Mônica Yukie Kuwahara EXPANSÃO DA COLONIZAÇÃO A mineração e a ocupação do Centro-Sul.

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Mônica Yukie Kuwahara

EXPANSÃO DA COLONIZAÇÃO

A mineração e a ocupação do Centro-Sul

Mônica Yukie Kuwahara

Objetivos

Conhecer a estrutura e a dinâmica da atividade mineradora, o que implica em identificarSua relação com outras atividadesA forma dos fluxos de rendaEfeitos sobre a economia colonial Impactos de sua regressão

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Antes porém, alguns antecedentes

O final da União Ibérica deixa a economia portuguesa fragilizada: perde marinha, perde principais entrepostos no oriente e se encontra endividada

Solução para Portugal é “voltar ao ponto de partida”

OURO

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As primeiras notícias de ouro

Princípios do século XVIII – descoberta de jazidas auríferas significativas – 1ª descobertas em São Vicente (final do séc. XVII - 1696)

Diante do processo de reforço do “exclusivo metropolitano” a atividade mineira inicia- se sob controle minucioso da metrópole

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Desde o início:

É possível a livre exploração, no entanto, a atividade é extremamente fiscalizada e à coroa reservava-se, como tributo, a 1/5 parte do ouro extraído.

1702 – As linhas gerais da administração das Minas é estabelecida pelo Regimento dos Superintendentes, com a figura dos Guarda – Mores e com a nomeação de Oficiais Deputados para as minas de ouro

A estrutura administrativa

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dirigida pelo superintendente dirigia a mineração, fiscalizava e

encarregava- se da cobrança de tributos organizavam- se em cada capitania

onde se descobriu- se ouro subordinavam- se única e

exclusivamente ao governo metropolitano

Intendência de Minas

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realizavam a demarcação do terreno e distribuía aos mineradores as datas (propriedades mineradoras)

o descobridor escolhia livremente a data Fazenda- Real escolhia as 2ª, mas,

normalmente, vendia- as em leilão entregues as datas – exploração em 40 dias

Guarda- Mores

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Solução para as dificuldades de fiscalização diante do intenso contrabando motivado pela forma de ouro em si (pepitas) e pela taxação considerada exorbitante

Nas casas de fundição todo o ouro era necessariamente recolhido, fundido em barras e marcado com o selo real

Outras formas de manuseio eram proibida

Casa de Fundição

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Quota anual mínima de 100 arrobas aproximadamente 1500 quilosQuando não alcançada, procedia- se à derrama para completar a quota.

A partir de 1762 o quinto não atinge 100 arrobas

Ultima Derrama marcada 1788- suspensa pelas possibilidade da Consp. Mineira Tiradentes

Quanto aos impostos.....

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Estrutura da exploração econômica da mineração (1) Importância do recrudescimento do

exclusivo metropolitano, reforçando a administração portuguesa para compreender a estrutura

As formas de exploração envolviam grandes “empresas” de mineração – lavras com grande quantidade de escravos e mais capitalizada

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Estrutura da exploração econômica da mineração (2) A segunda forma de exploração eram os

faiscadores onde há a participação de trabalhadores livres e a atividade é menso capitalizada

Ambas são divididas em datas Não existia ligação forte com a terra pois

o ouro era de aluvião e sua curta vida útil fazia com que a empresa se organizasse para poder se deslocar facilmente

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Estrutura da exploração econômica da mineração (3) Portanto a organização da mineração é

marcada pela “incerteza e correspondente mobilidade da empresa, alta lucratividade e correspondente especialização com participação direta da metrópole na administração”

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Dinâmica econômica da mineração

Devido a alta lucratividade inicial e a concentração de recursos na atividade extrativista, a mineração promovia pressão pela elevação dos preços de alimentos

Pelo fato de estar localizada nas regiões mais interioranas, dependia do sistema de transporte, principalmente do gado e muares do sul, integrando a região rio grandense à economia colonial

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Relação da mineração com a pecuária sulina (1) Pecuária é pré-existente Ciclo do ouro abre novo ciclo de

desenvolvimento para atividades do sul Mineração eleva a rentabilidade da

pecuária que se expande utilizando novas terras e ampliando rebanho

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Relação da mineração com a pecuária sulina (2) Cria interdependência de regiões ao criar

zonas de especialização para criação, engorda, abate, distribuição e consumo, unidas pela demanda de gado que aumenta com a exploração do ouro

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Fluxos de renda Atividade de “vida” curta dada a alta

rentabilidade e exploração móvel Nível de importações é menor,

apresentando maior potencial de mercado, pois a distância do litoral encarece estas compras

Maior porcentagem de trabalhadores livres

Tendência a descapitalização

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Por que a atividade apresenta tendência a descapitalização? (1) Alta rentabilidade concentrada no tempo

atrai recursos para atividade exploratória A necessária mobilidade da estrutura não

fixa população à terra Atividade gera intensa demanda de

alimentos em regiões circunvizinhas, pressionando preços de alimentos

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Por que a atividade apresenta tendência a descapitalização? (2) Quando o ouro se torna escasso, os

gastos correntes tendem a superar o faturamento e a alta rentabilidade possível mantém empresários na atividade.

Assim, progressivamente, os empresários tendem a gastar o que acumularam....

Tendência a descapitalização... (ver gráfico...)

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Consequências da mineração

Ocupação da região meridional Integração da pecuária sulina à economia

colonial Possibilidade de ascensão social Criação do mercado interno potencial Tendência a descapitalização impede mercado

interno de se integrar Financiamento da Revolução Industrial Inglesa

(ver Tratado de Methuen 1703)

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Tratado de Methuen “Tratado assinado em 27 de Dezembro de

1703 entre Inglaterra e Portugal, pelo qual este ficava obrigado a abrir o seu mercado à importação de lã inglesa, tendo como contrapartida a exportação facilitada dos seus vinhos para Inglaterra. Embora tenha contribuído para a afirmação da produção vinícola em Portugal, condenou à destruição a incipiente indústria de lanifícios portuguesa. Vigorou até 1836.”

Fonte: http://historiaaberta.com.sapo.pt/lib/doc002.htm

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LEITURAS BÁSICAS

FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. 22 ed. São Paulo: Cia Ed Nacional, 1987, capítulos XIII, XIV e XV

PRADO JR, Caio. História Econômica do Brasil. 46 reimpressão. São Paulo: Brasiliense, 2004, cap. 7

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Leitura recomendada

MENDONÇA, M. G & PIRES, M. C. Formação Econômica do Brasil. São Paulo: Pioneira Thompson Learning, 2002, cap 8

SIMONSEN, R.C. História Econômica do Brasil. Brasília: Editora Nacional, 1977, capítulos IX a XI

SZMRECSÁNYI, Tamás. (org). História econômica do período colonial. São Paulo: Hucite, 1996, Parte II “Ciclo do ouro e urbanização”