Post on 10-Dec-2018
o essencial sobre microrganismos
Margarida Buescu Saramago 2010/2011
Índice 3 – Staphylococcus aureus 4 – Streptococcus pyogenes 5 – Enterococcus 6 – Salmonella, Klebsiella, Proteus 7 – Yersinia 8 – Shigella, Escherichia coli 9 – Campylobacter jejuni 10 – Helicobacter pylori 11 - Haemophilus 12 – Neisseria gonorrhoeae 13 – Neisseria meningitidis 14 – Bacillus anthracis 15 – Bacillus cereus 16 – Corynebacterium dyphteriae 17 – Pseudomonas aeruginosa 18 – Treponema pallidum 19 – Borrelia, Leptospira 20 – Legionella pneumophila 21 – Chlamydia trachomatis 22 – Chlamydophila pneumoniae, Chlamydophila psittaci 23 – Mycoplasma, Ureaplasma urealyticum 24 – Rickettsia 25 – Clostridium
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Bacteroides fragilis e outras bactérias anaeróbias – 26 Mycobacterium – 27
Vibrio – 28 Parvoviridae – 29
Papovaviridae – 30 Adenoviridae – 31
Poxviridae – 37 Paramyxoviridae – 38
Orthomyxoviridae – 41 Coronaviridae – 42 Picornaviridae – 43
Caliciviridae – 46 Arbovírus, Togaviridae e Flaviviridae – 48
Vírus da hepatite – 51 Priões – 56
Retrovírus – 57 Fungos filamentosos (Aspergillus spp.) – 63
Fungos dimórficos – 64 Dermatófitos e Leveduras – 70
Protozoários intestinais e urogenitais – 73 Protozoários do sangue e dos tecidos – 80
Staphylococcus aureus (infecções dos tecidos moles)
• Morfologia – Estafilococos gram-positivos (“cachos”)
– Não esporulados
– Imóveis
– Capsulados
• Crescimento – Meios:
• Gelose de sangue – colónias lisas e amarelas
• Chapman/Manitol salgado
– Anaeróbios facultativos
• Características – β-hemolíticos
– Catalase +
– Coagulase +
• Factores de virulência – Cápsula
– Peptidoglicano endotoxina
– Ácidos teicóicos
– Proteína A
– PBP
– Coagulase
– Citotoxinas (α, β, γ, δ, leucocidina de Panton-Valentine)
– Esfoliatinas (ETA e ETB)
– Enterotoxinas resistentes ao calor
– TSST-1
– Hialuronidases
– DNAses, β-lactamases, coagulase, fibrinolisina, …
• Transmissão
– Directa
• Quadro clínico
– Foliculite
– Impétigo
– Celulite
– Bacteriémia
– Endocardite
– Artrite séptica
– Osteomielite
– Meningite
– Pielonefrite
– Pneumonia
– Empiema
• Tratamento
– Penicilina antigamente (resistência: β-lactamases)
– Meticilina MSSA (resistência: alteração do alvo)
– Vancomicina MRSA (resistência: gene vanA)
– Linezolide VRSA
• Staphylococcus coagulase negativos
– Biofilme
– Infecções em próteses, válvulas artificiais (S. epidermidis)
– S. saprophyticus infecções urinárias em mulheres jovens sexualmente activas
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Streptococcus pyogenes (amigdalites)
• Morfologia
– Estreptococos gram-positivos (“cadeia”)
– Não esporulados
– Imóveis
– Capsulados
• Crescimento
– Meios:
• Gelose de sangue
– α-hemolíticos (parcial, esverdeado)
– β-hemolíticos (total, transparente)
– γ-hemolíticos (ausente)
– Anaeróbios facultativos
• Características
– β-hemolíticos
– Catalase -
• Factores de virulência
– Cápsula
– Ácido lipoteicóico
– Proteína F
– Proteína M
– Toxinas pirogénicas
– Estreptolisina S
– Estreptolisina O
– Estreptocinase
– DNAse
– Peptidase C5a
• Transmissão
– Directa
– Inalatória
• Quadro clínico
– Infecções supurativas:
• Amigdalite/faringite
• Escarlatina
• Impétigo
• Erisipela
• Celulite
• SCT
• Fasceíte necrotizante
– Infecções não-supurativas:
• Glumerulonefrite aguda
• Febre reumática
• Tratamento
– Penicilina
– Macrólido (fenótipo M – gene mef; fenótipo MLS – gene erm)
• Nota – ver também S. agalactiae e S. pneumoniae
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Enterococcus (faecalis e faecium)
• Morfologia
– Diplococos gram-positivos (“cachos”)
– Não esporulados
– Imóveis
– Capsulados
• Crescimento
– Meios enriquecidos
– Anaeróbios facultativos
• Características
– γ ou β-hemolíticos
– Catalase -
• Factores de virulência
– Adesinas
– Resistência inerente às cefalosporinas
• Transmissão
– Directa
• Quadro clínico
– Infecção urinária
– Infecções intra-abdominais
– Bacteriémia
– Endocardite
– Infecções de feridas traumáticas ou cirúrgicas
• Tratamento
– Ampicilina/amoxicilina
– Glicopéptidos
– Associação dos anteriores com aminoglicosídeo
– Linezolide
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Salmonella não-typhi, typhi, paratyphi (gastroenterite e febre tifóide)
• Morfologia
– Bacilos gram-negativos
– Não esporulados
• Características
– Oxidase –
• Transmissão
– Alimentos contaminados (aves, ovos, …) não-typhi
– Contaminação cruzada não-typhi
– Feco-oral todas
– Moscas typhi e paratyphi
• Reservatório
– Aves não-typhi
– Homem typhi e paratyphi
• Serotipagem
– Antigénios somáticos O
– Antigénios flagelares H
• Quadro clínico
– Diarreira/gastroenterite não-typhi
– Febre tifóide typhi e paratyphi
– Septicémia
• Tratamento
– Sintomático re-hidratação
– Antibióticos de espectro alargado
Klebsiella e Proteus (pneumonia e infecções urinárias)
• Características
– Klebsiella:
• Cápsula
• ESBL
– Proteus:
• Fímbrias
• Urease
• Quadro clínico
– Infecções urinárias
– Pneumonia (imunossupressões) Klebsiella
• Tratamento
– Ampicilina
– Cefalosporinas de 2ª e 3ª geração
– Aminoglicosídeos
– Co-trimoxazol
– Quinolonas
– Nitrofurantoínas (infecções urinárias, excepto em Proteus)
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Yersinia pestis (peste bubónica)
• Morfologia
– Bacilos gram-negativos (“alfinete-de-ama”)
– Não esporulados
• Características
– Oxidase –
– Anaeróbios facultativos
• Transmissão
– Pulgas
• Reservatório
– Roedores (ratazanas)
• Quadro clínico
– Peste bubónica
• Tratamento
– Estreptomicina
Yersinia enterocolica, pseudotuberculosis (gastroenterite e pseudoapendicite)
• Morfologia
– Bacilos gram-negativos
– Não esporulados
• Características
– Oxidase –
– Anaeróbios facultativos
• Transmissão
– Alimentos contaminados
• Reservatório
– Muitos animais
• Quadro clínico
– Gastroenterite
– Adenopatia mesentérica (pseudoapendicite)
• Tratamento
– Sintomático re-hidratação
– Antibióticos de espectro alargado:
• Cefalosporinas
• Aminoglicosídeos
• Cloranfenicol
• Tetraciclinas
• Co-trimoxazol
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Shigella dysenteriae, flexneri, boydii, sonnei (shigelose)
• Morfologia
– Bacilos gram-negativos
– Não esporulados
• Características
– Oxidase –
– Anaeróbios facultativos
• Transmissão
– Feco-oral
– Moscas
• Reservatório
– Homem
• Quadro clínico
– Gastroenterite
– Disenteria
– Shigelose (diarreira com sangue)
Escherichia coli (infecção urinária e gastroenterite)
• Morfologia – Bacilos gram-negativos
– Não esporulados
• Características – Oxidase –
– Anaeróbios facultativos
• Factores de virulência – Adesinas
– Exotoxinas
– Antigénios:
• O – somático (LPS, resistente ao calor)
• H – flagerar (sensível ao calor)
• K - capsular
• Quadro clínico – Infecção cirúrgica
– Infecção urinária (baixa e alta)
– Meningite neonatal (estirpe K1)
– Septicémia
– Gastroenterite:
• ETEC
• EPEC
• EIEC
• EHEC – antigénio O157
• EaggEC
– Pneumonia, colecistite, peritonite, …
• Tratamento – Ciprofloxacina infecção urinária baixa
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Campylobacter jejuni (diarreia)
• Morfologia
– Bacilos gram-negativos(“vírgula” ou “gaivota”)
– Não esporulados
– Móveis
– Flagelados
• Crescimento
– Meio selectivo com sangue/carvão
– Capnofílicos
– Microaerofílicos
– 42ºC
• Características
– Não oxidam nem fermentam glícidos
• Factores de virulência
– Adesinas
– Enzimas citotóxicas
– Enterotoxinas
• Transmissão
– Leite
– Animais contaminados
• Quadro clínico
– Diarreia comum
– Disenteria
– Síndrome de Guillain-Barré
– Artrite reactiva
• Tratamento
– Diarreia comum:
• Rehidratação
• Reequilíbrio electrolítico
– Disenteria:
• Co-trimoxazol
• Quinolonas
• Macrólidos
– Infecções sistémicas:
• Aminoglicosídeos
• Cloranfenicol
• Imipenemo
• Campylobacter fetus aborto espontâneo
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Helicobacter pylori (gastrite crónica)
• Morfologia
– Bacilos gram-negativos
– Não esporulados
– Móveis
– Flagelados
• Crescimento
– Meios nutritivos
– Capnofílicos
– Microaerofílicos
• Características
– Não fermentam hidratos de carbono
– Catalase +
– Metabolizam aminoácidos
• Factores de virulência
– Urease
– Toxina CagA
– Citotoxina vacuolizadora (VacA)
– Flagelos
– Proteína inibidora do ácido
– Heat shock protein (HspB)
– Mucinases
– Fosfolipases
– Adesinas
– Superóxido dismutase
– Catalase
• Transmissão
– Feco-oral
• Quadro clínico
– Gastrite crónica
– Úlcera gástrica/duodenal perfurante
– Peritonite
– Hemorragia gástrica
– Carcinoma gástrico
– Linfoma MALT
• Factor protector contra refluxo gastro-esofágico
• Tratamento
– Terapêutica tripla:
• Inibidor de bomba de protões
• 2 antibióticos:
– Amoxicilina
– Claritromicina
– Metronidazol
– Terapêutica quádrupla:
• Inibidor de bomba de protões
• 2 antibióticos:
– Amoxicilina
– Claritromicina
– Metronidazol
• Tetraciclina (resistências)
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Haemophilus (influenzae tipo b – meningite)
• Morfologia
– Bacilos gram-negativos
– Não esporulados
– Imóveis
– Pleomórficos
• Crescimento
– Meios:
• Gelose de chocolate (factores X+V)
– Aeróbios ou anaeróbios facultativos
– Capnofílicos
– 35-37ºC
• Características
– Não-hemolíticos
– Catalase variável
– Oxidase +
• Factores de virulência
– Cápsula (com PRP)
• Transmissão
– Inalatória
• Quadro clínico
– Conjuntivite
– Sinusite
– Otite média
– Meningite
– Pneumonia
– Cancro mole H. ducreyi
– Conjuntivite “pink eye” H. aegyptius
• Tratamento
– Ampicilina
– Amoxicilina + ácido clavulâmico
– Cefalosporinas de 3ª geração
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Neisseria gonorrhoeae (gonorreia)
• Morfologia
– Diplococos gram-negativos (“grãos de café”)
– Não esporulados
– Imóveis
– Capsulados
• Crescimento
– Meios:
• Gelose de chocolate
• Thayer-Martin
• Martin-Lewis
• New York City
– Capnofílicos
– Aeróbios
– 35-37ºC
• Características
– Não-hemolíticos
– Catalase +
– Oxidase +
– Oxidam glicose (não fermentam)
• Factores de virulência
– Cápsula carga negativa “capsule-like”
– Fímbrias
– Proteínas membranares I e II
– Proteínas Opa e Rmp
– LPS endotoxina
– IgA protease
• Transmissão
– Sexual
• Quadro clínico
– Homem:
• Muito sintomático
• Uretrite purulenta
• Epididimite
• Prostatite
– Mulher:
• Muitas vezes assintomática
• Salpingite
• Doença inflamatória pélvica
• Infecção gonocócica disseminada
– Recém-nascido:
• Conjuntivite (oftalmia neo-natal)
• Tratamento
– Penicilina antigamente
– Cefalosporinas de 3ª geração
– Fluoroquinolonas
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Neisseria meningitidis (meningite)
• Morfologia
– Diplococos gram-negativos
– Não esporulados
– Imóveis
– Capsulados
• Crescimento
– Meios:
• Gelose de chocolate
• Gelose de sangue
– Capnofílicos
– Aeróbios
– 35-37ºC
• Características
– Catalase +
– Oxidase +
– Oxidam glicose e maltose (não fermentam)
– 13 serogrupos (+ importantes: A, B, C, Y e W135)
• Factores de virulência
– Cápsula
– Fímbrias
– Proteínas Opa e Rmp
– LOS endotoxina
• Transmissão
– Inalatória crianças <5 anos
• Quadro clínico
– Disseminação hematogénica
– Menigite
– Meningococcémia
– Pneumonia
– Artrite
– Conjuntivite
– Sinusite
– Endocardite
• Profilaxia/Prevenção
– Vacina (meningite C)
– Quimioprofilaxia:
• Rifampicina
• Minociclina
• Ciprofloxacina
• Tratamento
– Penicilina
– Cefalosporinas de 3ª geração (empírica)
– Cloranfenicol (alergia)
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Bacillus anthracis (carbúnculo)
• Morfologia
– Bacilos gram-positivos isolados ou emparelhados ou arranjados em cadeia longa (“serpentina”)
– Esporulados
– Imóveis
– Capsulados
• Crescimento
– Meios:
• Gelose de sangue
– Aeróbios ou anaeróbios facultativos
• Características
– Não-hemolíticos
• Factores de virulência
– Cápsula
– Antigénio protector (PA)
– Factor edematoso (EF)
– Factor letal (LF)
– Toxina edematosa (EdTx = PA+EF)
– Toxina letal (LeTx = PA+LF)
• Transmissão
– Inoculação carbunculose cutânea
– Ingestão carbunculose intestinal
– Inalação carbunculose respiratória
• Quadro clínico
– Carbunculose cutânea
– Carbunculose intestinal
– Carbunculose respiratória
• Tratamento
– Ciprofloxacina carbunculose cutânea
– Criprofloxacina ou doxiciclina + antibióticos carbunculose respiratória
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Bacillus cereus (infecções oportunistas)
• Morfologia
– Bacilos gram-positivos
– Esporulados
– Móveis
• Crescimento
– Meios:
• Gelose de sangue
• Características
– Não-hemolíticos
• Factores de virulência
– Enterotoxinas:
• Resistente ao calor forma emética
• Sensível ao calor diarreia
– Toxina necrótica
– Cereolisina
– Fosfolipase C
• Transmissão
– Ambiental (solos contaminados, etc.)
– Animais contaminados
• Quadro clínico
– Gastroenterite:
• Forma emética (vómitos)
• Diarreia
– Infecções oculares
– Infecções oportunistas
– Pneumonia semelhante a carbunculose respiratória
• Tratamento
– Sintomático rehidratação
– Infecções oculares:
• Vancomicina
• Clindamicina
• Ciprofloxacina
• Gentamicina
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Corynebacterium dyphteriae (difteria)
• Morfologia
– Bacilos gram-positivos (“fósforos”)
– Não esporulados
• Crescimento
– Meios:
• Gelose de sangue
• Específicos
– Aeróbios ou anaeróbios facultativos
• Características
– Catalase +
– Fermentam hidratos de carbono
• Factores de virulência
– Toxina diftérica
• Transmissão
– Inalatória
– Cutânea
• Quadro clínico
– Difetria respiratória
– Difteria cutânea
• Tratamento
– Antitoxina
– Penicilina
– Eritromicina
• Nota – ver também C. jeikeium e C. urealyticum
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Pseudomonas aeruginosa (infecções nosocomiais)
• Morfologia
– Bacilos gram-negativos normalmente em pares
– Não esporulados
– Móveis
• Crescimento
– Meios:
• Gelose de sangue
– Aeróbios obrigatórios
– 4-42ºC
• Características
– Oxidam glicose (não fermentam)
– Oxidase +
• Factores de virulência
– Cápsula
– Adesinas
– ETA
– Piocianina
– Pioverdina
– Elastase
– Biofilme
– Protease alcalina
– Fosfolipase C
– Exoenzimas S e T
• Transmissão
– Nosocomial (dispositivos médicos, lavatórios, …)
• Quadro clínico
– Doenças respiratórias
– Doenças urinárias
– Doenças dos tecidos moles
– Doenças oculares
– Bacteriémia
– Endocardite
• Tratamento
– Resistente a:
• Aminopenicilinas
• Penicilinas anti-estafilocócicas
• Cefalosporinas de 1ª e 2ª geração
• Tetraciclinas
• Cloranfenicol
• Macrólidos
• Rifampicina
• Glicopéptidos
– Mecanismos de resistência:
• Alteração do alvo
• Produção de enzimas
• Mecanismo de efluxo
– Opções terapêuticas:
• Associações de antibióticos aminoglicosídeo + β-lactâmico
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Treponema pallidum pallidum (sífilis)
• Morfologia
– Espiroquetídeos gram-negativos
– Não esporulados
• Crescimento
– Meio:
• Nenhum
– Microaerofílicos
• Factores de virulência
– Adesinas
– Hialuronidase
– Fibronectina
• Transmissão
– Sexual
• Quadro clínico
– Sífilis
– Neurosífilis
• Tratamento
– Penicilina
– Tetraciclina
– Doxiciclina
Outras subespécies de T. pallidum
• T. pallidum pertenue
– Transmissão – contacto com lesão
– Quadro clínico – yaws, framboésia, bouba
• T. pallidum endemicum
– Transmissão - oral
– Quadro clínico – bejel, sífilis endémica
• T. pallidum carateum
– Transmissão – contacto com lesão
– Quadro clínico – pinta
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Borrelia (febre recorrente e doença de Lyme)
• Morfologia
– Espiroquetídeos gram-negativos
– Não esporulados
– Móveis
– Flagelados
• Crescimento
– Microaerofílicos
• Factores de virulência
– Antigenic shift
• Transmissão
– Pulgas, carraças, piolhos, etc.
• Quadro clínico
– Febre recorrente epidémica B. recurrentis
– Febre recorrente endémica Borrelia spp.
– Doença de Lyme B. burgdoferi, B. garinii, B. afzelli
• Tratamento
– Tetraciclina ou eritromicina febre recorrente
– Doxiciclina ou amoxicilina doença de Lyme
– Cefuroxima ou ceftriaxona alternativas (Lyme)
Leptospira (leptospirose)
• Morfologia
– Espiroquetídeos gram-negativos
– Não esporulados
– Móveis
– Flagelados
• Crescimento
– Aeróbios
– Meio de Fletcher
• Transmissão
– Água contaminada
– Animais infectados
• Quadro clínico
– Leptospirose
– Meningite asséptica
– Doença de Weil
• Tratamento
– Penicilina
– Doxiciclina
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Legionella pneumophila (doença dos Legionários)
• Morfologia
– Bacilos gram-negativos
– Não esporulados
– Móveis
– Pleomórficos
• Crescimento
– Meios:
• Enriquecido com ferro e cisteína
– Aeróbios
• Características
– Não fermentam
– Catalase +
– Necessita de ferro e cisteína
• Factores de virulência
– Gene mip
– Gene pil E – peptidase (aderência)
– Citotoxinas
– Fosfolipases
– Metaloproteases
• Transmissão
– Inalatória
– Nosocomial
• Quadro clínico
– Doença dos Legionários
– Febre de Pontiac
• Tratamento
– Macrólidos:
• Azitromicina
• Claritromicina
– Fluoroquinolonas:
• Ciprofloxacina
• Levofloxacina
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Chlamydia trachomatis (tracoma e linfogranuloma venéreo)
• Morfologia
– Bacilos gram-negativos
– Não esporulados
– 2 formas:
• Corpo elementar
• Corpo reticulado
– Serótipos – A a L
• Crescimento
– Parasitas intracelulares obrigatórios
• Patogénese
– Destruição celular
– Resposta inflamatória
• Transmissão
– Sexual
• Quadro clínico
– Tracoma (A, B, Ba, C)
– Conjuntivite de inclusão no adulto
– Conjuntivite neonatal
– Pneumonia neonatal (D a K)
– Infecções urogenitais (D a K)
– Linfogranuloma venéreo (L1, L2, L2a, L3)
• Tratamento
– LGV:
• Doxiciclina
• Eritromicina
– Infecções oculares e urogenitais:
• Azitromicina
• Doxiciclina
– Infecções neonatais:
• Eritromicina
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Chlamydohpila pneumoniae (pneumonia)
• Transmissão
– Inalatória
• Quadro clínico
– Sinusite
– Faringite
– Bronquite
– Pneumonia
• Tratamento
– Macrólidos
– Doxiciclina
– Levofloxacina
Chlamydophila psittaci (psitacose)
• Transmissão
– Inalatória (através de fezes ou urinas de aves)
• Quadro clínico
– Pneumonia
– Cefaleia
– Encefalite
– Náuseas e vómitos
– Diarreia
– Cardite
– Queratoconjuntivite folicular
• Tratamento
– Doxiciclina
– Macrólidos
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Mycoplasma (pneumonia)
• Morfologia
– Muito pequenos
– Sem parede celular e membrana celular com esterol
– Naturalmente resistentes a antibióticos que interfiram com síntese de parede celular
• Crescimento
– Aeróbios obrigatórios (M. pneumoniae)
– Anaeróbios facultativos (resto)
• Factores de virulência
– Adesinas
• Transmissão
– Inalatória (M. pneumoniae) e sexual (resto)
• Quadro clínico
– M. pneumoniae:
• Traqueobronquite
• Pneumonia
• Faringite
– M. genitalum:
• Uretrite não-gonocócica
• Doença inflamatória pélvica
– M. hominis:
• Pielonefrite
• Febre pós-parto
• Tratamento:
– Eritromicina ou doxiciclina (M. hominis é resistente)
– Fluoroquinolonas
Ureaplasma urealyticum (uretrite e infecções urinárias)
• Morfologia
– Muito pequenos
– Sem parede celular e membrana celular com esterol
– Naturalmente resistentes a antibióticos que interfiram com síntese de parede celular
– Resistentes a tetraciclinas
• Crescimento
– Anaeróbios facultativos
• Transmissão
– Sexual
• Quadro clínico
– Uretrite não-gonocócica
– Pielonefrite
– Aborto espontâneo
– Parto prematuro
• Tratamento
– Eritromicina
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Rickettsiaceae (tifo e febre escaro-nodular)
• Morfologia
– Bacilos gram-negativos
– Não esporulados
• Crescimento
– Parasitas intra-celulares obrigatórios
• Características
– Mais bem visíveis com Giemsa
• Factores de virulência
– LPS endotoxina fraca
– Proteína OmpA (R. rickettsii)
• Transmissão
– Pulgas, carraças, piolhos, etc.
• Reservatório
– Cães selvagens (R. conorii)
– Ovelhas e animais domésticos (Coxiella burnetii)
– Humanos (R. prowazekii)
• Quadro clínico
– Tifo R. prowazekii e R. typhi
– Febre escaro-nodular R. conorii e R. rickettsii (Rocky Mountain spotted fever)
– Febre Q Coxiella burnetii não tem vectores!
• Tratamento e prevenção
– Tetraciclinas (doxicilcina)
– Cloranfenicol
– Vacina para R. prowazekii grupos de risco
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Clostridium (gastroenterites, tétano e botulismo)
• Morfologia
– Bacilos gram-positivos
– Formadores de endosporos
– Móveis (excepto C. perfringens)
• Crescimento
– Anaeróbios obrigatórios
• Características
– Reduzem sulfatos em sulfitos
– Ubíquos em solo, água e esgotos
– Hemolítico (C. perfringens)
– Proteolítico (C. tetani)
• Factores de virulência
– C. perfringens:
• Toxinas (α, β, ε, ι) distinção entre tipos A e B
• Enterotoxinas
• Neuraminidase
– C. tetani:
• Tetanolisina
• Tetanospasmina (mais importante)
– C. botulinum:
• Botulinas (A a G A, B e E são mais importantes)
– C. difficile:
• Toxinas (A e B)
• Adesinas
• Hialuronidases
• Quadro clínico
– C. perfringens:
• Intoxicação alimentar
• Infecção de feridas e tecidos moles
• Gangrena gasosa
– C. tetani:
• Tétano (generalizado, localizado e neonatal)
– C. botulinum:
• Botulismo e botulismo infantil
– C. difficile:
• Diarreia e colite pseudomembranosa associada à administração de antibióticos
• Tratamento
– C. perfringens:
• Penicilina
• Cloranfenicol
– C. tetani:
• Metronidazole
• Ig humana anti-tetanospasmina
• Vacinação
– C. botulinum:
• Ig de cavalo anti-botulina
• Antibioticoterapia não indicada (se necessário, penicilina ou metronidazole)
– C. difficile:
• Vancomicina ou metronidazole
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Bacteroide fragilis (pneumonia)
• Morfologia
– Gram negativo
– Resistente a antibióticos
• Crescimento
– Anaeróbio
• Factores de virulência
– Cápsula
– Fímbrias
– Hialuronidase
– DNAse
– β-lactamase
• Quadro clínico
– Infecções intraabdominais
– Infecções ginecológicas
– Infecções dos tecidos moles
– Bacteriémia
• Tratamento:
– Metronidazole ou carbapenemos
– Inibidores da β-lactamase
Outras bactérias anaeróbias
• Porphyromonas gingivalis - peridontite
• Proprionilbacterium acne:
– Acne vulgaris
– Tetraciclinas, eritromicina, cotrimoxazol
• Actinomyces:
– Comensais cavidade oral e tubo digestivo
– Lesões supurativas crónicas
– Susceptível à penicilina
• Fusobacterium necrophorum:
– Subespécie funduliforme:
• Homem
• Faringite
– Subespécie necrophorum:
• Animais
• Homem - síndrome de Lemierre
• Produz hemaglutinina capaz de induzir agregação plaquetária
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Mycobacterium (tuberculose, lepra)
• Morfologia
– Bacilos ácido-álcool resistentes (BAAR)
– Imóveis
– Não-esporulados
– Não capsulados
• Crescimento
– Aeróbios
– Crescimento lento (até 8 semanas)
• Características
– Parede celular com ácido micólico e de natureza lipídica
• Mycobacterium tuberculosis
– Provoca tuberculose
– Infecção não é sinónimo de doença
– Reservatório – Homem
– Transmissão – via inalatória
– Tratamento – isoniazida, etambutol, pirazinamida, rifampicina e estreptomicina
– Prevenção – vacina BCG (M. bovis)
• Mycobacterium leprae
– Provoca lepra e tuberculose
– Transmissão – possivelmente inalatória (não por contacto directo)
– Tratamento:
• Forma tuberculóide – rifampicina e dapsona
• Forma lepromatosa – rifampicina, dapsona e clofazimina
• Mycobacterium bovis
– Provoca tuberculose animal
– Usada para fazer a vacina BCG
– Reservatório – gado bovino
– Transmissão – contacto directo ou ingestão de leite contamindado
– Prevenção – pasteurização do leite
• Mycobacterium avium
– Intracelular
– Oportunista em imunossuprimidos
– Tratamento – claritromicina ou azitromicina combinada com etambutol e rifabutina
• Mycobacterium atípicas
– Distribuição - reservatórios:
• Terra
• Água
• Alimentos
• Pó
• Animais
– Trasmissão:
• Alimentar
• Respiratória
• …
27
Vibrio (cólera)
• Morfologia
– Bacilos encurvados gram-negativos
– Não-capsulados
– Não-esporulados
– Móveis
– Maioritariamente flagelados
• Crescimento
– Anaeróbios facultativos
– Crescem na maioria dos meios
• Características
– Fermentadores
– Oxidase +
• Factores de virulência
– Vibrio cholerae:
• Bacteriófago CTXΦ – exotoxina A-B
• Gene ace
• Gene zot
• Fímbrias
• Neuraminidase
– Vibrio parahaemolyticus:
• Hemolisina termoestável
– Vibrio vulnificus:
• Cápsula
• Citolisinas
• Proteases
• Quadro clínico
– Vibrio cholerae:
• Cólera
• Diarreia
• Transmissão – água e alimentos contaminados
– Vibrio parahaemolyticus:
• Diarreia aquosa
– Vibrio vulnificus:
• Infecção necrótica de feridas
• Sépsis
• Tratamento
– Vibrio cholerae:
• Profilaxia – vacinas:
– Morta parentérica – pouco eficaz
– Viva atenuada oral – maior eficácia
• Doxiciclina (adulto)
• Co-trimoxazol (criança)
– Vibrio parahaemolyticus:
• Terapêutica de suporte
– Vibrio vulnificus:
• Minociclina com fluoroquinolona ou cefotaxima
28
Parvoviridae (eritema infeccioso)
• Estrutura
– Pequenos
– Sem envelope
– Com cápside
– Vírus de DNA +/- de cadeia simples
– Apenas o serotipo B19 causa doença em humanos
• Patogénese e Imunidade
– Doença bifásica:
• Fase infecciosa:
– Destruição das células precursoras eritróides
– Virémia
– Sintomas gripais
• Fase imune:
– Sintomática
– Eritema e atralgia
– Formação de complexos imunes
• Síndromes clínicos
– Criança – eritema infeccioso:
• Rash tipo “slapped-cheek”
– Adulto – poliatrite e crise aplástica (em doentes com anemia crónica)
• Tratamento, prevenção e controlo
– Sem tratamento antiviral específico
– Sem meios de controlo
– Vacinas disponível para parvovírus animais (cão e gato)
29
Papovaviridae (HPV)
• Papillomaviridae (HPV)
– Estrutura:
• 16 grupos (A a P)
• HPV cutâneo ou mucosal
• Com cápside
• Vírus de DNA circular
– Patogénese e transmissão:
• Pele – verrugas
• Mucosas – papilomas
• HPV-16 e 18 – cancro do colo do útero
• Contacto directo, transmissão sexual ou neonatal
– Síndromes clínicos:
• Verrugas (benignas e auto-limitadas)
• Tumores benignos na cabeça e pescoço
• Verrugas ano-genitais
• Displasia e neoplasia do cérvix uterino:
– HPV-16, 18, 31 e 45
– Tratamento, prevenção e controlo:
• Verrugas – remissão espontânea
• Cirurgia
• Imiquimod, interferão e cidofovir tópico
• Vacina:
– Cápside com partículas de HPV-6, 11, 16 e 18
• Preservativos
• Polyomaviridae (vírus BK e JC)
– Estrutura:
• Com cápside
• Vírus de DNA circular
– Patogénese:
• Multiplicação no tracto respiratório
• Infecção latente no rim
– Síndromes clínicos:
• Infecção primária quase sempre assintomática
• Em doentes imunocomprometidos:
– Estenose ureteral
– Cistite hemorrágica
– Leucoencefalopatia progressiva multifocal
– Tratamento, prevenção e controlo:
• Sem tratamento específico
• Diminuir ou impedir imunossupressão
• Sem prevenção específica
30
Adenoviridae (conjuntivite viral - “pink eye”)
• Estrutura
– Sem envelope
– Com cápside
– Vírus de DNA de cadeia dupla
– Cerca de 100 serotipos reconhecidos (47 causam doença em humanos)
• Patogénese e Imunidade
– Infecção de células epiteliais (lítica):
• Orofaringe
• Órgãos respiratórios
• Órgãos entéricos
– Latência:
• Pesriste em tecido linfóide (adenóides, amígdalas, placas de Peyer, ...)
• Síndromes clínicos
– Faringite
– Conjuntivite
– Febre faringoconjuntival
– Doença respiratória aguda
– Laringite, bronquiolite, ...
– Queratoconjuntivite epidémica
– Gastroenterite e diarreia
– Cistite hemorrágica aguda
– Pneumonia e hepatite (em imunocomprometidos)
• Tratamento, prevenção e controlo
– Boa higiene das mãos
– Pôr cloro nas piscinas
– Sem tratamento específico
– Vacinas orais contra serotipos 4 e 7 usadas apenas por militares
31
Herpesviridae
• Herpes simplex (HSV)
• Varicella zoster (VZV)
• Vírus de Epstein-Barr (EBV)
• Citomegalovírus (CMV)
• Herpesvírus 6, 7 e 8 (não abordados – herpesvírus 8 provoca Sarcoma de Kaposi em imunossuprimidos)
32
Herpes simplex (herpes)
• Estrutura
– Com envelope
– Com cápside
– Vírus de DNA de cadeia dupla
– 2 tipos HSV-1 e HSV-2
• Patogénese e Imunidade
– Infecção de células mucoepiteliais (lítica)
– Infecção persistente:
• Linfócitos
• Macrófagos
– Latência:
• Neurónios (gânglio trigémio)
• Recorrência:
– Resposta a estímulos (stress, trauma, etc.)
– Vírus volta a replicar-se e infecta o mesmo dermátomo
• Síndromes clínicos
– Feridas mucocutâneas
– Faringite
– Queratite
– Panarício
– “Gladiatorum”
– Eczema
– Herpes genital
– Encefalite
– Meningite
– Herpes neonatal
• Tratamento, prevenção e controlo
– Acilovir
– Valaciclovir, penciclovir, famciclovir
– Vidarabina, idoxuridina, trifluridina
33
Varicella zoster (varicela)
• Estrutura
– Com envelope
– Com cápside
– Vírus de DNA de cadeia dupla
• Patogénese e Imunidade
– Infecção por inalação:
• Amígdalas
• Tracto respiratório
• Virémia
• Células epiteliais (pele e pulmões)
– Latência:
• Raiz dorsal ou gânglios cranianos
• Reactivação – infecção no dermátomo
• Síndromes clínicos
– Varicela
– Zona
– Pneumonia intersticial
– Neuralgia pós-herpética
• Tratamento, prevenção e controlo
– Acilovir, famciclovir e valaciclovir
– Imunoglobulina de varicella zoster
– Vacina viva atenuada
34
EBV (mononucleose)
• Estrutura
– Com envelope
– Com cápside
– Vírus de DNA de cadeia dupla
• Patogénese e Imunidade
– Infecção:
• Células B
• Células epiteliais da orofaringe
– Doença:
• Por resposta imune sobrereactiva (mononucleose)
• Falta de controlo imune eficaz (linfoma)
– Latência:
• Células B de memória
• Síndromes clínicos
– Mononucleose
– Doença crónica
– Linfoma
– Doença linfoproliferativa pós-transplante
– Linfoma de Hodgkin
– Carcinoma nasofaríngeo
• Tratamento, prevenção e controlo
– Sem tratamento, prevenção ou controlo específicos
35
CMV (doenças oportunistas)
• Estrutura
– Com envelope
– Com cápside
– Vírus de DNA de cadeia dupla
• Patogénese e Imunidade
– Infecção:
• Especialmente leucócitos e linfócitos
– Latência:
• Linfócitos mononucleares
• Células do estroma da medula óssea
• Síndromes clínicos
– Infecção assintomática em adultos imunocompetentes
– Infecções em imunocomprometidos (HIV, recém-nascidos, ...):
• Infecção congénita (grave para o desenvolvimento físico e mental do feto)
• Infecção perinatal
• Pneumonia e pneumonite
• Retinite
• Colite
• Esofagite
• Tratamento, prevenção e controlo
– Ganciclovir
– Valganciclovir
– Cidofovir
– Foscarnet
– Uso de preservativos (transmissão sexual)
– Análise de sangue e órgãos doados (transmissão por transfusão ou transplantação)
– Sem vacina
36
Poxviridae (varíola)
• Exemplos
– Variola
– Molluscum contagiosum
• Estrutura
– São os maiores vírus
– Com envelope
– Com cápside
– Vírus de DNA de cadeia dupla
• Patogénese e Imunidade
– Infecção por inalação (variola):
• Replicação no tracto respiratório superior
• Virémia
– Infecção por contacto directo (molluscum contagiosum):
• Lesões tipo-verrugas
• Síndromes clínicos
– Varíola (erradicada)
– Molluscum contagiosum (lesões cutâneas)
• Tratamento, prevenção e controlo
– Vacina viva:
• Vírus vaccinia (derivado de varíola bovina ou híbrido de outros poxviridae)
– Molluscum contagiosum – auto-limitado
37
Paramyxoviridae
• Vírus do sarampo
• Vírus parainfluenza
• Vírus da papeira
• Vírus sincicial respiratório
• Metapneumovírus humano (não abordado)
• Vírus nipah e hendra (não abordados)
38
Vírus do sarampo (sarampo)
• Estrutura
– Com envelope
– Com nucleocápside
– Vírus de RNA - de cadeia simples
• Patogénese e Imunidade
– Infecção lítica:
• Transmissão por via respiratória
• Replicação no tracto respiratório superior
– Causa fusão celular
• Síndromes clínicos
– Sarampo
– Pneumonia
– Encefalite
– Panencefalite esclerosante subaguda
• Tratamento, prevenção e controlo
– Vacina viva atenuada
39
Parainfluenza (síndrome gripal)
• Estrutura
– Com envelope
– Com nucleocápside
– Vírus de RNA - de cadeia simples
– 4 serotipos patogénicos para humanos
• Patogénese e Imunidade
– Infecção lítica:
• Transmissão por via respiratória
• Replicação no tracto respiratório superior
• Síndromes clínicos
– Síndrome gripal (tracto respiratório superior)
– Bronquiolite
– Pneumonia
– Laringotraqueobronquite
• Tratamento, prevenção e controlo
– Administração de vapor de água nebulizado
– Sem tratamento específico
– Sem vacina
Vírus da papeira (papeira)
• Estrutura
– Com envelope
– Com nucleocápside
– Vírus de RNA - de cadeia simples
• Patogénese e Imunidade
– Infecção lítica:
• Infecção das células epiteliais do tracto respiratório superior
• Infecção da parótida
• Síndromes clínicos
– Infecção assintomática
– Parotidite infecciosa (papeira)
– Meningite/Encefalite
• Tratamento, prevenção e controlo
– Vacina viva atenuada
– Sem tratamento especifico
40
Vírus sincicial respiratório (infecção respiratória aguda fatal)
• Estrutura
– Com envelope
– Com nucleocápside
– Vírus de RNA - de cadeia simples
• Patogénese e Imunidade
– Infecção lítica:
• Epitélio respiratório
• Necrose de brônquios e bronquíolos
• Síndromes clínicos
– Constipação comum
– Pneumonia
– Bronquiolite
• Tratamento, prevenção e controlo
– Ribavirin
– Imunização passiva com imunoglobulina anti-RSV (para crianças prematuras)
– Sem vacina
Orthomyxoviridae (gripe)
• Exemplos
– Influenza A, B e C
– Apenas A e B causam patologia em humanos
• A – pandémico e epidémico
• B – epidémico
• Estrutura
– Com envelope:
• Hemaglutinina (HA)
• Neuraminidase (NA)
– Com nucleocápside
– Vírus de RNA – de cadeia segmentada
• Patogénese e Imunidade
– Infecção local no tracto respiratório superior:
• Compromete as defesas
• Adesão das bactérias às células epiteliais
– Capazes de mudança na antigenicidade:
• Antigenic drift – pequenas mutações na HA, responsável por epidemias
• Antigenic shift – grandes mutações na HA, responsável por pandemias (influenza A)
• Dá origem a H1, H2, etc. (H1-16)
– NA:
• Cliva o ácido siálico nas células, facilitando a libertação dos vírus das células infectadas
• Dá origem a N1, N2, etc. (N1-9)
• Síndromes clínicos
– Infecção assintomática
– Síndrome gripal
– Pneumonia
– Bronquiolite
– Otite média
– Síndrome de Reye
• Tratamento, prevenção e controlo
– Amantadina e rimantadina (influenza A)
– Zanamivir e oseltamivir (influenza A e B) – inibidores da neuroaminidase
– Imunização natural
– Vacina de vírus morto (sazonal)
– Vacina viva (administração nasal)
41
Coronaviridae (constipação comum)
• Estrutura
– Com envelope
– Sem cápside
– Vírus de RNA +
– Material genético mais comprido entre os vírus
• Patogénese e Imunidade
– Infecção por inalação:
• Replicação no epitélio do tracto respiratório superior
– Infecção por contacto directo (molluscum contagiosum):
• Lesões tipo-verrugas
• Síndromes clínicos
– Constipação comum
– Pneumonia
– Síndrome aguda respiratória grave (SARS)
• Tratamento, prevenção e controlo
– Sem tratamento, prevenção e controlo específicos
– Quarentena de indivíduos com SARS
42
Picornaviridae
• Enterovírus: – Poliovírus
– Coxsackievírus
– Echovírus
• Rinovírus
43
Enterovírus (poliomielite e meningite asséptica)
• Estrutura
– Sem envelope
– Com cápside
– Vírus de RNA +
– Engloba poliovírus, echovírus e coxsackievírus
• Patogénese e Imunidade
– Não causam doença entérica
– Transmissão feco-oral
– Infecção citolítica:
• Infecção da orofaringe, tracto respiratório superior e tracto intestinal
• Infecção do tecido linfóide (amígdalas e placas de Peyer)
• Infecção de neurónios e cérebro - POLIOMIELITE
• Síndromes clínicos
– Poliovírus:
• Infecção assintomática
• Poliomielite abortiva (pouco grave, semelhante a gripe)
• Meningite asséptica
• Poliomielite
• Poliomielite bulbar
• Síndrome pós-polio
– Coxsackievírus e echovírus:
• Meningite asséptica
• Herpangina
• Miocardite
• Pleurodinia
• Constipação comum
• Conjuntivite aguda hemorrágica
• Tratamento, prevenção e controlo
– Pleconaril
– Vacina inactivada (polio)
– Vacina oral viva atenuada (polio)
– Higiene (para os outros enterovírus)
44
Rinovírus (constipação comum)
• Estrutura
– Sem envelope
– Com cápside
– Vírus de RNA +
• Patogénese e Imunidade
– Infecção da mucosa nasal e do tracto respiratório superior
– Imunidade temporária (começa a diminuir a partir de 18 meses após a infecção)
• Síndromes clínicos
– Constipação comum
• Tratamento, prevenção e controlo
– Inalação de vapor de água quente
– Sem tratamento específico
– Sem prevenção específica
– Controlo por higiene das mãos e de objectos contaminados
45
Caliciviridae
• Norovírus (vírus Norwalk)
• Astrovírus (não abordados)
46
Norovírus (sintomas entéricos)
• Estrutura
– Sem envelope
– Com cápside
– Vírus de RNA +
• Patogénese e Imunidade
– Danos na “brush border” intestinal
– Resistente a temperaturas de 60ºC, pH 3, detergentes e cloro
• Síndromes clínicos
– Diarreia
– Vómitos
– Náuseas
• Tratamento, prevenção e controlo
– Sem tratamento específico
– Condições de saneamento e higiene na preparação de alimentos
– Manutenção da pureza da água
47
Arbovírus e Togaviridae
• Arbovírus:
– Vírus transmitidos aos humanos por invertebrados (artrópodes)
– Englobam:
• Alfavírus (togaviridae)
• Flaviviridae
• Togaviridae:
– Alfavírus
– Rubivírus (vírus da rubéola)
– Arterivírus (não abordado)
48
Arbovírus (dengue e febre hemorrágica)
• Estrutura
– Alfavírus:
• Com cápside
• Com envelope
• Vírus de RNA+ de cadeia simples
– Flavivírus:
• Com cápside
• Com envelope
• Vírus de RNA+ de cadeia simples
• Ligeiramente mais pequeno que os alfavírus
• Patogénese e Imunidade
– Transmissão por um vector artrópode
– Causam infecções líticas ou persistentes
– Células susceptíveis:
• Células endoteliais
• Monócitos
• Macrófagos
– Virémia
• Síndromes clínicos
– Alfavírus:
• Infecção assintomática
• Síndrome gripal
• Encefalite
• Chikungunya (atrite)
– Flavivírus:
• Infecções maioritariamente benignas
• Meningite e encefalite assépticas
• Febre hemorrágica
• Dengue
• Febre amarela
• Tratamento, prevenção e controlo
– Terapia de suporte
– Eliminação dos vectores
– Vacina viva contra a febre amarela
– Vacina morta contra alguns alfavírus
49
Vírus da rubéola (rubéola)
• Estrutura
– Com cápside
– Com envelope
– Vírus de RNA+ de cadeia simples
• Patogénese e Imunidade
– Infecção do tracto respiratório superior
– Infecção dos gânglios linfáticos (linfadenopatia)
– Virémia
– Período prodrómico – infeccioso
– Infecção de outros tecidos – “rash” e atralgia (formação de complexos imunes)
• Síndromes clínicos
– Infecção congénita (teratogénica)
– Rubéola
• Tratamento, prevenção e controlo
– Sem tratamento específico
– Vacina viva adaptada ao frio
50
Vírus da hepatite
• Vírus da hepatite A (picornaviridae)
• Vírus da hepatite B (hepadnaviridae)
• Vírus da hepatite C (flaviviridae)
• Vírus da hepatite D (ou delta)
• Vírus da hepatite E (não abordado)
• Vírus da hepatite G (não abordado)
51
HAV (hepatite infecciosa)
• Estrutura
– Com cápside
– Sem envelope
– Vírus de RNA+ de cadeia simples
• Patogénese e Imunidade
– Transmissão feco-oral
– Infecção do parênquima hepático
– Replicação nos hepatócitos e nas células de Kupffer
– Danos hepáticos por resposta imune
– Icterícia
• Síndromes clínicos
– Hepatite:
• Icterícia
• Febre, fadiga, náuseas, dores abdominais
• Urina escura
• Fezes claras
– Hepatite fulminante
• Tratamento, prevenção e controlo
– Evitar contacto com comida ou água contaminada
– Higiene das mãos
– Tratamente da água potável com cloro
– Profilaxia com globulina sérica
– Vacina morta
52
HBV (hepatite infecciosa)
• Estrutura
– Com cápside
– Com envelope
– Vírus de DNA circular parcialmente duplo
– Replicação através de um intermediário de RNA (transcriptase reversa)
• Patogénese e Imunidade
– Transmissão por via sanguínea
– Transmissão possível por via sexual e neonatal
– Vírus encontrado no sémen, saliva, leite, secreções vaginais e menstruais e líquido amniótico
– Infecção e danos nos hepatócitos
• Síndromes clínicos
– Hepatite:
• Icterícia
• Febre, fadiga, náuseas, dores abdominais
• Urina escura
• Fezes claras
– Hepatite fulminante
– Hepatite crónica
– Carcinoma hepatocelular primário
• Tratamento, prevenção e controlo
– Profilaxia com imunoglobulina de hepatite B
– Lamivudina, adefovir dipivoxil e famciclovir (hepatite crónica)
– Vacina
53
HCV (hepatite infecciosa)
• Estrutura
– Com cápside
– Com envelope
– Vírus de RNA+
– Regiões hipervariáveis nos genes de glicoproteínas dificuldade em criar vacina
• Patogénese e Imunidade
– Infecção dos hepatócitos
– Infecção persistente
– Danos hepáticos
• Síndromes clínicos
– Hepatite:
• Icterícia
• Febre, fadiga, náuseas, dores abdominais
• Urina escura
• Fezes claras
– Hepatite fulminante
– Hepatite crónica persistente
– Carcinoma hepatocelular primário
– Cirrose
– Falência hepática
• Tratamento, prevenção e controlo
– Interferão-α com/sem ribavirina
54
HDV (hepatite fulminante)
• Estrutura
– Material genético envolto pelo antigénio delta
– Sem envelope
– Vírus de RNA+ de cadeia simples e circular
– Parasita viral do vírus HBV
• Patogénese e Imunidade
– Só causa co-infecção ou supra-infecção na presença de HBV (vírus-satélite)
– Progressão mais rápida e grave no caso de supra-infecção do que no caso de co-infecção
– Replicação causa citotoxicidade e danos hepáticos
• Síndromes clínicos
– Hepatite:
• Icterícia
• Febre, fadiga, náuseas, dores abdominais
• Urina escura
• Fezes claras
– Hepatite fulminante (+40%)
– Hepatite crónica
• Tratamento, prevenção e controlo
– Sem tratamento e prevenção específicos
– Tratamento, prevenção e controlo passa pelo tratamento, prevenção e controlo do vírus HBV
55
Priões (kuru e doença de Creutzfeldt-Jakob)
• Estrutura
– Agentes virais:
• Partícula proteinácea infecciosa
– Resistentes a temperaturas até 80ºC, radiação UV e vários agentes químicos e físicos
– Constituídos por agregados de glicoproteínas protease-resistentes:
• PrPSc entram em contacto com PrPC(glicoproteína fisiológica) e muta-a
• Patogénese e Imunidade
– Neurónios vacuolizados, danificados e com perda de função
– Formação de placas de amilóide
– Proliferação e hipertrofia de astrócitos
– Fusão de neurónios e de células da glia
• Síndromes clínicos
– Encefalopatias espongiformes:
• Kuru
• Doença de Creutzfeldt-Jakob (CJD)
• CJD variante (vCJD)
• Síndrome de Gerstmann-Sträussker-Scheinker
• Insónia fatal familiar
• Insónia fatal esporádica
• BSE (bovina)
• Tratamento, prevenção e controlo
– Sem tratamento específico
– Desinfecção de objectos contaminados com solução de hipoclorito ou de hidróxido de sódio
– Controlo das carnes bovinas
56
Retrovírus (1) (HIV – classificação, replicação e estrutura)
• Classificação
– Oncovírus (HTLV-1, 2 e 5) leucemia de células T
– Spumavirinae
– Retrovírus endógenos
– Lentivirinae:
• HIV-1 e 2
• Replicação
– Ligação de gp120 e gp41 virais ao receptor celular CD4 e aos co-receptores (CCR5 ou CXCR4)
– Libertação do genoma para o citoplasma
– Transcriptase reversa (codificada pelo gene pol) sintetiza cDNA- processo com grande probabilidade de erros:
• Síntese do virião de DNA (provírus)
• Sequência no fim do genoma duplicada ligação dos LTRs promoção e regulação da transcrição
• Integrase cliva o cDNA no núcleo integração
• Transcrição pela RNA-polimerase II
• Produção de uma cadeia de RNA que é dividido em vários mRNAs, que codificam genes gag, gag-pol ou env
– O provírus actua como um gene celular, sendo que a sua replicação depende da metilação do DNA viral, do ritmo do crescimento celular e da capacidade da célula reconhecer as sequências promotoras nos LTRs
– ???
• Estrutura
– Com envelope
– Com cápside
– Vírus de RNA+ (duas cópias idênticas)
– Codificam transcriptase reversa – replicam-se por intermediários de DNA
– Genes do HIV e sua função:
• gag – proteínas do núcleo e da cápside
• int – integrase
• pol – transcriptase reversa, protease e integrase
• pro – protease
• env – glicoproteína do envelope
• tat – transactivação dos genes virais e celulares
• rev – regulação do splicing do RNA e promoção da exportação para o citoplasma
• nef – alteração dos sinais de activação celular e essencial para a progressão para a SIDA
• vif – infectividade do vírus, promoção da junção, bloqueio de uma proteína celular antiviral
• vpu – facilita a junção e libertação do virião, diminuição do CD4 na superfície celular
• vpr/vpx – transporte de cDNA para o núcleo e paragem do crescimento celular
• LTR – elementos promotores
57
Retrovírus (2) (imagens complementares – replicação e estrutura)
58
Retrovírus (3) (HIV – patogénese, imunidade e epidemiologia)
59
• Mecanismos de doença do HIV
– Infectam principalmente células T CD4 e da linhagem dos macrófagos, com consequente alteração na função destas
– Causam infecção lítica das células T CD4 (formação de sincícios) e infecção persistente produtiva nas células da linhagem dos macrófagos
– Reduzem o número de células T CD4 e as funções das células T CD8 e dos macrófagos
• Mecanismos de fuga ao sistema imunitário
– Infecção de linfócitos e macrófagos – inactivação de elementos-chave na resposta imune
– Inactivação das células T CD4 – inactivação do activador do sistema imune
– “Antigenic drift” e glicolização da gp120 – evasão da detecção antigénica
• Epidemiologia
– Factores virais da doença:
• Transmissão por fluidos corporais (vírus com envelopes são facilmente inactivados)
• Período prodrómico longo
• Vírus pode ser transmitido antes de haver sintomatologia
– Populações de risco:
• Utilizadores de drogas intravenosas
• Indivíduos com muitos parceiros sexuais
• Prostitutas
• Recém-nascidos com mães HIV+
• Transplantados ou receptores de sangue anteriores a 1985 (p.ex. hemofílicos)
– Disseminação geográfica:
• Epidemia em expansão mundial
– Modos de controlo
• Medicamentos antivirais atrasam a doença
• Vacinas em experiência
• Prática de sexo seguro e monógamo
• Uso de seringas estéreis
• Controlo de órgãos e sangue doados (análises)
Retrovírus (4) (imagens complementares – patogénese e imunidade)
60
Retrovírus (5) (HIV – transmissão e síndromes clínicos)
61
• Transmissão
– Sangue – transfusão, partilha de agulhas, picadas acidentais (área da saúde), tatuagens
– Sexual – sexo anal e vaginal
– Perinatal – intrauterina, periparto ou através do leite
• Síndromes clínicos – indicadores da SIDA
– Infecções oportunistas:
• Protozoários:
– Toxoplasmose cerebral
– Criptosporodiose com diarreia
– Isosporíase com diarreia
• Fungos:
– Candidíase do esófago, traqueia e pulmão
– Pneumonia por P. jirovecii
– Criptococcose extrapulmonar
– Histoplasmose
– Coccidioidomicose
• Vírus:
– CMV
– Herpes simplex
– Leucoencefalopatia progressiva multifocal
– Leucoplaquia “hairy” (EBV)
• Síndromes clínicos – indicadores da SIDA (cont)
• Bactérias:
– Mycobacterium avium-intracellulare
– Infecções atípicas por Mycobacterium
– Tuberculose extrapulmonar
– Septicémia por Salmonella
– Infecções bacterianas piogénicas
• Neoplasias oportunistas:
– Sarcoma de Kaposi (herpesvírus 8)
– Linfoma primário cerebral
– Outros linfomas não-Hodgkins
• Outros:
– Caquexia associada ao HIV
– Encefalopatia associada ao HIV
– Pneumonia intersticial linfóide
Retrovírus (6) (HIV – tratamento, prevenção e controlo)
62
• Tratamento
– Análogos de nucleósidos (inibidores da TR):
• Zidovudina (AZT)
• Dideoxicitidina (ddC)
• Dideoxinosina (ddI)
• Lamivudina (3TC)
• Abacavir (ABC)
– Não-nucleósidos (inibidores da TR):
• Nevirapina
• Efavirenz
– Inibidores da protease:
• Saquinavir
• Nelfinavir
– Inibidores da ligação e da fusão:
• Maraviroc (inibidor da CCR5)
• Enfuvirtide (T-20)
– Inibidor da integrase:
• Raltegravir
• Prevenção e controlo
– Educação acerca do modo de transmissão
– Controlo dos órgãos e sangue doados
– Uso universal de material protector por parte dos profissionais de saúde
– Desinfecção dos materiais contaminados
– Desenvolvimento da vacina
Fungos filamentosos – Aspergillus spp. (aspergilose)
• Estrutura
– Vulgo “bolores”
– A. fumigatus, A. flavus, A. niger, A. terreus
– Produzem hifas (filamentos tubulares):
• Contêm conídios esporos
– Conjunto de hifas = micélio:
• Micélio aéreo – disseminação dos esporos pelo ar
• Micélio vegetativo – penetra no substrato para absorver nutrientes
• Patogénese e Imunidade
– Inalação dos conídios
– Produzem micotoxinas:
• Aflatoxinas – hepatotoxicidade e carcinoma hepático
• Patulin ou clavacina (A. clavatus e giganteus) – hemorragias e carcinogénese
• Síndromes clínicos
– Infecções oportunistas
– Reacções alérgicas aos antigénios
– Aspergiloma
– Aspergilose invasiva
• Tratamento, prevenção e controlo
– Filtração do ar para evitar contacto com Aspergillus spp.
– Anfotericina B (A. terreus resistente)
– Voriconazol (para A. terreus)
63
Fungos dimórficos
• Blastomyces dermatitidis
• Histoplasma capsulatum
• Coccidioides spp.
• Paracoccidioides brasiliensis
• Sporothrix schenckii
• Estrutura:
– Assumem 2 formas:
• Filamentosa (no ambiente) saprófita
• Leveduriforme (nas infecções) parasitária
64
Blastomyces dermatitidis (blastomicose)
• Estrutura
– Leveduras – hialinas, esféricas, multinucleadas e com “paredes duplas”
• Patogénese e Imunidade
– Inalação dos conídios
– Vales dos Rios Ohio e Mississippi (América do Norte)
– África
• Síndromes clínicos
– Blastomicose pulmonar
– Blastomicose cutânea
– Infecção extrapulmonar:
• Pele
• Osso
• Sistema genitourinário
• SNC
• Tratamento, prevenção e controlo
– Anfotericina B
– Itraconazol
– Fluconazol
65
Histoplasma capsulatum (histoplasmose)
• Estrutura
– Leveduras – paredes finas, ovais (H. capsulatum capsulatum) ou paredes espessas (H. capsulatum duboisii)
• Patogénese e Imunidade
– Inalação dos microconídios
– Infecção localizada, disseminada homogeneamente ou por via linfática
– Vales dos Rios Ohio e Mississippi (América do Norte)
– México, América Central e do Sul
– África
• Síndromes clínicos
– Infecção assintomática
– Histoplamose pulmonar auto-limitada ou com complicações
– Histoplasmose disseminada aguda, subaguda ou crónica
– Histoplasmose localizada ou disseminada (H. duboisii)
• Tratamento, prevenção e controlo
– Normalmente auto-limitada
– Anfotericina B + itraconazol ou + fluconazol
66
Coccidioides immitis e Coccidioides posadasii (coccidioidomicose)
• Patogénese e Imunidade
– Inalação dos artroconídios esférulas endosporos esférulas
– Fungos dimórifcos mais virulentos
• Síndromes clínicos
– Coccidioidomicose primária:
• Infecção assintomática
• Sintomas gripais
• Reacções alérgicas
– Coccidioidomicose secundária:
• Nódulos
• Doença cavitária
• Doença pulmonar progressiva
– Infecção extrapulmonar:
• Pele
• Tecidos moles
• Ossos e articulações
• Meninges
• Tratamento, prevenção e controlo
– Anfotericina B +/- composto azólico
67
Paracoccidioides brasiliensis (paracoccidioidomicose)
• Estrutura
– Leveduras – ovais ou redondas, “paredes duplas”, com blastoconídios (“buds”)
• Patogénese e Imunidade
– Inalação ou inoculação traumática
– América Central e do Sul
• Síndromes clínicos
– Infecção assintomática
– Paracoccidioidomicose progressiva pulmonar:
• Aguda
• Crónica
– Paracoccidioidomicose disseminada:
• Aguda
• Subaguda
• Crónica
• Tratamento, prevenção e controlo
– Itraconazol
– Anfotericina B
68
Sporothrix schenckii (esporotricose linfocutânea)
• Patogénese e Imunidade
– Infecção por inoculação traumática
– Japão
– América Central e do Sul
• Síndromes clínicos
– Esporotricose linfocutânea
• Tratamento, prevenção e controlo
– Iodeto de potássio
– Itraconazol
– Terbinafina
– Fluconazol
69
Dermatófitos e Leveduras
• Dermatófitos: – Microsporum
– Tricophyton
– Epidermophyton
• Leveduras: – Candida spp.
– Cryptococcus spp.
70
Antropofílicos Zoofílicos Geofílicos
T. rubrum
E. floccosum
M. audouinii
T. tonsurans
M. canis
M. equinum
T. equinum
T. gypseum
M. cookei
M. fulvum
Dermatófitos (dermatofitoses – “tinha”)
• Patogénese e Imunidade
– Invasão da pele, unhas ou cabelos – queratinofílicos e queratinolíticos
– Invadem o estrato córneo
• Síndromes clínicos
– Dermatofitose:
• Tinea capitis
• Tinea barbae
• Tinea corporis
• Tinea cruris
• Tinea pedis
• Tinea unguium
• Tratamento, prevenção e controlo
– Compostos azólicos – tópicos
– Antifúngicos orais
71
Candida spp. (candidíase)
• Patogénese e Imunidade
– Infecção mais comum por Candida albicans
– Outras espécies patológicas:
• Candida glabrata
• Candida parapsilosis
• Candida tropicalis
• Síndromes clínicos
– Candidíase superficial cutânea
– Candidíase superfícial mucosal:
• Oral
• Vaginal
– Candidíase disseminada
• Tratamento, prevenção e controlo
– Compostos azólicos tópicos
– Fluconazol ou itraconazol oral
72
Cryptococcus neoformans (criptococcose)
• Síndromes clínicos
– Afecta principalmente imunossuprimidos
– Pneumonia
– Meningite
– Criptococcose disseminada
• Tratamento, prevenção e controlo
– Anfotericina B
Protozoários intestinais e urogenitais
• Amibas – Entamoeba histolytica
• Flagelados – Giardia lamblia
– Dientamoeba fragilis
– Trichomonas vaginalis
• Ciliados – Balantidium coli
• Coccídios – Isospora belli
– Cryptosporidium
• Microsporídios (não abordados)
73
Entamoeba histolytica (amebíase)
• Síndromes clínicos
– Estado de portador
– Amebíase intestinal
– Amebíase extraintestinal
• Tratamento, prevenção e controlo
– Metronidazol + iodoquinol
– Boa higiene e saneamento
74
Giardia lamblia (diarreia)
• Síndromes clínicos
– Estado de portador assintomático
– Doença intestinal:
• Desde diarreia ligeira a síndrome de malabsorção severa
• Tratamento, prevenção e controlo
– Metronidazol
– Evitar água e comida contaminadas
– Boa higiene e saneamento
75
Dientamoeba fragilis (doença gastrointestinal)
• Síndromes clínicos
– Infecção assintomática (colonização do ceco e do cólon)
– Desconforto abdominal, flatulência, diarreia intermitente, anorexia, perda de peso
• Tratamento, prevenção e controlo
– Iodoquinol
– Boa higiene e saneamento
76
Trichomonas vaginalis (vaginite)
• Síndromes clínicos
– Infecção assintomática (no homem e na mulher)
– Mulher:
• Secreções vaginais aguadas e reduzidas
• Vaginite
– Homem (raramente):
• Uretrite/prostatite
• Tratamento, prevenção e controlo
– Metronidazol
– Tinidazol
– Boa higiene pessoal
– Práticas sexuais seguras
Balantidium coli (doenças gastrointestinais)
• Síndromes clínicos
– Estado de portador assintomático
– Dor abdominal, tenesma, náusea, anorexia, fezes aguadas com sangue e pus
– Ulceração da mucosa intestinal
• Tratamento, prevenção e controlo
– Tetraciclina
– Iodoquinol/metronidazol
– Boa higiene e saneamento
77
Isospora belli (doenças gastrointestinais)
• Síndromes clínicos
– Estado de portador assintomático
– Doença gastrointestinal desde leve a severa
• Tratamento, prevenção e controlo
– Co-trimoxazol
– Boa higiene pessoal
– Manutenção das condições de saneamento
– Evitar contacto sexual oral-anal
78
Cryptosporidium (enterocolite)
• Síndromes clínicos
– Estado de portador assintomático
– Enterocolite auto-limitada
– Infecção disseminada (em doentes com SIDA)
• Tratamento, prevenção e controlo
– Sem tratamento específico e sem grande eficácia:
• Espiramicina
• Nitazoxanida
– Terapia de suporte
– Boas condições de higiene e saneamento
79
Protozoários do sangue e dos tecidos
• Plasmodium – P. vivax
– P. ovale
– P. malariae
– P. falciparum
• Toxoplasma gondii
• Leishmania
• Tripanossomas
80
Plasmodium - generalidades (malária)
• Necessitam de 2 hospedeiros
– Mosquito Anopheles – ciclo sexuado
– Humano ou animal – ciclo assexuado
81
Plasmodium vivax (malária – terçã benigna)
• Estrutura e Patogénese
– Invade eritrócitos jovens e imaturos
– Eritrócitos aumentam de tamanho
– Provoca pontos de Schüffner (rosados)
– Esquizontes têm até 24 merozoítos
– Origina hipnozoítos
• Tratamento, prevenção e controlo
– Cloroquina
– Primaquina
– Mefloquina +/- artesunato, quinina, doxiciclina, pirimetamina-sulfadoxina resistências
– Quimioprofilaxia e controlo do vector ajudam a prevenção e o controlo
82
Plasmodium ovale (malária – terçã benigna)
• Estrutura e Patogénese
– Invade eritrócitos jovens e imaturos
– Eritrócitos aumentam de tamanho e ficam ovais
– Provoca pontos de Schüffner (rosados)
– Esquizontes têm até 12 merozoítos
– Origina hipnozoítos
• Tratamento, prevenção e controlo
– Cloroquina
– Primaquina
– Mefloquina +/- artesunato, quinina, doxiciclina, pirimetamina-sulfadoxina resistências
– Quimioprofilaxia e controlo do vector ajudam a prevenção e o controlo
Plasmodium malariae (malária – quartã benigna)
• Estrutura e Patogénese
– Invade eritrócitos maduros
– Provoca pontos de Ziemann (avermelhados)
– Esquizontes têm até 8 merozoítos em forma de roseta
– Forma característica em “banda e barra”
– Não formam hipnozoítos
• Tratamento, prevenção e controlo
– Cloroquina
– Primaquina
– Mefloquina +/- artesunato, quinina, doxiciclina, pirimetamina-sulfadoxina resistências
– Quimioprofilaxia e controlo do vector ajudam a prevenção e o controlo
83
Plasmodium falciparum (malária – terçã maligna)
• Estrutura e Patogénese
– Invade qualquer tipo de eritrócito
– Provoca pontos de Maurer (avermelhados)
– Originam anéis appliqué ou accolé
– Originam gamotócitos em banana
– Não formam hipnozoítos
• Tratamento, prevenção e controlo
– Elevada resistência à cloroquina
– Cloroquina ou quinina se susceptível
– Mefloquina +/- artesunato, quinina, quinidina, pirimetamina-sulfadoxina, doxiciclina, amodiaquina, lumefantrina, artemeter e artesunato resistências
– Anti-malárico + artemisinina alta eficácia
Toxoplasma gondii (toxoplasmose)
• Síndromes clínicos
– Estado de portador assintomático
– Doença sintomática:
• Parasita intracelular
• Destruição celular e formação de quistos
• Pulmão, coração, orgãos linfóides e SNC (incluindo o olho)
– Infecção congénita (mãe para feto):
• Aborto espontâneo
• Nado morto
• Doença grave:
– Epilepsia
– Encefalite, microcefalia, hidrocefalia
– Problemas mentais e neurológicos
• Tratamento, prevenção e controlo
– Infecção auto-limitada
– Pirimetamina + sulfadiazina
– Clindamicina + pirimetamina
– Co-trimoxazol
– Prevenção adicional em mulheres grávidas
84
Leishmania (leishmaniose)
• Síndromes clínicos
– Leishmaniose cutânea
– Leishmaniose mucocutânea
– Leishmaniose visceral
• Tratamento, prevenção e controlo
– Composto antimonial de estibogluconato de sódio pentavalente
– Anfotericina B lipossómica
– Controlo dos vectores e reservatórios
85
Trypanosoma brucei gambiense/rhodesiense (doença do sono)
• Síndromes clínicos
– Doença do sono
• Tratamento, prevenção e controlo
– Suramina
– Pentamidina
– Melarsoprol (para envolvimento do SNC)
– Difluorometilornitina
– Controlo do reservatório e vector
86
Trypanosoma cruzi (doença de Chagas)
• Síndromes clínicos
– Doença de Chagas:
• Assintomática
• Aguda
• Crónica
• Tratamento, prevenção e controlo
– Nifurtimox
– Alopurinol
– Benznidazol
– Controlo do reservatório e vector
87