Maria de Fátima Ramos Brandão Teoria e Prática Pedagógica em Informática 2 Ciência da...

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Maria de Fátima Ramos Brandão

Teoria e Prática Pedagógica em Informática 2

Ciência da ComputaçãoUnB

Novembro de 2010

Ontologia da Linguagem

Apresentação (1)

Ontologia da Linguagem

Motivação: a transformação do trabalho

A Linguagem

Componentes de uma conversação

Modelo do Observador

Apresentação (2)

Aprendizagem para mudanças

Enfoque Único x Enfoque Múltiplo

O Escutar

O Falar

Modalidades da Fala (Propor/Indagar)

Apresentação (3)

Atos Linguísticos Básicos

Afirmações x Declarações

Inquietude e Ações

Juízos

Pedidos, Ofertas e Promessas

Compromissos sociais

O Domínio da Ética

O Desempenho de Equipes

Ontologia da Linguagem

Ontologia - parte da filosofia que trata do conhecimento do ser

A ontologia da linguagem empresta o princípio da ontologia sobre o estudo da natureza dos seres a partir da tese de que todo fenômeno social é um fenômeno linguístico.

Referência : Ontologia del Lenguaje. Rafael Echeverria, Dolmen Ensayo, 5a Ed, Chile, 1998.

Motivação: A transformação do trabalho

- Mudança das relações de trabalho de natureza individual, mecânica e manual, com predomínio do poder e do controle, do gerente, e do uso da emocionalidade do medo

X- o paradigma das relações de trabalho

em equipes, de tarefas complexas, de aprendizagem organizacional permanente.

A LINGUAGEM

• A linguagem não só descreve as coisas como também faz com que se sucedam coisas

=> A linguagem cria a realidade

• A linguagem é ação

=> A linguagem modela o futuro

• A linguagem gera ser

LINGUAGEM

EMOCIONALIDADE

COMPONENTES DE UMA CONVERSAÇÃO

CORPO

ESCUTAR

FALAR

ESTADOS DE ÂNIMO

EMOÇÕES

BIOLOGIA

CORPORALIDADE

TIPOLOGIAS DAS CONVERSAÇÕES

1 - ESPAÇO PÚBLICO

• Conversas Públicas • Conversas Privadas

2 - PROBLEMAS

• de Juízos e Explicações• de Justificativas• de Coordenação de Ações• para Possíveis Ações • para Possíveis Conversações• para Construção de Relações

SISTEMASISTEMA

OBSERVADOR AÇÃO RESULTADOS

MOAR -Modelo do Observador, Ação e Resultados

MOAR -Modelo do Observador, Ação e Resultados

Resultados SATISFATÓRIOS

Confirma a validade da observação e do atuar

INSATISFATÓRIOS Continua insatisfeito (sem mudar a

ação) ou procura Aprender

RESULTADOS

MOAR -Modelo do Observador, Ação e Resultados

SATISFATÓRIOS - Não modifica nada

INSATISFATÓRIOS

1a ORDEM:

Modifica o Atuar

Aprendizagem

2a ORDEM:

Modifica o Observador

Obstáculos comuns na Aprendizagem

•“Isso eu já sei.”

•Isso é chato

•Não vou conseguir

...

SISTEMASISTEMA

OBSERVADOR AÇÃO RESULTADOS

Aprendizagem de Segunda Ordem

Aprendizagem de Primeira Ordem

Avaliação

Aprendizagem para Mudanças nos Resultados

Aprendizagem para Mudanças

• Enfoque Único

• Enfoque Múltiplo

Requer AVALIAÇÃO PERMANENTE de RESULTADOS segundo

as abordagens de Observador de:

Enfoque Único de Observador

• Mudanças táticas para atuar nas Ações

•Reforço do ponto de vista do Observador.

Comportamento do Enfoque Único

•“As coisas são como eu as vejo.”•“Eles não entendem nada.”•“Tenho que conseguir que eles atuem corretamente.” •“Eles tem objetivos estreitos.”•“Minha raiva esta justificada.”

SISTEMASISTEMA

OBSERVADOR AÇÃO RESULTADOS

Avaliação

Aprendizagem para Mudança nos

Enfoques Único e Múltiplo

Mudanças táticas

Reforço ou Mudança Profunda

Enfoque Múltiplo de Observador

• Mudanças táticas para atuar nas Ações

•Mudanças Profundas (Ser) para atuar no Observador.

ENFOQUE ÚNICO

•Tarefa : Que os demais aceitem meu enfoque

•Ações : Convencer, subordinar, neutralizar, eliminar

•Expressões : “Isso não é assim.”“Como você não entende?”

•Ideal ético: TOLERÂNCIA

ENFOQUE MÚLTIPLO

•Tarefa : Entender a legitimidade do outro com as nossas diferenças•Ações :

Integrar pontos de vista para expandir possibilidades

•Expressões : “Hummmm... Penso diferente.”“Isso não é interessante?!”

•Ideal ético: RESPEITO

Enfoque Único e Enfoque Múltiplo

Observador Ação

Tipo de Enfoque Modalidade de Alinhamento

Opção A

Opção B

Único

Múltiplo

Impor

CompreenderCompartilhar

O ESCUTAR

1 - O ESCUTAR VALIDA O FALAR

2 - ESCUTAR NÃO É OUVIR Quando escutamos construímos uma história sobre o futuro

3 - Envolve o escutar - das AÇÕES - das inquietudes - do possível - da alma humana

FERRAMENTAS DO ESCUTAR EFETIVO

1 - CHECAR ESCUTAS

2 - APLICAR UMA BATERIA DE PERGUNTAS•Fala a partir do quê? •Quais ações estão envolvidas? •Quais são as conseqüências? •Que possibilidades se abrem e fecham?

3 - COMPARTILHAR INQUIETUDES

INDAGAR PARA UM ESCUTAR EFETIVO

1 - PASSADO (Observador)• Com base no que esta pessoa fala o que fala?

2 - PRESENTE (Ação)•Quais são as ações envolvidas no que esta pessoa esta dizendo?

3 - FUTURO (Resultados) • Quais são as conseqüências dessas ações?• Que possibilidades se abrem e fecham com o que essa pessoa fala?

O FALAR

Falar é atuar.

Poder transformador da

palavra.

Que ações executamos ao

falar?

MODALIDADES DA FALA

PROPOR : a partir de nossas inquietudes,

revelando nossa forma de observar e os

cursos de ação que consideramos mais

adequados.

INDAGAR : para que o outro revele as suas

inquietudes, sua forma de observar e os

cursos de ação que considera mais

adequado.

Combinações possíveis de FALA

Explicação

Imposição

Alto

PROPOR

Baixo

Baixo Alto

INDAGAR

Reconhecimento

Desvinculação

Aprendizagem Mútua

Desenho Estratégico

InterrogaçãoAveriguaçãoChecagem

ATOS LINGUÍSTICOS BÁSICOS

1. Afirmações: falamos do mundo ao nosso redor.

Normalmente chamamos de descrições.

• Podem ser verdadeiras ou falsas

• Podem ser Relevantes ou Irrelevantes

• Se referem as nossas observações acerca do

mundo. Podem ser validadas em certo espaço de

distinções (sociais e históricas) determinadas.

ATOS LINGUÍSTICOS BÁSICOS

2. Declarações : não falamos do mundo

e sim geramos um novo mundo.

Podem ser: Não, Sim, Ignorância,

Obrigado, Perdão, Amor, Inquietude,

Promessa

- Estão relacionadas com o poder (força ou

autoridade) de gerar um mundo diferente

fazendo com que as declarações sejam

cumpridas.

Declarações

A ação de fazer uma declaração gera uma

nova realidade.

A palavra transforma o mundo segundo a

vontade de quem fala e segundo o poder

ou autoridade que lhe foi outorgada.

Portanto, as declarações são válidas ou

inválidas segundo o poder da pessoa que

fala.

Declarações Fundamentais

1. Não,

2. Sim,

3. Ignorância,

4. Obrigado,

5. Perdão,

6. Amor

Afirmações x Declarações

As afirmações exprimem

nossas observações e existem

dentro de um espaço de

distinções determinado.

Todo espaço de distinções é

um espaço declarativo.

Afirmações x Declarações

Somente podemos intervir

num mundo que somos

capazes de reconhecer.

Nossa capacidade de

observação é decisiva para o

exercício adequado de nossa

capacidade de intervenção.

Afirmações x Declarações

Algumas afirmações podem

não fazer sentido em termos

de minhas possibilidades de

ação.

Podem, portanto, ser

Relevantes ou Irrelevantes

segundo a relação que tem

com nossas inquietudes.

Inquietude

Inquietude

Surge em resposta a pergunta

Por que atuamos ? Por que

falamos?

Atuamos como forma de

atender a nossa existência,

intervindo no curso dos

acontecimentos, de maneira

natural.

Inquietude

No atuar expressa-se o

suposto de uma certa

insatisfação -inquietude - que

nos incita a atuar.

Como conseqüência,

as ações não se justificam por

si mesma.

Ação <-> Inquietude

As ações geram também as

interpretações capazes de

conferir sentido ao atuar.

A relação entre ação e

inquietude pode ser

estabelecida em ambos os

sentidos.

Promessas

As promessas são atos

lingüísticos diferentes de

declarações e afirmações;

funcionam dentro de um espaço

declarativo; permitem

coordenar ações.

Ampliam nossa capacidade de

ação a partir da coordenação

de ação com os outros.

Promessas

Implicam em um compromisso

mútuo.

Compreendem quatro elementos

fundamentais:

- um orador

- um ouvinte

- uma ação a ser realizada

- um fator tempo

Promessas

Envolvem dois processos

involuntários:

- fazer a promessa

- cumprir a promessa

Ambos os processos necessitam de

pontos de fechamento:

- declaração de aceitação

- satisfação

- agradecimento

Promessas: Pedidos e Ofertas

Promessas envolvem pedidos e ofertas

uma vez que necessitam do

consentimento mútuo entre as partes.

Pedidos : a ação pedida será realizada

pelo ouvinte para satisfazer uma

inquietude do orador.

Ofertas : a ação ofertada será realizada

pelo orador em razão de uma inquietude

do ouvinte.

Promessas

A ação de fazer uma

promessa envolve :

- Fazer um Pedido/Oferta

- Declarar a aceitação

Os pedidos e ofertas podem

ser aceitos/recusados.

Promessas: pedidos e ofertas

Ao pedir, nos constituímos como pessoa

e nos conferimos numa forma de vida

particular.

- Se pedimos, transformamos nossa

forma de ser.

- Se não ofertamos, assumimos papel

passivo em apresentar-se para os

outros como possibilidade. Não

assumimos a responsabilidade de se

fazer reconhecer => Identidade.

Promessas: pedidos e ofertas

Problemas :

- não saber fazer pedidos/ofertas

ou apenas em espaços delimitados

(família, amigos,...)

- esperar que os outros adivinhem

o que lhes inquieta

- ficar ressentido e culpar os

demais pelas promessas que nunca

foram pedidas.

Promessas: pedidos e ofertas

Problemas de confusão entre pedidos e ofertas:

- crença de que dizer que algo não lhe gosta seja equivalente a pedir que aquilo se modifique;

- Não saber fazer pedidos concretos e claros.

- Não estabelecer um fator de tempo para o cumprimento da promessa.

Promessas: pedidos e ofertas

Problemas do ouvinte não saber

aceitar ofertas ou recusar pedidos:

- Dizemos Sim quando

consideramos que deveríamos ter

dito Não.

Que preço pagamos em nossa

identidade, auto-estima, dignidade

quando não somos capazes de

dizer Não? Que conseqüências tem

para nossas vidas?

Pedido ou oferta Aceita

O pedido/oferta foi aceito e o

orador entende que o que se

prometeu resultou ser diferente

daquilo que foi entendido pelo

ouvinte

Conseqüência - Frustração

Promessas

Quando fazemos uma promessa, nos

comprometemos nos domínios da

sinceridade e da competência.

- Sinceridade : juízo que fazemos das

conversações e compromissos públicos

contraídos pela pessoa que fez a

promessa;

- Competência : juízo sobre a pessoa

que fez a promessa está em condições

de executá-la efetivamente.

Promessas

Quando as condições de satisfação não

são atendidas, por qualquer dos

fatores, sinceridade ou competência, a

confiança é afetada.

- Desconfiança : surge do juízo que

fazemos das pessoas que realizam

promessas sem a sinceridade ou

competência necessária para que

possamos ter assegurado o seu

cumprimento.

Compromissos sociais

Os compromissos implícitos nas

promessas são de grande importância

na vida social e na coordenação de

ações.

Os diferentes atos lingüísticos implicam

em diferentes compromissos sociais.

Quando falamos não somos inocentes.

Sempre somos responsáveis pelos

compromissos sociais implícitos em

nossos atos lingüísticos.

Atos lingüísticos fundamentais

1. Afirmação : me comprometo com a

veracidade do que digo;

2. Declaração : me comprometo com a

validade, com a coerência e adequação

do que foi declarado;

3. Promessa : me comprometo com a

sinceridade da promessa e com a

competência para satisfazer as

condições estabelecidas para seu

cumprimento.

A linguagem

A linguagem na concepção tradicional,

assume papel descritivo e passivo.

Na concepção ontológica, a linguagem

gera a realidade.

Aquilo que está além da linguagem, não

se pode falar. Logo, a linguagem

aponta para realidade existente e

conhecida no domínio da linguagem.

A linguagem

A linguagem assume uma interpretação

gerativa e não descritiva.

Somos, portanto, seres lingüísticos.

Nossa realidade é uma realidade

lingüística.

Construímos um mundo a partir de

nossas distinções lingüísticas, com

nossas interpretações e relatos e com a

capacidade que nos proporciona a

linguagem para coordenar ações com os

outros.

FIM