca isso na prática
através do ensino em diversas de suas cartas. Escreveu uma carta importantíssima aos
Romanos, que trata no capítulo 12 versos 5 que somo um só corpo. Continuando esse
assunto, Paulo escreve a igreja em Corinto, na primeira carta, capítulo 12 versículos 12
sobre a unidade do corpo de Cristo e a importância de cada um deles.
Paulo escrevendo sua carta aos Filipenses, chama a atenção daqueles cristãos manterem
sua base de vida sustentado no pensamento da unidade, baseado no amor de Cristo, e na
consolação do Espírito Santo. Fazendo um apelo à Igreja mantenha a vida da mesma
forma, tendo unidade de alma, tenho o mesmo sentimento, vivendo no amor de Cristo.
Jesus Cristo expressa essa unidade, facilmente, que os cristãos devem ter unidade de
45 Conforme escrito em Atos os Apóstolos 9.19, parte b.
46 Conforme escrito na Epistola de Paulo ao Gálatas 1.18;
47 Bíblia de Estudos de Genebra.
30
propósito à qual falei anteriormente.
2.5. A LIDERANÇA ESTIMULA, A REALIZAÇÃO CONJUNTA ATRAVÉS DE
JESUS SUA MISSÃO.
Cristo durante o período de sua vida na terra realizou uma missão. Jesus saberia o que
fazer e como fazer a missão que teria que realizar? Jesus Cristo realizou o cumprimento
e muito bem a missão que o Pai Celeste o concedeu. Como Cristo mesmo disse: “A
minha comida consiste em realizar a vontade e os desejos de meu Pai o Todo Poderoso,
aquele que me enviou a realizar a sua obra”. 48
O propósito de vida que Jesus veio cumprir, podemos entender que Ele obedeceu à
vontade e o desejo da missão que o Pai lhe confiou. Jesus não veio de forma alheatória,
porque simplesmente quis vir, mas apenas para dar uma passada na terra para “tirar uma
onda”, Ele veio por algo muito sério e veio pela vontade eterno de Deus com propósito,
havia traçado esta missão pelo Pai.
O comentarista Leighton Ford, comenta em seu Livro sobre o senso de Jesus com
respeito ao seu propósito, diz:
Nossas palavras refletem o nosso caráter, e no caso de Jesus, aquele sensointerior de destino aparece no uso frequente das fases, ‘eu fui enviado’ e, ‘euvim’. O evangelho de João escolhe, especialmente, a ideia de enviar: A minhacomida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou, e realizar a suaobra; a obra de Deus é esta: que creias naquele que poe ele foi enviado; assimcomo o Pai me enviou, eu também vos envio (João 4.34; 6.29; 20.21). Estassão as palavras de alguém que está diligenciando uma visão e nãosimplesmente passando pela vida. 49
Jesus é o cumprimento da profecia. O Servo Sofredor comentarista de YHWH
(conforme Isaías 55). Jesus é o mediador da Nova Aliança feita através do derramar de
seu sangue. O propósito estabelecido pelo Pai era Cristo assumir a forma humana, para
dar vida plena a todo ser humano, e definitivamente, concretiza o plano de salvação na
grande obra de Deus na criação e salvação da humanidade. (Descrito em Romanos 8.18-
25). Jesus Cristo permanecia na visão e obediência de concretizar tudo que o Pai queria
fazer na vida do homem e no momento de sua criação.
Segundo o comentarista HAGGAI,50 em seu livro Seja um Líder de Verdade, para que
se realizaria a missão como sucesso devemos desenvolver a visão.
48 Conforme escrito no Evangelho de João 4.34;
49 FORD, Leighton. Jesus: O Maior Revolucionário, página 66.
50 HAGGAI, Jonh. Seja um Líder de Verdade, página 31.
31
A visão é que distingue uma Líder, 51 A visão é a imagem clara de algo que o líder quer
que seu grupo seja ou faça. 52 Deve haver uma dedicação em agir em função. A isso se
chama missão. Para cumprir a missão é preciso desenvolver metas que tornarão a visão
realidade. 53
Jesus Cristo foi e deixou o exemplo de ser um Líder Visionário. Sua visão não se tratava
de uma experiência estática. Jesus Cristo tinha “uma imagem clara”, conforme expressa
Haggai. Jesus tinha essa imagem clara e motivava seus discípulos a enxergarem, qual
era a sua missão neste mundo. Jesus tinha uma visão totalmente clara do que Ele viria
fazer em seu tempo, e essa visão era uma visão escatológica das coisas que ensinaria no
seu tempo e se tornaria permanente até a consumação dos séculos.
Em sua oração modelo, em Mateus 6.9; Jesus ensina seus seguidores a orarem “venha o
teu Reino”, de maneira que expressa a dinâmica do Reino de Deus de forma perspectiva
presente e futura. O Reino de Deus virá, ou seja, a plenificação do Reino veio com a
vinda do Filho do Homem na sua parusia, mas Jesus enxergou que o Reino, mesmo que
em sua plenitude, veio em pessoa, especialmente quando afirma “ o Reino de Deus está
no meio de vós”.
Conforme a visão do enxergar de Cristo sobre o seu Reino, será importante destacar
dois aspectos: o primeiro, que o Reino veio e estpa nomeio de vós; e em segundo lugar
o Reino de Deus virá em toda sua plenitude, com poder e Glória, e finalmente dar a
sentença e julgamento final a cada ser humano.
O autor desse trabalho de forma modesta faz a citação da expressão de Ford “ Jesus foi
capaz de articular e comunicar uma visão compelidora, mudar o que se pensa e o que se
sonha; fazer com que seus seguidores transcendessem o seu interesse próprio;
capacitando-os a ver a si mesmo e o seu mundo de forma diferente” 54
A visão clara de Jesus Cristo iniciou, seu ministério que estava por realizar. Ao ser
tentado no deserto, submeteu-se a autoridade de Deus.55 Naquele momento Jesus nos
ensina que o que nos alimenta a nossa vida espiritual é a palavra de Deus; também diz
que não se pode tentar a Deus; e a adoração é devida somente a Deus.
51 HAGGAI, Jonh. Seja um Líder de Verdade, página 31.
52 HAGGAI, Jonh. Seja um Líder de Verdade, página 33.
53 HAGGAI, Jonh. Seja um Líder de Verdade, página 33.
54 FORD, Leighton. Jesus: O Maior Revolucionário, página 152.
55 Conforme escrito no Evangelho de Mateus 4.1-11;
32
Tecendo um comentário sobre este texto de Ford, que diz: O líder surge de forma, das
águas do Jordão e sai do deserto conhecendo suas prioridades: ouvir a voz de Deu;
adorar a grandeza de Deus e esperar no tempo de Deus. 56
No momento em que Cristo estando presente no templo, declara a leitura de um texto
das Sagradas Escrituras no livro do Profeta Isaías57, e transcrito no Evangelho Segundo
Lucas: 58
O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu a evangelizar ospobres; enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e restauração davista aos cegos, para por em liberdade os oprimidos, e apregoar o anoaceitável do Senhor.
Após a leitura do texto das Sagradas Escrituras, o olhar das pessoas estava na pessoa de
Jesus, então o Mestre declarou com autoridade e firmeza: “Hoje se cumpriu as
Escrituras que acabais de ouvir”. 59 E tendo causado uma rebelião por parte dos que
ouviam, os quais o quiseram precipitar do cume do monte estava edificada a cidade,
saiu do meio deles e foi para Cafarnaum cumprir sua missão. 60
Jesus sabia claramente a visão do que teria que realizar em sua missão. Saiu daquela
cilada e foi para Cafarnaum. Logo que chegou neste lugar, curou um homem que estava
possesso de um espírito de demônio imundo. 61 O nosso Amado e Querido Jesus Cristo
tinha conhecimento de quais eram suas prioridades como Filho de Deus e, se dedicou
integralmente a cumprir a missão que o Pai a Ele determinou.
No comentário do escritor Ford disse que: “ Jesus um líder atento: visão para Jesus era
viver a verdade mostrada pelo Pai” 62 Volto a afirmar que Jesus Cristo sabia muito bem
qual era o propósito de sua missão neste mundo: “Não vim para julgar o mundo, mas
vim para salvá-lo. (Conforme João 12.47).
Outro Comentarista e Escritor importante Haggai, chama essa dedicação integral de
missão. 63 Como esse ensinamento de Haggai, posso dizer que assim devem ser os
líderes que são a imagem de Deus, dedicados a integramente no que diz respeito ao
56 FORD, Leighton. Jesus: O Maior Revolucionário, página 55.
57 Conforme escrito no Livro do Profeta Isaías 61. 1-2;
58 Conforme escrito no Evangelho de Lucas 4.18-19;
59 Conforme escrito no Evangelho de Lucas 4.21.
60 Conforme escrito no Evangelho de Lucas 4.30- 31.
61 Conforme escrito no Evangelho de Lucas 4.31-37.
62 FORD, Leighton. Jesus: O Maior Revolucionário, página 155-156.
63 HAGGAI, Jonh. Seja um Líder de Verdade, página 33.
33
cumprimento da missão daquele vos chamou para serem líderes, o Pai Celeste. Devem
ser líderes que refletem a imagem de Cristo e não sua própria imagem. Devem a ter a
imagem clara do que Deus quer e deseja realizar, classificando isso na mente de seus
liderados.
Também o comentarista Ford,64 define ser um líder em Cristo é cuidar para que a visão
da Liderança deve ter como a origem as orientas da Palavra de Deus, na mente e na
imaginação cheias do Espírito para perguntar: “como Cristo vê esse mundo, minha vida,
e as pessoas ao meu redor? ” Deve-se as estratégias de Deus e como Ele irá realizar na
vida dos pastores e líderes e de seus liderados. Citando o comentário de Terry Fullam
diz: A visão é um produto do trabalho de Deus em nossas vidas. Ele cria as visões e nós
as recebemos. É algo que extrai uma resposta de nós, e se sou parte do corpo de Cristo a
questão não é onde eu quero ir, mas, ao contrário, onde Deus quer que eu vá.65
O ministério de um Líder terá um segredo insensível em sua vida, quando vê como
Jesus vê. O ministério de “Cristo em vós, esperança da Glória”, conforme Colossenses
1.27, então enxergando e agindo dessa forma o bom líder terá um ministério abençoado.
O Mestre Jesus Cristo, nos ensinou com seu modelo de Liderança nos ensinou
influenciando seus discípulos e seguidores, a caminharem neste ideal de vida, como Ele
mesmo disse: “Qualquer um que fizer a vontade de meu Pai Celeste, esse é meu irmão,
irmã e mãe”. (Conforme Mateus 12.50).
Através do comentário do escritor Celito Meiér, em seu livro A Educação à Luz as
Pedagogia de Jesus, “. Os discípulos, na companhia e no seguimento de Jesus, são
envolvidos na missão, despertados em sua sensibilidade para ver as necessidades e
reconhecer a primazia da vida do povo sobre toda e qualquer lei e formalidade ritual e
circular”. 66
Cristo em seu propósito no seu ministério e na obra de sua vida de fazer que tantos os
seus discípulos quanto os outros seguidores, entenderam que Ele tinha uma missão para
realizar e incentivou a cada um a fazer junto o cumprimento da missão. Interessante em
comentar que cada discípulo não foi aprender com Jesus Cristo por apenas sua própria
vontade, mas o próprio Jesus é que faz um chamado a cada discípulo e comissiona a
64 FORD, Leighton. Jesus: O Maior Revolucionário, página 156.
65 FORD, Leighton. Jesus: O Maior Revolucionário, página 156-157.
66 MÉIER, Celito. A Educação à Luz da Pedagogia de Jesus, página 49.
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desenvolver a missão que o Pai lhe confiou. 67
O comentarista José Comblin, em seu Livro Jesus Cristo e Sua Missão diz: “ A
iniciativa pertence ao Pai, que os chamou para colocá-los, em movimento”.68 E Comblin
ainda declara que, em nome do Pai Jesus chama seus discípulos com autoridade e os
discípulos os seguiam e até os dias atuais os discípulos ainda continuam a segui-lo.69 E
com o passar de muitos tempos, de acordo com o aprendizado do ensino do modelo de
Jesus Cristo, são enviados a missão, com a instrução de deixar tudo e viver como Jesus
viveu, numa vida de simplicidade e humildade, pois como entende o autor.70 “Seguir é
imitar a Jesus na submissão total a vontade de Deus Pai”. 71
O Sermão do Monte,72 que confirma o relato de ensinamentos de Jesus, no modelo de
sua oração, Jesus ensinou aos seus discípulos e seguidores que a vontade do Pai Celeste
deve ser realizada, assim na terra como nos céus conforme escrito em Mateus 6.10.
Jesus ensina que seus discípulos deveriam submeter suas vidas totalmente à vontade do
nosso Amado Pai Celeste, o todo Poderoso, que está nos altos céus.
John Haggai,73 comentarista e escritor, fala sobre relevante ponto interessante no
assunto da Liderança, não é ter uma nacionalidade, origem educacional, mas, é ter
unidade de propósito com o Modelo do Senhor da Igreja. Jesus Cristo é um grande
exemplo no seu modelo de Líder, para o seu povo, os seus discípulos, em todos os
tempos e épocas e de todos os povos, línguas e nações, compartilhando o seu objetivo.
No Modelo de Liderança de Jesus Cristo, segue-se o ensinamento de Cristo registrado
nas Escrituras Sagradas, conforme em Deuteronômio 6. 7, nos diz que é uma orientação
para o seu povo, e, principalmente aos pais. Fala aos pais, que se deve ensinar, na mente
de seus filhos as Escrituras Sagradas sentados nas casas, andando pelo caminho, ao
deitar e ao levantar. Pois irá desenvolver-se na comunhão com seus discípulos.
De acordo com o Dicionário Bíblico,74 o termo discípulo aparece no Novo Testamento,
duzentos e cinquenta vezes, e, na maior parte das vezes mostra referência aos discípulos
67 Texto para referência; Mateus 11.27; 16.17; 28.19-20; João 17.6; 11-12.24; Romanos 1.1; Gálatas 1.1;2.15-16.
68 COMBLIN, José. Jesus Cristo e Sua Missão, páginas 130-131.
69 COMBLIN, José. Jesus Cristo e Sua Missão, páginas 131.
70 COMBLIN, José. Jesus Cristo e Sua Missão, páginas 131.
71 Textos para referência: Mateus 4.8-22; 9.9; 8.19-22; 13.10-13; 19.16-29; João 13. 12-16; 15.16.
72 O Sermão do Monte se encontra escrito no Evangelho de Mateus 5.1-7-29.
73 HAGGAI, John, Seja um Líder, e Verdade, página 21.
35
de Cristo.
Esse mesmo dicionário bíblico, continua a dizer que o relacionamento de Cristo com
seus amados discípulos, era semelhante aos rabinos e discípulos.75 Quando reunia junto
com seus discípulos e seguidores e ensinava a doutrina. Da mesma forma os rabinos, e
discípulos que continuariam o ensino das tradições que aprenderam de Jesus Cristo,
quando mestre fosse para junto assentar-se a destra do Pai.
O autor desta monografia em modesta contribuição comenta que é importante salientar
que no caso do relacionamento de Jesus, era um relacionamento mais intenso
comparado ao relacionamento dos rabinos com seus discípulos. Os discípulos de Jesus,
sentiam o desejo de largar tudo e segui-lo, (Mt. 10.37; Lc 14.26;). E deixando registrado
neste trabalho o pensamento de MACKENZIE, “Apesar de passar pela escola
profissionalizante com o Mestre dos mestres, não se tornariam Mestre, Doutores, mas
sim discípulos por toda vida”. 76 O melhor discípulo do rabino, era aquele que não
acrescentava nada a sua tradição. Mas os discípulos de Jesus não eram somente fiéis as
palavras, mas também quanto ao testemunho. Os discípulos de Jesus são mais
testemunhas do que veículos de tradição verbal. 77
Concluindo mais essa etapa deste tópico, posso afirmar que o exemplo do modelo de
Cristo foi uma pessoa que exercia e exalava na essência de sua vida o perfume na
liderança pela comunhão com seus discípulos. Ele ensinava sentado, andando pelo
caminho, comendo e até mesmo dividindo o mesmo teto com seus discípulos e com
essas simples e humildes ações e atitudes nos transmitiu no passar dos séculos esse
exemplo de modelo de modelo para todo cristão, líder e servo possa também vencer
como Ele venceu. Jesus Cristo juntamente com seus discípulos formaram uma família
na fé das doutrinas de Cristo e um corpo com a mesma finalidade. De acordo com a
citação do texto que diz que a família de Cristo era aquela que persistia em fazer a
vontade do Pai Celeste. Portanto Jesus Cristo realizou a missão que recebeu do Pai, no
que dizia respeito com o relacionamento com seus discípulos e o faz não como um líder
opressor, mas o líder que tem o supremo amor.
2.6. A LIDERANÇA DE CRISTO E OS PADRÕES DE RELACIONAMENTO:
74 MACKENZIE, John L. Dicionário Bíblico, páginas 241-242.
75 MACKENZIE, John L. Dicionário Bíblico, páginas 241-242.
76 MACKENZIE, John L. Dicionário Bíblico, páginas 241-242.
77 MACKENZIE, John L. Dicionário Bíblico, páginas 241-242.
36
Durante o período dos 33 anos de vida do nosso Mestre Jesus, que viveu e habitou nesta
terra, andou por diversas localidades, e povoados apregoando o Reino de Deus. E nesse
tempo lidou com diversas pessoas, de relacionamentos diferentes, e soube lidar e
ensinou como lidar com cada uma delas. Jesus Cristo se relacionou com o grupo
chamado de “as multidões”, conforme escrito no Evangelho de Mateus 7.28.
No registro do evangelho de Mateus 5-7, Jesus mostrou que construiu firmes pontes de
relacionamento interpessoal, através do ensino, demostrando através do seu amor de
forma intensa, que através desse grande Amor Cristo é capaz de suprir todas as
necessidades reais de uma multidão de pessoas. Como relatado no episódio do milagre
da multiplicação de cinco pães e dois peixes, registrado no evangelho de Mateus 14.21.
Esse não foi um dos milagres que Jesus operou para atender as necessidades físicas
daquela multidão, mas também para os sinais do Reino de Deus fossem concretizados,
significando que Jesus é o pão da vida e quem dele comer não mais terá fome. É um dos
sinais do que Cristo estaria por realizar até dos dias de hoje.
Através de curas, milagres e libertações, que se dava pelo poder da ação de Jesus grande
multidão o seguia. Podendo ser utilizado o exemplo da narrativa de uma mulher que
sofria de uma hemorragia de fluxo de sangue a doze anos, passou entre a multidão,
tocando nas vestiduras de Cristo, ficou curada instantaneamente, conforme nos mostra o
evangelho de Marcos 5. 25-34.
Jesus em seu ministério de Liderança, se relacionou interpessoalmente com os setenta.
Registrado no evangelho de Lucas capítulo 10, que Cristo enviou os setenta para que
conduzissem em cada cidade onde Ele haveria de passar, e, os orientou quanto ao
comportamento que deveriam se portar de ter ao chegar nas cidades. O que é importante
de salientar nesse fator que ocorria de se observar que Cristo não somente envia, mas
ensina e instrui. Quando os setenta retornaram do momento de terem submetido os
demônios no nome de Jesus, mas por terem o nome arrolado no livro da vida.78 Por isso
vemos que a obra de Cristo é progressiva e realizadas por confrontos de ideias e não por
uma visão unilateral.
Logo posterior aos escolhidos setenta, podemos citar os doze discípulos. Estes eram os
seguidores que estavam bem próximos de Jesus no seu ministério. Jesus revelou seu
ensino, suas lições de vida através de parábolas, para que as outras pessoas não
soubessem, e este grupo dos doze era mais achegado a Ele.
78 Conforme escrito no Evangelho de Lucas 10.20;
37
Depois do grupo dos doze discípulos, Jesus Cristo particularizou ainda mais. Escolheu
três de seus discípulos, que participaria de seus ensinos de forma mais intima, Pedro,
Tiago e João.
Comentando sobre esse assunto, Ford diz o seguinte:
Podemos visualizar um número de círculos ao redor de Jesus: um externo,composto pelas multidões as quais ensinava, alimentava e curava (numaocasião, cinco mil; em outra quatro mil); um outro círculo menor, de setenta,os quais enviou de dois a dois, como a sua primeira força missionária; umcírculo ainda menor, de doze, selecionados para serem mais chegados a ele, e,deste, extraio um pequeno grupo de três, Pedro, Tiago e João, que vieram a seconstruir no seu íntimo círculo interno. Chega um tempo em que um líder deum movimento deve se concentrar em poucos. Ele não pode lidar com todasas coisas; assim, outros devem ser instituídos. A oposição que não possa serconvertida deve ser enfrentada por um grupo leal, que levará adiante, nãoobstante ao que possa acontecer com o líder. Um líder deve tambémcertificar-se de que haja outro bem côncios de missão, qualquer que esta seja,para que o movimento não se dissipe ou se desvie através de umentendimento incorreto ou incompleto.79
Apesar de Cristo do seu modelo de se relacionar com as diversas formas de grupos, o
chamado universal: segue-me, Jesus não faz acepção de pessoas. Escolheu os doze para:
“sentar-se nas cadeiras de sua sala de aula” com a finalidade de desenvolver entre eles
um “Colegiado de Apóstolos”.
De acordo com o pensamento do escritor Ford, “Sua estratégia de minoria poderia ser
chamada de infiltração” 80 Ford continua dizendo que as metáforas que Jesus Cristo usou
para os seus discípulos sobre o sal da terra e a luz do mundo”. 81 (Declaração inserida no
Sermão do Monte do Evangelho segundo Mateus capítulo 6, são metáforas de
infiltração). O sal infiltrado no alimento conserva a sua qualidade. De mesma maneira é
o que acontece com a citação da luz na escuridão. Não será preciso de um facho de luz
grande para que se posso enxergar.
Portanto Ford, completa esta parte declarando:
Tais metáforas sugerem que os ensinamentos de Jesus não eram cartilhasvoltadas para a maioria, mas uma estratégia voltada para a minorias. Omundo... Seria mudado por uma minoria pacata, “pequenos contingentes” dehomens e mulheres que haviam estado com Jesus, cujos os corações e menteshaviam sido transformados, os quais viviam pelo seu Espírito, como“pequenos Cristos” nas estradas e atalhos da vida cotidiana; aqueles querestringiriam, por dentro das instituições, os exércitos, as legislaturas, oslares, os templos, e os postos de comercio das nações... Pense na igreja emsua forma dispersa, invisível, penetrando nas estruturas sociais econômicas epolíticas do mundo entre domingos. Pense no potencial desta dispersão. 82
O escritor e comentarista Eugene B. Habecker, em seu livro Redescobrindo A Alma da
79 FORD, Leighton. Jesus: O Maior Revolucionário, página 86-87.
80 FORD, Leighton. Jesus: O Maior Revolucionário, página 91.
81 FORD, Leighton. Jesus: O Maior Revolucionário, página 91.
38
Liderança diz: que uma das tarefas do líder é conquistar uma unidade executável.83
Outro escritor e comentarista John Gardner, diz que alcançar uma unidade executável
não é ter “absoluta uniformidade na organização ou ausência total de conflitos”. 84
Gardner diz que alguns conflitos são inevitáveis: “ De fato pode-se dizer que a vontade
de enfrentar uma batalha, uma vez necessária, é condição para Liderança... essa implica
disposição e habilidade para resolver conflitos e a necessidade de gerar confiança na
organização”. 85
Nesse subponto é importante informar que Jesus sustenta uma busca pela comunhão e
unidade de propósito, ao olhar para as Sagradas Escrituras, podemos perceber que são
diferentes cada um dos discípulos que o Mestre chamou para tal comunhão.
Comentando esse assunto dessa diferença de personalidade de cada discípulo, temos
Ford que diz:
O grupo que Ele chamara era de impressionante diversidade, tanto empersonalidade, quanto em lealdade. Pedro era um homem de atitudes; Joãoera um homem de pensar e quietude; Mateus um coletor de impostos, quetrabalhava para as forças armadas ocupantes; Simão, o zelote, tinha sido bemsemelhante a um guerrilheiro, lutando contra os romanos. Tais lealdadesdiferentes poderiam ser mantidas juntas, apenas por uma grandepersonalidade e uma causa ainda maior. Era a marca de Liderança de Jesusque conseguiria trazer diferentes padrões de liberdade e talento, juntos, numapaixão unificadora que afloraria o melhor na maioria das vezes... Jesus tinhauma paixão por unidade. Ele estava preparando para dar a sua vida pelas suasovelhas, para que houvesse “um rebanho e um pastor”.86
É impressionante como o Mestre Jesus Cristo consegue interagir e trabalhar com a
diversidade de várias personalidades, de pensamento, de postura e tantos outros
aspectos com o melhor que as pessoas poderiam fazer. O maior exemplo que Jesus pode
mostrar até os dias de hoje é que esse aspecto de Liderança é muito importante e em
parte de sua oração sacerdotal ora ao Pai dizendo:
Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer emmim, por intermédio de sua palavra; a fim de todos sejam um, e como, és tu,ó Pai, em mim e eu em ti, também seja eles um em nós, para que o mundocreia que tu me enviaste. Eu lhe tenho transmitido a glória, para que sejamum, como nós somos; eu neles, e tu em mim, a fim de que sejamaperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os
82 FORD, Leighton. Jesus: O Maior Revolucionário, página 92.
83 HABECKER, Eugene B. Redescobrindo Alma da Liderança, página 24.
84 GARDNER, John W. The Tasks of Leadership (Washington, D.C.: Independent sector, 1986), 5 op citiHABECKER, Eugene B. Redescobrindo a Alma da Liderança, página 24.
85 GARDNER, John W. The Tasks of Leadership (Washington, D.C.: Independent sector, 1986), 5 op citiHABECKER, Eugene B. Redescobrindo a Alma da Liderança, página 24.
86 FORD, Leighton. Jesus: O Maior Revolucionário, página 92.
39
amastes, como também amastes a mim.87 No coração do Mestre, creio que esteja o desejo para todos os seus seguidores uma
união integral. O exemplo é o próprio relacionamento com o Pai. “Assim como” é a
expressão utilizada por Jesus expressando que o seu anseio é que seus seguidores sejam
unidos. Cristo exerceu sua Liderança de forma eficaz, porque exerce na comunhão com
o Pai e com o Espírito Santo de Deus e com as diferentes pessoas que o seguiram. Ele
sempre cumpriu os seus propósitos eternos do Pai pelo Espírito Santo. Seu modelo de
liderança através da comunhão é o maior modelo que se pode ter.
Concluindo a escrita deste primeiro, penso que o modelo de liderança de Cristo pode ser
seguido e aplicado no dia a dia da igreja na atualidade e posso ver que os apóstolos
entenderam esse modelo de liderança e deram esse continuar neste processo de modelo
de liderança. A igreja de Atos dos Apóstolos entendeu esse princípio de liderança de
Jesus que teve como base o convívio da comunhão e de liderança de Cristo, e deu
continuidade. 88 A igreja primitiva observou tão bem esse assunto de ensinamento de
Jesus Cristo que conquistou um bom testemunho dos não cristãos, contando com a
simpatia de todo povo. 89 O Senhor Jesus Cristo implementou um modelo de Liderança
através da comunhão com seus discípulos e seguidores que professavam sua fé nele.
Assim, a igreja cresce e se aprofunda numa comunhão alicerçada pelo princípio do amor
com pastores, presbíteros, lideres, diáconos e membro da igreja que refletem o caráter
do Modelo da Liderança na Visão Cristológica.
3. LIDERANÇA DE CRISTO, PRODUZ ENSINO PARA OSOFICIAIS DA IGREJA.A Liderança que busca e preza pelo ensino alcança resultados surpreendentes. O ensino
87 Conforme João 17. 20-23.
88 Conforme Atos 2.42.
89 Conforme Atos 2.47
40
desde de os tempos da antiguidade, sempre foi algo de real importância para todo
judaísmo. A educação era algo de cunho religioso, moral e ético, tendo como finalidade
preservação da família no caminho do Senhor e sua justiça e juízo. 90
No Livro de Deuteronômio está escrito no capítulo 6.6-7 está registrado que os pais
deveriam ensinar na mente de seus filhos a lei do Senhor em todos os momentos de suas
vidas: sentados em casa, andando pelo caminho, ao deitar-se, e ao levantar-se.
O Novo Dicionário da Bíblia reforça a ideia citada no parágrafo anterior, que diz: “ A
criança sempre foi refutada na maior importância do judaísmo, como o Mishnah e o
Talmude demostram claramente. 91 O Senhor Jesus Cristo, ensinou nas Escrituras
Sagradas a valorização do ensino, tratando as crianças com amor e carinho, e ensinando
o respeito delas.92 O melhor lugar ainda de se ensinar a educação é o lar. Logo nos
primeiros anos de vida da criança e não deixar que espere o tempo de chegar o período
de creche, ou escola. Os tutores e mestres devem ser os próprios pais 93 e o ensino no lar
foi desenvolvido durante todo período bíblico. 94
Contudo, o desenvolvimento do povo foi-se consagrando as sinagogas como lugar de
instrução. 95 Essa informação de base bíblica no que Jesus Cristo ensinava no que
percorria toda a Galileia, ensinando nas sinagogas. 96
O ensino dentro de cada lar visa proporcionar à instrução moral, de sua mãe, e um
ofício, de cunho agrícola e conhecimento religioso e ritual com seu pai 97 , pois “A
função total da educação judaica era tornar um judeu santo e separado de seus povos
vizinhos, transformando o religioso numa prática de vida”. 98
90 O Novo Dicionário da Bíblia, Editado em Português por R.P. Sheed, página 455.
91 O Novo Dicionário da Bíblia, Editado em Português por R.P. Sheed, página 455.
92 O Novo Dicionário da Bíblia, Editado em Português por R.P. Sheed, página 455.
93 O Novo Dicionário da Bíblia, Editado em Português por R.P. Sheed, página 455.
94 O Novo Dicionário da Bíblia, Editado em Português por R.P. Sheed, página 455.
95 O Novo Dicionário da Bíblia, Editado em Português por R.P. Sheed, página 455-456.
96 Conforme registro nas Escrituras Sagradas do Evangelho segundo Mateus 4.23
97 O Novo Dicionário da Bíblia, Editado em Português por R.P. Sheed, página 456.
98 O Novo Dicionário da Bíblia, Editado em Português por R.P. Sheed, página 457.
41
Entretanto, havia uma instrução no estilo grego. Havia escolas helenistas até mesmo no
Palestina, mas em maior número nas comunidades judaicas no exterior, especificamente
na Alexandria. 99
No estudo da história do exemplo da igreja primitiva, o embrião da igreja. Eram
ensinando as instruções as crianças de seus pais de como deviam se comportar uns com
os outros.100 Os oficiais da igreja deveriam também ser aptos para governar sua própria
casa, criando seus filhos sob a disciplina do Senhor. 101 Os oficiais da igreja de Cristo
também são líderes e devem exercer bem a liderança em seu lar da melhor forma
possível, dando exemplo aos filhos e esposa.
Segundo comentário lido no Dicionário Bíblico, 102 também não havia escolas cristãs
naquele primeiro período no tempo da igreja primitiva, tendo em vista que os primeiros
cristãos não tinham recursos financeiros para financiar as primeiras escolas. Com
certeza os pequeninos eram inseridos nos ensinamentos incluídos no meio da comunhão
que os cristãos realizavam entre o povo de Deus, e recebiam seus ensinamentos e
treinamentos a partir do convívio da própria casa, seu lar. Assim a Palavra de Deus se
multiplicava e crescia através do ensino nos lares, e Jesus também exerceu dando
exemplo de modelo de Liderança através do ensino.
Existem vários ensinamentos que Jesus mostrou no Novo Testamento, mas a proposta
de intensão do escritor do trabalho de monografia é falar de que é necessário para
embasar o foco do Modelo de Liderança na Visão Cristológica, baseada no ensino.
3.1. O CARÁTER DE CRISTO APRESENTADO PELO SEU ENSINO:
Alguns escritores reconhecidos, mostrando seu comentário sobre o Sermão do Monte,
tem a responsabilidade de mostrar que o ensino de Cristo tem honestidade para cumprir
o que diz. Podemos ver que, quando o evangelista, destaca que a multidão se
maravilhava quando recebia os ensinamentos de Jesus por sua autoridade, que é
totalmente diferenciada da autoridade dos escribas, e fariseus, está completando o
99 O Novo Dicionário da Bíblia, Editado em Português por R.P. Sheed, página 455.
100 Conforme escrito nas Escrituras Sagradas na Epístola de Paulo aos Efésios 6.1,4.
101 Conforme escrito nas Escrituras Sagradas na Epístola de Paulo aos I Timóteo 3. 4,12.
102 O Novo Dicionário da Bíblia, editado em Português por R.P. Sheed, página 457.
42
caráter de Jesus Cristo em sua Liderança através do ensino.
Para se desenvolver melhor o estudo aprofundado neste estudo, devemos fazer a
seguinte pergunta: Qual a definição de Caráter?
É para responder essa pergunta, fui pesquisar no Dicionário do Novo Testemunho Grego
de Willian Carey Taylor que nos sinaliza de duas formas através de duas palavras gregas
para designar caráter: a primeira destaco caragma (caragma) que significa “marca”,
“coisa gravada”, “escultura”; a segunda é carakter (carakter) que tem o significado
“instrumento usado em gravar”, “imagem expressa”, “exata correspondência com
reprodução perfeita”.103
Segundo Conceição, Paul Goedecke afirma que “o caráter é o conjunto de qualidades
impressas pela natureza, ou hábito que distingue uma pessoa da outra”.104 Conceição
completa com o comentário de Goedecke:
Outra importante palavra usada para denotar caráter é imagem. Quando Deusfez Adão, ele fez a sua imagem (Gêneses 1.26). A palavra hebraica é tselem,que significa “figura representativa”, “semelhança”. A Palavra grega usadaalém de carakter, é eikon, que significa “uma semelhança”, “umarepresentação”; “forma” “aparência”. Ambas as palavras são utilizadas deforma figurada para dar significado que a imagem detém a semelhança dooriginal. Daí a forte razão das Escrituras Sagradas afirmarem: “Portanto osque de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes àimagem de seu Filho”. Romanos 8.29. 105
Compreende-se então, que em diversos pontos Jesus Cristo no seu modelo de Liderança
diz que Ele é a representação do Pai aqui na terra. Quando Felipe pedi a Jesus para que
mostre a eles o Pai, Jesus responde da seguinte maneira: “quem vê a mim vê o Pai”. 106
Através da pessoa de Jesus Cristo é revelado a imagem de Deus, que podemos dizer o
perfeito caráter de Deus.
Neste ponto do capítulo o escritor e comentarista, Willian Hendriksen, em seu
Comentário sobre os Evangelho de João, fala que “... o tipo de reconhecimento que
Jesus tem em mente é espiritual em caráter ... Porque no Filho temos a revelação última
103 TAYLOR, Willian Carey, Dicionário de Novo Testamento Grego, página 241.
104 CONCEIÇÃO, Eurípedes da, Ensinando Através do Caráter, página 11 op cit GOEDECKER, Paul –Radical Christianity: Biblical Principles for Renewing of the Mind, página 71.
105 CONCEIÇÃO, Eurípes da, Ensinando Através do Caráter, página 11-12.
106 Texto registrado nas Escrituras Sagradas no Evangelho de João 14 8-9.
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do Pai” 107
Neste assunto o comentarista, Hendriksen, 108 interpreta de forma aceitável, mostrando
que Jesus revela o Pai em sua comunhão com seus discípulos, quando diz que “estou
convosco a tanto tempo” 109 através de sua conduta, mostrando o caráter de seu Pai.
Em diversas outras citações nas Escrituras Sagradas, Jesus Cristo, também descreve a
imagem do Pai em sua vida, como, por exemplo, quando diz que sua comida e fazer a
vontade de seu Pai.110 O nosso Mestre Jesus é aquele que nos ensina através de sua vida
e obra ministerial, a vontade do Deus Pai Todo Poderoso. Nos ensinando a vontade do
seu Pai, automaticamente, Cristo revela o caráter do Pai. Portanto, Jesus pode afirmar,
com toda a categoria, que o Pai está representado na pessoa de Cristo.
O comentarista da autoria de Hebreus, escreve o que Jesus nos passou nesse
ensinamento, de forma perfeita no aspecto de liderança, isto é, sua liderança através da
revelação do caráter do Pai. Assim descreve o autor de Hebreus:
Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais,pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiuherdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo. Ele, que é oresplendor de glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas ascoisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dospecados, assentou-se à direita da sua Majestade, nas alturas, ...111
Por isso, podemos visualizar que o possível autor de Hebreus, descreve de forma muito
perfeita, mostrando o que Jesus é na realidade. Expressando a imagem do Ser do Pai. E
sobre esse assunto o comentarista João Calvino, no seu comentário aos Hebreus diz que
a palavra utilizada para “expressão exata” é carakter (caráter), que segundo Calvino
quer dizer “a forma viva de uma substância oculta”. 112 Calvino continua declarando que
a palavra traduzida pela RA por “Ser” (upostasis) ele a traduz por substância que,
denota, “não o ser ou a essência do Pai, e, sim a sua Pessoa”. 113 Segundo Calvino:
107 HENDRIKSEN, Willian – João – Comentário do Novo Testamento, página 657.
108 HENDRIKSEN, Willian – João – Comentário do Novo Testamento, página 657.
109 Conforme João 14.9.
110 Conforme João 4.34
111 Conforme Hebreus 1.1-3
112 CALVINO, João – Hebreus, página 36.
113 CALVINO, João – Hebreus, página 35.
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Seria um absurdo dizer que a essência de Deus é impressa em Cristo, vistoque uma e a mesma é a essência de ambos. Entretanto é correto e apropriadodizer que tudo quanto é peculiar ao Pai é igualmente expresso em Cristo, demodo que, quem o conhece, também conhece tudo quanto está no Pai. 114
O comentarista e escritor Kistermaker, fala sobre este texto, exatamente do registro “e
expressão exata do seu Ser”, comenta:
O filho é a perfeita representação do ser de Deus, isto é, o próprio Deusimprimiu em seu Filho a forma divina de seu ser. A palavra traduzida como“expressa exata” refere-se a moedas cunhadas que levam a imagem de umsoberano ou presidente. Refere-se a uma reprodução precisa do original. OFilho, então, é completamente o mesmo em seu ser como o Pai. No entanto,ainda que a impressão seja o mesmo que o tipo que faz a impressão, ambosexistem separadamente. O Filho, que tem “a mesma marca” (RSV) danatureza de Deus, não é o Pai, mas procede do Pai e tem uma existênciaseparada. Mas, aquele que vê o Filho, vê o Pai, como Jesus explicou a Felipe(João 14.9). 115
Kistemaker continua o seu comentário, expressando que sere glória de são paralelos, e,
ambas as palavras refletem a essência de Deus. Diz que o Filho vive separadamente
como exata representação do Pai. Expressa-se com muita propriedade da quando fala
que antes mesmo de assumir o papel de mediador, Jesus, o Filho Unigênito, já tinha a
glória do Pai. Que o Filho carrega a exata impressão do ser do Pai antes da fundação do
mundo, desde a eternidade.
Na leitura desse assunto, podemos observar que Jesus teve uma missão, como se viu no
primeiro capítulo, de também de expressar a glória do Pai. O texto do Evangelho de
João que diz que o verbo se fez carne e habitou entre nós cheio de graça e de verdade, e,
vimos a sua glória, glória como do Unigênito Filho do Pai. 116 Portanto podemos
entender que o testemunho do exemplo de Jesus, e o milagre do seu nascimento da
virgem Maria proporcionaram o testemunho perfeito da glória do Pai, da expressão
exata do ser de Deus.
Neste capítulo, podemos perceber que Jesus demostrou em todo tempo a glória do Deus
Pai através do seu caráter e Ele assim expressa porque um dos seus princípios de vida é
o viver naquilo que ensinava. Sobre esse assunto, o comentarista Fox, declara como se
viu em suas colocações citadas, disse que a verdade não muda, e que “Jesus resumiu
essa verdade, ensinou-a completa de forma integral e, acima de tudo, demonstrou-a em
114 CALVINO, João – Hebreus, página 36.
115 KISTEMAKER, Simon – Hebreus, página 47-48.
116 Conforme João 1.14.
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sua própria pessoa.117
O comentarista Wilson Lopes, relata que “Mateus escreve nos capítulos 5-7 sobre os
ensinos de Jesus, procurando mostrar aos judeus que Jesus é o Messias da palavra e o
Messias da ação”.118
O conceito de Miranda, em relação ao assunto sobre o Sermão da Montanha diz que os
ensinamentos a respeito da pessoa de Cristo correspondem a situações reais que foram
vivenciadas na companhia dos discípulos, que segundo Miranda, tinham mais interesse
em sua causa e que já estavam mais escolados. 119
Por isso, podemos visualizar que em relevância a ser destacado, que os autores
reconhecem que os ensinos de Cristo, não eram apenas ensinados por Ele, mas vividos
na prática por Ele numa forma de demonstrar e deixar claro o exemplo do seu caráter. O
comentarista Wilson Lopes escreve a seguinte interessante referência:
A referência de Cristo nos Evangelhos e seu ensino aponta para a identidadeentre vida e ensino, que nele tem a mesma conotação. Há plena harmoniaentre Mestre e seu ensino .... Os que viam ensinando, sentiam a transparênciaplena que havia nele e no seu ensino. Tudo o que o seu ensino continha eraencontrado também na sua vida. Sempre foi comprometido com seu ensino,cujos os padrões e valores da sua vida respaldava.120
O comentarista Conceição, declara a seguinte reflexão em seu livro sobre o testemunho
das atitudes de Jesus comentando da seguinte forma:
Jesus de Nazaré tinha o próprio caráter de Deus, e o que diferenciava a suaproposta das demais propostas da sua época era o testemunho de massas. Diza Bíblia que as multidões exclamavam: “ninguém jamais falou com estehomem” (João 7.46). (o sistema educacional de Jesus) era um convite a entrarem um relacionamento íntimo e pessoal com Deus. No ensino de Jesus haviauma profunda relação entre palavra e vida.121
Logo, Cristo nos transmite e ensino profundamente pelo seu caráter, mostrando o
primeiro líder a cumprir com todas as determinações das Escrituras Sagradas. Não
cobrando de seus discípulos além do que eles poderiam suportar.
117 FOX, Emmet – O Sermão da Montanha, página 23.
118 LOPES, Wilson de Souza – Aos pés de Jesus – O Sermão do Monte para o 3 Milênio, página 43.
119 MIRANDA, Osmundo Afonso – Estudos Introdutórios nos Evangelhos Sinóticos, página 348.
120 LOPES, Wilson de Souza, – Aos Pés de Jesus – O Sermão do Monte para o 3 Milênio, página 37.
121 CONCEIÇÃO, Eurípedes – Ensinando através do Caráter, página 84.
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Quero chamar sua atenção amado e querido leitor, sobre o comportamento que Jesus
denuncia no procedimento dos religiosos hipócritas de sua época, conforme descrito no
Evangelho segundo Mateus: “Atam fardos pesados, que quer diz difíceis de carregar, e
os põe sobre os ombros dos homens; entretanto, eles mesmos nem com o dedo querem
movê-lo”.122
Contrariando essa palavra acima, Cristo vem desfazer esse fardo dizendo que seu fardo
é suave e o seu jugo é leve.123 Visualizamos que a pretensão de mostrar que Jesus não é
apenas uma religiosidade com diversos fardos de muito peso na vida das pessoas, sem
nenhum valor diante de Deus. Mas, uma religiosidade totalmente baseada na ação do
maior dos sentimentos, o amor. E Jesus vem mostrar no Sermão do Monte que cada um
de nós devemos carregar as cargas uns dos outros. 124
No próximo capítulo desta obra, irei mostrar que Jesus Cristo é um líder que lidera
através da ação do serviço, e, solicita através da sua palavra e pedido que seus
discípulos o imitem em seu comportamento e testemunho de ser um servo a serviço da
humanidade.
Baseado neste assunto quero fazer a seguinte pergunta. Como os líderes da atual época
tem ensinado sobre Liderança? Suas palavras, atos e ações correspondem serem de
verdadeiros líderes? Podemos em sua vida um exemplo de Liderança como o de Jesus?
Com essas perguntas podemos saber o quanto é importante o conhecimento, e, que faz
falta ao ministério de ensino, seja na igreja ou em qualquer outra instituição. Por isso,
não se pode preocupar somente com ortodoxia. 125 Sendo também de suma importância a
ser citado a ortopraxia.126 Não se pode citar ortodoxia sem falar de ortopraxia, e vice-
versa.
Portanto, de que forma os líderes atuais podem desenvolver esses dois aspectos de
liderança em seu ministério?
122 Conforme Evangelho de Mateus 23.4
123 Conforme Evangelho de Mateus 11.33
124 Conforme Evangelho de Mateus 5.41
125 Ortodoxia é a palavra grega que significa “doutrina correta”
126 Ortopraxia é a palavra grega que significa “prática da doutrina”
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Mediante o que estamos estudando nesta obra de pesquisa acadêmica para leitores,
declaro que os líderes precisam e devem desenvolver em seu ministério o caráter que
Jesus Cristo tinha em sua vida e seu ministério. Da forma que Cristo afirma como
exemplo a Nicodemos “é preciso nascer da água e do espírito”. 127 Todo líder que quer
seguir o exemplo de Cristo em seu ministério deve abandonar os laços com o pecado e
deixar as coisas antigas que ficaram no passado, pois tudo em Cristo se fez novo,
Aquele que está em Cristo é nova criatura.
Ainda nesse assunto o conhecido escritor e comentarista Conceição, diz que Jesus
Cristo não estava preocupado com um modelo específico de liderança para as
comunidades cristãs. Segundo Conceição a verdadeira preocupação de Cristo era formar
o caráter cristão profundo em seus discípulos. Conceição completa que: “Os verdadeiros
líderes cristãos são formados a partir do caráter”. 128 A partir desse momento, a formação
do caráter do cristão se dá quando este reflete “exata impressão” de Jesus. E para se
refletir sobre os ensinamentos de Jesus é necessário passar pela conversão e
transformação da ação da obra do poder do Espírito Santo, como escrito acima
informado no texto da narrativa do Evangelho de João.
E a esse respeito, mas uma vez cito Conceição pela sua fala que Kevin Giles diz o
seguinte: “Ele (o Cristo) não dava recomendações práticas para situações específicas,
mas informava e ensinava princípios tão grandiosos e radicais que somente aqueles
cujas vidas tinham sido transformadas pela sua presença poderiam esperar cumprir os
seus mandamentos”. 129
Então, quero aconselhar aos líderes que é preciso que o líder cristão desenvolva em sua
vida pessoal e ministerial, os aspectos de liderança que Jesus deixou como exemplo no
ensino através do caráter. E esse caráter é desenvolvido no cristão de maneira geral de
forma de progressão, e se plenificará na parousia, volta de Cristo.
Como se estuda a priori “Jesus proferiu o sermão para aqueles que já eram seus
discípulos... O alto padrão que estabeleceu só é apropriado para tais pessoas...” 130 Com
127 Conforme João 3.
128 CONCEIÇÃO, Eurípedes da Conceição – Ensinando através do Caráter, página 83.
129 CONCEIÇÃO, Eurípedes da Conceição – Ensinando através do Caráter, página 84.
130 STOTT, John W.W. – A Mensagem do Sermão do Monte, página 17.
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isso não podemos afirmar que os líderes não estão isentos de errar. Mas, o que se exige
“é uma decisão pessoal da parte de quem quer fazer a vontade de Deus. Deixa, sem
dúvida, aberta a possibilidade de se cometerem erros, pois não é perfeccionista. O erro
cometido, contudo, não deve levar o errado ao desespero”. 131
Com isso a intenção do coração de desenvolver o caráter de Cristo. E como diz as
escrituras: “Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o
Justo”. 132
3.2. O ENSINAMENTO PARA UM LAR ABENÇOADO:
No crescimento em seu lar Jesus se institui a ponto de ser chamado de mestre até
mesmo por homens instruídos doutores da lei. Em uma linguagem mais atual, alguém
poderia dizer que Jesus foi um “menino de sorte” porque sua primeira escola foi o seu
próprio lar. Sua base para crescer em sabedoria e graça foi seu pai e sua mãe. Maria, sua
mãe, foi chamada de bem-aventurada e cheia de graça aos olhos do Pai (Lucas 1.28), e,
José, seu pai, foi chamado de justo (Mateus 1.19). Seu lar era bem ajustado, de pessoas
tementes a Deus e trabalhadores e sua educação certamente teve base religiosa,
profissional e ético-moral.
No episódio em Jesus ainda bem jovem foi ao templo, deixou os líderes “boquiabertos”
com sua sabedoria das doutrinas da lei. Segundo comentário de Conceição em seu livro
Ensinando Através do Caráter:
É no seio da família que o ser humano recebe os primeiros inputuseducacionais destinados a formar o seu caráter. É nela que ele aprende aslições básicas de como viver em sociedade, as primeiras noções sobre Deus, erecebe os ensinamentos e valores que formam o caráter cristão.133
No comentário de Conceição, que trabalha neste tópico que o caráter da pessoa
normalmente é formado primeiramente no seio da família. Os valores que formam o
caráter cristão formados no convívio da família tanto para o bem quanto o mal. Caso os
pais não investam na educação e formação dos seus filhos, trabalhando na formação de
um bom caráter e educando-os para o bem, automaticamente estarão educando-os para o
131 MIRANDA, Osmundo Afonso – Estudos Introdutórios nos Evangelhos Sinóticos, página 360.
132 Conforme I João 2.1
133 CONCEIÇÃO, Eurípedes da – Ensinando Através do Caráter, página 22.
49
mal, devido à sua influência negativa. Ainda neste paragrafo deste tópico, Conceição
cita, na verdade, a opinião de Elaine Cruz, em seu livro A difícil Arte de Criar Filhos,
que mostra em ênfase como funciona a família na formação do caráter e qual o seu
papel. Ela diz que:
A família ocupa um lugar privilegiado no plano divino.... Ela é o elo entre oindivíduo e a sociedade, e transmite a cultura, o modo de vida, e oscomportamentos do grupo social. A família é formadora do sujeito; eladetermina, em parte, o desenvolvimento e organiza a vida efetiva e social dacriança... que se desenvolve, se capacita e se forma sempre se espelhando nosque a cercam.134
O escritor Meier, comenta em seu livro A Educação à Luz da Pedagogia de Jesus, ele
enfatiza como o comportamento dos pais de Jesus o ajudou em sua caminhada para
cumprir sua missão:
... O amor e a justiça o acompanharam desde a mais tenra idade no ninhoacolhedor da família. Até completar 30 anos, Jesus pôde consolidar sua opçãode vida graças ao ambiente familiar que lhe possibilitou as saúdes interior eexterior necessários. A família lhe possibilitou a “inteireza do ser”.135
Na composição de escrita deste tópico o que podemos perceber é que ministério docente
de Cristo se insere principalmente nos lares. A começar pelo seu próprio lar, como já
citado anteriormente, onde Jesus Cristo deu seu exemplo de bom filho, respeitador e
submisso e ensinável.136 Em Lucas 2.52 está escrito que Jesus Cristo crescia em
conhecimento, estatura e graça.
André Luiz Ramos em seu livro Educação Cristã no Lar, comenta está passagem da
seguinte forma:
No evangelho de João lê-se: “Ao cair da tarde naquele dia, o primeiro dasemana, trancadas as portas da casa onde estavam os discípulos com medodos judeus, veio Jesus, pôs-se no meio deles e disse-lhes: paz, sejaconvosco”. O ensino de Jesus não aconteceu dentro de um espaço vazio, mascomeçou no lar, aonde o próprio Cristo retornou para revalorizá-lo. Elesempre procurou honrar o lar com suas costumeiras visitas e é provável quenessas visitas Ele não poderia deixar de ensinar. Ele começou o ensino noslares a partir do próprio exemplo que deu como filho amoroso e obediente(Lc. 2.51), e responsável (João 2.1-11 e 19.26, 27). Pode-se tambémencontrá-lo no lar de Betânia, onde esteve ensinando (Lucas 10.38-42) e os
134 CONCEIÇÃO, Eurípedes da – Ensinando Através do Caráter, página 22 op cit CRUZ, Elaine – ADifícil Arte de Criar Filhos, páginas 33, 42.
135 CONCEIÇÃO, Eurípedes da – Ensinando Através do Caráter, página 22.
136 Texto de referência, Evangelho de Lucas 2.51.
50
discípulos no caminho de Emaús (Lucas 24.13-32).137
Ramos trabalha a questão do ensino de Jesus no lar desde a sua gênese, destacando sua
instrução ético-moral herdada de seus pais. A percepção da cultura de Cristo é
demonstrada numa festa de casamento em Cana da Galileia indo ao encontro das
necessidades imediatas e urgentes (João 2.1-11), sinalizando que “ele não veio para tirar
a alegria e o prazer dos seres humanos, ”138 mas, sim, identificar-se ao máximo com os
seres humanos em sua encarnação. Jesus veio trazer alegria de uma vida plena, cheia de
amor, justiça e paz. Um amor pleno e verdadeiro sem interesses.
Na narrativa de João em que Jesus transformou água em vinho não era um mero
milagre, mas o marco inicial de seu ministério ali fortalecendo os laços de um
casamento, o embrião de uma família. Com essa ação em seu ministério ele estava
sinalizando que veio para restaurar a estrutura do lar. Que o lar é um lugar que a alegria
deve estar presente.
De acordo comentário de Hendriksen,139 “o vinho era um elemento indispensável à
alimentação” 140 pois o caráter do sinal de Jesus é a “honra aos laços matrimoniais” 141
Destaca que o próprio testemunho de João (3.29), coloca Jesus como noivo que tem a
noiva.142 Que por sua encarnação ligado à sua busca para um perfeito relacionamento
com a noiva, que é a igreja, santa e abençoada. De acordo com os comentários de
escritor posso acrescentar que a proposta do ensinamento de Cristo nos lares tem como
base fundamental a reconstrução dos princípios elementares da família criada segundo o
padrão perfeito de Deus e não o padrão inserido nos meios de comunicação da
atualidade, que vivemos. O padrão atual vem tentar desconstruir tudo que Deus criou
em sua obra de perfeição na criação do homem e sua família.
Na narrativa do Evangelista Lucas, quando Cristo visitou o lar de Maria e Marta,
reconstrói os valores importantes na vida do ser humano como o conhecimento
137 RAMOS, André Luiz – Educação Cristã no Lar, página 46.
138 HENDRIKSEN, William – Comentário do Novo Testamento: João, página 162.
139 HENDRIKSEN, William – Comentário do Novo Testamento: João, página 157.
140 Textos de referência: Gêneses 14.18; Números 6.20; Deuteronômio 14.26; Neemias 5.18; Mateus11.19.
141 HENDRIKSEN, William – Comentário do Novo Testamento: João, página 161.
142 HENDRIKSEN, William – Comentário do Novo Testamento: João, página 161.
51
libertador. Não se fala do que Jesus estava conversando com Maria, mas somente que
ela estava aos pés de Jesus recebendo ensinamentos. Um ensino libertador, como Cristo
sempre ensinava. 143 Ainda nesta passagem é revelada, quando Marta indaga Jesus sobre
o comportamento da irmã, Jesus a confronta de uma maneira muito amorosa dizendo:
“Marta, Marta... uma coisa só é necessária; e Maria escolheu a boa parte, que não lhe
será tirada. ”
Conforme escrito na narrativa de João 4.34, Jesus declara que a sua comida consiste em
fazer a vontade do Pai. Ao mesmo tempo, nos escritos de João 6.35 Jesus declara que é
o pão da vida. Só ele alimenta de verdade. Somente Ele sacia completamente a fome e a
sede das pessoas que se achegam a Ele. E Maria se coloca humildemente aos pés de
Jesus para se alimentar do pão que sacia a fome de verdade. Ela quer receber de Jesus o
verdadeiro ensino libertador. Ela não faz acepção de pessoas. Não tem preconceito. Seu
ensino liberta o homem do pecado e da morte eterna.
Mais um episódio na narrativa do Evangelho de Marcos importante de se citar é quando
um chefe da sinagoga, chamado Jairo,144 pede a Jesus que cure sua filha de uma
enfermidade mortal. Jesus é interrompido no meio do caminho pela multidão que o
espremia, que é o episódio da cura da mulher com o fluxo de sangue.
O Evangelista Marcos declara que, enquanto Jesus falava, alguns da casa de Jairo,
disseram que a Filha já havia morrido.145 Jesus, então, disse a Jairo: “Não temas, crê
somente” 146 Vai à casa de Jairo, e, no aconchego do seu lar manda que todos saiam e
fique somente Jairo e sua esposa no quarto, e os que vieram com Jesus. Jesus toma
menina que tinha doze anos pela mão e manda que se levante. A menina imediatamente
coloca-se de pé e começa a andar. Daquele momento então Jesus não estava apenas
fazendo um simples milagre, mas Cristo estava ensinando através de sua atitude.
Provavelmente chama Jairo e sua esposa para entram para o lar e começa a ensinar
sobre vários aspectos da vida da menina e sua convivência no lar.
143 Relato do Evangelho de Lucas 10.38-42.
144 Relato do Evangelho de Marcos 5.21-24.
145 Relato do Evangelho de Marcos 5.35.
146 Relato do Evangelho de Marcos 5.36.
52
Jesus liberta de dentro para fora através de seu ensino. Começa no lar para desencadear-
se no imenso mundo da sociedade. Cristo começou sua obra e seu ministério de
Liderança como docente no próprio lar, onde é obediente aos seus pais e também os
ensina. Percorre as aldeias e diversos povoados visitando outros lares para ensinar com
o propósito de ser um líder que veio para libertar de forma exclusiva. Quando se assenta
para ensinar uma mulher, está incluindo-a no contexto da sociedade alguém que se quer
era contado (Mateus 14.21).
Com respeito disso, Conceição cita Barclay, em seu livro The Letters to the Galatians,
que diz:
Os judeus tinham um baixo conceito a respeito de família. As mulheres ecrianças não eram contadas. A esposa não tinha qualquer direito: vivia sob ocontrole total do marido e o divórcio era permitido. Mas apesar disso osjudeus tinham um elevado padrão de fidelidade conjugal em comparação comos gentios. 147
John R. Sttot, em seu livro A Mensagem de Efésios, ensina algumas verdades acerca do
ensinamento de Jesus a respeito sobre a família:
À luz do ensino de Jesus e dos seus apóstolos, podemos afirmarconfiantemente e repetir pelo menos três verdades relevantes: primeiro, adignidade da condição da mulher, da criança e do servo; em segundo lugar, aigualdade diante de Deus de todos os seres humanos, independente da raça,de posição, de classe, de cultura, de sexo ou idade, porque todos são feitos asua imagem; e a unidade ainda mais profunda de todos os crentes cristãos,como membros em comum da família de Deus do corpo de Cristo. 148
Jesus ensina às pessoas, mesmo indiretamente a perceberem os sinais do Reino de Deus
através dos seus ensinamentos nos lares.
João Batista veio como precursor de Jesus para converter os corações dos pais aos filhos
e dos filhos aos pais, e, acrescenta o evangelho de Lucas149 para converter os
desobedientes à prudência dos justos.
Como bem expressa a palavra “precursor” Jesus veio e deu continuidade a este
ministério com seu ensino, com vista à restauração do relacionamento familiar, visto
que plenificará esse relacionamento quando vier e buscar a sua amada igreja.
147 CONCEIÇÃO, Eurípedes da – Ensinando Através do Caráter, página 22 op cit BARCLAY, Willian –The Letters to the Galations and Ephesians.
148 STOTT, John R. – A Mensagem de Efésios, página 61.
149 Conforme o Evangelho segundo Lucas 1.17.
53
Há como ver a sociedade bem estruturada se não for por meio da restauração dos
princípios da família? Para responder essa pergunta é preciso ver que Jesus começa seu
ministério na família resgatando os princípios de respeito e unidade, e fazendo nova
leitura dos princípios utilizados para os que eram menosprezados. Contudo isso, o
ensino de Jesus no que tange a família não ficou limitado às paredes do lar. Jesus
também estruturou seu ensino através de outras formas, como por exemplo no Sermão
do Monte.
3.3. JESUS ENSINA NO SERMÃO DO MONTE:
Jesus ensinou o Sermão do Monte, registrado no Evangelho segundo Mateus, é com
certeza o maior sermão de Jesus registrado nos Evangelhos. Certamente o que é
registrado em Mateus é mais completo para analisar e discutir o que se propõe neste
capítulo.
Para que possa ficar bem claro neste trabalho acadêmico, é que não se pretende fazer
uma análise profunda, mas o que é pertinente de Mateus ou Lucas, ou em qual dos
lugares foi pregado este Grande Sermão de Jesus Cristo. Se foi na montanha como
registra Mateus ou se foi numa planície como se registra em Lucas, o objetivo desta
obra é analisar e pesquisar os valores do ensino de Jesus Cristo no Sermão do Monte
registrado em Mateus.
Quero destacar um primeiro aspecto importante uma questão: Como se comprova que
Jesus exerceu seu modelo de liderança no Sermão do Monte? E através da sugestão
deste aspecto surgi outro ponto interessante: Qual era o ensinamento de Jesus Cristo no
Sermão do Monte? Nesse registro revela algum princípio de Liderança?
O Sermão do Monte é uma coletânea de vários ensinamentos que Jesus apresentou em
seu ministério. É um texto riquíssimo para se tratar assunto por assunto. Mas o que esse
trabalho de pesquisa propõe é fazer uma análise simplificada dos ensinos de Jesus
Cristo no Sermão do Monte. Que nos leva a entender melhor sobre o assunto do
Liderança Centrada em Cristo.
54
Santo Agostinho comenta em seu livro O Sermão do Monte diz:
Quem quiser meditar com a piedade e recolhimento o sermão que nossoSenhor Jesus Cristo pronunciou na montanha, tal como lemos no Evangelhosegundo Mateus, encontrará aí, creio eu, um programa perfeito da vida cristãdestinado à direção dos costumes. Ousamos fazer tal afirmação, semtemeridade, pois nos baseamos nas próprias palavras do Senhor. Comefeito, ... A conclusão deste sermão (7.24-27), ... Ele declara se encontraremaí todos os preceitos necessários à perfeita vida cristã.150
O texto mencionado por Agostinho é do homem sensato, que ouve estas palavras de
Jesus e as põe em prática, e, que não é levado por tempestades, porque sua casa foi
construída em fundamento sólido; e, do homem insensato que ouve, mas não coloca em
prática estas palavras de Jesus, onde sua construção acontece na areia e a tempestade
derruba tudo.
Segundo Agostinho comenta, estas minhas palavras, expressão o ensinamento que nosso
Mestre Jesus realmente gostaria que fosse colocado em prática na vida de Liderança dos
seus discípulos. Declara de forma expressa que “essas palavras pronunciadas na
montanha contém uma doutrina de tal maneira perfeita para o dirigir a vida cristã, que
aqueles cujo intento seja toma-las como norma de vida, como razão, serão comparados
ao homem que edifica sua casa sobre a rocha”151 Agostinho ainda afirma que o Sermão
do Monte “contém todos os preceitos da perfeição, próprios a guiar a vida cristã”152
Na pesquisa feita pelo autor da obra, entende-se que Agostinho vê o Sermão do Monte
como um guia da vida cristã para aqueles que querem tomá-lo como norma de vida.
Podemos visualizar claramente, que, segundo ele, o Sermão do Monte é um guia de
caráter cristão. Já Emment Fox, em seu livro O Sermão da Montanha diz:
... A mensagem que Jesus trouxe tem um valor único porque é a verdade e aúnica declaração perfeita da natureza de Deus e do homem, da vida, domundo e das relações que existem entre eles. Mas do que isso, veremos queos seus ensinamentos não são um simples cômputo abstrato do universo, oque teria pouco mais do que um mero interesse acadêmico, mas constituemum método prático para desenvolver a alma transformar nossas vidas enossos destinos naquilo que realmente queremos que eles sejam.153
O comentarista citado acima Emment, apesar de uma linha teológica não corresponder
150 AGOSTINHO, Santo – O Sermão do Monte, página 23.
151 AGOSTINHO, Santo – O Sermão do Monte, página 23-24.
152 AGOSTINHO, Santo – O Sermão do Monte, página 24.
153 FOX, Emment – O Sermão da Montanha, página 12.
55
totalmente ao cristianismo, refere algumas verdades quando diz que os ensinos de Jesus
não se tratam de teologia, mas de espiritualidade e metafisica.154 Fox ainda diz que Jesus
Cristo “desencorajava observâncias exteriores e, também às regras e aos
comportamentos rígidos de qualquer espécie” 155 Segundo ele, Jesus insistiu num certo
“espírito na conduta dos homens, e teve o cuidado de ensinar apenas princípios, sabendo
que, quando o espírito está certo, os detalhem se encaminham por si mesmos e que,
realmente, ‘a letra mata, mas o espírito vivifica’, como ficou mostrado pelo triste
exemplo dos fariseus”.156
Continuando ainda com o mesmo comentarista Fox, que apresenta que Jesus tem a
preocupação com as tomadas de decisões. Segundo ele, em essência, o que Jesus
ensinou foi que o ser humano vive em consciência de suas escolhas. Que o ser humano
determina sua própria vida.157 Fox continua dizendo que a verdade não muda, e que
“Jesus resumiu essa verdade, ensinou-a completa e integralmente e, acima de tudo,
demonstrou-a em sua própria pessoa.158 Entende-se que o Sermão do Monte como uma
série de conferências, ou sermões, que se entenderam, provavelmente, por vários dias.
Jesus já havia aproveitado para sistematizar sua mensagem, para proclamar aquilo que é
pertinente à vida do ser humano.159
Portanto, Fox traduz o Sermão da Montanha como um guia para quem deseja ser bem-
sucedido. Para ele o ser humano pode mudar sua vida e modificar-se partir de um
envolvimento maior com o Sermão da Montanha, e, ter saúde e paz de espírito e
desenvolvimento espiritual, que Jesus mostra claramente em seu ensino do Sermão do
Monte. 160
Como contribuição modesta o autor dessa monografia, comenta o grande ensinamento
de Jesus de Nazaré não é simplesmente uma preocupação com a conduta ética e moral
154 FOX, Emment – O Sermão da Montanha, página 13.
155 FOX, Emment – O Sermão da Montanha, página 16
156 FOX, Emment – O Sermão da Montanha, página 16.
157 FOX, Emment – O Sermão da Montanha, página 22.
158 FOX, Emment – O Sermão da Montanha, 1938 página 23.
159 FOX, Emment – O Sermão da Montanha, página 23.
160 FOX, Emment – O Sermão da Montanha, página 23.
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do ser humano. Ver-se-á abaixo como os outros autores se posicionam a esse respeito.
J. Jeremias, em seu livro O Sermão da Montanha diz: “O Sermão da Montanha possui
uma estrutura bem clara. Seu tema acha-se exposto em Mateus 5.20 ‘Se vossa justiça
não for maior que a dos escribas e fariseus, não entrareis no Reino dos céus’161. Ele
considera como introdução Mateus 5. 3-19 e como enunciado do tema Mateus 5.20.
Depois diz que ‘a primeira parte do Sermão da Montanha mostra a controvérsia de Jesus
e os teólogos sobre a interpretação das Escrituras em Mateus 5. 21-48, em suas seis
grandes antíteses: eu, porém vos digo...”. 162
J. Jeremias continua dizendo que, na segunda parte (Mateus 6. 1-18), Jesus se opõe à
justiça dos fariseus, e, essencialmente, a esmola, a observância das três horas de oração
e o jejum que caracterizavam esses piedosos grupos leigos. 163
A última parte, segundo J. Jeremias, expõe a nova justiça dos discípulos de Jesus.
Segundo este autor, “O tema desta didaquê tripartida é, portanto, o comportamento do
cristão em oposição ao dos seus contemporâneos judeus. ”164
J. Jeremias diz que se descobre no “Sermão da Montanha” uma coleção de palavras de
Jesus com a finalidade parenética (visando à formação cristão), o que permite concluir
que este Sermão era utilizado na instrução de catecúmenos ou na doutrinação dos recém
batizados. ” 165 Ele concluiu de modo muito importante que: “se o Sermão da Montanha
é um catecismo para uso dos aspirantes ao batismo ou dos neófitos, é necessário que
alguma coisa o tenha procedido. O que o procedeu foi a proclamação do Evangelho; o
que o procedeu foi a atração vitoriosa da Boa-nova, foi a conversão”. 166
De acordo com a pesquisa do autor, percebe-se que na interpretação de J. Jeremias, o
Sermão da Montanha compõe-se de uma coletânea de ensinamentos de Cristo, que
caracterizam numa didaquê para a igreja primitiva. É o querigma de Jesus que se
161 JEREMIAS, J. – O Sermão da Montanha, página 38.
162 JEREMIAS, J. – O Sermão da Montanha, página 38-39.
163 JEREMIAS, J. – O Sermão da Montanha, página 39.
164 JEREMIAS, J. – O Sermão da Montanha, página 39.
165 JEREMIAS, J. – O Sermão da Montanha, página 39.
166 JEREMIAS, J. – O Sermão da Montanha, página 40.
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transforma na didaquê da igreja do primeiro século.
Em A Mensagem do Sermão do Monte, John W. W. Stott diz que “o Sermão do Monte
descreve arrependimento (metanóia, total transformação da mente) e a retidão, que
fazem parte do Reino; isto é, descreve como ficam a vida e a comunidade humana
quando se colocam sob o governo da graça de Deus”. 167
Segundo Stott, o Sermão do Monte, é uma contracultura cristã. Que confronta os
conceitos da ideologia religiosa da época. Stott escreve que Jesus sempre coloca os
discípulos em contraposição com algumas comunidades de indivíduo. 168
Seja quando confrontado os gentios em suas vãs repetições, sempre ressaltando “vós,
porém não orareis assim”, contrastando o comportamento dos discípulos que não
deveria ser igual, seja quando utiliza o exemplo dos hipócritas religiosos que gostavam
de ser vistos e condecorados, e Jesus diz aos discípulos: tu, porém não farás assim”. 169
Stott diz que “não há dúvida de que o principal objetivo de Jesus ao subir uma colina ou
montanha para ensinar era fugir das ‘numerosas multidões’ ... Jesus precisava fugir, não
só para ter uma oportunidade de ficar sozinho e orar, mas também para dar uma
instrução mais concentrada aos seus discípulos. 170
Stott continua seu discurso acerca do Sermão do Monte afirmando Jesus como um
Mestre. Diz ele: “... Jesus assentou-se, assumindo aposição de rabi ou legislador, e seus
discípulo aproximaram-se dele para aprender seus ensinamentos. Então ele passou (uma
expressão que indica a solenidade do seu pronunciamento) a ensiná-lo”. 171
No pensamento de Stott, verifica-se as implicações do Sermão do Monte. As
declarações são implicações práticas para o cristianismo hoje. Mas que, resumidamente
expressam a mensagem do Sermão do Monte, sobre o que Jesus queria ensinar aos seus
discípulos, e que posteriormente, foi sintetizado no evangelho de Mateus para a
catequese da igreja do primeiro século.
167 STOTT, John W. W. – A Mensagem do Sermão do Monte, página 5.
168 STOTT, John W. W. – A Mensagem do Sermão do Monte, página 3-5.
169 STOTT, John W. W. – A Mensagem do Sermão do Monte, página 3-5.
170 STOTT, John W. W. – A Mensagem do Sermão do Monte, página 6.
171
58
Stott resume desta forma:
O caráter do cristão (5.3-12) – As bem-aventuranças enfatizam oito sinais deconduta e do caráter cristãos, especialmente em relação a Deus e aos homens,e as bênçãos divinas que repousam sobre aqueles que externam estes sinais.A influência do Cristão (5.13-16) – As duas metáforas de sal e luz indicam ainfluência que os cristãos devem exercer para o bem da comunidade semantiverem o seu caráter distinto, conforme descrito nas bem-aventuranças.A justiça do cristão (5.17-48) – Jesus deu seis ilustrações desta justiça cristãmelhor... Em cada antítese rejeitou a acomodada tradição dos escribas,reafirmou a autoridade das Escrituras do Velho Testamento e apresentou asdecorrências plenas e exatas da lei moral de Deus.
Ele continua dizendo ainda que:
A piedade do cristão (6.1-18) – Em sua “piedade” ou devoção religiosa, oscristãos não devem se acomodar nem com o tipo de hipócrita dos fariseus,nem com o formalismo mecânico dos pagãos. A piedade cristã deve-sedestacar acima de tudo pela realidade, pela sinceridade dos filhos de Deusque vivem na presença do seu pai celestial.
A ambição do cristão (6.19-34) – Os cristãos devem ficar livres destasansiedades materiais egocêntricas e, em lugar disso, devem dedicar-se àexpansão do governo e da justiça de Deus... A nossa ambição deve ser aglória de Deus.
No dizer de Stott:
Os relacionamentos do cristão (7.1-20) – Quando nos relacionamosdevidamente com Cristo, os nossos demais relacionamentos são todosafetados... Assim não devemos julgar o nosso irmão, mas servi-lo, (1-5) ...Evitar oferecer o Evangelho aquele que decididamente o rejeitam, (6) ...Continuar orando ao nosso Pai celestial (7-12) e tomar cuidao com os falsosprofetas, que impedem muita gente encontre a porta estreita e o caminhodifícil (13-20).
Uma desejável dedicação cristã (7. 21-27) - ... Não basta chama-lo de“Senhor” (21-23) ou ouvir seus ensinamentos (24-27) A questão básica é ...só que obedece a Cristo como Senhor é sábio... está edificando sua casa sobreo alicerce da rocha, que as tempestades da adversidade e juízo não sãocapazes de solapar. 172
Portanto, segundo John Stott, é possível obedecer às palavras de Jesus no Sermão do
Monte somente ao discípulo de Jesus, que a graça de Deus já opera em seu coração.
Ainda com respeito a esse assunto, Osmundo Afonso Miranda, em seu livro Estudos
Introdutórios nos Evangelhos Sinóticos, diz que “o material do Sermão da Montanha
encontrado em Mateus 5. 21-48; 6.1-18, etc. Trata de conduta cristã, quer tenha tido
dado por Jesus, quer tenha sido formulado pela igreja primitiva. ” 173
172 STOTT, John W. W. – A Mensagem do Sermão do Monte, página 11-13.
173 MIRANDA, Osmundo Afonso – Estudos Introdutórios nos Evangelhos Sinóticos, páginas 350-351.
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Miranda continua dizendo:
Note-se que o Sermão não despreza a lei, mas não é um legalismo. Nem éuma casuística, no sentido de cada caso e situação é claramente descrito oudeterminado. Exige uma decisão pessoal da parte de quem quer fazer avontade de Deus. Deixa, sem dúvida, aberta a possibilidade de se cometeremerros, pois não é perfeccionismo. O erro cometido, não deve levar o errado apdesespero. 174
O que se percebe no comentário de Miranda é que ele caracteriza o Sermão do Monte
como um tratado de conduta cristã. Que o homem ou mulher pode, por uma decisão
pessoal, cumprir as exigências feitas por Jesus nesse sermão. Como ele mesmo se
referiu, quer seja uma elaboração de Jesus ou da igreja primitiva.
Conforme comentário de Wilson Souza Lopes em seu livro Aos Pés de Jesus – O
Sermão do Monte para o 3 Milênio, faz algumas declarações importantes sobre o
conteúdo de ensino de Jesus no Sermão do Monte. Diz Lopes que “Mateus condena
nesses capítulos (5-7) os ensinos de Jesus, procurando mostrar aos judeus que Jesus é o
Messias da palavra e o Messias da ação” 175
Lopes faz uma boa citação de C. H. Dodd que diz: “O conteúdo do ensino de Jesus,
mostra que nos primórdios do Cristianismo o conteúdo tinha dupla forma, ou seja,
proclamando e ensinando, também entendidos teologicamente como kerigma e
didaquê”. 176
Lopes concorda com J. Jeremias, quando diz que o tema está exposto em 5.20. Lopes
continua dizendo que depois da introdução Jesus debate com os “teólogos” a respeito da
hermenêutica das Escrituras nas suas grandes antíteses177 – eu, porém vos digo.
Lopes ainda diz: “Em seguida, ele impõe novo conceito de justiça, oposto à justiça dos
fariseus, em relação as esmolas, à oração e ao jejum, e, ao final, apresenta aos discípulos
a justiça do Reino”.178
174 MIRANDA, Osmundo Afonso – Estudos Introdutórios nos Evangelhos Sinóticos, página 360.
175 LOPES, Wilson de Souza – Aos Pés de Jesus – O Sermão do Monte para o 3 Milênio, página 43.
176 LOPES, Wilson de Souza – Aos Pés de Jesus – O Sermão do Monte para o 3 Milênio, página 43 opcit DODD, C. H. – The Apostolic Preaching and its Devolopments, Londres, 1936.
177 LOPES, Wilson de Souza – Aos Pés de Jesus – O Sermão do Monte para o 3 Milênio, página 44.
178 LOPES, Wilson de Souza – Aos Pés de Jesus – O Sermão do Monte para o 3 Milênio, página 44.
60
Lopes conclui essa parte dizendo: “Destarte, é óbvio que o ensino pretende a instrução e
a forma dos súditos do Reino dos Céus. Os grandes valores do Reino teriam de ser
inculcados. O processo de inculcação dos grandes valores era de ordem pedagógica e
isso não pode ser diferente hoje”.179
Destarte, percebe-se que, com respeito à conduta cristã, todos os autores concordam que
o ensino de Jesus é caracterizado por uma doutrina que conduz ao comportamento
perfeito do cristão, naquele período, pela igreja do primeiro século.
Assim, como já foi citado, Agostinho diz que o Sermão do Monte é “um programa
perfeito de vida cristã destinado a direção dos costumes”. 180 Fox também concorda com
este aspecto quando diz que: “Jesus insistiu num certo “espírito na conduta dos
homens”.181
Comentando sobre a justiça dos escribas e dos fariseus J. Jeremias diz este sermão
revela a nova justiça dos discípulos de Jesus (Mateus 6. 19; 7.27). Segundo este autor,
“O tema desta didaquê é, portanto, o comportamento do cristão em oposição ao dos seus
contemporâneos judeus”.182
Stott continua nesta concepção de interpretação dizendo que o Sermão do Monte
descreve como ficam a vida a comunidade humana quando se colocam sob o governo da
graça de Deus. 183 Descreve neste sentido, como fica o caráter daquele que obedece estas
palavras de Jesus, ou seja, como Jesus mesmo compara, é como o homem sensato
constrói sua casa na rocha. Em comum acordo Miranda concorda dizendo que “o
material do Sermão da Montanha encontrado em Mateus 5. 21-48; 6.1-18; etc. trata de
conduta cristã”. 184 Por último, Lopes conclui essa parte dizendo: “Destarte, é óbvio que
o ensino pretende a instrução e a formação dos súditos do Reino dos Céus”. 185
179 LOPES, Wilson de Souza – Aos Pés de Jesus – O Sermão do Monte para o 3 Milênio, página 44.
180 AGOSTINHO, Santo – O Sermão da Montanha, página 23.
181 FOX, Emment – O Sermão da Montanha, página 16.
182 LOPES, Wilson de Souza – Aos Pés de Jesus – O Sermão do Monte para o 3 Milênio, página 44.
183 STOTT, John W.W. – A Mensagem do Sermão do Monte, página 5.
184 MIRANDA, Osmudo Afonso – Estudos Introdutórios nos Evangelhos Sinóticos, página 350-351.
185 LOPES, Wilson de Souza – Aos Pés de Jesus – O Sermão do Monte para o 3 Milênio, página 44.
61
Vê-se que, em comum acordo, os autores concordam que os ensinamentos de Jesus do
Sermão do Monte são princípios de conduta para a vida dos cristãos. É um absurdo
teológico e, não se deseja entrar nesses méritos, dizer que Jesus deu ordenanças ali quer
não tinha cabimento de o ser humano cumprir. É o mesmo que dizer que Deus é maluco.
Pois não tem cabimento dar ordens que não se pode cumprir.
O que se deve analisar é o que Miranda escreve. Segundo ele as ordenanças de Jesus no
Sermão do Monte são para serem observadas sim, mas isso não quer dizer que o ser
humano está isento de erros, pois o que se ensina não é o perfeccionismo. 186
Se o Sermão do Monte tem essa característica de ensinar os cristãos do primeiro século
a como se comportarem diante da lei do Senhor, estudar-se-á outro tema oriundo dos
comentários os teólogos acima, sobre a Liderança Centrada em Cristo que se
desenvolve no seu ensino de caráter.
3.4. AUTORIDADE: IMPORTANTE ATRIBUTO PARA OS OFICIAIS DA IGREJA:
O modo como termina o Sermão do Monte revela um dos maiores princípios de
Liderança. Diz o texto: “Quando Jesus acabou de proferir estas palavras, estavam as
multidões maravilhadas da sua doutrina; porque ele as ensinava como quem tem
autoridade e não como os escribas”. 187
Esta frase é fenomenal para a pesquisa que se propõe. Um dos princípios mais
importantes da Liderança é atributo a Jesus nesta passagem que foi citada. Atribui a
Jesus a autoridade para falar. Este é um dos princípios mais importantes da Liderança da
Igreja. Há diversos exemplos de comentários que falam a respeito sobre o assunto da
autoridade na liderança e na maior parte das vezes os autores divergem em sua opinião
sobre autoridade de poder.
Comentando sobre essa distinção, Eugene B. Habeker, em seu livro Redescobrindo a
Alma da Liderança, faz citação o comentário de Charles Colson que diz:
Poder e autoridade não podem ser confundidos. Poder é a habilidade deimpor fins ou propósitos ao mundo. Autoridade não é apenas o poder (força),mas o direito de influir nas intenções. O poder geralmente mantido na força
186 MIRANDA, Osmundo Afonso – Estudos Introdutórios nos Evangelhos Sinóticos, página 360.
187 Conforme Evangelho de Mateus 7. 28-29.
62
bruta; a autoridade brota de uma base moral. 188
É importante descrever nesta monografia o comentário de Habecker que cita em seu
livro que ele faz de Pascale e Athos que vale a pena destacar:
A imagem mais comum do verdadeiro líder é a que retrata o estilo de um“grande discípulo”, que atua com a benção e o consentimento de seusdiscípulos e é capaz de influenciá-los por atender suas necessidades epreocupações. Poder, nesse contexto, significa a capacidade de conseguir ascoisas, de gerar recursos, e recorrer ao que for necessário para atingir osobjetivos. O poder está, portanto, mais próximo do ‘comando” do que da“dominação” ou do “controle”. 189
Acima foram feitas duas citações e pode-se perceber uma diferença de interpretação. A
de Colson, poder de autoridade. A outra, de Pascale, e Athos, aproxima poder à
interpretação que Colson dá a autoridade. Essa interpretação de poder de Colson não
está vinculada à postura de Jesus. Jesus não utiliza o poder de forma opressora ou como
quem dá ordens para suprir suas necessidades pessoais. Jesus, antes de tudo, está
preocupado com as reais necessidades das pessoas que se achegam a ele.
Por uma outra cosmovisão, a interpretação de Pascale e Athos está bem clara e é que
Jesus trabalhava em sua liderança. Jesus não utilizava o poder para mandar em
ninguém. Jesus não usava o poder para controlar ou dominar uma situação ou alguém.
No livro de Habecker, há também uma citação bem interessante de Gardner, referida em
seu livro Leadership and Power, que traz um trecho de Acton que diz: “O poder tende a
corromper, o poder absoluto corrompe de modo absoluto”.190
Gardner sustenta que, ao contrário de muitas pessoas dizem sobre o poder, interpretam
erroneamente o texto de Acton. Dizem que o “poder corrompe” em vez de o “poder
tende a corromper”. 191
A pessoa que é um verdadeiro líder usa o poder e a autoridade com cuidado e de modo a
188 HABECKER, Eugene B.- Redescobrindo a Alma da Liderança, página 35 op cit COLSON, Charles,Who Speaks for God? Crossway Books, 1985, página 40.
189 HABECKER, Eugene B. Redescobrindo a Alma da Liderança, página 35 e 36 op cit, PASCALE,Richard T. e ATHOS, Anthony – The Art of Japanese. New York: W Books, 1981, página 246.
190 HABECKER, Eugene B. Redescobrindo a Alma da Liderança, página 34 op cit, GARDNER, JohnW. – Leadership and Power. Washigton, D.C.: Independent Secort, 1986; página 3.
191 HABECKER, Eugene B. Redescobrindo a Alma da Liderança, página 34 op cit, GARDNER, JohnW. – Leadership and Power. Washigton, D.C.: Independent Secort, 1986; página 3.
63
contento, que quer dizer, da maneira que venha a satisfazer as necessidades reais do
todo o grupo. Para comentarista Gardner, que finaliza com as seguintes palavras:
“Quando os líderes responsáveis são privados do poder, os liderados também perdem o
poder”. 192 Os líderes devem se colocar na representatividade de seus liderados. Quando
o líder tem boas intenções, os liderados são supridos em suas principais necessidades.
Mas, infelizmente quando é o contrário o líder é privado de suas responsabilidades e
fica m suas funções, aqueles a quem lidera ficam privados em suas necessidades.
Na ficção de O Monge e o Executivo, de James Hunter, há também uma definição de
poder e autoridade. Diz assim:
Poder: é a faculdade de forçar ou coagir alguém a fazer sua vontade, porcausa de sua posição ou força, mesmo que a pessoa preferisse não fazer.Autoridade: A habilidade de levar as pessoas a fazerem de boa vontade o quevontade o que você que quer por causa de sua influência pessoal. 193
Entendendo a interpretação do comentarista Hunter, autoridade e poder são distintos.
Ele desenvolve a liderança de modo que o poder é a força e a autoridade sendo a
capacidade de influenciar as pessoas a fazerem de boa vontade.
A definição do comentarista Youssef, também de poder em seu livro O Estilo de
Liderança de Jesus:
Quando me refiro a poder, estou pensando na capacidade de influenciar ouinduzir o comportamento de outros. Há duas espécies de poder, humanamentefalando: O poder, da posição refere-se à influência que o líder tem, queresulta da sua posição na igreja, nos negócios ou na família. O poder pessoalé exercido através do carisma, da personalidade ou da capacidade do líder. 194
Segundo Youssef o poder pessoal é a capacidade de motivar as pessoas a fazerem o que
se deseja pela influência. A influência será alcançada pela confiança que os liderados
têm no líder. Um dos exemplos citados foi o presidente Franklin Roosevelt com sua
célebre frase: “Não temos nada a temer a não ser o nosso próprio medo. ”195 Continua
192 HABECKER, Eugene B. Redescobrindo a Alma da Liderança, página 34 op cit, GARDNER, JohnW. – Leadership and Power. Washigton, D.C.: Independent Secort, 1986; página 3.
193 HUNTER, James C. – O Monge e o Executivo: uma História sobre a Essência da Liderança, página26.
194 YOUSSEF, Michael. O Estilo de Liderança de Jesus, página 93-94.
195 YOUSSEF, Michael. O Estilo de Liderança de Jesus, página 94.
64
dizendo que “com a força da sua personalidade, transferiu ao seu país no futuro”. 196 A
interpretação de Youssef encaixa com o que Hunter e Colson escrevem sobre a
autoridade.
Se faz uma distinção segundo as interpretações de Colson e de Hunter entre o poder e
autoridade. Essa distinção, está para o mal-uso do poder. As interpretações de Gardner,
Pascale e Athos trazem uma definição de poder diferenciado o lado bom e o lado ruim
do poder.
O poder em suma não é ruim. O problema não está no poder, mas no mau uso do poder.
Quando alguém chega ao cargo de Gerência em uma empresa tem o poder de decisão
em suas mãos. O poder de fazer as coisas como deseja, usando o poder tanto para o bem
quanto para o mal.
Na vida de uma pessoa se o poder é usado como força para obrigar a fazer o que se
quer, agindo sobre pressão como demissão, deve-se haver entre o poder e autoridade. A
diferença na boa liderança é o uso correto do poder e a autoridade, conforme Jesus o
Grande Líder faz o uso correto da autoridade e poder que lhe foram perdoados
confiados.
Na narrativa do Evangelho de Mateus, certa vez Jesus disse ao paralítico: “estão
perdoados os teus pecados”. Ao ser indagado sobre quem lhe deu autoridade para lhe
perdoar os pecados, Jesus cura aquele homem, que segue andando para casa. A seguir
Jesus diz que o milagre feito: “para que saibais que o Filho do homem tem sobre a terra
autoridade para perdoar pecados”. 197
Em outro episódio, na narrativa nos Evangelhos, Jesus demonstra autoridade e poder
contra o demônio na cidade de Cafarnaum. 198 Jesus não diz nada a respeito de si, mas o
evangelho de Lucas diz que todos ficaram grandemente admirados e comentavam entre
si sobre a autoridade e poder que saíra da sua boca.
Quando Jesus perdoa os pecados daquele que o busca, Jesus está se importando como o
196 YOUSSEF, Michael. O Estilo de Liderança de Jesus, página 94.
197 Conforme o Evangelho de Mateus 9.1-8.
198 O Texto de referência: Lucas 4. 31-37.
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que realmente tem importância. Pois o pecado faz separação entre a humanidade e
Deus199, e, quando Jesus ressuscita leva com ele toda a iniquidade daquele que confessa
o seu nome e vive na comunhão da luz, e o seu sangue purifica de todo o pecado. 200
Após o evento da Ressureição Jesus diz: Toda autoridade me foi dada no céu e na terra.201 E depois de dizer estas palavras, envia os discípulos a proclamarem por todas as
nações batizando em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
A autoridade e poder concedidos a Jesus são usados para satisfazer as necessidades de
todos os que precisam de sua intervenção. Quando Jesus reivindica sua autoridade não
faz como quem deseja obrigar alguém a fazer o que ele quer, nem como quem deseja
estar pela simples motivação do poder. Ao contrário, ele deseja suprir as necessidades
daquele que busca com fé: “vendo-lhes a fé”. 202
4. LIDERANÇA DE CRISTO NO SERVIÇO
A marca principal de destaque no ministério de Liderança de Cristo sem dúvidas foi o
serviço. Cristo veio a esse mundo desenvolver seu ministério através do serviço para
construir relacionamentos. Em Mateus 20.28 diz que: ”o Filho do homem não veio para
ser servido, mas para servir e dar a sua própria vida em resgate por muitos”.
Jesus nos apresenta um exemplo de líder, que é de grande importância entre os
discípulos, o líder apresentado como servo. Entre os discípulos no corpo de Cristo os
líderes não estão acima, não são governantes, mas servos, que não são servidos, mas
199 Conforme Isaías 59.2
200 Conforme I João 1.7
201 Texto de referência: Mateus 28.18-20.
202 Conforme Mateus 9.2.
66
servidores. Se quisermos compreender a natureza e a função da liderança na igreja,
precisamos levar a sério o exemplo de líder como servo integralmente. O servo é aquele
que está entre, não acima daqueles que lideram.
Jesus está mostrando qual é a característica da missão que veio realizar. A sua missão,
ao contrário do que pensava os judeus, não tinha cunho governamental, no sentido de
ser Jesus um rei que conquistaria uma hegemonia para o povo.
Ao nascer de uma família humilde em uma manjedoura emprestada, sendo filho de um
carpinteiro e de uma simples “dona de casa”, Jesus sofre a rejeição dos mestres da lei
que não admitem ser ele o “rei dos judeus”. Interessante pensar na obra e vida de Jesus,
demonstra que seu reinado é de serviço e que sua missão na terra irá muito além do que
uma simples conquista territorial.
Em um modesto e simples comentário do autor da monografia, o que Jesus estava para
fazer nenhum outro homem nesta terra e no universo poderia fazer em seu lugar. No
Novo Testamento declara: “Portanto há um só Deus um só mediador entre Deus e os
homens, Cristo Jesus, homem”. 203 Declaro que só Jesus poderia cumprir essa missão um
relacionamento consubstancial204 entre o Pai e o Filho: como Ele mesmo diz: “eu estou
no Pai e ... o Pai está em mim”. 205
Exclusivamente Jesus, e somente ele poderia salvar a humanidade da perdição eterna.
Salvar o homem da separação de Deus, pois como diz o profeta: “Mas as vossas
iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus”. 206 Portanto, o que Jesus veio
fazer é uma libertação integral. Veio transformar a história da humanidade, tornando o
ser humano mais humano, através da vivencia na prática de construção de
relacionamentos com os homens na terra.
O autor deste trabalho em sua opinião modesta, conforme o estudo analisado durante a
obra cita que em todo tempo Jesus realiza o chamado de Deus mostrando através do
serviço e motiva os seus discípulos a caminharem nesse sentido. Certo momento da vida
de Jesus é interpelado por Thiago e João se podiam se sentar um à direita e outro à
203 Texto escrito em I Timóteo 2.5;
204 Este termo significa segundo João Calvino, nas Institutas, volume 2, página 57-58, que o Filho éconsubstancial ao Pai, o que quer dizer da mesma substancia, da mesma essência. Segundo Calvino trata-se da unidade de essência e propriedades diversas.
205 Texto de Referencia: João 14.11;
206 Conforme o texto de referência de Isaías 59.2.
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esquerda, e, Jesus falando sobre as autoridades dos governadores, que tem domínio
sobre eles, responde: “Mas, entre vós não será assim; pelo contrário, quem quiser
tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro
dentre vós, será servo de todos”.207
O autor deste trabalho cita O Novo comentário da Bíblia, editado por F. Davison “Jesus
estava preocupado com Sua Paixão, sabendo os que seriam colocados a sua esquerda e a
sua direita dentro em breve”. 208 Mas os discípulos só conseguiam olhar para as coisas
terrenas. O Novo Comentário da Bíblia completa de forma esplêndida:
Jesus os toma à parte novamente para recapitular a lição (Marcos 9.33) eexplica-lhe, nos termos mais simples a diferença essencial entre a grandezado mundo e do espírito. No mundo os homens de todos os tempos e de todosos séculos procuram sua satisfação em governar para conseguir sua própriavantagem. No Reino de Deus, a verdadeira grandeza se exibe em humildade eserviço voluntário. 209
Conforme o tema deste trabalho que é proposto, uma Liderança Centrada em Cristo
termina sua prédica quanto ao serviço se colocando em primeiro lugar como líder/servo
e diz: “Pois o próprio Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a
sua vida em resgate por muitos.
Entretanto, para se falar do serviço da liderança de Cristo é preciso entender,
primeiramente, qual a definição de serviço e qual a origem dessa palavra. Segundo o
Dicionário Vine210 a palavra serviço, é um substantivo que vem da origem grega da
palavra transliterada diakonia. É encontrada em Romanos 15.31 como “administração”
e em Lucas 10.40 como serviços”.
Para também se traduzir a palavra serviço existem outras palavras que são transliteradas
no grego. Uma delas é leitourgia que é traduzida na epistola de Paulo aos I Coríntios
por serviço como “administração” “para suprir as necessidades dos santos”; em
Filipenses 2.17 é traduzida como “serviço a fé” 211
Mais uma palavra que vem do grego é a palavra latreia, que é cognato de latreuõ, que
significa “serviço contratado”, que é usado como o “serviço” de Deus com relação ao
serviço sagrado (Hebreus 9.1); também conota o “serviço” inteligente dos crentes ao
207 Conforme texto de referência bíblica de Marcos 10. 35-44.
208 DAVIDSON, F. – O Novo Comentário da Bíblia, página 1010.
209 DAVIDSON, F. – O Novo Comentário da Bíblia, página 1010.
210 VINE. W. E. UNGER, Merril F., WHITE JR, Willian – Dicionário Vine, página 990.
211 VINE. W. E. UNGER, Merril F., WHITE JR, Willian – Dicionário Vine, página 990.
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apresentarem o corpo a Deus, em sacrifício vivo (Romanos 12.1). 212
O verbo designado para servir é uma palavra derivada do substantivo diakonia que tem
como transliteração a palavra grega diakoneo que significa “ministrar”, “auxiliar”,
“prestar qualquer tipo de serviço”, “servir” (conforme nos mostra o evangelho de Lucas
10.40; 12.37; 17.8; 22.26; 22.27;). 213
Mais algumas palavras são utilizadas neste trabalho acadêmico pelo autor, para designar
o verbo servir, como por exemplo a palavra grega douleuõ. Que dentre as traduções tem
como significado “servir como a palavra grega doulos”, ou seja, escravo; primeiramente
a Deus, e a impossibilidade de servir a Mamon (conforme Mateus 6.24; Lucas 16.13;
Romanos 7.6); na Epistola de Paulo (conforme Filipenses 2.22); servindo ao Senhor
(Atos 20.19; Romanos 12. 11); escravo da lei de Deus (conforme Romanos 7.25) e
dentre outros significados servos uns aos outros pelo amor (conforme Gálatas 5.13).214
No Novo Testamento é utilizado a palavra grega latreuõ que significa “trabalhar por
aluguel”. Significa também “adorar, servir, ” é utilizada último sentido com o sentido de
serviço: a Deus (conforme Mateus 4.20; Lucas 1.74); a Deus e a Cristo (conforme
Apocalipse 22.3); no Tabernáculo (conforme Hebreus 8.5; 13.10). 215
E fechando essa série de palavra, o autor desta monografia, demonstra a última palavra
para o verbo servir na língua grega é hipereteõ que tem como tradução “servido”, tem
como base o serviço que Davi prestou, que durou por um tempo, em contraste com o
ministério de Jesus Cristo, que não houve corrupção, e, Deus o ressuscitou para ser o
Eterno, (conforme Atos 13. 36).216
O Dicionário da Bíblia, tem como significado ministro. Refere-se também aos
discípulos que assistiam a Jesus como ministros (Lucas 1.2; Atos 26.16). Este termo se
refere ao serviço prestado a alguém com o fim de auxilia-lo, de servir.
O autor desta pesquisa percebe que Jesus irá ora utilizar o termo diakonia e em outras
passagens hy’ peretes. Mas o que o autor pretende neste trabalho de monografia é ver
como foi o desenvolvimento da liderança de Jesus no aspecto serviço, e, quais as suas
implicações para os seus discípulos e mais tarde na compreensão da igreja.
212 VINE. W. E. UNGER, Merril F., WHITE JR, Willian – Dicionário Vine, página 990.
213 VINE. W. E. UNGER, Merril F., WHITE JR, Willian – Dicionário Vine, página 991.
214 VINE. W. E. UNGER, Merril F., WHITE JR, Willian – Dicionário Vine, página 991.
215 VINE. W. E. UNGER, Merril F., WHITE JR, Willian – Dicionário Vine, página 991.
216 VINE. W. E. UNGER, Merril F., WHITE JR, Willian – Dicionário Vine, página 991.
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Concluindo essa introdução deste capítulo a intenção do autor desta monografia é
mostrar quais sãos os aspectos principais de uma liderança servir nos relacionamentos?
Como Jesus desenvolveu sua liderança através do serviço? Porque a pessoa que ocupa a
posição de liderança precisa servir? Respondendo essas questões, a pesquisa dará início
esclarecendo que para servir é preciso servir nos relacionamentos.
4.1. LIDERANÇA CRISTÃ, SERVE NOS RELACIONAMENTOSPor que afirmar que Jesus serve enquanto se relaciona? Sem construção de
relacionamentos em nossa vida não há como servir e principalmente na vida ministerial
e de Liderança. As pessoas não servem a coisas, e sim a pessoas. Contudo se torno
muito importante a declaração de Meier que comenta sobre Jesus ensina através do
encontro, “motivando pela lógica do amor.217
Continua o comentarista Meier, declarando que “Jesus não alimenta o pessimismo e
muito menos e crítica pela mera crítica, mas o objetivo de Jesus é captar as condições
em que a vida se encontra para melhor colocar-se a serviço”. 218
No texto da narrativa do Evangelho de João 5.1-18, conta-se a história de um homem
enfermo a trinta e oito anos, que estava em Jerusalém, no tanque de Betesda, onde uma
vez por ano o anjo descia em certo tempo agitando a água, e, o primeiro que
conseguisse se jogar no tanque ficava curado. Jesus chega perto desse homem e lhe faz
uma pergunta: “Queres ser curado? ”. E o enfermo conta-lhe que não tem ninguém para
ficar esperando com ele para o colocar no tanque quando a água é agitada. Então Jesus
diz aquele homem: “Levanta-te, toma o teu leito e anda”. Aquele homem na mesma
hora levantou-se e ficou curado.
O autor da monografia escrita comenta de forma modesta que ao fazer uma leitura do
texto acima citado pode-se falar que Jesus é o líder que serve, e cura aquele homem.
Mas o evangelista é claro em colocar no verso nove, que aquele dia era sábado. Qual
seria o mal em se realizar uma cura no dia do sábado?
Não há nenhum tipo de problema nessa questão para os ocidentais, porque para os
judeus que zelavam pelo cumprimento da lei, não era permitido fazer nada no sábado.
Os judeus ficavam irritados com a ação de Jesus e o perseguiram porque ele fazia estas
coisas no dia do sábado. Mas Jesus lhe respondeu: “Meu Pai trabalha até agora e eu
trabalho também”.
O comentarista Hendriksen, em seu comentário de João, declara que Jesus ao ver esse
217 MEIER, Celito – A Educação à Luz da Pedagogia de Jesus de Nazaré, página 45.
218 MEIER, Celito – A Educação à Luz da Pedagogia de Jesus de Nazaré, página 45.
70
homem, está olhando com os olhos de simpatia, sondando a própria alma dele,219
Hendriksen a respeito do sábado diz:
Em vez dos judeus entenderem esse dia como um dia de consagração especialpara a prática de obras pela salvação que Deus lhe havia dado, eles o veemcomo um dia para interromper todo o trabalho ordinário com o objetivo debuscar a salvação que seria dada a todos os que merecessem. Para eles osábado, significava inatividade; para Cristo, ele significava trabalho. Paraeles, o sábado representava sofrimento; para Cristo, descanso. Na visão deles,o homem foi feito para o sábado; na de Jesus, o sábado foi feito para ohomem. 220
No texto da narrativa do Evangelho de Marcos 2.27 Jesus diz que sábado foi
estabelecido por causa do homem e não ao contrário. Segundo Youssef, Jesus rompe
com o costume do tempo.
Aos olhos dele, Jesus havia cometido um dos piores pecados. Havia violado alei do Sabath, e eles não podia deixar passar em branco uma coisa dessa.Jesus tentou mostrar-lhe a diferença entre fazer bom uso das regras e abusardelas, entre ajudar as pessoas e escravizá-las, e aproveito a ocasião parainformar os seus ouvintes do seu relacionamento exclusivo com o Pai. 221
Continuando o comentário de Youssef, Jesus em seu relacionamento exclusivo com o
Pai e faz questão de dizer que “... se o Pai trabalha até agora, eu também trabalho”.
Nos textos dos Evangelhos de Lucas e Mateus, Jesus Cristo acrescenta uma história
perguntando qual deles, se uma ovelha cair numa cova, não fariam todo esforço para
tirá-la dali. Então, sabiamente, Jesus lhes responde: “Oram, quanto mais vale um
homem do que uma ovelha? Logo, é lícito, no sábado, fazer o bem”. 222
Jesus valoriza a vida mais do que as tradições. Em alguns momentos ele usa a expressão
“eu, porém vos digo”, dando uma nova interpretação à lei e demonstrando que a
importância da lei da vida.
O comentarista Youssef diz a esse respeito: “O Estilo de Liderança de Jesus coloca as
pessoas em primeiro lugar e os regulamentos em segundo. As necessidades humanas
vêm primeiro, as tradições depois. O Reino de Deus vem primeiro e tudo mais vem
depois” 223 Em seu relacionamento com as pessoas, Jesus andava pelas ruas, conversava
com as pessoas, gastava tempo servindo no relacionamento com as pessoas. Outro
exemplo da mulher do fluxo de sangue que toca na orla da veste de Jesus. Em meio a
uma multidão que o apertava e o empurrava, Jesus sente que foi tocado de um modo
219 HENDRIKSEN, William – Comentário do Novo Testamento: João, página 254.
220 HENDRIKSEN, William – Comentário do Novo Testamento: João, página 254.
221 YOUSSEF, Michael – O Estilo de Liderança de Jesus, página 61.
222 Conforme Mateus 12. 11-12.
223 YOUSSEF, Michael – O Estilo de Liderança de Jesus, página 65.
71
diferente.
O comentarista e escritor Hendriksen, em seu comentário de Marcos, diz que o fato que
aconteceu é que alguém tocou Jesus intencionalmente. Acrescenta que aquela mulher
não tocou apenas com os dedos, mas com a fé e esperança de ser curada, e com certeza
não passaria desapercebido por Jesus uma vez que ele se importava com a fé das
pessoas.224 O comentarista Meier também faz um comentário desta passagem relatando
que Jesus tocas nas pessoas e é tocado por elas. Ao ser tocado por aquela mulher, Jesus
assimila as suas condições de vida. Meier diz que:
A pedagogia de Jesus é a pedagogia do encontro, motivado pela lógica doamor. É somente na lógica do amor é que podemos compreender a expressãode Jesus diante da mulher do fluxo de sangue: “Quem tocou na minha roupa?” (Marcos 5.30) diante de uma multidão que esbarrava nele e o empurrava, oMestre diz: “Quem tocou em minha roupa? ”. Vejam ao sentir-se tocado édiferente de perceber empurrões. Diante da violência, da omissão, do corre-corre cotidiano sem direção, podemos não nos sentir tocados. 225
O autor deste trabalho, objetiva-se em escrever que Jesus sempre atende às necessidades
reais das pessoas, e quando se relaciona com elas descobre a ansiedade de todos que se
achegam para tocá-lo e serem tocados por Ele.
No evangelho de Marcos 6.30-44 está relatado da primeira multiplicação de pães e
peixes. O texto sagrado diz que Jesus olhou para as multidões e compadeceu-se.
Hendriksen afirma que a palavra usada para compadeceu-se em grego é traduzida,
literalmente, por “tocado em suas entranhas” ou “em seu íntimo”. Hendriksen ainda faz
a afirmação em seu comentário que diz:
Em sua mente, ele sonda o coração deles. Ele os entende. Ele assume, em seucoração, os pesos de seus fardos. Ele a ama. Com sua vontade, ele removesuas aflições. Ele a cura. Na pessoa de Jesus, a simpatia não é somente umsentimento; é também um mover compassivo, que se reflete em ações úteis.É, tanto quanto possível, uma identificação. Não é apenas uma emoção, masuma obra; ou melhor, uma série de obras. Ele ensina, cura e alimenta amultidão.226
O autor desta monografia nesta citação quer que o leitor observe que na pessoa de Jesus
na obra de Deus é completa. É holística, como se pode perceber no comentário de
Hendriksen, trabalha o ser humano de forma integral: fisicamente, intelectualmente e
espiritualmente.
Jesus se retira para repousar e é interrompido por uma massa carente de pessoas. Jesus
encarnou e viveu como homem, suportando as dores como ser humano. Sentiu-se
224 HENDRIKSEN, William – Comentário do Novo Testamento: Marcos, página 268.
225 MEIER, Celito – A Educação à Luz da Pedagogia de Jesus de Nazaré, página 45.
226 HENDRIKSEN, William – Comentário do Novo Testamento: Marcos, página 321.
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penalizado com a situação daquele povo em busca de uma liderança que suprisse suas
reais necessidades.
Meier diz que na vida do líder:
Há cansaço, sim! Expressão de compromisso libertador, contudo, cansaçonão pode ser sinônimo de pessimismo, desistência, frustação. A tarefa éárdua; não é de resultado imediato. Na verdade, o que parece um casuloestático e morto é a própria vida em processo de metamorfose. Sendo oprocesso longo e nas estratégias de longo alcance, a mobilização, precisa serimediata, mas sem pressa que tudo atropela. Mas do que a pressa em quererchegar, o importante é o horizonte para o qual nossos passos, guiados comdiscernimento, hão de nos levar. É preciso pensar o processo e repensar amaneira de pensar.227
O líder necessita de descanso para seu corpo, porém, deve ter em mente que a sua tarefa
não pode ser adiada, pois não lidamos com coisas, mas com pessoas de “carne e osso”,
com necessidades reais a serem supridas.
No período que Cristo viveu em seu exemplo de liderança, aquelas pessoas que o
seguiram estavam sem rumo. Não tinham um pastor que as conduzissem em suas vidas
com honestidade, amor, cuidado e autoridade. Neste caso, Jesus se compadece delas e
supre as suas reais necessidades, que certamente, não era o pão material que alimenta
temporariamente. Além do pão material, Jesus dá também o alimento espiritual de suas
vidas.
A pessoa do líder que desejar ter uma liderança bem-sucedida deve utilizar o exemplo
de Cristo para servir enquanto se relaciona, com as pessoas. Deve se preocupar com as
mais simples e complexas necessidades da vida das pessoas, ou seja, daqueles que estão
à sua volta e não deve deixar o desanimo interferir em sua missão.
O comentarista e escritor Youssef, diz que: “Assumir o ‘comando’ é apenas um dos
aspectos que compõem a liderança, porque os verdadeiros pastores e líderes servem e
dão tudo de si mesmos. 228 O líder deve fazer tudo para que na comunhão com as
pessoas possam desenvolver sua liderança servil.
4.2. LIDERANÇA CRISTÃ, HUMILDADE PARA O SERVIÇO.Para se obter uma Liderança Centrada na humildade no servir, é imprescindível
entender e aplicar na prática o exercício do serviço na humildade. O nosso grande líder
Jesus Cristo nos ensina e incentiva a aprender com Ele que é manso humilde de coração
(Mateus 11.29) Segundo Wilkes: “Aprendemos a humildade da mesma forma que
aprendemos da vida cristã: seguindo a Jesus”. Wilkes diz:
Você não deve espantar-se com a relação entre serviço e humildade. Uma
227 MEIER, Celito – A Educação à Luz da Pedagogia de Jesus de Nazaré, página 85.
228 WILKES, C. Gene – O Último Degrau da Liderança, página 60.
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gera a outra. Ambas beneficiam os outros e não você mesmo. O serviçogenuíno – um ato iniciado para o benefício de alguém oculto da audiência –sempre levará a humildade.229
The Signature of Jesus, de como desenvolver a humildade. Ele diz:
Aprendemos humildade diretamente do Senhor e de tudo o que ele desejaensinar-nos. Na maioria das vezes aprendemos humildade mediante ahumilhação. O que é humildade? É a compreensão plena e a aceitação do fatodo que dependo totalmente do amor e da misericórdia de Deus. Ela cresce amedida de que nos despojamos de toda auto-suficiência. A humildade não éobtida repetindo frase de piedade. Ela é a realidade pela mão de Deus. É Jónovamente no monturo, à medida que Deus nos lembra de que ele é a nossaúnica força e verdadeira esperança.230
Wilkes diz que um dos meios mais eficazes de desenvolver a humildade é servir a
outros.231 Wilkes cita também o comentário de Richard Foster que diz: “A graça da
humildade é trabalhada em nossa vida mediante a disciplina do serviço, mais do que
qualquer outro meio”. 232 Wilkes completa dizendo: “Servir a outros é dentre todas as
coisas espirituais clássicas a que mais promove o crescimento da humildade”.233
Acerca da humildade e serviço Haggai234 diz que aprendemos acerca da humildade
através de Jesus em seu ensino, exemplo e caráter. O líder transparente e humilde,
reflete em seu ministério a pessoa de Cristo. Quando a pessoa de Cristo não é revelada
no seu ministério parece o eu, que na verdade, conforme Efésios 2.10 é vangloria, e
Deus não divide sua glória com ninguém235, por que tudo o que temos e somos vem de
Deus e por sua maravilhosa graça e não temos de que nos gloriarmos.
A esse respeito Youssef diz o seguinte:
Todo talento e capacidade é dom de Deus, João se expressou muito bemsobre isso: “O homem não pode receber cousa alguma se do céu não lhe fordada” (João 3.27). Ele sabia que ter vindo como precursor de Jesus não tinhasido iniciativa sua; Deus o tinha dotado para essa missão. Conscientizar-nosde que só temos capacidade de liderança porque Deus no-la deu, torna-nosmais humildes. 236
Se alguém se glória glorie-se na cruz de Cristo. 237 Aquele que se inspira na Liderança de
229 WILKES, C. Gene – O Último Degrau da Liderança, página 60.
230 WILKES, C. Gene – O Último Degrau da Liderança, página 60.
231 WILKES, C. Gene – O Último Degrau da Liderança, página 60.
232 WILKES, C. Gene – O Último Degrau da Liderança, página 60.
233 WILKES, C. Gene – O Último Degrau da Liderança, página 60.
234 HAGGAI, John – Seja um Líder de Verdade, página 95.
235 Conforme Isaías 42. 8;
236 YOUSSEF, Michael. O Estilo de Liderança de Jesus, página 25.
237 Texto escrito na 2 Epistola de Paulo aos Coríntios 10.17
74
Jesus apaga sua autoimagem para que Jesus brilhe através da sua vida, como o apóstolo
Paulo diz: não sou mais eu quem vive, mas, Cristo vive em mim. 238
Haggai diz que nada pode tirar o foco da atenção de Jesus Cristo, atraindo a atenção das
pessoas para aquele que está na liderança, pois “é desagradável a Deus e viola a
humildade. Promove a presunção e dá projeção à vaidade”.
Haggai239, continua dizendo:
Não pode haver amor genuíno sem humildade. Porque Deus “O Alto,Sublime... o qual tem o nome de Santo” (conforme Is. 57.15) habita ocoração humilde. Agostinho disse que, em importância, a humildade é aprimeira, a segunda e a terceira. O líder humilde está mais perto de alcançaros seus objetivos. Seu objetivo é beneficiar a todo grupo, e não o seuengrandecimento pessoal. A alegria do líder humilde é ver o grupo caminhare atender as suas reais necessidades. O líder que quer ser igual a Cristo orapedindo a Deus humildade e busca, pois sabe que ela é uma característica quepróprio Cristo demonstrou e que espera que os seus seguidores a possuamtambém. A humildade favorece a serenidade. Atividades frenéticas causamincertezas, angústias e medos. Em contraste o líder humilde mostraserenidade e equilíbrio. Está ocupado demais servindo ao se semelhante comtoda humildade para se preocupar com ofensas reais ou imaginárias. 240
Ser humilde não é estar fechado aos novos conhecimentos. As pessoas confundem o ter
com o ser humilde. Não podemos confundir humildade com pobreza, falta
conhecimentos.
Algumas pessoas até se expressam mal quando dizem: “ aquela pessoa não tem muitos
recursos financeiros. Ela é uma pessoa muito humilde”, considerando que a humildade
daquela pessoa é o ter e não o ser. Humildade não é um estado na vida, mas uma
condição interior.
Segundo o comentário de Haggai, “a humildade guia o sucesso... O sucesso é uma meta
legítima. Deus recomendou a Josué que meditasse na palavra dia e noite, para que
tenhas o cuidado de fazer tudo quanto nela está escrito; então farás prosperar o seu
caminho e serás bem-sucedido” (conforme Josué 1.8). 241
A humildade faz reconhecer que a fraqueza. Isso facilita abrir os horizontes para a vida.
Muitos pensam que a limitação é algo depreciativo do ser humano. Quando se
reconhece a limitação, acende-se a luz da sabedoria no intelecto, que faz perceber que
há muito mais para se conhecer do que os meros olhos orgulhosos podem enxergar.
Percebendo a limitação consegue-se entregar um profundo conhecimento que antes não
238 Texto escrito na Epistola de Paulo aos Gálatas 2.20
239 HAGGAI, John. Seja Um Líder de Verdade, página 97.
240 HAGGAI, John. Seja Um Líder de Verdade, página 98-99.
241 HAGGAI, John. Seja Um Líder de Verdade, página 101.
75
podia ver como os olhos vidrados no seu eu.
Ser humilde não tem nada a ver com a imagem que com a imagem que fazem da
humildade. A pessoa conhece suas limitações, mas sabe quem é. Sabe quais são as suas
qualidades. Sabe se impor com autoridade e dizer quem é.
Jesus soube ser humilde, e, quando precisou, se impor com autoridade. “Quem dizes
quem eu sou. Chama-me de Mestre e bem dizeis porque eu sou”.
Paulo também se impôs quando alguns queriam obriga-lo a seguir um regime antigo da
lei para os novos crentes em Cristo, como a circuncisão, por exemplo, e ele mostrou
pelas qualidades de religioso ele poderia ainda mais se apoderar da lei do que qualquer
daqueles que ali estavam.242
Haggai diz que: “O ponto a se lembrar é que a humildade não leva à supressão de nossa
personalidade e ao abandono de metas conquistadas. Nem sufoca a liderança. Ao
contrário, a humildade é o meio pelo qual podemos desenvolver a nossa personalidade,
e atingir, com o poder de Deus, as metas que Ele nos deu e ampliar nossa liderança”. 243
Portanto, é possível desenvolver a humildade? Há, no entanto, alguns paradoxos. Se se
falar de humildade a pessoa torna-se menos humilde, como desenvolver a humildade?
Primeiramente, é preciso desenvolver a humildade. Deve-se conhecer os meios que
levam à humildade. Concentrar-se na humildade como um fim em si mesma é cultivar a
falsa humildade.
Segundo o comentarista Haggai, é preciso que a humildade seja desenvolvida
indiretamente.244 É preciso que os caminhos que levam à humildade estejam impressos
em nossa mente.
Os caminhos para desenvolvimento da humildade devem ser expressos em nosso
cotidiano. Não se podem fazer as coisas para parecer humilde. Isso é falsa humildade,
que o próprio Cristo condenou e disse que as pessoas que assim procedem já receberam
sua recompensa. 245 Deve-se conhecer o que é ser humilde e como se desenvolve a
humildade, para depois reproduzi-la com naturalidade.
O Livro Seja um Líder de Verdade, de Haggai apresenta seis meios de se desenvolver a
humildade. Primeiramente, deve-se entronizar Cristo no coração. Se Cristo vive no
242 Conforme Filipenses 3.4-6.
243 HAGGAI, John. Seja Um Líder de Verdade, página 102.
244 HAGGAI, John. Seja Um Líder de Verdade, página 102.
245 Conforme o texto do Evangelho de Mateus 6.2,5.
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coração do líder, a humildade brotará nele na proporção de nossa entrega pessoal e ele.246 Entende-se que o desenvolvimento do caráter de Cristo na pessoa do líder. Haggai
continua a chamar atenção à obediência a Cristo. “Se me amais guardareis os meus
mandamentos”. (João 14.15). No Evangelho de João diz que Jesus é o exemplo de
humildade e diz que os seus discípulos devem imitá-lo.247
Mais um conceito importante de se destacar sobre o desenvolvimento da humildade é
assumir a atitude e o comportamento de uma criancinha. Cristo disse que o ideal de
discípulo era igual a uma criancinha. A criança é confiante e inocente, e não arrogante.
Sabe que os outros são mais importantes do que ela, mas possui crença firme em sua
própria capacidade de fazer as coisas. A criança é obediente. 248
O quarto meio é seguir o exemplo de Jesus Cristo em oração. 249 Cristo ensinou aos seus
discípulos a simplicidade e a humildade da oração. E o que lhes ensinou também
praticou. Frequentemente se retirava para um lugar afastado para orar, submetendo-se, o
Filho, a Deus o Pai.250
Na oração sincera e humilde o líder se esvazia de si mesmo e mostra que é dependente
de Deus. Jesus se humilhou na presença de Deus, o Pai, para fazer um pedido: se
possível for que passe de mim este cálice.
Uma quinta consideração diz que o líder que deseja desenvolver a humildade deve
seguir o exemplo de Cristo nas relações pessoais.251 Cristo mostrou humildade também
por sua simpatia com as criancinhas, e com os indivíduos de modestas condições que
lhe rogaram auxílio. Demonstrou uma apreciação por uma pequena oferta e pelo
simples serviço (no Evangelho de Mateus 10.42).
Não se pode esquecer que Jesus também se relacionava com os ricos da mesma forma
que se relacionava com os pobres.
Em último lugar, o líder que deseja buscar a humildade deve servir os outros252 Jesus
lava os pés dos discípulos; inclinou-se sobre um poço para pedir água à uma samaritana;
246 HAGGAI, John. Seja Um Líder de Verdade, página 102.
247 Texto de referência no Evangelho de João 13.15;
248 HAGGAI, John. Seja Um Líder de Verdade, página 104.
249 Textos de referência nos Evangelhos de Marcos 1. 35; 6.46; Lucas 6.12.
250 HAGGAI, John. Seja Um Líder de Verdade, página 104.
251 HAGGAI, John. Seja Um Líder de Verdade, página 105.
252 HAGGAI, John. Seja Um Líder de Verdade, página 106-108.
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passou a noite na casa de Simão; caminhou com os pés doloridos.
O autor desta monografia tem o objetivo de fazer o leitor entender, então, que a
humildade não é um fator nato. É desenvolvida desde o nascimento até a morte. A
melhor maneira de se desenvolver a humildade é através do caráter de Jesus.
Desenvolvendo-se o caráter de Jesus na vida do líder, naturalmente este estará
desenvolvendo a humildade. Estará se colocando a serviço do outro, e favor do seu
próximo, em amor irá até as últimas consequências.
4.3. LIDERANÇA CRISTÃ, SERVE AO PAI CELESTEJesus não veio ao mundo aleatoriamente, mas com um propósito de vida preordenado
pelo Pai. Ford escreve a esse respeito o seguinte comentário:
Nossas palavras refletem nosso caráter, e no caso de Jesus, aquele sensointerior de destino aparece no uso frequente das frases, “eu fui enviado”, e euvim”. O evangelho de João escolhe, especialmente, a ideia de enviar: Aminha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou, e realizarsua obra; a obra de Deus é esta: que creias naquele que por ele foi enviado;assim como o Pai me enviou, eu também vos envio (João 4.34; 6.29; 20.21).Estas são as palavras de alguém que está diligenciando uma visão e nãosimplesmente passando pala vida.253
Jesus se submete à vontade do Pai. Ele mesmo diz que o Filho nada pode fazer de si
mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo o que este fizer, o Filho
semelhantemente o faz.254 Ele não foi forçado a cumprir a missão que o Pai lhe
diligenciou, mas o fez voluntariamente. João Calvino diz que: “Foi Jesus Cristo que, em
sua humanidade, quis manifestar-se como servo, submetendo-se a Deus, seu Pai”.255
Ford diz que a autoridade de Jesus Cristo como líder está fundamentada por ter sido
enviado como Filho de Deus, subjugando-se à missão do Pai”. 256 George McDonald diz
que esse assunto:
Os verdadeiros líderes cristãos são pessoas movidas no caminho de Deus, notempo de Deus; não porque tem imaginado isto, mas porque foram arrastadospara isto. Os líderes mais fortes são aqueles que receberam uma forteafirmação de sua própria personalidade de modo libertador, não apenas paraliberar uma causa, mas também para servir a outros.257
wilkes258 diz que a liderança cristã para Jesus estava centralizada no serviço. Jesus
jamais serviu a si mesmo. Ele sempre estava preocupado em servir àquele que o enviou.
253 FORD, Leighton. Jesus: O Maior Revolucionário, página 66.
254 FORD, Leighton. Jesus: O Maior Revolucionário, página 66.
255 CALVINO, João. As Institutas, volume 2, página 42.
256 FORD, Leighton. Jesus: O Maior Revolucionário, página 38-40.
257 FORD, Leighton. Jesus: O Maior Revolucionário, página 38.
258 WILKES, C. Gene – O Último Degrau da Liderança, página 22.
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Acerca disso Wilkes declara:
Num primeiro momento, Jesus liderou como servo do Pai celestial, o qual lhedera a missão. Se observarmos a vida de Jesus de um nível mais elevado,veremos que tudo que Ele fazia estava a serviço da missão. Sua missãopessoal era servir, não à sua própria vontade, mas à vontade do Pai. Jesusdisse: “Porque eu desci lá do céu, não para fazer a minha própria vontade; e,sim, a vontade daquele que me enviou” (João 6.38).259
Conquanto, Jesus nesta passagem citada por Wilkes completa o desejo ou missão de
Deus, concluindo que a vontade de Deus é que nenhum se perca daqueles que o Pai os
deu, mas que todos os que virem o Filho do homem e crerem no seu nome tenham a
vida eterna.260
O interesse de Cristo era fazer simplesmente a vontade do Pai Celeste. Jesus obbeceu
totalmente se Pai de forma que a carta aos Hebreus diz que Ele aprendeu pela
obediência. O texto na integra diz assim:
Ele Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor elágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte e tendo sidoouvido por causa da sua piedade, embora sendo Filho, aprendeu a obediênciapelas coisas que sofreu e, tendo sido aperfeiçoado, tornou-se o autor dasalvação eterna para todos que lhe obedecem, tendo sido nomeado por Deussumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque.261
Habecker comentando esta passagem diz que Cristo foi perfeito porque em tudo foi
obediente ao Pai. Mesmo sofrendo, Jesus continuou obediente até a morte. O que o faz
perfeito Mestre e discipulador.262
Em outro momento muito importante Jesus não negocia a sua missão. Na passagem de
Mateus 4.1-4, quando o tentador se aproxima de Jesus, depois de quarenta dias em
Jejum, e lhe propõe que transforme as pedras em pães, para que se confirmasse que Ele
era o Filho de Deus, Jesus responde com um categórico “não” e se reporta a palavra
dizendo: “Não só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que procede da Deus”.
Com isso Jesus deixa bem claro que não veio para fazer a sua vontade, mas para
obedecer aquele que o enviou. Jesus mostra que a obediência a Palavra de Deus é muito
importante para a própria vida. Na verdade, é mais importante que o alimento material.
Jesus está dizendo que o maior papel de obediência que poderia mostrar era oferecer o
verdadeiro alimento da vida. Na verdade, é mais importante do que o alimento material.
Jesus está dizendo que o maior papel obediência que poderia mostrar oferecer o
259 WILKES, C. Gene – O Último Degrau da Liderança, página 22.
260 Textos de referência nos Evangelhos de João 6.39-40.
261 Textos de referência em Hebreus 5.7-10.
262 HABECKER, Eugene B. – Redescobrindo a Alma da Liderança, página 254.
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verdadeiro alimento da vida, ou seja, o Pão da vida. Segundo William Hendriksen, “a
expressão toda palavra que sai da boca de Deus se refere à palavra de seu poder. É a
onipotência de Deus exercida na criação e preservação. É a sua palavra de ordem eficaz;
por exemplo: E disse Deus: haja luz e houve luz (Gêneses 1.3); pela palavra do Senhor
os céus foram feitos”. 263
Ainda o comentarista Hendriksen declara: que pela Palavra de Deus todas as coisas
foram criadas e Ele manifestou o seu cuidado ativamente na criação e preservação de
todas as coisas. Como Filho de Deus, Jesus entende esse propósito de Deus em sustentar
todas as coisas por sua palavra, e manifesta total obediência a palavra de seu Pai.
Portanto, entende-se para realizar a sua missão, Jesus precisou de obediência. Jesus
sabia quão importante era a missão que o Pai o destinou. Jesus percebeu que não
poderia perder a visão da missão porque esse era o alvo da sua vida.
A este respeito Wilkes declara:
A missão é tudo para o líder-servo. A missão que Deus ou alguém comautoridade confia ao seu líder é o centro de cada decisão e ação. A verdadeiraliderança servil começa quando o líder se humilha para cumprir a missão quelhe foi confiada, em vez de servir aos seus interesses pessoais.264
Jesus teve coragem para levar a missão do Pai até o fim. Jesus não desiste pelo meio do
caminho, mas caminha como ovelha muda para o abatedouro.265
Jesus preocupado com as circunstancias que se encaminhavam para a sua subida, pede
ao Pai que passe esse cálice dele, contudo se coloca debaixo da vontade de Deus. Não
como eu quero, mas como tu queres.266
O comentarista e escritor Hendriksen declara em suas palavras sobre Marcos que “É
evidente que Jesus estava se submetendo completamente a vontade de Deus”.267 Jesus se
submeteu a vontade do Pai porque tinha a consciência de sua missão.
Sua missão, como Ele mesmo disse é buscar e salvar o perdido.268 Então Jesus vai as
últimas consequências por amor e submissão à vontade do Pai. Youssef diz que “o líder
sabe que agradar a Deus deve ser prioridade máxima em sua vida”.269 E Jesus priorizou
263 HENDRIKSEN, William - Mateus. Comentário do Novo Testamento, página 318.
264 WILKES, C. Gene – O Último Degrau da Liderança, página 30.
265 Conforme o texto de referência em Isaías 53.7-8.
266 Conforme o texto de referência em Marcos 14.36; Mateus 26.39; Lucas 22.42.
267 HENDRIKSEN, William - Marcos. Comentário do Novo Testamento, página 743.
268 Conforme o texto de referência em Mateus 18.11; Lucas 19.11.
269 YOUSSEF, Michael. O Estilo de Liderança de Jesus, página 47.
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ao máximo a vontade de Deus Pai. Ao se encontrar com um homem de posição social,
como Nicodemos, não faz como alguns líderes fariam.
Talvez o marketing diria que Jesus fez tudo errado. Jesus não falou palavras que
agradassem a Nicodemos, tais como, você está no caminho certo e eu também, ambos
vão dar no mesmo lugar. Pois Jesus não deu “tapinha nas costas” de Nicodemos, antes o
confrontou a se libertar nascendo de novo.270
Jesus realizou a missão que o Pai lhe confiou de maneira plena, deu a vida como havia
dito aos seus discípulos e ressuscitou sendo exaltado por Deus nas alturas. No entanto,
não há como se falar do serviço de Jesus na missão de Deus sem se falar do serviço de
Jesus aos que conviviam com ele.
4.4. LIDERANÇA CRISTÃ, LIDERA SERVINDO AOS SEUS LIDERADOS.Neste ponto da pesquisa, o autor desta monografia aponta que Jesus estabeleceu um
íntimo relacionamento com seus discípulos. Em alguns períodos do seu ministério Jesus
interpreta as parábolas secretamente aos seus discípulos e diz: “Porque a vós outros é
dado o conhecer os ministérios do reino dos céus, mas àqueles não lhe é isso
concedido”. 271 Jesus compartilha a sua missão com seus discípulos.
Na narrativa do Evangelho de Mateus 16.21 Jesus esclarece sua missão de ir até
Jerusalém para sofrer, ser morto e ressuscitado ao terceiro dia. E a partir desse momento
Jesus faz declarações que o “Filho do homem veio para salvar o que estava perdido”.272
Ao relatar estas coisas, Jesus compartilha a sua missão com seus discípulos. Wilkes diz
que “um líder servo é o servo da missão e lidera servindo os que estão na missão com
ele”.
Wilkes continua seu comentário da seguinte forma:
O líder-servo é também daqueles que colaboram com ele na missão.Enquanto a missão, os líderes servos, recrutam ativamente e preparam outrospara juntar-se a eles. O líder se torna servo de seus colaboradores quandooferece visão, direção, correção e recursos adequados para realizar a missãoconfiada ao grupo. O líder serve quando prepara outros formando uma equipupara atingirem juntos o alvo da missão.273
Jesus não somente instrui aos seus liderados como também os serve. Em João 13, o
evangelista relata u, suprema lição da liderança de Jesus que serve os seus liderados.
Após ter ceado, Jesus Cristo tira suas vestes superiores e cinge-se com a toalha,
270 Conforme o texto de referência no Evangelho de João 3.
271 Conforme o texto de referência no Evangelho de Mateus 13.11.
272 Conforme o texto de referência no Evangelho de Mateus 18.11
273 WILKES, C. Gene – O Último Degrau da Liderança, página 31.
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passando a lavar os pés dos seus discípulos. Depois deixa a grande lição: “Ora, seu eu,
sendo o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos
outros. Porque eu dei o exemplo, para que como eu vos fiz, façais vós também”.274
Ao observar esta passagem, percebe-se que os discípulos e o próprio Jesus estavam com
os pés sujos. Mas, quem iria pegar a toalha, e lavar os pés como servo? Parece a
discussão não era para ver quem lavaria os pés. Ao contrário, os discípulos de Jesus não
haviam entendido o cerne questão.
No Evangelho de Lucas 22.24 a narrativa nos fala que havia uma discussão entre os
seus os discípulos sobre quem parecia ser o maior. Percebe-se durante a pesquisa que
Jesus tem uma memória muito curta. Em Lucas 14.7-14, Jesus ensina que não se deve
almejar os primeiros lugares. Segundo Wilkes, Jesus aplicou o ensinamento de que os
assentos na mesa principal só são ocupados “mediante convite”, em vez de “a qualquer
custo”. E quando os discípulos Tiago e João pedem para um se sentar à esquerda e outro
a direita, Jesus diz que entre eles não seria como no mundo, mas que o maior seria o
servo de todos.
Mas os discípulos não entenderam a mensagem de que o filho do homem não veio para
ser servido em sim para servir. Assim, Jesus tem que novamente ensinar como é o
comportamento do líder no Reino de Deus.
Hendriksen diz que a atitude de Jesus de tirar a vestimenta é a mesma de um escravo
oriental usando apenas uma tanga275. E um dos textos que vem logo à mente quando se
pena em Jesus como servo é Filipenses 2.7, que diz que escravizando-se a si mesmo,
assumiu a forma de servo.
Jesus é interrompido por Pedro que não consegue entender os princípios de sua
liderança. Jesus diz a ele: “ O que eu faço não o sabes agora; compreendê-los-ás
depois”. Pedro responde a Jesus com indignação: “nunca me lavarás os pés”. Mas, Jesus
que é o dono de toda a sabedoria mostra-lhe que é preciso completar a obra de
humilhação, e que se Pedro não fosse lavado, não teria parte com ele.
Depois da morte e ressurreição de Jesus, Pedro desenvolveu seu apostolado e entende
perfeitamente a mensagem de Jesus. Ele escreve: “cingi-vos todos de humildade, porque
Deus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede sua graça. Humilhai-vos sob
274 Conforme texto de referência do evangelho de João 13.14-15.
275 HENDRIKSEN, William – Comentário do Novo Testamento: João, página 606.
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a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte”.276 E assim fez
conforme Jesus havia ensinado: assim como eu vos fiz façais vós também. E, eu vos dei
exemplo.
Wilkes diz que: “os líderes-servos pegam a toalha de serviço de Jesus a fim de suprir as
necessidades de outros”.277 Wilkes cientifica que: “O evento da toalha de serviço de |
Jesus virou símbolo físico da liderança servil. Seu ato de satisfazer as necessidades
físicas e espirituais dos seus seguidores nos mostra o que fazem os líderes-servos”. 278
Assim, vê-se que Jesus, chamado de Mestre, vê que a missão não está sendo entendida
por seus discípulos, resolve pegar a toalha para servir como escravo para, através de sua
atitude, ensinar as riquezas do Reino de Deus.
Uma pergunta que é preciso se fazer ao leitor: como o Mestres, Jesus não poderia ter
pedido a alguém que fizesse o trabalho? Mas Jesus preferiu confundir a mente de seus
liderados e ensiná-los uma profunda lição: que os líderes devem servir às necessidades
dos seus liderados.
Wilkes continua em seu comentário:
Jesus demonstrou que os líderes-servos suprem as necessidades do grupo afim de executar a missão. Os pés dos discípulos de Jesus estavam sujos eninguém se dispusera a lavá-los. O grupo tinha uma necessidade, masninguém quis sair do seu lugar para satisfazê-la. Eles estavam ocupadosdemais comparando-se uns aos outros. 279
A mais importante lição que se percebe é que “Jesus mostrou que os líderes com as
toalhas nas mãos estão dispostos a suprir qualquer necessidade existente sem levar em
conta a quem cabe a tarefa”.280 Qual é a postura daqueles que pretendem assumir a
liderança? E exemplo de Jesus, aquele que deseja liderar precisa ser humilde e servir.
A humildade não é algo que se tem da noite para o dia. A humildade é desenvolvida na
vida diária do líder. A humildade não deve ser desenvolvida inconscientemente no
serviço, e, o que se faz com a intenção de ser humilde, pode soar como “falsa
humildade”. A melhor maneira de se desenvolver a humildade é através do serviço.
O líder deve se preocupar com a missão que lhe foi designada a cumprir. E deve
cumprir esta missão servindo enquanto se relaciona. Segundo Ford “ Jesus operava num
276 Conforme referência de Pedro 5.5-6;
277 WILKES, C. Gene – O Último Degrau da Liderança, página 166.
278 WILKES, C. Gene – O Último Degrau da Liderança, página 166.
279 WILKES, C. Gene – O Último Degrau da Liderança, página 167.
280 WILKES, C. Gene – O Último Degrau da Liderança, página 161.
83
mundo real, entre pessoas de carne e osso com problemas de verdade”. 281
De mesmo modo que Jesus viveu em seus dias, no seu ministério, na atualidade existem
pessoas que necessitam de serem supridas as suas necessidades. E como líder-servo,
deve haver um esforço para imitar o exemplo de Jesus Cristo, através dos seus
ensinamentos sobre o relacionamento suprir as necessidades reais dos seus liderados. E
nesse modo de vivencia os nossos pastores, presbíteros e diáconos devem procurar
imitá-lo e aplicar toda essa experiência na vida ministerial que se encontram.
5. CONSIDERAÇÕES FINAISEste trabalho de pesquisa teve o objetivo de examinar sobre o exemplo da liderança de
Cristo e incentivar os leitores quanto ao interesse em sua realidade como está sendo o
desenvolvimento no lar, na igreja, na escola e na sociedade de forma geral.
No estudo desenvolvido sobre o assunto da Liderança Centrada em Cristo, entende-se
que o líder não se torna líder de uma hora para outra. Que a pessoa que deseja alcançar a
liderança precisa de uma confirmação para estar na posição de liderança. Precisa
mostrar competência e influência em sua vida.
Jesus, em sua obra e vida ministerial, mostrou sua confirmação para liderar a missão
que recebeu do seu Pai. Jesus foi confirmado em seu batismo com na voz do Pai e com
a presença do Espírito Santo. Jesus também teve a confirmação do seu precursor que
disse “eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. Quando proferiu estas
palavras, João foi convincente em suas palavras, que seus dois discípulos passaram a
caminhar com Jesus. Perceberam com clareza, o que João havia ensinado a eles.282 O
próprio Jesus declarou certa vez que Ele e o Pai são um. Em outras ocasiões Jesus diz
281 FORD, Leighton – Jesus: O Maior Revolucionário, página 73.
282 Conforme texto de referência de João 1.35-42
84
que nada pode fazer se não vir o Pai fazer. Jesus também diz que “quem vê a mim vê o
Pai” 283.
A Bíblia testemunha claramente acerca da Liderança de Jesus. O profeta Isaías no livro
9.6 relata sobre o nascimento do Messias; Isaías 53.4-10 descreve seu sofrimento, Isaías
42. 1-4 diz sobre o desempenho como servo de Deus Pai. Em Isaías 40.3, assim como
Malaquias 4.5, prediz sobre a vinda daquele que viria antes dele (do messias) para
anunciar sua vinda.
Os milagres de Jesus Cristo confirmam sua obra e sua liderança nesta terra, enquanto
aqui esteve e fala a cada um de nós até os dias atuais através da Escritura. Revelam os
sinais do Reino de Deus em Jesus. Certamente os milagres de Jesus não eram realizados
somente para acabar com o sofrimento das pessoas, mas prefiguram a vinda do Reino de
Deus.
Ao curar uma pessoa Jesus não estava acabando com o sofrimento de uma pessoa. A
pessoa curada, ao continuar sua vida não estava imune as enfermidades. A pessoa
curada fisicamente não estava imune a morte. Com tudo, os milagres de Jesus são sinais
do Reino que está próximo. Reino que está no meio do povo.
Jesus, ao curar um cego, queria que as pessoas entendessem que ele estava tirando as
traves espirituais dos olhos das pessoas para que elas pudessem ver o Reino de Deus
estava sendo manifesto na vida e na obra d Cristo Jesus.
Jesus teve a confirmação como líder porque se percebeu que só ele tinha palavras de
vida, proclamando que só Jesus supri de forma completa as necessidades reais de cada
pessoa que está debaixo de sua liderança.
Em vista disso, as pessoas que desejam a liderança devem ser confirmadas por Deus, em
seu coração, pela família, pela igreja, e pela sociedade, conforme o apóstolo Paulo
escreve a Timóteo para ter bom testemunho dos de fora.
Com a pesquisa dessa monografia, da confirmação do líder, surge alguns
questionamentos: os líderes atuais estão dando prova reais do seu chamado? Estão
mostrando para os de dentro e os de fora o bom testemunho de Cristo? Tem refletido
sobre a vida o caráter de Cristo?
A liderança, principalmente eclesiástica deve demonstrar em sua vida, o exemplo do
ministério de Jesus Cristo, bom conhecimento nas Sagradas Escrituras e do
conhecimento geral. Jesus foi o homem que conhecia as Sagradas Letras e viveu
283 Conforme texto de referência de João 14.9.
85
inteirado com a cultura do seu povo e dos povos vizinhos, e, que ensinou através das
histórias que estavam interligadas com a cultura de seu povo.
Na perícope, de Mateus 13.44, por exemplo, Jesus discursa quanto o valor dos Reino
dos Céus. Jesus usa a metáfora de um tesouro que estava oculto no campo, porque
estava bem interagido com seu tempo. Jesus estava inteirado em seu contexto de vida.
Devido às guerras e invasões de outros poderes políticos, ficava difícil guardar em
tesouro dentro de casa. Por isso, os homens de posse daquela época escondiam seus
tesouros enterrando-os no campo. 284
Com tudo isso, os que pretendem formar liderança com base em Jesus Cristo devem
demonstrar conhecimento. Precisam estar ligados com as notícias e preparados a fala
com o povo de modo que entenda e esteja disposto a segui-lo por ver em sua pessoa, a
confirmação do seu chamado.
Demonstrou-se nesta pesquisa que Jesus desenvolveu sua liderança na comunhão.
Primeiramente a comunhão com a Trindade. No relacionamento do Pai, do Filho e do
Espírito Santo é que todas as coisas vieram a existir. O Pai dá o Filho ao Mundo285, e
enquanto isso o Filho é gerado pelo Espírito Santo em Maria286. E assim o ministério de
Jesus é desenvolvido.
Jesus sempre foi uma pessoa de comunhão. Ele jamais realizou sua missão sozinho, mas
a realizou na companhia dos seus discípulos. Ele comia com pecadores. Jesus
participava tanto das alegrias quanto das tristezas das pessoas.
Jesus realizou a missão do Pai em amor. Conforme o texto de João 15.13: “Ninguém
tem maior amor do que este: de alguém dar a sua própria em favor de muitos, dos seus
amigos”. Jesus realizou sua missão por amor. Por amor de Jesus supri as necessidades
daqueles que estavam debaixo de sua liderança.
O amor de Jesus é sem interesses, que visa o benefício do outro. Amor voluntário, que
como o texto de João, supracitado, Jesus espontaneamente se seu por seu amor.
Transcrevendo a lição de liderança de Habecker287, o líder que deseja ter sucesso em sua
vida deve manter uma comunhão pessoal com a Trindade. Através da oração o líder que
284 HENDRIKSEN, William – Mateus – Comentário do Novo Testamento, página 104.
285 Conforme texto de referência de João 3.16.
286 Conforme texto de referência de Mateus 1.20
287 HABECKER, Eugene B. – Redescobrindo a Alma da Liderança, página 270.
86
se espelha em Jesus mante comunhão com o Pai, em nome de Jesus e na força do
Espírito Santo.
Foi assim que Jesus desenvolveu seu ministério e teve sucesso. Este sucesso é diferente
do sucesso que se vê nos dias de hoje. Não foi um sucesso de ser levantado como um
“superstar” ou como alguém que obteve riquezas e muita fama.
Mas, este sucesso é referente ao desenvolvimento de sua liderança no colegiado
apostólico. O sucesso da sua continuidade de sua missão. Por isso é que podemos
afirmar que a liderança de Jesus é add infinitum, porque permanece para sempre.
E é assim que o líder que deseja ter bom êxito em seu ministério deve caminhar. Precisa
manter a comunhão com a Trindade e com as pessoas, desenvolvendo em amor uma
comunhão vertical, para horizontalizar-se. Por amor continuar, a missão que o Pai lhe
designou em comunhão interpessoal, visando suprir as reais necessidades das pessoas
que estão presentes no ministério da liderança.
O presente objeto de estudo desta monografia, mostrou que Jesus desenvolveu sua
liderança através do ensino. Que o ensino de Jesus começou no lar, a partir do seu
próprio relacionamento familiar como filho obediente e responsável.
No ensino de Jesus no Sermão do Monte há uma descrição de um dos principais
atributos da liderança que é a autoridade. Sua autoridade de ensinos concretos das
Escrituras Sagradas e do seu relacionamento de caráter com as pessoas.
O ensino de Jesus Cristo no Sermão do Monte revela um caráter unificador entre os
comentaristas. Os autores estudados, para a pesquisa do Sermão do Monte, caracterizam
o ensino de Jesus no Sermão do Monte como um convite a conduta cristã, que conduz
ao comportamento perfeito do cristão, assinalado, naquele período, pela igreja do
primeiro século.
O ensino de Jesus é perfeito porque é transmitido através do seu caráter. Jesus é aquele
que cumpri o que diz. A esse respeito, Fox, como se viu em suas colocações citadas,
disse que a verdade não muda, e que “Jesus resumiu essa verdade, ensinou-a
completamente e integralmente e, acima de tudo, demonstrou-se em sua própria pessoa”288.
Conforme foi estudado nesta pesquisa em citação do comentarista Conceição, “no
ensino de Jesus havia uma profunda relação entre a palavra e a vida” 289
288 FOX, Emmet – O Sermão da Montanha. Rio de Janeiro Editora Record, 1938, página 23.
289 CONCEIÇÃO, Eurípedes – Ensinando Através do Caráter, página 84.
87
Em razão disso, os líderes têm ensinado atualmente? Suas palavras têm correspondem
seus atos? Pode-se ver em sua vida aquilo que se ensina?
O que se propõe é que os líderes devem expressar em suas vidas o caráter de Jesus. Que
demonstra ortodoxia e ortopraxia, ao passo que ensina. Mostra conhecimento e caráter
para cumprir o que se ensina.
E por último, o que essa pesquisa de monografia sugere é que os líderes que pretendem,
a partir deste estudo, continuar neste exemplo de liderança de Jesus precisam se dedicar
no serviço.
Jesus foi um líder servo. Servia enquanto liderava e liderava enquanto servia. E para
servir é preciso ter humildade. E que para aprender a humildade, o líder deve se
espelhar em Jesus como foi estudo nesta pesquisa em Wilkes: “Aprendemos que a
humildade da mesma forma que aprendemos qualquer outro aspecto da vida cristã:
seguindo a Jesus” 290
Estudou-se nesta pesquisa também que Cristo veio destinado a cumprir uma missão.
Jesus, portanto, serve primeiramente à missão que recebeu do Pai em obediência. Que
segundo Habecker, comentando esta passagem, diz que Cristo foi o perfeito porque em
tudo foi obediente ao Pai. Mesmo sofrendo, Jesus continuou obediente até a morte. O
que faz perfeito Mestre e discipulador.291
Jesus também serve enquanto se relaciona. Sobre este sub-tópico aprendeu-se que não
há serviço sem relacionamento. E que através do serviço de Jesus supre as reais
necessidades das pessoas que se relacionam com Ele.
Durante a vida e e obra de Jesus Cristo ocorreu uma preocupação pelo Mestre sobre a
interpretação da lei. Pois em Jesus há uma atenção maior sobre as necessidades com as
pessoas mais do que as tradições religiosas. Jesus em certo momento de seu ministério
rompe com as tradições em sus interpretação da lei. Jesus não veio para revogar a lei,
mas para cumpri-la. Então Jesus fez uma nova interpretação da lei dizendo que o sábado
está a serviço da humildade e não o contrário.
Por último Jesus lidera enquanto serve aos seus liderados. Jesus ensina aos seus
discípulos que o Reino de Deus é para os humildes que estão prontos a servir. Jesus é
aquele que pega a toalha e se veste de escravo para atender as necessidades de seus
discípulos, que estavam preocupados com quem seria o primeiro. Jesus diz então que
290 WILKES, C. Gene – O Último Degrau da Liderança, página 60.
291 HABECKER, Eugene B. – Redescobrindo a Alma da Liderança, página 254.
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quem quer ser o primeiro que seja servo de todos. E o que se humilha será exaltado.
Qual tem sido a preocupação dos líderes da atualidade? Tem servido em sua própria
causa? Tem o interesse de servir para à missão do Reino de Deus? E seus
relacionamentos, tem se preocupado em servir às pessoas e aos seus liderados?
Em detrimento a essas questões levantadas acima é que a pesquisa procurou a analisar o
comportamento do Líder dos liderados. Os que desejam ser bem-sucedidos em sua
missão devem permanecer numa Liderança Centrada em Cristo. Que mesmo subsistindo
em forma de Deus não usurpou ser igual a Deus, antes, se escravizou assumindo a
forma de servo, humilhando-se até a morte de cruz. 292
Consequentemente, o ministério de Jesus não terminou em sua vida e obra. Jesus
continuou a liderar através de todos os que colocam à sua disposição, seja homem ou
mulher, sem distinção de cor ou status social.
Comblin293 diz que “Jesus envia seus discípulos como apóstolos e missionários para que
continuem sua obra, anunciando o Reino e concretizando-o em ação, mostrando o seu
começo na comunidade cristã e em suas obras e realizando os mesmos sinais feitos por
Jesus”. 294
Jesus não somente envia os seus discípulos, mas também os capacita com o poder do
Espírito Santo, concedendo autoridade para obras iguais ou ainda maiores.
Assim também o considera Comblin295 Jesus confere aos seus missionários o mesmo
poder que ele tinha: está com eles e neles; a obra que fazem é a obra do próprio Jesus.
Por isso podem falar com autoridade e tem a força de Deus para realizar os sinais
semelhantes aos sinais de Jesus” 296
Por esta razão o modo de vida dos líderes que querem continuar esta missão deve estar
consciente de que devem revelar em suas vidas o caráter de Cristo. Por conseguinte, a
obra de Jesus continua através dos escolhidos para a liderança. De pessoas
compromissadas com o Reino de Deus.
A ênfase deste prosseguimento da obra iniciada por Jesus é comentada por Comblin297
292 Conforme texto de referência de Filipenses 2.5-8.
293 COMBLIN, José – Jesus Cristo e Sua Missão, página 132.
294 Textos de referência: Evangelho de Mateus 4.19; 10.1-8, 11-13; 28.19-20; Marcos 16.15-18.
295 COMBLIN, José – Jesus Cristo e Sua Missão, página 132.
296 Textos de referência: Evangelho de Mateus 10.1,12-15; 10.40-41; 18.18-20; 28.18-20; Evangelho deJoão
297 COMBLIN, José – Jesus Cristo e Sua Missão, página 134-135.
89
da seguinte maneira:
A continuação e o crescimento do Reino deveriam se fazer pela imitação e oseguimento. Jesus chamou os homens para que o seguissem livremente e oimitassem. O meio escolhido pelo Pai foi a imitação, a repetição livre porpessoas humanas livres. O Reino de Deus é constituídos pelos discípulos emação. O fundamento desse Reino não seria uma organização baseada emfatores humanos e sociais, mas sim a livre adesão dos homens: nãoorganização, mas seguimento e imitação – essa é a lei da extensão do Reinode Deus. É por isso que Jesus chama ao seguimento e à imitação, comotambém o faz a igreja. Não há outro modo de dar continuidade do Reino deDeus em todos os tempos.298
Chegando ao final nas considerações finais, Comblin299 diz o seguinte no comentário de
seu livro que:
O Reino de Deus é constituído por uma corrente de discípulos. E o discípulode Jesus imita Jesus no fato de suscitar novos discípulos. Estes por turno,suscitam novos discípulos. E assim o Reino de Deus vai crescendo,multiplicando e sendo construído. Ser discípulo é de Jesus, que prepara seusdiscípulos. 300
Portanto, a Liderança Centrada em Cristo não fica no tempo. Jesus continua liderando
através de seus discípulos, pelo Espírito Santo, como ele prometeu: “Eis que estou
convosco todos os dias até a consumação dos séculos” 301
O que se precisa fazer, então, é manter um relacionamento íntimo com a presença de
Jesus Cristo através de suas palavras e de uma vida de oração. O líder que se espelha e
faz de sua Liderança Centrada no exemplo do ministério de Cristo revelada no seu
caráter, tem o compromisso de formar novos líderes que darão continuidade à obra do
Reino de Deus até o dia da sua grande volta quando virá buscar sua amada igreja.
E por fim, Jesus continua o seu reinado através dos líderes e de sua santa igreja, que
revelam a identidade do seu caráter nas Escrituras Sagradas como completa Comblin302:
“o que está subjacente à definição de discípulos é que ele é um pobre e de pequeno que
é fiel ao essencial da lei: o amor a Deus e ao seu próximo” 303
Soli Deo Glória!!!
6. BIBLIOGRAFIA
298 Referências de Textos: Mateus 4.14-22; 9.9; 8.19-22; 19.16-29; João 13.12-16; 15.16.
299 COMBLIN, José – Jesus Cristo e Sua Missão, página 136.
300 Referências de Textos: Mateus 4.19; 10.1-8,11-13; 28.19-20; Marcos 16.15-18; Lucas 9.1-6; 10.1-9;João 20.21.
301 Referências de Textos: Mateus 28.20.
302 COMBLIN, José – Jesus Cristo e Sua Missão, página 136.
303 Textos de Referencias no Evangelho: Mateus 6.24-34; 18.23-35; 20.24-28; 19.16-28.
90
AGOSTINHO, Santo – O Sermão da Montanha. São Paulo: Edições Paulinas,
1992.
BOFF, Leonardo – A Santíssima Trindade é a melhor comunidade. Petrópoles:
Voses, 9 edição, 2004; página 183.
CALVINO, João – As Institutas. Volume 2. Tradução de Odayr Olivetti. São
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Confissão de Fé de Westminster / Assembléia de Westminster – 17 edição, São
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