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MANUAL
DE
LÍNGUA GREGA
Autor: Waldyr Carvalho Luz
Revisor: Sabatini Lalli
MANUAL
DE
LÍNGUA GREGA
Autor: Waldyr Carvalho Luz
Revisor: Sabatini Lalli
CASA EDITORA PRESBITERIANA Rua Miguel Teiles Jr., 382/394 - Cambuci
São Paulo - SP
MANUAL DE LÍNGUA GREGA
Autor: Waldyr Carvalho Luz
Revisor: Sabatini Lalli
Volume I
12 Edição - 1991
CASA EDITORA PRESBITERIANA
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS À CASA EDITORA PRESBITERIANA RUA MIGUEL TELES JR. 382/394 CAMBUCI - TEL. (011) 270-7099 CEP 01540 - SÃO PAULO - SP
DEDICATÓRIA
Às cidades basilares de minha vida:
- Curitibanos, Sta. Catarina - onde nasci;
- Caçador, Sta. Catarina - onde iniciei meus estudos formais;
- Princeton, N.J. U.S.A. - onde me doutorei;
- Campinas, São Paulo - onde exerci a docência e elaborei este Ma
nual.
Campinas, abril de 1991
Waldyr Carvalho Luz
APRESENTAÇÃO
Depois de ter lançado a Gramática Exegética do Grego Néo-Testa- mentário, de W.A. Chamberlain, traduzida pelo Rev. Prof. Dr. Waldyr Carvalho Luz, a Casa Editora Presbiteriana, da Igreja Presbiteriana do Brasil, dá a lume este Manual de Língua Grega, da lavra do Prof. Waldyr Carvalho Luz, mestre exímio da língua materna de Homero. Este Manual é obra minuciosa e, por isso, extensa, constituída de vinte e cinco substanciosos capítulos, divididos em três volumes: O Primento Volume vai do Capítulo 1 ao Capítulo 9; o Segundo Volume vai do Capítulo 10 ao Capítulo 17 e o Terceiro Volume vai do Capítulo 18 ao Capítulo 25.
Para facilitar o trabalho do estudante, além de conservarmos o índice geral de matéria, de cada capítulo, preparado pelo Autor, elaboramos, para cada volume, à medida que fazíamos a revisão, um índice bem mais minucioso que permite ao estudante localizar, na vastidão da matéria exposta, o assunto de seu interesse específico.
Um dos muitos pontos altos deste Manual de Língua Grega está no estudo dos Sistemas Verbais que constituem a língua grega. Além de mostrar, com os respectivos paradigmas, como se formam e quais os elementos que integram os tempos do verbo grego - e de dar, minuciosamente, as regras que permitem ao estudante reproduzir esses tempos com verbos de diferentes raízes e, também, de raízes irregulares o Professor Waldyr Carvalho Luz enriquece o seu ensino, dando-nos a Aktionsart precisa de cada tempo verbal ou, seja, dando-nos a qualidade precisa da ação punctiliar ou linear expressa pelo verbo, exemplificando a respectiva tradução de cada um dos tempos verbais focalizados.
O Dr. W.A. Chamberlain, em sua Gramática Exegética do Grego Néo- Testamentário, acima referida, falando da importância da Aktionsart (qualidade precisa da ação expressa no tempo verbal), diz: “Têm os tradutores de nossas versões (inglesas) falhado mais frequentemente em decorrência de seu conhecimento parcial dos tempos verbais que por qualquer outra razão” (p.95). Grifo nosso. A estas palavras, acrescenta o Autor deste Manual: “A maioria desses erros resulta do hábito de visualizar os tempos (dos verbos) gregos como similares aos do latim, do inglês e do alemão”. Por isso, não é preciso dizer o quanto lucrará o estudante que dominar o exato sentido expresso pelo tempo verbal no texto a ser traduzido, seja ele do grego clássico ou do grego coinê.
Neste Manual, ao final de cada capítulo o Autor insere um Vocabulário àcompanhado de um Exercício. O Vocabulário apensado nos vinte e
cinco capítulos compreende o total de 1.000 palavras gregas. Assim, na medida em que o estudante progride no estudo da língua grega, seguindo a metodologia adotada neste Manual, terá ele, presumivelmente, lido, flexionado, analisado e traduzido todos os textos escolhidos no Novo Testamento e arrolados nos exercícios, textos em que aparecem os problemas estudados nos respectivos capítulos. O conhecimento que o estudante vai adquirindo, ao longo do seu estudo, se torna cumulativo e, por isso, vai ele sentindo o prazer, cada vez maior, de ler com real proveito o Novo Testamento na língua original.
A grandeza do empreendimento editorial que a publicação deste Manual de Língua Grega representa só pode ser avaliada, de forma concreta, pelos que labutam nesta área. Para nós, Diretor Presidente e Diretor Editor, da Casa Editora Presbiteriana, a realização deste empreendimento constitui motivo de louvor e gratidão a Deus que, por sua graça, nos permitiu levar a cabo esta tarefa gigante, a qual, entre muitas outras realizadas durante a nossa gestão na direção da Casa Editora Presbiteriana, honra sobremaneira a Igreja Presbiteriana e constitui um marco de relevante magnitude na vida cultural de nosso País. Esta obra, publicada no final do nosso mandato, representa o ápice de um período de grande desenvolvimento e progresso na vida da Casa Editora Presbiteriana, como bem podem aquilatar os que conhecem a história desta Casa.
Queremos registrar aqui o nosso agradecimento a todos os que, de um modo ou de outro, colaboraram para o sucesso da Casa Editora Presbiteriana, especialmente nestes últimos oito anos.
São Paulo, abril de 1991
Antonio Ribeiro Soares Diretor Presidente
Sabatini Lalli Diretor Editor
Í N D I C E
Cap. 1 - Alfabeto, consoantes, vogais ....................................... 7a) D itongos......................................... .......................... 21b) Esp írito ....................................................................... 24c) Acentuação ......................................... . .................. 28d) Pontuação................................................................. 59e) G ra f ia .......................................................................... 60f) Estilo e Vocabulário................................................. 61
Cap. 2 - 2. 1 . Gênero e Número.............................................. 672. 2. C a s o s ................................................................... 692. 3. Declinações......................................................... 962. 4. Primeira Declinação........................................... 103
a) Primeira Classe...................................... .. 107b) Segunda C lasse ............................................ 117c) Terceira C lasse .............................................. 128d) Quarta C lasse................................................. 138e) Quinta C lasse ................................................. 149
2. 5. Sinopse Tabelar................................................. 1612. 6. Tipos Característicos . ...... ............................... 1622. 7. Artigo Indefinido................................................ 1642. 8. Estudo.......................... ..................... .. ................ 1662. 9. Vocabulário.................. .. ................................... 1672.10. Exercícios.............................................................. 171
Cap. 3 - Segunda Declinação..................................................... 1733. 1. Quadro Geral de Desinências........................ 1743. 2. Paradigmas:
a) 'av0pcú'Tro<; .......................................................... 179b) X070S ............................................................... 130c) 8oí)\oç............................................................... 181d) 0eo<;................................................................. 182
3. 3. Substantivos Neutros:
I
a) epryov ...............................................................3. 4. Tipos Característicos.........................................
a) Sufixos: |xoç .................................................TpOV.................................................................
WTKOÇ ..............................................LOV.....................................................................
e ío v .................................................o\o<;.................................................
3. 5. Declinação Á tica .................................................a) vecoç, veto, o ....................................................b) Substantivos Neutros
avaryecov, avtú-yeco, t o .................................3. 6. IH SO YS , IH SO Y , O ......................................3. 7. Elisão: Exemplos.................................................
a) Trap^ixítív................... .. ................................I V i C» /b) eç V|xaç .........................................................
3. 8. Preposições Refratárias:a) afjicpi — Trept — irpo ...................................
3. 9. Partículas Pospositivas......................................3.10. Vocabulário .........................................................3.11. Exercícios...............................................................
Cap. 4 - Terceira Declinação......................................................4. 1. Quadro de Desinências da Terceira Declina
ção ..........................................................................4. 2. Substantivos Labiais e Guturais: Paradigmas
Em Labial: kwvcov};, kgjvcottoç, o ......................Em Gutural: acíp?, crapKoç, t\.........................
4. 3. Substantivos Linguais......................................Tipos Característicos:a) ôiKatcofxa, ô iK a iax riç .................................b) Kpifux, « p u r íç ..............................................
c) xP'n°rTOTTl‘5' XP't1°'tot't1to ' ......................d) aywyrqç, aryvoTryroç, ..............................
\ 9 1
II
185188189189190190191192192193
194196197198198
199200 202
204
207
208 218 219 221 225
228229229230
Cap. 5
4. 4. Paradigmas:a) xapiç, Yap^TOÇ, ^ ......................................... 231b) "eXTríç, eXiuôoç, r j ........................................... 235
c) 7 ep(*)v, 7 €povro<s, o ........................... .. 244d)”ovo|xa, ovo|AotTo<;, t o ...................................... 249e) Tepaç, TepatToç, t o .......................... 254
4. 5. Tabela Geral de Desinências............................ 2594. 6. NÜ M O V E L ............................................................ 260
4. 7. MEN e AE (|xev e 8 e ) ........................................... 2624. 8. Vocabu lário ............................................................ 2644. 9. Exercícios.................................................................. 267
Adjetivo e Artigo............................................................ 2695. 1. Adjetivo-Paradigmas:
a) oryioç, oryia, oryiov........................... .. 271b) cryaOoç, a^aGirf, cryaGov........................... 275
\ C S Cr A e ✓ _ „c) €Kiov, eKOixra, c k o v ................................... 278d) |xe7aç, fA€7a\T|f ixeya ................................. 286
5. 2. Concordância Complexa................................... 290a) Concordância Sinésica................................. 291b) Concordância Predicativa e Concordância
A tributiva....................................................... 292c) Adjetivo com Função Substantiva........... 297d) Adjetivos Verbais......................................... 301
5. 3. A rt ig o .................................................................... 306a) Emprego do Artigo...................................... 309b) Com Nomes Próprios................................. 310c) Com Aposto.............................. .. .................. 312d) Com Nomes Abstratos ou Monádicos . . 312e) Com Cláusulas Temporais, Locativas e Ins
trumentais ...................... .. ............................. 313f) Uso Pronominal............................................ 319
5. 4. Vocabulário........... ............................................. 3225. 5. Exercícios............................................................... 325
III
Cap. 6 - Verbo: Noções Gerais e Sistema do Presente. A- gente da Voz Passiva. Sujeito do Infinitivo. Propriedades dos Verbos Compostos.................................... 3276. 1. Noções G e ra is .................................................... 327
a) V o z .................................................................... 329b) Modo ............................................................... 333c) Tempo e Aktionsart...................................... 336d) Forma Básica do Verbo.............................. 341
6. 2. Sistemas Verbais................................................. 343a) Sistema do Presente: Raiz, Vogal de Liga
ção, Infixo Modal, Desinências, Acentuação .................................................................... 351
b) Agente da Voz Passiva................................. 445c) Sujeito do Infinitivo...................................... 447d) Pronome Pessoal Sujeito............................ 448
6. 3. Particularidades dos Verbos Compostos . . . 449a) Ordem Vocabular......................................... 452b) Vocabulário................... ............................... 453
Cap. 7 - Proclíticas, Enclíticas, Verbos em EIMI; Complemento Predicativo OY e MH; Preposições, Advérbios, Conjunções e Interjeições................................. 459a) Proclíticas................................... .. ........................... 459b) Enclíticas.................................................................... 461c) Verbo eíjxi e suas inflexões................................. 471d) Complemento Predicativo .................................... 4963 / 9e) Advérbios de Negação: OY e MH (ov/ ouk/ ovx
e fxrj).............................. .. ........................................ 500f) Preposições: Natureza e Regência...................... 502g) Advérbios, Conjunções, Interjeições................. 5097. 1. Vocabulário......................................................... 5107. 2. Exercícios ............................................................ 512
Cap. 8 - Pronomes Pessoais, Demonstrativos, Reflexivos,
IV
Redprocativo, Possessivos, Relações de Posse, Crase ....................................................................................... 515a) e yw ............................................................................... 515b) crv ...................................................................................... 518
3 / 3 / 1 /c) outoç, otvrx\, o t t o .................................................... 5208. 1. Pronomes Demonstrativos............................... 525
a) qcutoç, avrrj, ccwo (mesmo, mesma) . . . 525b) <oÔ€, r\he, toÔ€ (este, esta, is to )................. 528c) oirroç, qcutt|, touto (este, esta, isto) . . . . 530d) eKeivoç, €K€lvt|, iKeívo (aquele, aquela,
aquilo) ............................................................... 5368. 2. Pronomes Reflexivos........................................... 540
a) efjuxvTou, e|xcanr|<5........................................ 541b) o-eoorrou, creo ivrnç........................................ 543
. C A C A U - A _ „ „c) ectuTov, ecam]?, eam ov ................................ 546
8. 3. Pronome Reciprocativo..................................... 5522 / j! ot 3/
a) aW^X-oiv (de aW oç, aXkr\, akXo = outro,outra) .................................................................. 552
8. 4. Pronomes Possessivos........................................ 555\ 3 ' ■>' o ' ccca) ejxoç, e|XT|, €|xov.............................................. 556
b) croç, ar), crov....................................................... 558
c) T]|xeTepos, TifxeTepa, iruxeTepov.................. 559d) v|xeTepo<;, v|xeTepa, v|xeTepov................. 560
8. 5. Relação de Posse ................................................... 565a) Genitivo Regular.............................................. 565b) Genitivo do Pronome Pessoal.............. 566c) Pronome Possessivo...................................... 566
d) Verbos exw e e i f u ........................................... 5678. 6. C ra se .......................................................................... 568
a) Exemplos de C ra se ......................................... 5698. 7. Vocabu lário ............................................................ 570
8. 8. Exercícios.................................................................. 572
Cap. 9 - Nomes em Líquida N, da Terceira Declinação. Ad
V
jetivos Consonantais Biformes e Triformes, de Radical em N. Comparativo e Superlativo. PronomesInterrogativos, Indefinidos e Relativos...................9. 1 . Nomes em Líquida N da Terceira Declinação
a) auov, auovoç, o (paradigma)......................b) "yeiTtov, 'YeiTovoç, o ......................................
9. 2. Adjetivos Consonantais Biformes de Tema Finalizado pela Líquida N ...........a) cdxppcov, oxúcppov (paradigma).................
9. 3. Adjetivos Consonantais Triformes de TemaFinalizado pela Líquida N ..........a) |xeXãç, |Ae\eav&, fxeXav (paradigma) . . .
9. 4. Adjetivos Comparativos e Superlativos da Primeira C lasse....................................................a) Exemplos de Vocálicos com Penúltima
Longa ...............................................................b) Exemplos de Vocálicos com Penúltima
Breve..................................................................c) Exemplos de Consonantais Biformes Ter
minados em cov e o v ....................................d) Exemplos de Consonantais Biformes Ter
minados em nris e e ç ......................................e) Exemplos de Consonantais Triformes Ter
minados em as, a, a v ...........................f) Exemplos de Consonantais Triformes Ter
minados em vç, eia, v . ..............................9. 5. Adjetivos Comparativos e Superlativos da Se
gunda Classe ......................................................a) Exemplos de Consonantais Triformes Ter
minados em vç, eia, v .................................b) Exemplos de Vocálicos Triformes Termi
nados em poç, pá, pov.................................c) Paradigma dos Comparativos da Segunda
Classe ((3a0úov, (3a0íóv)..............................
575575576 578
581583
586589
593
595
595
596
596
596
597
597
598
598
600
9. 6 . Comparativos e Superlativos de Adjetivos que Fogem às Regras, Mas Ocorrem no Novo Testamento .........................................................a) Superlativo Absoluto e Superlativo Relati
vo .......................................................................b) Outras Formas Analíticas de Comparati
vos ....................................................................9. 7. Advérb io ...............................................................
a) Usos do Adjetivo com Função Adverbial.b) Substantivos que Assumem Função Ad
verbial ........................... .. ................................c) Formas Comparativas e Superlativas do
Advérbio .........................................9. 8 . Pronome Interrogativo t iç , t i .........................
a) Quadro de Inflexões....................................b) Funções Adjetiva, Pronominal e Adverbial
do Interrogativo t is , t i ..............................c) Outros Interrogativos....................................d) Formas Adverbiais com Função Interroga
tiva ....................................................................9. 9. Pronomes Indefinidos.............................. ..
a) t iç , t i ...............................................................b) aXXoç, oXXt], aXXo ......................................
. 6 A. J óc) Traç, Traaa, Trav ............................................d) ttoXvç, ttoXXt|, ttoXu ...................................
9.10. Pronomes Relativos....................................... d O cJ
a) oç, t), o .....................................................» v d & *b) OCTTIÇ, T|TIÇ, O T l .....................................
9.11. Outros Relativos:.................................................a) tjj ikoç, Tq, o v .................................................b) otoç, ã , o v .......................................................
c a -c) OTTOIOÇ, a, o v .................................................d) ooroç, in, o v ......................................................
C f O cJe) ocrye, nr e, 0 7 c ..............................................
604
606610610
610
612614616
618618
619620 620 622 625 631 635 635 639 642642643 643 643 643
602
VII
f) ^cnrep, Tyrrep, orrep ..................................... 6439.12. Vocabulário......................................................... 6489.13. Exercícios............................................................... 651
VIII
CAPÍTULO I
ALFABETO, DITONGO, ESPÍRITO, ACENTUAÇÃO E SILABIFICAÇÃO, PONTUAÇÃO, GRAFIA, ESTILO E
VOCABULÁRIO.
1. ALFABETO
1.1- Número de letras
1. Primórdios
No passado remoto, constava o alfabeto grego de 27 caracteres ou símbolos específicos, oriundos principalmente do fenício.
2. ReduçãoA chamada reforma ortográfica euclideana de 403 A.C. san
cionou nas escolas da Atica o uso do que se designava de alfabeto jônico, reduzido a 24 letras (7 vogais, 17 consoantes).
3. Coiné
Este alfabeto reduzido é o que vigia no período helenístico, na era do COINÉ (grego popular, a língua comum do povo, em que foram escritos os livros canônicos do Novo Testamento).
4. EnumeraçãoAs três letras que se haviam tornado obsoletas, a subisistirem
apenas como elementos de representação numérica (não se serviam os gregos de algarismo), eram o digama, o copa e o sampi.
5. DigamaO digama, ou gama duplo, tinha originalmente a forma de
dois gamas superpostos, donde o nome. É também conhecido como ESTIGMA ou VAU. Correspondem-lhe, em forma, o nosso F, em fonética, o nosso V. A representação maiúscula eraj£ , a minúscula .
7
6. Copa
0 copa, ou koppa, é o ancestral morfológico do Q e se representava, maiúsculo, por £ , minúsculo, por ou .
7. Sampi
O sampi, ou san, simplesmente, era uma forma alternativa de
quando minúsculu.
1.2 - Forma das letras
1. Uncial
Na era do coiné era a escrita grega toda em maiúsculas, letras de avantajado porte, que ocupavam todo o espaço entre as linhas, conhecidas como UNCIAIS (do latim uncialis, e, adjetivo referente a uncia, ae, ( - polegada), medida igual a 1/12 do pé linear).
2. AplicaçãoEm caracteres unciais foram escritas as obras todas da anti
guidade clássica dos gregos e, também, os autógrafos e manuscritos primitivos dos documentos que integram o atual cânon néo- testamentário.
3. ProcessoEssa escrita era contínua, as letras, uma a uma, em sucessão
ininterrupta, sem separação de palavras, nem ligação entre sí, quase extreme de sinalização diacrítica.
4. Mudança
Ao depois, bem mais tarde, com vistas a tornar-se a escrita mais fluente e expedita, adotaram-se as letras minúsculas, de porte reduzido, grafadas em conjunto, ligadas umas às outras, lestas e rápidas, em blocos, distintas as formas ou palavras.
S, representado quando maiúsculo, e H o u T ,
8
5. Cursivo
Esta, ao contrário da primitiva, era uma escrita corrente, donde denominarem-se os caracteres de cursivos (do adjetivo latino cursi- vus, a, um (= corrente), do verbo currêre (= correr). 0 designativo, é claro, se estendeu também à escrita, por isso designada de cursiva.
6. SubstituiçãoEmbora profusamente usado já por séculos em escritos pes
soais, particulares ou informais, foi por volta do século IX da era cristã que o cursivo se impôs definitivamente ao uncial, caindo este em desuso a partir dessa data.
1.3 - Prolação e transliteração
1. VariedadeComo não poderia deixar de ser, jamais tiveram as letras gre
gas prolação uniforme, variando-lhes grandemente a fonética no decurso do tempo e consoante as diversas regiões onde se falava a língua.
2. AssimilaçãoImpossível é, pois, estabelecer-se com precisão a exata pro
núncia dos fonemas gregos. Temos, portanto, de articulámos nos moldes convencionais de nosso idioma, aportuguesando-os, necessariamente. Nem poderia ser de outra forma.
3. Prolação
No que respeita à prolação, impõe-se observar que:- O gama se pronuncia sempre como gutural forte, guê, não/ê;- O zeta soa como fonema duplo, dz, não simples z ;- O teta não tem equivalente no português, correspondendo
ao th do inglês, som línguo-dental molhado ou aspirado;- O capa e o qui se podem tomar como correspondentes ao
9
nosso c ou q. Todavia, quando seguidos de e ou i se não abrandam em ce e ci, preservando a prolação forte: que e qui;
- O qui é uma aspirada explosiva, sem equivalente em português, semelhante ao ch do alemão, pronúncia que muitos preferem;
- 0 sigma vale sempre como ss, sibilante dobrada;- O ípsilon, exceto quando elemento final de ditongo, posição
em que vale por u, soa como o u do francês ou o ü do alemão.
4. TransiiteraçãoNo que tange à transiiteração, isto é, à representação de for
mas gregas por letras de nosso alfabeto, poder-se-ia fazer em termos de nossa ortografia simplificada. Entretanto, por amor a uniformidade de expressão e preservação de distinções gráficas, preferível será seguir-se a forma tradicional de transiiteração, observada nos círculos eruditos, encontrada nas obras técnicas estrangeiras, inda que exibam ligeiras discrepâncias entre si.
1.4 - Quadro das formas
1. DiferençaAs formas atuais das maiúsculas diferem, ora mais, ora menos
pronunciadamente, das unciais primitivas. Em se tratando do alfa, do épsilon, do csi, do sigma e do ômega, as 5 letras em que a diferença é mais acentuada, aduz-se a forma uneial específica.
2. QuadroO quadro geral do alfabeto grego do período encontra-se na
página seguinte:
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NOME MAIÚSCULA MINÚSCULATRANSLI-TERAÇÃO
PROLAÇÃO
(1) Alfa ( 51 AXxpa) A, a, A, a A, a
(2) Beta (Bíyra) B P B, b B, b
(3) Gama (rá|x|xa) r 7 G, g GUÊ, guê(4) Delta (AeÁ/ra) A 8 D, d D,, d(5) Épsilon (3‘ Ei|/i\óv) E , e E ,ê E ,e
(6) Zeta (Ztjto) Z i Z,z DZ, dz(7) Eta ( ’ Htci) H ■n È,è E,e
(8) Teta(0T|Ta) 0 e,-& TH, th T, t
(9) lota ( J Iamx) I i l.i l .i(10) Capa (KairTra) K K , X K, k C, Q, c, q(11) Lambda (Aá|xj38a) A X L, 1 L, 1(12) Mü (M-u) M M, m M, m
(13) Nü (Nu) N V N, n N, n
(14) Csi (Si) a, Ê X, x CS, cs
(15) Ômicron (s' OfxiKpóv) 0 0 Õ.õ 0 ,o
(16) Pi (ITÍ) n tr P,P P,P(17) Rô ( c Pcò) p P R, r R ,r
(18) Sigma (SÍ7|xa) 2, a, <; S, s SS, ss
(19) Tau (Tcn>) T T T, t T, t
(20) ípsilon ( 3 YvjjiÁ.óv) Y •u Y.y Ü, ü(21) Fi (<pi) a> PH, ph F ,f
(22) Qui (XÍ) X X CH, ch C, Q, CH, c, q,
(23) Psi m) ■\|r PS, ps PS, ps
(24) Ômega fíljjué-ya) a (0 Õ, õ 0 , o
11
3. Épsilon, ípsilon0 final psilon, em épsilon e ípsilon, é o adjetivo grego iJ/iXóv,
que significa desnudo, calvo, árido (como solo sem vegetação), a designar forma breve, que não recebia sinal especial ao transliterar- se, em contraste com longa paralela, cuja representação translitera- da era encimada pelo macron, barra horizontal distintiva.
4. Contraste
O épsilon se contrasta com o eta. São ambos a mesma vogal básica, e, aquele a forma breve, este a longa. No caso do ípsilon, não subsiste no alfabeto forma explícita a contrastar-se.
5. Ômicron, Ômega
Em referência a ômicron e ômega, o final é o adjetivo grego ^iKpóv - pequeno - , naquele caso, fxé7 a - grande - , neste. É, também, a mesma vogal básica, o, contrastado, na grafia e no apelativo, em suas respectivas formas, breve e longa.
6 . E, OVê-se, portanto, que os sons vocálicos e e o, têm dupla repre
sentação no alfabeto, distintas em valor, forma e designação.
1 .5 - Gama nasal
1 . NaturezaA letra gama (7 ) é, normativamente, gutural ou palatal, assim
devendo prolacionar-se.
2 . CircunstânciasQuatro posições há, entretanto, em que o 7 eqüivale a nasal,
soando como n e como tal podendo transliterar-se. São elas: (1)
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Quando precede a outro gama (7 7 ); (2) Quando precede a capa (7 K );
(3) Quando precede a csi (7 ); e (4) Quando precede a qui (7 %).
3. ExemplosExemplos do gama nasal nessas quatro circunstâncias ve
mo-los em:
(1) eyyvq - perto de (Lc 19.11): 7 a preceder 7 , donde trans- literar-se como èngys ou eggys e pronunciar-se engüs, não eggüs;
(2) Òr/Kijpãç - âncoras (At 27.29): 7 a anteceder a k, a trans- literar-se como ankyrãs ou agkyrãs e ler-se ancüras, não agcüras;
(3) - castigo, repreensão (II Pe 2.16): 7 antes de £, que se translitera como èlènxin ou èlégxin e se lê: élencsin, não élegcsin;
(4) iáX.€7 xo<; - convicção, prova (Hb 11.1): 7 anteposto a x- Translitera-se como elènchôs ou élègchõs e prolaciona-se élencos, não élegcos.
1.6 -R ô
1 . Natureza
A letra rô é, a um tempo, semivogal e aspirada, o que enseja ligeiras variações morfológicas e prolacionais.
2. Inicial
Assim é que o rô a iniciar vocábulo, seguido que o tem de ser de vogal, vibra com fricatividade mais intensa, marcando-se esta pronunciada rotacidade pelo chamado espírito forte, sinal correspondente a vírgula revertida, que se sobrepõe à forma de minúscula e se antepõe à porção superior da maiúscula. Nestas circunstâncias é o rô transliterado pelo dígrafo rh.
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3. GeminadoQuando o rô é geminado, isto é, vem repetido no corpo da
palavra, circunstância em que também assinalada é a rotacidade, de rigor seria encimar a ambos com o espírito forte. Gramáticos há, porém, que preferem colocá-lo somente no segundo, recebendo o primeiro o chamado espírito fraco, vírgula regular, sinal de ausência de fricatividade. Outros, no entanto, optam por omitir esta sinalização, transliterando-se normalmente a consoante como r, não rh.
4. ExemplificaçãoConveniente exemplificação desta particularidade do rô é a
seguinte:
a. Rô inicial minúsculoO substantivo jW||xa - palavra (Mt 12.36) se inicia pelo rô
minúsculo, por isso encimado pelo espírito forte, transliterando-se* v
a forma destarte, como rhãma, representado o rô pelo dígrafo rh, não rèmâ, r simples;
b. Rô inicial maiúsculoO substantivo próprio "PotKpou - de Rufo (Mc 15.21) - , é
iniciado pelo rô em maiúscula, pelo que se lhe antepõe, no alto, não em cima, o espírito forte. Translitera-se como Rhoúphou, o rô na forma de rh, não Roúphou, r simples;
c. Rô geminado- Em àppcifiàvâ-penho r (II Co 1.22) o rô aparece repetido,
dobrado, no corpo da palavra. Poder-se-ia grafar àppapwvá, ambos providos de espírito forte, pelo que se transliterariam como rh, logo, arhrhabôna; ou à^papcova, espírito fraco no primeiro, transliterado como r simples, espírito forte no segundo, representado pelo dígrafo rh, portanto, arrhabônà.
- Todavia, mais natural é àppotPwvá, sem marca de aspira -
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ção nos rôs, a transliterar-se como arrabônã, irrepresentada a rota- cidade; e
d. Rô simplesEm avrip - homem (Mt 1.19), vocábulo em que o rô não é nem
inicial nem geminado, branda, não aspirada, a prolação, não recebe ele o espírito forte, transliterando-se, pois, como r, não rh, logo: anêr, não enêrh.
1 .7 - Sigma
1. MaiúsculoComplicado era em forma o sigma e difícil de escrever-se.
Adotaram, pois, os copistas antigos o símbolo substitutivo ( , que ocorre invariavelmente nos manuscritos unciais. Destarte, preferível se fazia escrever, por exemplo, AIIO^TOAO, C - apóstolo (Rm1.1), simplificado o sigma, ao invés de AÜOXTOAOX.
2. MinúsculoA forma cursiva ou minúscula se expressa por dois caracteres
específicos: cr, usado como inicial ou mediai, ç, empregado como final de palavra.
3. ExemplificaçãoExemplificam o emprego destas modalidades minúsculas do
sigma:
a. CTo<pla - sabedoria (Mt 13.54), iniciada pela forma cr, não Não se poderia grafar <so<pta, visto que ç aparece apenas como
letra final, jamais inicial;
b. cpapicraíoi - fariseus (Mc 10.2), no meio do vocábulo se emprega a forma a, não ç. Não se poderia redigir çapiçaío i, usado o símbolo final no corpo da palavra; e
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c. Ktipioç — senhor (Jo 4.1): o sigma, final, tem a forma <s. Não haveria grafar-se KÚpioa, empregado o símbolo inicial ou mediai no final do termo, impropriedade inadmissível.
4. Compostas
Nas palavras compostas em que o primeiro dos fatores termina em sigma pode-se preservar a forma final, ç, mesmo posta no corpo do vocábulo. Assim, Trpoacpopá - oferta (Rm 15.16) - pode-se grafar Trpoçcpopá, sem impropriedade, mantido o ç final, porquanto0 primeiro componente é a preposição -irpó*;, terminada em sigma.
1.8 - Classificação das consoantes
1 . Variedade
Diferentes classificações das letras consoantes adotam os gramáticos, em decorrência de critérios distintos a que se arrimam. Todavia, não conflitam em suas linhas gerais.
2. QuadroQuadro singelo, contudo, funcional, bastante para a devida
compreensão dos fenômenos lexeológicos e morfológicos registrados nesta obra, é o que, distribuindo-as em três grupos gerais e suas apropriadas sub-divisões, assim se configura:
1 - SEMIVOGAIS ou SEMICONSOANTES - 6
1 . Líquidas: X, p - 22. Nasais: |x, v, 7 - nasal - 33. Sibilante: ç - 1
II-M UDAS - 9A. Segundo a C LASSE
1. Labiais í -tt, p, <p - 32. Palatais ou guturais : k , 7, x - 33. Linguais ou dentais : t , 8 , 0 - 3
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B. Segundo a ORDEM
1. Brandas : tt , k , t - 32. Médias :f3,7 , 8 - 33. Aspiradas ou ásperas : <p, x> 6 - 3
III-DUPLAS - 31. Lingual ou dental : £ (ds) - 12. Gutural ou palatal : £ (cs) - 13. Labial :i|/(ps) ~ 1
3. DisposiçãoA disposição das mudas em relação à ordem é a mesma refe
rente às classes, tomada em sentido vertical. Isto é,- as três primeiras de cada classe constituem a primeira or
dem (brandas);e- as três centrais de cada classe formam a segunda ordem
(médias); e- as três últimas de cada classe compõem a terceira ordem
(aspiradas ou ásperas).
4. GráficoPode-se representar adequadamente esta dupla classificação
das mudas em termos do seguinte gráfico:
ordens
ClassesTT P <P -
K 7 X -
T 8 01 Brandas Médias Ásperas
5.£Técnicamente, seria a dupla £ a combinação de uma lingual ou
dental (t , 8 , 0) com a sibilante. Preferem, porém, os gramáticos em geral tomá-la como a fusão da sibilante com a lingual seqüente8 , logo, cr + 8 = £. Todavia, como fonema vale por 8 + <; fundidos.
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6 . £et|/- As duplas £ e ij/ são a resultante natural do encontro, respec
tivamente, de uma gutural (k , 7 , x) ou labial ( ir , (3, 9 ) com a sibi- lante, em som duplo, escrito o símbolo unificado em vez dos dois caracteres adjuntos.
- Graficamente: k + s tt + ç7 + ç = £ e 0 + s = 1\fX + s <P + <5
1.9 - Vogais
1. Enumeração- Sete das letras representam vogais.- São elas: (1) Alfa ( a ) (5) Ômicron (o)
(2) Épsilon (e) (6 ) ípsilon (v)(3) Eta (y\) (7) Ômega M(4) lota (1)
2. Quantidade
a. NaturezaA duração prolacional, o decurso requerido para pronun
ciar-se a vogal, constitui-lhe a quantidade. Ora é a vogal demorada, prolongada, extensa, ora apressada, acelerada, rápida. Naquele caso, recebe o designativo de LONGA, neste o nome de BREVE.
b. AplicaçãoTeoricamente, eqüivaleria a longa ao dobro da breve. Isto
era de relevância na poesia, a regular o metro e o ritmo, e, também, na prosódia, uma vez que a quantidade longa ou breve da vogal decide, em larga medida, a posição e natureza do acento da forma. Na prosa não se faz real distinção quantitativa, prolacionadas ambas com a mesma duração geral. É, pois, distinção puramente formal, teórica, não observada na prática.
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c. ClassificaçãoNo que tange à quantidade, assim se distribuem as vogais:
BrevesBreves
ouLongas
Longas
ae 'H
io co
V
Isto é, e, o - são sempre breves,a , i, v - são breves ou longas, e r^co - são sempre longas.
d. Determinação- Tratando-se de e e o, de um lado, e iq e co, de outro, ne
nhuma dúvida lhes paira quanto à quantidade, breves sempre aqueles, longos estes. Problemático, entretanto, é saber quando é que a, t, v são breves, quando é que são longos, uma vez que a forma é a mesma em ambas as situações. Dicionários e gramáticas, em geral, costumam assinalar-lhes a quantidade, mormente quando se lhes faz necessária explícita indicação, encimando-as da se- miluna ou bráquia (V), se breves, da barra extensional ou mácron ( “ ), se longas.
- Portanto, á, í , brevesa, l, v - longas.
- Mas, nos textos e escritos esta sinalização distintiva nãoocorre e a dificuldade permanece.
e. TransiiteraçãoNa transiiteração, assim se devem representar as vogais:
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e sempre é (breve),TI sempre ê (longo),o sempre õ (breve),to sempre õ (longo),à , l, v sempre ã, í, y (breves), ou,ã , i, v sempre ã, T, y (longos), mas,a , i, v simplesmente a, i, y (indeterminado se breves oulongos).
3. Qualidade
a. Natureza- O modo de pronunciar-se, a forma prolacional, constitui a
chamada qualidade da vogal, questão de fonética e entonação, não de extensão ou tempo.
- Daí, enquanto quantidade diz respeito a DURAÇÃO,qualidade se refere a MODULAÇÃO.
b. ProlaçãoDe natureza, deveriam as vogais soar como abertas ou fe
chadas. As breves seriam sempre abertas, as longas seriam sempre fechadas. Entretanto, diferenciação fonética somente se explicitaria em relação aos sons de e e o (e, o abertos - é, 6; -q, co fechados - ê, ô). Não se sabe, porém, qual a real pronúncia das vogais gregas, logo, este critério se não aplica, a distinção revestindo-se de cunho apenas morfológico, não fonético.
c. ClassificaçãoSão consideradas abertas 5 das vogais, a saber: a , e, t], o, co;
são havidas por fechadas as 2 restantes: i ,u
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2. DITONGOS
2.1 - Natureza
1. ConceituaçãoO ditongo (de ôl<5 - duas vezes, duplo - e (pQóyyoç, ov, ò -
som), ou som duplo, é a associação de duas vogais contíguas pronunciadas em conjunto de sorte a constituírem uma e a mesma sílaba.
2. EstruturaçãoNo típico ditongo a primeira das vogais é aberta (a, e, tj, o, co),
a segunda fechada (i, u). Uma exceção apenas há, o ditongo vt, fechadas ambas as vogais.
2.2 - Tipos- Dois tipos há de ditongos: REAIS e IMPRÓPRIOS.- REAIS são os ditongos em que ambas as vogais são breves
e soam distintamente (uma exceção feita, o ditongo ou, que se pro- laciona v );
- IMPRÓPRIOS são os ditongos em que a primeira das vogais é longa (à, tj, <o) e soa claramente, enquanto a segunda, sempre i, é breve e, pelo menos desde o século I A.C., não mais se pronuncia, pelo que se passou a conhecer como iota silente (i áveKcpíúvryrov).
2.3 - Enumeração- Os ditongos reais são sete: a i , ou
ei, eu ot, ou ui,
- Dois outros, raros, produzidos mercê do alongamento da vogal inicial (á e e tornam-se ti, o se faz w), se podem também aduzir: T|u, cúu;
- Os ditongos impróprios são três: ot, r|, ío.
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2.4 - Grafia
1 . lota silente
Embora silente, continuou o iota dos ditongos impróprios a grafar-se nos textos, mesmo depois de adotada a escrita cursiva, seja como elemento ortográfico tradicional, seja como recurso conveniente à distinção de formas dativas. Omitem-no, é verdade, certos unciais anteriores ao século VII.
2 . lota subscrito
Por volta do século XI, implantado o cursivo, passou-se a escrever o iota silente por debaixo da vogal sonora, dominante, vindo, por isso, a chamar-se iota subscrito (do latim sub - debaixo de - e scriptum - escrito - , particípio passado de scrlbère - escrever). Se, porém, a vogal dominante assumia a forma de maiúscula, por isso a ocupar todo o espaço entre as linhas delimitantes, voltava o t à posição regular na seqüência de letras do vocábulo.
3. TransliteraçãoEm sendo transliterado, deve o iota silente ou subscrito vir
entre parênteses.
4. Exemplos
a. - 7 T| - terra (Lc 8.15): a forma está grafada em minúsculas, o i sotoposto ao nri, vogal sonora do ditongo impróprio ti. Lê-se guê, mudo o iota e translitera-segê(7j, o iota entre parênteses;
- Representada em maiúsculas, viria o iota na posição regular, na linha, em seqüência às demais letras: TH I, que se lê GUÊ e translitera GÈ(I), mudo o iota;
b. f/A i8ri<5 - Hades (Ap 6 .8 ): inicia-se a forma pela vogal alfa em maiúscula, seguida da minúscula iota, que,
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embora em ditongo impróprio, vem na linha, não subscrito,como aconteceria, se o alfa estivesse também em minúscu- i *Ia: aÔTiç. E silente o iota. Logo, pronuncia-se Hades, não Háidps, e se translitera Hâ(i)dês, o iota entre parênteses.
2.5 - Protação do v
1. Vogal distintaQuando vogal distinta, não parte de ditongo, pronuncia-se ov
como o u do francês ou o ü do alemão e se translitera comoy;
2. Vogal ditongalQuando elemento ditongal, soa o v como o u do português e
assim também se translitera. No ditongo ou prepondera de todo, de sorte que, embora transliterado ou, soa esse ditongo como u apenas, não ou.
3. Exemplos
a. Tw rj — mulher (Lc 8.43): o v é vogal distinta, não componente ditongal, soa como ü, pelo que se lê: günê (não guinê) e se translitera gynê;
b. cròróç — ele (Lc 8.54): o v é parte do ditongo av, soando, portanto, como u, não ü, donde ler-se: autós (não aütós) e trans- literar-se autós (não aytós)-, e
c. ôoí)\o<; — escravo (Lc 12.43): o v integra o ditongo ou e lhe absorve inteiramente a prolação, assim que, embora se transli- tere doulds (não doylÔs), se pronuncia dulos, não doutos, o ditongo prolacionado como se fora á vogal u apenas.
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2.6 - Diérese ou hiato
1. Natureza
Nem sempre duas vogais contíguas constituem ditongo. Podem soar separadamente, em emissões distintas de voz, formando sílabas diferentes. Neste caso, tem-se a diérese ou hiato, a xacr— |ACú§ta dos gramáticos. É de rigor encimar-se de trema a segunda vogal do hiato quando há formação ditongal paralela.
2. Aplicação
a. KctC|j<ct - ardor (Ap 7.16): o grupo oru é ditongal, formando uma sílaba comum, inclusiva;
b. 'Trpcn)<; - manso (Mt 11.29): o grupo giv é hiato, cada vogal integrando sílaba distinta. É dissilábico este adjetivo, não monossí- labo. Há trema no v, segunda vogal;
c. Mwixrrjç - Moisés (Jo 7.22): o grupo cov é hiato, as vogais não constituem uma sílaba comum, a forma é trissilábica, ao invés de dissilábica. Há trema nov, segunda vogal da seqüência;
d. ôia - através de (Mt 1.22): o grupo ia não é ditongal. É, pois, hiato, cada vogal constituindo sílaba própria, logo, forma dissilábica. Não há trema no a, porquanto não há ditongo análogo com que se pudesse confundir.
3. ESPÍRITO
3.1 - NaturezaEspírito é o sinal diacrítico especial que aparece em toda vogal
ou ditongo inicial de palavra.
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3.2 - FunçãoServe o espírito para indicar aspiração da vogal, ora leve, ora
pronunciada, embora mais apropriado seja, na prática, o dizer-se que assinala a ausência ou a existência de aspiração.
3.3 - Uso
Emprega-se o espírito em todo vocábulo iniciado por vogal ou ditongo a que não preceda consoante na palavra. Se a forma se inicia por letra consoante, exceção feita de rô (p, P), não receberá espírito, nem o recebem vogal ou ditongo não em posição inicial. Já se viu (§ 1.6) que o rô inicial, havido por semivogal, terá sempre o sinal da aspiração forte, o que também se pode atribuir, no todo ou em parte, ao rô geminado, isto é, repetido no corpo da palavra.
3.4 - PosiçãoQuanto à colocação do espírito, há a observar-se que:
1. Em se tratando de vogal distinta em minúscula, põe-se-lhe o espírito em cima;
2. Se for vogal distinta em maiúscula, o espírito lhe virá anteposto;
3. Se for ditongo, virá o espírito por sobre a segunda vogal, mesmo que a primeira esteja em forma de maiúscula; e
4. Se a palavra for toda escrita em maiúsculas, não se grafará o espírito, dado por implícito,
3.5 - TiposDois espíritos há:
a. Espírito fraco, dos latinos dito spiritus lenis, dos gregos
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Trve\)|xa vJaXóv, que assinala aspiração leve, imperceptível, praticamente inexistente; e
b. Espírito forte, a que denominavam os latinos de spiritus as- per, os gregos de -irveuixá Sacrtf, marca da aspiração pronunciada, real, de fato.
3.6 - Representação
Nos dias remotos do jônico e do ático, séculos antes de introduzido o cursivo, era a aspiração forte representada por H. Depois de 403 A.C. passou-se a usar este símbolo para expressar a forma longa do som de e, o eta do alfabeto regular, marcando-se a função aspiracional pela primeira porção do símbolo bifurcado: ff era agora o sinal equivalente ao espírito forte. Os gramáticos alexandrinos introduziram o uso da segunda porção do símbolo, 0 , como sinal ou marca da aspiração fraca. Evoluindo, vieram os editores modernos a representar o espírito fraco pela vírgula usual ( j ),o forte pela vírgula reversa ( e ).
3.7 - Transliteração- Ao transliterar-se a forma grega, isto é, transcrevê-la em
símbolos do nosso alfabeto, pode-se representar o espírito fraco por vírgula anteposta, ou simplesmente omiti-la. O espírito forte, entretanto, dever-se-á sempre expressar por h, na posição de letra inicial da palavra, salvo em se tratando de rô, quando se posporá ao r na transliteração: rh, não hr.
- Uma vez que não há no alfabeto grego letra correspondente ao h, será sempre este símbolo representação do espírito forte, assim devendo-se grafar ao verter-se o termo à forma grega.
3.8 - Exemplos
1. êv-em (Mt 2.16)- Palavra iniciada por vogal, recebe espírito;
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- Minúscula a vogal inicial, sobrepõe-se-lhe o espírito;- Espírito fraco, translitera-se a forma: hn (o espírito na forma
de vírgula normal) ou en (omitida a representação do espírito);- Posta em maiúscula a vogal, vir-lhe-ia o espírito anteposto,
não sobreposto: sEv;- Convertida a forma toda em maiúsculas, não se aporia o es
pírito: EN , não °EN .
2. Evp-qo-eTe - achareis (Mt 7.7)- Vocábulo iniciado por ditongo, tem o espírito, posto
na segunda de suas vogais;- Espírito forte, translitera-se por h, anteposto: heuré-
sètè, não euhrésèté;- Mesmo que se converta em maiúscula a vogal inicial,
ditongo que é o grupo vocálico, permanecerá o espírito na posição normativa, logo, Eúpiío-eTe;
- Convertida, porém, a palavra toda em maiúsculas, omitir-se- á o espírito: E Y P H 2 ET E , que, todavia, se representará regularmente na transiiteração, logo, H EU RÊSETÈ , não EU R ÊSÈTÈ .
3. ^ojjicpaíã — espada (Lc 2.35)- Palavra iniciada pela semivogal rô, recebe espírito
forte;- Minúscula a inicial, o espírito se lhe põe por cima;- Convertido o rô à forma de maiúscula, o espírito lhe
viria anteposto, não sobreposto: ‘Pofjupatà, não ^ojjupcúà;- Posta a forma toda em maiúsculas, omitir-se-á o espírito,
que, entretanto, se explicitará na transiiteração. Logo, POM— ÒA IA (sem espírito), não ‘POM ^AIA ou P0M4>AIA;
- Em transliterando-se a forma, quer toda em minúsculas, quer inteira em maiúsculas, ou maiúscula a inicial apenas, repre- sentar-se-á o espírito por h, posposto ao r. Daí, rhômphaíã (não hrõmphaíá), Rhòmphaíâ (não Hrõmphaíã) ou RHÔMPHAÍÃ (não HRÒMPHAÍÃ).
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3.9 - Y incial
1. Particularidade
- Não é a letra rô (p, P) a única incial a vir sempre marcada de espírito forte, aspirada. Também o ípsilon (v , Y) em todas as formas dele iniciadas através do Novo Testamento o exibem com a marca aspiracional. Não há em todo o Novo Testamento nenhuma palavra em que o ípsilon inicial tenha espírito fraco. No ditongo m estará sobre a segunda vogal, inda que transliterado sempre comoo elemento inicial.
2. Exemplos
a. vixeíç - vós (Mt 6.9)O v inicial tem o espírito forte, transliterado como h, a ante
ceder às demais letras. Logo, hymefs; e
b. uioç - filho (Mt 7.9)Iniciada por v a integrar o ditongo vi, tem a forma espírito
forte, colocado no i, segunda vogal, transliterado como h a preceder aos demais símbolos representacionais. Portanto, huiòs.
4. ACENTUAÇÃO
4.1 - Incidência- Os documentos mais antigos são quase extremes de sinali
zação diacrítica. Editores e gramáticos, no correr do tempo, paulatinamente, introduziram recursos de acentuação e pontuação no afã de tornar mais fácil a leitura e o reconhecimento das formas;
- O uso sistemático dos acentos e do espírito fraco só se implantou a partir do séc. VII de nossa era, embora a Aristófanes de Bizâncio, por volta de 200 A.C., se atribua a origem da acentuação grega;
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- Presentemente, é o grego uma língua escrita em que, exceção feita de certos vocábulos especiais, não numerosos, toda palavra recebe acento explícito.
4.2 - TiposEmpregam-se na prosódia do grego os três acentos conven
cionais, a saber:
1 .Agudo (ô£eiá 'npocrcDÔía), representado por ' ;
2. Grave ((3apelá irpocrojôía), representado por v;
3. Circunflexo (TrepurruofxeVq Trpoawôía), representado pela junção do agudo e do grave, A , ou pelo til, ** , ou pela curvilínea,
r\ •
4.3 - Transliteração
Uma vez que representam esses acentos recurso editorial moderno imposto à sistemática da língua escrita, transliteram-se na mesma posição e com a mesma forma em que se econtram na palavra grega, no caso do circunflexo preferida a forma convencional
A
4.4 - Posição
1. No que tange à posição, segue o acento as mesmas normas do espírito, posto, contudo, somente em vogal ou ditongo, nunca em letra consoante;
2. Limita-se o espírito a vogal ou ditongo iniciais da palavra. O acento, porém, pode ocorrer em qualquer posição ou sílaba do vocábulo;
3. Tratando-se de vogal minúscula, o acento lhe estará em cima;
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4. No caso de vogal inicial em maiúscula, antepor-se-lhe-á o acento à parte superior. Virá, pois, antes, não por cima dessa vogal;
5. Quando incidir o acento em ditongo real, repousará por sobre a segunda vogal, se minúscula, mesmo que a primeira seja maiúscula;
6. Escrita a forma toda em maiúsculas, não se grafará o acento, que, entretanto, aparecerá na transliteração e se pressupõe na prolação.
4.5 - Exemplos
1. irepi TrávTcov - a respeito de todas as coisas (At 1.1).- Ambos, o acento grave em TTepi e o agudo em TrctvTcov, es
tão postos em cima da vogal, minúscula que o é.- T ranslitera-se: peri pánton.
2 .8oG\o<; - servo (Rm 1.1).- O acento, circunflexo, vem por sobre a vogal, visto que é mi
núscula, na segunda, por tratar-se de ditongo real.- Translitera-se: doülôs.
3. ^EfJep- Éber (Lc 3.35).- O acento, agudo (bem como o espírito), antecede, no alto, à
vogal, inicial maiúscula.^ V ,v, V
- Translitera-se: Eber ou Epep.
4. Eí/irg - diga (I Co 1.15).- Inicia-se a forma pelo ditongo real E i , cuja primeira vogal se
grafou em maiúscula, a segunda, porém, conservada em minúscula: o acento (e também o espírito) está posto em cima desta vogal, não antes da maiúscula.
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- Translitera-se: Eípé(i).- Transposta em maiúsculas, EIIIHI, não se grafará o acento
(e nem o espírito). Transliterar-se-á: E IP E (I).
4.6 - Coincidência
1. PosiçãoEspírito e acento não raro ocorrem na mesma vogal. Em tais
casos, antepõe-se o espírito aos acentos grave e agudo, sotopõe-se ao circunfiexo.
2. Exemplos
a. J,E(Bep e Elttt] da secção anterior: o espírito se põe antes do acento, agudo;
b. ôç - o qual (II Co 1.10): acento grave, o espírito lhe vemantes; e
c. ouv - pois (Gl 3.5): circunfiexo o acento, o espírito lhe está por debaixo.
4.7 - Acentuação
1. Função
a. PrimitivaPrimordialmente, marcaria o acento virtual o ritmo de pro-
lação, a ársis e a tésis da expressão, a sucessão de altos e baixos da vocalidade, a tonalidade cadenciada da leitura, a musicalidade da
entonação, a chamada cantilação.
31
b. AtualAo depois, fixada a escrita, o interesse voltado para a lei
tura antes que para a declamação das formas, introduzido o sistema de sinais diacríticos, passaram os acentos a servir a duas funções básicas: TONICIDADE e DISTINÇÃO. Isto é, assinala-se a sílaba tônica da palavra mediante acento explícito e, em casos de homógrafas e homófonas, pode-se estabelecer conveniente distinção das formas à base da acentuação, se diferenciável.
c. Exemplos
(1) áTTOoroXoç - apóstolo (Ef 1.1): a tônica é a antepenúltima, fato indicado pelo acento, agudo, aí posto, a marcar-lhe a tonicidade.
(2) 8oí)\oi - servos (Fl 1.1): a penúltima é a tônica, indicando-o o acento, circunflexo;
(3) àòeXcpóç (Cl 1.1): o acento, agudo, está na última, assinalando que essa ê a tônica; e
(4) aXka - mas (I Ts 2.2) e ak ka - outros (Mt 25.16): diferem as formas apenas em que a primeira tem o acento, agudo em ambas, na última, enquanto a segunda o tem na penúltima. Apenas a diferente posição do acento as distingue, aquela como conjunção adversativa, esta como pronome indefinido;
- Logo, nos primeiros três exemplos está o acento a marcar TONICIDADE, no último a estabelecer também a DISTINÇÃO das formas.
2. Prolação
- Teoricamente, como o indicam os próprios sinais gráficos, marcariam:
- o acento agudo ELEVAÇÃO da voz,
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- o acento grave ABAIXAMENTO,- o acento circunflexo ELEVAÇÃO seguida de ABAIXAMEN
TO na mesma sílaba;- Na prática, isso não se dá, nenhuma elevação tonal experi
mentando as formas em decorrência da espécie de acento. Em outras palavras, os acentos não afetam a tonalidade da prolação.
3. Sílaba
a. Quantidade
(1) PrincípioTêm os vocábulos gregos tantas sílabas quantas lhes
sejam as vogais distintas ou ditongos.
(2) Aplicação- Destarte, a conjunção K a í- e (Mc 1.5) é monossilábica,
visto que, embora duas sejam as vogais inclusas, constituem ditongo: uma sílaba. Monossilábica, de igual modo, é a preposição a v v - com (Lc 7.6), por isso que, embora conste de duas consoantes, uma só lhe é a vogal;
- Já o termo Trvefyjux — espírito (Jo 1.33) é dissilábico: nele ocorrem o ditongo eu, numa sílaba, e a vogal distinta a, na outra. Duas sílabas;
- Por sua vez, pxípTupeç - testemunhas (At 1.8) é um trissílabo: três vogais distintas se contam, cada a formar sílaba própria; e
- Por fim, oçetXeT^ç - devedor (Rm 1.14) é um polissí- labo: um ditongo (et) e três vogais destacadas. Quatro sílabas.
b. Divisão
(1) PrincípioO processo de divisão silábica nem sempre se evidencia
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tão simples. Todavia, fugindo-se a regras complicadas, poder-se-á sumarizar convenientemente a matéria nos seguintes pontos:
1. Toda consoante distinta formará sílaba com a vogal ou ditongo que lhe venha imediatamente em seguida;
2. Toda consoante final de palavra, já que não há vogal a segui-la, fará parte da sílaba precedente;
3. Consoantes geminadas se dividem, uma para cada sílaba contígua;
4. Grupos ou complexos de consoantes diferentes se distribuirão em termos tais que passe a formar sílaba com a vogal ou ditongo imediatos a seqüência consonantal suscetível de iniciar palavra grega (o que se pode estabelecer mediante consulta do dicionário); e
5. Partículas que integram vocábulos compostos, assim preposições e advérbios, se tomam normalmente como palavras distintas. Portanto, as terminadas em consoante, continuará esta consoante a integrar a sílaba original, não se unirá à vogal imediata em sílaba própria. Isto se dará sempre, em se tratando de componentes monossilábicos. No caso, porém, de elementos não monossilâbicos em que se elida vogal final, passará a letra consoante que a preceda a formar sílaba com a vogal seqüente.
(2) Aplicação Temos, assim:
1. Trveu-jxá- O grupo inicial ttv se une ao ditongo imediato ev,
formando a primeira sílaba; e- A nasal |x se agrega ao á final, constituindo a se
gunda sílaba.
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2. |xáp-ru-pe<;- 0 |x inicial se junge ao a imediato, a que se anexa
o p do grupo pT, desmembrado porquanto não pode iniciar forma grega; 1- sílaba;
- O t se associa ao v seqüente: 2- sílaba; e- O p seguinte se integra ao e imediato, adido o ç,
por ser consoante final: 3§ sílaba.
3. Ò-(p€l-Á.e-TT)Ç- Constitui a 1- sílaba apenas o ômicron inicial, uma
vez que não tem consoante a precedê-lo;- Forma a 2- o cp, consoante distinta, mais o ditongo
ei imediato;- Integram a 3- o X, consoante individualizada, e o
épsilon seqüente, vogal distinta; e- Produzem a 4- o t , consoante destacada, eo tj, vo
gal singular, agregado o ç, final do vocábulo.
4. Eicr—éX—0a—Te - entrai (Mt 7.13).- A preposição eiç, monossilábica, forma a 1- sílaba,
preservando o ç final, que, não fosse palavra composta, se deveria
unir ao e seqüente;- O e constituiria, sozinho, a 2- sííaba, se o grupo X0
pudesse iniciar palavra regular. Como não pode, divide-se, unindo-
se o X ao e;- O 0 do grupo desmembrado se junge ao a imedia
to, produzindo a 3- sílaba; e- O t restante se anexa ao e final, estabelecendo a 4-
sílaba.- Logo, Ela-eX-0ot-T€, não EÍ-creX-0ot-Te.
5. Ka-Te-p-ri - desceü (Mt 7.25)- Forma verbal composta, o primeiro elemento é a
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preposição K cm i, que sofreu elisão do a da 2- sílaba, pelo que se fez KotT. Tratando-se de forma originalmente não monossilábica, esta consoante, agora final, se une à vogal seqüente, não se agrega à sílaba que a antecede.
- Assim, o k inicial se une ao a imediato (1- sílaba),o t ao e (2- sílaba) e o 3 ao r\ (3- sílaba);
- Portanto, Ka-Te-P^, não KaT-e-P^.
c. Modalidades
(1) Tipos
No tocante à natureza ou qualidade, quatro tipos há de sílabas, a saber:
1. Breves: sílabas cuja vogal é breve não seguida de dupla ou duas consoantes, ou mais;
2. Comuns: sílabas de vogal breve seguida de muda mais líquida ou nasal;
3. Longas por posição: sílabas em que a vogal, breve, é acompanhada por dupla ou duas consoantes (que não sejam muda mais líquida ou nasal), ou mais; e
4. Longas de natureza: sílabas que encerram vogalnaturalmente longa ou ditongo.
(2) Exemplos
1. av-0pü)-m)s - homem (Mt 8.9):- A 19 sílaba - òtv - é longa por posição: vogal breve á
seguida de três consoantes: v0p;- A 2- sílaba - 0pco - é longa de natureza: contém a
vogal longa ca; e
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- A 3- sílaba é breve: vogal breve o seguida apenas de ç, consoante simples.
2. T€ kvov - filho (Mt 9.2):
- A 1- sílaba - tc - é comum: vogal breve e acompanhada de muda, k , mais nasal, v; e
- A 2- sílaba - kvov - é breve: vogal breve o seguida de consoante simples, v.
3. ctkó-XoiJj - espinho (II Co 12.7):- A 1 - sílaba - ctko - é breve: vogal breve o acompa
nhada de consoante simples, X.;
- A 2- sílaba - Xoij/ - é longa por posição: vogal breveo seguida de dupla, ijj;
4. e-xo-fjtev - temos (II Co 3.4) e eL-pnrj-vri - paz (Ef1.2):
- Em exo|xev as três sílabas são breves: vogal breve seguida de consoante simples.
- Em eipr|VT| as três sílabas são longas de natureza: a 19 constituída do ditongo eí, a 2- e a 3§ a encerrar a vogal longa t).
(3) Aplicação- Esta quádrupla distinção tem aplicação direta na poe
sia, servindo à métrica e ritmo dos diversos estros.- Na prosa, a qualidade das sílabas se reveste de im
portância apenas para a determinação da posição e natureza doacento na palavra.
- Para fins práticos, portanto, falaremos apenas em longas, as sílabas que contenham vogal longa ou ditongo, e breves, asdemais (breves, comuns e longas por posição).
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d. Ditongos a i e o l
(2) Exemplos
(a) ápxaí - principados (Cl 1.16) e ápxats - aos que governam (Tt3.1).
- Em àpxaí a sílaba final termina pelo ditongo a i. É considerada breve, porquanto não está o ditongo acompanhado de consoante na sílaba; e
- Em ápxaxs a sílaba última contém o ditongo caç seguido da sibilante, pelo que retém a quantidade natural. É longa.
(b) orfyeXoi - anjos (Hb 1.6) e cvyyékoiç - a anjos (Ap7.2).
- Em ayyeXoi, forma terminada pelo ditongo oi desacompanhado de consoante, a sílaba final é havida por breve na prosódia; e
- Em áyyéXoiç, palavra que tem o final oiç, o ditongo oi mais a sibilante, a sílaba derradeira preserva o caráter natural de longa.
(1) Particularidade- Por definição, todo ditongo é longo;- Os ditongos oa e oi, entretanto, quando terminais de
forma, se não seguidos de consoante final da sílaba, são havidos por breves para fins de acentuação;
- Apenas em inflexões do modo optativo e em formas adverbiais finalizadas por oi, tal olkoi - em casa, no país (que não ocorre em o Novo Testamento), preservam estes ditongos a natureza longa.
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4. Regras
a. Posição
(1) PrincípioIncidirá o acento, necessariamente, em uma das últimas
três sílabas da palavra, isto é, na última, ou penúltima, ou antepenúltima. Jamais além desse limite.
(2) Aplicação
(a) Agudo- O acento agudo poderá cair em qualquer dessas
três sílabas, quer sejam breves, quer sejam longas.- Graficamente: - - - (antepenúltima)
- - (penúltima)- (última)
(b) Circunflexo- O acento circunflexo, que não pode incidir senão
em sílaba longa de natureza, restringe-se à penúltima ou última, apenas.
- Conseqüentemente, não poderá haver circunflexo na antepenúltima, ou além, nem tampouco em breve, ou comum, ou longa por posição.
- Graficamente:- - (penúltima, sílaba longa)- (última, sílaba longa)
(c) Grave
- O acento grave limita-se à última somente e se pode tomar como simples inversão do agudo a incidir em sílaba final de palavra seguida de outra, também acentuada;
- Segue-se que jamais ocorrerá o grave em penúltima, ou em antepenúltima, ou além, ou no termo derradeiro da fra-
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se, ou a preceder a forma átona, isto é, inacentuada.- Graficamente: - (última, seguida de forma acentua
da)
(3) Exemplificação
(a) apYupiov - dinheiro (Mt 25.18)- Acentuada com agudo, na antepenúltima. Não se po
deria acentuar cípTupiov, o acento posto na ante-antepenúltima, quarta sílaba a partir do fim, fora, pois, dos limites normativos;
- Esta forma, e assim todas quantas sejam acentuadas na antepenúltima, agudo o acento, denomina-se proparoxítona (de Trpò - antes; irapá -junto, ao lado; ô£úç, ò£eiá, ó£ú - agudo-, e tòvoç, ou, ó - tom);
(b) "Icoávvriç - João (Mc 1.6)- Tem este nome próprio acento agudo na penúltima.
De modo algum poderia ser 3/I(oawT|<;, acentuada na quarta sílaba, a contar do final;
- Este vocábulo, e assim todos os que tenham acento agudo na penúltima, se caracteriza como paroxítono (de Trapá - junto, ao lado; o£uç, o£etá, o£u - agudo; e tovoç, ou, o - tom);
(c) I 7 eu (II Co 12.11)- É este pronome pessoal acentuado com agudo na
última;- Esta inflexão pronominal, e toda palavra cujo
acento esteja na última e seja agudo, recebe o qualificativo deox/7o- na (de ó^úç, ó£eia, ôíjú - agudo - e tóvoç, ou, ó - tom);
(d) cnnix íov - sinal, marca (II Ts 3.17)- O acento é circunflexo, posto na penúltima, sílaba
longa. Não poderia ser ctt||X€iov , porquanto não pode o circunflexo cair na antepenúltima, inda que longa, como é cnrç neste substantivo;
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- A este nome, como a todas as formas providas de circunflexo na penúltima, dá-se o designativo de properispômeno (de irpo - antes; Trepí - em redor; e cnTcófjievos, T|, ov - puxado, arrastado, particípio presente passivo de ctttá(ú-puxar, arrastar)
(e) acreftéíç - ímpios (Jd 4)
- Circunflexo é o acento, na última, sílaba longa. Não
poderia ser acêpe iç (já que o circunflexo não ocorre senão em sí
laba longa e a e é breve), muito menos aaepe iç (o circunflexo ja
mais aparece além da penúltima e o a está na antepenúltima);- Prosodicamente, é ào-ej3etç, e assim toda palavra
acentuada com circunflexo na última, qualificado como perispômeno (de irepí - em redor - e crmúixevoç, -q, ov - puxado, arrastado, particípio presente passivo de ctttcoa-puxar, arrastar).
(f) 6700 'n-emcrrevKa - eu cri (Jo 11.27)- O acento regular do pronome, como acima se viu, é
agudo na última. Todavia, seguido que é e7tó de forma acentuada, no caso a proparoxítona TreTrícrrevKá, transforma-se-lhe o agudo
em grave. Portanto, èyo>, não mais iyát;- Nesta circunstância, caracteriza-se ey<í>, o que se
aplica a toda forma acentuada com grave, como barítono (de (3a— pv<5, papeiá, (3apij - grave, pesado, e tovoç, ou, o - tom);
- Não poderiam os termos da cláusula vir acentuados, por exemplo, como €70) TremoTevKá, o grave na penúltima
(€700) ou na antepenúltima (TremoTeuKá), restrito que tem de ser à última.
b. Determinação
(1) Princípio- Critérios básicos, inda que não absolutos, regulam a
posição e natureza do acento na palavra. Se não estabelecem infalivelmente onde cairá ele, precisam, ao menos, onde não poderá ocor
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rer, além de determinarem, praticamente em cada caso, qual o tipo de acento a empregar-se;
- As regras que se referirão a seguir têm, pois, duplafunção:
1. Enunciar onde não poderá o acento cair; e
2. Fixar se o acento será agudo, grave ou circunflexo.
(2) Aplicação
(a) Última longa
1. RegrasNo caso de formas em que a última é sílaba longa de
natureza ou terminada pelas duplas £ ou i}/ três regras básicas se aplicam;
1 - Não poderá haver acento na antepenúltima- Segue-se que na flexão das proparoxítonas sempre
que o final se torne longo, terá o acento de deslocar-se da antepenúltima, recuando para a penúltima;
- Esta regra se pode designar de regra n9 1.
2- A penúltima, se acentuada, receberá acento agudo- Quer isto dizer, portanto, que, embora seja longa
ou ditongal a penúltima, não poderá acentuar-se com circunflexo;- Esta se pode referir como regra nç2.
3- O acento posto na última é agudo em certos casos, circunflexo em outros
- A determinação de quando se emprega um ou o outro destes acentos se fará adiante, após estabelecidas certas normas regulativas;
- Esta se pode denominar de regra nç3.
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2. Exemplificação
a. Regra n9 1: impossibilidade de acento na antepenúltima:
- ayyeXoq - um anjo (Gl 1.8) e crneXcov - de anjos (Gl3.19).
- A primeira forma - orf/eX-oç - é proparoxítona; a segunda - ctyyé\(úv - é paroxítona, porquanto, mudado o final o<s, breve, em c*>v, longo, não mais poderá haver acento na antepenúltima. Deslocou-se, pois, para a penúltima.
- Não se poderia acentuar: aYyeXxov.
b. Regra n9 2: impossibilidade de circunflexo na penúltima:
- ePa)|xatoç - romano (At 22.27) e ^Pcofxoaoiç - romanos (At 16.21).
- A primeira é properispômena, circunflexo em penúltima longa. Na segunda foi o final breve oç substituído pelo grupo ditongal oiç, longo, de sorte que, embora longa a penúltima, uma vez que longa é também a última, não mais pode haver circunflexo nesta sílaba. Muda-se, portanto, o acento, que, de circunflexo, se faz agudo, passando a forma de properispômena a paroxítona;
- Não se poderia, pois, acentuar: cP cd|xgíloi<s.
c. Regra n9 3: possibilidade de agudo ou circunflexona última:
- oupavoúç - céus (Mc 1.10) e ovpavwv - de céus (Mc1.11).
- Têm ambas final longo, a primeira ditongal, ovç, a segunda vocálico, <ov. Apesar disso, entretanto, a primeira tem acento agudo, oxítona, a segunda, o tem circunflexo, perispômena, por isso que última longa acentuada receberá ora um, ora outro desses acentos.
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(b) Última breve
1. Regras
No caso de formas em que a última é breve, quatro regras básicas se impõem:
1 - Poderá haver acento na antepenúltima, sempre agudo.
- Esta se pode chamar de regra ng4.
2- A penúltima longa, se acentuada, terá necessariamente o circunflexo.
- Note-se que é esta o exato oposto da regra n9 2.- Pode-se esta classificar como regra ns 5.
3- A penúltima breve, acentuada, receberá sempreacento agudo.
- O circunflexo não cairá jamais em sílaba que não seja longa de natureza, logo, não ocorrerá nunca em penúltima breve. Nem o grave, restrito que é à última.
- Esta se pode enunciar como regra ne 6.
4- A última, acentuada, se-lo-á com o agudo.
- Já que o circunflexo incide apenas em sílaba longa, não poderá ocorrer em última breve.
- Esta se pode afirmar como regra ng 7.
2. Exemplificação
a. Regra n? 4: possibilidade de acento na antepenúltima:
- 7 e7 pairTai - está escrito (Lc 7.27).- A última se finda pelo ditongo ca não acompanha
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do de consoante, que se há por breve para fins de prosódia. Pode, pois, o acento cair na antepenúltima, agudo, jamais circunfiexo.
b. Regra n? 5: obrigatoriedade de circunfiexo na penúltima:
- à<pr|K€v - deixou (Jo 4.3).- A última contém a vogal e, é breve, portanto;- A penúltima, porém, encerra a vogal longa sobre
que paira o acento, forçosamente circunfiexo, jamais agudo;- Não se poderia acentuar ácpr|Kev, porquanto, em
bora o agudo ocorra em sílaba longa, não o poderá nesta situação: violaria frontalmente esta regra básica. Nem tampouco a<pT)Kev, já que o grave jamais acontece em penúltima, privativo que é da última;
- As formas terminadas pelas duplas £ e vji não permitem acentuação na antepenúltima, inda que seja breve a vogal que as preceda na sílaba. Contudo, se essa vogal for longa e o acento incidir na penúltima, e esta contiver vogal longa ou ditongo, admitem-lhe os gramáticos o circunfiexo;
- Exemplos destas formas e sua especiosa acentua-/ção temos em ôeaixocpvXàÇ - carcereiro (At 16.27) e em Kfjpú£ - arauto (I Tm 2.7). Aquela, embora lhe seja breve a vogal da última, terminada que é por dupla, não poderia acentuar-se proparoxito- namente (ôeo-fxócpiiXáÇ); retém o acento na penúltima, que, por ser breve, somente poderá ter o agudo, paroxítona, portanto. Esta, inda que a terminar pela dupla £, pode acentuar-se com o circunfiexo na penúltima, sílaba longa seguida de última com vogal breve, em nada influindo prosodicamente a dupla final.
c. Regra n9 6: obrigatoriedade de agudo na penúltima:
- Ilérpoç - Pedro (At 1.15).- Embora a última seja breve (contém a vogal o),
também o é a penúltima (a vogal é e). Acentuada, não poderia esta
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penúltima receber circunflexo, privativo de longa, nem o grave, restrito à última..Logo, terá o agudo, obrigatório nesta situação. Portanto, néTpoç, jamais IlêTpoç ou IlèTpoç.
d. Regra n9 7: obrigatoriedade de agudo na última:- aôeXípoíT- ó irmãos (At 1.16).- É este trissílabo acentuado na última. Embora ter
minado pelo final oi, não lhe poderá ser circunflexo o acento, já que este ditongo (e também o ditongo ai), quando não jungido a letra consoante no fim do vocábulo é havido por breve para fins de acentuação. Logo, terá o agudo, oxítona a forma. Portanto, àôeX— cpoi, não à8eX<pòí.
(c) Formas oxítonas
1. Regra- Na seqüência fraseológica sofrem os termos prece
dentes certa deflação prolacional, reservado o impacto pleno da to- nicidade às formas finais da cláusula;
- Isto se observa mais pronunciadamente em relação às oxítonas, cujo acento, agudo, marca de elevação da voz, se fará grave, sinal da redução, sempre que se lhes seguir forma acentuada, não interposta pontuação disjuntiva.
- Portanto, o acento agudo na última se tornará grave, se a preceder palavra acentuada.
- Esta se pode tomar como regra n58.
2. Exemplificação
Regra n? 8: obrigatoriedade do acento grave:- àôeXcpoí — ó irmãos (At 1.16) e àôeX<po\ iq|ju£)v - ir
mãos nossos (II Co 8.23).
- No primeiro caso, o termo àôeXçoí, seguido de vírgula no texto, será necessariamente acentuado com agudo. Entretanto, na segunda referência, seguido que é da inflexão prono-
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minai 'qixwv, tônica, não interposta pontuação disjuntiva, converte- se o agudo em grave. Portanto, não mais oxítono o substantivo: aôeXcpoi tiijuÒv, mas barítono: à 8eX.cpo\ rnxàv, dominante o acento do pronome f||Xü>v.
3. Exceção
a. CaracterizaçãoAs formas t iç , tl , inflexões monossilábicas do pro
nome interrogativo qual, quem, quê, preservam o acento agudo em
todas as circunstâncias. Logo, não se lhes processará alteração para grave, inda quando seguidas de palavras acentuadas.
b. Exemplificação- t is ôwotTou; — quem podei (Mc 10.26).
- O interrogativo t ís é oxítono. Seguido que é de
ôwoitcw, forma verbal tônica, acentuada, dever-se-lhe-ia alterar a
prosódia, convertendo-se o agudo em grave: t is , não t ís . Tal, entretanto, não se dá. O monossílabo permanece oxítono, inalterado
o acento.
(d) Formas inacentuadas- Em tese, dir-se-á que toda palavra grega receberá,
explícita ou implicitamente, sinalização prosódica, o adequado
acento a marcar-lhe a posição da tônica.- Há, entretanto, embora não numerosas, certas par
tículas que se devem tomar como átonas, isto é, ou não possuem
acento próprio ou o têm implícito o mais das vezes. São as chamadas enclíticas e proclíticas, referidas e consideradas no capítulo VI.
5. Localização
a. ProblemaEstabelecem as regras expostas, em moldes quase absolu-
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tos, os limites dentro dos quais incidirá o acento e sua natureza, se agudo, grave ou circunflexo, não, porém, em que sílaba necessariamente ocorrerá, e quando. Em outras palavras, fixam as regras QUAL o acento, não ONDE estará ele, precisamente.
b. Regra
A regra capital nesta matéria é que para a maioria das palavras só se pode ajuizar com certeza da posição em que se situa o acento mediante explícita verificação no léxicon ou dicionário. Isto é, não há, em tais casos, princípio ou norma que permita dizer de antemão onde cairá o acento. Terá de ser determinado e aprendido à base de consulta direta ao glossário, à parte de qualquer pressuposto regulativo.
c. Exemplificação
(1) evayyekiov - evangelho (I Co 15.1).- Mostra-nos o dicionário que este susbtantivo é propa
roxítono, acentuado com agudo na sílaba 7 c, antepenúltima;- Das regras estabelecidas, sabe-se que não poderia o
acento ocorrer nem no ditongo inicial eu, nem na sílaba cry, imediata, porquanto estão, como 5- e 4- sílabas a contar do final da palavra, fora do limite prosódico. Logo, não poderia ser jamais evory7 eX.iov ou evó^eXiov;
- Essas regras, entretanto, não vedariam o acento na penúltima, \i, ou na última, ov, breves, inviáveis ao circunflexo, todavia, perfeitamente suscetíveis de agudo. Daí, a forma poder-se-ia acentuar como paroxítona, euot7 7 e\íov, ou oxítona, etxx7 7 €\ióv;
Entretanto, mercê de verificação no léxicon, dirimida estará toda dúvida e estabelecida a acentuação como proparoxítona.
(2) Çojtí - vida (II Co 15.1).- Forma dissilábica, não enclítica, nem proclítica, logo,
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acentuada, ambas as sílabas longas de natureza, à luz das regras estabelecidas, poderia ser paroxítona (agudo na penúltima, já que a última é longa), ou, visto que última longa permite, em tese, o cir- cunflexo ou o agudo, poderia ser perispômena ou oxítona;
- Destarte, à base das regras enunciadas, poderia ser acentuada como Çoni (paroxítona), ou Çwfj (perispômena), ou Çonj (oxítona);
- Consultado o léxicon, verifica-se, além de qualquer dúvida, que a acentuação correta é a oxítona, improcedentes as
outras.
d. Acentuação verbal(1) Princípio- A acentuação das inflexões verbais finitas, isto é, das
formas verbais que não sejam nem infinitivas, nem participiais, obedece a critério preciso, que permite sempre localizar a posição em que se fixará o acento:
- Poder-se-á enunciar este critério da prosódia verbal nestes termos: o acento nas formas verbais finitas cairá o mais longe possível da última, isto é, se a última for breve, irá para a antepenúltima, se longa, para a penúltima, agudo sempre;
- Este princípio regulador da acentuação verbal pode-se tomar como constituindo a regra nç 9;
- Dada sua característica tendência de assim distanciar- se da última, designa-se este acento de RECESSIVO (forma adjetiva de recedère, composto da partícula re, intensivo-diretiva, e de cedêre - ceder, afastar) ou REGRESSIVO (forma adjetiva de regredi, composto da partícula re e de gradi - avançar).
(2) AplicaçãoAutomática é, pois, a acentuação das formas verbais fi
nitas. Observe-se-lhes a última:- Se breve, ponha-se o agudo na antepenúltima;- Se longa, coloque-se o agudo na penúltima.
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(3) Exemplificação
(a) oxpéX/ricrev - aproveitou (Hb 4.2).- Trata-se de inflexão pretérita do Indicativo, logo,
forma finita, acentuação recessiva;- A última, crev, é breve (a vogal é e, seguida de con
soante simples);
- O acento vai para a antepenúltima, cpe, necessariamente agudo;
- Evidentemente, não poderia ser wcpeX crev {acentoaquém da antepenúltima), nem üKpeXíiarev (a última não é longa), ou (em forma finita não cairá o acento normativamentena última).
(b) GxpeXiío-ei - aproveitará (Gl 5.2).- E forma de futuro do Indicativo, finita, pelo que o
acento será recessivo;
- A última, CTei, é longa (contém o ditongo ei);- O acento vai para a penúltima, Xti, agudo, embora
longa a sílaba tônica;
- Não poderia ser üxpeX^aei (acento fora dos limites permitidos), nem wçéXTicrei (acento na antepenúltima, longa a última), nem (oçeXTfiaeí ou coçeXrjCTel (acento na última em forma verbal finita regular).
(4) Inconformidade
Quatro modalidades há de formas verbais finitas em que o princípio de recessividade de acentuação não se aplica em sua normatividade, representando, pois, exceções ou limitações à regra geral, a saber:
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(a) Formas inextensas
1. NaturezaFormas verbais há, mormente em se tratando de te
mas reduzidos ou monossilábicos, insuficientemente extensas para que se lhes aplique em plena extensão o princípio de recessividade. Inferior ao requerido, o número de sílabas determinará acentuação que, embora regular, não condiz com a normatividade recessiva.
2. Exemplo- crókrov - salva (Mt 8.25)- Forma imperativa, finita, portanto, acento recessi
vo, última breve, deveria cair na antepenúltima;- A inflexão, contudo, tem apenas duas sílabas. Logo,
não pode o acento receder até a antepenúltima, inexistente. Ficará na penúltima;
- A penúltima, aco, é longa (vogal to). Terá o acento de ser circunflexo, porquanto a última é breve;
- E, pois, properispômena a forma ao invés de proparoxítona, porque há apenas duas sílabas, não três (ou mais);
- Não poderia, portanto, ser crtocrov (violaria a regra n9 5), nem ctcoctov (contrariaria o princípio de recessividade), muito menos croxrôv (impossível o circunflexo em sílaba breve).
(b) Formas compostas
1. NaturezaInflexões verbais há, e não poucas, de natureza com
posta, geralmente constituídas de preposição integrante e forma verbal apensa. Em tais casos, é princípio normativo que o acento não deverá transcender os limites do componente verbal, não podendo, por isso, receder até a preposição. Logo, mesmo que, em função da recessividade, tenha o acento de cair sobre a preposição, tal não se dará. Reter-se-á na porção puramente verbal.
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2. Exemplo
- aTrnX.0ov - seguiram (Mc 1.20).
- Forma pretérita do Indicativo, logo, finita, trissilábi- ca, última breve, acento recessivo, deveria estar no à inicial, antepenúltima sílaba, normativamente;
- A forma é, porém, composta da preposição d-rro, que sofre a queda do ômicron, e da inflexão T)\0ov;
- Gomo não deve o acento cair na preposição, ficará no segmento verbal, que, dissilábico, o terá na penúltima;
- Longa a penúltima (a vogal é -rj), o acento será circunflexo, já que a última é breve (regra n9 5);
- Conseqüentemente, é properispômena a forma airnXOov, não proparoxítona, a'irr]A.0ov, como seria de regra, não fosse ela composta;
- Claro é que não poderia ser onrí|\0ov (violação da regra n9 5), nem arn]\0ov (transgressão do princípio de reeessivi- dade), muito menos aTrri\0ôv (circunflexo em sílaba breve).
(c) Formas contratas
1. NaturezaConsiderável contingente há de inflexões verbais em
que duas ou mais vogais contíguas se fundem, resultando em longa ou ditongo. Há, é evidente, redução do número de sílabas, o que, no mais das vezes, afeta sensivelmente a acentuação. De qualquer forma, se o acento estava em uma ou outra das sílabas que se contraem, permanecerá este na contrata resultante, mesmo que se torne agora a última da palavra.
2. Exemplo
- Oecopco - vejo (Jo 4.19).- Forma finita (presente do Indicativo), acento reces
sivo, esperar-se-ia, já que a última é longa, no ío da penúltima, regularmente;
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- A inflexão original, porém, era ôecopeco, acentuada recessivamente no e da penúltima, uma vez que a última é longa, vogal co;
- Houve, entretanto, contração do e da penúltima com o co da última, desaparecendo o e , pelo que o acento se passou para a vogal remanescente, o co da última, circunflexo, uma vez que se trata de longa final;
- A forma é, pois, perispômena, Qecopco, não paroxítona, Gecópco, como seria regular, não fosse contrata. Não poderia ser 6 ecopcó, porquanto é cincunflexo o acento de toda sílaba final contrata e tônica;
- A violação da recessividade é, desta sorte, aparente. A acentuação obedece ao princípio normativo na forma original. Na atual, contrata, sofre simples ajustamento em face da redução do número de sílabas da forma.
(d) Formas imperativas
1. NaturezaAs formas imperativas, por força da própria expres
são, se revestem, por vezes, de tonalidade e prosódia um tanto peculiares, não estritamente em conformidade com as regras estabelecidas. Assim, particularmente na 2- pessoa do singular, formas se encontram em que o acento ora regride além dos limites naturais, ora avança para posição incabível. Interessa, por agora, apenas a segunda particularidade porque contravém o princípio de recessividade.
2. Exemplo- eWe - dize (Lc 7.40).- Forma verbal finita, dissilábica, acentuada recessi-
A
vãmente, seria properispômena, elire, já que a penúltima, tônica, é longa (ditongo e í ) e a última breve (vogal e ) ;
- Tratando-se, porém, de forma imperativa especial,
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2- pessoa singular, o acento avança para a última, breve, portanto, agudo;
- Logo, esta inflexão é oxítona, eWé, em flagrante contravenção à recessividade, não properispômena, eure, como o requereria a normalidade prosódica;
- Evidentemente, não poderia ser nem ei-ire (violação da regra n9 5), nem eVire (circunflexo em breve).
e. Acentuação nominal
(1 ) Princípio
- Enquanto as formas verbais finitas se acentuam em moldes que permitem determinar de antemão a posição precisa e a natureza do acento, as inflexões substantivas, adjetivas, pronominais, infinitivas e participiais não exibem essa propriedade. Em outros termos, não se pode em relação a estas formas fixar-se-lhes automaticamente ONDE lhes cairá o acento, embora não fujam às regras básicas quanto a QUAL o tipo de prosódia a empregar-se;
- Sabe-se-lhes a NATUREZA, não, porém, a LOCALIZAÇÃO;
- A precisa determinação de onde estará o acento nestas formas nominais e paralelas só se obterá mediante direta consulta ao léxicon ou dicionário, que registra sempre a forma base da flexão e sua prosódia;
- Entretanto, se, por um lado, é impossível predizer-se em que sílaba estará originalmente o acento nestas formas, por outro lado, uma vez determinada a posição, aí se conservará na flexão inteira, salvo se as regras prosódicas requererem alteração, mudança ou deslocamento;
- Isto posto, poder-se-á enunciar o critério aplicável à prosódia destas chamadas formas nominais nos termos seguintes:o acento das formas substantivas, adjetivas, pronominais, infinitivas e participiais continuará em toda a flexão na mesma sílaba em que se encontre na forma base, quanto o permitam as diretrizes ou normas regu- lares de acentuação-,
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- Este princípio referente à acentuação das formas nominais poder-se-á admitir como constituindo a regra nç 10;
- Se, com incontestável propriedade, se deve caracterizar o típico acento das formas verbais finitas como RECESSIVO ou REGRESSIVO, não menos procedente será designar-se de POSI- CIONAL o acento das inflexões ditas nominais;
- Em conseqüência, três modalidades prosódicas ensejam observações a esta altura: palavras de base proparoxítona, vocábulos properispômenos e termos oxítonos;
- Nas proparoxítonas, deslocar-se-á o acento para a penúltima sempre que o final da forma tiver vogal longa ou ditongo, uma vez que não poderá haver acento na antepenúltima, se a última for longa (regra n9 1). Ademais, este acento deslocado terá de ser sempre AGUDO, porquanto, mesmo que longa a penúltima acentuada, não poderá aí aparecer o circunflexo (regra n9 2 );
- Nas properispômenas, embora nenhum princípio obrigue a deslocamento, permanecendo, pois, o acento na sílaba de origem em toda a flexão, converter-se-á o circunflexo em agudo sempre que a última vier a ter vogal longa ou ditongo (menos oi e oa, geralmente), porquanto não pode haver circunflexo em penúltima longa, se longa for também a última (regra n9 2 );
- Nas oxítonas permanecerá o acento na última através de toda a flexão, já que nenhuma regra obriga a deslocamento. Contudo, em certas formas com finais longos passará a ser circunflexo, em outras continuará agudo (regra n9 3).
(2) AplicaçãoEm decorrência do exposto, conveniente síntese do
acento das formas nominais seria esta:- Se proparoxítona a forma base, mantenha-se o acento
na antepenúltima em todas as inflexões de final breve; desloque-separa a penúltima, AGUDO sempre, nas inflexões de final longo;
- Se paroxítona a forma base, mantenha-se o acento,AGUDO, na penúltima em todas as inflexões;
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Se properispômena a forma base, mantenha-se o acento na penúltima sempre, CIRCUNFLEXO nas inflexões de final breve, AGUDO nas inflexões de final longo;
- Se oxítona a forma base, mantenha-se o acento na última sempre, AGUDO quando breve a vogal. Se longa a sílaba final, ora terá o AGUDO, ora o CIRCUNFLEXO, conforme se explicitará adiante;
- Se perispômena a forma base, vocábulos contratos, em geral, o acento se manterá sempre na última, CIRCUNFLEXO em todas as inflexões, salvo casos especiais.
(3) Variação
- Este princípio de posicionalidade se aplica, a rigor, apenas às flexões parissilábicas, isto é, àquelas em que o número de sílabas permanece o mesmo nas inflexões todas. Nos vocábulos imparissilábicos, aqueles em que a quantidade de sílabas flutua nas diferentes formas, registram-se leves variações posicionais do acento, como se verá ao tratar-se da 3§ declinação (capítulo IV).
(4) Exemplificação
(a) Proparoxítonas- av0pcoTToç - homem (At 4.22).- Substantivo trissilábico de última breve, poder-
se-ia acentuar, segundo as regras prosódicas:- na última: ãvGpcoTróç (oxítono),- na penúltima: avGpômoç (properispômeno), ou,- na antepenúltima: òívGpfOTroç (proparoxítono);- Consultado o léxicon, verifica-se que a terceira pos
sibilidade é a válida, portanto, a palavra é proparoxítona de base;- Posicionai o acento, preserva-se na antepenúltima
nas inflexões de final breve. Daí encontrarem-se-lhe expressões tais como avOpío-rrov (II Co 1 2 .2 ), avGpíoue (I Tm 6.11), avGpamoi (II Tm 3.2), em que o acento se mantém na antepenúltima, finais todos breves;
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- Nas inflexões em que o final é longo, em obediência às leis prosódicas, terá o acento de deslocar-se para a penúltima, agudo, naturalmente. Assim é que lhe ocorrem formas paro- xítonas, como &v0panrov (Hb 2.6), av0p<J)TT(|) (Mt 12.13), avOpcÓTicov (Mt 15.9), ávOpwTTOLÇ (Mt 19.26) e àvOpcó-ruruç (Mc 8.24), todas de final longo, impossibilitado o acento na antepenúltima (regra n9 1 ).
(b) Paroxítonas- Xóyoç - palavra (Rm 9.6).- Substantivo dissilábico, breves ambas as sílabas,
poder-se-ia acentuar Xxryóç (oxítono) ou Á.Ó7 0 Ç (paroxítono);- Consultado o léxicon, determina-se-lhe a acentua
ção da forma base como paroxítona;- Posicionai o acento, nenhum princípio o compele a
deslocar-se para a última. Logo, manter-se-á sempre na penúltima, que, por ser breve, somente poderá receber o agudo. Portanto, paroxítona em todas as formas.
(c) Properispômenas- ôouXo<; - escravo (I Co 7.21).- Dissilábico, última breve, penúltima longa, poder-
se-ia este substantivo acentuar na última: ôouXóç (oxítono) ou na penúltima: SoíuXoç (properispômeno);
- Consultado o léxicon, evidencia-se que é a segunda possibilidade a que procede, logo, a forma tem circunflexo na penúltima na inflexão de base;
- Não se desloca da penúltima o acento em nenhuma das inflexões, visto que a isso não compele qualquer das regras prosódicas estabelecidas;
- Continuará o circunflexo nas formas em que a última seja breve. Daí, nos escritos néo-testamentários ocorrem inflexões tais como SoOXov (Mc 12.2), 8ov\e (Lc 19.17) e 8oí>\oi (Jo 4.51), finais breves, properispômenos todos, já que a tônica é penúltima longa;
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- Converte-se o acento em agudo, em função da regra n9 2, nas formas em que o final é longo. Assim, paroxítonas serão inflexões tais SoúXou (Gl 4.1), SoúXo) (Ap 1 .1 ), ôoÚXídv (Ap 19.2), 8oúXoi<s (Ap 22.6) e 8oúXou<; (Mt 21.34), todas últimas longas, pelo que não pode haver circunflexo na penúltima.
(d) Oxítonas- ó8óç - caminho (Ap 16.12).- Breves ambas as sílabas deste substantivo, poder-
se-ia acentuar na última, Ô8óç (oxítono) ou na penúltima, o8oç (paroxítono);
- A luz do léxicon, patenteia-se a primeira como a forma correta: Ó8óç;
- Nenhuma regra prosódica estabelecida determina recuo do acento. Permanecerá, pois, em todas as formas na última;
- Nas inflexões de final breve o agudo persistirá, conforme a regra n9 7;
- Nas inflexões em que o final é longo, ora é oxítona, ora perispômena a forma. Assim é que nos escritos néo-testamen- tários se encontra ó8ot><; (Mt 22.10), em que o agudo se mantém nessa última longa, de par com o8ou (Lc 11.6), ó8co (Lc 12.58), óScàv (Mt 22.9) e óSoíç (At 14.16), em que ocorre o circunflexo.
(e) Perispômenas- - Jesus (At 17.3).- Trissílabo, longa a última, poderia este nome pró
prio ser paroxítono, 3 r^craus, ou, contrato que é, de importação hebraico-aramaica, perispômeno, 5I^aouç. Não poderia ser proparoxítono, ^I-ntrouç, nem properispômeno, 3 Ir)crau<;, apesar de longa a penúltima, nem ainda oxítono, 3 I^oraus, contrato que é;
- Das alternativas possíveis, mostra-nos o léxicon que é a segunda a normativa. Logo, permanecerá o acento na última em toda a flexão, por isso que nenhuma regra prosódica lhe exige deslocamento, circunflexo sempre, já que se trata de última de natureza longa, contrata.
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5. PONTUAÇÃO
5.1 - Origem
Exceção feita de sinais indicativos de correções do texto (o asterisco e o óbelo, especialmente), não havia nos manuscritos antigos notação diacrítica. Aos poucos, a partir do século IV A.C., é que se vieram a introduzir elementos definitivos de pontuação a culminar no sistema vigente, parcimonioso, até certo ponto incompleto, insatisfatório, não há dúvida.
5.2 - Sinais- Quatro sinais apenas regularmente se empregam:
1. VÍRGULA, com funções praticamente idênticas às de nossa
gramática;
2. PONTO FINAL, sobre a linha, em uso correspondente ao do
nosso ponto;
3. PONTO MEDIAL, acima da linha, no alto da palavra, ora a valer pelo nossoponto-e-vírgula, ora a representar dois-pontos; e
4. PONTO-E-VÍRGULA, a eqüivaler ao nosso ponto-de-interro- gação;
- Não se emprega o ponto-de-exciamação;- Certos editores destacam as cláusulas parentéticas, em geral,
mediante inserção do travessão no início e no término. Poder-se-ia tomar como um quinto sinal de pontuação.
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6. GRAFIA
6.1 - Início de sentençaFrases e cláusulas, sentenças e períodos, parágrafos e trechos,
todos se podem iniciar por minúscula. Apenas quando visam os editores a maior destaque, ou marcada separação, ou particular ênfase, os iniciam por letra maiúscula.
6 .2 - Final de palavra
- Em tese, qualquer das vogais ou ditongos pode ser elemento final de vocábulo grego. O mesmo, entretanto, não se pode dizer das consoantes;
- Apenas CINCO das consoantes ocorrerão como terminal de forma tipicamente grega, a saber: v, p, ç, £ e ij/. Considerando-se que as duas duplas representam fusão de consoantes, a última das quais é sigma, esse número se reduziria praticamente a TRÊS. As outras consoantes, se finais de forma, sofrerão queda ou apócope;
- Aparente exceção seriam a preposição !k - de - e o advérbio negativo nas formas ouk e on&x - não. Entretanto, podem-se conceber como simples prefixos apenas tecnicamente separados do termo seqüente, de sorte que os guturais não seriam propriamente finais da palavra. Também, há a admitir-se que a forma original da preposição seja e£, como ainda se vê diante da vogal ou ditongo, portanto, finalizada por sigma, apocopado quando a preceder consoante, assim como a gutural do advérbio é mero elemento ligacio- nal de eufonia;
- No texto do Novo Testamento avultado número há de vocábulos terminados por outras consoantes que as referidas como normativas. Trata-se, em tais casos, de nomes próprios apenas transliterados ou adaptados, formas de cunho geralmente alieníge- no.
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6.3 - Patronímicos- Praxe respeitada nas edições modernas é iniciar com maiús
cula, qualquer que lhe seja a posição na frase, não somente os nomes próprios, mas ainda os patronímicos, étnicos e epítetos, atri- butivos de nacionalidade, raça e agrupamento distintivo, religioso ou social;
- Praxe seguida de muitos editores, por outro lado, é conservar em minúsculas no texto do Novo Testamento termos teológicos referentes à divindade que se deveriam tomar na acepção de nomes próprios. Assim é que 0eó<s - Deus - Trve-0|xa - Espírito - vióq- filho (referindo-se a Cristo), KÚpioç - Senhor (tanto a designar a Deus como a Cristo), não aparecem geralmente iniciados por letra maiúscula.
7. ESTILO E VOCABULÁRIO- Não é o Novo Testamento o que se possa chamar de obra
literária ou peça de literatura, no rigor da expressão. Coleção de escritos despretenciosos, em linguagem vulgar ou corrente, o dialeto koivtí (comum), autores longe de requintados, extremes de pom- posidade e burilamento especiosos, não prima o Novo Testamento pelo apuro estilístico ou pela riqueza peregrina de vocabulário, refletindo, ademais, em larga medida, palpável influência semítica de expressão, o que não é de estranhar-se, dado que os autores, com uma ou duas exceções, teriam sido todos judeus, que, mesmo se assistidos por amanuenses e revisores credenciados, não se lhes caracterizariam os escritos pela naturalidade, espontaneidade e liberdade de quem se serve da língua nativa, que lhes não era o grego;
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- Forçoso é reconhecer-se, porém, que alguns dos escritos que nele se incluem, assim Lucas e Atos, Hebreus, I e II Pedro, e mesmo a epístola de Tiago, são de tal lavor que avultam o cuidado da forma, a eloqüência da expressão, a selectude dos termos;
- Por outro lado, os escritos joaninos se caracterizam pela
fluência e simplicidade, a leveza e a espontaneidade, o Apocalipse de todos o mais parco em dotes estilísticos, a contravir em acentuado número de casos normas gramaticais reconhecidas;
- Há em o Novo Testamento largo contingente de termos de cunho alienígena, mais de um décimo do vocabulário geral, mormente formas e expressões hebraico-aramaicas e latinas (desta, é verdade, não muitos modismos fraseológicos, um contingente vocabular que abrange uns quarenta nomes próprios e pouco mais de trinta substantivos comuns, termos jurídicos, militares, monetários e domésticos), na quase totalidade patronímicos, próprios e topográficos;
- Da parcela vernácula, em cifras aproximativas, poder-se-á dizer que do ático, principal base do coiné, procedem 70% das formas léxicas, atribuindo-se ao jônico 2 0% e ao dórico e eólico os 10% restantes;
- O montante de vocábulos distintos, verbetes básicos, matrizes e formas capitais, ascende em o Novo Testamento a 5.536, em termos do léxicon de Souter, oscilando esse total para pouco mais ou menos, conforme se excluam ou adotem variantes do texto. Os nomes próprios e patronímicos sobem a 574, os demais vocábulos somam 4.962;
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- 0 total absoluto de formas léxicas e inflexões registradas no texto da 25- edição do Novo Testamento Grego de Nestle é de 135.549 palavras, assim distribuídas pelos livros, em ordem decrescente:
(1 ) Lucas 19.432 (15) Filipenses 1.631(2) Atos 18.415 (16) I Timóteo 1.588(3) Mateus 18.316 (17) Colossenses 1.575(4) João 15.634 (18) I Tessalonicenses 1.476(5) Marcos 11.254 (19) Tiago 1.342(6 ) Apocalipse 9.840 (20) II Timóteo 1.237(7) Romanos 7.108 (21) II Pedro 1.098(8 ) I Coríntios 6.834 (2 2 ) II Tessalonicenses 821(9) Hebreus 4.954 (23) Tito 658
(10) II Coríntios 4.582 (24) Judas 457(1 1 ) Efésios 2.420 (25) Filemóm 335(1 2 ) Gálatas 2.232 (26) II João 245(13) I João 2.137 (27) III João 219(14) I Pedro 1.709
- Em tomando-se os autores tradicionalmente aceitos, as cas a atribuir-se-lhes, em ordem decrescente, seriam: (palavras)
(1 ) Lucas 37.847 (6 ) Hebreus 4.954(2 ) Paulo 32.497 (7) Pedro 2.807(3) João 28.075 (8 ) Tiago 1.342(4) Mateus 18.316 (9) Judas 457(5) Marcos 11.254
- Do exposto, vê-se que é o Evangelho de Lucas o mais extenso dos escritos néo-testamentários, enquanto o mais breve é a Terceira Epístola Joanina, assim como é dos autores Judas o que de menor volume se reveste, em contraste com Lucas, de todos o mais
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alongado;- Dos capítulos, em sua divisão atual, o mais extenso é Jo
VI, que soma 1.243 palavras, a exceder por duas apenas a Mt XXVI, que monta a 1.241. O mais breve é I Tm II, com meramente 185 vocábulos ou formas, se bem que Mc XVI, excidindo o final contestado (170 palavras), se reduz a simplesmente 137;
- Em número de palavras, segundo a divisão corrente do Novo Testamento grego, é Ap 20.4 o mais extenso dos versículos, a abranger nada menos de 58 formas distintas, enquanto os mais breves, a consistirem de somente 2 vocábulos cada um, são I Ts 5.16 e 17, observando-se que o versículo 16 consta de 14 letras, ao passo que o versículo 17 abarca 2 1 ;
- Digno de nota, por outro lado, é que 7 versículos há que, embora constantes de 3 palavras, não atingem a 21 letras em extensão, um deles a acusar 14 letras, outro, ainda mais breve, somente 1 2 ! São eles:
8. EXERCÍCIOS
8.1 - Transliterar (representar com letras do nosso alfabeto):1.TY3>AOI, T I TAP MEIZON (Mt 23.19).2. 0EÍ2PEI 0OPYBON KAI KAAIONTA2 (Mc 5.38).3. r iE X ílN IM PA TOYS nOAAX (Lc8.41).4. TY<MÍ2N, XÍ1AÍ1N, HHPflN (Jo 5.3).5. MArON ^ EY A O n P O M T H N (At 13.6).
8 .2 - Verter em maiúsculas (representar em letras gregas):1. ouk échei éxousían (Rm 9.21).2. hína brochÒn hyrrrin èpibálõ (I Co 7.35).
(1) Lc 20.30 (12 letras)(2 ) At 15.18 (14 letras)(3) Jo 11.35 (16 letras)(4) Mt 24.25 (17 letras)
(5) Hb 13.1 (17 letras)(6 ) Mc 13.23, se reduzido às três
palavras finais (18 letras)(7) Lc 24.48 (19 letras)
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3. bárós dóxés katérgázétai (II Co 4.17).4. Ichthrai, êris, zêlòs, thymoí (Gl 5.20).5. psèphisátõ tõn arithmén (Ap 13.18).
8.3 - Transliterar:
1. cm<oç eXG ecj>'v|xà<; Trôiv aífxa ôÍKeaov (Mt 23.35).2 .7 evo|xévou aappájcru -ríp aTo 8i8ácrKeiv (Mc 6.2).3. ev T tj) ôiax(opi£ea0oa o tuto vç (Lc9.33).4. b Trar ip cpiXei, t ò v viov (Jo 5.20).5. |xeTÔt Ppaxíovoç xnJjeXoü è ryyoryev canraúq (At 13.17).
8.4 - Verter em minúsculas:
1. skeúé òrg&s katêrtisména eis apóleian (Rm 9.22).2. pèrl tês brôsêõs oün tôn eidõlythõn (I Co 8.4).3. hõs ptõchol pólloüs dè ploutízõntés (II Co 6.10).4. apÓkatalláxè(i) toús amphõtêrous (Ef 2.16).5. miâ(i) psychê(i) synathloüntês (Fl 2.27).
8.5 - Acentuar as seguintes formas verbais, justificando a posição e natureza do acento:
1. €KTUTTOti (Cl 1.16) 6. eçavepíúOiq (Cl 1.26)2. et)8oKTf]CT€v (Cl 1.19) 7. KaTcrf/eXÁ.ojJiev (Cl 1.28)3. ê m |x e v e T e (Cl 1.23) 8. TjpKev (Cl 2.14)4. €7€vofJi/Tyv (Cl 1.23) 9. avriKev (Cl 3.18)5. xotipw (Cl 1.24) 10.7 vwpurowiv (Cl 4.9)
8.6 - Justificar a natureza do acento nas seguintes formas substantivas e dizer em que outras posições poderia ocorrer e de que natureza seria:
1. TTOtpáKXTncri*; (I Ts 2.3)2. ôó\<o (I Ts 2.3)3. 0€oô(l Ts 2.4)4. evayyiX io v (I Ts 2.4)5. àv0pá>7roi<5 (I Ts 2.4)
6. à iroo ToX .o i (I Ts 2.7)7. Tpocpóç (I Ts 2.7)8. TTpócrcoTrov (I Ts 2.17)9. IlotOXo*; (I Ts 2.18)
10. 3 A0T)vat<; (I Ts 3.2)
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CAPÍTULO II
GÊNERO, NÚMERO, CASOS, PRIMEIRA DECLINAÇÃO, ARTIGO INDEFINIDO, SUGESTÕES DE ESTUDO.
1. VARIAÇÕESExperimentam os substantivos no português variações mais
ou menos acentuadas e regulares que expressam diferenciação de gênero (masculino ou feminino) e de número (singular ou plural). No grego, sofrem os nomes (e adjetivos, pronomes e particípios) alterações bem mais pronunciadas e numerosas, por isso que assinalam não apenas distinções de gênero e número, mas ainda de funções sintáticas e padrões flexionais, os chamados casos e declina- ções.
2. GÊNERO
2.1 - EnumeraçãoTrês gêneros gramaticais admite o grego:
1. MASCULINO (àpcreviKÓv): nomes de seres do sexo masculino, bem como de rios, ventos e meses, em geral;
2. FEMININO (B t Xv k ó v ): nomes de criaturas do sexo feminino, assim como de cidades, regiões, ilhas, árvores e avultada cifra de substantivos abstratos que expressam estado, qualidade ou condição; e
3. NEUTRO (otôeTepov): nomes de objetos, coisas e seres havidos por assexuados, como também das letras do alfabeto, os di- minutivos e larga variedade de vocábulos outros.
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2.2 - Determinação
- Nem sempre a simples forma ou o próprio sentido permitem inferir o gênero do substantivo. Entretanto, estabelece-se ele, pronta e infalivelmente, através da presença do artigo que o determine.
- São os substantivos masculinos assistidos da forma articularo e suas inflexões, os femininos de tj e suas inflexões, os neutros de to e suas inflexões.
- Graficamente: o (e suas inflexões) - masculinosr| (e inflexões) - femininos to (e inflexões) - neutros
- Contudo, qual o artigo a empregar-se ou, em outros termos, qual o gênero da forma, só se pode saber originalmente através de consulta ao léxicon, por isso que ao verbete, em sua forma base, se apõe o artigo apropriado;
- Portanto, nomes que no léxicon forem seguidos de o são masculinos, de ■q femininos, de to' neutros;
- Evidente é/pois, que ao aprender-se qualquer forma substantiva, deve-se-lhe também associar o artigo determinante, indicador seguro do gênero da palavra.
3. NÚMERO (API0MON)
3.1 - Enumeração- Três eram os números gramaticais do grego, a saber:
1. SINGULAR (eviKo'ç): a expressar ser ou objeto individualizado, a unidade em si, um só elemento;
2. DUAL (ôvikóç): a expressar seres ou coisas em dupla, casal ou par, unidade consorciada a outra, dois elementos; e
3. PLURAL (irXinOwTiKÓç): a expressar seres ou elementos em grupos ou complexos, unidades múltiplas, muitos elementos;
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- No coiné já se fizera obsoleto o dual, a cair em completo desuso, tanto assim que através do Novo Testamento não ocorre uma vez sequer.
3.2 - Determinação
As chamadas variações numéricas se marcam através de terminações características, segundo os diferentes sistemas de flexão.
4. CASOS (IITftSEIX)
4.1 - Natureza
- Expressam-se, no português, as diferentes funções sintáticas e as diversas relações que lavram entre os termos principalmente mercê de preposições. No grego, embora desempenhem preposições funções que tais, a forma própria de expressá-las é mediante variações específicas no final da palavra;
- Cada variação constitui um caso (do latim casus, us - acidente, queda -, do verbo cadère - cair - , equivalente a 'tttw— criç, ecos, rj dos gramáticos helenos, derivado do verbo 'TtÍ-tttíú, de igual acepção).
4.2 - Enumeração
1. Primitivos- Como no sânscrito outrora e no russo hoje, oito (ou nove, se
admitido o associativo como flexão distinta) eram os casos primitivamente no grego;
- Três se vieram a fundir com outros dos cinco sobreviventes, já que as variações desinenciais eram as mesmas, atribuindo-se- Ihes as funções dos casos assimilados;
- Esses três casos que se podem do ponto de vista prático haver por evanescidos eram:
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a . 0 ablativo (do la tim ablafívus, ã, um, ad je tivo do tem a de
auferre - remover), d o s g reg o s ch am ad o de ('irrcòcriç) á ç c a p e T i—
Kirç (de à ç a ip e o ) - remover), ca so po r qu e se e x p re s sa v a m a s re la
çõ e s d is ju n t iv a s e co m p le m en to s d e p ro ven iên c ia , o r ig in a ção ou
sep a ra ção ;
b. O locativo (de locaffvus, a, um, ad je tivo do tem a de locãre- localizar), d o s g reg o s d e s ig n ad o de (t t t ü x x iç ) T o m ie r j (de t ó —
ttoç , ou , o - lugar), ca so d a s re la çõ e s a lo ca c io n a is , do c o m p le
m en to de lo ca liz a ção , da e x p re ssão de onde se s itua o fa to ou a ção ;
e
c. O instrumental (de instrumentãlis, e, ad je t ivo re fe ren te
a instrumentum, i - instrumento), que se pode ria c a ra c te r iz a r co m o
(TTTckriç) xoT fiaT iK if (de x p á o jx a i - usar de), ca so d a s re la çõ e s p ro
c e s su a is , do co m p lem en to de in s tru m en ta lid a d e , da e x p re s sã o do s
m e io s em p reg ad o s .
2. Atuais
E x c lu íd o s o s su p ra re fe r id o s , p e rm an e cem CINCO o u tro s c a
so s , d e s ig n ad o s po r fo rm a s p ró p r ia s d o s ad je t ivo s la t in o s d e r iv ad a s
de v e rb o s co rre sp o n d en te s , a sab e r :
a . Nominativo (nominaffvus, a, um, de nomínãre - dar nome a), do s g reg o s ch am ad o de (t t t ü x t iç ) ô v o ixcm tt ikt ) (o n o m ás tico ) , ou
op (h í (re to ), ou e u G e iá (d ire ito );
b. Genitivo (genitívus, ã, um, de gignére - gerar), co rre la to de
7ew T |T iK K Í (de 7 e w á co - gerar), do s g reg o s , p o rém , d e s ig n ad o de
7ev iK 'rf (de 7evo<;, cruç, t o - gênero, espécie), cu jo co rre sp o n d en te
la tino m e lh o r se r ia generãlis, e - geral ou especificante, títu lo qu içá
de p re fe r ir -se no p o rtug uê s ;
c . Dativo (dafívus, ã, um, de dâre - dar), ('tttcÍx t iç ) ô o t ik t Í (de
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d. Acusativo (accusafívus, ã, um, de accusãre - acusar), denominado pelos gregos (TTTÔjCTiç) otmaTiKTÍ (de cd/na, às, T| - causa, donde talvez melhor lhe fora o título de causativo); e
e. Vocativo (vocatTvus, a, um, de vôcãre - chamar), de alguns referido como (tttüjctiç) kX^tuct] (de KaXeco - chamar), de outros mencionado como (tttümjiç) TTpoaoryopeimKTi (de 'rrpocrcryopeúcú - dialogar), que não poucos hesitam em haver como caso real, uma vez que não lhe representa a inflexão forma de relação sintática definida ou regular.
3. ModernosJ\lo grego moderno demótico reduziram-se estes casos a ape
nas três: nominativo, genitivo e acusativo, sendo que nem sempre se lhes distinguem explicitamente as formas e funções.
4.3 - Funções- Expressam estes casos múltiplas funções, algumas básicas e
fundamentais, outras secundárias ou adicionais. Conviria, de início, referir-lhes somente aquelas, deixando estas para consideração posterior. Para facilidade do estudante, apendemo-las logo em seguida às funções capitais;
- Destarte, assinalar-se podem como funções primaciais de:
1. Nominativo
a. Enunciação apelativa- É o nominativo a forma ou caso em que aparece o subs
tantivo quando a constituir simples nome, apelativo ou título, o verbete em seu enunciado formal, o termo como puro designativo, à parte de função sintática definida;
- Assim, termos tais como elprívr] - paz, ou morLÇ - fé, ou
ôifkofjw - dar) dos gregos;
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oxoTripía - salvação, tomados como simples formas léxicas, estão no caso nominativo;
b. Sujeito das formas verbais finitas
- E o nominativo a forma ou caso em que se apresenta o
substantivo, pronome ou infinitivo, ou equivalente, a exercer a fun
ção de sujeito de inflexões verbais do Indicativo, do Subjuntivo, do Optativo e do Imperativo, os chamados modos finitos.
- Exemplificam este uso as cláusulas seguintes:
(1) Tf/cÍTnno ev o 0eòç tòv koct|xov - amou Deus ao mundo (Jo 3.16);
(2)6 Á.070Ç ó cròs ct\T|0eiá écmv - a tua palavra é verdade (Jo 17.17);
(3) ttiotòç 8e eoriv õ Kvpioç - Mas, fie! é 0 Senhor (II Ts3.3).
Na primeira destas cláusulas ocorre a forma pretérita T^a-rrriCTev - amou — e na segunda e terceira a presente átona eoriv- é, inflexões do Indicativo, logo, finitas. São-lhe sujeitos, respectivamente, os substantivos 0eóç - Deus - na primeira, \óyo%-palavra - na segunda e K-úpioç - Senhor - na terceira. Estão estes substantivos todos em nominativo.
c. Complemento predicativo- E o nominativo também a forma ou caso por que se ex
pressa o chamado complemento predicativo, isto é, o termo qualifi- cante a complementar inflexões finitas dos denominados verbos de ligação, tais e lf ií - ser, estar, inrapxco - subsistir - e 7 ivo|xai - tornar-se, e de tempos da voz passiva;
- Assim, na sentença segunda do item anterior o substantivo à\r|0e ia - verdade - e na terceira o adjetivo m orós - fiel - são
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complementos predicativos, ligados pela forma presente do Indicativo éoriv, pelo que se acham, ambos, em nominativo.
2. Genitivo
a. Relação atributiva
- É o genitivo a forma ou caso do adjunto adnominal, do termo que expressa atributo, qualidade ou propriedade, a corresponder ao adjetivo tipicamente qualificativo;
- Exemplo: na frase t ò ôpoç t w v eXoucov - o monte das oliveiras (Mc 11.1), o binômio tcúv èXcucov, artigo mais substantivo, qualifica a opoç - monte - , assinalando-lhe característica distintiva, eqüivalendo a adjetivo em função de adjunto, pelo que está em genitivo;
b. Relação possessiva- É o genitivo a forma ou caso próprio do adjunto posses
sivo, do termo que expressa o possuidor;- Exemplo: na frase Kcrrà ôafoan-iv 0eoí> - segundo o poder
de Deus (II Tm 1.8), o termo 0eoí> - de Deus - expressa o possuidor do poder, eqüivalendo a elemento adjuntivo de posse, pelo que está em genitivo;
- Há no grego pronomes possessivos específicos, que, normativamente, ocorrem no mesmo caso do termo a que determinam, não obrigatoriamente em genitivo. Entretanto, a maneira predominante de expressar-se em o Novo Testamento esta relação quando pronominal é usar-se a forma genitiva do pronome pessoal em vez do possessivo correspondente;
- Exemplo: em t w v 'irpocreux&v fxot> - nas minhas orações (Fl 4): |xov é a forma genitiva singular do pronome pessoal €7 &) -e u - , a significar, literalmente, de mim. Está em lugar do possessivo efjuov - minhas. É, pois, o pronome pessoal em genitivo usado pelo possessivo;
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c. Relação genética *
- E o genitivo também a forma ou caso específico em que ocorre o atributivo de relação de parentesco, filiação, originação, descendência, geração, expresso em teor adjuntivo;
- Exemplos:
(1) víòç (hryaTpòç cpapacó - filho da filha de Faraó (Hb11.24): OvyaTpòç e «papaco designam ambos relação genética de filiação, em forma atributiva, achando-se, por isso, em genitivo (embora, em verdade, seja indeclinável o termo <papaw);
(2) oí to ô ZepeScaou - os (filhos) de Zebedçu (Jo 21.2): a locução roí) Ze^eSaíov - deZebedeu - está em genitivo, subentendido o termo moí - filhos - , a expressar o atributivo de parentesco implícito na frase;
d. Relação ablativa- E ainda o genitivo a forma ou caso por que se exprimem
os chamados complementos de procedência, origem, separação ou proveniência, assistido de preposição ou advérbio adequado ao sentido, função oriunda do ablativo, obsoleto;
- Exemplo: e^eTropewvro e£w 'iroX.ewç - retiravam-se fora da cidade (Mc 11.19): t t |<; -TroXecoç - da cidade - , artigo mais substantivo, precedida, aliás, a locução pela preposição imprópria ou advérbio e£co - fora constitui complemento de procedência, indicação de onde partiam os discípulos e Jesus, achando-se, pois, em genitivo;
- Do exposto, pode-se, com justiça, inferir que as funções sintáticas em português estabelecidas mediante a preposição de, no grego, se expressam normativamente pelo genitivo:
e. Outras acepções- Além e à parte dessas funções básicas ou gerais, vasta
gama há de acepções que pode o genitivo assumir, cambiantes ou
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variações que ora representam facetas correlatas dos sentidos fundamentais, ora constituem matizes específicos, significados adicionais do caso. Podemos, assim, referir ainda as seguintes modalidades genitivas:
(1) Genitivo subjetivo e Genitivo objetivo- Quando a forma genitiva refere o agente produtor,
originador do fato ou situação expressa pelo termo qualificado, tem-se o chamado genitivo subjetivo; quando, ao contrário, assinalao objeto, o produto, o efeito ou resultado, trata-se do genitivo objetivo;
- Assim, em Rm 8.35, na cláusula interrogativa t£ç Xcopícrei a-rro o^cnrns tou Xpiorou; - Quem nos separará do amor de Cristo?, o genitivo Xpicrrdu será subjetivo, se a referência é ao amor que Ele nos tem, objetivo, ao contrário, se a alusão é ao amor que Lhe temos nós, naquele caso, Cristo o agente do amor, neste seu objeto;
(2) Genitivo partitivo- Retrata, nesta acepção, o genitivo o todo, conjunto ou
unidade de que o termo qualificado é parte, parcela ou integrante;- Uso não escasso através do Novo Testamento, exem
plo se lhe encontra, entre muitas outras passagens, em I Tm 1.20, em que ocorre a cláusula âv èoriv cY|xevaíoç k o i i "ÀXeíjav— ôpoç - dos quais são (no texto é singular esta forma verbal, porque, anteposta, concorda apenas com o termo imediato) Himeneu e Ale-
A.
xandre. O relativo <ov, genitivo plural, é partitivo, porquanto refere o grupo a que pertenciam os dois indivíduos citados, parcelas suas.
(3) Genitivo adjuncional- E função típica do adjetivo expressar o adjunto quali
tativo, o atributo de qualidade, os traços e características distintivas do objeto ou ser e sua natureza. Provável influência do linguajar hebraico-aramaico não é raro nos escritos néo-testamentários o
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em prego ao suo sianuvo no genitivo com o xermo au junu iunal em lugar do adjetivo qualificante;
Vê-se, dentre tantos outros textos, exemplo deste genitivo adjuncional em Lc 18.6, em que na frase o KpiT^ç t í s àôiKÍas- o juiz da injustiça - o substantivo articulado TÍjs àôiKiaç - da injustiça - eqüivale ao adjetivo c x ô ik o ç - injusto - , a que substitui, em exato paralelismo à construção nominal hebraica, o substantivo no estado absoluto a qualificar, atributivamente, ao nome precedente em construto, em função típica de adjetivo qualificativo;
(4) Genitivo complementar- Vasto e acentuado é o uso do genitivo em função
complementar após muitos verbos, adjetivos e partículas de cunho preposício-adverbial;
- Os verbos suscetíveis de complementação genitiva, em geral, são os que se podem classificar de TACTIVOS (que significam tocar, pegar, roçar, tanger, segurar, apanhar, apreender), CO NATIVOS (cujo sentido é esforçar-se por, diligenciar, tentar, alcançar, conseguir), OPTATIVOS (desejar, aspirar a, apetecer, querer), IM- PLETIVOS (encher, preencher, cumprir, transbordar, estar cheio), PERCEPTUAIS (ouvir, escutar, perceber, entender, provar), MEMO- R ATI VOS (lembrar, ter em mente, rememorar, esquecer), REGULATI- VOS (governar, reger, dominar, liderar, prevalecer, impor-se, sujeitar, subjugar), AFETIVOS (compadecer-se de, apiedar-se de, cuidar que, poupar, e seus contrários: fazer pouco de, desconsiderar, negligenciar, desprezar, apoucar);
- Do numeroso elenco de tais verbos e das múltiplas ocorrências através do Novo Testamento referir-se podem:
- àKoríxo- ouvir (Mt 2.9; 17.5; 18.15; Mc 6.11,20; 7.14; 9.7;12.38; 14.58,64; Lc 2.46,47; 6.18,47; 9.35; 10.16; 15.1,25; 16.29,31; 18.36; 19.48; 21.38; Jo 3.29; 5.25,28; 6.60; 7.32,40; 9.31;10.3,8,16,20,27; 11.41,42; 12.47; 18.37; 19.13; At 3.22,23; 6.11,14; 7.34; 8.30; 9.7; 10.46; 11.7; 14.9; 15.12,13; 18.26; 22.1,7,22; 24.24; 25.22; 26.3,29; Rm 10.14; Cl 1.23; I Tm 4.16; II Tm 1.13; Hb 3.7,15; 4.7;
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12.19; I Jo 4.5,6: 5.14; Ap 3.20; 6.1,3,5; 8.13; 11.12; 14.13; 16.1,5,7;21.3);
- àfxeXeco - descurar, negligenciar (I Tm 4.14; Hb 2.3; 8.9);- ôtvéxofxai - suportar (Mt 17.17; Mc 9.19; Lc 9.41; At
18.14; II Co 11.1,19; Ef4.2; Cl 3.14; II Tm4.13; Hb 13.22);- avTexofJuxi - apegar-se a (Mt 6.24; Lc 16.13; I Ts 5.14;
Tt 1.9);- àvTiXafxpávo|xai - assistir, socorrer (Lc 1.54; At 20.35;
I Tm 6.2);- aTTTOjJim - tocar, deiongar (Mt 8.3,15; 9.20,21,29; 14.36;
17.7; 20.34; Mc 1.41; 3.10; 5.27,30,31; 6.56; 7.33; 8.22; 10.13; Lc 5.13;6.19; 7.14,39; 8.44,45,46,47; 18.15; 22.51; Jo 20.17; I Co 7.1; II Co6.17; I Jo 5.18);
- apxtú - governar, começar (Mc 10.42; Rm 15.12);- auGevTeco - dominar (I Tm 2.12);- 7 €|xl£íú - encher (Mc 15.36; Jo 2.7; 6.13; Ap 15.8);- 7 €jJuo - encher-se (Mt 23.27; Lc 11.39; Rm 3.14; Ap
4.6,8; 5.8; 15.7; 17.4; 21.9);- 'yewixca - provar, tomar o gosto (Mt 16.28; Mc 9.1; Lc
9.27; 14.24; Jo 8.52; At 23.14; Hb 2.9; 6.4);- elaaKotSa) - dar ouvidos a(l Co 14.21);- eixmíix^Xnnfxí - cumular, encher (Lc 1.53; At 14.17; Rm
15.24);- eÉjowiáÇco - exercer autoridade (Lc 22.25; I Co 7.4); -ViraKoi5<j) - responder (II Co 6.2);-VrroiKpoótoixai - dar ouvidos a (At 16.25);-ViriOvixeco - desejar, apetecer (At 20.33; I Tm 3.1);- Jem\a|x|3avofJim - tomar de, pegar (Mt 14.31; Mc 8.23;
Lc 20.20,26; At 17.19; 21.30,33; 23.19; I Tm 6.12,19; Hb 2.16; 8.9);- em\av0avo|juxi — esquecer-se de (Hb 6.10; 13.2,16);- em|xeÁ.éofJioii - cuidar de, assistir (Lc 10.34,35; I Tm
3.5);- T)7 e(iX)veí>()í) - liderar, governar (Lc 2.2; 3.1);- 0i77(ivo) - tocar (Hb 11.28; 12.20);
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- KaGaTTTO) - pespegar-se (At 28.3);- KaTotK-upie-uco - exercer senhorio (Mt 20.25; Mc 10.42;
At 19.16; I Pe 5.3);
- KaTa|xapTupeü) - testificar contra (Mt 26.62; 27.13; Mc14.60);
- KaTa<f>poveco - desprezar (Mt 6.24; 18.10; Lc '16.13; Rm 2.4; I Co 11.22; I Tm 4.12; Hb 12.2; 11 Pe 2.10);
- KaTe^owiáÇcú - exercer autoridade (Mt 20.25; Mc10.42);
- KpaTéío - agarrar, apoderar-se de (Mt 9.25; Mc 1.31; 5.41; 9.27; Lc8.54; At 27.13; Hb4.14; 6.18);
- Kupieúío - impor-se como senhor (Lc 22.25; Rm 6.9,14; 7.1; 14.9; II Co 1.24);
- KctTicrxixú - sobrepujar (Mt 16.18);- (xvriixovevío - lembrar (Lc 17.32; Jo 15.20; 16.4,21; At
20.35; Gl 2.10; Cl 4.18; I Ts 1.3; Hb 11.15; 13.7);- |XLfxv aKCD - lembrar (Mt 26.75; Lc 1.54,72; 23.42; 24.8;
At 11.16; I Co 11.2; II Tm 1.4; Hb 2.6; 8.12; 10.17; 13.3; II Pe 3.2; Jd 17);
- ò\i/yú>peú> - ter em pequena conta (Hb 12.5);- Ófxeípopuxi - desejar ardentemente (I Ts 2.8);- òpéyoixai - aspirar a{\ Tm 3.1; 6.10; Hb 11.16);- 'TrapctKovcú - desconsiderar, não dar ouvidos (Mt 18.17);- TrepiCTaeixo - sobejar, ter de sobra (Lc 15.17; Ef 1.8);- 'Trt(XTrÁ.T|[xí - encher (Mt 22.10; 27.48; Lc 1.15,41,67;
4.28; 5.26; 6.11; At 2.4; 3.10; 4.8,31; 5.17; 9.17; 13.9,45; 19.29);- ttXTipóío - preencher, cumprir (At 2.28; 5.28; 13.52; Rm
15.13,14; II Tm 1.4);
- Texpaapxeco - exercer a função de tetrarca (Lc 3.1);- nryxávco - obter, alcançar (Lc 20.35; At 24.2; 26.22; 27.3;
II Tm 2.10; Hb8.6; 11.35);- WTepéco - faltar, carecer (Lc 22.35; Rm 3.23);- cpeí8o|xca - poupar (At 20.29; Rm 8.32; 11.21; I Co 7.28;
II Co 1.23; II Pe 2.4,5):
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- De observar-se é que muitos destes verbos podem ter complemento em acusativo, mormente se a expressar pessoa ou elemento personificado. Por seu turno, os verbos perceptivos, especialmente, requererão complemento em acusativo, se a ação é tomada em toda extensão, plena, completa, global, em genitivo, se apenas limitada, parcial, vaga. É o que parece refletir o verbo aKoúio - ouvir - nas três narrativas da conversão de Paulo em Atos, pois que em 9.4 Lucas, usando o acusativo 9001^ , registra que o apóstolo ouviu uma voz, no sentido de que apreendeu ele a mensagem celeste em seu todo, clara e integralmente, enquanto a comitiva, ouvindo a voz (9.7), usado o genitivo Tfjç (píov^ç, apenas percebeu o som, o ruído, ação parcial. Curioso é que no capítulo XXII, descrevendo os fatos em suas próprias palavras, Paulo emprega o genitivo (ptov s (22.7) quanto ao que ouviu, salientando o caráter sucinto, sumário, telegráfico da mensagem, longe de extensiva e ampla, que a desejaria o apóstolo, mas se serve do acusativo cpco— vr\v (22.9) em relação à experiência dos acompanhantes, que não ouviram a voz, em sua plenitude e extensão, não negado o fato de que perceberam o ruído, o som, como se declara no capítulo IX. Mas, em 26.14, assevera o apóstolo que ouviu uma voz, usado agora o acusativo cpov-rív, a salientar a apreensão plena da celestial comunicação, vista em seu todo, não levada em conta a brevidade do teor;
- Os adjetivos que, em geral, se complementam de termo ou frase em genitivo são os que expressam participação ou comunhão, capacidade ou possibilidade, dignidade ou valor, preço ou quantidade, separação ou distância, merecimento ou culpabilidade, aptidão ou plenitude, e seus contrários;
- Desses adjetivos são de referir-se em relação ao uso através do Novo Testamento, principalmente:
- àvaÉjios, ã, ov - indigno (I Co 6.2);- a^ioç, ã, ov - digno (Mt 3.8; 10.10,37,38; Lc 3.8; 10.7;
12.48; 23.15,41; At 13.46; 23.29; 25.11,25; 26.20,31; Rm 1.32; I Tm
1.15; 4.9; 5.18; 6.1; Hb 11.38);
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- evoxoç, ov - suscetível, incriminável (Mt 26.66; Mc 3.29; 14.64; I Co 11.27; Hb 2.15; Tg 2.10);
- fieoTÒs, -ri ov - cheio, pleno (Mt 23.28; Jo 19.29; 21.11; Rm 1.29; 15.14; Tg 3.8,17; II Pe2.14);
- £evo<s, r\, ov - alheio, estranho (Ef 2.12); e- irXrip-rjç, e<? - cheio, transbordante (Mc 8.19; Lc 4.1; 5.12;
Jo 1.14; At 6.3,5,8; 7.55; 9.36; 11.24; 13.10; 19.28).- Aparece em genitivo o termo ou frase complementar
após quase todas as quarenta e duas chamadas preposições impróprias (enumeradas no capítulo VII), com raríssimas exceções, quando se lhe usa o acusativo em lugar do genitivo. Das dezoito preposições reais, quatro (oévtl, onro', 4k , Trpó) são sempre seguidas de genitivo, o que se dá também, ao lado do acusativo, com cinco outras (a|x<pi, ôioí, koítcí, |X€Ta e imep) e, em paralelo com o dativo e o acusativo, em mais cinco (em, Trapá, Trepí, Trpoç e vrró).
(5) Genitivo comparativo
- E o genitivo o caso por que se expressa, regularmente, o termo comparante nas cláusulas comparativas de superioridade ou inferioridade, quando assindético, isto é, não introduzido pela conjunção rf - do que;
- Assim, na cláusula comparativa fxeíÇwv %otív o Oeòç ttJç Kapôíaç tiijuov - Maior é Deus do que o nosso coração (I Jo3.20), tyjç Kapôíaç, binômio comparante, se acha em genitivo, uma vez que não o assiste a conjunção t(, circunstância em que iria para o nominativo;
(6) Genitivo temporal- E em genitivo que aparece, normativamente, o adjunto
referente ao tempo no decurso do qual se processa o fato ou ação;- Assim, na frase vuktoç Kal 'qfxepaç ep^aÇòixevoi -
trabalhando de noite e de dia (I Ts 2.9), os substantivos wktóç e Trçjjiepaç, já que expressam o tempo dentro de que se realizava o labor afirmado pelo apóstolo, assumem a forma de genitivo;
80
(7) Genitivo quantitativo
- Embora, sempre que se tenha em mira o montante, a cifra, a extensão, o vulto das referências quantitativas, seja o acusa- tivo a forma preferida, poderá aparecer em genitivo o adjunto que expressa valor, preço, importância, quantia;
- E o que exemplifica esta pergunta de Jesus: oí>xi ôvo oTpauOía acraapíau rnoX-eÍTai; - Porventura, não se vendem dois pardais por um asse? (Mt 10.29 ), em que o termo àotrapíau- por um asse , está no genitivo, a expressar o importe, valor ou preço dos pardais que se vendiam;
(8) Genitivo absoluto- E o emprego do genitivo em cláusula participial de cu
nho adjuntivo-circunstancial, em que ambos os elementos, o sujeito e o predicado, aparecem neste caso;
- Abundante nos escritos néo-testamentários, ilustra-lhe o uso esta cláusula: ôij/íaç 8è 7 evo|xevr|ç - mas, havendo-se feito tarde (Mc 1.32), em que o 2- aoristo médio particípio 'yevoixeVrjç e seu predicativo òijaaç estão em genitivo, subentendido o sujeito tt)s f||xepa<5 - o dia - , que estaria, igualmente, neste caso, em cláusula circunstancial absoluta.
3. Dativo
a. Objeto indireto- Função típica do dativo é expressar o objeto indireto. Lo
go, o termo ou frase que constitua o objeto indireto aparecerá nesta
forma ou caso;- Exemplo: raTreivotç Ôe ôíôcoaiv x<*piv — aos humildes,
porém, outorga favor (I Pe 5.5); TotTreivoiç é forma dativa, a expressar evidentemente o objeto indireto na cláusula;
b. Complemento locativo- Desempenhava esta função explicitamente o caso locati-
81
vo. Dada a similaridade de forma para com o dativo, absorveu este, afinal, a função daquele, tido como em desuso. Daí, as típicas expressões locativas, sejam espaciais, sejam temporais, passaram a expressar-se pelo dativo. Verdade, porém, é que em o Novo Testamento aparece o locativo espacial quase invariavelmente preposi- cionado, preferida a preposição ev- em:
- Exemplos:
A
(1) oí 8è aXko i [xot0T|Tcti tô> TrXoiapuo T|\0ov - Mas, os outros discípulos vieram no barquinho (Jo 21.8);
(2) K a l vuv èv t ó KcxTfjuo eorTtv t |ô t | - E agora já no mundo está (I Jo 4.3); e
(3) tt| TpÍTT] T fxepa Í7ep0r|cr€Tai - ao terceiro dia ressuscitará (Mt 17.23);
- Na primeira e segunda destas sentenças ocorre o locativo espacial, naquela não-preposicionado, tô> TT-Xotapta) - no barquinho, nesta introduzido por preposição, ev T(ô K<xr|xü> - no mundo; na terceira aparece o locativo temporal, TÍj Tpírri Tjixepa - ao ter-
L L
ceiro dia. Estão estes três complementos, locativos que são, no caso dativo;
c. Complemento instrumental- Expressava-se esta modalidade complementar, de princí
pio, pelo caso específico, o instrumental. Como aconteceu com o locativo, e pela mesma razão, passaram-se-lhe as funções para o dativo, de sorte que por este caso se expressam agora as cláusulas que indicam instrumento, meio ou processo por que se realiza a ação;
- Exemplo: \Ó7 oi<; 'Tromqpoiç cpXmpcov T](jLa<? - invectivan- do-nos por meio de palavras maldosas (III Jo 10). A frase Xtryoiç TrovTipoL*? - por meio de palavras maldosas - expressa o instrumento
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da invectiva, seu processo de expressão, pelo que está em dativo;
d. Outras acepções- Caso extremamente versátil e multifário, admite o dativo
muitas outras acepções e usos variados, preposicionados ou puros, de que mencionados merecem;
(1) Dativo complementar- À semelhança do que se observou em relação ao geni
tivo, pode também o dativo constituir-se o requerido caso em que aparecem adjuntos e complementos de muitos.verbos e adjetivos. O próprio sentido exige, por vezes, o dativo, o que, aliás, avulta em se tratando de verbos compostos dos quais um (ou mais) compo- nente(s) seja preposição, ainda quando desta outra seja a regência particular;
- Seguidos de complemento em dativo, nos escritos néo-testamentários são de destacar-se:
- aKoXouGeo) - seguir, acompanhar;- onreideco - descrer, desobedecer, obdurar-se;- amoréa) - ser infiel, não confiar, não acreditar;- apeaKw - aprazer, agradar;- SiaKoveco - servir, ministrar;- ôovXeaxo - servir como escravo, prestar serviços;- eyyiÇw - aproximar-se, ficar perto;- êmTi|xaot> - repreender, censurar;- èmTpÉTTOJ - permitir, consentir;.- euxapiaTeco - render graças;- XaTpevco - servir, cultuar;- (xapTupeco - testificar; dar testemunho;- TrapayYéXX.co - dar ordem, determinar;- moTeaxo - crer, acreditar;- irpoorKuveco - adorar, reverenciar;- vTretKoúa) - dar ouvidos, obedecer;
- xp&ofxai - usar, ser útil:
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- Menção especial requer o verbo Xe^w - dizer -, que, através do Novo Testamento, nos diversos sistemas e flexões, ora vem complementado pelo dativo puro, não-preposicionado, ora pelo acusativo regido da preposição irpoç;
- Dentre os adjetivos que, nos documentos néo-testa- mentários, são complementados por forma dativa cumpre referi- rem-se:
- careiGrjs, es - desobediente, incrédulo, infiel;- evavTtoç, 5, ov - contrário, oposto;- ofxoioç, ã, ov - similar, análogo;- m erros, 7], óv - fiel, leal;- CTCúTrfpioç, ã , ov - salvífico, sotérico;- (pavepoq, ã, ov - evidente, manifesto;- a>cpé\i|xo<5, ov - prestante, útil.
(2) Dativo de vantagem ou desvantagem
- Função das mais comuns e naturais do dativo, classi- camente designado de dativus commodi aut incommodi nesta acepção, expressa ele vantagem, interesse, benefício, lucro, proveito, ou seus opostos;
- Exemplo deste uso temo-lo na cláusula - koí 'rravreç e|xapTi)pouv a-uTw - E todos lhe davam testemunho (Lc 4.22), em que o pronome cojtco- lh e - é típico dativo de vantagem, expressando a favorabilidade inicial dos ouvintes para com a pessoa de Jesus;
(3) Dativo de posse- Aparece o dativo em cláusula cuja inflexão verbal é
forma do auxiliar et|xí - se r- , ou 7 ivo|xaL - acontecer, tornar-se, ou imapxío - subsistir - , expressando o possuidor, enquanto o elemento possuído é o sujeito, regularmente posto em nominativo (se finita a forma verbal);
- Exemplo deste dativo de posse dá-nos a cláusula ecr— t iv ôe aruvT|0eià vjjwv - Mas, vós tendes a praxe firmada, com que Pilatos acena a populaça, em Jo 18.39, literalmente: mas épara vós
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praxe firmada, ecmv (3- ps. pres. at. Ind. de et|xí) a forma verbal,
owiqGeict em nominativo, sujeito, a coisa possuída, e í)|xív, o possuidor, no dativo, em relação de posse;
(4) Dativo de agência- Embora relativamente escasso através do Novo Tes
tamento, expressa o dativo, não-preposicionado, o agente da ação
no caso de formas passivas, especialmente se inflexões do perfeito, ou mais-que-perfeito, ou futuro-perfeito, assim como dos chama
dos adjetivos verbais necessitários (finalizados em Teoç, T é ã , Teov);- Exemplo deste dativo de agência se pode achar em
cláusula tal CTirouôcMraTe acrmXoi kqíi àfxcoixiriToi otínà evpedi)— va i - diligenciai por que sejais por ele achados imaculados e irrepreensíveis (II Pe 3.14), em que o pronome camo, que expressa o de quem devem os leitores da epístola ser achados inatacáveis, está no dativo, assinalando, pois, o agente. Trata-se, portanto, de agente da voz passiva expresso pelo dativo puro, não-preposicionado;
(5) Dativo de causa
- E também o dativo, puro ou preposicionado, o caso por que se expressa a razão, motivo ou causa de uma ação, curso
ou estado, isto é, presta-se o dativo para assinalar o chamado adjunto causai;
- Exemplo deste uso do dativo oferece Rm 11.20, em que na sentença Trj a m o r ia I^eKÁ.acr0T|crav, cru ôe TTj m o re i lomriKaç - Em razão da incredulidade foram quebrados fora, tu, porém, em decorrência da fé te postas firme - , em que am cru a - incredulidade - e m o re i - fé - estão no dativo, não-preposicionado, em acepção puramente causai. Dativo de causa, portanto;
(6) Dativo de respeito ou referência- Expressa-se o aspecto, o âmbito, a esfera em que se
afirma como situado, válido ou procedente determinado atributo, qualidade ou característica, ou título, quantidade ou relação, ora
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pelo acusativo, ora pelo dativo. Aquele se denomina acusativo de especificação, este se conhece por dativo de respeito ou dativo de referência. Nos escritos néo-testamentários, ao contrário do que se dá na literatura clássica, é bem mais abundante este dativo que o acusativo;
- Vê-se este dativo de respeito, por exemplo, em I Co
7.34, na cláusula télica £íva t] 017101 Kai to> crcó|xaTi K a i tg) 'irvetjfjum - para que seja santa não apenas em relação ao corpo mas ainda em referência ao espírito (I Co 7.34), por isso que os dativos puros <T(ú|xaTi - corpo - e nveiJixaTi - espírito - expressam a esfera
em que se afirma a santidade inquinada à mulher não consorciada;
(7) Dativo de maneira- Pelo dativo, puro ou preposicionado, expressa-se o
adjunto de maneira, modo ou forma por que se realiza a ação ou em que se processa um estado ou situação;
- Assim, na cláusula ttX/íjv hki ira v r i Tpó-irtú, eiTe -irpo<páaet, ei/re aX^Geta, XpwTTÒç KaTayYéW eToa - bem que, de toda maneira, seja por pretexto, seja por verdade, Cristo é anunciado (Fl 1.18), os três dativos, rpomo ~ maneira, Trpocpáaei - pretexto -
e ã\T)0eía - verdade, exprimem o modo ou maneira como se executa a discutível proclamação de Cristo por parte dos adversários do apóstolo;
(8) Dativo de tempo- Ao lado do genitivo, que assinala o tempo dentro de
que, no decurso do qual, se realiza o fato, e do acusativo, que lhe registra a duração ou extensão, serve o dativo para marcar o ponto,
ou instante, ou ocasião, quando tem lugar o evento ou situação, o tempo quando se dá;
- Patenteia-se este uso do dativo temporal, que o pode ser puro ou preposicionado, em Mt 12.1: 3Ev ^exeivo) tc> Koapy
eiTopev0ifi ó ^rryjovs Totç aaPPaatv ô ia t& v cnroptfxwv - A/a- quela ocasião, passou Jesus, em um sábado, pelos campos semeados
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em que os dativos Koupto - ocasião - e cRxj3PoMxiv - sábado - ,
aquele regido da preposição ev - em este não-preposicionado, marcam o tempo quando se processou o evento referido;
(9) Dativo de intensidade- Mormente em cláusulas de teor quantitativo, compa
rativo ou extensional, comum é a forma dativa neutra singular de
pronomes intensificativos, tais ttoXuç, 'TroXXiq, ttoXv - muito(a), t t jX ik o O to ç , T iqX iKm rn ri, tt^ X lko íjto - tão grande, de tal monta, to io O to ç , to io ü3 tt|, to io u to - tal, que tal, to c to u to ç , to<tccutt|, t o —
aauTO - tanto, de tão grande porte, em função adverbial intensiva;
- De referir-se, neste aspecto, seriam as locuções ttoXXó fxaXXov - muito mais (Mt 6.30) e toctovtco KpeiTTCov - tanto melhor (Hb 1.4), dentre outras através do Novo Testamento, em que o dativo singular neutro 'ttoXXü) e toctotjtg) corresponde a adjunto
V U
adverbial intensivo, em cláusula comparativa;
4. Acusativo
a. Objeto direto- É o acusativo, havido pelos gramáticos, em geral, como
dos casos o mais antigo e o de mais lato uso, a forma por que se registra o objeto direto, aliás, sua função original, própria, específica. Daí, o imediato complemento dos verbos transitivos, o termo, frase ou cláusula que lhe representa a natural predicação extensiva,
estará sempre em acusativo;- Exemplo: kgli eiôov aXXo ctt||jl€lov - e víoutro sinal (Ap
15.1): a frase oíXXo crr][X€Lov - outro sinal - é o objeto direto do transitivo eCSov- vi. Está em acusativo;
b. Sujeito do infinitivo- Não é o infinitivo explícito modo verbal, razão por que
sustentam não poucos e renomados gramáticos a tese de que não
se lhe deve admitir sujeito. Todavia, a solução deles aventada não
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se afigura de todo procedente. Parece, pois, preferível, à luz do latim e do próprio português, prescrever-lhe explícito sujeito, que estará sempre na inflexão do acusativo. É, pois, o acusativo a forma ou caso por que se expressa o chamado sujeito do infinitivo;
- Exemplo: K ai ô ià to TrXiriGwGíjvca rn v ávojxíav - e em razão de multiplicar-se a iniqüidaae (Mt 24.12): o infinitivo 't:Xt)0dv-
0T]vai - multiplicar-se - tem como sujeito o substantivo articulado avo|xúxv - iniqüidade posto em acusativo. Logo, Tryp ávo|xíav está em acusativo por ser o sujeito do infinitivo irX-irçôwÔTjvai;
c. Complementos direcionais f
- E o acusativo também a forma ou caso em que ocorrem os chamados complementos circunstanciais de direção, rumo ou destino, isto é, complementos referentes ao lugar para onde se volve a ação, particularmente após verbos de movimento. Esta modalidade complementar é introduzida, em geral, por apropriada e conveniente preposição;
- Exemplo: kcu epxovrai 'iráÁ.iv eiç 3l€pocró\'U|xa - E volvem de novo a Jerusalém (Mc 11.27): 'IepoaóXujxa - Jerusalém -, precedido da preposição éiç - a (a indicar direção è penetração), após o verbo de movimento epxovrai - volvem - , expressa o lugar aonde se voltaram Jesus e os discípulos, portanto, complemento circunstancial de direção. Está em acusativo.
d. Outras acepções
- Outros usos admite o acusativo, funções variadas, modalidades particulares de expressão, matizes peculiares de fraseologia. Desta natureza, podem-se enumerar:
(1) Acusativo cognato- Freqüente é o emprego de termo complementar em
acusativo, objeto direto especialmente, e mesmo em genitivo ou dativo, em outras funções, afim ao verbo com que se associa na expressão, ou dele direto derivado. Por isso, dá-se-lhe o designativo
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- Típico uso deste acusativo cognato acha-se na cláusula ocu£ei rnv av^rioxv tov Qeoí), literalmente: crescerá o crescimento de Deus (Cl 1.19), em que o acusativo aoÇrçtTiv - crescimento - è substantivo cognato do fut. av£ei - crescerá -, em função de objeto direto;
(2) Acusativo distributivo
- Raro nos escritos néo-testamentários, digno, porém, de referir-se, é o uso de termo em acusativo repetido em imediata seqüência, fraseologia mercê da qual se exprime distributividade, parcelamento, enquadramento. Importa dizer-se que esta forma de expressão não se limita ao acusativo;
- Exemplo completo deste uso dá-nos Mc 6.39-40, em que ocorrem, respectivamente, o acusativo aufxm>cria cru|XTroaia- de grupo em grupo de convivas - e o nominativo Trpaaiai TTpa— oxea, literalmente: de eito em eito, de bloco em bloco, ambos em evidente sentido distributivo, parcelar, grupai;
(3) Acusativo adverbial- Em função tipicamente adverbial, no acusativo apare
cem formas substantivas e adjetivas, articuladas ou anartras, bem como locuções introduzidas por inflexão do artigo neste caso, aco- litada de frase preposicionada ou de advérbio puro. É o chamado acusativo adverbial;
- De referir-se, neste aspecto, é que assume forma acu- sativa o advérbio graduável, indo para o singular neutro a inflexão comparativa, para o neutro plural a superlativa;
- Dentre as formas singelas deste acusativo adverbial através do Novo Testamento referidas merecem os substantivos àKfATqv - ainda, todavia, mesmo agora (Mt 15.16) e ôcopectv - gratuitamente (Mt 10.8; Jo 15.25; Rm 3.24; II Co 11.7; Gl 2.21; II Ts3.8; Ap 21.6; 22.17) e a adjetiva |xai<páv - longe, à distância (Mt 8.30; Mc 12.34; Lc 7.6; 15.20; Jo 21.8; At 2.39; 17.27; 22.21; Ef 2.13,17), esta,
de acusativo cognato;
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por vezes, regida de preposição;- Frases e locuções desta modalidade, mormente infle
xão acusativa do artigo seguida de advérbio ou frase preposiciona- da, de assinalar-se através do Novo Testamento seriam:
- òv TpoTrov - à maneira em que (Mt 23.37), ou, a afim tov o|xoiov xpórrov - de modo similar (Jd 7);
- tt|v apxinv - desde o princípio (Jo 8.25);- Ta TroWá - vezes muitas (Rm 15.22);- tò TTXeiCTTOv - no máximo, quando muito (I Co 14.27);- tò TeXoç - finalmente, afinal (I Pe 3.8);- tò KaB^ixepav - diariamente, de cada dia (Lc 11.3;
19.47; At 17.11);- to vôv (At 24.25) e Ta vw (At 4.29) - por ora, agora;- tò KaT'e|x£- no que me concerne (Rm 1.15);- tò KaTa crápKa - no que diz respeito à carne (Rm 9.5);- tò Ka0'ei<; - individualmente, quanto a cada um (Rm
12.5);- tò ê^vixcov - quanto a vós (Rm 12.18);- Não de olvidar-se é o uso do acusativo x<*piv, inflexão
do substantivo feminino singular, em acepção tipicamente preposicional, geralmente precedida do termo a que rege, este em genitivo, na acepção de: graças a, em razão de, por causa de, através do Novo Testamento a mostrar-se em Lc 7.47; Gl 3.19; Ef 3.1,14; I Tm 5.14; Tt 1.5,11; IJo 3.12; Jd 16;
(4) Acusativo quantitativo-extensionai- Em acusativo aparecem os adjuntos e complementos
que expressam duração, quantidade, extensão, soma ou total, seja de cômputo temporal, seja de medida espacial, seja de montante numérico;
- Relativamente abundante nos escritos néo-testamen-
tários, espelha-se meridiana esta modalidade acusativa, por exemplo, nesta cláusula temporal, em Jo 2.12: Kai €Keí eixeivav cm TroXXaç TKxepaç - e ali permaneceram não muitos dias - , em que o
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binômio TroXXàç T]|xépa<; é evidente acusativo de extensão dura- cional;
(5) Acusativo especificacional- Em paralelo com o dativo de respeito ou dativo de re
ferência, emprega-se o acusativo para especificar o aspecto, área, esfera ou perspectiva em que se dá como situada, aplicada, enquadrada, procedente ou válida uma atribuição, qualificação, quantificação ou referência. Daí, designa-se esta modalidade casual de acusativo de especificação;
- Expressão deste acusativo se vê na frase 8ieç0ap— [xévcov àv0píÓTTcov t Òv v o u v - de homens corrompidos de entendimento (I Tm 6.5), em que o binômio t o v v o u v - a mente, o entendimento - especifica o aspecto ou área em que se estadeia a corrupção ou perversão aludida;
(6) Acusativo duplo- Não poucos verbos, particularmente os que significam
indagar, perguntar, responder, chamar, pedir, ensinar, dizer, designar, fazer, constituir, ditos verbos inquiritivos, perguntativos, denomina- tivos, petitivos, são freqüentemente complementados por dois acu- sativos, um referente à pessoa, outro à coisa, que constituem objeto da ação verbal. Acentuado é este uso quando a relação dos termos é predicativa ou apositícia, o segundo termo simples adjunto exten- sional do primeiro;
- Dentre os muitos verbos acolitados de duplo acusativo nos escritos néo-testamentários são de citar-se:
- aixeío - pedir, indagar (Mc 6.22; Lc 11.11; 12.48);- avafxifxvrjo-Kco - relembrar, recordar (I Co 4.17);- ôiôacrKío - ensinar (At 21.21);- eKÔuo) - desvestir, despir (Mt 27.31);- evômo - vestir, trajar (Mt 27.31);- emKaXew - invocar, apelidar (I Pe 1.17);- Ipcimía) - perguntar, pedir (Mt 21.24);
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- exoo - considerar, haver por (At 13.5);- KaTaKXxvü) - fazer reclinar-se, inclinar-se (Lc 9.14);- Xafxpávco - tomar por, haver (Tg 5.20);- \£yo) - dizer, chamar (Jo 10.35);- òvojxaÇco - dar nome a, denominar (Lc 6.13);- 'nrnéco - fazer, constituir (Hb 1.7);- ttoti^ío - dar a beber, dissedentar (Mt 10.42; I Co 3.2);- TrpoTi0T|fjií - propor, antepor (Rm 3.25);- cruvLcrTavto - constituir-se, firmar-se (Gl 2.18);- (popTi co - carregar, impor ou levar carga (Lc 11.46);- xpúo - ungir, untar (Hb 1.9);
(7) Acusativo objetivai
- De natureza, serão complementadas de objeto direto, posto no acusativo, inflexões das vozes ativa e média de verbos transitivos, não, porém, formas passivas, que estas não admitem transitividade direta. A despeito disso, não são raras, em escritos néo-testamentários, passagens em que inflexão passiva é complementada de acusativo, em real função de objeto direto;
- Espelha-se este acusativo objetivai, após formas verbais passivas, em passagens tais as seguintes:
- Mt 15.5: o pronome relativo simples o - que-, acusativo, a complementar o aor. pass. Ind. &xpe\r|0iri<; - serías assistidQa ocorrer, de igual modo, na passagem paralela, Mc 7.11;
- Mt 16.26: o acusativo t^v - a a ma ~ a complementar o aor. pass. Subj. £r|fAuo0Tj - for perdido, isto é, sofrer a per
da de;- Lc 12.47-48: os acusativos quantitativos TroXÁ.áç -
muitas (chicotadas) e o\i7 a<; - poucas - estão a complementar ao fut. pass. Ind. ôapifcjeTai - será vergastado;
- Jo 11.44: o ptc. perf. pass. ôeôeixévoç - atado - complementado da frase em acusativo Tobç Tróôaç koí TÒtç xei-pas - os pés e as mãos, termos estes que se poderiam admitir como acusativo especificacional;
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- Rm 3.2: o aor. pass. Ind. emorevOTiaav-foramconfiados, complementado pelo acusativo t& \071a - os oráculos-,
- I Co 9.17: o substantivo oiKovo|xíav - um encargo - , acusativo, a complementar ao perf. pass. Ind. nemcrTevixai - fui confiado;
- I Co 12.13: o acusativo ev TTveôixa - um só espírito - a complementar o aor. pass. Ind. erroTÍcrtfriiJiev - fomos dissedenta- dos;
- II Co 6.13: a frase em acusativo rf)V a-urr v avTifxur— 0 Íav - a mesma retribuição - poder-se-á admitir como a complementar o aor. pass. Imper. TrXaTÚvÔTjTe - sede dilatados;
- Gl 2.7: vem o perf. pass. Ind. 'ireirícrreufxou - fui confiado - complementado do objeto em acusativo tò eixrfy^Xiov - 0 Evangelho;
- Fl 1.11: o substantivo KapTróv - fruto - , acusativo, está a complementar ao ptc. perf. pass. TreTrXTipío/xevoi - plenificados;
- Fl 3.8: a locução quantitativa t cl TrávTa - todas as coisas - , que se pode haver como acusativo especificacional, melhor se posicionará como objetivai, a complementar o aor. pass. Ind. € t](xicü8t|v - fui perdido de, isto é, sofri a perda de;
- Cl 1.9: a frase acusativa t^v èmYvtoo-iv - o real conhecimento - representa evidente objeto direto do aor. pass. Subj. ttXtjpoi)0tjt€ - sejais plenificados de;
- I Ts 2.4: tò etxxyYéXiov - O Evangelho acusativo, objetivai em cunho, complementa ao 19 aor. pass. Inf. mCTTevOrjvat- ter sido confiado;
- II Ts 2.15: o acusativo plural cíç - as quais - , forma do pronome relativo simples, está em função de típico objeto direto do 1 - aor. pass. Ind. eôiSaxOnriTe - fostesensinados;
- Hb 6.9: complementa ao pres. pass. Ind. 'rre'iretoi(xe0a- estamos persuadidos - a locução acusativa objetiva tò Kpeícrorova Kai éxójxeva atoTT^píaç - as coisas melhores e pertinentes a salvação;
- Ap 16.9: em função objetiva, está a complementar ao
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19 aor. pass. Ind. ekooj(juxtut0T|cxav - foram queimados - o acusativo cognato adjetivado kocu(jux 1x67a - grande calor;
- Naturalmente, em se tratando de verbos depoentes passivos, uma vez que já não dispõem de formas ativas, servindo-lhes as equivalentes passivas em lugar, a despeito da forma, ativo o sentido, apor-se-lhes-á complemento em acusativo em função regular de objeto direto;
- Exemplifica esta modalidade de expressão o verbo
Xotipío - alegrar-se, defectivo, depoente no sistema do aoristo, de sorte que o aor. pass. se lhe reveste de sentido ativo, aparecendo, em Mt 2.10, o Ind. èxápTpxxv — alegraram - complementado pelo
acusativo cognato adjetivado xapàv [xey<xkr\v - grande alegria;- Digno de referência, neste particular, é o verbo (popeto,
que, na voz ativa, significa infundir medo, amedrontar, na média e na
passiva, acepção contrária, sentir medo, temer. Desta sorte, as inflexões passivas não somente se traduzirão em forma ativa, serão,
ademais, regularmente complementadas de objeto direto em acusativo, o que transparece mais distintamente no aoristo, como se vê em:
\ o a. a- Mt 10.26 ([xt] ovv (poP^OrjTe avravq - Portanto, não os
temais);
- Mt 14.5 (ecpopT|0T| tòv oxXov- temeu a multidão);- Mt 21.46 (êcpoPriOnerai» tovç oxXouç - temeram as mul
tidões);
- Mc 4.41 e Lc 2.9 (eço^TiOincrav cpó(3ov |Ae7av - , literalmente: temeram grande temor, acusativo cognato adjetivado);
- Mc 12.12 (eçoPriGirço-av tòv oxXov - temeram a multidão);
- Lc 12.5 ((poPrjÔTiTe tòv ... exovTa èfjow íav - temei aquele que... tem poder - e toíjtov (pop-r^Te - temei a este);
- Lc 20.19 (ecpopT^GTiaav tòv Xaóv - temeram 0 povo);- Hb 11.23 (ovk ècpoPr|0T|CTav to ôiaTcr/fxa. - não teme
ram a determinação);- Hb 11.27 (|j/r) <poPTj0elç tov 0u|xóv - não se havendo
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arreceado do furor);
- I Pe 3.14 (tov 8è cpopov avTÔv |xt| (poPT)0rjTe, literalmente: mas o seu temor não temais);
- Ap 14.7 ((poPrj0T|Te t ò v Geóv - temei a Deus);
5. Vocativo
a. Função- E a forma vocativa a inflexão que assumem os termos, lo
cuções e exclamações de cunho interpelativo, salutatório ou apos- trófico, as invocações, em geral:
b. Exemplos- (1) ôiôáoxaXe oryaOe - bom mestre (Mc 10.17);- (2) KpáTiore 0eó<piX.e - ilustríssimo Téofilo (Lc 1.3);- (3) (fxxpicjme nxpXé - fariseu cego (Mt 23.26);- Estas formas, substantivos e adjetivos a qualificá-las, são
todas vocativas, expressão de invocações diretas, no primeiro exemplo interpelação, no segundo saudação, no terceiro apostrofa- ção;
c. Alternativa- No coiné estava já a inflexão vocativa a obliterar-se. A
tendência acentuava-se de assumir-lhe a função o nominativo, geralmente, articulado. Nos escritos do Novo Testamento isto se registra com freqüência, umas sessenta vezes;
- Exemplo deste uso do nominativo em lugar do vocativo se pode achar na exalçada confissão do desvanecido Tomé, quando ante o Senhor ressurreto exclamou: 6 Kvpioç ixou koí o Oeoç |xou -m eu Senhoremeu Deus! (Jo 20.28). Ejaculatória que tal expressar- se-ia pelo vocativo Kvpié jxov kgu, 0eé |xov. O normativo, Kvptoç e 0eo<;, regido do artigo o, entretanto, é-lhe empregado em lugar,o nominativo articulado pelo vocativo;
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d. Interjeição ^
- Freqüente-era no clássico a anteposição da interjectiva (o- d - às formas vocativas. No coiné tal uso longe está de proeminente. Em o Novo Testamento, mostra-se relativamente raro, por isso que apenas 16 vezes se registra (Mt 15.28; 17.17; Mc 9.19; Lc 9.41; 24.25; At 1.1; 13.10; 18.14; 27.21; Rm 2.1,3; 9.20; 11.33; Gl 3.1; I Tm 6.20; Tg 2.20);
- Observe-se da relação supra que, exceção feita de apenas 4 casos, o uso da interjeição com formas vocativas se restringe aos escritos lucanos e paulinos;
4.4 - Classificação
- Designam-se, formalmente, o genitivo, o dativo e o acusativo de casos oblíquos ('m dxreiç T rXáy ia i), dadas as suas funções variantes, adjuntivas ou complementares, enquanto ao nominativo e ao vocativo se dá o designativo de casos retos fTTToxreiç ópGai), em virtude de sua relativa prioridade e diretude de funções.
5. DECLINAÇÕES (KAIXEI2)
5.1 - Natureza- Expressam-se as diferentes funções que pode o substantivo,
ou equivalente, desempenhar mediante variações específicas no final da forma. Tais variações, múltiplas para cada caso, se enfeixam em séries correlatas, que constituem sistemas de terminações características. Cada sistema assim estruturado forma uma declinação ( k X ú t i ç ) ;
- Todavia, no uso corrente, pode-se empregar o termo declinação em três acepções distintas, particularidade que merece tida sempre em mente. Pode-se, pois, entender por declinação-.
1. O sistema de desinências todas que constituem a flexão de uma forma. Por exemplo, da palavra a\Tj0eux - verdade - , declinação, neste sentido, seria o conjunto de desinências que se lhe apen-
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dem ao tema para expressar-lhe as diferentes funções e relações;
2. O sistema específico de flexão de uma forma em distinção do sistema flexionai de outra. Assim, nesta acepção, a declinação de áX^Oeta é uma, outra, diferente, e distinta, a declinação de m o riç- fé - , por exemplo; e
3. A inflexão total da palavra, isto é, a enumeração de todas as formas assumidas nos diferentes casos do sistema. Com este significado, de aXtÍQeta e ttuttiç, por exemplo, a declinação seria a citação serial da forma de cada caso, nos diferentes números, segundo as funções que representam, o tema do vocábulo acrescido das de- sinências específicas de cada caso.
5.2 - Especificação
1. Distinção- Preposições, advérbios, conjunções e interjeições não so
frem variações flexionais, pelo que se designam de PARTÍCULAS INDECLINÁVEIS. Não se declinam, pois;
- O verbo, em suas formas finitas, exibe seriação flexionai própria, diferente da inflexão do substantivo e similares, tecnicamente designada de conjugação. Portanto, dir-se-á que as formas verbais finitas se conjugam-,
- Os substantivos, o artigo, os adjetivos, os pronomes e os particípios, por sua vez, se flexionam em termos do que se conhece como declinação. Logo, declinam-se.
2. Restrição- Os substantivos, com raríssimas exceções, se enquadram em
um paradigma ou sistema declinativo específico, segundo o gênero e estrutura morfológica. O artigo, os adjetivos, os pronomes e os particípios, em geral, dada a pluralidade genérica envolvida e os padrões flexionais abrangidos, flexionam-se em termos de mais de
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um paradigma ou sistema declinativo. Não se podem, destarte, enquadrar em uma declinação única;
- A rigor, pois, só se deve falar em declinação definida em relação ao substantivo, limitado que o é a um sistema ou paradigma único. As demais categorias declinadas, porquanto incluem mais de um padrão flexionai, não se fará tal atribuição especificante.
5.3 - Enumeração- Gramáticos de antanho estratificavam o sistema flexionai em
uma dezena ou mais de paradigmas ou padrões básicos, cada constituindo uma declinação distinta ou individual. Admitir-se-iam, pois, dez ou mais declinações;
- A partir do séc. XVII, preferiram os estudiosos aglutiná-las em termos de apenas três padrões gerais, de sorte que se reconhecem hoje três declinações convencionais, a saber:
1. Primeira declinação, caracterizada por final em que são dominantes a vogal alfa (a) e sua correlata, eta (r\). Daí, é também conhecida como declinação em a;
2. Segunda declinação, caracterizada por terminações em que prevalecem a vogal ômicron (o) e sua paralela ômega (w). Recebe, por isso, a designação de declinação em o; e
3. Terceira declinação, caracterizada pelos radicais terminados em consoante ou vogal fechada (i, v ). Dá-se-lhe, pois, o título de declinação consonantal, em contraposição às duas outras, que, em função de seu final, se conhecem por declinações vocálicas;
- No grego moderno demótico tendem estas declinações a combinar-se, obliterando-se-lhes a individualização, fato assaz evidenciado em que muitos substantivos têm o singular em moldes da1- declinação e o plural nas linhas da 3-.
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5.4 - Complexidade
- E a terceira das declinações a mais complexa e especiosa, daí, a mais difícil, a exibir múltiplas variações flexionais. Por outro lado, a segunda é de extrema simplicidade e regularidade, logo, de todas a mais fácil.
5.5 - Observações morfológicas
1. Genitivo plural- A desinência característica das formas de genitivo plural é
nas três declinações a mesma: cov;
2. Vocativo plural- E a forma do vocativo plural sempre a mesma do nominati
vo plural, em qualquer das declinações;
3. Neutros- Nas palavras neutras três casos há sempre iguais em forma
entre si: nominativo, acusativo e vocativo;- Tratando-se do plural, terão estes três casos sempre a desi
nência à, qualquer que seja a declinação;
4. Dual- No dual somente duas desinências específicas subsistiam,
embora não as mesmas nas três declinações, a saber, uma própria de genitivo e dativo, outra comum a nominativo, acusativo evocativo;
5. Homoioteleutia (finais similares)- Formas desinenciais há que podem ocorrer não somente em
casos e números diferentes, mas até em mais de uma declinação, mesmo em todas, em funções e acepções diversas;
- Exemplo desta variedade de funções e posições em que pode uma determinada desinência aparecer ter-se-á nesta seriação:
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- euôoKwx - boa-vontaae (Rm 10.1),- Kr)<p& - de Cefas (I Co 1.12),- Zotxapia - 6 Zacarias (Lc 1.13),- CKrrXa - armas (II Co 10.4),- TrpcxTKojjL(jLa - pedra de tropeço (I Co 8.9),- PaatXea- re i (At 13.21);
- Embora terminadas todas pela vogal a, ora breve, ora longa, distribuem-se por diferentes casos e declinações, conforme se vê da tabela infra:
- As primeiras três se enquadram na 1- declinação, a saber:- evSoKÍa - nominativo singular (poderia ser também vocati-
vo singular);- Rrççâ - genitivo singular; e
- Zax<*pw* - vocativo singular;- A quarta, &Tr\a, é da 2- declinação, nominativo plural (po
deria ainda ser vocativo ou acusativo plural);- As duas últimas são da 3§ declinação, assim:- irpócTKojjipLa - nominativo singular (poderia, ademais, ser
vocativo ou acusativo singular, neutro que é o substantivo); e- Pao-iXea - acusativo singular.
6. Extensão- As formas da 1ã e 2- declinações flexionam-se com apenas
processarem-se alterações na vocalização final da palavra, mantido em toda a flexão o mesmo número de sílabas. As de 3§, temas con- sonantais, flexionam-se com receberem desinências adicionais em quase todos os casos, que implicam no acréscimo de sílaba. Portanto, varia o número de sílabas nas inflexões da 39 declinação;
- Em razão desse fenômeno, denominam-se as flexões da 1 - e 2- declinações de PARISSILÁBICAS (número par de sílabas), a da 3S de IMPARISSILÁBICA (número ímpar de sílabas);
5.6 - Observações prosódicas
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1. Posição
- Têm as formas declináveis (substantivos, adjetivos, pronomes e particípios) o chamado ACENTO POSICIONAL, por isso que na flexão da palavra preservar-se-á na mesma sílaba em que ocorre na inflexão básica, o nominativo singular, quanto o permitam as regras e princípios de acentuação;
2. Determinação
- Não há dizer-se de antemão onde cairá o acento do nominativo singular do substantivo e demais categorias declináveis, exceto quando se trata de monossílabo. Tem-se, para isso, de consultar o léxicon, que registra a forma base e sua acentuação precisa, meio único seguro para essa determinação;
- Por exemplo, se encontrássemos inacentuada a forma •ÔTTaKOT) —obediência (II Co 10.6), desde logo saberíamos que não poderia ser ínraKori (acento além da antepenúltima), nem xmá— k o t | (acento em antepenúltima, se longa a última). Entretanto, admissíveis seriam ín ra K Ó T i e tnroKorj. Consultado o léxicon, decide- se a questão, evidenciada como correta a última dessas alternativas, oxítona a forma;
3. Proparoxítonos- As formas de base proparoxítona sofrerão o deslocamento
do acento da antepenúltima para a penúltima sempre que, na flexão, passem a ter final longo, uma vez que, segundo a regra n9 1, não poderá haver acento na antepenúltima, se for longa a última;
- Exemplo: a forma base, nominativo singular, dnnxxToXoç- apóstolo (Gl 1.1) é proparoxítona. O acusativo plural, onnxrr6A.ou<; - apóstolos (Gl 1.17), entretanto, cujo final ditongal ouç é longo, não pode continuar acentuado na sílaba tto , antepenúltima, recuando, pois, para a penúltima oro o acento;
4. Oxítonos- As formas de base oxítona, em termos da regra n9 3, quando
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passam a ter final longo, ora recebem o agudo, ora o circunflexo;- Precisando a aplicação desta regra, acrecentar-se-á que te
rão acento circunflexo as inflexões do genitivo e dativo, tanto singular quanto dual e plural, agudo os demais casos, mesmo que longa a terminação;
- Este princípio se aplica de modo absoluto às formas de toni- cidade final da 1- e 2- declinações. Na 3- limita-se ao genitivo plural, uma vez que têm os outros casos terminações breves;
- Exemplo: a forma base, nominativo singular, "yeveá - geração (Mt 12.39) é oxítona. Mas, as inflexões: 7 eve&ç (Fl 2.15), genitivo singular, 'yevea (Hb 3.10), dativo singular, yeve&v (At 15.21), genitivo plural, e 7 eveaiç (Ef 3.5), dativo plural, são todas perispôme- nas, porquanto se trata de substantivo da 1- declinação acentuado na última, sílaba longa nesses casos;
5. Monossíiabos- Há na 3- declinação, não na 1- e 2-, formas de base monos-
silábica, reduzida, que ao flexionar-se, acrescentando desinência extensiva, se tornam dissilábicas;
- Nesta classe de formas desloca-se, peculiarmente, o acento para a última no genitivo e no dativo, em todos os números, em aberta contravenção ao princípio normativo da acentuação POSI- CIONAL. Na verdade, esta prosódia excepcional não se limita aos monossíiabos extensificados, embora rara em formas de base plu- rissilábica;
- O acento nesses casos será agudo no genitivo e dativo singular, bem como no dativo plural, cujas desinências são breves, pelo que não podem ter o circunflexo, que se reserva ao genitivo e dativo dual e ao genitivo plural, finais longos, naqueles oiv, neste (ov;
- Exemplos:
(1)Xe^P-m ão (I Co 12.15)- Forma feminina da 3ã declinação, monossilábica de base,
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faz-se dissilábica nas demais inflexões (menos uma, vocativo singular, igual ao nominativo, monossilábico), arrastado o acento para a última nos genitivos e dativos;
- Daí, em o Novo Testamento, x^ipóç (Hb 8.9), genitivo singular, x^ipí (Cl 4.18), dativo singular, xeipwv (Ap 9.20), genitivo plural, e x6^ / em vez de xetpo-í (I Ts 4.11), dativo plural, todas formas dissilábicas em que o acento se desloca da sílaba em que está na base para a última, perispômeno o genitivo plural (final longo), oxítonos os três outros casos (terminações breves), não rigorosamente posicionai;
(2) yuvt) - mulher (I Tm 2.11)- Forma feminina da 3§ declinação, dissilábica de base,
embora assuma em todas as demais inflexões (excetuada a do vocativo singular) desinência extensificante, que as faz trissilábicas, não lhe deveria o acento deslocar-se da posição inicial, aí permanecendo em toda a flexão. Contudo, nos genitivos e dativos todos avança para a última, nos moldes dos monossilábicos;
- Daí: 'yu va iKoç (I Tm 3.2), genitivo singular, TwaiKt (I Tm 2.12), dativo singular, yuvcuKüiv (I Pe 3.1), genitivo plural, eyuvca^í (I Tm 2.10), dativo plural;
- Em todas essas inflexões o acento, que deveria estar na sílaba voa, aparece na última, embora não monossilábico o nominativo singular, forma, base, em arrepio ao princípio de posiciona- lidade da acentuação.
6. PRIMEIRA DECLINAÇÃO
6.1 - Característica- Caracteriza-se a primeira declinação por desinências em que
aparece a vogal a , ou sua correlata ti. Apenas duas inflexões fugiriam a esta norma, isto é, o genitivo plural, em que a desinência se contraiu de awv em cov, e o genitivo singular dos masculinos, que, para diferenciação, têm a desinência cru da segunda declinação.
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6.2 - Nomes abrangidos
- Enquadram-se na primeira declinação nomes femininos, cujo nom. sing. termina por ã, i] ou â e o gen. sing. por dq ou iqç, e masculinos, de nom. sing. finalizado em ãq ou e o gen. sing. em ou, por vezes d;
- Graficamente, femininos - N .S .-ã , 'r),&G.S. - ãç, 'rçç
masculinos - N.S. - ãç,G .S .-au , ã
6.3 - Classes- Embora difiram na flexão apenas no singular, para maior fa
cilidade de consideração das formas e sua sistematização, conveniente é distribuirem-se os nomes desta declinação em CINCO diferentes classes ou grupos, a saber:
- 1- classe: nomes FEMININOS, em que o nom. sing. termina em à, o gen. sing. em ãç;
- 2- classe: nomes FEMININOS, em que o nom. sing. termina em *íi, o gen. sing. em
- 3- classe: nomes FEMININOS, de nom. sing. finalizado por à e o gen. sing. por ãç ou Tqç;
- 4- classe: substantivos MASCULINOS, cujo nom. sing. temo terminal ãç, o gen. sing. o final ou ou ã; e
- 5- classe: substantivos MASCULINOS, cujo nom. sing. temo final tjç e o gen. sing. ou;
- Graficamente, 1 - classe: N.S. ã, G.S. ãç, femininos,2- classe: N.S. -r), G.S. tt|«5, femininos 3§ classe: N.S. õt, G.S. ãç, femininos,4- classe: N.S. ã ç , G.S. au, ã, masculinos, e5- classe: N.S. tis, G.S. ou, masculinos.
6.4 - Gênero- Quanto ao gênero, observar-se-á que os substantivos de
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nom. sing. terminado por a ou ti são femininos, os de nom. sing. finalizado em aç ou T|<; são masculinos;
- Não há nomes neutros nesta 1- declinação.
6.5 - Observações morfológicas
1. Dual e Plural- No dual e no plural a desinência que em cada caso específico
se aplica a uma classe de nomes, aplica-se, de igual modo, às demais, sem variação. Isto é, como termina determinado caso- em qualquer das classes, assim terminará nas outras quatro, inalterada a desinência distintiva dessa inflexão;
2. Singular- No singular, ao contrário, não exibe a inflexão a mesma de
sinência, invariada, nas diversas classes. Variará, de classe para classe, ora mais, ora menos, o final de cada caso, em geral;
3. Vocativo- A forma vocativa é sempre similar à do nominativo nas fle-
xões do dual e do plural. Não o é, porém, necessariamente no singular. Assim, nos substantivos desta primeira declinação diferem sempre em inflexão nominativo e vocativo singular nos masculinos, são idênticos em forma nos femininos.
6.6 - Observações prosódicas
1. Posição
a. Princípio- Posicionai, conserva-se o acento em toda a flexão na síla
ba em que aparece na forma base, nominativo singular, com duas exceções, apenas;
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b. Aplicação- Longa que é a última em todas estas classes, menos a ter
ceira, terá o acento de ocorrer na penúltima ou na última, jamais na antepenúltima. Somente na terceira, por isso que a última é breve, haverá nomes acentuados na antepenúltima, proparoxítonos;
2. Genitivo plural- No genitivo plural o final da inflexão seria acov, a vogal te
mática a seguida da desinência c*>v. O acento estaria ou no a da penúltima, ou no íú da última, porquanto esta, final, é longa. Contraem-se as vogais, desaparecendo o a temático, de sorte que o acento estará no co remanescente, circunflexo, sempre;
- À vista desse fato, são perispômenos, no genitivo plural, todos os substantivos e flexões da primeira declinação, qualquer que lhe seja a classe.
3. Proparoxítonos
- Na 3- classe, tendem os substantivos a ser proparoxítonos. Terão, pois, o acento na antepenúltima todas as inflexões em que a última é breve;
- Todavia, nas formas em que a desinência é longa, terá o acento de recuar para a penúltima, fazendo-se paroxítonas, porquanto, segundo a regra n9 1, não permite a última, se longa, acento na antepenúltima;
- E agudo o acento dessas formas. Entretanto, nos dissílabos de penúltima de teor longo ocorrerá o circunflexo sempre que o acento esteja nessa sílaba e o final seja breve, conforme a regra n9 5;
4. Oxítonos
- Substantivos e flexões desta declinação em cuja forma base estiver o acento na última acentuar-se-ão com circunflexo no genitivo e no dativo, com agudo nos demais casos, inda que de final longo.
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5. Ditongo final a i- Não complementado de consoante, é este ditongo a i, quan
do final de substantivo nesta declinação, havido por breve para fins de acentuação.
7. PRIMEIRA CLASSE
7.1 - Característica- Caracteriza-se a primeira classe de substantivos da primeira
declinação pelo radical terminado por e, i ou p, seguido da vogal a em todas as inflexões do singular. No dual e plural têm todas as classes as mesmas desinências, não diferindo, pois, neste aspecto;
7.2 - Nomes abrangidos- Enquadram-se na primeira classe da primeira declinação
nomes femininos cujo nominativo singular termina e m ã e o genitivo singular em ãç;
- Graficamente, N .S.- ãG.S. - ãç
7.3 - Desinências
1. Tabela
- A tabela geral de desinências próprias da 1- classe desta 1- declinação é:
SINGULAR DUAL PLURAL- Nom. ã ã a i- Gen. ãç oav (OV- Dat. aL. cuv a iç- Acus. ãv ã ãç- Voc. ã ã ou
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2. Observações morfológicas
a. Quantidade- Exceção feita da desinência ou, do nom. e voc. plural, tida
por breve para efeitos prosódicos, as demais são todas longas;
b. Similaridade- Da tabela supra, vê-se que, nesta 1- classe da 1- declina
ção;
(1) É a forma do vocativo sempre igual à do nominativo, paralelas as desinências: ã , sing. e dual, a i, plural;
(2) Coincidem sempre em inflexão o genitivo singular e o acusativo plural, mesma a desinência: ãç;
(3) No dual, ponto comum a todas as classes e declina- ções, têm a mesma forma, desinências similares, de um lado, nominativo, acusativo e vocativo (ã), de outro, genitivo e dativo (aiv);
3. Observações prosódicas
a. Posição- Posicionai, permanecerá o acento nesta 1- classe de no
mes da 1§ declinação na mesma sílaba em que aparece na forma base, exceto que nos paroxítonos terá de deslocar-se para a última no genitivo plural;
b. Genitivo plural- Em razão de contração prévia, o acento do genitivo plu
ral, posto sempre na última, será circunflexo, perispômena, por
tanto, a forma;
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c. Paroxítonos- Nos substantivos de base paroxítona cuja penúltima seja
longa ocorrerá o circunflexo nas inflexões do nominativo e vocativo plural, desinência a i, dada por breve, além do genitivo plural, necessariamente perispômeno; nos demais casos, desinências longas, manter-se-á o agudo;
- Nos paroxítonos de penúltima breve, já que o circunflexo não ocorre senão em longa, terão todas as formas o agudo (menos, naturalmente, o genitivo plural);
d. Oxítonos
- Os oxítonos, acentuados que serão sempre na última, receberão circunflexo nas inflexões do genitivo e dativo, agudo nas demais;
e. Proparoxítonos
- Não há proparoxítonos nesta classe, já que a base tem final longo, pelo que não poderá haver acento na antepenúltima;
4. Aplicação- Aplica-se este quadro de desinências à flexão de toda pala
vra desta classe, isto é, de todo vocábulo cujo radical termine eme, t ou p e tenha por final ã no caso nom. sing. e ãç no gen. sing.
7A -F le xão- Flexiona-se qualquer substantivo desta classe, determinan-
do-se-lhe o tema (parte restante após a excisão da terminação ãç do gen. sing.) e apondo-se-lhe, em cada caso específico, a desinência constante da tabela geral da classe.
7.5 - Paradigmas
1. T||xépa, |jiÉpã<;, - dia (paroxítona de penúltima breve; tema em p)
109
a. Estrutura- Constam as formas desta flexão, em sua estrutura, de te
ma e desinência;- O tema é Tj|xep, o mesmo, invariável, em todos os casos;- As desinências serão as específicas desta 1 - classe da 1 -
declinação;- Finaliza-se o tema pela líquida p e as desinências exibem
todas, menos o gen. pl., a vogal a, longa no singular (característico da classe) e nos casos nom., acus. e voc. duai, breve no gen. e dat. dual e em todo o plural, excetuado o acus.;
- A vogal desinencial é, na verdade, parte do radical, vogal temática. É mais prático, entretanto, tomá-la como integrante da desinência;
b. Flexão
DUALTema Des.
N. rjfxep ã - dias (dois)G. ípép oav - de dias (dois)D. T|MÍp aiv - para dias (dois)A. -rifxép ã - dias (dois)V. Tjfxép á - ó dias (dois)
SINGULARTema Des.
Nom. Tipip a - diaGen. 'flixép ãç - de diaDat. ^ é p - para diaAcus. ififxép ÕLV -d iaVoc. 'tifxép ã - ó dia
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Tema Des.
N. 'Hfxép a i - dias
G. % épA0)V - de dias
D. Tifxép ais - para dias
A. fj^ép ãç - dias
V. tjpip a i - ó dias
c. Acentuação- Base paroxítona, posicionai o acento, apenas no gen. pl.
se desloca. Penúltima breve, recebe em todas as inflexões o agudo (não há circunflexo em sílaba breve, nem grave senão na últi
ma);
d. Aplicação- Em forma e prosódia, declinam-se nos moldes de iiixépã
todos e quaisquer nomes paroxítonos de penúltima breve desta classe, bastando somente substituir-se o radical TÍixep pelo correspondente da palavra a flexionar-se, mesmas as desinências e a acentuação.
2. PacnXeíã, (BacriXeíãç, T] - reino (paroxítona de penúltima longa; tema em i)
a. Estrutura- Como na flexão de Tj|xépã, constam estas inflexões de te
ma e desinência;- O tema é PotcriXei, terminado em i, invariável, o mesmo
em toda a flexão;- As desinências serão as próprias desta 1 - classe, as mes
mas da flexão de rjfxepã, a vogal a aparecendo em todas (menos no gen. pl., em que desapareceu, contraída), longa em todo o singular (característico da classe), nos casos nom., acus. e voc. dual e no acus. pl., breve nos restantes;
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0 a da desinência é, de fato, parte do tema, que se toma como elemento desinencial, por ser assim mais prático;
b. Flexão
SINGULARTema Des.
N. PaoxXeí 6l - reinoG. PaoxXeí á<; - de reinoD. Pao-iXeí au - para reinoA. PacriXeí ãv - reinoV. (BaaiXeí á - ó reino
DUALTema Des.
N. fJaaiXeí ã - reinos (dois)G. paaiXeL aiv - de reinos (dois)D. fkxaiXeí aiv - para reinos (dois)A. PacriXet ã - reinos (dois)V. PaaiXeí ã - ó reinos (dois)
PLURALTema Des.
N. pctaiXei a i - reinosG. PacriXei còv - de reinosD. PacriXeí atç - para reinosA. PacriXeí ct<; - reinosV. pacriXet a i - ó reinos
c. Acentuação
- Paroxítona, acento posicionai, mantém-se ele na sílaba de origem em toda a flexão, menos no gen. pl., em que é deslocado para a última, em virtude de contração primitiva, forma tornada perispômena;
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- Penúltima longa, terá o circunflexo nos casos nom. e voc. pl., desinência tida por breve (ai), o agudo nos demais casos (excluído o gen. pl.), desinências longas;
d. Aplicação- Em acentuação e flexão, como PacriXeiã se declinam to
dos os substantivos paroxítonos de penúltima longa desta 1- classe da 1- declinação, requerendo-se apenas a substituição do tema PcMxiXei pelo equivalente da forma a flexionar-se. Desinências e acentuação serão as mesmas sempre;
e. Comparação- Comparando-se as flexões de ^|xepa e paoxXeiã, verifi
ca-se que diferem apenas no tocante aos radicais e à acentuação de nom. e voc. pl., paroxítonos naquele, properispômenos neste.
3 .7 cveã, 7 eveáç, nq - geração (oxítona, tema em e)
a. Estrutura- Como em rj|jiepã e Paq-iXetã, compõem-se as formas
flexionais do tema e da desinência;- O tema é 7 eve, finalizado em €, inalterado em toda a fle
xão, o mesmo em todas as formas;- As desinências serão as mesmas da flexão de T](xepa
e pacriXeía, características desta 1ã classe da 1- declinação, em todas presente a vogal a (não mais explícita no gen. pl.), longa em todo o singular (característica da classe), em três dos casos do dual (nom., acus. e voc.) e no acus. pl., breve nos demais;
- Este a, dado como parte da desinência, é, na realidade, elemento do tema. Preferível, porém, é considerá-lo como porção desinencial, para facilitar a matéria;
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b. Flexão
SINGULARTema
N. 7 6 veG. 7 6 veD. 7 6 veA. 7eveV. 7eve
Des.ã - geraçãoâç - de geraçãoa - para geraçãoãv - geraçãoã - ó geração
DUALTema Des./
N. 7 eve ã - gerações (duas)G. 7 eve a ív - de gerações (duas)D. 7 cve a ív - para gerações (duas)A. 7 €ve ã - gerações (duas)V. 7 eve ã - ó gerações (duas)
PLURALTema
N. 7eveG. 7eveD. 7eveA. 7eveV. 7€ve
Des.a í - geraçõescòv - de geraçõesa iç - para gerações
- gerações a í - ó gerações
c. Acentuação- Forma de base oxítona, tem as inflexões todas o acento
na última, posicionai que é, nenhuma regra prosódica determinando-lhe deslocamento;
- As inflexões genitivas e dativas terão acento circunflexo, as outras todas o agudo-,
114
d. Aplicação- Seguem todos os substantivos oxítonos desta 1 - classe da
1 - declinação, no que respeita a desinenciação e prosódia, o paradigma de 7 evecí, apropriado padrão desta modalidade de nomes;
- Declinam-se-lhe, pois, segundo o modelo, fazendo-se de mister simplesmente substituir-se 7 eve pelo tema da palavra a flexionar-se, mesmas as desinências, mesmos os acentos;
e. Comparação
- Diferem as inflexões de 7 eveã das paralelas de rjfxepã e fJaa-iÀeíã apenas no que tange ao tema e acentuação. As desinências serão as mesmas nas três flexões;
- — c4. fxva, (xvas, t) - mina (contrata, perispômena)
a. Estrutura
- Constam as inflexões deste substantivo de tema e desinências;
- O tema integral seria |xvà, cuja vogal terminal se funde ou contrai com a desinencial imediata, desaparecendo de todo, assimilada na seqüente. É princípio normativo da contratibilidade que a seguido de a se faz ã, lei que se aplica irrestritamente nesta fle- xão;
- As desinências, regulares, são as típicas desta 1? classe, que, embora contraída a vogal com a temática anteposta, nenhuma alteração experimentam, exceto que assume natureza longa nas inflexões todas a vogal a, agora resultante de contração;
- Dada como expressão desinencial, é, todavia, parte do tema a vogal terminal a. Destarte, o que se verifica é, de fato, alteração da porção vocálica do tema ou raiz em que apareciam, originalmente, dois a sucessivos. Para facilitar-se a matéria, toma-se o segundo como parte da desinência;
115
b. Flexão
SINGULARFORMA ORIGINAL FORMA ATUALTema Des. Tema Des.
N. |xvá ã |XVA,
a - minaG. jxvá ãç |XV a ç - de minaD. jxvá a
w|XV â - para mina
£
A. |xva Qv (XV av - minaV. |xvá CL |XV à - ó mina
DUALFORMA ORIGINAL FORMA ATUAL
Tema Des. Tema Des.
N. |xvd ã |XV ã - minas (duas)
G. |xv<í oav |XV axv - de (duas) minas
D. fxvá aiv |XV aiv - para (duas) minas
A. |xvàA
a (XV a - minas (duas)\ / V. |xva
Aã |XV a - ó minas (duas)
PLURALFORMA ORIGINAL FORMA ATUALTema Des. Tema Des.
N. fxvà a i |XV a i - minas
G. (xvà (ov [|xva wv] |XV ü)V - de minas
D. |xvòí ou ç |XV aíç - para minas
A. fxv$ ã s |XV aç - minasv / ^V. |xva a i (XV a í - ó minas
c. Acentuação- Originalmente acentuadas na penúltima, sílaba em que,
breve a vogal, incidiria sempre o agudo, portanto, como em f||xepã, todas paroxftonas, salvo o gen. pl., necessariamente perispômeno, as
116
atuais, contratas, têm o acento posto na resultante, circunflexo em todas, daí, todasperispômenas, sem exceção;
- Alguns preferem manter nos casos nom., acus. e voc. dual o acento agudo, de sorte que seriam estas formas oxítonas. Todavia, o mais regular é tomá-las como perispômenas;
d. Comparação- Não difere dos demais paradigmas desta classe, irçfJié—
pã, (3aai\eíã, 7 eveã, esta flexão contrata, no que respeita à desi- nenciação. A acentuação, porém, segue normas próprias nos contratos, de sorte que, neste aspecto, não coincidem |xva e aqueles paradigmas.
8. SEGUNDA CLASSE
8.1 - Característica
- Caracteriza-se a segunda classe de nomes da primeira declinação pelo tema finalizado por letra que não e, i ou p, seguida da vogal longa ti em todas as formas do singular. No dual e no plural são as desinências as mesmas da 1- classe, aliás, de todas, sem exceção;
8.2 - Nomes abrangidos- Enquadram-se na segunda classe da primeira declinação
nomes femininos de nominativo singular finalizado em u] e genitivo singular terminado em nrçç;
- Graficamente, N .S.- ^G.S. - <5
8.3 - Distinção- Constam a 1 - e 2- classes dos nomes femininos de tema longo
da 1- declinação, bem que este dado seja de relevância apenas quanto ao singular;
- Na 1- classe se enquadram os nomes femininos de tema fi
117
nalizado em a, precedido de e, t ou p, na 2- os femininos de tema finalizado em tj, não precedido de e, i, p. Logo, se o radical termina em e, t, p a forma é da 1 - classe, se não termina por essas letras, é da 2-;
- Ocorrem exceções, entretanto. Assim, formas haverá em que, especialmente após p, aparece iq em vez de a regular, como também, mormente se precedida de o, a aparece onde a norma seria T|. A preferência por a é mais pronunciada em nomes próprios.
8.4 - Desinências
1. Tabela
- Â tabela geral de desinências próprias da 2- classe da 1§ de- clinação é:
SINGULAR DUAL PLURALN. TI ã a iG. eav covD. aiv a isA. ã ãçV. ã a i
2. Observações morfológicas
a. Dual e Plural- As desinências do dual e do plural são, nesta 2- classe, as
mesmas aplicadas à 1-, aliás, comuns às classes todas, indistintamente;
b. Quantidade- Como na 1 - classe, apenas as desinências ditongais a i do
nom. e voc. pl. se hão por breves. As demais são todas longas;
118
c. Similaridade- Da tabela geral, observa-se que, nesta 2- classe da 1- de
clinação,
(1) É, como na 1- classe, a forma do vocativo sempre igual à do nominativo paralelo, em cada número, mesmas em desinências:
- tj no singular,- ã no dual, e- ou no plural;
(2) Ao contrário da 1- classe, não coincidem em forma gen. sing. e acus. pl., por isso que diferem as desinências:
- gen. sing.-^ç,- acus. pl. - ãç;
(3) Como na 1ã e demais classes, aliás, em todas as três declinações, têm no dual a mesma desinência, entre si, nom., acus. e voc., de um lado, gen. e dat., de outro;
3. Observações prosódicas- Em absoluto paralelo com o que se observou em relação à
1 - classe, assinalam-se as seguintes:
a. Posição
- Posicionai que é, mantém-se o acento em todas as inflexões na mesma sílaba em que ocorre na base, nom. sing., menos no gen. pl. das paroxítonas, deslocado para a última;
b. Genitivo Plural
- Característico de todas as classes da 1§ declinação, em virtude de contração primitiva, é o gen. pl. sempre perispômeno, acentuado com circunflexo na última;
119
c. Paroxítonos- Os substantivos paroxítonos de base terão acento agudo
em todas as inflexões, menos o gen. pl., se a penúltima lhes for breve, visto que o circunflexo não ocorre senão em sílaba longa;
- Já os substantivos paroxítonos de penúltima longa, embora tenham acento agudo em todas as inflexões de desinência longa, excetuado o gen. pl., perispômeno sempre, terão o circunflexo nos casos nom. e voc. pl., cuja desinência, a i, é tida por breve;
d. Oxítonos- Acentuados na última em toda a flexão, terão os oxítonos
de base circunflexo nas formas genitivas e dativas, agudo nas demais, mesmo que longas;
e. Proparoxítonos
- Não há, também nesta 2- classe, proparoxítonos, uma vez que, longa a última da forma base, não haveria acentuar-se na antepenúltima;
4. Aplicação- Aplica-se a tabela de desinências à flexão de toda forma en
quadrada nesta classe, isto é, aos substantivos de radical finalizado por letras outras que e, i ou p, cujo nom. sing. termine em T] e o gen. sing. em T)<;.
8.5 - Flexão- Para flexionar-se qualquer substantivo desta classe requer-
se apenas destacar-se-lhe o tema (a parte da forma que resta, ex- cindida a terminação Tqç do gen. sing.) e acrescentar-se-lhe, para cada caso, a desinência específica, segundo a tabela geral da classe;
8.6 - Paradigmas
1. cr/curri, T| - amor (paroxítona de penúltima breve;radical não em e, i, p).
120
a. Estrutura- Consistem estas inflexões do tema á^air, sempre o mes
mo, invariável em todas as formas, e das desinências, próprias desta 2- classe da 1 - declinação;
- Não é o tema finalizado por e, i ou p, letras por que termina ele nas palavras da 1- classe;
- A vogal "ri aparece em todas as desinências do singular (característico da classe), enquanto no dual e no plural ocorre a vogal a, como na 1 - classe, não mais explícita, porém, no gen. pl.;
- As vogais T), no singular, e a, no dual e plural, que se tomam como integrantes das desinências, são, na realidade, temáticas, terminais do radical. É mais prático, no entanto, havê-las por desinenciais;
b. Flexão
SINGULAR
N.G.D.A.V.
Tema
cr/air
eryctTr
Des.T) - amor-ris - de amorri - para amorJT|v - amor-ri - ó amor
DUAL
N.G.D.A.V.
Des.datv
- amores (dois)- de amores (dois)- para amores (dois)
erycnr
a - amores (dois)- ó amores (dois)
121
PLURAL
Tema Des.N. c*7 onr a i - amoresG. cryaTT
3 Óayom
âv - de amoresD. a iç - para amoresA. GL CÍTt ãç - amoresV. a^cnr a i - ó amores
c. Acentuação- Substantivo paroxítono, posicionai o acento, não se des
loca da penúltima, exceção feita do gen. pl., forma contrata, sempre acentuada na última;
- Penúltima breve, terá necessariamente o agudo, paroxíto- nas todas as inflexões, menos o gen. pl., perispômeno;
d. Aplicação- A base de àyarrr] se declinam todos os substantivos pa-
roxítonos de penúltima breve desta classe, bastando apenas substituir-se o tema ôryaTr pelo correspondente da forma a flexionar-se, conservadas as mesmas as desinências e a acentuação;
2. eíprjvnn, eípTjvTjç, - paz (paroxítona de penúltima longa; não em e, i, p o tema)
a. Estrutura- Constituem-se as formas desta flexão de tema ou raiz
e desinências, aquele, eípinv, o mesmo em todas as inflexões, inalterado, estas as específicas da tabela da 2- classe da 1- declinação;
- O tema, eipiqv, não termina por e, i, p, letras que caracterizam o final temático da 1§ classe;
- As desinências são as mesmas aplicadas na flexão dea vogal iq aparecendo em todos os finais no singular (ca
racterístico da 2- classe), enquanto no dual e no plural a é a vogal
122
básica das terminações, como na 1- classe, apenas no gen. pl. já
não mais explícita;- Estas vogais, 'tj, no singular, a, no dual e no plural, dadas
como desinenciais, são, de fato, terminais do tema. Concebem-se como parte da desinência apenas para fins práticos;
b. Flexão
SINGULAR Tema
N. elprjvG. elprivD. eipirívA. elpTjv■yj. €ipT|V
Des.T] -p a z nr|S - de paztj - para paz
t|v - paziq - ó paz
DUALTema Des.
N. eipViv ã - pazes (duas)
G. eipriv a iv - de pazes (duas)
D. elpriv a iv - para pazes (duas)
A. eípnqv ã - pazes (duas)
V. eiprjv ã - ó pazes (duas)
PLURALTema Des.
N. eipr]v a i - pazes
G. elprjv wv - de pazes
D. elpr)v auç - para pazes
A. elpiqv ãç - pazes
V. etp^v a i - ópazes
123
c. Acentuação- Forma de base paroxítona, posicionai o acento, permane
ce na penúltima em toda a flexão, excetuado o gen. pl., em que, mercê de contração das vogais a e co, é deslocado para a última;
- Longa a penúltima, será circunflexo o acento do nom. e voc. pl., por isso que a última é breve (desinência ca), agudo o acento dos demais casos, porquanto, longa a última, não pode ocorrer circunflexo na penúltima;
- 0 gen. pl., como em todas as flexões e classes da 1- declinação, é, em razão da contração sofrida, sempre perispômeno;
d. Aplicação- Como eipryin) se declinam todos os demais nomes paro-
xítonos de penúltima longa de 1§ declinação que se enquadram nesta 2- classe, bastando simplesmente substituir-se o tema eipiriv pelo equivalente da forma a flexionar-se. Acentuação e desinencia- ção serão sempre as mesmas em todos. Só o tema é diferente;
e. Comparação- Como se observou em relação a T||xepá e (3aCTtXeíã na 1 -
classe, as flexões de ãyánrr] e elprívr], nesta 2- classe, diferem apenas quanto ao tema ou raiz, necessariamente distintos, e quanto à acentuação das formas do nom. e voc. pl., paroxítonas em ã^áTriq, properispômenas em eiprívr).
3. (po)VT|, cpcovT)*;, T] - voz (oxítona; tema em letra que não
e, i, p)
a. Estrutura
- Estruturam estas inflexões o tema cpwv, mais as desinên-cias próprias desta 2- classe de nomes da 19 declinação;
- Não termina o tema por e, i ou p e é o mesmo em todasas formas, inalterado;
124
- As desinências serão as mesmas que se aplicaram àsfle- xões de ôrycnnri e eiprivri, no singular a vogal ti a aparecer em todas as desinências, no dual e no plural, como na 1- classe, a vogal a, não mais explícita no gen. pl., contrata que é a terminação atual;
- Embora as vogais ti, no singular, e a, no dual e no plural, se tomem como parte da desinência, são, em verdade, terminais do tema. Tratam-se como desinenciais apenas para facilitar-se a matéria;
b. Flexão
SINGULAR Tema Des.
N. cpwv T) - vozG. cpwv fjç -d e vozD. cptov T| - para vozA. cptov i]v - vozV. cpwv Yj - ó voz
DUALTema Des.
N. cpwv/a - vozes (duas)
G. cpwv aiv - de vozes (duas)D. cpwv aiv - para vozes (duas)A. cpwv a - vozes (duas)V. cpwv ã - ó vozes (duas)
PLURALTema Des.
N. cpwv a í - vozesG. cpwv wv - de vozes
D. cpwv a is - para vozesA. cpwv ãç - vozes
V. cpwv a í - ó vozes
125
c. Acentuação
- Substantivo oxítono de base, conserva-se-lhe o acento na última em todas as inflexões, posicionai que é;
- No gen. e dat. ocorre o circunflexo, perispômenas as formas, nos demais casos o agudo, oxítonas;
d. Aplicação
- Apropriado paradigma de flexão é (pcovTÍ para todos os substantivos oxítonos desta 2- classe da 1- declinação;
- Para decliná-los, bastará substituir-se o tema cpwv pelo correspondente da forma a flexionar-se; acentos e desinências serão sempre os mesmos, inalterados;
e. Comparação- Das flexões de ôrycnn] e eiprjvTi distingue-se a declinação
de (powi no tocante ao tema e à posição e natureza do acento. As desinências são as mesmas em todas;
- Da flexão de 7 eveá, paradigma dos oxítonos da 1 - classe, difere a declinação de çíovti somente em relação ao tema e às desinências do singular (em a naquele, em ^ neste). Paralelas lhes são toda a acentuação e, ainda, a desinenciação do dual e do plural.
4. oukt), oi)KT|ç, -q - figueira (contrata, perispômena)
a. Estrutura
- Consta esta flexão de TEMA e DESINÊNCIAS;- O tema real é o-ukc, a vogal e, terminal, a fundir-se com a
vogal desinencial imediata;- As desinências, típicas, seriam as da 1- classe, uma vez
que o tema se finda em e. Obedecendo ao princípio de contração de que e seguido de a se converte em ti, no singular assumem os finais todos essa forma vocálica, em vez de ã, de sorte que se passa a flexão a enquadrar na 2-, não mais na 1- classe. Naturalmente, o gen. pl. terá a desinência wv, inafetada;
126
b. Flexão
SINGULAR FORMA ORIGINAL FORMA ATUAL
Tema Des. Tema Des.N. cruKe ã ctuk
AV - figueira
G. OUK€ áç cruKA
- de figueiraD. OTJK.6 aw OUK
A- para figueira
A. ow é ãv (TDK f|V - figueiraV. cruKe ã ctuk
A.- ó figueira
DUALFORMA ORIGINAL FORMA ATUALTema Des. Tema Des.
N. OUK6 ã ctukAa - figueiras (duas)
G. cruKé aiv ctuk a ív - de (duas) figueirasD. ctuk€ aiv OUK aív - para (duas) figueirasA. OTJK6 ã (Jl)K ã - figueiras (duas)V. am e a CTUK ã - ó figueiras (duas)
PLURALFORMA ORIGINAL FORMA ATUALTema Des. Tema Des.
N. crvKe a i CTUK/s
a i - figueirasG. OUKÉ
AtóV CTUK Q>V - de figueiras
D. cruKé oa<5 CTUK aíç - para figueirasA. cruKe ã<5 (TDK ag - figueirasV. OUK€ a i OTJK a í - ó figueiras
c. Acentuação- Originalmente, paroxítona de base, penúltima breve, es
taria o acento, agudo, em todas as formas sobre o e temático, exceção feita do gen. pl., contrato, acentuado com circunflexo na última, forma perispômena;
127
- Nas formas atuais, processada a contração do e com o a terminal, passou o acento à última, circunflexo em toda a flexão, de sorte que de paroxítonas se tornaram todas perispômenas as inflexões;
- De observar-se é que, a despeito de longa, resultante de contração, ademais, alguns preferem acentuar com agudo as formas do nom., acus. e voc. dual, daí, oxítonas, ao invés de perispômenas;
d. Comparação- No que tange à desinenciação em nada difere a flexão de
ouktj das correspondentes dos demais paradigmas desta classe, ÕryctTrri, elprívr] e cpcovrí. Diverge-lhes, porém, quanto à acentuação que, entretanto, é a mesma da contrata da 1- classe, |xvá, |xvâç, Tj - mina.
9. TERCEIRA CLASSE
9.1 - Característica
- Caracteriza-se a terceira classe de nomes de 19 declinação por dois elementos distintos: 1 - A vogal breve a nas desinências do nom., acus. e voc. âingular, e 2- A acentuação tendentemente proparoxítona;
- No dual e no plural não difere esta das demais classes, mesmas as desinências e comum a prosódia. No gen. e dat. sing. seguem as formas desta 3- classe as linhas da 1 - e 2-;
- Em última instância, as inflexões da 3- só diferem das paralelas da 1 - classe no que se refere à quantidade das vogais e à pro- paroxitonicidade das três inflexões distintivas; e da 2- no que respeita à natureza das vogais desses três casos e sua proparoxitonici- dade;
9.2 - Nomes abrangidos
- Enquadram-se na 3- classe da 1- declinação nomes femininos em que o nom. sing. termina em à e o gen. sing. ora em ãç
128
(tema finalizado por e, i, p), ora em ti (tema finalizado por letras
outras que e, i, p);- Graficamente, N.S. - á
G.S. - ãç (radical em e, i, p)- t|<; (radical não em e, i, p);
9.3 - Distinção- Constituem-se a 1 - e a 2 - classes dos nomes femininos de te
ma longo da 1- declinação; a 39 formam-na os substantivos femininos de tema breve, se bem que esta distinção só se aplique em relação aos três casos do singular em que a vogal ê breve (nom., acus. e voc.);
- No gen. e dat. sing. flexionam-se os nomes desta classe nos moldes dos temas longos, isto é, as desinências são longas, não breves, seguindo a linha da 1- classe quando o radical termina pore, i, p (gen. ãç; dat. a), da 2- quando o radical termina por letras outras que e, i, p (gen. tiç; dat. tj);
- Variações se registram, entretanto, especialmente em se tratando de nomes próprios, ti podendo aparecer nas desinências genitivas e dativas após e, i, p, ã após outras letras, além dessas;
9.4 - Desinências
1. Tabela
- A tabela geral de desinências próprias à 3- classe da 1- declinação é:
SINGULAR DUAL PLURALN. u
a ã a iG. ÕtÇ OU T]Ç aiv ü)VD. OL OU T| aiv a içA. ãv ã ãqV. a ã a i
129
2. Observações morfológicas
a. Dual e plural
- As desinências do dual e do plural são as mesmas aplicadas à 1 - e à 2- classes, aliás, as mesmas em toda a 1 - declinação;
b. Quantidade
- Nesta 3§ classe é breve a desinência em um terço dos casos, a saber: nom., acus. e voc. sing. e nom. e voc. pl.; longa nos demais;
c. Similaridade
(1) Como na 1 - e 2- classes, nesta 3-, também, é a forma vocativa sempre igual à nominativa paralela, fato comum, pois, às três classes, portanto, aos femininos todos da 1- declinação. As desinências lhe serão:
- á no singular,- a no dual,- a i no plural;
(2) Nos substantivos de tema em e, i, p coincidem em forma gen. sing. e acus. pl., como na 1- classe, desinência ãç em ambos os casos;
(3) No dual, como em todas as declinações, têm nesta 3- classe da 1ã declinação forma comum, mesma a desinência, nom., acus. e voc., de um lado (desinência ã), gen. e dat., do outro (desinência aiv);
3. Observações prosódicas
a. Posição- O acento será sempre posicionai, como convém aos
130
substantivos, normativamente. Permanecerá, pois, na mesma sílaba em que aparece na forma base, quanto o permitam as leis de acentuação;
- Nos proparoxítonos deslocar-se-á, necessariamente, para a penúltima nos casos em que as desinências forem longas, isto é, no gen. e dat. sing. e no gen., dat. e acus. pl.;
b. Genitivo plural- Como se registrou nas flexões da 1 - e 2- classes, também
nesta 3-, aliás, em todas as classes da 1- declinação, tem o gen. pl., em decorrência de contração do a temático e a longa to da desinência, o acento na última, inflexão sempre perispômena nas palavras desta declinação;
c. Paroxítonos- Nos paroxítonos de penúltima breve manter-se-á o acento
sempre nessa sílaba, que, por não ser longa, somente poderá ter o agudo, apenas o gen. pl. tendo-o na última, circunflexo;
- Nos paroxítonos de penúltima longa, embora se mantenha sempre o acento nessa sílaba de base, será circunflexo nos casos em que a desinência for breve (nom., acus. e voc. sing.; nom. e voc. pl.), agudo nos demais, desinências longas, pelo que não pode haver circunflexo na penúltima, inda que longa também. Naturalmente, o gen. pl. tem o acento na última, circunflexo;
d. Oxítonos- A rigor, não haverá oxítonos nesta classe. Todavia, em
admitindo-os-, não lhes diferirá a acentuação da característica desses nomes na 1- e 2- classes: circunflexo nos genitivos e dativos, agudo nos demais casos;
4. Aplicação- Aplica-se a tabela de desinências desta classe à flexão de to
dos os substantivos de tema breve da 1- declinação, isto é, àqueles
131
cujo nom. sing. termina em a e o gen. sing. em aç (radical eme, i, p) ou r\<; (radical não em e, i, p).
9.5 - Flexão
- Flexiona-se qualquer forma desta 3- classe, determinando- se-lhe o tema (parte remanescente após a excisão da terminação ãç ou ti? do gen. sing.) e aduzindo-se-lhe as desinências próprias dos diversos casos, conforme a tabela específica, no gen. sing. ãç e no dat. sing. a, quando o tema termina em e, i, p; e t], quando outra é a letra final a preceder a desinência;
9.6 - Paradigmas
1. a\TÍ0eiáf áXriOeux';, ^ - verdade (proparoxítona de tema finalizado em i)
a. Estrutura
- Constam as inflexões deste paradigma do tema aX^ e i, que não varia, sempre o mesmo, e das desinências próprias da classe;
- Tema finalizado em i, no gen. sing. a desinência é ã ç e no dat. sing. a, o que também se verificaria, se o fosse em e ou p;
- A vogal á, característica desta 3- classe, aparece nos três casos distintivos do singular (nom., acus. e voc.);
- No dual e no plural as desinências são as mesmas aplicadas aos paradigmas da 1- classe (•fjixépã, [SaoxXeíã, "yeveà, |xv<5) e da 2- (eryáTrri, eip^vT], (ptüvrj, odk^), comuns, aliás, às classes todas;
- A terminal a é parte do tema. Entretanto, para fins práticos, preferível é tomá-la como desinencial;
132
b. Flexão
SINGULARTema Des.
N. aXT]0€i0a - verdade
G. aXirjOeí ãç - de verdadeD. àXTqOei <? - para verdadeA. aXiqOet Ótv - verdadeV. aXifíOei a - ó verdade
DUALTema Des.
N. aXr|0eí ã - verdades (duas)G. àX^Oeí a iv - de verdades (duas)D. àX^Oeí a iv - para verdades (duas)A. àX^Oeí ã - verdades (duas)V. àX-iqOeí <x - ó verdades (duas)
PLURALTema Des.
N. aXrj0ei a i - verdadesG. aXiqOei àv - de verdadesD. aXir]0eí aiç - para verdadesA. aXi^eí ãç - verdadesV. aX^Oei a i - ó verdades
c. Acentuação- Proparoxítona de base, posicionai o acento, preserva-
se-lhe na sílaba de origem, Xt , antepenúltima, nas inflexões em que a desinência é breve (nom., acus. e voc. sing., nom. e voc. pl.), agudo sempre;
- Nas demais inflexões, longa a desinência, desloca-se o acento para a penúltima, 0et, que, embora longa, terá o agudo, pa- roxítonas, pois;
133
- Apenas o gen. pl., forma originalmente paroxítona, tem agora, mercê de contração prévia, o acento na última, que, por ser contrata, é perispômena;
d. Aplicação
- Como áXirçGeici se declinam os demais substantivos femininos proparoxítonos de tema breve da 1- declinação em que é a desinência precedida por e, i ou p, sendo de mister apenas substituir-se o radical àXr|0ei pelo equivalente da forma a flexionar-se. Desinências e acentuação permanecem as mesmas;
e. Comparação
- No tocante à desinenciação, a flexão de aXrjOeiá difere dos paradigmas da 1- classe (Tjfxepã, PaaiXeíã, yeveã, \xvã) apenas na quantidade do a termina! do nom., acus. e voc. sing., breve em àX^Geiá, longo nesses outros; e dos paradigmas da 2- classe (orycnrrç, elp^vri, cpcovrí, oukt)), em que têm estes a vogal t] em todas as formas do singular, enquanto áX^Geta lhes tem em contraste a vogal a, ora breve, ora longa;
- No que respeita à acentuação, difere aX^Geià de todos esses paradigmas da 1- e 2- classes em que cinco de suas formas (nom., acus. e voc. sing., nom. e voc. pl.) são proparoxítonas, o que não pode ocorrer nesses outros paradigmas. Nos demais casos, a acentuação de ãX^Geiá é paralela à dos paroxítonos -rifxepã, |3a— criXeiã, ã y á ir í] e e Íp r|V T |.
2. 8o£á, ôó^T|ç, Tj - glória (paroxítona de tema ou radical não em e, i, p)
a. Estrutura- Compõem-se as formas desta flexão dos dois elementos
característicos: tema, neste paradigma ôo£, inalterado, o mesmo em todas as inflexões, e desinências, consoante a tabela geral da classe, aplicável aos nomes de radical não em e, i, p;
134
- No singular, aparece a vogal á , distintiva desta 3- classe, nos casos nom., acus. e voc., enquanto as formas de gen. e dat. têmo final típico da 2- classe, respectivamente, ir]<; e tj;
- No dual e no plural, as desinências são as mesmas aplicadas aos paradigmas todos da 1- e 2- classes e ao proparoxítono desta, a\T)0eiá;
- As vogais á, â ou rj que figuram como integrantes desi- nenciais são, em realidade, temáticas, terminais do radical. É mais prático, entretanto, assumi-las como parte da desinência;
b. Flexão
SINGULAR Tema
N. 8ó£G. 5ò£D. Ôó£A. Só£V. 8o£
DUALTema
N. 8Ò£G. 8o£D. 8Ó£A. 80?V. 8Ó£
PLURALTema Des.
N. Só£ ca - glóriasG.
A
ÍOV - de glóriasD. m a is - para glóriasA. 5o£ ã ç - glórias
V. 56? a i - ó glórias
Des.á - glóriat)s - de glóriaT) - para glóriaáv - glóriaá - ó glória
Des.ã - glórias (duas)aiv - de glórias (duas)aiv - para glórias (duas)ã - glórias (duas)ã - ó glórias (duas)
135
c. Acentuação
- Substantivo, acentuação posicionai, base paroxítona, penúltima breve, permanece o acento em toda a flexão na penúltima, agudo sempre (já que não há circunflexo senão em longa e grave só na última), salvo no gen. pl., sempre perispômeno nesta declinação, por força da contração do a temático e do co da desinência;
- Nas palavras em que a penúltima for longa, embora a posição do acento não sofra alteração, o circunflexo ocorrerá nas cinco inflexões em que o final é breve (nom., acus. e voc. sing. e nom. e voc. pl.), portanto, properispômenas;
d. Aplicação- Nos moldes de 86£á flexionam-se os paroxítonos, nomes
de penúltima breve, desta 3- classe da 1- declinação cujo radical termine por letra que não sejam e, i, p, requerendo-se apenas a substituição do radical ôo£ pelo correspondente da forma a declinar-se, mesma a acentuação, mesmas as desinências;
- Tratando-se de substantivos de penúltima longa ou de radical finalizado por letra outra que e, i, p, registram-se variações prosódicas e/ou desinenciaisC
e. Comparação- A flexão de 8o£a difere da paralela de aX/iqOeiá apenas
em dois pontos:19 Dissilábica, não tem formas proparoxítonas;29 No gen. e dat. sing. tem desinenciação em nr], não a;- A flexão de Ôó£á é de todo paralela aos paradigmas da 1§
^ ^ / A
classe (rj|xepã, PaoxXeiã, "yeveã, |xvã) em matéria de desinenciação, exceto que no singular o gen. e dat. tem tj no final em vez de a e o a do nom., acus. e voc. é breve, não longo como na 1 -;
- A flexão de 8ó£á exibe as mesmas desinências aplicadas aos paradigmas da 2- classe (dr/cnrri, eip^vrç, cpímni, ctukti), exceto em que a vocalização final do nom., acus. e voc. sing. é ã , não i) (próprio da 2-);
136
- A acentuação na flexão de 8o£d é de todo paralela à das formas correspondentes de rj^epã e a 7 áTnr), paradigmas dos paro- xítonos de penúltima breve da 1 - e 2- classes, respectivamente.
9.7 - Flexões divergentes
1. Natureza
- Inflexões há que fogem à norma rígida dos paradigmas estabelecidos. Atavismo jônico, ocorrem em o Novo Testamento nomes desta 3§ classe da 1§ declinação, radicais em i ou p, em que o gen. sing. tem a desinência tis, ao invés de ãç, regular, e o dat. sing. tq, em lugar da normativa a. O inverso também se registra: desinenciação em a, aposta a radicais não em e, i, p;
2. Exemplos
- Assinaladas merecem em o Novo Testamento as seguintes variações flexionais:
- De |xáxoap& - espada - ocorrem |xaxaípr]ç, por ixaxaípaç, gen. sing., em Lc 21.24; Hb 11.34,37; Ap 13.14, e |xaxcapir], em vez de fxaxaCpa, dat. sing., em Lc 22.49; At 12.2; Ap 13.10;
- De 'TTÂ/TÍfxpAjpá - inundação - o gen. sing. -ttXti(xjx-up-rjs, por TrXTiíXfXTjpãç, em Lc 6.48;
- De '7rpâ»pa - proa - o gen. sing. irpcop^ç, ao invés de 'rrpwpaç, em At 27.30;
- De Xonrcplpa - Safira - o dat. sing. XcnnpCpr], em lugar de Xa-rrcpipa, em At 5.1;
- De aireípa - coorte - o gen. sing. oTreipriç, quando deveria ser cnreípãç, em At 10.1; 21.31; 27.1;
- De ouvei&uíá - conhecendo também ptc. perf. at. de cru— voLÔá, o gen. sing. ouveiômiiç, que devera ser cruvei&uCãç, em At 5.2;
- Por outro lado, encontram-se os genitivos do singular A-uôôàç (At 9.38), de Av88á - Lida - , e MápGãç (Jo 11.1), 'de MctpGá- Marta - , a despeito do radical não lhes terminar em e, i, p, em que
137
a forma regular seria, respectivamente, Avôôt]'; e MápOiqç.
10. QUARTA CLASSE
10.1 - Característica- Caracteriza-se a 4- classe de substantivos da 1? declinação
pelos seguintes elementos:
(1) Tema, assim como da 1§ classe, finalizado por e, i, p, embora não absoluto este ponto;
(2) Desinências, como na 1? classe, embasadas na vogal a, que aparece em todas, menos uma, ou duas, conforme o caso;
(3) Adição de ç à vogal terminal da forma base, nominativo singular;
(4) Desinência implantada no genitivo singular, ou em vez de ãç (que se prestaria a certa confusão), embora em muitos substantivos apareça ã;
(5) Dual e plural a exibirem as mesmas desinências encontradas nas três classes anteriores, aliás, as mesmas que se irão aplicar na quinta classe;
- Há, contudo, nomes enquadrados nesta classe cujo radical termina por letra outra que e, i, p. É o caso de 0w|xaç - Tomé (Jo11.16), em que a vogal desinencial é precedida de |x, não e, i, p;
10.2 - Nomes abrangidos- Enquadram-se nesta quarta classe da primeira declinação
substantivos masculinos em que o nom. sing. termina em ãç e o gen. sing. em ou, em muitas palavras em ã;
- Graficamente, N .S.- ãç
138
- Em o Novo Testamento pouquíssimos nomes comuns há desta classe. Na realidade, contam-se apenas três:
1. veavuxç, au, ó - moço (At 7.58; 20.9; 23.17);2. TraTpoXaSãç, ou, o -parricida (I Tm 1.9); e3. |a/rçTpoX.c6ãç, ou, ó - matricida (I Tm 1.9);Há quem prefira enquadrar os últimos dois na 5- ciasse;- O impressivo contingente de substantivos desta classe con
siste de nomes próprios, em geral adaptados do hebraico ou do aramaico, susceptíveis de certas peculiaridades morfológicas e pro- sódicas;
- A terminação genitiva ã é de cunho dórico e representa a contração de ao. Aparece especialmente em nomes próprios de tema finalizado não em e nem em i, como se vê de formasperispô- menas que ocorrem através do Novo Testamento, como:
A /- Papva(3ã, por alguns acentuada PapvafSa (At 11.30; 15.12;
Gl 2.1; Cl 4.10);- ^Tracppã (Cl 1.7);- ' I(ova(Mt 12.39,41; 16.4; Lc 11.29,32);- Kalacpã (Mt 26.3; Lc 3.2; Jo 18.13,28);- KT|cpâ (I Co 1.12);- KXtoira (Jo 19.25);- XaTavS (Mc 1.13; At 26.18; II Co 2.11; 12.7; II Ts 2.9; I Tm
5.15; Ap 2.9,13,24; 3.9);- X kcucí (At 19.14);- XTecpavã (I Co 1.16; 16.15,17), ou paroxítonas, como:- ^A^piTnrã (At 25.23);- ^Avvã (Lc 3.2);- cApeTã (II Co 11.32);- Por outro lado, a desinência regular ou se emprega, norma
tiva, em substantivos próprios de tema finalizado por e ou i , como se espelha em exemplos tais:
- DAv8peou (Mc 1.29; Jo 1.44);- Papaxíou (Mt 23.35);
G.S. - ou ou ã;
139
- 3 HX.ioy(Lc 1.17; 4.25);- 5 Hcratou (Mt 3.3; 4.14; 8.17; 12.17; 13.14; Lc 3.4; 4.17; Jo
12.38; At 28.25);- *Iepe|xíau (Mt 2.17; 27.9);- Awavíov (Lc 3.1);- ZaxoLpícrv (Mt 23.35; Lc 1.40; 3.2; 11.51).
10.3 - Distinção
- No que tange à flexão, corresponde esta 4- classe, substantivos masculinos, à 1 -, nomes femininos, distinguindo-se-lhes apenas nos casos nom. e gen. sing. as desinências;
- Em relação à 3- classe, femininos, diferem, em flexão, esses dois casos (nom. e gen. sing.) e, também, a quantidade da vogal do acus. e do voc. sing. (breve na 3-, longa na 4-), além da desinência do dat. sing. quando termina o tema em letra outra que e, i, p.
10.4 - Desinências
1 . Tabela- O quadro geral de desinências da 4- classe da 1§ declinação
0e:
SINGULAR DUAL PLURALN. ãç ã a iG. ou ou ã cav covD. a aiv Otl<5A. ãv ã ãçV. ã ã ca
2 . Observações morfológicas
a. Dual e Plural- No dual e no plural são as desinências as mesmas da 1-, 2-
e 3- classes, aliás, as mesmas em toda esta declinação;
140
b. Quantidade
- Como na 1 9 e 2 - classes, são longas todas estas desinências, excetuada a terminação ou do nom. e voc. pl., que, embora ditongal, se considera breve para fins prosódicos;
c. Similaridade
(1) A inflexão vocativa no dual e no plural é, nas três declinações, sempre igual em forma à paralela do nominativo. Logo, o é nesta classe. Entretanto, enquanto nas três classes femininas sempre coincidem as inflexões do nom. e do voc. também no singular, tal não se dá nesta 4- classe. Divergem as desinências de nom. e voc. sing. São, pois, diferentes as formas. As desinências seriam:
- Dual: ã (iguais)- Plural: at (iguais)- Singular N. ãç
V. ã (diferentes);
(2 ) O gen. sing., diferentemente do que se dá na 1§ classe e na 3- de radical em e, i, p, não é similar em forma ao acus. pl., diferentes as desinências:
ov ou ã - gen. sing.ãç - acus. pl.;
(3) Entretanto, nesta 4- classe, diferentemente das três femininas, têm a mesma forma o nom. sing. e o acus. pl., mesma a desinência, ãç/em ambos;
(4) Vê-se, pois, que a similaridade de forma do acus. pl. é com o gen. sing. na 1- e 3- classes (nesta nos radicais em e, i, p apenas), com o nom. sing., porém, na 4-;
(5) São comuns em forma nesta classe, em todos apare-
141
cendo a desinência a , cinco dos casos: gen. sing. alternativo, voc. sing., nom., acus. e voc. dual;
(6 ) Como em todas as declinações, têm no dual a mesma inflexão, de um lado, nom., acus. e voc. (desinência ã), de outro, gen. e dat. (desinência aiv);
3. Observações prosódicas
a. Posição
- Posicionai, continuará o acento na flexão toda na mesma sílaba em que aparece na forma base, nom. sing., exceção feita do gen. pl. dos paroxítonos;
b. Genitivo Plural- Em decorrência da contração das vogais, o acento do gen.
pl., nesta 4-, como na 1-, 2- e 3- classes desta 1§ declinação, estará sempre na última, circunflexo-,
c. Proparoxítonos
- Longo o final da forma base, impossível o acento na antepenúltima, não há substantivos proparoxítonos nesta 4- classe da 1 - declinação;
d. Paroxítonos- Nos paroxítonos de penúltima breve, o acento, que se
manterá nesta sílaba em todas as formas, excetuado o gen. pl., necessariamente perispômeno, terá de ser agudo sempre (não há circunflexo em sílaba breve);
- Nos paroxítonos de penúltima longa, o acento, que apenas no gen. pl. estará na última, forma perispômena, será circunflexo nos dois casos em que a desinência é oa, breve (nom. e voc. pl.), agudo nos demais (porquanto, se a última for longa, não haverá circunflexo na penúltima, inda que longa também);
142
e. Oxítonos- Nesta 4- classe da 1- declinação, os nomes acentuados na
última representam, em geral, em o Novo Testamento, formas de cunho hebraico-aramaico, de tipo contrato, por isso perispômenas em todos os casos, não oxítonas, portanto;
- Estes substantivos especiosos ocorrem normativamente
só no singular;- Exemplos, além dos referidos na seção 10.2, seriam ain-
da:- 3oppaç- (vento) norte (Lc 13.29; Ap 21.13);- Koppavas - cofre de ofertas (Mt 27.6);- fxafjuovãç — riquezas (Mt 6.24; Lc 16.9,11,13);
f. Aplicação- Aplica-se este quadro de desinências à flexão dos nomes
desta classe, isto é, substantivos masculinos da 1ã declinação, cujo nom. sing. termina em ãç, gen. sing. em ov ou ã, radical normativamente finalizado em e, i, p, embora o possa ser por outras letras em elevado número de formas importadas.
10.5 - Flexão- Flexiona-se qualquer palavra desta classe com determinar-
se-lhe o tema (parte do vocábulo a preceder à desinência ov ou ã do gen. sing.) e aduzirem-se-lhe as desinências típicas dos diversos casos, nos termos da tabela da classe.
10.6 - Paradigmas
1 . veavíãç, veavtov, o - moço (paroxítona de penúltima breve, radical em i)
a. Estrutura- Estruturam as inflexões deste paradigma o tema veaví,
143
invariável, o mesmo em todas as formas, e as desinências regulares da 4- classe;
- O tema é finalizado pela vogal le o gen. sing. tem a desinência típica ou, não ã, que é própria dos radicais não em e ou i;
- A vogal a aparece em todos os finais, menos os genitivos sing. e pl., longa no sing., nom., acus. e voc. dual e acus. pl.;
- As desinências no dual e no plural são as mesmas aplicadas a todos os paradigmas até aqui registrados;
- A vogal a é, a rigor, porção do radical, temática. Entretanto, bem mais prático é tomá-la como desinencial;
b. Flexão
SINGULAR
N.G.D.A.V.
N.G.D.A.V.
N.G.D.A.V.
Temaveavtveaví,veavtveavtveav i
DUALTemaveavtveavi?
■òveavtveavtveaví
veavtveaví,veaví
Des.ã<;ou
%avã
Des.ãatvatvãã
PLURAL Tema Des.veavt atveavt tov
atçãçat
■moço■ de moço■ para moço ■moço■ ó moço
■ moços (dois)■ de moços (dois) ■para moços (dois)■ moços (dois)■ ó moços (dois)
■moços■ de moços■ para moços ■moços■ómoços
144
c. Acentuação- Paroxítona de base, posicionai o acento, conserva-se na
penúltima em todas as formas, exceção feita do gen. pl.;- Penúltima breve, que, por isso, não pode ter circunflexo, o
acento lhe é, pois, agudo;- O gen. pl., como em todas as flexões desta declinação, é
perispômeno, acentuado com circunflexo na última;- Tem, assim, este paradigma o circunflexo no gen. pl.,
o agudo nos demais casos;- Se a penúltima fosse longa, o circunflexo, em vez do agu
do, ocorreria nessa sílaba do nom. e voc. pl., cuja desinência, a i, é prosodicamente breve;
d .Aplicaçãoví -
- Como veaviãç flexionam-se os demais nomes paroxítonos de penúltima breve desta classe da 1§ declinação, bastando apenas substituir-se o radical veavi pelo equivalente da forma a declinar-se. Acentuação e desinências são as mesmas em todos, apenas o gen. sing., nos radicais não em e ou i, podendo ter ã em vez de ov como desinência;
- Palavras de penúltima longa terão o circunflexo nas formas do nom. e voc. pl.;
- As acentuadas na última seguirão a prosódia específica, oxítonas ou perispômenas, conforme o caso ou formação;
e. Comparação- No tocante às desinências, é a flexão de veavíãç:- paralela à dos paradigmas da 1 - classe (i ixepã, potai—
Xeiã , 7 evea, |xvá) em todos os casos, menos dois: nom, e gen. sing.;
- diferente dos paradigmas da 2 - classe ((rydnrn, elprj— vt], (pwvT], oruKrj) em todo o singular;
- paralela ao paradigma dos radicais em e, i, p da 3- classe
145
(àX^Oeiá), exceto quanto ao final de nom. e gen. sing. e quantidade das desinências do acus. e voc. sing., breves na 3§, longas na 4-;
- No que respeita à acentuação, a prosódia de veavíáç é idêntica à dos paroxítonos de penúltima breve da 1 - classe (rifxépã), da 2- ^ a ir r } ) e 3- (8o'£à);
2 . fjia|juüva<;, |xa|xwvâ, Ó - riqueza (perispômena, de tipo contrato, radical não em e, i, p)
a. Estrutura
- Como nos demais paradigmas declinados, constituem-se estas inflexões do tema ou radical, nesta flexão |xa(xcov (alguns editores preferem |jia|x|xcóv, duplicado o segundo |x), invariável, em todos os casos o mesmo, e das desinências, neste paradigma as típicas desta 4- classe da 1- declinação, as mesmas de veavtãç (exceto o gen. sing.);
- O radical |xa|juov não termina em e ou i, a forma é de base aramaica, tipo contrato, o gen. sing. finalizado em ã ao invés de ou;
- A vogal ã ocorre em todos os finais, excetuado o gen. pl. em que foi absorvida na contração primitiva, longa em todas as terminações, mesmo ditongais;
- No dual e no plural são as desinências as mesmas aplicadas a todos os paradigmas das classes até aqui flexionados;
- A vogal a é, de fato, parte do tema, tomada, porém, como desinencial por simples conveniência prática;
b. Flexão
SINGULARTema Des.
N. (xa(xo)vA
aç - riquezaG. fJLOt|JXúV a - de riquezaD. |XGt|X(OV
A
aV
- para riquezaA. fJLCtfXGH» av - riquezaV. |jia|XG)v
A
a - ó riqueza
146
DUAL
Tema Des.N. fJUXfJLÍúV ã - riquezas (duas)G. |XOtfACDV a iv - de riquezas (duas)D. (xafxcov a iv - para riquezas (duas)A. |XOt|XG)V ã - riquezas (duas)V. fJUX|Xü)V ã - ó riquezas (duas)
PLURALTema Des.
N. IxafJUDvA
ca - riquezasG. fxafxtov ü)V - de riquezas
D. (xafjicovA
a içA
- para riquezasA. |xa|xo)v ãç - riquezas
V. |xa|xcovA
a t - ó riquezas
c. Acentuação- Palavra de acento na última, posicionai que é, nesta sílaba
permanece em todas as formas;- Normativamente, seriam perispômenas as inflexões ge
nitivas e dativas, oxítonas as demais;- Tratando-se de vocábulo de cunho aramaico, em moldes
contratos, o circunflexo ocorre em todos os casos, perispômenas, portanto, as inflexões todas;
- Nos moldes dos contratos, em geral, poder-se-ia admitiro acento agudo em vez do circunflexo nas formas do nom., acus. e voc. do dual: jxafxcovã, pois, ao invés de fxa|xcovã;
d. Aplicação- Declinam-se como este paradigma os substantivos desta
4- classe da 1- declinação de radical não em e ou i, cujo gen. sing. se finaliza em ã, ao invés de em ou, acentuados na última;
- Desinenciação e prosódia são as mesmas em todos, re-
147
querendo-se, pois, para flexioná-las apenas substituir-se o radical fjiaixcav pelo equivalente da palavra a declinar-se, preservadas as desinências e a acentuação deste paradigma;
e. Comparação- A flexão de ixaixwvãç se distingue da declinação de vea—
víãç em três aspectos:
1 . Radical diferente;
2 . Desinência do gen. sing. (ov em veavíãç, ã em ixaixco—vas); e
3. Acentuação (veavias paroxítono, de penúltima breve; |xa|xíovãç perispômeno, última tipo contrato);
- A flexão de jjuxfjuovãç é paralela à dos paradigmas da 1- classe (rjfxépã, fJacriXeíã, ^eveã, |xvã), exceto no tocante à desi- nenciação do nom. e gen. sing. e à acentuação, que, todavia, é a mesma de |xva;
- A flexão de |jia|X (ovã<; difere dos paradigmas da 2- classe (crycnrri, dp-r^v-rj, cpwvirí, o u k t | ) na desinenciação do singular, nestes à base da vogal -rj, naquele da vogal a , bem como na acentuação geral, menos em relação a auicíj, porquanto é em ambos idêntica a prosódia de todas as formas, perispômenas nas duas flexões;
- A flexão de |jux|X(Dvãç, que é paralela aos paradigmas da 1 - e 2 - classes nó que respeita à quantidade das desinências, excetuados nom. e voc. pl., difere dos paradigmas da 39 classe, não somente quanto aos finais de nom. e gen. sing. mas ainda em que são longas as terminações de nom., acus. e voc. sing. e nom. e voc. pl. em ixafxcovãç, breves nas flexões da 3- (aX^eu^ e ôó£á). Diversa lhes é também, em natureza e posição, a acentuação geral.
148
11. QUINTA CLASSE
1 1 .1 - Característica- Caracteriza-se a 5- classe de nomes da 1- declinação pelos
seguintes elementos:
(1 ) Radical, como na 2 - classe, finalizado por letras outras que
e, i, p;
(2) Desinências, como na 2- classe, embasadas na vogal ^ em todo o singular, exceção feita do gen., forma divergente;
(3) Adição, como na 4- classe, de ç à vogal terminal do nom. sing., forma base, de sorte que é esse ç elemento distintivo dos masculinos da 1 - declinação, em contraste com os femininos, a que falece nos paradigmas nas três classes;
(4) Desinência ou no gen. sing. oriunda da 2- declinação, a substituir a regular para obviar confusão com o nom. sing., a mesma da 4- classe. Vê-se, pois, que esta desinência, comum às duas classes de masculinos, é elemento distintivo deste gênero de substantivos em contraposição aos femininos desta declinação;
(5) Dual e plural a exibirem as mesmas desinências assinaladas para as quatro classes anteriores, portanto, as mesmas, sem exceção, em toda palavra desta declinação primeira;
- Há, como se viu na consideração de matéria da secção precedente, significativa cifra de nomes de radical não em e, i, p que se deveriam enquadrar nesta classe e, todavia, se flexionam em termos da 4-. Por outro lado, formas há de radical em e, i, p que se tomam como integrantes desta, não da 4- classe.
149
11.2 - Nomes abrangidos- Enquadram-se, normativamente, nesta 5- classe da 1§ decli
nação substantivos masculinos, cujo nom. sing. termina em e o gen. sing. em ou;
- Graficamente, N .S.-iqçG.S. - ou
1 1 .3 - Distinção
- Em matéria de flexão, lavra entre esta 5§ classe e a 2- a mesma afinidade ou paralelo que se assinalou entre a 4 - e a 1 - , as mesmas desinências nos casos correspondentes, exceção feita de nom. e gen. sing. (e, em certas formas da 5- classe, no voc. sing.);
- Correspondem, pois, flexionalmente, os substantivos masculinos da 4- classe aos femininos da 1- e os masculinos da 5- aos femininos da 2-, todos temas longos;
- Não há, portanto, ao contrário dos femininos, substantivos masculinos de tema breve, divergindo, assim, esta 5 - classe, masculinos, da 3-, femininos, em todo o singular, no tocante à natureza e quantidade da vogal da desinência, excetuadas certas formas do dativo (radicais não em e, i, p) ou do vocativo (a aparece como desinência de certos nomes da 5-);
- Vê-se, destarte, que na 1§ e 4- classes se enquadram, normativamente, formas de radical em e, i, p, na 2 - e 5 - palavras de tema em outras que não essas letras, naquelas prevalescendo, no singular, a vogal a, nestas a vogal -q;
- Diferem a 4- e 5- classes, em matéria de flexão, não apenas quanto aos radicais, próprios de cada forma, e quanto às terminais temáticas (na 4- e, i, p; na 59 outras letras), mas ainda quanto às desinências do singular (na 4- com a, na 5- com iq), excetuado o gen. sing. em ou, comum a ambas as classes;
- No dual e no plural, são as desinências sempre as mesmas em todas estas classes, sem exceção;
- Logo, as variações desinenciais se limitam ao singular, apenas.
150
11.4 - Desinências
1 . Tabela- O quadro geral de desinências da 5- classe da 1s declinação
é:SINGULAR DUAL PLURAL
N. T)Ç d a iG. ov atv tovD. cav ai<5A. -qv d dçV. -r] ou d d ca
2 . Observações morfológicas
a. Dual e Plural- As desinências do dual e do plural são, nesta 5- classe, as
mesmas aplicadas às demais classes, logo, as mesmas em todas as formas da 1 - declinação;
b. Quantidade- Como na 1-, 2- e 4- classes, são bngas todas estas desi
nências, menos a alternativa do voc. sing. (d) e as terminais de nom. e voc. pl. (ca);
c. Similaridade
(1) A inflexão vocativa é no dual e no plural idêntica em forma à nominativa paralela, similaridade que se verifica não só em todas estas classes da 1- declinação, mas ainda na 2- e 3? declinações, igualmente;
(2) A inflexão do vocativo singular é, nas três classes femininas, sempre igual em forma à do nominativo singular, fato que
151
se não registra nem na 4-, nem na 5-. Logo, têm sempre nom. e voc. a mesma forma nos femininos desta 1- declinação, não, porém, nos masculinos;
(3) Têm a mesma forma do acus. pl., em todos a desinência ã<5, o gen. sing. da 1- classe, o gen. sing. da 3- de radical eme, i, p, e o nom. sing. da A-. Isto não se registra na 5-, diferentes asdesinências desses casos, como, também, na 2- e na 3- de radical não em e, i, p;
(4) Como na 4- classe, a forma base, nom. sing., tem o mesmo final do gen. sing. da flexão feminina paralela, isto é:
- N.S. da 4- = G.S. da "\ - - desinência ãç;- N.S. da 5- = G.S. da 2- - desinência
(5) O gen. sing. coincide desinencialmente na 5- e grande parcela da 4-, ov em ambas a terminação;
(6 ) O dat. sing. tem em todas estas classes o iota subscrito, característico marcante deste caso da 1- declinação, aliás, também da 2 -;
(7) O acus. sing. tem sempre a nasal v como terminal, característico deste caso nesta, assim como na 2 - e, parcialmente, na 3- declinações;
(8 ) A desinência ^ do voc. sing. desta 5§ classe é similar à do nom. e voc. sing. da 2 -, e alternativa á é a mesma deste caso na 3- classe;
(9) Quatro dos casos têm a vogal a como desinência; voc. sing., nom., acus. e voc. dual, breve, porém, naquele, longa nestes;
152
(1 0 ) O nom. sing. dos masculinos tem o mesmo final (ãç, T)ç) do gen. sing. dos femininos;
(11) No dual, nesta classe, como nas demais, têm a mesma desinência, de um lado, nom., acus. e voc. (ã), de outro, gen. e dat. (aiv);
3. Observações prosódicas
a. Posição- Posicionai, o acento se mantém na flexão toda na mesma
sílaba em que se acha na forma base, nom. sing., exceto nos paro- xítonos, em que o terá recuado para a última no gen. pl., nesta, assim como nas demais classes desta 1 - declinação;
b. Genitivo Plural- Forma contrata, o acento originalmente no a da penúlti
ma ou no w.da última, reduzidas as duas sílabas a uma só, estará sempre na resultante, final, perispômena, circunflexo o acento;
c. Proparoxítonos- Como na 1 -, 2 - e 4- classes, longa a última da forma no
minativa singular, não há substantivos acentuáveis na antepenúltima, isto é, proparoxítonos, nesta 5- classe da 1? declinação;
d. Paroxítonos- Nos paroxítonos de penúltima breve, o acento, que só no
gen. pl. se desloca, inflexão por isso perispômena, será sempre agudo, já que o circunflexo só em longa pode aparecer;
- Nos paroxítonos de penúltima longa, o agudo ocorrerá em todas as inflexões de desinência longa (circunstância em que não poderá haver circunflexo na penúltima), todavia, nas formas de voc. sing. em & e nas inflexões do nom. e voc. pl., casos estes em que a desinência é breve, o acento será circunflexo, properispômenas, portanto;
153
- Acentuados na última em todas as formas, os substantivos oxítonos de base, como na 1§, 2- e 3- classes, terão nesta 5-,o circunflexo, perispômenas, no gen. e dat. dos três números, o agudo, oxítonas, nos demais casos, mesmo que longos no final;
- Os substantivos de cdnho hebraico-aramaico, de tipo contrato, radicais não em e, i, p, que representariam os perispômenos desta classe, enquadram-se, como vimos, na 4-, preferencialmente;
e. Oxítonos
4. Aplicação
- Aplica-se este quadro de desinências à flexão dos nomes todos desta 5- classe da 1- declinação, substantivos masculinos de nom. sing. terminado em T|<5 e gen. sing. finalizado em ou, radical em letras outras que e, i, p;
11.5 - Flexão
- Flexiona-se qualquer forma desta classe com determinar- se-lhe o tema (parte que precede à terminação ou no gen. sing.) e aduzirem-se-lhe as desinências constantes do quadro específico, segundo os diversos casos;
- No voc. sing. a desinência t] é a normativa do caso, em geral. Entretanto, a alternativa Ót é de rigor nas seguintes formas:
1 . Substantivos de nom. sing. terminado pela sílaba Trjç (t a preceder à desinência);
2 . Substantivos patronímicos, isto é, expressivos de nacionalidade, etnia, relações genealógicas ou designações locativas e topográficas;
3. Nomes finalizados pela sílaba tt^s, compostos de coi}; -olho,face.
Ex. kwcótttiç, ou, ó - descarado, cínico.Voc. sing.: Kuiwrrá (não kuvcottti);
4. Compostos de temas verbais, tais ixeTpéw - medir, 'iroXeco -
154
vender e Tpí(3co - exercitar:Exs. a. 'Y€(0 }jieTpT]ç, ov, ó - medidor de terra:
Voc. sing.: "yewixlTpa (não 7 €co[xeTpTi);b. PtpX.LOTTíóXri*;, ou, o - vendedor de livros:
Voc. sing.: 0ipXiOTra)Xã (não PlPXiottwX.t]);c. TraiôoTpiP^ç, ou, o j treinador de crianças:
Voc. sing.: TTcaôoTpt(3ã (não TraiôoTpiPT]);- Destas formas de voc. sing. em ã não poucos substantivos
há em o Novo Testamento de nom. sing. terminado em tt^ç. Um só exemplo há de patronímico, a saber: SkúO^ç, ou, Ó - cita, que ocorre em Cl 3.11, todavia, não na inflexão vocativa. Dos demais tipos, não há representantes nos escritos néo-testamentários.
11 .6 - Paradigmas
1 . tcÁ-cov^s, tcXcovou, o - coletor de impostos (paroxítono de penúltima lònga, final não em tt^s, não patronímico)
a. Estrutura- Como nos demais paradigmas, constam as formas desta
flexão de tema, reXcov, inalterado, sempre o mesmo, e de desinências, típicas da tabela desta 5- classe da 1§ declinação;
- O radical não termina em e, t, p, letras próprias do final do tema da 1 - e 4? classes;
- O gen. sing., como na 4- classe, tem a desinência ou, característica dos masculinos em contraposição aos femininos, em que seria ãs (1§ classe e 3- de radical em e, i, p) ou (2- classe ou 3- de radical não em e, i, p);
- O dat. sing. tem o iota subscrito, distintivo deste caso na1 - e 2 - declinações;
- O acus. sing. tem a desinência v, característica da inflexão nas declinações todas, embora na 3§ não apareça em todas as fle
xões;- No voc. sing. ocorre a desinência T|, não ã, por tratar-se
155
de vocábulo não patronímico, nem terminado por na forma base, nom. sing.;
- A vogal como na 2- classe, caracteriza as desinências todas do singular, menos a do gen., ov, divergente, importada;
- Dual e plural exibem as mesmas desinências de todas as flexões e paradigmas já estudados;
- As vogais -rj, no singular, e a , no dual e no plural, tomadas como parte da desinência, na realidade são temáticas. De conveniência prática é, entretanto, havê-las por desinenciais;
b . Flexão
N.G.D.A.V.
SINGULARTemaTeXcóv
TeXcóv
TeXcóv
TeXcóv
TeXcóv
Des.r\s01)
- coletor- de coletor- para coletor- coletor- ó coletor
N.G.D.A.V.
N.G.D.A.V.
DUAL Tema Des.TeXcov ã
TeXcov c a v
TeXcov a i v
TeXcóv ã
TeXcóv ã
PLURAL Tema Des.T e X w v a i
TeXcov cov
TeXcóv a i ç
TeXcóv ã ç
TeXcov a t
• coletores (dois)■ de coletores (dois)■ para coletores (dois)■ coletores (dois)■ ó coletores (dois)
■ coletores■ de coletores■ para coletores■ coletores■ ó coletores
156
c. Acentuação- Paroxítona, posicionai o acento, na penúltima permane
cerá em toda a flexão, menos no gen. pl., contrato, por isso, peris- pômeno;
- Longa a penúltima, tem o circunflexo nos casos em que a
desinência é breve (nom. e voc. pl., final at), o agudo nos demais casos, porquanto a última é longa, também;
- Fosse breve a penúltima, seria agudo o acento de todas as inflexões, excetuado o gen. pl., que em toda forma da 1 - declinação
recebe circunflexo na última, perispômeno;
d. Aplicação- Nos moldes deste paradigma se declinam os demais
substantivos paroxítonos de penúltima longa, não patronímicos, nem de nom. sing. finalizado por tt]ç, desta 5§ classe da 1 - declinação, que ocorrem em o Novo Testamento, bastando simplesmente substituir-se o radical TeXcov pelo equivalente do vocábulo a flexio
nar-se. Desinências e acento serão os mesmos;- Paroxítonos de penúltima breve e oxítonos exigirão rea
juste prosódico, patronímicos e formas de nom. sing. em tt s so
frem substituição da desinência t] por &;
e. Comparação- Quanto à desinenciação, a flexão de Te\ohnr|s é:
& Z) f- paralela à dos paradigmas da 2 - classe (cr/otTnri, eipr^—
vt), cpoovT], oukt|) em todas as inflexões, menos nom. e gen. sing.;- diferente dos paradigmas da 1 - classe (Tj|jiepã, PaCTiXeiã,
yevea, jxvã) em todo o singular;- paralela ao paradigma dos nomes de radical não em
e, i, p da 3- classe (8o£á), excetuados nom., acus. e voc. sing.;- diferente do paradigma dos substantivos de tema em e, i,
p da 3- classe (aX.T|0eiá) e dos da 4- (veavuxç, (xajxtovctç) em todoo singular, salvo no gen., em nomes de 4- classe em que a desinência é cru, não ã;
157
- Quanto à acentuação, a prosódia de TeX.(óvT]ç é toda paralela à dos paradigmas paroxítonos de penúltima longa: PacriXelá (1 - classe) e eíprjvTn <2§ classe);
2 . fxaeiqTTiç, (xaOriTov, ó - discípulo (oxítono de nom. sinq. emr r \ < s )
a. Estrutura
- Como em todos os paradigmas flexionados, dois elementos estruturam estas inflexões: o tema ou radical, (xaG-r T, sempre o mesmo em todas as formas, e as desinências, segundo a tabela desta 5- classe, próprias dos substantivos de nom. sing. finalizado em ttiç;
- Não termina o radical em e, t, p, letras que assinalam os temas da 4- classe em distinção desta (ou a 1- em contraposição à 2 a- ) ;
- O nom. sing. tem o <; final e o gen. sing. a desinência ov, ambos elementos distintivos dos masculinos em contraste com os femininos desta declinação, que têm o nom. sing. terminado pela
vogal apenas (ã, T), á) e o gen. sing. finalizado como o nom. sing. masculino (ãç,ir]<;);
- O dat. sing., como em todos os paradigmas desta e da 2 - declinação, tem iota subscrito;
- O acus. sing. termina pela nasal v, característico deste caso na 1- e 2- declinações e em vasta cifra da 3§;
- No voc. sing., ao contrário do que se viu na flexão de TeXcóvTiç, a desinência é á (como na 3-), porquanto o nom. sing. neste paradigma termina pela sílaba
- A vogal t], que caracteriza esta classe, como também a 2 -
no singular, nesta flexão se mostra apenas em três casos: nom., dat. e acus.;
- No dual e no plural as desinências são as mesmas dos demais paradigmas estudados, as mesmas sempre em toda forma desta 1 - declinação;
158
- As vogais r\ e a dadas como desinenciais, são, de fato, parte do tema. Todavia, simplifica-se a matéria em tomando-as como elemento da desinência;
b. Flexão
SINGULARTema Des.
N. (xaGiqT - discípuloG. IxaGnrçT oí) - de discípuloD. xaO-r T
ATJ - para discípulo
A. |Xa0TlT Yjv - discípuloV. |XCt0T)T
K)a - ó discípulo
DUALTema Des.
N. |Xa0T]T/a - discípulos (dois)
G. |Jia0T)T a iv - de discípulos (dois)D. 1X0107] T a iv - para discípulos (dois)A. |Xa0TlT a - discípulos (dois)V. IxaG^T á - ó discípulos (dois)
PLURALTema Des.
N. |Xa0T|T a í - discípulosG. fXa0T|T w v - de discípulosD. (xaOiriT a iç - para discípulosA. )Xa0T|T ãs - discípulosV. |Xa0T|T a í - ó discípulos
c. Acentuação- Substantivo de base oxítona, posicionai o acento,
têm--se ele na última em todas as formas;
- Serão perispômenos o gen. e o dat. em todos os núrr
159
oxítonos os demais casos, inda quando longa a desinência, acentuação característica de todos os oxítonos, menos os de cunho contrato, em todas as classes desta declinação e também na 2 -;
d. Aplicação
- A base da flexão de |xa(hyrri<; se declinam todos os nomes oxítonos desta classe em o Novo Testamento, desde que pa- tronímicos ou terminados em tti<5 na forma do nom. sing., fazendo-se de mister apenas substituir-se o radical fxaOiqT pelo correspondente da palavra a declinar-se. Desinências e acentuação serão sempre as mesmas deste paradigma;
e. Comparação
- Em matéria de desinenciação, a flexão de |jux(hynrv; é:- paralela à de TeXomjç em todas as inflexões, excetuada a
do voc. sing. apenas;- paralela à dos paradigmas da 2 - classe (ôrycnrri, eip-q—
vtj, çcúWj, owrç), menos em três casos (nom., acus. e voc. sing.);- diferente dos paradigmas da 1 - classe (f|(xépã, PacriXeíã,
7 €veã, |xvã) em todas as formas do singular, embora a vogal seja a mesma, todavia, de quantidade diversa no voc. sing. (ã na 1 -, à nesta flexão da 5ã);
- paralela ao paradigma dos nomes de radical não em fe, í, p da 3- classe (8ó£á), menos dois casos: nom. e gen. sing.;
- diferente do paradigma dos nomes de radical em e, t, p da 3- classe (aXriGeiá), em todo o singular, menos na inflexão do vocativo (a mesma desinência, a, em ambos);
- diferente dos paradigmas da 4- classe (veotvuxç, |x<xjxco— vãç) em todas as inflexões do singular, exceto que o gen. tem a mesma desinência em ambos (ou) e no voc. a terminal, embora a mesma, difere em quantidade (longa em veavláç, breve em
(xaOTiTíís);- Em referência à acentuação, observe-se que é em
|xaOT|TTÍ<; a mesma dos paradigmas oxítonos flexionados da 1 -
160
classe iyeveã) e da 2 - (cpíovr)), bem como dos contratos, perispô- menos (|xvã, ouktí e ixajxcovãs) nas inflexões do gen. e dat. nos três números.
12. SINOPSE TABELAR
- A sinopse geral das desinências da 19 declinação, em função das diversas classes, é:
SINGULARFEMININOS MASCULINOS1S 2a- 3a- 4- 5?
N. ã T\Va ã s ^S
G. ã s Tl<5 ãS OU T)<5 ou ou ã OUD. <£ ■D a ou ti*• c %A. av T]V àv av T|PV. ã Tl à a TJ OU à
DUALFEMININOS MASCULINOS-|S 2a- 3a- 4- 5?
N. ã ã ã à ãG. aiv aiv aiv aiv aivD. aiv aiv aiv aiv aivA. ã ã ã St ãV. ã Õl a ã ã
PLURALFEMININOS MASCULINOS19 2 - 3a- 4- 5?
N. a i a i a i a i a iG.
/\cov COV (OV cov A.covD. a is a is a is a is a isA. ã s ã s á s ã s ã sV. a i a i a i a i a i
161
13. TIPOS CARACTERÍSTICOS
13.1 - Especificação- Terminações há próprias a expressarem determinado senti
do ou particular significado, constituindo-se, destarte, em elementos característicos de grupos, conjuntos ou modalidades de palavras que, tendo o mesmo final, exprimem um mesmo tipo de ação ou estado;
13.2 - Enumeração- Terminais dessa natureza e sua acepção específica, relevan
tes à 1§ declinação e suas classes, dignos de menção seriam:
1. indicativos de QUALIDADE ou ESTADO
a. Sufixo iã (paroxítono):- Nomes femininos da 1- classe, paroxítonos;- Exs. - TTapp^CTtã - ousadia (I Jo 5.14);
- aocpíã - sabedoria (Tg 3.15);- CTcoTTnpiá - salvação (Ap 7.10);
b. Sufixos e iá e oiá (átonos):- Substantivos femininos da 3- classe, proparoxítonos, deri
vados de temas adjetivos de nom. sing. em (forma alongada do original eç) ou ooç;
- Exs. - áaOeveiá - enfermidade (Jo 11.4), derivado da forma adjetiva aoOevríç (por àaôeveç);
- ewoiá - boa-vontade (Ef 6.7), derivado da forma adjetiva ewooç;
c. Sufixo orw-T} (paroxítono):- Formas femininas da 2 - classe, paroxítonas, derivadas
mais freqüentemente de adjetivos consonantais de tema finalizado
162
em ov, em menor escala oriundos de adjetivos de cunho vocálico, precedido, geralmente, o sufixo cru vir} da vogal de ligação o ou co;
- Exs. - CTcocppocruvT| - moderação (I Tm 2.9), derivado do tema de trcocppcov, ov - moderado, prudente, adjetivo consonantal, o a preceder ao sufixo terminal cruvri;
- ôiKaiocnjvT) - justiça, retidão (II Pe 3.13), derivado do adjetivo ôÍKaioç, ã, ov - justo - , vocálico, o a anteceder ao final oruin];
2. Indicativo de resultado de ação- O sufixo euã (paroxítono)- Vocábulos femininos da 1§ classe, paroxítonos, derivados de
temas verbais em eu;- Exs. - pacriXeíã- reino (Ap 11.15), derivado do tema verbal
(âacriXev, de (âacriXeuco- ser rei;- irpocpTyreíã - profecia (II Pe 1.20), derivado de -irpo—
qnjTeu, tema verbal, de TTpcxpTiTeixo-profetizar;
3. Indicativos de agente
a. Sufixo tt|ç
- Palavras masculinas da 5§ classe, derivadas de temas verbais ou de substantivos mais simples;
- Exs. - fxaOiqTrfç - discípulo (Mt 10.24), derivado da raiz jxa0 do verbo (xavGávco - aprender;
- TrpoípT|TT|ç - profeta (Tt 1.12), derivado da raiz <pá, do verbo cpiifjw - dizer - , precedida da preposição TTpò - antes de, em lugar de;
- (TTpQLTuott)ç - soldado (II Tm 2.3), derivado do substantivo arpaTui - expedição militar, exército;
b. Sufixo taaá- Substantivos femininos da 3- classe, proparoxítonos, em
163
geral, oriundos de temas de masculinos correspondentes. É este sufixo forma ulterior da desinência iç, típica de femininos da 3- declinação;
- Ex. pao-iX-icro-à - rainha (Lc 11.31), forma proveniente do tema do masculino PaatXevç, fSaoxXécdç, ó - rei;
4. Próprio de diminutivo- O SUfixO ICTKT]
- Substantivos femininos da 2- classe de teor diminutivo, afins
a masculinos paralelos, oriundos do tema de matriz regular, mercê de sufixação característica, utkoç, para o nom. sing. masc., uctkt] para o nom. sing. fem.;
- Ex. ttouôÍctkti - moçoiia (Lc 22.56), feminino de TraiSícTKOç, diminutivo masculino que não ocorre através do Novo Testamento, formas procedentes do tema -rraiô, de W iç , 'nrnôóç, ò - rapaz, me
diante a adição do sufixo lctkoç, masculino, kxkt], feminino.
14. ARTIGO INDEFINIDO
14.1 - Formas- Não há no grego formas explícitas de artigo indefinido, em
bora as haja de artigo definido;- Pode-se, por vezes, usar o numeral elç (masc.), |xía (fem.),
ev (neutro) - um, uma, em simples função de artigo indefinido, por vezes o pronome indefinido t iç , t i - algum, algVma, algo, alguém, em igual função.
14.2 - Tradução- Se determina a qualquer vocábulo forma explícita do artigo
definido, segue-se que a tradução lhe deve ser em moldes definidos, explícita essa modalidade articular;
- Se, por outro lado, não houver forma articular expressa, pressupõe-se que se deve traduzir a palavra como indefinida, su-
prindo-se-lhe esse artigo na tradução;
164
- Entretanto, a ausência do artigo pode implicar não apenas em que a forma é indefinida-, poder-se-á tratar de palavra anartra, isto é, destituída de qualquer articulação ou definitude;
- Logo, em não havendo artigo, a opção é alternativa, ora indefinida, ora anartra, do contexto deduzindo-se, geralmente, qual a de preferir-se.
14.3 - Exemplos
- Em Fl 1.9 ocorre a frase iq a-ycnrri, o substantivo precedido da forma articular explícita. Traduz-se definidamente: o amor.
- Em Judas, no versículo 2 , o substantivo aparece inarticula- do, à"ycnrri, não r| orycnrri. Transparece do contexto que a tradução conveniente é a anartra, daí, amor (não o amor, nem um amor)-,
- Entretanto, em Jo 15.13, o termo, que está sem artigo, embora bem lhe fique a tradução anartra, pode-se tomar como indefinido, logo, um amor, suprido o artigo implicitado.
14.4 - Extrapolação- Não há exata correspondência articular entre o grego e o
português. Quer isto dizer que há formas articyladas em grego que no português não têm artigo, enquanto outras que no grego são inarticuladas requerem o artigo em português;
- Os nomes próprios, em grego, podem vir regidos de artigo, mormente quando primeiro se mencionam na frase, embora o mais das vezes tenham de traduzir-se em forma anartra;
- Por outro lado, copiosa cifra há de locuções, expressões e cláusulas gregas desprovidas de artigo cuja tradução requer explícita definitude. E o caso, especialmente, de cláusulas temporais e instrumentais, de locuções estereotipadas, de termos abstratos ou genéricos, de formas personificadas, em geral;
- Exemplo de nome próprio anartro no português, contudo, comumente articulado em grego, têmo-lo no termo 0 eó<; - Deus (Cl 1.27), em seu uso em o Novo Testamento. Verdade é que a presença do artigo, geralmente, realça a unicidade, o senhorio ex-
165
clusivo, a soberania própria do Deus verdadeiro em contraposição aos assim chamados e que tais não são, afinal. Aliás, esta característica se observa já no texto hebraico do Antigo Testamento em relação ao nome , designativo geral de Deus;
- Típica expressão de cláusula temporal anartra no grego, definida em português, vê-se na frase ev apxT) com que se inicia o IV Evangelho, por isso traduzida como no princípio, no começo, não em princípio, em começo (anartra), ou em um princípio, em um começo (indefinida).
15. ESTUDO
15.1 - Aspectos
- 0 proficiente aprendizado desta matéria, fascinante e sedutora que o pode ser, requer especial atenção aos seguintes elementos:
1. Leitura2 . Flexões3. Construções4. Vocabulário
15.2 - Leitura
- Deve o estudioso ler cuidadosamente cada vocábulo, ou frase, ou cláusula, ou sentença, pronunciando-os com exatidão e acentuando-os devidamente. Nada há que impressão mais desfavorável cause que a prolação claudicante ou incerta, ponteada de senões léxicos e prosódicos, sempre tomada como sinal de conhecimento precário.
15.3 - Flexões- A medida que avança no estudo desta matéria, mais avolu
mada se fará ao estudante a caudal de flexões. Entretanto, enquadram-se, com ligeiras exceções, nas linhas dos paradigmas correspondentes, que cumpre sempre ter presentes ao espírito;
166
- 0 ideal é, para cada forma, conhecer-se-lhe com segurança a flexão inteira, inflexão por inflexão, e seu sentido;
- Tradução precisa, exata, fiel, só será possível mediante o perfeito conhecimento das formas e seus casos específicos. Logo, fazer-se a flexão de cada palavra que se encontre nos exercícios ou nos textos é labor que muito compensará.
15.4 - Construções
- O grego é uma língua extraordinariamente flexível e versátil. A estrutura sintática, a um tempo, de soberba profusão e admirável comedimento, de peregrina comunicatividade e invejável sobriedade, não oferece vultosa soma de construções especiosas. Na grande
maioria dos casos, não destoa do português em formas de expressão e cunho sintático;
- Idiotismos, particularidades sintáticas, maneiras peculiares de expressão merecem especial consideração, devendo o estudante anotá-los sistematicamente, conhecê-los bem, jamais olvidá-los.
15.5 - Vocabulário
- A aquisição de razoável e pronto vocabulário é necessidade imperativa. Nada há que mais facilite o labor tradutorial, mais auxilie o estudioso na espinhosa tarefa de penetrar os arcanos do linguajar helênico, mais proficiência e confiança lhe confira na delicada arte de fruir o sentido dos textos que o domínio de conveniente vocabulário;
- Recomenda-se, com insistência, procure o estudioso memorizar o maior número possível de termos a seu alcance. Escolha a técnica ou processo que mais se lhe ajuste à disposição e proclivi- dades. Não há investimento que, a longo prazo, lhe haja de ser mais rentável.
16. VOCABULÁRIO
1 . àyãTW), t|ç, rj - amor, afeto, estima, afeição, repasto sagrado.
167
2. ãX/rjOeiã, ã s , rj - verdade, veracidade, integridade.3. ajxapTiã, ã s , tf - pecado, erro, desvio.4. àpxt), ris, Tj - começo, princípio, governo, domínio, autoridade,
província.5. aCTTpcnrrj, t|s , rj - relâmpago, fulgor, resplendor, cintilação.6. PacriXeiã, ãs , t) - reino, domínio, soberania.I . ppovTT], -rjs, 'fj - trovão, estrondo.8. 7Xcoaaa, ris, r j - língua, dialeto, idioma, linguagem, linguajar.9 .7pa<pT|, Tjs, f| - escrito, escritura, texto.10. ôiã. Preposição:
- seguida de genitivo: - através de, mediante, por meio de, durante-,
- seguida de acusativo: - por causa de, por amor de, em atençãoa, em razão de;
I I . ôicxGtíkti, tis, tj - testamento, pacto, aliança, concerto, tratado, dispensação.
12. SiKaiocruvT], t s, tj -justiça, retidão.13.8o|á, tjs, t| - glória, dignidade, renome, honra, esplendor.14. elpT)VT], tjs, r\ - paz, harmonia, bem-estar, tranqüilidade, sos
sego.15. è£aixnã, ã s , t) - autoridade, direito, poder, influência, domínio.16. em . Preposição:- seguida de genitivo: - sobre, em, acerca de, por sobre;- seguida de dativo: - sobre, em, à base de, junto a, contra,
frente â, por;- seguida de acusativo: - sobre, para, em direção de, além de,
contra, durante, por.17. èpfXT]veíã, ã s , t} - interpretação, explicação, exposição.18. ewéfüeiã, ã s , t piedade, reverência, devoção.19. Çcdt), t]s, tí - vida, existência, vivência, viver, subsistência.20. 'ífj. Artigo definido, nom. sing. fem. - a (o).21. >HXÍãs (ou ^HXeúãs), ou, o - Elias.
22. TjfJiepã, ã s , t\-dia.23 .0ã\oMT(rã, irçs, tí - mar> oceano, pélago.
168
24. Ouafca, aç, r j - sacrifício, oferenda.25. t 8ov. Interjeição. Originalmente, a forma imperativa da 2-
£ / p. sing., na voz média, de eiSov, 2 Ç aoristo do Indicativo de opaco -ver, acentuada t8ov - eis, eis que.
26. Kai- Primariamente, conjunção aditiva ou copulativa, a traduzir-se
por: e;- Aparece através do Novo Testamento em outras acepções e
funções conjuncionais, como sejam:- conjunção adversativa, cabendo-lhe a tradução de: porém,
mas, ao contrário-,- conjunção concessiva, assumindo o sentido de: (e) todavia,
(e) ainda, entretanto, contudo; ou,
- conjunção conclusiva, eqüivalendo a: de fato, em verdade, por certo, realmente, assim que, desta sorte;
- E genuino advérbio, em função intensiva, quando em senten
ças em que não está a ligar frases ou cláusulas paralelas, simples modificador circunstancioso, na acepção de: também, mesmo, até mesmo;
- Quando repetida em sucessão, a introduzir cláusulas paralelas (K a i ... K a i ...), é conjunção correlativa, a traduzir-se por:
- não só ... mas também;- tanto... quanto; ou,- assim ... como.27. Kapôíã, ás, r\ - coração, íntimo, sensibilidade.28. (xeaiTT|ç, ov, ò - mediador, medianeiro, árbitro.29. |XT]Tpa\(óã<; (ou (JLT]TpaXcór|<;)( au, ó - matricida.30. vòv. Advérbio de tempo ou modo: agora, presentemente,
assim, então, deste modo.31. o. Artigo definido, nom. sing. masc. - o (a).32. oiKÍã, ã ç , r| - casa, lar, família, solar, propriedade.33. atôé - Advérbio negativo-restritivo ou conjunção disjunti-
va; composto de ov - não - e 8é - mas = nem, nem mesmo, nem ainda, ainda não.
169
34. uapá . Preposição:
- segui.da de genitivo: - de, da parte de, do lado de, da direçãode;
- seguida de dativo: - ao lado de, junto a, ao longo de, entre, em, próximo a; e
- seguida de acusativo: - para o lado de, em direção a, rumo a, para com, para perto de, contra.
35. 'iraTpoXcoãs (ou iraTpoXmis), au, 6 - parricida.36. 'TrepiTOixrj, fjq, iq - circuncisão.37. 'irpoipTiTeta, <£<;, rj - profecia, vaticínio, pronunciamento.38. 'Trpo<pT)TT]s, cru, d - profeta, vidente, vaticinador, porta-voz.39. (j(0TT|pLã, ã s , t) - salvação, livramento, restauração.40. Tifxnq, rjs , t) - honra, valor, apreço.41.vjTep. Preposição:- seguida de genitivo: - por, em favor de, a respeito de, em lugar
de, por causa de, acerca de;- seguida de acusativo: - sobre, acima de, além de.42. ■utto|xov'ti, f|s , tj - paciência, perseverança, pertinácia, resis
tência.43. qxoW|, t]<5, rj - voz, sonido, som, linguagem, dialeto.44. xctpã, ãç, rj - alegria, júbilo, regozijo.45. vJajxth, t)S, r| - vida, mente, alma, ser, pessoa, indivíduo.
17. REFERÊNCIA- Ao referir-se, em sua forma base, qualquer substantivo, seja
em vocabulários, seja em enunciações caracterizantes, devem-se mencionar em seqüência a inflexão do nom. sing., mais a desinência ou inflexão do gen. sing., mais o artigo paralelo;
- A enunciação desses dois casos básicos (nom. e gen. sing.) é indispensável para determinar-se qual a declinação e classe em que se enquadra a forma e segundo qual paradigma se flexiona. Visto que há desinências similares em diferentes casos e declinações, não se citassem estas duas formas, confusões e enganos resultariam, fatalmente;
170
- A inclusão da inflexão paralela do artigo é de mister para
explicitar-se o gênero do substantivo de forma segura e definida, já que nem sempre se pode estabelecer à base do simples enunciado dos casos básicos;
- Aconselha-se, pois, memorize o estudioso toda forma substantiva em termos desses três elementos, pois que, de outra sorte, terá sempre dificuldades em determinar-lhe o padrão flexionai e o gênero.
18. EXERCÍCIOS
LER , FLEXIONAR, ANALISAR, TRADUZIR:1. Í8üu vuv rifjiepct CTíOTiqpíãç (II Co 6.2).2. [3acriXeiã em (3acriXeíav (Mc 13.8).3. ôiKaiooTJVT]v, ewe(3ei&v, a7ct7nnv, ínrofxovinv (I Tm 6.11).4. xapãç Kat eípryinqs (Rm 15.13).5. aCTTpaTTOu Kat cpamxi Kat PpovTai (Ap 4.5).
6. àXi^Betá K a i iq £coirí (Jo 14.6).7. ôò^tj Ka'i Ti(JtTj (Hb 2.7).8. TraTpoXoóaiç Ka.t p/riTpaXcoaiç (I Tm 1.9).9. O w íãç "urrèp á|JiapTiót)v (Hb 5.1).10. TrepiTOjJiTi KapÔíãs (Rm 2.29).11. ifnjXT} ÇooTjs (Ap 16.3).12. oí>8'e 2 HAíãs ouôe ó 'Trpoíprínnç (Jo 1.25).13.àpxTiS Ka\ e^ow iãç (Ef 1.21).14. acoTTipíãv i|njxwv (I Pe 1.9).15. £cot| 8 ià 8iKaiocruvT)v (Rm 8.10).16. o ÍK iã Trapa BaXaoxráv (At 10.6).17. ép|j/r]veiã ^Xcoctctwv (I Co 12.10).18. TTpoípTiTeíã 7pacpri<; (II Pe 1.20).19. 8ia0T]KTiv TrepiTOiJiTjÇ (At 7.8).20. oia0T|KTi<; fieal/r^ç (Hb 8.6).
171
CAPÍTULO III
SEGUNDA DECLINAÇÃO. FLEXÃO DE IHSOYX. ELISÃO. PARTÍCULAS POSPOSITIVAS.
1. SEGUNDA DECLINAÇÃO
1.1 - Característica
- Caracteriza-se a segunda declinaçã.o por desinências em que aparece a vogal o, ou sua forma longa, ío. A esta norma fogem apenas as inflexões do voc. sing. dos masculinos e femininos (desinência e) e o nom., acus. e voc. pl. dos neutros (desinência á).
1.2 - Nomes abrangidos
- Enquadram-se na segunda declinação.substantivos masculinos ou femininos (estes em reduzido número) de nom. sing. terminado em o ç e o gen. sing. em ou e neutros de nom. sing. finalizado em ov e o gen. sing. em ou.
1.3 - Gênero- Na primeira declinação não há nomes neutros; na segunda
há-os dos três gêneros;- Os masculinos e femininos na segunda declinação seguem
um padrão comum de flexão, as mesmas desinências aplicando-se a ambos os gêneros, distintos apenas pelo artigo respectivo;
- Os neutros, embora flexionados em linhas próprias, não divergem grandemente do padrão dos masculinos ou femininos.
173
1.4 - Desinências
1 . Tabela
- 0 quadro geral de desinências próprias desta 2- declinaçãoé:
SINGULAR DUAL PLURALMF N MFN MF N
N. oç ov co Ol aG. 01) ou otv cov covD. Cp coL OlV OIÇ oiçA. ov OV co ous àV. e ov co 01
Kj
a
2 . Observações morfológicas
a. Diferença
- Da tabela supra verifica-se que os neutros só diferem fle- xionalmente dos masculinos e femininos em cinco das inflexões: nom. e voc. sing., nom., acus. e voc. pl.;
- Nos demais .casos, a desinência é a mesma, em paralelo, para os três gêneros, portanto, para todos os substantivos desta declinação, evidentemente muito mais simples que a primeira.
b. Similaridades
(1 ) Mascuiinos-Femininos
(a) Vocativo
- Da 1- declinação os femininos têm, nos três números, sempre a forma vocativa similar à nominativa; não assim nos masculinos, quanto ao singular. De igual modo, nesta 2- declinação, a forma vocativa do singular difere da nominativa nos substantivos masculinos e femininos. No dual e no plural, como, aliás, em todas as flexões, qualquer a declinação, coincidem sempre em forma, são similares;
174
(b) Dual- No dual, como se observou na primeira declinação,
em todas as classes, têm a mesma desinência, similares em forma, entre si, de um lado, nom., acus. e voc. (desinência co), de outro, gen. e dat. (desinência oiv);
- São paralelas as desinências do dual na 1 - e 2 - declinações, distinta apenas a vogal dominante, a na 1 -, o (co) na 2 -;
Daí, 1§ 2a-NAV ã co
GD aiv OLV
(2 ) Neutros
(a) Nom., Acus. e Voc.- Exceção feita do dual, na 1 - declinação jamais coin
cidem em forma estes três casos, isto é, no singular e no plural nunca serão similares, o que vale, também, para os masculinos ou femininos da 2 - declinação. Entretanto, os neutros, tanto nesta como na 3§ declinações (não há neutros na 1 -), terão sempre estes casos iguais, mesma a desinência, nos três números;
- No plural, a desinência destes três casos nos neutros não é da classe o mas da classe a, isto é, á (a mesma, também, para os neutros da 3- declinação);
- Graficamente, Sing. Dual Pluralov co à
(b) Dual- No dual, não apenas nom., acus. e voc. têm, entre
si, a mesma desinência (co); igual fato se dá em relação ao gen. e dat., ambos a exibirem desinência comum (oiv);
- As desinências do dual são nos neutros as mesmas dos masculinos e femininos. Portanto, na 2 - declinação, como na 1ã, todas as flexões têm no dual sempre as mesmas terminações;
175
(3) 1-declinação
- Comparando-se este quadro desinencial com a tabela correspondente da 1 - declinação, as seguintes similaridades se podem observar:
- O final ou do gen. sing. é o mesmo dos masculinos (4- e 5- classes);
- No dat. sing. ocorre o iota subscrito, característico deste caso nas duas declinações;
- O acus. sing. tem o final v, distintivo desta inflexão em ambas as declinações (como em larga parcela da 3-);
- Onde na 1- ocorre o ditongo ca (gen. e dat. dual, nom., dat. e voc. pl.) na 2 - aparece oi (diferente apenas a primeira das vogais);
- O gen. pl. tem a mesma desinência, cov, nestas como na 3§ declinação, obrigatoriamente perispômeno, porém, apenas na 1-, não na 2-, nem na 3-;
- O á desinencial do nom., acus. e voc. pl. neutro é paralelo à vogal desses casos no singular da 3- classe da 1ã declinação, bem como do voc. sing. dos masculinos da 5- classe (nomes de tema finalizado por letra outra que e, i , p);
c. Aplicação- Vê-se, pois, que as desinências da 1- e 4- colunas da ta
bela se aplicam aos substantivos masculinos ou femininos, as desinências da 2- e 5- aos neutros, as da 3- a todos, igualmente;
d. Flexão- Como para com os paradigmas da 1- declinação, flexio
na-se qualquer nome desta 2- declinação com determinar-se-lhe o tema (porção da forma que resta após a excisão do final ov do gen. sing.) e acrescentarem-se-lhe as desinências próprias do gênero, conforme constam da tabela específica.
176
1.5 - Observações prosódicas
1 . Posição
a. Princípio- Têm as formas desta, como da 1- declinação, acento PO-
SICIONAL, isto é, acento que se conserva em todas as inflexões (excetuadas dos proparoxítonos aquelas cuja desinência é longa) sempre na mesma sílaba em que aparece na forma base, nom. sing.;
b. Aplicação
- Como na 1ã declinação, nenhum princípio há que de antemão fixe onde cairá o acento. Entretanto, o final da forma base é sempre breve (oç, ov) nesta declinação, pelo que os termos poderão ser proparoxítonos, ou properispômenos, ou paroxítonos, ou oxítonos, regularmente;
2 . Proparoxítonos
- Como na 3§ classe da 1 - declinação, os substantivos de base proparoxítona desta 2 - declinação sofrem o deslocamento da tônica da antepenúltima para a penúltima nos casos de desinência longa;
- Nestes vocábulos as inflexões todas serão acentuadas com AGUDO, proparoxítonas as formas de terminação breve,paroxítonas as de final longo;
3. Paroxítonos- Nos paroxítonos, substantivos de penúltima breve, o acento
não somente permanecerá nesta sílaba em toda a flexão, como também será em todas as formas agudo (não há circunflexo senão em longa);
4. Properispômenos- Nos properispômenos, substantivos de penúltima longa, per
177
manecerá o acento, posicionai que é, sempre nessa sílaba, sem deslocamento;
- Conservar-se-á o circunflexo nas formas em que a terminação é breve, visto que a penúltima longa acentuada tem este acento quando é breve a última. Converter-se-á, porém, em agudo nas formas de final longo, porquanto em tais casos não pode a penúltima receber o circunflexo;
- Logo, as formas destes vocábulos serão acentuadas ora com circunflexo (última breve), ora com agudo (longa a última), properis- pômenas aquelas, paroxítonas estas;
5. Oxítonos- Os oxítonos desta declinação têm a mesma prosódia dos
oxítonos da 1- declinação, isto é, o acento, posicionai que o é, con- servar-se-á em todas as formas na última, circunflexo nos genttivos e dativos, agudo nos demais casos, inda quando longos;
- Portanto, as inflexões dós vocábulos acentuados na última em ambas estas declinações, 1 - e 2 -, serão perispômenas (gen. e dat.) ou oxítonas (os demais casos);
6 . Ditongo final oi- Na 1- declinação o ditongo final a i do nom. e voc. pl., não
complementado de consoante na sílaba que é, tem-se por breve para fins de àcentuação. De igual modo, o ditongo oi, nesses casos, nos masculinos e femininos desta 2 - declinação;
- Observe-se, porém, que os ditongos oiv (gen. e dat. dual) e oiç (dat. pl.), como seus paralelos oav e a is na 1 - declinação, preservam sua quantidade longa, porquanto vem o ditongo acompanhado de consoante final.
178
1 . Substantivos masculinos ou femininos
a. Flexões
(1 ) Nomes proparoxítonos- avGpco-Troç, avGpco-rrou, ó - homem
SINGULAR
1.6 - Paradigmas
Tema Des.N. OtvGpCOTT o s - homemG. àvGpo ím o v - de homemD. ávOpÓTT (0L - para homemA. àvOpooTT o v - homemV. avGpco-rr e - ó homem
DUALTema Des.
N. à vG p an r ü) - homens (dois)G. àvOpcÓTT OLV - de homens (dois)D. à vG p á m OLV - para homens (dois)A. ÔtvGpcóir (0 - homens (dois)V. ôtvGpüm 0) - ó homens (dois)
PLURALTema Des.
N. avOpcoTT OL - homensG. àvBpwTT COV - de homensD. oivGpáyrr OLÇ - para homensA. OtvGptÓTT OUÇ - homensV. avGpw-TT OL - ó homens
179
(2) Nomes paroxítonos- Â.070Ç, X070V, ò - palavra
SINGULAR Tema Des.
X07 oç -palavraX07 ov -d e palavraX07 cp -para palavraX07 ov - palavraX07 e - d palavra
DUALTema Des.
^ó7 co - palavras (duas)^°7 olv - de palavras (duas)^-07 olv - para palavras (duas)
<*> - palavras (duas)•07 co - ó palavras (duas)
PLURALTema Des.X07 OL -palavrasXÓ7 COV - de palavrasX07 0L<5 - para palavrasX07 OV<5 - palavrasXÒ7 OL - ó palavras
180
z 6
d <
> 2: ei
d <
> z
ei d
< >
(3) Nomes properispômenos- ôouXoç, ôoúXou, ó - servo
SINGULARTema Des.ôovX oç - servoôaúX ov - de servoôaúX (J)
u - para servoôovX ov -servoôovX e - ó servo
DUALTema Des.
ôovX co - servos (dois)ôovX oiv - de servos (dois)ôoréX oiv - para servos (dois)ôaúX a) - servos (dois)ôoúX o) - ó servos (dois)
PLURAL
Tema Des.
ÔovX 01 - servos
ôaúX (OV - de servos
ôaòX OIÇ - para servos
ÔovX OVÇ - servos
ôovX Ol - ó servos
181
(4) Nomes oxítonos- 0eóç, 0eou, ó - deus
N.
SINGULARTema0e
Des.os -deus
G. 06A
o v - de deusD. 06
ACO - para deus
A. 0e o v -deusV. 0e é - ó deus
N.
DUALTema06
Des.
CO - deuses (dois)G. 0€ o ív - de deuses (dois)D. 06 o tv - para deuses (dois)A. 0e d) - deuses (dois)V. 0e CO - ó deuses (dois)
N.
PLURAL
Tema0e
Des.
o t - deusesG. 0e COV - de deusesD. 0e o tç - para deusesA. 06 ovs - deusesV. 0e oi - ódeuses
- Ao lado da forma 0ee aparece também, no voc. sing., a
alternativa 0eo<5, similar à inflexão do nom. sing.;
b. Estrutura- Constam estas flexões todas, da mesma forma que os
paradigmas enunciados para as diferentes classes da 1 § declinação,
destes dois elementos estruturais, básicos nos substantivos: tema
182
ou raiz e desinências;
- O tema, tal qual se observou em todas as flexões da 1 - declinação, permanece invariável, sempre o mesmo em todas as inflexões da forma. Nestes paradigmas seria, respectivamente, òtv0píOTr, \oy, 8ovX, 0e;
- As desinências, próprias dos substantivos masculinos e femininos desta declinação 2-, são, também, para cada caso especí
fico, sempre a mesma em todos estes paradigmas, sem exceção;- Diferem, pois, flexionalmente estes substantivos apenas
no que tange a radical ou tema e acentuação, não quanto às desinências ou terminações;
- Como na 1 - declinação é a vogal a ou ti do final da forma parte do tema, logo, não propriamente desinencial, embora assim
se tome para fins práticos, também ooouw , característico das terminações da 2 - declinação, é temático, embora assumido como integrante da desinência;
- Como na 1 § declinação, estas flexões são todasparissiiábi- cas, nenhuma variação havendo no número de sílabas das formas no decurso da declinação, em todas constituindo a desinência uma sílaba integral;
c. Acentuação
(1 ) ávÔpcúiroç, áv 0pd)TTOfu, ó
- Na flexão de avOpcoTioç, proparoxítono de base, permanece o agudo na antepenúltima nos casos em que é breve a desinência; desloca-se para a penúltima nas inflexões em que a desinência é longa;
- Portanto, serão proparoxítonos: nom., acus. e voc. sing. e nom. e voc. pl., isto é, cinco das formas; serão paroxítonas: gen. e dat. sing., todo o dual, mais gen., dat. e acus. pl., logo, dez das inflexões;
- Todas as formas, pois, têm acento agudo;
183
(2 ) Xáyoç, X070V, o
- Na flexão de X&yoç, substantivo paroxítono, posicionai que o é, não se desloca o acento da posição inicial, permanecendo, pois, em todas as formas na penúltima;
- Breve a penúltima, só o agudo lhe convém, não havendo circunflexo senão em longa. Logo, são paroxítonas todas as inflexões, sem exceção;
- Têm, pois, acento agudo todas as formas deste paradigma;
(3) SovXoç, SoúXou, o- Na flexão de 8ovXoç, substantivo de forma base pro-
perispômena, não se desloca o acento da posição inicial, conser- vando-se, portanto, na penúltima, na declinação toda;
- Penúltima de cunho longo, manter-se-á o circunflexo nas formas em que a desinência é breve; converter-se-á em agudo nas inflexões cuja terminação é longa;
- São, destarte, properispômenos cinco dos casos: nom.,
acus. e voc. sing., nom. e voc. pl.; são, porém, paroxítonas dez das formas: gen. e dat. sing., o dual todo, mais gen., dat. e acus. pl.;
- Logo, algumas formas deste paradigma têm acento circunflexo, outras o agudo;
(4) Geo'ç, Geov, o- Na flexão de Geòç, Geov, o, substantivos de base oxíto-
na, como nos paroxítonos (Xtryoç) e properispômenos (8òvXo<s), não se desloca o acento da sílaba em que está de início (última,
formas parissilábicas);- Serão, normativamente, perispômenas as formas geni
tivas e dativas, seis inflexões; oxítonas as formas nominativas, acu- sativas e vocativas, nove inflexões, embora quatro dentre elas (nom., acus. e voc. dual e acus. pl.) tenham final longo (to naqueles
casos, ovç neste);- Portanto, deste paradigma formas há acentuadas com
184
o circunflexo, enquanto outras, a maioria, são-no com o agudo;
d. Aplicação
- Conforme estes paradigmas, declinam-se os nomes regulares todos, masculinos e femininos, da 2 - declinação, cada em termos do tipo prosódico de que seja expressão, mudado apenaso tema. As desinências são as mesmas em todos e a acentuação se
processará sempre nos moldes próprios do padrão seguido;
- Como av0p(OTTO<; se flexionam todos os proparoxítonos;- Como K&yoç se declinam todos os paroxítonos;- Como ôovXoç todos os properispômenos;- Como 0€oç os oxítonos todos.
e. Comparação
- Comparando-se estes paradigmas, há a observar-se que:(1) Cada forma consta de tema e desinência;
(2 ) Cada paradigma tem radical próprio;(3) As desinências são as mesmas em todos;
(4) A acentuação varia nos moldes próprios de cada padrão prosódico;
(5) A acentuação, posicionai que é, se processa nos termos determinados pelas leis e regras normativas da prosódia substantiva.
2 . Substantivos neutrosa. Flexão- ep^ov, ep-you, ró - obra
SINGULARTema Des.
N.3/efr/ ov -obra
G.D/ep7 ov - de obra
D.•>/ep7 (0V - para obra
A. 1/ep7 ov -obra
V. J/€P7 ov - ó obra
185
DUALTema Des.
N.3Íep7 co - obras (duas)
G.Dlep7 OLV - de obras (duas)
D. OLV - para obras (duas)A.
oiep7 co - obras (duas)
V. ep7 co - ó obras (duas)
PLURALTema Des.
N. ep7V)a - obras
G.D/ep7 cov - de obras
D. Oíep7 oiç - para obras
A. èfryua - obras
V. & - ó obras
b. Estrutura- Como nos paradigmas todos dos masculinos ou femini
nos desta declinação e das classes todas da 1 -, constam as formas desta flexão de tema ou radical e desinência;
- O tema é kpy, o mesmo em todas as inflexões, invariável, e as desinências são as próprias dos nomes neutros, conforme a tabela específica desta 2 - declinação;
- A vogal básica das terminações, o ou co, é parte do tema, propriamente. Como nas flexões da 1 - declinação e nos paradigmas dos masculinos ou femininos desta, por ser mais funcional, preferível é havê-la como desinencial;
- Como em todos os paradigmas da 1- è 2- declinações estudados, as flexões são todas parissilábicas, já que as desinências constituem sempre uma sílaba integral, não havendo, portanto, variação na quantidade de sílabas das formas;
c. Acentuação- Acentuam-se as inflexões de ep yov, paroxítona que lhe é
186
a forma base, exatamente como em X.Ó7 0 Ç: não se desloca o acento da posição inicial, na penúltima sempre, agudo, em todos os casos (já que não há circunflexo em breve, nem grave fora da última);
- É, pois, ep7 ov paroxítona em toda a flexão, forma porforma;
- Naturalmente, neutros de base proparoxítona, ou prope- rispômena, ou oxítona, obedecerão ao padrão prosódico dos correspondentes masculinos ou femininos, isto é, acentuar-se-ão nos moldes de avQpwTroç, ou SouX-oç, ou 0eòç, respectivamente;
d. Aplicação- Como èfryov, ep7 0u, to se declinam todos os demais
substantivos neutros paroxítonos da 2 - declinação, bastando, para tanto, apenas substituir-se o radical èp7 pelo correspondente do termo a flexionar-se. Desinências e acentuação em nada variarão, as mesmas em todos;
- Tratando-se de nomes proparoxítonos, properispômenos ou oxítonos, embora as desinências sejam as mesmas da flexão de ep7 ov, tema e acentuação serão diferentes;
- Logo, todos os neutros, nesta 2- declinação, terão, para cada caso específico, sempre a mesma desinência, invariável, constante, paralela;
e. Similaridades
(1 } Nom., Acus., Voc.
- Em todas as flexões neutras, quer nesta 2- declinação, quer na 3-, serão sempre semelhantes em forma, entre si, em cada número, estes três casos: nominativo, acusativo e vocativo;
- Em ep7 ov serão: - singular - *ép7 -ov-dual - èp7 -tü- plural - ep7 -&
187
(2) Dativo singular
- 0 dat. sing. (efryco) tem o iota subscrito característico deste caso em todas as flexões da 1 - e 2 - declinações;
(3) Genitivo plural- 0 ge. pl. (Íp7 cov) exibe a desinência ío v , comum aos
nomes da 1- declinação e aos desta (como também aos da 3-), todavia, não necessariamente perispômeno, que é particularidade da1 - declinação apenas;
(4) Desinência a
- Têm nom., acus. e voc. pl. desinência não da classe o, característica da 2 - declinação. É ela a vogal à, própria destes três casos em todos os neutros, como se verá ainda na 3- declinação, mas se não viu na 1 que lhe falecem nomes deste gênero;
- Esta desinência é similar à do nom. e voc. sing. da 3- classe da 1- declinação, bem como à do voc. sing. de nomes da 5- classe dessa declinação, especialmente se patronímicos ou terminados pelo final ttjç na forma do nom. sing.;
f. Comparação- Comparada a flexão de ep7 ov, paradigma destes neutros,
com os padrões dos masculinos-femininos desta declinação, a saber, &v0pünro<;, XÓ7 0 Ç, 8ou\oç, 0 eó<;, verifica-se que apenas divergem as desinências de nom. e voc. singular, e de nom., acus. e voc. pl. As demais são as mesmas, em paralelo, para todos os paradigmas, isto é, para todas as flexões da 2 - declinação.
1 .7 - Tipos Característicos
1 . Especificação- Formas há na 2 - declinação, como, aliás, se observou em
referência à 1§, que exibem terminação específica, distintiva de determinado sentido ou tipo de ação;
188
2 . Enumeração- Podem-se distinguir na 2- declinação as seguintes modali
dades sufixais a expressarem:
a. Ação
(1 ) Sufixo ixtíç (oxítono)
- Substantivos masculinos em que o sufixo se apõe diretamente à raiz verbal ou mediante a inserção de elemento liame, normativamente, a sibilante ç ou a lingual aspirada 0;
- Exs. - 0u|xò<; - ira (Ap 15.1): do tema verbal 0u, de 0ixo- fremir -, mais o sufixo |xóç, apenso diretamente, sem liame con- sonantal;
- TTeipaCT^óç - tentação (I Co 10.13): do tema verbal ireipaô, de iTeipáÇco - tentar, cuja lingual final 8 se transforma em ç ante o sufixo |xoç; e
- kXou0|ao'<5 - lamentação (Mt 2.18): do tema verbal kXouj, mais exatamente KAAY<Í>, cujo digama se elidiu, de
KÁ.aíü) - chorar-, inserida a lingual aspirada 0, liame, a preceder ao sufixo distintivo;
(2) Sufixo TpOV
- Nomes neutros, derivados de temas verbais, acentuação vária, apenso o sufixo diretamente ou mercê de elemento liame;
- Exs. - áixcpípXirçaTpov - rede (Mt 4.18): do tema verbal ISXti, de @aXX(o - lançar -, anteposta a preposição áfjupí - em redor de - e aduzido o ç sindético, liame interposto entre o tema verbal e o sufixo Tpov;
- Xcrvrrpov - ablução, lavagem, água para banho (Tt 3.5, em gen., já que o nom. não ocorre em o Novo Testamento): do tema verbal Xou, de Xoúco - lavar, banhar, a que se apende, diretamente, o sufixo Tpov;
189
c. Diminutivos
(3) Sufixo MTKOÇ
- Substantivos masculinos, paralelos aos femininos da2 - classe da 1 - declinação terminados em utkt|, derivados de matrizes a que emprestam, geralmente, sentido diminutivo ou imprimem cunho de afeto ou ternura;
- Exs. - veavíaKoç - rapazola (Mt 19.20), forma diminu-
tiva de veavíaç, ou, o - moço - , o sufixo toxoç aduzido ao tema substantivo veav(i);
- TroaôícTKirç - moçoila (Mt 26.69), forma diminutiva de Traiç, Trcaôoç, ó, rj, feminino de 'ttoliôiÍctkoç, substantivo alheio ao Novo Testamento, constituída do tema nominal na iô mais o sufixo iaKOs(T]);
(4) Sufixo iov
- Nomes neutros, derivados de temas substantivos, a
que apendem o sufixo iov, diretamente ou mediante elemento liame, normativamente ap, i5 ou ô, a assumir feição diminutiva em largo contingente de formas;
- Exs. - iraiôíov - criança, criancinha (Hb 11.23), neutro derivado do radical substantivo Traiô, de Traiç, Traiôòç, ó, T) - fi- lho(a), aduzido diretamente o sufixo iov. Sufixação direta;
- KXivápiov - pequeno leito ou reclinadouro (At
5.15, no gen. pl., passagem única em que se usa em o Novo Testamento), neutro derivado do tema substantivo kXiv ^), de kXÍ— vt), T] - leito, inserido o liame ap, entre o tema e o sufixo tov. Sufixação mercê da inserção do liame ap;
- kXlvlôlov - pequeno leito ou reclinadouro (Lc
5.24), neutro derivado do tema substantivo kXiv(ti), de kXlvt|, t]*;, r\- leito, inserido o liame iô entre o tema e o sufixo iov. Sufixação mediada pelo liame 18;
- ixfrúôiov - peixinho (Mt 15.34, no acus. pl. ix&v~
ôia, como em Mc 8.6, forma única a usar-se em o Novo Testa-
190
mento e apenas nestas duas passagens), neutro derivado do tema substantivo txfru, de Ix^óç, Íx$wç, ò - peixe - , inserido o liame 8
entre o tema e o sufixo tov. Sufixação através do liame 8 ;- Importa não confundir-se esta espécie de substantivos
com formas adjetivas neutras substantivadas que exibem a mesma
terminação e não são diminutivas, além de considerável cifra de nomes que, embora finalizados em tov, não têm este sentido, tais
tò 8 tK a to v - o justo (Cl 4.1) e tò TeXwvtov - a alfândega (Mt 9.9),
aquele adjetivo substantivado, este nome comum. Terminam ambos em tov, contudo, não são diminutivos;
d. Lugar, Recipiente, Receptáculo, Depósito
(5) Sufixo T T jp io v (proparoxítono)- Substantivos neutros, derivados de tema verbal, a que
se aduz este sufixo;- Exs. - (puXotKTTÍptov - filactério (Mt 23.5), composto do
tema (puXotK, de (puXctoxrw (clássico (puXcnrco) - guardar, proteger - e do sufixo tópico ou locativo Trípiov, a indicar, primariamente, o lugar onde se postava o guarda ou sentinela, derivativa mente, defesa, proteção, finalmente, filactério, à maneira de amuleto protetor;
- TroTT^ptov - copo (Jo 18.11), da raiz verbal iro,
base temática das flexões de ttlvcú - beber-, a que se aduz o sufixo Trfptov, a designar recipiente, logo, vasilhame em que se coloca a bebida, o líquido potável;
(6) Sufixo etov (properispômeno)- Nomes neutros derivados de tema verbal ou substan
tivo, aduzido, diretamente ou mediante ajuste vocálico, este sufixo
properispômeno, etov;- Ex. - |jivT]|xetov - túmulo (Jo 19.41), derivado de
|xvf|fjux, forma substantiva oriunda do verbo ixiixvtíictkcú - lembrar - , cuja raiz é fxva, alongada em fxmq, a que se apõe o sufixo etov, a designar, propriamente, memorial, lugar de lembrança, receptáculo ou
depósito onde se guarda o de lembrar-se;
191
e. Qualidade, Quantidade, Costume
(7) Sufixo oXoç- Substantivos tipicamente masculinos, caracterizados
pelo sufixo oXoç aduzido a tema verbal ou nominal, feitos os devidos ajustes vocálicos ou morfológicos;
- Ex. - á|xotprtoXoç - pecador (Rm 3.7), constituído do tema verbal Gt|xapT, do verbo aixapravco - pecar - , mais o sufixo
oXoç, alongada a vogal conectiva, a expressar a idéia de quem costuma pecar, de quem se caracteriza pelo pecado, de quem peca muito, constantemente.
2. DECLINAÇÃO ÁTICA
2.1 - Natureza
- Remanescente arcaico de flexão primitiva própria do ático, admitem certos vocábulos enquadrados na segunda declinação padrão flexionai divergente, a fugir das normas paradigmáticas estatuídas. É a chamada declinação ática.
2 .2 - Características- Caracterizam esta modalidade flexionai:1. A vogal longa co a tomar o lugar da breve o em todas as de
sinências, caindo sempre o v terminal de inflexão e tornando-se subscrito o i final;
2 . Forma vocativa sempre a mesma do nominativo paralelo;3. A desinência co a substituir o à típico do nom., acus. e voc.
pl. nos neutros; e4. A freqüente omissão do v final do acus. sing. dos masculi-
nos-femininos.
2.3 - Acentuação- Destoa dos cânones normativos a acentuação destas formas
em dois aspectos:
192
1. A vogal longa co na sílaba final não constitui obstáculo a que o acento ocorra na antepenúltima; e
2. As formas de genitivo e dativo acentuadas na última são oxítonas, não perispômenas;
- Há, é verdade, certa variação de uso e opinião quanto à prosódia destas formas.2.4 - Flexões
1 . Substantivos masculinos- vecóç, vecó, ô - templo
a. Estrutura- Constam as formas desta flexão do tema ou radical ve, in
variável, inalterado, o mesmo em todos os casos, e das desinências próprias dos substantivos masculinos ou femininos desta modalidade declinacional;
b. Flexão
SINGULAR
N.G.D.A.V.
Temaveveveveve
Des.coçco [co por ov]
co [co poroí] cõv có<;
- templo- de templo- para templo- templo- ó templo
DUAL
N.G.D.A.V.
Temaveveveveve
Des.có - templos (dois)cóv [cov por oív] - de templos (dois) tóv [tov por oív] -para templos (dois) co - templos (dois)<ú - ó templos (dois)
193
Tema Des.[<{> por oi]
(ÓV
(£<; [(ps por oiç] wç [(pç por ouç]
[cp por oi]
N.G.D.A.V.
ve
veveve
ve
- templos- de templos- para templos- templos- ó templos
c. Similaridades- Comparando-se as inflexões entre si, verifica-se que têm
a mesma forma:(1) Nom. e voc. sing. e acus. pl. = 3 casos, todos vecóç;(2) Gen. sing. e nom., acus. e voc. dual = 4 casos, todos
veto;(3) Dat. sing. e nom. e voc. pl. = 3 casos, todos veíg;(4) Acus. sing. e gen. pl. = 2 casos, ambos vecov;- Apenas três inflexões, a saber, gen. e dat. dual (vewv) e
dat. pl. (vecóç), não têm similares flexionais;
d. Acentuação- Acentuada a última, final longo em toda a flexão, esperar-
se-ia o circunflexo nos genitivos e dativos, conforme a regra normativa. Entretanto, peculiaridade desta modalidade flexionai, são oxítonas as inflexões todas, agudo o acento em todos os casos.
2. Substantivos neutros- àvofyetov, ava^eo), to - cenáculo
a. Estrutura
- Consistem estas formas de tema, avorye, o mesmo em todas as inflexões, e desinências, típicas dos neutros desta variedade declinacional;
194
b. Flexão
SINGULAR Tema Des.
N. avorye tov —cenáculoG. àvcí)7 e co [co por au] -d e cenáculoD. ava>7 € co [co por ol] - para cenáculoA. ctvü>7 € cov — cenáculoV. ãv&>7 e cov — ô cenáculo
DUAL Tema Des.
N. òtvcír/e co - cenáculos (dois)G. ávcÓ7 e cov [cov por oiv]- de cenáculos (dois)D. avd)7 e cov [wv por olv] - para cenáculos (dois)A. ctvcÓ7 e co - cenáculos (dois)V. àvcÓ7 e co - ó cenáculos (dois)
PLURAL Tema Des.
N. avúye co [co por a] - cenáculosG. avco7 € cov —de cenáculosD. avcí)7 e co? [coç por ol< ;]-para cenáculosA. avcí)7 e co [co por á] - cenáculosV. avcí>7 e co [co por èt] - ó cenáculos
c. Similaridades- Comparando-se entre si estas inflexões, patenteiam-se as
similaridades seguintes:(1) Nom., acus. e voc. sing. e gen. pl. = 4 casos, todos avco—
7 ecov;(2) Gen. sing., nom., acus. e voc. dual, nom., acus. e voc. pl.
= 7 casos todos avcí>7 eco;- Quatro das inflexões têm forma única, sem paralelas ou
195
similares, a saber: dat. sing. (etvcúyeoi), gen. e dat. dual (ava^eoav) e dat. pl. (àváyetoq);
- Comparando-se esta flexão com a de vetoç, constata-se
que apenas diferem as desinências nas inflexões do nom. e voc. sing. e nom., acus. e voc. pl., logo, cinco dos quinze casos, simila
res, portanto, os outros dez (gen., dat. e acus. sing., o duai todo, gen. e dat. pl.);
d. Acentuação- A despeito do final longo, acentuam-se as inflexões todas
na antepenúltima, proparoxítonas, em aberta contravenção à posi- cionalidade estatuída para a normalidade substantiva.
3. IHXOYS, IH20Y , O - J E S U S
3.1 - Caracterização
- 3iTicroxjç, ^Itjctov, Ó é substantivo próprio adaptado do aramaico-hebraicò, declinado só no singular. Enquadra-se na 2- declinação, mas exibe formação contrata, destoando do paradigma normativo, por isso que terminam as inflexões todas pelo ditongo
ou, embora apendam o nom. e o acus. a consoante final distintiva desses casos, respectivamente, ç e v .
3.2 - Formas
- As formas inflexionais deste substantivo próprio são:N. 5 iTqaovç - JesusG. 3 lacrou - de Jesus D. s It)ctoO- para Jesus A. J Irjcrouv- Jesus V. 3 It)ctov - ó Jesus
3.3 - Estrutura
- Constituem-se estas formas do tema ou radical, mais as desinências. Todavia, dada a contração, que amalgamou os finais, preferível é não separar esses elementos;
196
- Realce merece o fato de que três inflexões têm a mesma
forma (gen., dat. e voc.), de que o dat. sing. não exibe o iota subscrito característico desse caso nem aparece no voc. sing. o peculiar e final.
3.4 - Acentuação- Está o acento na última em todas as formas, uma vez que
nesta sílaba ocorre na forma base, nom. sing., e nenhum princípio lhe determina o deslocamento em toda a flexão;
- Contrata que é essa última acentuada, recebe, como é próprio de tais formas, o circunflexo em todos os casos, não apenas no gen. e dat.
3.5 - Comparação- Comparando-se esta flexão com os paradigmas correspon
dentes (av0pa)7TOÇ, X070Ç, SonDXoç, 0eoç), vê-se que apenas um caso, o gen. sing., tem a mesma terminação, ov, em todos, enquanto dois destoam inteiramente, dat. e voc., e dois, nom. e acus., coincidem quanto à letra consoante final. A acentuação é também diferente.
4. ELISÃO
4.1 - Natureza- Sensível obumbramento sofre, via de regra, a vogal final de
um vocábulo quando seguido por outro iniciado, de igual modo, por vogal ou ditongo;
- Em certas circunstâncias, suprime-se inteiramente essa vo
gal, bem como o acento que, porventura, lhe sobrepaire;- Esta supressão vocálica se dá particularmente em preposi
ções, advérbios, conjunções, formas pronominais e verbais terminadas por vogal breve;
- A este acidente morfológico se dá o nome de elisão.
197
4.2 - Sinalização
- Marca-se, distintivamente, a elisão, supressão da vogal final de um vocábulo, pelo apóstrofo ( * ou 7 ), posto entre os dois termos do encontro vocálico;
- Se, porém, a elisão se registra em forma verbal composta, anexam-se simplesmente os elementos, dispensada a sinalização apostrófica. Isto é, neste caso não se usa o apóstrofo, a despeito da ocorrência da elisão.
4.3 - Muda branda
- Imperativo da eufonia, quando o segundo termo se inicia
por vogal ou ditongo com espírito forte e no primeiro é a vogal que
se elide antecedida de muda branda, converte-se esta consoante na aspirada cognata.
4.4 - Exemplificação
1.Trap'rj|xchv-denós (I Ts 2.13)- O primeiro termo é a preposição oxítona Trapa, terminada
em a, o segundo a forma pronominal inn-wv;- A frase não elidida seria Trapà t||xü)v. Processada a elisão,
cai o a final da preposição e suprime-se-lhe o acento, interpondo-
se entre os termos o apóstrofo. Daí, Trap'Ti|x&)v;
2 . ecp'x>|xás - em vós, por vós (II Ts 3.4)- O primeiro termo é a preposição oxítona em , cuja vogal fi
nal é breve; o segundo é a variação pronominal vfxáç, iniciada por
vogal com espírito forte;- A forma não elidida seria em ú|xâ<;. Feita a elisão, supri
mem-se a vogal breve final da preposição e o acento que lhe so- brepaira, o que daria eTr'\)|jiaç. Como é forte o espírito no prono
me e à vogal elidida da preposição precede a muda branda tt, assume esta consoante a forma aspirada cognata 9 , de sorte que a
situação final é ecp^jfxaç, interposto o apóstrofo;
198
- Graficamente, em v(xôt<; -► errNjixas -► ècp'v(ji,áç;
3. ôurywixev - levemos, vivamos (I Tm 2.2)
- E inflexão verbal composta da preposição oxítona 8iá , breve o alfa, mais o subjuntivo orycofxev;
- A forma, se não elidida, seria ôuaá^coimev, unidos os dois elementos e supresso o acento da preposição. Operada a elisão, apenas desaparece o á preposicional, não inserido o apóstrofo. Logo, não será Si/crycoixev, como se esperaria, mas 8ia 7 co|Jiev, não presentes o apóstrofo nem o espírito da inflexão verbal;
4.5 - Preposições refratárias- Três preposições há que, embora finalizadas por vogal bre
ve, não sofrem elisão. São elas: à|xcpí, 'irept e irpo;
- Exs. 1. àijupievvvaiv - veste (Mt 6.30)
- Compõe-se a forma da preposição oxítona à|xcpí, breve o i final, e da inflexão verbal evvixri, pres. at. Ind. com nü móvel;
- Esperar-se-ia a elisão da vogal breve final da preposição, passando a forma a ser aixcpeWwtv. Tal não se dá, porquanto (5|jl0i é preposição refratária à elisão. Daí, a|jupi€vvucriv, não a|x—
cpevvwiv;2. irepi tí<; - acerca do qual (Hb 2.5)
- O primeiro termo é a preposição oxítona nepL, breve o i final; o segundo inflexão do pronome relativo;
- Natural pareceria a elisão da vogal terminal da preposição, inserido o apóstrofo entre os termos conexos, logo, Trep' f)<;. Preposição em que se não obumbra essa vogal, a elisão
não se processa, preserva-se a vogal (e seu acento), não se interpõe o apóstrofo;
3. TTpò éfjicnj - antes de mim (Jo 5.7)- Consta o binômio da preposição'rrpò, monossilábica, e
da variação pronominal e|xca>;- Terminada que é a preposição por vogal breve, segui
da de vocábulo iniciado também por vogal, a elisão pareceria im-
199
por-se, supressos a vogal da preposição e seu acento e inserido o
apóstrofo. Logo, TTp'ê|Aüt>, tal não acontece, porém, inelidível a preposição, portanto Trpò èfioú
4.6 - Freqüência- Processa-se a elisão com freqüência maior em relação à
conjunção áXXá e às preposições cnrò, ôiá, im , |X€Tct e Trapá, particularmente quando estas antecedem a variações pronominais ou
integram frases e locuções assaz comuns, de ocorrência constante;- A preposição ctvTÍ aparece elidida no curso do Novo Testa-
Amento apenas na forma av 0'cov - pelo que, por qual razão, em que
se antepõe à variação pronominal relativa cov.
5. PARTÍCULAS POSPOSITIVAS
5.1 - Natureza- É o grego uma língua de extrema flexibilidade fraseológica e
admirável maleabilidade expressional, permitindo-se aos termos
ampla liberdade de posicionamento, impostas apenas ligeiras resti- ções;
- Não há rigor generalizado quanto à ordem e colocação das palavras na sentença, deparando-se, ao contrário, variedade a mais pronunciada, nesta matéria;
- É bem verdade que elementos conjuncionais conectivos e
advérbios modificantes diretos, particularmente oí) ou jxtí - não, precedem aos termos a que se referem, o que se verifica, ademais, com as preposições em relação às formas delas regidas. Também o
artigo admite posicionamento definido, a preceder ao adjetivo, quando em uso atributivo, a suôedê-lo, se em posição predicativa;
- Há, por outro lado, certas partículas adverbiais ou conjuncio
nais que não iniciam nunca a sentença, cláusula ou frase, vindo
sempre imediatamente após a primeira palavra ou ainda mais dis
tanciadas desse vocábulo primeiro. A estas formas dá-se o desig- nativo de partículas pospositivas, isto é, que se colocam após (do la-
200
tim post - após - e positivus, a, um - colocável - , forma adjetiva do tema supino deponere - colocar, por.
5.2 - Enumeração
- Pospositivas mais encontradiças em o Novo Testamento seriam:
- 7 dp - pois;
- 7 6 - certamente, em verdade;- 8 é - mas, porém, por outro lado;- (xév - entretento, então, porém, de um lado;- obv - portanto, conseqüentemente, assim, então; e- Te - e, também, não só.
5.3 - Exemplificação
0; /-\ ^1 . oiôa 7 àp a) TremcrTe-uKa - pois sei em quem tenho crido (11
Tm 1.12)
- A conjunção 7 áp, pospositiva que é, não pode preceder a olôá, vindo-lhe em seguida, embora na tradução se lhe deva dar o lugar primeiro;
2 . cru ôè XáXei - tu, porém, fala (Tt 2 .1 )
- A adversativa 8e é pospositiva. Não pode, portanto, vir antes de cru na cláusula. Tem de vir-lhe depois, jamais a iniciar a porção; e
3. exovTeç oi)v ápxiepéa - tendo, portanto, um sumo-sacerdote (Hb 4.14)
A- 0 advérbio ouv segue ao particípio ^xovTeç, não se lhe po
dendo antepor, porquanto é partícula pospositiva. Logo, vem em segundo lugar na cláusula.
201
6. VOCABULÁRIO
46. àôeXcpií, r|<;f i] - irmã.
47. àôeXcpóç, ou, ó - irmão, íntimo, afim.48. àXXd. Conjunção adversativa, paralela a ôe, contudo, mais
incisiva e enfática, a estabelecer contraste mais acentuado - mas, ao contrário, porém, exceto.
49. áfxapTcoXoç, oí), o - pecador, pecaminoso, transviado, corrompido.
50. avQpcoiros, ou, o, Corresponde ao latim homo, hominis, genérico, em contraste com vir, viri, pessoal - homem, ser humano, ente, criatura.
51. aTTOoroXos, ou, ó - apóstolo, legado, enviado, mensageiro.52. ápa. Advérbio interrogativo, usado em cláusulas em que
se espera resposta negativa - porventura, acaso, então, portanto.53. "/ap. Conjunção conclusiva ou concessiva, pospositiva
- pois, então, porquanto, pois que, assim .
54. ôe. Conjunção adversativa, mais fraca do que àXXá. Pospositiva - mas, porém, por outro lado, então, agora, e, entretanto.
55. ôuxkovoç, ou, ó - servente, servidor, ministro, diácono.56. ôiôáo-KotXoç/ou, ó - mestre, professor, ensinador.57. ôouXirç, t)<», ti - escrava, serva, serviçal.58. ôouXoç, ou, ó - escravo, servo, serviçal.59. eKKXinaíot, ãç, rj - assembléia, reunião, congregação, igreja.60. eoprn, rjç, -rj - festa, festival, celebração.61. eueiôr). Conjunção temporal ou conclusiva, composta da
conjunção V irei - quando - , mais a partícula adverbial intensiva ôt- em verdade - quando, desde que, uma vez que, visto que, porquanto.
62. T). Conjunção disjuntiva ou comparativa - ou, do que.63. 0ávaTo<;, ou, ó - morte, fim, falecimento, óbito.64. Geós, oú, d, T) - Deus, divindade, ser divinal.- Em o Novo Testamento, em forma singular articulada, re
fere-se ao Deus único e verdadeiro em contraposição às falsas dei- dades, que não são Deus realmente;
202
- A forma do voc. sing. ora aparece como Oee", regular, ora como 0 eó<; similar ao nominativo, alternativa.
65. 3 IcxkcdPoç, ov, ó - Tiago.6 6 . 3 Itictovç, ov, o - Je su s .67. kXt)povo(xos, oí), o - herdeiro.6 8 . Kvpioç, ou, ó - senhor, amo, soberano, dono, proprietário,
possuidor.
69. Xaòç, oi), ó - povo, multidão, nação.70. v eo^ v iã (forma de cunho jônico) ou vovix^viá (forma de
cunho ático, as vogais da 1- sílaba contraídas), ãç, - lua nova, mês.
71. vd|xo<;, ou, ó - lei, regra, preceito, ordenança, estatuto, decreto, edito, padrão, norma.
72. vú(xcpT|, T|ç, r\ - noiva, nora.73. wixcpíoç, ov, ó - noivo.74. òôóç, ov, rj - caminho, via, estrada, rota, roteiro, senda, jorna
da, maneira, método, proceder, conduta.75. dlvoTTc>TT|ç, ov, ô - bebedor de vinho, beberrão, ébrio.- Composto de oivoç, ov, ó - vinho - e ttòttiç, ov, ó - bebedor,
de ttívco - beber.76. IlavXoç, ov, ó - Paulo.77. 'TTpócrcú'Trov, ov, to - face, rosto, semblante, fisiononía, pre
sença, pessoa.- Composto da preposição Trpóç - perante, à frente de, diante -
e oSvlf, amos, - vista, visão, olho, face.78. o-áppaTov, ou, to' - sábado, descanso, repouso, semana.- No dat. pl. é freqüente em o Novo Testamento a forma
adppaai, própria da 3- declinação.79. TeXcóvT]s, ov, ó - cobrador de impostos, coletor, arrecadador.
- Não propriamente publicanus (arrematador dos impostos), mas portitor (aporcionador, arrecadador).
80. tòt€. Advérbio de tempo, composto do artigo neutro tò e da partícula intensiva Te - então, naquele tempo.
81. cpcr/os, ov, ó - glutão, comilão.
203
82. cpí -oç, ov, ó - amigo, colega, companheiro.83. Xpurróç, oO, ó - ungido, Cristo.- E a forma grega por que se traduz o termo hebraico, termo que também aparece em o Novo Testamento sob a
feição de Meomãç, ov, ó, simples transliteração ajustada do original hebraico. Logo, Xpurroç e Meaaíaç são basicamente sinônimos.
84. x^pis. Advérbio locativo ou preposição imprópria, seguida normativamente do genitivo - sem, à parte de, fora de, além de, separadamente.
7. EXERCÍCIOS
LER, FLEXIONAR, ANALISAR, TRADUZIR:2 1 . [xeoÍTT|<; 0eov Kai avGpámíov, av0pcom)s Xptoròç
=Iiqaovs (I Tm 2.5).22. lôov av0pa)TToç cpa^oç Kai olvottÓttiç, TeXtovwv çíXoç
Kai á(xapTCoX.ft)v (Mt 11.19).23. è-n-eiô 7 <xp ôi'àv0pWTTOv OávaToç (I Co 15.21).24. IlavXos ôovXoç Oeov, aTrócrToXoç ôè = lacrou Xpia—
TOV (Tt 1.1).25. Trapà 0ecp Kai ávOpcínroiç (Lc 2.52).26. ^ áX^0eiá 8 tà Itjctov Xpiorov (Jo 1.17).27. àpa Xpioròç afxapTÍãç Ôuxkovoç (Gl 2.17).28. Kai KÁ/rpovofxoç 8 tà Oeov (Gl 4.7).29. x<*>pis vojxov ôiKaicxrwTi Oeov (Rm 3.21).30. aTTOOTOÁ-Oi èKKÂ.T]cric!>v, 8ò£á Xpiorov (II Co 8.23).31.il o8 ò<; K a i "q á\ri0eiá koI ÇwtÍ (Jo 14.6).32. vvv 8è Xaòç Oeov (I Pe 2.10).33. oiKÍaç fj á 8 eX.(povç T| aôeXçáç (Mt 19.28).34. Kai cpcovri w|xcpíov Kai vúpxpinq (Ap 18.23).35. 3 IaKCOpos Oeov Kai K v p ío v 3 Itjctov Xpicrrov ôovXos
(Tg 1.1).36. ! 8oí> T) 8ovXt| Kvpíov (Lc 1.38).
204
37. o SiôáoxaXoç Kai, o KÚpioç (Jo 13.13).38. aXXòt xnrèp òovXov àôeXcpóv (Fl 16).39. t o t € ôe irpócrtoTTOv Tipos TrpcxrcoTrov (I Co 13.12).40. eoprqç tj veo|XT|vtãç ti (raPPctTcov (Cl 2.16).
205
CAPÍTULO IV
TERCEIRA DECLINAÇÃO: NOMES LABIAIS, GUTURAIS E LINGUAIS. NÜ MÓVEL. MEN E AE.
1. TERCEIRA DECLINAÇÃO
1.1 - Característica
- Caracteriza-se a terceira declinação pelo tema básico finalizado em consoante ou vogal fechada (i, v ), enquanto na primeira e segunda declinações termina o radical em vogal aberta: a ou ti na 1§,o na 22 ;
- Em função desse final temático, apropriadamente se conhecem como declinação consonantal a 32, como declinações vocálicas a 12 e a 2 2 .
1 .2 - Nomes abrangidos
- Enquadram-se nesta 3 § declinação substantivos masculinos, femininos ou neutros de gen. sing. terminado pela desinência oç (em não elevada cifra ws) e nom. sing. finalizado pora, i, v, oi, v, p, ç, £ e ij/, o tema a exibir, na maioria dos vocábulos, alterações ora mais, ora menos pronunciadas.
1 .3 - Gênero- Nesta 32, como na 2- declinação, ocorrem nomes masculi
nos, femininos e neutros, representantes, pois, dos três gêneros. Na primeira há-os apenas masculinos e femininos, não havendo, portanto, neutros, logo, representantes somente de dois dos gêneros;
207
- Embora se possam distinguir determinadas modalidades substantivas da 3- declinação típicas de um ou outro desses gêneros, seguem, como na 2 -, ambos, os masculinos e os femininos, a mesma norma ou linha geral de flexão, evidenciando-se-lhes o gênero em função da forma articular que as determine;
- Os neutros, inda que a flexionar-se em linhas próprias, como na 2 - declinação, não divergem assinaladamente dos padrões masculinos e femininos nesta 3-,
1.4 - Desinências
1 . Tabela
- O quadro geral de desinências das flexões próprias da 3- declinação é:
SINGULAR DUAL PLURALMF N MFN MF N
N. S ou - (não há) - (não há) e esoa
G. OS os oiv cov covD. l 01 otv u<71 ü
criA. á ou v - (não há) e &s ou vs uaV. sou - (não há) - (não há) e es
oa
2 . Observações morfológicas
a. Diferença
- Do quadro supra, patenteia-se divergirem os neutros dos masculinos e femininos, em matéria de desinências nos casos paralelos, apenas em seis das quinze inflexões, a saber, nom., acus. e voc. sing. e pl.;
- Segue-se que nos demais nove casos (gen. e dat. sing., o dual todo, e gen. e dat. pl.) a mesma desinência, em paralelo, convém a todos os gêneros, indistintamente, coincidindo, portanto, neste aspecto os neutros com os masculinos e os femininos;
- Nos substantivos masculinos ou femininos em que nom.
208
e voc. sing. não têm desinência explícita, a distinção para com os neutros deixa de existir também nestes dois casos;
- Apenas o gen. e o dat. têm sempre a mesma desinência, específica em cada número, nas inflexões correspondentes dos três gêneros. Isto é, em todos os substantivos da 3- declinação terminam sempre estes dois casos pela desinência própria da inflexão, qualquer que lhes seja o gênero;
- Na 1- e 2- declinações encontram-se desinências alternativas em quatro inflexões da 1?, a saber, gen. e dat. sing. da 3- classe (ãç ou Tr]ç; a ou tj), gen. sing. da 4- (ou ou ã) e voc. sing. da 5- (t] ou
á), alternatividade que, nesta 3-, também se registra nos substantivos masculinos ou femininos em quatro dos casos, três do sing.: nom. (desinência <5 ou sem desinência), acus. (á ou v) e voc. (<; ou sem desinência), um do plural; acus. (aç ou vç);
b. Similaridades
(1 ) Masculinos-Femininos
(a) Vocativo- Nas três classes de femininos da 1- declinação e
nos neutros da 2 - coincidem sempre em forma os casos vocativo e nominativo, seja no singular, seja no dual, seja no plural. Em se tratando dos masculinos e dos femininos desta 3- declinação, embora mesma seja a forma destes casos no dual e no plural, tal não se dá necessariamente no singular, coincidindo em uns, divergindo em outros;
- Isto posto, vê-se que voc. e nom. têm sempre forma paralela no dual e no plural nas três declinações, nas flexões todas, qualquer que lhes seja o gênero;
- No singular, portanto, diferem em forma voc. e nom. nos substantivos masculinos da 1- declinação, nos masculinos e femininos da 2- e em considerável cifra de masculinos e femininos da 3-;
209
(b) Dual
- Apenas duas desinências se evidenciaram no dual da 1 - e 2 - declinações, uma comum ao nom., acus. e voc., outra ao gen. e dat. O mesmo se dá na 3-. Logo, em todas as declinações terão a mesma forma entre si, mesma a desinência, de um lado, nom., acus. e voc. dual, de outro, gen. e dat. deste número. Ademais, no gen. e dat. a desinência é a mesma na 2- e 3- declinações, diferente da paralela da 1 - apenas quanto à vogal básica do tema;
- O quadro comparativo das desinências do dual nas três declinações é o seguinte:
12 2- 32
N . ã co e
G . a i v o tv o tv
D . a i v OLV OLVA . ã co €
V . ã co e
(2) Neutros
(a) Nom., Acus. e Voc.
- Apenas no dual e nos neutros coincidem sempre em forma estes três casos, paralelamente. Logo, também nesta 3- declinação, têm os neutros similares, em cada número, entre si, estas três inflexões;
- No plural, a desinência é á ,a mesma aplicada a estes casos nos neutros da 2- declinação (não há neutros na 1-). Portanto, os neutros exibirão, todos, na inflexão do nom., acus. e voc. pl. a terminação a;
- Na 3- declinação a tabela desinencial destes três casos será:
SINGULAR DUAL PLURAL- (não há) e &- Comparados os neutros da 2- e 3- no que tange às
desinências de nom., acus. e voc., paralelas, teremos:
210
SINGULAR DUAL PLURAL2 - ov co á3- - (não há) e d
(b) Dual- Têm os neutros no dual as mesmas desinências dos
masculinos ou femininos não apenas na 2- declinação, também nesta 3§;
- São similares entre si nom., acus. e voc. (desinência e), de um lado, e gen. e dat. (desinência otv), do outro;
(3) Demais declinações- Têm a 1- e 2- declinações entre si claras afinidades. A
3-, entretanto, delas difere acentuadamente;- A despeito disso, são de observar-se os seguintes
pontos comuns:(a) Substantivos da 3- declinação cujo nom. sing. termi
ne em a assemelham-se nesse caso, e no voc. sing., aos femininos da 39 classe da 1- declinação, nas inflexões paralelas, aos masculinos variantes da 5§ classe da 1- declinação no voc. sing. e aos neutros nos casos nom., acus. e voc. pl., em todos o mesmo final (á);
(b) A desinência <; do nom. sing. de larga parcela de nomes da 3- declinação é a mesma dos masculinos (4- e 5 § classes) da 1§ e dos masculinos ou femininos da 2 -, nesse caso, eliminada a vogal temática, respectivamente, ã, tq e o;
(c) A desinência oç do gen. sing. desta 3- declinação é similar à do nom. sing. dos masculinos ou femininos da 2 §;
(d) No dat. sing. a desinência l é a mesma encontrada neste caso na 1 - e 2- declinações em forma subscrita. Logo, dir-se- á que i é o elemento caracterizante do dat. sing. nas três declinações;
(e) No acus. sing. a desinência á coincide com o final do nom. e voc. sing. da 3- classe da 1- declinação, femininos, e com o final do voc. sing. dos variantes da 5- classe, masculinos, da 1-
211
declinação, além dos neutros todos no plural nom., acus. e voc.;(f) A desinência v do acus. sing. é a mesma deste caso na
1 - e 2 - declinações, de sorte que se dirá que o acus. sing. se caracteriza na 1 - e 2- declinações e em larga porção da 3- pelo final v;
(g) No dual as desinências têm paralelo em formas da 2- declinação, a saber, o final e do nom. acus. e voc. dual é o mesmo do voc. sing. dos masculinos ou femininos, enquanto a terminação otv do gen. e dat. é a mesma nestes casos no dual de ambas as declinações;
(h) O gen. pl. tem a desinência <ov, a mesma deste caso nas outras duas declinações. Termina, pois, o gen. pl. nas três declinações pelo mesmo final, cov;
(i) Do acus. pl. a desinência òtç tem paralelo no gen. sing. da 1 - e 3- classes, femininos de radical em e, i, p, e nom. sing. da 4- classe, masculinos, bem como no acus. pl. de todas as flexões dessa1 - declinação, diferente apenas a quantidade da vogal, longa na 1§ (ãç), breve na 3- (áç);
(j) Três somente destas desinências não têm paralelos ou similares nas outras flexões, todas do plural, a saber: nom. e voc. (eç), dat. (oí) e acus. alternativa (vç); e
(k) Na 1- e 2- declinações prevalecem nas desinências vogais longas, na 3- vogais breves;
3. Aplicação- Do exposto, resulta que as desinências da 1 - e 4- colunas da
tabela se aplicam aos substantivos masculinos ou femininos, as desinências da 2- e 5- aos neutros, as da 3- a todos, indistintamente;
4. Casos problemáticos
- Dos casos, cinco, em geral, podem dar margem a alterações, ora mais, ora menos pronunciadas, merecendo, por isso, sempre especial atenção ao flexionarem-se formas desta declinação;
- São eles:(a) Nom. sing.-. o radical exibe variações, quer se insira a desi-
212
nência ç, quer não haja desinência explícita;
(b) Acus. sing.: nos masculinos ou femininos haverá de fazer-
se opção entre as desinências a ou v; nos neutros o tema poderá sofrer alterações;
(c) Voc. sing.: ora é similar em forma ao nom. sing., ora não é.
Em ambas as circunstâncias podem ocorrer alterações do radical;(d) Dat. pl.: o s desinencial em encontro com outras consoan
tes enseja variações, não poucas vezes; e(e) Acus. pl.: nos masculinos ou femininos há de optar-se por
uma ou outra das desinências alternativas (ás ou vç), além de certas variações suplementares;
5. Especificação- Em relação ao nom. e voc. sing. dos masculinos ou femini
nos convirá observar-se que:- O nom. sing. recebe a desinência s nos substantivos cujo
tema ou radical não termine em v, p, s, nem pelo grupo ovt; e- A inflexão do voc. sing. não exibe desinência, constando,
pois, do tema somente, nos substantivos em que termina ele em 18 ou, se não-oxítonos, em i, v, p ou vt;
6. Classes- Abrange a 3- declinação vasta e complexa variedade de no
mes, passíveis de pronunciadas diferenças na flexão, não enqua- dráveis em um padrão declinacional uniforme, ao contrário do que se deu em relação às formas da 1 - e 2 - declinações;
- Preferível se afigura, nesta declinação, distribuírem-se os termos em função dos elementos finais do tema, estabelecendo-se
paradigmas específicos às diferentes modalidades assim discriminadas;
- Podem-se, destarte, admitir na 3§ declinação sete classes distintas de nomes, a saber:
a. Substantivos de radical terminado em muda LABIAL
(t t , (3 , <p);
213
b. Substantivos de radical finalizado por muda GUTURAL ou PALATAL (k , 7fX);
c. Substantivos de radical encerrado por muda LINGUAL ou DENTAL (t , 8,0);
d. Substantivos de radical em LÍQUIDA e NASAL (X, (j l , v , p);e. Substantivos de radical em SIBILANTE (ç);f. Substantivos de radical em VOGAL FECHADA ( i,v ) ; eg. Substantivos de radical em DITONGO (ou, ev, ov).
1. Flexão- Como na 1 - e 2- declinações, consistem as inflexões da 3-
destes dois elementos estruturais básicos: tema e desinência-,- Flexiona-se qualquer forma desta declinação com:19 Determinar-se-lhe o tema (que se obtém mediante a exci-
são do final oç do gen. sing., se bem que em alguns substantivos exiba este caso alteração ou irregularidade, circunstância em que se estabelece o radical em outras bases);
2- Acrescentarem-se-lhe as desinências próprias de casa caso, nas linhas específicas de classe e gênero em que se enquadra a flexão, segundo a tabela geral da declinação; e
39 Proceder-se às alterações porventura necessárias na expressão final da flexão;
- É de ter-se em conta que na 1 - e 2 - declinações o tema se preserva inalterado, o mesmo nas inflexões todas, e permanece constante, através de toda a flexão, o número de sílabas. Na 3- declinação, porém, estampam-se variações do radical em certos casos e uma sílaba há a mais nas inflexões em que a desinência consiste de vogal ou inclui vogal. Daí, aquelas se designam de declinações parissilâbicas (número igual de sílabas), esta se conhece como declinação imparissilábica (número desigual de sílabas nas inflexões).
214
1.5 - Observações prosódicas
1 . Posição
a. Princípio
- Como na 1- e 2- declinações, também nesta 3- é POSI- CIONAL a acentuação, isto é, conserva-se o acento em todas as inflexões na mesma sílaba em qua aparece na forma base do vocábulo, o nom. sing.;
- Este princípio sofre exceção nas proparoxítonas, seja nos casos em que se aduz desinência silábica, seja nas inflexões de final longo, e ainda no gen. e dat. dos monossiiábicos, deslocado o acento, respectivamente, para a antepenúltima naqueles, para a última (tornadas dissilábicas as formas), nestes;
b. Aplicação- Como se verificou em relação à 1 - e 2- declinações, tam
bém nesta 3-, não há predizer-se onde estará o acento inicialmente, ao contrário do que se dá quanto às formas verbais finitas, acentuadas recessivamente;
- Há formas de final longo, há-as, igualmente, de final breve. Daí, encontram-se na 3-, como na 2-, vocábulos proparoxítonos, properispômenos, paroxítonos e oxítonos, afora contratos, perispômenos;
2 . Proparoxítonos- Os substantivos de base proparoxítona terão o acento deslo
cado para a sílaba seqüente imediata nas formas em que a desinência constitui sílaba adicional (não pode haver acento na antepenúltima ou além) e nas inflexões cujo final é longo (não haverá acento na antepenúltima, se a última for longa);
- Nestes vocábulos as inflexões receberão todas acento AGUDO, proparoxítonas as formas de final breve, paroxítonas as formas de terminação longa;
215
3. Paroxítonos
- Os substantivos em que o acento na forma base, nom. sing., está na penúltima, BREVE, mantêm-no inalterado, em posição e natureza, nessa mesma sílaba em toda a flexão, ainda nos casos em que se aduz desinência silábica, excetuados o gen. e dat. dual (final oiv) e o gen. pl. (final íov), inflexões terminadas em longa, pelo que se lhes desloca o acento para a seqüente imediata;
- AGUDO é o acento em todas as formas destes substantivos, paroxítonas as inflexões a que se não apende terminação silábica ou que a têm longa,proparoxítonos aqueles casos em que se aduz desinência silábica breve;
4. Properispômenos
- Os substantivos em que o acento se acha, na forma base, nom. sing., em penúltima LONGA, portanto, circunflexo, preservam, como nos paroxítonos, a tônica nessa mesma sílaba em toda a flexão, menos no gen. e dat. dual e gen. pl. (últimas longas, obrigam a deslocamento);
- Nestas formas o circunflexo se manterá apenas nos casos em que se não aduz desinência silábica (nom. e voc. sing.), geralmente, mais o acus. sing. nos neutros), convertendo-se em agudo em todos os outros casos, inflexões em que, aduzida terminação silábica, estará o acento ou na antepenúltima, ou em penúltima em que é longa a última, circunstâncias em que é vedado o circunflexo;
- Nos contratos, fundem-se as sílabas finais e a tônica será, normalmente, a última resultante, regularmente perispômena;
5. Oxítonos- Na 1- e 2- declinações, os oxítonos de base preservam a tô
nica sempre nessa mesma posição, a última, perispômenas, porém, as inflexões genitivas e dativas. Na 3- as formas de base oxítona conservam o acento nesssa mesma sílaba em todas as inflexões, excetuados o gen. e o dat. dos monossilábicos, sílaba essa, todavia,
216
que, apensa desinência a constituir sílaba adicional, passa a ser penúltima, não mais a última;
- Nestes substantivos serão oxítonos, agudo o acento, apenas estes casos: nom. e voc. sing., geralmente, mais o acus. sing. nos neutros; properispômenos todos os que têm final breve, se a penúltima, acentuada, for longa; paroxítonas as demais formas impa- rissilábicas, se essa penúltima, tônica, for breve, ou longa a desinência (gen. e dat. dual, gen. pl.);
- Nos monossilábicos de base (e em alguns não-monossilábi- cos, ademais), desloca-se o acento, no gen. e dat., para a última, formas tornadas dissilábicas mercê da desinência que constitui sílaba em si, AGUDO no gen. e dat. sing. e no dat. pl., finais breves, oxítonos; CIRCUNFLEXO no gen. e dat. dual e no gen. pl., últimas longas, perispômenos. Esta particularidade prosódica dos monossilábicos contravém o princípio normativo de posicionalidade até aqui observado;
6 . Perispômenos- Substantivos da 3- declinação perispômenos de base, for
mas de tipo contrato, seguem o princípio normativo dos oxítonos no que tange à posição do acento, embora divirjam quanto à natureza de acentuação;
- Nos monossilábicos, desloca-se o acento para a última nas formas genitivas e dativas (oxítonos gen. e dat. sing. e dat. pl., finais breves; perispômenos gen. e dat. dual e gen. pl., finais longos); conserva-se na sílaba de base nos demais casos {perispômenos nom. e voc. sing. e, nos neutros, também o acus. sing., properispômenos o acus. sing. dos masculinos ou femininos, além de nom., acus. e voc. dual e pl. de todos os gêneros);
- Nos substantivos não-monossilábicos na base, permanece o acento na sílaba de origem em toda a flexão, perispômenos nom. e voc. sing. e, em neutros, ainda o acus. sing., circunflexo na última; paroxítonos o gen. e dat. dual e o gen. pl., finais longos, agudo na penúltima; properispômenos os demais casos, penúltima longa acentuada, breve a última.
217
2. SUBSTANTIVOS LABIAIS E GUTURAIS
2.1 - Característica
- Caracterizam-se as formas destas duas classes de substantivos da 3- declinação por:
(1) A desinência <; na forma base, nom. sing., que, entretanto, se funde com a labial (tt, p, <p) ou gutural (k, y , x) final do tema, de que resultam, respectivamente, as duplas \\> e e
(2) A desinência oç no gen. sing.
2.2 - Nomes abrangidos
- Enquandram-se nestas duas classes, paralelas em flexão, os substantivos cujo nom. sing. termina atualmente em i|/ ou £ e o gen. sing. em os, precedido de labial ou gutural no tema;
- Em o Novo Testamento, os substantivos em gutural (23 ao todo) são três vezes mais numerosos que os nomes em labial (apenas 7).
2.3 - Similaridade
- As normas flexionais são as mesmas para ambas estas classes de substantivos, por isso que têm os nomes em labial e em gutural as mesmas desinências paralelas e sofrem variações análogas na flexão.
2.4 - Gênero- Os substantivos de tema em labial ou gutural são masculi
nos ou femininos. Nestas duas classes da 3- declinação, como em toda a 1 - declinação, não há neutros.
2.5 - Flexão- A flexão regular dos substantivos destas duas classes obede
ce ao plano geral dos masculinos ou femininos desta 39 declinação,
observado quanto aos casos problemáticos o seguinte:
218
'\.Nom. sing.: recebe a desinência ç;
2. Acus. sing.: tem a desinência á, logo, não a alternativa v;3. Voc. sing.: é similar em forma ao nom. sing.;
4. Dat. pl.: funde-se a sibilante desinencial com a labial ou gu- tural que a precede na flexão;
5. Acus. pi.: tem a desinência aq, em vez de vs; e6 . Nos três casos em que a labial ou a gutural antecede à sibi
lante (nom. e voc. sing. e dat. pl.), registra-se fusão dessas duas consoantes, resultando, respectivamente, as duplas i]j (labial + ç) e £ (gutural + ç).
2 .6 - Paradigmas
1 . Substantivo em labial- Kcóvcoiji, kíúvíottoç, ò - mosquito (substantivo não-monossilá-
bico)
a. Estrutura- Consistem as inflexões deste paradigma do tema kíovcott e
das desinências próprias dos masculinos ou‘femeninos da 3- declinação, nos moldes dos labiais ou guturais;
- Diferentemente do que se observou nas flexões da 1 - e 2- declinações, em que o radical se mantém inalterado e as desinências não sofrem variação, nesta alteram-se radical e desinência em três dos casos: nom. e voc. sing. e dat. pl., fusão da muda com a sibilante desinencial;
- Enquanto na 1- e 2- declinações é o número de sílabas constante, sempre o mesmo em todas as inflexões da forma declinada, logo, parissilábicas, nestes nomes labiais ou guturais, consoante o presente paradigma, como, aliás, em todas as classes da3- declinação, a quase totalidade das inflexões tem uma sílaba a mais do que a forma base, logo, constituem flexões imparissilábi- cas;
219
b. Flexão
SINGULAR
N.G.D.A.V.
N.G.D.A.V.
N.G.D.A.V.
Tema[ kcóv&jtt
KCDVOÚTT
KCOVÍOTT
KCOVCDTT
[ kcovíútt
DUALTemaKCDVtDTT
KÍOVWTT
KIOVÍOTT
K íovónr
KCÓVÍÚTT
PLURALTema
KXOVCÚTT
KCOVCOTT
[ kíovcott
KOÒVCOTT
KCÚVCOTT
Des.ç ] — koóvcmJ;
oçUlUaç] — Kwvcúvj;
- mosquito- de mosquito- para mosquito- mosquito- ó mosquito
Des.eo iv
OlV
ee
Des.eç(OV
c r i jaaçes
- mosquitos (dois)- de mosquitos (dois)- para mosquitos (dois)- mosquitos (dois)- ó mosquitos (dois)
- mosquitos- de mosquitos
kíóvíov|/Í- para mosquitos- mosquitos- ó mosquitos
c. Acentuação- Como em todo substantivo e afins a acentuação deste
paradigma é posicionai, mantido o acento na sílaba kcd, em que se acha na forma base, nom. sing., em todas as inflexões, excetuados o gen. e dat. dual e o gen. pl.;
- E agudo em todas as formas, porquanto nas dissilábicas, embora posto em penúltima longa, longa é também a última, e nas trissilábicas ora a desinência é breve, quando estará na antepenúl-
220
tima, ora é longa, quando se desloca obrigatoriamente para a penúltima;
- São, pois, paroxítonos: nom. e voc. sing., gen. e dat. dual e
gen. pl., 5 formas; são proparoxítonos: gen., dat. e acus. sing., nom., acus. e voc. dual e pl., mais o dat. pl., 10 das inflexões;
d. Aplicação- À base deste paradigma, koSvcov|í , kwvwttoç, ó, flexionam-
se os substantivos labiais ou guturais paroxítonos, todos, reque- rendo-se apenas a substituição do radical kcovcott pelo correspondente da forma a declinar-se. Desinenciação e acentuação coincidem inteiramente em todos. A fusão da muda com a sibilante obedece em todos o princípio estabelecido;
- Em se tratando de formas em que ou a última é breve no radical ou sobre essa última incide o acento na forma base, embora
a desinenciação e as variações flexionais sejam as mesmas registradas na flexão de kíóvcov);, a acentuação será diferente, conforme
os reclamos da prosódia própria de tais formas.
2 . Substantivo em gutural- CTáp£, crapKÓç, rj - carne (substantivo monossilábico)
a. Estrutura- Estruturam as formas deste paradigma gutural, como em
todos os substantivos, estes dois elementos básicos: tema e desinência;
- O tema é < rapK , o mesmo em todas as inflexões, contudo, como em kcóvcoiJj, alterado em razão da fusão da gutural com a sibilante desinencial em três dos casos: nom. e voc. sing. e dat. pl.;
- As desinências serão as típicas destas duas classes da 3- declinação, nos moldes em que ocorrem na flexão de Kíóvtoiji, kcóvíottos, ó, ligeiramente alteradas na fusão da sibilante
com a muda do tema nos casos referidos no item anterior;- Como se observou na flexão de k<óvü)i[/, característico,
221
aliás, das formas da 3- declinação, varia o número de sílabas das diferentes formas, destarte imparissilábicas, monossilábicos o nom. e voc. sing., dissilábicos os demais casos todos, mercê da inserção da desinência a constituir sílaba adicional;
b. Flexão
SINGULARTema Des.
N. [crápK s] ~ aap^ - carneG. crapK oç - de carneD. crapK l - para carneA. arápK ü - carneV. [aápK s ] - cráp£ - ó carne
DUALTema Des.
N. c rá p K e - carnes (duas)G. aapK oív - de carnes (duas)D. c rap K otv - para carnes (duas)A. crápK e - carnes (duas)V. aápK e - ó carnes (duas)
PLURALTema Des.
N. crápK eç - carnes (duas)G. crapK (bv - de carnes (duas)D. [aapK oí] -- aap^i - para carnes (duas)A. crápK áç - carnes (duas)V. aápK eç - ó carnes (duas)
c. Acentuação
- Substantivo, a acentuação é posicionai. Monossilábico de base, acentuam-se-lhe na última, inflexões tornadas dissilábicas, o
222
gen. e o dat. nos três números, enquanto os demais casos retêm-no na sílaba de origem, aap(K);
- É circunflexo o acento nas três inflexões cujo final é longo e acentuado, a saber: gen. e dat. dual e gen. pl., agudo, porém, nas doze restantes, já porque, ou estará sobre a vogal temática ou sobre a desinência, breves sempre, quer seja a última, quer seja a penúltima;
- Serão, pois, oxítonos, agudo na última: nom., gen., dat. e voc. sing. e o dat. pl., 5 formas; perispômenos, circunflexo na última: gen. e dat. dual e gen. pl., 3 formas; paroxítonos, agudo na penúltima: acus. sing., nom., acus. e voc. dual, nom., acus. e voc. pl., 7 casos;
d. Aplicação- Segundo a flexão de cráp£, crapKo'<;, ti se declinam todos
os monossilábicos de tema em gutural ou labial, fazendo-se de mister apenas substituir-se o radical aapK pelo correspondente da palavra a flexionar-se. Desinências e acentuação continuarão as mesmas. A fusão da muda com a sibilante nos três casos especiais processa-se nos moldes estabelecidos para cada uma dessas duas classes;
- As formas não-monossilábicas, quer guturais, quer labiais, exibem as mesmas desinências e variações paralelas. Diferem, porém, quanto ao radical e a acentuação.
2.7 - Comparação
1 . Flexão
- A luz destes dois paradigmas, kwvíoiJj e o-áp£, patenteia-se que, em flexão, diferem os substantivos de tema finalizado por labial dos terminados em gutural apenas no que tange à dupla resultante nos três casos em que se fundem a muda temática e a sibilante desinencial (nom. e voc. sing. e dat. pl.), nos labiais ijj, nos guturais Nos demais casos (1 2 ) as desinências se não alteram, as mesmas em ambas as classes, em paralelo.
223
2 . Genitivo singular
- A desinência oç, própria do gen. sing. nestas flexões, é similar à terminação do nom. sing. dos substantivos masculinos ou femininos da 2- declinação (e do nom., acus. e voc. sing. dos neutros sigmáticos desta 3-). Daí, confundem-se essas formas, terminadas todas em oç.
3. Acusativo singular- Coincide em desinência, á, o acus. sing. destas flexões com
as seguintes inflexões de outras formas:a. Nom. e voc. sing. dos femininos da 3- classe da 1§ declina
ção;b. Voc. sing. dos masculinos, patronímicos ou de nom. sing.
terminado pelo final tt |<; (e afins) da b- classe da 1 - declinação;c. Nom., acus. e voc. pl. dos neutros da 2- declinação; ed. Nom., acus. e voc. sing. e/ou nom., acus. e voc. pl. de certos
tipos de neutros da 3- declinação.
4. Vocativo- Como nas três classes de femininos da 1§ declinação e nos
neutros todos, coincidem em forma, nestes substantivos de tema finalizado por labial ou gutural, nom. e voc., paralelamente, nos três números, vale dizer, são sempre iguais entre si, qual o nom., tal a forma do vocativo paralelo.
5. Genitivo plural
- Tem o gen. pl. a mesma desinência, cov, deste caso nas declinações 1- e 2-. Logo, é evidente que nas três declinações terá sempre a forma do gen. pl. final idêntico, ou que todos os genitivos plurais terminarão em cov;
- Observe-se, porém, que somente na 1 ã declinação será sempre e necessariamente perispômeno, não na 2 -, nem na 3 -.
224
6 . Acusativo plural- Não levada em conta a quantidade vocálica, dir-se-á que
terminam como o acus. pl. destas flexões labiais e guturais, final aç, as seguintes inflexões adicionais, que, por isso, se podem confundir com esta forma:
a. Gen. sing. dos femininos da 1- declinação de radical finalizado por e, i ou p, isto é, da 1 - e 3- classes;
b. Nom. sing. dos masculinos da 4- classe da 1ã declinação;c. Acus. pl. de todas as formas da 15 declinação;d. Nom. sing. (e voc. sing., geralmente) de substantivos da 3-
declinação, particularmente do masculino de particípios aoristos ativos de verbos em co ou presentes e aoristos dos verbos em fxí de tema finalizado por á;
- E de lembrar-se, porém, que no acus. pl. dos labiais e guturais, aliás, nas formas da 3- declinação em que seja a desinência deste caso, a vogal é sempre breve (ás), enquanto nas demais inflexões, quer da 1 quer participiais da 3-, é sempre longa (ãç).
3. SUBSTANTIVOS LINGUAIS
3.1 - Característica
- Caracteriza-se esta classe de nomes da 3- declinação por:(1) Nom. sing. ora a receber a desinência ç, ora a constar do
simples tema, sem desinência. Todavia, quer haja desinência, quer não haja, cairá essa lingual final, já porque não subsiste quando anteposta à sibilante, já porque palavra grega típica não terá terminal consoante outra que v, p, ç, £ ou iJj; e
(2) Gen. sing., como nos labiais e guturais, a receber a desinência oç.
3.2 - Nomes abrangidos- Enquadram-se nesta classe substantivos, pertencentes todos
à 3- declinação, em que o genitivo singular termina pela desinência oç precedida de lingual (t , 8 , 0 ) e o nom. sing., sempre a sofrer va-
225
riação no final, dada a necessária queda da lingual terminal do tema, se finda ora em ç, ora em vogal ou pelas consoantes v, p, £.
3.3 - Gênero
- Os substantivos labiais ou guturais são masculinos ou femininos, não havendo neutros entre eles. Já os linguais podem ser de qualquer dos três gêneros, constituindo os masculinos ou femininos um tipo de flexão, paralela, os neutros outro, ligeiramente diferenciado.
3.4 - Flexão
1 . Masculinos-Femininos- Flexionam-se os substantivos masculinos ou femininos de
tema finalizado por lingual ou dental (t , 8 , 0 ) nas linhas gerais desses gêneros da 3- declinação, feitas quanto aos chamados casos problemáticos estas observações:
15. Nom. sing.: recebe a desinência <; em todos os nomes, excetuados aqueles cujo tema termine pelo grupo ovt (a lingual t ,
precedida da nasal v, a que antecede a vogal o). Nestes, cairá o t final, consoante que não pode ser terminal de forma grega, e se alongará a vogal, compensatoriamente, de o para co;
2°. Acus. sing.: ocorrem ambas as desinências, v ou á;- Têm a desinência v os substantivos não-oxítonos em que o
nom. sing. termina em íç , caindo, porém, nesta inflexão a lingual final do tema;
- Recebem a desinência á os demais nomes linguais, masculinos ou femininos, mesmo os de nom. sing. terminado em tç, quando oxítonos;
39. Voc. sing.: nos substantivos de tema finalizado por iô ou vt
(nestes últimos executam-se os oxítonos e os de cunho ou origem participial) consta esta inflexão do simples tema, caindo, necessariamente, a lingual (que não pode ser terminal deforma grega típica);
226
- Nos demais nomes da classe, mesmo naqueles em que, oxítonos ou de base ou cunho participial, termina o tema pelo grupo v t , é esta inflexão, normalmente, igual em forma ao nom. sing., casos paralelos, pois;
4e. Dat. pl.: sofre sempre a queda da lingual final do tema anteo <5 da desinência;
b-.Acus. pl.: é em todos sempre cU a desinência, não vç; e6 ?. Nas inflexões em que a lingual final do tema é diretamente
seguida de ç na desinência, o que se verifica sempre no dat. pl. e freqüentemente nos casos nom. e voc. sing., dá-se a queda dessa lingual, ensejando, ainda, as seguintes particularidades:
a. Se imediatamente precedida de vogal, na maioria das flexões mantém-se inalterada esta vogal, seja em natureza, seja na quantidade. Há-as, entretanto, em que experimenta ela acentuadas variações, mormente alongamento, quando breve;
b. Se precedida de gutural, funde-se esta muda com a sibilante desinencia! imediata, resultando, como nos substantivos da classe dos guturais, a dupla £; e
c. Se precedida da nasal v, cai também esta consoante, alongando-se a vogal precedente. É o que se dá nas formas de radical terminado pelo grupo ovt, que,no dat. pl., sofrem a queda de ambas as letras consoantes e alongam o o em ou.
2. Neutros- Flexionam-se os substantivos neutros de tema em lingual
(t , 8, 0) nos moldes gerais deste gênero da 3- declinação, observando o seguinte:
19. Não recebe o nom. sing. e, conseqüentemente, o acus. e voc. sing., que nos neutros lhe são sempre similares em forma, desinência específica, processando-se-lhes no final ora a simples queda da lingual (que não pode ser terminal de forma), ora, em menor escala, sua transmutação em p ou ç; e
2?. Sofre o dat. pl. a queda da lingual anteposta à sibilante da desinência, permanecendo imutada a vogal que, no tema, antecede a essa lingual.
227
3.5 - Comparação- Comparados aos substantivos de tema finalizado em labial
(-ir, {3, <p) ou gutural (k , 7 , x). dir-se-á que os linguais são em o Novo Testamento muito mais numerosos e exibem cifra bem mais avultada de variações e particulares flexionais, embora conformados na maioria das inflexões ao padrão básico da 3- declinação.
3.6 - Tipos característicos
1 . Especificação
- Duas modalidades de nomes em lingual há que, à semelhança do que se observou em relação a certas formas da 1 - e 2 - declinações, patenteiam no final do nom. sing. sufixo característico de determinado sentido ou tipo de ação;
2 . Enumeração- Tais seriam:
a. Substantivos de nom. sing. em |xót, gen. sing. em (x&tos
(1 ) Sentido
- Nomes linguais, oriundos de tema verbal, radical terminando em t precedido da sílaba |xa, daí, o gen. sing. a exibir o final jjuxtoç, são sempre neutros e expressam RESULTADO ou PROPÓSITO da ação em contraposição direta aos substantivos de nom. sing. terminado em ctiç, femininos de tema em vogal fechada, 1, que lhe exprimem o PROCESSO;
(2) Exemplos
(a) ôiKaL(0 |xa e Sutaítoonç- Derivados do verbo ôiKoaów — justificar - , o pri
meiro a exibir o sufixo |x<x(t ), o segundo o sufixo cris, ocorrem em
228
Rm 5.18 ambos estes substantivos, traduzidos normalmente pelo termo justificação;
- Entretanto, 8 iKaí(0 |xá expressa propriamente a justificação como ato, ou resultante, ou produto, enquanto ôiKaíaxríç a apresenta antes como ação, ou operação, ou processo;
- Logo, ÔiKaúo|xot diz respeito à sentença liberatória, à absolvição judicial; ôiKaí&xn*; ao processo envolvido, à ação justi- ficante no seu todo;
(b) Kpífxct e Kpícriç- Procedentes do tema Kpiv, do verbo Kpívco - julgar
- , Kpí|xa (Tg 3.1) e Kpíaíç (Ap 18.10), aquela a englobar o sufixo |xá(T), esta o sufixo ctiç, traduzem-se ambas as formas porjuizo ou julgamento;
- Contudo, Kpí|xa expressa, mais adequadamente, a sentença lavrada, o veredicto ou acórdão, enquanto Kpúrtç se refere ao processo, ao julgamento de que resulta a sentença.
b. Substantivos de nom. sing. em tvç, gen. sing. em Tiyros
(1 ) Sentido- Substantivos linguais, derivados de temas adjetivos, na
forma atual a exibirem na inflexão do nom. sing. o final rr]*; (em lugar de nqTÇ, por isso que a lingual cai quando a preceder a sibilan- te), o gen. sing. terminado pelo dissílabo temático-desinencial nn— toç; são todos femininos e expressam ESTADO, ou CONDIÇÃO, ou QUALIDADE característicos;
(2 ) Exemplos
(a) xptiotÓtt|<;, xpTiaTOTiqToç, - bondade, prestabilidade (II Co 6 .6 )
- Formado do tema xP^cttío) do adjetivo xp^otos, tÍ, óv - útil, prestante, bom para usar-se, da raiz xp&, de xpáo|xai - usar
229
mais o sufixo distintivo tt |(t ), ligado ao tema pela vogal eufônica o, aduzida a desinência s da inflexão nominativa, o substantivo
XP^OTÓrriç, xP^aTÓTriToç, f|, feminino, exprime a qualidade de ser útil, o estado característico de ser prestante, a condição essencial de ser bom;
(b) eryvÓTT]*;, cr/vóríiTos, r| - pureza, castidade (II Co6 .6 )
- A base do tema óryv(o) do adjetivo cryvóç, tj, óv - puro, casto, mediante a aposição do sufixo tt](t ) e das desinências próprias desses casos básicos, <; e oç, respectivamente, ligados o tema e o sufixo pela vogal eufônica o, resulta o substantivo éryvo—
ot/vÓttitoç, t|, feminino, a expressar a qualidade de ser puro,o estado característico de ser casto, a condição fundamental de ser ilibado.
3.7 - Paradigmas
1 . Substantivos mascuímos-femininos
a. Nomes em í<j não-oxítonos, a lingual precedida de vogalbreve.
- xápiç, xápiToç, t) - graça
(1 ) Estrutura- Consistem as inflexões deste paradigma do tema ou
radical, x^ptT, e das desinências, próprias dos nomes linguais de nom. sing. finalizado por íç, não-oxítonos, masculinos ou femininos;
- O radical, como acontece nas flexões da 3- declinação, em sua imensa maioria, sofre alteração, ao contrário dos substantivos da 1 - e 2 - declinações;
- A alteração do radical, queda da lingual t , final do tema, se processa em quatro dos casos, a saber: nom. e voc. sing. e
230
dat. pl. ante o ç desinencial e acus. sing. ante o v terminal;- Como se observou nos paradigmas dos labiais e gu-
turais, esta flexão é também imparissilábica, uma vez que em doze dos casos constitui a desinência silábica adicional, apenas duas inflexões (acus. e voc. sing.) conservando a paridade silábica da base (nom. sing.);
(2 ) Flexão
SINGULARTema Des.
N. [xáptT ç] - xápte - graçaG. xáptT oç - de graçaD. XápiT í - para graçaA. [XáptT v] — xápiv -g raçaV. [XápiT <;] — xáp is - ó graça
DUALTema Des.
N. xáp^T e - graças (duas)G. Xapí,T otv - de graças (duas)
D. XapiT olv - para graças (duasA. XÓpÜT e - graças (duas)
V. xáptT e - ó graças (duas)
PLURALTema Des.
N. XáptT es - graças
G. X«piT íov - de graças
D. XáptT a í — x^pícrí - para graças
A. XápiT á<; - graçasV. XapiT eç - ó graças
231
(3) Particularidades morfológicas
- A vista das múltiplas variações de que é susceptível esta classe de nomes, convirá observar-se que:
- Recebe o nom. sing. a desinência ç, caindo, por isso, a lingual t final do tema, inalterada, porém, a vogal precedente, í;
- Substantivo em que o nom. sing. termina em Is, não- oxítono, é no acus. sing. v a desinência, não á, caindo a lingual t,
inalterado o i temático (à maneira do nom. sing.). A forma alternativa xótpiTa, com a desinência á, ocorre, entretanto, em o Novo Testamento (At 24 .2 7 ; Jd 4 );
- Substantivo de tema finalizado não em tô ou v t , a forma do voc. sing. é paralela à do nom. sing., a mesma, pois, nesses dois casos;
- No dat. pl. ocorre, ante o ç desinencial, a queda do t
final do tema, preservando-se, porém, inalterada a vogal precedente í (aspectos paralelos aos registrados nos casos nom., acus. e voc. sing.);
- No acus. pl., como nos labiais e guturais, a desinência é às, em vez da alternativa vç;
(4) Comparação- Comparada a flexão de x^pi-Ç com a dos paradigmas
Kcóvcúi}/ (labial) e cráp£ (gutural), verifica-se que:- no tocante à desinenciação, apenas no acus. sing. di
ferem, por isso que em x^pis é v a desinência, nos labiais e guturais é á; e
- no que tange à variação temática, divergem em que em xáptç a muda final do tema, t, cai, nas quatro inflexões em que se antepõe a v ou ç da desinência, enquanto nos labiais e guturais a muda se funde com a sibilante, resultando, respectivamente, as du
plas e £;- Comparada a flexão de xápfe com os paradigmas da
1 - declinação, verificam-se os seguintes pontos comuns na desi
nenciação:
232
- A desinência i do dat. sing. (xápi/ri) é a mesma das flexões da 1§ declinação, embora nestas apareça em forma subscrita (como na 2 -, igualmente);
- A terminal v do acus. sing. (xápiv) é a mesma do final das desinências deste caso em toda palavra da 1§ declinação (e da2 -, também);
- A desinência cov do gen. pl. (xotpÍToov) é a mesma neste caso em todas as flexões da 1 - declinação (como da 2 -), não peris- pômena, entretanto; e
- A desinência áç do acus. pl. (xápi/ráç) é paralela à terminação ãç que ocorre na 1 - declinação nas seguintes inflexões: nom. sing. da 4- classe, masculinos; gen. sing. da 1- e 3- classes, femininos, todos radicais finalizados em e, i, p, e, ainda, acus. pl. de todas as classes, observando-se, porém, que na 3- declinação é breve o alfa, na 1 - longo-,
- Comparada a flexão de xápis com os paradigmas da2 - declinação, as seguintes similaridades se lhes destacam na desinenciação:
- A desinência oç do gen. sing. (xápíToç) é a mesma do nom. sing. dos masculinos ou femininos da 2 - declinação;
- A desinência i do dat. sing. (xapí/rt) é a mesma dos nomes da 2- declinação (e da 1 -), que nestas flexões aparece em forma subscrita;
- A terminal v do acus. sing. (xápív) é a mesma do final deste caso em todas as formas da 2- declinação (e da 1§, de igual modo), qualquer que lhes seja o gênero;
- A desinência e do nom., acus. e voc. dual (xápi/re) é similar à terminal do voc. sing. dos masculinos e femininos da 2 - declinação;
- A desinência oiv do gen. e dat. dual (xapiToiv) é a mesma destes casos em todos os substantivos da 2- declinação; e
- A desinência cov do gen. pl. (xotptTcov) é a mesma deste caso nas flexões todas da 2 - declinação (e da 1§, nesta sempre pe- rispômena a forma);
233
(5) Acentuação- Substantivo, acentuação posicionai, conserva-se-lhes o
acento, a despeito da extensão silábica, em toda a flexão na sílaba X&, em que se situa na forma base, nom. sing., excetuados apenas três casos, a saber: gen. e dat. dual e gen. pl., cuja última, por ser longa, compele ao deslocamento para a penúltima imediata;
- E agudo o acento em todas as inflexões, posto sempre em sílaba breve, que tais são x<* e pí, as tônicas da forma. Aliás, apenas três dos casos (nom., acus. e voc. sing.) seriam passíveis de circunflexo, se a penúltima, acentuada, fosse longa. Os demais, ou porque a tônica é antepenúltima, ou porque a última é longa, só agudo podem ter, impossível o circunflexo nessas circunstâncias;
- São, pois, paroxitonos: nom., acus. e voc. sing. e gen. e dat. dual e gen. pl., 6 formas; proparoxítonos-, gen. e dat. sing., nom., acus. e voc. dual e nom., dat., acus. e voc. pl., 9 formas;
(6 ) Aplicação paradigmática
- Nos moldes deste paradigma, x&pí-Ç, xt*P*'T0<s» 1» Ae' xionam-se os nomes paroxítonos linguais da 3- declinação, de nom. sing. finalizado em tç, de mister fazendo-se apenas a substituição do radical x<xpiT pelo correspondente da forma a declinar-se. Desinenciação e acentuação em todos coincidem inteiramente. Também a queda da lingual é em todos semelhante;
- Nos oxítonos, a desinência normativa do acus. sing. será á, em vez de v, e a acentuação se processará, quanto a posição e natureza, em linhas próprias;
- Nos substantivos de tema finalizado por tô a forma vo- cativa singular não recebe desinência, constando, pois, do simples radical, elidido o ô final do tema, que não pode ser terminal regular de vocábulo;
- Nomes iinguais de nom. sing. em íç , masculinos ou femininos de base properispômena ou proparoxítona, têm a mesma desinenciação deste paradigma, observada a particularidade do voc. sing., mas a prosódia obedecerá aos moldes típicos de tais posicionamentos;
234
b. Nomes em Iq, oxílonos, de radical terminado pelo final íô, lingual precedida de vogal, breve.
- eXmç, eX.môo<5, -r) - esperança
(1) Estrutura- Constam as inflexões deste paradigma de tema ou radi
cal, 4Xm8, e das desinências, próprias dos nomes linguais de nom. sing. finalizado em íç, oxítonos, radical terminado por 18, femininos ou masculinos;
- O radical, como em x^pte» experimenta alteração, fenômeno generalizado nas flexões da 3- declinação em contraste com a 1 - e 2 - declinações, em que permanece ele invariável, o mesmo em todas as formas;
- Altera-se o radical, queda do 8 final do tema, em três das inflexões, a saber. nom. sing. edat. pl., por antepor-se à sibilante desinencial, e voc. sing., porque não pode ser final de vocábulo grego regular;
- Como nos labiais (kccvíoi}*) e guturais (cáp^) e em xá— piç, é imparissilábica esta flexão, por isso que, exceção feita do voc. sing., as demais treze inflexões recebem desinência que representa sílaba adicional;
(2) Flexão
SINGULARTema
N. [èXlTÍSG. eXm8
D. eXm8A. eXmôV. [feXmô
Des. /ç] - eXmç - esperança o<; - de esperançaí - para esperançaol / - esperança—] — eXm - ó esperança
235
TemaN. eXmSG. eXmSD. e\m8
A. 'eXiríôV. eXmS
PLURAL Tema
N. eXm8
G. cXttÍSD. [’eXm8
A. eXmSV. eXmS
DUALDes.e - esperanças (duas)otv - de esperanças (duas)oiv - para esperanças (duas)e - esperanças (duas)e - ó esperanças (duas)
Des. es covtrí] — èXmcriuOíS
es
- esperanças- de esperanças- para esperanças- esperanças- ó esperanças
(3) Particularidades morfológicas
- Quanto aos chamados casos problemáticos, suceptí- veis a variações que são os nomes em lingual, impoém-se as seguintes observações:
- Nom. sing.: como em x&pte, recebe a desinência s, pelo que se elide o 8 final do tema, contudo, não se altera o í precedente;
-A cu s. sing.: inflexão de nome lingual de nom. sing. em ls , oxítono de base, a desinência deste caso é &. Difere, pois, neste particular de não-oxítono, desinenciado com v;
- Voc. sing.: ao contrário de x^pte, em èXirts não tem esta inflexão forma similar à do nom. sing., por isso que nos substantivos de radical em 18 consta sempre este vocativo do mero tema, caindo a lingual, porquanto não pode ser terminal regular de vocábulo grego. A vogal precedente i não se altera;
- Dat. pl.: à maneira do nom. sing., e como em x^pts em ambos esses casos, cai a lingual final do tema ante o s desinencial, mas se não altera a vogal í que a precede;
236
- Acus. pl.: como em x^ptç, recebe a desinência áq (preterida a alternativa vç);
(4) Comparação
- Difere a flexão de èÁ/rríç da declinação de- quanto à desinenciação, apenas no acus. e voc. sing.,
paralelas as terminações dos demais treze casos; e- quanto à variação temática, somente no acus. sing., em
que se não altera o tema em èÂ/rrís mas a lingual final cai em xáp ís.
Nas demais quatorze inflexões é paralela a condição do tema, alterada ou intacta; /
- Difere a flexão de eXirlç dos paradigmas koòvíoiJj (la
bial) e cráp£ (gutural):- quanto à desinenciação, apenas no caso voc. sing., em
eÂ/rriç não-desinenciado, em kíóvcdi}/ e aúp£ (como em x&pfe) a receber desinência, ç, mesmas, em paralelo, as terminações dos quatorze casos restantes; e
- quanto à variação temática, embora ocorra nos mesmos três casos, isto é, nom. e voc. sing. e dat. pl., difere em que em
eXmç se registra a queda do 8 final do tema, enquanto em kíóvcovJí e crótp se fundem o tt e o k, respectivamente, com a sibilante desi
nencial, donde as duplas v}/ e £ resultantes;- Paralelos e similaridades para com formas da 1- decli
nação tem a flexão de eA/rrrç as seguintes:- A desinência t do dat. sing. (èX/rríSi) é a mesma deste
casò nas formas da 1 - declinação todas (e na 2 - também), inda que
nestas apareça sempre em forma subscrita;- A desinência a do acus. sing. (èXmôa) é paralela à
terminação do nom. e voc. sing. dos femininos da 3- classe e do
voc. sing. dos masculinos patronímicos ou finalizados em ttiç na
forma base (e afins), da 5- classe, da 1 - declinação;- A desinência cov do gen. pl. (êX/nxStDv) é a mesma
deste caso em todas as flexões da 1 - declinação (e da 2 - ademais), contudo, não necessariamente perispômena a forma, como terá de
237
ser sempre na 1 - declinação; e- A desinência ãç do acus. pl. (eXmôáç) é paralela à
terminação ãç, que na 1 - declinação aparece nas seguintes inflexões: acus. pl. de todas as classes, e, radicais finalizados em e, i, p, ainda no gen. sing. das classes 1- e 3 ?, femininos, e nom. sing. da 4- classe, masculinos. Contudo, enquanto na 3§ declinação a vogal da desinência é breve, nas inflexões da 1 -, todas, é longa;
- Paralelos e similaridades entre a flexão de eX-ruç e os paradigmas e formas da 2 - declinação encontram-se nos seguintes casos:
- A desinência oç do gen. sing. (èXm8oç) é similar à terminação do nom. sing. dos nomes femininos ou masculinos da2 - declinação;
- A desinência í do dat. sing. (èXmôi) é a mesma dos nomes todos da 2 - declinação (e da 1 -, igualmente), não subscrito, porém, nas inflexões da 3- declinação;
- A desinência a do acus. sing. (èXiríôá) é análoga à dos casos nom., acus. e voc. pl. dos neutros da 2 - declinação;
- A desinência e do nom., acus. e voc. dual {eXiribe) é paralela à do voc. sing. dos masculinos ou femininos da 2 - declinação;
- A desinência oiv do gen. e dat. dual (eXmôoiv) é a mesma destes casos nas flexões todas da 2 - declinação; e
- A desinência cov do gen. pl. (éXmôcov) é, também, a mesma deste caso em todos os nomes da 2 - declinação, bem como da 1§ (nesta sempre perispômena a forma). Logo, todo gen. pl., qualquer a declinação, terminará em cov.
(5) Acentuação- Substantivo, acentuação posicionai, posto na sílaba
Tri(ç) na forma base, nom. sing., nesta sílaba se mantém em toda a
flexão, nenhum princípio de prosódia compelindo-o a deslocar-se, estando, pois, ora na última, ora na penúltima;
- Breve a tônica em toda a flexão, agudo terá de ser o acento em todas as formas;
238
- Serão oxítonos dois dos casos apenas, nom. e voc. sing.,paroxítonos os demais treze;
(6 ) Aplicação- Nos moldes deste paradigma, iXm ç, ^Xttíôoç, "q, fle
xionam-se os nomes oxítonos linguais da 3ã declinação cujo nom. sing. termine em íç , o tema em 18, requerendo-se apenas a substituição do radical eXirfô pelo correspondente da forma a flexionar- se. Desinências, acentuação e alterações, contudo, são as mesmas em todos;
- Nos substantivos não-oxítonos divergirá a acentuação, em posição e mesmo em natureza, conforme as linhas prosódicas específicas, enquanto no acus. sing. a desinência será v, não ót.
c. Nomes de radical em que é a lingual precedida de gutural, nom. sing. não em íç .
- vú£, vuktòç, 'q - noite
(1 ) Estrutura- Constituem-se as inflexões deste paradigma de tema
ou radical, vukt, e desinências, estas próprias dos linguais, masculinos ou femininos, em que o nom. sing. não termina em íç;
- O radical sofre, como em xápíç e èXmç, a queda da lingual t final do tema nas inflexões em que precede à sibilante de- sinencial, isto é, em três dos casos, a saber: nom. e voc. sing. e dat.
pl.;- Precedida que é a lingual t pela gutural k, nestes casos
em que se processa a queda da lingual entram em contacto a gutural e a sibilante, que se fundem, resultando a dupla fj, exatamente
como se viu em relação aos substantivos de tema finalizado em
gutural (paradigma aápO;- Como em kíÓvcoi];, cráp£, x^pís e èXmç, e na quase
totalidade de flexões da 3- declinação, ao contrário das formas da 1- e 2- declinações, é imparissilábico este paradigma de vú£, vtjk—
239
tóç, Tj, monossilábicos dois casos (nom. e voc. sing.), dissilábicos treze (os demais, porquanto a desinência forma sílaba adicional).
(2 ) Flexão
SINGULARTema Des.
N. [ ia jk t ç ] - v íi£ - noiteG. VUKT ó ç - de noiteD. VUKT í - para noiteA. VÜKT & - noiteV. r|_VUKT ç ] — v u | - ó noite
DUALTema Des.
N. VÜKT e - noites (duas)G. VUKT o tv - de noites (duas)D. VUKT o t v - para noites (duas)A. VÜKT e - noites (duas)V. VUKT e - ó noites (duas)
PLURALTema Des.
N. VÜKT €<; - noitesG. VUKT &v - de noitesD. [vUKT < rí] — v u £ Í - para noitesA. VÜKT à ç - noitesV. VÜKT e ç - 6 noites
(3) Particularidades morfológicas- Em relação aos casos problemáticos, mais susceptíveis
a alterações os linguais que os labiais e guturais, cabem as seguintes observações:
- Nom. sing.: como em e êXirls, recebe a desinên-
240
cia ç, caindo, então, a lingual t , final do tema, e fundindo-se a gutural k , que a precede, com a sibilante desinencial, resultando, por isso, a dupla £. Logo, WÍk ts -► m ç -► v$£;
- Acus. sing.: como nos substantivos linguais oxítonos de nom. sing. terminado em iç (paradigma eXiriç), a desinência deste caso é <ü. Difere, pois, deste modo, de x^pte, lingual em iç, não-oxítono, em que a desinência é v;
- Voc. sing.: é similar em forma ao nom. sing., como em Xap is, porquanto não lhe termina o radical em iô ou vt não-oxítono;
- Dat. pl.: exibe a mesma alteração registrada na forma do nom. sing. (e voc. sing.), isto é, queda da lingual t , fusão da gutural k, que a precede no tema, com a sibilante, resultando a dupla
& e- Acus. p i: como em x^pis e e\mç, aliás, em todos os
linguais (e labiais e guturais, também), a desinência é áç, preterida a alternativa vç.
(4) Comparação
- A flexão de vu£, vüktÓç , t] segue o padrão desinencial dos linguais, masculinos ou femininos, de nom. sing. terminado em íç , divergindo do paradigma x^pi-*;, x&ptToç, rj apenas no acus. sing. (desinência a em vü£, á em x^P1*;) e do paradigma k\— iríç, êXmôoç, ^ somente no voc. sing. (desinência ç em vi3£, não desinenciado em èX/iríç). Tematicamente, ligeira é a variação a registrar-se: em x&ptç e êX/Tríç dá-se apenas a queda da muda, enquanto em vti£, além de cair a lingual, há a registrar-se a fusão da gutural com a sibilante, nos casos alterados paralelos;
- A flexão de ví>£, vuktoç , ti é de todo paralela à dos paradigmas Któvcoif/ (labial) e <ráp£ (gutural), no que tange às desinências, coincidentes, caso a caso, nas três formas. Todavia, enquanto o final é exatamente o mesmo em relação à flexão de oúp£, é-o diferente quanto a Kwvtmj;, por isso que, nas inflexões em que resulta a dupla, é ela i|í em Kcóvtoi}/, £ em vtí£ (como em cráp£);
241
- Nas formas atuais, coincidem as flexões de v&; e cráp£
em toda linha, menos em matéria de tema ou radical, peculiar a cada forma, iguais, porém, os demais elementos: desinências, variação e, visto que são ambos radicais monossilábicos, também a acentuação. O fato de terminar em ambas as flexões pela mesma dupla, £, o nom. sing. poderia induzir a engano, tomando-se os
dois tipos como expressão da mesma classe. Entretanto, em considerada a forma do gen. sing. dirimida ficará toda dúvida;
- Paralelos e similaridades para com formas da 1 - declinação, em matéria da desinenciação dos diferentes casos, são nesta
flexão de vu£, vüktóç, ti exatamente os mesmos, assinalados em/ I Ç 'relação à declinação de âX/rríç, èXTríôos, th. Ademais, tem vi>£, como nos substantivos da 1§ declinação todos, perispômeno o gen. pl. Desinências comuns a inflexões de vü£ e èX-rrCç e formas da 1- de
clinação serão as seguintes:- í: no dat. sing. em ambas essas declinações, aliás, nas
três, em forma subscrita nas palavras da 1- e 2-;- á: no acus. sing. destas palavras da 3- declinação
(vÚKTa, èXmôà), na 1 - declinação a ocorrer nas inflexões do nom. e voc. sing. da 3§ classe, femininos, e no voc. sing. dos nomes patro- nímicos e dos que têm o nom. sing. terminado pelo final ttiç (e
seus afins) da 5- classe, masculinos;- cov: no gen. pl. de ambas as declinações, aliás, das três,
portanto, de todas as formas declináveis, neste caso; e- aç: no acus. pl. destas palavras da 3§ declinação
(vúkt&ç, eX-rríôaç) e, em forma longa (ãç), neste caso em todas as
classes da 1 - declinação, bem como, ainda, nos radicais terminados em e, i ou p, no gen. sing. da 19 e 3- classes, femininos, e nom.
sing. da 4-, masculinos;- Paralelos e similaridades, em matéria de desinencia-
ção, entre a flexão de vu£, vüktoç, tj e formas da 2- declinação, também os mesmos destacados em referência a eXuiç, eXiriôoç,
são os seguintes:- Desinência oç: no gen. sing. destas flexões da 3- decli-
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nação (vuktòç, IX ttíôos), na 2- declinação a caracterizar o nom. sing. dos masculinos e femininos;
- Desinência í: no dat. sing. em ambas as declinações, aliás, nas três, em forma subscrita na 1 - e 2-;
- Desinência ot: no acus. sing. destas flexões da 3- declinação (vúktcí, èXmSa), na 2- declinação a ocorrer nas inflexões do
nom., acus. e voc. pl. dos neutros;- Desinência e: nos casos nom., acus. e voc. dual destas
(vÚktc , eXiTÍSe) e de toda palavra da 3- declinação, na 2- declinação a aparecer na inflexão do voc. sing. dos substantivos masculi
nos ou femininos;- Desinência oiv: no gen. e dat. dual dos vocábulos de
ambas, a 3? e a 2- declinações; e- Desinência cov: no gen. pl. tanto das formas da 3- co
mo da 2- declinações (e também da 1-, logo, de todas).
(5) Acentuação- Substantivo, acentuação posicionai, dever-se-ia o
acento conservar na sílaba de origem em toda a flexão. Monossilá- bica, entretanto, a forma base, nom. sing. (e também a inflexão do voc. sing.), dissilábicas as demais (mercê da desinência a constituir sílaba adicional), o acento desloca-se para a última no gen. e dat. dos três números;
- Agudo ê o acento nos doze casos em que se sobrepõe a
vogal breve, temática ou desinencial; circunflexo nas três inflexões
de final longo e acentuado: gen. e dat. dual e gen. pl.;- São, portanto, oxrtonas (agudo na última), cinco das
formas (nom., gen., dat. e voc. sing. e dat. pl.), paivxftonas (agudo na penúltima), sete (acus. sing., nom., acus. e voc. dual, nom., acus. e voc. pl.), e perispômenas (circunflexo na última), três (gen. e dat. dual e gen. pl.);
- Certos monossilábicos, entretanto, têm paroxítonas
essas formas regularmente perispômenas. E o que se observa em:- ira is , ttouSÓ*;, ô - rapaz - gen. e dat. dual: ttoÚ8oiv
243
(p o r T ra iS o ív ) ; e g en . p l.: TroaSíov (po r 'rraiôtov);
- cpôç, (ptOTÓç, t ó - luz - g en . e dat. du a l: (pcoToiv (po r
cpcoToiv); e g en . p l.: ço ím ov (po r (píOTtòv);
- oí>ç, ò t o ç , t ò - ouvido - g en . e dat. d u a l: co to iv (po r
o jt o ív ); e g en . p l.: dm ov (po r om òv);
- A a cen tu a ção d e vb£ , v u k t ó ç , t | é e x a tam en te a m e sm a
de cráp£ , a a p K o ç , t |, m o n o ss ilá b ico s am b o s , da 3 - d e c lin a ção , f le
x õ e s im p a r is s ilá b ic a s .
(6 ) Aplicação- N o s m o ld e s d e ste p a rad ig m a , vu £ , v u k to ç , nrç, f lex io -
n a m -se o s su b s ta n t iv o s m o n o ss ilá b ic o s de rad ica l em lin gu a l p re
ced id a de gu tu ra l to d o s , b a stand o so m en te su b s t itu ir - se o rad ica l
v u k t pe lo eq u iv a le n te da fo rm a a d e c lin a r -s e . D e s in ên c ia s , v a r ia ç ã o
e a cen tu a ção se rão to d o s a s m e sm a s ;
- O s su b s ta n t iv o s n ã o -m o n o s s ilá b ic o s , em b o ra e x ib am
d e s in e n c ia ç ão e v a r ia ç ã o p a ra le la s às d a s in f le xõ e s p a rad ig m á tic a s ,
te rão p ro só d ia d ife ren te , d itada pe la n a tu re za da fo rm a .
d . Nomes de radical terminado pela lingual t precedida da nasal v, a que antecede a vogal breve o (o v t )
- 'yépcov, "yepovToç, Ô - velho
(1 ) Estrutura
- S u b s ta n t iv o , co n stam a s fo rm a s desta f le x ão d e tema ou radical, yepom, e desinências, p ró p r ia s desta m o d a lid ad e lin gu a l;
- O rad ica l so fre a q u ed a da lin gu a l t , fin a l do te m a , nos
do is c a so s (n o m . e v o c . s in g .) q u e não têm d e s in ên c ia e , a in d a , na
in f le xão do dat. p l., em q u e se an tepõ e a ç d e s in en c ia l;
- A vo g a l o do tem a a lo n g a - se , c o m p en sa to r iam en te ,
em d o is d e s se s c a so s , fa z e n d o -se co na fo rm a do n o m . s in g ., ou na
in f le xão do dat. p l. N ão se a lo n g a , en tre tan to , no ca so re s tan te , v o c .
s in g ., p o rq u e não é o x íto n o , nem d e cu n h o p a rtic ip ia l;
- C o m o no s p a rad ig m a s f le x io n ad o s e na q u a se to ta li
244
dade de vocábulos da 3- declinação, é imparissilábica esta flexão, dissilábicos nom. e voc. sing. (inflexões não-desinenciadas, em moldes a aduzirem sílaba adicional);
(2) Flexão
SINGULAR
N.Tema[^epovT
Des.7 epcov - velho
G. 7épovT oç - de velhoD. 7 epovT t - para velhoA. 7epovT & - velhoV. fyépovT 7 epov - 6 velho
N.
DUALTema7€pOVT
Des.e - velhos (dois)
G. 7€pÓVT otv - de velhos (dois)D. 7epóvT OlV -para velhos (dois)A. 7€pOVT e - velhos (dois)V. 7 epovr e - ó velhos (dois)
N.
PLURALTema7epovT
Des.€<; - velhos
G. 7epovT (OV - de velhosD. [/yépovT o í] - 7 epaucrt- para velhosA. 7épovT
uaç - velhos
V. 7 epovr e«; - ó velhos
(3) Particularidades morfológicas
- Quanto aos casos problemáticos, esta modalidade de linguais a apresentar variações temáticas e desinenciais diferentes das observadas nos paradigmas da classe considerados até aqui, cumpre observar-se que:
245
- Nom. sing.: nome de tema finalizado pelo grupo ovt, diferentemente de xáp iç , èXmç e vu£, não tem desinência específica neste caso, caindo, por isso, a lingual, que não pode ser terminal de forma, e alongando-se a vogal precedente, de o para co;
- Graficamente: 7epovT -► 7epov -► yépoiv;- Acus. sing.: já que não é este substantivo terminado
em iç , não-oxítono, na forma do nom. sing., como o é x^pis, recebe, à semelhança de e\mç e vú£, a desinência õt, em vez da alternativa v;
- Voc. sing.: substantivo de radical terminado em vt, não-oxítono, nem de cunho participial, à maneira dos nomes de tema finalizado por lô, não é esta inflexão similar em forma à do nom. sing., não-desinenciada, pelo que lhe cai a lingual terminal, mas se não lhe alonga a vogal precedente. Logo, 7€povT 76— pov (não 7ep<üv, nom.);
- Dat. pi.: como em todos os paradigmas linguais, cai neste caso a lingual t anteposta à sibilante da desinência. Todavia, peculiaridade desta espécie de nomes, cai também a nasal precedente, alongando-se, em compensação, a vogal que antecede, de o para ou (diferentemente do nom. sing., em que é de o para co);
- Graficamente: 7epovTcri -► 7epovcri -► 7epooí 7epouCTi;
- Acus. p i: como em todos os paradigmas linguais (e labiais e guturais, também), a desinência deste caso é áç , em vez de v<5.
(4) Comparação-*A flexão de 7epcov, 7ep0VT0<;, ó difere da declinação
dos demais paradigmas linguais focalizados (xápts, èXmç, vu£) nos seguintes casos apenas:
- Nom. sing. dos três, em que não tem a desinência ç;
- Acus. sing. de x^P^» cuJa desinência é v, em 7epcov, como em è\mç e vti£, á ; e
- Voc. sing. de x^ptç e vi)£, porquanto em yépiúv, como
246
em eXmç, é diferente do nom. sing., não tendo desinência;- Logo, em matéria de desinenciação, a flexão de ydpoiv
diverge da declinação de x^piç ern três dos casos (nom., acus. e voc. sing.), da declinação de vv£ em dois (nom. e voc. sing.), da declinação de èXmç, apenas em um (nom. sing.);
- Em questão de alteração do tema, a variação registrada na flexão de 7epcov é peculiar, de todo diversa do que se verificou nos demais paradigmas em lingual (xápíç, èXTríç, vtf£), porquanto se lhe alonga a vogal temática nos casos nom. sing. (o em co) e dat. pl. (o em ov), além de cair-lhe a nasal v neste último, variações de que são extremes aquelas flexões;
- A flexão de 7epcov, 7epovToç, o diverge, desinencial- mente, dos paradigmas Ktovonj; (labial) e cráp£ (gutural) nos mesmos casos e termos assinalados em relação a vv£, vvktóç, -rj, isto é, apenas quanto ao nom. e voc. sing., casos não-desinenciados em 7epcov, desinenciados em Ktovcoifi e cráp£ (a sibilante fundida com a muda, labial ou gutural). Tematicamente, a variação é de ordem diferente nestas flexões contrastadas, uma vez que em küwoi]; e oúp£ a muda (u ou k) se funde com a sibilante, resultando em dupla, iJj ou £, nos três casos afetados (nom. e voc. sing. e dat. pl.), enquanto em 7epcov cai a muda (t , 'lingual) nesses três casos, além da nasal v no dat. pl., e se alonga a vogal o, que as precede, em dois desses casos (nom. sing., para co, dat. pl., para ov);
- Paralelos e similaridades desinenciais entre formas de 7epcov, 7epovTo<;, ó e inflexões da 15 declinação ocorrem nos seguintes casos:
- Dat. sing. de 7€p<ov e das palavras da 1 - declinação (como também da 2-), a desinência í , na 1- e 2§ declinações em forma subscrita;
- Acus. sing. de 7epcov e nom. e voc. sing. dos nomes da3- classe, femininos, e voc. sing. dos patronímicos e dos nomes de nom. sing. finalizado em ttis (e afins) da 5- classe, masculinos, da1 - declinação, em todos a desinência a ;
- Gen. pl. de 7epo>v e das flexões todas da 1 - declinação
247
(e da 2 -, também), a desinência cov; e- Acus. pl. de 7 epcov e de todas as classes da 1 - declina
ção, além do gen. sing. dos femininos da 1 - e 3ã classes e do nom. sing. dos masculinos da 4- classe da 1? declinação, radicais terminados em €, i ou p, formas essas em que é, em todas, aç a desinência, breve a vogal (aç) em 7 epcov, longa (otç) nas inflexões da 1 - declinação;
- Paralelos e similaridades desinenciais a assinalar-se entre a flexão de 7 epcov, "yepovToç, o e inflexões da 2- declinação seriam:
- Desinência oç: comum ao gen. sing. de yepwv e o nom. sing. dos masculinos ou femininos da 2 - declinação;
- Desinência í: comum ao dat. sing. de 7 epcov e dos nomes da 2 - declinação (e da 1 -, igualmente), nestas duas em forma subscrita;
- Desinência a: comum ao acus. sing. de 7 epcov e ao nom., acus. e voc. pl. dos neutros da 2 - declinação;
- Desinência é: comum ao nom., acus. e voc. dual de 7 epcov e ao voc. sing. dos masculinos ou femininos da 2- declinação;
- Desinência oiv: comuVn ao gen. e dat. dual de7 epcov e de todas as flexões da 2 - declinação;
- Desinência cov: comum ao gen. pl. de 7 epcov e das flexões todas da 2 - declinação (e da 1 -, ademais); e
- O final ov do tema apocopado de7 epcov na inflexão do voc. sing. é idêntico ao desinenciado do nom., acus. e voc. sing. dos neutros da 2- declinação.
(5) Acentuação- Substantivo, acento posicionai, conserva-se ele na sí
laba de base, ye., em todas as inflexões, exceção feita das formas do gen. e dat. dual fyepovToiv) e gen. pl. (7 epóvTcov), trissilábicas, em que, longa, a última exige se desloque para a penúltima, pov;
- E agudo o acento em todas as formas, sempre a pôr-se
248
sobre sílaba de vocalização breve, ye ou pov;- São, portanto, paroxítonas as duas formas dissilábicas,
nom. e voc. sing. e as três de final longo (gen. e dat. dual e gen. pl.), CINCO; proparoxítonas as demais todas, trissilábicas de final breve, a desinência a constituir sílaba extensional.
(6 ) Aplicação
- Nos moldes deste paradigma, 'yepcav, 7 epovToç, ó, flexionam-se os substantivos linguais todos de radical finalizado em ovt, bem como as formas do masculino e do neutro dos particípios presentes, futuros e 2° aoristos ativos dos verbos regulares, com ligeira variação vocálica nos casos nom. e voc. sing. destes particípios, substituído apenas o tema 7 epovT pelo correspondente da forma a declinar-se e ajustada a acentuação quando não paroxítona a base.
2. Substantivos neutros
a. Substantivos de nom. sing. finalizado em fxa, pela queda da lingual terminal t , gen. sing. a findar-se em |x&to<;.
- ó vo fxá , ô vó |xaT 0 <5, t ó - nome
(1 ) Estrutura- Substantivo, constituem-se-lhe as inflexões de tema,
ovofxáT, e desinências, próprias da flexão dos neutros, em geral, da3- declinação;
- A lingual t , final do tema, cai nos casos em que é terminal da forma (nom., acus. e voc. sing.) e na inflexão em que precede à sibilante desinencial (dat. pl.). Portanto, em quatro das inflexões se altera o radical. A vogal temática, entretanto, não se alonga, mantém-se inalterada, mesmo nesses casos;
- Como nos demais paradigmas flexionados, característica da quase totalidade de formas da 3- declinação, é imparissilábi- ca esta palavra também, trissilábicos três dos casos (nom., acus. e
249
voc. sing.), polissilábicos os doze restantes, acrescidos de desinência que lhes constitui sílaba adicional.
(2 ) Flexão
SINGULAR
N.Tema[Ô vo fx a T
Des.
o v o |x á -nomeG. ÒvÓfAOtT OÇ - de nomeD. ÒvÓfJLOiT
ul - para nome
A. [ovofjurr Do vo fx a -nome
V. [ÒV0|JUXT o v o jx à - ó nome
N.
DUALTemaOVO|XÒÉT
Des.e - nomes (dois)
G. OVOfX&T OLV - de nomes (dois)D. OVOfJUÜT OLV - para nomes (dois)A. ó v ó jx a T e - nomes (dois)V. o v o fx a T e - ó nomes (dois)
N.
PLURALTema:> / uovo|xaT
Des.ua - nomes
G. OVO|X(XT (OV - de nomesD. r3 ✓ 0
Lo vo |x a T <tl] - òvófxaaV para nomesA. OVOfXCtT
oa - nomes
V. o vo (x a T0a - ó nomes
(3) Particularidades morfológicas- Flexão menos diversificada que a dos substantivos
masculinos ou femininos desta modalidade, como em geral são as declinações neutras, enseja este paradigma as seguintes observações:
250
- Três casos, a saber, nom., acus. e voc., terminam sempre por final paralelo, entre si, nos três números. Como é a forma do nom., será também a do acus. e do voc., em cada número;
- O nom. sing. (e, daí, acus. e voc. sing.) não recebe desinência, caindo-lhe a lingual t, terminal do tema, preservada breve a vogal òt a preceder a esta lingual. Logo,?>vofA&T -► ovo[xâ;
- Visto que a desinência destes três casos é no plural òt (como nos neutros da 2 - declinação), nesta modalidade lingual coincidem quanto ao final, &, nom., acus. e voc. sing. e pl., SEIS das inflexões;
- O dat. pl. sofre a queda da lingual final do tema ao defrontar-se com a sibilante da desinência, preservada, porém, sem alongamento a vogal á que precede à lingual. Daí, ôvó|JiaTaí -►i /• u uovo|xaor.
(4) Comparação- Comparada esta flexão paradigmática de nomes neu
tros da 3- declinação com as equivalentes dos substantivos masculinos ou femininos labiais (kcúv&nJj), guturais (adp£) e linguais (x<5t—
plç, èXiríç, vú£ e ^éptov), verifica-se que em.NOVE das inflexões, a saber: gen. e dat. sing. e pl. e em todos os casos do dual, são as desinências, paralelamente, as mesmas em todos. Segue-se que apenas SEIS casos (nom., acus. e voc. sing. e pl.) diferem em desinenciação essas flexões;
- Todavia, é de assinalar-se que em ovo|xá é o final destas seis inflexões idêntico ao do acus. sing. desses paradigmas todos, menos x « P ^ (que tem a desinência v, não a, neste caso);
- Em matéria de alteração temática, exibe a flexão de ovofxá a variação característica dos linguais todos, isto é, queda desta muda quando final de forma e quando a preceder a sibilante desinencial. Em ovo|xa dá-se em QUATRO casos: nom., acus. e voc. sing. (final) e dat. pl. (antes de sibilante). Neste particular, tem afinidade mais pronunciada com 7 €pcov, 7 epovToç, ó;
- Comparado este paradigma, ovojxdt, óvó(xaToç, tó com
251
as demais flexões neutras regulares da 3- declinação, verificar-se-á que apenas em TRÊS casos diferem, a saber: nom., acus. e voc. sing. Logo, coincidirão as desinências nas DOZE inflexões restantes, as mesmas, em paralelo, em todas as formas neutras da 3- declinação;
- Em relação a formas da 1- declinação, similaridades e paralelos quanto ao final ou desinências, há a destacar-se os seguintes:
- O final, temático, do nom., acus. e voc. sing. e, desi- nencial, destes três casos no plural, ot, é similar ao nom. e voc. sing. da 3- classe, femininos, e do voc. sing. dos patronímicos e dos substantivos de nom. sing. finalizados em ttjç (e afins), masculinos, da 1 - declinação;
- A desinência í do dat. sing. (òvó|xcm) é a mesma das flexões deste caso na 1 - declinação (e na 2 -), nestas (1 - e 2 -) em forma subscrita;
- O gen. pl. em ovo|xa e em todas as flexões da 1 - declinação, como, aliás, em toda e qualquer palavra declinada, nas três declinações, tem uma e a mesma desinência, tov;
- Da 1- declinação, ainda, paralela ao final do nom., acus. e voc. sing. e pl. de^óvofjiá, seria, embora diferente em quantidade, longa, ã, a desinência do nom. e voc. sing. da 1 - classe, femininos, como também do gen. sing. alternativo e do voc. sing. da4- classe, além do nom., acus. e voc. dual de todas as classes;
- Quanto a inflexões da 2- declinação, similaridades e paralelos do fina! das formas registram-se estes:
- O final, temático, do nom., acus. e voc. sing. e, desi- nencial, destes três casos no plural, a, coincide com o término do nom., acus. e voc. pl. dos neutros da 2- declinação;
- A desinência oç do gen. sing. (òvóixaToç) é idêntica ao final dt> nom. sing. dos substantivos masculinos e femininos da 2 - declinação;
- A desinência í do dat. sing. (ôvó|xóiTÍ) é a mesma neste caso nas flexões todas da 2 - declinação (e da 1 -), nestas (1 - e 2 -) em forma subscrita;
252
- A desinência e do nom., acus. e voc. dual (ôvó|xaTe) é a mesma da forma de voc. sing. dos substantivos masculinos ou femininos da 2- declinação;
- A desinência oiv do gen. e dat. dual (Óvoixciitoiv), é,
também, a mesma destes casos em todas as flexões da 2- declinação; e
- A desinência cov do gen. pl. (òvo(JLaTcov) é idêntica à
desta inflexão em todas as flexões da 2- declinação (e da 1 igualmente).
(5) Acentuação- Substantivo, acento posicionai, proparoxítona de base,
preserva-se na sílaba inicial, ô, nas inflexões que não aduzem desinência (nom., acus. e voc. sing.): três; desloca-se nas doze restantes, inserida a desinência, sílaba adicional, postando-se na antepenúltima, resultante, vo, quando a desinência é breve (gen. e dat sing.; nom., acus. e voc. dual; nom., dat., acus. e voc. pl.: nove formas), na
penúltima, agora a sílaba |xa, nas três inflexões em que a desinência é longa (gen. e dat. dual e gen. pl.);
- É agudo o acento em todas as formas, a pairar sempre
por sobre sílaba com vogal breve: ò, ou vo, ou |xà;- São, destarte, proparoxítonas (agudo na antepenúltima)
doze formas (as três não-desinenciadas e as demais nove, final de- sinenciado breve), são paroxítonas (agudo na penúltima) apenas três (as inflexões de final longo).
(6 ) Aplicação- Como este paradigma, ovo|xa, ovo|xaToç, to , flexio
nam-se os demais substantivos cujo nom. sing. termine pelo final
jjloc. e o gen. sing. pelo dissílabo jaoítoç, substituído o radical òvo|xõtT pelo equivalente da palavra a declinar-se. As desinências e as variações são as mesmas, e também a acentuação, se paroxítono o termo. Em vocábulos não paroxítonos ajustar-se-á a acentuação, segundo a posição inicial e a natureza da tônica;
253
- Neutros de final diferente seguem este paradigma em toda a flexão, menos nos três casos comuns (nom., acus. e voc. sing.).
b. Substantivos de nom. sing. em a resultar de cambiamento da lingual.
- Tépòtq, TepaToç, tó -prodígio
(1 ) Estrutura
- Substantivo, constam-lhe as inflexões de tema ou radical, Tepc&T, e desinências, próprias dos neutros, em geral, da 3- declinação, não-desinenciados três dos casos (a base, nom. sing., e seus afins, acus. e voc. sing.);
- O radicai sofre, de um lado, transmutação da lingual t ,
final do tema, em sibilante, nos três casos não-desinenciados, de outro, queda dessa muda ante a sibilante da desinência no dat. pl.;
- Como a quase totalidade das flexões da 3- declinação, ao contrário das formas da 1 - e 2 - declinações, é imparissilábico este paradigma (da mesma sorte que os demais já flexionados em labial, gutural ou lingual), dissilábicos os três casos não-desinenciados, trissilábicos os doze que recebem desinência.
(2 ) Flexão
SINGULARTema Des.
N. [TepciT "1 / o—J — Tepaç - prodígio
G. Tépar oç - de prodígioD. TépaT u
l - para prodígioA. r * v [TepotT —J — Tepas -prodígioV. [TépaT 1 ' u
—J — Tepas - ó prodígio
254
DUALTema Des.
N. TépdT e - prodígios (dois)G. Tep&T OlV - de prodígios (dois)D. Tepèhr OlV - para prodígios (dois)A. T(-pCíT € -prodígios (dois)V. t 0
TepotT € - ó prodígios (dois)
PLURALTema Des.
N. TepÒtT 0a - prodígios
G. TepaT cov - de prodígiosD. r 1 v; [TepaT cri] — Tepáai - para prodígiosA. TCpCtT
üa - prodígios
V. 1 0 TepaT üa - ó prodígios
(3) Particularidades morfológicas- Exceção feita dos chamados três casos comuns (nom.,
acus. e voc. sing.), no que respeita à desinenciação é esta flexão inteiramente paralela à de ovo|ju$, ÒvófxaTos, to, neutras, ambas, da 3§ declinação;
- Como em ovo/xa, e todos os neutros, três casos têm sempre final idêntico ou a mesma desinência entre si, em paralelo, nos três números; nom., acus. e voc., isto é, como é a forma nominativa serão também a acusativa e a vocativa;
- Exibe o nom. sing., diferentemente do que se processa em ovo|xà, a mudança da lingual final t em ç, o que se dá também nos dois casos afins (acus. e voc. sing.), característica de certo número de neutros linguais da 3- declinação;
- No dat. pl., como em todos os linguais, registra-se a queda do t final ante a sibilante da desinência, não alongado, porém, o a precedente. Logo, T e p c m rí -► Tepaa-Í;
- As demais onze inflexões, regulares, aduzem as desi-
255
nências normativas ao radical inalterado, observando-se que nos casos nom., acus. e voc. pl. a desinência é ct, como também nos
neutros da 2- declinação, portanto, em todas as flexões neutras.
(4) Comparação- Paralela é a flexão de Tepaç à de óvo|x6t em todas as
formas desinenciadas, finais idênticos, mercê das mesmas desinências nos casos correspondentes. Diferem nas inflexões restantes (nom., acus. e voc. sing.), em que se trasmuta em ç a lingual final t , ao invés de cair, como acontece em ôvop,á;
- Em relação aos demais paradigmas da 3- declinação flexionados (kcdvwiJj, labial; cráp£, gutural; x^pta èXmç, e 7 épo)v , linguais) há a observar-se:
- Nom. sing. (Tepás): termina por s, como em todos
esses paradigmas, excetuado 7€pcov, embora nos labiais e guturais apareça fundido com a muda, resultando as duplas i(f e £. O final
<&<;, naturalmente, é idêntico à terminação do acus. pl. de todas essas flexões;
- Gen. e dat.: terminam em todos pelas mesmas desinências, em paralelo, seja no singular, seja no plural, assim como no dual. Idêntica é também em todos a desinência e, nos casos
nom., acus. e voc. dual, formas paralelas, portanto, nestas flexões todas;
- Acus. sing. e, também, nom., acus. e voc. pl.: são de todos diferentes, aquele não desinenciado, estes a receberem desinência bem outra (á);
- Voc. sing.: termina em ç temático, de sorte que tem final semelhante ao deste caso em Kcbv(oi|/, <xáp£ e vú£, assimilada a sibilante na dupla, e, ainda, em x^pis. Difere, porém, em relação
a è\mç e 7ép(ov, que terminam, respectivamente, e m i e v neste caso, dada a queda da lingual 8 ou t ; e
- Dat. pl.: embora em todos se processe alteração temática, diverge Tépaç de kcòvühJ; e cráp£ em que estes sofrem fusão da muda final do tema com a sibilante desinencial, enquanto aquele,
256
como os demais linguais, x^P^/ c\mç, vu£ e 7 e'p<ov (além de ovo|ju&) lhe sofrem a queda;
- Em relação a formas da 1§ declinação, paralelos e similaridades quanto à desinenciação ou ao final de inflexões merecem destacados os seguintes:
- Nom., acus. e voc. sing. (xepáç), embora breve a vogal nesta flexão, longa, porém, nas formas da 1 - declinação, tem o finai idêntico ao do gen. sing. dos radicais terminados em e, i ou p da 1 - e 3- classes, femininos, e do nom. sing. da 4- classe, masculinos, bem como do acus. pl. de todas as classes;
- Dat. sing. (xepaxi): a desinência í é a mesma de todas as flexões da 1 - declinação (e da 2 -, também), nestas (1 - e 2 -) em forma subscrita;
- Nom., acus. e voc. pl. (xép<üxa): a desinência á é paralela à do nom. e voc. sing. da 3- classe, femininos, e ao voc. sing. dos patronímicos e substantivos de nom. sing. finalizados por tt]ç (e afins) da 5- classe, masculinos, da 1- declinação; e
- Gen. pl. (xepaxcov): a desinência covéa mesma nesta e nas flexões todas da 1 - declinação, bem como da 2 -, logo, de todas as formas declinadas;
- Em relação a formas da 2- declinação, similaridades e paralelos quanto a desinências ou final de inflexões de salientar-se há os seguintes:
- Gen. sing. (xépaxoç): a desinência oç é paralela à do nom. sing. dos substantivos masculinos ou femininos da 2- declinação;
- Dat. sing. (xepàxí): a desinência 1 é a mesma deste caso nas formas‘da 2 - declinação, bem como da 1 -, nestes a aparecer subscrita;
- Nom., acus. e voc. dual (xepaxe): a desinência e é paralela à do voc. sing. dos masculinòs ou femininos da 2 - declinação;
- Gen. e dat. dual ( T e p a x o iv ) : a desinência o iv é a mesma destes casos nas flexões todas da 2 - declinação; e
- Nom., acus. e voc. pl. (xépaxà): a desinência à é a
257
mesma destes casos nos neutros todos da 2 - declinação.
(5) Acentuação- Substantivo, paroxítono dissilábico, posicionai o
acento, trissilábicas, mercê da aposição de desinência que forma sílaba adicional, as inflexões todas (menos nom., acus. e voc. sing., não-desinenciadas), o acento se lhes preserva na sílaba de origem, Te , na flexão toda, excetuados três casos: gen. e dat. dual e gen. pl., em que, longa, a última obriga a deslocar-se para a imediata, penúltima atual, a sílaba pa;
t- E agudo o acento em todas as formas, posto sempre
em sílaba breve, Te ou pa;- São, pois, paroxítonas (agudo na penúltima) SEIS for
mas (as três dissilábicas: nom., acus. e voc. sing. e as três de final longo: gen. e dat. dual e gen. pl.) ;proparoxítonas (agudo na antepenúltima) as demais NOVE (trissilábicas de última breve: gen. e dat. sing.; nom., acus. e voc. dual; nom., dat., acus. e voc. pl.);
(6 ) Aplicação- Como este paradigma, T e p a ç , Teparoç, to, declinam-
se os demais linguais neutros paroxítonos de final temático em otç da 3- declinação, requerendo-se apenas a substituição do radical Tep& ç pelo equivalente da palavra a flexionar-se, transmutado o t final em ç. Em vocábulos não paroxítonos de base ajustar-se-á a acentuação, segundo a posição inicial e a natureza da tônica;
- Neutros de final diferente conformam-se desinencial- mente a este paradigma em toda a flexão, salvo nos três casos comuns do singular (nom., acus. e voc.);
c. Nomes em que o nom. sing. é ainda mais alterado- Não poucos substantivos linguais neutros há (e alguns
masculinos ou femininos, ademais) em que o nom. sing. (e, daí, acus. e voc. sing.) exibe alterações até mais pronunciadas, diferindo sensivelmente do radical básico;
258
- N e s ta c a te g o r ia e n q u a d r a m - s e s u b s t a n t iv o s ta is ,
- yá\ã, 7 á \ a K T O ç ( t o ( rad ic a l ^ a X a K T ) - leite (I P e 2 .2) ;
- 70W , 70VÒÍT0Ç, t o ( rad ic a l 70VCÍT) - joelho (R m 11.4);- crus, o j t o s , t ò ( rad ic a l orr) - ouvido (Ap 2.7);- ifôcop, u ô a x o s , t o ( ra d ic a l uôcrr ) - água (I J o 5.8);- cppéap, (p p éãTo s , t ò ( rad ic a l <ppeãT) - poço (Ap 9.2).
4. TABELA GERAL DE DESINÊNCIAS
- A esta altura, conveniente parecerá apor-se, em paralelo, o quadro geral de desinências das declinações todas, a seguir-se:
SINGULAR1ã Declinação 2- Declinação 3- DeclinaçãoI II III IV V MF N MF N
N. ã 'n0a ãs T]S os ov <5 OU —
G. ãs T]S ã s ou r s OV OU CL OV ov ov OS osD. q a ou 'Ti>- J aL Tl coL. co l
01A. ãv TjV àv av T|V ov ov a ou vV. ÍY 'n
\ja a r| ou a e ov ç ou — —
DUAL1§ Declinação 2- Declinação 3- DeclinaçãoI ii III IV V MF N MF N
N. ã ã ã ã ã co co e €G. CHV a iv a iv a iv a iv oiv OlV OlV OlVD. a iv a iv cav a iv a iv OlV OlV OlV OlVA. a ã ã a ã co co e eV. ã ã ã ã ã co co e e
259
IN. oti G. cov D. a is A. ãs V. a i
PLURALeclinação 2 - Declinação 3 5 Declinação11 III IV V MF N MF Na i a t 061 at Ol
üa e ç ácov cov COV cov cov cov cov cova is a is a is a is o tç o iç
ü(Tl
1/cri
ã s ãs ã s ã ç OU<;0a á s ou vs á
a t a t a t a t o tua es d
5. NÜ MÓVEL
5.1 - Função
- R e cu rso ap licad o a ce rto s c a so s e c ircu n s tâ n c ia s , m e rcê do
qua l se a tenua o en con tro de vo g a is de p a la v ra s em seq ü ên c ia ou o
fina l de te rm in a is de sen ten ça em som vo cá lico ab rup to , é a in s e r
ção ou ap o s ição de um v e xp le tivo , e lem en to n a sa lizan te , em fu n
ção p u ram en te eu fô n ica .
5.2 - Designação- D e s ig n a -se este a po sitivo c ircu n s tan c ia l, não parte do tem a ,
de nü móvel, te cn icam en te co n h ec id o co m o vu ècpeXKW TiKÒ v (a d
je tivo d e r iv ad o do tem a de è<pé\Kco - arrastar, atrair, assumir), logo ,
nü apenso, nü caudatário.
5.3 - Emprego- D uas são a s fo rm a s com que se u sa o nü m óve l: vo cáb u lo s
te rm in ad o s pelo fina l cri e in fle xõ e s v e rb a is da 3- p. s . f in a liz a d o s
pela voga l b re ve e;
- A fo rm a i o r í , 3 - p. s . do p re s . a t . Ind . de e l | x í - ser, estar- recebe tam b ém o nü m óve l, p o rq u an to na f le xão jô n ica an ce stra l
9 /se g ra fava c o m , ao d ep o is , co n fo rm an d o -se ao á t ico , p a ssando
a êcr-rí, m an tid o , p o rém , o e lem en to eu fo n izan te de an tan h o .
260
5.4 - Circunstâncias
- Duas são as circunstâncias em que se deve inserir o nü móvel nessas formas:
1 ?. Quando seguidas de vocábulo iniciado por vogal ou ditongo qualquer; e
2°. Quando constituem o termo derradeiro, final, da sentença.
5.5 - Exemplos1 . to íç mcrrevovo-iv e is to ovofxá - aos que crêem em o nome
(I Jo 5.13); e2. Kai XpuTTÒç e-iraOev amep vpxòv - Também Cristo padeceu
em vosso favor (I Pe 2 .2 1 );- l\Io primeiro destes exemplos, a forma participial m oreu—
ovcriv recebeu o v móvel porque termina pela sílaba cri a anteceder à preposição eiç, iniciada por ditongo;
- No segundo, a forma verbal eiraOev, 3- p. s. finalizada em e, recebe o nü móvel porquanto é seguida da preposição vTT€p, que se
inicia por vogal;3. ôó£aç ôè |3\acr<pTi|xowiv - E a dignatârios apodam (Jd 8); e4. oç |xtcr0òv àô iK Íaç rpymrria-ev - o qual amou o prêmio da
injustiça (II Pe 2.15);- Ocorre o nü móvel na primeira cláusula na palavra pA.ao—
<pr||xovcriv, na segunda no termo Tpycnrrjcrev, vocábulos finais da sentença, aquele porque termina pela sílaba crí, este porque é forma verbal da 3- p. s. finalizada em e.
5.6 - Uso
- Não é o nü móvel de uso obrigatório. Mero recurso estilístico de cunho facultativo, pode-se deixar de empregar. Todavia, tão
arraigado é em o Novo Testamento que aparece mesmo onde não seria de mister, jamais deixando de ocorrer onde exigido;
- Exs. 1. EirpoçnÍTewev ôè Kai toutoiç - Mas profetizou também a estes (Jd 14);
2 . oom ovk èxovcriv tt|v ôiôaxnnv Tavr^v - quantos
261
não têm este ensino (Ap 2.24);- Em ambas as cláusulas aparece o nü móvel onde se lhe não
requer o uso. Na primeira, na forma verbal 3Enpo(pr|T€wev, porquanto, embora 3- p. s., a terminar em e, está seguida da conjunção Se, que se inicia por letra consoante; na segunda, em e xo w iv , vocábulo que, terminado pela sílaba crí, antecede à forma articular tt]v, não iniciada por vogal ou ditongo. Nem são palavra final de cláusula ou sentença.
5.7 - Sigma ephelkystikón- Paralelo ao uso do nü móvel é o emprego do chamado s
69êXkwtikÓ v, sibilante expletiva que se aduz ao final de certas formas, tais os advérbios axp i e (xéxpt - até - e oww - assim - e a preposição c k - de mormente quando antecedem a termo que se inicia por vogal ou ditongo. Daí, assumem, respectivamente, a fo rma axpts (Gl 3.19), jxéxpis (Hb 12.4), ovroos (Ap 18.21) e I? (Ap 21 .21 ).
6. MEN E AE6.1 - Uso correlativo
- A fraseologia grega se revestia de forma dialética. A típica sentença desse cunho constava de duas cláusulas ou porções correlacionadas ou contrastadas através das conjuções |xév e Se, pos- positivas, aquela na primeira parte, esta na segunda. Daí, (xev significaria: de um lado, de uma parte, Se se traduziria como: por outro lado, de outra parte;
- No coiné a bem limitadas proporções se reduziu este princípio estilístico. Tanto assim que em o Novo Testamento se encontra a dupla correlativa com freqüência maior em apenas treze dos escritos: Mt (20 vezes); Mc (4 vezes); Lc (7 vezes); Jo (7 vezes); At (18 vezes); Rm (12 vezes); I Co (15 vezes); II Co (5 vezes); Fp (4 vezes); II Tm (3 vezes); Hb (14 vezes); I Pe (4 vezes) e Jd (3 vezes); é relativamente rara em dois: Gl (2 vezes: 4.8,23) e Ef (1 vez: 4.11); é de todo
262
inexistente nos restantes doze: Cl, I e II Ts, I Tm, Tt, Fl, Tg (em 3.17 ôe precede a |xév), Epístolas Joaninas, II Pe e Ap;
- Digno de atenção é o fato de que em o Novo Testamento 64 vezes há em que \xÀv ocorre isolado, não complementado de ôe. Entretanto, não menos de considerar-se é que (xev não ocorre de todo em nove dos documentos néo-testamentários (II Ts, I Tm, Tt, Fl, Epístolas Joaninas, II Pe e Ap);
- Todavia, tanto na expressão correlacionai quanto na singular pode-se deixar de traduzir explicitamente qualquer destas conjunções, por isso que representam a função de mero conectivo formal ou expletivo posicionai.
6.2 - Uso pronominal
- Tanto fxev quanto ôé, quer em correlação (usa-se, por vezes, aXXos, T|, o — outro - em lugar da conjunção ôé), quer isoladamente, aparecem em frases ou cláusulas reduzidas, constantes apenas da forma articular e da conjunção, subentendidos os demais elementos a que determinaria o artigo. Paralela e equivalente é a forma de expressão em que em vez do artigo se emprega o pronome relativo simples os, tj, o -O qual, quem, que. Esta modalidade sintática é mais freqüente em nominativo;
- Na forma correlativa a tradução será: um ... outro; alguns ... outros; na individual eqüivale o artigo, originalmente demonstrativo, a pronome pessoal da 3- p. e assim se deve traduzir, o que vale também para o pronome relativo quando nesta função, logo; mas ele, e ele. Daí, costumam os gramáticos referir-se a esta particularidade fraseológica sob o designativo de uso pronominal do artigo;
- Exemplificar-se-iam estas modalidades fraseológicas nas seguintes citações néo-testamentárias:
1. ò |xèv oÍjtiús, o Ôe oírrtoç - Um deste modo, outro de modo diferente (I Co 7.7). Nesta sentença reduzida, jxév e ôé estão em uso correlativo, em incisivo contraste, precedidas do artigo 6 , a traduzir-se o binômio artigo-conjunção, na primeira frase porivm, na segunda por outro, deixadas sem tradução específica as duas conjun
263
ções. Note-se que o advérbio oimoç recebe a acepção diferente na segunda cláusula apenas para acentuar-se o necessário contraste;
f \ /~s
2. oi 8e elmxv avrw - E eles lhe disseram (Mt 2.5). A forma
articular ou aparece associada à conjunção ôé, não acompanhada,
porém, de forma substantiva, ou equivalente, explícita. Reporta-seo artigo aos termos àpxiepeiç - principais sacerdotes - e 'Ypajxfxa—
Tciç - escribas - referidos no versículo anterior, sujeitos elípticos desta cláusula. Corresponde, portanto, o artigo oi ao pronome de- monstrativo-pessoal corroí e assim se deve traduzir;
3. oiis |xev SepovTeç, oúç 8è à-rroKTévvovTeç - A uns açoitando, a outros matando (Mc 1.25). Estão as duas conjunções, fxév e 8e, em uso correlato, precedidas da forma oúç, acusativo plural masculino do pronome relativo simples, a eqüivaler ao artigo em uso pronominal, devendo-se o binômio traduzir por uns... outros.
7 . VOCABULÁRIO
85. A t0íov[/, AiBÍottos, o - etíope, abissínio.8 6 . al(xa, aíjx&Toç, to - sangue.87. ávTL. Preposição, seguida somente de genitivo - em frente
de, em lugar de, em troca de, em vez de, por, contra.
88. axpt(<s). Advérbio de tempo, lugar ou grau, por vezes, conjunção; havida também por preposição imprópria, seguida de genitivo - para, para com, até, ao ponto de.
89. PaaiXíaaot, T)s, t| - rainha, soberana.90. PpG>|xa, Ppcó|xáToç, to - comida, alimento, manjar, iguaria,
pábuio, víveres.91. 7 pá|x|xa, 7 pá|X|jiaToç, to - letra, escrito, carta.92. Turní, yuvcoko'»;, 'fj. Substantivo gutural, irregulares dois
dos casos (nom. e voc. sing., não-desinenciados e apocopados, caindo a gutural k , final do tema, e alterando-se a vocalização do nom. sing.) e a acentuação (deslocada para a última no gen. e dat., como nos monossílabos) - mulher, senhora, esposa.
93. 8wàoTT|<;, ov, Ò - potentado, dignitário, alto funcionário, príncipe, soberano.
264
94. e irayyeX iã , ãç, t) - promessa, mensagem, proclamação, anúncio, comissão.
95. euvauxos, ou, ò - eunuco, oficial da corte, camareiro, mordomo.
96. TjXioç, ou, o - sol.97. t|xoç, au, õ - som, ruído, rumor, repercussão, eco.98. OéXiq^á, 0eXr||xaTo<;, tó - desejo, apetite, inclinação, pro
pensão, vontade, querer.99. KavSotKirç, ti<;, t| - Candace (título dinástico da rainha dos
etíopes ou abissínios).1 0 0 . KaTa. Preposição.- Seguida de genitivo: abaixo, sob, por, entre, contra, acerca de;- Seguida de acusativo: abaixo, contra, em direção de, conforme,
segundo, entre, durante, à razão de, acerca de.101. KTjpvíj, ktípükoç, ó - Varia nos autores a acentuação do
nom. sing., preferindo uns o agudo, já porque tomam a vogal u como longa, já porque a dupla terminal não abonaria o circunflexo. Outros dão-na como breve nesse caso e não reconhecem força de alongamento de natureza na dupla final - arauto, núncio, pregoeiro, proclamador.
1 0 2 . Xw|j, Xl(3oç, o - vento sudoeste, o sudoeste.103. XÒ7 0 Ç, ou, ó - palavra, discurso, dito, narrativa, expressão,
linguagem, tema, assunto, preceito, princípio, tratado, razão, ensino.104. Xúxvoç, ou, ó - lâmpada, luzeiro, luminar.105. |xév. Conjunção, Pospositiva. - de um lado, mas, de fato,
em verdade.106. (jLepio-jxóç, ou, ó - divisão, partilha, distribuição, separação.107. [xovov. Advérbio (forma acus. sing. neutra do adjetivo
|xóvo<5, t), ov - único) - somente, apenas, unicamente, exclusivamente.108. ixóctxos, ou, ò - rebento, novilho(a), bezerro(a).109. òôoúç, òôovtoç, o - dente.1 1 0 . ovo|xcit, ôvoixaToç, to - nome, apelativo, título, designação,
fama, reputação, autondade, pessoa.A.
111. c&v. Advérbio ou conjunção; pospositiva -portanto, então,
265
destarte, logo, assim.112 . ôcpBaXfAÓç, oí), o - olho, vista.113. 'rráXin, T|<;, ti - luta, conflito, peleja, contenda.114. Trapapárrjç, ov, ò - transgressor, infrator.115. -rrept. Preposição, seguida de genitivo e acusativo; no
clássico, também de dativo - ao redor de, acerca de, a respeito de, em torno de, concernente a, em razão de, em referência a.
116. TrXrípíOfxa, 'irX-ripítífxáToç, tò - plenitude, abundância, totalidade, cumprimento.
117. 'Trveufjui, TTveúixaToç, tò - fôlego, sopro, vento, alma, espírito, têmpera, disposição.
118. 'Trófjux, TTOfxáToç, to - bebida, sorvo, hausto, libação.119. Trpoç. Preposição, a expressar, geralmente, relaciona
mento pessoal.- Seguida de genitivo: da presença de, no interesse de, em favor
de, por, de;- Seguida de dativo: na presença de, junto a, perto, ao lado de,
em;- Seguida de acusativo: à presença de, para com, em direção de,
com referência a, para o lado de, perante, próximo,, entre, conforme.120. (!>t||x&, frnixáToç, tó - palavra, dito, declaração, expressão,
verbete, coisa, fato, evento.121. cráX/TT%7£, aáXTTiyyoç, T) - trombeta.122. crcíp£, aapKÒç, t) - carne, corpo, natureza, linhagem, paren
tesco, individualidade.123. cnryKX^póvoixoç, cru, ó - co-herdeiro, co-partícipe, co-pro-
prietário.124. <rcò|xà, o-cóixáToç, tó - corpo, natureza, estrutura, forma, or
ganismo, comunidade, escravo.125. tó . Artigo neutro singular - o, a.
126. Tpcryoç, ou, Ó - bode.127. uôoop, uôaToç, tó - água, linfa.128. <fx£><;, (pcoTÓç, to (O acento na forma base é circunflexo
porque se trata de inflexão contraída: de cpáoç; o gen. pl. é paroxí-
266
tono, (pcí>TG)v, não perispômeno, qxoTeòv, que seria o regular) - luz, luminosidade, fulgor, labareda, resplendor, efulgência, fogo.
129. xápí«5, xápVroç, rj - graça, favor, encanto, formosura, bondade, gratidão, acolhida, aceitação, dádiva;
- O acus. sing. xctpiv aparece 9 vezes nos escritos do NT em função preposicional, na acepção de graças a, em razão de, por causa de, por amor de, por motivo de (Lc 7.47; Gl 3.19; Ef 3.1,14; I Tm
5.14; Tt 1.5,11; I Jo 3.12; Jd 16), em todas menos uma (I Jo 3.12) posposta à forma em genitivo a que rege.
130. xpeíã, ãs, r\ - necessidade, falta, carência, uso.131. x^poç, ou, o - vento noroeste, o noroeste.
8. EXERCÍCIOS
LER, FLEXIONAR, ANALISAR, TRADUZIR:41. KaTa Xí(3a Kai Kcrrà x<*>pov (At 27.12).42. AtGíovji ewovxoç ôwáorirç*; KavôaKTjç paoiXtcraTiç
AÍGiÓttíov (At 8.27).43. T| iraXiq npòç al|xa Kai orápKa (Ef 6.12).44. Trepi Xóyov Kai ovo|juxtcov Kai vó|xou (At 18.15).45. to irveuixa K a i r\ ijnjx^ Ka i to acòfxa (I Ts 5.23).46. to TrveOfxa Ka i tÒ vôtop Ka i to aí|xa (I Jo 5.8).47. xpeíav cpcoTÒç Xuxvou Ka i cpcoTÒç TjXuru (Ap 22.5).48. ÔcpGaXfxòv avT i òcpOaXjxoí) Ka i ôôovTa avT i ÒÔÓvtoç (Mt
5.38).49. oiKiav r j yuvaiKa T] àÔeXcpaúç (Lc 18.29).50. KTjpu Kai aTrooroXoç Kai SiSáoKaXoç (II Tm 1.11).51. IlauXoç aTroCTToXoç XpioroiJ 3 It]ctoi) ôià 0eXr)|xaToç
0eoO KaT^TTayveXiav Çorqç (II Tm 1.1).52. KX^povófxoi |xèv 0eov, anryKXiqpovofJLOi ôe Xpiorou (Rm
8.17).53. TrXrjpíopxx ow vófjuxu f| cryáTrrç (Rm 13.10).54. T) x<*pi<s KOÍl> aXr|0eia ôià 3 Iiqacn) XpuxToí) (Jo 1.17).55. ô ià 7 pafX(xaT0<? K a i TrepiTOix-rjç TrapaPcm iv vo(jlod (Rm
2.27).
267
56. tò Ô€ Trveuixa Çüttj 5 ià ô iK a ioow rçv (Rm 8.10).57. (xóvov W t pp íú jxaa iv K a i Trójxacriv (Hb 9.10).58. cruôe ô i'à í|A aTO S Tptryoav K a i jjloctxov (Hb 9.12).59. K a i (ráX'TrL7 7 o<; tix0* Kai (pwvrj pruxaTcov (Hb 12.19).60. &xpi fxepiajxou i|a^t|s K a i 'Trvex>fxaTO<; (Hb 4.12).
268
CAPÍTULO V
ADJETIVO, ARTIGO
1. ADJETIVO
1 .1 - Espécies e natureza- Dois tipos há de adjetivos gregos: vocálicos (radical termina
do em vogal) e consonantais (radical finalizado em consoante ou vogal fechada: i,u).
1.2 - Linhas de flexão
1 . Quantidade- Enquadra-se, via de regra, o substantivo especificamente em
um dos gêneros, admitindo, portanto, uma flexão única, distintiva, peculiar. Já o adjetivo, por isso que serve aos gêneros todos, exibe três linhas gerais de flexão, uma para cada gênero. São, pois, trifor-mes;
- Adjetivos, entretanto, há em que se não processa flexão específica do feminino, prestando-se o quadro declinativo do masculino, a um tempo, para ambos os gêneros. Tais, por isso, se dizem biformes.
2 . Padrões- Declinam-se os adjetivos vocálicos inteiramente nas linhas
da 1 - e 2- declinações:- A flexão do masculino segue o paradigma geral dos nomes
deste gênero da 2- declinação;- A flexão do feminino se processa em termos do paradigma da
1 - classe, femininos, da 1 - declinação, quando é a vogal terminal no tema precedida de e, i ou p; se outra for essa letra, conformar-se-á a flexão ao paradigma da 2 - classe;
- A flexão do neutro obedece ao paradigma dos nomes neu-
269
tros da 2 - declinação;- Declinam-se os adjetivos consonantais, por seu turno, se
gundo os padrões da 1 - e 3- declinações:- Destes, a flexão do masculino se conforma às linhas da classe
correspondente da 3- declinação;- A flexão do feminino se faz em moldes da 3- classe, femini
nos de vogal breve, da 1ã declinação (no gen. sing. a desinência âç e no dat. sing. a, se as precede no radical e ou i ou p, e Tq, respectivamente, se outra é a letra terminal);
- A flexão do neutro acompanha o paradigma dos substantivos neutros da classe correspondente da 3- declinação;
- Logo, a flexão do masculino segue nos vocálicos a 2 - declinação, nos consonantais a 3-; a flexão do feminino segue nos vocálicos os femininos de tema extenso ou longo (1 - e 2 - classes), nos consonantais os femininos de tema breve {3- classe) da 1§ declinação; a flexão do neutro, paralela à do masculino, segue nos vocálicos a 2 - declinação, nos consonantais a 3-;
- Daí, o feminino do adjetivo, se explícita a flexão, como é nos triformes, se-lo-á sempre nos moldes da 1- declinação, enquantoo masculino e o neutro se conformarão à 2- ou 39;
1 .3 - Acentuação
- A acentuação nos adjetivos é posicionai, obedecendo às mesmas normas aplicadas aos substantivos, com uma limitação: nos adjetivos de cunho vocálico não-oxítonos três inflexões do feminino, a saber, nom., gen. e voc. pl., acompanham a posição dessas formas no masculino, fugindo à normatividade prosódica do substantivo;
- Conseqüentemente, o gen. pl., obrigatoriamente perispôme- no em todos os substantivos da 1 - declinação, não o é no feminino destes adjetivos não-oxítonos do tipo vocálico. Assim também, in- da que paroxitona a forma base, nom. sing., no feminino destes adjetivos, poderão ser proparoxítonos nom. e voc. pl., em paralelo com a inflexão do masculino.
270
1 . Adjetivos vocâlicos
a. Tema eme, i, p ;tiponão-oxítono- cryioç, óiryux, «yiov - santo, santa
(1 ) Estrutura- Constam estas formas de tema ou radical, à y i (a vogal
tomada como desinencial é, em verdade, temática) e das desinências, próprias desta modalidade adjetiva;
- O radical, como nos substantivos da 1- e 2 - declina- ções, cuja paradigmática seguem as inflexões deste adjetivo, não se altera, o mesmo em todas as formas. Nem sofrem variação as desinências, no masculino conforme a 2 - declinação neste gênero, no feminino consoante a 1 - classe, femininos, da 1 - declinação (visto que o radical tem i a preceder à desinência, o que vale também para os temas terminados em e ou p), no neutro de acordo com a 2 - declinação, neste gênero;
(2 ) Flexão
MASCULINO FEMININO NEUTROSINGULAR
1.4 - Paradigmas
Tema Des. Tema Des. Tema DesN.
Cl ocmr í 0<5 a 7 t ã éiyí
/ov
G.c Ooryi ou
C voryi ã<; « 7 1 ou
D.c óoryi co
C ò« 7 1 au ècyí 0)w
A. &yí ovC 0<ryi ãv
cl va 7 i OV
V. & 7 1 e & 71 ã 0Í71 ov
271
M ASCULINO FEMININODUAL
NEUTRO
Tema NAV. a y í GD. iícryi
Des. Tema< í
Des. Temac C
(ú a-yiC ú
â ctyic C
OlV oryi aiv a y i
Des.cooiv
MASCULINO FEMININOPLURAL
NEUTRO
N.G.D.A.V.
TemaC/ oa y ic lia y iâ y tí VocyiCt Vcryi
Des.oi(ÚV
oiçouçoi
Temad uoryiC lia y iC úocyiC vía^yicí ua 7 i
Des.a icavoaçãça t
Temaa 7 Üc \fa y ia y iU Ma y iCl üa y i
Des.&(ÚV
Ol<5vaVa
(3) Escrita e leitura- Recomenda-se, no caso do adjetivo, do artigo, do pro
nome e do particípio, formas estas que abrangem mais um sistema ou linha de flexão, que se proceda, na escrita e na leitura, em sentido horizontal, tomando-se primeiro o nom. sing. nos três gêneros, então o gen. sing., e assim por diante até o fim, embora ao principiante se afigure mais difícil este processo que o vertical, em que se toma, de alto a baixo, cada flexão em separado, gênero por gênero;
(4) Acentuação
- Posicionai, o acento permanece na sílaba de origem quanto o permitem as leis de acentuação, deslocamentos proces
272
sando-se nas inflexões de final longo do masculino e do neutro e avanço nas formas de final breve (nom. e voc. pl.) do feminino;
- É agudo o acento em todas as formas, no masculino e neutro porque nas inflexões de final breve estará na antepenúltima, nas inflexões de final longo, deslôcado para a penúltima, não poderá ser circunflexo; no feminino porque a última é longa, menos nos casos de final em a i (nom. e voc. pl.), que acompanhando a prosódia masculina, o têm recuado para a antepenúltima;
- São, pois, proparoxítonas todas as formas de final breve (nom., acus. e voc. sing. masc. e neutro, nom. e voc. pl. masc. e fem., além do nom., acus. e voc. pl. neutro): TREZE; paroxítonas iodas as de final longo, inclusive o gen. pl. fem. (gen. e dat. sing. masc. e neutro, todo o fem. sing. e o dual inteiro nos três gêneros, mais gen., dat. e acus. pl. masc. e fem., bem como gen. e dat. pl.
neutro): TRINTA E DUAS;- No fem. contravêm a prosódia substantiva, acompa
nhando a acentuação dos casos paralelos do masculino as formas do nom. e voc. pl. (proparoxítonas, não paroxítonas como o exigiria a forma base) e gen. pl. (não perispômeno como o é em todos os substantivos da *\- declinação);
(5) Comparação- A flexão do masculino, cryioç, é totalmente paralela à
de avOpüMroç, ou, Õ, exceto no tocante ao radical, mesmas as desinências e a acentuação. É também similar à de X0 7 0 Ç, 8ox>Xo<; e 0 eo<;f diferindo quanto ao radical e acentuação;
- A flexão do feminino, oryíã, é exatamente a mesma de 'njxepã e PaoxXeiã, mudados apenas o radical e a acentuação do nom. e voc. pl. (no adjetivo proparoxítonos, em Tip-epã paroxítonos, em PacriXeíã properispômenos) e do gen. pl. (nos substantivos perispômeno, paroxítono, porém, no adjetivo). É similar à flexão de yeveã, diferentes o radical e a acentuação toda;
- A flexão do neutro, cuyiov, é igual à de èp^ov, exceto
273
em matéria de radical e acentuação das formas do nom., acus. e voc. no sing. e no plural, que são paroxítonas no substantivo, proparoxítonas neste adjetivo, enquanto os demais casos, gen. e dat. em todos os números, além de nom., acus. e voc. dual, são paroxí- tonos em ambos, ep"/ov e óryiov;
(6 ) Aplicação- Como cfyioç, oí7 tã, cryiov se declinam todos os adjeti
vos triformes vocálicos de radical finalizado em e, i ou p, proparoxítonos de base (nom. sing.) no masculino e no neutro, paroxítonos no feminino, mudado apenas o radical. Desinenciação e prosódia serão as mesmas;
- Adjetivos de cunho vocálico de base paroxítona, ou properispômena, ou oxítona, embora exibindo as mesmas desinências, terão radical e acentuação diferentes;
(7) Tradução
- Polariza-se no substantivo, ou equivalente, a ação sintática da frase, destarte a constituir-se o centro ou eixo da expressão, subordinando-se-lhe os demais elementos, qualificativos, determinantes ou modificadores. Quer isto dizer que o adjetivo ser- Ihe-á mero adjunto ou predicativo, jamais autônomo ou absoluto;
- Não tem, pois, o adjetivo (e assim o artigo), subordinado que é ao sentido, regência e tradução do substantivo, autonomia de expressão, extreme às variações relacionais e traducio- nais dos casos, aspecto que todo se centraliza na forma substantiva;
- Desta sorte, a menos que substantivado, traduz-se o adjetivo como termo paralelo em gênero e número ao substantivo de que é adjunto ou qualificativo, qualquer que lhe seja o caso. Logo, não há atribuir-se-lhe, nas inflexões, variação sintática própria da função do caso, enfeixada que o é no substantivo;
- Exemplo: na frase ôià TrvevjjiaTO'; &7 Íau (II Tm 1.14),o adjetivo oryíou, embora no gen. sing., não se traduz como de santo mas simplesmente santo, uma vez que ao substantivo
274
T7vei5|xaToç assiste a axialidade da função sintática expressa pela preposição 8 ux - através de. Portanto, subentendido o artigo, a tradução será: através do Espírito Santo, não: através do Espírito do
Santo-,- Logo, no quadro de flexão dar-se-á às formas a tradu
ção básica santo(s), santa(s), à parte das variações de sentido implicadas nos diferentes casos, afecta que é a matéria ao substantivo
regente;
b. Tema em letra,outra que e, i ou p; tipo oxítono- oryotÔoç, «7 0 0 1 ], crya0óv -bom , boa
(1 ) Estrutura
- Como na flexão de oryioç, õ, ov, constam as formas deste adjetivo de tipo vocálico triforme de tema ou radical e desinências;
- O radical é 07010 , invariável, sempre o mesmo em todas as inflexões. As desinências serão as próprias dos adjetivos vocálicos triformes de radical não finalizado em e, 1 ou p;
- 0 masculino, como em cryioç, ã, ov, flexiona-se em moldes paradigmáticos dos substantivos masculinos-femininos da 2- declinação;
- O feminino, diferentemente de 0 7 1 0 9 , õ, ov, flexiona- se nas linhas da 2 - classe (não da 1 -), femininos, da 1? declinação (uma vez que termina o radical em 0 , não em e, 1 ou p);
- 0 neutro, como em 0 7 1 0 9 , õ, ov, flexiona-se em termos dos neutros da 2- declinação;
- A vogal básica das desinências é, na realidade, parte do tema. Toma-se por desinencial apenas por ser mais prático;
275
(2) Flexão
MASCULINO FEMININO NEUTROSINGULAR
Tema Des. Tema Des. Tema Des.N. cryaO óç crya0 TÍ crya0 óvG. àyaQ
A»OU &7a0 A oryaG A
ouD. àyaQ â)
VàyaQ
AayaQ %
A. crya0 óv ayaB Tjv orya0 óvV. trya0 e ayaQ Tl ayaQ òv
MASCULINO FEMININO NEUTRODUAL
Tema Des. Tema Des. TemaNAV. c ry a 0
iCD o rya0 Õi. c ryaG
GD. o rya0 OlV hyaü a í v c ryaO
MASCULINO FEMININO NEUTROPLURAL
Tema Des. Tema Des. Tema DesN. crya0 o í or/aO a í oryaO
tr .a
G. àyaQ COV crya© cov cryaO cov
D. ayaQ o íç àyaü at<5 a 7 a 0 o iç
A. ayaQ o ís orya0 ãç a 7 a 0V
a
V. orya0 o í ayaQ a í cr/a©vf
a
276
(3) Acentuação- Adjetivo, recebem-lhe as inflexões acento posicionai,
que permanece na sílaba de origem quanto o permitam as regras prosódicas;
- Oxítonas as formas de base (nom. sing.), na última estará o acento em toda a flexão, nada obrigando a deslocamento ou recuo;
- Como nos substantivos acentuados na última da 19 e 2- declinações, em termos das quais todo se flexiona este adjetivo, será circunflexo o acento nas formas genitivas e dativas, agudo nas demais, inda quando longas, aqueles perispômemos, DEZOITO casos, estes oxítonos, VINTE E SETE inflexões;
(4) Comparação
- Em comparando-se a flexão de or/aOoç, nq, ov com as formas correspondentes de cryioç, ã, ov, vê-se que têm as mesmas desinências, paralelamente, as inflexões todas do masculino e do neutro e do feminino as formas do dual e do plural. Diferem, pois, desinencialmente, apenas no feminino singular, em ofytoç, radical em t, segundo a 1 - classe da 1 § declinação, em cryaOóç, radical em0 , não em e, i ou p, conforme a 2 - classe, naquele desinências em õt, neste em tv
- A flexão do masculino, oryaGo'*;, é inteiramente paralela à de Oeoç, ou, 6, diferente apenas o radical. Mesmas, porém, as desinências, mesma também a acentuação. Em relação aos demais paradigmas da 2- declinação, masculinos (avOpüHroç, \d7 0 s e ôoí - Xoçl, tem o adjetivo as mesmas desinências, todavia, são diferentes radical e acentuação;
- A flexão do feminino, ot/oíOtÍ, por seu turno, é exatamente a mesma de cpovní, T)?,irç, tanto no que respeita às desinências como à acentuação. Apenas, e necessariamente, difere o radical. Em relação aos demais paradigmas da 2- classe da 1- declinação, orycnrri, tis, rj e eiprivri, iqç, irç, são absolutamente paralelas as desinências, as mesmas em todos, diferentes os radicais e a acen-
277
- A flexão do neutro, a 7 ot0ov, é análoga à de ep— 70V, ou, t o , paradigma dos neutros da 2- declinação no que respeita às desinências, as mesmas em ambos. Acentuação e radical diferem, naturalmente.
(5) Aplicação
- Segundo crya0ó<s, rj, ov são declinados os demais adjetivos de tipo vocálico triformes de radical não finalizado em e, 1
ou p, oxítonos de base, requerendo-se apenas a substituição do radical ot7 <x0 pelo equivalente do adjetivo a flexionar-se. Desinências e acentuação permanecem as mesmas;
- Adjetivos desta modalidade, não oxítonas as formas do nom. sing., diferirão deste paradigma também prosodicamente, acentuados de conformidade com a base e sua aplicação.
(6 ) Tradução
- Como se ponderou em referência a cryioç, ã, ov, é o adjetivo simples qualificativo, extreme de distinções sintáticas, adjunto ou predicativo do nome com que se relaciona. Daí, a tradução, paralela em gênero e número à do substantivo qualificado, será, simplesmente: bom, boa, bons, boas, à parte das relações e funções expressas pelos diferentes casos na flexão, polarizadas no substantivo.
tuação;
2 . Adjetivos consonantais- Tema em t, precedido de v, antecedido de o (o v t )
- € K io v , e K o v k ra , éKÓ v (originalmente, I k ó v t , e K Ó v T ia , c k ó v t )
- voiuntário(a)
a. Estrutura- Constam as inflexões deste, como dos demais paradig
mas substantivos e adjetivos já examinados, da dupla estrutural característica, isto é, tema e desinências;
278
- 0 tema é Ikovt, sujeito a alterações, ora mais, ora menos pronunciadas, nos seguintes casos: nom. e voc. sing. e dat. pl. do masculino, as inflexões todas do feminino, nom., acus. e voc. sing., mais o dat. pl. do neutro, VINTE E DUAS das quarenta e cinco formas;
- As desinências são próprias dos adjetivos consonantais triformes de radical terminado pela lingual t , precedida da nasal v a que antecede a vogal breve o, o masculino e o neutro nas linhas e padrões dos substantivos linguais em ovt da 3- declinação, o feminino conforme a 3- classe, femininos, da 1? declinação, radical não em e, i, p;
b. Flexão
MASCULINO FEMININO NEUTROSINGULAR
Tema Des. Tema Des. Tema Des.N . [ I k ÓVT —] — €K(óv I k o u cra [ I k o v t —] —I k ó v
G. I k o v t 09 I kcw CTTjÇ e ( 6KOVT os
D. I k o v t01 6K0V ong I k o v t
uLA. éKOVT
ua I k o v a à v r« r
[g k o v t —J — €K0V
V. [ I k o v ti í /
—J _ €K(úV I k o v c á r c / [€K0VT
í t i —J ~ €KOV
MASCULINO FEMININO NEUTRODUAL
Tema Des. Tema Des. TemaNAV. I kÓvt e I kov a ã éKOVTGD. ckovt oív I kou am v 6KÒVT
279
MASCULINO FEMININO NEUTROPLURAL
Tema Des. Tema Des. Tema Des.N. I kòvt eç C A
€KOU om I kovtua
G. èKOVT (OV 6 KOI) (TÍOV I kovt ÍOVD. [ I kovt o í] — eKotjcri I kítíj craiç rc i
[CKOVT crí]*€KouaíA. 6K0VT ÔÍ.S I kov <TCt<5 6KÒVT áV. I kÓvT e<; eKov a a i éKÓVT &
c. Particularidades morfológicas
(1 ) Masculino
- Flexionando-se nos moldes dos substantivos da 3 - declinação, em que cinco dos casos oferecem problemas de cunho morfológico, há a observar-se quanto às inflexões do masculino desta modalidade adjetiva o seguinte:
- Nom. sing.: não recebe desinência, caindo a lingual t ,
final do tema, que não pode ser terminal de forma, e alongando-se a vogal precedente o, que se faz ío. Ou, ékóvt -► ckÓv -► I kíóv;
- Acus. sing.: tem a desinência &, preterida a alternativav;
- Voc. sing.: oxítona a inflexão, é igual em forma ao nom. sing.;
- Dat. pl.: cai o grupo vt ante a sibilante desinencial e alonga-se a voga! o precedente, que, diferentemente do que se dá nos casos nom. e voc. sing., se faz ou (não ío). Ou, €kóvt(t i -*• ckòvcti -► eKoaí -► eKoucri; e
-A cu s. pl.: recebe a desinência preterida a alternativav«;;
280
(2 ) Feminino- 0 radical do feminino é, na forma atual, invariável, o
mesmo em todas as inflexões, todavia, alterado nos termos do dat. pl. masc. A terminação é precedida originalmente de um t eufônico, vogal que se transmuta em ç, pelo que a lingual t e a nasal v, pre
cedentes, caem, alongando-se, compensatoriamente, para ov a vogal o, que se lhes antepõe no tema;
- A forma básica seria, de origem, eKÓvTià (i eufônico
inserido entre a lingual e o òt desinencial), que se tornaria €kóvt—
crà (mudado o i eufônico em ç), então, eKovcra (queda da lingual t), depois, IkÓctcx (queda da nasal v), finalmente, eKow á (alongadoo o em ov). Ou, graficamente: eKovTÍá —► eKÓvTcrá -► eKowá
€K(xra -► êKaíxra;
(3) Neutro- O neutro, flexionado nos moldes dos neutros da 3- de
clinação, exibe alterações apenas nos seguintes casos:- Nom., acus. e voc. sing.: não têm desinência estes três
casos, nos neutros sempre iguais em forma, caindo a lingual terminal do tema, que não pode ser final de vocábulo, conservado breve, porém, o ômicron temático (diferentemente do masculino, que o tem alongado em ío nos casos paralelos); e
- Dat pl.: sofre a mesma alteração registrada na forma
paralela da flexão do masculino, isto é, queda do grupo vt ante o sigma desinencial e alongamento da vogal ômicron em ov, como
no radical atual do feminino. Esta inflexão é, pois, paralela à do masculino;
d. Acentuação- Adjetivo, acentuação posicionai, mantém-se nas inflexões
todas o acento na sílaba de origem, isto é, na sílaba em que se acha
nas formas nominativas do singular, menos no gen. pl. fem., que, seguindo a norma prosódica dos substantivos da 1 - declinação, o
tem arrastado para a última, ademais, sempre perispômena;
281
- É circunflexo o acento em OITO das inflexões, a saber: dat. pl. masc. e neutro e nom., acus. e voc. sing., mais nom. e voc. pl. fem., posto em penúltima longa, breve a última, e gen. pl. fem., em última contrata. Nos demais TRINTA E SETE é agudo, ou porque está em última simplesmente alongada, não contrata (nom. e voc. sing. masc.), ou porque a vogal da tônica é breve;
- São, pois, oxítonas CINCO formas (nom. e voc. sing. masc., última alongada, e nom., acus. e voc. sing. neutro, última breve),perispômena UMA (gen. pl. fem., contrata), properispômenas SETE (dat. pl. masc. e neutro, nom., acus. e voc. sing. e nom. e voc. pl. fem., penúltima longa, última breve), paroxítonas TRINTA E DUAS (gen., dat. e acus. sing. masc., gen. e dat. sing. neutro, o dual todo nestes gêneros e, assim, nom., gen., acus. e voc. pl., penúltima breve, vinte e três inflexões, além do gen. e dat. sing., o dual todo, e dat. e acus. pl. fem., longas a penúltima e a última, igualmente, nove inflexões);
- Cumpre notar-se que nos adjetivos triformes vocálicos não-oxítonos de base a forma do gen. pl. fem. acompanha ao masculino (como, aliás, também o fazem nom. e voc. pl.) em matéria de acentuação, não sendo, portanto, perispômena, enquanto nos adjetivos consonantais, adstritos à prosódia substantiva, o será sempre;
e. Comparação
- Comparada esta flexão, típica de adjetivos consonantais e particípios congêneres de tema finalizado pelo trinômio ovt, com os paradigmas or/ioç, ã, ov e oryaôoç, tj, 6v , padrões dos adjetivos de tipo vocálico, vê-se que seguem linhas de flexão inteiramente distintas, com paralelos desinenciais não extensivos, assinaláveis, contudo, no dual e plural inteiros do fem., bem como no gen. pl. de todos, além do gen. e dat. dual, acrescido do nom., acus. e voc. pl. do neutro;
- As flexões do masculino (ckccv) e do neutro (Ikov) seguem o padrão básico do paradigma dos nomes linguais de tema finalizado pelo grupo ovt, isto é, de yépíov, 'yepovToç, ó, observado
282
apenas que no masc. a forma do voc. sing. é neste adjetivo igual à do nom. sing., por ser oxítona, enquanto no substantivo é diferente, e no neutro têm finais diferentes no adjetivo as inflexões do nom., acus. e voc. sing. (não alongado o ômicron) e nestes casos no plural (desinência a em vez de eç ou áç). Acentuação e radical diferem, evidentemente;
- A flexão do feminino ( e K o w á ) segue o exato padrão dos nomes femininos da 3- classe da 1§ declinação de radical não em e, i ou p, à base do paradigma 5ó£á, th?, t|, diferentes apenas o radical e, em parte, a acentuação (ÉKoíxTa, cuja penúltima é longa, tem circunflexo nos casos em que a última é breve: nom., acus. e voc. sing. e nom. e voc. pl., formas em que §ó£à, cuja penúltima é breve, tem o agudo);
f. Aplicação- Nos moldes de I k ío v , eKoíxra, I k o v flexionam-se os de
mais adjetivos consonantais e particípios ativos de radical terminado pelo grupo o v t , oxítonos na forma base do masculino e do neutro, properispômenos na forma base do feminino, requerendo-se apenas a substituição da parte do tema que antecede a esse final, nesta flexão Ik , pela equivalente da forma a declinar-se. Desinen- ciação, alterações e acentuação coincidem inteiramente;
- Adjetivos e particípios desta modalidade flexionai cuja acentuação esteja, nas formas de base, em posição diferente, não oxítonos, pois, no masculino e neutro, nem properispômenos no feminino, embora tenham desinenciação paralela e variações idênticas, acentuar-se-ão de conformidade com a posição da tônica e natureza da sílaba em que se posta o acento;
- Em o Novo Testamento há somente um outro adjetivo deste padrão flexionai, isto é, õlkcov, &Koucra, q iko v (composto da privativa a e deste adjetivo paradigmático, a vogal inicial e do adjetivo contraída com a partícula integrante, por isso longa, ã), aliás, a ocorrer uma só vez, em I Co 9.17, na forma do nom. sing. masc., em contraposição a € koóv. Contudo, numerosos são, por outro lado,
283
os particípios que se flexionam nestes moldes: ptcs. pres. ats. não- contratos e ptcs. 2 ? aors. ats. de verbos em co (não os equivalentes dos verbos em fü), além dos ptcs. futs. ats. de ambos os tipos verbais;
- Nos radicais em que a vogal que precede ao grupo final v t é ã , não ômicron, a flexão difere apenas em que nom. e voc. sing. masc. recebem desinência, s, ao mesmo tempo em que as variações, a processarem-se nos mesmos casos (nom. e voc. sing. masc., o feminino inteiro, mais dat. pl. masc. e neutro) e pelas mesmas razões, assumem feição diferente, por isso que o ôt se alongará em ã (não em co o u o u , como se dá com ômicron);
- Sintetizando-se a matéria de alterações do radical destas duas modalidades adjetivas consonantais, radicais finalizados por o v t ou òtvT, dir-se-á que:
19 Cai apenas a lingual t , quando final da forma; caem ambas, a lingual t e a nasal v, que a antecede, quando precedem à si- bilante;
2- Alonga-se a vogal o em co nos casos nom. e voc. sing. masc. e em ou em todo o feminino e no dat. pl. masc. e neutro, enquanto a vogal á simplesmente se torna ã nesses casos;
- Nos radicais em que a vogal que precede ao final vr é e, não a ou o, exibe a flexão geral ligeiras diferenças em matéria de desinências e alterações, a saber:
- Nom. sing. masc.: insere-se a desinência ç (como nas formas em qlvt), caindo, então, o grupo v t e alongando-se a vogal e para ei.
- Graficamente: evT Ç -► e v ç e i ç ;
- Voc. sing. masc.: nas flexões não-oxítonas, não se insere desinência, caindo a lingual t final, mantida, porém, inalterada a vogal e. Nesta modalidade não é, pois, a inflexão vocativa singular igual à nominativa, ao contrário dos oxítonos e dos participiais de final em o v t e dos radicais em Óív t , em que esses dois casos são sempre idênticos entre si. Se oxítonos, porém, mesmo os adjetivos de radical finalizado em c v t exibem voc. sing. igual em forma ao nom. sing.
284
- Graficamente (não oxítonos): cvt -► ev;- Dat. pl. masc. e neutro: caem a lingual t e a nasal v ante o
sigma desinencial, mas, ao contrário dos radicais em ovt e ávT, não se alonga a vogal precedente.
- Graficamente: evTox e w í -*■ eoi;- Feminino: o radical atual, o mesmo em todas as formas, ao
contrário dos radicais em ovt e ávT, convertida em sigma a vogal eufônica i, que se antepõe à vogal final regular, não sofre a queda
da lingual t . Assimila-se à sibilante, caindo, então, a nasal v, mas a vogal e que as antecede não se altera. A seqüência original seria
evTia (inserindo o í eufônico), mudada em evToà (convertido em
sibilante o í) , então evoxra (assimilada à sibilante a lingual t ), afinal eoTra (mercê da queda da nasal v).
- Graficamente: evTia -► evTcrà -► evotrá -**• ecrcra;- Na flexão do neutro, nom., acus. e voc. sing. não diferem
do padrão geral dos demais, radicais em ovt e dtvT, porquanto apenas lhes cai a lingual terminal t mas inalterada se lhes mantém a
vogal precedente. O dat. pl., por sua vez, é paralelo à forma do masculino (cai o grupo vt , permanece inalterado o e);
- Nos particípios, entretanto, as alterações se processam nas linhas dos radicais em ovt e ávT, isto é, o e temático se alonga em ei nesses casos todos, excetuados nom., acus. e voc. sing. neutro. Logo, dá-se esse alongamento nas inflexões do nom. e voc.
sing. masc., nas formas femininas todas e no dat. pl. masc. e neutro. Daí, enquanto nos adjetivos o final nas formas bases é: eiç, coroa, ev, nos particípios será: eiç, eura, ev;
g. Tradução- Adjetivo ou particípio, a não ser quando substantivado,
não lhe experimentam as inflexões conotações sintáticas diretas, variações funcionais próprias de cada caso, por isso que refluem
estas propriedades para com o substantivo regente, em termos de que afeiçoam gênero e número, em paralelo de concordância;
- Logo, Í kcóv, eKoôcrà, €kóv se traduzirá, em função atribu-
285
tivo-predicativa, não substantivado, simplesmente como: voluntário, voluntária, voluntários, voluntárias, em consonância com o substantivo de que seja adjunto ou qualificativo.
3. Adjetivos de dupla raiz- fxéyãs, fJLe áXTri, |xé7 a - grande
a. Estrutura
- Estruturam as inflexões deste adjetivo os dois elementos característicos: tema e desinências;
- O tema apresenta-se neste adjetivo sob duas formas distintas: n-e^á, que se enquadra na flexão dos consonantais, e |xe— 7 aXo, que segue o padrão dos vocálicos;
- O radical ixáyã, com desinenciação da declinação 3-, aparece apenas em SEIS das inflexões, a saber: nom., acus. e voc. sing. masc. e neutro. Nas demais QUARENTA (há no voc. sing. masc. alternativa de cunho vocálico) ocorre o radical |xe7 àXof com desinenciação regular dos vocálicos, em termos, pois, da 1 - e 2 - de- clinações;
- Portanto, segue a flexão deste adjetivo o paradigma dos vocálicos de radical não em e, i ou p, em todo o feminino, nas formas duais e plurais todas, além do gen. e dat. sing. masc. e neutro e do voc. sing. masc. alternativo;
- As desinências são próprias da modalidade envolvida.Assim,
- no masculino: nom., acus. e voc. sing. se desinenciam em função dos substantivos masculinos ou femininos da 3- declinação, os demais casos, incluída a forma alternativa do voc. sing., em termos dos masculinos da 2 - declinação;
- no feminino: a flexão toda se desinencia nas linhas regu- lares da 2- classe, femininas, da 1- declinação; e
- no neutro: nom., acus. e voc. sing. seguem o padrão dos neutros da 3§ declinação, não desinenciados, os demais casos as normas desinenciais dos neutros da 2 ã declinação;
286
b. Flexão
MASCULINO FEMININOSINGULAR
NEUTRO
Tema Des. Tema Des. Tema Des,N. \xÁyã % fJL€7 <X. {Xé7 & —
G. |xe7 àX ou |xe7 a\ TIS (X€7 áX ouD. (X6 7à\ coL (jL€7 aX V fxe7 aX co
V
A. (X€7 a V jxeyáX T|V ixéyá —
V. ' 0 (xe7 a — fxeyàX *1 fxéydt —
ou|X€7 a\ e
MASCULINO FEMININODUAL
NEUTRO
GD.
Tema Des. Tema Des. Tema Des.
|X€7 cÍX co |xe7 aX ã |X€7 aX co
(xe7 <&X otv |xe7 aX atv (xe7 aX OlV
MASCULINO FEMININOPLURAL
NEUTRO
Tema Des. Tema Des. Tema Des.N. fjL6 7 aX 01 |xe7 ãX at fxe7 <ÍX
0a
G. IxeyãX cov txeyáX cov fxeyaX covD. IxeyaX otç [xeyàX atç IxeyãX oiçA. ^eyáX ovç lieyàX ã<; IxeyàX
ua
V. l^ey&X 01 IxeyaX at H>eyàXu,a
c. Particularidades morfológicas- Adjetivo de dupla raiz, flexão em moldes ora dos conso-
nantais, ora dos vocálicos, variam o radical, (xe/a em certos casos,t
[x,eyãXo nos demais, e a desinenciação, a flutuar de conformidade
287
com o radical envolvido;- No masculino há a observar-se quanto aos três casos fle
xionados nas linhas consonantais, em que é |xé7 ct o radical:-Nom. sing.: recebe desinência, ç;-A cu s. sing.: tem a desinência v (não a); e- Voc. sing.: consta do mero tema, sem desinenciação, logo,
diferente em forma do nom. sing. Há, é verdade, alternativa, de cu-/ /nho vocálico, |A€"yàX.e, o radical |xe7 aX(o)f e a desinência regular;
- Os demais casos, flexionados nos moldes vocálicos, fxe— 7 <x\o o radical, se conformam aos paradigmas oryioç e ayaOós, exceto no tocante ao radical e à posição e natureza do acento, na mor parte das inflexões;
- No feminino, todo flexionado nas linhas dos vocálicos, conformam-se as inflexões inteiramente ao paradigma cryaSr), salvo em matéria de radical e acentuação;
- No neutro os três casos de cunho consonantal (nom., acus. e voc. sing.) não são desinenciados, constando, pois, do simples radical, |xe7 a; os demais, flexionados nos moldes dos vocálicos, |A€7 a\o o radical, de todo se conformam aos paradigmas 0Í7 10V e oryotGóv, exceto quanto ao radical e à pçsição e natureza do acento, de modo geral;
d. Acentuação
- Posicionai que o tem de ser, já que nenhum princípio prosódico milita em contrário, permanece o acento, através de toda a flexão, na mesma sílaba em que está posto no radical básico, isto é, na sílaba |xe nas inflexões de tipo consonantal, na sílaba 7 a nas formas de cunho vocálico;
- Tônica de vogal breve, será agudo o acento em todas as formas, posto sempre na penúltima, logo, todas paroxítonas;
e. Aplicação- Flexão adjetivo-pronominal de dupla raiz em o Novo
Testamento apenas uma outra se depara: ttoXijç, ttoW tí, ttoXiS -
288
muito, muita, paralela integral quanto à desinenciação (exceto que não ocorrem as inflexões todas), a exibir, e nos mesmos casos, os radicais 'ttoX.tj, consonantal, ttoXkó, vocálico;
f. Tradução
- Em uso adjetivo, não substantivado, condicionado ao nome de que é atributivo ou predicativo, a assumir-lhe a inflexão de gênero e número, à parte injunção de caso, traduz-se |xé— 7 ãç, [xe àX/iq, como grande, grandes, conforme os requisitos da concordância gramatical envolvida.
1 .5 - Concordância
1 . Regra geral
- Do ponto de vista gramatical, em três aspectos concordará, necessariamente, o adjetivo com o substantivo dele qualificado: em gênero, em número, em caso ;
- Logo, assumirá o adjetivo a forma do masculino, ou do feminino, ou do neutro, conforme o gênero do substantivo qualificado. Estará no singular, ou no dual, ou plural, segundo o número gramatical do nome a que se reporta. Aparecerá no caso em que estiver o termo de que é adjuntivo, em estrita homogeneidade;
2 . Exemplos
a. XÓ7 0 1Ç Troviripoíç cpXixxpcòv rj(xàç - pairando contra nós com palavras más (III Jo 10).
- A forma adjetiva TTOVTqpoiç - más - está a qualificar ao substantivo \Ó7 oi<; - palavras - , assumindo-lhe caso (dativo), gênero (masculino) e número (plural);
b. eis Kptcriv ruxepãç - para 0 juízo do grande dia(Jd 6 ).
- O substantivo Tj^epã»; - do dia - está no genitivo, é sin-
289
guiar, feminino. A forma adjetiva ixe-yáXirçs - grande - , que o está
qualificando, se acha igualmente no mesmo caso (genitivo), número (singular) e gênero (feminino);
c. wç epiov XeuKÓv - como branca lã (Ap 1.14).
- epiov - lã substantivo, e XeuKó v - branca - , adjetivo, se
acham ambos na forma do nominativo singular neutro, concordando XevKÓv, adjetivo que é, em caso, número e gênero, com o substantivo epiov;
3. Concordância complexa
- O adjetivo que, a um tempo, qualifica na frase a mais de um
substantivo, repete-se, geralmente, ante cada um, especialmente se forem nomes de gêneros distintos, processando-se a concordância
parceladamente entre o adjetivo e o substantivo correlato;- Pode, entretanto, aparecer em relação global, não repetido,
qualificando a todos de uma vez. Nesta circunstância, concordará apenas com o mais próximo ou irá para o plural, observada a gra
dação de gêneros;- Exemplos:a. Em Ap 21.1 ocorre a cláusula Kai elôov oupavòv kouvòv
Kai yr\v Kaivrjv - e vi um novo céu e uma nova terra - , em que o
adjetivo Kaivóç, r\, ov, aparece repetido, na forma Kaivóv (acus. masc. sing.) a qualificar oupavòv - céu - , na forma Kaivóv (acus. fem. sing.) a qualificar yx\v-terra - , concordando, individualmente, com o substantivo correlato, em gênero, número e caso;
b. Já em Ap 1.14 aparece a cláusula ti ôe KeçaXij a in o v Kat a i Tpíxeç XeuKaí - mas, a cabeça dele e os cabelos (eram) brancos
- , em que o adjetivo Xemoç, ti, ov - branco - , a qualificar, a um
tempo, a ambos os substantivos, KecpaXii (fem. sing.) e Tpixeç
(fem. pl.), não se repete, posto na forma do nom. pl. fem., Xem ai, em direta concordância apenas com o mais próximo, Tpíxeç, ou com os dois termos em conjunto, já que são igualmente femininos. Se o primeiro fosse masculino, poderia o adjetivo continuar inalte-
290
rado, concordando com o mais próximo, ou ir para o plural masculino, XeuKoí, atendida a hierarquia dos gêneros, o masculino a prevalecer sobre o feminino. Fosse neutro, porém, o primeiro substantivo, não se imporia ao feminino;
c. Em At 8.13, porém, encontra-se a cláusula Gecopwv Te crr]— (xeia Kai Swáfxeiç |xe7 aXa<; - vendo não somente sinais como também portentos grandiosos - em que parece preferível associar-seo adjetivo |xe7 a\a<; (acus. fem. pl.) a ambos os substantivos (crr]— (xeia, acus. pl. neutro, e ôwá|xeiç, acus. pl. fem.). A concordância, embora em função dos dois termos qualificados, dada a gradação dos gêneros, requererá a forma do acus. fem. pl., o neutro subordinado ao feminino. Logo, não se poderá o adjetivo tornar nem |xe— 7 a\á (neutro), nem fX€7 ct\oi (masculino). Invertida a posição dos substantivos, ou anteposto o adjetivo a onqixeia, poder-se-ia usar a forma neutra |xe7 á\á, feita a concordância com o mais próximo apenas;
4. Concordância sinésica (de cruveariç, eooç, r\ - junção, entendimento)
- Não raro, a concordância do adjetivo com o substantivo qualificado deixa de processar-se nos estritos termos da morfologia gramatical para efetuar-se em função do sentido, particularmente quando se trata de nomes coletivos, que, embora no singular, poderão ter adjuntivos no plural. Em o Novo Testamento reflete este
uso direta influência do linguajar hebraico;- Exemplos desta concordância por sínese é a cláusula
aXXòí ó òxXoç oijtoç ... itrápaToi e ia ív - mas, esta popuiaça ... é maldita - , contida em Jo 7.49. A sintaxe normal requereria o singu
lar, tanto no adjetivo (eTrcípaToç, não errápaToi) como no verbo
predicante (eoTÍv, não eioxv), uma vez que se reportam a
substantivo singular. Todavia, coletivo que é, pode-se a concordância fazer, por sínese, donde o plural empregado: CTrapaToi e eurív.
291
1.6 - Uso
1 . Natureza
- Ora expressa o adjetivo na frase traço ou qualidade já impli- citada no termo qualificado, propriedade que lhe é reconhecida, atributo que lhe pertence, ora predicado que se lhe afirma, declara ou explicita como propriedade a reconhecer-se-lhe. No primeiro caso, tem-se o uso ATRIBUTIVO do adjetivo, no segundo o chamado uso PREDICATIVO;
- No uso atributivo o realce é ao substantivo, de que se refere a qualidade como característica inerente; no predicativo o destaque é ao adjetivo, a expressar qualidade que se aplica ao substantivo, característica a aditar-se-lhe;
2 .'Posição- Pode o adjetivo, tanto em um como no outro desses usos,
vir antes ou depois do termo qualificado. No uso atributivo, a pos- posição se reveste de ênfase um pouco mais acentuada, enquanto no uso predicativo isto se dá em referência à anteposição;
- Particularidade de importância a ter-se em conta é que, nas frases e cláusulas definidas, precede o artigo sempre ao adjetivo quando em uso atributivo, jamais, porém, quando em uso diretamente predicativo. Naquele caso, poderá o artigo deixar de aparecer diante do substantivo, não, entretanto, diante do adjetivo;
- No uso atributivo as seguintes posturas se encontram, em
cláusulas definidas:1 - Adjetivo ANTES do substantivoOrdem: Artigo Adjetivo SubstantivoExemplo: o ciyaQbç avQpwTToç - o homem bom (Mt 12.35).Explicação: O adjetivo atributivo or/aôóç - bom - antecede ao
substantivo avOpwrroç - homem - e está precedido do artigo ô;2- Adjetivo APÓS o substantivoOrdem geral: Artigo Substantivo Artigo AdjetivoExemplo: t ò 'irveí)|xa t ò otyiov - o Espírito Santo (Mc 13.11).
292
Explicação: 0 adjetivo atributivo cryiov - santo - está colocado depois do substantivo Trveiiixa - espírito - , o artigo to' a anteceder a ambos, repetido, pois, diante do adjetivo. A tradução literal seria: o Espírito o Santo, como quem dissesse: o Espírito, isto é, o (Espírito) Santo, expressão em que é o adjetivo mais enfático do que se estivesse anteposto ao substantivo;
Ordem especial: Substantivo Artigo AdjetivoExemplo: 'ywaiKeç a í cruvaKoXouGowat - as mulheres acom
panhantes (Lc 23.49).Explicação: O particípio owaKoXouGowat - acompanhantes,
que acompanhavam, em função adjetiva, vem posposto ao substantivo 'yuvalKeç - mulheres - , o artigo a precedê-lo, embora não ao substantivo. A tradução literal seria: mulheres as acompanhantes, a eqüivaler a: mulheres, isto é, as (mulheres) acompanhantes, mais expressiva a função do adjetivo do que se anteposto ao substantivo;
- Posicionamento raro e excepcional, haverá casos em que, embora em uso atributivo, definida a cláusula, aparece o artigo preposto ao substantivo, inarticulado, porém, o adjetivo. Exemplo é a cláusula fxe7 áXr| ttj çtovrj - com a voz alteada (At 26.24), em queo normal seria postar-se o artigo antes do adjetivo, omitindo-se diante do substantivo, logo: tt| lu^áX/rj cpü>vT|. É fraseologia especiosa em que Lucas ressalta o tom de voz de Festo, nesse lance dramático, o adjetivo a sobressair-lhe na prolação, quase em feição predicativa;
- No uso predicativo as posturas em cláusulas definidas seriam:
1 - Adjetivo ANTES do substantivoOrdem: Adjetivo Artigo SubstantivoExemplo: ttuttòç ò X070Ç - fiel (ê) a palavra (I Tm 3.1).Explicação: Está o adjetivo predicativo moroç - fiel - ante
posto ao substantivo Xóyoç - palavra - , que recebe o artigo, enquanto o adjetivo é inarticulado. Note-se que o verbo liame está subentendido, a simples posição dos elementos bastando para caracterizá-la como predicativa e determinar-lhe essa tradução.
293
Ademais, anteposto o adjetivo, a ênfase é mais acentuada do que se posposto. Daí, moròç o Á.Ó7 o<; (o adjetivo anteposto ao substantivo) é expressão mais incisiva que ó Á.0 7 0 Ç ttwttÓç (posposto o adjetivo);
2- Adjetivo APÓS o substantivoOrdem: Artigo Substantivo AdjetivoExemplo: r| irpoKOTrri (pavepã rj - 0 progresso manifesto (se
ja ) (I Tm 4.15).Explicação: 0 adjetivo predicativo (pavepã - manifesto - está
colocado depois do substantivo, 'rrpoKOTnri, que está articulado, enquanto (pavepã é anartro. No texto, a função predicativa da cláusula se faz ainda mais evidente mercê do verbo liame t] - seja - , explícito. Todavia, mesmo que elíptico, a mera disposição dos termos bastaria para caracterizá-la, além de dúvida, como predicativa. É, porém, menos incisiva a expressão do que se viesse o adjetivo
J . 1 \ Ccpavepa anteposto ao substantivo TTpOKOTn]. Dai, (pavepa tj -ripo— KOTrrf é mais enfática do que o seria rj 'TrpoK.orrri cpavepa.
- Graficamente, assim se poderia resumir a matéria:1 . Posição atributiva (adjetivo sempre articulado)a. Art. + Adj. + Subst. (adj. antes, menos enfática)b. Art. + Subst. + Art. + Adj. (adj. após, mais enfática)c. Subst. + Art. + Adj. (adj. após, mais enfática)2. Posição predicativa (adjetivo sempre anartro)a. Art. + Subst. + Adj. (adj. após, menos enfática)b. Adj. + Art. + Subst. (adj. antes, mais enfática)
3. Expressão- Nos três exemplos referidos em relação ao uso atributivo, a
saber: Ò èryaOòç avOpamoç, to Trve-uixa to oíyiov e TuváiKeç ax (TuvaKoXouOoíxTai, a atenção se polariza no substantivo, em distinção de outros nomes, o adjetivo simplesmente a expressar-lhe qualidade admitida (que se poderia atribuir igualmente aos demais);
- Desta sorte, no primeiro exemplo, trata-se de av0p(*)iroç -
294
homem - , não de ayyeXoç - anjo, ou de [xaOr^xTÍs - discípulo, ou
qualquer outra individualidade, a quem cabe o atributo cryaOoç - bom-,
- No segundo, caracteriza-se como ayiov - santo - , qualidade
distintiva, a Trveu|xa - espírito - , não tckvov - criança - , ou lepóv- templo - , todos passíveis do atributo supra, aqui apendido a Trvevfjux, especificamente;
- No terceiro, cruvako\ou0owai - acompanhantes - é atributo referente a Tuvaixeç - mulheres - , em distinção de, por exemplo, a 8eX<paí — irmãs, ou ôoiíXai - escravas - , ou qualquer outra figura;
- E sempre de lembrar-se que, neste uso atributivo, mais enfática é a asserção qualificante quando vem o adjetivo posposto do
que o será quando anteposto. Assim, no segundo exemplo: tò 'Trveu|xa tò oyiov - , e, mormente, no terceiro: TuvaiKeç a í cru— vaKo\ou0ovcrai (em que é anartro o substantivo), a qualificação
expressa, respectivamente, por (tò) Ôryiov - santo - e (at) cruva— Ko\ou0aixrai - acompanhantes - , atributivos pospostos ao substan
tivo qualificado, tem teor mais enfático do que no primeiro, o oryaOòç av0p(OTTOç, em que o adjetivo cryaOo^ se antepõe ao substantivo;
- Nos dois exemplos mencionados para tipificar a disposição dos elementos na posição predicativa, isto é, m oròs ó XÓ70Ç e T) TrpoKOTrr] cpavepã, é no adjetivo que se concentra o enfoque, por isso que representa predicação de determinada qualidade em distinção de outras, o substantivo mero repositório da qualidade afirmada;
- Daí, em mcrròç ò X070Ç, está-se afirmando como traço de \c>70<s o qualificativo 7ricrTÓ<; - fiel - , em contraposição a, por exemplo, a7a0óç - boa - , ou 8í,Kaio<; - justa - , qualidades que poderiam convir ao termo XÓ7o<;. Ressalta-se, pois, nesta asserção
predicativa, ao contrário de atributiva, o adjetivo qualificante, não o substantivo qualificado;
c / e- Em T| 'n,poKo/TTT| cpavepã, de igual modo, reitera-se que 'q
'rrpoKcnrrí - 0 progresso - seja cpavepã — manifesto - , afirmada esta
295
qualificação do substantivo sobre quaisquer outras que se lhe pudessem, porventura, predicar. O destaque é a cpavepá, o adjetivo, não a TrpoKo-mí, o substantivo;
- Não há olvidar-se que, neste uso predicativo, diferentemente do atributivo, mais enfática é a asserção qualificante quando está o adjetivo anteposto ao substantivo do que se lhe vem pos- posto. Destarte, moros na primeira destas cláusulas se reveste de maior força de expressão que cpavepá na segunda. Por isso, enquanto aquela melhor se traduz por: fiel (é) a palavra, mais enfáticoo adjetivo mcrróç anteposto ao substantivo XÓ7 0 9 , mais natural e próprio é traduzir-se a segunda, em que o adjetivo cpavepá vem posposto ao substantivo TrpoKonri, por: 0 progresso (seja) manifesto - , menos enfática a expressão;
- Em conclusão: na posição atributiva enuncia-se traço ou qualidade do termo qualificado em distinção de outros termos aos quais poderia convir o atributo, enquanto na posição predicativa é um traço ou qualidade que se afirma em distinção de outras propriedades que se podem predicar de um mesmo substantivo;
4. Verbo liame- Na cláusula predicativa, a rigor, vincula-se o adjetivo ao
substantivo mediante conveniente forma de verbo de ligação, geralmente, ei|xí, - ser, estar, 7 Ívo|xai - tornar-se, ou tmápxco - subsistir. Todavia, o próprio posicionamento dos termos, a natureza anartra do adjetivo em cláusulas definidas, basta de si mesmo para caracterizar a função predicativa, pelo que se pode omitir o verbo liame, como se dá em mcrròç ô X0 7 0 Ç, no texto de I Tm 3.1, explícito, porém, na tradução;
5. Cláusulas indefinidas- Do exposto, vê-se que a distinção prática dos usos atributivo
e predicativo teve por base o artigo, a preceder diretamente ao adjetivo na primeira dessas funções, jamais a fazê-lo na segunda. É evidente que esse critério só se pode aplicar em relação a cláusulas
296
definidas pela presença do artigo. Tratando-se, porém, de cláusulas indefinidas, não articuladas, não se aplica, é óbvio, esse princípio, somente do contexto determinando-se, em cada caso, em qual dessas funções está o adjetivo;
- Convenientes exemplos desses usos e funções adjetivas em cláusulas indefinidas seriam:
1 . Uso atributivo- A frase €0voç c*7 iov - nação santa (I Pe 2.9). Nem o
substantivo eBvoç, nem o adjetivo ay io v precede-os o artigo. É, pois, cláusula indefinida. Em função apenas do contexto, à luz do teor geral da frase, pode-se estatuir que está o adjetivo em uso atributivo, não em uso predicativo, pelo que se tem de dar à frase a tradução: nação santa, atributiva, não nação é santa, predicativa;
2. Uso predicativo- A cláusula 'rrav KTicr|AQt O eo u K.aX.óv - toda criatura de
Deus (ê) boa (I Tm 4.4). Não articulados nem o substantivo ktut|x(x- criatura - , nem o adjetivo KaXdv - boa - , indefinida, pois, a cláusula, poder-se-ia tratar do uso atributivo, traduzindo-se: toda boa criatura de Deus. Entretanto, do contexto se evidencia que o sentido requer a função predicativa, subentendido o verbo liame, ècrrí. Logo, é o uso predicativo e a tradução tem de ser: toda criatura de Deuséboa.
1 .7 - Substantivação- Em princípio, estará sempre o adjetivo a qualificar a subs
tantivo ou equivalente na frase, sendo-lhe, pois, simples adjunto. Todavia, assaz freqüente é a elipse do substantivo, assumindo-lheo adjetivo funcionalmente o lugar. Em caso que tais, dir-se-á que o adjetivo está substantivado, pelo que se lhe atribuirá forma nominal, flexionando-se apenas no gênero específico, à maneira do substantivo;
- Sejam os seguintes exemplos:
297
1 . akkà tuttoç 71VOU tüjv ttkttíúv - ao contrário, faze-te modelo dos fiéis (I Tm 4.12). A frase adjuntiva integral deveria ser: twv TriaTcov avOpwTrtov - dos homens fiéis. Entretanto, omite-se o
substantivo ávGpümov - de homens - , passando-se-lhe ao adjetivo
ttlotwv - fiéis - a função, pelo que vale o adjetivo por substantivo. E, destarte, adjetivo substantivado;
2. |xt| ôo)T€ to ay io v to lç k w iv - não deis aos cães o (que é) santo (Mt 7.6). Dever-se-ia seguir ao adjetivo ay io v - santo acus. sing. neutro, a forma substantiva Trpa7 |ji& - coisa. Todavia, e mormente no neutro, já não se faz de mister o substantivo, de sorte que o adjetivo lhe assume o lugar e as funções, valendo de si por verdadeiro substantivo. Portanto, cfyiov, que é de natureza adjetivo, está substantivado em função, como se substantivo fora.
1.8 - Classes especiais- Adjetivos, em considerável número, há providos de final ou
sufixação característicos de acepções definidas, precisas ou comuns, de sorte que o sentido se estampa na própria forma ou seu terminal;
- Dentre adjetivos que tais, mencionam-se;1 . Adjetivos finalizados em eoç, eõ, eov, que podem assumir a fei
ção contrata ouç, ãou r\, ouv.- Esta modalidade adjetiva expressa, em geral, a idéia de ma
terial ou elemento;- E o que se vê em apyupeoç, apyupea, apyúpeov, em forma
contrata, apyupoGç, apyupfi (á, porque p precede à vogal), apYU— pow - de prata, argênteo (At 19.24) e em xpweos, xpw eã , XPv~ oeov, em forma contrata, xpwouç, XpWTl ('*1# porque não mais está a vogal precedida por e, nem pelas correlatas i ou p), xpwov v -d e ouro, áureo (Ap 1.20). Indicam ambos os adjetivos o material ou elemento de que eram feitos os nichos e os candelabros referidos nes
sas passagens;2. Adjetivos finalizados em lkòç, tiorj, íkóv (oxítonos).- Cs adjetivos desta espécie, derivados de tema verbal ou pro
cedentes de radical substantivo, designam, normativamente, capa
298
cidade, habilitação, propriedade;- Seja o adjetivo kpítikòç, KpiTiKrj, KpÍTiKÓv (Hb 4.12), da raiz
verbal Kpív, reduzida a xpí, de Kpívco -ju lgar. O sentido literal é: capaz de julgar, judicante, apto para discernir. No texto referido, Hb 4.12,
assinala o adjetivo que Ô XÒ70Ç toí> Oeov - a palavra de Deus - é habilitada a discernir, tem a capacidade de julgar, possui a propriedade de arbitrar em matéria de cogitações e pensamentos;
- Ou, TTVeV|UUXTlK()Ç, TTV€U|JUXTIKT), '7TV€-UfAO(.TlKÓv (Rm 1.11), derivado do radical TrvevfxaT, do substantivo Trvevjxá, 'rrveiú|xá—
toç, to - espírito - , logo, espiritual, isto é, que tem a natureza, capacidade, propriedade, características do espírito. No texto, a qualificar ao termo xápurfxá - dom - , expressa-lhe o teor, capacidade, natureza e função peculiar a espírito, daí, dom de propriedade espiritual;
3. Adjetivos finalizados em ífxoç, tv ov, triformes, ou íjxoç, ov, bi- formes (proparoxítonos).
- Oriundos de tema verbal, expressam também estes adjetivos, em geral, a idéia de capacidade, habilitação, propriedade;
- Seja o adjetivo cppóvífxoç, íppovi|xir], cppóvifxov (I Co 4.10), proveniente do tema <ppov, do verbo çpovew - pensar, ter em mente, logo, capaz de pensar, caracterizado pela reflexão, prudente, sensato. No texto, expressa o adjetivo essa habilitação ou capacidade dos crentes coríntios, a quem assim caracteriza Paulo, não sem certa
ironia;- Ou, o adjetivo ôókiixoç, ôókl|xov (Rm 14.18), biforme, resul
tante do tema verbal ôok, de ôoKéco - parecer, considerar, haver por, daí, julgado, reconhecido, considerado, confirmado, aprovado. No tex
to, assinala a propriedade, ou capacidade, do crente como testado, habilitado, comprovado;
4. Adjetivos finalizados em ivoç, iq, ov (proparoxítonos).- Derivados de temas substantivos, indicam, geralmente, ma
terial ou elemento de que algo é constituído;
299
- Seja o adjetivo XíOívoç, Xt0tvri, XíBívov (Jo 2.6), do tema Xí0, do substantivo Xi0oç, ou, o - pedra. Significa, literalmente, pétreo, de pedra, expressando a substância ou matéria do objeto qualificado. No texto, refere o material de que eram feitas as talhas mencionadas;
5. Adjetivos finalizados em toç, íõ, tov - triformes, ou tos, tov, biformes.
- Estes adjetivos, originários de temas substantivos, geralmente proparoxítonos, se precedida a desinência por letra consoante, properispômenos, quando vogal é que antecede à terminação, vogal essa a formar ditongo com o í inicial do sufixo, exprimem posse, propriedade, participação;
- Assim, o adjetivo triforme oupávloç, crupaviâ, crupáviov (At 26.19), em que a nasal v precede ao sufixo toç, tã, tov, daí, proparoxítono, provindo do tema substantivo oupav, de oupavòç, oí), ó - céu - , significa, literalmente, de propriedade celestial, que possui natureza celeste, que participa do céu, logo, celeste, celestial. No texto, assinala a especificidade da visão paulina, possuída de característica do céu, não humana, ou terrena;
- Igualmente, o patronímico ^IouSaíoç, 3 Iouôaiã, 3 Iou— 8atov (Rm 3.29), triforme, em que a vogal a antecede ao sufixo, contraindo-se-lhe com o i inicial e formando o ditongo at, por isso properispômeno de base (nom. sing. masc.), oriundo do tema 5 Iou8a, do nome próprio J IoúSãç, ã, ô - Judâ -, significa, literalmente, que participa de Judá, que possui natureza judaica, que é próprio de Judâ, logo, judeu, judaico. No texto, caracteriza o habitante da região palestina ou o elemento filiado à tradição de Israel, aquele que participava dessa identificação ou a possuía;
6. Adjetivos finalizados em pos, põ, póv (oxítonos).- À maneira dos adjetivos latinos terminados pelo sufixo bliís,
blle, designa esta modalidade plenitude ou domínio de determinada qualidade ou traço;
- Exemplo desta espécie adjetiva é 'rrovirçpoç, TTovripã, uo—
300
VT|póv (Ef 5.16), derivado de ttóvoç, ou, ô - labor pesado, tormento, aflição, angústia, literalmente, pois: pleno de sofrimento, dominado de aflição, eivado de angústia, logo: aflitivo, angustioso, torturante, maléfico. No texto, caracteriza a natureza dos iqixepai - dias plenos de miséria, dominados de malefícios;
7. Adjetivos verbais terminados em tos, ttv tov, triformes, ou
toç, tov, biformes.
a. Natureza- Derivam-se estes adjetivos diretamente de tema verbal e
retêm ainda algo, da força de expressão do verbo, situados num estágio que sobrepaira ao adjetivo propriamente dito, contudo, não mais se equipara ao gerúndio ou gerundivo, a que se pode correlacionar em sentido ou função;
b. Expressão- Dois tipos de ação expressa, basicamente, esta modalida
de de adjetivos verbais:
(1 ) Ação realizada, isto é, ação vista em termos de sua realização ou efetivação, como no particípio passado latino, portanto, na forma de RESULTADO ou EFEITO;
(2 ) Ação possível, isto é, ação contemplada na perspectiva de possibilidade de fruição ou atualização, nos moldes dos adjetivos latinos terminados por bllfs, bíle, vel no português, logo, na forma de POSSIBILIDADE;
c. Exemplos
(1) Ação realizada: RESULTADO- oryoiTrriTÒç, orya-rnrçTrí, oryotTrTiTdv (I Co 4.14).- Deriva-se este adjetivo diretamente do tema verbal
301
a y ã u íã ), de ayaTráíú - am ar-, a que se apende o sufixo característico toç , tt |, tov , alongado o a terminal do tema. Corresponde, em sentido, ao particípio passado latino amãtus, a, um, em termos do qual se traduz, logo: amado, amada. No texto, expressa a forma adjetiva a condição de TCKvot - filhos -, em quem consumada já era a ação de amar, logo, a acentuá-la sob a perspectiva do resultado.
(2) Ação possível: POSSIBILIDADE
- Ga-ufxaoróç, GaufJiacrTTÍ, 0au|xaoTOv (I Pe 2.9).- Origina-se este adjetivo do tema Oavixctô, de OoihuÍ^cd
- maravilhar-se, admirar, acrescentado o sufixo típico, tos, ttJ, tóv ,
donde mudar-se o 8 terminal do tema em ç. Corresponde em sentido ao adjetivo latino admirabílís, ê (final bilis, bilè), no português admirável (final: vel), isto é, que faz maravilhar-se, produz admiração, possibilita surpresa, arrebatamento. No texto, caracteriza ao nome <po)ç - luz - como passível de deslumbrar, encantar, causar admiração, logo, ação em termos de manifesta possibilidade.
8. Adjetivos verbais terminados em Teoç, tcóí, t 4ov
a. Natureza
- Afins e paralelos em formação aos verbais finalizados em toç , tt], tov , derivam-se estes, de final em tÉos , Teâ, tcov , diretamente do tema do verbo, tendo ainda mais pronunciado o teor ver- balizante, correspondendo, em larga medida, ao sentido expresso pelo gerúndio ou gerundivo latinos.
b. Expressão
Expressam estes adjetivos verbais de final tcos , Teõ, Teov, a idéia de NECESSIDADE, ou DEVER, ou OBRI
GAÇÃO, ora sob forma passiva e pessoal, ora sob feição at(va e impessoal.
302
c. Uso pessoal
- Caracterizam ao adjetivo desta modalidade, quando em uso pessoal, os seguintes aspectos morfológico-sintáticos:
(1 ) Teor
- No uso pessoal, têm as formas teor patentemente passivo;
(2 ) Correspondência
- No uso pessoal, correspondem as formas obviamente às do gerundivo latino;
(3) Forma- No uso pessoal, emprega-se qualquer forma da flexão,
a concordar com o termo qualificado em gênero, número e caso. O mais das vezes aparecerá como predicativo;
(4) Verbo liame
- No uso pessoal, em cláusulas predicativas, ocorre explícita ou subentende-se forma de verbo liame, normativamente, el|xí - ser, o adjetivo no caso nominativo, se a inflexão verbal for finita; e
(5) Agente
O agente da ação expressa pelo adjetivo, como no latim, estará sempre em dativo puro, não-preposicionado, que se não deve confundir com funções regulares do caso, mormente o objeto indireto;
d. Uso impessoal
- Em relação ao uso impessoal destes adjetivos, nestes aspectos paralelos ao pessoal, há a observar-se que:
303
(1 ) Teor
- No uso impessoal, reveste-se a forma de teor eminentemente ativo, tanto assim que, se oriunda de verbo transitivo, poderá vir seguida de objeto direto;
(2 ) Correspondência- No uso impessoal, corresponde a forma diretamente
ao gerúndio latino;(3) Forma
- No uso impessoal, ao contrário do pessoal, assume o adjetivo normativamente a forma do nominativo singular neutro, menos vezes a do plural, sendo, pois, praticamente indeclinável;
(4) Verbo liame
- No uso impessoal, a expressão terá sempre a forma de cláusula predicativa, explícito o verbo liame, geralmente eí|jú - ser -, ou elíptico, subentendido; e
(5) Agente- Como no uso pessoal, também no impessoal, assumirá
o termo que expressa o agente a forma do dativo puro, não-prepo- sicionado, que se não deve confundir com o objeto indireto ou outra das funções próprias desse caso;
e. Síntese- Podem-se, pois, resumir os pontos similares ou contras
tados destes dois usos desta modalidade adjetiva no seguinte esquema:PESSOAL IMPESSOAL-Teor passivo -Teor ativo- Jamais tem objeto direto - Poderá ter objeto direto- Corresponde ao gerundivo - Corresponde ao gerúndio- Aparece em qualquer dos ca- - Aparece só no caso nom.
sos sing. ou pl. neutro- Pode estar subentendido o - Pode estar elíptico o verbo
verbo liame liame- O agente estará em dativo - O agente estará em dativo- Sentido de dever, necessida- - Sentido de dever, necessida
de, obrigação de, obrigação
304
f. Exemplificaçáo
(1 ) Uso pessoal
- Estranho é de todo ao Novo Testamento o uso pessoal desta modalidade adjetiva, caso nenhum registrando-se-lhe na literatura desta forma de expressão. É, porém, abundante (e elegante) nos autores clássicos;
- Apropriado exemplo temo-lo nesta cláusula da ME- MORABILIA (3.6.3) de Xenofonte: wcpeX/riTéã croí rj ttoXis eorí - a cidade deve ser ajudada por ti. Note-se que: o adjetivo tem o final Teã (nom. sing. fem.) característico destes verbos, o teor é passivo (ser ajudada), a forma é gerundiva, o verbo liame (corí) é explícito, o agente (croí) está em dativo puro, o sentido é de necessidade ou dever (deve ser, precisa ser, é para ser, ajudada);
(2) Uso impessoal
- Um só exemplo há deste uso impessoal dos adjetivos em T6oç, Teã, têov, verbais, em todo o Novo Testamento. Encontra-se em Lc 5.38, na cláusula: ÒtXka oivov veov eiç aaKovç K a i—
vauç pXiqTeov - ao contrário, deve-se (tem-se de, precisa-se) lançar vinho novo em odres novos. A tradução mais literal e espontânea seria: Lançar, porém, vinho novo em odres novos é necessidade (dever, obrigação)-,
- Observe-se que: o adjetivo termina em tco v , caracteri- zando-se, pois, como verbal, o teor da forma é ativo (lançar), corresponde ao gerúndio, transitiva que é, tem objeto direto (oivov véov), está no caso nom. sing. neutro, elíptico o verbo liame e inex- presso o agente, o sentido geral é o de necessidade, obrigação, dever.
305
2. ARTIGO (TO AP0PON)
2.1 - Natureza
- É o chamado artigo, no grego, em sua forma base, ô, T), to , o
elemento definidor por excelência. Na origem a exercer função expressamente demonstrativa, ao lado de elementos pronominais que tais, veio a assumir, no decurso do tempo, o papel específico e único de assinalar a definitude dos termos e frases. Daí, em tese, a presença da forma articular em correlação com o substantivo ou equivalente marca-o como definido, sua ausência implica em que é indefinido ou anartro, conforme o evidencie o próprio contexto.
2 .2 - Linhas de flexão
- À semelhança do adjetivo triforme, tem o artigo (to apGpov) três linhas gerais de flexão, uma para cada gênero.
2.3 - Padrão flexionai
- Flexiona-se o artigo nos moldes gerais dos adjetivos de cunho vocálico de radical não finalizado em e, i ou p, à base de cryaôóç, àyaQr], or/aBóv;
- Destarte, processa-se a flexão do masculino segundo o padrão dos substantivos masculinos ou femininos da 2 - declinação, a flexão do feminino obedece ao paradigma dos femininos da 2 - classe da 1 - declinação, a flexão do neutro se faz em conformidade com os nomes neutros da 2 - declinação.
2.4- Formas
- A flexão geral do artigo, em que não subsiste forma expressa ou específica de vocativo, é a seguinte:
306
MASCULINO FEMININOSINGULAR
NEUTRO
Tema Des. Tema Des. Tema Des.N. —
c0 — C
T\ T/
oG. T
A
OU TA
TQS TA
OU
D. TA
(0w* TA
Tl TA(0U*
A. T ov T I^V T/
O
MASCULINO FEMININO NEUTRODUAL
Tema Des. Tema Des. , Tema Des.NA. T <ú t ó (t ã) T (óG D. T OLV T OLV (t aiv) T OLV
MASCULINO FEMININO NEUTROPLURAL
Tema Des. Tema Des. Tema Des,N. — 01 — c.
a i T aG. T (OV T 0)V T ÍOV
D. T OIÇ T otíç T OÍÇ
A. T OÚÇ T/OiÇ T a
2.5 - Estrutura- Como o substantivo e o adjetivo, consta o artigo em suas in
flexões gerais, de tema, ora representado pela lingual t , e de desi-
307
nências, próprias dos ad jetivos tr ifo rm es vocá lico s de radical não f i
nalizado em e, i ou p, com lige iras variações que a segu ir se reg is
tram .
2 .6 - Observações morfológicas- Nom. sing. e pl. masc. e fem.: nestas quatro fo rm as , d ife ren
tem ente das dem ais , não ocorre o t in ic ia l, substitu ído pelo esp írito
forte. Logo, ó, r\, o l, a l , em vez de tó , rrf , t o í , T a í ;
- Nom. sing. masc.: apocopou-se o ç fina l, de sorte que a fo r
m a, que deveria ser oç, se reduziu a o;
- Nom. e acus. sing. neutro: com o em outros dem onstrativos,
caiu o v desinencia l, de sorte que a fo rm a éTO , não, com o se espe
raria , to v ;
- Vocativo: não há fo rm as especificam ente vocativas no artigo .
Freqüen te , porém , é através do Novo Testam en to o uso do n om i
nativo articu lado em função genu inam ente vocativa ; e
- Fem. dual: as fo rm as fem in inas regu lares (xá, T a iv ) , aceitas
ainda por a lguns g ram ático s, cederam lugar às equ iva len tes do
m ascu lino (tío , to iv ) , de sorte que a m esm a desinência oco rre nas
in flexões para le las do dual nos três gêneros.
2.7 -Acentuação- A s quatro fo rm as do artigo p rovidas de esp írito forte , não
in ic iadas pela lingual t , a saber: Ó (nom . sing . m a sc .) ,^ (nom . sing .
fem .), o i (nom . pl. m asc.) e a t (nom . pl. fem .), são átonas, não têm
acento p róprio , con s id e ram -se , p rosod icam ente , com o parte da
palavra que lhes vém im ed iatam ente em segu ida na frase;
- A s dem ais trinta e duas são tôn icas, acen tuadas regu la rm en
te, segundo a p rosódia dos oxítonos da 1§ e 2- declinações, isto é,
recebem circunflexo (perispôm enas) as in flexões gen itivas é dativas,
têm o agudo (oxítonas) as dem ais , tôn icas.
2.8 - Concordância- Com o se assina lou em relação ao ad jetivo , postu la r-se -á que
308
também o artigo nesses três aspectos característicos concordará com o substantivo a que determine: em gênero, em número, em caso ;
- Traduz-se a forma articular em consonância com esses elementos do substantivo, sem conotação sintática específica do caso, tendo-se em conta que não há estrita correspondência de gênero entre o grego e o português;
- Assim sendo, pode o termo ser masculino no grego, mas feminino em português e vice-versa, para nada dizer-se dos neutros, a que não há gênero paralelo em nossa língua. A inflexão articular que determina ao substantivo receberá a tradução exigida pelo nosso vernáculo, qualquer que lhe seja o gênero no original;
- Desta sorte, acontece, por exemplo, que o oréqxxvoç (II Tm 4.8), masculino no grego, tem equivalente feminino em português, a coroa, traduzida como feminina, a, a forma articular ô, masculina. Já ' fxepã (Ap 6.17) é forma feminina no grego, masculina, entretanto, no português: o dia, a inflexão t] do artigo, embora feminina, traduzida pelo masculino, o. Contudo, em ambas as línguas, como se vê desses exemplos, concordará absolutamente a inflexão articular com a do substantivo correspondente, tendo-lhe o artigo sempre o mesmo gênero, o mesmo número, e, no grego, também caso idêntico.
2.9 - Emprego- Considerando-se que a função típica do artigo é tornar defi
nido o substantivo, ou equivalente, a que determina, dir-se-á que todo vocábulo definido deveria vir articulado e, por outro lado, que toda forma regida de artigo dever-sena tomar por definida. A ausência de artigo implicaria em que o termo é indefinido ou anartro, suprindo-se-lhe na tradução o artigo indefinido (um, uma, uns,
umas), inexistente no grego, se a primeira dessas alternativas é a exigida pelo contexto, deixando-a sem qualquer adjunto articular, se a segunda é que se impõe;
- Assim, em Mc 4.26, ocorrem os termos paaxXeiã e av0pa)-
309
ttoç, aquele precedido da forma articular rj, logo, definido, pelo que se traduz como o reino, o segundo sem inflexão articular, daí, indefinido ou anartro, tendo de traduzir-se por um homem (indefinido) ou simplesmente homem (anartro). Não haveria traduzir-se iq fkwriXeíã anartra ou indefinidamente, como: reino ou um reino, nem tão pouco avOpíoiroç definidamente, como: o homem;
- Todavia, a verdade é que no grego há substantivos explicitamente articulados que no português melhor se traduzem sem o artigo, bem como outros, inarticulados no grego, definidos, entretanto, em português, assim a traduzir-se:
- Não há princípio absoluto a regular essa matéria, de sorte que não se pode jamais categorizar quanto ao uso ou omissão do artigo, seja no original, seja na expressão traduzida;
- Merecem referidos os seguintes casos, já porque mais especiosos, já porque oferecem subsídios práticos de valor:
1. Nomes próprios
- A não ser quando se trata de personagens ou entidades bem conhecidas, a primeira menção de um nome próprio em trecho escrito ou narrativa, não deve, a rigor, ser articulada, pois que só a partir dessa referência é que se haverá por definida a individualidade. Daí por diante, entretanto, cabe a inserção articular. Mas, há ampla variação em matéria de uso ou omissão do artigo em tais casos;
- De particular interesse é este ponto em relação aos termos3 Irjcrovç e ©eóç em o Novo Testamento, pois que, embora no original freqüentemente se lhes anteponha o artigo, no português preferida é a forma anartra, isto é, Jesus, Deus, não a articulada, o Jesus, o Deus;
- Quanto ao nome Geóç, a designar a deidade suprema, procedente se afigura esta distinção, observada, aliás, em vasta medida no texto hebraico do Antigo Testamento: sem artigo no texto grego do Novo Testamento, refere-se ao caráter geral da divindade, à natureza essencial do ser divino, à deidade substancial, com artigo
310
destaca-Lhe a unicidade ímpar, a exclusiva autoridade, a soberania absoluta e peculiar. Em outros termos, sem artigo ressalta-Lhe a natureza, com artigo a unicidade;
- Exemplo desta dupla acepção, a implicar tal distinção de sentido, temo-lo nesta expressiva ponderação do apóstolo Paulo: ^ixefo 7 ap vaòç 0eot> eafxev £ü>vtoç. koí0<j)ç eVirev 6 0eóç - pois que somos nós santuário do Deus vivo, como disse Deus (II Co 6.16). Ocorre o termo Oeós duas vezes: a primeira sem artigo, a segunda com artigo. Naquela ressalta o apóstolo que nós, os crentes, somos individualidades consagradas, qual templo votado a uma deidade viva, a um ser divinal, não a ídolos inertes, que, afinal, não são deuse s ; neste destaca a autoridade única, a dignidade exclusiva de Deus, Que só é e falou como ninguém mais pode falar, porquanto Deus só Ele é, o único e verdadeiro. Em outras palavras, somos templo próprio da divindade (natureza), quem falou é o próprio Deus (unicidade);
- Não menos interessante é o uso do termo irveuixa — espírito - , em referência à terceira hipóstase da Trindade em o Novo Testamento. Quando se trata da individualidade pessoal, do Espírito como tal, em Si mesmo, é articulado; quando se Lhe focaliza a operação, os dons e manifestações, vem sem artigo. Exceções há, determinadas por outros elementos, quais sejam preposições regentes e adjuntos modificativos;
- Sejam os exemplos seguintes:
a. p/q X.\nreiT€ tò 'irveu|x& tò oryiov - não entristeçais o Espírito Santo (Ef 4.30). Está o substantivo nveuixa regido de artigo. A referência é distintamente à pessoa do Espírito Santo em Si, à individualidade hipostática;
b. X.ápeT6 Trvet>|xa cryiov - recebei o Espírito Santo (Jo 20.22). Não está o substantivo TTvev|xa regido de artigo. Do contexto se evidencia que a referência não é a um espírito, geral e indefinido, nem a espírito, vago e anartro, mas à hipóstase trinitária, to
311
davia, não em termos da pessoa em Si, mas de Seu poder operativo, de Seus dons especiais, de Sua operação eficaz;
2. Aposto
- Embora adjunto a nome próprio inarticulado, o aposto nominal ou fraseológico é normativamente regido de artigo;
- Assim, títulos e onomásticos, tais 3 Icoávi^ç o Ponrriott|ç- João, o batista (Mt 3.1), Ma00aioç o TeXcmnjç - Mateus, o cobrador de impostos (Mt 10.3), 3 I^craOç ô Na£apinvc><s - Jesus, o Nazareno (Mc 10.47), exibem nome próprio não articulado, seguido de aposto, nominal, regido de artigo;
3. Nomes abstratos ou monádicos
- Nomes abstratos e substantivos monádicos, isto é, substantivos que designam ser ou elemento único da espécie, bem como os unitários, isto é, substantivos que indicam unidades ou partes componentes de todos, podem aparecer inarticulados, particularmente se assistidos de preposição, mesmo em frases e cláusulas em que evidente lhes é a definitude;
- Exemplificam esta particularidade sintática em o Novo Testamento frases tais como:
a. ctkXa m oTiç ôi/orycnrriç %vep7 au(jLeVr] - ao contrário, a fé a operar através do amor (Gl 5.6). Referem-se os substantivos abstratos m o riç - fé - e ôrymnq - amor - às graças cristãs, constituindo, destarte, elementos únicos em si: não se trata de qualquer tipo de fé e amor, mas das virtudes específicas da teologia bíblica. São, portanto, definidas em natureza, como o próprio contexto requer, mas o artigo está omitido, embora deva aparecer na tradução;
b. ws ev oupavw Kai em yfjç - como no céu, também sobre a terra (Mt 6.10). Os substantivos oupavo'? - céu -e y i\ - terra - são monádicos. Além disso, estão preposicionados. São evidentemente definidos no contexto, entretanto, não os assiste o artigo, que, to-
312
davia, deve ser suprido na tradução;
4. Cláusulas temporais, locativas e instrumentais- Locuções, frases e cláusulas que, preposicionadas, expres
sam noção de tempo, ou lugar, ou instrumento, de igual modo, estado ou condição, mormente quando estereotipadas, inda que definidas em sentido, aparecem geralmente sem artigo;
- Exemplos há, e abundantes, em o Novo Testamento, como sejam:
- ev apxfi - no princípio (Jo 1.1);- crn^apxTjç - desde o início (Mt 19.4);- €K 8e£iá)v - à direita (Mc 10.37);- e£ apicrreptóv - à esquerda (idem);-e v^ K K X rfr ía - na igreja (I Co 14.19); v*
- €K veKptòv - dentre os mortos (Mt 17.9);- ev TrvevfAcm - peb espírito (Ef 6.18), todas expressões cla
ramente definidas, a despeito da inexistência do artigo no grego;- A conclusão, porém, que se impõe é a de que o uso do arti
go no grego é algo errático e flutuante, apropriada tradução dependendo de haurir-se em cada caso a real expressão do autor, o sentido exigido pelo contexto, a forma que mais se afeiçoa ao teor da cláusula;
- Em tese, dir-se-á que ocorre o artigo normativamente nas seguintes situações:
a. Em uso anafórico, isto é, com termos já previamente referidos, por isso de postulada definitude. Típicos exemplos desta articulação anafórica em o Novo Testamento vemo-los nestas passagens:
- Mt 2.1,7: no v. 1 ocorre o nom. pl. |xor/oi - magos - , inarti- culado; no v. 7 recorre o termo, no acus. pl., agora articulado (tctuç ixcryovs);
- Jo 4.10t11: no v. 10 aparece, inarticulada, a expressão •udcop £cov - água viva que se repete no v. 11, anaforicamente arti-
313
culada (tò vôwp tò £ü>v );
- Jo 6.9,11: no v. 9 os termos àprauç - pães - e oij>ápux - peixinhos - , aliás, determinados por numerais cardinais, não são articulados; são-no, porém, no v. 11 (tovç apTovç, twv òif/apííúv), ao
repetir-se;
- At 19.13,15: no v. 13 registra-se a forma üaíiXoç - Paulo - sem artigo, mas no v. 15 o nome do apóstolo é referido novamente, agora articulado (tÒv IlavXov);
b. Com termos genéricos, isto é, substantivos que expressam a classe como um todo. É o caso de ou aXcoireReç - as raposas - , em Mt 8.20, ou ó ep7(ÍTT|<; - o trabalhador - , em Lc 10.7, ou tòv
kmCTKOTTOv — o bispo, em I Tm 3.2, todos articulados, porquanto genéricos, em acepção que envolve a classe inteira neies representada;
c. Em introduzindo citação, referência ou interrogativa indireta. Não reduzida é a exemplificação deste uso em o Novo Testamento. Assim, vemo-la em:
- Mt 19.18 (a introduzir série de mandamentos);- Mc 9.23 (tò et 8m>r) - se podes);- Lc 1.62 (tò t i otv 6eXoi KaXeicrGai odWá - quê desejaria
fosse ele chamado);- Lc 9.46 (tò t is av eun |xeí£cov oarraiv - quem seria deles
maior);- Lc 19.48 (to tl ttoltqctclktiv - quê fariam);- Lc 22.4 (to ttóòç carro iç Trapaôco avróv - como lho entre
garia);- L c 22.23 (to ttiç apa eíír\-quem, porventura, seria);- Lc 22.24 (tò t íç avTtov Ôokci eivai fxeíÇoov - quem deles
parecia ser maior);- At 4.21 (tò ttws KoXáacovrat avraúç - como os castigas
sem);- At 22.30 (to t í KaTTQ^opeiTOíL — o de que estava sendo
acusado);
314
- Rm 8.26 (to yap tl Trpocrev£có|x€0á - pois quê hajamos depedir);
- Rm 13.9 (a introduzir série de mandamentos);- I Co 4.6 (to |xtj írcrep a 7e7pa'jrrai - não além do que está
escrito);- Gl 4.25 (to ôe cA 7ap - mas, Hagar);- Gl 5.14 (èv tw no, a referir um mandamento);- E f 4.9 (to ôè áve^ri - mas, subiu); e- Hb 12.27 (Tb ôè é t i cnra£ - mas, ainda uma vez);
d. Nos adjuntos apositivos e cláusulas atributivas ou predi- cativas, mormente após nome próprio inarticulado, quando se deseja destacar a propriedade ou designativo assim expressos. E as- saz freqüente em o Novo Testamento este uso, de que adequados exemplos seriam:
- c Yfxeíç core to aXaç ttjç 7Í1Ç - Vós sois o sal da terra (Mt 5.13): o substantivo cáXaç - sal - ê predicativo do pronome
pessoal c YfxeU - vós precede-o o artigo na frase;- c 0 Xúxvoç tov crtofxaTÓç ècrriv Ô ócpGaXfxoç - A lâmpa
da do corpo é 0 olho (Mt 6.22): o substantivo Xvxvoç - lâmpada - é
predicativo do susbtantivo articulado o oç>da\ii6ç - o olho. Está as
sistido de artigo: õ Xvxvoç;- Trepi v(x(òv tüív mroKpLTWv — acerca de vós, os hipócritas
(Mc 7.6): - o substantivo WoKpiTtúv - farsantes, hipócritas - tem artigo, aposto que é ao pronome v |juúv- de vós;
- > A 7pÍTnra«; 8 pomXevç - 0 rei Agripa (At 25.13): o substantivo fScMTiXevç - rei - é apositício ou atributivo do nome próprio 3A 7pí'mraç - Agripa. Embora inarticulado o nome próprio, |3a—
criXevç tem o artigo;- eo^aTov ôe TTavTíov cocmrepei tü> €KTp<o|xaTL (ocpO-r)
KotfxoL - mas, afinal, depois de todos, apareceu também a mim, como ao abortivo (I Co 15.8): - o substantivo €KTpói)|xaTi - abortivo - está em cláusula modal adjuntiva e recebe o artigo, t$), porquanto se acha em aposição ao pronome è|xoi - a mim - , em crase Kafxol (Kai
e|xoí); e
315
e. Com termos e cláusulas cuja definitude se queira explicitar, especialmente em contrastes ou oposições, ou em se tratando de elementos únicos ou singularizados na consideração. Este se pode tomar como o uso normativo do artigo, seu emprego regular;
- Por outro lado, mesmo que definido o termo ou cláusula, comum é omitir-se o artigo:
a. Nas expressões, definições, fórmulas e ditos estereotipados, proverbializados, gerais;
b. Nos títulos, epítetos, saudações, designativos, de modo ;special, se expressivos de classe ou ordem ou integrados como apelativo complementar de nome próprio;
c. Nas enumerações e seqüências de termos associados ou contrastados aos pares ou em grupos, em expressão paralela ou contínua, como se vê em:
- Mc 5.5: vuktòç Kai KifjLepaç - noite e dia; em Ap 4.8, invertido, 'íqfxepãç Kai w kto s - dia e noite. O par associado não o precede o artigo;
- Mc 7.10b: 8 KaKo\o7 ci)v TTaTepa rj (x^Tepa - Aquele que maldisser ao pai ou à mãe. Não tem artigo o par associado TraTepa rj
IxTyrepa nesta citação de Ex 21.17, à base da Septuaginta, embora seja articulado na primeira porção do versículo, tov -iraTepa aov Kai tt|v |XT|T€pa aov, citação de Ex 20.12 e Dt 5.16, em que a ver
são grega preservou expressa a definitude das formas do texto hebraico, no qual são definidas por sufixação pronominal as três passagens;
- I Pe 4.5: ÇtòvTaç Kai veKpovç - (os) vivos e (os) mortos. O
par associado, embora virtualmente definido, não está determinado por expressa articulação;
- Ap 5.12: Xa^eiv tt]v Suvafxiv Kai ttXovtov Kai crocpíav Kai Icrxw Kai t i [xt|v koI ôo£av Kai evXoyíav - receber o poder e (a) riqueza, e (a) sabedoria, e (a) força, e (a) honra, e (a) glória, e (a) bênção. E uma seqüência em que se agrupam sete palavras em paralelo, articulpda a primeira, inarticuladas as demais;
316
- Gl 5.19-21 e 22-23\ na primeira referência se alinham nada
menos de quinze substantivos e na segunda nove, seqüência de
termos em sucessão contínua, todos inarticulados, inda que virtualmente definidos;
d. No caso de termos em que um indivíduo ou elemento
representa a classe como um todo ou é único da espécie, tais 7T| (terra), T]Xioç (sol), GáXaaaà (oceano), Oeóç (deus), koct|xoç (mundo), Kvpioç (senhor), oupavóç (céu);
e. Nos designativos dos pontos cardeais, como se pode ver das seguintes referências em que os termos avaToXrj, pop— paç, ôvo-fArí, |xeo^|x(3pLa e votoç estão sempre inarticulados, embora definidos de natureza:
- cnrò avaToX&v - das bandas do Oriente (Mt 2.1);- cxtto avaToXcov Kaí Swfxcov - das regiões do Oriente e do
Ocidente (Mt 8.11);- PcmtÍXuxctoí votou - a rainha do sul (Mt 12.42);- em &ucr|x&)v - sobre o poente (Lc 12.54);- oíttò avaToXwv Kaí SwfJicbv Kai ãirò (Soppa Kai votou
- do leste e oeste e do nortee sul (Lc 13.29);- KaTÒt |xeaiq|xppí,av - rumo ao sul (At 8.26); e
- aTiò avaToX^qç TqXtoTJ - do nascente do sol (Ap 7.2; 16.12);f. Nas frases ou cláusulas em que figura o numeral ordinal
ou correspondente, como o evidenciam os exemplos infra, em que,
presente o numeral, estão os substantivos inarticulados, inda que precisamente definidos:
- aTrò ôè eKTiqç wpaç ... eooç wpaç evárriç - mas, desde a sexta hora ... até a hora nona (Mt 27.45);
- irpcoTifiv cpvXaK^v Kaí ôeirrepav - a primeira sentinela e a segunda (At 12.10);
- aTrò TrpíOTTiç ^(xepaç - desde o primeiro dia (At 20.18);- ecoç TpiTov oupavou - até o terceiro céu (II Co 12.2);- ev eo^aTais f]|xepais - nos últimos dias (II Tm 3.1 e Tg
5.3); e- êv xa Lpw eaxotTw - no tempo derradeiro (I Pe 1.5);
317
g. Nas frases e cláusulas preposicionadas, especialmente quando temporais, ou locativas, ou instrumentais, conforme se viu já;
h. Nos predicados substantivos, tipicamente quando expressam a natureza ou qualidade distintiva do sujeito, não sua quantidade ou individualidade.
- O clássico exemplo deste uso é a discutida cláusula- 0eo<; tjv o Xxryoç - O Verbo era Deus, de Jo 1.1, em que o predicado substantivo 0 eoç está inarticulado, a expressar a substanciali- dade do sujeito articulado, Ó X6 7 0 Ç. Sua natureza divinal, não Sua individualização, donde requerer-se a tradução: divino, jamais um deus;
i. Nas frases e locuções constantes de substantivo seguido de forma genitiva, paralelo fraseológico à típica expressão hebraica em que o primeiro termo, posto na chamada posição construta, embora definido, jamais receberá artigo explícito. É assaz abundante esta modalidade anartra de expressão em o Novo Testamento, como o demonstram os exemplos infra, que, embora sempre evidentemente definido o substantivo qualificado, o têm a todo tempo inarticulado:
- olkou 3 Icrpar)X - da casa de Israel (Mt 10.6);- 6K KoiXiaç (ATjTpoç - desde o ventre materno (Mt 19.12);- elç oÍkov oruToov - para a casa deles (Mc 8.3);- €k TToXecoç Na£apé0 - da cidade de Nazaré (Lc 2.4);- ev pípXo) Xd cov 0 Hcraíau - no livro das palavras de
Isafas (Lc 3.4);- cnró ocp0aX(JL(òv crou - dos teus olhos (Lc 19.42);- cnrapxTi tt|ç = A a iaç - as primícias da Ásia (Rm 16.5);- vovv Kupíou - a mente do Senhor - e vow Xpicrrov - a
mente de Cristo (I Co 2.16);- ev (3i(3Xico £(x)T)ç - no livro da vida (Fp 4.3);j. Em se tratando de nomes próprios, particularmente
quando referidos pela primeira vez no contexto ou qualificados por aposto atributivo, bem como os substantivos abstratos em geral,
318
especialmente se personificados, quais sejam: crycnrTi - amor àX^Geia - verdade à|xapTÍa - pecado ape rr) - virtude - , 81—Kaiocruvri - justiça KaKia - maldade vo(xos - lei m a r iç - fé-, e assim por diante.
2.10 - Uso pronominal
1 . Demonstrativo- Freqüente é o uso do artigo em cláusulas em que é elíptico o
substantivo, mormente se se interpõem adjuntos nominais ou adverbiais, circunstância quando eqüivale praticamente a pronome demonstrativo, aliás, a função primeira do artigo, pois que ó, tj, to e suas inflexões representam gradual evolução do sentido demonstrativo prévio para o articular de que se revestem agora;
- Apropriados exemplos constituem-nos as frases seguintes:
a. tà em toiç oupavoiç Kai Ta em tt)ç yr)<? - aquilo que (está) nos céus e aquilo que (está) sobre a terra (Ef 1.10). A forma articular Ta, acus. pl. neutro, não está seguida de substantivo explícito a que determine. A tradução literal seria, pois: as sobre os céus e as sobre a terra. Subentende-se o termo TrpcryixaTa - coisas - , que se pode explicitar na tradução: as coisas nos céus e as coisas sobre a terra. Todavia, o teor demonstrativo da inflexão articular Ta é óbvio no contexto, donde poder-se traduzir por aquilo que ou aquelas coisas que; e
b. |xexpi T-qs crrifxepov - até hoje (Mt 11.23). Não há forma substantiva explícita nesta frase. A inflexão articular rrjs, gen. sing. fem., precede ao advérbio arjixepov, subentendido o termo T)|xépaç- dia presente, contudo, na formação do advérbio. A tradução literal seria: até o de hoje, ou, implícito o substantivo, até o dia de hoje. Dado, porém, o teor demonstrativo do artigo, a tradução mais fiel seria: até este presente dia;
319
- Não menos digna de nota é a modalidade fraseológica em que o artigo, seguido da conjunção adversativa |xév ou 8é - mas, porém, e, elíptico o substantivo, assume função tipicamente pronominal, eqüivalendo ao pronome pessoal da 3- pessoa, pelo que assim se deve traduzir. Todavia, a rigor, melhor ficariam o demonstrativo, quando ocorre uma ou outra destas conjunções, ou o indefinido, quando aparecem ambas, em correlação, geralmente, |xév na primeira cláusula, 8é na segunda. Naquele caso, traduz-se por: este, esta, neste por um(a), algum(a) a precedente, \xév, por outro(a) a conseqüente, Se;
- Exemplificam este uso especial cláusulas tais como:
a. T) 8è óm-eKpíG-Ti - E ela respondeu (Mc 7.28). A inflexão articular r| está seguida da conjunção 8 e, desacompanhada de forma substantiva. Subentende-se, do contexto, o nome yw-r] - mu- iher. Literalmente, traduzir-se-ia: mas a respondeu. Dada, porém, a feição pronominal que o artigo assume nesta modalidade fraseológica, poder-se-ia bem representar por: mas esta respondeu, dan- do-se ao artigo o cunho demonstrativo - esta - , ou, melhor ainda; e ela respondeu, tomado o artigo como pronome pessoal: e/a;
b. oi |xèv êxXeuaÇov, ol 8 è eiTrav - uns escarneciam, outros disseram (At 17.32). A inflexão articular oi é seguida da conjunção |xév na primeira cláusula, da conjunção 8 é na segunda, conjunções em uso correlato, não presente forma substantiva qualquer. Do contexto, subentende-se o termo avOpcoTToi - homens. A tradução literal seria: os, de um lado, escarneciam, os, do outro, disseram. O artigo, nesta modalidade fraseológica, é de tomar-se como eqüivalendo a um pronome indefinido, donde melhor traduzir-se por uns (ou alguns), na primeira cláusula, outros, na segunda, implicita- das as formas ou partículas conjuncionais;
- O uso correlato é abundante no clássico, menos freqüente em o Novo Testamento. Oferece variações assinaladas no quetan-
2. Pessoal ou indefinido
320
ge aos elementos estruturantes e sua disposição, merecendo destaque as três seguintes:
a. Nas seriações de múltiplos termos, aparece, geralmente a conjunção |xév no primeiro, Ôè nos restantes, traduzindo-se o ar tigo, naquele caso, por um(a), nestes por outro(a), não traduzidas
explicitamente as adversativas;- Exemplo: tovç fxev oiTToerToXov;, tovç Ôè n p o ^ —
to s , tov? ôe evcrfYeXicrrás, tovç ôè Troifxèvaç - a uns ;>ara apóstolos, a outros para profetas, a outros para evangelistas, a cuhos para pastores (Ef 4.11). Quatro vezes se usa a inflexão articuler tovç
nesta passagem, no primeiro membro da série, seguido da oonjun-
ção (xev, nos demais pela conjunção ôe, traduzido por uns naquele caso, por outros nos restantes, não destacadas na tradução as formas ou partículas conjuncionais;
b. Nestas seriações complexas pode, a partir do segundo membro, aparecer em lugar da forma articular o pronome indefinido aXXoç, Tj, o ou èVepoç, ã, ov, que se traduzem em acepção regular;
- Exemplo: oí [xev 3 Icoávvrqv tov Poítttictt^v, aXXoi ôè HXíav, erepoi ôè 3 Iepe|xíav - Uns João Batista, outros, porém,
Elias, e outros Jeremias (Mt 16.14). Nesta seqüência correlata, persiste a inflexão articular, ol, no primeiro membro; é, porém, substituída por aXXoi no segundo, eTepoi no terceiro. A tradução do artigo é em forma do indefinido uns, aXXoi e eTepoi têm a tradução natural;
c. Formação paralela, seriações há em que, em lugar do artigo, se empregam as formas equivalentes do pronome relativo simples oç, c/- o qual, que;
- Exemplo: ovç (xev ôepovreq, ovç ôè cnroKTewovTeç - a uns espancando e a outros tirando a vida (Mc 12.5). A forma ov<;,
acus. pl. masc. do pronome relativo simples, está em lugar de tovç, inflexão correspondente do artigo. A tradução é, contudo, a mesma do uso articular.
321
2.11 - Uso personificativo
- Especiosa forma de expressão, rara em o Novo Testamento, onde apenas três vezes aparece (Mc 4.10; Lc 22.49 e At 13.13, não contada a variante de Jo 11.19), é a locução perifrástica formada das inflexões plurais masculinas ou femininas do artigo, desacompanhadas de substantivo explícito, a determinarem adjunto constituído da preposição afxcpí (que em o Novo Testamento ocorre somente em formas compostas) ou Trepí e nome próprio ou pronome equivalente em acusativo;
- Essa locução, de início, se referia aos acompanhantes de um personagem, sua comitiva, ou séquito, ou cortejo, ou companhia, termos pelos quais cabia traduzi-la. Podia incluir essa pessoa em torno da qual se concebiam como a circundá-la as demais, logo, o personagem e seus sequazes ou acompanhantes. Posteriormente, porém, passou a expressão a designar, em moldes enfáticos, apenas a individualidade central, à parte de eventuais companheiros ou associados;
- Em o Novo Testamento, em Mc 4.10, a frase ol TTepi corròv cruv to íç ôcóôeKa se refere aos que, juntamente com os apóstolos, cercavam a Jesus na ocasião, não incluído nesse número o próprio Senhor. Daí, a tradução será: aqueles que o rodeavam juntamente com os doze. Idêntico é o sentido da locução ol irepi cxvtov em Lc 22.49, a cobrir somente os que lhe estavam ao redor no instante fatídico do aprisionamento. Em At 13.13, contudo, a frase ol Trepl IlcaSXov designa, evidentemente, não apenas os acompanhantes do apóstolo, mas o próprio Paulo e seus companheiros. Na forma evoluída, significaria a pessoa de Paulo somente e assim se deveria traduzir.
3. VOCABULÁRIO
132. d-yaGoç, r\, óv - bom, bondoso, benéfico.133. cryaTnnTÓç, r\, óv - amado, estimado, querido, dileto, caro.134. oryioç, ã, ov - santo, separado, consagrado, dedicado.
322
135. alwvios, (ã), ov - Adjetivo de cunho triforme, em o Novo
Testamento, porém, sempre biforme - perpétuo, duradouro, permanente, intérmino, sem fim, eterno.
136. aX^Givòs, tj, ov - verdadeiro, genuino, real, fidedigno.137. olttó - Preposição, seguida sempre de genitivo. Expressa
proximidade, aproximação, procedência, direção, vizinhança, em contraste com Ik , preposição que implica em inferioridade, penetração, originação, exteriorização - de, da direção de, da parte de, procedente de, das cercanias de, do lado de, desde.
138. ápvlov, ou, to - cordeiro.139. p/ApTe|xtç, 3 ApTéfjnôoç, t] - Ártemis (para os gregos),
Diana (para os latinos).140. SeoTTÓTriç, ou, Ó - senhor (particularmente de escravos),
soberano, corifeu.141. SiSacrKaXíã, ã ç , f| - ensino, doutrina, instrução, preceito.142. ôUaioç, ã, ov - justo, reto, imparcial, equânime, piedoso.143. éXmç, eXmôos, tj - esperança, expectação, confiança.144. evTaX(jia, èvTaXfxàToç, tó - preceito, injunção, manda
mento, ordenança.145. èvToXrj, r] - ordem, determinação, injunção, preceito,
mandamento, ordenança.146. emcpáveui, ã ç , r) - manifestação, aparecimento, aparição,
surto.147. euayYeXiov, ou, tó - alviçara, notícia auspiciosa, boa nova,
mensagem, recado, registro ou documento que narra, descreve ou contém o fato ou nova, Evangelho.
148. eijapeoroç, ov - aprazível, agradável, prazeroso.149. eurrpócrôeKToç, ov - aprazível, agradável, atraente, benvin-
do. Distinguem-se eixütpecrTos, ov e eímpóaôeKToç, ov, aquele formado do advérbio eb - bem - e do radicai de apécmco - aprazer, agradar; este composto do mesmo advérbio prefixado, mais o radical de Trpocr8Éxo|xca (composto da preposição Trpóç - na presença de - e ôéxo|xm - receber) - acolher-, em que eijapeoroç, ov chama a atenção para o prazer ou agrado resultante, enquanto eurrpóo—•
323
8cktoç , ov acentua a acolhida a ser dispensada.
150. ewç - Conjunção, advérbio ou preposição imprópria, seguida de genitivo - até, enquanto, ao ponto de.
151.0eã, ãç , t) - deusa, deidade feminina.152. lepòv, ou, tò - templo, recinto sagrado, sacrârio. Distingue-
se de vaòç, ov, ô, que se refere à nave, ao santuário, o interior do
templo, enquanto íepòv, ov, tò designa o edifício, a estrutura, a construção como um todo.
153. Iovôcaoç, ã, ov - judeu, judaico, habitante ou natural da Judéia, ou israelita, palestinense.
154. Icoáwriç, ov, Ò - João.155. XeiTovp7 Òç, ov, ò - serventuário, funcionário, oficial, minis
tro, oficiante religioso.156. (xoíKapioç, ã , ov - afortunado, feliz, abençoado, bem-aventu
rado.157. (xapTvpíã, ãç, tj - testemunho, evidência, depoimento, de
monstração, atestação, reputação.
158. |x€7 aç, |xe7 ãÂ/irç, (xé^à - grande, vasto, extenso, numeroso, importante, imponente, ilustre, eminente, insigne.
159. (xexpi ou, antes de vogal ou ditongo, jxexpiç. Advérbio, conjunção ou preposição imprópria, seguida de genitivo - até, ao ponto de, para com.
160. fxiKpóç, ã , òv - pequeno, diminuto, breve, curto, reduzido, apoucado.
161. veKpóç, ã , òv - morto, defunto, inerte, sem vida, desfalecido, amortecido.
162. ÔXeBpoç, ov, ò - destruição, perdição, ruina, miséria.163. ovpavòç, ov, ò - céu, atmosfera, abóbada celeste, espaço
sideral.164. Tracrxá, tò . Substantivo indeclinável, forma helenizada
do hebraico ou aramaico - passagem,saída = páscoa, festa pascal, cordeiro pascal.
165. mcrróç, rj, òv - fiel, genuino, fidedigno, leal, veraz, digno de confiança.
324
166. '7vv€U|XQtTÍiKC)Ç, t), òv - espiritual, sobrenatural, próprio da al
ma ou espírito.167. /7tot€. Advérbio interrogativo - Quando? Em que tempo?
Em forma locucional^ecoç Tróre - Até quando? Por quanto tempo?168.0X7}vt], T|«;, T| - tenda, tabernáculo, cabana.169. oravpóç, ov, ò - cruz, madeiro.170. tckvov, ou, tò - criança, filho, descendente.171. TeXeioç, ã , ov - consumado, acabado, completado, experi
mentado, maduro, perfeito, realizado.172. T úxikoç , ou, ó - Tíquico.173. tnnÍKooç, ov - obediente, submisso, atencioso.
- Nota: - Do substantivo enunciam-se como elementos carac- terizantes a forma do nom. sing. seguida da terminação do gen. sing. (que lhe explicitam a declinação em que se enquadra) e da in
flexão básica do artigo (que lhe mostra o gênero);- Do adjetivo (e, bem assim, do artigo, do pronome e do parti-
cípio), que não tem gênero específico, abrangendo, ao contrário, os
gêneros todos, enunciam-se apenas as formas do nom. sing., que os distinguirão como vocálicos ou consonantais, triformes, biformes ou uniformes.
4. EXERCÍCIOS
LER, FLEXIONAR, ANALISAR, TRADUZIR:
61. tojv oryícov XeiTovp^òç Kai Trjç ok-íiv^ç rrjç aXiqGi— VT|<; (Hb 8.2).
62. eooç ttÒt€, 6 ôeoTrÒTTriç Ô cryios Kai aXrjGivo'*; (Ap 6.10).63. ó fxèv vófxoç cryioç, Kai f| I vtoXt] cryíã Kai ô iKa ía Kai
òr/aOrj (Rm 7.12).
64. to 0éXiq|xa tov Geou, tò oryaGòv Kaí evápeorov Kai TeXeiov (Rm 12.2).
65. tt]v |xaKapíav eXmôa Kai emcpaveiav rr]Ç ôó^ ç tov jxe7aXov Geov (Tt 2.13).
325
66. totjç veKpoTjç, to vç p^áXouç Kai t o í)ç |xiKpaúç (Ap 20 .12).
67. aXXà K a i to t-^ç (X6 7<iXT)q Geàç 3 ApTefxiôoç íepóv (At 19.27).
6 8 . K a i T T jv T w a i K a K a i T a T C K v a K a i t o v ç aô eX cpo vs K a i
T a ç a S e X cp á ç (Lc 14.26).
69. K a T a t o e vTaX |xaT a K a i ô iÔ a o x a X ia ç tm v avGpco-
ttcúv (Cl 2.22).70. o vp av è K a i oi 0/7101 K a i 01 onróoroXoi K a i 01 TTpoqnjTai
(Ap 18.20).71. T u x ik o ç o c r/a iT T iTÒ ç aôeXcpóç K a i i t i o t Òç ô k ík o v o ç (Cl
4.7).72. to n á c r x a , t ] eopT"n tw v 3 Iau ô a ííco v (Jo 6.4).73. •utttÍkooç fxéxpi Gavcrrau, GavároD Ôe araupoí» (Fp 2.8).74. KaTa to eua77eXiov t^ç 8o£;t|ç to\> |xaKapiau Oeoí> (I
Tm 1.11).7 5 . 7 r v e T j |x a T iK à ç G w í a s e im p o a ô e K T O v ç Gew ô i à ° I ticto í)
X p ic rT o í) (I P e 2 .5 ) .
76. h Kijpios o Oebç tw v 'TrvevfxctTOív tw v Trpo<pTf]ToI)v (Ap 22.6).
77. c O vófju)? Kai 01 -rrpoípTjTai |xexpi ° Itoávvou (Lc 16.16).78. ÓXeGpov alwviov a-rrò 'irpoCTCüTirou tou Kupiau (II Ts 1.9).79. x ^ p iç 7 a p vó |xau à jx a p T ia v e K p á (Rm 7.8).80. ô ièt to a t ( j .a toO apvíau K a i ô i à to v X070V ttj<; jxapru-
píaç (Ap 12.11).
326
CAPÍTULO VI
VERBO: NOÇÕES GERAIS E SISTEMA DO PRESENTE. AGENTE DA VOZ PASSIVA. SUJEITO DO INFINITIVO.
PROPRIEDADES DOS VERBOS COMPOSTOS.
1. VARIAÇÃO
- Sofre o verbo no grego, à semelhança do que se dá no português, ampla e complexa flexão, processando-se-lhe variações em função de cinco fatores: tempo, voz, modo, pessoa e número.
2. TEMPO (XPONOS)2.1 - Natureza
- Tempo é a forma que a flexão verbal assume para expressar o TEOR da ação, sua mecânica ou processo, sua projeção ou extensão, aquilo a que os gramáticos alemães convencionaram chamar de AKTIONSART, qualidade de ação, o COMO se dá o fato ou visualiza o estado ou situação referidos;
- Três modalidades há de expressão temporal:1- O fato em si, o evento ou estado como tal, a mera ocorrên
cia, o acontecimento simplesmente. E a chamada ação descontínua oupunctiliar, pontilear ou pontual: UM PONTO;
2- O fato como processo, o evento ou estado em seu desenvolvimento e continuidade, a ação vista como eventuação progressiva ou prolongada, donde conhecer-se como linear, contínua ou extensa: UMA SÉRIE DE PONTOS ou LINHA; e
3- O fato em seus efeitos, o evento ou estado não em si, nem seu processo de operação, mas em termos dos resultados e conseqüências continuativos, do impacto e seqüela defluentes, por isso designado de punctílio-linear ou efetuai: UM PONTO SEGUIDO DE LINHA;
327
- Portanto, a noção de tempo no verbo grego não se refere propriamente ao momento em que se situa o fato ou estado, o QUANDO da ação, mas ao processo genético em sua operação e progresso, extensão ou alcance, ao COMO da ação. Mesmo nas formas em que se pode distinguir o elemento cronológico (modos indicativo e particípio), o fator preponderante é a Aktionsart, não a situação temporal propriamente dita, mero dado secundário.
2.2 - Enumeração
- Os tempos verbais no grego são em número de sete, embora nem todos ocorram nos diferentes modos: presente, imperfeito, futuro, aoristo, perfeito, mais-que-perfeito e futuro perfeito.
2.3 - Classificação- Classificam-se os tempos verbais em:
1. Primários
- São os tempos em que a ação ou estado se projeta em perspectiva de atualização, logo, presente ou futura. Por isso, designam-se, também, de CONTINGENTES. Todavia, são de extrema relevância na fraseologia, predominantes nas cláusulas principais ou regentes;
- Os tempos primários são QUATRO, a saber:Presente (ação extensa, na atualidade),Futuro (ação descontínua, no porvir),Perfeito (ação efetuai, na atualidade), eFuturo Perfeito (ação efetuai, no porvir).
2. Secundários
- São os tempos em que a ação ou estado se apresenta em perspectiva pretérita, fato do passado, realizada, consumada, efetuada. Daí, denominam-se, também, de tempos HISTÓRICOS;
- Os tempos secundários são TRÊS, os restantes, isto é:
328
Imperfeito (ação contínua ou extensa, no passado),Aoristo (ação inextensa ou descontínua, no passado), eMais-que-perfeito (ação efetuai ou resultativa, até determina
do ponto do passado).- Esta classificação, a rigor, só é plenamente válida em relação
ao Indicativo, modo em que a distinção temporal é explícita (embora subalterna à Aktionsart) e a função dos tempos é distinta em alcance e relevância. Nos demais modos, nem subsistem distinções precisas de tempo, nem expressam as flexões funções absolutas e autônomas, ao contrário, exercem relações sintáticas subordinatí- cias ou dependentes.
3. VOZ (AIA0E2IS)3.1 - Natureza
- Voz é a forma que a flexão verbal assume para expressar a RELAÇÃO do sujeito para com a ação, havido como agente, paciente ou ambos ao mesmo tempo.
3.2 - Enumeração- Três vozes verbais há no grego:
1. Ativa (rj evep^eTiKT) ôiaBecriç), forma de expressão em que o sujeito é o agente da ação: pratica-a, realiza-a, leva-a a efeito. A ênfase, contudo, ê ao FATO, ao evento, ao acontecimento, não propriamente ao sujeito;
2. Média (nrç |xeor) ôiáOecriç), forma de expressão em que o sujeito, como em nossa voz reflexa, é, a um tempo, agente e paciente, praticando e sofrendo a ação. Entretanto, este aspecto, básico e original, constitui apenas diminuta faixa da funcionalidade desta voz, obumbrado por aplicações mais latas e versáteis. Destarte, expressa a voz média apenas o fato de que a ação deve ser vista em função do interesse, da vantagem, do envolvimento do
329
agente em relação ao objeto da ação. Daí, dir-se-á que a voz média apresenta a ação na perspectiva do SUJEITO , sobre quem a ênfase repousa nesta voz. E, quanto ao objeto, age o sujeito sobre si mesmo ou sobre algo que lhe pertence, interessa ou diz respeito. Daí, preferem gramáticos chamá-la de VOZ SUBJETIVA, já que a atenção se lhe volta à pessoa, ou ao interesse, vantagem, favor, propriedade. Em o Novo Testamento, como no coiné em geral, está a voz média a obumbrar-se, rarefeita, usada com parcimônia, não tão destacado seu colorido distintivo, no grego moderno quase de todo superada pelo predomínio da passiva, embora, do ponto de vista histórico, aquela preceda a esta, que lhe é ulterior desenvolvimento ou expressão; e
3. Passiva (t| 'rrodOrjTLKT) 8ia0eaiç), forma de expressão em que o sujeito é o paciente da ação, a receber-lhe o impacto, a so- frer-lhe o efeito, a constituir-lhe o termo. Na voz passiva a ênfase se volta ao RESULTADO, ao ESTADO, à CONDIÇÃO final assumida pela ação, ao aspecto resultante, à forma consumacional atingida;
- Em síntese, dir-se-á que:Na voz ativa: o sujeito PRATICA a ação, a ênfase é ao FATO;Na voz média: o sujeito PRATICA a ação em perspectiva pes
soal, a ênfase é ao SUJEITO EM SEU ENVOLVIMENTO; eNa voz passiva: o sujeito SOFRE a ação, a ênfase é à RESUL-
TACIONALIDADE;- Do ponto de vista histórico, observar-se-á que a voz passiva
é posterior evolução da linguagem, a absorver as formas da voz média, que apenas no futuro e no aoristo se preservam distintas, e a alijá-las, gradualmente, do uso regular. Assim é que, em o Novo
Testamento, e no coiné em geral, já obumbrada se mostra a voz média e no grego moderno deixou praticamente de existir. No cóp- tico não há propriamente voz passiva e no sânscrito é puramente germinal.
330
1. Kai eíXriçev o ayyeXoç tov Xi^avcoTov - E o anjo tomou o incensário (Ap 8.5);
- O perfeito eiX^cpev - tomou - é forma da voz ativa. O sujeito ayyeXoç - anjo - é o agente da ação verbal, quem efetua o ato referido: tomar o incensário-,
- A ênfase está no fato, a ação registrada em distinção de outras, isto é, ao fato de tomar, não de, por exemplo, guardar (t ê —
T^pr^Kev), ou procurar (eÇnyrriKev), ou achar (euprjKev).
2. ov TrpoéOeTo 6 0eoç tXacrnrjpiov - a quem Deus deparou
como propiciação (Rm 3.25);- O aoristo Trpo^0eTo - deparou - é forma da voz média. O
sujeito 6 Geóç - Deus - é o agente da ação, quem depara aquele que é a propiciação. Neste exemplo, o sujeito não recebe a ação, não lhe é paciente. Contudo, o fato se reveste de particular vincula- ção para com o agente, implicando-lhe o interesse, o envolvimento, a especial relação para com a provisão deparada;
- A ênfase se põe, neste caso, sobre o sujeito em função de seu direto relacionamento para com a ação, não sobre o fato em si, como na voz ativa. Destarte, poder-se-ia parafrasear o verbo em termos tais como: deparou porque Lhe aprouve, deparou em razão de Seu interesse, deparou em função da vantagem de assim fazer, deparou em vista do dizer-Lhe respeito de modo pessoal. Logo, o enfoque se volta não para com o fato de deparar a propiciação, mas para com o envolvimento específico de Deus nesse ato. Tem, pois, a expressão peculiar colorido subjetivo.
3. Kai l0epairev0Tf] ô Tiatç cnrò tt|Ç oípaç efceív^ç - E o menino foi curado desde aquela hora (Mt 17.18);
- O aoristo tOepcnreúOiri - foi curado - é forma da voz passiva. O sujeito 6 7rca<; - o menino - é o paciente da ação, quem recebe o benefício da cura registrada. Não explicita a cláusula o agente, que,
3.3 - Exemplos
331
em contraste com o que se verifica nos dois exemplos prévios, o primeiro na voz ativa, o segundo na voz média, não é o sujeito;
- A ênfase, nesta forma, voz passiva, não é nem ao fato de curar (expressão da voz ativa), nem ao envolvimento do agente, aliás, inexpresso, muito menos à vantagem do menino (expressão da voz média), mas ao estado resultativo do curar, à condição do ira iç beneficiado pela cura.
3.4 - Verbos depoentes
1. Natureza
- Verbos, e não poucos, há a que faltam as formas da voz ativa, no todo ou em parte. Nem por isso, entretanto, deixam de expressar o sentido ativo. É que as inflexões paralelas da voz média ou da passiva (embora só no tempo aoristo haja clara distinção entre uma e outra destas vozes) se usam como ativas;
- Em tais circunstâncias, a despeito da forma, não mais subsiste nessas inflexões o sentido original específico da voz média ou passiva, transmutado em ativo. Isto é, a forma é passiva ou média, o sentido é ativo;
- Tais verbos se conhecem como depoentes (do particípio latino deponens, gen. sing. depõnentis, do verbo depõnére - depor, pôr de parte, abrir mão de. Quando assim se empregam as formas da voz média são chamados DEPOENTES MÉDIOS, quando as formas da voz passiva é que se usam intitulam-se DEPOENTES PASSIVOS. Em alguns verbos a função depoente é exercida, a um tempo, por ambas essas vozes em duplicação;
- Formas depoentes há, todavia, que, em certas expressões e circunstâncias, retêm algo do colorido original, subjazendo ao sentido ativo matizes subjetivos ou resultativos próprios da voz:
2. Exemplos
a. oÍjtoi Xr|[jÀ|;ovTai 'irepicraoTepov K p í|x a - Estes recebe-
332
rão mais severa condenação (Mt 12.40);- A forma X/rí|xi(/ovTca é inflexão futura na voz média. Care
ce o verbo de flexão paralela ativa. Daí, a média toma o lugar da ativa, em uso depoente inequívoco. Trata-se, pois, de verbo de- poente médio;
- A ênfase paira sobre o fato de que mais séria condenação experimentarão os escribas referidos no contexto, expressão própria da voz ativa. Em função genuinamente média, a ênfase estaria no relacionamento do sujeito para com a ação, no envolvimento dos escribas na condenação vaticinada;
b. oti tt) ó8w tov Kaiv feiropevGirçcrav - Porquanto trilharam a vereda de Caim (Jd 11);
- A forma ènopei&rioTtv é inflexão aorista na voz passiva. Falta ao verbo a ativa correspondente, usando-se-lhe em lugar esta inflexão, passiva na forma, ativa em sentido. E, pois, verbo depoente passivo, donde a tradução ativa trilharam em vez da natural passiva foram trilhados;
- A ênfase não é ao resultado de trilhar-se a vereda condenada, à situação daí decorrente (que seria a típica expressão passiva), mas ao fato de trilhá-la (expressão própria da voz ativa).
4. MODO (ErKAIXlX)
4.1 - Natureza- Modo é a forma que a flexão verbal assume quanto à MA
NEIRA DE ENUNCIAR-SE o fato, estado ou condição, à natureza de sua expressão, aos termos em que se lhe pauta a elocução;
- Em síntese,- tempo diz respeito à DESCRIÇÃO do evento ou situação;- voz diz respeito à RELAÇÃO subjetivo-predicativa; e- modo diz respeito ao ENUNCIADO formal.
333
4.2 - Enumeração- Seis modos se podem admitir no verbo grego, a despeito de
certa discrepância no consenso dos gramáticos, a saber:
1. INDICATIVO (rj ôpurriKT| eyKXicriç): modo em que se enuncia o fato, estado ou ação na forma de asserção incisiva, afirmação não-qualificada, expressão taxativa. É, por isso, havido por modo da ação CATEGÓRICA;
2. SUBJUNTIVO (fj 'UTTOTtxKTLKT| eyKXwTiç): modo em que se enuncia o fato, estado ou ação na forma de proposição dependente, subalterna em função à cláusula principal, contingente em teor, a eventuação dada como possível ou provável, por vezes duvidosa ou incerta. E, em razão disso, designado de modo da ação POTENCIAL;
3. OPTATIVO (r) evKTtKT) e^KXicrtç): modo em que se enuncia o fato, estado ou ação, em paralelo com o Subjuntivo, na forma de proposição dependente, complementar, acessória, hipotética em teor, a eventuação havida por vaga, indefinida, concebível, aleatória. É, graças a esta característica expressional, denominado o modo da ação CONDICIONAL. De raro uso em o Novo Testamento, registrando-se-lhe não mais de 67 ocorrências, excluem-no geralmente os gramáticos dos paradigmas normativos do coiné;
4. IMPERATIVO (t) 'TrpooTctK.TiKTi €7 k\ioxç): modo em que se enuncia o fato, estado ou ação na forma de ordem definida, determinação jussiva, preceito formal, expressão tersa, direta, frontal. Daí caracterizar-se de modo da ação INJUNTIVA;
5. INFINITIVO (rj amxpefjup0ÍT0<s): forma de expressão em que se enuncia o fato, estado ou ação em moldes de um nome verbal, sem inflexão nem variações, de teor estático, geral, indefinido. Dir- se-á, pois, que é o modo da ação SUBSTANTIVA; e
334
6. PARTICÍPIO (t) |xeToxVí): forma de expressão em que se enuncia o fato, estado ou ação em termos adjuntivos, qualificantes, modificadores, atributivos ou circunstanciais, em teor tipicamente adjetivo. Rotula-se, portanto, de modo da ação ADJETIVA.
4.3 - Classificação- A rigor, o infinitivo e o particípio, dada a afinidade que re
velam para com outras categorias gramaticais, seja em forma, seja em função, seja em sentido, não se afeiçoam aos requisitos do genuíno modo verbal. A despeito disso, porém, não há prejuízo em classificá-los, com a devida qualificação, entre os modos verbais;
- Poder-se-á, à vista disso, classificar esta série de modos verbais em dois blocos:
1. Finitos ou Genuínos: Indicativo, Subjuntivo, Optativo e Imperativo: QUATRO; e
2. Complementares ou Funcionais: Infinitivo e Particípio: DOIS.
4.4 - Uso- Dos modos genuínos, dois, o Indicativo e o Imperativo, se
afirmam como autônomos, absolutos, independentes, definidos, capazes de expressar a ação de si mesma; dois, o Subjuntivo e o Optativo, se mostram subordinados, relativos, dependentes, indefinidos, a expressarem a ação em forma qualificada, determinada ou pendente. Daí, aqueles são os modos que aparecem, de preferência, nas cláusulas principais, estes dominantemente nas cláusulas dependentes;
- O Infinitivo e o Particípio, modos em que o cunho verbal é menos pronunciado, não se prestam, de natureza, às funções próprias dos predicados de cláusulas regentes e principais, aparecendo, ao contrário, em cláusulas e frases complementares, adjuntivas ou circunstanciais.
335
4.5 - Tempo e Aktionsart
1. Natureza- 0 elemento primacial que se sobreleva nos tempos e modos
verbais gregos é, como se viu, a Aktionsart, ou qualidade de ação, o COMO da eventuação, a forma de atualização, o modo de produzir- se. A noção de tempo, a situação cronológica, o QUANDO se dá o fato, apenas no Indicativo (em moldes absolutos) e no Particípio (em moldes relativos) subsiste evidente, contudo, mesmo nestes modos, em segunda plana;
- Segue-se que alheio é o fator cronológico aos demais modos, de sorte que os tempos do Subjuntivo, do Optativo, do Imperativo e do Infinitivo não se revestem de tonalidade temporal explícita, elemento que se infere do contexto ou da própria natureza da cláusula. Logo, o presente nestes modos não exprime necessaria
mente ação atual, nem o aoristo ou o perfeito ação necessariamente pretérita, ou o futuro ação pervindoura, necessariamente;
2. Modalidades
- Do ponto de vista da Aktionsart três modalidades de ação se podem distinguir:
a. Ação EXTENSA, prolongada, repetida, contínua, durati- va, habitual, a estender-se como série de pontos ou linha indefinida, a chamada ação LINEAR, característica do Presente e do Imperfeito.
- Graficamente: ........................... ou_____________________;
b. Ação CIRCUNSCRITA, o fato em si, sem projeção nem dimensão, visto como simples evento, mero ponto, a chamada ação PUNCTILIAR ou PONTUAL, própria do Futuro e do Aoristo.
- Graficamente:
c. Ação PROSPECTIVA, projecional, continuativa, não o
336
fato como tal, mas os efeitos, conseqüências ou resultados dele advindos, a corresponder a um ponto seguido de linha, a chamada ação PUNCTÍLIO-LINEAR, típica do Perfeito, do Mais-Que-Perfeito e do Futuro Perfeito.
-Graficamente: ______________________
3. Aplicação- Combinados os três tipos de ação e as três enfasagens cro
nológicas, isto é, o COMO e o QUANDO se dá o evento, ter-se-iam NOVE tempos verbais distintos, cada modalidade de ação vista nas três perspectivas de atualização: presente, passada e futura;
- Não subsistem, porém, expressão futura de ação durativa ou linear, nem presente de ação punctiliar ou inextensa. Logo, só no passado é que se encontram formas de expressão próprias de cada modalidade ou tipo de ação. E é apenas a ação punctílio-linear que se patenteia nos três enfoques cronológicos.
4. Quadro
- Isto posto, o quadro atual dos tempos verbais em função da qualidade de ação (Aktionsart) e da respectiva situação cronológica é o seguinte:
Ação Linear Ação Punctiliar Ação Punctílio-LinearPassado Imperfeito Aoristo Mais-Que-PerfeitoPresente Presente - PerfeitoFuturo - Futuro Futuro Perfeito
5. Futuro- Carece a perspectiva do presente de expressão punctiliar.
Entretanto, a perspectiva do futuro, não a retratar eventuação já realizada ou em processo de atualização, ao contrário, a enfocar fato necessariamente indefinido e impreciso quanto ao modo de ser, nem por isso exclui a possibilidade de visualização linear, exten- sional ou durativa. Portanto, de par com o teor punctiliar, pode o
337
futuro admitir expressão linear, conforme o revele o próprio contexto, dualidade que se veio a fixar distintamente no grego moderno, com suas duas modalidades futuritivas, uma punctiliar, outra linear.
6. Síntese- Pode-se resumir a matéria com dizer-se que o presente e
o imperfeito focalizam a eventuação como continuada (processo em continuidade), o perfeito, o mais-que-perfeito e o futuro-perfeito como completada (o evento em seus efeitos), o aoristo e o futuro como indefinida (a ocorrência em si, à parte do processo envolvido ou dos efeitos continuativos).
5. PESSOA
5.1 - Natureza
- Pessoa é a forma que a flexão verbal assume para expressar a quem se refere a ação.
5.2 - Enumeração
- Distinguem-se no verbo grego três pessoas, a saber:1ã - expressão de QUEM está a falar;2- - expressão de COM QUEM se fala; e3- - expressão de A RESPEITO DE QUEM se fala.
6. NÚMERO
6.1 - Natureza
- Número é a forma que a flexão verbal assume para expressar a QUANTIDADE do sujeito, o quantum de seres ou objetos de que se constitui;
6.2 - Enumeração
- Como no substantivo, no artigo, no adjetivo, no pronome e
338
no particípio, assim também no verbo como tal se podem processar três expressões numéricas:
a. SINGULAR: sujeito constituído de ser ou objeto individual, único, uma unidade só;
b. DUAL: sujeito constituído de dupla, casal, par de seres ou objetos, duas unidades; e
c. PLURAL: sujeito constituído de multiplicidade de seres ou objetos, três ou mais unidades.
6.3 - Concordância- Assumirá, regularmente, a forma verbal a pessoa e número
do sujeito, aspectos em que estrita deve ser a concordância desses elementos. Logo, irá o verbo para a 1-, ou a 2-, ou a 3- pessoas, segundo seja a pessoa em que estiver o sujeito. De igual modo, estará o verbo no singular, ou no dual, ou no plural, qual seja o número em que o sujeito se achar;
- Nomes coletivos e sujeitos complexos ou múltiplos, plurais implícitos, inda que em forma singular, podem ter o verbo no plural. Neste aspecto, é de observar-se que, ao lado de tantas outras passagens em que a concordância se processa nos moldes regula- res, têm a inflexão no plural, embora esteja no singular o substantivo:
- 0'xA.oç - multidão - em Mt 21.8 (ècrTpüxrav - estenderam); Mc
4.1 (^crav - estavam), 9.15 (íôávTeç - vendo e^eôafxfhíSino-av - cederam ao espanto, 'rrpoorpexovTeç - correndo ao encontro - e ^oTraÇovTo - saudavam); Lc 6.19 (eÇrjTow - procuravam); Jo 6.2 (etoptov - viam), 22 (eiôov - viram) e 24 (o pronome oíjtoi - elas - a substituir ao substantivo singular, o que, aliás, à maneira hebraico- aramaica, se verifica em muitas outras referências através do Novo
Testamento); 7.49 (iTrapaToí eícriv - são malditas); 12.12-13 (aKowavTes - ouvindo e\a|3ov - tomaram è^X0ov — saíram - e eKpcaryaÇov — bradavam), 18 ('rjKowav - ouviram) e At 6.7 (vrrr)—
kouov - obedeciam); e- 'ttXtiOoç multidão - em Mc 3.8 (aKoiWres - ouvindo -
339
e T|\0ov - vieram); Lc 19.37-38 (fÍp^avTo - começaram - xaípovreç
- jubilando - e X I7ovtcç - dizendo) e 23.1 -2 (^a-yov - levaram T|p£avTo - começaram - e Xe7ovTeç - dizendo); At 5.16 (cpepovreç -
conduzindo), 21.36 (KpáÇovTeç - bradando) e 25.24 (evé-ruxov - recorreram - e 3<x*>vt€ç - vociferando). Curiosa é a fraseologia de Lc
2.13 em que aparece a locução TrXrjOoç orpaT iaç - multidão de milícia - seguida dos ptcs. plurais atvovvTtov - louvando - e Xe7ÓvTCúv - dizendo - , a concordarem com ambos os substantivos, verdade que
em termos do gen. oTpaTiâç. Não menos especiosa é a concordância de tò TpÍTov - a terça parte - em Ap 8.9b e 9.18, na primeira
destas referências como sujeito do plural ôiecpOáprjouv - foram destruídos - , na segunda de aTreKTavO-ricrav - foram mortos;
- Por outro lado, o sujeito neutro mesmo no plural, já que se pode tomar como equivalente a substantivo abstrato, singularizado, pode ter o verbo no singular, particularidade não rara em o Novo Testamento. No caso de verbos de ligação (etfjiX, yivo\xai, im ap— Xto), o adjetivo predicativo irá regularmente para o pluraL a despeito da singularidade do verbo;
- Seja a cláusula ev toút^o cpavepá io r iv Ta TCKva toí> Geou - Nisto são manifestos os filhos de Deus (I Jo 3.10). O sujeito, Ta Tekva - os filhos - , é plural, porém, neutro, pelo que o verbo, que deveria estar no plural, élori - são está no singular, eoriv, literalmente, é. O predicativo cpavepá - manifestos - , entretanto, está regularmente no plural, como o sujeito Ta TCKva. Somente o verbo fica no singular;
- A esta particularidade sintática do grego, em que ao sujeito plural neutro se apende inflexão verbal singular, dão os gramáticoso título de CTXTjjxa 3 Attikov - forma àtica. Afim, todavia, distinto, éo chamado oxí}|xa ÍIivôapiKov - forma pindárica associado ao nome de Píndaro (522-448), decantado vate dos helenos, que designa a modalidade clausular em que, a despeito de composto o sujeito, fica no singular a inflexão verbal. São dois ou mais substantivos encadeados, logo, a formarem, quantitativamente, manifesta pluralidade. Todavia, constituem um todo unificado, uma
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idéia singularizada, um conceito globacional, valendo, sintetica- mente, por forma singular, daí não assumir feição plural o verbo;
- Não é rara esta modalidade sintática nos escritos néo-testa- mentários. Estampam-na Mt 5.18 (êtos &v TrapeXGnn & ovpavos kgÍl t) - até que se PA SSE o céu e a terra)-, 6.19 (ottov crr]s Kat Ppóxrtç àçavíÇet - onde traça e ferrugem CONSOME)-, 17.3 (üKpOr] aííToiç Marixrfjç Kat s HXíaç - APARECEU-lhes Moisés e Elias)-, Mc 4.41 (kgu ô âvefxos kou ^ OaXaaaa vrraKovei aôrtó - até o vento e o mar lhe O BEDECE); Lc 2.33 (kgTi o Tran^p conov kou
n/ryrrp 0aujxcx^ovT€ç - e ESTAVA o pai dele e a mãe a maravilhar- se); Jo 1.17b (nq x a PL<? KaX r| a \r i0 e i$ ôta ? I^aca) Xpiaroí) e^eveTo - a graça e a verdade através de Jesus Cristo PROVEIO );12.22 (epxeTat 3 Avôpeaç kch OíXmtttoç - VEM André e Filipe); I Co 13.13 (vuvt 8e |xevei m crn s, eXirís, (rydnrn - mas, agora, PERM ANECE fé, esperança, amor); 15.50 (crápÇ Kat aí|xa pacrt— Xetav Geoô KXTjpovoiJLWcti ot> 8vvaTai - carne e sangue não PODE herdar o reino de Deus); I Tm 6.4 (ê£ íov 7tveTat <p0ó— vos, epis, pXacrcpiqfjuai, amóvoiai Trov-r^paí, ôiairapaTpipaí - de que PRO CEDE inveja, contenda, vituperações, suspeitas maldosas, longas disputas); Tg 5.3 (o xpw os uix&v Kai o apyupos KaTicoTai- o vosso ouro e a prata se REVESTIU de escória).
6.4 - Obsolescência
- O dual, pouco freqüente mesmo no clássico, já não mais aparece no texto do Novo Testamento. Por isso, preferem os gramáticos não inclui-lo nos paradigmas flexionais. Absorveu-lhe as funções o plural.
7. FORMA BÁSICA
- Enuncia-se o verbo em português na forma do presente ativo Infinitivo, donde dizer-se, por exemplo, o verbo crer, o verbo salvar, o verbo remitir, e assim por diante;
- No grego, embora não poucos autores estejam preferindo
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enunciar o verbo, como em português, pela forma do presente ativo Infinitivo, a norma é referi-lo em termos da 1ã pessoa singular do presente ativo Indicativo;
- Portanto, esses verbos em grego não serão mencionados como moreveiv, ctcüÇc i v , a-TroXvetv, literalmente: crer, salvar, remi- tir, no infinitivo, mas, ao contrário, como moTeúco, cro&Çco, ànroXvco, na 1§ p. s. do pres. at. Ind., logo, eu creio, eu salvo, eu remito. Portanto, em grego não se diz: o verbo crer, ou o verbo salvar, ou o verbo remitir, mas, antes, o verbo eu creio, o verbo eu salvo, o verbo eu remito;
- Naturalmente, nos verbos depoentes, a que falecem as inflexões ativas, a forma básica terá de ser a 1 - p. s. do presente médio do Indicativo. De igual maneira, nos verbos irregulares e nos impessoais, a que falte a 1- p. s. do pres. at. Ind., a referência se fará em termos da forma inicial do tempo básico da flexão. Assim é que se enuncia o verbo otôa, consoante a 1- p. s. do 2- perf. at. Ind., já que só aparece nesse sistema.
8. RAIZ
- Núcleo de toda forma verbal é a raiz, o elemento estrutural básico, de que procedem as inflexões todas, mercê de processos vários de formação, e que encerra a idéia central, a noção fundamental, o sentido essencial do termo;
- Acha-se a raiz da maioria dos verbos mediante a simples ex- cisão da vogal terminal co da forma básica (1- p. s. do pres. at. Ind.) ou, em se tratando de verbos depoentes, do final o|xai dessa inflexão na voz média;
- Exs.: a. De moTeixo - crer - , verbo ativo, a raiz é moreu, parte remanescente após a ablação do co final da forma;
b. De TTOpeüO|xai - ir, andar, verbo depoente, a raiz é TTopev, porção que antecede ao final ofim da forma base;
- Não reduzido contingente há de verbos, entretanto, em que a determinação da raiz básica não é tão simples. Três situações, es
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pecialmente, a complicam ou dificultam até certo ponto, nas seguintes circunstâncias:
(1) A forma básica exibe raiz alterada, mercê da inserção ou redução de elementos temáticos ou de mudanças na estrutura da raiz. É o que se vê, por exemplo, em ôiôáoxo) - ensinar cuja raiz, ôiôax, é no presente alterada pela inserção do grupo ctk em lugar do x terminal;
(2 ) O verbo, em seu todo, engloba várias raízes distintas, próprias de um ou mais sistemas, ao invés de exibir em todos uma raiz única. É o que se dá, por exemplo, no verbo Xéy(ú - dizer - , que só no sistema do presente exibe a raiz Xey, nos demais ocorrendo ep ou pTj e Itt; e
(3) A verdadeira raiz não aparece na forma base, no presente, mas em outras das matrizes. É o que se registra particularmente com os verbos que têm o chamado segundo aoristo, nos quais a genuina raiz se estampa, em geral, nesta inflexão, não na forma do presente. Assim, de 7 Ívo|xai - tornar-se a raiz não é 71V, como se mostra no presente, mas 7 ev, expressa no 2 9 aoristo 6 7 evófJi/r]v.
9. SISTEMAS
9.1 - Relação- O quadro total da conjugação do verbo grego abrange nada
menos de 62 flexões e formas distintas. Não são, entretanto, elementos díspares ou desconexos. Ao contrário, nítidas afinidades lavram entre uns e outros, assim que se podem estabelecer sistemas definidos, à base de tempos primitivos, uns, outros, derivados, numa como que árvore genealógica;
9.2 - Enumeração- Seis sistemas verbais se podem admitir, constituídos pelos
chamados tempos primitivos e seus derivados diretos, a saber:
1 . Sistema do Presente: consta da matriz, o presente ativo do In
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dicativo, e seus derivados, isto é, o presente nos demais modos e vozes, bem como o imperfeito, peculiar ao Indicativo;
2 . Sistema do Futuro: consiste da matriz, futuro ativo do indicativo, e das formas e flexões derivadas, isto é, o futuro nos modos em que ocorre, nas vozes ativa e média (não na passiva);
3. Sistema do Aoristo: enfeixa a matriz, aoristo ativo do Indicativo, e as demais flexões e formas daí procedentes, o aoristo nos modos todos, nas vozes ativa e média (como no futuro, excluída a passiva);
4. Sistema do Perfeito: abrange o perfeito ativo do Indicativo, matriz do sistema, e seus derivados, a saber: o perfeito ativo nos demais modos e o mais-que-perfeito ativo no Indicativo. Este sistema se limita à voz ativa;
5. Sistema do Perfeito Médio: compreende o perfeito médio-pas- sivo do Indicativo, matriz, e os derivados, as flexões do perfeito mé- dio-passivo nos outros modos, do mais-que-perfeito médio passivo no Indicativo e do futuro perfeito médio-passivo nos modos em que ocorre; e
6 . Sistema do Aoristo Passivo: engloba a matriz, o aoristo passivo do Indicativo e seus derivados todos, isto é, o aoristo passivo nos restantes modos e o futuro passivo nos modos em que aparece;
9.3 - Correlação- E de observar-se que a voz passiva tem a mesma forma da
média em cinco dos tempos, de sorte que a mesma inflexão serve às duas vozes, indistintamente. São esses tempos: o presente, o imperfeito, o perfeito, o mais-que-perfeito e o futuro perfeito;
- Em dois dos tempos, o futuro e o aoristo, a forma passiva é sempre diferente da média e se enquadra em outro sistema;
- Por outro lado, difere a forma da voz média (e passiva,
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quando idênticas) da ativa apenas no tocante à desinenciação no presente, imperfeito futuro e aoristo. Isto é, conhecida a forma ativa desses tempos, obtém-se a média com apenas substituírem-se as desinências ativas pelas médias correspondentes;
- Em se tratando, porém, do perfeito e do mais-que-perfeito a relação supra-referida não se aplica. A forma da voz média (e passiva) tem estrutura diferente da ativa, enquadra-se em outro sistema e não se lhe deriva diretamente. 0 futuro perfeito não tem forma ativa em uso.
10. CLASSIFICAÇÃO
- Podem-se considerar os verbos sob diversos pontos de vista, o que enseja diferentes classificações. Teremos, assim:
1. Quanto à conjugação:- Embora não seja, talvez, procedente falar-se em conjuga
ções distintas, no aspecto flexionai duas modalidades verbais se devem admitir:
a. Verbos que exibem o final co na forma base (1- p. s. do pres. at. Ind.), a imensa maioria das flexões, que formariam a 1 - conjugação, conhecidos como verbos em co; e
b. Verbos que exibem o final |xí, desinência primitiva, na forma base, reduzida cifra de verbos, assaz encontradiços, entretanto, e não pouco importantes, a diferirem flexionalmente dos verbos em co apenas nos sistemas do presente e do aoristo. Constituiriam a 2- conjugação. São os chamados verbos em jull;
- Desta sorte, mcrTeúoo - crer - (Jo 9.38) é verbo em co, enquanto ei|xi - ser - (At 25.10), por exemplo, é verbo em p l, a seguirem normas de flexão ligeiramente distintas.
2. Quanto à flexão:
- Nem todos os verbos exibem flexão completa, todos os tempos, modos, vozes, pessoas e números, já porque não se positi
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vam muitas das formas na literatura sobrevivente, já porque subsistem irregularidades várias que os afetam em maior ou menor escala;
- Duas modalidades se distinguem de verbos de flexão incompleta, a saber:
a. Verbos defectivos, isto é, verbos a que faltam formas, desde simples pessoas em dado tempo até sistemas globais de flexão. Nesta classe incluem-se os chamados depoentes (a que faltam as inflexões ativas em algum ou todos dos sitemas) e os impessoais (limitados, geralmente, à 3- pessoa; e
b. Verbos híbridos, isto é, verbos que enfeixam inflexões de duas ou mais raízes diferentes, a formarem um todo de flexões associadas mas heterogêneas;
- Assim, (pT||xí - dizer - (I Co 7.29) é um verbo defectivo, porquanto, no coiné, carece de todo das inflexões dos sistemas aoris- tos e perfeitos, limitado que é a flexões do presente, imperfeito e futuro. No clássico subsiste, ainda, o aoristo ativo;
- Por outro lado, opaoo - ver - (At 8.23) é típico verbo híbrido, por isso que a raiz opa se limita a três dos sistemas (presente, perfeito e perfeito médio básico), enquanto no futuro, no perfeito médio alternativo e no aoristo passivo provêm as inflexões da raiz ôttt e no aoristo ativo e médio da raiz tô.
3. Quanto ao radical:- Na flexão de avultada cifra de verbos o mesmo tema ou raiz
se patenteia em todas as formas, através dos sistemas sem exceção. Em outros, entretanto, registram-se alterações, ora simples e de pouca monta, ora de caráter mais complexo e assinalado;
- Neste aspecto, podem-se os verbos conceber como:a. Regulares: verbos em cuja flexão a raiz, ou tema, permanece
inalterada, a mesma em todas as formas;b. Irregulares: verbos que exibem mudanças e alterações li
geiras ou de vulto no tema ou raiz em certas flexões ou sistemas;- Desta forma, TTepio\xetxd - abundar, exceler (I Co 8 .8 ) - êre-
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guiar, pois que em todas as inflexões se lhe conserva inalterado o tema Trepurcreu, enquanto Xa(xpávco - tomar, receber (Jo 5.34) - é irregular, por isso que a raiz real, Xá(3, se apresenta modificada na mor parte das flexões;
- Em muitos verbos a alteração do tema não somente obedece a princípios normativos da morfologia como também constitui característica de grupos ou classes específicas, pelo que se podem considerar regulares. É o caso de, por exemplo, oÍKoòofxew - edifi- car (I Co 8.10) cuja vogal temática final, e, altera-se em todas as formas, ora contraindo-se, ora alongando-se, em termos próprios desta classe de verbos, os terminados em ew na forma base.
4. Quanto ao sentido:- De natureza, é o verbo a forma ou categoria central da lín
gua, a expressão por excelência de sua dinâmica, o elemento gramatical que mais incisivamente lhe exprime o gênio e o espírito, a verve e a inspiração, a essência e o sentido;
- De conformidade com a expressão básica de que se revestem, dois tipos de verbos se podem admitir:
a. Ativos: isto é, verbos que exprimem atividade, ação, movimento, seja transitiva, seja intransitivamente;
b. Estativos: isto é, verbos que exprimem condição, estado, relação antes que propriamente ação;
- Assim, ttiotcUü) - crer - (Jo 9.38) e (rn-oQvrja-KW - morrer - (I Co 15.31) são ambos verbos ativos, aquele a exprimir, em moldes transitivos, a dinâmica da crença, este, em forma intransitiva, a operação da morte, enquanto írarapxco (II Co 8.17), na acepção de ser, subsistir, existir, é estativo, por isso que expressa antes um modo de relação, um estado ou condição, que ação como tal.
5. Quanto à função:- Presta-se o verbo a larga variedade de funções. Ora assume,
de si e em si, a plenitude da expressão, ora se converte em mero elemento de conexão de partes do discurso, ora se associa a outras
347
formas em composição perifrástica, ora serve de termo complementar na frase;
- Neste aspecto, podem-se distinguir as seguintes modalidades verbais:
a. Verbos absolutos, isto é, aqueles cujas inflexões, não dependentes de outras, nem associadas em caráter funcional ou comple- mentativo, expressam a ação plenamente, em predicação inteira e sentido total. Tais são, em geral, os verbos ativos;
b. Verbos liames, também designados de verbos de ligação, aqueles que servem de elo ou elemento de articulação entre o sujeito e o complemento, predicativo ou circunstancial, operando, pois, como simples fator funcional dessas partes do discurso. Tais são, em gerai, os verbos estativos e certas formas passivas;
- Três verbos se destacam em o Novo Testamento nesta função: elfxí - ser, estar; 'yívo|xai - tornar-se, vir a ser, fazer-se - e irrrapxco - subsistir, ser, existir;
c. Verbos auxiliares, aqueles que, em forma finita, integram, em associação com principal em forma participial, os chamados tempos compostos ou perifrásticos, e, na inflexão apropriada, em associação com principal em forma infinitiva, as locuções verbais ou fraseológicas;
- Em o Novo Testamento as formas finitas de el(jií - ser - é que aparecem como elemento integrativo dos tempos compostos e locuções perifrásticas, de modo especial no caso da 3- p. pl. do perf. e mqpf. médio-passivos do Indicativo dos verbos cujo tema termina em líquida ou muda e do perí. médio-passivo do Subjuntivo e do Optativo de qualquer verbo,
- Nas locuções verbais específicas, os verbos que, em o Novo Testamento, mais se empregam, ocasional, ou regularmente, em função auxiliar, são, entre outros, apxofxai - começar - e Swafxai- poder - , além de fxeÁÀoo - estar prestes a, pretender-, que é típico de cláusulas futuritivas permissivas ou obrigatórias;
d. Verbos complementares, aqueles que, em forma infinitiva, completam o sentido de inflexão finita de verbo principal, embora,
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a rigor, constituam cláusula complementar ou subjetiva distinta;- A cláusula infinitiva complementar eqüivale a relativa intro
duzida pela conjunção que;- A cláusula infinitiva subjetiva constitui o sujeito básico da
forma finita, mormente das havidas por impessoais, tais sejam ôet- é necessário, importa que - e l^eoriv - épossível. O infinitivo, em
si, é, todavia, o real sujeito da inflexão finita;- Ilustram estas diferentes modalidades verbais, assaz abun
dantes através do Novo Testamento, passagens tais como as seguintes:
a. Verbo absoluto- ouç I 7 Ò) cryaTTco ev a\r|0eía - aos quais eu amo na ver
dade (II Jo 1). A forma êrycnrô - amo (1- p. s. do pres. at. Ind.) exprime, a se, dissociada de elemento verbal coadjuvante o sentido pleno da ação: o afeto do apóstolo para com a senhora eleita e seus filhos a quem envia a epístola. Trata-se, pois, de verbo absoluto;
b. Verbo liame- OTl OÓTOl 01 \070 i TTlOTOl KCU aXT|0lVOl eloXV — POÍS
que estas palavras são fiéis e verdadeiras (Ap 21.5);- Kai outoç apx<*>v rfjç cruvor/cúTrj*; Wrfpxev - e este era
chefe da sinagoga (Lc 8.41); e- § X0 7 0 S aáp | 1 7 €V€to - O Verbo se fez carne (Jo 1.14);- As formas verbais eloxv - são (3- p. pl. do pres. at. Ind.
de etfxi), Wripxev - era {3- p. s. do impf. at. Ind. de viTapxco) e eyávero - fez-se (3- p. s. do 2- aor. méd. Ind. do depoente 7 1- vojxat) são todas expressão de verbos liames, pois que servem de mero elemento de ligação entre o sujeito (X0701 - palavras - na 1 -; avros - este - , na 2a-; e X0 7 0 Ç - Verbo - na 3-) e o complemento predicativo (respectivamente, m o ro í- fiéis e aXi^Lvoi - verdadeiras - , na 1 -, apxwv - chefe - , na 2-; crápÇ - carne - , na 3§);
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c. Verbo auxiliar
(1 ) Tempos^perifràsticos- a í Se crò cra i v jío Geotò T C T a ^ fx e v a i elaív - Mas, as
existentes foram por Deus estabelecidas (Rm 13.1); e- eaeaGe ^àp eis aepa XaXowreç - pois estareis falan
do ao ar {\ Co 14.9);
- As formas e la ív (3- p. p. do pres. at. Ind.) e ecreaGe (2- p. p. do fut. méd. Ind.), inflexões de e l|x í- se r- , estão associadas a particípios de verbos principais, em típica função auxiliar, no primeiro caso a 3- p. pl. do perf. pass. Ind. de Tcxaaot) - estabelecer - , no segundo a 2- p. pl. do fut. at. Ind. de XaXew - fa la r-, formações perifrásticas regulares. Aquela substitui a forma sintética, Te— Ta^vTai, impossível em razão da seqüência inadmissível de consoantes (7 VT), esta se emprega em lugar da simples XaXirçaeTe, porquanto melhor se presta à expressão da ação progressiva, própria do texto;
(2 ) Locuções verbais- ws Sià vo|Jiov eXeuGepías fxeXXoirreç KpíveaGai -
Como havendo de ser julgados pela lei da liberdade (Tg 2.12);- Kai ov SwaTa i a|xapTaveiv - E não pode pecar (I Jo
3.9);- As formas verbais |xéXXovTeç (ptc. pres. at. de fxéXXco),
na 1- sentença, e ôwaTai (3- p. s. do pres. méd. Ind. de ôvva|xai), na 2 -, são auxiliares, associadas, respectivamente, aos infinitivos KpíveaGai - ser julgados (pres. pass.) e à|xapTáveiv - pecar (pres. at.), naquele caso em locução verbal futuritiva promissiva, obrigatória ou enfática, neste em locução verbal continuativa, durativa ou extensiva, em que o verbo significaria: continuar pecando-,
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d. Verbo complementar
(1) Cláusula relativa- iKeXevcrev tòv IIccuXov à x ^ v a i - E ordenou que
Paulo fosse conduzido (At 25.6);- A forma ax0Tjvoti, aor. pass. Inf. de &y(o - conduzir -,
que tem por sujeito o acusativo tov IlcájXov - Paulo - , complementa a EKeXewev - ordenou - em cláusula objetiva infinitiva, que melhor se traduz como relativa. Está, pois, o infinitivo &x9íivai na típica função de verbo complementar;
(2) Cláusula-subjetiva- ôéí 7 ap ccòtov fiaCTiXeveiv - pois que é necessário que
ele reine (I Co 15.25);- O pres. at. Inf. paonXeveiv - reinar - e seu sujeito,
oívtov - ele constituem cláusula complementativa ao impessoal 8 éí - é necessário. A rigor, porém, PaoxXeúeiv é o sujeito de ôei, de sorte que se poderia reverter a tradução a: pois que ele reine é necessário. Destarte, (3aaiXeijeiv não é adjunto verbal do impessoal Sei, que valeria por simples auxiliar, mas verbo complementar em cláusula subjetiva.
11. ACENTUAÇÃO
11.1 - Normas- Têm o substantivo, o adjetivo e o pronome o chamado
acento posicionai. Não há dizer-se de antemão em que sílaba das possíveis cairá este acento. Só à base do léxicon se pode ele determinar com precisão. Todavia, uma vez estabelecida a posição do acento na forma base, nominativo singular, nessa sílaba permanecerá, quanto o permitam as leis prosódicas, nas demais inflexões. Daí, a designação deposicionai;
- O verbo, porém, em suas formas finitas, isto é, nos tempos do Indicativo, do Subjuntivo, do Optativo e do Imperativo, tem o
351
que se conhece como acento recessivo (do latim re - para trás - e cessivus, a, um, forma adjetiva oriunda do supino cessum, de ce- dere - retrair-se), acento que estará sempre o mais distante possível da última;
- Assim sendo, dir-se-á que o acento das formas verbais finitas se porá sempre na antepenúltima, quando a última for breve, na penúltima, quando a última for longa. Em tais circunstâncias será sempre agudo e jamais cairá na última;
- Isto posto, vê-se que, enquanto o acento do substantivo, do adjetivo e do pronome, é contingente ou indeterminado, o acento das formas verbais finitas é preciso, fixo, determinado;
- Formas verbais que tenham menos de três sílabas, flexões de verbos compostos em que o tema em si seja dissilábico ou mo- nossilábico, inflexões contratas e formas imperativas, especialmente da 2 - p. s. em muitos verbos, fogem à regularidade da típica acentuação recessiva;
- Os chamados modos complementares, isto é, o Infinitivo e o Particípio, acentuam-se mais em termos posicionais que recessivos.
11 .2 - Aplicação- Ilustram estas normas prosódicas exemplos tais os seguin
tes:
1. CTpéxeTe - corneis (Gl 5.7)- Forma finita (2- p. pl. do impf. at. Ind.), breve a última (tc ),
recede o acento até a antepenúltima, Tpe, logo, agudo, proparoxítona a inflexão.
2. apOiqTü) - seja afastado (Ef 4.31)- Inflexão imperativa (3- p. s. do 19 aor. pass.), o acento é re
cessivo. Longa a última (tío), não pode incidir na antepenúltima, pelo que recede apenas até a penúltima, sílaba que, a despeito de ser longa, não pode, nestas circunstâncias, receber o circunflexo. Logo, será agudo o acento, paroxítona a forma.
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3. oíSa - sei (Fp 4.12 )
- Inflexão do Indicativo (1 - p. s. do 2? perf. at. com sentido de presente), última breve, recederia até a antepenúltima o acento. Como é dissilábica a inflexão, tal se não poderá dar, ficando, pois, na penúltima. Sílaba longa (ditongo oi não final), breve a última, será circunflexo o acento, properispômena a forma.
4. otvrjKev - convém (Cl 3.18)- Embora finita a forma (3- p. s. perf. at. Ind., impessoal) e re
cessivo o acento, apesar de breve a última, não recede até a antepenúltima, porquanto é inflexão composta (preposição ava , elidida, e o perfeito T|K€v) em que a porção verbal é dissilábica. Fica, destarte, na penúltima, sílaba que, por ser longa, recebe o circunflexo, uma vez que é breve a última, donde, properispômena a inflexão.
5. XaXovfxev - falamos (I Ts 2.4)- 19 p. pl. do pres. at. Ind. de XaXew - fa lar-, portanto, forma
finita, ademais trissilábica de última breve (jxev), esperar-se-ia fosse acentuada na antepenúltima: XáXovjxev. Trata-se, porém, de inflexão contrata, cuja expressão original era XaXéofxev, forma em que se aplicava regularmente o princípio de recessividade. Contraída a inflexão, permanece, obrigatoriamente, o acento na resultante (ou, fusão de e + o), circunflexo por tratar-se de penúltima diton- gal, portanto, longa, a preceder a última breve. Properispômena, evidentemente.
6 . êX0é- vem (Mt 14.29)- Dentro de normas recessivas puras, finita a forma e dissilá
bica, esperar-se-ia acentuada lhe fosse a penúltima: eX0e. Forma imperativa (2 - p. s. do 2 - aor. at.), tem acentuação especial, na última, agudo, oxítona, pois.
353
12. SISTEMA DO PRESENTE
12.1 - Natureza
- Sistema do Presente ê o todo constituído pela matriz, Pres. At. Ind., e seus treze derivados, num total de quatorze flexões distintas.
12.2 - Característica- Caracteriza-se o Sistema do Presente:- Em primeira plana, pela raiz ou tema do presente, parte que
precede ao oo terminal da forma base, 1- p. s. do pres. at. Ind., a aparecer, invariável, sempre o mesmo, em todas as inflexões do sistema; e
- Secundariamente, pela vogal de ligação, variável, que liga o tema à desinência ou parte final da forma.
12.3 - Enumeração
- Consta este sistema da flexão do presente, nas três vozes e nos seis modos, mais o imperfeito, restrito ao Indicativo. Observa- se que uma só e mesma forma serve às vozes média e passiva;
- Formam, pois, este sistema as seguintes flexões:1. Pres. At. Ind. 8. Pres. MP. Imper.2. Pres. MP. Ind. 9. Pres. At. Inf.3. Pres. At. Subj. 10. Pres. MP. Inf.4. Pres. MP. Subj. 11. Pres. At. Ptc.5. Pres. At. Opt. 12. Pres. MP. Ptc.6. Pres. MP. Opt. 13. Impf. At. Ind.7. Pres. At. Imper. 14. Impf. MP. Ind.
12.4 - Presente Ativo do Indicativo
1. Estrutura- Constam as inflexões do pres. at. Ind. de:RAIZ + VOGAL DE LIGAÇÃO + DESINÊNCIAS
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2. Formação
a. Raiz
(1) Natureza
- A raiz ou tema, elemento fundamental desta matriz e de todos os derivados, é a parte que precede ao o> (nos depoentes o|xat) final da 1 - p. s. da forma básica de enunciação, a aparecer invariável, sempre a mesma, em todas as inflexões do tempo, a primeira das partes principais do verbo referidas nos vocabulários e léxicons;
(2) Adimplementação- A raiz do presente é, em grande número de verbos,
o tema puro, a raiz básica de todas as formas, flexões e sistemas, a geratriz de que procedem os demais tempos. Em não poucos, entretanto, apresenta-se modificada, alterada, reforçada, extensifica- da, em termos de processos tais os seguintes:
(a) Aposição de consoantes- Em certos casos, insere-se a nasal v, ora ligada ao
tema por vogal eufônica (ou ót, ou t, ou v) ou pelo ditongo a i, ora apenas seguida de e. Por vezes, outra nasal se intercala no tema, especialmente na forma em que o v é antecedido de a. Exemplificam esta extensificação temática à base da nasal v:
- á|xapTávco - pecar (I Co 6.18): à raiz simples a|xapT aduz-se a nasal v precedida de á , pelo que o tema do presente se faz: áixapmv (ájjuxpT + à + v);
- mvco - beber (Mc 10.39): amplia-se a raiz simples tt pela inserção da nasal v antecedida de i. Logo, o tema no presente se torna t t í v (tt + i + v);
- 'rrXinOwú) - multiplicar (At 9.31): apõe-se à raiz simples ttXtiG a nasal v ligada pela vogal v. Daí, o tema do presente é ttX-tiOw (TrXinQ + v + v);
355
- 'TTLKpaívca - armargar (Cl 3.19): extensifica-se a raiz simples 'TTiKp mercê da inserção da nasal v, interposto o ditongo a i. O tema do presente é, destarte: micpaiv (mKp + a i + v);
- acpLKveo|xai - chegar (Rm 16.19): a raiz simplesé ik , nesta forma composta com a preposição cnro, que sofre elisão do o e aspiralização da branda tt, tornando-se, pois, àcpiK. Reforça- a a nasal v seguida de e, donde passar o tema do presente (estranho ao Novo Testamento) a ser àcpiKve (à<p + ik + ve);
- \a|xpávíú - receber, tomar (Jo 5.34): a raiz simples é Xàp, que, em certas formas, se alonga em X^p. No tema do presente exibe a inserção da nasal v antecedida de & e, ademais, a in- terposição da nasal |x entre o a e o p temáticos, passando, pois, a ser: Xa|x(3áv (Xá + |x + p + á + v);
- Formação deste jaez estampa-se, ainda, em:
A-or/x va) - sortear (II Pe 1 .1 ): raiz Xáx;XavGtítvco - ocultar (II Pe 3.5): raiz XÒtO;|xotvQáv(ú - aprender (I Co 14.31): raiz |xa0;TTDvbavofxca - indagar (At 10.29): raiz ttu0; enryxáva) - acontecer (At 24.2): raiz tíóx;- Em outros verbos insere-se o grupo ctk, direta
mente ou mediante vogal eufônica. Exemplos seriam:- |xe0ixrKO3 - embriagar-se (Ef 5.18), em o Novo Tes
tamento só na voz média: a raiz simples é |xe0u, a que se acrescenta,- diretamente, o grupo ctk. O tema do presente é-lhe, portanto: |xe0ixTK (|xe0i> + ctk); e
- evpÍCTKío - achar (Lc 13.7): a raiz simples é eup, a que se apõe o grupo ctk, interposta a vogal de ligação í. Destarte, o tema do presente é: eupurK (eup + t + ctk);
- Verbos em que a raiz termina pela labial branda tt aduzem, por vezes, a lingual branda t , sem vogal conectiva. É o que se vê, por exemplo, em kotttco - cortar (Mt 21.8), cuja raiz simples é kott, no tema do presente extensificado pela aposição do t , logo,KOTTT (KOTT + T);
356
(b) Duplicação da consoante final
- Verbos em que a raiz termina por líquida inserem, no tema do presente, um iota extensional, que, após X, geralmente, se assimila a essa líquida, por isso a aparecer reduplicada, mas sofre metátese, antepondo-se à líquida, quando se trata de p, via de regra;
- Exemplos desta dúplice modalidade alteracionalseriam:
- fJaXXco - lançar (Ap 2.22), a cuja raiz simples, (3áX, se aduz o i extensional, que a faria 3aXi, ao depois, mercê da assimilação processada, convertido em X, de sorte que a forma final do tema do presente é |3aXX, reduplicada a líquida.
- Graficamente: (3àX + &)-*■ (3áX + í + <oPaXX + co;
- eyéipo) - levantar, suscitar (Jo 5.21), cuja raiz simples é 67ep, a que se apõe o í extensional, ao depois transposto para ANTES da líquida, de sorte que o tema do presente exibe essa inserção característica.
- Graficamente: V/ep + co -*■ €7 ep + t + co -*■€76lp + co.
(c) Substituição da consoante final- Verbos em que a raiz termina em lingual, especial
mente 8, por vezes em gutural, geralmente 7 , inserem o t extensional e sofrem a substituição de ambos, a muda temática e esse t adicional, pela dupla £ ou pela geminada crcr (no ático tt); em alguns verbos a gutural final do tema apenas cede ao grupo ctk , sem inserção do fator 1 de extensificação. Note-se que esse tema pode apresentar raiz já extensificada, por isso que, em muitos verbos, a lingual ou gutural é elemento paragógico, unido à base por vogal eu- fônica, normativamente á , í ou -tí;
- Exemplos deste processo de alteração do tema oferecem as formas seguintes: - KpáÇco- bradar (Tg 5.4): à raiz Kpay se apõe o í extensional, que a faz Kpcryí, substituindo, a seguir, ao
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final 71 a dupla £, donde o tema atuai do presente, Kpá£.- Graficamente: Kpóry + co Kp&y + 1 + o>
KpàÇ + co;
- eXmÇco - nutrir esperança (Rm 15.24): o tema seria, de início, eXm8, que, inserida a extensão í, se fez eXmôi, alfim mudado em eXm£, dada a substituição da lingual 8 e o iota se- qüente pela dupla £.
- Graficamente: eXmS + co -► eXirÍ8 + 1 + co —► %Xtt?£ + co;
- 707tv£co - murmurar (Jo 6.61): o tema ampliado 7077Ü8 receberia o elemento extensificador í , fazendo-se, pois, 70771)81, e, a seguir, cedeu lugar o final 81 à dupla £, de sorte que o tema atual do presente é 70771^.
- Graficamente: 7077W + co ► 70771)8 + í + co 7 0 7 7 + co;
- Kiqpwaco (ético KirçpÚTTCo) - proclamar (Gl 5.11): a raiz é icripüK, extensificada pelo í extensional para icrpvKi, assumindo, por fim, o tema do presente a forma ioripvcrcr (ático ktipvtt), o sigma geminado tomando o lugar da guturai K e o i seqüente.
- Graficamente: k t jp v k + co- k t ip v k + 1 + (o -► KT|fri3CTCT + co;
- 8i8owtkío - ensinar (I Co 4.17): a raiz simples é 81— Sax, a que se adiria o grupo extensificamente ctk, a substituir, enfim, a aspirada terminal do tema. Portanto, no presente, a forma atual dessa raiz ou tema passou a ser SiScmtk.
- Graficamente: 8i8ctx + co -► SiScxx + ctk + co SiSacrK + co.
(d) Alongamento da vogal terminal- Em certos verbos em que breve é a vogal da raiz
processa-se, no tema do presente, o alongamento regular dessa vogal, resultando, geralmente, ditongo;
- Exemplo: Xeímo - deixar, faltar (Lc 18.22): a raiz simpies é Xltt, cuja vogal, em alongando-se no tema do presente,
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se transmuta no ditongo ei, fazendo-se, pois, Xei/rr.- Graficamente: Xl-tt — Xenr.
(e) Inserção de vogal eufônica
- Conhecem-se como verbos vocálicos aqueles em que, na forma básica, éooi final antecedido de à, e ou o, vogais que no sistema do presente se contraem com a vogal de ligação imediata e nos demais sistemas sofrem apropriado alongamento. Todavia, essas vogais são simples inserção eufônica, logo, não elemento integrante da raiz. Idêntica é a situação dos verbos em que aparece no final do tema o ditongo ev;
- Exemplos: - cryaTrao) - amar (II Co 11.11): a vogal gl que precede ao co final da forma é simples elemento extensional de eufonia, não parte integrante da raiz. Logo, a raiz real é crycnr, ex- tensificada pela aposição da vogal eufônica a, de sorte que o tema se faz, afinal, éryaTrcx (orycrjr + à);
- x<*>p€(o - alocar-se (Jo 8.37): a vogal e é extensional, logo, a raiz é x<*>p. Mercê dessa inserção vocálica de eufonia, o tema
se faz xwPe (XtóP + e);- crraupoco - crucificar (Mc 15.24): a vogal o é inserção
eufônica; a raiz, portanto, é oraup. O tema, dada essa inserção, é oroupo (oraup + o);
- 'jropewfiai - ir (Jo 11.11): o ditongo ev, a preceder ao fina! o|xai desta forma básica de verbo depoente, é elemento de eufonia, não parte da raiz real. Esta é, à vista disso, Trop, extensifi- cado o tema pela aposição do ditongo, portanto, Tropeu (irop + eu);
- Nos verbos vocálicos (à, e ou o a preceder ao <o final da forma básica) o tema do presente é-o de todos os sistemas, alongada, porém, a vogal;
(f) Reduplicação de consoante inicial- Em certos verbos, caracteristicamente verbos em
|xí, reduplica-se, no tema do presente, a letra consoante inicial da raiz, seguida de vogal, regularmente í. Alguns, é verdade, mor
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mente se iniciados por vogal, ou antepõem i com aspiração forte
ou alongam essa vogal; outros acrescentam a sílaba vu extensional à raiz simples;
- Exemplos: - 8i8a)|xÍ — dar (At 3.6): a raiz simples é 8o, alongada nesta inflexão para S<o. No tema do presente repete- se o 8 inicial seguido de í, prefixando-se essa reduplicação à raiz pura. Logo, o tema passa a ser, para todo o presente, 8180;
- uxtyiixi - postar-se (comum em o Novo Testamento, todavia, não em formas do sistema do presente): a raiz simples é erra, que nesta inflexão se alonga em cttt). Reduplicado, repetida a consoante inicial seguida de í, deveria o tema do presente ser ow ra . Desaparece, porém, o sigma inicial, substituído por espírito forte, pelo que se faz terra (alongado, Icmi);
- cnróXXujxt - destruir, perecer (I Co 8.11): forma composta da preposição oítto, elidida, e de oXXi>|xi, tema do presente constituído da raiz ÒX e da inserção extensional aposta vu, assimilada a nasal ao X da raiz, logo, ôXXu. Portanto, a estrutura básica da forma será: õrrr + oX + vu + |xt, afinal, enr + oX + Xu + jxl.
(3) Formas complexas ou anômalas- Temas verbais do presente há em que se registram
variações outras que as referidas, alterações especiais, combinadas ou multifárias. Tais casos devem ser vistos de per si;
- Exemplos de referir-se, em vista da freqüência das
formas em o Novo Testamento, seriam:- "yivoixrKü) - saber, conhecer (Rm 7.15): a raiz simples
é tvo. Dupla incrementação se lhe faz ao tema do presente: reduplicação do 7 inicial seguido de i, como nos verbos em |xl, prefixada à raiz, e aposição do grupo ctk, além de alongar-se a vogal da base. Logo, o tema, em sua feição última, será 71 + yvo> + ctk, forma que assume no clássico. No coiné, porém, desaparece o 7 da raiz, de sorte que se reduz a 71 + voo + ok;
- 7 ivofxai - tornar-se, vir a ser (I Tm 6.4): a raiz pura é 76V, como aparece no 2- aoristo. No sistema do presente, como
360
em 7 ivcú<xkoo, à maneira de verbos em jjll, reduplica-se o 7 inicial da raiz, que se antepõe à base seguido de í. Logo, o tema do presente seria 7 i7ev. Suprime-se, entretanto, a vogal e, de sorte que se reduz a 717V, donde dever ser a forma base deste depoente 7Í 7V + o + fiou,, que assim ocorre no clássico. No coiné, todavia, dá-se a queda do 7 inicial da raiz, ficando, pois, o tema atual do presente reduzido a 71V, donde a 1- p. s. do pres. méd. Ind. 71V — o — [xoa;
- Graficamente: 7€v -*■ 7 i7 ev -*• 7Í 7V -*• y ív .
b. Vogal de ligação- As vogais de ligação, elemento que liga as desinências ao
tema, neste como nos demais tempos que as requerem, são as distintivas do Indicativo, isto é: - o -► antes de desinências iniciadas por |x ou v,
- e -► antes de desinências iniciadas por outras letras, neste caso, ç ou t .
c. Desinências
(1) Natureza- As desinências, ou terminações, são as variações ape
nas ao final das formas para indicar as diferentes pessoas, seu número e voz, nos tempos e modos dos vários sistemas;
- Na realidade, são essas desinências formas evoluídas ou reduzidas dos pronomes pessoais correspondentes, de sorte qüe, em última instância, constam as inflexões do tema, a porção dinâmica do termo, e da variação pronominal sufixa, a parte estática da palavra, aquele a expressar o estado ou ação (QUÊ), esta a sua atribuição ou aplicação, o agente ou paciente (QUEM);
- Neste pres. at. Ind. empregam-se as chamadas DESI- NÊNCIAS PRIMÁRIAS ATIVAS, próprias de todos os tempos primários (pres., fut. e perf.), na voz ativa, neste modo, bem como nas flexões todas do Subjuntivo, nesta voz;
361
(2) Quadro
- A tabela geral das desinências primárias ativas é:
SINGULARjxta t ou ç TOV
DUAL PLURALjxev
T€U O
t i ou a t TOV VTl
(3) Aplicação- Aplicam-se estas desinências, de igual modo, aos ver
bos emwe aos verbos em |xt, com ligeiras diferenças;- Assim, nos verbos em |xí permanece inalterada esta
desinência da 1- p. s., enquanto nos verbos em to evolui para esta
vogal, ou, melhor, dá-lhe lugar;- Ademais, aplicam-se as desinências a í da 2- p. s. e t i
da 3§ p. s. às flexões dos verbos em to, as alternativas ç da 2- p. s. e a í da 3- p. s. às flexões dos verbos em |xí;
(4) Dual- Embora não mais se deparem no coiné, e, destarte, em
o Novo Testamento, inflexões do dual, apender-lhe-emos as formas nas diversas flexões, para benefício de quem se defronte com textos clássicos;
(5) Alterações- Quatro das inflexões do pres. at. Ind. apresentam sen
sível alteração no final das formas atuais, a saber:- Na 1- p. s. cai a desinência fxí, alongando-se compen-
satoriamente a vogal de ligação, que de o se faz to;- Na 2- p. s. fundem-se vogal de ligação (e) e a desinên
cia (aí), resultando o grupo ditongal eiç;- Na 3? p. s. produz-se a mesma alteração, fundindo-se
a vogal de ligação e com a desinência t i , de que resulta o final ei; e- Na 3- p. pl. sofre a desinência, v t i , a dissimilação da
362
lingual t , que se transmuta em s , seguida de queda da nasal e do alongamento compensatório da vogal de ligação o, a tornar-se ou;
- Logo, o + vtÍ — o + v a i -► o + a t -► ouI ü+ ctl;
- Graficamente: 1ã p. s.: o + |xt —► w2- p. s.: e + a í —► etç3- p.s.: e + t l —►et39 p. pl.: o + vtÍ —► auaí
(6) Terminações- Tem, pois, o pres. at. Ind., nas formas atuais, as se
guintes e características terminações:
SINGULAR DUAL PLURAL
1§ p. (0 — (xev
2a- p. eis TOV TC
3a- p. €1 TOVtl
a i
- Nas três formas do singular já não mais se dissociam
vogal de ligação e desinência, fundidas em terminação una;- Na 3- p. pl. reduziu-se a desinência, expandiu-se a vo
gal de ligação;- No dual, ambas as formas, e, no plural, a 1- e 2- pes
soas, não sofrem alteração a vogal de ligação e a desinência.
3. Flexão
a. Formas- De m a T e i x o - crer - , cujo tema do presente é m a T e u ,
conveniente paradigma, as formas flexionais são:
363
FORMA ATUAL FORMA ORIGINAL
Tema VL Des. Tema VL Des.15 p. s. moreu Cú morreu 0
u[XI - creio
2a- p. s. moreu eiç moreu eu
ori -c rê s3a- p. s. morei) 61 moreu e u
Tl - crê (ele, ela)
2a- p. d. moreú e tov moreu e TOV - credes (vós dois,vós duas)
3§ p. d. moreu e tov moreu e TOV - crêem (eles dois,
1 - p. p. moreu o2- p. p. moreu e3§ p. p. moreu ou o i
(X€V TTUTTCU o
T€ mOTCU emoreu o
elas duas)
fxev - cremost€ - credesv t i - crêem (eles, elas)
b. Uniformidade
- O tema, moreu, permanece constante, o mesmo em todas as formas, primitivas ou atuais, invariável, portanto;
- No dual, a que é alheia flexão da 1- p., são idênticas em forma as duas inflexões (ambas moreu + e + tov). Aliás, é de notar-se que terão sempre a mesma forma essas duas pessoas do dual em todas as flexões a que se apliquem desinências primárias, sejam ativas, sejam médias ou passivas;
- Em nada diferem da original correspondente as formas atuais das duas inflexões do dual e da 1- e 2- pessoas do plural, mantidos sem alteração os elementos estruturantes.
4. Acentuação
- Tempo finito, recessiva é a acentuação das formas flexionais deste pres. at. Ind., a distanciar-se quanto permissível da última;
- Desinências todas breves, recederá o acento para a antepenúltima, apenas nas três inflexões atuais do singular ficando na pe
364
núltima, dada a alteração do final, a resultar em terminação longa;- Agudo é o acento em todas as formas, já porque está na
antepenúltima (que não admite outra espécie de acento), já porque, em estando na penúltima, a última é longa.
5. Nü móvel- A forma atual da 3- p. pl. já que termina pela sílaba oí, rece
be geralmente o nü móvel quando seguida de palavra que se inicia por vogal ou ditongo ou quando é o termo último da sentença.
6. Sentido e tradução
- Destaca-se nas flexões verbais gregas não o tempo, QUANDO o fato se dá, mas a chamada AKTIONSART, ou qualidade da
ação, COMO se processa o evento, aspecto este sempre de observar-se;
- Expressa o presente, ao lado do imperfeito, a chamada ação LINEAR, extensa, durativa, a eventuação vista como fato específico (ação momentânea), ou evento repetido (ação costumeira), ou processo em execução (ação progressiva);
- A voz ativa, de um lado, estabelece que a ação é praticada pelo sujeito, de outro acentua a especificidade do fato em distinção de outros, não o sujeito e seu envolvimento (voz média), nem o evento como expressão realizada ou produto resultante (voz passiva);
- O Indicativo, modo categórico, expressa o evento em termos incisivos, terminantes, inqualificados. Ademais, único a reter noção definida de temporalidade absoluta (o particípio tem-na, porém, em moldes relativizados), no presente, refere a eventuação como atual, contemporânea;
- Isto posto, dir-se-á que é o pres. at. Ind.:- tempo de ação linear (presente),-atual, presente, contemporânea (Ind., pres.),-praticada pelo sujeito (voz ativa),- expressa em termos incisivos (Indicativo),
365
- ressaitaaa sua especificidade (voz ativa),-momentânea, repetida ou progressiva (linear);- Traduz-se, normativamente, pelo equivalente do português,
subentendidas as variantes de expressão;- Portanto, morevo) se pode, conforme o contexto, traduzir
como:
- creio (o fato presente: ação momentânea); ou,- creio (o fato repetido: ação costumeira = costumo crer); e- estou crendo (o fato em andamento: ação progressiva).
7. Aplicação paradigmática
- A base desta flexão, conjuga-se o pres. at. Ind. dos demais verbos em co com simplesmente substituir-se o tema moreu pela raiz do presente do verbo a flexionar-se, conforme se mostra ela na primeira das partes principais;
- Vogal de ligação, desinências, variações e acentuação permanecem em todos as mesmas.
12.5 - Presente Médio-Passivo do Indicativo
1. Estrutura
- Têm as inflexões do pres. mp. Ind. a seguinte composição:RAIZ + VOGAL DE LIGAÇÃO + DESINÊNCIA
2. Formação
a. Raiz
- A raiz do pres. mp. Ind. é a mesma do pres. at. Ind., matriz do sistema, invariável, a mesma em todas as formas da flexão;
b. Vogal de ligação
- Também a vogal de ligação é, nesta flexão, a mesma da matriz, pres. at. Ind., isto é:
- o antes de desinências iniciadas por (x ou v,
366
- e antes de desinências que se iniciam por outras letras, nesta flexão ç ou t ;
c. Desinências
(1) Natureza- As desinências próprias deste pres. mp. Ind. são as
chamadas primárias médias, na realidade, como se observou em relação às primárias ativas, formas evoluídas ou reduzidas dos pronomes pessoais correspondentes, donde o evidente paralelismo destas formas desinenciais médias para com as ativas equivalentes;
(2) Aplicação
- Aplicam-se estas desinências primárias médias no Indicativo às flexões do presente, do futuro, do perfeito e do futuro perfeito, em ambas as vozes, média e passiva, e no Subjuntivo às flexões do presente, médio e passivo, e do aoristo, apenas na voz média, sejam verbos em co, sejam verbos em jxi;
(3) Quadro- A tabela geral das desinências primárias médias é:
SINGULAR DUAL PLURAL12 p. |xca — |xe0á
2a- p. o m CT0OV o-0e
3 ? p. Toa O-0OV vtou
(4) Alteração- Na flexão do pres. at. Ind. quatro formas exibem alte
ração, que afeta vogal de ligação e desinência; na flexão deste pres. mp. Ind. uma forma apenas oferece variação: a 2- p. s, Posta entre vogais, cai a sibilante desinencial, contraindo-se, a seguir, as vogais contíguas, e de ligação e ca finais da desinência, de que resulta o
ditongo ei (preferido no clássico) ou T) (adotado no texto néo- testamentário).
367
- Graficamente: e + om -* e + a i -* eiounr].3 . Relação
- Diferem estruturalmente o pres. at. Ind. e o pres. mp. Ind. apenas no tocante à desinenciação. Tema e vogal de ligação são idênticos em ambas as flexões em sua forma original. Logo, conhecidas as formas originais do pres. at. Ind., obtêm-se as equivalentes do pres. mp. Ind. com simplesmente substituir-se a desinência ativa pela médio-passiva correspondente, feitos os devidos ajustes morfológicos e prosódicos.
4 . Flexãoa. Formas
- De morevto - crer - , cujo tema do presente é morev, apropriado paradigma, as inflexões do pres. mp. Ind. são:
Tema VL Des.13 p . s. moreiS o |xai - creio; sou crido(a)2? p . s. [morei5 e ctou] — mar€V ei ou- crês; és crido(a)
moreu '"J3 ? p . s. moreij e Tai - crê; é crido(a)
2a- p . d. moTetí e CT0OV - credes (vós dois,vós duas); sois cri-dos (vós dois), soiscridas (vós duas)
3§ p . d. more-u e CT0OV - crêem (eles dois,
elas duas); são cri-dos (eles dois), sãocridas, (elas duas)
19 P. P. moreu✓0 |X € 0à - cremos; somos cri-
dos(as)
2§ p . p. moTeií e 006 - credes; sois cri-dos(as)
3- p . p. moreG 0 VTai - crêem; são cri-dos(as)
368
- Na 2- p. s. não mais ocorre a forma primitiva TricrTe-úe— om, substituída pela atual contrata, mcrTevei ou monreln), esta última preferida dos editores do Novo Testamento, aquela dos escritores áticos;
- A 2- p. s. deste pres. mp. Ind., em sua forma mcrTeíiei, é idêntica à 3§ p. s. do pres. at. Ind., e, de igual modo, na forma ttiotéÚt) é análoga à paralela do pres. mp. Subj. e à 3- p. s. do pres. at. Subj.; e
- No dual, como no pres. at. Ind., são similares as duas formas flexionais, fato a assinalar-se em todas as flexões em que se empregam desinências primárias.
5. Acentuação
- Tempo de modo finito, as inflexões do pres. mp. Ind. são acentuadas recessivamente;
- Desinências todas breves, recede o acento até a antepenúltima, caindo sobre o ditongo ev, menos na 1- p. pl., em que a desinência |xe0à, dissilábica, o retém sobre a vogal de ligação o. As formas atuais da 2- p. s., porém, cujo final se tornou longo pela contração das vogais contíguas, têm o acento na penúltima, regularmente;
- Agudo tem de ser o acento nestas inflexões, posto na antepenúltima, ou na penúltima, se a última é longa.
6. Sentido e tradução- Não difere o pres. mp. Ind. do pres. at. Ind. no que tange
a Aktionsart, tempo de ocorrência ou maneira de enunciação. Divergem somente em matéria de voz e ênfase, no pres. at. Ind. ação praticada pelo sujeito, a ênfase incidindo no fato específico, no pres. méd. Ind. ação praticada pelo sujeito sobre si próprio (reflexa) ou sobre algo com que se relaciona (indireta), a ênfase caindo no sujeito e seu envolvimento na ação; no pres. pass. Ind., ação sofrida
b. Observações
369
pelo sujeito, a ênfase posta no fato como resultante ou produto;- E, pois, o pres. mp. Ind.:- tempo de ação linear (presente),- praticada pelo sujeito (voz média) ou dele sofrida (voz passi
va),-atual, presente, contemporânea (Ind., pres.),- expressa em termos incisivos (Indicativo),- ressaltado o sujeito em seu envolvimento (voz média) ou o
fato em sua expressão resultante (voz passiva),- momentânea, costumeira ou progressiva (linear);- Visto que ao português é estranha a voz média, traduzem-se
as inflexões deste pres. Ind., quando em função dessa voz, pelas correspondentes ativas, subentendido que a ênfase é ao sujeito e seu relacionamento especial, não ao fato em sua especificidade. Logo, o pres. méd. Ind. tem a mesma tradução geral do pres. at. Ind., implícita a diferença de sentido básico;
- Daí, moTevoixai, forma da voz média, se pode traduzir como:
- creio (o fato presente: ação momentânea); ou,- creio (o fato repetido: ação costumeira = costumo crer), ou,- estou crendo (o fato em andamènto: ação progressiva);- Quando em função da voz passiva, traduzem-se as inflexões
deste pres. Ind. pela forma regular desta voz no português, isto é, por expressão perifrástica ou composta, constituída do pres. Ind. do verbo ser e do particípio passado do verbo principal, devidamente flexionados;
- Portanto, mcrTeúofjiai, forma da voz passiva, se pode traduzir como:
-soucrido(a) (o fato presente: ação momentânea); ou,- sou crído(a) (o fato repetido: ação costumeira = costumo ser
crido(a); ou,- estou sendo crido(a) (o fato em andamento: ação progressi
va).
370
7. Aplicação paradigmática- Conjuga-se o presente médio ou passivo do Indicativo dos
demais verbos em co, à base deste paradigma, com simplesmente substituir-se a raiz moreu pelo tema do presente do verbo a fle- xionar-se, conforme se estampe na primeira das partes principais;
- Vogal de ligação, desinências, alteração e acento serão os mesmos sempre, em todos os verbos em co.
12.6 - Imperfeito Ativo do Indicativo
1. Estrutura- A estruturação geral das formas do impf. at. Ind. consiste de:AUMENTO + RAIZ + VOGAL DE LIGAÇÃO + DESINÊNCIA
2. Formação
a. Aumento (cAí Trjoxç)
(1) Aplicação- O aumento, quanto se pode pressupor, seria, de ori
gem, forma adverbial específica dos tempos pretéritos, a marca das flexões de ação passada, o sinal distintivo das típicas inflexões secundárias. De qualquer modo, na estruturação atual das formas verbais, ê o elemento ou componente único de cunho especificamente cronológico ou temporal;
- Ocorre o aumento apenas nos chamados tempos secundários do Indicativo, isto é, no imperfeito, aoristo e mais-que- perfeito, uma vez que neste modo subsiste clara a noção temporal e são estes os tempos de ação genuinamente pretérita;
- Segue-se que jamais haverá aumento em formas presentes, futuras, perfeitas e futuras perfeitas, nem tampouco em inflexões do Subjuntivo, ou do Optativo, ou do Imperativo, ou do Infinitivo, ou do Particípio.
371
- Dois tipos há de aumento: SILÁBICO, simplesmente a vogal e (encimada de espírito fraco), que se antepõe a raízes iniciadas por letra consoante, e TEMPORAL ou VOCÁLICO, alongamento regular da vogal inicial, que se processa no caso de temas começados por vogal simples ou ditongo real. Aparece, é verdade,o aumento silábico diante de temas iniciados por vogal, casos em que, normativamente, se excindiu o digama ou a sibilante por que eram outrora começadas tais raízes ou formas verbais. Por outro lado, preceituam gramáticos e lingüistas que o aumento vocálico ou temporal nada mais é do que a contração deste e preposto com a vogal inicial do tema, inda que nem sempre se processe esta coalizão nos moldes absolutos das normas reconhecidas de contração regular. Destarte, no impf. at. Ind. de è'xco - te r- , o aumento seria, na realidade, a contração do e silábico e do e temático, de que resulta o ditongo el, donde fazer-se a raiz incrementada etx, ao invés de T|X/ expressão do puro alongamento. A contração se mostraria mais natural, admitida a raiz primitiva oex (e + crex -> e + ex -*> elx);
- A vogal breve, em alongando-se, tomará a forma correspondente desta quantidade. Contudo, há a observar-se que:
- a s e faz, normalmente, -rj, não ã, e- e assume, em certos verbos, a forma ditongal et, em
vez da normativa -q;
- Em raízes iniciadas por vogal longa não se altera essa vogal, havendo-se por implícito o aumento. De igual maneira, não é raro deixar-se de alongar a vogal inicial dos ditongos;
- Têm alguns verbos o chamado aumento âtico duplo, que assume a forma longa iq antes de consoante ou se antepõe na forma breve e à vogal alongada ou imutada do tema, transferindo- se-lhe, neste caso, o espírito;
- Exemplos deste aumento duplo se vêem em:- rjfxeWev - haveria de (Hb 11.8).A forma regular desta 3§ p. s. do impf. at. Ind. de (xeXXü)
(2) Natureza
372
seria qAeÁÀev (o aumento silábico ê anteposto à raiz iniciada por letra consoante). Como aparece, na forma longa Tj, é o aumento áti- co duplo; e
- ecopcov - viam (Jo 6.2).A forma regular desta 3- p. pl. do impf. at. Ind. de opaco
seria copaov, contrata copcov, a vogal breve inicial o a alongar-se em co. O e prefixado representa duplicação do aumento, a antepor-se à inicial alongada do tema e a receber-lhe o espírito. Evidente aumento ático duplo.
(3) Quadro- A tabela completa do aumento vocálico ou temporal
assim se poderia resumir:- á se alonga em t].- e se muda em iq, por vezes ei.- í se tornai.- o se faz co.
- v ficará v.- a i se converte em -r).- av se pode transmutar em Tyu.- ei se transforma em T] ou permanece ei.- ev passa a tjv ou continua ev.- ot se extensifica em co ou se mantém ot.- ov não se altera, normalmente, ou viraria cou.- v i e os impróprios a , rj, co não se alteram.
b. Raiz
- Integrante que é do sistema do presente, o impf. at. Ind.' tem a mesma raiz do pres. at. Ind., matriz do sistema, invariável, em todas as inflexões a mesma;
- Nos temas iniciados pela líquida p, duplica-se, regularmente, esta consoante nas formas do impf., podendo-se-lhe sobrepor espírito forte.
373
c. Vogal de ligação
- Também a vogal de ligação é neste impf. at. Ind. a mesma da matriz, pres. at. Ind., e do pres. mp. Ind., isto é:
- o ante desinências iniciadas por |x ou v,- e ante desinências iniciadas por outras letras, nesta flexão
ç ou T.
d. Desinências
(1) Natureza
- Tempo secundário, tem este impf. at Ind. as chamadas DESINÊNCIAS SECUNDÁRIAS ATIVAS, formas evoluídas ou reduzidas dos pronomes pessoais correspondentes;
(2) Aplicação- Aplicam-se, ainda, estas desinências, no Indicativo, às
flexões do aoristo e mais-que-perfeito ativos e do aoristo passivo, e, no Optativo, a todos os tempos ativos, tanto de verbos em to, como de verbos em |xí;
(3) Quadro- A tabela geral das desinências secundárias ativas é:
SINGULAR DUAL PLURALV- p. V — |xev2a- p. <; TOV tc
3a- p. T TT|V v ou oáv
(4) Observações- Em relação ao quadro desinencial, há a observar-se os
seguintes cinco pontos;19 Nas flexões em que a desinência da 3§ p. pl. é v, coin
cidirão em forma esta inflexão e a 1- p. s., mesma a desinência, comuns os demais elementos;
374
2- Na 3- p. s. a desinência t jamais aparece na inflexão, visto que, lingual, não pode ser terminal de vocábulo, ocorrendo- lhe, porém, no lugar, geralmente, o nü móvel;
39 No dual as desinências diferem no tocante à vogal, aocontrário das primárias, quer ativas, quer médias, em que a vogal éa mesma, ômicron, em ambas as formas;
49 As desinências da 2- p. d. (to v ), da 1- p. pl. (|xev) e da2- p. pl. (t €) são exatamente iguais às equivalentes primárias, desorte que, nos tempos ativos, não se distinguem as formas primárias das secundárias, nestas pessoas. Paralela similaridade se dá também nas flexões médias e passivas;
59 Em relação à 3- p. pl.:- No Indicativo dos verbos em co ocorre a desinência v
no impf. e 19 e 2- aors. ats.; a desinência cràv no mqpf. at. e no aor.
pass.;- No indicativo dos verbos em jxí aparece a desinência v
apenas no aor. at. de formação tipo em co, enquanto no impf. e 29 aor. ats. cxav é a desinência normativa, como, aliás, também no mqpf. at. e aor. pass.; e
- No Optativo, em que só se empregam desinências secundárias, as flexões ativas de infixo simples (í) preferem a desinência v, as formas de infixo extenso (nq) preferem cràv;
(5) Relação- Todas igualmente formas evoluídas ou reduzidas dos
pronomes pessoais correspondentes, têm estas desinências secundárias ativas assinalada afinidade para com as primárias ativas, e mesmo as primárias médias, tendo quase sempre a mesma inicial.
3. Flexão
a. Formas- De TTiorTeíxo - crer -, cujo tema do presente é m or eu,
conveniente paradigma, as inflexões do impf. at. Ind. são:
375
Aum Raiz_________VL Des.15 p. s. è morev 0 v -e u cria2- p. s. è moreu e <; - tu crias
3§ p. s. e morev e (t ) - ele, ela cria
2- p. d. è morei» e to v - vós (dois ou duas) crieis39 p. d. è morev
/e t t |v - eles (dois), elas (duas) criam
p. pl. e morev 0 ixev - nós criamos2§ p. pl. e moreu e Te - vós crieis3- p. pl. e morev 0 v - eles, elas criam
b. Observações- A 1 - p. s. e a 3- p. pl. têm a mesma forma: emorevov;- A 3- p. s., que deveria ser émoreveT, é, na forma atual,
êmoreve, dada a queda da desinência t , que não pode ser final de palavra grega regular. Pode, entretanto, receber o nü móvel, aparecendo como êmorevev;
- Diferem, quanto à vogal desinencial e posição do acento, as duas formas do dual;
- A 2- p. d. e a 1- e 2- p. pl. diferem das paralelas do pres. at. Ind. apenas em que às formas do impf. se antepõe o aumento;
- Aumento (e) e raiz (moreu) são sempre os mesmos em todas as formas da flexão;
- Têm as inflexões deste impf. em comum com a matriz, pres. at. Ind., dois dos elementos estruturais: o tema (moreu) e a
vogal de ligação (o/e), diferentes as desinências, e mais o aumento; e
- Formas divergentes ocorrem na 3- p. pl., seja pela inserção da sílaba crà, típica do 19 aoristo, entre a vogal de ligação e a desinência, seja pela substituição do ômicron de ligação pela vogala, própria do aoristo dos verbos em líquida ou nasal;
- Tais formas, em termos de morevw, seriam: è Triorevo oxxv e e—morev—ã —v;
376
- Em o Novo Testamento estas formas se assinalam particularmente em relação ao verbo exco - ter - , pois que, em lugar de etxov - tinham - aparece eíxocrav em Jo 15.22,24 e, em certos textos, eixav em Mc 8.7 e Ap 9.8,9.
4. Acentuação- Tempo de modo finito, o acento é recessivo nestas formas
de impf. at. Ind.;- Somente a 3§ p. d. tem final longo (tt|v ), pelo que o acento
estará na penúltima, a vogal de ligação e; nas demais a última é breve, donde receder o acento até a antepenúltima, a sílaba m , nas três do singular e na 3- p. pl., em que a desinência não constitui sílaba própria, o ditongo ev, na 2- p. d. e na 1- e 2- p. pl., em que a desinência forma sílaba adicional;
- E agudo o acento em todas estas formas.
5. Sentido e tradução
- Imperfeito, como no presente, a Aktionsart é extensa, dura- tiva, continuativa, LINEAR, ação vista como fato específico (momentânea), repetido (costumeira) ou processual (progressiva);
- Voz ativa, o sujeito pratica a ação, acentuado o fato em sua especificidade, como processo distinto de outros;
- Indicativo, a expressão é incisiva, terminante, categórica e a projeção temporal é passada, pretérita, anterior;
- Logo, é este impf. at. Ind. paralelo em expressão ao pres. at. Ind., similar em todos os aspectos, exceto no tocante ao QUANDO a ação se dá, pois que:
- Presente - ação atual, presente,- Imperfeito - ação anterior, passada;- Sintetizando-se, dir-se-á que o impf. at. Ind. é:- tempo de ação linear (imperfeito),- pretérita ou passada (Ind., impf.),- praticada pelo sujeito (voz ativa),- expressa em moldes categóricos (Indicativo),
377
- a ênfase a cair sobre o fato específico (voz ativa),- momentânea, repetida ou progressiva (linear);- Corresponde ao nosso pretérito imperfeito e assim, norma-
tivamente, se traduz, respeitadas variantes de expressão e peculiaridades do contexto;
- Daí, emcrrevov (1 - p. s.) admite as seguintes traduções básicas:
- eu cria (o fato anterior: ação momentânea), ou,- eu cria (o fato repetido: ação costumeira = costumava crer); e- eu estava crendo (o fato em andamento: ação progressiva);- Basicamente, projeta o impf. a ação como inacabada, pro
cesso em desenvolvimento, eventuação a estender-se em perspectiva passadd, determinando-se do contexto o sentido final, passível de ampla variedade de traduções possíveis e cabíveis;
6. Peculiaridader
- E o impf., como também o mqpf., tempo peculiar ao Indicativo, alheio, pois, aos demais modos;
7. Aplicação paradigmática- Conjuga-se o impf. at. Ind. dos demais verbos em co em
termos deste paradigma, requerendo-se apenas a substituição do tema moreu pelo correspondente do verbo a flexionar-se, conforme se mostra na primeira das partes principais, e a adaptação do aumento, se iniciado o verbo por vogal ou ditongo;
- Vogal de ligação, desinências e acentuação continuarão as mesmas para todos os verbos em co;
- Assim, de âxouco - ouvir - , tema do presente cxkou, o impf. at. Ind. é, na forma base, t^kov—o—v, vocálico ou temporal o aumento (alongada a vogal inicial á para -ri), não o silábico. Fosse longa essa vogal, não se alteraria, incapaz de ulterior alongamento. Ter-se-ia o aumento por implícito em tal caso.
378
12.7 - Imperfeito Médio-Passivo do Indicativo
1. Estrutura- A estrutura geral das formas deste impf. mp. Ind., similar à
do impf. at. Ind., é:AUMENTO + RAIZ + VOGAL DE LIGAÇÃO + DESINÊNCIA
2. Formação
a. Aumento- É o aumento, neste impf. mp. Ind., o mesmo do impf. at.
Ind.: silábico (I), se o tema se inicia por letra consoante, vocálico ou temporal (alongamento), quando a raiz começa por vogal ou ditongo;
b. Raiz- Também a raiz no impf. mp. Ind. é a mesma do impf. at.
Ind., aliás, a mesma do pres. at. Ind., matriz de todas as flexões deste sistema verbal, raiz que se conserva inalterada em todas as inflexões deste, como dos demais tempos;
- Como se observou em relação ao impf. at. Ind., nos verbos em que o tema se inicia pela líquida p duplica-se, regularmente, esta semiconsoante nas inflexões deste impf. mp. Ind., podendo- se-fhe sobrepor espírito forte;
c. Vogal de ligação- Não menos que o aumento e a raiz, é a vogal de ligação
meste impf. mp. Ind. a mesma do impf. at. Ind., aliás, a mesma da matriz, pres. at. Ind., e do pres. mp. Ind.;
- Logo, o ante desinências iniciadas por |x ou v,e ante desinênc ias outras, in ic iadas por ç ou t ;
379
d. Desinências
(1) Natureza
- Tempo secundário, médio e passivo, tem o impf. mp. Ind. as chamadas DESINÊNCIAS SECUNDÁRIAS MÉDIAS, como as demais desinências, formas evoluídas ou reduzidas dos pronomes pessoais correspondentes, donde a nítida afinidade e o direto paralelismo destas para com as outras, mormente para com as primárias médias;
(2) Aplicação
- Estas desinências secundárias médias se aplicam, não apenas ao impf., mas ainda, no Indicativo, ao aoristo médio e ao mqpf. médio e passivo; no Optativo, ao pres., ao fut. e ao fut. perf. nas vozes média e passiva, e ao aor. na voz média, quaisquer que sejam os verbos, em ío o u fu;
(3) Quadro- A tabela geral das desinências secundárias médias é:
SINGULAR DUAL PLURAL12 p. — fX€0á2a- p. <TO CT0OV O"0£3a- p. TO O"0T|V VTO
(4) Observações
- Cinco pontos merecem ser destacados em relação a este quadro desinencial:
1? A desinência da 1§ p. s. tem vogal longa (ixirçv), diferindo, pois, neste aspecto, da 1- p. pl. ativa, cuja vogal é breve (|xev);
2- Como no pres. mp. Ind., a sibilante inicial da desinência da 2- p. s., posta entre vogais, cairá, contraindo-se, em seguida, as vogais contíguas, e de ligação e o desinencial, resultando o ditongo ou.
380
- Graficamente: e + cro -* e + o -* ou;3- Como no impf. at, diferem as desinências do dual no
tocante à parte vocálica, o na 2- p., tj na 3-;4- Três destas desinências são iguais em forma às equi
valentes primárias médias, a saber: cr0ov (2- p. d.), (xe0dt (1§ p. pl.) e CT0e (2- p. pl.), de sorte que nestas inflexões não se distinguem, neste aspecto, os tempos secundários dos primários;
59 Iniciam-se estas desinências pela mesma consoante ou grupo consonantal das correspondentes primárias médias, expressões fragmentárias que são dos mesmos pronomes. Por outro lado, têm a mesma inicial as desinências secundárias ativas e mé- dio-passivas da 2- e 3§ p. s. e 1§ e 3- p. pl., diferentes no caso da 1 - p. s., 2- e 3- p. d. e 2- p. pl.;
e. Relação- Diferem em estrutura o pres. at. e o pres. mp. Ind. apenas
quanto à desinenciação, os mesmos os demais elementos (raiz e vogal de ligação). Logo, conhecidas as formas do pres. at., obtêm- se as equivalentes médio-passivas com apenas substituir-se a desinência, ativa pela médio-passiva paralela, feitos os ajustes prosódicos e morfológicos necessários;
- Idêntica relação prevalece entre o impf. at. e o impf. mp., cuja estrutura, constante dos mesmos elementos, apenas diverge em matéria de desinenciação. Comuns lhes são aumento, raiz e vogal de ligação;
- Portanto, à base das formas ativas, obtêm-se as das vozes média e passiva, com apenas substituir-se a desinência ativa pela médio-passiva correspondente, ajustada a acentuação onde se requer.
3. Flexão
a. Formas- De moTeúoo - crer - , tema no impf. o mesmo do pres.,
381
isto é, maTeu, as formas do impf. mp. Ind. são:
Aum Tema VL Des.15 p. s. 3€ moreu
/o fATlV - eu cria; era
crido(a)2- p. s. Lé TTMTTeÓ e ao] —► e moreu- -ou - crias; eras cri-
do(a)3- p. s.
>€ maTeu e TO - ele, ela cria;
era crido(a)
2a- p. d.■>e m oretí e a9ov - vós (dois,
duas) crieis;éreis cri-dos(as)
35 p. d. € TTUTTeU e aO^v -e le s (dois),elas (duas)criam; eramcridos(as)
1§ p. pl.>€ moreu
/0 |xe0á - criamos; éra
mos cridos(as)25 p. pl. € moreu e a0e - crieis; éreis
cridos(as)35 p. pl. e TTWTTeií 0 VTO - criam; eram
cridos(as)
b. Observações
- Na 2- p. s. a forma original, imoreuecro, evoluiu, mercê da queda da sibijante desinencial e contração das vogais de ligação e terminal, para emaTewu, que é a forma atual e useira;
- No dual, característica das flexões em que se empregam as desinências secundárias, diferem as formas em matéria da vogal breve, o, na 25 p., longa, r\, na 3§;
- Diferem as formas da 2? p. d. e da 12 e 2a- p. pl. das equi
382
valentes do pres. mp. Ind. em que, no impf., há, a mais, o aumento(I);
- Aumento (ê) e raiz (moreu), como no impf. at. Ind., permanecem constantes, os mesmos sempre em todas as formas da flexão, enquanto vogal de ligação e desinência variam de pessoa para pessoa; e
- Da matriz (pres. at. Ind.) têm estas formas a raiz (-moTeu) e a vogal de ligação (e, o), diferentes as desinências, adicional o aumento.
4. Acentuação- Tempo de modo finito que é o impf. mp. Ind., são-lhe as
formas acentuadas recessivamente;- Três inflexões têm final longo (1- p. s., 2- p. s. atual e 3§ p.
d.), pelo que o acento estará posto na penúltima;- Seis das formas (2- p. s. primitiva; 3§ p. s.; 2- p. d. e as três
do plural) têm desinências breves, logo, vai-lhes o acento para a antepenúltima;
- É agudo o acento em todas as formas.
5. Sentido e tradução- Pres. e impf. são tempos de Aktionsart durativa, extensa,
prolongada, continuativa, LINEAR, a ação expressa sob a forma de fato específico (momentânea), repetido (costumeira) ou processual (progressiva), aquele na perspectiva da atualidade, este na projeção do pretérito;
- Não difere o impf. mp. Ind. do impf. at. Ind. quanto a qualidade da ação (Aktionsart), tempo em que se processa o evento ou forma de expressão do fato. Divergem apenas em relação à voz e ênfase: - no impf. at. Ind. o sujeito praticando a ação e a ênfase caindo sobre o fato (não o sujeito, nem a expressão resultativa), - no impf. méd. Ind. o sujeito praticando a ação sobre si mesmo (reflexa) ou algo com que se relaciona (indireta), posta a ênfase no sujeito e seu envolvimento; - no impf. pass. Ind. o sujeito a receber
383
ou sofrer a ação, a ênfase posta na eventuação resultacional;- Forma do Indicativo, a expressão é taxativa, categórica, inci
siva, terminante;- Em síntese, dir-se-á que é o impf. mp. Ind.:- tempo de ação linear (impf.),-pretérita ou passada (impf. Ind.),- praticada pelo sujeito (voz média) ou dele sofrida (voz passi
va),- expressa em termos categóricos (Ind.),- ressaltado o sujeito em seu envolvimento (voz média) ou o
fato em sua projeção resultacional (voz passiva);- momentânea, costumeira ou progressiva (linear);- Corresponde ao nosso pretérito imperfeito e assim se tra
duz, em geral, observadas cambiantes de expressão e particularidades contextuais;
- Estranha que é ao português a voz média, traduz-se o impf. méd. Ind. pela voz ativa, subentendidos o sentido específico e a ênfase peculiar;
- Portanto, emoreixjfji/riv, como forma da voz média, se traduz como:
-eu cria (o fato do crer: ação momentânea), ou,-eu cria (o fato repetido: ação costumeira = costumava crer); e- eu estava crendo (o fato em processo: ação progressiva);- Em função da voz passiva, traduzem-se as inflexões deste
impf. pela forma regular desta voz no português, isto é, por expressão composta ou perifrástica formada do impf. Ind. do verbo ser e do particípio passado do verbo principal, ambos devidamente flexionados;
- Logo, emCTTevoixiryv, como forma da voz passiva, se traduzirá como:
- eu era crido(a) (o fato do ser crido: ação momentânea); ou,- eu era crido(a) (o fato repetido: ação costumeira = eu costu
mava ser crido(a); ou,
- eu estava sendo crido (o fato em andamento: ação progressi
384
va).
6. Aplicação paradigmática- A base deste paradigma de moretxo se flexiona o impf. mp.
Ind. dos demais verbos em to, bastando para isso apenas substituir- se a raiz morreu pela correspondente da matriz do sistema do presente do verbo a flexionar-se, conforme se vê na primeira das partes principais, e ajustar-se o aumento, silábico ou temporal, segundo as normas próprias das várias modalidades de tema verbal;
- Vogal de ligação, desinências, acentuação e alteração da 2- p. s. são, basicamente, as mesmas em todos.
12.8 - Presente Ativo do Subjuntivo
1. Estrutura
- Exibem as formas do pres. at. Subj. a seguinte estrutura geral, paralela à do pres. at. (e mp.) Ind.:
RAIZ + VOGAL DE LIGAÇÃO + DESINÊNCIA
2. Formação
a. Raiz- Integrante que é o sistema do presente, o pres. at. Subj.
tem a mesma raiz do pres. at. Ind., matriz geral de todas asflexões presentes e imperfeitas;
- Esta raiz se mantém constante, inalterada, sempre a mesma em todas as inflexões deste, como dos demais tempos do sistema;
b. Vogal de ligação- A vogal de ligação é, virtualmente, a mesma do pres. e
impf. Ind., contudo, em forma longa, isto é:- co antes de desinências iniciadas por (x ou v,- iq antes das demais (desinências iniciadas por <; ou t );
- Estas vogais de ligação longas são o traço marcante das
385
formas subjuntivas, presentes em todas as flexões deste modo, ativas, médias ou passivas;
t
- E de notar-se que, em não poucas formas, estas vogais de ligação longas, típicas do Subj., é que as distinguem das paralelas ou equivalentes do Ind. e do Imper., iguais os outros elementos estruturantes;
c. Desinências
(1) Natureza- As desinências do pres. at. Subj. são as mesmas da
matriz do sistema, pres. at. Ind., isto é, as chamadas PRIMÁRIAS ATIVAS, sujeitas a alterações nas mesmas formas em ambas as flexões, embora em termos ligeiramente diferentes;
- Estas desinências ocorrem em todos os tempos ativos do Subj., bem como no aor. pass. Subj. e tempos primários ativos do Ind.;
- As alterações que se processam no final de formas do pres. at. Subj. são as seguintes:
- Na 1- p. s. dá-se a queda ou apócope de desinência |xt, de sorte que a forma termina pela vogal de ligação w, longa, inalterada, final idêntico ao desta forma do pres. at. Ind.;
- Na 2- p. s. funde-se a vogal de ligação tj com a desinência, cri, resultando o grupo ditongal paralela ao Ind. eiç;
- Na 3- p. s. ocorre fusão similar da vogal de ligação t| com a desinência t i, de que resulta o grupo ditongal ^ (no Ind. ei); e
- Na 3- p. pl. dissimila-se o t desinencial em ç e cai a líquida v, passando, pois, a desinência de vtl para a í, conservada sem alteração a vogal ligacional w, longa que é.
- Graficamente: 1§ p. s. co + |xí = oo2- p. s. ^ + a í = TJÇ3- p. s. r\ + t i = T)3- p. pl. (O + vtl = «o + a í
386
(2) Quadro- Portento, a tabela final de terminações atuais do pres.
e demais tempos ativos do Subj. é:
SINGULAR DUAL PLURALI a- p. to — |X€V
2a- p. TOV Te
dCOI00
Tl TOVu
cri
(3) Observação- Vê-se, pois, que nas três formas do singular já não
mais se distinguem vogal de ligação e desinência, reduzidas ou fundidas que estão. Por outro lado, a 3- p. pl. sofreu redução desinencial mas se manteve distinta e inalterada a vogal de ligação; nas demais pessoas (2- e 3- p. d. e 1? e 2- p. pl.) nenhuma variação ocorreu;
- Comparadas estas terminações com as equivalentes do Ind., verifica-se que apenas a 2- e 3- p. s. diferem, as demais são inteiramente similares, as mesmas;
d. Similaridade
- A luz do exposto, verifica-se que diferem pres. at. Ind. e pres. at, Subj. apenas no tocante à vogal de ligação, mesmas a raiz e as desinências. Logo, à base do pres. at. Ind., obtém-se o pres. at. Subj. com simplesmente alongar-se a vogal de ligação (na 3- p. pl. substituído ov por to) e ajustarem-se as desinências da 2- e 3- p. s.
3. Flexão
a. Formas- As formas flexionais do pres. at. Subj. de moreóto - crer
raiz do sistema moreu, são:
387
FORMA ATUAL FORMA ORIGINALTema__________VL Des. Tema VL Des.
1§ p. s. m o r e u (0 m o r e t f (0u
|Xl
2a- p. s. m o T e u T]S m o T e iJ Tll/
O l
3? p. s. m o T e u D m o T e u Tl T t
2- p. d. m o r e u 'n TOV ■moTeií Tl TOV
3§ p. d. m o T e u y\ TOV m o T e t ) TI TOV
19
2-39
p. p. p. p. p. p.
TTUTTeÚ
TTUTTeii
-m o reu
co
Tl
(0
(xevTe
u
O l
m OT€TJ
m o re it f
m o T e u
0)
Tl
(0
(xevTe
V
V T l
b. Observações- O tema, moreu, permanece constante, o mesmo sempre,
em todas as formas, originais e atuais;- Quatro das oito inflexões exibem, na forma atual, diferen
ça para com a equivalente original, a saber: as três do singular (na1 - apócope da desinência; na 2- e 3- fusão de vogal de ligação e desinência) e na 3- p. pl. (redução da desinência). As demais (2- e 3- p. d. e 1§ e 2- p. pl.) preservam inalterada a forma original;
- A 1 - p. s. (moreúco) coincide em forma com a equivalente do pres. at. Ind.; as demais diferem apenas no tocante à vogal de ligação (longa no Subj., breve no Ind., salvo na 3- p. pl., ou em vez de o), se bem que na 2- e 3- p. s. o final é também distinto (no Subj. o ditongo impróprio ijç eTj, respectivamente; no Ind. o ditongo real eiç e et);
- A forma atual da 3- p. s. (moTevr)) é idêntica à contrata da 2- p. s. do pres. mp. Ind.;
- No dual, como no pres. at. e mp. Ind., desinências primárias, coincidem em forma as duas inflexões (moTeú—T)—tov tanto2- como 3- p.);
- Da matriz (pres. at. Ind.) têm estas formas a raiz e as desinências, em estrutura paralela, diferente a vogal de ligação.
388
4. Acentuação- Tempo finito, é este pres. at. Subj. acentuado recessivamen
te, posto o acento o mais distante possível da última;- Nas formas atuais têm as três pessoas do singular final lon
go, pelo que o acento estará na penúltima, paróxítonas, portanto;- As inflexões do dual e do plural, e todas as originais, exibem
final breve. Logo, o acento recede até a antepenúltima, formas proparoxítonas, destarte; e
- O acento é agudo em todas as formas, porquanto ou está na antepenúltima (sílaba que não admite outra modalidade de acento) ou na penúltima, longa a última (circunstância em que não pode ocorrer o circunflexo, muito menos o grave).
5. Nü móvel
- Terminada que é pela sílaba ox, pode a 3§ p. pl. (mcrrevtoox) receber o nü móvel, quando final de sentença ou se a preceder a vocábulo iniciado por vogal ou ditongo.
6. Relação
- Derivado do pres. at. Ind., paralelo lhe é‘o pres. at. Subj. em estrutura geral e formação, diferindo apenas quanto à quantidade da vogal de ligação (breve na matriz, longa na derivada), mesmas a raiz e as desinências;
- Teoricamente, na forma original, conhecidas as inflexões do pres. at. Ind., obter-se-ão as equivalentes do pres. at. Subj. com
apenas alongar-se a vogal de ligação. Na forma atual, leves ajustes se fazem de mister na 2- e 39 p. s. (final) e na 3- p. pl. (vogal de ligação).
7. Sentido e tradução- Presente, a Aktionsart é durativa, extensa, delongada, conti-
nuativa, LINEAR, a ação expressa em função de fato ou evento específico (monentânea), ou repetido (costumeira), ou processual (progressiva);
389
- Voz ativa, a ação é apresentada como praticada pelo sujeito, a ênfase posta no evento em distinção do sujeito ou da resultativi- dade;
Subjuntivo, modo dependente ou subalterno, a expressar o fato em moldes potenciais, não categóricos, alheia toda e qualquer noção temporal, a ação não se enuncia em moldes incisivos, nem se situa explicitamente na atualidade. Do contexto se infere o QUANDO se dá e o teor que assume na expressão, o que lhe condiciona a forma de tradução em cada caso;
- Em síntese, é o pres. at. Subj.:- tempo de ação linear (presente),- sem noção precisa de quando se dá (Subjuntivo),- passível de tradução presente, passada ou futura (contexto),-praticada pelo sujeito (voz ativa),- ressaltado o fato ou eventuação (voz ativa),- expressa em moldes potenciais (Subjuntivo),- momentânea, repetida ou costumeira, ou progressiva (li
near);- Como todas as formas subjuntivas e optativas, não têm as
inflexões deste pres. at. Subj. tradução explícita, determinada que é pela natureza da cláusula em què se encontre a forma. Daí, não apendemos à flexão tradução específica, estereotipada, própria, como nos tempos do Indicativo (e do Imperativo).
8. Aplicação paradigmática- Nos moldes deste paradigma de moTeíxú se conjuga o pres.
at. Subj. dos demais verbos em co, requerendo-se apenas a substituição da raiz ttutt€v pela raiz do presente do verbo a flexionar-se, conforme se apresenta na primeira das partes principais;
- Vogal de ligação, desinências, acentuação e alterações são as mesmas em todos.
390
1. Estrutura
- A estrutura geral do pres. mp. Subj., paralela à do pres. at. e mp. Ind. e do pres. at. Subj., exibe:
RAIZ + VOGAL DE LIGAÇÃO + DESINÊNCIA
2. Formação
a. Raiz
- Integrante do sistema do presente, a raiz neste pres. mp. Subj. é a da matriz (pres. at. Ind.);
- Esta raiz, neste, como nos demais tempos do sistema, permanece inalterada, constante, a mesma em todas as inflexões;
b. Vogal de ligação- Forma subjuntiva, tem esta flexão vogal de ligação longa,
típica deste modo, como no pres. at. Subj., isto é:co ante desinências iniciadas por |x ou v,
- Tj ante as demais desinências (nesta flexão iniciadas por çou t );
c. Desinências- As desinências neste pres. mp. Subj. são as mesmas do
pres. mp. Ind., isto é, as PRIMÁRIAS MÉDIAS, características, aliás,
de todas as flexões médio-passivas do Subj., excetuado o aor. pass. (desinências ativas);
- Na 2- p. s., como se verificou no pres. mp. Ind., a sibilante desinencial, posta entre vogais, cai, fundindo-se, por isso, as vogais contíguas (t) + at), resultando o ditongo impróprio tj.
- Graficamente: nr} + c a i -♦ ti + a i -► T|.
d. Similaridade- Do exposto, vê-se que o pres. mp. Subj. é estrutural
12.9 - Presente Médio-Passivo do Subjuntivo
391
mente similar ao pres. mp. Ind., mesma a raiz e mesmas as desinências, diferente apenas a vogal de ligação (longa no Subj., breve no Ind.). De igual modo, acentuação e variação (na 2- p. s.) são as mesmas nas duas flexões.
3. Flexão
a. Formas
- A flexão do pres. mp. Subj. de moreuto - c r e r tema do presente moreu, é:
RAIZ VL DESINÊNCIAS1 - p. s. morev to |JUXl2- p. s. moreu 'n om — moreu—rj3§ p. s. moreu TI Tai
2- p. d. moreu 'n (T0OV
3- p. d. moreu ti CT0OV
1 - p. pl. moreu to |xe0à2- p. pl. moreu 'n tr0e3- p. pl. moreú to vTai
b. Observações- O tema, moreu, se não altera, sempre o mesmo em to
das as formas;- Diferem estas formas das paralelas do pres. at. Subj. so
mente em relação às desinências e das inflexões do pres. mp. Ind. apenas quanto à quantidade da vogal de ligação;
- A forma atual, reduzida, da 2- p. s. (moreuri) coincide com a 35 p. s. do pres. at. Subj. e com a 2- p. s. do pres. mp. Ind. alternativa;
- No dual, como em todas as flexões em que se empregam desinências primárias, têm a mesma forma as duas inflexões, desinência similar (ctGov);
392
- Três das desinências, crBov (2- p. d.), jxeGà (1 - p. pl.) e aOe (2- p. pl.) são idênticas às do impf. mp. Ind., de sorte que nessas pessoas não diferem desinencialmente os tempos primários e os secundários;
- Como se observou em relação ao pres. mp. Ind., as mesmas formas podem ser médias ou passivas também neste pres. Subj., do contexto estabelecendo-se a distinção;
- Da matriz (pres. at. Ind.) têm estas formas a raiz e as vogais de ligação (embora longas nesta flexão, breves naquela);
4. Acentuação- Tempo de modo finito, recebe o pres. mp. Subj. acentuação
recessiva, a cair o mais longe possível da última;- Desinências todas breves, posta-se o acento na antepenúlti
ma, exceto na 2- p. s. atual (morevr]) em que o final, contrato, se tornou longo, por isso acentuada a forma na penúltima;
-Agudo em todas as inflexões, está sobre a sílaba final do tema, no ditongo ev, menos na 1§ p. pl., cuja desinência, jxeOdt, dissilábica, retrai o acento para sobre a vogal de ligação to (antepenúltima da inflexão).
5. Relação- Uma vez que diferem as formas do pres. mp. Subj. das cor
respondentes do pres, at. Subj. originais, apenas em matéria desi- nencial, conhecida a flexão básica da voz ativa, obtêm-se as equivalentes médio-passivas com apenas-substituir-se a desinência daquela voz pela paralela desta;
- Por outro lado, a diferença estrutural entre as formas deste pres. mp. Subj. e as inflexões do pres. mp. Ind. reside apenas na quantidade da vogal de ligação, longa no Subj., breve no Ind. Portanto, conhecidas as formas originais do Ind., conseguem-se as equivalentes do Subj. com simplesmente alongar-se a vogal de ligação, mesmas a raiz e as desinências, a acentuação e a alteração da 2- p. s.
393
- Tem o pres. mp. Subj. o mesmo sentido geral do pres. at. Subj., contudo, em função de vozes diferentes, e ênfases distintas;
- Presente que é, a Aktionsart é extensa, durativa, continuati- va, linear, momentânea (a eventuação), costumeira (a continuidade) ou progressiva (o andamento ou processo);
- Na voz média, o sujeito pratica a ação sobre si mesmo (reflexa) ou sobre algo com que estreitamente se relaciona (indireta), a ênfase posta no sujeito e seu interesse, vantagem ou envolvimento na ação;
- Na voz passiva, recebe o sujeito a ação, caindo a ênfase sobre o evento em sua expressão resultacional, a ação vista como resultante ou produto final;
- Subjuntivo, inexiste nas formas noção temporal expressa ou definida, de sorte que não se referem necessariamente à atualidade, podendo designar ação presente, pretérita ou futura, dado que se aufere do contexto;
- Ademais, subalterno que é o Subjuntivo, a ação se não expressa em moldes incisivos ou categóricos (próprios do Ind.), masem teor potencial, dependente, relativo;
i
- Não têm as formas subjuntivas tradução específica, definida, característica, dependendo do tipo de cláusula em que apareçam o sentido a atribuir-se-lhes;
- Assumirão, na voz média, a expressão ativa, já que ao português falece essa voz, subentendido sempre o colorido particular da forma, enquanto, na voz passiva, traduzir-se-ão pela expressão normativa desta voz;
- Em síntese, é o pres. mp. Subj.:- tempo de ação linear (presente),- praticada pelo sujeito (voz média) sobre si mesmo ou sobre
algo com que se relaciona intimamente, ou,- recebida pelo sujeito (voz passiva),- sem explícita noção de tempo (Subjuntivo),
6 . Sentido e tradução
394
- expressa em teor potencial (Subjuntivo),- momentânea, costumeira ou progressiva (presente),- ressaltado o sujeito e seu envolvimento (voz média), ou,- a ação como resultante ou produto (voz passiva).
7. Aplicação paradigmática
- A base deste paradigma se conjuga o pres. mp. Subj. dos demais verbos em ío, requerendo-se apenas a substituição da raiz moTeu pela equivalente do verbo a flexionar-se, conforme se exibe na primeira das partes principais;
- Vogal de ligação (-rj, w), desinências (primárias médias), alteração (2- p. s.) e acentuação (recessiva) são as mesmas em todos.
12.10 - Presente Ativo do Optativo
1. Estrutura- Compõem-se as formas deste pres. at. Opt. dos seguintes
elementos estruturantes em seqüência regular:RAIZ + VOGAL DE LIGAÇÃO + INFIXO MODAL + DESI
NÊNCIA
2. Formação
a. Raiz- Integrante do sistema do presente, a raiz é no pres. at.
Opt. a mesma da matriz (pres. at. Ind.), como das demais flexões até aqui estudadas (pres. mp. Ind., pres. at. e mp. Subj.);
- Como em todos os tempos do sistema, permanece invariável esta raiz em todas as formas da flexão;
b. Vogal de ligação
- Embora não a preceder a fx ou v, é a vogal de ligação neste pres. at. Opt., como em todas as flexões em que ocorre esta vogal neste modo (pres. at. e mp., fut. at., méd. e pass., 2- aor. at. e méd., perf. at., fut. pf. mp.) a breve o;
395
c. Infixo modal
- 0 infixo modal, elemento característico do Optativo, é a vogal breve í (na 3- p. pl. dos tempos ativos extensificada em ic);
- Contrai-se esta vogal infixal com a vogal de ligação o, resultando o ditongo oi, sinal distintivo das formas deste modo em que há vogal de ligação;
- Poder-se-á dizer que se distingue o Indicativo pela vogal de ligação breve (e, o), em geral; o Subjuntivo pela vogal de ligação longa {'rj, to); o Optativo pelo infixo í, que se contrai com a vogal prévia (ót, e, o), produzindo os ditongos a i, ei, oi;
d. Desinências
(1) Natureza
- No Ind. têm os tempos primários (pres., fut., perf. e fut. pf.) as chamadas DESINÊNCIAS PRIMÁRIAS; têm os tempos secundários (impf., aor. e mqpf.) as DESINÊNCIAS SECUNDÁRIAS;
- No Subj. somente DESINÊNCIAS PRIMÁRIAS se empregam;
- No Opt., ao contrário do Subj., não ocorrem senão DESINÊNCIAS SECUNDÁRIAS;
- Logo, as desinências neste pres. at. Opt. serão as S E CUNDÁRIAS ATIVAS, próprias desta voz;
(2) Particularidades- São de observar-se as seguintes particularidades:1§ Na 1- p. s. a desinência normativa v cede lugar à pri
mitiva |xí;2- Na 3- p. s. cai a desinência t , já que lingual não pode
ser letra final de forma, como se viu já na flexão do impf. at. Ind. (que, entretanto, pode receber o nü móvel);
3- N.o dual divergem quanto à vogal as desinências, em
396
bora se trate de flexão do presente; e4- Na 3- p. pl. emprega-se (como no impf. at. Ind.) a de
sinência v, não a alternativa v à v (própria do aor. pass. Ind., do mqpf. at. ind. e, ainda, nos verbos em jxt, do impf. e aor. ativos); e
5- A desinência v da 3- p. pl. forma sílaba com a vogal e, extensificante, do infixo modal;
(3) Tabela- Isto posto, a tabela final de desinências aplicáveis ao
pres. e demais tempos ativos do Opt. é a seguinte:
15 p.2a- p. 3a- p.
SINGULAR DUAL|XL —
<5 TOV
(t ) TT|V
PLURAL|xevT €
V
3. Flexão
a. Formas- De mcrréuü) - crer raiz do presente moreu, as formas
deste pres. at. Opt. serão:
RAIZ VL IM DESINÊNCIA1 - p. s. morev 0 1 |XL
2a- p. s. TTUTTei) 0 1 ç3a- p. s. TTMXT€Tl> 0 1 (t )
2a- p. d. TruTTeiJ 0 1 TOV
3 p. d. moreu 0rl TT|V
1 - p. pl. TTUXTeU 0 l (xev
2- p. pl. moreu 0 l T6
3- p. pl. TTWTTeiJ 0 16 V
397
b. Observações
- Quanto à desinenciação, diferem estas formas do pres. at. Opt. das correspondentes do impf. at. Ind. apenas na 1§ p. s., por isso que naquele a desinência é jxí, neste v;
- Não coincidem em forma nesta flexão a 1- p. s. e a 3- p. pl., diferentes as desinências, em contraste com o que se dá no impf. at. Ind.;
- Na 3§ p. s. cai o t final, lingual que é, e o ditongo final 01 , ao contrário do que se observou na 2- declinação, é mantido longo;
- No dual diferem as formas, em que na 2- p. é breve a vogal desinencial (o), na 3- p. é longa (i));
- As desinências são secundárias, embora se trate de flexão do presente, característica das formas do Optativo; todavia, três coincidem com as primárias paralelas (tov da 2- p. d., |xev, da 1- p. pl. e Te da 2- p. pl.);
- A vogal de ligação é o, embora não a preceder a |x ou v, e se funde com o 1 do infixo modal, formando o ditongo ot, distintivo das flexões optativas providas de vogal de ligação;
- A raiz, mcrreu, própria de todo o sistema do presente, mantém-se inalterada, a mesma em todas as formas.
4. Acentuação
- Tempo de modo finito que é o pres. at. Opt., tem acentuação recessiva, a distar o acento o mais possível da última;
- Três das formas (2- e 3- p. s. e 3- p. d.) têm final longo, pelo que se põe o acento na penúltima, paroxítonas, pois;
- As cinco restantes (1- p. s., 2- p. d. e as três do plural) têm final breve, caindo-lhes, portanto, o acento na antepenúltima, proparoxítonas;
- Agudo é em todas as inflexões, posto na sílaba final do tema, sobre o ditongo ev, sempre, menos na 3- p. d., em que a desinência longa rr}v o arrasta para sobre o ditongo 01 da penúltima.
398
5. Relação- Da matriz, pres. at. Ind., tem o pres. at. Opt. a raiz e a vogal
de ligação, se bem que na forma o, não a preceder a |a o u v ;- Do impí. at. Ind. tem as desinências, exceção feita da 1- p. s.,
em que é |xt, não v; e- Elemento específico do Opt., contudo, é o infixo modal i,
que ocorre em todas as formas associado em ditongo à vogal de li
gação o;- Portanto, à base da 1- p. s. do pres. at. Ind. pode obter-se
a flexão toda deste pres. at. Opt. com simplesmente acrescentarem- se à raiz seguida da vogal de ligação o o infixo modal i (na 3- p. pl. le), mais as desinências secundárias ativas como se apresentam no impf. at. Ind. (menos na 1 - p. s. em que se tem jxt em vez de v).
6. Sentido e tradução- Como os demais integrantes do sistema, é o pres. at. Opt.
tempo de Aktionsart durativa, continuativa, extensa, linear, a ação vista como eventuação momentânea„ fato costumeiro ou processo
em andamento (ação progressiva);- Voz ativa, o sujeito pratica a ação, a ênfase a incidir sobre
o fato como tal, em distinção de outros eventos;- Optativo, modo subalterno, dependente, relativo, extreme,
ademais, de explícita conotação temporal, aspectos em que é semelhante ao Subjuntivo, não expressam estas formas a ação em tom categórico e absoluto, como no Indicativo, nem situam o evento explicitamente na atualidade. Do contexto se infere o quando se dá o fato, que pode, assim, ser passado, presente ou futuro;
- O Optativo apresenta a expressão em moldes hipotéticos, condicionais, possíveis, em distinção do Subjuntivo que a exprime em moldes potenciais, como provável;
- Como se observou em relação às inflexões do Subjuntivo, acentuar-se-á que, de igual modo, não têm tradução específica, definida, estereotipada, as formas do Optativo, em qualquer de seus tempos. Determina a tradução o tipo de cláusula em que ocorra a forma;
399
- 0 futuro do pretérito é o tempo que, de modo geral, mais se aproxima do sentido e expressão do pres. at. Opt.;
- Em síntese, dir-se-á que é o pres. at. Opt.:- tempo de ação linear (presente),- praticada pelo sujeito (voz ativa),- sem precisa noção de tempo (Optativo),- expressa em moldes hipotéticos ou condicionais (Optativo),- momentânea, costumeira ou progressiva (presente),- ressaltada a eventuação (voz ativa),- a tradução determinada pela natureza da cláusula (Optativo).
7. Aplicação paradigmática
- Conjuga-se o pres. at. Opt. dos demais verbos em co segundo o exato padrão desta flexão paradigmática, necessário sendo apenas substituir-se a raiz do presente, ttutt€u, pela correspondente do verbo a conjugar-se, conforme se mostra na primeira das partes principais;
- Vogal de ligação (o), infixo modal (í, na 3- p. pl. te) e desinências (secundárias ativas, |xí em vez de v na 1 - p. s.), bem como a acentuação, em todos os mesmos, não variam, comuns a todos.
12.11 - Presente Médio-Passivo do Optativo
1. Estrutura
- Tem o pres. mp. Opt. a mesma estrutura geral do pres. at Opt., isto é, compõem-se-lhe as formas de:
RAIZ + VOGAL DE LIGAÇÃO + INFIXO MODAL + DESINÊNCIA
2. Formação
a. Raiz
- Como nos demais tempos do sistema, a raiz neste pres. mp. Opt. é a mesma da matriz, pres. at. Ind., de que se deriva;
400
- Destarte, é a raiz nesta flexão a mesma da forma ativa, pres. at. Opt.;
- A raiz permanece inalterada, a mesma sempre, através de
toda a flexão;
b. Vogal de ligação- A vogal de ligação, a mesma do pres. at. Opt., é em todas
as formas o, embora não a preceder a |x ou v, diferentemente do
que se observou no Ind.;
c. Infixo Modal- Elemento característico do Optativo, o infixo modal é, em
todas as formas, a vogal breve í;- Funde-se esta vogal infixal com a vogal de ligação o, re
sultando o ditongo oi, distintivo dos tempos do Optativo em que há vogal de ligação (pres. e fut. nas três vozes, o 2° aor. nas vozes ativa e média, o perf. at. e o fut. pf. mp.);
d. Desinências
(1) Natureza- Como em todos os tempos médios e passivos do Op
tativo, excetuados o aor. pass. e o perf. mp., tem este pres. mp. Opt. as chamadas DESINÊNCIAS SECUNDÁRIAS MÉDIAS, tais quais se exibem no impf. mp. Ind.;
(2) Particularidades- Na 2- p. s., fato característico desta pessoa em todas as
flexões em que se usam desinências médias, exceção feita do perf. e mqpf. Ind., cai o <; desinencial, posto entre vogais, não se registrando, porém, contração do ditongo ot e vogal desinencial o.
- G raficamente: o—i—ao o—i—o;- No dual, embora se trate do presente, uma vez que são
secundárias as desinências, diferem as formas flexionais no tocante
401
desínencial, breve, o, na p., longa, tt|, na 3- p.
3. Flexão
a. Formas
- De moreuco - crer raiz no sistema do presente moreu, as formas do pres. mp. Opt. são:
RAIZ VL IM DESINÊNCIAS1 a p. S. TTUTT€U o
✓i p,T]V
2§ p. s. moreu o i (cr)o3? p. s. moreu 0 i TO
2- p. d. TTioreO o i CT0OV
3a- p. d. moreu 0/i aÔ-qv
1§ p. pl. -moreu o/i |xe0á
2- p. pl. moreu o i cr0e3a- p. pl. moreu 0 i VTO
b. Observações- A 2- p. s., originalmente moreiíouxo, mercê da queda da
sibilante desinencial, é, na forma atual, moreúoio;- Desinencialmente, são estas formas de todo paralelas às
equivalentes do impf. mp. Ind., exceto em que na 2- p. s. não se contrai a vogal terminal com o ditongo que a antecede;
- Em todas as formas uma é a vogal de ligação, o, que, aliás, se contrai com o infixo modal í, formando o ditongo ot, característico desta flexão do Optativo e das demais em que se aplica vogal de ligação neste modo;
- Embora flexão do presente, como é próprio do Optativo, as desinências são secundárias, não primárias (próprias do Ind. e do Subj.), pelo que, ademais, diferem em forma as inflexões do dual;
- A 2- p. d. e a 1- e 2- p. pl. têm desinências similares às
402
dos demais tempos médios, primários ou secundários. Logo, todas as flexões médio-passivas, nestas três pessoas, terminarão sempre de modo paralelo;
- Da matriz, pres. at. Ind., têm estas formas a raiz (morev) e a vogal de ligação (o), invariáveis, as mesmas em todas as inflexões.
4. Acentuação- Modo finito que é o Optativo, tem esta flexão do pres. mp.
Opt. acentuaçãp recessiva, a distanciar-se da última quanto o permitem as leis da prosódia;
- Na 1 - p. s. e na 3- p. d., desinências longas, respectivamente, ix^v e a0T]v, posta-se o acento na penúltima, nas demais formas, desinências breves, recede até a antepenúltima;
- É agudo em todas as inflexões, a cair no ditongo oi na 1 - p. s., na 3- p. d. e na 19 p. pl. (nesta, porque a desinência, embora breve, é dissilábica); no ditongo ev nas demais (2- e 3- p. s., 2- p. d., 2- e 3- p. pl.).
5. Relação- Da matriz (pres. at. Ind.) têm estas formas a raiz (moreu).
Logo, para formarem-se estas inftexões, à base da matriz, bastará tomar-se a raiz e acrescentar-se-lhe a seqüência formada da vogal de ligação o, o infixo modal í e a desinência secundária média;
- Difere esta flexão da correspondente do pres. at. Opt. apenas no que tange às desinências, mesmos a raiz (moreu), a vogal de ligação (o) e o infixo modal (í). Logo, conhecidas as formas do pres. at. Opt., obtêm-se as equivalentes do pres. mp. Opt. substituindo- se a desinência ativa pela médio-passiva correspondente, ajustada a acentuação e o infixo modal da 3- p. pl. ativa;
- À base das formas ativas, de modo similar, obtêm-se as inflexões médio-passivas paralelas em todos os tempos, menos o perf. e o mqpf., além do fut. pf., que não ocorre em forma ativa.
403
- Tem o pres. mp. Opt. o mesmo sentido geral do pres. at. Opt., exceto no que respeita à voz e ênfase correspondente;
- Presente, a Aktionsart é extensiva, continuativa, durativa, linear, a expressar a eventuação específica (ação momentânea), o fato em sua repetitividade (ação costumeira) ou o processo em seu andamento (ação progressiva);
- Na voz média, expressam as formas ação praticada pelo sujeito a operar sobre si próprio (reflexa) ou sobre algo que lhe é de vantagem, interesse ou relação (indireta), a ênfase a cair sobre o sujeito e seu envolvimento na ação;
- Na voz passiva, sofre o sujeito a ação, posta a ênfase na eventuação como resultante ou produto final;
- Flexão do Optativo, a ação é expressa em termos hipotéticos, relativos, condicionais, como possível, não categórica e definida como no Indicativo, nem potencial e provável como no Subjuntivo;
- Como no Subjuntivo, extreme é esta flexão, Optativa, de qualquer conotação temporal explícita, não se referindo, pois, a evento dado como de necessidade atual ou presente. Do contexto se infere quando se dá o fato, pretérito, contemporâneo ou pervin- douro;
- A maneira das formas do Subjuntivo, não têm estas inflexões do pres. mp. Opt. tradução própria, direta, explícita, estereotipada, ditada que o é sempre pela modalidade de cláusula em que ocorre a forma. Quando em função da voz média, traduzem-se pela ativa (porque não há voz média no português), subentendido o sentido específico da voz; quando em função da voz passiva, a tradução é a regular desta voz;
- O futuro do pretérito é, em termos gerais, o tempo que mais se lhe aproxima em sentido e expressão;
- Em síntese, diremos que é o pres. mp. Opt.:- tempo de ação linear (presente),- praticada pelo sujeito sobre si mesmo ou sobre algo com
6 . Sentido e tradução
404
que de perto se relaciona (voz média), ou,- dele recebida (voz passiva),- sem precisa conotação temporal (Optativo),- expressa em moldes hipotéticos ou condicionais (Optativo),- momentânea, costumeira ou progressiva (presente),- ressaltado o sujeito e seu envolvimento (voz média), ou,- salientada a eventuação resultacional (voz passiva),- a tradução determinada pela modalidade clausular (Optati
vo).
7 .Aplicação paradigmática- Em termos desta flexão paradigmática se conjuga o pres.
mp. Opt. dos demais verbos em a>, bastando apenas substituir-se a raiz morev pela equivalente do verbo a flexionar-se, conforme se encontra na primeira das partes principais;
- Vogal de ligação (o), infixo modal (t), desinências (secundárias médias), acentuação (recessiva) e alteração da 2- p. s. são os mesmos em todos.
12.12 - Presente Ativo do Imperativo
1. Estrutura- Constituem-se as formas do pres. at. Imper. de:RAIZ + VOGAL DE LIGAÇÁO + DESINÊNCIA
2. Formação
a. Raiz
- Tem o pres. at. Imper. a mesma raiz do pres. at. Ind., matriz do sistema do presente, a ocorrer em todas as flexões que o integram;
- Esta raiz é constante, invariável, a mesma em todas as inflexões;
405
b. Vogal de ligação
- A vogal de ligação neste pres. at. Imper. é a mesma do pres. e impf. Ind., isto é:
o ante desinências iniciadas por |x ou v, e ante outras (nesta flexão iniciadas por s ou t );- Portanto, Ind. e Imper. têm as mesmas vogais de ligação;
c. Desinências
(1) Natureza- Embora modo finito, não exibe o Imperativo as desi
nências, primárias ou secundárias, normativas do Ind., Subj. e Opt.;- Têm, pois, as flexões imperativas desinências próprias
deste modo, quer para a voz ativa, quer para a médio-passiva;- Ocorrem neste pres. at. Imper. as chamadas DESI
NÊNCIAS IMPERATIVAS ATIVAS, como as primárias e secundárias consideradas, formas parceíares ou evoluídas dos pronomes pessoais correspondentes;
(2) Quadro- A tabela geral das desinências imperativas ativas é a
seguinte:
SINGULAR DUAL PLURAL2- p. 01 TOV T€3- p. TO) TCOV VTCOV OU TCOCTOCV
(3) Aplicação- Prestam-se estas desinências à flexão das formas im
perativas ativas (e do aor. pass. Imper. também), tanto de verbos em co quanto de verbos em |xi;
406
(4) Particularidades- Não ocorre no Imperativo, de modo explícito, a 1! p.,
expressando-se-lhe a correspondente função pelo Coortativo, uso especial do Subj. restrito a essa pessoa;
- A desinência da 2- p. s., 0í, provável forma de cunho adverbial de origem, cai em todas as flexões, exceto no aor. pass. imper.;
- As desinências do dual, de modo similar ao que se observou em relação às secundárias, diferem entre si no tocante à vogal, breve na 2- p., o, longa na 3-, co;
- Duas destas desinências (to v , da 2- p. d., e T € , da 2- p. pl.) coincidem em forma, seja com as primárias equivalentes, seja com as secundárias correspondentes da voz ativa. Logo, em todas as flexões finitas ativas terão estas duas pessoas sempre a mesma desinência, paralelamente;
- Na 3- p. pl. aparecem duas desinências: vtcov , própria das flexões clássicas, mormente do ático, alheia, por isso, ao Novo Testamento, e T w a à v (composta da desinência tco da 3- p. s., mais a secundária aàv), que, embora do período antigo, prevaleceu no helenístico, vale dizer no coiné, desde o terceiro século antes de Cristo, a forma que se encontra nos escritos néo-testamentários.
3. Flexão
a. Formas- De TTiCTTevco - crer -, raiz do presente moreu, as formas
deste pres. at. Imper. são:
407
RAIZ VL DES.2- p . s. mcrTev e — - crê tu3? p . s. TTMTTei)
/e TO) - creia ele, ela
2a- p . d . mcrrev e TOV - crede vós (dois, duas)3a- p . d . mcrTev
✓e TCOV - creiam eles (dois), elas (duas)
2- p . p l. iriaTÊV e Te - crede vós3- p . p l. mCTT€V *
0 VTÍOV - creiam eles, elasou
TTcorev e T to c rav
b. Observações
- A raiz, mcrrev, permanece constante, a mesma através de toda a flexão, em todas as formas, invariável;
- A 2- p. s. deveria ser maTeú — e — 0Í, aduzida a desinência. Todavia, omite-se este elemento, de sorte que a inflexão atual, moreve, termina pela vogal de ligação e, sem desinência explícita, que, aliás, não mais influi na acentuação da forma;
- Embora flexão do presente, diferem na quantidade da vogal desinencial as formas do dual, breve na 2- p. (more-tf — e — tov), longa na 3§ (morev — e — tíov);
- Têm a exata forma das paralelas do pres. at. Ind. a 2- p. d. (mcrTev — e — tov) e a 2- p. pl. (TrujTev — e — Te), o que requer particular atenção na tradução de textos;
- Na 3- p. pl. há duas formas: mcrTev — ó — vtcúv, própria do clássico, morev — e — Toxrav, distintiva do coiné, esta a normativa do Novo Testamento;
- Estruturas paralelas, diferem estas formas das correspondentes do pres. at. Ind. apenas em matéria de desinências e alterações finais, mesmas a raiz, a vogal de ligação e a acentuação básica;
- A forma mcrrev — ó — vtíov da 3- p. pl. coincide inteiramente, morfológica e prosodicamente, com a inflexão do gen. pl. do pres. at. ptc., de que importa distinguir cuidadosamente na tra
408
dução.
4. Acentuação- Modo finito, que o é o Imperativo, são estas inflexões todas
acentuadas recessivamente, distanciando-se-lhes, pois, o acento o mais possível da última;
- Na 3- p. s., na 3- p. d. e na 3- p. pl. clássica, desinências longas, posta-se o acento, necessariamente, na penúltima, formas paroxítonas, portanto;
- Nas demais inflexões (2- p. s.; 2- p. d.; 2- p. pl. e 3§ p. pl. coiné), finais breves, recede o acento até a antepenúltima, formas proparoxítonas; e
- Agudo é o acento em todas as formas, a cair na sílaba ttl na2- p. s. (antepenúltima), no ditongo ev na 2- p. d. e na 2- p. pl. (antepenúltima) e na vogal de ligação (e/o) na 3- p. s.; 3- p. d. e 3- p. pl. ática (penúltima breve) e 3- p. pl. coiné (antepenúltima).
5. Relação- Da matriz (pres. at. Ind.), em sua forma primitiva, têm estas
inflexões do pres. at. Imper. a raiz e a vogal de ligação, diferentes apenas as desinências, que, entretanto, na 2- p. d. e 2- p. pl. são também as mesmas em ambos os tempos;
- Logo, à base das formas originais do pres. at. Ind., obtêm-se estas inflexões imperativas com simplesmente substituírem-se as desinências primárias ativas pelas imperativas correspondentes, ajustada a acentuação onde de mister.
6. Sentido e tradução- Presente, aAktionsart é continuativa, extensa, durativa, linear,
ação vista em função do fato (momentânea), de sua repetitividade (costumeira) ou do processo de atualização (progressiva);
- Voz ativa, o sujeito pratica a ação, ressaltado o evento em contraposição ao envolvimento do sujeito ou a resultatividade da
eventuação;
409
- Flexão do Imperativo, a ação se expressa em moldes jussi- vos ou injuncionais, na forma de ordem, preceito ou determinação;
- Como o Subjuntivo e o Optativo, não tem o Imperativo explícita noção temporal, ressaltado apenas o como, não o quando se processa o fato, estado ou ação. Logo, o pres. at. Imper. não se refere, necessariamente, a eventuação atual, presente, contemporânea, do contexto inferindo-se a projeção temporal, embora, de natureza, não deva ser pretérita, o mais das vezes futuritiva;
- Traduzem-se estas inflexões, regularmente, pelas correspondentes do nosso presente do Imperativo, subentendida sempre a conotação linear da Aktionsart;
- Em síntese, é o pres. at. Imper.:- tempo de ação linear (presente),-praticada pelo sujeito (voz ativa),- sem precisa noção temporal (Imperativo),- ressaltado o fato ou evento (voz ativa),- expressa em moldes injuncionais (Imperativo),- momentânea, repetida ou progressiva (linear),-traduzida em função do nosso presente do Imperativo;- Traduz-se, portanto, mo-Teve por:- crê tu (ação momentânea: o fato distintivo), ou,- crê tu (ação costumeira: o fato repetitivo = costumam crer), e- está crendo (ação progressiva: o fato em seu processo ou
andamento).
7. Aplicação paradigmática- Nas linhas deste paradigma de TrurTcuco conjuga-se o pres.
at. Imper. dos outros verbos em co, fazendo-se necessária apenas a substituição da raiz moreu pela correspondente do verbo a flexio- nar-se, conforme vista na primeira das partes principais;
- Vogal de ligação (e, o), desinenciação (imperativa ativa), acentuação (recessiva) e alteração (2- p. s.: queda do 0il desinencial) são em todos as mesmas;
- Quando dissilábica a forma da 2- p. s., naturalmente, acen
410
tuar-se-lhe-á a penúltima, que terá agudo, se breve; circunflexo, se longa (a última sempre breve, finalizada que é pela vogal de ligação
e).
12.13 - Presente Médio-Passivo do Imperativo
1. Estrutura- Estrutura paralela à do pres. at. Imper. (e, também, do pres.
at. e mp. Ind., de que difere apenas em matéria desinencial), constam as formas deste pres. mp. Imper. de:
RAIZ + VOGAL DE LIGAÇÃO + DESINÊNCIA
2. Formação
a. Raiz- A raiz, nesta flexão, é, como em todos os integrantes do
sistema do presente, a da matriz (pres. at. Ind.), a mesma, aliás, das formas ativas do Imperativo neste tempo;
- Esta raiz permanece constante, invariada, a mesma em todas as inflexões;
b. Vogal de ligação
- Têm as formas imperativas que a incluem na estrutura a mesma vogal de ligação encontrada nas flexões do Indicativo. Em outras palavras, a vogal de ligação é a mesma, e em moldes paralelos, em ambos os modos, o Ind. e o Imper.;
- Têm, pois, as formas deste pres. mp. Imper. a mesma vogal de ligação da matriz do sistema (pres. at. Ind.), sempre e, porquanto precede a desinências iniciadas por ç, em nenhum caso por (x ou v (que requereriam o);
411
c. Desinências
(1) Natureza- Como na voz ativa, têm as formas deste pres. mp. Im
pe r. não as desinências, primárias ou secundárias, típicas dos demais modos finitos (Ind., Subj. e Opt.), mas, ao contrário, desinências próprias do Imper. nesta voz;
- Ocorrem, pois, neste pres. mp. Imper. as chamadas DESINÊNCIAS IMPERATIVAS MÉDIAS, que se aplicam, de igual maneira, às três flexões médias deste modo (pres., aor. e perf.), como todas as desinências, expressão fragmentária dos pronomes pessoais correspondentes;
(2) Quadro- A tabela geral de desinências imperativas médias é:
SINGULAR DUAL PLURAL2- p. ao ct0ov a0e3- p. ct8cú a0(ov a0cov ou a0axrav
(3) Aplicação
- Aplicam-se estas desinências à flexão das formas imperativas médias e passivas, excetuado o aor. pass., que as tem ativas, tanto dos verbos em <o quanto dos verbos em |xt;
(4) Particularidades- Na 2- p. s. a sibilante desinencial, como se registrou
em todos os tempos médio-passivos até aqui flexionados (pres. Ind., pres. Subj., pres. Opt. e impf. Ind.), posta entre vogais cai, determinando nesta forma a fusão das vogais e (de ligação) e ômicron (desinencial), contíguas, resultando o ditongo ov;
- Graficamente: e + ao -► e + o -►ov;- Esta desinência imperativa média, ao, é similar à da 2-
412
p. s. dos tempos secundários médios, como se viu no impf. mp. Ind. e se verá no 19 aor. e perf. méd. e nas flexões médias do Optativo;
- A desinência (70g>, da 3- p. s., difere da correspondente dual e plural clássica somente em que têm estas a nasal v terminal (aOwv) e da 3- p. pl. coiné, em que a esta se aduz o final cr&v (crOoxráv);
- No dual, como na voz ativa e nos tempos secundários, diferem as desinências no tocante à vogal, breve (o) na 2- p., longa (to) na 3-;
- As desinências ctGo v (2- p. d.) ecrôe (2- p. pl.) coincidem inteiramente com as equivalentes primárias ou secundárias médias, de sorte que nessas duas pessoas terminam todas as flexões pelo mesmo final;
- 3ã p. d. e 3- p. pl. ática são, também, iguais em forma;- Como na voz ativa, duas são as desinências da 3- p. pl.:
<x 0 ü>v , de cunho clássico, especialmente ático, e aOoxrav, de feição
mais ao talante do coiné, em que prevaleceu, sendo a forma que se encontra nos escritos néo-testamentários;
3. Flexão
a. Formas- A flexão do pres. mp. Imper. de maTevc)- cre r- , raiz do
presente morev, é:
413
RAIZ VL DESINÊNCIA2- p. s. [mcrTev3- p. s. maTev
ێ
ao] TriCTTev/ov - crê tu; sê tu crido(a) ct0cd - creia ele, eia; seja crido(a)
2- p. d. TTlCTTelj
3- p. d. TTWTTeV
e
e
ctBov - crede vós (dois, duas);sede vós (dois) cridos; sede vós (duas) cridas
or0cov - creiam eles (dois), elas(duas); sejam eles (dois) cridos, sejam elas (duas) cridas
2- p. pl. m orei)
3- p. pl. TTUTTeV
TTUTTeV
e
/eou
4.
ct0€ - crede vós; sede vós cri-dos(as)
ct0cdv - creiam eles, elas; sejameles cridos, sejam elas
crOcocrav cridas
b. Observações
- Como nas demais flexões até aqui examinadas e nas res
tantes deste sistema, a raiz, m orev, permanece constante, inalterada, a mesma sempre, em todas as formas;
- Na 2- p. s. o <; desinencial, posto entre vogais, cai, contraindo-se, a seguir, as vogais e, de ligação, e o, terminal, resultando o ditongo ov (como no impf. mp. Ind.).
- Graficamente: e + cto -► e + o —*• ov;- Logo, a forma atual será m orev — ov em lugar da primi
tiva ttutt€v — e — cto;- A 2- p. s., tanto na forma original (m arev — e — cto),
como na atual (mcrTev — ov), difere da correspondente do impf. mp. Ind. apenas em que lhe falta o aumento, próprio dos tempos secundários do Indicativo. Raiz, vogal de ligação, desinência, acentuação e alteração são as mesmas em ambas as inflexões;
- Embora não flexão de cunho secundário, diferem entre si
414
as duas inflexões do dual na quantidade da vogal da desinência, na 2- p. s., moreu — e — crGov, breve, o, na 3- p., moreu — e — crGcov, longa, ío;
- Coincidem em forma a 3- p. d. e a 3- p. pl. ática, ambas moreu — é — a0cov, a diferir, por seu turno, da 3- p. s., moreu — e — cr0(o, apenas em que a esta falece o v final;
- Duas destas inflexões, a 2- p. d., morei) — e — a0ov, e a2- p. pl., moreu — e — cr0e, são exatamente iguais em forma às equivalentes do pres. mp. Ind., de que importa distingui-las. O mesmo paralelismo verificou-se, nestas pessoas, na flexão ativa;
- Das formas alternativas da 3§ p. pl., moreu — e — ct0cov é a dominante no clássico, moreu — e — a0coaáv é a que prevaleceu no coiné, daí, normativa em o Novo Testamento;
- Da matriz, pres. at. Ind., e, de igual modo, do pres. mp. Ind. e do pres. at. Imper. têm estas formas a raiz e a vogal de ligação, diferindo somente quanto à desinenciação. Acentuação e alterações de formas, naturalmente, obedecem aos padrões específicos, não os mesmos em todas.
4. Acentuação- O imperativo é, como o Indicativo, o Subjuntivo e o Optati
vo, modo finito, pelo que têm seus tempos acentuação recessiva, a incidir o mais longe possível da última;
- Na 2- p. s. original, na 2- p. d., na 2- p. pl. e na 3§ p. pl. coiné, uma vez que as desinências destas formas são todas breves, posta-se o acento na antepenúltima, inflexões proparoxítonas, portanto;
- Na 2- p. s. contrata, na 3- p. s., na 3- p. d. e na 39 p. pl. clássica, desinências longas, fica o acento na penúltima, formas paroxítonas, destarte;
- Agudo em todas as inflexões, está no ditongo eu na 2- p. s., original e atual, na 2- p. d. e na 2- p. pl., na vogal de ligação e na 3-p. s., na 3- p. d. e na 3- p. pl., ambas as formas.
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5. Relação
- Da matriz (pres. at. Ind.), em sua forma original, têm as inflexões deste pres. mp. Imper. a raiz e a vogal de ligação, diferentes, pois, apenas as desinências. Logo, à base das formas primitivas do pres. at. Ind., obtêm-se as equivalentes desta flexão imperativa com simplesmente substituírem-se as desinências primárias ativas pelas imperativas médias, ajustada a acentuação e feitas as alterações específicas;
- Idêntica relação prevalece entre as formas deste pres. mp. Imper. e as equivalentes do pres. mp. Ind. e pres. at. Imper., mesmas a raiz e a vogal de ligação, diferentes as desinências apenas. Portanto, conhecidas essas formas, para flexionarem-se as do pres. mp. Imper. requer-se a simples mudança de desinências, o ajuste da acentuação, onde necessário, e a alteração na 2- p. s. nos moldes específicos. E de lembrar-se que a 2- p. d. e a 2- p. pl. têm a mesma forma no pres. mp. Ind. e neste pres. mp. Imper.
6. Sentido e tradução
- Tem o pres. mp. Imper. o mesmo sentido geral do pres. at, Imper., exceto no tocante à expressão da voz e à ênfase próprias de flexão;
- Presente, é tempo de Aktionsart extensa, durativa, continua- tiva, Hneart ação vista em função da eventuacão (momentânea), de sua repetitividade (costumeira), do processo de atualização (progressiva);
- Voz média, a ação é praticada pelo sujeito sobre si próprio (reflexa) ou sobre algo com que se relaciona de modo especial (indireta), a ênfase a incidir sobre o sujeito e seu envolvimento na ação;
- Voz passiva, sofre o sujeito a ação, a ênfase posta no evento em sua expressão resultacional, o fatp visto como resultante ou produto;
- Tempo do Imperativo, reveste-se a expressão de teor injun- tivo ou jussivo, na forma de ordem, preceito, determinação, mandado;
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- Como no Subjuntivo e no Optativo, e também no Infinitivo, não há nas flexões do Imperativo explícita noção temporal, ressaltada simplesmente a qualidade da ação, sua Aktionsart. Daí, não assinala este pres. mp. Imper. ação necessariamente contemporânea ou atual. Do contexto se deduz o quando se processará o evento, de natureza, não pretérito, geraimente futuritivo;
- Traduzem-se estas formas, regularmente, pelas inflexões do nosso presente do Imperativo, subentendida a conotação linear da Aktionsart, eventual, costumeira ou progressiva. Inexistente a voz média em português, as inflexões se traduzem pelas ativas correspondentes, subentendidas a expressão e ênfases subjetivas da voz média, enquanto as formas passivas se traduzem pela expressão regular desta voz;
- Em síntese, é o pres. mp. Imper.:- tempo de ação linear (presente),- praticada pelo sujeito sobre si próprio ou sobre algo com
que de perto se relaciona (voz média), ou,- sofrida pelo sujeito (voz passiva),- sem explícita noção de tempo (Imperativo),- ressaltado o sujeito e seu envolvimento (voz média), ou, a
eventuação como resultante (voz passiva),- expressa em teor injuncional,- momentânea, costumeira ou progressiva (presente),- traduzível em termos do nosso presente do Imperativo, ativo
(voz média) ou passivo (voz passiva);- Daí, 'TruTTewu, na voz média, se traduz como:- crê tu (ação momentânea: o fato distintivo), ou,- crê tu (ação costumeira: o fato repeticional = costuma crer),
ou,- está crendo (ação progressiva: o fato como processo em an
damento);- Ou, na voz passiva:- sê tu crido(a) (o evento distintivo: ação momentânea); ou,- sê tu crido(a) (o fato repetido: ação costumeira = costuma ser
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crido(a); ou,
- está sendo tu crido(a) (o fato como processo em andamento: ação progressiva);
- Assim, as demais inflexões.
7. Aplicação paradigmática
- Nos termos desta flexão paradigmática de morevoo conju- ga-se o pres. mp. Imper. de outros verbos em to, requerendo-se apenas a substituição do tema mcrreu pelo correspondente do verbo a conjugar-se, visto sempre na primeira das partes principais;
- Vogal de ligação (e, o), desinências (imperativas médias), acentuação (recessiva) e alteração (2? p. s.: queda do ç e contração das vogais e + o em ov) são, em todos os verbos, as mesmas.
12.14 - Presente Ativo do Infinitivo
1. Estrutura
- Estrutura paralela à do pres. at. e mp. Ind. e pres. at. e mp. Imper., destas a divergir apenas desinencialmente, apresenta a forma do pres. at Inf. esta seqüência constitutiva:
RAIZ + VOGAL DE LIGAÇÃO + DESINÊNCIA
2. Formação
a. Raiz- A raiz é neste pres. at. Inf. a mesma do pres. at. Ind., ma
triz de que derivam este elemento as flexões todas que integram o sistema do presente;
b. Vogal de ligação- A vogal de ligação, nesta forma a preceder a e, é, como
no pres. e impf. at. e mp. Ind. e pres. at. e mp. Imper., bem como no pres. mp. Inf. e, ainda, no 2- aor. at. e méd. Ind., Imper. e Inf. e no fut. at. e méd. Ind. e Inf., quando não antes de |x ou v, a breve e;
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- Logo, esta vogal de ligação e serve, de igual modo, a formas dos tempos do Ind., do Imper. e do Inf. neste sistema e nos sistemas do 2- aoristo e do futuro;
c. Desinência
(1) Importância- Poder-se-á dizer que do Ind. o elemento caracterizante
por excelência é a raiz ou tema, associado à vogal de ligação; do Subj. é-o a vogal de ligação longa-, do Opt. o infixo í associado à vogal precedente; do Imper. e do Inf. são as terminações ou desinências específicas;
- Distingue-se, pois, qualquer forma infinitiva, essencialmente, pela desinência;
(2) Enumeração- Há, para a voz ativa, duas desinências específicas de
Inf., uma a servir a certas formas, a outra às demais. São elas: ev e vai, prováveis resquícios de final de formas dativas ou locativas primordiais;
- A desinência infinitiva típica das formas da voz média e da passiva (exceção feita do aor. pass. Inf.) é a0ai;
- Graficamente: ativas -► ev e voamédio-passiva -*■ cr0oa;
(3) Aplicação- A desinência ev aplica-se, de preferência, aos verbos
em to, aparecendo-lhes nas formas infinitivas ativas do pres., do fut.e do 29 aor., enquanto a terminação vai predomina absoluta nos verbos em |xi, a ocorrer-lhes nos infinitivos ativos do presente e do aoristo (29);
- Os infinitivos ativos do 1? aor. e do perf. também teriam sempre a desinência vai, naquele alterada, em conjunção como infixo, em om. O aor. pass. Inf., por seu turno, tem sempre a de-
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sinência vai, seja nos verbos em co, seja nos verbos em |xi;- Portanto, a desinência no pres. at. Inf. é ev;
(4) Particularidades
- Cumpre ter-se em conta estas particularidades:1- O infinitivo, na origem, ao que parece, forma subs
tantiva no dativo ou locativo, já não mais admite variação em termos de pessoa, gênero e número, flexionando-se apenas em função de tempo e voz. Logo, as formas infinitivas são fixas, invariáveis, extremes de variações parcelares, característica dos tempos dos modos finitos; e
2- Neste pres. at. Inf. (como no fut. e no 2- aor. ats. Infs.) funde-se a vogal de ligação e com o e desinencial, resultando o ditongo ei, de sorte que e + ev passa a ser eiv, final este que se faz o traço mais distintivo das formas infinitivas ativas do presente e do 2- aoristo dos verbos em co e do futuro de qualquer das duas conjugações.
- Graficamente: e + ev —► eiv; e3- Preferem não poucos estudiosos a tese de que, nas
formas dialetais de antanho, o final do inf. ativo seria efxevai, no jônico apocopado em e|xev e no ático, mercê da queda da nasal jx e fusão das vogais justapostas, reduzido a eiv. Evolução paralela, mediante a aférese da porção inicial, daria a alternativa vai. Parecer menos controverso é o que toma o final ev ou eiv como terminação locativa original (evi) evoluída, e as formas alternativas finalizadas em a i (as ativas va i e crai, esta no 19 aor., e a médio-passiva cx0ai) como inflexões de dativo primordial.
3. Forma- De m c rT e v c o - crer - , raiz no sistema do presente morTe-u,
a forma do pres. at. Inf. é:ATUAL ORIGINALTEMA VL DES. TEMA VL DES.morei} eiv morei) e ev - crer
420
4. Acentuação
- Das onze formas infinitivas regulares, quatro (19 aor. at. e pass. e perf. at. e mp.) têm acentuação posicionai, o acento sempre na penúltima que, breve a desinência, a terminar sempre pelo ditongo ou, terá circunflexo, quando longa, ou o agudo, quando breve;
- Portanto, as sete outras terão acentuação recessiva, o acento a incidir na antepenúltima, uma vez que as desinências infinitivas, quer as ativas, quer a médio-passiva, são todas breves. Contudo, é de ter-se em mente que as formas desinenciadas com va i são sempre acentuadas na penúltima, paroxítonas ou properispôme- nas, jamais proparoxítonas;
- O 2- aor., por sua vez, tem acentuação especial no infinitivo, sempre perispômena a forma ativa, paroxítona a média;
- Logo, este pres. at. Inf. tem acento recessivo, na forma original a postar-se na antepenúltima, na forma atual na penúltima, uma vez que da contração vocálica resultou a terminação ditongal eiv, longa em natureza. É agudo, naturalmente, em ambas as formas.
5. Relação
- Da matriz (pres. at. Ind.), em sua forma original, tem esta inflexão infinitiva raiz e, quando a vogal de ligação é e, também esta vogal;
- Logo, à base dessas formas do pres. at. Ind. pode-se obter este infinitivo com simplesmente substituir-se a desinência primária ativa pela infinitiva ev e efetuar-se a contração vocálica (e + ev = eiv);
- Idêntica é a relação desta forma infinitiva para com as inflexões do pres. mp. Ind. e do pres. at. e mp. Imper., por isso que têm todas em comum raiz e vogal de ligação. Dada, porém, a contração referida, na forma atual, apenas a raiz se preserva a mesma, inalterada. Portanto, conhecidas quaisquer dessas formas, como, aliás; qualquer inflexão deste sistema, obtém-se o pres. at. Inf. com acrescentar-se à raiz o final eiv, acentuada a penúltima.
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6. Sentido e tradução
- Presente, é esta forma infinitiva tempo de Aktionsart extensa, durativa, continuativa, linear, a ação expressa em moldes de processo momentâneo, costumeiro ou progressivo;
- Voz ativa, o sujeito pratica a ação, a ênfase incidindo na eventuação como fato distintivo, o acontecimento em distinção de outros;
- Forma infinitiva, modo substantivai, a que, à semelhança do Subj., do Opt. e do Imper., falece explícita conotação temporal, não expressa este pres. at. ação necessariamente contemporânea ou atual, podendo, conforme o indique o próprio contexto, referir-se a evento pretérito ou pervindouro;
- Considerado que é o Inf., em última análise, como substantivo verbal, a ação não é expressa em moldes categóricos (Ind.), ou potenciais (Subj.), ou hipotéticos (Opt.), ou injuntivos (Imper.), mas, em ünhas substantivas ou nominais, mais estáticas do que dinâmicas. Vale, assim, por um substantivo de cunho verbal;
- Traduz-se, regularmente, esta forma pelo nosso Infinitivo presente ativo, abstraída a noção de tempo definido, de contem- poraneidade ou atualidade, prevalecendo somente a noção de linearidade, a Aktionsart, como, não quando, se realiza o fato;
- Em síntese, é o pres. at. Inf.:- tempo de ação linear (presente),-praticada pelo sujeito (voz ativa),- momentânea, costumeira ou progressiva (presente),- expressa em teor substantivo (Infinitivo),- sem explícita noção de tempo (Infinitivo),- ressaltado o fato como evento distintivo (voz ativa),- a traduzir-se em moldes do nosso pres. at. Inf.;- Portanto, TTicrreúeiv se pode traduzir como:- crer (ação momentânea: o fato específico), ou,- crer (ação costumeira: o fato repetitivo = costumar crer), ou,- estar crendo (ação progressiva: o fato processual ou em an
damento).
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7. Aplicação paradigmática
- Obtém-se a forma do pres. at. Inf. de outros verbos em (o com simplesmente substituir-se a raiz moreu deste paradigma pela correspondente do verbo a flexionar-se, conforme se acha ela na primeira das partes principais;
- Vogal de ligação (e) e desinência (ev), contração (e + ev = eiv) e acentuação (recessiva, paroxítona) são as mesmas em todos.
12.15 - Presente Médio-Passivo do Infinitivo
1. Estrutura- Estrutura paralela à do pres. at. Inf. e, também, à do pres. at.
e mp. Ind., assim como do pres. at. e mp. Imper., de que difere apenas em matéria desinencial, a seqüência de elementos formati- vos neste pres. mp. Inf. é:
RAIZ + VOGAL DE LIGAÇÃO + DESINÊNCIA
2. Formação
a. Raiz- Como se dá em todas as flexões que se enquadram no
sistema do presente, é a raiz nesta forma de pres. mp. Inf. a mesma da matriz, isto é, do pres. at. Ind., de que derivam todas este ele
mento;
b. Vogai de ligação- A preceder a desinência iniciada pela sibilante, a vogal de
ligação é, nesta forma, a breve e;- Também esta vogal de ligação é a mesma da matriz (pres.
at. Ind.), ante desinências não iniciadas por fx ou v;- Ver-se-á que esta vogal de ligação e ocorre no pres. e
impf. mp., no fut. at., méd. e pass. e no fut. pf. mp. Ind. e no pres.
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at. e mp. Imper., ante desinências iniciadas por <; ou t , nas formas do pres. at. e mp. Inf., naquela antes de e, nesta anteposta a ç. Igualmente, no 2o- aor. at. e méd. Ind., Imper. e Inf.;
c. Desinência
(1) Natureza
- A desinência neste pres. mp. Inf. é cr0at, elemento característico de todas as formas infinitivas médias ou passivas, excetuada a inflexão do aor. pass. Inf., que tem a ativa vai;
- O ditongo final da desinência, a i, é havido por breve para fins prosódicos, princípio que apenas nas flexões ativas do Optativo encontra exceção;
(2) Aplicação- Esta desinência, CT0ai, se aplica, de igual modo, às
formas infinitivas tanto de verbos em co, quanto de verbos em |xí;
3. Forma
- De iricrTeuco - crer raiz do sistema maTev, a forma do pres. mp. Inf. é:
TEMA VL DESINÊNCIATHcrTeTJ e crBoti - crer, ser crido(a);
4. Acentuação
- E o pres. mp. Inf. (como o pres. at. Inf.) uma das sete formas infinitivas regulares de acento recessivo, a cair o mais distante da última;
- Visto que o final ou é dado por breve para fins prosódicos, o acento recede até a antepenúltima, o ditongo ev, nesta forma;
- E, pois, agudo o acento, proparoxítona a inflexão.
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5. Relação
- Da matriz (pres. at. Ind.), em sua forma original, tem esta inflexão infinitiva raiz e vogal de ligação, nas inflexões em que não é ela e, diferente apenas a desinência. Logo, à base dessas formas do pres. at. Ind., pode-se obter esta inflexão de pres. mp. Inf. com simplesmente substituir-se a desinência primária ativa pela infinitiva ctOoíi;
- Idêntica é a relação morfológica desta forma infinitiva mé- dio-passiva para com a original ativa: mesmas a raiz e a vogal de ligação, diferente a desinência. Logo, conhecida a forma original do pres. at. Inf. (ttwttcv — e — ev), obtém-se a inflexão do pres. mp. Inf. (iTwrreíj — e — ctO ow ), trocando-se o ev da ativa pelo <70a i da médio-passiva, preservada a prosódia proparoxítona;
- Igual relação e o mesmo princípio valem, também, em referência às inflexões do pres. mp. Ind. e do pres. at. e mp. Imper., porquanto em todos estes tempos ocorrem a mesma raiz e, ante as desinências não iniciadas por |x ou v, a mesma vogal de ligação, e. Daí, mudada a desinência de qualquer dessas formas para a0ai, tem-se esta inflexão infinitiva,
6. Sentido e tradução- Tem o pres. mp. Inf. o mesmo sentido geral do pres. at. Inf.,
divergindo apenas quanto à voz e à ênfase específica;- Presente, é forma de Aktionsart durativa, continuativa, ex
tensa, linear, processo de cunho momentâneo (ação específica), re- peticional (ação costumeira) ou progressiva (ação em andamento);
- Forma da voz média, o sujeito executa a ação, sobre si mesmo (reflexa) ou sobre algo que lhe interessa, ou é de vantagem, ou lhe diz respeito de modo particular (indireta), a ênfase posta no sujeito e seu envolvimento especial na eventuação;
- Forma da voz passiva, recebe o sujeito a ação e a ênfase estará no fato como resultante, na eventuação em termos de sua expressão consumada, o produto do processo;
- Infinitivo, carece de explícita noção temporal, dado que se apura à luz do contexto;
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- Não quando se dá o evento, ao contrário, como se processa ele, é o elemento expresso pelas formas infinitivas (e, também, subjuntivas, optativas e imperativas);
- Não se refere, pois, o pres. mp. Inf. a ação necessariamente contemporânea ou atual, por isso que pode ser pretérita ou futura;
- Ademais, não se reveste de teor categórico (Ind.), ou potencial (Subj.), ou hipotético (Opt.), ou injuntivo (Imper.); tem caráter tipicamente substantivo, porquanto é o Infinitivo, em última análise, um substantivo verbal;
- Traduz-se esta forma, em função da voz média, inexistente em português, pelo nosso Inf. pres. at., subentendida a especificidade de voz e ênfase, e abstraída a noção de tempo; em função da voz passiva, representa-a o Inf. pres. pass., em sua conotação normativa, à parte de definitude temporal;
- Em síntese, é o pres. mp. Inf.:- tempo de ação linear (presente),- praticada pelo sujeito sobre si próprio ou sobre algo com
que se relaciona de modo especial (voz média), ou,- dele sofrida (voz passiva),- momentânea, costumeira ou progressiva (presente),- em teor substantivo (Infinitivo),- sem explícita noção de tempo (Infinitivo),- acentuado o sujeito e seu envolvimento (voz média), ou,- o fato em sua expressão resultacional (voz passiva),- a traduzir-se pelo Inf. pres. at. (voz média) ou o Inf. pres.
pass. (voz passiva);- Portanto, moTeveCT0ai se traduzirá, como forma da voz
média:- crer (ação momentânea: o fato específico), ou,- crer (ação costumeira: o fato repetitivo = costumar crer), ou,- estar crendo (ação progressiva: o fato como processo em an
damento);- Como forma da voz passiva:- ser crido(a) (o fato de crer: ação momentânea), ou,
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- ser crido(a) (o crer em seu teor repeticional: ação costumeira = costumar ser crido(a); ou,
- estar sendo crido(a) (o crer como processo em andamento: ação progressiva).
7 . Aplicação paradigmática- À base deste paradigma de moTeúü) obtém-se a forma do
pres. mp. Inf. de qualquer verbo em w com simplesmente substi- tuir-se a raiz moreu pela equivalente do verbo a flexionar-se, conforme se estadeia ela na primeira das partes principais;
- Vogal de ligação (e), desinência (oOoa) e acentuação (recessiva, proparoxítona) são em todos as mesmas, inalteradas.
12.16 - Presente Ativo do Particípio
1. Estrutura- A seqüência de elementos formativos do pres. at. ptc. ou, se
se prefere, ptc. pres. at., é:RAIZ + VOGAL DE LIGAÇÃO + INFIXO MODAL + DESI-
NÊNCIAS
2. Formação
a. Raiz- Integrante do sistema do presente que é, tem este ptc.
pres. at. a mesma raiz do pres. at. Ind., matriz de que deriva este
elemento;- Esta raiz, básica e distintiva, aparece inalterada, sempre a
mesma, em todas as formas da flexão inteira;
b. Vogal de ligação- Visto que precede à nasal v, a vogal de ligação nas formas
originais desta flexão é, como nos tempos que a têm ante ja ou v, no Ind. (pres., impf., fut. e 29 aor.) e no Imper. (pres. e perf.), a bre-
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ve o, sujeita a alterações em certas inflexões, a mesma típica do pres., fui. e perf. (at.) do Opt.;
- Também esta vogal de ligação deriva-a o pres. at. ptc. da matriz, pres. at. Ind., de que tem, portanto, dois elementos básicos: raiz e vogal de ligação;
- Vê-se, pois, que esta vogal de ligação o aparece do Ind. no pres., impf. e fut. nas três vozes; do Opt. no pres. e fut. nas três vozes e no perf. at. e fut. pf. mp.; do Imper. no pres at.; do Ptc. no pres. e fut. nas três vozes, e no perf. at. e fut. pf. mp. E, de igual modo, no 2- aor. at. e méd. Ind., Opt. e Ptc., assim como na flexão ativa do Imper.;
- De notar-se é que, enquanto no Inf. apenas e pode ocorrer como vogal de ligação, no Opt. e no Ptc. esta função se restringe ao ômicron;
- Esta vogai de ligação aparece, nas formas atuais, alongada em co nos casos nom. e voc. sing., masc. e em ov no dat. pl. masc. e neutro e em todo o feminino;
c. Infixo modal
- Pode-se dizer que do Ind. o característico básico é a raiz, do Subj. a vogal de ligação longa, do Opt. o infixo modal í a constituir ditongo com a vogal á, e ou o que o precede, do Imper. e do Inf. as desinências específicas;
- Do Ptc. o elemento distintivo por excelência é o infixo modal, nas flexões ativas (e no aor. pass.) o grupo v t , suscetível de alterações em certos casos;
- De fato, este infixo se reduz à nasal, sofrendo a queda do t , sempre que terminal de forma, já que lingual não constitui letra final de vocábulo regular. Isto se dá nos casos nom. e voc. sing. masc. e nom., acus. e voc. sing. neutro;
- Ademais, de todo se omite, caindo ambas, a nasal e a lingual, sempre que a anteceder a desinência iniciada pela sibilante. É o que acontece no dat. pl. masc. e neutro e em todo o feminino;
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d. Desinências
(1) Natureza- É o particípio, em parte, verbo, em parte, adjetivo, exi
bindo elementos estruturantes de ambas essas categorias;- Destarte, as desinências neste pres. at. ptc. são as dos
adjetivos consonantais triformes, o masculino e o neutro nas linhas
da 3§ declinação, o feminino em termos da 3§ classe da 1- declinação;
- A flexão do masculino se processa nos moldes dos substantivos masculinos-femininos em lingual t precedida da nasal v, antecedida de o, conforme 'yepcov, 7epovroç, Ò;
- A flexão do feminino obedece ao padrão dos nomes femininos em que o radical não termina por e, i ou p, segundo 8o—
£á, in;- A flexão do neutro segue, também, o paradigma de
nomes linguais da 3§ declinação, neutros, à base de ovofxa, ôv6— (xaToç, tó;
- Em síntese, a flexão geral do ptc. pres. at. é análoga à
do adjetivo consonantal triforme éKcáv, èKoíxrá, I kov, perfeito paralelo, exceto no que respeita à raiz e à acentuação;
(2) Aplicação- Estas desinências se aplicam uniformemente aos ver
bos em to, neste e no fut. e 2- aor. at. ptcs., exibindo variações, porém, nos verbos em (xí, que, a rigor, seguem moldes um pouco diversos (conforme o padrão do 1? aor. at. ptc.);
(3) Observações
(a) Masculino- Uma vez que a flexão do masculino se processa em
termos da 3- declinação e nesta declinação cinco dos casos ensejam
reparos, convém isto observar-se-lhes a respeito:
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- Nom. sing.: não recebe desinência, caindo, por isso, o t do infixo, porquanto lingual não deve ser letra final de palavra regular, e alongando-se, compensatoriamente, a vogal de ligação, que de o passa a ser to;
- Graficamente: o + v t -* o + v -► co + v ;
-A cu s. sing.: tem a desinência á (em vez de v);- Voc. sing.: é igual em forma ao nom. sing.;- Dat. pl.: caem, ante a sibilante desinencial, a lingual
t e a nasal v do infixo modal, alongando-se, em compensação, a vogal de ligação o, que se transmuta no ditongo ou;
-- Graficamente: o + vt + cri —► o + v + a i —► o + a i —* ov + cri;
-A cus. pl.: exibe a desinência áç (em vez de vç);
(b) Feminino
- Experimenta o radical feminino acentuada alteração, que se verifica em todas as formas e tem em todas a mesma feição. E, pois, radical alterado, mas uniforme, na flexão toda;
- Precede à desinência a vogal eufônica í , auxiliar, que se converte em <;, pelo que caem ambos os integrantes do infixo modal vt e se alonga a vogal de ligação o nos moldes do dat. pl. masc. (e neutro), isto é, torna-se ou;
- Nas formas atuais do feminino, portanto, não mais se estampa o infixo modal v t , característico dos particípios ativos (e do aor. pass.).
- Graficamente: o + vt + íá —► o + vt + a à —► o + v + c a —► o + a á —► ov + cra;
- Logo, distingue-se o pres. at. ptc. no feminino pelo final avCTa e suas variações flexionais;
(c) Neutro- O neutro, cuja flexão se processa nas linhas gerais
da 3- declinação, acompanha de perto as formas do masculino, sendo-lhe de observar-se quanto aos casos o seguinte:
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- Nom., acus. e voc. sing.: não há nestes três casos (em qualquer dos números sempre idênticos em forma) desinência explícita, caindo, pois, a lingual terminal t , mas, ao contrário do que se assinalou em relação ao nom. e voc. sing. masc., permanecendo sem alongar-se a vogal de ligação o;
- Graficamente: o + v t -*■ o + v;
- Dat. pl.: exibe a mesma variação registrada neste caso na flexão do masculino: queda do grupo vt e alongamento do ômicron de ligação para a forma ditongal ou.
3. Flexão
a. Formas- De moreixú - crer -, raiz do presente morev, o pres. at.
ptc., cuja forma básica seria originalmente: morei) — o — vt, morev — o — v t — íá , morev — o — v t , evoluídas, respectivamente, para: morei» — co— v, morei) — ou — ctÓí, morei) — o— v, assim se declina:
MASCULINO
NS. m orei) o VT — — moreu| co V
GS. m orei) o VT osDS. -moreu 0 VT
ulAS. TTIOT6U o VT
oGL
VS. m orei) 0 VT — — moreu| (0 V
NAV/D. mcrreu 0 VT eGD/D. m o r eu
/o VT otv
NP. TTUTTeU o VT eçGP.DP.AP.
m o r eu m oreí) m o r eu
ooo
VT
VT
VT
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— m orei) ou I| (XI
VP. m oreu o VT es
431
FEMININOTEMA VL DES.
NS. TTUTT€V
GS. t t u t t c v
DS. TTMXTeV
AS. m a T e v
VS. m a T e i í
OU
OV
OV
OU
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NAV/D. TTiaTCV
GD/D. TTWTTev
OV
0 6a ãa a i v
N P. TTUTT6V
GP. TTUTTeV
DP. t t u t t€ v
AP. TTUTTeV
VP. TTUTTeV
ov o v
oé 0 ú ou
a a i
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a a i ç
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NEUTROTEMA VL IM DES.
NS. TTiaTev 0 VT — — TTiaTev | o V
GS.DS.
TTiaTEVTncneó
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VT
VT
oç«Jl
AS. maTev 0 VT — — TTiaTev] o V
VS. TTiaTev 0 VT — — TTiaTev | 0 V
NAV/D.(
TriaTev o VT eGD/D. TTiaTev t0 VT OlV
NP. TTiaTev o VToa
GP.DP.AP.
TTWTTevTTiaTevTTiaTev
/o00
VT
VT
VT
covVa i
oa
— TTiaTev ov 1 [ CTl
VP. TTiaTev o VT &
432
- Atenção merecem os seguintes pontos nesta flexão:(1) O infixo modal v t sofre a queda da lingual nos casos
não-desinenciados (nom. e voc. sing. masc., nom., acus. e voc. sing. neutro), porquanto não pode essa muda ser terminal regular de vocábulo;
(2) De todo desaparece o infixo modal v t nas formas em que vem seguido de ç desinencial, o que se verifica no dat. pl. masc. e neutro e em toda a flexão do feminino;
(3) A vogal de ligação o sofre alongamento nos casos nom. e voc. sing. masc., em que se torna to, e no dat. pl. masc. e neutro e em todo o feminino, em que assume a forma ditongal ou;
(4) A inflexão evoluída do dat. pl. masc. e neutro ('irwrTeú - ou - aí) coincide em forma e acentuação com a 3- p. pl. atual do pres. at. Ind., a despeito da diversidade estrutural básica; e
(5) A raiz, ttuttcu, como nas demais flexões do sistema, permanece constante, invariável, a mesma em todas estas inflexões;
4. Acentuação- Em matéria de acentuação do ptc., como o infinitivo, modos
não finitos em essência, não se caracterizam pela recessividade. Preferível é ter-lhes o acento por posicionai, o que se coaduna com
a natureza em parte adjetiva do ptc.;- Tem, pois, este pres. at. ptc. acento que se deve tomar como
posicionai, a cair nas formas bases (nom. sing.), na penúltima no masculino e no neutro, na antepenúltima no feminino;
- No masculino e no neutro conserva-se o acento na sílaba em que se acha na base, nom. sing., em todas as formas, exceção feita do gen. e dat. dual e gen. pl., cujas desinências, longas, o lv e wv, respectivamente, requerem se desloque o acento para sobre a vogal de ligação, porquanto não haverá acento na antepenúltima, se longa a última;
b. Observações
433
- No feminino, por sua vez, apenas no acus. e voc. sing. e nom. e voc. pl. continua na sílaba de origem, formas em que a desinência é breve (a e ai); nos demais casos, longa a desinência, desloca-se para a sílaba seguinte, penúltima, sendo que no gen. pl., dada a contração prévia da vogal á com o ío desinencial, aparece na última, circunflexo;
- E, pois, agudo o acento em todas as formas atuais, posto na antepenúltima ou na penúltima (se longa a última), excetuados o nom., acus. e voc. sing. neutro (penúltima longa, última breve) de verbos em que é longo o tema, e o gen. pl. fem. (última contrata acentuada), que têm o circunflexo. Nom. e voc. sing. masc. na forma original também terão acento circunflexo, na penúltima, se longo o final do tema;
- São, portanto, proparoxítonos: do masculino gen., dat. e acus. sing., nom., acus. e voc. dual e do plural nom., dat., acus. e voc.; do feminino: nom., acus. e voc. sing. e nom. e voc. pl.; do neutro: gen. e dat. sing., nom., acus. e voc. dual, nom., dat., acus. e voc. pl.;
- São paroxítonos: do masculino o nom. e o voc. sing., gen. e dat. dual e gen. pl.; do feminino gen. e dat. sing., o dual todo, o dat. e acus. pl.; e do neutro gen. e dat. dual e gen. pl.;
- São properispômenos: nom., acus. e voc. sing. neutro (e nom. e voc. sing. masc. originais);
- É perispômeno: o gen. pl. feminino;- De pXerrío, por exemplo, cujo tema termina em vogal breve,
seguida, embora, de consoante, as formas do nom., acus. e voc. sing. neutro (e assim também as originais do nom. e voc. sing. masc.) são paroxítonas, pXe-rr — o — v, não properispômenas, como em TTMTTCxkú (moTeí) — o — v), impossível o circunflexo em vogal breve;
5. Relação- Da matriz, pres. at. Ind., têm estas formas a raiz e a vogal de
ligação, aquela imutada, esta alterada em bom número de casos; dos ptcs. ativos (e do aor. pass.) têm o infixo modal v t ; dos adjeti
434
vos consonantais triformes de radical finalizado em o v t , as desinências;
- Pode-se, pois, à base das formas do pres. at. Ind., obter qualquer inflexão deste pres. at. ptc. com tomar-se-lhes a raiz, jun- gir-se-lhe a vogal de ligação o e acrescentarem-se o infixo v t e a desinência própria do caso, operando-se as alterações necessárias;
- Por outro lado, paralela que é a flexão deste ptc. pres. at. à declinação do adjetivo 4 ko )v , eKowa, êxov, o radical € k o v t correspondendo à raiz, mais a vogal de ligação o, mais o infixo modal v t
do ptc., mesmas as alterações em ambos, basta substituir-se o grupo €K do adjetivo pela raiz do ptc. e têm-se-lhe as inflexões, havendo-se de mister ajustar apenas a acentuação.
6. Sentido e tradução
- Como em todo tempo verbal, o elemento saliente neste, como em todos os demais particípios, é a Aktionsart, isto é, a qualidade da ação, o COMO se processa ela. Todavia, como no Indicativo, presente é neste modo complementar a noção de tempo QUANDO o fato se dá, inda que apenas relativo, isto é, polarizado para com o verbo principal de que dependa. Quer isto dizer que, enquanto no Ind. a projeção temporal é absoluta, própria da forma em sua defi- nitude, no ptc., é subalterna, a expressar conotação cronológica relativa ao verbo dominante, de que é caudatária a forma participial;
- Presente, é este pres. at. ptc. tempo de Aktionsart extensa, durativa, continuada, linear, ação focalizada em termos do fato como processo momentâneo (ação específica), repetitivo (ação costumeira) ou progressivo (ação em andamento);
- Formas da voz ativa, expressam estas inflexões ação praticada pelo sujeito, acentuada a eventuação como fato distintivo, à parte de outros;
- Particípio, a ação se apresenta em moldes adjetivos, adjunti- va ou atributiva, circunstancial ou modificativa, polarizada para com o substantivo ou equivalente a que substitui, qualifica ou modifica;
- Nos tempos participiais, como nas flexões do Indicativo,
435
embora ocupe a Aktionsart a plana primária, subsiste noção cronológica, isto é, de quando se dá o evento. Verdade é que no Ind. este dado tem expressão absoluta, designando passado, presente ou futuro como tais, definidamente, enquanto no ptc. este elemento é de teor relativo, subordinada a referência temporal ao enfoque do verbo principal, portanto, secundária;
- Destarte, o pres. at. ptc. refere a ação como contemporânea à do verbo principal, qualquer que seja a projeção temporal deste: presente, passada ou futura. Logo, os ptcs. aoristos e perfeitos expressarão ação anterior à do verbo dominante e os ptcs. futuro e futuro perfeito eventuação posterior, em qualquer desses três enfoques do verbo de base;
- Traduzem-se, pois, estas inflexões participiais, conforme a função exercida na sentença, ora como substantivo, ora como particípio presente ou cláusula relativa adjuntiva, ora como gerún- dio ou cláusula circunstancial;
- Em síntese, é o pres. at. ptc.:- tempo de ação linear (presente),-praticada pelo sujeito (voz ativa),- momentânea, costumeira ou progressiva (presente),- ressaltado o fato ou evento (voz ativa),-em moldes adjetivos (particípio),- contemporânea à do verbo regente (particípio, presente),- a traduzir-se, ora como substantivo, ora como particípio
presente ou cláusula relativa, ora como gerúndio ou cláusula circunstancial (particípio);
- Portanto, mcrreiJCDv, moTemucrá, mcrrevov se traduz, em função verbal, pelo gerúndio, invariável em forma, quaisquer que lhe sejam em português gênero, número e caso, logo:
- crendo (ação momentânea: o fato específico), ou,- crendo (ação costumeira: o fato repetido = costumando crer),
ou,- estando crendo (ação progressiva: o fato como processo em
andamento);
436
- em função propriamente adjetiva, a qualificar o substantivo, claro ou implícito, variável em caso, gênero e número na versão portuguesa, eqüivalerá a:
- que crê (ação momentânea), ou,-que crê (ação repetida = que costuma crer), ou,- que está crendo (ação progressiva);- em função explicitamente substantiva, traduzir-se-á por:- crente (implícitos os três aspectos qualitativos da ação).
7. Aplicação paradigmática- Nos termos deste paradigma de 'irurrevco declina-se o ptc.
pres. at. dos demais verbos em to, requerendo-se a simples substituição da raiz moTeu pela correspondente do verbo a flexionar-se, dada na primeira das partes principais;
- Vogal de ligação, infixo modal, desinências, alterações e
acentuação continuarão os mesmos em todos, elementos estes que ocorrem, na mesma ordem e na mesma forma, também nos ptcs. futuros e 2 - aoristos ativos, com uma variante apenas: a acentuação do ptc. 2 - aor. é oxítona na forma base do masc. e do neutro, pro- perispômena no feminino.
12.17 - Presente Médio-Passivo do Particípio
1. Estrutura
- A sucessão de elementos estruturantes é, no pres. mp. ptc., ou, se preferido, ptc. pres. mp., paralela à do pres. at. ptc.:
RAIZ + VOGAL DE LIGAÇÃO -I- INFIXO MODAL + DESINÊNCIAS
2. Formação
a. Raiz- Tempo enquadrado no sistema do presente, deste pres.
mp. ptc. a raiz é derivada da matriz, pres. at. Ind., a mesma, obviamente, do ptc. pres. at.;
437
- Conserva-se esta raiz invariável, constante, a mesma, em todas as formas de fiexão deste ptc.;
b. Vogal de ligação
- Como no pres. at. ptc., a preceder a nasal, naquele caso v, neste |x, a vogal de ligação é o;
- Esta vogal deriva-a o pres. mp. ptc. da matriz, pres. at. Ind., assim como a raiz, à maneira do pres. at. ptc.;
- Tem, pois, esta flexão da matriz dois elementos: raiz e vogal de ligação, elementos comuns às flexões ativa e médio-passi- va deste ptc. pres.;
- Diferentemente do que se observou em certas formas do pres. at. ptc. (nom. e voc. sing. e dat. pl. masc.; todo o feminino; nom., acus. e voc. sing. e dat, pl. neutro), não se altera em nenhuma inflexão esta vogal o, em todas as formas;
c. Infixo modal- Elemento distintivo por excelência das formas participiais
é o infixo modal, nas ativas (e nas aoristas passivas) o grupo v t ,
que em certas formas perde a lingual final, em outras de todo se suprime;
- O infixo modal dos particípios médios e passivos, excetuado o aor. pass. ptc., é o grupo jxev, que se não deve confundir com a desinência homógrafa da 1 - p. pl. dos tempos ativos, primários ou secundários;
- Como a vogal de ligação, este infixo modal conserva-se inalterado, sempre o mesmo, em toda a flexão, ao contrário do infixo vt nos ptcs. ativos;
d. Desinências
(1) Natureza- Enquanto o ptc. pres. at. segue as normas da flexão
dos adjetivos consonantais triformes, logo, em termos da 3- declinação (masculino e neutro) e da de tema breve, 3- classe (femini-
438
no), o pres. mp. ptc. acompanha a declinação dos adjetivos chamados vocálicos triformes, portanto, o masculino e o neutro em função da 2- declinação, o feminino consoante a 2- classe da 1- declinação, femininos de radical não terminado em e, i, p (o ptc. exibe v a preceder à desinência);
- Conseqüentemente, declina-se o masculino deste ptc. nos moldes de av0pco'rro<;, ou, ó, o feminino em função de eípi]— vt|, T|<;, r\, o neutro de conformidade com ep7 ov, ov, to , quanto respeita à desinenciação;
- Em síntese, a flexão geral do ptc. pres. mp. é paralela à do adjetivo chamado vocálico triforme, à base de oryaOoç, nrf, ov, mesmas as desinências em exata correspondência. Diferem a acentuação e a raiz;
(2) Aplicação
- Aplicam-se estas desinências vocálicas e o infixo mo- dal (xev que as precede, a formar as terminações características ixevoç, fxevT], jxevov e suas inflexões regulares, a todos os ptcs. médios e passivos (excetuado o aor. passivo), tanto de verbos em o> como de verbos em jxi;
(3) Observação- Enquanto no pres. at. ptc. assinaladas e numerosas são
as alterações a afetarem vogal de ligação e infixo modal, neste pres. mp. ptc. nenhuma variação se registra, regulares os elementos estruturais todos na flexão inteira.
3. Flexão
a. Formas- A flexão do pres. mp. ptc. de morevo) — c r e r cuja raiz é
neste sistema todo morev, exibe as seguintes formas:
439
FEMININOTEMA VL IM DES.
NS. i r u r r e u 0/
|A€V 'nGS. m o r e u o f ie v 'n sDS. m c r r e v o (Xev DAS. m o r e u o |A€V T)V
VS. m o r e u 0 |X€V T\
NAV/D. m o r e u 0/
|xev ãGD/D. ITUTTeU o |xev o u v
NP. TTlCTTet)/
0 |xev ou
GP. m o r e u 0 |xev ÍOV
DP. m o r e u 0 jx e v a i ç
AP. ITUTTeV o |xev ã ç
VP. m o r e u✓
0 |xev ou
MASCULINOTEMA VL IM DES.
NS. 'TTUTTÊV7----
o (xev o ç
GS. TTlCTTeU 0 fJL€V o vDS. m o r e u o |xev <í>AS. m o r e u o |xev o v
VS. 'iru rTev o |xev e
NAV/D. TriCTTCU 0 ixev Ctí
GD/D. TTWTT€t) 0 (xev OLV
NP. m o r e uf
o OIGP. i r i o r e u o fxev COV
DP. ITWTTeV 0 |xev o i ç
AP. mOTCU 0 |xev 01) Ç
VP. TTKTTet) 0 fxev OL
440
NEUTROTEMA VL IM DES.
NS. morreut0 |xev ov
GS. moreu 0 p,ev ouDS. TTlíTTeU 0 jxevAS. moreu 0 (xev ovVS. moreu
/0 |JL€V ov
NAV/D. moreu o p-ev 0)
GD/D. morreu 0 jxev oiv
NP. moreu 0 jxev &
GP. moreu 0 jxev (OV
DP. moreu 0 p-ev OIÇ
AP. moreu/
0 |xev a
VP. TTU7T6Uf
0 jxev a
b. Observações(1) A raiz TTurTev, a vogal de ligação o e o infixo modal |xev
preservam-se os mesmos, inalterados em forma, através de toda a flexão, variando apenas a desinência;
(2) Do pres. at. Ind., matriz do sistema, e do ptc. pres. at., paralelo flexionai, têm estas formas de ptc. pres. mp. a raiz (mo— T e u ) e a vogal de ligação (o), e dos adjetivos triformes vocálicos de raiz não terminada em e, i, p as desinências;
4. Acentuação- Embora não rigorosamente recessivo o acento nas formas
participiais, devendo-se ele tomar antes como posicionai, nestas inflexões todas conforma-se ao princípio normativo de recessividade, por isso que se distancia sempre o mais possível da última;
- Nas formas básicas, nom. sing., está na antepenúltima no masculino e no neutro, desinências breves (oç, ov), na penúltima no feminino, desinência longa (t));
441
- Ocorre o acento, pois, na antepenúltima em todas as inflexões de final breve, na penúltima nas formas terminadas em sílaba longa;
- Destarte, é agudo o acento em toda a flexão, proparoxítonos nom., acus. e voc. sing. masc. e neutro e nom. e voc. pl. masc. e fem., bem como nom., acus. e voc. pl. neutro; paroxítonos gen. e dat. sing. masc. e neutro, todo o singular feminino, o dual inteiro, gen., dat. e acus. pl. masc. e fem. e gen. e dat. pl. neutro;
- Cabe notar-se que o feminino obedece à norma prosódica dos adjetivos de cunho vocálico, não ao princípio que rege a acentuação dos nomes da 1- declinação, isto é, não é perispômeno o gen. pl., nem paroxítonos o nom. e o voc. pl., casos estes que se acentuam nos moldes dos paralelos do masculino;
- Todos os ptcs. de final fxevoç, |xevr|, jxevov, exceção feita do perf. mp. ptc., cujas formas são todas paroxítonas, acentuam-se como este pres. mp. ptc., logo, em moldes praticamente recessivos;
5. Relação
- Uma vez que têm as formas deste pres. mp. ptc. em comum com as inflexões originais do pres. at. Ind., matriz de que os derivam, a raiz e a vogal de ligação (quando se inicia a desinência por fx ou v), bastará tamarem-se estes elementos das inflexões da matriz e acrescentar-lhes o final constituído do infixo modal |xev e da desinência dos adjetivos vocálicos própria do caso e ter-se-á a forma deste ptc.;
- De igual modo, à base do pres. at. ptc. obtêm-se as inflexões deste pres. mp. ptc., substituindo-se o infixo modal v t pelo correspondente jxev e a desinência consonantal pela vocálica equivalente, ajustada a acentuação;
- Ademais, partindo-se de oryaGoç, r\, ov, ou qualquer outro adjetivo de cunho vocálico triforme, radical não terminado por €, i ou p, obter-se-á a forma paralela deste ptc. pres. mp. substituindo- se o tema do adjetivo pelo radical (raiz + vogal de ligação o + infixo modal |xev) do ptc.
442
- Como o ptc. pres. at., expressa este pres. mp. Ptc. ação contemporânea à do verbo com que se relaciona, uma vez que subsiste nos ptcs. a noção de tempo, embora polarizada para com o verbo principal, relativa, pois;
- Presente, a Aktionsart é continuada, extensa, durativa, linear, a projeção do fato vislumbrada como processo momentâneo (ação específica), ou evento repetitivo (ação costumeira), ou ocorrência em andamento (ação progressiva);
- Em acepção média, como é próprio desta voz, a ação se expressa em função do sujeito, que a pratica, sobre si mesmo (reflexa) ou sobre algo com que se relaciona de modo particular (indireta), a ênfase posta no sujeito e seu envolvimento (vantagem, interesse, conexão) no fato;
- Em acepção passiva, como o implica esta voz, sofre o sujeito a ação, ressaltando-se o evento em sua expressão resultacional, não o evento específico ou distintivo;
- Participial, apresenta-se o fato em moldes adjetivos, a qualificar, ou modificar, ou representar o substantivo de que é adjunto ou atributo, complemento ou modificador;
- Traduzem-se, pois, estas inflexões participiais, segundo a função desempenhada na frase, ora como substantivo, ora como particípio presente na forma de cláusula relativa adjuntiva, ora como gerúndio ou cláusula circunstancial;
- Quando expressão da voz média, traduz-se a forma como se fora ativa (já que não há modalidade média no português), subentendidas a especificidade da voz e sua ênfase subjetiva;
- Como expressão da voz passiva, traduz-se pela forma regular desta voz, paralelo o sentido ao das vozes ativa e média, embora diferentes a função do sujeito e a ênfase em cada voz;
- Em síntese, é o pres. mp. ptc.:- tempo de ação linear (presente),- praticada pelo sujeito sobre si próprio ou sobre algo com
6. Sentido e tradução
443
que se reiaciona de modo especial (voz média), ou,- sofrida pelo sujeito (voz passiva),- momentânea, costumeira ou progressiva (presente),- ressaltado o sujeito e seu envolvimento (voz média), ou,- a eventuação em sua expressão resultacional (voz passiva),- em teor adjetivo (particípio),- contemporânea à ação do verbo principal (particípio, pre
sente),- a traduzir-se como substantivo, particípio presente = cláu-
sula relativa, ou gerúndio = cláusula circunstancial (particípio);- Logo, Trurreuoixevoç, t], ov, em função explicitamente verbal,
traduz-se pelo gerúndio, invariável em forma, qualquer que lhe seja o gênero, ou o número, ou o caso na inflexão grega, quando expressão da voz média; traduz-se pelo particípio passado, variável em gênero e número, quando expressão da voz passiva;
- Daí:- Ação momentânea: o fato específico:- crendo (voz média),-crido, crida (voz passiva);- Ação costumeira: o evento repetitivo:- crendo = costumando crer (voz média),- crido, crida = costumado(a) ser crido(a) (voz passiva);- Ação progressiva: o processo em andamento:- estando crendo (voz média),- estando sendo crido(a) (voz passiva);- Em acepção propriamente adjetiva, a qualificar o substantivo,
claro ou implícito, variando em gênero, número e caso, na versão portuguesa a eqüivaler a cláusula relativa, a tradução será:
- Ação momentânea: o fato específico:- crente; que crê (voz média),- crido, crida; que é crido, que é crida (voz passiva);- Ação costumeira: o evento repeticional:- crente, que crê, que costuma crer (voz média),- crido(a), que é crido(a), que costuma ser crido(a) (voz passiva);
444
- Ação progressiva: o processo em andamento:- crente, que está crendo (voz média),- crido(a), que está sendo crido(a) (voz passiva);- Em conotação tipicamente substantiva, a tomar o lugar do
nome qualificado, correspondendo a ptc. presente substantivado (voz média) ou a ptc. passado em teor nominal, terá de ser:
- (o) crente, (a) crente (voz média: nos três enfoques),- (o) crido, (a) crida (voz passiva: nas três posturas).
7. Aplicação paradigmática- Declina-se o ptc. pres. mp. dos demais verbos regulares em
to, à base deste paradigma de moreixo, bastando substituir-se a raiz morev pela correspondente do verbo a flexionar-se, vista na primeira das partes principais, conservados os demais elementos;
- Vogal de ligação (o), infixo modal (|xev), desinências (vocáli- cas triformes) e acentuação (praticamente recessiva) são em todos, em seqüência e forma,, sempre os mesmos,13. AGENTE DA VOZ PASSIVA
1. Expressão- Nas vozes ativa e média o sujeito é o agente da ação expres
sa pelo verbo. Não assim na passiva, por isso que a sofre ele, rece- be-a, é-lhe o natural objeto;
- Expressa-se, destarte, o agente mediante adjunto adverbial característico, modalidade fraseológica distintiva, construção típica
deste elemento sintático;- A maneira regular de expressar-se o agente da voz passiva é
mercê de frase introduzida pela preposição ínró seguida de genitivo do termo que representa o agente. Daí, chama-se também esta modalidade complementar genitivo de agente-,
- Outras preposições podem ocorrer em lugar de vrró, mormente se a ênfase é dada à origem, ou fonte, ou procedência da ação, antes que ao agente propriamente dito. Tais são àiro, ev, Trapa e Trpoç;
- No clássico, se a forma verbal era inflexão do perfeito ou do
445
mais-que-perfeito, geralmente, ou dos chamados adjetivos verbais
terminados em toç, tov ou Teoç, Teâ, tcov, poder-se-ia expressaro agente da voz passiva pelo dativo puro, isto é, não-preposiciona-
do. Em o Novo Testamento este uso é até mais generalizado, não restrito, ademais, a esses tempos e formas;
2. Exemplos
a. avToç ôe VTr'ou8evòç avaKpíveTai - Mas, ele próprio por ninguém é julgado (I Co 2.15).
- A inflexão verbal oivaKpíveTou - é julgado - está na voz passiva (pres. Ind.). O sujeito, oívtoç - ele próprio - é o objeto da ação judicatória negativa expressa pelo verbo. O agente, quem exerce o juízo, se expressa pela frase vn^ouSevo^, constituída pela preposição vrrd (que sofre elisão da vogal terminal) e da forma genitiva singular do pronome indefinido ovôeiç - ninguém-,
b. orrauôácraTe aam Xoi kqél oi}juú|at|to i outo) evpeG^vai ev eipTivri - Diligenciai por que sejais por ele achados em paz, inculpâveis e irrepreensíveis (II Pe3.14).
- A forma evpe0T|vai - ser achados - é passiva (aor. Inf.), o sujeito virtual, o mesmo do verbo principal CTTrovôofcrcrre (19 aor. at. Imper.) - diligenciai - seria o pronome pessoal "U|xeí<; - vós - , quem
diligenciaria e quem seria achado, naquele caso a praticar a ação (diligenciar), neste a sofrê-la (ser achados);
- Quem acha, o agente da ação expressa pela forma passiva evpe0r|vai — ser achados - é, no texto, Deus, representado pelo dativo avTw, em função de pronome pessoal. Logo, o agente da voz passiva, nesta passagem, se expressa pelo dativo puro, não-prepo- sicionado, oivtco, em vez do normativo •íhr,a'UTov (a preposição "STro seguida do genetivo);
- Exemplos adicionais desta modalidade alternativa de expressar-se o agente da voz passiva pe*lo dativo puro em o Novo Testamento se encontram em:
- Lc 23.15 (eoriv TreTrpcr/ixevov ourw - foi praticado PORELE ;
446
- II Co 12.20 (eupe0ü) v|xív - seja eu POR VÓS achado); e- I Tm 3.16 (o)(p0T| otyyéXoiç - foi visto POR ANJOS).- É de notar-se que na primeira destas referências ocorre o
perf. pass. perifrástico, nas outras duas o aor. pass.
14. SUJEITO DO INFINITIVO
- Ao enumerarem-se, de início, as funções dos casos, estatuiu-se que o sujeito das formas verbais finitas (Ind., Subj., Opt. e Imper.) se expressa, normativamente, pelo nominativo, enquanto o sujeito das inflexões infinitivas aparecerá n o acusativo;
- Exemplo: o J I^aouç CKeXewev orirròv ax0Tjvai Trpòs avTÓv - Jesus ordenou fosse ele conduzido à sua presença (Lc 18.40);
- Duas são as inflexões verbais desta sentença: eKeXewev - ordenou - , forma finita (1- aor. at. Ind.), cujo sujeito está em nominativo (o nome próprio articulado 3 Prçcrouç - Jesus), e t*x0rivai, forma infinitiva (aor. pass.), cujo sujeito, o demonstrativo ocutov em função pessoal, equivalente a ele, está no acusativo;
- Portanto, o sujeito do infinitivo estará n o acusativo, não em nominativo, como é próprio das formas do Ind., do Subj., do Opt. e do Imper.;
- Arrimados no caráter manifestamente substantivo, em origem e função, das formas infinitivas, desprezando-lhes o teor verbal imanente, categorizam gramáticos de nomeada que é injustificável improcedência atribuir-se-lhes sujeito, elemento este que apenas a genuinas formas verbais convém, não a substantivos ou equivalentes, a que falece a natureza modal. Taí é, a seu ver, o infinitivo, mera forma substantiva, não expressão modal do verbo;
- Destarte, preferem esses gramáticos tomar o acusativo havido como expressão do sujeito da forma infinitiva como adjunto de referência, isto é, como complemento restritivo a enunciar o aspecto em que se situa ou a que se refere o estado, condição ou fato designado pelo verbo. Seria, pois, acusativo de especificação, não acusativo de sujeito;
447
- Assim, no exemplo dado, o demonstrativo enrróv não seria propriamente sujeito do infinitivo ótxô^vai, mas adjunto especifi- cante, equivalente a: no que se refere a ele, quanto a ele, no que lhe concerne, a expressar a referência a que aplicar-se ou afirmar-se a ação de ser conduzido;
- Tal sendo o caso, traduzir-se-ia a sentença, mais literal e apropriadamente, por: Jesus ordenou fosse conduzido à sua presença no que respeitava a ele (o cego de Jericó, antecedente do pronome no contexto)... fraseologia especiosa, não há dúvida.
15. PRONOME PESSOAL SUJEITO
15.1 - Uso
- Nos tempos finitos do verbo grego, tal qual se verifica no português, as próprias terminações de si bastam para precisar a pessoa e o número da inflexão. Logo, não se faz de mister a presença do pronome pessoal sujeito;
- Emprega-se, pois, o pronome pessoal sujeito, isto é, a forma normativa, apenas para fins de ênfase ou vivacidade de expressão, fato que se deve levar em conta na tradução, particularmente na exegese.
15.2 - Exemplosa. oiJK€Ti Xe yco vfxaç ôoúX.ou<; - Nem tampouco vos chamo
servos (Jo 15.15).- Da estrutura da forma vê-se que 'Xéyoi é inflexão do pres. at.
Ind. Embora não explicito o pronome pessoal sujeito I 7 Í0 - eu - , de pronto se reconhece tratar-se da 1 - p. s., à vista da terminação w, característica desta pessoa e número. É, pois, desnecessário o uso do pronome pessoal sujeito, já que o próprio final da forma é suficiente para a determinação da pessoa verbal;
- Aliás, da mera terminação se determinam, além da pessoa (1§) e do número (singular), também, corroborativamente, a voz (a- tiva) e o tempo (primário);
448
b. Ta prffjLaTa a I 7 0 ) Xeyoi upJÍv - As palavras que eu vos digo (Jo 14.10).
- A forma verbal é a mesma da sentença anterior, inflexão do pres. at. Ind., à luz da terminação co, sem o concurso do pronome pessoal sujeito, evidenciada como 1 - p. s.;
- Entretanto, embora desnecessário, precede-a o pronome eyú , nominativo singular, obviamente em função enfática, devendo, por isso, destacar-se na tradução;
- Naquele caso, o que se ressalta é o novo status daqueles que já não mais se situam na faixa de servos, secundária a noção de quem assim os declara; neste, porém, Jesus acentua Sua pessoa: é Ele quem diz tais palavras, não outrem, o destaque a caber não a piffiaTa - o que diz, mas a €7 (6 - quem as diz, logo, explicitado nesta o pronome, enfático, ausente naquela.
16. PARTICULARIDADES DOS VERBOS COMPOSTOS
16.1 - Natureza- Em sua forma simples, constam os verbos de uma raiz, que
pode sofrer várias alterações, redução ou expansão, e de outros elementos acessórios à estrutura flexionai;
- Há, entretanto, vultoso contingente de verbos compostos, isto é, de verbos a cuja raiz básica se associam outros elementos modificativos ou juncionais, mormente preposições que se lhe prefixam, ora em função intensiva ou geral, ora a ditar acepções particulares ou especiais;
- Assim, epxojxai - ir, vir (Mc 12.18) - é verbo simples, por isso que à raiz não se lhe associam elementos de composição. Já, por outro lado, etcepxofjiai - entrar (Lc 1 0 .8 ) - é verbo composto, porquanto se antepõe ao tema simples a preposição e!<; - para, para dentro -, a influir-lhe na acepção, conferindo-lhe sentido diferente (ir PARA DENTRO);
449
- Em relação aos verbos compostos merecem observadas as seguintes particularidades:
1. Elisão
- Se o verbo simples se inicia por vogal ou ditongo e o elemento prefixado termina em vogal breve, processa-se, normal
mente, a elisão desta vogal, exceto em se tratando das preposições otfjupí, Trepi e irpo', que a retêm sempre;
- E o que se vê, por exemplo, em Sidpxeo-Qai- atravessar (Jo 4.4), composto da preposição 8tá e do simples epxecr0ai (pres. méd. Inf.). A forma regular, não elidida, seria Staepxeo^at. Todavia, uma vez que o tema verbal se inicia por vogal, e, e a preposição termina em vogal breve, òt, elide-se esta, absorvida na prolação regular da forma.
2. Acentuação
- Princípio prosódico basilar é que, nas formas finitas, recedeo acento até a antepenúltima, quando a última é breve, até a penúltima, se a última for longa;
- Norma estabelecida, no entanto, é que nas formas verbais compostas não ultrapasse o acento os limites do tema e seu aumento. Em outras palavras, não cairá o acento sobre a preposição integrante, mesmo que, breve a última, constitua ela a antepenúltima, ou, longa, a penúltima;
- Ex. eiarjXGov - entraram (At 1.13)- E forma verbal composta da preposição integrante etç e da
3- p. pl. do 2- aor. at. Ind. t)\0ov, de epxoixai;- Trissilábica, última breve, deveria o acento receder até o di
tongo et, inicial da preposição, antepenúltima que é;- Entretanto, tratando-se de inflexão composta, não devendo
o acento ultrapassar as fronteiras da raiz e seu aumento, permanece ele na penúltima, sobre o ti do tema alongado, não recedendo, pois, até a preposição;
16.2 - Particularidades
450
- Deixa de vigorar este princípio restritivo apenas em três circunstâncias:
1 - Quando o elemento verbal é forma enclítica, logo, não possuída de acentuação própria;
2- Quando o elemento prefixado já de tal modo se integrou ao tema verbal que não mais se lhe distingue; e
3- Quando se trata de forma imperativa, mormente da 2- p. s., que, em decorrência da expressão, exibe a tônica recuada; e
3. Aumento e reduplicação
- O aumento, inserção do prefixo e ou alongamento da vogal inicial do tema nos tempos secundários do Indicativo, e, bem assim, a reduplicação, repetição de parte da raiz verbal ou inserção do prefixo e ou do ditongo el nos tempos dos sistemas dos perfeitos, processam-se, também, na raiz verbal, não na preposição ou elemento prefixado. Portanto, aumento e reduplicação, como se dá com o acento, não ultrapassam, normalmente, os limites do tema verbal;
- Assim, na forma eíarrjX0ov, do exemplo considerado no item anterior, visto que se trata da inflexão do 2 - aoristo do Indicativo,
ocorre o aumento. Não fora composta a forma, esse aumento se processaria no ditongo ei inicial, que se poderia fazer r|. Nesse caso, aumentada, tornar-se-ia: YjcreX0ov (o acento no tema, não na preposição). Entretanto, uma vez que se compõe da raiz eX(v)0, reduzida, e da preposição eiç, anteposta, como não deve o aumento recair na preposição, mas nos limites do tema, alonga-se a vogal inicial da raiz kk(v)Q, não o ditongo preposicional, e a forma terá de ser: eíar]X0ov;
- De igual modo, na forma KaTeiX^çevai - haver alcançado (Fp 3.13), perf. at. Inf. de KaTaXa|xpávco, composta da preposição intensiva Korrá e da raiz Xct(3, alterada em Xiqç. Como todas as inflexões de perfeito, mais-que-perfeito e futuro perfeito, receberá a reduplicação distintiva de tais tempos. Neste caso, consiste a reduplicação do ditongo ei, que se não antepõe à preposição, o que
451
daria a forma eÍKOíTaX.Ti<p€vca, mas à raiz, donde KaieiX^cpemi tendido o a final da preposição).
17. ORDEM VOCABULAR
- É o grego literário língua de extraordinária flexibilidade e expressividade soberba, longe de rígida e formal em sua taxeolo- gia, podendo-se os termos distribuir na sentença com ilimitada liberdade, em multifária variedade de posições. Quer isto dizer que o sujeito não antecede necessariamente ao predicado, nem vêm os adjuntos e complementos obrigatoriamente pospostos;
- A colocação dos termos na frase obedece à preferência e retoricidade dos autores, aos reclamos de ênfase e expressão, aos princípios de eufonia e estilística, em admirável versatilidade e vivacidade sem par;
- Sofrem certa limitação posicionai, é verdade, determinadas formas e vocábulos, em certas situações ou circunstâncias, decorrência da particular natureza da palavra ou da função específica em que se ache. E o caso das chamadas partículas pospositivas (que não podem iniciar cláusula ou sentença), ou dos adjetivos nos usos atributivo ou predicativo (ora a seguir-se ao artigo, ora dele distanciados), ou do advérbio de negação (a precederão verbo modificado), ou das preposições e conjunções em relação aos elementos vinculados (a que se têm de antepor, embora outros termos se possam entre eles intercalar);
- Portanto, ao traduzir-se um trecho ou porção, não é tanto a ordem ou seqüência dos termos que importa observar-se, mas o relacionamento sintático, a correlação de função e sentido;
- Nos livros históricos do Novo Testamento, como sejam os Sinóticos, verifica-se, em geral, taxeologia menos variada do que nos escritos didáticos, tais as porções paulinas. Isto se deve, por certo, ao fato de que estes se revestem de maior retoricidade, aqueles refletem a influência de estilística hebraico-aramaica, menos flexível e versátil;
452
- Todavia, não há olvidar-se que a posição de maior ênfase éo princípio ou o final da cláusula ou sentença.
18. VOCABULARIO
174. crf/eÂ-oç, ou, Ô - Anjo, enviado, mensageiro.175. ttKotTcxTT<xx)Toç, nr], ov. Composto da partícula privativa a ,
mais a preposição intensiva koítcí, mais a forma adjetiva do tema de iraiíoixai - cessar - Incessante, incontido, irrestringível.
176. OíKOVÜ), OtKOWíD, T | K O w á , OdKTffKOa, T]KOlXT(JLOtL, T ]K O W 0T|V
-ouvir, escutar, dar ouvidos.177. avoryivcÓCTKO), ava7vci>ao|xai, aveTvcov, to>€7va>—
Ka, otve7Vü)CT|xai, aveywooSTfiv. Composto da preposição gradativa avá e de ivcóokcú - saber - Ler, reconhecer, discernir.
178. à£íioç. Advérbio de modo - Dignamente, convenientemente, de modo condigno.
179. aTTocpôeyyoiAai, onrocpGe^opm, à'ire<p0e7£á|x'irçv,, cnre<p0€7x0Triv. Composto da preposição externativa clttó e de
ç 0€77O|xai - prolacionar - Proferir, pronunciar, declarar, sentenciar.180. 7 tvo|xai, 7€VT]CTO(xat, €7evó|XTrçv, yéyova, yeyévy]—
|xai, e7ein]0T)v - Tornar-se, vir a ser, existir, fazer-se, ocorrer, acontecer.
181. 7 ivtiXTKü), 7vtóao|xai, ctvíov, eVvooKCt, e^vaxr—
fxat, €7V(tío-0Trjv - Conhecer, saber, entender, apreender, perceber, discernir.
182. ôaifioviov, ov, to - Demônio, espírito maligno, deidade pa- gâ, ser maléfico de natureza sobrehumana.
183. 8(iaKpXvtú, òiaKpivü), òiéKpívâ, òiaKCKpLKa, ôiaKCKpí— |xai, ôieKpÍ0Tqv. Composto da preposição intensiva 8iá e de xpivo)- julgar - Discriminar, discernir, distinguir, diferençar, julgar, hesitar, duvidar.
184. ôiôáaKío (por ôiôáxoKco, raiz 8i8axj, 8i8á£(o, eSi8á —
£a, 8e8í8axá, 8e8í8ot7 |xoa, eSiSaxO^v - Ensinar, instruir, dar a conhecer.
453
185. ôigSkw, ôiíú ío, éôioo dt, ôeSíwxá ou ôeôítoKá, ôeôíü)7 [xai, eôicóxGiriv - Perseguir, acossar, pressionar, ir-se após, seguir, condenar.
186. eyetpío, eyepcò, íj^eipa, I^rj^epKa, ^Tj^ep^ai, TpyepO-iqv- Elevar, erigir, levantar, erguer, suspender, ressuscitar, restaurar, despertar, excitar, insurgir-se.
187. ex<*>, ou (rx^aco, ecrxov, èoxnKa' eoxnixai, coxeO-r v. A raiz é aex» logo, o pres. at. Ind. deveria ser aéxw, que evoluiria para exw, alfim exw. No impf. o alongamento do e é para ei, não in,
/N 1daí, eixov (não fjxov) - Ter, possuir, manter, sustentar, assenhorear- se de.
188. TjS-rç. Advérbio de tempo - Já, agora, por fim.189. 0oa)fxct£co, Oavfxáaco, e0aú|xacrct, T€0aiJ|xaKá, T€0<xu—
fxaa|xai, eOa-ujxácrôinv - Admirar-se de, maravilhar-se, surpreender- se com, fascinar-se ante.
190. KeqxxÀT], t)S, rj - Cabeça, cimo, topo, chefe, autoridade, co-rifeu.
191. KTjpixraco, Kirpü íú, eKTjpã^a, KeKr[pvxa, K€KT)pí>7— fxai, Ik-tipüxOtiv - Proclamar, publicar, anunciar, pregar.
192. KoiXiã, ãç, iq - Ventre, abdómem, estômago, barriga.193. fxe^aXwío, |X€7aXwa), lfX€7 aXw à, fxe(xe7 cxX\)Kcí, fxe—
fxe7 ctXt)((x)fxai, efxe7aXxí(v)0iqv - Engranaecer, exalçar, magnificar, aumentar, ampliar, exaltar.
194. fxeXXco, jxeXXirçoxo, ifjiéXXinaá, ixeixéXXTrjKá, ixefxéXXTj— fxai, eixeXXTqOiryp. Verbo usado especialmente como auxiliar futuri- tivo, em expressão composta enfática, ou promissiva, ou de iminência - Estar para, estar prestes a, pretender, ter em mira, haver de.
195. (xêcttÓs, t\, óv - Cheio, pleno, repleto.196. |X€toÚ Preposição. Seguida de genitivo - Com, juntamente
com, em companhia de, entre. Seguida de acusativo - após, depois, atrás, além.
V S U U «£
197. fxoixaXíç, (xoixaXíôoç, r\ - Adúltera, disposição aduiterina, sensualidade, adultério.
198. Óti. Conjunção causai ou relativa - Que, porque, por causa
454
de, porquanto.199. ocpeíXo), ocpeiXrjao), üxpeiX^cra e oxpeXov, üxpeiXirç—
kcl, wcpeíXT](xotL( íocpeiXrjGiqi' - Dever, convir, ter obrigação de.200. TrXávoç, th, ov (triforme) ou TrXávoç, ov (biforme) - Er
rante, enganoso, ilusório, vagueante, errático.201. TroXiTetKo, TroXiTeixrco, eiroXiTewa, 'ireiroXí/revKa, are—
ttoXít€U|acu, èiroXiTevÕTiv - Ser cidadão, administrar, proceder, com
portar-se, agir, atuar.202. Trpoaexw, TTpoae to e TrpocrxTjcrcú, Trpocréaxov, TTpocreo—
X^Ka, 'irpoaearx'n|xai, 'TrpoaécrxéOTiv. Composto da preposição Trpóç - junto a - e ix<*> - ter - Apegar-se a, aproximar-se de, atentar para, cuidar que, assentir a, ceder a, dar atenção a, seguir, devotar-sea, guardar-se de, acautelar-se.
203. irpü>TO<;, r|, ov. Numeral ordinal de cunho superlativo- Primeiro, principal, eminente, primário, básico, fundamental, mais importante.
204. ctkiõ, ã ç , - Sombra, penumbra, escuridão.205. OTreípíú, cnrepw, ecnreipà, ecnropá, eWapfxai, IcTráp^v
- Semear, disseminar, espalhar, difundir.206. otoíppoawTi, t) - Sobriedade, moderação, prudência,
equilíbrio, harmonia, sensatez, bom senso.207. Tpdfxoç, ov, ô - Tremor, agitação, inquietude, temor, reve
rência, respeito.208. •uttoíkotíxo, •üTraKcnkrc*), VTnrfKowá, •mraKTÍKoa, tnrr)—
Kowfxat, VTTTiKOfucrGTiv. Composto da preposição tnro - sob - e oíkoxxo - ouvir - Dar ouvidos a, acatar, escutar, aceitar, obedecer.
209. inrepfJoXrj, rjç, 'rç. Composto da preposição vrrò - acima, além -, e da forma substantiva PoXtj, rjç, rj, - de (3áXXco - lançar - Descomedimento, excesso, destaque, preeminência, arrojo, transcendência, excelência,
- Comum é a locução KOiOSnrepPoX-rív - superlativamente, por excelência, desmedidamente, em demasia, sem conta.
210. cpaívo), cpavco, ècpT|vá, 7recpr|và ou -rrccpa^Ká, -rvcípao— (xai, €cpàvTjv ou ecpávOiQv - Refulgir, brilhar, luzir, deslumbrar, exibir,
455
mostrar.
- Na voz passiva ou média: - aparecer, parecer, revelar-se, exibir-se, mostrar-se.
211. (pófios, ov, ó - Medo, temor, horror, reverência, respeito.212. ijnjxLKoç, r f , ov - Natural, terreno, animal, sensual, psíquico,
mental.
- Observação: - 0 verbo, inda que complexo, se deve enunciar em termos dos componentes básicos de sua sistemática flexionai. Isto é, referir-se-lhe devem as chamadas matrizes, formas de que auferem tempos derivados sua raiz e outros elementos estruturan- tes. Seis matrizes há, bases de outros tantos sistemas, conhecidas como partes principais:
- Em função da 1- p. s., ponto de partida, essas seis partes principais, referidas em seqüência no enunciado do verbo, são:
1. Pres. At. Ind. 4. Perf. At. Ind.2. Fut. At. Ind. 5. Perf. MP. Ind.3. Aor. At. Ind. 6. Aor. Pass. Ind.;- Verbos depoentes e verbos defectivos não têm essas seis
matrizes todas. Nos vocabulários assinalaremos a inexistência de qualquer dessas partes, substituindo-a por um traço alongado na enumeração das formas ou matrizes.
19. EXERCÍCIOS
LER, FLEXIONAR, ANALISAR, TRADUZIR:81. oí.Tro ttjç irpá)TT|<; Tjjxepaç axpi T0 v v (Fp 1.5).82. Tà |3piD|xaTa tt] KoiXia Kai rj KoiXía to iç Ppwjxaoxv (I
Co 6.13).83. dípetXei Twf] ê^owíav êxeiv êm Trj<; KeçaXrjç ôià
touç a 7 7 eXou<; (I Co 11.10).84. o ow vo^oç KaTct tcov eTrayyeXicov toO Geov (Gl 3.21).85. toÍ) KvpCou tò 0eXT|jxa 7Lvecr0w (At 21.14).86. otl Ka0'tnrepPoXTiv eôúóKov Tiqv èKKXriaiIav toô 0eou
(Gl 1.13).
456
87. ix aK áp io s õ àvcry ivtíx rK íov K a i 01 a K a i5o v re ç to ò s Xó"—
"/ovs t t iç Trpocp^Teíaç (Ap 1.13).
88 . t ò |xèv TTpòcrwTTOV t o u o vp avo v 'YivüHTKeTC S ia K p í—
v e iv (M t 16.3).
89 . |aòvov a^w os to u evayyeXíav t o v X p u xTo v iro X iT e v e aG e
(Fp 1 .27).
90 . K a i e jxe^ aXuveTO t o o vo |x a t o v Kvpíov 2 I tjítoO (A t
19.17).
91 . ocpBaXfxovs e x o v re ç (xecrrovç jJ u u x a X iô a ç K a i a K a T a —
T ra v a T o v ç a jx a p T Ía ç (II P e 2 .14 ).
92 . KTipvoxrwv r q v P a o rX e C a v t o v 0 e o v koTi 8 i8 ácrK (o v T à
i r e p i t o v K vp ío v 3 I tjctov X p io r o v (A t 28 .31 ).
93 . TrpoCTexovreç T rv e v jx a a iv T rX á v o iç K a i ô iô a a K a X C a iç
8 a i|x o v ico v (I T m 4 .1 ).
94 . a X X à a X ^ B e ia ç Ka i oxoçpoo-vvnqç p r ífx a T a aTrotpôe^—
7 0 |x a t (A t 26 .25 ).
95. O l 8 o vX o i, VTTaKOV€T€ TOIÇ K ttT a a á p K a KVpiO lÇ (JL€Ta
(pópov K a i Tpo"[xov (Ef 6.5).
96 . a i r e íp e T a i CTtójxa vjn^xi-KÓv, e^yeipeTai a tb |x a TTvev |xaT i—
k Óv (I Co 15.44).
97 . K a i e^ ovcríav e'xm xjLV €<TrL t w v v ô a T ío v (A p 11.6).
98 . K a i t o (pois t o aX T ]0 ivò v (p a ív e i (I J o 2 .8 ).
99 . K a i i0 a v jx a £ o v e r r i t o iç X ó^ o is t t )ç x<*PlTO<; (L c 4 .22 ).
100. CTK iàv "/ap extDv ô vó jxo s t w v |xeXXòvT(ov crya0â>v (Hb10.1).
457
CAPÍTULO VII
PROCLÍTICAS. ENCLJTICAS. VERBO EIMI. COMPLEMENTO PREDICATIVO. OY E MH.
PREPOSIÇÕES. ADVÉRBIOS, CONJUNÇÕES E INTERJEIÇÕES.
1. PROCLÍTICAS
1.1 - Especificação- Apresenta-se-nos a escrita grega inçada de acentos, por
quanto é de rigor acentuar-se a tônica dominante de todo vocábulo, exceção feita de duas classes de palavras, consideradas átonas, portanto, destituídas de acentuação própria. Apenas em circunstâncias especiais exibirão acento, meramente ocasional;
- Essas duas classes átonas são as chamadas proclfticas e as enclíiicas.
1.2 - Natureza
- Proclfticas (de Trpò - antes, em frente de - e kXitikòç, rj, óv, forma adjetiva do tema de kXivcú - inclinar-se) são partículas mo- nossilábicas átonas que, do ponto de vista da acentuação, se devem tomar como se foram parte do vocábulo seqüente imediato;
- Dir-se-á, pois, que a proclítica se inclina para a frente, encos
tando-se na palavra que lhe vem após.
1.3 - Enumeração- São as proclíticas DEZ em número, assim distribuídas:
- Um advérbio: oí>, ou ouk, ou oux (não).- Duas conjunções: e l (se), coç (como).- Três preposições: elç (para), ck (de), ev (em).- Quatro formas do artigo: Ó, ti, ol, a i (o, a, os, as).
459
1.4 - Acentuação
- De natureza, não tem acento a prociítica;- Duas circunstâncias há, entretanto, relacionadas com pecu
liar posição na frase, em que virá a prociítica encimada de acento, sempre agudo, a saber:
1. Prociítica seguida de enclítica
- Se o termo que vem após a prociítica é uma enclítica, forma igualmente átona, incapaz de suster a acentuação implícita na posição da prociítica, estabelecida seqüência demasiado extensa de sílabas inacentuadas, requer-se a interposição de acento, que incidirá na prociítica, sempre agudo;
- Se a prociítica vier seguida de outra prociítica, entretanto, deixará de ocorrer-lhe o acento; e
2. Prociítica isolada- Se a prociítica vier isolada, não seguida de outros termos na
frase, fato corriqueiro nas interpelações e citações, uma vez que não há seqüente a que associar-se prosodicamente, receberá acento, agudo, especial.
1.5 - Exemplos
1. Prociítica seguida de vocábulo tônico:- ovk avTiTcxcnreTa.1 v/xív - não se vos contrapõe (Tg 5.6);- O advérbio ovk - não - é proclítico. Segue-o, imediato, o
pres. méd. Ind. avTiTáo-aeTai - contrapõe-se - , forma tônica, da qual se concebe o advérbio como componente prosódico. Portanto, ovk, forma prociítica, não recebe acento próprio, incorporado que é à acentuação do termo seqüente;
- E como se os dois termos formassem uma palavra só, uma unidade prosódica integrada, tal ovKavTiTáorreTca;
460
2. Proclítica seguida de enclítica:- e í Ttveç onreiGovcriv tg) Áxryco - Se alguns desobedecem à
palavra (I Pe 3.1).
- A conjunção proclítica ei - s e - está seguida do pronome indefinido Tiveç - alguns enclítico, logo, inacentuado. Dadas a longa seqüência de sílabas átonas e a insuficiência da enclítica Tiveç
como base prosódica à proclítica c l, esta recebe acento, agudo, daí,
ei TLves (acentuada a proclítica eí), não et Tiveç (ambas sem
acento);
3. Proclítica seguida de proclítica:- irá<s o ev avTw [xevcov - todo aquele que nele permanece (I
Jo 3.6).- A forma articular o está seguida da preposição ev, ambas
proclíticas. Correlacionam-se, prosodicamente, uma e outra, com o pronome aim o, de que funcionam como parte integrante para fins de acentuação, como se fora uma palavra só: Òevaxmo;
- Não recebe acento a proclítica 6, visto que está seguida de
outra proclítica, nem a preposição ev, a preceder a forma tônica, ctvT(ú; e
L
4. Proclítica isolada:- koíI aireKpiQirç. ov - E respondeu: não (Jo 1.21).- O advérbio de negação ou, proclítico, seria acentuado em
função da palavra seqüente na frase. Resposta elíptica, reduzida ao advérbio, que, assim, ocorre isolado, não tem outro termo em que arrimar-se. Daí, terá acento próprio, agudo.
2. ENCLÍTICAS
2.1 - NaturezaO / / /
- Enclíiicas (de ev - em - e kX itlkoç, tj, ov, forma adjetiva do
tema de kXívco - inclinar-se) são partículas monossilábicas ou dissi- lábicas átonas que, em matéria de acentuação, se concebem como
461
parte ou extensão da palavra precedente;
- Neste particu lar são o exato oposto das p roclíticas, já que
estas se inclinam para a frente, un indo -se ao term o que vem após, enquanto aque las , as enclíticas, se inclinam para trás e se unem ao
term o que lhes vem antes;
2.2 - Enumeração
- A s enc líticas, bem m ais num ero sas que as p roclíticas, assaz
freqüen tes nos escrito s néo -testam entá rio s , são , p rin cipa lm ente , as
segu in tes:
- Pronome pessoal: as fo rm as átonas do singu la r dos casos
ob líquos do p ronom e da 1- e 2- pessoas;
- Pronome indefinido: as fo rm as da flexão regu lar de t i s , t i -
algum(a), certo(a);
- Verbos: as in flexões do p res. at. Ind. de e i/x í - s e r - e (p-rjjAi - d izer-, excetuada a 2- p. s ., sem p re tôn ica , a liás , perispôm ena ;
-Advérbios indefinidos, destacadam ente :
- ttot€ - em qualquer tempo;- ttov - em qualquer lugar;- tt(ú - ainda, e- ttcüç - de certo modo; e- Partículas intensivas, tais:
- 7 6 - realmente, certamente, pelo menos;- irep - então;- T e - tanto; e- t o i - então, de fato, em verdade;- N ote-se que irep e t o i não oco rrem iso ladas. A parecem
apenas em fo rm as com postas ou em locuções;
2.3 - Acentuação
- Com o as p roclíticas, de natu reza , não têm acento as enc líti
cas. A pênd ices p rosód icos do term o que as precede, funcionam
com o extensão ou p ro longam ento desse vocábu lo , devendo pro-
nun c ia r-se -lh e em con junto , com o se fo rm assem um a palavra só;
462
- Constitui, pois, a enclítica uma unidade virtual de acentuação com o termo precedente. Destarte, na frase v^ctiov Se t i imo— SpafxóvTeç - passsando, porém, abaixo de certa ilhota (At 27.16) -, acentua-se t i - certa -, enclítica, em função da conjunção Sé - mas -, formando ambas como que um só termo, paroxítono, pronunciadas juntas - Sen -, não separadas, logo, déti, não dé ti;
- Entretanto, já porque não deve no grego ocorrer seqüência demasiado longa de sílabas inacentuadas, já porque particularidades de posição e de sentido o requerem, circunstâncias há, em número de CINCO, em que recebe acento a enclítica;
- Dado que em tais circunstâncias terá a enclítica acento explícito, preferível será nas flexões e vocabulários apresentá-las devidamente acentuadas, lembrado, porém, o fato de que tal acento é puramente eventual, jamais essencial;
2.4 - Regras prosódicas- Pode-se regulamentar a questão toda da prosódia das enclí-
ticas em termos das seguintes NOVE regras explícitas:
1. Oxítonas- Se é oxítono o termo que antecede à enclítica, não receberá
ela acento explícito, nem se tornará grave o agudo final da forma precedente;
- Ex. - oí» 7 <ip ecTe mro vò(xov - pois que não estais sob a lei (Rm 6.14). A enclítica dissilábica eore - esta is- , precedida que é pela conjunção 7 ap - pois que - , oxítona, mantém-se inacentuada, enquanto o acento agudo de 7 otp, que, seguido de palavra tônica, se faria grave, permanece agudo.
2. Paroxftonas- Se é paroxítona a forma que se antepõe à enclítica, nenhuma
alteração experimentará essa forma, nem receberá acento a enclítica, se monossilábica; recebe-lo-á, porém, se dissilábica, sempre na
463
última, agudo, quando breve esta sílaba, circunflexo, quando longa;- Exs. - 5 Iovôaioiç T€ Kai EX.A.irçoxv - não só a judeus mas
ainda a gregos (I Co 1.24); e
- r| 'yàp Kavx'Tlo'i'<5 avnrj eorív - pois que a nossa jac-tância é esta (II Co 1.12);
- Nestes exemplos ocorrem, no primeiro, a enclítica monossi- lábica Te - não só - , no segundo, a enclítica dissi lá bica eoriv — é -, ambas a seguir a formas paroxítonas, respectivamente,3 Iouôaíois- a judeus - e aamq - esta - , vocábulos que não sofrem qualquer alteração prosódica. Das enclíticas, T€, por ser monossilábica, deixa de receber acento, enquanto a dissilábica Icttiv o tem, na última, agudo, porquanto é breve esta sílaba. Fosse longa, receberia o circunflexo.
3. Proparoxítonas- Se é proparoxítono o termo que precede à enclítica, inacen-
tuada continuará ela, mas aquele receberá acento adicional na última, agudo, que se não torna grave. Terá, pois, dois acentos essa forma, primário, básico, na antepenúltima, secundário, circunstancial, na última, agudos ambos;
- Neste, como em todos os demais casos, pronunciar-se-á a enclítica em estrita ligação com o termo precedente, como se lhe fora parte integrante ou extensão silábica;
- Ex. - áureos avoTjToí laxe - sois tão faltos de entendimentol (Gl 3.3). Precede à enclítica Io-tê - sois - a forma proparoxítona ávoT|Toi - faltos de entendimento. Não se acentua a enclítica, logo, éaTe não tem acento. Apõe-se, entretanto, acento adicional, agudo, na última do termo proparoxítono precedente, que, duplamente acentuado, passa a grafar-se avo^Toi.
4. Perispômenas- Se o termo que vem antes da enclítica se acentua com cir
cunflexo na última, nenhuma alteração se registrará: não terá acento a enclítica, inalterada ficará a acentuação do termo que a precede;
464
- Ex. - ws Sei |xe XaXijom - como se me faz preciso falar (Ef6.20). A forma pronominal enclítica (xe - me - está precedida da inflexão ôeí - é preciso -, perispômena. Não recebe acento a enclítica jxe, nem sofre qualquer alteração a perispômena ôeí.
5. Properispômenas- Se é a enclítica antecedida de forma properispômena, como
no caso das proparoxítonas, não se acentuará a enclítica; adicionar- se-á, porém, um acento secundário, agudo (que se não torna grave) à forma properispômena, que, assim, terá dois acentos;
- Tratando-se, porém, de vocábulos de final em dupla £ ou i|j, mesmo que longa a penúltima e breve a última, preferem os gramáticos havê-los por paroxítonos, de sorte que não recebem o acento agudo secundário, agudo, na última, acentuando-se, por isso, a enclítica seqüente, se dissilábica;
- Ex. - tovto fxoi a-Trop-rjo-eTcu eis crwrripíav - isto me redundará em livramento (Fp 1.19). O pronome enclítico (xoi - me, a mim - é precedido da forma demonstrativa tovto - is to - , properispômena. Recebe tovto acento agudo adicional na última, acento que se não faz grave. A enclítica jjioi (e qualquer que fosse, mesmo dissilábica) fica sem acento.
6. Elisão- Quando a forma que antecede à enclítica sofre elisão, isto é,
perde a vogal breve final obumbrada por vogal seqüente, acentuar- se-á, normativamente, a enclítica, a receber acento agudo, na última, circunflexo, se forma do genitivo plural;
- Ex. - áXVeícriv ws otyyekoi - mas, ao contrário, são como anjos (Mc 12.25). A conjunção oxítona aXXá - mas, ao contrário sofreu elisão do ot final ante o ditongo ei da enclítica e k r iv - são - , perdendo, também, destarte, o acento. A enclítica eicriv, que sem a elisão não teria acento (aXXot eíoxv), passa a tê-lo, agudo na última, que, por seu turno, se converte em grave, porquanto seguido de ws, proclítica, integrada à prosódia de 01776X01 , forma tônica.
465
7. Inicial
- Quando é a enclítica o termo inicial da frase ou cláusula, não tendo, pois, forma antecedente a que arrimar-se, recebe acento, agudo, que se converte em grave, se seguida de palavra tônica. Será circunflexo, quando forma do gen. pl.;
- Ex. - Tiveç 8e e£ aimòv eímxv - Mas, alguns dentre eles disseram (Lc 11.15). A enclítica Tiveç - alguns - , inicia a cláusula,
não tendo vocábulo a precedê-la, a cuja acentuação amoldar-se. Terá, pois, de ser acentuada. Recebe acento agudo, na última, logo, Tiveç, não Tiveç, que se torna, por fim, Tiveç, grave o acento, uma vez que está seguida de forma tônica, neste exemplo a conjunção 8e.
8. Enclítica seguida de enclítica- Quando ocorrem em sucessão duas ou mais enclíticas, a úl
tima não terá acento explícito; as antecedentes o terão, geralmente breves, o agudo, que se não fará grave, ou o circunflexo, se forma de gen. pl.;
»- E de observar-se que, se a enclítica vem seguida de proclíti-
ca, não receberão acento, nem uma, nem a outra, correlacionadas prosodicamente aos termos próximos, antecedente no caso da enclítica, seqüente em se tratando da proclítica;
- Ex. - Ka0coç (paaív Tiveç T)fjuxç Xe^eiv - como afirmam alguns que nós dizemos (Rm 3.8). Estão em imediata seqüência as enclíticas cpaaiv - afirmam - e Tiveç - alguns - , aquela a preceder a esta. Daí, cpaoxv, precedente, a anteceder a forma átona, recebe na
última acento agudo, que se não torna grave, logo, <paoxv, não (pcwriv, nem <pacriv; Tiveç, não Tiveç ou Tiveç.
9. Ênfase- Quando objeto de ênfase ou destaque especial, qualquer que
lhe seja a posição na frase, recebe acento a enclítica, normativa- mente o agudo, salvo se forma de genitivo plural, que requer o circunflexo;
466
- Ex. - aXXa Io tÈ crujjnroXÍToa tcov ciryuov - sois, ao contrário, concidadãos dos santos (Ef 2.19). A enclítica ecrre - sois - , está precedida da conjunção oxftona aXXa - ao contrário pelo que não deveria ter acento, nem fazer-se grave o agudo da conjunção. Es- perar-se-ia, pois, a seqüência aXXá eaTe. Admitindo-se que ressalta o apóstolo a presente condição de seus leitores e o faz com destaque e ênfase, dever-se-á acentuar a enclítica. Recebe ela o agudo, na última, portanto, caTe”. Seguida de forma tônica, oujxTToXÍTai - concidadãos -, converte-se-lhe o acento em grave, o que se dá também com o agudo da conjunção aXXa. Daí, a forma final aXXà eore ao invés de aXXa core ou aXXà lo re .
2.5 - Síntese- Do que se expôs, verifica-se que:19 E acentuada a enclítica em CINCO circunstâncias:- Após paroxítona, a enclítica dissilábica;- Após forma elidida;- Quando inicial;- Quando seguida de outra enclítica; e- Quando objeto de ênfase ou destaque;2 ° Não se acentua a enclítica em SETE situações:- Após forma oxítona;- Após forma paroxítona, a enclítica monossilábica;- Após forma proparoxítona;- Após forma perispômena;- Após forma properispômena;- Quando antecede a proclítica; e- Quando final de série de enclíticas;39 Não se altera prosodicamente a forma que antecede à en
clítica, em TRÊS casos, isto é, se:- Oxítona (não se faz grave o acento);- Paroxítona; ou- Perispômena;49 Recebe acento adicional, na última, agudo, que se não faz
467
grave, a forma que antecede à enclítica, em DUAS circunstâncias, isto é, se:
- Proparoxítona; ou,- Properispômena;59 Torna-se grave o acento de:- Tônica oxítona seguida de enclítica acentuada; e- Enclítica acentuada seguida de forma tônica;69 Não se faz grave o acento de:- Tônica seguida de enclítica inacentuada; e- Enclítica seguida de enclítica; e7- Forma enclítica de genitivo plural, se acentuada, receberá
circunflexo, não agudo.
2.6 - Contraste- Em três aspectos se podem as enclíticas contrastar com as
proclíticas:
1 Em extensão- São monossilábicas todas as formas proclíticas; as enclíticas
há-as também dissilábicas;
2. Em quantidade- São as proclíticas DEZ apenas; as enclíticas compreendem
cifra bem mais numerosa; e
3. Em acentuação- Acentuam-se as proclíticas em termos da palavra seqüente,
pendem para diante; as enclíticas se acentuam em função da palavra precedente, pendem para trás.
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2.7 - Formas compostas
1. Natureza
- Palavras, não poucas, há que se constituem de dois ou mais elementos justapostos ou aglutinados. São vocábulos compostos. Não raro, proclíticas e enclíticas se contam entre esses componentes de tais formas.
2. Acentuação
- Essas formas, todas tônicas, obedecem às normas prosódi- cas regulares aplicadas aos termos simples. Todavia, é de observar-
se que as enclíticas geralmente não influem na acentuação da forma que se lhes anteponha, de sorte que, se o acento cair na penúl
tima longa resultante da junção de última breve, será agudo, não
circunflexo. Por outro lado, se tiver circunflexo o primeiro elemento
e acrescentar-se-lhe enclítica dissilábica, o acento, embora posto em antepenúltima, não se fará agudo, continuará circunflexo.
3. Exemplos
a. tócrre oí I k moTeíúç evXo^owTai - de sorte que os da fé
são abençoados (Gl 3.9);- A partícula conjuncional cúcttc - de sorte que - é formada
da proclítica wç e da enclítica tc . Acentuada nos moldes destas, a proclítica wç» seguida da enclítica tc , recebe acento agudo, logo, wore;
- Temos, pois, penúltima longa, acentuada com agudo,
apesar de ser breve a última, o que discrepa do princípio de acentuação das tônicas, que requereria o circunflexo neste caso, oxrTe,
_ c/ ,nao íocTe, como é;
- É de notar-se que, no exemplo supra, aparecem em sucessão imediata a forma articular oí - os - e a preposição ck - de - , proclíticas, ambas acentuadas em função da tônica seqüente mor—
Tetoç — fé - , pelo que não recebem acento explícito;
469
b. €710 7 ctp ejxaGov ev o U eífjix ctuTcípKTiç e iv a i - pois eu aprendi a ser auto-suficiente (nas circunstâncias) em que estou (Fp 4.11);
- Nesta soberba declaração de Paulo, traduzida com estrita literalidade, ocorre a locução ev ois - em que - , o pronome relativo simples no dativo plural. Poder-se-ia usar, com sentido mais compreensivo e intensivo, a forma correspondente do relativo indefini- do ó o t iç , TjTtç, o t i , composto do relativo simples oç, ti, o e do indefinido t i ç , t i , aquele tônico, este átono, enclítico. Neste caso, a forma seria oumoxv - em quaisquer que - , a exibir circunflexo na antepenúltima, a inflexão perispômena do relativo seguida da dis- silábica enclítica do indefinido;
- Embora sejam assaz numerosas as ocorrências deste composto em o Novo Testamento, não se lhe usam as formas oblíquas regulares, apenas a alternativa otou (relativo simples mais genitivo articular), como se vê em Mt 5.25; Lc 12.50; 13.8; 22.16; Jo 9.18.
3. TÔNICAS SEM ACENTO
- Formas acentuadas na última, susceptíveis de elisão, quando se lhes elide a vogal terminal, perdem, ao mesmo tempo, o acento, porquanto, a despeito do apóstrofo, se hão por integradas prosodi- camente na palavra seguinte;
- Ex. - aXVev ttXg^Iv Kapôicaç crapKivoaç - mas, ao contrário, em tábuas de carne, corações (II Co 3.3). A conjunção a\\á - mas, ao contrário - , tônica, oxítona, sofreu elisão do á final ante o e da preposição e, assim, perdeu também o acento, convertendo-se praticamente em átona. Como a preposição é proclítica, daí, ina- centuada, concebem-se ambos os elementos, ciKX e ev, como integrantes prosódicos da tônica seqüente Tr\a|tv - tábuas.
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4. VERBO EIMI - SER, ESTAR
4.1 - Natureza- O verbo eí|xí - ser, estar - é bem a forma pivotal da língua
grega, considerada a essenciaiidade da função que lhe desempenha na expressão, liame por excelência, ontológico e relacionai único;
- De uso extremamente abundante, vastas e profundas variações lhe sofreram as formas, de sorte que as flexões exibem múltiplas irregularidades. Aliás, é verbo assinaladamente defectivo, a carecer de não poucos dos tempos normativos. Em face disso, melhor lhe é não tentar padronização paradigmática e focalizar cada tempo subsistente em termos próprios;
- A expressar estado, condição, relação, não ação ou atividade, mais lógico será considerar-se o verbo ei|xi como estativo, não procedente, a rigor, o falar-se-lhe em voz ativa. Todavia, em atenção à forma, abstraída esta especificidade de sentido, manteremos esse dado nas epígrafes flexionais.
4.2 - Presente Ativo do Indicativo
1. Flexão- As formas do pres. at. Ind. de eijxi - ser, estar - são:
TEMA DES.1 - p. s. el fxú - sou, estou
2- p. s. ei — - és, estás
3- p. s. ecr t i - é, está
2- p. d. ecr tov - sois, estais (vós dois, vós duas)
3- p. d. Icr tov - são, estão (eles dois, elas duas)
1s p. pl. ecr fxev - somos, estamos
2 - p. pl. ècr 're - sois, estais
3- p. pl. ei cri - são, estão
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2. Estrutura
- Nos verbos em oo constam as inflexões do pres. at. Ind. de três elementos estruturantes, em seqüência: Raiz + Vogal de ligação + Desinências. Neste, assim como nos demais verbos em (xt, não ocorre vogal de ligação. Logo, consistem-lhe as formas simplesmente de:
RAIZ + DESINÊNCIA
3. Formação
a. Raiz
- A raiz, originalmente êç, sofre ulterior redução do ç em
três das inflexões, a saber: 1 - e 2- p. s. e 3- p. pl., que, entretanto, a compensam alongando a vogal e, a assumir a forma ditongal ei, não a normativa T);
b. Desinências- Como seria de esperar-se, tempo primário ativo, tem este
pres. at. Ind. as chamadas DESINÊNCIAS PRIMÁRIAS ATIVAS, todavia, em função dos verbos em jxí, não dos verbos em co;
- Alterações se verificam em três das inflexões, a saber:- Na 2- p. s. a desinência s de todo se obumbra (ea +
<; -•> eç -h» et);- Na 3- p. s. a desinência a í sofre o endurecimento da sibi-
lante, que se torna t (ea + a í -♦ ea + t i) ; e-■ Na 39 p. pl. processa-se a mesma redução desinencial re
gistrada nos verbos em w, isto é, abranda-se o t em ç e cai a sibi- lante que a precede, logo, converte-se de v t Í em a í ( ia + v t í -*■€ + VTl -► € + vat -♦ € + crt —♦ €1 + CFl).
4. Acentuação
a. Geral $- A 2- p. s., et, é forma tônica, de cunho contrato, dotada
472
de acento próprio, circunflexo-, as demais todas são átonas, enclíti- cas, susceptíveis de acento, agudo, em circunstâncias especiais;
b. Particular- A forma da 3- p. s., eo ri, quando em função de enclítica
regular e acentuada, recebe agudo na última: éo ri (oxítona);- Pode, entretanto, esta inflexão comportar-se como forma
verbal tônica, finita, acentuada, com agudo, na penúltima, recessi-
vamente: eo ri (paroxítona);- Três são as circunstâncias em que se aplica esta acentua
ção especial, paroxítona a forma:
(1) Quando é o termo inicial da frase.
- Ex. - eoriv §è TTopiCTjxòç fxe-yas - é, porém, grande lucro (I Tm 6.6). A forma verbal inicia a cláusula. Recebe, pois, acento especial, na penúltima, ao invés de tê-lo na última, que lhe seria a acentuação normal como enclítica. Logo, eoriv , não I cttCv ;
(2) Quando tem o sentido ontológico de existir, ou o potencial de ser possível.
- Ex. - cm ^cttiv - que existe (Hb 11.6). Afirma o verbo nesta passagem a necessária realidade da existência de Deus que tem o crente de admitir preliminarmente, donde dever-se traduzir
como existe. Nesta acepção, acentua-se a inflexão na penúltima, logo, eoTiv, paroxítona, em contraste com êoriv , oxítona, prosódia regular da enclítica, em função geral;
(3) Quando a precedem elementos e partículas, tais o advérbio ovk - não ou conjunções, como sejam eí - se - Kai - e, e â>ç - como se, bem como o demonstrativo touto - isto - e a adver-sativa conjuncional enfática aXXá - ao contrário quando elididos
f 0/ ^ \ \ / ^ f t o u t e<TTL, a X X e o r r i .
- Ex. - ovk ecttlv avTr] T] CTocpía c/vü)0€v KaTepxo|X€Vr]- Não é esta a sabedoria advinda de cima (Tg 3.15). Antecede à infle
473
xão I c t t i - é - o advérbio ouk - não. Por esta razão, tem a forma verbal acentuação especial, na penúltima, paroxítona, em distinção da regular o vk Io t t lv , em que a proclítica (otjk) recebe acento, agudo, a enclítica é inacentuada.
5. Nü móvel
- A inflexão da 3- p. pl., evoluída, eítrí, em decorrência do final a í, faz jus ao nü móvel nas circunstâncias normativas;
- Assim também se dá com a inflexão da 3- p. s., eori, porquanto originalmente o final era cri, não t i , resultando a mudança do endurecimento da sibilante desinencial ou da imposição da alternativa t l , própria dos verbos em to. Daí, seria etx — txí, alterada em etx — t l ;
- Conseqüentemente, ambas essas inflexões, se terminais de cláusula ou a anteceder palavra começada por vogal ou ditongo, devem grafar-se laT iv (3- p. s.) e ela ív (3- p. pl.).
6. Tradução
- Presente, a Aktionsart é linear, durativa, extensa, a expressão momentânea, costumeira ou progressiva;
- Ativas quanto à forma, estativas em sentido, expressam estas inflexões não ação ou atividade, mas relação, condição, estado, em função de complemento predicativo, ao sujeito, porém, cabendo a predicação e ao fato relacionai a ênfase;
- Indicativo, a expressão é categórica, incondicionada, incisiva, em termos da atualidade, uma vez que neste modo subsiste a noção temporal;
- Traduzem-se estas formas pelas correspondentes de nosso presente ativo Indicativo, portanto, el(xt eqüivale a:
- sou, estou (relação momentânea), ou,- sou, estou (relação costumeira = costumo ser, costumo estar),
ou,- estou sendo (relação progressiva).
474
4.3 - imperfeito Ativo do indicativo
1. Fiexão- Do impf. at. Ind. de eifxt - ser, estar - o quadro total de in
flexões é:
A+T Des. A+T Des. A+T Des.
1 9 p . s . T)
2- p . s . ^3- p . s . t Í
V OU T]■3:Ç OU T)
V
— ou V| fx^v - eu era, estava cr0á - tu eras, estavas
- ele, ela era, estava
25 p . d . T|
3§ p . d . r\
t o v ou iqcr
r r iv ou y\o
t o v - vós (dois, duas) éreis, estáveis
t t )v - eles (dois), elas (duas) eram, estavam
1- p . p l .^
2§ p . p l.T J
3- p . p l . 1
fxe v ouT € OU T O"
c r a v
(xeGá - nós éramos, estávamos T 6 - vós éreis, estáveis
- eles, elas eram, estavam
2. Estrutura- Como no presente, fenômeno característico dos verbos em
|xí, não ocorre nas formas deste impf. at. Ind. de eifxí a vogal de ligação;
- Consta, portanto, a seqüência estrutural desta flexão de três elementos apenas: AUMENTO + RAIZ + DESINÊNCIA;
- Diverge, pois, estruturalmente, o impf. at. Ind. dos verbos em yX da flexão paralela dos verbos em co em que àquele lhe falta a vogal de ligação, presente sempre nesta.
475
3. Formaçãoa. Aumento
- Formas iniciadas por vogal, o aumento é o temporal ou vocálico, simples alongamento regular da vogal incial do tema, que de e passa a ser xi;
b. Raiz
- A raiz, a mesma do pres. at. Ind., em cujo sistema se enquadra o impf., é a primitiva eç, cuja sibilante se conserva apenas em três das inflexões (as alternativas do dual e da 2- p. pl.), caindo nas demais doze;
c. Desinências
- Tempo secundário do Indicativo, forma ativa, as desinências terão de ser as SECUNDÁRIAS ATIVAS, observando-se, porém, que:
(1) Em duas das inflexões (1- p. s. e 1§ p. pl.), ao lado da forma ativa, há também alternativa useira em que a desinência é secundária média, respectivamente, (jltiv e (xe0á;
(2) Na 1 - p. s., de par com a forma regular fiv, há a reduzida ir], nao-desinenciada na expressão atual;
(3) Na 2- p. s. há forma alternativa, em que a desinência é a arcaica o-0a;
(4) Na 3- p. s. em vez da desinência regular t , que se não manteria, por ser lingual, aparece a nasal v, compensatória, forma que coincide com a normativa da 1- p. s.;
(5) Na 3- p. pl. a desinência é a típica dos verbos em fxí, isto é, ctcxv, em lugar de v, característica dos verbos em co;
(6) Exceção feita da 3- p. s. e da 3- p. pl., as demais exibem todas forma alternativa, sendo, por isso, duplas. A 1- p. s. é, aliás, tripla, constando de três formas paralelas;
(7) No dual diferem as inflexões no tocante à vogal desi- nencial, breve na 2- p. (o), longa na 3- p. (t]), o que é próprio dos tempos em que são secundárias as desinências; e
(8) A raiz, alongada, retém o ç original apenas na 2- e 3§ p.d. e na 2- p. pl., em que, portanto, aparece comoT)ç; nas restantes, mercê da excisão da sibilante, se reduziu a
476
4. Acentuação- As formas do pres. at. Ind. de eíjjw, todas, exceção feita da 2-
p. s. ei, são átonas, enclíticas, suceptíveis de acento agudo, oxíto- nas, em determinadas circunstâncias;
- As inflexões deste impf. at. Ind. de eifxi, por seu turno, são tônicas, acentuadas recessivamente, observando-se que têm circunflexo as formas de cunho monossilábico (1§ p. s. regular e reduzida; 2- p. s. atual e 3- p. s.) e as dissilábicas de final breve (2- p. s. arcaica, 2- p. d. reduzida e extensa, 1- p. pl. ativa, 2- p. pl. reduzida e extensa, e 3- p. pl.), longa a penúltima acentuada, última breve, enquanto é agudo o acento nas formas dissilábicas de final longo (1§ p. s. média e 3- p. d., reduzida e extensa), longas não só a penúltima acentuada, como também a última, e a trissilábica (1- p. pl. média), última breve.
5. Tradução- Imperfeito, a Aktionsart é extensa, durativa, linear, em pers
pectiva do momento, ou de continuidade repeticional, ou de processo em andamento;
- Inflexões ativas em forma, estativas em sentido, expressam condição, relação ou estado, atribuídos ao sujeito, dada ênfase do fato relacionai, não ao sujeito propriamente, nem à resultatividade emergente;
- Tempo do Indicativo, a expressão é tersa, incisiva, categórica, em perspectiva pretérita, já que neste modo a noção temporal é explícita e o imperfeito é tempo de ação passada ou anterior;
- A tradução regular destas formas será a do nosso pretérito imperfeito, estado ou relação vistos como processo durativo ou extenso. Todavia, não há flexão específica de aoristo, isto é, de tempo pretérito de ação punctiliar ou única neste verbo e, por isso, as formas deste impf. se podem empregar em função do aoristo, devendo-se, nesses casos, traduzir pelo nosso pretérito perfeito;
- Portanto, f|V, f| ou se pode traduzir por:- eu era, estava (relação momentânea), ou,
477
- eu era, estava (relação costumeira = costumava ser), ou,- eu estava sendo (relação progressiva); ou,- eu fui (em acepção punctiliar, aorista).
4.4 - Futuro Médio do indicativo
1. Especificação- As flexões do pres. e do impf. têm a forma ativa; o fut., po
rém, assume forma de voz média, inexistente a ativa. É, pois, flexão e sistema depoentes: as formas são médias, o sentido é ativo, ou, melhor, empregam-se as inflexões médias em lugar das ativas.
2. Flexão- Do fut. méd. Ind. de €Í|jli - ser, e star-, depoente, as formas
flexionais são:
TEMA IT VL Des.15 p. s . %
2? p. s . [e
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crCT
Oe
um - serei, estarei*1 3/ I I g/| 1omJ-*e|cr Iti ou eiCTl ei - serás, estarás
Tai - será, estará
2§ p. d . e CT 6 ct0ov - sereis, estareis (vós dois, vós duas)3? p. d . e CT e CT0ov - serão, estarão (eles dois, elas duas)
V- p. pl. e CT 6 |xe0á- seremos, estaremos2- p. p l . e CT e cr0e - sereis, estareis3- p. pl. e CT 0 vra i - serão, estarão
3. Estrutura
- Excetuada a 3- p. s., a que falta a vogal de ligação, constam estas inflexões, da mesma seqüência de fatores estruturantes desta flexão nos verbos em co, isto é, de:
RAIZ + INFIXO TEMPORAL + VOGAL DE LIGAÇÁO + DESINÊNCIA
478
4. Formação
a. Raiz- A raiz nesta flexão é a mesma do presente, reduzida, em
todas as formas, à parte vocálica, ou, seja, a e, em vez de eç, primitiva;
b. Infixo temporal- Caracteriza-se o futuro, salvo nas formas atuais dos ver
bos em líquida, pelo infixo temporal específico, a sibilante, inserida entre a raiz e a vogal de ligação em todas as inflexões do tempo.
c. Vogal de ligação- Característica dos verbos em |xí é a ausência de vogal de
ligação nos tempos que formam os sistemas flexionais do pres. e do 2- aor., ressalvado o Sub]., que a retém. No futuro, entretanto,
seja nos verbos em eo, seja nos verbos em j j l i , subsiste esta vogal conectiva;
- A vogal de ligação neste fut. méd. Ind. é a típica dos tempos do Ind. que a exigem (pres., impf., fut., 2- aor. e fut. pf.), isto é:
- o antes de desinências iniciadas por (x ou v,- e ante as demais, desinências iniciadas por ç ou t ;
- Na 3- p. s. (e — a — tou ) já não se assinala esta vogal, supressa inteiramente. A forma regular, assincopada, seria: e — a— e — Tai; (ecreTai).
d. Desinências- Têm estas inflexões a desinenciação própria de futuro,
nesta voz (média) e neste modo (Ind.), isto é, as DESINÊNCIAS PRIMÁRIAS MÉDIAS;
- Na 2- p. s., como se dá em todas as flexões desta voz, acentuados o perf. e o mqpf., a sibilante desinencial, posta entre vogais, cai, contraindo-se, daí, as vogais contíguas, resultando o
479
ditongo tq ou ei. Logo, a forma atual desta inflexão é: e — a — yi (preferida no coiné) ou e - a - ei (própria do clássico);
— Graficamente; e oxxi e — a i Ti ou ei;- No dual têm as formas desinência similar, de sorte que
coincidem em forma as duas inflexões, característica de todos os tempos em que são primárias as desinências.
5. Acentuação- Tempo finito, acentuam-se as formas deste fut. méd. Ind.
recessivamente. São as desinências todas breves, ou porque encerram vogal breve (o, á, e), ou porque se findam pelo ditongo a i, dado por breve para fins prosódicos (menos em formas do Optativo). Logo, recuará o acento até a antepenúltima, a raiz I , salvo na 1- p. pl., cuja desinência é dissilábica, donde ficar sobre a vogal de ligação o;
- Nas duas inflexões reduzidas (2- e 3- p. s.) estará o acento na penúltima, porquanto se tornaram dissilábicas, paroxítonas, já que é breve essa sílaba tônica;
- Têm, pois, as inflexões todas acento AGUDO.
6. Tradução- O fut., admissível expressão evoluída do 2? aoristo em pro
jeção pervindoura, por isso sempre a reter, explícita ou implícita, a noção temporal futuritiva, embora, por vezes, expresse estado ou fato inextenso, visto em si, sem dimensionalidade, nem continuidade;
- Formas da voz média, esperar-se-ia expressem o estado ou relação em função do sujeito e seu envolvimento, sobre que recairia a ênfase natural. Depoentes que são, entretanto, eqüivalem às ativas inexistentes, de sorte que a ênfase é ao fato ou relação, antes que ao sujeito e seu particular interesse, vantagem ou propriedade;
- Tempo do Indicativo, não só a expressão é tersa, incisiva, categórica, mas ainda subsiste noção temporal, a referência sendo à futuridade;
- Destarte, dir-se-á que o pres. e o impf. são lineares, en-
480
quanto o fut. é punctiliar, todos, porém, neste modo, com perspectiva temporal explícita:
- o pres. a situar a relação na atualidade (contemporânea);- o impf. a pô-la no passado (pretérito);- o fut. a projetá-la no porvir (pervindoura);- Traduzem-se estas formas, pois, pelas correspondentes do
nosso futuro do presente, de sorte que ecro|xai, médio em forma, ativo em acepção, se pode representar por: - serei, estarei, haverei de ser, haverei de estar;
- Atentando-se, porém, para o caráter indefinido das situações futuritivas, sua imprecisabilidade, não se lhes excluirá o teor linear, continuativo, extenso, duracional, em feição momentânea, costumeira ou progressiva, frisado o processo antes que o fato. Nesta acepção, traduzir-se-ão por:
- serei, estarei (ação momentânea), ou,- serei, estarei (ação costumeira = costumarei ser, costumarei
estar); ou,- estarei sendo, estarei estando (ação progressiva).
4.5 - Presente Ativo do Subjuntivo1. Flexão- O pres. at. Subj. de e l|x t- ser, e sta r-, as formas atuais fruto
de assinalada evolução, tem a seguinte flexão:
FORMAS ATUAIS FORMAS ORIGINAISTEMA + VL DES.___________ TEMA VL DES.
à 1 31 ã p . S . ót>
2a- p . S.
32 p . s. r\
— e— e— e
(0
V
|JllLi
CTl
T l
2- p . d . rj3 - p . d . T)
3/tov e
olTOV €
'n'n
TOV
TOV
1- p . p l. to
2 a- p . p l. T)
3- p . p l. o í
X|xev e T€ e a i e
0)
TH(0
|xevtc
üVTl
481
2. Estrutura
- Em sua feição primitiva, a seqüência de elementos formati- vos neste pres. at. Subj. de el|xi, típica desta flexão em qualquer verbo simples e regular, em w ou (xl, é:
RAIZ + VOGAL DE LIGAÇÃO + DESINÊNCIAS
3. Formação
a. Raiz- A raiz neste pres. at. Subj. é a mesma da matriz, pres. at.
Ind., reduzida à expressão vocálica, e, que, alfim, se assimila à vogal de ligação seqüente, tornando-se elíptica, logo, implícita;
b. Vogal de ligação
- Característica dos tempos do Subjuntivo é a vogal de ligação longa. É a mema do Indicativo, em exato paralelo, alongada, porém;
- Logo, neste pres. at. Subj. a vogal de ligação será:- co antes de desinências iniciadas por |x ou v;- T| antes das demais, isto é, iniciadas por ç ou t ;
c. Desinências
- As desinências nesta flexão, como em todos os tempos ativos neste modo, são as chamadas PRIMÁRIAS ATIVAS;- Nesta flexão processam-se as mesmas alterações desinenciais assinaladas na formação do paradigma regular, pres. at. Subj. de mCTTeúco - crer;
- Destarte, as três inflexões do singular e a 3- p. pl. se apresentam alteradas no final da seguinte forma:
- Na 1 - p. s. cai a desinência |xí,- Na 2- p. s. fundem-se vogal de ligação e desinência,
que é ctl, resultando a forma ditongal r|<;;- Na 3- p. s., de igual modo, fundem-se a vogal de ligação
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r| e a desinência t í , resultando a forma ditongal -q; e- Na 3- p. pl. reduz-se a desinência de v t í para ox, mercê
do abrandamento do t em ç e a queda da nasal.- Graficamente: - 19 p. s. d> + jjlíl. ü>
/\- 2- p. s. TJ + cri rjç- 3? p. s. f) + TÍ tf
O 3 1 ^ 1 v ü- 3- p. pl. o> + vti cocri;- No dual as duas inflexões coincidem em forma, primárias
que são as desinências.
4. Relação- Estas formas, em seu estado atual, eliminados espírito e
acento, coincidem inteiramente com o final do pres. at. Subj. de todo verbo regular, excindida a raiz. Logo, para obter-se o pres. at. Subj. de qualquer verbo, suficiente será antepor-se a estas inflexões de eljjLi, escoimadas do espírito e do acento, a raiz do presente, ajustando-se, necessariamente, a acentuação;
- Duas das inflexões, a 2- p. d. titov e a 2- p. pl. -r re são similares às formas paralelas do impf. at. Ind. deste verbo e duas outras, a 2- p. s. T|«; e a 3- p. s. diferem-lhe, respectivamente, da 2- p. s. e da 1§ p. s., paralelas, apenas em que no Subj. têm iota subscrito, alheio ao impf.
5. Acentuação- Tempo finito, acento recessivo, desinências todas breves,
proparoxítonas seriam as formas originais, trissilábicas;- Contratas, são todas as formas atuais acentuadas com cir-
cunflexo, perispômenas as três do singular, properispômenas as formas duais e plurais.
6. Tradução- Presente, a Aktionsart é extensa, durativa, linear, relação
vista sob o aspecto de momentaneidade, repetitividade ou progressividade;
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- Ativas em forma, expressam estas inflexões estado atribuído ao sujeito, a ênfase a incidir sobre o fato da relação;
- Formas de Subjuntivo, apresentam a relação em moldes dependentes, subalternos, condicionados, em teor potencial, não categórico, extreme de toda e qualquer projeção temporal expressa;
- Não têm os tempos do Subjuntivo tradução específica, definida, precisa como as flexões do Indicativo, dada a natureza complementar deste modo, quase que exclusivamente limitado a cláusulas dependentes, cujo sentido determina-o a modalidade fraseo- lógica ou sintática da construção. Portanto, traduzir-se-ão estas inflexões do pres. at. Subj. nos termos exigidos pela espécie de cláusula em que apareçam.
4.6 - Presente Ativo do Optativo
1. Flexão- A flexão do pres. at. Opt. de et|xt - ser, estar - é:
FORMA LONGA FORMA BREVETEMA IM DES. TEMA 1M DES.
1? p. s. 2? p. s. 3? p. s.
€ee
vLKl0/MlOiITj
V
s(t ) —
2? p. d. e TOV ou eA0l TOV
3a- p. d. e iti TTjV ou c l TTqv
p. pl. e wn |xev ou e-st |xev
2? p. pl. e0)ir\ T € ou € t
"3-T €
35 p. pl. e01«''n crav ou e te V
2. Estrutura-- Constam as formas deste pres. at. Opt. de elfxi da seguinte
seqüência de elementos estruturais:RAIZ + INFIXO MODAL + DESINÊNCIA
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3. Formação
a. Raiz
- A raiz destas formas seria a da matriz, pres. at. Ind., evoluída até a expressão final I , que assim ocorre em toda a flexão, verdade é que contraída sempre em junção com o iota imediato, sob a forma do ditongo ei;
b. Infixo modal- Característico do Optativo é o infixo modal í, a aparecer,
puro e simples, nas chamadas formas breves no dual e no plural, e alongado, mercê da extensão iq, nas formas ditas longas, nos três números;
- Temos, pois, o infixo em duas formas: simples, a vogal í; composto, o grupo i/rj, diérese ou hiato;
- Simples ou composto, o infixo sofre contração da vogal í, com a raiz e, resultando sempre o ditongo ei;
- Na 3- p. pl. breve o infixo é extensificado mediante a inserção de e, aparecendo, por isso, na forma te, hiato, não ditongo;
c. Desinências- Têm estas formas do pres. at. Opt. de eí|xí, a despeito do
tempo, primário de base, desinências SECUNDÁRIAS ATIVAS, característico, aliás, de todas as flexões ativas deste modo, ao contrário do que se registra no Subj., em que todas terão desinências primárias;
- Na 3- p. s., cuja desinência é t , não subsiste esta muda, porquanto lingual não pode ser terminal regular de forma grega;
- Na 3? p. pl. tem a inflexão longa a desinência alternativa crotv, a breve e comum v;
- No dual, como acontece sempre que as desinências são secundárias, diferem as inflexões quanto à quantidade da vogal, breve, o, na 2- p., longa, ti, na 3-. Logo, não são idênticas, ao con-
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trário do que se dá no Ind. e no Subj.
4. Acentuação
- Tempo finito, acentuação recessiva, está na penúltima nas formas dissilábicas, na antepenúltima nas trissilábicas, excetuada a 3- p. d., cujo final longo não permite avance o acento até esta sílaba;
- São de observar-se os pontos seguintes:1? O espírito se desloca do e da raiz para sobre o í do infixo,
porquanto, fundidas, passam essas vogais a constituir ditongo, que requer espírito e acento sobre a segunda das vogais, não sobre a primeira;
2- Em todas as formas, excetuada a 3- p. d., que o tem sobre o Tf) infixal, está o acento posto sobre o i do ditongo;
39 Nas formas de infixo longo (i/r)) é agudo o acento em todas, porquanto ou está na antepenúltima ou, se na penúltima, será longa a última, posições que não permitem o circunflexo, a despeito de tratar-se de tônicas longas; e
49 Nas formas de infixo breve é circunflexo o acento, já que a penúltima, acentuada, é longa, breve a última, feita uma única exceção: 3- p. d., cuja última é também longa, pelo que tem de ser agudo o acento na penúltima.
5. Relação- Estas inflexões do pres. at. Opt. de ei|xC escoimadas do es
pírito, retido, porém, o acento, são exatamente como o final das formas do aoristo passivo Optativo, excluídos a raiz e o 0 do infixo temporal no caso do 19 aor., excindida apenas a raiz, em se tratando do 2 - aor.
6. Tradução- Presente, a Aktionsart é extensa, durativa, linear, a relação
focalizada como estado momentâneo, costumeiro ou progressivo;- Voz ativa, o sujeito polariza a relação, vista, pois, em função
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desse elemento da frase, a ênfase posta no fato da relação, não no sujeito e seu envolvimento (voz média), nem na expressão como resultante (voz passiva);
- Optativo, modo dependente, subalterno, condicional, comoo é o Subjuntivo, estas inflexões expressam a relação em moldes hipotéticos, não categóricos (Ind.), nem mesmo potenciais (Subj.), sem projeção temporal precisa, nem sentido ou tradução específica;
- Do contexto imediato e da própria natureza da cláusula inferem-se a perspectiva temporal a admitir-se e o sentido e tradução convenientes à forma. De qualquer maneira, o nosso futuro do pretérito é a tradução que mais se presta à expressão desta modalidade flexionai.
4.7 - Presente Ativo do Imperativo
1. Flexão- As formas do pres. at. Imper. de etfxi - ser, estar - são as
seguintes:
TEMA DES.2- p. s. \<s
3- p. S. €CT
of
■n
0t - sê, está (tu)tío - seja, esteja (ele, ela)
ouTÍO
2- p. d. ecr
3- p. d. ecr
to v - sede, estai (vós dois, vós duas) tcov - sejam, estejam (eles dois, elas duas)
2- p. pl. ecr
3? p. pl. e a
•>/ecr
Te - sede, estai (vós)tíov - sejam, estejam (eles, elas)
ou| T ío a av
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2. Estrutura
- Destituídas de vogal de ligação, fato que caracteriza as fle- xões deste sistema do presente, excetuados o Subj. e o Ptc., constam estas inflexões destes dois elementos apenas:
RAIZ + DESINÊNCIA
3. Formação
a. Raiz
- Como os demais integrantes do sistema, este pres. at. Im- per. tem a mesma raiz básica da matriz, pres. at. Ind., nestas inflexões em sua forma primitiva, eç, salvo na 2- p. s., em que aparece como tç, e na alternativa da 3- p. s., em que é alterada, longa, f|;
b. Desinências
- As desinências, próprias das flexões ativas e do aor. pass. neste modo, são as chamadas IMPERATIVAS ATIVAS, devendo-se observar que:
19 Na 2- p. s., ao contrário do que se dá nos verbos em co, não se omite a desinência, de sorte que termina a forma em 0i;
2 - Na 3- p. pl. a forma clássica deveria ser ec — vtcov, que, mercê da queda da inicial v da desinência, dada a contigüidade dessa nasal com a sibilante do tema, se faz eor — tcov;
3 9 No dual, como se verifica em todas as flexões imperativas, diferem as duas formas no que respeita a vogal de desinência: breve, o, na 2- p., longa, ío, na 3-;
4? Na 3- p. s. ocorrem duas formas, ambas a exibir a mesma desinência, tco, a primeira, eorot), de cunho ático, a segunda, :>/T|Tío, de formação dórica. De igual modo, têm a mesma desinência, Tcov, a 3- p. d. regular e a 3 - p. pl. clássica, alterada, ambas «rrcov, em sua forma atual.
4. Acentuação- Tempo de modo finito, acentuação recessiva, têm as formas
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dissilábicas acento na penúltima, a trissilábica (3- p. pl. coiné) na antepenúltima;
- E agudo o acento em todas as inflexões, posto sempre em sílaba breve (ur, éa), ou, no caso da 3- p. s. de cunho dórico, t)tco,
em que é longa a penúltima, seguida, porém, de última igualmente longa.
5. Relação
- Duas destas inflexões, a 2- p. d. I cttov e a 2- p. pl. êore, são similares em forma às equivalentes do pres. at. Ind., diferindo apenas a acentuação, por isso que no Ind. são átonas, enclíticas, acentuadas em casos especiais, na última, oxítonas, enquanto no Imper. são tônicas, sempre acentuadas na penúltima, paroxítonas.
6. Tradução- Presente, a Aktionsart é durativa, extensa, linear, injunção
expressa em moldes momentâneos (a relação como fato específico), ou costumeiros (a relação vista como fato repetido ou habitual), ou progressivos (a relação focalizada como processo em andamento);
- Voz ativa, a relação se polariza no sujeito, a ênfase posta na situação como tal, não no sujeito e seu envolvimento (voz média), nem na expressão final resultante (voz passiva);
- Imperativo, ao contrário do Subj. e do Opt., modo de expressão definida, tersa e segura, expressam estas inflexões a relação, estado ou condição em moldes injuncionais, jussivos ou pre- ceptuais, como ordem ou mandado terminante, inda que lhes faleça noção temporal, alheia a este modo, como também ao Subj., ao Opt. e ao Inf.;
- Do contexto infere-se o quando da situação, presente (imediata) ou futura (pervindoura), não concebivelmente passada, dimensão estranha a determinações imperativas;
- Traduzem-se estas formas regularmente pelas do nosso presente imperativo, subentendidas cambiantes de tempo e ex
489
pressão;- Logo, lo-01 se deve traduzir por:- s ê , está (fato momentâneo), ou,- sê, está (fato costumeiro = costuma ser, costuma estar), ou,- está sendo (fato progressivo).
4.8 - Presente Ativo do Infinitivo
1. Forma
- A forma do pres. at. Inf. de eífxí, invariável e única, é:TEMA DESINÊNCIA
A
ei I va i, originalmente, Ict I va i - s e r , estar;
2. Estrutura
- Dois elementos apénas constituem a seqüência estrutural desta forma infinitiva, isto é:
RAIZ + DESINÊNCIA
3. Formação
a. Raiz
- Como é próprio de todos os integrantes deste sistema, este pres. at. Inf. tem a mesma raiz básica da matriz, pres. at. Ind., alongada, porém, a vogal, que assume a feição ditongal ei, compensação à queda da sibilante que precederia à nasal inicial da desinência;
b. Desinências
-N o s verbos em oo a desinência do pres. at. Inf. é a ativa ev cuja vogal se contrai com o e ligacional, resultando a terminação evoluída eiv;
- Nos verbos em |xt a desinência é a alternativa vai, que aparece também no aor. at. Inf., e, em ambas essas modalidades conjugacionais, ainda no perf. at. Inf. e no aor. pass. Inf.;
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c. Vogal de ligação
- Característica dos verbos em |xí é a ausência de vogal de ligação nas flexões do sistema do presente (e do 2? aor.), exceção feita do Subj. e, em et(xí, também do Ptc. Logo, na estruturação deste pres. at. Inf., eivai, não ocorre a vogal de ligação.
4. Acentuação- Nos verbos em co pode-se tonrar o acento como recessivo
nas formas infinitivas do presente. Aliás, apenas quatro infinitivos o têm necessariamente posicionai, a saber: aor. at. e pass., perf. at. e mp.:
- Nos verbos em fxt, porém, a forma ativa do pres. Inf. tem acento posicionai, na penúltima;
- Como o ditongo final at, não fechado de consoante, é havido sempre por breve para fins prosódicos, exceto no Opt., e a penúltima, acentuada, é longa neste pres. at. Inf. de eí|xt, é properis- pômena esta forma, circunflexo o acento;
5. Tradução
- Presente, a relação é vista como extensa, durativa, linear, na perspectiva de fato momentâneo, de situação repeticional ou costumeira, de processo em progressão;
- Voz ativa, a relação se focaliza em função do sujeito, a ênfase dada ao fato subsistente, não ao sujeito e seu envolvimento, nem à expressão resultacional;
- Infinitivo, modo que melhor se toma como substantivo verbal, expressa esta forma a relação, estado ou situação em moldes de um nome invariável em gênero, número e caso, sem pessoa definida, nem conotação temporal explícita. O quando a relação se processa infere-se do contexto, não o exprime a forma. Logo, este pres. at. Inf. não retrata relação necessariamente contemporânea, podendo ser pretérita ou futura, esta mais comumente;
- Traduz-se, pois, e ivai pelo nosso infinitivo presente ativo, isto é:
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- ser, estar (fato momentâneo), ou,- ser, estar (fato costumeiro = costumar ser, costumar estar),
ou,- estar sendo (fato progressivo).
4.9 - Presente Ativo do Particípio
1. Flexão
- A flexão do ptc. pres. at. de eijxi - ser, estar - , cuja forma original do nom. sing. seria ovt, ovticí, ovt, evoluída para còv, ovcra,3/ xov, é:
MASCULINO FEMININO NEUTRO
NS. [o v t ]GS. 0 VTDS.
flfo VT
AS. 0 VTVS. r
Lo v t ]
NAV/D. o GD/D. o
NP.GP.DP.AP.VP.
wo0 /o
[o»/o<3
JM
VT
VT
VT
VT
VT
VT
VT
CO V
os01a
VL
aSI v
eoiv
eçcova í]&seç
OV CTl
ov>r
ov9Íovovov
a/ov:>/
OV
❖OV
oèaiiOliç
ov
DES. VL IM DES.o
CTQL
airis
crávaá
aaaa iv
[S3/O3/
O
[o[o
o/o3/o
a a iawvaa içaàsaca
oof
o
v t ]
VT
VT
v t ]
v t ]
VT
VT
VTVT
VT
VT
VT
OSVl
eOlV
■1— O IV
O IVJ/1 o v
covat]à
9 | ^ov |ai
2. Estrutura- A seqüência estrutural básica das formas deste ptc. pres. at.
de eí|x í - ser, estar - consiste dos seguintes quatro elementos:RAIZ + VOGAL DE LIGAÇÃO + INFIXO MODAL + DESI
NÊNCIA
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3. Formação
a. Raiz
- Teria este pres. at. ptc. a mesma raiz do pres. at. Ind., matriz de que auferem este elemento as flexões todas do sistema;
- Como no Subj., já não subsiste explícita a raiz nas formas atuais, havendo-se por implícita na vogal de ligação básica das inflexões;
b. Vogal de ligação- Seguida que é da nasal v , a vogal de ligação no pres. at.
ptc. é, também, a mesma da matriz em circunstâncias paralelas, isto é, ômicron, susceptível de alterações em certas formas;
- Sofre alongamento esta vogal de ligação o nas formas do nom. e voc. sing. masc., em que se torna w, e no dat. pl. masc. e neutro e em todas as inflexões femininas, em que se faz ou
- Graficamente: NS. e VS. MASC.-* co,
FEM. e DP. MASC. e NEUTRO ov.
c. Infixo modal- O in f ix o m o d a l é , c o m o em to d o s o s p tc s . a ts . (e o a o r .
p a s s . , t a m b é m ) , o g ru p o v t , a s o f r e r a s a lt e r a ç õ e s a s s in a la d a s em
r e la ç ã o a o p a ra d ig m a 'iru rreú oo v , m o r e ú o u c r á , T ricrTeO ov;
- Destarte, cai a lingual t sempre que final da forma, visto que lingual não pode ser terminal regular, o que se dá nos casos nom. e voc. sing. masc. e nom., acus. e voc. sing. neutro; e o grupo todo se omite sempre que a defrontar-se com a sibilante, o que se verifica no dat. pl. masc. e neutro e em todo o feminino;
- Estas mudanças do infixo modal é que determinam o alongamento compensatório da vogal de ligação, que, portanto, se altera em paralelo com essas variações do infixo modal, salvo nos três casos singelos (nom., acus. e voc. sing.) do neutro, em que a alteração se processa no infixo apenas, inafetada a vogal de ligação;
493
- Tem este ptc. at, pres. de e.í|xi as desinências normativas desta modalidade participial, isto é, as típicas dos adjetivos consonantais triformes de radical terminado em vr precedido de o, como I kòSv , ejcoucrá, I kov, as mesmas do paradigma regular m o— Tcixov, moT€w\xro, morevov.
d. Desinências
4. Acentuação- Posicionai é a acentuação das formas participiais ativas,
neste ptc. pres. at. de eí|xí permanecendo o acento em toda a flexão na sílaba em que se acha na forma base (nom. sing.) com uma só exceção: o gen. pl. fem. oiktüjv, em que, longa a desinência, não poderia situar-se na antepenúltima, deslocando-se, por essa razão, para sobre o a da penúltima (ovcrctíov), dada a contração sofrida, alfim a cair no co terminal (ovoxov);
- São acentuadas na última seis das inflexões: nom. e voc. sir(g. masc. e nom., acuè. e voc. sing. neutro, todos monossilábicos, mais o gen. pl. fem., dissílabo contrato; as demais trinta e nove têmo acento na penúltima;
- Agudo é o acento em todas as inflexões do masculino e do neutro (menos no dat. pl.) e nas formas do feminino cuja desinência é longa (gen. e dat. sing., o dual todo, mais dat. e acus. pl.);
- E circunflexo o acento no dat. pl. masc. e neutro e nas inflexões do feminino em que a desinência é breve: nom., acus. e voc. sing. e nom. e voc. pl.;
- Logo, é:-perispômena UMA forma: gen. pl. fem.;- properispômenas SETE formas: dat. pl. masc. e neutro; nom.,
acus. e voc., sing., mais nom. e voc. pl.íem.;- oxítonas CINCO formas: nom. e voc. sing. masc., nom., acus.
e voc. sing. neutro; e- paroxítonas TRINTA E DUAS formas: os demais casos.
494
5. Relação- Teoricamente, deveriam estas formas diferir das correspon
dentes do paradigma moreixov, mcrTeúowâ, mcrTeuov, apenas no tocante à raiz, os mesmos os demais elementos: vogal de ligação, infixo modal e desinências, mesmas as alterações de formas e a acentuação;
- Como não subsiste nestas inflexões explícita a raiz, dir-se-á que as formas deste pres. at. ptc. de e!|xí correspondem ao final do ptc. paradigmático e dos demais ptcs. presentes ativos de verbos em co, excindida a raiz, inserido o espírito e ajustada a acentuação;
- Portanto, para formar-se o ptc. pres. at. de qualquer verbo em (*), bastará antepor-se a estas inflexões de eifxí a raiz do presente do verbo a flexionar-se, excindido o espírito e ajustada a
acentuação.
6. Tradução- Presente, a relação expressa é vista como durativa, extensa,
linear, em perspectiva de fato momentâneo, ou repeticional, ou progressivo;
- Voz ativa, a relação se projeta em função do sujeito, inda que a ênfase incida no fato da relação, não no envolvimento do sujeito (voz média) ou na expressão resultual (voz passiva);
- Particípio, modo que se investe de teor adjetivo, a ação expressa em moldes adjuntivos, as inflexões deste pres. at. ptc. apresentam a relação como contemporânea à do verbo principal a que se associam, por isso que no ptc., como no jnd., de par com a Ak- tionsart, subsiste a noção de tempo, embora secundária;
- Em sua tríplice função, ora se reveste o ptc. de teor verbal, traduzindo-se regularmente, sem variações de pessoa, gênero e número, pelo nosso gerúndio, ora assume a natureza do adjetivo, a sofrer variações de caso, gênero e número, traduzindo-se pelo ptc. pres. at. ou cláusula relativa correspondente, ora eqüivale a típico substantivo, que se pode traduzir por ente, existente, ou nos termos do uso adjetivo: cláusula relativa ou ptc. pres. at. do português;
- Assim, tov, oixra, ov se traduzirá por:
495
a. Uso verbal
- sendo, estando (fato momentâneo), ou,
- sendo, estando (fato costumeiro = costumando ser, costumando estar), ou,
- estando sendo (fato progressivo);
b. Uso adjetivo- que é, que está (fato momentâneo), ou,- que é, que está (fato costumeiro = que costuma ser, que
costuma estar), ou,
c. Uso substantivo- ente, existente,
- como no uso adjetivo, as mesmas acepções substantivadas.
5. COMPLEMENTO PREDICATIVO
5.1 - Natureza
- Os verbos estativos e os verbos liames, porquanto expressam estado, condição ou relação, ou servem apenas como elemento ligacional entre o sujeito e o predicado, equiparando-os em correlação copulativa, não são complementados por objeto direto ou indireto, próprio dos verbos ativos, verbos que exprimem ação;
- O complemento desses verbos não projeta o limite, a extensão, o alcance, o objeto ou as circunstâncias que circunscrevem a ação verbal, mas, ao contrário, a natureza, as qualificações e características, as prerrogativas e atributos do sujeito. Daí, a designação desta modalidade: COMPLEMENTO PREDICATIVO.
5.2 - Forma
- Extensão qualificante do sujeito, vai-lhe o complemento predicativo para o mesmo caso. Temos, desta forma, este complemento expresso pelo:
496
a. NOMINATIVO, quando é finita a forma verbal, isto é, quando se trata de inflexão do Ind., do Subj., do Opt. ou do Imper., tempos que requerem o sujeito em nominativo; ou,
b. ACUSATIVO, quando se trata de forma verbal no infinitivo;ou,
c. QUALQUER CASO, quando a forma verbal é inflexão do particípio, amoldados ambos, sujeito e predicado, ao caso exigido pela modalidade de cláusula em que apareçam.
5.3 - Determinação- Postos ambos no mesmo caso, pode, por vezes, pairar certa
dificuldade em determinar-se qual o sujeito, qual o predicativo;- Em o Novo Testamento, quando em ambas as posições
ocorrem substantivos, um anartro, o outro articulado, este será o sujeito, aquele o predicativo, uma vez que o artigo define, assinala, marca o elemento qualificado, a forma anartra expressa o atributo, a qualidade, o elemento qualificante. Logo, o substantivo articulado exprime a UNIDADE a que predicar-se o teor do substantivo anartro, que, portanto, expressa a NATUREZA da UNIDADE qualificada;
- Cláusulas em que integram ao binômio sujeito-predicativo formas pronominais ou inflexões participiais fogem ao preceituado no parágrafo anterior, a chamada lei de Colwell, o gramático ilustre a quem se atribui a explicitação desse princípio;
- Se ambos os elementos se constituem de substantivos anartros ou se o artigo a ambos define, só o sentido geral da cláusula ou o teor do contexto facultarão a desejada discriminação funcional.
5.4 - Exemplos
1. ovtoi eícriv 7rrnai avuôpoi - são estas fontes sem água (II Pe 2.17).
- Correlacionados pelo verbo liame elcriv - são - , pres. at.
497
Ind., estão o demonstrativo plural ovtoi - estes - e o substantivocomum TrTyyai- fontes nominativos, ambos anartros. Entretanto,do teor da própria cláusula se evidencia que o substantivo Trryyaí-fontes - e seu adjunto òívuôpoi - sem água - expressam a natureza
/£■ * figurada do sujeito outoi, sendo-lhe, pois, o predicativo. E verdadeque o demonstrativo é definido de natureza, implícito o artigo, oque daria a Tn^aí, anartra, a condição necessária de predicativo;
- E, destarte, irr^ a i c/vuôpoi o predicativo do sujeito oircm, posto no mesmo caso deste, nominativo',
2. ufxeíç ôe Tiva |xe XeyeTe eiva i - Vós, entretanto, quem me dizeis ser? (Mt 16.15). /\
- Mercê do pres. at. Inf. e iva i - ser - se correlacionam Tiva — quem - , pronome interrogativo, e |xe - me - , pronome pessoal, ambos em acusativo, dos quais um será o sujeito, o outro o predicativo;
- Do teor da cláusula evidencia-se que o pronome pessoal |xe- me - é o sujeito, donde ser-lhe, necessariamente, o interrogativo Tiva - quem - o predicativo. Jesus dirige aos discípulos tersa pergunta polarizada na questão de quem era Ele e qual Sua natureza, elementos que o interrogativo encerra, predicativamente;
- Visto que eivai é infinitivo, |xe, o sujeito, está em acusativo e, dada a condição de verbo liame, tem o predicativo no caso do sujeito, logo, também no acusativo;
3. ôw ApowiXXi] tt| lô ía yuvaiKi owrj ° Iouôaía - com sua própria esposa, Drusiia, que era judia (At 24.24).
- 0 ptc. pres. at. tnxnj - que era - liga ApowíXXT) - Drusiia - e 3 Iouôaía - judia. Aquele, nome próprio, desde logo se individualiza como o sujeito, de que o patronímico, necessariamente o predicativo, expressa a nacionalidade, a natureza étnica;
- Assistido da preposição crúv - com está ApowíXXTg no dativo, pelo que nesse caso se acham também o liame, por ser parti- cipial, e o predicativo 3Iovôaía, como o requer esta modalidade
498
omplementar. Aliás, a concordância do ptc. e do patronímico em
relação ao sujeito qualificado se processa não apenas em caso, mas ainda em gênero e número;
- Temos, pois, dada a natureza da cláusula, o predicativo em dativo, correlacionado que é a sujeito nesse caso;
4. t| 'ireTpa ôè t|v o Xpioroç - E a rocha era Cristo (I Co 10.4).- Junge o impf. at. Ind. f|v - era - , verbo liame, aos dois
substantivos Trérpoi - rocha - e Xpurroç - Cristo - , articulados, em nominativo;
- Fosse um desses substantivos anartro, de pronto se deveria tomar como o predicativo, cabendo ao outro, articulado, a função de sujeito. Ambos providos de artigo, a expressão é um tanto vaga e ambivalente. Todavia, o sentido, que requer expresse o predicativo a natureza do sujeito, evidencia ser Ó Xpurroç- Cristo - o sujeito, T| TT€Tpoí - a rocha - o predicativo;
- Forma verbal finita, o sujeito, Xpioros, está em nominativo e, nesse caso, como é próprio do predicativo, também f| Trérpa;
\ £ C /5. Geoç t|v o Xo^oç - O Logos era divino (Jo 1.1).
A
- Também nesta cláusula, liga i\v dois substantivos na relação sujeito-predicativo: Geóç - Deus anartro, e Xtyyoç - palavra - , articulado, ambos em nominativo;
- Da própria fraseologia se verá que o substantivo anartro não tem acepção quantitativa, a individualizar, mas, ao contrário, qualitativa, a qualificar, exatamente o oposto do termo articulado. Logo, 0eo<; é o predicativo, ó Xcryoç o sujeito;
- Destarte, o predicativo Geóç não está a destacar a pessoa do X0 7 0 Ç mas a expressar-lhe a natureza. Em outras palavras, Geós não está individualizando ó X0 7 0 Ç, dizendo-o UM DEUS, mas indi- cando-lhe a essência divinal, qualificando-o como DIVINO;
- Nesta modalidade, o elemento anartro é o predicativo, o articulado o sujeito, aquele a especificar a natureza deste.
499
6. O Y E MH
6.1 -- Especificação
- Dois são os advérbios básicos de negação: ov (que se faz ovk , se a anteceder a forma iniciada por vogal ou ditongo encimados por espírito fraco, ovx, se esse espírito fôr áspero ou forte) e fxr|, traduzidos ambos como não;
- Podem estes advérbios aparecer em forma composta, mercê da aposição de elemento intensivo, enfático ou paragógico, sujeitos, por isso, a variações de sentido mais ou menos acentuadas, sempre, entretanto, na acepção negativa básica;
6.2 - Uso
- Empregam-se ov e seus compostos, preferencialmente, com os tempos do Indicativo, negação de teor mais definido, objetivo, terminante, categórico, logo, mais ao talhe deste modo;
- Por outro lado, |xrj e seus compostos se usam, mais apropriadamente, com os outros modos, não categóricos e incisivos em expressão, negação mais subjetiva, atenuada, indefinida, optativa;
- Poder-se-á, pois, adequadamente distinguir o uso destes advérbios com dizer-se que:
- ov nega o fato, fjnq a idéia;- ov é absoluto, fxrj é relativo;- ov final, fjt/rj contingente;- ov categórico, usado quando a asserção é inequívoca; \xrc\du-
bitativo, de preferir-se quando se não deseja ser demasiado taxativo ou dogmático, asserção condicionada ou dependente;
- À vista disto, vê-se que \xx\, e seus compostos, é que se empregam, normativamente:
- Nas cláusulas que traduzem injunção, preceito, desejo ou
proibição, expressas por formas do Ind., do Subj., do Opt. ou do Imper.;
- Nas interrogativas dubitativas (Subj.);- Nas cláusulas subordinadas temporais, concessivas, finais
500
e relativas de cunho hipotético; e- Nas cláusulas infinitivas e participiais típicas (excetuado o
discurso indireto);
- O ptc. admite uma e outra destas negativas, contudo, |ultí impiica em negação virtual, ou em negação factual, aquele possibilidade prevista, este realidade afirmada;
- Em o Novo Testamento, ou ocorre modificando forma parti- cipial, mais assinaladamente na literatura paulina (12 vezes: Rm 8. 25; I Co 4.14; 9.26; II Co 4.8 (repetido), 9 (repetido); Gl 4.27 (repetido); Fp 3.3; Cl 2.19; I Ts 2.4), na lucana (3 vezes: Lc 6.42: At 7.5; 17.27) e na petrina (3 vezes: I Pe 1.8; 2.10; II Pe 1.16). Aparece, ainda, em Hb (2 vezes: 11.1,35), em Mt (1 vez ao menos, 22.11) e em Jo (1 vez: 10.12). Não se encontra, porém, em Marcos, Tiago, Epístolas Joaninas e o Apocalipse. Portanto, prevalece ijuyÍ avantajadamente neste uso. No grego moderno fxi] é a negativa das formas participiais, com exclusividade;
- Especial destaque merece o uso enfático dos dois advérbios, ou seguido de a modificarem, associados, particularmente a formas aoristas do Subj., em função futuritiva ou jussiva, e a formas do fut. Ind.
6.3 - Exemplos
1. ou fxeTafxeA.o(jLai - não me arrependo (11 Co 7.8).- Asserção absoluta, categórica, expressa por forma do Ind.
(pres. méd., 1 - p. s.), a negativa é ou, não |j/iq;
2. cxXka Tore |xèv ouk etôoTeç 0eov eôouXeuoxtTe tolç cpwei fjLTi ouctiv 0eoí<; - Mas, naquele tempo, visto que não conhe- cíeis a Deus, servistes aos que, de natureza, não são deuses (Gl 4.8).
- Os dois advérbios, ou e ixtí, ocorrem a modificar a formasparticipiais, ouk negativando a eíôoTeç - conhecendo - , ptc. perf.
/ com acepção presente, a negativar a ouoxv - sendo, são -, ptc.pres. de el|Jii - ser,
501
- ovk assinala o fato de que desconheciam os gálatas no passado ao Deus verdadeiro, ix-rj expressa a virtualidade dos ídolos, pseudos deuses, aparência, não realidade. Tem-se, no uso de ovk, matéria de fato, no emprego de (x apenas matéria de cogitação;
3. ov jxt) co ra i om tovto - Isto não te sobrevirá D E MODO ALGUM (Mt 16.22).
- Está o fut. méd. Ind. c o ra i- se rá - , traduzível por sobrevirá, negativado por ov e irí, em seqüência, os dois advérbios associados. E o uso enfático desses advérbios de negação conjugados em conexão com forma do fut. Ind., a expressar com vigor a apaixonada expostulação de Pedro voltado a dissuadir a Jesus;
4 , k g Íj imúviihv a a p m ov jlit ) l ã é u w - t o desejo dat / * / t ( j
carne DE MODO ALGUM consumareis (Gl 5.16).- Negativa a dupla adverbial ov (xrj a TeXétrryrc, 2- p. pl. do 19
aor. at. Subj. em cláusula visivelmente enfática, de teor claramente futuritivo;
- E o uso enfático dos dois advérbios negativos em conjunção a modificarem forma aorista do Subj. em função futuritiva e jussiva, em que se acentua que o viver regido pelo Espírito não dá absolutamente azo à satisfação das pecaminosas proclividades do ser.
7. PREPOSIÇÕES
7.1 - Natureza
- Preposições são partículas, outrora formas adverbiais, oriundas de casos substantivos ou de origem pronominal, inalteradas, evoluídas ou afeiçoadas, que ligam termos ou frases em adjuntos e complementos, estabelecendo diferentes relações sintáticas típicas desses acidentes gramaticais.
7.2 - Regência
- As preposições, seja pela natureza da cláusula, seja pela fun
502
ção que desempenham, servem de conectivo de palavras ou frases em casos específicos, para com o termo com que se relacionam como adjunto ou complemento;
- Apenas os chamados casos oblíquos (gen., dat. e acus.) admitem esse preposicionamento. Segue-se que jamais se encontrará forma nominativa ou vocativa precedida de preposição regente, pois que são estes casos retos;
- Das preposições regulares algumas há que são sempre associadas a UM caso único; outras podem associar-se a DOIS (gen. e acus.); outras, afinal, aos TRÊS (gen., dat. e acus.);
- Contendem gramáticos de índole mais estrita que o caso dos vocábulos na frase preposicionada não resulta da direta regência da preposição, mas, antes, da própria natureza da função sintática envolvida, associada a preposição como elemento paralelo, concomitante, advérbio funcional, não propriamente fator regulativo ou determinante real;
- Deste ponto de vista, é impropriedade condenável o falar-se em regência preposicional, por isso que, na verdade, não influi a preposição na forma ou caso dos termos correlacionados. Não será a preposição que requer determinado caso; este é que exige aquela na expressão da relação estabelecida, como o demonstraria a função primitiva da partícula na frase, puro advérbio, mero modifica- dor, portanto;
- Vezes haverá em que faremos uso da linguagem tradicional,o que não deve significar insistamos na pressuposta função regente das preposições.
7.3 - Enumeração- DEZOITO são as preposições normativas, assim distribuídas
quanto ao caso com que se empregam:
- QUATRO seguidas sempre de GENITIVO: avT i, oltto, I k ,
Trpó;- DUAS a regerem somente DATIVO: ev, auv;- DUAS associadas unicamente ao ACUSATIVO: avoí, eiç;
503
- CINCO a pedirem ora GENITIVO, ora ACUSATIVO: á|x— (pi, ôia, KotTa, |x€Ta, xnrép; e
- CINCO a admitirem qualquer dos três casos: GENITIVO, DATIVO e ACUSATIVO: èm , irapá, TrepC, Trpoç, urro;
- Quanto ao uso e ocorrência destas preposições em o Novo Testamento, convirá observar-se que:
- Todas, embora em diferentes proporções, nele ocorrem, apupi, contudo, apenas em formas compostas;
- Trepí e Trpo' não aparecem em o Novo Testamento seguidas de dativo, limitadas, portanto, ao genitivo e ao acusativo, dois em vez de três dos casos;
- Trpoç quase que se restringe ao acusativo, associada que é UMA vez somente ao genitivo (At 27.34) e SEIS ao dativo (Mc 5.11; Lc 19.37; Jo 18.16; 20.11,12; Ap 1.13), cifra quase CEM vezes inferior à registrada em relação ao acusativo;
- ev, e dativo, é a preposição que maior número de vezes aparece nos escritos néo-testamentários, para isto concorrendo, sem dúvida, a influência da fraseologia hebraico-aramaica, ev a corresponder não poucas vezes à preposição -D, paralela;
- em é a única a empregar-se mais avultadamente com os
três casos, sobressaindo, é verdade, o uso com acusativo;- eis, com acusativo, tão relevante em o Novo Testamento,
é forma de cunho eólico, evoluída, de ev, que, primeiro, apende a sibilante, depois sofre a queda da nasal, finalmente o alongamento da vogal, extensificada em et, ditongo.
- Graficamente: ev evç èq —- eiç;- Em Tucídides e nos autores jônicos e dóricos a forma en-
contradiça é a inextensa es, que no ático sobrevivia ao lado de eis, que de todo a suplanta, afinal;
- Em síntese, o quadro gera! das preposições, casos a que regem e número de ocorrências em o Novo Testamento, respeitadas variações decorrentes de diferenças textuais, seria:
1. Com GENITIVO: com (22), crira (638), ôux (382), I k (914), em (216), KaTa (73), [xeTcí (361), Trapcí (78), Trepí (291), Trpó (48),
504
irpoç (1), vjrep (126), vjtò (165), logo, 13 preposições, 3315 ocorrências;
2. Com DATIVO; ev (2698), %m (176), Trapá (50), irpóç (6), crw (129), portanto, 5 preposições, 3059 ocorrências; e
3. Com ACUSATIVO: avá (13), 8tá (279), eU (1743), em (464), K«Ta (391), (xeTa (100), Trapá (60), irepí (38), irpòç (679), virep (19), vtto (50), dai, 11 preposições, 3836 ocorrências;
- Nos escritos néo-testamentários, destarte, apenas TRÊS preposições aparecem nos três casos: em, Trapa e Trpóç, enquanto SEIS se encontram em dois (gen. e acus.): S iá, Kara, jxeTa, Tre—
/ c / a tpi, wrep e viro;
- No grego moderno é o acusativo o caso único a sobreviver associado a preposições.
7.4 - Sentido- Prestam-se as preposições, em geral, a larga variedade de
relações, o que lhes impõe, necessariamente, avultada multiplicidade de acepções e sentidos;
- Todavia, de base e natureza, dir-se-á que expressam:- O genitivo preposicionado: SEPARAÇÃO, PROCEDÊNCIA,
PROVENIÊNCIA, ORIGEM;- O dativo preposicionado: LOCALIZAÇÃO, POSIÇÃO, AM-
BIÊNCIA; e- O acusativo preposicionado: DIREÇÃO, PENETRAÇÃO,
MOVIMENTO;- Ou, em outras palavras, poder-se-á sintetizar a noção básica
dos adjuntos preposicionados com dizer-se que indicam o:-G EN IT IV O - DE ONDE- DATIVO - ONDE- ACUSATIVO - PARA ONDE;- Exemplifica essa especificidade de função e sentido a prepo
sição Trapá em frases como estas:1. Trapa tü>v 7 €(op7 wv - DA PARTE DOS lavradores (Mc 12.2):
a preposição Trapa está seguida de genitivo, expressando ORIGEM
505
ou PROCEDÊNCIA, isto é, DE ONDE proviriam os frutos buscados da vinha da parábola referida;
2. Trapà to> 0ecb - JUNTO A Deus (Lc 1.30); a preposição Trapá é acompanhada de dativo, a indicar LOCALIZAÇÃO, ou, seja, ONDE a fonte da graça conferida a Maria; e
3. Trapà QáXaarrav - PARA O LADO DO mar (At 10.6): a preposição Trapa está associada a forma acusativa, agora a assinalar DIREÇÃO, RUMO, logo, PARA ONDE ficava a residência do curtidor Simão;
- Todavia, nem sempre e nem todas as preposições se revestem de sentido posicionai, locativo, procedencial ou diretivo. Outras relações desempenham, em acepções várias e distintas, que fogem a representação gráfica ou esquemática evidente. Mas, o sentido básico, ou geral, se pode ilustrar objetivamente no quadro da pági
na ao lado.
7 .5- Preposições impróprias
1. Natureza- As chamadas preposições reais são nada mais do que primi
tivas formas adverbiais que se cristalizaram na expressão de determinadas relações e se vincularam a casos específicos, típicos dessas funções;
- Vultoso número de partículas desse jaez que não chegaram à plena condição de preposições, embora já não mais façam jus à situação de advérbios. Não são propriamente preposições, uma vez que lhes sobressai o aspecto modificacional antes que o relacionai. Por outro lado, fogem à conceituação adverbial em que se associam, à maneira das preposições, a caso explícito ou regência precisa, seguidos normativamente de genitivo, em raros casos de acusativo;
- Preferem os gramáticos, em geral, cognominar estas partículas algo indefinidas de PREPOSIÇÕES IMPRÓPRIAS.
506
-e
com, em com panhia de
após, depois de (acus.)
jun to com, entre, em m eio a (gen.)
507
sobre
- QUARENTA E DUAS partículas há, através do Novo Testamento, que se podem haver como preposições impróprias. São elas:
ajjtot - juntamente com, ao mesmo tempo,
otve-u - sem, à parte de.
êxvTiKp-us - do lado oposto, justo em frente.
àvTÍTrepa - do lado contrário, oposto.
aT revavT i- em oposição a, diante de, perante.
aTep - sem, à parte de, exceto,
óíxpií*») ~ até, até onde, até que.
e y yú ç - perto, próximo, na vizinhança de.
e k t Óç - fora, de fora, fora de, exceto.
€|ATrpocr0ev - em frente de, perante, diante de.
êvavTÍov - em face de, ante, diante de.
evcK& - por causa de, em razão de.
év€K€v ou eívcKev - por causa de, em razão de.
evTÓç- dentro de, no interior de, internamente,
èvwmov - à face de, diante de, perante, aos olhos de.
e£w - fora, no exterior de, de fora.
^co0ev - de fora, do lado de fora.
€ttc£vcú - sobre, acima, por sobre, mais do que. além.
2. Enumeração
1 2
345678 9 0 1 2345678 9
(20
(21(22(23(24(25(26(27(28(29(30
€TT€K€lVa
èao) - dentro, internamente, no interior de.
ecos - até, até que, enquanto.
K aTÉvavT i- em frente de, para com, ante.
KaTevoíWriov - perante, diante de, em face de.
kuk\ó0€v - em derredor de, ao redor de, em torno de.
ktjkXo) - em torno, em derredor, ao redor de.
(xecrov- no meio de, em meio a.
|X€Taiju - entre, por entre, no meio de.
fxéxpMs) - até, até que, enquanto.
ÔttÚhj) - atrás, por detrás, após.
OTTia0ev- atrás, detrás, por detrás.
508
(31) óij/é - depois, após, tardiamente.(32) TraponrXrjoTov - à maneira de, próximo a, como.(33) irapeKTÓç - fora, à parte de, exceto, sem.(34) Trepav - do outro lado, além.(35) ttXtÍv - exceto, salvo, à parte de, mas, não obstante.(36) ttXtjctÍov - perto, próximo, junto.(37) VTrepcmo - acima, por sobre, mais alto.(38) ■farepekeiva - além, distante, longe.(39) vrrepeKTrepiCTOov - mui excessivamente, demasiadamen
te, sem conta,(40) VTTOKaTCú - debaixo, em baixo, sob, por baixo,(41) xctpiv (posposta ao termo relacionado) - graças a, por
amor de, em razão de, por causa de.(42) xíopíç - à parte de, sem, separadamente.
8. ADVÉRBIOS, CONJUNÇÕES, INTERJEIÇÕES
- Ao lado das preposições, representam advérbios, conjunções e interjeições as chamadas categorias inflexionáveis, invariáveis, indeclináveis, formas estereotipadas, com funções precisas, que não reclamam atenção morfológica além do aspecto meramente vocabular e uso específico. Daí, não lhes faremos consideração extensiva, global, completa, o que, aliás, foge ao propósito geral desta obra, limitando-nos a referências ditadas pelo contexto imediato ou reclamadas pela matéria em discussão;
- Nos vocabulários, em ocorrendo estes elementos, far-lhes- emos as observações atinentes ao uso e função, sentido e aplicação. Todavia, não lhes daremos lista ou relação completa e classificada. É bem verdade que os advérbios, em sua variedade ampla e vasta gama de acepções, modificadores circunstanciais que são, e, mais até, as próprias conjunções, na multiplicidade de cláusulas que in- troduzem e na complexidade de funções a que se prestam, merecem focalizados em maior alcance e extensão, o que melhor fica a tratado sintático especializado. Já as interjeições, meros expletivos,
509
a lé m d e e s p o r á d ic a s e c a s u a is , d is p e n s a m t r a t a m e n to m a is , lo n g o
ou e x a u s t iv o .
9. VOCABULARIO
213. a£v|jio<;, ov. Composto da privativa a - sem - e de £v— jxri, ir]s, r\- fermento - Asmo, sem fermento, não levedado.
214. aBeoç, ov. Composto da privativa à - sem - e de 0eoç, üí>, 6 - deus - Ateu, sem Deus, alienado de Deus.
215. òtKpoãTfjç, ov, Ô - Ouvinte, escutador, que dá ouvidos.216.&pTi. Advérbio de tempo - Agora, presentemente, alfim.217. f$orn-Tur|xá, (BaTTTiafxáToç, tò - Batismo, ablução, lavacro,
banho, mergulho, imersão.
218. PcnrTiCTTTÍs, ov, o - Batista, batizador, que batiza.219. |3iá£(o, (Bidato, èp íaaá, 3e0iai<a, pepíaafxai, èptáatynv
- Forçar, premir, constranger, apoderar-se pela força, tomar com violência.
220. ôu). Advérbio ou conjunção conclusiva, composta da preposição ôict, elidida, a do relativo neutro b - que - Portanto, pelo que, em razão disso, conseqüentemente.
221. ôókijxoç, Tj, ov - Aprovado, reconhecido, genuino, aceitável.222. ôvvaTÓç, T), ov - Poderoso, capaz, eficaz, válido, possível.223. €7 7 i£co, €7 7 1 0x0 ou €771*0 , 1^77 ura, 1Í7 7 1 KCÍ, ^7 7 1 0—
fxcu, T)77La0iriv - Aproximar-se, avizinhar-se, acercar-se, estar próximo.
224. eí. Conjunção condicional simples: prociítica - Se.225. eljxí, fut. earojjim, impf./aor. r)v - Ser, estar, existir.226. etç. Preposição, sempre seguida do acusativo; prociítica;
contrasta-se com Ik , expressando sentido diametralmente oposto: interiorização, penetração, movimento para dentro de - Para, para dentro de, para com, ante, em, até, na presença de, a fim de, em relaçãoa.
227. €K. Preposição, sempre seguida do genitivo; prociítica; diante de vogal ou ditongo recebe ç, pelo que assume a forma
510
De, de dentro de, fora de, dentre, a partir de, para fora de.228. eXev0eptã, ãç, - Liberdade.229. eXevOepoç, ã, ov - Livre, desobrigado, isento, desimpedido,
desembaraçado.
230. ev. Preposição, sempre seguida de dativo; proclítica; em
formas compostas geralmente se converte o v em 7 , quando antecede a 7 , k , £ ou x; em |x, se a preceder a (3, (x, tt e <p; em X ante outro X, variações que se registram, de igual modo e nos mesmos termos, com a preposição cruv - com - Em, com, por, dentro, durante, entre, diante de.
231. ivXo7 ia , ãç, f| - Louvor, apreço, encômio, elogio, lisonja, bênção.
232. KaTa77éX\a>, KGtTcrfyeXüj, KcmforyeiXa, KQtTrj77eX—
Ka, KaTrj7 7 eX|xai, Karr^éX-riv ou Karr^eXô^v. Composto da preposição kcítcí, cujo â final se elide, e de àyyéXku) - anunciar- Proclamar, divulgar, anunciar abertamente, declarar de público, dizer à larga, celebrar, louvar, pregar.
233. kòct|x o ç , ov, o - Mundo, orbe, universo, humanidade; ordem, harmonia, decoração, enfeite, ornamento, adorno.
234. Xe7 co, èpco, enrov, elíp^Ka, e^pruxai, eppiíOTjv ou eppe0ir]v- Dizer, falar, referir, mencionar, nomear, relatar, narrar, expressar, designar, declarar, chamar, explicar, propor, responder.
235. ixaO-íiT^ç, ov, 6 - Discípulo, aluno, aprendiz.236. |xtí}. Advérbio de negação; usado com formas subjuntivas,
optativas, imperativas e participiais, em geral, e assim infinitivas- Não, nem, para que não, de modo algum.
237. |xi|x TTj<;, ov, o - Imitador, adepto, seguidor.238. vTiCTTevü), vTjcrTevcG), ev^o-Tevc#, vevrícrrevKa’, veinjo—
Tev|xai, emqaTevôirjv - Jejuar, abster-se de alimento.239. ov. Advérbio de negação, usado preferencialmente com
formas do Indicativo, por vezes do Particípio; recebe a gutural k no final, o v k , se o segue vocábulo iniciado por vogal ou ditongo encimados por espírito fraco, recebe x» se esse espírito é forte
511
- Não, nem, de modo algum.240. naiôiCTicTi, ^s, 'fj - Moçoila, garota, jovem, escrava, serva,
empregada.
241. mícrxco (originalmente TT&0 — ctkíd; a raiz ora é TTa0, ouTTOV0), 'rreíaofxai, €7rá0ov, -ireTrovOà, , - Sofrer, padecer, suportar, agüentar.
242. mcrTeixo, maTetxrü), erríoTewot, 'TremoTevKá, 'TreTTío— Tevfxai, emoTe-óGnriv.
- Quando tem complemento em dativo ou acusativo não pre- posicionados - Acreditar em, dar crédito a.
- Quando tem complemento preposicionado, introduzido por èv (dativo), ou It t í (dativo ou acusativo), ou elç (acusativo) - Crer, confiar.
- A regência com eis é a mais expressiva e enfática em o Novo Testamento quanto ao objeto da fé.
243. crnixeiov, ov, to - Sinal, marca, indício, evidência, portento, prodígio, milagre.
244. CTUva7(D7T|,T|s, ^ - Sinagoga, ajuntamento, reunião, convenção, assembléia, congregação.
245. awep^ós, ov, o - Colaborador, cooperador, coadjutor, com
panheiro de trabalho.
246. Te. Partícula conjuntivo-adverbial enclítica - E , então,
também, juntamente com.- Em correlação com kcu (tc ... kou) - Não só, tanto, assim .
247. víós, ov, o - Filho, rebento, descendente, criança.
248. cpapiCToaos, ov, ô - Fariseu.
249. cpópiriTpov, ov, to - Prodígio, portento, coisa que infunde espanto ou causa terror.
250. ws. Advérbio ou conjunção, proclítica - Como, assim como, quanto, cerca de, aproximadamente, quando, enquanto, que, de sorte que, logo que, assim que, na medida que.
512
10. EXERCÍCIOS
LER, FLEXIONAR, ANALISAR, TRADUZIR:
101.7iveo-0€ ouv fxi|j/r)Toa Tot) Oeou, cos t 6kvoí à y a T t r y r á (Ef5.1).
102. ó TrurTetkov e is to v m òv e x e i £cot|v auovtov (Jo 3.36).
103. eis ttjv eXevGepiav rfjs 8ó£ris tcov tckv ío v tou
GeoO (Rm 8.21).104. KGti tco apvúo evXcyyía K a i tj t i |x^ K a i t| 8ó£a (Ap
5.13).105. o v y à p oi aKpoaTal vófxou Síxaio i Trapa tÔ GeÇ) (Rm
2.13).106. eXmôa jatj exovres Kai cfôeoi èv T<g koctijuo (Ef 2.12).107. K a i ouvep7 Òv toO Oew èv to> eva7 7 eXíço tou Xpicrrau
(I Ts 3.2).108. euapeoros tco Oeco K a i 8o k i |xos t o is avGpanrois (Rm
14.18).109. cnrò 8 e tcov ^(xepojv ° Icoávvou tot) Paimcrrou ecos
apTi iq (âaoxXeía tw v ovpavojv |üiá£eTai (Mt 11.12).110. K a i r\v ôtôáaKtov tò K aô^ jxep av ev t<£> tepw (Lc 19.47).111. Kmri7 7 e\ov tov X0 7 0 V tou 6 eai> ev Tais cruvaua^ais
tw v 3 lovôauov (At 13.5).112. K a i Tjaav o l ^aQ^Toà ^Icoávvov K a i 01 ç ap ic ra io i
VTjcrreiiovTes (Mc 2.18).113. aXX'el Kai iTacrxoiTe S ia ôiKatooTJvriv, fxaKcxpioi (I Pe
3.14).114. tj 7 ap fxapTupía 3 Iiqcroí) Icrnv to irveí^a t t |S Tipo—
çnryreías (Ap 19.10).115. çópTiTpá Te K a i aTr'ovpavau oT)[xeía |X€7 aXa ecrra i
(Lc 21.11).116.1Íti K a i eK vcKpcòv e7 e ip e iv SuvaTos o Geós (Hb 11.19).
117. to PaTTTia(xa to d Icoávvou ê£ aupavov T)V t| è£ avGpanrcov (Mc 11.30).
118. iforyiÇev 8 e ^ eopnn tcov a£u|xcov T| Xe7 0 |A€VT| irao—•
513
119. et eorTtv crcojxa ifruxtKov, eartv K a i TrvevfxaTtKÓv (I Co 15.44).
120. 8to, aôeXcpot, o v k eafxèv TT a tô taK ^ ç T C K v a aXka ttjç eXe-u0epaç (Gl 4.31).
X« (Lc 22.1).
514
CAPÍTULO VIII
PRONOMES PESSOAIS, DEMONSTRATIVOS, REFLEXIVOS, RECIPROCATIVO, POSSESSIVOS.
RELAÇÃO DE POSSE. CRASE.
1. PRONOMES PESSOAIS (IÍPOTOTYIIO I H nPO X íl- IIIKA I ANTÍ1NYMIAI)
1.1 - Natureza- Pessoais são os pronomes que constituem as chamadas pes
soas gramaticais, formas que substituem o nome dos entes ou personificações na frase e lhe assumem o gênero, o número e o caso.
1.2 - Enumeração- Os pronomes pessoais, singular, dual e plural, concebíveis
como aspectos de uma flexão heterogênea (menos na 3- p.) mas integrada, são:
- 1 - p.: - SING. - eydb-eu-D U A L -v w - nós (dois, duas)- PLURAL - Tifxeiç - nós
- 2 a- p .:-S IN G .-c rú - ííi- DUAL - ct<p<*> - vós (dois, duas)- PLURAL - -ujxeíç - vós
-3 - p .:- SING. - carros, oarrrí, carro - ele, ela
- DUAL - corroí), oanã, corra) - eles (dois), elas (duas)- PLURAL - avTOÍ, av ra í, orírrá - eles, elas
1.3 -e7 (ó (1§p.)
1. Flexão- As formas do pronome pessoal da 1§ p., integrados singular,
dual e plural, são:
515
NS.3 /
e co - euGS. €|XOt), JAOU - de mimDS. 6|X0l, |XOl - para mimAS. €|xe, ixe - me
ND. VCÚ - nós (dois, duas)GD. V(pv - de nós (dois, duas)DD. V($v - para nós (dois, duas)AD. VÍO - nos (dois, duas)
NP. e /\
'nfxeiç -n ó sGP. TIIXCOV - de nósDP. T)|XIV - para nósAP. C A
rj|xa<; -no s
2. Observações morfológicas
a. Linha de flexão- Tem este pronome apenas uma série de formas ou linha
de flexão, que servem, a um tempo, a ambos os gêneros, masculinas ou femininas;
- É, pois, pronome uniforme no que respeita à flexão.
b. Padrão flexionai- Embora predominem no singular e no dual finais típicos
da 2- declinação, as formas do plural fogem à normatividade das declinações regulares, assumindo feição algo divergente, alheia a padrão específico ou estereotipado.
c. Tema- Não exibem as formas deste pronome tema único, regu
lar, preciso, embora no singular e no plural se possa admitir a base €|x, naquele caso com espírito fraco, neste com espírito forte, longa a vogal inicial;
516
- No dual o tema é inteiramente diverso.
d. Formas- Não há formas explícitas de vocativo, como no artigo,
usado o nom. em seu lugar;- Nos casos oblíquos do singular aparecem duas formas,
uma dissilábica e tônica, outra monossilábica e átona; e- Divergem sensivelmente entre si as formas dos diferentes
números, como a procederem de três pronomes básicos e distintos.
e. Acentuação- As formas tônicas do singular têm todas espírito fraco, as
inflexões do plural levam todas o espírito forte, enquanto as átonas do singular e as formas do dual, não iniciadas por vogal ou ditongo, carecem do espírito;
- Têm as inflexões tônicas o acento sempre na última, observando-se que é circunflexo, perispômenas as formas, no gen. sing., no gen. e dat. dual e em todo o plural: SETE inflexões; agudo, porém, em CINCO, formas oxítonas: nom., dat. e acus. sing., mais nom. e acus. dual;
- São inacentuadas, átonas, as TRÊS inflexões alternativas, monossilábicas, do singular (gen., dat. e acus.), enclíticas de natureza, logo, havidas como acentuadas em função do termo que as precede, imediato.
3. Gênero
- Estas formas pronominais são estritamente pessoais, restritas ao masculino e ao feminino. Logo, não há expressão neutra neste pronome.
\A-<sv(2 § p.)
1. Flexão
- Do pronome pessoal da 2- p., integrados como partes de
517
uma flexão única o singular, o dual e o plural, as formas ou inflexões são:
NS. (TU -tuGS. crov ou crov - de tiDS. croí ou om - para tiAS. crê ou cre - te
ND. CTCpíó - vós (dois, duas)GD. orcpqiv - de vós (dois, duas)DD. acpcov - para i/ds (dois, duas)AD. CTCptó - vos (dois, duas)
NP.c A
vfxeiç - vósGP. VfAÍDV - de vósDP. VfJtlV - para vósAP. Vfxáç - vos
2 . Observações morfológicas
a. Linha de flexão
- Como se observou em relação a €706, é também este pronome uniforme do ponto de vista flexionai, constituído de uma série única de formas, comuns aos dois gêneros, masculinas ou femininas;
b. Padrão flexionai
- Não se enquadram as inflexões deste pronome nos moldes específicos de qualquer dos padrões declinacionais regulares, embora no singular e no dual sejam os finais, com leves exceções, os típicos da 2 - declinação;
- São as inflexões de cní perfeito paralelo às equivalentes de eyú), excetuada a forma do nom. sing., única em que o final é diferente;
518
c. Tema- Como em €700, não exibem as formas deste pronome te
ma único, diferente para cada número, assim que no singular se reduz a ç, no dual assume a forma do grupo acp, no plural se apresenta como ft|x;
d. Formas- Como em €716, não há formas específicas do vocativo,
suprindo-lhes 0 lugar as inflexões nominativas;- No singular, como em eyá , têm os chamados casos oblí
quos, ao lado das formas tônicas regulares, inflexões homógrafas átonas, alternativas;
- O ç temático das formas do singular representa abrandamento de t original, encontradiço em formas dialetais primitivas, a refletir, assim, direta afinidade para com o equivalente latino e português tu-, e
- Divergem assinaladamente entre si as formas dos diferentes números, como a provirem de três temas pronominais distintos;
e. Acentuação- A acentuação é paralela à das formas de €706, de sorte
que é circunflexo no gen. sing., no gen. e dat. dual e em todas as inflexões do plural, SETE inflexões perispômenas, agudo em CINCO: nom., dat. e acus. sing. e nom. e acus. dual; e
- As TRÊS formas átonas (gen., dat. e acus. sing.), não- acentuadas, alternativas, são enclíticas, associadas, prosodicamente, ao termo que as anteceda, imediato.
3. Relação- Os seguintes paralelos se podem enumerar entre as flexões
de €7 0 ) e onr
519
a. Desinências
- Completo paralelismo se observa quanto ao final de cada caso nos dois pronomes, exceção feita do nom. sing., único em que há diferença;
b. Alternativas
- Exibem os dois pronomes, nos mesmos casos, os oblíquos do singular, formas tônicas e formas átonas, alternativas, estas de cunho monossilábico, enclíticas, a diferirem apenas quanto à inicial, na 1 - p. a nasal t>, na 2- a sibilante ç;
c. Dativo singular
- Em ambos os pronomes o ditongo oi, final do dat. sing., é havido por breve para fins de acentuação, donde acentuar-se oxi- tonamente, ao invés de perispomenamente: €|xol (não ê|xoi), om (não om); e
d. Plural
- As inflexões do plural só diferem entre si no tocante à vogal inicial, r\ nas formas do pronome da 1- p., v nas inflexões do pronome da 2- p.;
- Espírito (forte), finais e acentuação (circunflexo na última) são os mesmos em ambos os pronomes;
4. Gênero- Como se ponderou em relação às formas do pronome da 19
p., são estas inflexões do pronome da 2- p. estritamente pessoais, restritas ao masculino e ao feminino, alheia, pois, a expressão neutra;
- Portanto, não há formas para o neutro nestes dois pronomes pessoais.
1.5 - avròç, aín-rj, avro (3§ p.)
520
1 . Especificação
- Não é otvróç, aim), «vto genuino pronome pessoal. Tornaram-se obsoletas as formas do pronome da 3- p., passando a usar- se-lhes em lugar as inflexões correspondentes deste demonstrativo.
2 . Flexão- As formas de avrrj, cdjTÓ, demonstrativo usado como
pessoal, são:
Masculino Feminino NeutroTEMA DES.TEMA DES.TEMA DES.
NS. orírr oç outA
olvty0 - ele, ela
GS. avT 01) avrA *>avr 0\) - dele, dela
DS. olvt/V
olvtA.
OLVT tí> - lhe, a ele, a elaAS. airr óv avr irfv OLVT
/0 - 0 , a
ND. oivt (0 avr>*ã OLVT
/(0 - eles (dois), elas (duas)
GD. avr otv avr atv avr oív - deles (dois), delas
DD. a\n oív a v r aív£>
a v r oív(duas)
- lhes (a eles dois, a elas
d<oarr
/(0 avr
/
a OLVT/
(0duas)
- os (dois), as (duas)
NP. airr OL OCVT✓
a i OLVT/a - eles, elas
GP. avr CÚV avrA
(OV OLVT (OV - deles, delasDP.AP.
avravr
Ol<5OÚ<5
OLVTavr
a íçã ç
OLVToarr
o iç4OL
- lhes, a eles, a elas- os, as
3. Observações morfológicas
a. Linhas de flexão
- Diferentemente de £7 (0 e <ru, pronomes que exibem apenas uma série de inflexões, logo, uniformes, avTÓç, avnrf, cam> é triforme, possuindo três linhas de flexão, uma para cada gênero;
521
b. Padrão flexionai- Processa-se a flexão de outoç, cavrifj, avTÒ nos moldes tí
picos dos adjetivos vocálicos triformes de radical não terminado por e, i ou p, exatamente como cryaOoç, tífyaBrj, cryaGóv, observadas duas diferenças apenas:
(1) Não há formas específicas de vocativo; e(2) Nom. e acus. sing. neutro não têm a nasal final da desi
nência, reduzida, portanto, à vogal o;- Seguem, pois, essas linhas de flexão:- No masculino: - a 2- declinação, masculinos;- No feminino: - a 2- classe da 1 - declinação, femininos; e- No neutro: - a 2- declinação, neutros;
c. Estrutura e formação
- Constam estas inflexões todas destes dois elementos básicos de estruturação, em seqüência regular:
RAIZ + DESINÊNCIA;- O tema é, em todas as inflexões, sempre o mesmo, inva
riável, cnrr;- As desinências, também, são as mesmas dos adjetivos
vocálicos triformes de radical não finalizado em e, t ou p, excluída forma específica de vocativo e, no neutro, supressa a nasal final da desinência do nom. e acus. sing. neutro;
d .Acentuação- Posicionai, posto na última na forma base (nom. sing.),
permanece o acento nesta sílaba em toda a flexão, invariavelmente;- Conforme se salientou em relação aos nomes das decli-
nações primeira e segunda, serão perispômenas as formas genitivas e dativas, oxítonas as demais, nominativas ou acusativas, inda quando longas;
- Logo, a acentuação destas inflexões pronominais é a mesma do adjetivo paradigmático, isto é, de oryaBóç, r\, ò:
- agudo - nas formas de nom. e acus.;- circunflexo - nas formas de gen. e dat.;
522
e. Gênero- Enquanto €706 e otj têm caráter estritamente pessoal, li
mitados em aplicação aos gêneros masculino e feminino, orô—
tò<5, t), o é mais compreensivo, abrangendo também o neutro.
4. Tradução- Insistem os gramáticos, em geral, em que apenas os chama
dos casos oblíquos se usam em função pessoal. Logo, não admitiria esta função o nominativo, jamais pessoal, apenas demonstrativo ou
intensivo;- Passagens há do Novo Testamento, entretanto, em que o
sentido pessoal é o que mais parece conformar-se ao teor da frase, de sorte que preferível será tomá-lo nesta acepção mesmo no caso nominativo;
- Destarte, em função pessoal, as inflexões de olutóç, Trç, ó se
traduzirão pelas formas apropriadas das variações pronominais da 3- p.: ele, ela, eles, elas; dele, dela, deles, delas; lhe, lhes; 0, a, os, as.
1.6 - Uso
1 . Formas nominativas- As inflexões verbais, mercê das próprias desinências, em
geral formas evoluídas ou reduzidas dos pronomes pessoais correspondentes, são de si suficientes para indicar o sujeito. Logo, não
se usa, via de regra, o pronome em nominativo para este fim;- Quando, pois, ocorre na sentença, explícita, a forma nomi
nativa do pronome, é-o, normativamente, para fins de ênfase ou vi- videz de expressão, ou, então, se deve a peculiaridades estilísticas,
preferência e gosto do autor;- Ex. - -u|xei<; 8è oux ovtcoç efjux0€Te tòv Xpioróv - Mas, vós
não assim aprendestes a Cristo (Ef 4.201. A desinência tc , de si, basta para evidenciar que a forma do 29 aor. at. Ind. è|xa0€Te está na 2- p. pl., pelo que se traduzirá por: aprendestes, desnecessário o pronome sujeito claro. Usado, entretanto, o nominativo 'òfxets - vós
523
é-o, como se vê do contexto, para acentuar a ênfase de Paulo aos destinatários, os crentes de Éfeso, em vivido contraste com outros, pretensos discípulos de Cristo;
2. Formas àtonas
- Exibem os pronomes da 1- e 2- p. no singular, no gen., dat. e acus., a um tempo, formas tônicas, acentuadas, e formas átonas, enclíticas;
- Dessas formas, as átonas se empregam de preferência às tônicas, a não ser quando haja ênfase ao pronome ou seja ele regido de preposição, circunstâncias estas em que se impõe o uso das tônicas;
- Comum, entretanto, é em o Novo Testamento a ocorrência da forma átona |xe em conjunção com a preposição Tipos a antecedê-la, o que também se dá com o genitivo átono fxou após os ad
vérbios ou preposições impróprias e|XTrpoa0€v - antes de evcó— ttiov - em frente de - e ornara) - após, depois de;
- Exempios dessas normas vemo-los em:(1) f) moTtq cxou aeoxoKev a e - A tua fé te pôs curado (Lc
8.48). Não regidas de preposição, nem a receber notória ênfase, são átonas as duas inflexões do pronome pessoal da 2- p., cr ou e a e ,
usadas em vez das tônicas aoO e a e ;
(2) è|xo\ yap to £rja> XpiaW ç - Pois para mim o viver é Cristo (Fp 1.21). Objeto de destacada ênfase, a assinalar Paulo que para ele, mesmo que o não fosse para outros, o viver se resumia em
Cristo, a inflexão pronominal usada é a tônica è(xoi - para mim não a enclítica, átona |xoi;
(3) ctcnraÇovTaí ae oE |xeT'e|xoí> TrávTeç - Saúdam-te os que estão comigo todos (Tt 3.15). Regida da preposição |xeTá, elidida, a inflexão pronominal é, normativamente, a tônica eixot) em vez da
átona |xov. Não enfática, nem preposicionada, ao pres. méd. Ind. aa-TTctÇovTai - saúdam - segue-se a forma enclítica ae - te - , não a
tônica ae; e(4) [xt] Ka)X'ueTe ocmá èX9étv irpos (xe - Não as impeçais de
524
virem a mim (Mt 19.14). Embora preposicionada, por tratar-se de irpoç, a inflexão pronominal é a átona jxe invés da tônica £|xe, particularidade característica desta locução em que se associa à preposição a forma enclítica, não a tônica, dissilábica, do pronome pessoal.
2. PRONOMES DEMONSTRATIVOS (AEIKTIKA I AN- TÍ1NYMIAI)
2.1 - Natureza- Pronomes demonstrativos (SeiKTiKOtl avTcovufjwai) são os
que se prestam a indicar a posição ou situação dos seres e objetos
em relação às diferentes pessoas gramaticais;
2.2 - Enumeração- Os pronomes demonstrativos típicos se podem considerar
estes:1. carros, oívtt), cojto - mesmo, mesma.2. oôe, y]he, tóôc - este, esta, isto.3. oírros, cojtt], Toíko - este, esta, isto.4. êicelvoç, eKeíviq, eKeivo - aquele, aquela, aquilo.
2.3 - carros, oonrí, avró
1. Morfologia e prosódia- Usado em função do pronome pessoal da 3§ p., tornado ob
soleto, tratou-se da matéria referente a estrutura, flexão, particularidades morfológicas e acentuação deste demonstrativo na consideração dos pronomes pessoais na parte anterior deste capítulo
(seção 1.5);
2. Funções- Três funções, distintas e assinaladas, desempenham as for
mas e inflexões de oruTÓç, onrrrí, otutó, a saber:a. Demonstrativa,
525
b. Intensiva, ec. Pessoal;- Distinguem-se estas funções pela posição em que na frase
aparece a forma em relação a outros termos, bem como pelo sentido específico assumido no contexto;
3. Posições
a. Demonstrativo- Em função demonstrativa, aparecerão as inflexões deav—
toç, rj, o sempre em posição atributiva, isto é, se definida a cláusula, precedê-las-á o artigo, quer venham antes, quer venham depois do substantivo ou termo a que determinem;
b. Intensivo
- Em função intensiva, estará a inflexão de cruTÓç, t|, 6 sempre em posição predicativa, isto é, mesmo que definida a cláusula, não antecederá ao pronome a forma articular, quer se anteponha, quer se posponha ao substantivo ou termo determinado;
c. Pessoal- Em função pessoal, a forma de orírróç, ó ocorre em po
sição autônoma ou isolada, não em relação adjuntiva, nem correlata a inflexão do artigo, ao contrário, em típica situação de pronome pessoal, como o evidenciará o próprio contexto.
4. Sentidos
- Diferentes acepções admitem as inflexões de avToç, r\, o, conforme a função em que se achem e a posição que ocupem;
- Em função demonstrativa traduzem-se por mesmo, mesma; em função intensiva por próprio, própria; em função pessoal por ele,
ela, lhe, o, a , isto é, atribui-se-lhes o sentido de pronome pessoal da3- p., traduzindo-se pela forma apropriada ao caso, gênero e número em que estejam.
526
5. Síntese
- Graficamente, assim se pode a matéria sintetizar:FUNÇÁO POSIÇÃO SENTIDODemonstrativa Atributiva Mesmo, mesmaIntensiva Predicativa Próprio, própriaPessoal Autônoma Ele, ela
6. Exemplos
a. K a i 'irávTeç to ouro Trvev|xaTiKÒv eutov ttÓ|ju x - E todos beberam a mesma bebida espiritual (I Co 10.4).
- Anteposta ao substantivo TTOfjux - bebida - e precedida do artigo to, está a forma onuró em cláusula definida, em posição atributiva, em função demonstrativa, pelo que se tem de traduzir por MESMA;
b. tò ouro cppov€LT€ - Tende o mesmo pensar (II Co 13.11).- Embora não anteposto a substantivo ou equivalente na cláu
sula, é ouro precedido do artigo to, de sorte que está em posição atributiva, logo, em função demonstrativa, donde dever-se traduzir por MESMO;
c. axrrà t<í ep7 a a ttoicü - As próprias obras que faço (Jo5.36).
- Está a inflexão ouro anteposta ao substantivo ep"ya - obras -, contudo, não precedida do artigo Ta, que, destarte, determina ao substantivo, não, porém, ao pronome;
- Cláusula definida, o artigo não a preceder à forma avrá , trata-se de posição predicativa, portanto, função intensiva, por isso a traduzir-se por PRÓPRIAS;
d. toutov T]0É\T|o-ev ó IlavXo*; ctw ccutco ê£e\0eív - A este quis Paulo que com ele partisse (At 16.3).
- A inflexão aimo, regida da preposição crvv - com - , não é nem precedida nem sucedida de forma articular ou substantiva, o que se não coaduna com as funções demonstrativa e intensiva, a requererem, respectivamente, as equivalentes posições atributiva e predicativa;
527
- Por estes fatores e do próprio contexto, vê-se que avro) está em posição autônoma, em típica função de pronome pessoal, devendo-se assim traduzir: ELE.
2.4 - tiôe, r|ôe, Toôe
1. Flexão- As formas deste demonstrativo são:
Masculino Feminino NeutroART. PART.ART. PART.ART. PART.“ I T VZ} I Z | 7 | ^
NS. o GS. toÍ) DS. Tü>
AS. TÓv
ÔeSeôe
ôe
Cl
\TTjO-TT)
TT)V
ôeôeôe
ôe
/TOTOTJTOÍ
u
TÓ
ôe - este, esta, isto ôe - deste, desta, disto ôe - para este, para esta,
para isto Ôe - este, esta, isto
ND. tíÓ
G D. toiv
DD. toiv
A D. to>
ôe
ôe
ôe
ôe
Ttú
TOLV
TOLV
TCÓ
ôe
ôe
ôe
ôe
TCd
TOIV
TOIV
Tíó
ôe - estes (dois), estas (duas)
ôe - destes (dois), destas (duas)
ôe - para estes (dois), para estas (duas)
ôe - estes (dois), estas (duas)
NP. o fGP. TCÜV DP. Totcr
AP. toúcr
ôeôeôe
ôe
et/OLlTCOVTaCa
TttO"
ôeÔeôe
ôe
TttTWVTOICT
T CL
ôe - estes, estas, isto ôe - destes, destas, disto ôe - para estes, para estas,
para isto ôe - estes, estas, isto
2. Estrutura e formação
- Constituem-se estas formas da inflexão do ARTIGO própria
528
a cada caso, mais a PARTÍCULA adverbial demonstrativa enclítica 8e, justapostas;
- Tal sendo a estrutura, variável o artigo, invariável a partícula 8e, para obter-se esta flexão, em qualquer de suas formas, bastará tomar-se a inflexão correspondente do artigo e aduzir-se-lhe a partícula, ajustando-se a acentuação nos quatro casos em que a forma do artigo é átona, proclítica, neste pronome tônica, acentuada com agudo;
3. Unhas de flexão- Como o artigo, tem este demonstrativo três linhas específi
cas de flexão, uma para cada gênero, o masculino e o neutro em função da declinação segunda, o feminino conforme a segunda classe de femininos da primeira declinação;
- Observe-se que, à maneira do artigo e dos demais demonstrativos, não há formas específicas de vocativo.
4. Acentuação- Inacentuada a partícula ôe, aliás, enclítica monossilábica, não
influi sobre a acentuação das inflexões em que a forma articular é tônica, inflexões que preservam, inalterada, a acentuação própria do artigo;
- Nas quatro inflexões (nom. sing. e plural do masculino e do
feminino) em que a forma articular não tem acento, proclítica, recebe ela neste demonstrativo acento agudo, como convém à proclítica seguida de enclítica;
- Posto, desta sorte, na inflexão do artigo, está o acento em toda a flexão na penúltima, circunflexo no genitivo e dativo, agudo
nos demais casos;- Dado o fato de que o segundo componente (a partícula 8e) é
enclítico, as inflexões articulares que são acentuadas com agudo, inda que longas, não o terão convertido em circunflexo, exibindo, pois, penúltima longa paroxítona, não properispômena, em formas em que a última é breve; e
529
- Esta peculiaridade prosódica se mostra em DOZE inflexões (nom. e acus. íem. sing.; nom. e acus. dual nos três gêneros, e nom. e acus. pl. masc. e fem.), em que é agudo o acento da penúltima longa, embora breve a última.
5. Tradução
- Refere-se este demonstrativo a elemento próximo, em relação direta e íntima, eqüivalendo a este aqui, esta aqui, isto aqui;
- Traduzem-se, regularmente, as formas de oôe, ij8e, TÓôe pelas correspondentes de este, esta, isto, embora se tenha de atribuir tradução semelhante às inflexões de oí)ros, ocÚtt), tovto, como se verá na seção próxima.
6. Uso através do Novo Testamento- Não é abundante através do Novo Testamento o uso deste
demonstrativo. Em verdade, é raro, porquanto somente DEZ ocorrências se lhe registram e estas em apenas QUATRO dos livros, OITO das quais na forma plural neutra raôe (At 21.11; Ap 2.1,8,12,18; 3.1,7,14), DUAS em casos outros (Lc 10.39 = ríjôe, dat. fem. sing., e Tg 4.13 = Tr vôe, acus. fem. sing.).
^ c A2.5 - outos, oárrq, touto
1. Flexão
- De ovros, av rri, tctuto, que, em contraposição a I k êl—
vos, eKeívT], ckcCvo , se conhece como DEMONSTRATIVO PRÓXIMO, porquanto se refere a ser ou objeto mais achegado, menos distante, as inflexões serão:
530
Masculino Feminino Neutro TEMA DES.TEMA DES.TEMA DES.
NS.GS.DS.
AS.
A
o u t
TOUT
TOUT
TOVT
OÇ
OV
<?>
o v
íta v T
TOÍVT
TOttJT
t o i 5t
*1TIS
D
T|V
TOVT
TOVT
TOVT
TOVT
0
OV
(0L.
0
- este, esta, isto- deste, desta, disto- para este, para esta,
para isto- este, esta, isto
ND. TOUT (0 TO&T CO TOVT (0 - estes (dois), estas (duas)
GD. TOÓT o iv TOVT o iv TOVT OlV - destes (dois), destas (duas)
DD. TOVT 0LV TOVT OlV TOVT OlV - para estes (dois), para estas (duas)
AD. TOVT 0) TOVT CO TOVT CO - estes (dois), estas (duas)
NP. ot)T 01A
a v T a i TOíVT & - estes, estas, isto
GP. TOVT (OV TOVT (OV TO\)T COV - destes, destas, disto
DP. TOVT OIÇ TCtVT a iç TOVT OIÇ - para estes, para estas, para isto
AP. TOVT ovç TOíVT ãç TOÍVTu
a - estes, estas, isto
2. Estrutura- Compõem-se as inflexões deste demonstrativo de:RADICAL + DESINÊNCIA
3. Formação
a. Radical- O radical, porção que precede às desinências, é neste de
monstrativo segmento variável, a assumir na flexão ora a forma ornou tovt , ora avr ou th vt ;
531
b. Desinências- As desinências são as típicas dos adjetivos chamados vo
cálicos triformes de radical não finalizado em e, i, p, nas linhas do artigo, exceto quanto ao nom. masc. sing. no demonstrativo presente a sibilante final da desinência, alheia à forma do artigo.
4. Observações morfológicas
a. Início
- Iniciam-se as inflexões deste demonstrativo, regularmente, pela lingual t , menos em quatro das formas nominativas, em que a muda cedeu lugar ao espírito forte;
- Essas formas nominativas, no presente, se iniciam por ditongo:
- ov em se tratando do nom. sing. e pl. masc.;- av em se tratando do nom. sing. e pl. fem.;- Observe-se que as inflexões deste demonstrativo se ini
ciam em estrito paralelo com as formas equivalentes do artigo: onde no artigo ocorre t inicial, assim também no demonstrativo; onde tem o artigo iniciai vocálica, da mesma sorte o demonstrativo, a mesma vogal em ambos, menos na forma do fem. sing., por isso que no artigo é T], no demonstrativo a;
b. Penúltima
- Peculiaridade destas formas é que na penúltima ocorre o ditongo ov, sempre que na última se registra o som de o ou cog- natos; aparece o ditongo av, se a última exibe a ou T|, ou correlatos;
c. Padrão flexionai
- Acompanha este demonstrativo as linhas flexionais básicas do artigo, isto é, conforma-se ao padrão declinacional dos adjetivos triformes vocálicos de radical não finalizado em e, i ou p, padrão de que difere, em paralelo com o artigo, nos seguintes pontos apenas:
532
(1) Não há formas específicas de vocativo;(2) No neutro não têm o nom. e o voc. sing. a nasal v final,
característica dessa flexão; e(3) No dual as formas do feminino se conformam às do
masculino e neutro, ao invés de seguirem linhas próprias, de sorte que a mesma forma serve aos três gêneros;
- Conforma-se, assim, este demonstrativo no masculino ao paradigma dos substantivos masculinos da 2- declinação, no feminino ao paradigma da 2- classe da 1- declinação (menos no dual) e no neutro ao paradigma dos neutros da 2- declinação, com a ligeira alteração assinalada para o nom. e acus. sing.
5. Acentuação- Pronome, o acento é posicionai, posto em todas as formas na
penúltima, sobre a segunda vogal do ditongo;- Ditongal, longa de natureza, portanto, é esta penúltima
acentuada com o circunflexo nas OITO formas em que a última é breve (nom. e acus. sing. masc. e neutro; nom. pl. dos três gêneros e acus. pl. neutro), com o agudo nas VINTE E OITO inflexões restantes, em que a última é também longa.
6. Relação- Do considerado, vê-se que tem ovtoç, otvnrç, tovto estreita
afinidade com o artigo ó, r|, to, evidenciada nos seguintes pontos:
a. Inicial- Iniciam-se-lhes as inflexões paralelas pela mesma letra, a
lingual t ou as vogais o e a, exceção feita apenas do nom. fem. sing. no artigo "t}, não a;
b. Espírito- Tanto no artigo quanto no demonstrativo os quatro casos
iniciados por vogal ou ditongo (nom. masc. e fem. sing. e pl.) são encimados pelo mesmo espírito, forte; e
533
- Paralela é a flexão deste demonstrativo à do artigo, similares em ambos os finais das formas correspondentes, com uma única diferença: no artigo o nom. sing. masc. se reduziu à vogal o, evanescido o ç terminal da desinência oç, presente no demonstrativo.
7. Posição
- Característica deste demonstrativo é aparecer sempre em posição predicativa, mesmo se a exercer função atributiva;
- Não vem, pois, precedido de artigo, que, portanto, antecederá diretamente ao substantivo, não ao demonstrativo, venha-lhe este posposto ou anteposto;
- Casos, raros, há em que se omite o artigo, embora, de natureza, seja definida toda cláusula em que ocorra o demonstrativo;
- Ex. - ev to iç KXijxaai totjtois - nestas regiões (Rm 15.23). Não precede o artigo tò iç diretamente ao demonstrativo tov—
tolç , interposto entre ambos o substantivo ká.Í|xomti - regiões - , de ambos determinado. Está, pois, o demonstrativo em posição predicativa. A função, como o requer o próprio sentido, é, porém, atributiva. Poderia o demonstrativo vir antes do substantivo. Nesta circunstância, pospor-se-lhe-ia o artigo e a seqüência ficaria sendo: Iv toutoiç Totç K\i|xaCTiv, inalterado o sentido;
- E de notar-se que em o Novo Testamento, a posposição do demonstrativo é três vezes mais freqüente que a anteposição. De
c* c I Afato, ocorrem as inflexões de outoç, oom], tovto 296 vezes em o Novo Testamento após o termo a que determinam, mas apenas 98 vezes antes.
8. Tradução
- Demonstrativo próximo, a enfocar objeto ou ser visto na perspectiva da pessoa que fala, é ovroç, avnrç, tovto praticamente sinônimo de o8e, T]8e, TÓÔe, tendo-lhe, pois, a mesma tradução: este, esta, isto;
c. Flexão
534
- Entretanto, diferem, mesmo que sutilmente, estes dois demonstrativos nos seguintes aspectos:
a. oi)to<5, oaírr], tovto expressa mais propriamente PROXIMIDADE ou CONTIGÜIDADE, <i8e, líôe, TÓSe LOCALIZAÇÃO ou POSIÇÃO;
b. o-utoç, ctvTT|, tovto se refere ao que já se mencionou, oSe, Toôe ao que se está para mencionar; e
c. outos, oárrri, touto estabelece relação não tão íntima, direta e incisiva quanto o faz oôe, TÍôe, To8e;
- Passagens há em o Novo Testamento em que se reveste o uso deste pronome de acentuado tom de óbvio desprezo, ou marcante ironia, ou visível mordacidade, a transparecer do contexto (Mt 26.61,71; Mc 2.7; Lc 15.2,30; 18.11; Jo 6.42; 9.24; 12.34; At 5.28; 7.40; 19.26; 28.4).
9. Cognatos- F o rm a s p ro n o m in a is c o m p o s t a s , d a s q u a is é e s te d e m o n s
t ra t iv o u m d o s in te g ra n te s , o c o r r e m a t r a v é s do N o vo T e s t a m e n to ,
q u a is s e ja m :
a . t t |Á . ik 0u to s , T T ]\ iK ax rrr) , t t | X ik o v t o - tão grande, de tal por
te, de tal monta, que tal;- É e s te c o m p o s to fo rm a in te n s iv a d e t t iX l k o ç , th, o v - tão
g rand e ;
- A p e n a s 4 v e z e s a p a re c e e s te c o r r e la t iv o em o N o v o T e s t a
m e n to (II C o 1.10; Hb 2.3; T g 3.4; A p 16.18);b. t o io u t o '5, t o i o ú t t i , t o io v t o (o u t o io v t o v ) - tal, que tal, de tal
sorte.- É f o rm a in te n s iv a d e t o l o ç , ã , o v - tal, qual;- N ad a m e n o s q u e 57 v e z e s a p a re c e n o s e s c r ito s n é o - te s ta -
m e n tá r io s ;
c . T o a o O ro ç , tocto ítjtti, T o a aÒ T o (ou t o c t o v t o v ) - tanto, tão
grande, de tal monta.- É fo rm a in te n s iv a d e TÒcroç, T|, o v - tanto;
535
- Ocorre 19 vezes em o Novo Testamento;- Estes correlativos todos se flexionam nas linhas característi
cas de outoç, com], touto quanto ao final, omitido sempre o t inicial deste componente, invariável a parte prefixada.
- Outro correlativo a mencionar-se é toloctôc, Toiaôe, toiovôc
- tal, tal como este, tal como se segue.
- Compõem-se as formas deste pronome das inflexões de Toíoç, ã, ov - tal, qual - e da partícula indeclinável, enclítica, 8e, sufixada;
- Flexiona-se este correlativo nas linhas típicas dos adjetivos triformes vocálicos de tema em e, i, p, às inflexões regulares do pronome integrante aposta a partícula invariável;
- Apenas 1 vez se encontra este pronome em o Novo Testamento (II Pe 1.17).
2.6 - eKCLvoç, eKeívT], eKetvo
1. Flexão
- Deste pronome, que, em distinção deouroç, oívtt], touto, se conhece por demonstrativo remoto, visto que se refere a objeto ou ser mais distante, menos achegado, a flexão é:
536
Masculino Feminino NeutroTema Des.Tema Des.Tema Des.
NS.GS.DS.AS.
ètceív
I k c lv
I k c lv
€K€ IV
oç01)
COV-ov
éKClV
6K61V
c kc lv
€K€Í,v
'T|<5
T]V
€K€LV
èKCÍV
€K€LVO A€K€IV
o - aquele, aquela, aquilo ov - daquele, daquela, daquilo co - àquele, àquela, àquilo o - aquele, aquela, aquilo
ND. I k c Ív CO eKeiv CO} , 6K6LV co - aqueles (dois), aquelas
(duas)
GD.2 / €K€LV OLV €K€LV 01V €K€LV olv - daqueles (dois), daquelas
(duas)
DD.0 r6K61V otv I k ê Ív OLV 6KCLV olv - àqueles (dois), àquelas
(duas)
AD. 6K61V CO €K€LV CO 6KCLV co - aqueles (dois), aquelas (duas)
NP.> A€K€LV 01 ckccv a i €Ke iv à - aqueles, aquelas, aquilo
GP. 6K6LV cov c k c lv cov 6K6LV cov - daqueles, daquelas, daquilo
DP. €K€LV olç 6K6LV a iç 6K6LV ols - àqueles, àquelas, àquilo
AP. €K€LV ouç 6K61V ã ç €K€LV à - aqueles, aquelas, aquilo
2. Estrutura- Constam as inflexões deste demonstrativo de: RADICAL + DESINÊNCIA
3. Formação
a. Radical- O radical, invariável neste pronome, o mesmo para todas
as formas, é a porção que precede às desinências, isto é, I k c iv ;
- Em cxutoç, oolrr], touto o radical se mostra variável, assumindo quatro formas: o vt , to v t , o ívt , tolvt ; em exeívoç, e K e i—
VT], CKeivo, em contraste, não varia, é sempre o mesmo, èiceiv;
537
b. Desinências
- As desinências neste demonstrativo são as mesmas, em? cf
paralelo, aplicadas na flexão de ovtoç, avrr], touto , logo, as típicas dos adjetivos triformes vocálicas de radical não finalizado em e, i
ou p, com três ligeiras diferenças:(1) Não há formas específicas de vocativo;(2) Nos casos nom. e acus. sing. neutro não subsiste o v fi
nal próprio da desinência adjetiva; e(3) No dual a flexão feminina se processa em termos da
masculina, portanto, consoante a 2-, não a 1- declinação;
c. Padrão flexionai
- Do exposto, vê-se que a flexão deste demonstrativo se processa:
- No masculino, conforme a 2- declinação, substantivos masculinos, sem forma vocativa explícita;
- No feminino, de acordo com a 2- classe da 1- declinação, nomes femininos, sem forma vocativa, o dual em termos do masculino, isto é, da 2- declinação; e
- No neutro, consoante a 2- declinação, nomes neutros, nos casos nom. e acus. sing. apocopado o v final da desinência e omitida forma vocativa.
4. Acentuação- Quer em posição, quer em natureza, é a acentuação das for
mas de eKeivoç, CKetinj, eKeívo exatamente a mesma aplicada às inflexões paralelas de outos, oo4ty}, touto;
- É, portanto, posicionai o acento destas formas, posto em todas na penúltima, que, ditongal, daí, longa, o tem circunflexo nos OITO casos em que a última é breve (nom. e acus. sing. masc. e neutro; nom. pl. dos três gêneros e acus. pl. neutro), agudo nos VINTE E OITO restantes, porquanto a última é longa, também.
538
5. Relação- T ê m o v t o s , otvTT|, t o v t o e e K e ív o s , eK e ív in , eKeívo em c o
m u m a d e s in en c ia ção e a a cen tu a ção , a s m e sm a s em am b o s , em
pe rfe ito p a ra le lo de f le x ão . Lo g o , d ife rem ap en a s q u an to ao rad ica l.
P o rtan to , co n h ec id a q u a lq u e r fo rm a de um d e sse s p ro n o m e s , o b
té m -s e a eq u iv a le n te do ou tro com ap en a s su b s t itu ir - se o rad ica l;
- S e g u e , po is , a f le x ão de e ic e ív o s , e x e iv r i , I k c Í v o , co m o sec/
o b se rvo u em re la ção a o v t o s , a v n q , t o v t o , a s lin h a s d e c lin a c io n a is
do a rt ig o , ex ce to em qu e tem o d em o n stra t ivo a s ib ila n te fina l da
d e s in ê n c ia do no m . s in g . m a sc ., au sen te no a rt ig o .
6. Posição- Tem, neste aspecto, eKeívos, eKeívTi, eKeivo a mesma pro
priedade já assinalada em relação a o v t o s , a v r iq , t o v t o : aparecer sempre em posição predicativa, mesmo que seja atributiva a função;
- É , po is , ca ra c te r ís t ica d e ste s d o is d em o n stra t iv o s a não s e
rem p re ced id o s de a rt ig o d e te rm in an te , logo , ja m a is po sto s em p o
s ição a tr ib u tiv a , m e sm o qu e se ja e ssa a fu n ção em que se a ch em ;
- E x . - OTt T)T€ tcd K a ip w eKC ivo ) XpuTTOu - Porqueestáveis naquele tempo sem Cristo ( E f 2 .12 ): en qu an to o su b s tan tivo
Kaipo> está d e te rm in ad o pe lo a rt ig o t íd , o d em o n stra t ivo êiceivo ),
po sp o s to , não o e s tá , pe lo qu e se en co n tra em po s ição p red ica tiva ,
ap e sa r de s e r a tr ib u tiv a a fu n ção . M esm o que se an te p u se sse ao
su b s ta n t iv o , não o p re ced e ria o a rt ig o . T e r ia de s e r I k € ivco t íoA - A s A L
K a ip ú ), nao tcú e ice ivo ) K a ip íj) ;
- C o m o se dá com o d em o n stra t iv o p ró x im o o v t o ç , a v —
t t |, t o v t o , em o N ovo T e s ta m en to a p o sp o s ição de e K e i—
v o s , eK e ívT |, c k c Cv o , é d u a s v e ze s e m e ia m a is freq ü en te qu e a
an te p o s içã o , po r isso q u e 104 v e ze s vem após o su b s ta n tivo , a p en a s
40 v e ze s antes.
7. Tradução
- D em o n stra t ivo rem o to , a d e te rm in a r ob je to ou se r v is to na
p e rsp e c t iv a da p e sso a de quem se fa la , t ra d u z -se c k c c v o s , e K e t—
539
vt], eKeivo apropriadamente por aquele, aquela, aquilo;
- Não subsiste no grego demonstrativo intermédio, próprio da pessoa com quem se fala, função que, por isso, se tem de atribuir a eKeívoç, iKeiVr], eKeivo, donde, segundo o imponha o próprio contexto, ter-se, por vezes, de traduzir por esse, essa, isso;
- Mais de causar espécie é o uso de eKeívoç em frases em que se esperaria ovtoç, fruto da extrapolação do sentido. Nestas circunstâncias, melhor lhe fica a tradução este, esta, isto;
- Exemplo deste uso extrapolado tem-se em cláusula tal como esta: I k€lvoç ôe UXeyev irepí tov vaov tov ató|xaToç avTov - ESTE , porém, falava acerca do santuário de seu corpo (Jo 2.21). Re- fere-se o evangelista a Jesus em contraposição aos judeus que disputavam com Ele. O demonstrativo próximo, oótoç, é que, evidentemente, conviria ao caso. Entretanto, já que a referência próxima é aos opositores de Jesus, preferiu o autor o remoto eKeívoç. A tradução, a despeito do caráter do demonstrativo, ajustada, terá de ser este, não aquele. Aliás, nesta, como em outras passagens, preferível seria traduzir-se o demonstrativo em termos do pronome pessoal da 3- p., mais natural em sentido;
- Em certas passagens do Novo Testamento, como se observou a respeito de ovtoç, avTT|, tovto, revestem-se as formas de eKeivos, eKeívrç, eKeivo de inegável tom de desprezo e ironia, mordaz, pejorativo, depreciante o sentido.
3. PRONOMES REFLEXIVOS (ANTANAKAA2TIKAI ANTONYMIAI)
3.1 - Natureza
- Os chamados pronomes reflexivos (ávTavaKÂ.aoTiKa\ avTcow|xíai) são formas compostas, sintéticas ou analíticas, que intensificam a expressão do pronome pessoal mediante a combinação desse pronome com forma demonstrativa adjuvante, a ação polarizada no próprio sujeito.
540
3.2 - Enumeração- Os pronomes reflexivos, enunciados à base do genitivo sin
gular, porquanto lhes falece a forma nominativa, englobados o singular e o plural, são:
1 - p. - e|xavToí>, ep.corrrj<s - de mim mesmo, de mim mesma;2 - p. - creoorroí», creoa;TTjç — de ti mesmo, de ti mesma;3 - p. - écorrov, ecarrrçs, ecarrov — dele mesmo, dela mesma.
3.3 - è|xcarrau, e|xcarrrjç
1 . Flexão- As formas do pronome reflexivo da 1- p. são:
MASCULINO FEMININOPess. Demons.Pess. Demons.
GSep, DS €|x
AS e|x
corroí)corra)
ccvtóv
9eu-
ep.
corri} ç - de mim mesmo, de mim mesma carrí| - para mim mesmo, para mim
mesmaoarrryv - a mim mesmo, a mim mesma
GPt||XCl>V gtutcov
|-M-> CA D ADP-rjfxiv avTotç
APT)|xàs avToúç
tj(xwv a-uTcov - de nós mesmos, de nós mesmas
T)|xtv av ra iç - para nós mesmos, para nós mesmas
r|(xas carros - a nós mesmos, a nós mesmas
2. Observações morfológicas
a. Estrutura- Constam as formas deste reflexivo, sintéticas ou analíti
cas, de:PRONOME PESSOAL + PRONOME DEMONSTRATIVO
541
b. Formação
(1) Pronome pessoal
- 0 pronome pessoal é, naturalmente, o da 1 - p., no singular, formas sintéticas, a aparecer no acusativo singular tônico í \jà , que sofre elisão do e final e conseqüente perda do acento; no plural, inflexões analíticas, a assumir a forma própria de cada caso;
(2) Pronome demonstrativo- O demonstrativo é cdrro'<s, aí$Trj, carro - mesmo, mesma
flexionado regularmente nos diferentes casos, no singular unidoà inflexão do pronome pessoal, no plural dela separado;
c. Formas
(1) Nominativo e Vocativo
- Ocorre este reflexivo somente nos casos oblíquos, de sorte que não aparecem na flexão formas correspondentes ao nominativo e ao vocativo. Daí, toma-se o gen. sing. como base de referência e enunciação;
- Aparece, entretanto, o nominativo €700 precedido do demonstrativo auxiliar c a rro s em função tipicamente reflexiva (Rm 7.25; 9.3; 15.14; II Co 10.1-; 12.13), o que se dá, aliás, também com ' jjLeíç (Rm 8.23);
(2) Neutro
- Estritamente pessoal, não tem este reflexivo formas próprias do neutro, gênero a que é alheia esta modalidade relacionai;
(3) Dual
- Carece este reflexivo de formas explícitas de flexão dual, limitado, pois, ao singular e ao plural.
542
3. Acentuação
- No singular, formas sintéticas, a acentuação se processa em função do demonstrativo apenas, de sorte que são perispômenas as inflexões de gen. e dat., oxítonas as do acus.;
- No plural, formas enclíticas, acentuam-se ambos os elementos formativos individualmente, perispômenos o pessoal nos três casos, e assim o demonstrativo no gen. e no dat., oxítono, porém, no acus.
4. Tradução- Traduzem-se estas formas em termos do reflexivo do por
tuguês, em inteira consonância e equivalência.
3.4 - cremnoi), aeavrnç
1 . Flexão- Tem o pronome reflexivo da 2- p. a seguinte flexão:
MASCULINO FEMININOPess. Demons.Pess. Demons.j _ j ,
GScre■i......... ^corroí)
\cre
'CXVTTIÇ - de ti mesmo, de ti mesma
DS cre a v r ç cre OtVTTj - para ti mesmo, para ti mesma
AScxe awóv cre aUTT|V - a ti mesmo, a ti mesma
G P vixwv5 <■>
mncov VfJLWVo A
OCUTCúV - de vós mesmos, de vós mesmas
DP v|xív avTÒis€ ^ V|XIV avT a íç - para vós mesmos, para vós
mesmasAPU|XOí<S
9 tavrovç
C /Sv|xaç
3 /oarraç
i- a vós mesmos, a vós mesmas
2 . Observações morfológicas
a. Estrutura-T em este reflexivo composição similar à do reflexivo da
543
1 - p., isto é, constam-lhe as inflexões de:PRONOME PESSOAL + PRONOME DEMONSTRATIVO
b. Formação
(1 ) Pronome pessoal- O pronome pessoal é o da 2 - p., nas inflexões do sin
gular, sintéticas, sob a forma do acus. sing. tônico ôe, cujo acento se omite; nas inflexões do plural, analíticas, na forma própria de cada caso, distintamente;
- O demonstrativo é, como no reflexivo da 1 - p . , c o i
to »;, qtutt|, avTo - mesmo, mesma - , flexionado regularmente em
cada caso, no singular jungido à inflexão do pronome pessoal, no
plural dela separado;
c. Formas
(1 ) Nominativo e Vocativo- Como no reflexivo da 1 - p., somente os casos oblíquos
ocorrem, não havendo, portanto, inflexões específicas de nom. e voc. Por isso, também este se refere em termos do gen. sing.;
- Encontra-se, entretanto, o nominativo plural "uixeiç precedido do demonstrativo avroí em uso tipicamente reflexivo (Jo 3.28; I Ts 4.9);
(2 ) Neutro- À maneira de efxomToíi, eixcnrrrjç, reflexivo da 1- p., é
este reflexivo da 2 - p. aplicado apenas em relação a antecedentes pessoais, pelo que lhe falecem as formas do neutro;
(3) Dual- Também neste reflexivo, como em efxauTou, efJtoarríiç,
não subsistem formas-explícitas de flexão dual, constando, por isso, apenas das inflexões do singular e do plural;
544
(4) Contração
- A semelhança do que se verifica no singular do reflexivo da 1- p., em que se elide a vogal e do final do acusativo ejxe, pode-se elidir, em todas as formas do singular do reflexivo da 2 - p., a vogal do acusativo 8e, resultando alternativas reduzidas ao lado das normativas extensas;
- Destarte, a flexão do singular, contrata, poderá também ser:
MASCULINO FEMININOPESS. DEM. PESS. DEM.
GS. <T OfUTOU cr carnesDS. <T COJTCOw cr out^AS. cr COJTOV a CtVTTJV
3. Acentuação- A acentuação deste reflexivo é paralela à de lixou—
tou , eixonrrnç, tanto em posição quanto em natureza;- No singular, sintéticas as formas, prevalece o acento do de
monstrativo auxiliar, inacentuado o integrante pessoal, logo, são perispômenas as formas de gen. e dat., oxítonas as do acus.;
- No plural, analíticas as formas, acentuam-se, individualmente, ambos os elementos formativos, sendo perispômenas todas as inflexões do pronome pessoal, nos três casos, e do demonstrativo as formas do gen. e dat., oxítonas as do acus. (avrouç, otuTotç);
4. Relação
- São e|xavTov, e|xca)Trjs e creavrou, «recorri]ç flexões inteiramente paralelas no que respeita à forma do demonstrativo integrante e à acentuação, diferindo somente quanto ao componente pessoal. Todavia, mesmo as formas deste componente exibem real paralelismo, no plural distinguindo-se apenas pela vogal inicial (t| na p.,-u na 2 a-).
545
5. Tradução
- A tradução deste reflexivo, como do anterior, se processa nos exatos moldes do correspondente do português; inteiras a consonância e equivalência.
3.5 - eavrou, eaurrjç, lavrou
. 1. Flexão- Do reflexivo da 3- p. a flexão é:
MASCULINO FEMININO NEUTRO Pes. Dem. Pes. Dem. Pes. Dem.
GS.eDS.e
AS.e
OfUTOU
OUTü)
oorrov
ce£e
ce
cnrrr|çOUTT|
avrrív
cece
ce
ourouavro)
u
ainó
- de si mesmo, de s i mesma- para s i mesmo, para si
mesma- a si mesmo, a si mesma
GP.è avTüjvce awcòv
ce airrwv - de si mesmos, de s i mes
masDP.e OCUTOtS
£e corrais
ce auTÒiç - para si mesmos, para si
mesmasAP.e oruTaúç
ce
/airrãs
ce
via u ra - a si mesmos, a si mesmas
2. Observações morfológicas
a. Estrutura- Como os reflexivos da 1- e 2- p., compõem-se as formas
de coutou , eoarrT|ç, ècamn) de:PRONOME PESSOAL + PRONOME DEMONSTRATIVO
b. Formação
(1) Pronome pessoal- O pronome pessoal é o da 3- p., na forma primitiva
546
obsoleta e, que, ao contrário do que se verifica nos reflexivos da 1- e 2- p., não se limita às inflexões do singular apenas, ocorrendo também nas formas do plural, todas sintéticas;
(2) Pronome demonstrativo- O demonstrativo, comum aos três reflexivos, e na
mesma forma, é cojtoç, ocutt], avTÓ, devidamente flexionado, em
todas as inflexões justaposto ao integrante pessoal invariável;
c. Formas
(1) Nominativo e Vocativo- Como nos reflexivos da 1- e 2- p., faltam à flexão de
eavTou, lauTr^s, êcnrrov os chamados casos retos (nom. e voc.), de sorte que nos três pronomes só os oblíquos (gen., dat. e acus.) se empregam;
- Não havendo forma nominativa, referem-se estes reflexivos em termos do gen. sing., forma base de enunciação e flexão;
(2) Neutro- Os reflexivos da 1- e 2- p. são pronomes estritamente
pessoais, pelo que não exibem flexão referente ao neutro. O reflexivo da 3- p., por outro lado, não se restringe ao uso pessoal, reportando-se, de igual modo, a seres, objetos e coisas, donde en- corporar também formas para o neutro;
(3) Dual- Faltam a este reflexivo, como aos demais, formas es
pecíficas da flexão dual, donde concluir-se que os três pronomes desta classe só se declinam no singular e no plural;
(4) Plural- São no plural dos reflexivos da 1- e 2- p. analíticas as
547
formas, separados os pronomes componentes, cada flexionado segundo os moldes próprios do caso. No reflexivo da 3- são sintéticas as inflexões todas, o pronome pessoal aparecendo no plural, como no singular, sempre na forma invariável e de acus. sing.;
- Há, contudo, embora obsoletas, formas analíticas, especificamente pessoais, análogas em estrutura e formação às equivalentes dos relfexivos da 1- e 2- p., restritas ao masculino e ao feminino, a saber:
MASCULINO FEMININO PESS. DEM. PESS. DEM.
GP. CT<pü)V
DP. o x p ú riv
AP. CTcpâç
av T còv
aVTOLÇ
ai)TOÚ<5
crcpòv
cnp ícrivArrcpaç
a v T w v - de si mesmos, de si mesmas a v r a t ç - para si mesmos, para si mesmas a v r a ç - a si mesmos, a si mesmas
(5) Contração- A maneira das formas sintéticas dos reflexivos da 1? e
2- p., pode-se elidir o i do componente pessoal, passando-se-lhe o espírito forte para o ditongo av seqüente. Deste modo, têm-se, ao lado das extensas, alternativas reduzidas, que se distinguem das formas comuns do demonstrativo pelo fato de terem espírito forte;
- Portanto, a flexão do reflexivo da 3- p. se pode, ainda, apresentar nos seguintes moldes:
MASC. FEM. NEUT.GS. auTou DS. avTü)VAS. atnróv
avTT]saVTT)avTrfv
avTOÍ)aiiTO)avTÒ
- de si mesmo, de si mesma- para si mesmo, para si mesma- a si mesmo, a si mesma
GP. avTwv DP. auroíç AP. auTouç
avTcüvavTaíç
c -íavraç
avTíòvavTotsG ^avxa
- de si mesmos, de si mesmas- para s i mesmos, para si mesmas- a si mesmos, a si mesmas
3. Acentuação- Paralela é, em posição e natureza, a acentuação deste refle-
548
xivo à dos outros dois, €|juxvtov, e aeavrov, rjç, exceção feita dodat. pl. CTcpÍCTiv do integrante pessoal, acentuado na penúltima, agudo o acento;
- Nas formas sintéticas, extensas ou reduzidas, singular ou plural, acentuadas todas na última, ocorre o circunflexo nas inflexões de gen. e dat., o agudo nas inflexões de acus.;
- Nas formas analíticas, é circunflexo o acento no gen. e acus. do integrante pessoal e no gen. e dat. do componente demonstrativo; agudo no dat. do integrante pessoal e no acus. do componente demonstrativo.
4. Relação
- Tem este reflexivo em comum com os dois outros:- a estrutura geral (pessoal + demonstrativo);- as formas do componente avrós; e- a acentuação (menos no dat. pl. analítico);- Deles difere em relação a:- o integrante pessoal;- a flexão neutra adicional;- as formas sintéticas do plural; e- a acentuação do dat. do integrante pessoal no plural analíti
co.
5. Tradução- Como nos dois outros reflexivos, traduzem-se as inflexões
de lavrou, eavrrjç, êoarrov pelas equivalentes dessa modalidade pronominal no português, neste caso as formas do reflexivo da 3-
p-;- Em o Novo Testamento empregam-se, mormente no plu
ral, as inflexões deste reflexivo da 3§ p. em lugar das correspondentes da 1- e 2-, traduzindo-se, pois, em função destes reflexivos, a despeito da forma;
- Gramáticos há que preferem tomar as inflexões do plural de ecamn), 'rçç, ov como normativas dos três reflexivos, que, destarte,
549
seriam todos iguais em forma na flexão do plural;- Em certas passagens o sentido real não é tanto o reflexivo
quanto o reciprocativo, cabendo traduzir-se em função deste, não daquele;
- Ilustrariam esta matéria os exemplos seguintes:a. aXX'Íva èoruroúç twtov ôw|xev -ufxív - para que, porém, a
nós mesmos vos demos por modelo (II Ts 3.9). 0 acus. pl. èa-uroúç do reflexivo da 3- p. está em lugar do correspondente Tjfxaç auToúç do reflexivo da 1- p., daí traduzido por a nós mesmos, não a si mesmos, que o seria, literalmente;
b. acp'eairroí) oi) t o w o Xéyeiç - isto dizes tu de ti mesmo? (Jo 18.34). A expressão regular seria olttò creavrov em lugar de ácp'éavTou. Todavia, a inflexão do reflexivo da 3- (kaxnov) aparece pelo singular correspondente do reflexivo da 2- (o-ecamru). A tradução, porém, é em termos da 2- p., em função do contexto;
c. Kai eXe^ov Trpòç ecarráç - E diziam umas às outras (Mc 16.3). O acus. pl. eairráç, em acepção puramente reflexiva, dever- se-ia traduzir por: a si mesmas. Nesta passagem, entretanto, o sentido é evidentemente reciprocativo: as mulheres a falarem umas às outras, não consigo mesmas. Logo, a tradução que se impõe é a re- ciprocativa, não a reflexiva;
- O sentido reciprocativo é de preferir-se em umas quinze outras passagens do Novo Testamento, a saber: Mt 21.38; Mc 10.26; 12.7; Lc 20.5; 22.23; Jo 7.35; 12.19; I Co 6.7; Ef 4.32; 5.19; Cl 3.13,16; I Ts 5.13; I Pe 4.8,10;
- Monta a cerca de 67 a cifra de ocorrências em o Novo Testamento de formas do reflexivo da 3- p. em função das equivalen
tes da 1 - e 2- p., conforme o atestam as seguintes passagens:- Em lugar da 1ã p. pl.: At 23.14; Rm 8.23; 15.1; I Co 11.31; II
Co 1.9 (duas vezes); 3.1,5 (duas vezes); 4.2,5 (duas vezes); 5.12; 6.4; 7.1; 10.12,14; I Ts 2.8; II Ts 3.9; Hb 10.25,1 Jo 1.8, um total de 21 casos;
- Em lugar da 2 - p. s.: Jo 18.34 e I Co 10.29, um montante de 2 vezes; e
550
- Em lugar da 2- p. pl.: Mt 3.9; 23.31; 25.9; Mc 9.50; 13.9; 14.7; Lc 3.8; 12.1,33,57; 16.9; 17.3,14; 21.30,34; 22.17; 23.28; Jo 5.42; 6.53; 12.8; At 5.35; 13.46; 15.29; 20.28; Rm 6.11,13,16; 11.25; 12.16,19; I Co 6.19; II Co 7.11; 13.5 (três vezes); Fp 2.12; Hb 3.13; 10.34; Tg 1.22; 2.4; I Jo 5.21; II Jo 8; Jd 20.21, num todo de 44 ocorrências.
3.6 - Pontos comuns- Comuns aos três reflexivos são os seguintes pontos:
1. Formação- Consistem as inflexões destes reflexivos da justaposição do
demonstrativo oam>ç, o' ao pronome pessoa!, no singular formas sintéticas, no plural analíticas, naquelas o pessoal no acus. sing., o demonstrativo nos casos específicos, nestas ambos flexionados consoante os moldes de cada caso;
- O reflexivo da 3- p. tem no plural, ao lado das analíticas, raras, as sintéticas, comuns, formação paralela ao singular (acus. sing. do pronome pessoal jungido à flexão específica de oomSç, r\, o);
2. Casos- Apenas os chamados casos oblíquos (gen., dat. e acus.) sub
sistem na flexão normativa, ausentes os retos (nom. e voc.);
3. Gênero- Especificamente pessoais, limitam-se os reflexivos da 1- e 2-
p. ao masculino e ao feminino. Entretanto, o reflexivo da 3- admite, por extensão, a flexão adicional do neutro;
4. Número- Em nenhum dos reflexivos subsiste explícita a flexão típica
do dual, presentes apenas singular e plural;
5. Contração- A forma integrante do pronome pessoal sofre ou pode so
frer, nas formas sintéticas, a contração da vogal, e, como 0 ditongo
551
av seqüente, resultando a elisão dessa vogal;
6. Acentuação- Em posição e natureza, com a só exceção da forma oxpúriv,
dat. pl. do pessoal da 3- p., uma e a mesma é a acentuação das inflexões todas dos reflexivos;
7. Tradução- Traduzem-se estes reflexivos pelos exatos correspondentes
do português, em perfeita consistência e equivalência;
8. Demonstrativo- Assume o demonstrativo, em cada caso específico, a mesma
inflexão nos três reflexivos, que não divergem neste aspecto;- De notar-se é que o reflexivo da 3- p., em sua forma reduzi
da, em que se elide o integrante e, permanecendo-lhe o espírito no ditongo seqüente, se faz semelhante ao demonstrativo avTÓç, av— Trj, avTÒ, nesses casos, distinguindo-se apenas no tocante ao espírito; fraco no demonstrativo, forte no reflexivo;
9. Afinidade
- Embora indiscutível afinidade haja de estruturação e forma entre esses três pronomes, mais estreito é o paralelismo entre os reflexivos da 1§ e T- p., apresentando o da 3 - aspectos que distinguem ou distanciam um tanto dos outros dois.
4. PRONOME RECÍPROCATIVO (AMOIBAIA AN - TftNYMIAI)
4.1 - Natureza
- Recriprocativo é o pronome que expressa interação simultânea, mutualidade de ação, ambivalência de relação.
4.2 - Flexão
- As formas deste pronome, que, de natureza, não ocorre no
552
singular, usado em o Novo Testamento não menos de uma centena de vezes, são:
MASCULINO FEMININO NEUTROTema Des Tema Des Tema t)es
GD.aXXT]X OlV àXXr|X a iv àXXr)X oiv - um do outro, uma da outraDD. ctXX-rjX OlV aXX-ríX a iv àXXrjX oiv - um para o outro, uma para a
aXXr|Xoutra
AD. àXXr|X ÍO ã àXXriX ío -um ao outro, uma à outra
GP. ótXXTfjX (í)V àXX-qX (OV àXXrjX tov - uns dos outros, umas das outras
DP. aXXT)X Oiç áXXriX a iç áXXinX 019 - uns para os outros, umas para as outras
AP. àXXr|X OU<5aXX^X ãç aXX^X á - uns aos outros, umas às outras
4.3 - Observações morfológicas
1. Estrutura- Constam as inflexões reciprocativas de:TEMA PRONOMINAL + DESINÊNCIA
2. Formação
a. Tema- É o reciprocativo, na realidade, forma duplicada ou repe-
ticional do indefinido aXXoç, aXXr|, otXXo - outro, outra - , eqüivalendo, de modo geral, à seqüência aXXos ('rj, o) K a i aXXos (f\, o) - um e outro, uma e outra -, obviamente condensada na feição atual em aXX-rjX, por áXXaX, radical este que é o mesmo em todas as inflexões;
b. Desinências- As desinências são as regulares dos adjetivos triformes
553
vocálicos, no masculino e no neutro em termos da 2- declinação, no feminino, já que o tema não termina em e, t, p, em função da 2- classe da 1 - declinação, feminina;
c. Formas
(1) Singular- Envolvendo dois ou mais elementos em interação,
natural é não exiba este reciprocativo formas puramente singulares. Daí, no clássico registravam-se-lhe apenas inflexões próprias do dual e do plural, em o Novo Testamento restritas às do plural, uma vez que lhe é estranho o dual;
(2) Nominativo e Vocativo
- À maneira dos reflexivos, limita-se o reciprocativo às inflexões dos casos oblíquos (gen., dat. e acus.), falecendo-lhes, pois, as formas nominativas e vocativas;
(3) Forma base
- Carecendo das formas nominativas e inexistindo-lhe o singular, refere-se este reciprocativo no clássico em termos do gen. dual (aXXr)Xoiv, aXXrjXaiv, aXXriXoiv), em o Novo Testamento à base do gen. pl. (àXXrjXcov, tov, wv).
4.4 - Acentuação
- Tem a forma do acus. pl. neutro o acento na antepenúltima, evidência de que proparoxítono deveria ser o nominativo virtual;
- Posicionai, dever-se-ia este acento manter, através da flexão, na mesma sílaba em que ocorreria na forma base primitiva;
- Desinências longas, não permitem continue o acento na antepenúltima, pelo que se desloca ele para a penúltima, agudo em todas as formas.
554
4.5 - Relação
- Relaciona-se o reciprocativo com os adjetivos triformes vocálicos .em que lhes tem as desinências específicas nos casos em que se flexiona;
- Mais direta é-lhe a relação, porém, com o indefinido a k— Xoç, tj, o, não somente no que respeita à estrutura, formação e flexão, mas ainda no que tange ao sentido.
4.6 - Tradução
- Traduzem-se as formas deste reciprocativo pelas locuções pronominais apropriadas do português, correspondentes em sentido;
- A despeito da forma, nas expressões em que a interação é de elementos singularizados, poderá a tradução assumir essa feição;
- Traduzem-se-lhe, pois, as formas por locuções singulares ou plurais, conforme o requeira o próprio contexto: UM DO OUTRO, UMA DA OUTRA, UNS DOS OUTROS, UMA DAS OUTRAS, DE UM E OUTRO, DE UMA E OUTRA, DE UNS E OUTROS, DE UMAS E OUTRAS, e assim por diante.
5. PRONOMES POSSESSIVOS (KTHTIKAI ANTÍ1NY— MIAI)
5.1 - Natureza- Os chamados pronomes possessivos (ktt)tikoíi avTtow—
|xíca) são os pronomes que expressam as relações de pessoa, gênero e número, e caso entre o possuidor e o objeto possuído.
5.2 - Enumeração- Quatro pronomes possessivos específicos há, a saber:- Para a 1 - p. s.: efxo'»;, e(xr), i\xóv - meu, minha;- Para a 2- p. s.: cróç, ctt], crov - teu, tua;- Para a 1- p. pl.: fuxérepoç, rjixeTepã, Tifjtérepov - nosso,
nossa;- Para a 2- p. pl.: \)|JL€Tepoçf v|xeTepã, vixérepov- vosso, vos
sa.
5.3 - Linhas de flexão- Flexionam-se estes possessivos todos nas linhas dos adjeti
vos triformes vocálicos, logo:- o masculino, segundo os nomes da 2- declinação, masculi
nos;- ç) feminino, conforme os femininos de tema longo da 1 - de
clinação, 4sto é, da 1 - e 2- classes; e
- o neutro, consoante os neutros da 2- declinação.
5.4 - Padrão flexionai- Quanto à desinenciação e à acentuação, flexionam-se os
dois possessivos do singular (efxoç, eixi], e|xóv e otíç, or|, crov) nos exatos moldes do paradigma vocálico triforme cryaBóç, T), óv, diferente apenas o tema;
- De igual modo, tanto em matéria desinencial quanto no aspecto prosódico, declinam-se os dois possessivos do plural (ruxe—
_ • O /Tepoç, a , ov e vixeTepoç, a , ov) nos exatos termos do paradigma
s ' C/vocálico triforme or/ioç, ot, ov, diferente apenas o tema ou radical;
\ — No feminino, seguem os possessivos do singular (êjJL-TQ, cnq) a flexão dos nomes da 2- classe da 1 - declinação, nomes em tj, uma vez que o tema não termina em e, i ou p;
- Os possessivos do plural, por sua vez, têm o feminino (iq{xeTepa, -u|xeTépã) flexionado conforme a 1 - classe da 1 ? declinação, nomes em ã , porquanto o tema lhes termina em p.
5.5 - Flexão
1 . ê|xóç, €|jit|, e|xóv - meu, minha
a. Estrutura
556
- Constam as formas deste possessivo de:RADICAL + DESINÊNCIA
b. Formação
(1) Radical- O radical é ep-, derivado do tema do pronome pessoal
da 1- p. s., invariável em toda a flexão, sempre o mesmo em todas as formas;
(2) Desinências- As desinências, regulares, são as típicas dos adjetivos
triformes vocálicos de radical não terminado em e, i ou p, como em òr/cx0 — óç, oryaô — rj, a-yaS — óv;
c. Quadro- A flexão de ep,óç, ep/rj, ep.óv é, pois:
MASCULINO FEMININO NEUTRORAD. DES. RAD. DES. RAD. DES.
NS. èp, ós ep. TÍ ep, óvGS. êp.
AOI) èp.
AT|S ep,
AOU
DS. êp.A(0 êp,
A
TI èp,ACOb-
AS.o
€|X óv06 fX r\v k[X ov
VS. ep. € €fX ep, ov
MASCULINO FEMININO NEUTRO
RAD. DES. RAD. DES. RAD. DES.
ND. êp. (ó ép. ã ep, (0
GD. êp. oív èp, atv èp. OlV
DD. IfX OlV ép. a ív èp. OlV
AD.>e p .
/CO 6fX ã ep, CO
VD. €|X ÍO èp, ã ep. CO
557
MASCULINO FEMININO NEUTRORAD. DES. RAD. DES. RAD. DES.
NP. 01•3e\x a í e . à
GP. k\x ó)V cov9e , cov
DP. €|A Ol<5 è|x a t ç eH> Ol<5AP.
De , OVÇ
?e[i a<;
0ep. a
VP. ejx 01 ey. a i €|X a
2. cróç, crr), oròv - teu, tua
a. Estrutura
- Como em ifióç, r\, óv, consistem as formas deste possessivo de:
RADICAL + DESINÊNCIA
b. Formação
(1) Radical
- Deste possessivo o radical, derivado do pronome pessoal da 2- p. s. crií, é ç, invariável, em todas as inflexões o mesmo;
(2) Desinências
- As mesmas de e|xóç, e|xr|, e(xói>, as desinências neste possessivo da 2- p. s. são as específicas dos adjetivos triformes vo- cálicos, radical não finalizado por e, i ou p, como em aya0 — oç, crya0 — y\, <*7 a 0 — óv;
c. Quadro
- O quadro flexionai de croç, crrí, ctov é exatamente o mesmo de efióç, êp/q, e^óv, trocado o grupo efx pela sibilante. Desinências e acento permanecem os mesmos, comuns a ambos os possessivos.
558
3. (xerepos, Tj|X€T€pã, ^[xeTepov - nosso, nossa
a. Estrutura- Como em ê|xos, rj, ov e ctoç, (nf, ctov, possessivos do sin
gular, estruturam as formas deste possessivo da 1- p. pl. os dois elementos básicos, em seqüência:
RADICAL + DESINÊNCIA
b. Formação
(1) Radical- O radical deste possessivo, derivado do pronome pes
soal correlato da 1- p. pl., ^p-ets, acrescido do incremento próprio dos comparativos Tep, é fj|xeTep, que não varia, em toda a flexão o
mesmo;
(2) Desinências- As desinências neste possessivo, regulares, são as típi
cas dos adjetivos triformes vocálicos de tema finalizado por e ,i ou
p, como em cryi — os, oryí — ã, oryi — ov;
c. Quadro- O quadro de inflexões deste possessivo é, portanto:
MASCULINO RADICAL DES.
FEMININORADICAL DES.
NEUTRORADICAL DES.
NS. |X6Tep os |X€Tép á ^|x€Tep ov
GS. T)|XeT€p ov T]|A€T€p as "qixeTep ov
DS. Tj|xeTep 0) Tj|X€Tép a T|jxeTep (0uAS. ^(xeTep ov ^(xeTep ãv Tl|X€T€p ov
VS. rjfxeTep e 'nixeTep a iqixéTep ov
559
MASCULINO RADICAL DES.
FEMININORADICAL DES.
NEUTRORADICAL DES.
ND. TuxeTep (0 TifxeTep à T||JieTÉp (0GD. TijxeTep OlV Tl(xeTep oav Tiixerep OLVDD. iHM-eTep OlV TiIxeTep aiv T||X€T€p OlVAD. (XCTép CO TruxcTep a TiixeTep (0VD. |X€T€p to TiixeTep ã iq^eTep CO
MASCULINO FEMININO NEUTRORADICAL DES. RADICAL DES. RADICAL DES.
NP. T)|X€T€p 01 fjlxeTep a i ^IxeTep KfaGP. ^IxeTep COV Tf||xeTep cov f||X€Tép covDP. TlixeTep oiç TiixeTep a is TqjxeTep OIÇAP. "TifxeTep auç T^xeTep aç Tj|XeT€p aVP. f)|xéTep OL [xeVep a i T |X€T€p a
4. "UfxeTepoç, •uixeTepa, v|xeTepov - vosso, vossa
a. Estrutura- Como nos demais possessivos, formadas são as inflexões
de 'u^eTepoç, ã, ov destes dois elementos constantes, em seqüên
cia: RADICAL + DESINÊNCIA
b. Formação
(1) Radical
- Derivado do pronome pessoal correspondente da 2- p.pl„ acrescido do incremento característico das formas comparativas, em geral, isto é, o final Tep, é o radical deste possessivo •ü|x€Tep, que não varia na flexão toda, constante, o mesmo em todas as inflexões;
(2) Desinências
- Como em ^ixeTepoç, ã , ov, são as desinências deste
560
possessivo as típicas dos adjetivos triformes vocálicos de tema finalizado em e, i ou p, à base de oryi — o<5, oryi — à, &yi — ov;
c. Quadro- Como tem cróç, o^, crov as mesmas formas de Ifxóç, efxtí,
èfxóv, trocado o tema è|x por ct, assim é o quadro de inflexões o mesmo de T^xeTepoç, ã, ov, mudada a vogal inicial t) para “Ô. O restante do tema, as desinências e a acentuação são os mesmos nos dois possessivos;
5.6 - Acentuação- De natureza, pronomes que são, têm estes possessivos
acento posicionai, que deve permanecer na sílaba de origem quanto o permitam as leis da prosódia;
- Nos dois possessivos singulares, e|xos, t\, ov e aós, ctt], ctov,
está pósto na última na forma base, sílaba em que se conserva em toda a flexão, perispômenas as inflexões genitivas e dativas, oxítonas as demais (nominativas, acusativas e vocativas), consoante a prosódia dos nomes oxítonos da 1- e 2- declinações;
- Nos dois possessivos plurais, 'nixeTepoç, ã, ov e v|X€Tepoç, ã, ov, em cuja forma base está o acento na antepenúltima no masc. e no neutro, na penúltima no feminino, conserva-se na antepenúltima nas inflexões em que a desinência é breve, desloca-se para a penúltima, nas formas em que é longa a desinência, no masculino e no neutro, enquanto no feminino continua na penúltima, breve, em todas as inflexões, excetuados o nom. e voc. pl., cuja acentuaçãosegue ao masculino, como é próprio dos ajetivos de cunho vocálico,tfato que se verifica, ainda, no gen. pl., por isso não perispômeno. E, pois, agudo o acento em todas as inflexões destes dois últimos possessivos.
- Graficamente:
Modalidade Posição do acento Natureza do acento Singulares Última Circunflexo: gen. e dat.
Agudo: nom., acus. e voc.
561
Plurais Antepenúltima Agudo: masc. e neutros: final brevefem.: nom. e voc. pl.
Penúltima Agudo: masc. e neutros: final longofem.: sing., dual e gen., dat.
e acus. pl.
5.7 - Relação
- Relacionam-se estes possessivos com os pronomes pessoais correlatos em que lhes derivam o tema ou radical, assim:
- ejuís, r\, ov: o tema i|x provém do acus. sing. e|xé do pessoal da 1 - p. s.;
- oxís, i \ , ov: o tema s provém do radical de ov, pessoal da 2-p. s.;
- TifxeTepoç, ã , ov: o tema T||xeTep provém do radical Tj|xe, do
pessoal da 1- p. pl., acrescido do infi.xo Tep; e
- VfxeTepoç, 5 , ov: o tema vixexep provém do radical v|xe, do
pessoal da 2- p. pl., acrescido do infixo Tep;
- Relacionam-se entre si estes possessivos em que todos obedecem ao padrão flexionai dos adjetivos triformes vocálicos, se bem que os singulares tenham maior afinidade um com o outro, ambos flexionados conforme os adjetivos de tema não finalizado em e, i ou p, e, de igual modo, os plurais, ambos flexionados segundo os adjetivos de tema finalizado em e, i, p;
- Desta sorte, enquanto €|xós, eixi , ê|xóv e o òs, cnq, aov têm estreita relação com o paradigma oryaOo , rf, óv, de que diferem somente quanto ao tema, têm-na T)|xeTepos, à, ov e v^xére— poç, a , ov com cryios, ã, ov, diferente apenas o tema;
- Difere a flexão de efxós, r|, ov da paralela de aos, arj, cróv somente no tocante ao radical ou tema: êfx num, a no outro; assim, também, rj|xeTepos, ã, ov e vfxeTepos, ã, ov, cujas formas apenas se distinguem quanto à vogal inicial, rj num, v no outro, o mesmo, porém, o espírito, forte em ambos;
- Formas há do possessivo similares às equivalentes do pes-
562
soai correlato. É o que se vê quanto a:- efxoí): gen. sing. masc. e neutro do possessivo = gen. sing.
do pessoal da 1- p. s.;- €|xoí: nom. e voc. pl. masc. do possessivo = dat. sing. do
pessoal da 1 - p. s.;- è|xe: voc. sing. masc. do possessivo = acus. sing. do pessoal
da 1?;
- orou: gen. sing. masc. e neutro do possessivo = gen. sing. tônico do pessoal da 2- p. s.;
- om: nom. e voc. pl. masc. do possessivo = dat. sing. do pessoal da 2- p. s.; e
- oré: voc. sing. masc. do possessivo = acus. sing. do pessoal da 2- p. s.
5.8 - Posição
- Quanto ao posicionamento, comportam-se os possessivos como os adjetivos em geral, isto é, salvo se em função predicativa, aparecerão nas cláusulas definidas sempre em posição atributiva, portanto, precedidos de artigo;
- Exemplo: o Kotipoç ó Ifxoç ovttco Trapeoriv — O meu tempo ainda não é chegado (Jo 7.6). Precede ao substantivo Kaipóç - tempoc *- o artigo o - o. E, pois, definida a cláusula. Posposto eo substantivo está o possessivo l|xo'ç - meu - , a que também antecede o artigoo, repetido, logo, em evidente posição atributiva. Anteposto ao substantivo, o possessivo seria menos enfático.
5.9 - Tradução- Correspondem estes possessivos aos correlatos do portu
guês, donde traduzir-se-lhes, em inteira equivalência, como tais.
5.10 - Concordância- Ambivalente é a concordância do possessivo, por isso que,
de um lado, se refere ao possuidor, de outro, ao elemento possuí
do;
563
- Com o possuidor concorda quanto à pessoa, com o elemento possuído concorda em gênero, número e caso;
- Ex. oí ôè om |xa0T]Tai ov vticttevowiv - Mas, os discípulos teus não jejuam? (Mc 2.18).
- O possessivo om - teus - reporta-se, no contexto, ao interlocutor a quem se dirige e pergunta, ^ItictoÍç, que recebe o tratamento da 2- p. s., pelo que assume o possessivo, concordante- mente, a forma possessiva desta pessoa;
- Por outro lado, está o possessivo om no masculino, plural, nominativo, em direta concordância com o substantivo |xa0inTca - discípulos - , elemento possuído, com que, portanto, está a concordar em gênero, número e caso;
- Se, em vez de fxa0T]Taí - discípulos - , outro fosse o termo, tal ôoúXt] - escrava - , assumiria o possessivo a forma crrj, precedida do artigo 'q (2- p. s., mas em nom. fem. sing.), ou 'yuvaÍKeç - mulheres - , tornar-se-ia om a forma possessiva (2- p. s., em nom. fem. pl.);
- Se a pessoa fosse a 1- s., a referência a discípulos meus, a forma do possessivo seria i|xoí (1- p. s., em nom. pl. masc.), se a 1ã p. pl., discípulos nossos, rnxeTepoi seria a forma do possessivo (1- p. pl., nom. masc. pl.), se a 2- p. pl., discípulos vossos, apareceria i)|xeTepoi (2- p. pl., nom. masc. pl.).
5.11 -3 - pessoa
- Obsoleto se fez o pronome pessoal da 3- p., pelo que se lhe passaram as funções ao demonstrativo aiJTÒç, avrrj, eturo. De igual modo, não subsiste pronome possessivo específico da 3- p., seja singular, seja plural, expressando-se a relação possessiva, dentre outras maneiras, principalmente pela forma genitiva do demonstrativo personalizado, isto é, por avrov (dele), can-iqç (dela), avnov (deles, delas);
- Ex. ev Taíç ^ixèpcaç atrrrjç - nos dias dela (Lc 1.18). Está o demonstrativo ovtt|<;, forma equivalente ao genitivo singular femi-
564
nino do pronome pessoal da 3- p., em função tipicamente possessiva, podendo-se, a um tempo, traduzir por dela (pessoal) ou seus (possessivo). Eqüivale, pois, o demonstrativo ao inexistentepossessivo da 3- p., cuja função representa e em termos do qual se pode apropriadamente traduzir;
- Forma pessoal, concorda apenas com o possuidor, na frase o antecedente yuvr) - mulher (de Zacarias), de que recebe o gênero (feminino), o número (singular) e a pessoa (3-). O caso (genitivo) é fixo, determinado pela função sintática;
- Fosse o antecedente forma da 3- p. ms., outoO seria a inflexão do demonstrativo; fosse da 3- p. pl. masc. ou 3- p. pl. fem. seria, evidentemente, odrr&v, mantido sempre o caso genitivo, ajustadas as variações de gênero, número e pessoa.
6. RELAÇÃO DE POSSE
6.1 - Modalidades
- CINCO maneiras distintas há de expressar-se a relação de posse no grego, a saber:
1. Genitivo regular;2. Genitivo do pronome pessoal;3. Pronome possessivo;
4. Verbo exw; e5. Verbo et|xu
6.2 - Genitivo regular
- Em tratando-se de frases em que os termos relacionados são substantivos, a maneira mais natural e comum de expressar-se o possuidor é pela forma do genitivo do substantivo que o representa, a assumir, destarte, o teor de adjunto adnominal do termo qualificado, que exprime o objeto possuído;
- Ex. oí thrr]peTai twv 5 Iouôaicov - Os serviçais dos judeus - (Jo 18.12): o possuidor, twv 3 IovÔcacov - dos judeus -, substantivo articulado, está em genitivo, em função de adjunto adnominal do
565
nominativo definido ol -mr^péTai - os serviçais, elemento possuído. E a relação de posse expressa em termos do substantivo em genitivo;
6.3 - Genitivo do pronome pessoal
- Assaz abundante é através do Novo Testamento esta modalidade, preferida quando o possuidor se expressa em função de pronome pessoal. Aparece este sempre no genitivo, a determinar ao elemento possuído, que assume a forma e caso que a função impuser;
- Ex. -TT-poç tovç TTQtTepas vfjuov - aos vossos pais (At 28.25):o possuidor expressa-o o pronome pessoal vpxov, literalmente, de vós, em genitivo, a determinar ao substantivo mrrepas - pais o elemento possuído. Corresponde o pessoal v|xü)v ao possessivo vfxeTepovç, que, a concordar com -iraTepaç em gênero (masculino), número (plural) e caso (acusativo), se traduz por vossos. É, pois, típico exemplo da relação de posse expressa pelo genitivo do pronome pessoal;
6.4 - Pronome possessivo
- Mais natural e simples, quando o possuidor se mostra em forma pronominal, é o uso do pronome possessivo adjunto, em posição atributiva, a concordar com o antecedente em pessoa, com o objeto possuído em gênero, número e caso;
- Ex. T| |xèv euôoKia tt)ç Kapôíaç - Mas, o beneplácitode meu coração (Rm 10.1): o possessivo em posição atributiva, expressa o possuidor (Paulo), na forma da 1§ p., ao mesmo tempo que determina ao objeto possuído (Kapôíaç - do coração), com que está a concordar em gênero (feminino), número (singular) e caso (genitivo). É a relação de posse expressa mediante o pronome possessivo;
- Em o Novo Testamento não é freqüente esta modalidade. Todavia, reveste-se, normalmente, de acentuada ênfase, explícita, de modo mais direto, nos dois pronomes do plural (TjiJieTe—
566
poç, ã , ov e v(xérepo<;, ã , ov), que exibem, mercê do sufixo Te— poç, ã , ov, a característica formação de comparativo, de que ênfase e contraste avultam como noções básicas.
6.5 - Verbo ex<*> - ter- Expressar-se pode a relação possessiva mediante verbo
apropriado, sobressaindo neste uso ex^ - ter. É a chamada FORMA ATIVA. O possuidor é representado pelo sujeito, o elemento possuído, já que o verbo é transitivo, expressa-se na forma de objeto direto;
- Ex. r||xei<; ôe vow Xpiorov exo|xev - Nós, porém, temos mentalidade de Cristo (I Co 2.16): o pres. at. Ind. 4'xofxev - temos -
expressa a relação de posse, o possuidor, Tjixeíç - nós - , nominativo, enfático, na função de sujeito, o objeto possuído, vow - mentalidade - , nome em acusativo, na forma do objeto direto;
6.6 - Verbo e lp i
- Expressa-se ainda a relação de posse mediante formas do verbo eí|xí - ser - , em cláusula em que o elemento possuído assume a função de sujeito, em nominativo quando é finita a forma verbal, o possuidor a aparecer no dativo não preposicionado, como objeto indireto, donde chamar-se esta modalidade DATIVO DE POSSE, construção idêntica à do latim;
- Pode-se conceber esta modalidade como conversão da FORMA ATIVA, substituindo-se a inflexão de ex<*> pela correspondente de €i|xí, passando o objeto direto daquele a funcionar como sujeito deste e, de igual modo, transformado o sujeito do primeiro em objeto indireto do segundo;
- Destarte, a cláusula r^xeis ôè vow Xpioroí) exo|xev, passada da forma ativa ao dativo de posse, far-se-ia vovs ôè XpicrTou r\viv eoriv, o sujeito da ativa, inixeiç, nominativo, mudado, como objeto indireto, em Tijuv, dativo não preposicionado, enquanto vow, objeto direto da ativa, agora a funcionar como sujeito, se passou do acusativo para o nominativo, vovç;
567
- Portanto, no dativo de posse, o possuidor aparece como
objeto indireto, enquanto o objeto possuído é o sujeito;- Ex. Kai ouk fjv avToiç tckvov - E não tinham eles filho (Lc
1.7): a tradução literal seria: e não era para eles filho - , a preservar a estrutura original, em que tckvov - filho - é sujeito e outoÍç - para eles - é o objeto indireto. Transpondo-se para a forma ativa, ao esta-
tivo íp - era - corresponde o ativo eíxov - tinham - , ao dativo otv— Toi<; - para eles - o nominativo atnm — eles - , como possuidor, e
ao nominativo tckvov - filho - , objeto possuído, o acusativo homó- grafo;
- Além de ei|xi, podem também funcionar como verbos lia- mes nesta modalidade fraseológica ínrápxw - existir, subsistir, se r- e 7 ivofxai - tornar-se, vira ser.
7. CRASE
7.1 - Natureza- Afim à elisão, é a CRASE (Kpâaiç, Kpáaetoç, "q - mistura, fu
são - , do verbo Kepávvu|xi - misturar, fundir), fusão de dois vocábulos sucessivos que se passam a grafar como se foram uma palavra só, mercê da alteração da seqüência vocálica ou da contração de vogais contíguas. E o resultado do encontro de dois termos, o primeiro finalizado por vogal ou ditongo e o segundo assim iniciado;
- Marca-se a crase pela conservação do espírito do segundo termo a encimar a vogal ou ditongo resultante do encontro, sinal que, neste caso, se designa de corônis (Kopcovúç, Kopwvíôoç, T| - gancho, traço recurvado no final de capítulo ou tomo);
7.2 - Elementos- O primeiro termo na crase é, geralmente:- ou forma do artigo;
- ou forma do pronome relativo simples (próprio do clássico, estranho ao coiné do Novo Testamento);
- ou a conjunção Kai.
568
- 0 segundo termo é, dentre outros:- ou fo rm a do p ro n o m e p e sso a l da 1- p. s .;
- ou fo rm a do s d e m o n s tra t iv o s o u t o ç , f j , ó e e K e iv o ç , t ] , o;
- ou inflexão do indefinido otXXoç, t |, o ;
- ou advérbio, tais ckeC - aqui, ali - e evavríov - em frente, ao contrário-,
- ou, mesmo, substantivo ou adjetivo.
7 .3 - Acentuação
- Omite-se o acento do primeiro termo, prevalecendo, assim, regularmente, o do segundo.
7 .4 - Exemplos
1. Tow o fjux 3 IcooTicp - José, o nome (M t 27 .57 ): T c n W |x a é
fo rm a re su lta n te da c ra se da in f le xão t o do a rt ig o seg u id a do
su b s ta n t iv o o vo |x a , fu n d id a s as v o g a is c o n t íg u a s , o f in a l do a rt ig o
e o in ic ia l do su b s ta n t iv o , re su lta n d o o d ito ng o ou , a q u e e n c im a o
co rô n is .
- P o rtan to , Tò v vo |xa po r tò o vo fxa ;
2 . T o w a v T io v ôè e iO u ryauvTeç — Ao contrário, porém, bendizendo (I Pe 3 .9 ): é T o u v a v T Ío v a re su lta n te da c ra se da in f le xão t o do
a rt ig o seg u id a do ad v é rb io e v a v T io v , c o n tra íd a s a vo g a l o fina l do
a rt ig o e o e in ic ia l do ad v é rb io , p ro d u z in d o : se o d ito ng o ou , a qu e
en c im a o e sp ír ito do a d v é rb io , d ito co rô n is .
- L o g o , T o w a v T io v po r to e v a v T io v ;
3 . K0Í.K6 LV0 V à '7T€KT€ ivav — É a este (aquele) mataram (M c 12.5):
re su lta a fo rm a K a K e iv o v da c ra s e da co n ju n çã o Koa e do d e m o n s
tra t ivo rem o to e K e iv o v (aqu i m e lh o r tra d u z id o pe lo p ró x im o este), m ercê da su p re s s ã o do i fin a l da co n ju n ção e do e in ic ia l do d e
m o n stra t iv o , fa to a s s in a la d o pe lo co rô n is po sto so b re o a s u b s is
ten te .
- D a í, K a K e iv o v em ve z de K a i eK e tvo v .
569
4. Ktry“ a^airrícrco a-urov - E eu o amarei (Jo 14.21): provém a
forma Koryoó de crase da conjunção kqií e do nominativo do prono
me pessoal iyó), em que se suprimem o i final da conjunção eo e inicial do pronome, fato que do corônis se assinala.
- Conseqüentemente, Kcryco em lugar de «a í eya).
8. VOCABULÁRIO
251. otKáGapToç, ov. Adjetivo biforme vocálico - Impuro, imundo, indecente, vil, mesquinho.
252. aXXríXcav, wv, wv. Pronome reciprocativo, triforme - Um do outro, uns dos outros, de um e outro, de uns e outros.
253. ctTro8iopí£ío, àiroSiopícrco, aTreSiópicrá, am )8e8iópi—
Ka, airo8e8iopia|xai, onreôiopuxOriv. Composto da preposição à iro - de - e do verbo ôiopíÇco (ôiá - através de - e òpí£a> - limitar)- estabelecer fronteiras = Separar, distanciar, fazer distinção, criar barreiras.
254. acrrráÇofxai, aamkrofxca, T)a7Taact(XTiv,___ , ria-rrao—|xai, T|aTráCT0Tiv - Saudar, cumprimentar, dar boas vindas, abraçar, prestar respeitos, congratular.
255. ctUToç, cakrj, airró.- Pronome demonstrativo: o mesmo, a mesma,- Pronome intensivo: o próprio, a própria,- Pronome pessoal: ele, ela.256. páWío, f3a\(o, e(3a\ov, (BepXiiKa, p e^ X ^ a i, epXr)0T|v-
Atirar, lançar, arremessar, precipitar, derramar, deitar, colocar, depositar, avançar.
257. ôiôáxTÍ, % , T) - Ensino, instrução, doutrina, doutrinação.
258. 8utto(xo<s, ov. Adjetivo de cunho vocálico, biforme, composto do numeral adverbial 8iç - duas vezes, duplo - e do substan
tivo adjetivificado crró|xá, ctt6|x(xtos, to - boca - Bigume, bifronte, de duas bocas ou faces.
259. ecorroí), eceurfjç, eavTov. Pronome reflexivo da 3- p.- Dele mesmo, dela mesma; dele próprio, dela própria.
570
260. e^w. Pronome pessoal da 1 - p. s. - Eu.261. eKeívoç, eKeívirç, ckccvo. Pronome demonstrativo remoto
- Aquele, aquela, aquilo; esse, essa, isso .262. èKÁ.€KTÓç, éKXeKTT), I kXcktov - Seleto, escolhido, eleito,
aprovado, precioso.
263. ejJKXuroij, eixavrnç. Pronome reflexivo da 1- p. - De mim mesmo(a); de mim próprio(a).
264. e|xò<;, e|a/rí, è(xóv. Possessivo da 1 - p. s. - Meu, minha.265. e£w. Advérbio ou preposição imprópria, seguido de geni
tivo - Fora, exterior, do lado de fora.266. eCT0íw ou ecrGci), eSo|xai ou cpóryofiai, e<pa70V, e8x|8o—
kíx, €§T)8o(JLai ou e8T(8ea(xai, T)8ea0T|v - Comer, consumir, nutrir- se, alimentar-se, devorar.
267. fixe is . Pronome pessoal da 1- p. p\.-Nós.268. TjixeTepoç, f||xeTepã, ^ixeTepov. Possessivo da p. pl.
- Nosso, nossa.269. tXaajxóç, ou, o - Propiciação, satisfação, sacrifício expiató
rio, expi ação.270. Ka0túç. Advérbio de modo (composto da preposição
«a ra - conforme - e da conjunção <Sç - como) - Assim, assim como, conforme, segundo, consoante, tanto quanto, de conformidade com.
271. KaXóç, KaXrj, KaXov - Belo, formoso, lindo, nobre, bom, excelente, digno, proveitoso, útil.
272. KaTep7a^o|xai, KaTep7ácro[xai, KaTeip7aaa|xr)v,
KaTeíp7aCTfJLai, KaTetp7ácr0,riv. Verbo composto da preposição KaTct, intensiva, e do simples ep7a£o|xai - laborar - Levar a cabo, operar, efetuar, realizar, produzir, consumar, executar, fazer.
273. Kpífxa, Kpí|xaTo<;, t o - Sentença, acórdão, veredicto, juízo, decisão judicial, condenação.
21 A. vaóç, vaaü, o - Nave, santuário, templo.275. o8e, T)8e, TÓ8e. Pronome demonstrativo, composto do ar
tigo o, r|, to, mais a partícula intensiva enclítica 8e - Este, esta, isto.276. oÍKoSofjiin, oiko8o|xtis, t\ - Edifício, construção, prédio, edi
ficação.
571
277. oXos, oXt], oXov. Adjetivo, usado, como os demonstrativos ovros, oívtt), tovto e eKeivos, eKeivT], Í kcÍ vo, em posição pre- dicativa, embora em função atributiva - Inteiro, total, todo, completo, integral.
278. ovros, oívtt}, tovto. Pronome demonstrativo próximo- Este, esta, isto.
279. mvto, mofxai ou movfjuxi, emov, 'ireTTíOKa, TTeiro— fxai, ÍttÓGttiv - Beber, sorver, tomar, embeber-se, abeberar-se.
280. irpopaTov, irpoPotTov, to - Ovelha.281. tttcd)(Ós , 'tttcoxtÍ, tttcoxov - Pobre, necessitado, indigente,
mendigo.
282. pofxcpaiã, pofxcpaíãs, r\ - Espada, gládio, cutelo, angústia, guerra.
283. crós, orrí, aòv. Pronome possessivo da 2- p. s. - Teu, tua.284. <nr€p|xá, CT-rrepixaTos, to - Semente, descendente, progê-
nie, prole, posteridade, produto, remanescente.
285. oTpoiTKúTTjs, orpaTUOTov, o Soldado, miliciano, militar.286. ctv. Pronome pessoal da 2- p. s. - Tu.287. v(xeís. Pronome pessoal da 2- p. pl. - Vós.288. vjxeTepos, v|xeTépã, v|xeTepov. Pronome possessivo da
2 - p. pl. - l/osso, vossa.289. vtto. Preposição.- Seguida de genitivo - sob, debaixo, abaixo, por.- Seguida de dativo - por sob, embaixo, em.- Seguida de acusativo - para debaixo de, para baixo, sob, em
tempo de.
9. EXERCÍCIO
LER, FLEXIONAR, ANALISAR, TRADUZIR:121. kqw eXe7ev avTois ev tt| ô iSaxU avTov aKOveTe (Mc
4.2-3). L L
122. |xti to 0eXTifxcí fxov àXXà tò aòv 7 ivea-0ü> (Lc 22.42).123. 'yivá>o’K€T€ 7<xp tt)v x<*piv tov Kvptov tjixcov Ivaov
Xpicrrov (II Co 8.9).
572
124. Koà èv rf| owa^coyri ^v avGpayrroç exwv Trvev|xa 8ai|xovíov aKa0ápTOV (Lc4.33).
125. ó yàp é(T0i(Dv Kai itivíúv Kpí|xa eavTw èaGíei Kai m —
vei |at| ôiaKpivíúv to o-w|xa (I Co 11.29).126. ôiSaoxcov ev Ta iç onnwywvaiç avTWv Kai kt puctctíúv
tò evayyéXiov rrjç (UaoxXeiaç (Mt 9.35).127. ápa ovv TÒt elpT)VT|ç 8uÓK(0|xev Kai Ta t^ç oIko—
ôoix-rjs t t |<5 elç áXXVjXovç (Rm 14.19).128. ovtoí eW iv ol áTro8iopí£ovTeç, ijn^iKoí, Trvevjxa ia/q
IxovTeç (Jd 19).129. ou "yàp I ocvtovç KirçpvoxTOfjiev aXXà Xp iaròv 5 I t ctow
Kvpiov, eavrovç 8è ôovXovç vjxwv 8 ià 3 Ivaovv (II Co 4.5).130. owriráÇeTaí ae Ta T€Kva ttjs a8eX<pT)<s aov rrçç
eKXeKTVjç (II Jo 13).131. exeívoç 8è eXe7ev nepl tov vaov tov oxojxaTos av—
tou (Jo 2.21).132. TaSe Xe^ei Ô ex<ov tt v po|xcpaíav rrjv 8íoro|xov (Ap
2.12).133. Kai ^àp €7<o avGpíúTTÓç ei|xí vrrò i£ovoxav, exwv
mr'e|xavTÒv crrpaTiGúTas (Mt 8.9).134. Ta TrpdpaTa Ta ejxa rq<; <pü)vr)<; |xov aKOvaixriv, Kayiú
7 ivcÍ>ctkü) a v rá (Jo 10.27).135. |xaKapioi ol tttooxol, ò't i v(xeTepa I o t iv r| fteuriXeía
tov Geoí) (Lc 6.20).136. |A€Ta cpópov kol Tpójxou Tqv eavTcov acúT^píav Ka—
T€p7aÇeo-0e (Fp 2.12).137. kol alyròç lXaa|xóç êo riv Trepl Ttov a|xapTicòv
tj{xcúv, ov Trepi Ttov Tj|xeTeptúv 8e jxóvov aXXà Kai irepi oXov TOV K<XT|XOV (I Jo 2.2).
138. Ô aneípcov to KaXòv auepixa êoriv ó vlòs tov avOpamov (Mt 13.37).
139. Ka0ü)<; eKeivoç eo riv Kai ^(Jteiç eajxev ev t u kckj(jlco TOVTO) (I Jo 4.17).
140. (pófioç otk Io t iv ev tt) aycnrr\, aXX'^ TeXeía a^aTrrj e ío páXXei tov cpó^ov (I Jo 4.17-18).
573
CAPÍTULO IX
NOMES EM LÍQUIDA N DA TERCEIRA DECLINAÇÃO. ADJETIVOS CONSONANTAIS BIFORMES E
TRIFORMES DE RADICAL EM N. COMPARATIVO E SUPERLATIVO. PRONOMES INTERROGATIVO,
INDEFINIDOS E RELATIVOS.
1. NOMES EM LÍQUIDA N DA TERCEIRA DECLINAÇÃO
1.1 - Característica- Caracterizam-se os substantivos desta classe por:1. Radical terminado em v precedido de vogal, ora breve, ora
longa; e2. A desinência oç no genitivo singular.
1.2 - Nomes abrangidos- Enquadram-se nesta classe os nomes da 3- declinação em
que termina o nom. sing. pela líquida v antecedida de vogal breve ou alongada e o gen. sing. exiba o final os.
1.3 - Gênero- São masculinos ou femininos os substantivos de radical finali
zado pela líquida v precedida de vogal.
1.4 - Flexão- Flexiona-se esta classe de nomes consoante os moldes ge
rais dos substantivos masculinos ou femininos da 3- declinação, valendo quanto aos casos especiosos as seguintes observações:
- Nom. sing.: não recebe desinência específica, alongando-se, compensatoriamente, a vogal terminal do tema, quando breve;
- Acus. sing.: tem a desinência á;- Voc. sing.-. - é igual em forma ao nom. sing. nos oxítonos;-
consta do mero radical nos substantivos não acentuados na última;
575
- Dat pl.: exibe a queda do v final do tema ante a sibilante da desinência, a í; e
- Acus. pl.: recebe a desinência àç.
1.5 - Paradigmas
1. Vogal temática longa, imutável- aícov, aíwvoç, o - era (oxítono)
a. Estrutura e formação- Constam as inflexões deste paradigma de:TEMA + DESINÊNCIA- O tema é aícov, que permanece invariável, o mesmo, em
toda a flexão, exceto que no dat. pl. cai a líquida ante o ç desinen- cial. A vogal temática co, longa, não se altera, imutável;
- As desinências são as da 3§ declinação em termos desta classe, atendidas as observações próprias aos chamados casos problemáticos.
b. Formas- A flexão de aícov, alcovoç, o é, pois:
TEMA DES.NS.
o /aícov — -e raGS. aíw v oç - de era
DS.= Aaicov v>l - para era
AS. aíóòvV/a - era
VS. aícov — - ô era
576
TEMA DES.ND. aícov e - eras (duas)
GD. aicóv otv - de eras (duas)
DD. aícov OlV - para eras (duas)
AD. alcov e - eras (duas)
VD. ala>v e - ó eras (duas)
TEMA DES.NP. ai(ov eç -e ra s
GP. aícov cov - de eras
DP. aícô\í
<j i - para eras
AP. aícov áç - eras
VP. aícov eç - ó eras
c. Observações morfológicas(1) É longa, co, a vogal última do tema e, por isso, não se
altera em nenhuma das inflexões. Fosse breve, far-se-ia longa, necessariamente, em dois casos: nom. e voc. sing. (este é igual em forma àquele quando o acento cai na última);
(2) Cai a líquida v, final do tema, no dat. pl., a defrontar-se com a sibilante da desinência;
(3) São formas similares entre si, respectivamente:- nom. e voc. sing. (alcov),- nom., acus. e voc. dual (oawve),- gen. e dat. dual (alcovotv), e
- nom. e voc. pl. (alcoveç), similaridade normativa em todas as flexões em se tratando das últimas três destas quatro séries;
d. Acentuação- Substantivo, o acento é POSICIONAL, permanecendo na
mesma sílaba em que se acha na forma base, nom. sing., sobre o (o temático, em toda a flexão;
- Têm acento AGUDO as inflexões não-desinenciadas, em
577
que está na última (nom. e voc. sing.), e as formas em que a desinência é longa (gen. e dat. dual; gen. pl.); CINCO dos casos; aqueles, pois, oxítonos, estes paroxítonos;
- Têm acento CIRCUNFLEXO as formas em que a desinência é breve (gen., dat. e acus. sing.; nom., acus. e voc. dual; nom., dat., acus. e voc. pl.); DEZ casos, todosproperispômenos;
e. Aplicação
- Conforme este paradigma se flexionam os demais substantivos de tema finalizado pela líquida v, de vogal temática longa, oxítonos, bastando simplesmente substituir-se o tema aítov pelo correspondente da palavra a declinar-se;
- Desinências, queda da líquida, acentuação, permanecem as mesmas em todos;
- Nos substantivos oxítonos de vogal temática breve alonga-se essa vogal nos casos nom. e voc. sing. e o acento será em todas as formas agudo, na última nesses dois casos, não-desinencia- dos, a despeito do alongamento da vogal, na penúltima, breve, portanto, incapaz de circunflexo, nos demais.
2. Vogal temática breve, alongada no caso base, nom. sing.- "/eiTtov, 7€ltovo<;, o - vizinho (paroxítono)
a. Estrutura e formação- Compõem-se as formas desta flexão de:TEMA + DESINÊNCIA- O tema é "yeiTov, porção remanescente após a excisão da
desinência oç do gen. sing., tema este que exibe o alongamento da vogal final o em w na forma básica de referência, nom. sing., e a queda da líquida v ante a sibilante da desinência no dat. pl.;
- As desinências são as típicas desta classe, as mesmas aplicadas a auóv, aiwvoç, ó, paralelas em toda linha;
b. Formas- As formas da flexão de 7 etT(ov, "yeÍTovos, ò - são:
578
TEMA DES.NS. 7€ÍT(OV GS. 761TOV DS. 76LTOV AS. 76UTOV VS. 761TOV
— - vizinho oç - de vizinhoi - para vizinho a. - vizinho— - ó vizinho
TEMA N D. 7€iTov GD. 7eiTÓv DD. 761TOV AD. 7eiTov VD. 76ÍTOV
DES.e - vizinhos (dois) olv - de vizinhos (dois) oiv - para vizinhos (dois) e - vizinhos (dois) e - ó vizinhos (dois)
TEMA N P. 76ÍTOV GP. 761TOV DP. 76ÍTO AP. 76ÍTOV VP. 761TOV
DES.€<; - vizinhos íov - de vizinhos o-i - para vizinhos áç - vizinhos es - ó vizinhos
c. Observações morfológicas(1) E breve, o, a vogal última do tema e, por isso, alonga-se
no caso nom. sing., não, porém, nos demais, nem mesmo no voc. sing., porque não é oxítona a forma;
(2) Diferem, pois, ao contrário do que se observou em altóv, aícovoç, ó, as formas de nom. e voc. sing., naquele alongada a vogal final do tema, neste breve, imutada;
(3) Exibe o dat. pl., como em auov, atcovoç, Ó, a queda da líquida v ante a sibilante desinencial desse caso; e
(4) São casos similares entre si nesta e em todas as flexões regulares desta modalidade:
- nom., acus. e voc. dual tyeírove),- gen. e dat. dual fyei/róvoiv), e- nom. e voc. pl. t y e iT o v e ç ) ;
579
- Substantivo, é POSICIONAL o acento, conservando-se na sílaba de origem, 7 ei, conforme se mostra na forma base, nom. sing., nos DOIS casos não-desinenciados, dissilábicos, e nos DEZ que recebem desinência breve, trissilábicos;
- Nos TRÊS casos (gen. e dat. dual e gen. pl.) em que é longa a desinência, não pode o acento continuar na posição original, por isso que não haverá acento na antepenúltima quando fôr longa a última. Desloca-se, pois, para a penúltima, a sílaba to ;
- UMA inflexão só, voc. sing., tem acento CIRCUNFLEXO, porquanto é a penúltima, acentuada, "/ei, longa, a última, to v , breve; as demais QUATORZE têm acento AGUDO;
- São proparoxítonas as DEZ formas trissilábicas de final breve (gen., dat. e acus. sing.; nom., acus. e voc. dual; nom., dat., acus. e voc. pl.);
- São paroxítonas a forma base, nom. sing., dissilábica de final longo, e as TRÊS inflexões trissilábicas (gen. e dat. dual e gen. pl.) em que é longa a desinência;
s- E properíspômena uma forma: voc. sing., última breve,
acentuada a penúltima, sílaba ditongal;
d. Acentuação
e. Comparação- Têm estes dois paradigmas, aíwv, auovoç, o
e 7€ltü)v, 'yeiTovoç, ó, a mesma flexão básica, absolutamente paralelas a desinenciação e a queda da líquida final do tema no dat.
pl.;- Diferem quanto a:- tema específico: auov e 7 € ito v ;
- vogal temática final: longa em alwv, breve em 7 €ltcov,
- acentuação: aícov, oxítona de base; 7 €lt(ov, paroxítona; e- forma do voc. sing.: igual ao nom. sing. em aíwv, dife
rente èm 7 eLTíov (não oxítona);
580
f. Aplicação- É a flexão de ^eircov, "/eí/rovos, o apropriado paradigma
aos demais nomes de tema finalizado pela líquida v, paroxítonos de vogal temática breve, bastando para ter-lhes as inflexões apenas substituir-se o tema 7 eiTov pelo correspondente do substantivo a declinar-se;
- Alongamento da vogal temática na forma base, desinen- ciação, queda da líquida v final do tema no dat. pl., acentuação, continuam os mesmos em todos;
- Se oxítono o substantivo, o alongamento da vogal final do tema se estenderá também à inflexão do voc. sing., igual, destarte, em forma ao nom. sing.;
- Se paroxítono o substantivo, e longa de origem a vogal temática, será agudo o acento do voc. sing., uma vez que é longa
também a última.
2. ADJETIVOS CONSONANTAIS BIFORMES DE TEMA FINALIZADO PELA LÍQUIDA N
2.1 - Natureza- Tema finalizado pela líquida v, precedida da vogal o, isto é,
terminado por letra consoante, estes adjetivos se classificam como CONSONANTAIS, não vocálicos. Os chamados vocálicos têm o tema finalizado pelas vogais o, ã , rj, havidas, para fins práticos, como parte das desinências, em geral;
- Ao contrário dos vocálicos, normativamente triformes, e de outros consonantais, falta a esta classe flexão específica do feminino, que o seria em termos da 3- classe da 1 - declinação, nomes em á. São, pois, BIFORMES estes adjetivos, não triformes.
2.2 - Unhas de flexão- Apenas duas (em vez de três) linhas básicas de flexão tem
esta classe de adjetivos: uma a servir, a um tempo, ao masculino e ao feminino, outra própria do neutro. Ambas em termos da 3- de-
581
clinação.
- Seguem estes adjetivos o padrão flexionai dos nomes de tema finalizado pela líquida v, com leves ajustes em cinco ou seis formas do neutro: nom., acus. e voc. do singular (mantida breve a vogal temática) e do plural (imposta a desinência á , típica do neutro nestes casos).
2.3 - Padrão flexionai
2.4 - Observações morfológicas
1. Flexão do masculino-feminino- Nom. sing.: não recebe desinência específica, donde alongar-
se, compensatoriamente, a vogal temática, to, portanto, em vez de o;
-A cu s. sing.: tem a desinência á;- Voc. sing.: não oxítona a forma, consta do mero tema, dife
rente, pois, do nom. sing., uma vez que não se alonga a vogal temática;
- Dat. pl.: sofre a queda da líquida v final do tema ante a sibi- lante da desinência, mantida sem alongar-se a vogal o precedente;
-A cu s. pl.: recebe a desinência á<s.
2. Flexão do neutro- Casos similares: como em todas as flexões neutras, acus. e
voc. serão iguais em forma ao nom. do mesmo número. Logo, nos três números, qual a forma do nom., tal a de acus. e voc., a coincidirem flexionalmente os três casos;
- Nom., acus. e voc. sing.: não recebem desinência específica, nem se lhes alonga a vogal o, temática;
- Dat. pl.: exibe a mesma alteração processada na flexão do masculino-feminino, queda da líquida v ante a sibilante desinencial, conservada sem alongar-se a vogal temática o; e
582
- Nom., acus. e voc. pl.: como em todos os neutros, recebem a desinência característica, á.
2.5 - Paradigma- acocppcov, aáxppov - sensato
1. Estrutura e formação- Consistem as inflexões deste paradigma de:TEMA + DESINÊNCIA- O tema é acocppov, que se mantém inalterado em toda a fle
xão, com apenas duas ligeiras variações: alongamento da vogal o do final, a tornar-se co, no caso nom. sing., e queda da líquida ter
minal no dat. pl. de ambas as linhas flexionais;- As desinências, próprias desta classe de adjetivos, são as
mesmas aplicadas aos nomes de tema finalizado pela líquida v, à base de aícóv, aícovos, o e 'yépcov, 7 epovTo<;, ô, não desinenciada a forma do acus. sing. neutro e substituídas as desinências masculinas pela neutra a nos casos nom., acus. e voc. pl. desta linha de flexão.
2. Formas- A flexão geral deste adjetivo é, pois:
MASC.- FEM. TEMA DES.
NEUTROTEMA DES.
NS. CTíóíppCOV — aáçpov —
GS. (TüXppOV oç acocppov OÇ
DS. aCOCppOV l acocppov i
AS. CTCíXppOVVJa awcppov —-
VS. CTCÜCppOV acocppov.
583
MASC .-F E M . NEUTROTEMA DES. rTÉMÃ DES.
ND. CTCOCppOV e CTtóçpoV €GD. <X(ú(ppOV oiv awcppov OLVDD. crcocppov OLV CTWCppoV OLVAD. CTCOCppOV e aaxppov eVD. crcocppov e acocppov e
M ASC.-FEM . NEUTROTEMA DES. TEMA DES.
NP. CTCOCppOV es crcocppov Va
GP. CTüXppOV COV a axppov covDP. crcocppo cri crcocppo
uCTL
AP. crcocppov a ç acocppov aVP. CTCOCppOV eç crcocppov á
3. Relação- Flexões baseadas no mesmo padrão geral, em termos da 3-
declinação, apenas em cinco dos casos difere a forma neutra da paralela do masculino-feminino, a saber:
- Nom. sing.: quantidade da vogal temática (longa, co, no masc.-fem., breve, o, no neutro);
- Acus. sing.: desinência (á no masc.-fem., não desinenciado o neutro);
- Nom. e voc. pl.: desinência (eç no masc.-fem., á no neutro); e-A cu s .p l.: desinência (masc.-fem. àç, à no neutro);- Coincidem em forma, inflexões absolutamente paralelas, as
demais DEZ (gen., dat. e voc. sing., o dual todo, gen. e dat. pl.).
4. Acentuação- Adjetivo, o acento é POSICIONAL, conservando-se na sílaba
crco, em que aparece na forma base, nom. sing., em todas as inflexões, menos nas três formas trissilábicas de final longo (gen. e dat. dual, gen. pl.), que não podem reter o acento na antepenúltima,
584
quando é longa a última, pelo que o têm recuado para a penúltima, <ppo;
- E circunflexo o acento apenas em quatro das trinta formas, a saber, no voc. sing. masc.-fem. e nom., acus. e voc. sing. neutro, inflexões dissilábicas não desinenciadas, de penúltima longa acentuada e última breve, portanto properispômenas;
- É agudo nas demais vinte e seis formas, já porque está em penúltima longa, quando longa é também a última (nom. sing. masc.-fem.) ou a penúltima breve (gen. e dat. dual e gen. pl.), QUATRO inflexões PAROXÍTONAS, já porque se acha em antepe
núltima, que não recebe normativamente o circunflexo, nas VINTE E DUAS formas restantes, trissilábicas todas com desinência breve (PROPAROXÍTONAS, portanto).
5. Comparação- Absolutamente paralelas são a flexão do masculino-femini-
no oxoçpcov e a do substantivo paradigmático "/citíov, ^êltovoç, Ó, que diferem apenas no tocante ao tema específico, os mesmos os demais elementos, a saber:
- desinências;- alongamento da vogal do final do tema na forma base, nom.
sing.;- queda da líquida v no dat. pl.; e- acentuação;- Em relação ao paradigma oucov, aíwvoç, Ô, persiste o parale
lismo supra em dois aspectos apenas: desinenciação e queda da líquida v no dat. pl.; diferem as flexões quanto ao tema específico e à quantidade da vogal terminal do tema, bem como em matéria de acentuação;
- A flexão do neutro aaxppov, do adjetivo, por seu turno, oferece paralelo à flexão de 7€Ítcov, "yeí,Tovoç, ó quanto a:
- desinenciação e acentuação do gen., dat. e voc. sing., de todo o dual e do gen. e dat. pl., diferindo estes aspectos nos demais casos; e
585
- queda da líquida v no dat. pl.;- Em relação à flexão de aloov, aíwvoç, ô o neutro do adjetivo
oferece paralelos apenas quanto à indesinenciação do nom. e voc. sing. e ao final do gen. e dat. sing., de todo o dual e gen. e dat. pl., assim como à queda da líquida no dat. pl. Quantidade da vogal temática, tema específico, acentuação e desinências do acus. sing. e nom., acus. e voc. pl. são aspectos de diferenciação.
6. Tradução- Adjetivo, mero adjunto qualificante, sem autonomia de ex
pressão, não se traduzem as inflexões de CTükppwv, acàíppov de si mesmas, dependentes que são do substantivo qualificado, expresso ou virtual, que lhes impõe as variações de gênero, número e caso e dita o sentido ou expressão, afinal.
7. Aplicação- E a flexão de crüxppcov, o-cocppov apropriado paradigma aos
demais adjetivos consonantais biformes de tema finalizado em v precedido de o, de penúltima longa acentuada, bastando, para ob- ter-se-lhes as inflexões, substituir-se o tema aoxppov pelo equivalente do adjetivo a declinar-se;
- Alongamento da vogal o do final cio tema na forma do nom. sing. masc.-fem., desinenciação geral, queda da líquida v, terminal temática, no dat. pl. de ambas as linhas de flexão e acentuação serão os mesmos em todos;
- Adjetivos de penúltima breve ou não acentuados na penúltima requererão ajustes prosódicos e temáticos.
3. ADJETIVOS CONSONANTAIS TRIFORMES DE TEMA FINALIZADO PELA LÍQUIDA N3.1 - Natureza
- Tema finalizado pela líquida v, portanto, por letra consoante, estes adjetivos, também, se enquadrarão na classe dos CONSO-
586
NANTAIS;- Ao contrário dos consonantais em que é a líquida v final do
tema precedida de o, a que falece flexão feminina distinta, por isso BIFORMES, os adjetivos desta modalidade, a líquida v precedida de á, têm flexão específica de feminino, sendo, portanto, TRIFORMES, não biformes.
3.2 - Linhas de flexão- Tem esta modalidade adjetiva três linhas distintas de flexão,
uma para cada gênero;- Como em todo adjetivo consonantal, flexionam-se o mascu
lino e o neutro em termos da 3- declinação, enquanto o feminino segue a 3- classe de femininos da 1 - declinação, tema finalizado por letras outras que e, i, p.
3.3 - Padrão flexionai- Flexiona-se o masculino desta modalidade adjetiva nos
moldes do paradigma ^eiTtov, -yeÍTOvos, Ô, com uma variação a registrar-se: aduz o nom. sing. a desinência s, que leva à queda da líquida final do tema e ao alongamento da vogal á precedente;
- Flexiona-se o feminino à base de 8ó£á, t|, uma vez quenão se finda o tema por e, i ou p, sem nenhuma discrepância ou variação;
- Flexiona-se o neutro nas linhas próprias dos nomes consonantais de tema finalizado pela líquida v, conforme eÍTtov, "yeí/ro— vos, ó, com as seguintes diferenças:
-Nom. sing. \ não se alonga a vogal terminal do tema;- Acus. sing.: não recebe desinência, constando do tema sim
plesmente;- Nom., acus. e voc. pl.: têm a desinência característica destes
casos nos neutros, á, em lugar da típica dos masculinos e femininos da 3- declinação, es (nom. e voc.) ou ás (acus.).
587
3.4 - Observações morfológicas
1. Flexão do masculino
- Nom. sing.: recebe a desinência ç, cai a líquida v, alonga-se a vogal á precedente, convertida em ã;
-A cu s. sing.: a desinência é á;- Voc. sing.: não aduz desinência; consta do mero tema, não
alongada a vogal, portanto, forma diferente da inflexão do nom. sing.;
- Dat. pl.: sofre a queda da líquida v final do tema ante o sigma desinencial, como na forma do nom. sing., mas a vogal temática se não alonga; e
-A cu s. pl.: a desinência é áç.
2. Flexão do feminino- Não se registram anomalias desinenciais nesta flexão, con
forme que é de todo ao padrão da classe (3- da 1- declinação, tema em letra outra que e, i ou p), exceto que se insere, em todas as formas, entre o tema e a desinência a vogal auxiliar í, que sofre hi- pértese, passando a antepor-se à líquida ao invés de preceder à vogal desinencial;
- No singular, aparecerá o á característico nos três casos distintivos (nom., acus. e voc.), enquanto será r) a vogal desinencial do gen. e dat.;
- Dual e plural têm as típicas desinências dos nomes todos da 1- declinação, properispômeno o gen. pl.;
3. Flexão do neutro- Casos similares: como em todas as flexões neutras, terão
sempre a mesma forma três casos: nom., acus. e voc., estes dois a assumirem a inflexão daquele;
- Nom., acus. e voc. sing.: não recebem desinência, nem sofrem alongamento da vogal ã do final do tema;
- Nom., acus. e voc. pl.: como em todas as flexões neutras, têm
588
a desinência característica, á; e
- Dat. pl.: exibe a mesma alteração assinalada para o masculino, isto é, cai a líquida v terminal do tema ante a sibilante desinen- cial, permanecendo inalterada a vogal á precedente.
3.5 - Paradigma- fxéXãs, [JieXaiva, [xéXav - negro, escuro
1. Estrutura e formação- Constam as inflexões deste paradigma de:TEMA + DESINÊNCIA- O tema básico é imeXav, finalizado pela líquida v precedida
de á, que no masculino perde a líquida em dois casos (nom. sing., em que também se alonga o a , e dat. pl.) e no neutro em um (dat. pl.), enquanto através de todo o feminino insere, por transposição da desinência, a vogal auxiliar i, que se funde em ditongo com o á precedente;
- As desinências são as típicas dos adjetivos consonantais triformes, próprias desta modalidade líquida, observadas as peculiaridades morfológicas assinaladas de início.
2. Formas- A flexão deste adjetivo paradigmático é, portanto:
MASCULINO FEMININO NEUTROTEMA DES. TEMA DES. TEMA DES.
NS. |xeXa S |xeXaiv à (xéXáv —
GS. |xé\av os fxeXoav T)S |xéXáv osDS. fji-eXav i fxeXaív T) jxéXàv lAS. fxeXav a fxéXaiv OLV |xéXáv —
VS. (xéXav — fxeXaívJa p-éXáv
589
TEMA DES. TEMA DES. TEMA DES.ND. |xéXav e fxeXaív ã p-éXàv eGD. (jieXàv OlV jxeXaLV aiv |xeXãv OLVDD. |xeXàv OLV (jceXaív aiv (xeXáv OlV
AD. IJiéXàv e fxeXaív ã (xéXáv eVD. |xéXáv e (xeXaív ã fxeXáv e
TEMA DES. TEMA DES. TEMA DES.
NP. |xéXãv eç jjiéXaiv a i |xeXáv ã
GP. fjieXãv cov IxeXaivA(OV (xeXãv (OV
DP. (jiéXãu
a i fxeÁmv a iç (xéXao
cri
AP. |xeXavIxeXav
uaç jjteXaív ãç fxéXãv
0a
VP. eç (xéXaLv a i |xéXáv a
3. Relação- Difere esta modalidade de adjetivos consonantais triformes
de tema finalizado pela líquida v dos biformes desta classe em que:a. Nos biformes a vogal que precede à líquida v final do tema
é o, nos triformes é ã;b. Nos biformes não tem o feminino flexão própria, servindo
as inflexões do masculino para ambos esses gêneros; nos triformes há flexão específica de feminino, nas linhas da 3- classe da 1? decli- nação, como é próprio dos consonantais; e
c. Nos biformes não tem desinência o nom. sing. masc., conservada a líquida v final do tema; tem-na, porém, nos triformes, ç, caindo, por isso a líquida. Em ambas as espécies alonga-se, neste caso, a vogal do final do tema, o, que se faz co, nos biformes, á, que se torna ã , nos triformes.
- Baseadas no mesmo padrão geral, 3- declinação, diferem as formas neutras das paralelas masculinas, como nos biformes, apenas em cinco dos casos, a saber:
- Nom. sing.: desinência, líquida final, vogal temática prece
dente (neutro: não desinenciado, inalteradas a líquida e a vogal á;
590
masculino: desinência s, queda da líquida, alongamento da vogal á, que se faz ã );
-A cu s. sing.: desinência (não-desinenciado o neutro, desinência à no masculino);
- Nom. e voc. pl.: desinência (á no neutro; eç no masculino); e-A cu s. pi.: desinência (neutro: à; masculino: áç);- Inflexões de todo coincidentes, a mesma forma em paralelo
têm os demais DEZ casos (gen., dat. e voc. sing.; o dual todo, gen. e dat. pl.).
4. Acentuação- Adjetivo, tem |xé\ãç, (x^Xaivá, (xeXáv acento POSICIONAL,
posto, na forma base, nom. sing., na penúltima no masculino e neutro, dissílabos, na antepenúltima no feminino, trissílabo de última breve;
- Mantém-se na sílaba de origem, |xe, em todas as inflexões não-desinenciadas (voc. sing. masc.; nom., acus. e voc. sing. neutro: 4 formas), ou providas de desinência não silábica (nom. sing. masc.:1 forma) ou breve (10 formas do masculino: gen., dat. e acus. sing.; nom., acus. e voc. dual; nom., dat., acus. e voc. pl.; 5 do feminino: nom., acus. e voc. sing.; nom. e acus. pl.; e 9 do neutro: gen. e dat. sing.; nom., acus. e voc. dual; nom., dat., acus. e voc. pl.), num total de VINTE E NOVE formas;
- Desloca-se para a sílaba Xá, no masculino e no neutro, Xai no feminino, em QUINZE das formas trissilábicas em que a desinência é longa, porquanto não pode haver acento na antepenúltima, se longa a última, a saber: 3 formas do masculino (gen. e dat. dual; gen. pl.), 9 do feminino (gen. e dat. sing.; o dual todo, mais dat. e acus. pl.) e 3 do neutro (gen. e dat. dual e gen. pl.), todas paroxítonas;
- O gen. pl. fem., como em todos os adjetivos consonantais triformes, recebe acento CIRCUNFLEXO na última, em razão de contração prévia que arrasta o acento da penúltima para a final resultante;
591
- Ocorre, pois, o circunflexo em UMA forma apenas, nas quarenta e quatro outras o agudo. São PAROXÍTONAS vinte inflexões (5 do masculino: nom. e voc. sing., gen. e dat. dual; gen. pl.; 9 do feminino: gen. e dat. sing., o dual todo, mais dat. e acus. pl. e 6 do neutro: nom., acus. e voc. sing., gen. e dat. dual; gen. pl.); PROPAROXÍTONAS vinte e quatro (10 do masculino: gen., dat. e acus. sing.; nom., acus. e voc. dual; nom., dat., acus. e voc. pl.; 5 do feminino: nom., acus. e voc. sing.; nom. e voc. pl.; e 9 do neutro: gen. e dat. sing.; nom., acus. e voc. dual; nom., dat., acus. e voc. pl.); PE- RISPÔMENA uma (gen. pl. fem.).
5. Comparação
- São as flexões do masculino (xéXãç e do neutro fxeXáv, como acocppwv, crakppov, paralelas às dos paradigmas altov, cdwvoç, o e -yeÍTcov, 7€Ítovos, ó, mesma a desinenciação, exceto quanto ao nom. sing. masc., em que |xé\aç tem desinência, ç, enquanto aícov e 'YeÍTwv, como awcppíov, não são desinenciados;
- Ademais, têm ainda em comum |xeX.Sç, aaxppcoov, aioív e 7 €Ít<ov a quantidade longa da vogal final do tema (ã, naquele; a>, nestes) na forma base, nom. sing., e a queda da líquida v ante a si- bilante desinencial no dat. pl.
6. Tradução
- Adjetivo, não têm as inflexões de ixeXã*;, ixeXcnvá, |xé\av tradução autônoma, condicionada que lhe é a expressão ao substantivo qualificado, de que assumem gênero, número e caso e a que aduzem apenas o teor de atributivo, o mero sentido vocabular, à parte de funções distintivas e funcionais.
7. Aplicação
- Em estrito senso, é |xé\ãç, |xé\ouvá, |xeÁ.<iv único da classe em o Novo Testamento. Outros adjetivos, não finalizados em líquida v precedida de òt, há que seguem a mesma norma flexionai, diferentes apenas o tema básico, alterações especiais de casos e, conforme a posição, também a acentuação.
592
4. COMPARATIVO E SUPERLATIVO (2YNKPITIKON KAI YÜEP0ETIKON)
4.1 - Natureza- Em seu uso comum, expressa o adjetivo atributo ou quali
dade sem conotações quantitativas, comparativas ou contrastati- vas. Quando, porém, serve para estabelecer relacionamento de superioridade, igualdade ou inferioridade, como fulcro de comparação ou contraste entre dois termos que se contrapõem, um o comparado, outro o comparante, aparecerá o adjetivo no chamado GRAU COMPARATIVO. Caracteriza-o nesta forma, seja desinência ou sufixo distintivo, seja advérbio específico;
- Quando, por outro lado, expressa o adjetivo o atributo ou qualidade em amplitude, extensão ou alcance máximo, em moldes absolutos ou relativos, isto é, sem termo de comparação ou em relação a elemento comparado, estará ele no chamado GRAU SUPERLATIVO. Caracteriza-se também esta forma por desinência ou sufixo específico ou por advérbio distintivo;
- Portanto, expressa o adjetivo:- Na forma simples: qualidade não quantificada;- Na forma comparativa: qualidade em grau maior ou menor
em um termo em contraste com outro com que se compara ou contrasta; e
-N a forma superlativa: qualidade em grau máximo, tomado em moldes absolutos (sem termo de relação) ou relativos (em função de termo de relação).
4.2 - Característica- Pode o adjetivo expressar a idéia comparativa ou superlativa
sem alteração de forma, assistido de advérbio apropriado, como se dá no português;
- A forma característica de comparativo e superlativo, porém, se distingue pela terminação, desinência ou sufixo específico aduzido à forma simples ou comum do adjetivo.
593
4.3 - Classes
- Duas classes, tipos ou modalidades gerais há de comparati vo e superlativo, a saber:
- 7- classe: em que se caracterizam as formas de:
- comparativo', pela desinência Tepoç, Tepã, Tepov;- superlativo: pela terminação tcxtoç, tcítt|, tcítov;- 2- classe : em que se distinguem as formas de:- comparativo: pelo final icúv,Tov;- superlativo: pelo sufixo uttoç, icttt], iotov .
4.4 - Formação
1. Primeira classe
a. Vocálicos- Tratando-se de adjetivos de cunho vocáíico, formam-se
comparativo e superlativo com simplesmente aduzirem-se ao tema
ou radical do adjetivo, mantida a vogal o de ligação, respectivamente, as desinências Tepoç, Tepã, Tepov e to tos, toitt], tcítov;
- Essa vogal de ligação permanecerá inalterada, quando a penúltima do adjetivo, em seu grau simples ou normal, fôr LONGA,
seja por posição, seja de natureza; alongar-se-á, porém, tornando- se cú, se a penúltima do adjetivo fôr BREVE.
- Graficamente:- Penúltima longa: radical + o + desinência (t€—
poç, ã , ov; tcítoç, tj, ov);- Penúltima breve: radical - w + desinência (idem);
b. Consonantais- Tratando-se de adjetivos consonantais, as desinências serão as mesmas aplicadas aos vocálicos, isto é, Tepoç, Tepã, Tepov para a forma comparativa, tcxtos, TaTiq, t« tov para a forma superlativa, mas o elemento de ligação ou é diferente ou inexiste;
- Assim, nos biformes de nom. sing. terminado em wv no
594
masculino-feminino e ov no neutro, insere-se entre o radical e a desinência o infixo ligacional eç, enquanto nos biformes de nom. sing. finalizado em nrçç (masculino-feminino), es (neutro) e nos tri- formes em que termina esse caso, respectivamente, em ãç, &, civ ou vç, eiá, v , acrescentam-se as desinências diretamente ao tema ou radical, sem elemento de ligação;
- Graficamente:- Biformes de nom. sing. masc. em tov: radical + e<5 + desi
nência (Tepos, S, ov; TaToç, t|, ov);- Biformes de nom. sing. masc. em tjç: radical + desinência
(idem);- Triformes de nom. sing. masc. em ãç: radical + desinên
cia (idem);- Triformes de nom. sing. masc. em vs: radical + desinên
cia (idem);
c. Exemplos
(1) Vocálicos em que é longa a penúltima:- Normal: icrxvpò*;, íoxvpã, Wxüpóv - severo;- Comparativo: urxüpÒTepoç, taxüpoTépã, ioxúpÓTepov
- mais severo-,- Superlativo: lax^pÓTaTOÇ, lax^poTárir}, lax^pÓTaTOV
- muito severo, severíssimo.- Longa a penúltima, a vogal temático-ligacional o
manteve-se breve, presente às formas ou inflexões todas, a preceder à lingual t inicial das desinências;
(2) Vocálicos de penúltima breve:- Normal: a£íos, a£íã , a£iov - digno;- Comparativo: a^iwTepoç, á^uoTepã, à£ío!>Tepov - mais
digno;- Superlativo: a icÓTcrroç, a^iorraTT), a^iamxTov - muito
digno, digníssimo.
595
- Penúltima breve, alongou-se a vogal o de ligação, anteposta à lingual t inicial das desinências, por isso mudada para ío;
(3) Consonantais biformes de nom. sing. terminado em(ov, ov:
- Normal: croikpptov, cráçpov - sensato;
- Comparativo: crüxppoveCTTepoç, craxppoveoTepã, crco— cppovebrepov - mais sensato;
- Superlativo: CTíúcppovécrTaToç, CTCocppoveaTáTT], ctw— cppoveoraTov - mui sensato, sensatíssimo.
- Biforme de nom. sing. finalizado por wv, ov, inseriu-se o infixo eç, entre o tema crcocppov e as desinências típicas do grau;
(4) Consonantais biformes de nom. sing. finalizado emTT5, eç:
- Normal: àX^Giríç, àX^Oeç - verdadeiro;
- Comparativo: aX/riOéoTepoç, aXr|0e(TT€pà, aXir^ecr— Tepov - mais verdadeiro;
- Superlativo: aXT]0ecrTaToç, aXx|06CTTcrrr|, otX.T)0eo'Tot— tov - mui verdadeiro, verdadeiríssimo.
- Biforme de nom. sing. terminado em T]ç, eç, aduziram- se as desinências de grau diretamente ao radical ou tema simples, aXirç0eç, sem elemento de ligação;
(5) Consonantais triformes de nom. sing. terminado emãç, á , áv:
- Normal: |xeXãç, fxeXaivá, p,éXáv- preto;- Comparativo: fxeXávTepoç, ixeXavTepã, |xeXávTepov -
mais preto;
- Superlativo: fxeXctvTaToç, ixeXavTárri, (xeXavTctTov - muito preto, pretíssimo.
- Triforme de nom. sing. masc. em ãç, apõem-se as desinências de grau diretamente ao radical simples, (xeXáv, sem infixo ou vogal de ligação.
596
(6) Consonantais triformes de nom. sing. finalizado em
- Normal: (Bapús, (3apeià, papv-pesado;- Comparativo: (BapvTepoç, Papnrrepá, (3apvT€pov -
mais pesado;
- Superlativo: |3apUToiTos, (3apuTaTin, PapuTaTov - muito pesado, pesadíssimo.
- Triforme de nom. sing. masc. em vç, são as desinên- cias de grau acrescentadas ao tema simples |3apu, diretamente, sem elemento ligacional;
d. Uso em o Novo Testamento- Restringe-se a forma superlativa da 1- classe em o Novo
Testamento a três adjetivos apenas: a^ios, a , ov - santo - , aKpi— Ptjç, eç - rigoroso - e tl|aioç, ã , ov - precioso, valioso de que as seguintes inflexões se registram:
- Em At 26.5: rf]v àKpifteoTárriv - a mais estrita;- Em Jd 20: a^iwTcmi “ mui santa-,- Em Ap 18.12: t i |x i<j)t<xtou - mui valiosa; e- Em Ap 21.11: TijxiíOTaTco - preciosíssima;- A forma superlativa da 2- classe, caracterizada pelo final
mttoç, icttov na forma base, nom. sing., é um pouco maisfreqüente nos escritos néo-testamentários;
2. Segunda classe
a. Espécie- Reduzido número de adjetivos, via de regra qualificativos
de nom. sing. masc. finalizado em v<; ou poç (grupo a que precede
consoante no tema), consonantais aqueles, vocálicos estes, tem
formação comparativa e superlativa em bases diferentes, constituindo o que se convenciona chamar de segunda classe;
- Nestes adjetivos a desinência comparativa, para o nom. sing., é: uov, Xov, e a superlativa wrroç, icmn, icttov, que se aduzem
v<5, e tá , v:
597
diretamente ao radical, eliminada a terminação nominativa, vs ou pos.
- Graficamente: Nom. sing. masc. em vs ou pos: radical apocopado (excisão do final vs ou pos) + desinência (líov,Xov; lotos, t|, ov);
b. Exemplos
(1) Consonantais triformes de nom. sing. finalizado emvs, eiot, v:
- Normal: |3a0vs, PaGeíot, paQv-profundo;- Comparativo: Pct0lcov, pá0iov - mais profundo;- Superlativo: paOuxTos, PaGícmr}, páGiorov - mui pro
fundo, profundíssimo.- Formação típica da 2 - classe, aduzem-se as desinên-
cias de grau, sem elemento conectivo, diretamente ao radical apocopado, excindida a terminação vs do nom. sing. masc., logo, fkx0;
(2) Vocálicos triformes de nom. sing. terminado em pos, pã, pov (precedido de consoante):
- Normal: atcrxpós, aicrxpã, aíaxpóv - indecente;- Comparativo: aiaxlíov, cacrxíov - mais indecente;- Superlativo: aícrxtoros, oucrxwrTri, aícrxiorov - mui
indecente, indecentíssimo.
- Formação própria da 2- classe, acrescentam-se as de- sinências de grau ao tema apocopado, excindido o final pos do nom. sing. masc., logo, reduzido a otlox, diretamente, sem elemento de ligação.
4.5 - Flexão- Flexionam-se nos moldes dos adjetivos TRIFORMES VO
CÁLICOS as formas do comparativo da 1- classe e de ambas as es
pécies de superlativos, aquele segundo os adjetivos de tema eme, t, p (feminino em a), estes conforme os adjetivos de tema em le
598
tras outras que essas (feminino em iq);- Do comparativo da 2- classe a flexão obedece ao padrão dos
adjetivos CONSONANTAIS BIFORMES de radical finalizado em v precedido de o, conforme crüxppoov, crwcppov, observando-se que há formas contratas alternativas no acus. sing. masc. e nas inflexões todas do nom., acus. e voc. pl.;
4.6 - Acentuação
- Como adjetivos que são, receberiam comparativo e superlativo acento POSICIONAL. Todavia, como se fora recessivo, cai o mais distante possível do final, de sorte que, nas formas em que é longa a desinência, estará na penúltima, PAROXÍTONAS, nas formas em que breve é a desinência, achar-se-á na antepenúltima, PROPAROXÍTONAS;
- Note-se que nas SETE formas contratas estará o acento na penúltima, sobre o X desinencial, formas estas paroxítonas, já que o final, contrato, é sempre longo.
4.7 - Paradigma do comparativo da 2 - classe- PaGíwv, pá0íov - mais profundo
1. Estrutura e formação
- Em termos gerais, dir-se-á que as inflexões deste comparativo consistem de:
RADICAL + DESINÊNCIA- Na verdade, o radica! consta do tema fkx0 mais a desinência
típica deste grau nos adjetivos desta classe, melhor concebida como infixo comparativo especial, o dissílaboXov, cujo ômicron se alonga em to na forma do nom. sing. masc. e cuja líquida final v cai no dat. pl., em ambas as linhas flexionais, e nas inflexões alternativas contratas. Nestas, o ômicron experimenta variação e combinações de forma;
- As desinências são as típicas dos consonantais biformes de nom. sing. terminado em cov, ov, à base de croíkppwv, crwcppov, em
599
absoluto paralelo;- As formas alternativas contratas representam inflexões pa
ralelas em que a sibilante assume o lugar da líquida v do fim do radical, cai ao depois e enseja a contração das vogais contíguas, a saber;
- o + á = co (acus. sing. masc.-fem. e nom., acus. e voc. pl. neutro);
- o + e = ou (nom. e voc. pl. masc.-fem., a que, por analogia, se conforma o acus. pl. masc.-fem., por isso que exibe o final ov em vez de co: Pa0iov<; por PaGícoç);
2. Formas* /- E, pois, o quadro flexionai de (3a0ícov, [3a0Xov, paradigma
dos comparativos da 2- classe, o seguinte:
MASCULINO-FEMININO NEUTROTEMA
NS. 0a0 GS. (3ot0 DS. 0a0 AS. |3a0 VS. 0á0
INF./MOV
xovüovlov
lov
DES.
oç\Jl
á ou (3a0 | ico
TEMA INF. DES. Pá0 lo v — (3a0 lov o<; 0á0 Xov i (3á0 Xov — (3a0 íov —
TEMA INF. DES. TEMA INF. DES.ND. pa0 Xov e 0a0 Xov eGD. (3a0 10V oiv (3a0 Xov OLV
DD. 0a0 XÒV olv Pa0 íov OLV
AD. PaO lov e 0a0 LOV eVD. 0a0 lov e (3a0 Xov e
600
TEMA INF. DES. TEMA INF. DES.NP. (k*e lov eç ou (3a0 Pa0 lov á ou (3a0 ÍÍO
GP.pa0 >
IOV ÍOV (3a0 IOV covDP. (3a0 10
oo% (3a0
L10
ocr l
AP. (3a0 10V aç ou (3a0 icruç Pa0 lov á ou pa0 ICO
VP. pa0 io v eç ou (3a0 IOVS Pa0 LOV á ou PaO 1(0
3. Comparação- Segue (3a0ía)v, páGlov a exata flexão de crwcppíov, cTüxppov,
paradigma este dos adjetivos consonantais biformes de tema finalizado pela líquida v precedida de o, tendo em comum:
- desinências (as mesmas, em paralelo);- alongamento da vogal terminal o na forma do nom. sing.
masc., que se faz oo; e- queda da líquida v no dat. pl. de ambas as linhas de flexão;- Diferem as duas flexões em relação a:- tema ou radical específico;- acentuação (posição e natureza em muitas das formas); e- formas alternativas (inexistentes em crwcppwv, ov).
4. Aplicação- Segundo este paradigma flexionam-se, regularmente, as
formas comparativas da 2- classe, bastando apenas substituir-seo radical (3a0íov pelo correspondente do adjetivo a declinar-se;
- Desinenciação, alongamento da vogal na forma do nom. sing. masc., queda da líquida v no dat. pl., contrações e acentuação permanecem os mesmos, constantes, em todos.
4.8 - Formações peculiares- Uns poucos qualificativos e indefinidos se registram através
do Novo Testamento cuja formação comparativa e superlativa foge, em grau, por vezes mais, por vezes menos acentuado da normati- vidade expressa. Ora exibem radicais diversos, ora admitem pluralidade de formas, ora preferem desinências opostas às da classe em
601
que se deveriam regularmente enquadrar;- Dada a freqüência ou importância de que se revestem, me
recem referidos:
NORMAL 1. àyaQ ó ç , T), ov
(bom)
2. KCtKÓÇ, T \ , OV
(mau)
3. KaXos, ti, ov
(nobre)
4. fxe-yãç, ixe-yáX-r], ixe^a (grande)
C ' ' - '5. ixiKpoç, a , ov (pequeno)
6. oXryoç, T|, ov (pouco)
7. TToXuç, TroXXrí, ttoXv (muito)
4.9 - Uso
COMPARATIVO— aixeívcov, a|xeivov— peXTÍwv, peXTÍov— Kpeíaaoav,
Kpeiaaov
— KOíKLCOV, KÓtKlOVd 4
— T)TT(OV, T|TTOV
Xeipwv, XeLP0V
— KaXXtcov, kcíXXIov
— (xei tov, |xeí£ov
SUPERLATIVO apioroç, , ovpéXTlOTTOÇ, T], OV
KpCXTUXTOÇ, T|, OV
KÍXKLCTTOÇ, T), OV
TjKLCTTOS, T), OV
Xeipioroç, T|, OV
KáXXiaToç, T|, ov
IJl^ lOTOÇ, T|, OV
|XÍKpÓTaTOÇ, T), OV
eXáxio-Tos, T], ov
TrXeiCTTOÇ, T], ov
— (XLKpoTepoç, a , ov
— (xeiwv, (xeiov
— eXáoxrcov, eXaaaov
— TrXeícov, -TíXeiov— TrXeíov, TrXéov
1. Comparativo (oiryKpiTiKÒv)
a. Função- Presta-se o uso comparativo à expressão de três modali
602
dades de relação entre os termos correlacionados, a saber: igualdade, inferioridade, superioridade;
- A relação comparativa de igualdade se pode expressar mediante fraseologia geral, não estereotipada, ou pelo grau normal do adjetivo, modificado por advérbio conveniente, na maioria das vezes wç;
- As relações comparativas de inferioridade ou superioridade se expressam através da forma do grau comparativo do adjetivo, de seu sentido específico estabelecendo-se a natureza da relação, uma ou a outra dessas modalidades;
b. Complemento- Consta a cláusula comparativa de dois termos correlacio
nados pelo adjetivo: o elemento comparado, antecedente da comparação, e o elemento comparante, conseqüente da relação, a assumir a forma de complemento do adjetivo correlacionante;
- Esse termo complementar do adjetivo pode-se-lhe apen- der de duas maneiras:
^ /- sindeticamente, isto é, mediante a conjunção r) - que, do
que - , assumindo o termo complementar o mesmo caso do antecedente comparado; ou,
- assindeticamente, sem conjunção conectiva, indo o termo comparante para o genitivo.
- Graficamente: - sindético -t t] + caso do antecedente,- assindético -► genitivo;
c. Exemplos
(1) Sindético- Túpw Kai Xiôwvi àveKTOTepov ècrTai ev T||X€pa
Kpúrecos ^ vfjdv - A Tiro e Sidóm mais tolerável será no dia do juízo do que a vós (Mt 11.22). O termo comparado é Tvpco Kai X lôw vl-
A Tiro e Sidóm -, o termo comparante é o pronome pessoal v|xiv - aOÍ
vós. A correlação é sindética, marcada pela conjunção t . Daí, apa
603
rece v jx ív , termo comparante, no mesmo caso do antecedente Tupü) koíl X iô td v i, dativo;
(2) Assindético (sem r\)- ix e í^ to v T o tjrco v aXkr\ I v t o X t ] o u k e t r r i v - Maior do
que estes outro mandamento não há (Mc 12.31). A correlação é assin- dética, ausente a conjunção tj. O termo comparado é aXXt] cvtoXtÍ- outro mandamento - , sujeito do finito ecriv , portanto, em nominativo, enquanto o termo comparante, toútoov - estes - está em genitivo. Fosse sindética, t o ú t ío v apareceria na forma cnhm, precedida de íí, no mesmo caso, nominativo, do antecedente.
2. Superlativo (xnrepQeTiKÓv)
a. Funções- Duas modalidades há de expressão superlativa: uma ab
soluta, em que se afirma a qualidade sem termo de limitação, a outra relativa, em que se enuncia a qualidade limitada por termo de relação. Designa-se aquele de superlativo absoluto, este de superlativo relativo;
- Em o Novo Testamento aparece o superlativo mais freqüentemente no chamado uso elativo, isto é, em função enfática, a realçar a qualidade, eqüivalendo a adjetivo modificado pelo advérbio de quantidade muito, donde traduzido em moldes analíticos. Assim, a^uÓTotToç, nesta acepção elativa, corresponde a mui santo, sumamente santo;
b. Complemento- O superlativo absoluto, dada sua natureza, não admite
complemento limitante; o superlativo relativo, por outro lado, o requer necessariamente;
- Como no caso do comparativo assindético, virá o termo complementar sempre em genitivo;
604
c. Exemplos
(1) Superlativo absoluto- ávct^ioL eare KpiTrpitov eXaxicrToov - incompetentes
sois para causas trivialíssimas? (I Co 6.2). O superlativo èXaxLOTOv - trivialíssimas - é absoluto; não o limita complemento restritivo; expressa o atributo no grau máximo, à parte de relacionamento rela- tivizante;
(2) Superlativo relativo- €7 tò yáp eljxi ô èXáxuTTOç twv á-iTOOTÓXwv - pois eu
sou o mais insignificante dos apóstolos (I Co 15.9). O superlativo eA-áxioroç - mais insignificante - é relativo, limitado que é pela frase complementar twv aTroaTÓXoov - dos apóstolos - , em genitivo. A qualidade é expressa em seu grau máximo, tadavia, restrita à esfera da relação limitante, no caso, o círculo apostólico.
3. Variantes- Expressam-se ainda através do Novo Testamento as rela
ções comparativas e superlativas mediante outras formas, além das normativas, estilizadas, padronizadas, ora referidas;
- Nada menos de três outras maneiras se podem enunciar de expressar-se a noção comparativa ou superlativa em o Novo Testamento, a saber:
a. A forma simples ou normal do adjetivo a assumir teor con- textual próprio destes graus, comparativo ou superlativo;
b. A forma do comparativo usada em acepção própria do superlativo; e
c. A chamada forma analítica, isto é, a locução composta da inflexão adjetiva precedida de advérbio, (xàXXov - mais -, para o grau comparativo, fiáXicrra - muito - , para o superlativo. Esta construção é mais comum quando a correlação se faz não em termos de adjetivo específico, mas de cláusula equivalente;
- Exemplos destas formações variantes em o Novo Testa
605
mento temo-los nos seguintes:
a. KaXov 6CTTLV CT€ €lCTeX0eív €IÇ TT|V GO V X<*)XÓv, T) TOÚÇ bvo 'Tróôaç exovTa pXiqO^vai elç tt)v "yeevvav - Melhor te é entrar na vida aleijado que, tendo os dois pés, seres lançado na Geena (Mc 9.45). É evidente sentença comparativa sindética, o termo compa
rado, ae eiaeX0eív eis ttjv Çarqv x^Xov - entrares tu na vida aleijado - correlacionando ao comparante pXtiSirivai eíç ttjv 7eevvav
- seres lançado na Geena - mediante o adjetivo KaXov, que deveria estar na forma comparativa: a|xetvov, ou péXTiov, ou Kpeícrcrov - melhor. E, pois, o típico uso da forma normal ou comum do adjetivo em função claramente comparativa, donde traduzir-se KaXov não por bom mas, como o requer a função, melhor,
- Por outro lado, vezes há em que a forma expressa de comparativo corresponde simplesmente à normal, sem noção de grau
* v !superior. E o caso de to e^coTepov - as (trevas) exteriores, de Mt 8.12, em que essa inflexão, comparativa na forma, apenas eqüivale
ao advérbio ou preposição imprópria e£oo - fora, fora de - , ou à locução adjuntiva to e£o> - as (trevas) externas. De igual modo, a forma do comparativo irepl TrXeióvoov, em Lc 11.53, eqüivale simplesmente ao normal Trepi uoXXwv - acerca de muitas ('não mais) coisas e TrXeíocriv, em At 2.40, corresponde a iroXXoíç - muitos (não mais), grau normal, não comparativo, a despeito da forma;
- Reflexo da sintaxe semítica em o Novo Testamento, o adjetivo ixe^ãç - grande - em Mt 5.19 vale pelo superlativo absoluto
(jL€7iaTos - máximo -, requerido em contraposição ao superlativo eXáxuTToç - mínimo que ocorre na parte precedente do versículo. Também o feminino li^áXirç corresponde, em Mt 22.36, evidentemente, ao superlativo ixe-yiarr);
- Expressão literal de formação superlativa hebraica é a frase (tò) êryiov (t&v ) cr/ícu» - (o) santo de (os) santos - (Dt 26.33; Ez
41.4), que, na Septuaginta, designa o sacratíssimo recesso do Ta- bernáculo e do Templo, eqüivalendo ao superlativo tò ór/uoTaTov- o santíssimo;
b. |xei£a>v 8é tovtwv t| o cxTrr) - destas, porém, maior é o
606
amor (I Co 13.13). Obviamente, |xeí£ü>v - maior- está em função de superlativo relativo. Portanto, deveria a forma ser jxe^Mrrrç, não |x€i£cdv, comparativa. E, pois, o uso do comparativo pelo superlativo;
c. ixaKapiov eoTiv fxaXXov ôtôovai r\ Xa|x(Mv€tv - mais bem-aventurado é dar que receber (At 20.35). A expressão comparativa regular, em ordem e formação direta, seria: ôiôóvai eoriv IxaKapioÓTepov r| Xafx(3áveiv. No texto, contudo, ocorre o normal ixampiov - bem-aventurado - , modificado pelo advérbio comparativo (xâXXov - mais. É, portanto, o uso da forma analítica, adjetivo mais advérbio comparativo, em lugar da forma sintética, no caso |juxKaputíT€pov, inflexão regular do comparativo;
d. àôeXçòv QryaTTT|TÓv, (xótXiaTa êfxoíT — irmão amado, supina- mente a mim (Fl 16). Literalmente, a cláusula seria: aôeXcpbv éirya— TíTjTÓv, tt otTTTjTOTcxTov éjjLol - irmão amado, amadíssimo a mim. O advérbio ixaXicna, como se vê, tomou o lugar do superlativo ^a-mqTOTaTov, absoluto;
- A tendência final veio a ser de suplantar de todo a formação comparativa à superlativa. É o que se vê em At 17.22, onde ôeiox— Saiixovearépouç, comparativo, está pelo superlativo absoluto ôet— criôai(xovecrTctTouç, que, por isso, se deve traduzir por muito religiosos, não mais religiosos. Idêntico é o uso do comparativo cnrou— ôaiÓTepoç em II Co 8.17, por isso que está em lugar do superlativo
absoluto CTTTouôotLOTCtToç, donde dever-se traduzir por mui zeloso, não, literalmente, mais zeloso. Outras passagens do Novo Testamento em que a inflexão comparativa corresponde à superlativa seriam: Mt 18.1 (p,eí£oov por |X€7 iaTOÇ - máximo), 18.4 (ó fxeiÇíov por o fieyurToç - o maior)-, Mc 9.34 (|xeí£ot>v por (xe^iaroç - máximo); Lc 9.48 (ô jxiKpÒTepoç por Ó fiLKpÓTaToç - o menor);
- Refletem ttpíotoç, T|, ov e^éo^aToç, t], ov formação superlativa, procedendo aquele da preposição -n-po, este da preposição ck , a referirem-se, respectivamente, ao primeiro e ao último componentes de uma série. Em o Novo Testamento preservam, por vezes, essa acepção original (Mc 12.6: ^oxcxtov; 12.28: ,rrpdí)TT)); em muitos
607
casos, porém, funcionam em sentido evidentemente comparativo apenas (Mt 21.18: TrpíüTw; 27.64: coxcm^, Trptím]<;; Jo 1.15: 'TrpcÔToç;1.30: TTpü>TO<;; 15.18: TrpwTov);
- Hiperbólicas ou pleonásticas, expressões há redundantes em que o intensificador de grau aparece duplicado, e até triplicado. Assim, o verbo TrepuxcreixD, que já de si encerra a idéia comparativa de superioridade, a traduzir-se por exceder, superabundar, ser mais abundante, aparece em Mt 5.20 intensificado pelo comparativo TT\etov - mais - e em I Ts 4.1,10 pelo comparativo |xaXXov - mais -, advérbio este que em Fp 1.9 se acha reduplicado: ixaXXov Kcti IxaXXov - mais e mais - e em II Co 3.9 se reforça do dativo de quantidade ttoXXçú - muito\ De igual modo, o verbo Siaçepw - valer mais - , em que é implícita a noção comparativa de superioridade, tem em Mt 6.26 e Lc 12.24 o advérbio |xaXXov a modificá-lo. Curiosa é a redundância de Fp 1.23, em que é a inflexão comparativa Kpeícraov - melhor - precedida do advérbio ixáXXov - mais - , por seu turno, antecedido do dativo quantitativo ttoXXw - muito - , donde, literalmente: muito mais melhor\ Aliás, as formas ttoXv (acusati- va) e 'iroXXoi) (dativa) se empregam freqüentemente a intensificar formas comparativas;
- Digno de atenção é, por certo, o plural comparativo oí nXeíoveç (e suas inflexões). Literalmente, significa: os mais. Todavia, em muitas passagens do Novo Testamento melhor se traduz por: a maioria (At 19.32; 27.12; I Co 10.5; 15.6; Hb 7.23) ou o maior número possível (I Co 9.19; II Co 2.6; 4.15; 9.2; Fp 1.14). Aliás, tradução idêntica exige também a forma normal correspondente oi ttoXXol (e suas inflexões);
- É de observar-se que outros elementos sindetizantes se usam em lugar da conjunção após adjetivos no grau normal ou na inflexão comparativa, tais preposições como:
- Trapá (Lc 13.2: áfjiapTcoXoi irapa - pecadores além de, isto é: mais pecadores do que; Lc 13.4: ocpeiXeTai ... Trapá - devedores ... além de - , isto é: mais devedores do que)',
- Trpos (Rm 8.18: ovk a£ ia ... 'Trpóç - não de valor ... acima
608
de, isto é: de mais valor que); e- xmép (Hb 4.12: TOfAcorepoç v irep- mais cortante sobre, isto é:
mais cortante do que).
4. Súmula- Poder-se-á sumarizar o uso geral do comparativo e do su
perlativo em o Novo Testamento com dizer-se que:a. Assim se podem expressar:(1) Ora pela forma regular, o tema adjetivo sufixado pelas de
sinências correspondentes icov, iov ou Tepoç, ã, ov para o grau comparativo, uxtoç, tt|, ov ou tcxtoç, t], ov para o superlativo;
(2) Ora por formas irregulares em estrutura ou mediante fraseologia em que determinados elementos se combinam ou ajustam;
(3) Ora pela forma adjetiva modificada pelo advérbio |xáX— Xov (comparativo) ou ixáXurra (superlativo); e
(4) Ora por forma de linguagem em que somente o próprio contexto evidencia o teor comparativo ou superlativo, como se vê
de Lc 15.7, em que a noção de grau se expressa pelo substantivo Xapà - alegria - , a traduzir-se por mais alegria, combinado com o futuro ecrrai - haverá - e a conjunção r\-do que;
b. A frase ou cláusula complementar do comparativo aparece:(1) Ora assindética, sem conectivo, posto o termo comparante
no genitivo (Mt 27.64: Trjç irpcímis; Jo 20.4: toÍ> IleTpau; I Co 1.25: twv ávOpanríov);
(2) Ora sindética, vinculada ao termo comparado pela conjun-Ação t} - do que posta no mesmo caso desse termo (Mt 10.15: tt j TTÓXei ÉKeivTq, dativo; Jo 3.19: to (pcoç, acusativo; Jo 4.1: ^ I— íoávvTis, nominativo), ou pelas preposições Trapa - além de (Lc13.2), Trpóç - acima de (Rm 8.18) ou xnrep - sobre (Hb 4.12);
c. A noção primordial do comparativo é a de contraste, não propriamente de diferença de grau, de sorte que implica essencialmente em dualidade ou binaridade dos termos em comparação, secundária a noção de superioridade ou inferioridade;
609
d. 0 superlativo relativo, explícito o termo limitante, sempre posto no genitivo, ou implicitado, é de uso assaz reduzido, enquanto o superlativo absoluto, mormente em teor elativo, é mais freqüente. Não é rara a ocorrência da inflexão comparativa em função tipicamente superlativa.
5. Advérbio
a. Natureza
- Comum é o emprego de forma adjetiva em função adverbial. Ademais, grande é o número de formas adverbiais derivadas diretamente de inflexão adjetiva;
- Dos casos aquele que mais se presta ao uso adverbial éo acusativo. Todavia, embora mais raramente, genitivo e dativo também servem a esta função;
- Exs.:(1) epxo(JiaL toíxu - venho rapidamente (Ap 3.11); o advérbio
Ta\v - rapidamente, sem demora - é apenas a forma do acusativoneutro singular do adjetivo Tax *»# Taxeià, Tax^ ~ rápido - , usadotem função adverbial. E, pois, o adjetivo usado como advérbio, no caso acusativo; e
(2) riKoXcúGiqaav avTO) ire^íi à-rrò tuv ttoXccov - seguiram-no a pé das cidades (Mt 14.13): a forma adverbial TTe£r| - a p é - é simplesmente a inflexão dativa singular feminina do adjetivo -ireÇóç, Tf}, óv - pedestre. Logo, é o uso do adjetivo como advérbio, no caso dativo;
- Substantivos também há cuja inflexão do acusativo singular veio a assumir teor adverbial, à maneira do adjetivo, subentendida a preposição Ka-ró - conforme, segundo - com que era de início associada, explícita ou virtualmente. Desta ordem, destacam- se através do Novo Testamento:
- oiKfArjv - ainda agora (Mt 15.16), forma do acus. sing. do substantivo aK|xr|, rjs, ^ - ponta, aresta-,
- ôcopectv - gratuitamente (Mt 10.8; Jo 15.25; Rm 3.24; II Co
610
11.7; Gl 2.21; II Ts 3.8; Ap 21.6; 22.17), acus. sing. de ôwpeã, dç, r\ - dádiva, presente;
- fxdíTiQv - em vão (Mt 15.9; Mc 7.7), acus. sing. de fxá—
tt|, xjs, t| - falha, tolice;- tt|v àpXTÍv - desde o princípio (Jo 8.25), forma articulada
do acus. sing. de «px í# *5» y\-princípio; e- tò TeXoç - finalmente (I Pe 3.8), acus. sing. articulado de
TeXoç, cais, to' - fim, final;- Referência especial merece a forma acusativa feminina
singular fxaKpáv, do adjetivo |xaKpoç, a , ov - longo, extenso - , remanescente de adjunto adverbial elíptico, a assumir a acepção adverbial de longe, distante - , usada nada menos de 10 vezes nos es
critos néo-testamentários (Mt 8.30; Mc 12.34; Lc 7.6; 15.20; Jo 21.8;
At 2.39; 17.27; 22.21; Ef 2.13,17);- A forma adjetiva de que mais abundantemente se origi
nam advérbios é, regularmente, o gen. pl. neutro, mudado o v terminal em ç. Contudo, não poucos advérbios se derivam direta
mente do radical ou de inflexões outras que o gen. pl.;
- Exs.:(1) 0oa»|xá£(jo o ti oirrwç Taxewç (X€TaTÍ6eaGe - aamiro-me
de que assim insopitadamente vos passais (GI1.6). Duas formas adverbiais aqui ocorrem, derivadas ambas, no sentido lato, de inflexão do gen. pl. neutro de base adjetiva: otjtíoç - assim - de ovtcov,
por tovuov, inflexão do demonstrativo oirros, cxutti, tqÍíto - este, esta, isto - e Taxecos - insopitadamente de Taxecov, inflexão do
adjetivo Taxúç, Taxetá, Taxu - rápido mudado o v final do gen. pl. neutro em ç;
(2) Táx<* "yctp Sià touto €xwpícr0T) - pois talvez por isso se distanciou (Fl 15): o advérbio tc^ oí - talvez - é forma derivada do
y a /
tema tcxx, do adjetivo Tctx *?/ Taxeia , Taxu;- Observe-se que deste adjetivo três formas adverbiais
procedem: 'rayy, Taxew<S/ T<*Xa>
611
b. Comparativo e superlativo
- Estes advérbios oriundos de formas adjetivas admitem flexão comparativa e superlativa, fixa, indeclinável, estereotipada;
- A forma do comparativo adverbial é, regularmente, a do acus. sing. neutro do comparativo do adjetivo;
- A forma do superlativo adverbial é, normativamente, a do acus. pl. neutro do superlativo do adjetivo.
- Graficamente:- comparativo do advérbio = acus. sing. neutro do com
parativo do adjetivo.- superlativo do advérbio = acus. pl. neutro do superlativo
do adjetivo.- Exemplo desta comparatividade da forma adverbial se vê
C í \ \
em: o aXXoç |xa(hynr)ç Trpoéôpafxev Taxiov tou IleTpou - o outro discípulo correu à frente mais depressa do que Pedro (Jo 20.4). O advérbio Taxiov (que pode aparecer também na forma Taxeiov)- mais depressa - está no grau comparativo, na exata forma do
J. / /acus. sing. neutro de Taxtwv, Taxiov, comparativo de Taxvç, Ta— X e tá , Taxú - rápido;
- Exemplo da superlatividade da forma adverbial temo-lo em: iva <S<s Taxio ra eX0a>aiv 'irpòç aírróv - para que fossem com ele ter o mais rapidamente possível (At 17.15). O advérbio Taxurra - mui rapidamente - , intensificado pelo modificativo coç - tão, quão -, donde a tradução dada ao texto, é superlativo, na exata forma do acus. pl. neutro de TaxwrToç, t], ov, superlativo de Taxvç, Ta— X e tá , T a x ú - rápido;
c. Variações- Registram-se em relação a estas formas adverbiais com
parativas e superlativas variações paralelas às assinaladas em referência aos adjetivos;
- Assim é que:(1) Aparece a inflexão do comparativo em lugar da forma
do superlativo, como o evidenciam:
612
. m m I- acraov - mais perto - em funçao de cryKicrTa - muito perto,
bem junto - em At 27.13;- kqíXXiov - melhor - em lugar de KáXXiora - muito bem -
em At 25.10; e- peX-Tiov - melhor - por peA/rurro - muito bem - em II Tm
1.18;(2) A inflexão comparativa pode eqüivaler ao simples grau
normal, alheia a noção de escalonamento (tÚxlov, que em Hb 13.19 exibe o apropriado teor comparativo; mais depressa - , e em Hb
13.23 se pode tomar como em função superlativa: mui prontamente, em Jo 13.27 não parece requerer mais do que o sentido singelo: depressa, logo);
(3) Podem-se expressar as inflexões comparativas e superlativas adverbiais, respectivamente, pelo comparativo |xaXXov - mais, acima de, antes -, acus. sing. neutro, e pelo superlativo |jux— Xicrra - muitíssimo, especialmente, maxime - , acus. pl. neutro, graus adverbiais do simples obsoleto jxctXa, de si mesmas ou a modificarem elementos da frase;
- A inflexão comparativa é bem mais freqüente em o Novo Testamento que a superlativa, reforçando-a o dativo de quantidade ttoXXü) - em muito - em 11 passagens (Mt 6.30; Lc 18.39; Rm 5.9,10,15,17; I Co 12.22; II Co 3.9,11; Fp 1.23; 2.12), o simples ttoXv — muito - em 2 (Hb 12.9,25) e, 9 vezes, o dativo de intensidade ttóctci)- quanto (Mt 7.11; 10.25; Lc 11.13; 12.24,28; Rm 11.12,24; F! 16; Hb 9.14);
- Finalmente, de referir-se é, ainda, a locução adverbial intensiva em que é o superlativo do advérbio modificado pelo quantitativo wç que o precede e lhe infunde a idéia de extensão ou alcance vista no limite da possibilidade, eqüivalendo, pois, a tanto quanto possível, o mais possível. Aparece esta expressão idiomática em At 17.15: iva wç Taxurra eX0a>aiv - literalmente: para que viesse quanto depressíssima, em que o superlativo adverbial tcx— Xurra, modificado pelo anteposto w<5, realmente corresponde a: tão depressa quanto possível - , ou: o mais depressa possível;
613
5. PRONOME INTERROGATIVO TI2, T I - QUAL? QUEM? QUE?
5.1 - Estrutura- Constam as formas deste interrogativo de:TEMA + DESINÊNCIA
5.2 - Formação
1. Tema
- O tema é tiv , que sofre a queda da líquida final v nas SETE formas em que:
- segui-la-ia a sibilante: nom. e voc. masc.-fem. sing. e dat. pl. masc.-fem. e neutro: 4 formas; ou,
- seria final, não desinenciada a inflexão: nom., acus. e voc. sing. neutro: 3 formas;
2. Desinências- As desinências todas são as próprias dos adjetivos conso
nantais biformes de tema finalizado em v, logo, em termos da 3§ declinação;
5.3 - Linhas de flexão- Apenas duas linhas gerais de flexão tem este interrogativo:
uma a servir ao masculino e ao feminino, comum a ambos os gêneros, outra própria do neutro;
5.4 - Padrão flexionai- Segue a flexão de t iç , t i o padrão geral de craxppíov, aw—
cppov, paradigma básico dos adjetivos consonantais biformes de tema finalizado em v, com uma simples alteração: no interrogativo recebem nom. e voc. sing. masc.-fem. a desinência ç, caindo, por isso, a líquida temática;
- A acentuação é diferente, dados o posicionamento e nature
614
za da tônica.
5.5 - Observações morfológicas
1. Masculino-feminino- Quanto aos casos passíveis de problemas, cinco, há a obser
var-se que:- Nom. sing.: recebe a desinência ç, pelo que não permanece
o v terminal do tema;-A cu s. sing.\ tem por desinência á (ao invés de v);- Voc. sing.: é igual em forma ao nom. sing.;- Dat. p i: sofre a queda do v final do tema ante a sibilante ini
cial da desinência, mantida sem alongar-se a vogal temática; e-A cus. p i: afixa a desinência áç (em vez de vç);
2. Neutro- Quanto ao neutro duas observações há:a. Nom. sing. e, paralelos nos neutros, acus. e voc. sing.: não
são desinenciados, caindo a líquida v, terminal do tema; eb. Dat. p i: sofre a mesma alteração registrada em relação ao
masc.-fem., isto é, cai o v final do tema ante a sibilante desinencial, mas se mantém breve a vogal temática i;
3. Formas alternativas- Registram-se no genitivo e dativo, tanto no singular quanto
no plural, em ambas as linhas de flexão, formas aternativas, as mesmas em estrutura, formação e acentuação desses casos no artigo.
5.6 - Formas
- A flexão total do interrogativo t U , t i - qual, quem, que - é,pois:
615
MASCULI NO- FEMININO NEUTROTEMA
N S .t í GS. t ív
DS. TLV
AS. TLV
VS. TL
DES.S0<5, TOV
L , TÍOv va
s
TEMATL
TLV
TLV/
TL
TL
DES.
OÇ, TOV^ AL ,TO)
TEMAND. TLV
GD. TLV
DD. TLV
AD. TLV
VD. TLV
DES.eOLV
OLV
€e
TEMATLV
TLV
TLV
TLV/TLV
DES.eOLV
OLV
ee
TEMANP. TLV
G P. TLV
DP. TL
AP. TÍV
VP. TLV
DES.eç
CDV, TCQV
CTL, TOLÇ
a ç
es
TEMATLV
TLV
TL
TLV/TLV
DES.V
a
0)V, TOOV
O L, TOLÇuaí>a
5.7 - Acentuação- Pronome, o acento é posicionai. Todavia, duas particularida
des são de observar-se:1 - O acento se mantém na sílaba t i em todas as formas, con
trariando a regra especial dos monossílabos, que obrigaria ao deslocamento para a última nas inflexões dissilábicas do genitivo e do dativo; e
2- As inflexões de cunho monossilábico retêm o acento agudo em todas as circunstâncias, deixando de tornar-se grave quando seguido na frase por vocábulo tônico, acentuado;
- São, portanto, oxítonas as cinco formas de cunho monossilábico (nom. e voc. sing. masc.; nom., acus. e voc. sing. neutro), não
616
somente porque é breve o i temático, mas ainda porque, mesmo que longo fosse, não são inflexões de gen. e dat.; são paroxítonas, acentuada a penúltima, breve, as dissilábicas, sem exceção, vinte e cinco inflexões (gen. e dat. sing., o dual e o pl. completos., de ambas as linhas, mais o acus. sing. masc.-fem.);
- As formas alternativas, por seu turno, como no artigo, são todas perispômenas.
5.8 - Relação- Têm a mesma forma das paralelas mascuiino-femininas do
neutro as inflexões do genitivo e do dativo nos três números, mais nom., acus. e voc. dual, todas formas coincidentes, similares entre si;
- São, pois, diferentes, uma a forma do masculino-feminino, outra a do neutro, somente nom., acus. e voc. sing. e pl.;
5.9 - Comparação- A flexão geral de t i s , t i , à parte os aspectos do tema especí
fico e da acentuação, necessariamente diferentes, segue as linhas dos paradigmas dos nomes finalizados em v, a ic ó v , auovos, o e 7€Íto>v, '■yeiTovoç, ô, com apenas as seguintes ligeiras diferenças:
- Tem o interrogativo na forma do nom. e voc. sing. masc.- fem. a desinência s, alheia a esses paradigmas, fato que acarreta a queda da líquida final do tema nessa inflexão; todavia, não leva ao alongamento da vogal temática; e
- Na flexão do neutro não se alonga a vogal temática do nom. sing., nem há desinência no acus. sing., além de que no plural recebem nom., acus. e voc. a típica desinência neutra desses casos, isto é, á , em lugar de es e ás dos paradigmas citados.
5.10 - Tradução- Têm as inflexões deste interrogativo a tradução natural das
formas, segundo a função na frase e conforme o dite a situação contextual, em termos de: qual?, quem?, que?
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5.11 - Uso
- Ocorrem as formas deste interrogativo nas seguintes funções:
1. Adjetiva, quando a determinar a substantivo explícito na fra
se. E o que se vê em: T iva ovv Kapiròv eix^Te totc - que fruto, portanto, tfnheis, então? (Rm 6.20). O interrogativo Tiva - que? - determina ao substantivo explícito Kaprrov - fruto - , assumindo-lhe gênero (masculino), número (singular) e caso (acusativo), em uso tipicamente adjetivo;
2. Pronominal, quando a substituir a substantivo virtual, implí-t /cito ou subentendido, não explícito na frase. E o que se dá em: t iç 'n-apotoxemaeTca etç 'TroÂ.eixov - quem se preparará para a batalha? (I Co 14.8). Não há na cláusula substantivo explícito. Assume-lheo lugar o interrogativo t iç , por isso traduzido: queml, em manifesta função pronominal; e
3. Adverbial, uso peculiar à forma do acus. sing. neutro t i a funcionar como advérbio interrogativo, na acepção de: por que? Assim, em tl ouv ó vofxoç - Portanto, por que a le il (Gl 3.19), o interrogativo t í , não a concordar em gênero com o substantivo vo|jloç,
masculino, evidentemente na forma de acus. sing. neutro, está em/
uso adverbial, daí, a tradução: por quel E de notar-se que o acento de t i nesta cláusula, como também o de tlç na anterior, não se fez grave, embora seguido de palavra tônica, acentuada, peculiaridade
destas inflexões do interrogativo.
5.12 - Outros interrogativos (ávT(ovu|xícu epcynqTtKoa)- Vários outros interrogativos há. De mencionar-se, neste
ponto, seriam:
1. Pronomes correlativos- Formas correlativas há de pronomes relativos caracterizadas
pela anteposição do prefixo tt, designativas de qualidade, quantidade ou número e grau, que funcionam como partículas interrogativas. Tais seriam:
618
a. 'mnÀLKoç, T], ov - Quão? De que porte?b. 'ttoloç, ã , ov - Qual? De que natureza?c. ttoctos, T|, ov - Quanto? Quão grande? De que tamanho?- Estas mesmas formas, anteposto o prefixo o, servem de in
terrogativos indiretos. Em o Novo Testamento, porém, ocorre somente Ôttoloç, ã, ov;
- Correlativo interrogativo locacional, não de olvidar-se é TroTotTróçy rí, ov, forma evoluída de Troôcnroç, r\, ov, que, no clássico, significava: de que região, de que lugar, e nos escritos néo-tes- tamentários eqüivale a Troioç, ã, ov - De que natureza? Qual? Que?
- Observe-se que, através do Novo Testamento, o quadro de freqüência destes correlativos é o seguinte:
- 'irriX.ikoç, Tq, ov: 2 vezes apenas (Gl 6.11; Hb 7.4);- ttoioç, á , ov: 33 vezes, metade deste número em interrogati
vas indiretas;- ttoctoç, t|, ov: 27 vezes, das quais 9 (Mt 7.11; 10.25; Lc 11.13;
12.24,28; Rm 11.12,24; Fl 16; Hb 9.14) na locução intensivo-compa- rativa -ttocto) [xàXÂ.ov;
- iroTonroç, r), ov: 6 vezes (Mt 8.27; Mc 13.1; Lc 1.29; 7.39; II Pe 3.11; I Jo 3.1); e
- Órroíos, ã , ov: 5 vezes (At 26.29; I Co 3.13; Gl 2.6; I Ts 1.9; Tg 1.24).
2. Advérbios- Não poucas formas adverbiais se usam interrogativamente.
Referidas merecem:a. fjnrí - não - , advérbio de negação, que pode aparecer tam
bém em forma composta, mais enfática e incisiva, mercê da justaposição de várias partículas. Traduz-se, mais apropriadamente, nesta função por: É MESMO? PORVENTURA?
b. TTÓGev, originativo: DE ONDE?c. ttotc, temporal: QUANDO?d.TTov, locativo: ONDE?e. Trais, modal: COMO?
619
3 . Conjunções- Em determinadas circunstâncias conjunções há que se usam em explícita função interrogativa. Salientam-se, neste uso:
£a. a p a , properispômena, que se não deve confundir com a ila-
tiva a p a , paroxítona. É intensiva, enfática;b. ei, condicional átona, usada em cláusulas elípticas, pressu
postas formas introdutórias de Xéyco - dizer; ec. t), disjuntiva, usada como simples expletivo;- Nesta função, preferível é não atribuir-se-lhes tradução ex
plícita, tomando-se como elementos caracterizantes de cláusulas interrogativas enfáticas, apenas.
6. PRONOMES INDEFINIDOS (ANTONYMIAI AO- PI2TAI)
6.1 - Natureza- Enquanto os pronomes interrogativos assim se denominam
porque são elementos determinantes de cláusulas interrogativas, perguntas e questões, os indefinidos assim se chamam porquanto determinam ao substantivo, ou lhe eqüivalem, sem estabelecer de- finitude ou precisar-lhe a identidade específica, referindo-o de modo vago ou impreciso.
6.2 - Enumeração- A consideração se impõem, em razão mesmo das particula
ridades de flexão:1. t i s , t i - algum, alguma, alguém, algo;2 . a X X o s , a X À T ), a X X o - outro, outra, outrem;
A A_ j A3 . i r a s , T ra c ra , T ra v - todo, toda, tudo; e4 . iroX -ús , 'TroXÂ.T], tíoXv - muito, muita.
6 .3 - TIS.- t l
1. Estrutura, formação e flexão
620
- No que respeita à estrutura básica, à formação geral, às alterações específicas, à desinenciação característica, em nada difere esta flexão da paralela do interrogativo t i s , t í ;
- Diferem apenas quanto à acentuação e em que ao indefinido falecem formas alternativas vigentes;
- Logo, as formas deste indefinido são as mesmas do interrogativo, excluído o acento e omitidas as alternativas articulares;
2. Acentuação
- As inflexões todas deste indefinido são átonas, destituídas de acento próprio nas circunstâncias normais, enclíticas;
- Receberão acento apenas nas poucas situações em que o ditam as circunstâncias especiais da prosódia das enclíticas. Neste caso, serão oxítonas, salvo o gen. pl., longo, perispômeno.
3. Relação- Estreitíssima é a relação deste indefinido para com o inter
rogativo Ttç, t i , por isso que têm ambos as mesmas formas flexio- nais, estruturação paralela, flexão similar, diferentes apenas o sentido e a acentuação;
- Logo, em matéria de paradigmas substantivos e similaridades e diferenças entre as linhas genéricas de flexão, coincidem as observações com o que se assinalou quanto ao interrogativo.
4. Tradução- Típico indefinido, o sentido geral de Ttç, t i é algum, alguma,
alguém, algo; certo, certa, ajustado aos diversos casos, consoante a função correspondente e conforme o requeira o imediato contexto, em tradução normativa, regular.
5 .U so- Ocorre este indefinido, ora em função adjetiva, determinan
do a substantivo claro na frase, a que geralmente se pospõe, salvo se enfático, ora em função pronominal, omitido o substantivo, a
621
que o indefinido corresponde e substitui;
- Exemplo do uso adjetivo se vê em frases tais: et t is àpern
Kai eí t is cttouvos - se (há) alguma virtude e se (há) algum louvor (Fp 4.8). Está o indefinido t is , enfático, em ambas as ocorrências a determinar a substantivo explícito: aperrí - virtude - e erraivos - louvor. Trata-se, portanto, do uso adjetivo do indefinido, a concor
dar em gênero (feminino, masculino), número (singular) e caso
(nominativo) com os substantivos determinados;- Exemplo do uso pronominal oferece cláusula como: eav t is
-irpós Tiva ex l |xo|xcpT)v - Se alguém tem motivo de queixa contra alguém (Cl 3.13). Não há substantivo claro a que determinem as inflexões do indefinido, t is , nominativo singular, e Tiva, acusativo singular. Estão, pois, ambas em função estritamente pronominal, donde traduzidas por alguém, subentendido substantivo masculino, enquanto na anterior o foi por alguma, algum, como determinante
dos substantivos claros apenrí e enmvos.
6.4 - aXXos, aXXr), aXXo - outro, outra, outrem
1. Estrutura- Consistem as inflexões deste indefinido de:TEMA + DESINÊNCIA
2. Formação
a. Tema- 0 tema é aXX, invariável, o mesmo, inalterado, em todas
as inflexões;
b. Desinências- As desinências deste indefinido são as típicas dos adjeti
vos triformes vocálicos de radical não em e, i ou p, com duas ligeiras diferenças:
(1) Elide-se, como nos demonstrativos oírros, oomi, tov— to; eKeivos, eKeív-rç, eicelvo e carros, carn^, avró, bem como no
622
artigo, o v finai da desinência do nom. sing. neutro (e, portanto, do acus. sing. neutro); e
(2) Não há formas específicas de vocativo.
3. Linhas de flexão- Flexão nos moldes dos adjetivos triformes vocálicos, radical
não finalizado por e, i, p, admite este indefinido três linhas flexio- nais, uma para cada gênero, o masculino e o neutro em termos da2- declinação nesses gêneros, o feminino consoante a 2 - classe de femininos da 1 - declinação.
4. Padrão flexionai- Flexiona-se aXXoç, aXX^, íxkXo nas exatas linhas de au—
to<5, au rrj, carro, mesmas as desinências, em paralelo, diferentes apenas o tema e a acentuação geral.
5. Formas- A flexão total deste indefinido é:
MASCULINO FEMININO NEUTROTEMA DES. TEMA DES. TEMA DES.
NS. a\\ 0<5 aXX 'n otXX 0
GS. aXX ov aXX TIS ètXX ou
DS. aXX CO aXX Tl a XX <9AS. aXX ov a XX T|V aXX o
TEMA DES. TEMA DES. TEMA DES.
ND. a XX (0 aXX ã ôtXX CO
GD. a XX OLV a XX aiv âxx OLV
DD. aXX OLV aXX aLV aXX OLV
AD. aXX CO aXX ã aXX CO
623
TEMA DES. TEMA DES. TEMA DES.NP. olXX 01 aXX a i ocXX aGP. &XX (OV aXX cov aXX tovDP. a XX 01 <5 aXX aiç aXX Ol<5AP. aXX ovç aXX Sç aXX u
a
6. Acentuação- Pronome, o acento éposicionai.- Dissilábicas as inflexões todas, conserva-se o acento na po
sição em que está na forma base, nom. sing., isto é, na penúltima na flexão inteira, mesmo no gen. pl. fem., perispômeno sempre nos substantivos e nos adjetivos consonantais, não, porém, nos vocálicos não acentuados na última;
- Penúltima simplesmente longa por posição, não de natureza, o acento é AGUDO em todas as formas, sem exceção, logo, todas paroxítonas.
7. Relação- Embora, como um todo, maior seja a afinidade deste indefi
nido para com o demonstrativo c o jtó ç , t | , o', mesma a desinenciação de ambos, no que tange à queda do v final da desinência do nom. e acus. sing. neutro e à falta de formas vocativas, não apenas com avroç, t\, o se afaz o indefinido, mas ainda ao artigo e aos demonstrativos o u t o ç , m rrr ç , t o v t o , próximo, e è K C Ív o ç , iq, o , remoto. Aliás, com estes últimos dois o paralelo se estende também à posição do acento, embora diversa a natureza, em razão da diferença de quantidade da penúltima.
8. Tradução- Em função adjetiva, receberá o indefinido a inflexão de gê
nero e número própria do substantivo explícito. Em função pronominal, de igual modo, tem-na do substantivo subentendido ou virtual, traduzindo-se, pois, sempre em correlação com o nome, em forma e função.
624
9. Sentido- Tem a mesma acepção geral de aXXoç, tj, o o triforme vocá-
lico eTepoç, ã, ov. Em o Novo Testamento nem sempre se mostram precisas as distinções de sentido. Todavia, aXXos, T|, o é basicamente quantitativo, enquanto c repos, ã, ov é essencialmente qualitativo, isto é, a rigor, otXXoç, Tq, o significa outro, da mesma natureza, um dentre outros, ao passo que ^Tepoç, ã, ov designa outro, de natureza diferente, um diverso dos demais;
- Embora em muitas passagens não transpareça esta diferença básica, outras há em que importa levá-la em conta. Uma destas é Gl 1.6, em que verbera Paulo a estranha mudança de posição dos crentes da Galácia, culminando com a apóstrofe: elç eTepov evorf/eXiov, o ovk Icttiv aXXo - para outro evangelho, o qual não é outro. Isto é, estavam a passar-se a €Tepov exkry-veXiov, um evangelho de natureza diferente (ressaltada a qualidade), que não podia ser êtXXo, um evangelho adicional, já que só um poderia haver (ressaltada a quantidade).
6.5 - ira»;, Trãaà, ttolv - todo, toda, tudo
1. Estrutura- Deste indefinido compõem-se-lhe as inflexões de:TEMA + DESINÊNCIA
2. Formação
a. Tema- O tema deste indefinido é TrávT, que, na flexão, sofre as
alterações seguintes:(1) Queda da lingual t final nos casos em que se não insere
desinência, já que a lingual não serve de terminal de vocábulo regular: nom., acus. e voc. sing., TRÊS casos; e
(2) Queda do grupo vt quando a anteceder à sibilante desi- nencial: nom. e acus. masc. sing. e dat. pl. masc. e neutro, a flexão
625
feminina inteira, QUATORZE formas;
- A vogal temática à se alonga, compensatoriamente, fazendo-se ã , em todos esses casos em que se registra a queda do grupo vt e mesmo naqueles em que apenas a lingual se suprime;
- Destarte, verifica-se que o tema -rrávT só aparece inalterado em TREZE formas, SETE do masculino (gen., dat. e acus. sing.; nom., gen., acus. e voc. pl.) e SEIS do neutro (gen. e dat. sing.; nom., gen.; acus. e voc. pl.);
b. Desinências- As desinências neste indefinido são as típicas dos adjeti
vos consonantais triformes de radical terminado em vt precedido de á.
3. Linhas de flexão- Flexão consoante os adjetivos consonantais triformes, três
linhas flexionais admite este indefinido, uma para cada gênero, assim que:
- o masculino segue os substantivos masculino-feminino da3- declinação;
- o feminino obedece ao padrão dos femininos da 3- classe da1 - declinação, tema não finalizado em e, i, p; e
- o neutro acompanha os nomes neutros da 3- declinação.
4. Padrão flexionai- A flexão de iràs, irao-á, Trãv, tema finalizado em vt precedi
do de a, processa-se nas linhas desinenciais de I kíóv, I kov— crâ, €kov, paradigma dos adjetivos em vt antecedido de o, diferindo apenas quanto ao nom. e voc. sing. masc., em que se lhe apõe a desinência ç, estranha à flexão de ckcóv, eKoíxrá, I kov;
- Naturalmente, diferentes lhes são o tema específico, a forma do alongamento vocálico e a acentuação.
626
5. Observações morfológicas
a. Masculino- Quanto aos casos problemáticos, é de observar-se:- Nom. sing.: recebe a desinência ç, pelo que se lhe registra
a supressão da lingual t e da líquida v finais do tema, alongando- se, em compensação, a vogal temática á, convertida em a.
- Graficamente: iravTS—► ttoívç —*■ -rras —► Trãç;-A cu s. sing.: recebe a desinência á;- Voc. sing.: é igual em forma ao nom. sing., como é de re
gra nos vocábulos acentuados na última;- Dat. pl.: à maneira do nom. e voc. sing., sofre a queda do
grupo vt e o alongamento da vogal á, temática, diante da sibilante da desinência.
- Graficamente: tto:vtctí —* 'TT&vctl —► Trom —♦ n ã—a í; e
- Acus. pl.: tem por desinência a dominante àç, que vç é de uso assaz limitado;
b. Feminino- No feminino, o tema é uniforme, em todas as inflexões o
mesmo, Trã, forma alterada de Trávr, mercê da sibilantização do í eufônico inserido entre o tema e a desinência normativa e a conseqüente queda do grupo vt e o alongamento da vogal temática á,
compensada para ã.- Graficamente: Tràvríá —► TravTcrà —»• Travcrà —*■
Tracrá —* Trãcrâ;
c. Neutro- Duas observações se impõem:(1) O nom. (e, daí, o acus. e o voc.) sing. sofre a queda do t
final do tema, alongando-se a vogal temática á para à , particularidade deste indefinido, não característico do neutro, em geral; e
(2) O dat. pl. exibe a mesma alteração verificada no mascu-
627
Uno: queda do grupo vr ante o ç da desinência e alongamentoU —
compensatório da vogal temática, mudada de a para a.
6. Dual- Dado o teor pluralista de que se reveste este indefinido
quando não empregado em sentido puramente singular, falecem- lhe, porquanto redundantes, formas específicas do dual.
7. FormasA A, u Cl
- De TTãç, Traça, Trai» — todo, toda, tudo - a flexão, em sua forma atual, é:
MASCULINO FEMININÍD NEUTROTEMA
NS. -ira GS. Trávr DS. TTavT AS. TrávT VS. Tra
DES.<5Óç/
la<5
TEMAA
-rra7ráTTã
A
n ãTra
DES.<ráo-risctti
a ã va à
TEMATTãVTrávTTTavTTTãV
A
Trãv
DES.
óçl
TEMA N P. TravT GP. TravT DP. Tra AP. TravTVP. ttovt
DES.eçcovj
cri\ja<;eç
TEMATraTTã
/
Tra/TraTTã
DES.a a iCTWVo-aiça ã çcrai
TEMA/
TrávTTravT
A
Tra/
TrávTTTÒíVT
DES.•ja(OV
í i
aua
8. Acentuação- Pronome, o acento de Trdç, Traca, Trav deveria ser normati-
vamente posicionai, permanecendo na mesma sílaba em que se acha nas formas básicas, nom. sing., em todas as inflexões;
- Uma vez que do masculino e do neutro é monossi|ábico o nom. sing., deveria o acento avançar para a última no gen. e dat., o que se dá no singular, não, porém, no plural;
- O nom. sing. masc. e neutro (e, daí, os demais casos homó-
628
grafos: voc. sing. masc. e acus. e voc. sing. neutro) tem acento cir- cunflexo, como é próprio de formas contratas;
- O gen. pl. fem., como é normativo nos adjetivos consonantais, é acentuado nos moldes dos substantivos da 1 - declinação, isto é, tem circunflexo na última, decorrência de contração;
- Os demais casos obedecem às normas regulares;- Portanto,- 6 inflexões são perispômenas'. nom. e acus. sing. masc.; gen.
pl. fem.; nom., acus. e voc. sing. neutro;- 4 são oxítonas: gen. e dat. sing. masc. e neutro;- 7 são properíspômenas: dat. pl. masc. e neutro; nom., acus. e
voc. sing. e nom. e voc. pl. fem.;- 13 são paroxftonas: acus. sing. e nom., gen., acus. e voc. pl.
masc.; gen. e dat. sing. e dat. e acus. pl. fem.; e nom., gen., acus. e voc. pl. neutro.
9. Relação- Diferem as flexões do masculino e do neutro, já que se en
quadram ambas nas linhas gerais da 3- declinção, em SEIS dos casos (nom., acus. e voc. sing. e pl.), distintas as desinências;
- Coincidem em forma dessas flexões os QUATRO casos restantes (gen. e dat. sing. e pl.);
- Flexão em termos de outra declinação, 1-, não 3-, não coincidem em forma as inflexões femininas com as equivalentes, paralelas, masculinas ou neutras, com exceção do gen. pl., mesma a desinência, (ov, diferente a acentuação, e do acus. pl., terminado em aç tanto no fem. como no masc., diversa, entretanto, a quantidade (breve no masc.; àç; longa no fem.; ãç).
10. Tradução e usos- Traduz-se Traç, Traca, Trâv, normativamente, como todo, to
da, tudo, seja em função adjetiva (determinando a substantivo ou equivalente claro na frase), seja em função pronominal (não pre
sente substantivo explícito a que determine o indefinido);
629
- Embora nem sempre se estabeleça precisa distinção, justo é reconhecer-lhe três usos específicos, a facultarem tradução diferente, a saber:
1. Em posição predicativa, a acentuar a quantidade de elementos englobados na unidade total, ressaltada a multiplicidade de componentes, na acepção básica de todo, toda;
- Ex. TravTa tcü péXi] tou Trovripoí) - todos os dardos do Maligno (Ef 6.16): o indefinido 'jtqlvtoí está na posição predicativa (nãoo precede o artigo), o aspecto saliente da expressão é o da quantidade de péXir] - dardos - , ressaltado, portanto, o número de elementos constitutivos da unidade, a tradução apropriada, todos;
2. Em posição atributiva, a acentuar a unidade global dos elementos de que o todo consiste, ressaltada a totalidade dos componentes, a traduzir-se por inteiro, inteira;
- Ex. ó "yàp -rràs vófioç ev evi X0 7 0 ) TreTTXiqpcoTai - pois a lei inteira em um só termo se mostra cumprida (Gl 5.14): o indefinido irás está em posição atributiva (precede-o o artigo o), a determinar ao substantivo vòfxoç - lei tomado em sua totalidade, ressaltada, portanto, a globalidade da lei, não a quantidade de seus fatores, logo, apropriada a tradução inteira (nem sempre natural em muitas passagens); e
3.Anartro, mais normativamente no singular, a acentuar a generalidade individualizada do termo determinado, ressaltada a dis- iributividade da ação. Não 0 número de elementos integrantes do todo, nem a totalidade resultante dos componentes se acentuam neste caso; salienta-se a distribuição do fator. A tradução preferível é cada ou qualquer. De levar-se em conta é que em o Novo Testamento não poucas vezes o indefinido anartro tem acepção própria dos usos atributivo e predicativo;
- Ex. vouGeToxJvTeç irávTa av0panrov - admoestando a cada (qualquer) homem (Cl 1.28): o indefinido TrávTa, singular, é anartro (não o rege forma do artigo), salienta-se a distributividade do termo avQpctíTrov - homem - , preferível a tradução cada ou qualquer;
- Em síntese:
630
USO DESTAQUE TRADUÇAOPredicativo Pluralidade Todo, todaAtributivo Unidade Inteiro, inteiraAnartro Distributividade Cada, qualquer
11. Aplicação£ £ O £ - x
- Exatamente como iraç, Tracra, irav, exceto no que respeita a acentuação, se flexiona o indefinido intensivo, composto, coraq, airão-a, airãv - inteiro, completo, global, total, todo - , em absoluto paralelismo desinencial;
- Paralela é-lhe também a flexão, que inclui formas duais, do ptc. 19 aor. at. dos verbos em co (m arew ãç , moreíkrãcra, mo— Tevcráv), bem como do pres. e 2° aor. ats. ptcs. deiarriix í (respectivamente: LCTTãç, ucrTãaá, ío ráv e aTãç, aTãcra, cttol v ) , assinaladas as diferenças de quantidade da vogal temática do final do nom. (e acus. e voc.) sing. neutro e da acentuação destes ptcs.
6.6 - ttoXxjs, ttoXXti, ttoXij - muito, muita
1. Estrutura- As inflexões deste indefinido se constituem de:TEMA + DESINÊNCIA
2. Formação
a. Tema- É este indefinido, como o adjetivo fxe7 ãç, fxe7 áXrj, iié^á
- grande pronome de dupla raiz. Associam-se-lhe na flexão os temas ttoXi ), consonantal, a aparecer em SEIS dos casos (nom., acus. e voc. sing. masc. e neutro), e ttoXXó, vocálico, presente nas demais VINTE E QUATRO inflexões, isto é, em todo o feminino e do masculino e do neutro no gen. e dat. sing. e em todas as formas do plural;
631
b. Desinências
- Nas formas em que o radical é 7roXu as desinências são as típicas dos adjetivos consonantais, em termos da 3 - declinação, já que são masculinas ou neutras;
- Nas formas em que o radical é ttoXXó são elas as típicas dos vocálicos, logo, nas linhas da 2- declinação para as inflexões masculinas ou neutras, da 1- declinação, 2 - classe, para as femininas;
3. Linhas de flexão
- Três linhas de flexão tem este indefinido, uma para cada gênero;
- Flexiona-se o masculino em termos dos substantivos masculinos da 3- declinação nos casos nom., acus. e voc. sing., em função dos masculinos da 2- declinação nos demais;
- Flexiona-se o feminino inteiramente nos moldes da 2- classe da 1- declinação (não terminado o tema em e, i, p), nomes femininos;
- Flexiona-se o neutro, tal o masculino, segundo a 3- declinação nos casos nom., acus. e voc. sing., conforme a 2- nos restantes, paradigmas neutros.
4. Padrão flexionai
- Segue ttoXuç, 'iroXXií, -iroXú, em paralelo, a exata flexão de |X€"yã<;, (jL€7áX'Tif |xe"yá, mesma a desinenciação e similar o padrão declinacional, inexistindo, porém, neste indefinido a forma alternativa do voc. sing. masc. de tipo vocálico;
- Tema básico e acentuação, naturalmente, não são os mesmos.
5. Oservações morfológicas- As formas ou inflexões que obedecem ao padrão flexionai
dos adjetivos de tipo vocálico de todo regulares, em nada desvian- do-se dos paradigmas básicos;
632
- As formas flexionadas nas linhas dos adjetivos consonantais dão margem às seguintes observações:
a. Nom. sing. masc.: recebe a desinência ç;b.A cus. sing. masc.: tem a desinência á; ec. Voc. sing. masc. e nom., acus. e voc. sing. neutro: não aduzem
desinência específica, constando, pois, do tema simplesmente.
6. D uai- Como Traq, Trãaà, -rrav, em decorrência do próprio sentido,
não tem 'iroXvç, -ttoXXtÍ, TroXú inflexões próprias do dual.
7. Formas- De ttoXt;';, 'rroWrj, ttoXtj a flexão geral é:
MASCULINO FEMININO NEUTROT E M A D E S . T E M A D E S . T E M A D E S .
N S . TToXlJ Ç TTOXX T\ TToXlJ —
G S . TToXXa
ou TTOXX T\<5 TToXX ou
D S . 'TToXX ô) TToXXAV TToXX ti)
A S . TToXlL) V TToXX T)V ttoX i 3
V S . 7TOÁV — TTOXX T) TToXlJ —
T E M A D E S . T E M A D E S . T E M A D E S .
N P . TToXX o í TToXX a í TToXX àG P . TToXX 0 )V u o X X ó)V TTOXX â>vD P . TTOXX OÍ<5 'TToXX a í ç TTOXX o íçA P . TToXX OTJÇ 'TToXX ã ç TToXX àV P . TTOXX OÍ TToXX a í TToXX
óa
8. Acentuação- Flexão adjetivo-pronominal, de TroXite, ttoXXtÍ, ttoXú posi
cionai é a acentuação, conservando-se-lhe o acento em todas as inflexões na mesma posição e sílaba em que se acha na forma base, nom. sing.;
633
- Estará, pois, o acento na última em todas as formas, circun- flexo nas inflexões genitivas e dativas, como é próprio dos nomes de base oxítona da 1- e 2- declinações, prosódia que é também a deste indefinido; agudo nos demais casos, nom., acus. e voc., tanto do singular, quanto do plural, mesmo se longa a desinência;
- São, portanto, perispômenas DOZE das formas, oxítonas DEZOITO.
9. Relação
- Flexões em termos do mesmo padrão geral, 2- e 3- declinações, têm masculino e neutro deste indefinido CINCO dos casos paralelos em forma (gen, dat. e voc. sing.; gen. e dat. pl.), CINCO diferentes, seja porque ao neutro faltam as desinências (nom. e acus. sing.), seja porque são elas diversas (nom., acus. e voc. pl.);
- Das inflexões femininas, uma vez que se flexionam em moldes distintos das masculinas e neutras, aquelas consoante a 2- classe da 1- declinação, estas em termos das declinações 2- e 3-, apenas UM caso é em tudo idêntico nos três gêneros: gen. pl. (ttoX— Xmv). Os demais diferem no tocante à vogal temática dominante e/ou à desinência específica.
10. Comparação- Particular afinidade flexionai há entre ttoX-uç, ttoXXtj, ttoXij
e fxéyãq, ixeyáXir], ixéyá., ambos a exibirem dupla raiz e paralelos em desinenciação, exceto que no voc. sing. falta ao indefinido a alternativa de tipo vocálico.
11. Tradução- Este indefinido, assaz freqüente em o Novo Testamento, ora
em função pronominal, ausente substantivo explícito a que determine, ora em caráter adjetivo, a determinar a substantivo claro na sentença, traduz-se, normativamente, por muito, muita, e suas inflexões, conforme o requeira o imediato contexto ou a relação fra- seológica;
- Tradução especial requer, geralmente, a forma articulada do
634
indefin ido em função p ronom ina l, m orm ente o plural m ascu lino oí ttoXXo i , que sign ifica a maioria, grande número, em contraposição
à fo rm a anartra , que p reserva o sentido natu ra l, muitos, e suas in
flexões de gênero , núm ero e caso ;
- Exs.:1. Kod ô ia Tavnris |xiav0(«xnv oi ttoXXoi - e através desta
seja contaminado grande número (ou, a maioria) (Hb 12.15): o indefinido ttoXXoi está em função pronominal, precedido do artigo, ot. A tradução de preferir-se é: a maioria, grande número, avultada cifra;
2. eícriv "yàp ttoXXo i avwrÓTO íKToi - pois há muitos insubordinados (Tt 1.10): o indefinido ttoXXo í , em função pronominal, é anartro, não o precede o artigo. A tradução apropriada é a normati
va: muitos (nom. pl. masc.);- Freqüente é, ademais, o uso adverbializado dos acusativos
ttoXv e iroXXá, anartros, ou articulados, tò ttoX-u e Tà noXXá, na acepção de muito, grandemente, o mais das vezes, em geral.
7. PRONOMES RELATIVOS (ANA4»OPIKAI ANTÍ1NY— MIAI)
7.1. - Natureza- Relativos se designam os pronomes que estabelecem corre
lação, como conseqüentes, para com termo antecedente, explícito
ou virtual, na mesma cláusula ou em cláusula subalterna.
7.2. - Enumeração- Dois pronomes se podem tomar como os típicos relativos,
característicos e importantes:1. òs, rj, ò'- o qual, quem que; e2. octtis, t)t i<;, Ò t i - quem quer que, o que quer que, qualquer
que.
7.3 - os, r\. o -o qual, quem, que
1. Estrutura
635
- Constariam as inflexões deste pronome, conhecido como RELATIVO SIMPLES, do binômio básico:
TEMA + DESINÊNCIA
2. Formação
- Embora se devesse tomar a parte vocálica embasante como expressão temática, de conveniência é havê-la por elemento desi- nencial, simplificada, destarte, a noção do processo flexionai. Logo, parecerão as inflexões deste relativo consistir apenas de desinência, subentendido o tema básico;
- As formas deste relativo simples serão, pois, a exata representação das desinências típicas das declinações primeira (segunda classe, feminino) e segunda (masculino e neutro).
3. Linhas de flexão
- A flexão deste relativo apresenta-se nas três linhas genéricas: masculino, feminino e neutro, nos termos gerais dos adjetivos triformes vocálicos de radical não em e, i ou p, de sorte que seguem:
- masculino: 2- declinação (substantivos masculinos);- feminino: 1 - declinação, 2- classe (nomes femininos); e- neutro: 2- declinação (nomes neutros).
4. Padrão flexionai
- Flexiona-se este relativo segundo o padrão flexionai dos adjetivos triformes vocálicos de tema finalizado em letras que nãoe, i, p, observadas três leves diferenças:
a. No neutro não têm nom. e acus. sing. o v final da forma, alteração que se verifica também no artigo, nos demonstrativos otrros, avTT|, toxjto, eKeívoç, ckcCvi], eKeivo e avróç, aírn í, carro, bem como no indefinido aXXoç, aXX-T], aXXo;
b. Não se assinalam formas específicas de vocativo;c. No dual, à maneira do que se processa no artigo e nos de
monstrativos, menos odrrdç, T], 6 , não tem o feminino inflexões distintas, específicas do gênero, valendo para tanto as típicas do mas
636
culino, a que são similares as do neutro. Logo, as mesmas formas servem aos três gêneros;
- É o artigo, de todas as flexões, a de que mais se aproximam as formas deste relativo simples, em paralelo. Três diferenças apenas se realçam:
(1) Não ocorre no relativo o t inicial das formas articulares, substituído por espírito forte;
(2) Todas as formas do relativo são tônicas, acentuadas; e(3) Tem o nom. sing. masc. a sibilante desinencial, de que ca
rece o artigo nesse caso.
5. Formas- Deste relativo simples, o<5, "n, o, as inflexões são as seguintes:
Masculino Feminino NeutroNS.oç %
c 1 0 - o qual, a qual
GS. ov T)<5A
oh/ \ - do qual, da qual
DS. ^ ü)V- - para o qual, para a qual
AS. ov T VCl0 - (a)o qual, à qual
Masculino Feminino NeutroND.ü)
c lCO & - os quais (dois), as quais (duas)
GD.olv otv olv - dos quais (dois), das quais (duas)
DD. oiv•£
OlV otv - para os quais (dois), para as quais(duas)
AD. ü>c/(0
c lCd - (a)os quais (dois), às quais (duas)
Masculino Feminino NeutroNP. oi
cla i ot - os quais, as quais
GP. èiV iÚV-í-ÍOV - dos quais, das quais
DP. oíç'o
at<;á-
OIÇ - para os quais, para as quais
AP. oik á<5 Ôt - (a)os quais, às quais
637
6. Acentuação
- Pronome, o acento éposicionai;
- Inflexões todas monossilábicas, acentuadas, nesta sílaba única estará o acento;
- Acentua-se este relativo conforme os substantivos de últimatônica da 1- e 2 - declinações, isto é, gen. e dat. terão o circunflexo,os demais casos, nom. e acus., terão o agudo;
/
- E de observar-se que há QUATRO formas do relativo que só pela presença do acento se distinguem de inflexões homógrafas do artigo, a saber:RELATIVO ARTIGOo (nom. e acus. sing. neutro) Ó (nom. sing. masc.)TI (nom. sing. fem.) ri (nom. sing. fem.)ot (nom. pl. masc.) oi (nom. pl. masc.)a í (nom. pl. fem.) a i (nom. pl. fem.)
- DEZOITO das inflexões, metade do número total, são perispômenas (gen. e dat. sing., dual e pl. nos três gêneros), emquanto as outras DEZOITO (nom. e acus. sing., dual e pl. dos três gêneros) são oxítonas.
7. Relação- Flexões nos moldes de uma e a mesma declinação, a segun
da, em apenas QUATRO dos casos diferem entre si as formas do masculino e do neutro: nom. e acus. sing. e pl. Nos demais OITO coincidem inteiramente;
- 0 feminino, flexionado em função de declinação diferente, a primeira, em termos de sua segunda classe, embora exiba afinidade e paralelismo de formas em seu final, apenas em CINCO dos casos lhe coincidem as inflexões com as equivalentes ou paralelas do masculino e do neutro: as quatro formas do dual e o gen. pl.
8. Comparação- São as formas deste relativo, desinencialmente, similares às
equivalentes ou paralelas do artigo, eliminado o t inicial, com a adi
638
ção de s ao nom. sing. masc. Prosodicamente, coincidem também as inflexões paralelas, com a exceção das QUATRO formas proclíti- cas do artigo (nom. sing. e pl. masc. e fem.), no relativo dotadas de acento, oxítonas;
- Em comum com o artigo, os demonstrativos todos e o indefinido a\\o<5, t i , o, tem este relativo a queda do v final da desinência nos casos nom. e acus. sing. neutro e a inexistência de formas es
pecíficas de vocativo, e, excluído o demonstrativo crirró*;, rj, o, também a identidade das formas paralelas no dual dos três gêneros.
9. Tradução- Relativo que é, traduz-se oç, t), o, em suas inflexões, na
acepção requerida pelo contexto, pessoal ou comum, como: quem, o qual, que, e suas variações de gênero, número e função.
7.4 - Ôcttiç, o t i - quem quer que, o que quer que
1. Estrutura e formação- É e s t e p r o n o m e f o r m a c o m p o s t a , cu jo p r i m e i r o e l e m e n t o é
o re l a t i v o s i m p l e s oç , tj, ó e o s e g u n d o o in d e f in id o t iç , t i;- A estrutura, pois, assim se expressa:PRONOME RELATIVO SIMPLES + PRONOME INDEFINIDO- As inflexões regulares consistirão, pois, das formas destes
dois integrantes justapostas, em flexão paralela;- Há, também, formas alternativas nos casos genitivo e dativo
do masculino e do neutro, formas estas constituídas do acus. sing. neutro o do pronome relativo simples mais a inflexão típica do artigo própria do caso, além de forma especial do nom. e acus. pl. neutro;
2. Linhas de flexão- Dada a própria formação, consta este relativo indefinido de
três linhas de flexão, uma para cada gênero. É, pois, triforme.
639
3. Padrão flexionai
- Flexionam-se as formas típicas deste relativo nos exatos moldes de seus elementos constituintes, isto é, do pronome relativo simples, os, t{, o, e do pronome indefinido t is , t i , justapostas, em paralelo;
- Por seu turno, as formas alternativas flexionam-se nas linhas do artigo aposto à inflexão do acus. neutro singular do relativo simples, o', invariável, a mesma em todos os casos, excetuada a forma especial do nom. e acus. pl. neutro, a rra , em que registra leve variação formacional.
4. Observações morfológicas- Particularidades que requerem destaque e ensejam particu
lar observação seriam as seguintes:a. Nom. e acus. sing. neutro: grafam-se dissimiladamente os
dois elementos formativos, de sorte a evitar-se confusão com a conjunção relativo-causal 0V 1 - que, porque - , em que se agregam esses dois componentes;
b. Vocativo: não há formas específicas deste caso; ec. Nom. e acus. pl. neutro: há a forma alternativa cÍttqi, duplica
do o T.
5. Formas- A flexão total de octtis, t|tis , o t i - quem quer que, o que
quer que - , pronome relativo indefinido composto, é:
MAS CULINO FEM NINO NEUTROREL.
NS. £6cr GS. ov DS. % AS. <Sv
IND.TIÇ
TIVOS, 0 TOU
TIVl , C6 T(ú
T iva
REL.
S'TIO-íT)
iND.TIS
TIVOSTIVl
T iva
REL.cl0
OV£(0u-cl0
IND.Tl
TIVOS, 0 TOVTIVL , 0 TÍOuTl
640
REL. ND. w GD. otv DD. otv AD. co
IND.TiveTLVOLV
TLVOIV
Tive
REL.oiOlV"2
OLVClCO
IND.TiveTLVOIV
TLVOLV
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REL.Cl0)AOLVí
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IND.TiveTLVOIV
TLVOIV
Tive
REL. NP. OL
GP. wv DP. oíor AP. OIXT
IND.Tiveç
«/TLVCOV, 0 TCOV TLCTl , 0 TOLÇ Tivaç
REL.al'ê>v
c*aiorCla a
IND.TiveçTIVCOV
TLCTL
Tivaç
REL.acov?
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IND. c/Tiva , aTTa
</TLVCOV, O TCOVTlCTl , 0 TOLÇ
dTiva , aTTa
6. Acentuação- Destas formas» compostas, o segundo elemento, seja o pro
nome indefinido t iç , t i , e suas inflexões, sejam as formas típicas do artigo nas alternativas, é sempre átono, enclítico, jamais acentuado;
- Vale dizer, pois, que a acentuação se perfaz em termos e nos moldes do primeiro élemento, o relativo simples oç, 8, e suas inflexões, tônico, sempre acentuado;
- Portanto, estará o acento, em todas as inflexões deste pronome relativo indefinido, básicas ou alternativas, sempre no primeiro integrante, a forma do relativo simples, e, uma vez que o segundo elemento é sempre enclítico, em nada influindo prosodica- mente, a acentuação será tal qual à do relativo simples;
- Dada essa peculiaridade de acentuação, em aparente violação das leis prosódicas normativas, formas haverá de penúltima longs ccsntuada com agudo, embora breve a última, bem como inflexões em que aparecerá circunflexo na antepenúltima;
- Terão, pois, o circunflexo as formas regulares de gen. e dat. nos três números, num total de DEZOITO formas, enquanto as demais inflexões, inclusivè as alternativas todas, num montante de VINTE E OITO formas, exibirão o agudo.
641
7. Relação
- Seguem as formas do masculino e do neutro o mesmo padrão flexionai, em ambos os elementos, quer as regulares, quer as alternativas, coincidindo, por isso, em estrutura e expressão em todos os casos, menos QUATRO: nom. e acus. sing. e pl.;
- O feminino, no que respeita ao segundo componente, o indefinido t lç , t i , é paralelo, em toda a linha, à flexão do masculino e em CINCO dos casos (as quatro inflexões do dual, mais o gen. pl.) é similar em forma às equivalentes masculinas e neutras.
8. Comparação
- Formas compostas, são as inflexões deste relativo indefinido exatamente as mesmas dos componentes, isto é, do pronome relativo simples oç, r\, o seguidas das peralelas do indefinido t l ç , t l , em se tratando das regulares, mantida a acentuação de origem; ou do acus. sing. neutro do relativo simples, o, seguido da forma inacen- tuada paralela do artigo, em se tratando das alternativas.
9. Tradução /
- E este relativo indefinido mais geral, amplo e compreensivo que o relativo simples, revestindo-se-lhe, por isso, a tradução de teor menos preciso e definido. Daí, convêm-lhe acepções tais como: quem quer que, o que quer que, qualquer que-,
- Nos escritos néo-testamentários, em verdade, raramente se evidencia nítida distinção de sentido entre os dois relativos. Em outras palavras, tem o relativo indefinido a mesma acepção do relativo simples, comum a tradução.
7.5 - Outros relativos
1. Enumeração- Quatro outros relativos os chamados derivativos ou corre-
lativos, merecem referidos, a saber:a . t^Xl k o s , "q, o v , re la t iv o d e grau, na a c e p ç ã o d e de que tama
nho, quão grande, de que porte - , q u e a p e n a s 3 v e z e s o c o r r e a t r a v é s
642
do Novo Testamento: Cl 2.1 e, 2 vezes, em sentido contraposto ou contrastado, em Tg 3.5. Em certos mss. (o papiro 46, o uncial B e o cursivo 33) aparece, variante pouco provável, ainda em Gl 6.11;
b. oloç, ã , o v , re la t iv o d e qualidade, a t r a d u z ir - s e na a c e p ç ã o
d e : tal que, tal qual, como, igual a que, u s a d o 14 v e z e s n o s e s c r ito s
n é o - te s ta m e n tá r io s ;
c. ÔttoÍoç, ct, ov, relativo de qualidade, na acepção de: tal como, tal que, de tal molde que, de natureza tal que, encontrado 5 vezes em o Novo Testamento (At 26.29; I Co 3.13; Gl 2.6; I Ts 1.9; Tg 1.24); e
d. oícoç, iq, ov, relativo de quantidade, cujo sentido é: tanto, quanto, tão grande que, tanto quanto, assaz freqüente em o Novo Testamento, por isso que 110 vezes lhe aparece no texto;
- Alheios ao Novo Testamento, dois outros relativos há a re- gístrar-se, que são nada mais do que o relativo simples em forma composta, em função intensiva indefinida, sufixado pelas partículas conjuntivo-adverbiais enfatizantes *ye e irep, enclíticas;
- São, pois:- ocr/e, 'ípye, o-ye;- Óorrep, T Ttep, OTTep (em Mc 15.6 registra-se a variante im
provável ov-Trep, acus. sing. masc., encontrada em alguns poucos mss., entre eles os Códices Ephraem e Koridethi).
2. Flexão- E m te s e , f le x io n a m - s e e s te s r e la t iv o s to d o s n o s m o ld e s d o s
a d je t iv o s t r i fo rm e s v o c á l ic o s , is to é , a s f le x õ e s d o m a s c u l in o e do
n e u tro s e fa z e m em te rm o s d o s n o m e s d e s s e s g ê n e ro s d a 2 - d e c l i
n a ç ã o , e n q u a n to o f e m in in o , e m b o ra s e m p re s e g u n d o a 1 - d e c l in a
ç ã o , o ra o s e rá c o n fo rm e a 1 § c la s s e (o ío ç , o u x , o to v e ô iro u v s ,
o T to íã , o tto lo v , r a d ic a l f in a l iz a d o em i ) , o ra c o n fo rm e a 2 - (t |\ i k o s ,
■f)XtKT|, t )X Ík o v ; o cro s , o o r | , Ócto v ; ( k r y e , tW c , cr/e e
ocrTTep, 'tyrrep, o W p , ra d ic a l n ão t e rm in a d o p o r e , u ou p);
- Seguem, pois, todos no masculino a exata flexão dos normativos or/aGóç e ôÍkquoç e no neutro os paradigmas correspondentes cryaGov e ôtKcaov, exceto no tocante à acentuação e, ainda, em que nos dois últimos, compostos do relativo, ocorrem as varia
643
ções típicas desse pronome (inexistência de formas específicas de vocativo e queda do v final do nom. e acus. sing. neutro);
- O feminino obedecerá ao paradigma or/aOrj, em se tratando de t Xiko ç , 7], ov; octoç, t), ov; otrye, ifye, 0 7 c e cknrep, Tyirep, o-rrep, exceto no aspecto prosódico, diferente a acèntuação, e na inexistência de formas específicas de vocativo nos dois compostos de oç, tj, o. Segue o paradigma ôiKcaã a flexão do feminino de oloç, à, ov e Óttoioç, ã, ov, tanto em matéria desinencial quanto prosódica;
- Naturalmente, a flexão de ocrye, Tyye, cíye e o cr—c / c l
irep, TíyTTep, o-rrep é tal qual à do relativo simples, seguido, em cada forma, da partícula enfatizante, -ye ou Trep, indeclinável, invariável, inalterada, a mesma sempre em todas as inflexões.
3. Acentuação
- Pronomes,-é em todos posicionai a acentuação. Posto na penúltima na forma base, nom. sing., em todos, nos três gêneros, nesta sílaba se conserva em toda a flexão. Em outros termos, o acento estará sempre na penúltima;
- Na flexão de ^Xlkoç, t], ov e c>o-o<;, ov, cuja penúltima é breve, o acento posto sempre nesta sílaba, será agudo em todas as formas;
- Na flexão de oloç, ã , ov e ottoioç, ã , ov, cuja penúltima, di
tonga!, é longa, ocorrerá o acento agudo nas formas em que longa é também a desinência (do masculino o gen. e dat. sing., o dual todo e do plural gen., dat. e acus.: 10 formas; do feminino as inflexões todas do sing. e dual e gen., dat. e acus. pl.: 13 formas; do neutro gen. e dat. sing., o dual todo e gen. e dat. pl.: 9 formas, num total de 32 inflexões), enquanto circunflexo terá de ser o acento nos TREZE casos cuja desinência é breve (nom., acus. e voc. sing. e nom. e voc. pl. do masculino; nom. e voc. pl. do feminino e nom., acus. e voc. sing. e pl. do neutro);
- Por sua vez, oaye, r\ye, oye e ocrrrep, Tyirep, oirep, compostos de relativo tônico e partícula átona, enclítica, esta em nada a influir no processo prosódico, acentuam-se em termos do compo-
644
nente dominante, logo, na exata forma das inflexões regulares do relativo indefinido octtiç, oti, observado que não há nestes nem formas alternativas, nem trissilábicas;
- Portanto, destes dois relativos compostos, acentuados como os substantivos de tonicidade na última da 1- e 2- declinações, são properispômenas DEZOITO das inflexões (todas as formas genitivas e dativas, nos três gêneros, em todos os números), paroxítonas as DEZOITO restantes (nom. e acus. dos gêneros e números todos).
7.6 - Concordância- Polarizados para com o termo a que se reportam e que re
presentam na cláusula, por isso designado como antecedente, com ele concordam os relativos no que tange a número egênero e se lhe reportam à mesma pessoa. Dele independem, porém, quanto ao caso, determinado que é este pela função exercida na frase;
- Portanto, podem antecedente e relativo aparecer em casos diferentes, embora sempre, normativamente, no mesmo gênero e número;
- Exemplo desta concordância genérico-numérica e da autonomia de caso temos em sentença como: koí ovtx} êaTiv t) TrappTjcría rjv exofxev 'rrpòç carróv - E esta é a confiança que temos diante dele (I Jo 5.14);
- A forma relativa simples r\v - que, a qual - tem por antecedente o substantivo Trappinaía - confiança - , feminino, singular, pelo que também o relativo, conseqüente que é, se acha nesse gênero e número. Todavia, enquanto Trapp^aía, sujeito de forma verbal finita, está em nominativo, T)v, objeto direto do transitivo exo|xev - temos - se acha em acusativo;
- Logo, está a concordar o relativo r\v com o antecedente TTOtppT|crLO£. em gênero (ambos femininos) e número (ambos no singular), mas a divergir quanto ao caso (irapp^cría em nominativo, rjv no acusativo), já que exercem funções sintáticas diferentes.
7.7 - Atração- Não raro é assumir o relativo conseqüente, quando deveria
645
estar no acusativo, a forma do genitivo ou do dativo, se em qualquer destes casos está o antecedente. A esta variação dá-se o de- signativo de atração, visto que é o relativo atraído para a forma, inflexão ou caso do antecedente. O inverso pode dar-se também, embora bem menos comum: o antecedente atraído para a forma casual do conseqüente;
- Ilustram esta dupla modalidade de atração exemplos tais os seguintes:
1. fxvTijjLoveijeTe tov \070v ov €70) eVuov v |x iv - lembrai-vos da palavra que eu vos falei (Jo 15.20). O relativo ov - que - objeto direto que é de elirov - eu falei - , deveria estar na forma acusativa, Òv. Como, porém, o antecedente \070v - palavra - , mercê da regência do imperativo |xvT||xov€veTe - lembrai-vos - está em genitivo, para este caso se transmutou, por efeito de atração do antecedente, a forma do conseqüente, donde, ov em vez de ov. É o acusa
tivo do conseqüente atraído para o genitivo do antecedente;c 1 /\ ^
2. ev copa r| ov 7iva>CTKei - em hora que não conhece (Mt 24.50). Transitivo, 7ivaxxKei requer objeto direto, pelo que o relativo T), nessa função, deveria estar no acusativo. Entretanto, atraído pelo antecedente, wpa, que está em dativo, para este caso se passou o relativo. E o acusativo do conseqüente atraído para o dativo do antecedente;
3. Ái0ov ov aneôoKL|xaorav 01 oiKoôoixovvTeç, oíÍtoç eye— vTj0T| et? KccpaXriv 7CJviaç - A pedra que os edificadores rejeitaram, esta se tornou em chave de construção (Mc 12.10). Nesta citação do Salmo 118, versículo 22, segundo o texto da Septuaginta, XÍ0ov - pedra - é o sujeito virtual da forma finita è7 evr|0Ti - tornou-se - , aor. pass. Ind. Deveria, por isso, achar-se em nominativo, o que, aliás, é ainda mais de esperar-se uma vez que o sujeito atual, o demonstrativo ovtoç - este - , alheio ao texto hebraico, redundante, se acha nesse caso. Atraído, porém, pelo caso do conseqüente, o relativo ov- que - assumiu a forma do acusativo. É, pois, a atração do nominativo do antecedente para o acusativo do conseqüente.
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- Nem sempre vem explícito o antecedente. Comum é o tipo
de cláusula em que apenas o termo conseqüente, o relativo, se faz claro, omitido ou implícito o antecedente, de sorte que enfeixa esse pronome, a um tempo, virtualmente, ambas as funções. Tem-se, nestas circunstâncias, a chamada elipse do antecedente;
‘3’ /- Exemplo desta elipse do antecedente vê-se em ápa 7c
7 ivcxtk€i<s a avcryivwaKeiç - entendes, porventura, o que estás a lerl (At 8.30). O relativo a - que - é objeto direto de àvoryivíocrKeiç- estás a ler. Deveria ocorrer-lhe antecedente, que seria objeto di
reto de 7 ivcóorK€i<s - entendes - , a corresponder ao integrativoo da tradução. Tal poderia ser o demonstrativo éiceiva (aquilo, aquelas coisas) ou o artigo Ta, subentendido o substantivo plural neutro 'irpa7 |xaTá - coisas. Logo, a sentença completa, presente esse elemento, seria: àpá 7c 7 ivüxxKei<; eKeíva a avor/ivcocrKeiç; ou: apa 76 7 iv(octk€l<; Ta ('irpofyixaTá) ct ava7 ivwcrKei<;. Houve, pois, no
texto, elipse deste antecedente;- Modalidade combinada de atração e elipse subsiste em cer
tas locuções adverbiais de tempo reduzidas, ora a espelhar apenas forma adverbial ou preposicional seguida do relativo simples no gen. sing. neutro o-u, em lugar do dativo co, atraído para aquele caso pela frase antecedente tov xpóvov - 0 tempo - , que sofreu elipse;
-T a is seriam:1 . a(p'ov, forma reduzida de ano tov xPovoru (ev) & - desde
o tempo em que;2. àxpi(<5) ov, forma reduzida de axpt tov xpovov (ev) w - até,
até o tempo em que;3. ecoç ov, forma reduzida de ecos tov xpovov (ev) & -a íé , até
0 tempo em que; e4. |xe'xpi(ç) ov, forma reduzida de |xéxpi tov xpóvov (ev) w -
até, até o tempo em que;- Similar será a locução êv á> - enquanto ou até, em que o pro-
nome está no dativo, não tanto porque associado à preposição ev,
mas em razão da atração do antecedente, ora elíptico, tw XPovt£'
7.8 - Elipse
647
/ o ^Eqüivale, pois, a ev tw xpówo (ev) 6), explicitados todos os ele- U, t-
mentos;A
- Paralela é a locução conclusivo-causal av0'ó>v - donde, por-/\que, pelo que - , em que o relativo o>v teria por antecedente a frase tü>v Trpa fjuxTcov - as coisas - em genitivo, como exige a preposição ãvTi - em lugar de -, cuja vogal final se elide e a lingual t , seguida de aspiração forte, se faz 0. Portanto, completa, a expressãoseria: avTi twv 'npcryixcmov cov (o relativo atraído pelo antecedente).
8. VOCABULÁRIO
290. cxôikos, ov - Injusto, falso, enganoso, perverso, iníquo, ímpio.291. aipto, ápoi, Tjpá, -rçpKa, ^p|xai, Tip0T]v - Erguer, elevar,
suspender, levantar, carregar, remover, levar, tirar, retirar, matar, destruir.
292. aící)v, alwvoç, o - Era, período, dispensação, século, mundo, eternidade.
293. aXXoç, oXKt], aXXo - Outro, outrem.
- Contrasta-se com eTepoç, ã, ov, que indica normativamente diferença de QUALIDADE, enquanto aXXoç, nq, o aponta para diferença de QUANTIDADE, aquele distinção EM NATUREZA, este distinção EM NÚMERO.
294. a|xvò<;, oí), 8 - Cordeiro.295. amoToç, ti, ov - Incrédulo, infiel, falso, pérfido, traiçoeiro.296. aTrocrToXrj, % , f) - Apostolado, múnus apostólico, nunciatu-
ra, embaixada.297. apx<*>v, apxovros, Ô - Chefe, líder, comandante, potentado,
governador, magistrado, dignitário, príncipe, administrador.298. pXé-TTü), pXevJ/co, epXeiJíá, pépXetpôt, pépXejxfxai, e|3Xé—
cp0Tiv - Ver, olhar, perceber, enxergar, observar.299. ye . Partícula pospositiva adverbial intensiva, enclítica,
enfatizante - De fato, realmente, assim, em verdade, destarte, certamente.
648
300. eXáxLcrToç, tj, ov. Superlativo de 0XÍ70Ç, t], ov - pouco, reduzido, pequeno - Mínimo, menor, pouquíssimo, pequeníssimo, apou- cadíssimo.
301. erravpiov. Avérbio de tempo, composto da preposição
em , mais a forma adjetivo-adverbial avpiov - Amanhã, seguinte, imediato (referindo-se a dia).
302. errei. Conjunção temporal, concessiva ou conclusiva- Quando, então, porque, desde que, visto que, uma vez que, pois que.
303. eiTipaívco, êmpr|CTO|Jiai, eTrefhjv, empeP^Ka, em|3é— (Uafxai, è-TrepáG^v. Composto da preposição erri e de [3aív<o - ir - Subir, ascender, entrar, embarcar.
304. €7riKÒtXvfx|xa, êmKa\v|X|jiaTo<;, to - Coberta, cobertura, revestimento, capa, véu, pretexto.
305. ep7ov, ou to - Obra, trabalho, labor, ação, atividade, produto, feito, encargo, tarefa, empreendimento.
306. epxofxoti, e\evCTO|xai, ^X-Gov, eX.TjX.v6a , , , - Ir, vir,passar.
307. ÇiÇáviov, ov, to - Cizânia, joio.308. Xôe. Interjeição; propriamente, a 2- p. s. do 2- aor. at. Im
pe r. de o pato - ver; acentuada, também, na última: lôe - E is .309. €IepoaóXv|xá,cIepoaoXvjxaT(ov, Ta. Nome próprio plural.
Aparece também com espírito fraco. Duas outras formas ocorrem, ademais: cIepocró\vfxá c Iepocro\vfji/Tis, ^ (feminina da 3- classe da1 - declinação) e IepovaaArfix, indeclinável - Jerusalém.
310. iva . Conjunção final ou conclusiva - Para que, a fim de que, de sorte que, assim que.
311. KaKia, ã s , y\ - Maldade, perversidade, malignidade, ruindade, depravação, calamidade, mal, doença.
312. KaKos, t], ov - Mau, ruim, maldoso, perverso, maligno, depravado, corrupto, indigno, prejudicial.
313. (xxxTTrjpiov, ov, to - Segredo, mistério, arcano, fato oculto, questão secreta, coisa desconhecida.
314. va i. Advérbio de afirmação - Sim, de fato, em verdade, realmente.
649
315. o s , 1, Ò'. Pronome^elativo simples- O qual, quem, que.- O gen. sing. neutro ou, adverbializado, significa: onde.316. ocms, Tyris, o tu Pronome relativo indefinido, composto
do relativo simples os, t], o, mais o indefinido t is , t i — Quem quer que, o que quer que, qualquer que.
317. otjkctu Advérbio de negação, composto de ov - não ~ (in
serida a gutural k antes de vogal com espírito fraco) e de e r i - ainda- Não mais, nem ainda, não além.
£ \j £318. iras , Troara, irav. Pronome indefinido - Todo, toda, tudo;
inteiro, total; cada, qualquer.
319. ttoA/us, ttoXXtq, ttoXu. Pronome indefinido - Muito, muita.- O plural oi ttoXXoi significa - a maioria, a massa, considerável
número.
320. TrovTipos, ã , ov - Mau, perverso, maligno, corrupto, ímpio, maldoso, maléfico, malévolo, desumano, cruel.
321. TTpcüTÓTOKos, ov, de alguns acentuado na penúltima: Trp<üT0TdK0S, ov. Composto de TrpcòTos, T|, ov - primeiro - e to— kos, ov, Ó - de tÍktcd - dar à luz, parir - Primogênito, filho mais velho, primeiro nascido, morgado.
322. oxppõryis, acppcryíôos, t) - Selo, sinete, carimbo, impressão, prova.
323. tls , tl . Pronome indefinido; enclítico - Algum, alguma, alguém, algo; um certo, uma certa.
324. t is , tu Pronome interrogativo - Qual? Quem? Que?- 0 acus. sing. neutro t í aparece em função de advérbio in
terrogativo, na acepção de: por que?325. Toiotrros, TotavTTj, toujuto(v ). Pronome indefinido cor-
relativo ou demonstrativo - Tal, tal que, de molde tal que, de tal tipo, de tal espécie.
326. vrrcryü), W r^a^ov, anríixol w ryy|xa i, 'Omíxô^v.Composto da preposição tnro mais o verbo 0/7(0 - conduzir - Levar, retirar, partir, sair, ir-se, afastar-se.
327. v 7ToXa(xpáv(0, imoXr)((x)v}jo|xai, vrreAapov, vrreíXT]—
(pá, vTreiXT]|JL|xai, WeXnr fAjcpGTqv. Composto de xnró, preposição,
650
e Xa|xf3ávco - verbo tomar - Lançar mão de, apropriar-se de, receber, acolher, assumir, supor, imaginar, pensar, responder.
328. vi}/io to<;, t}, ov. Forma de cunho superlativo - Altíssimo, supremo, climático, sumo, elevadíssimo, excelso, augusto.
329. o)ctt€. Conjunção conclusiva; composta da conjunção cSç, proclítica, e da conjunção Te, enclítica, donde acentuar-se a proclíti- ca, embora longa, breve a última, com agudo - De sorte que, de modo que, portanto, destarte, assim, conseqüentemente.
- Pode funcionar como conjunção final - A fim de que, paraque.
9. EXERCÍCIO
LER, FLEXIONAR, ANALISAR, TRADUZIR:141. o t i ê£ ccvtov kou ô i'a im n) Ka i eis avTov t à TvávTa
avTW rj 8o£a eiç touç a ííú vaç (Rm 11.36).142. 8iòt t i (xeTa tcov TeXoovôv Ka i a|xapT(oXóí)v e a B ie i ô
ÔiôácrKaXoç 'UjJLtov (Mt 9.11).143. ei 8é t i s Trvevixa X p io r o v ovk e x e i , ovtoç ovk €cttlv
avTov (Rm 8.9).144. ei aXXoiç ovk eifxi aTTÓoroXoç, aXXa ye vfxív eljxi
^àp acppa7 Íç |xov Tfjs àTTooToXrj*; v|xeiç eore ev Kvpíço (I Co9.2).
145. o t i ttoX X o i 8 i 'a v T Ò v v - ir r^ o v T< u v " Io v8 a ícü v K a i e m a —
T e w v e i s T o v l^ a o w ( J o 12.11).146. ovtoi oi avGpwTTOL 8ovXoi tov 0eov tov 'õij/íoTov elcriv,
oiTives KaTaTvéXXovaiv vfxiv ôôòv crampías (At 16.17).147. Ka i o t i ovtoç ecT iv ó Xp lo to s , ò l^aot)?, ov Í 70) Ka—
Ta77eXXco vjjllv (At 17.3).148. ó moròç ev eXa ío Tco Kai ev ttoXXcú ttlotós ecr—
tlv , Kai ó êv èXaxioTío a 8 iK0 S Kai ev iroXXtó aôiKÓç èariv (Lc
16-10)-149. e i ôè x<*pLTi, 0VK6TL è£ ep7cov, è i r e i “f j x^pis ovkcti
7 iveTa i xápi'<5 (Rm 11.6).
651
150. mcrròç ôe o 0eòç otl o XÓ7 0 Ç t||xü)v ó Trpòç v|xa<; ovk
ccttiv va i Ka i ou (II Co 1.18).151. to |xucmrípiov tovto 1x67a I cttiv, €7ò) ôè \áyo> eíç
Xpioròv K a i eíç tt)v eKKÂ.T)Oxav (Ef 5.32).152. Ka l avTÒç èo r iv r| KecpaXrj tov orwfAaToç, tt jç ckkXti—
criaç oç ecrnv àpXT|, 'H'Píototoko'5 ck tüjv veKpàv (Cl 1.18).153. ô ôè Ktipioç to 'irvevfxa ccttiv. ov ôè to Trveífjxa Kvpíov
èXev0epía (II Co 3.17).154. á)ç èXev0epoi, Kai |xt| toç èmKaXv|A|xa èxovTeç ttjç
Ka K ia ç tt |v èXev0epiav, àXX'wç Geov ôovXoi (I Pe 2.16).155. Tfi CTravpiov ^Xeiret tÒv*It]ctovv Ipxófxevov Trpòç av—
tov, K a i Xe^ei. lôe ó á|xvòç tov 0eov Ó aipwv tt^v afxapTÍav
TOV KOCTjXOV (Jo 1.29).156. oiTiveç tç> ílavXcp eXe7 ov ôtà tov Trvev^aTos jXT]
emfSaiveiv eíç IepocroXvfxa (At 21.4).157. oí 7 ctp apxovTeç ovk euxiv cpopoç tcú cryaOco ep—
70a, aXXà Tw KaKío (Rm 13.3).158. axTTe aí, 7 Xíí)crCTai eiç cnrjixeíóv elcriv ov to íç ttictt€—
VOVCTIV àXXà Tolç ámOTOLÇ, T) ôè TTpOCp^Teta OV TOIÇ a-mOTTOlÇ
áXXà TÒiç TTtCTTevovCTiv (I Co 14.22).159. inixeiç ovv ôcpeiXofJiev vrroXajxpavetv tovç toiov—
Tovs/tva CTVvep7 0 i 7 ivoófxe0a tt} aXTjOeúj (III Jo 8 ).160. tò ôè KaXòv CTTrepjxa, oôtol euxiv oí vioi Trjç Pacu—
Xeiaç.Ta ôè £i£ávia eícriv o í vioi tov Trovripov (Mt 13.38).
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