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Universidade Presbiteriana Mackenzie
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PERMANÊNCIA E TRANSFORMAÇÃO DAS TÉCNICAS CONSTRUTIVAS TRADICIONAIS DA ARQUITETURA RURAL NA SERRA DA MANTIQUEIRA
Leandro André Venâncio Coser (IC) e Cecília H. G. Rodrigues dos Santos (Orientadora)
Apoio: PIVIC Mackenzie e PIBIC CNPq
Resumo
O objetivo dessa pesquisa é contribuir para o estudo da arquitetura vernacular através do
inventário e documentação das casas rurais na Serra da Mantiqueira, identificando e
registrando a permanência e transformação das técnicas construtivas tradicionais,
contribuindo para a preservação que esse patrimônio.
Palavras-chave: arquitetura rural; preservação do patrimônio; tradição vernacular
Abstract
The research aims to contribute to the study of vernacular architecture through the inventory
and documentation of rural households in Sierra Mantiqueira, recording the traditional
building techniques as a contribution to preserving that heritage.
Key-words: rural architecture, heritage preservation, vernacular tradition
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INTRODUÇÃO
A arquitetura rural vernacular da Serra da Mantiqueira, objeto desta pesquisa, é resultado do
uso de materiais da própria região trabalhados nos moldes das técnicas construtivas
tradicionais, com programa e forma resultantes da interpretação cultural, das necessidades
de abrigo e proteção, tendo se desenvolvido ao longo do tempo como resposta à situação
social e geográfica, transmitidas de geração a geração. Para efeito dessa pesquisa,
portanto, consideramos a arquitetura vernacular como “a resposta de uma comunidade ao
seu meio cultural, social, econômico e físico (...), a arquitetura cujos materiais, técnicas e
formas construtivas, são determinadas pelo clima, geologia, geografia, economia e cultura
locais, e cuja construção, não recebe orientação de técnicos e profissionais, mas segue os
ensinamentos passados de geração a geração” (SANTOS:2009).
As casas rurais tradicionais típicas da região do sul de Minas Gerais, seguem o esquema
geral descrito por Sylvio Vasconcellos em seu estudo sobre as técnicas construtivas
tradicionais do Brasil : construídas segundo a técnica construtiva tradicional do pau a pique,
ou taipa de mão - estrutura autônoma em madeira – com telhado em quatro águas de telhas
de barro, materiais obtidos na própria região. (VASCONCELLOS:1961).
A partir do final da década de 1970, porém, as novas construções têm cada vez mais
agregado técnicas e materiais industrializados como a alvenaria de tijolo ou bloco, os
revestimentos cerâmicos e as esquadrias de metal, em partidos e programas desvinculados
da tradição da região. O resultado é a substituição das moradias tradicionais que
permanecem às vezes abandonadas se desintegrando lentamente no mesmo terreno , às
vezes modernizadas e descaracterizadas com a construção de anexos e puxados, ,
introdução de novos materiais para revestimentos, cobertura, entre outras melhorias.
(ANDRADE:1986).
Assim como em outras regiões do Brasil, identificam-se como as principais causas da
destruição da arquitetura tradicional da região em estudo: as mudanças nas relações de
produção, a facilidade da comunicação representada principalmente pela televisão e pela
Internet, a grande mobilidade da população mais jovem e o turismo de consumo
(CANDIDO:2001). Ainda, deve-se considerar que a mudança das relações dos bairros rurais
com os centros urbanos mais próximos e a melhoria das estradas vicinais tem feito
prevalecer a opção pela facilidade no consumo de produtos industrializados. O estudo e o
resgate da arquitetura vernacular é fundamental para a sua preservação e nesta pesquisa
esse estudo está voltado principalmente para a recuperação da relação dos materiais com
as técnicas construtivas, sem deixar de considerar a organização dos espaços de moradia e
de trabalho, a organização dos espaços internos e seus equipamentos fixos, além do
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agenciamento das diversas unidades no terreno de cada núcleo de habitação,
contextualizados na cultura local.
O reconhecimento da importância da arquitetura vernacular como parte do universo cultural
brasileiro – com origem no passado colonial e com perspectivas sustentáveis para a
construção no futuro - é confirmada pela recente criação de instrumentos específicos para
seu estudo e preservação;, integrando hoje uma categoria especial de estudo sobre o
patrimônio junto à UNESCO (SANTOS: 2007). No Brasil, contribuíram para este
reconhecimento os estudos pioneiros de Lucio Costa assim como dos arquitetos do antigo
Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional a partir da sua criação em 1936,
especialmente os arquitetos Luis Saia e Sylvio de Vasconcellos, além dos estudos e
pesquisas desenvolvidos na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São
Paulo, particularmente no âmbito da disciplina “História das Técnicas no Brasil,” pelos
arquitetos Ruy Gama, Carlos Lemos, Julio Katinsky e Antonio Luiz Dias de Andrade. Estes
pesquisadores foram guiados pelas reflexões e considerações levantadas pelo arquiteto
Lúcio Costa e em suas observações sobre a arquitetura tradicional, a importância do seu
reconhecimento e do seu potencial como contribuição para a produção da arquitetura
moderna e contemporânea:
“Haveria, portanto, interesse em conhecê-la melhor, não propriamente para
evitar a repetição de semelhantes leviandades ou equívocos – que seria
lhes atribuir demasiada importância -, mas para dar aos que de alguns
tempos a essa parte se vêm empenhando em estudar de mais perto tudo o
que nos diz respeito, encarando com simpatia coisas que sempre se
desprezaram ou mesmo procuraram encobrir, a oportunidade de servir-se
dela como material para novas pesquisas, e também para que nós outros,
arquitetos modernos, possamos aproveitar a lição da sua experiência de
mais de trezentos anos, de outro modo que não esse de lhe estarmos a
reproduzir o aspecto já morto." (COSTA:1995, p. 458)
O objetivo principal da pesquisa, portanto, é inventariar, investigar e estudar a arquitetura
vernacular da serra da Mantiqueira, contribuindo para seu reconhecimento e preservação
enquanto patrimônio arquitetônico.
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REFERENCIAL TEÓRICO
O adjetivo “vernacular” é raramente encontrado nos dicionários da língua portuguesa. Em
seus vários significados – refere-se mais freqüentemente a uma língua falada ou ao que é
próprio a um país (SANTOS:2009), - do que às origens tradicionais, seja de uma arquitetura,
uma técnica construtiva ou um grupo social. No caso da arquitetura, vai expressar o modo
de vida e organização de um povo, percebidos em suas construções os costumes e a
cultura daqueles que a constroem e habitam.
Uma das formas de identificar e compreender a arquitetura vernacular é estudar as técnica
construtivas utilizadas Ana manipulação dos materiais nos seus contextos sócio-culturais
específicos. . A importância do estudo da técnica apresentada por Julio Katinsky em seu
livro Um guia para a história da técnica no Brasil colônia, quando aborda as diferentes
manifestações da técnica e sua transformação, dividindo-a em técnicas de ocupação
territorial, incluindo as técnicas construtivas aqui estudadas; técnicas da troca-comércio e
tecnologia de representação. Ainda segundo o autor, as técnicas construtivas coloniais,
seguem tradições ibéricas, com paredes em alvenaria de pedra, alvenaria de tijolo, taipa de
pilão ou taipa de mão, esta última um sistema de madeira (gaiola) com enchimento de barro
dos painéis de pau a pique, característico da arquitetura rural de Minas Gerias, inclusive da
região em estudo. As coberturas das casas também seguem a tradição lusitana,
apresentando uma armação de madeira com terças, caibros e ripado, por vezes fazendo
recurso às tesouras. O madeiramento suporta telhas de barro do tipo “capa e canal”. A
pintura das paredes é quase sempre branca e seguindo a tradição da caiação lusa, e as
madeiras recebem pigmentos com óleo de linhaça e tinta nas cores tradicionais azul ou
verde.
No Brasil, a principal contribuição para o reconhecimento da arquitetura vernacular é devida
ao arquiteto Lucio Costa, principalmente através dos seus estudos pioneiros publicados pela
Revista do SPHAN e na obra “Lucio Costa: sobre arquitetura”, organizada pelo Centro dos
Estudantes Universitários de Arquitetura de Porto Alegre em 1962. Também são importantes
os estudos dos arquitetos do antigo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional,
elaborados a partir da sua criação em 1936 Deve-se citar especialmente o arquiteto Luis
Saia com sua pesquisa sobre a casa rural paulista do período colonial, a chamada Casa
Bandeirista (SAIA:1995), onde o autor situa a produção das casas senhoriais em taipa de
pilão no âmbito na história de ocupação e transformação de São Paulo, e o arquiteto Sylvio
de Vasconcellos com seu estudo sobre a arquitetura mineira colonial, inclusive suas
técnicas construtivas, onde descreve, ilustrada e relacionada à arquitetura colonial de outras
regiões do Brasil. (VASCONCELLOS:1961).
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Em São Paulo, devemos citar ainda os estudos e pesquisas desenvolvidos na Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, particularmente no âmbito da
disciplina “História das Técnicas no Brasil,” pelos arquitetos Ruy Gama , Carlos Lemos
(LEMOS:1979), Julio Katinsky ( KATINSKY:1976) e Antonio Luiz Dias de Andrade
(ANDRADE:1986). O resumo do conteúdo dessa disciplina está no pequeno livro Um Guia
para a História da Técnica no Brasil Colônia, de Julio Katinsky, que trata em um de seus
capítulos dos “sistemas construtivos” tradicionais, ou seja, dos materiais e das técnicas
construtivas entendidos no contexto histórico, geográfico e sócio-cultural de cada
construção, além de abordar outras técnicas relacionadas às de ocupação do solo, conjunto
onde se inserem as técnicas construtivas.
Em seu livro História da Casa Brasileira (LEMOS:1925), Carlos Lemos propõe uma leitura
da casa brasileira desde os tempos coloniais, analisando as suas transformações. Para
Lemos, concordando com Lúcio Costa, a casa rural tem sua raiz nas construções
vernáculas portuguesas, adequadas para as condições materiais e climáticas, o que faz com
que a arquitetura rural seja tão diversificada em função da variedade de regiões e situações
existentes.
Para compreender melhor as técnicas e sua importância para a identificação da arquitetura
vernacular através do estudo dos seus sistemas construtivos tradicionais, Katinsky explica
que a técnica, relacionada com a “história das invenções”, só vai ser proposta como história
em meados do século XX, sendo legitimada pela qualidade e eficiência do seu produto final.
No caso dessa pesquisa, o estudo das casas rurais será justificada pela criatividade das
soluções técnicas mais do que pela necessidade de abrigo e falta de recursos, mostrando o
engenho em tirar partido estrutural e construtivo de materiais como a terra, a madeira e a
pedra. (KATINSKY:1976). Ao estudar a história da técnica no Brasil Colônia, Julio Katinsky
separa o estudo da técnica pela sua aplicação, em três categorias de recursos utilizados
para construir uma dada história e a respectiva tradição cultural, apresentando o grande
panorama em que se posiciona o estudo da técnica no âmbito dos estudos sobre a
formação e ocupação do território brasileiro, principalmente do estado de Minas Gerais,
onde a miscigenação de técnicas vindas de outras regiões do Brasil e do mundo têm sua
particularidade.
Em Minas, com o processo de ocupação propiciado pela exploração do ouro que culminou
nas expedições bandeiristas no final do século XVII, aumenta o povoamento dessas regiões,
destaca-se a imigração de paulistas e portugueses, promovendo a abertura de no vos
caminhos desertos para estimular e facilitar o abastecimento. (CRUZ:2010)
“Antigos mineradores e negociantes se transformam em fazendeiros;
artesãos e empregados se fazem posseiros de terras devolutas. Citadinos
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ruralizados espalham-se pelos matos, selecionando a terra já não pela
riqueza aurífera, mas por suas qualidades para moradia e cultivo.”
(VASCONCELLOS:1957 Apud: CRUZ:2010).
A ultima fase de ocupação de Minas Gerais no século XVIII, é a fase de uma certa
ruralização, incentivada pela independência de alguns dos trabalhadores das grandes
fazendas – que vão se disseminar pela região e ocupar novos territórios com suas moradas
e equipamentos – e também pelos mineiros destituídos de seus ofícios diante da escassez
do ouro (CRUZ:2010). Esta fase de ocupação corresponde ao início de um novo movimento
de ocupação da região que, no começo do século XX, vai gerar a maior parte das casas
aqui encontradas.
Quanto ao sistema construtivo da arquitetura rural, tudo começa com a escolha de um sítio
que satisfaça às necessidades funcionais como água, terra boa para o cultivo, facilidade de
acessos e disponibilidade de materiais para a construção. A implantação das casas não tem
um padrão comum, e elas são construídas diretamente no solo ou em alicerces de pedra ou
madeira (VASCONCELLOS:1961), sempre observando a topografia do terreno, o que em
alguns casos caba resultando em construções com porão, conforme observa Carlos Lemos,
“daí ser o sobrado, sobrado de qualquer tipo, a solução mineira”, diferente da casa paulista
em taipa, que idealiza o terreno fazendo terraplenos (LEMOS:1996, p. 43).
A estrutura principal das construções é em madeira, genericamente conhecida como
“estrutura autônoma de madeira”, ou “gaiola de madeira””, apoiada ou não sobre a base de
pedra.(CRUZ:2010). A armação da estrutura da casa, seguida do alicerce, quando da
necessidade, é a primeira montagem a ser erguida, onde vão ser trabalhadas as paredes.
As paredes são erguidas na técnica do pau-a-pique, descrita por Vasconcellos como uma
armadura formada pelos barrotes, paus colocados perpendicularmente e fixados entre os
baldrames e os frechais, onde são amarradas as ripas ou varas mais finas dispostas na
horizontal, de ambos os lados, armação esta que vai receber e suster o barro que é jogado
e apertado sobre ela com as mãos para preencher os seus vazios e por fim receber
revestimento do mesmo barro para o acabamento, onde depois de seco recebe caiação.
(VASCONCELLOS:1961). O telhado é armado por paus roliços de madeira para receber o
entelhamento, em estrutura independente apoiada sobre a gaiola. A armadura é quase
sempre em quatro águas, em alguns casos especiais, com dupla inclinação, uma técnica
portuguesa com influência oriental que lança a água da chuva pra longe da parede
(CRUZ:2010). As telhas de barro são quase sempre do tipo capa-e-canal ou capa e bica,
como apresenta Vasconcellos. Os beirais protegem toda a estrutura da casa, principalmente
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as paredes, motivo particular de suas avantajadas proporções, em algumas casas
sustentados por cachorros, peças horizontais de madeira apoiada nos frechais.
Contudo, o olhar mais preocupado em identificar e valorizar as manifestações da arquitetura
brasileira colonial vai se desenvolver a partir dos textos e conferências de alguns intelecutais
como o arqueólogo-etnólogo Ricardo Severo. “Se em Portugal, o discurso de Ricardo
Severo inseria-se num contexto europeu de descoberta e valorização de tradições
vernáculas e sua transformação em tradição nacional, no Brasil essa discussão estava
localizada apenas nas obras esparsas de velhos folcloristas pioneiros e nos manifestos dos
novos artistas modernistas.” (SANTOS: 2009) Lúcio Costa e José Marianno Filho deram
continuidade a essas pesquisas e à valorização da arquitetura colonial. Pesquisas
acompanhadas de levantamentos, inventários, desenhos e observações foram
desenvolvidas por arquitetos como Sylvio de Vasconcellos, em 1961, importante
pesquisador da arquitetura rural mineira. Em seus estudos, descreve com riqueza de
detalhes os sistemas construtivos e materiais utilizados nessas construções brasileiras,
ambientados pela vasta bibliografia recorrida. O trabalho que também propõe o estudo da
arquitetura rural em Minas Gerais contextualizada na história da arquitetura colonial das
Fazendas do Sul de Minas do arquiteto Cícero Ferraz Cruz (2010), que dá continuidade a
essa pesquisa, aprofundando aspectos da construção através do estudo do processo de
ocupação da região, apresentando um panorama da arquitetura colonial no Brasil e
principalmente em Minas Gerais, descrevendo sua técnica construtiva através do estudo de
casos.
A relação da arquitetura com a paisagem onde está inseridas, especialmente a arquitetura
vernacular, é discutida e apresentada pelo geógrafo Rafael Winter Ribeiro no livro Paisagem
Cultural e Patrimônio (RIBEIRO: 2007), onde procura “problematizar o conceito de paisagem
cultural para além da sua utilização pelo senso comum e discutir como ele pode ser útil à
atribuição de valor, identificação e proteção do patrimônio cultural brasileiro” – considera a
paisagem cultural como “fruto do agenciamento do homem sobre seu espaço” e estreita a
relação entre o espaço natural e o construídos.
MÉTODO
Como esta pesquisa propõe o estudo e inventário das técnicas construtivas utilizadas na
arquitetura vernacular rural, este trabalho teve início com a revisão e complementação da
bibliografia que teve continuidade ao longo do desenvolvimento de toda a pesquisa.
Delimitamos como área para pesquisa de campo na Serra da Mantiqueira, o município de
Gonçalves e cidades próximas, ligadas por estradas vicinais ou rodovias, entre algumas
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delas podemos citar: Extrema, Itapeva, Camanducaia, Cambuí, Córrego do Bom Jesus,
Paraisópolis e Consolação - região rica em exemplares de arquitetura vernaclar rural, como
apresenta o ensaio do arquiteto Marcelo Ferraz (FERRAZ: 1992).
Norteado e restringido pelos limites ocupados pela Serra da Mantiqueira logo que encontra
os territórios mineiros, em seu extremo Sul, o recorte territorial escolhido como área de
estudo, pode-se dizer que foi se configurando conforme a pesquisa de campo foi se
desenvolvendo, uma vez que as casas estudadas nessa pesquisa, quase em sua totalidade,
foram localizadas em mais de 800 quilômetros de estrada de terra percorridos na Serra,
para além da região de estudo.
Figura 01 – Mapa do Sul de Minas Gerais. Fonte: www.fortunatoimoveis.com
“A Serra da Mantiqueira nasce no extremo sul de Minas Gerais, na divisa
com o estado de São Paulo, e segue no sentido leste-nordeste, servindo
como divisa natural entre dois estados, até a tríplice fronteira entre Rio, São
Paulo e Minas. A Serra é o divisor de águas entre a bacia do rio Paraíba do
Sul e as bacias do rio Sapucaí, Verde e Grande. A partir da divisão dos três
estados, segue no sentido nordeste para dentro de Minas diluindo-se
lentamente até encontrar outro complexo montanhoso, a serra do
Espinhaço.” (CRUZ:2010).
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A primeira área de estudo escolhida abrangia um total de oito municípios na Serra da
Mantiqueira, Estado de Minas Gerais, três deles situados às margens da rodovia federal
Fernão Dias. Nesta região montanhosa, a maior parte dos municípios teve origem na
agregação de bairros rurais isolados, reunidos até poucos anos apenas por estradas rurais
sem pavimentação. Formados por grupos de casas, as vezes uma capela e pequeno largo
frontal, no passado contando as vezes também com equipamento coletivo, como monjolo e
roda d’água, os.pequenos vilarejos se configuram geralmente próximos à capela ou igreja,
onde algumas famílias se instalam e vivem suas vidas em comunidade, buscando junto aos
recursos da cidade o pouco do material que não conseguem produzir por conta própria.
Figura 02: Acervo Bairro Venâncios. Fonte mapa: Google earth
Mesmo tendo identificado interessantes exemplares da arquitetura vernacular espalhadas
pelos bairros rurais dos sete municípios mineiros visitado – Extrema, Itapeva, Camanducaia,
Cambuí, Córrego do Bom Jesus, Gonçalves, Paraisópolis e Consolação - , foi na cidade em
Gonçalves que encontramos um acervo mais significativo, destacando-se o bairro dos
Venâncios, com mais de dez casas, todas muito bem conservadas e, quase todas, ainda
servindo de habitação às famílias locais. No bairro, destaca-se a casa mais antiga
encontrada na pesquisa de campo, edificada próximo à igreja em 1881 e em ótimo estado
de conservação.
1881
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Na pesquisa de campo tratamos do mapeamento das casas utilizando métodos de
inventário: levantamento cadastral para o registro das técnicas construtivas.
Na primeira etapa de levantamento, fizemos um pré-reconhecimento de algumas casas,
acompanhado de entrevista com os moradores e, na medida do possível, com os
construtores. A partir desse contato preliminar, desenvolvemos uma Ficha Cadastral que
para sistematizar e organizar os dados obtidos na pesquisa de campo. Adaptamos nossa
ficha a partir do modelo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN –
elaborado para o trabalho de levantamento e cadastro de bens, importando alguns itens
como: referências e coordenadas geográficas para a exata localização das casas
encontradas, recorte temático que discrimina o tema da pesquisa e seu foco de trabalho,
código identificador que cataloga cada objeto de estudo e que em sua leitura permite saber
o estado e cidade onde a obra está inserida e também dados técnicos cadastrais básicos,
como endereço, proprietário, confrotantes etc. - introduzindo outros itens considerados
pertinentes aos objetivos da pesquisa e que fazem parte do repertório da arquitetura
vernacular local e que irão possibilitar estabelecer as relações com as construções de outras
regiões - como nomenclaturas próprias utilizadas, detalhes técnico-construtivos, ano de
construção, intervenções e reformas etc., de acordo com que os dados iam sendo
garimpados nas entrevistas.
Ainda que necessária a elaboração da ficha cadastral para os trabalhos de campo,
procuramos não restringir a pesquisa apenas aos questionamentos e itens pré-
estabelecidos, para não restringir as informações potenciais. Para isso, introduzimos na
ficha itens genéricos como “relatos históricos” e “observações complementares” junto das
observações de campo, para dar mais flexibilidade às anotações.
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Figura 03: Ficha Cadastral final, preenchida com os dados obtidos em levantamento, anotados antes
em uma ficha básica, mais prática para uso em campo – Parte 1
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Figura 04: Ficha Cadastral final, – Parte 2
Para registro e detalhamento das peças construtivas, encaixes, fechamentos e equipmentos
referentes à arquitetura tradicional, todas as casas fotografadas e desenhadas para facilitar
a identificação, o reconhecimento e o registro das técnicas construtivas identificadas e da
casa como um todo.
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Figura 05 e 06: Ficha cadastral
RESULTADO E DISCUSSÃO
O estudo das técnicas construtivas tradicionais, somado às pesquisas sobre o emprego dos
materiais locais para a construção está relacionado com questões de ordem social,
econômica, geo-morfológica e cultural; com o homem do campo, suas raízes e suas
tradições. A arquitetura vernacular revela o rico e elaborado sistema tradicional de construir,
visíveis nos robustos apoios em pedra ou madeira que suspendem a casa protegendo da
umidade do solo; na estrutura principal autônoma em madeira fechada por vedos de pau-a-
pique; no engenhoso telhado que, como um grande chapéu, protege a construção do frio e
do sol, ao tempo que os seus beirais protegem da chuva o barreado das paredes. “Trabalho
a ser feito, senão pelo homem do oficio, ao menos com a assistência dele, afim de garantir
exatidão técnica e objetividade, sem o que perderia a própria razão de ser.” (COSTA:1995)
O recorrente uso desse tipo de soluções técnicas e da aplicação de materiais alternativos e
sustentáveis foi perdendo terreno na medida em que as relações capitalistas foram-se
expandindo e mudando a relação do meio urbano e rural que por sua vez fio abrindo
espaços para os materiais e técnicas construtivas mais elaboradas e contemporâneas, em
uma “unilateral dependência do rural em relação ao urbano, que se moderniza e neste se
integra apenas na medida em que consome os produtos e os estilos de vida da sociedade
urbana.” (ANDRADE:1986)
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Acompanhando algumas baixadas e vencendo os morros na Serra da Mantiqueira, a rodovia
Fernão Dias segue sentido interior de Minas ligando as capitais São Paulo e Belo Horizonte,
passando pela região em estudo e em alguns momentos por dentro de algumas cidades.
Com a descoberta do ouro no final do século XVII e o adensamento populacional das vilas
de São Paulo, tem início o “primeiro movimento expressivo e definitivo de interiorização da
população na América portuguesa.” (CRUZ:2010).
“O sul da captania foi rota de penetração para as minas de ouro, por sua
posição aurífera e o ponto de partida, que era a cidade de São Paulo. Os
caminhos mais usados pelos paulistas foram três: o primeiro, que teria sido
percorrido por Fernão Dias, ficou conhecido por Fernão Dias; o segundo era
chamado de caminho de São Paulo ou caminho Velho, e o terceiro,
caminho dos Guaianases.” (MORAES:2005)
Conforme a pesquisa de campo foi avançando para as cotas mais altas da Serra e se
afastando das margens da rodovia, onde o clima frio característico junto à paisagem natural
e construída ainda preservadas, marcadas pela vasta presença da araucária e do pinheiro,
vegetação típica do lugar, percebe-se maior incidência de casas construídas preservadas
nos moldes tradicionais. Na cidade de Gonçalves foi onde encontramos maior número de
casas rurais, inclusive ainda em uso e em perfeito estado de conservação. Com suas
características de interior preservadas, a cidade possuía, em 2010, 4220 habitantes. A cinco
quilômetros do centro da cidade, à sudeste, fica o bairro Venâncios, lugar onde
originalmente tinha suas casas construídas nos moldes tradicionais e onde ainda se
encontram várias construções em perfeito estado de conservação e originalidade, inclusive
no que diz respeito às reformas e adequações, algumas vezes utilizando do mesmo sistema
construtivo.
O motivo por ser encontrado maior número de casas rurais conforme o afastamento das
regiões por onde passa a rodovia Fernão Dias e, por conseguinte, das cidades mais
desenvolvidas urbanisticamente, deve-se ao fato da menor facilidade de acesso a materiais,
dificuldade para o transporte e carência de mão de obra para os novos sistemas,
contribuindo para o uso das técnicas tradicionais de construção e a preservação das casas
rurais existentes. “Com efeito, exigem tais edificações mínimas aplicações de recursos
financeiros, na medida em que empregam os materiais disponíveis no meio ambiente e são
construídas pelo próprio morador e sua família, quando são utilizadas formas de auxilio
vicinal.” (ANDRADE:1986).
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Para a implantação da casa, quando o terreno é irregular, a casa é nivelada e apoiada em
seus esteios de madeira ou bases de pedra, liberando a parte debaixo do piso para depósito
ou abrigo para o lenhado. Não existe o hábito de acertar o terreno. Em alguns casos, os
baldrames são assentados diretamente sobre o solo, ficando a resistência à umidade e
exposição às intempéries do tempo por conta da escolha de uma madeira resistente.
Figura 06: Apoios em pedra para implantação. Córrego do Bom Jesus, B. Campos dos Raposos
Figura 07: Implantação e topografia. Gonçalves, B. Venâncios
Figura 08: Implantação e topografia. Gonçalves, B. Venâncios
Figura 09: Porão. Gonçalves, B. Venâncios
As técnicas construtivas encontradas nos levantamentos realizados apresentam-se muito
semelhantes em seu aspecto geral, pelo uso da “estrutura autônoma de madeira”, vedação
em pau-a-pique, portas, janelas, forros e soalhos em tábuas de madeira, e cobertura em
telha de barro do tipo capa-e-canal, uma vez que os materiais disponíveis são praticamente
os mesmos – a pedra, a madeira e a terra, obtidos no próprio local (CRUZ:2010).
Figura 10: Detalhe em corte do pau-a-pique e base em pedra. Fonte: CRUZ:2010
Figura 11: Detalhe janela – vista interna e externa. Fonte: CRUZ:2010
Figura 12: Peças do telhado e beiral. Fonte: VASCONCELLOS:1961
Figura 13: Beiral e telha. Fonte: CRUZ:1998
Assim como é farta a terra nessa região, as pedras também são facilmente encontradas nas
encostas dos caminhos, nos rios próximos aos vilarejos, nos pastos e nos campos são
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usadas principalmente na construção do alicerce que serve de base para receber os
baldrames, isolando a casa da umidade, e como sistema de fechamento para o porão,
quando não afundada no solo, como falsos alicerces. (LEMOS:1961). As pedras são
assentadas sem argamassa umas sobre as outras apenas pelo encaixe, técnica conhecida
como pedra seca, “obtendo-se o acabamento das pedras maiores pela interpolação de
outras menores” (LEMOS:1961) utilizando suas faces “chatas” para o assentamento e, às
vezes, utilizando o barro para tapar os pequenos veios formados pela sua irregularidade
formal (figura 03). Em alguns casos, as pedras são utilizadas como degraus ou nas escada
para vencer alguns desníveis (figura 14).
Figura 14:Base em pedra com escada do mesmo material. Gonçalves, B. Venâncios
Figura 15:Apoios em pedra para correção do desnível. Cambuí, B. Água Branca
Figura 16:Parede em pedra com vedação em barro. Córrego do Bom Jesus, B. Catiguá
Figura 17: Base em pedra sustentando o baldrame. Gonçalves, B. Venâncios
O material mais utilizado nas casas rurais é a madeira, participando tanto da estrutura
principal quanto das peças menores, como portas e janelas – com suas folhas feitas com
tábuas de pinheiro justapostas e unidas, umas às outras por travessa, em vários casos
também se encontra folhas com junção do tipo macho-fêmea. A madeira também é utilizada
na armação do pau-a-pique – barrotes e ripas dispostos de forma a criar uma grelha,
amarrada com cipó, onde é assentado o barro. A “gaiola” é formada por baldrames, esteios
e frechais, junto às peças que estruturam o telhado, muito semelhante à estrutura usada nas
fazendas do sul de Minas, que muito se assemelha à gaiola pombalina pelo uso de
sambladuras e articulações (CRUZ:2010). Por serem peças mais importantes
estruturalmente, os baldrames e os esteios são confeccionados em madeiras nobres, como
o guatambu e a cajarana, mais resistentes à ação do sol e da chuva, principalmente quando
os baldrames ou os esteios fazem contato direto com o solo. O piso das casas é sempre
assoalhado, quando o cômodo não toca o solo, assim como o alpendre e as escadas. Em
alguns casos, a cozinha também segue o mesmo piso da casa e o fogão à lenha é
construído sobre as tábuas.
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Figuras 18, 19, 20, 21 e 22: Casas diversas. Gonçalves, B. Venâncios
A terra é um elemento bastante característico nas construções vernaculares devido ao
imediato reconhecimento da arquitetura rural pelo uso do pau-a-pique e sua estrutura em
madeira, o mais difundido no Brasil (LEMOS:1961). Encontrada em abundância na região
em estudo, a terra é usada principalmente para o barreamento das paredes. Após montada
a grelha que recebe o barreamento - mistura de terra, água escremento de animal e
vegetação seca, a mistura é atirada de encontro à grelha pelos dois lados e nivelado
posteriormente com uma camada mais fina do mesmo material(CRUZ:2010). A terra é
também a matéria-prima para o fabrico das telhas, em sua maioria do tipo capa-e-canal. Em
alguns casos, nas paredes que ficam junto ao fogão à lenha, é passada uma camada de
tinta à base de terra tabatinga ou argila, devido à intensa incidência de fumaça nessas
paredes, o que permite praticidade em retocar a “tinta”, que por sua freqüente aplicação,
resulta no engrosso da área pintada. Nas casas mais humildes, o piso é feito direto na terra,
nivelado e revestido com argila ou terra tabatinga.
Figura 23 e 24: Pau-a-pique. Gonçalves, B. Venâncios
Figura 25: Parede pintada com terra tabatinga. Gonçalves, B. Venâncios
Figura 26: Parede externa com acabamento em terra tabatinga. Córrego do Bom Jesus. B. Catiguá
As soluções encontradas referente ao uso da pedra como base ou como vedação restringe-
se às construções mais antigas, anteriores a 1950. Posteriormente, as casas eram erguidas
diretamente do chão apoiadas nos esteios que partiam do porão até encontrar os frechais,
onde se apóia a cobertura ou às vezes a casa é construída sobre pequenos apoios ou
fieiras de pedra. Quando da necessidade de fechamento dos porões, recorria-se ao uso de
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tábuas, sendo posteriormente substituídos pelo bloco de cimento ou alvenaria de tijolos
(figura XX).
percebe-se uma simplificação e racionalização uso da madeira ou sua substituição, que
sempre foi colhida nos arredores da construção ou nas matas vizinhas, por um lado em
função da dificuldade em adquirir e trabalhar o material e, por outro, em função de outros
materiais mais práticos, como o cimento para revestir o piso, queimado e tingido de
vermelho ou amarelo, forros em madeira adquiridos no comércio bem como outras peças
utilizadas na construção, como o madeiramento do telhado, portas e janelas.
A terra é constante e pouco foi modificado o seu uso nas construções rurais. Dependente do
barro para sua vedação, o pau-a-pique encontrado nas casas levantadas demonstra um
mesmo processo construtivo, encontrando em alguns casos o uso de argamassa de cimento
para a reforma de algumas paredes, mas se utilizando a mesma estrutura armada.
Figura 27: Baldrames apoiados direto no solo e sobre pequena base. Gonçalves, B. Venâncios
Figura 28: Foto de 1992 e 2011. Mudança no fechamento do porão. Gonçalves, B. Venâncios
Figura29 :Uso de cimento para reparo do pau-a-pique. Cambuí, B. Água Branca
Em alguns casos especiais, quando da necessidade de se construir uma segunda casa
devido ao desgaste sofrido com o passar do tempo, geralmente após 40, 50 anos de uso,
principalmente pela fragilidade das paredes e também por algumas peças estruturais ou
portas e janelas, conforme alguns casos encontrados, a construção antiga é desmontada e
suas peças principais, geralmente os esteios e baldrames (vigas e colunas de madeira), o
assoalhado, algumas guarnições internas, por serem feitos com madeiras especiais e de
alta resistência, acabam sendo reutilizados na nova construção..Em outros casos, quando
da necessidade de mais espaço na casa, uma segunda é construída ao invés de refazê-la
permanecendo a casa antiga, geralmente ocupada pela mesma família. A planta da nova
casa segue a da casa antiga devido ao encaixe original das peças e ao posicionamento no
terreno também ser o mesmo, uma vez que ao importar a planta antiga, resolve-se ao
mesmo tempo as questões de insolação, acessos, etc.. O que muda às vezes é a
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distribuição dos cômodos, que são adequados ao número de integrantes da família, mas a
cozinha sempre corresponde ao posicionamento da anterior.
CONCLUSÃO
Atualmente, o interesse pelo estudo e reconhecimento da arquitetura vernacular no Brasil
tem crescido e vem sendo discutido e apresentado por pesquisadores e arquitetos em busca
de maior compreensão da nossa cultura e da história da nossa arquitetura, suas raízes e
repercussões mais contemporâneas. Conclui-se do material levantado em campo que as
transformações ocorridas com as casas rurais têm contribuído para a descaracterização
dessa arquitetura e a perda de originalidade construtiva que, apesar da necessidade do uso
da tecnologia, ainda permanecem na região casas bem conservadas, evidenciando ainda
mais a necessidade de instrumentos que contribuam para a preservação da arquitetura rural
e das técnicas construtivas tradicionais.
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