Mais visibilidade para a Academia Nacional de Medicina · Jornal do Commercio • Segunda-feira,...

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Jornal do Commercio • Segunda-feira, 15 de junho de 2015 • Rio de Janeiro • A-9

O urologista Francisco Sampaio, professortitular da Universidade do Estado do Rio

de Janeiro (UERJ), pesquisador 1A doCNPq e que, por seis anos, coordenou a

área de Medicina III da CAPES (Cirurgia),deseja dar à Academia Nacional de

Medicina (ANM), da qual é primeiro vice-presidente, maior visibilidade e mais

canais de comunicação com a sociedade.Para isso,

ele é candidato à presidência dainstituição, criada em 30 de junho de 1829.

De acordo com o médico, a academia precisa divulgar mais sua riqueza depensamento, desafio que ele e seuscompanheiros de chapa estãoentusiasmados em enfrentar. “Se formosescolhidos para dirigir a instituição, umadas ações será a criação de um arquivoonline, que chamaremos de TribunaAcadêmica, em que todos os membrosvão depositar seus discursos maissignificativos, proferidos ao longo davida”, diz ele.

DA REDAÇÃO

entrevista FFRRAANNCCIISSCCOO SSAAMMPPAAIIOO Vice-presidenteda ANM

Como funciona, hoje, a Aca-demia Nacional de Medicina?

FRANCISCO SAMPAIO – AANM completará 186 anos defundação em 30 de junho pró-ximo e sua história confun-de-se com a história do Bra-sil. Foi fundada sob o reinadodo imperador D. Pedro I, em1829, e seu objetivo mantém-se inalterado, que é o de con-tribuir para o estudo, a dis-cussão e o desenvolvimentodas práticas da medicina, ci-rurgia, saúde pública e ciên-cias afins, além de servir co-mo órgão de consulta do go-verno brasileiro sobre ques-tões de saúde e de educaçãomédica. É uma instituiçãotradicional e seleta, com 100membros titulares escolhidosem uma acirrada eleição pe-los pares. Hoje há membrosno Rio de Janeiro, Minas Ge-rais, São Paulo, Paraná, RioGrande do Sul e Ceará. Pensoque é importante expandirmais e ter membros titularesem outros estados. Desde asua fundação, existiram ape-nas 651 membros titulares, oque torna a academia muitoexclusiva...eram os chama-dos “medalhões da medici-na”. Seus membros se reú-nem toda quinta-feira emsessões abertas ao público,muito interessantes, ricas emdebates sobre temas da me-dicina, de educação médica,de política de saúde, etc. Issofaz da ANM a mais antiga en-tidade cultural e científica areunir-se regular e ininter-ruptamente por tanto tempo.A academia também promo-ve congressos nacionais e in-ternacionais, cursos de ex-tensão e atualização e, anual-mente, durante a sessão deaniversário, distribui prêmiospara médicos e pesquisado-res não pertencentes aos seusquadros.

Como uma instituição tãotradicional se insere no sécu-lo 21?

– Ser tradicional não sig-nifica ser antigo. Se fosse as-sim, vetustas instituiçõesmundo afora teriam perdidosua importância. O Hôtel-Dieu, considerado o maisantigo hospital de Paris, foi,segundo consta, fundadopor São Landerico de Parisno ano de 661. Do século 7ao 17 foi diversas vezes re-construído e sua arquiteturaatual remonta a 1877. O hos-pital é ligado à Faculdade deMedicina da Université RenéDescartes e é um centro queaplica a medicina mais mo-

derna que existe. Penso quea nossa academia deve usarmais os recursos da lingua-gem moderna de comunica-ção, a internet e as redes so-ciais. Para isso, os Anais daAcademia podem represen-tar o grande divulgador denossas atividades e, com vi-deoconferências, podemostransmitir os ricos debatesque ocorrem nas sessões ple-nárias regulares.

Este aumento de comunica-ção é uma das propostas daANM para a sociedade?

– Sim. A academia semprerespondeu positivamente àsdemandas da sociedade. Re-centemente, debatemos e fi-zemos circular na imprensatemas de grande relevância,como o programa Mais Médi-cos, nós nos posicionamossobre o uso de animais napesquisa médica, organiza-mos seminários sobre o DiaInternacional da Luta contraa Malária, sobre o Uso e Libe-ração da Maconha, Dia Inter-nacional do Rim, etc. Discuti-mos o planejamento e orga-nização dos serviços médicosnos Jogos Olímpicos Rio 2016.Como se vê, a Academia deMedicina está ativa e pode fi-car ainda mais, com maisatuação, usando a modernatecnologia de comunicação.Estamos pensando nisso eesperamos colocar em práti-cas essas ideias.

Como essas decisões sãoefetivadas na Academia Na-cional de Medicina?

– A academia é uma insti-tuição democrática. Tudopassa por eleição e votaçãode seus membros titulares eeméritos. No momento, esta-mos em final de mandato dadiretoria. Eu mesmo sou can-didato a presidente na próxi-ma eleição, encabeçando umgrupo de quinze acadêmicosque compõem uma chapaque tem propostas para im-plementar ações que deemmais visibilidade à ANM. Sen-do eu o atual primeiro vice-presidente, era natural mecandidatar à presidência.Com isso, me cerquei de ou-tros 14 acadêmicos, todos re-levantes em suas áreas, e as-sim pretendemos conduzir aacademia nos próximos doisanos. Estamos conversandocom os demais acadêmicos,apresentando propostas, ou-vindo muito e nos submeten-do a um processo eleitoral,que é como tudo aconteceem nossa instituição.

A prática democrática éuma das bases da longevidadeda Academia Nacional de Me-dicina?

– Penso que é uma partedo segredo da longevidade daAcademia. Outro aspecto é afraternidade que comparti-lhamos. O ambiente da aca-demia é muito saudável e as-sim continuará sempre, por-que zelamos por isso. As dis-putas sempre se encerramquando uma eleição terminae todos olham novamentepara o mesmo objetivo, que éo bem da academia e da cau-sa médica. Não há sectaris-mos, partidos ou grupos den-tro de nossa instituição.

Há muitos acadêmicos coma mesma visão do senhor emrelação à instituição e ao pa-pel dela nos tempos atuais?

– Você ficaria surpresa comos acadêmicos. Independen-temente da idade, encontra-se na Academia Nacional deMedicina ideias atuais. Osmédicos, mesmo os já retira-dos de sua atividade, man-têm-se atualizados e discu-tem perfeitamente os novosmeios diagnósticos, os novostratamentos, ou ainda a re-cente pesquisa médica. Porisso a Academia precisa divul-gar mais essa riqueza de pen-samento para a sociedade. Seformos escolhidos para dirigira instituição, uma das açõesserá a criação de um arquivoonline, que chamaremos deTribuna Acadêmica, em quetodos os membros vão depo-sitar seus discursos mais sig-nificativos, proferidos ao lon-go da vida. Isto representaráum precioso banco do pensa-mento político-filosófico daAcademia Nacional de Medi-cina. Também, pretendemoscriar outro arquivo online,que chamaremos Temas Con-troversos e a Academia Na-cional de Medicina. Aqui se-riam arquivadas as resenhasde seminários sobre temasque suscitam discussão, taiscomo aborto, ortotanásia, usode células-tronco, e suicídio.Deste modo, a Academia Na-cional de Medicina vai mos-trar a todos quais são suas po-sições filosóficas sobre essesassuntos. Finalmente ressaltoque os acadêmicos que estãose apresentando comigo paraconcorrer à diretoria da Aca-demia são médicos renoma-dos ou cientistas médicos derelevo nacional e internacio-nal. Creio que poderemoscontribuir, e muito, para aboa gestão da ANM.

DIVULGAÇÃO

A academiasemprerespondeupositivamenteàs demandas dasociedade.Recentemente,debatemos efizemos circularna imprensatemas de granderelevância.”

Mais visibilidadepara a AcademiaNacional de Medicina

LINHA 4

DA REDAÇÃO

Parte do trânsito que estavainterditado na região do AltoLeblon, na Zona Sul, será libe-rado a partir de amanhã, gra-ças ao término das interven-ções de tratamento de soloque estavam em execução naregião. O canteiro de obras naRua Igarapava, no trecho entrea Rua Aperana e a Avenida Vis-conde de Albuquerque, serádesmobilizado e retirado.

Com isso, segundo infor-mação do Consórcio Linha 4Sul, responsável pelas obrasda Linha 4 do Metrô entre Ipa-nema e Gávea, as ruas Apera-na e Gabriel Mufarrej volta-rão ao fluxo normal, comoantes das intervenções dasobras. Na Rua Aperana, otrânsito volta a seguir em mãoúnica sentido Igarapava, comestacionamento permitidonos dois lados. A Rua GabrielMufarrej também volta a ope-rar em mão única em direçãoà Rua Aperana, mas o estacio-namento permanece proibi-do. Estas duas vias estavamimpactadas desde 30 de no-vembro de 2013, com trânsitoem mão dupla.

As alterações viárias serãoimplementadas a partir das8h, em conjunto com a CET-

Rio. As demais intervençõesde vias no bairro seguem até ofim da obra.

A linha 4 do metrô devetransportar, a partir de 2016,mais de 300 mil pessoas pordia, retirando das ruas cercade 2 mil veículos por hora/pi-co. Serão seis estações e apro-ximadamente 16 quilômetrosde extensão.

A ligação metroviária entreIpanema e Barra da Tijuca es-tará à disposição dos passa-geiros em julho de 2016, coma operação comercial da novalinha nos mesmos horáriosdas demais linhas do metrô.Um mês antes, em junho, ostrens já circularão neste tre-cho, mas fora do horário depico. Será possível ir da Barraa Ipanema em 13 minutos e,da Barra ao Centro, em 34 mi-nutos. Os usuários poderãoainda deslocar-se da Pavunaaté a Barra da Tijuca pagandoapenas uma tarifa.

Trânsito em parte doLeblon será liberado

RIO RURAL

DA REDAÇÃO

O programa Rio Rural, daSecretaria de Agricultura vol-tado para o desenvolvimentosustentável, beneficiou maisde 7,7 mil projetos de 5,2 milprodutores agrícolas do esta-do, segundo o governo flu-minense. No total, já formainvestidos R$ 27,5 milhõesnos projetos.

As mais de 100 práticas in-centivadas pelo programa –como proteção de nascentese matas ciliares, sistema depastoreio rotacionado e cul-tivo agroecológico – vemcontribuindo para o aumen-to da produtividade e rendano campo.

Produtor de café na mi-crobacia Córrego do Lamba-ri, em Bom Jesus do Itaba-poana, Celismar Pereira éum deles. Beneficiado com oprojeto coletivo, o agricultorrecebeu, juntou com outrossete produtores, R$ 27,2 milpara a aquisição de um seca-dor de grãos. “O equipamen-to trouxe ganhos significati-vos de tempo e qualidade.No bolso, chega a represen-tar até R$ 120 a mais por sacade caféd”, afirmou.

Programainveste R$ 27,5 mi

300 milPPEESSSSOOAASS PPOORR DDIIAA DDEEVVEEMM

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