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O PAPEL DO PEDAGOGO NA FORMAÇÃO DE DOCENTES NA
PERSPECTIVA DA MEDIAÇÃO DIALÉTICA
Autora: Ana Maria Trevizan1
Orientadora: Drª Regina Maria Zanatta2
Resumo
Este artigo é o resultado do trabalho realizado com Alunos do Curso de Formação de Docentes, do Colégio Malba Tahan, no município de Altônia, no ano de 2011. Considerando a formação de docentes de suma importância, reconhece-se, também, que a compreensão de uma concepção teórica que possa ser adotada pelo formando, para subsidiar o seu trabalho prático, que se efetivará no âmbito escolar, é deveras importante. O Objetivo deste trabalho é de proporcionar uma fundamentação teórica crítica e reflexiva para os alunos de Formação de Docentes, reconhecendo seu papel diante das transformações que se operam na sociedade. Da mesma forma se quer identificar o Papel do professor formado pela Escola de Magistério e o papel do Pedagogo, no contexto Paranaense, de acordo com a Lei nº 103/2004. A metodologia utilizada consiste em pesquisa bibliográfica por intermédio de livros, artigos científicos, leitura de Legislação, que possa levar à compreensão da temática. Este estudo é relevante porque pode encaminhar os alunos para conhecer e adotar os fundamentos da Pedagogia Histórico Crítica no futuro trabalho docente.
Palavras-chave: Educação; Formação de Professores; Teoria Histórico Crítica.
1 Introdução
Este artigo apresenta os resultados do trabalho desenvolvido no Programa de
Desenvolvimento Educacional, PDE 2010, em Pedagogia, da Secretaria de Estado
da Educação do Paraná, aplicado no Colégio Estadual Malba Tahan, no Município 1 Profª PDE 2010/2012. Professora Pedagoga da Rede Pública Estadual; Especialista em
Metodologia do Ensino Superior
2 Docente da Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Fundamentos da Educação, Drª
em Filosofia da Educação.
de Altônia. Teve como objetivo proporcionar uma fundamentação teórica para os
alunos da Formação de Docentes que pudesse subsidiá-los em sua trajetória
profissional e, ao mesmo tempo, que identificassem o papel do Pedagogo no
contexto escolar de acordo com a Lei nº 103/2004, do Estado do Paraná.
O Projeto ocorreu oportunizando uma sequência de encontros com os alunos
de Formação de Docentes, privilegiando o estudo de variados textos com análise,
discussões e atividades de reflexão. Os textos utilizados para esta finalidade
versaram, principalmente, sobre a função do Pedagogo, na mediação do processo
de ensino-aprendizagem, e do professor, na prática pedagógica, além de conteúdos
sobre a concepção Histórico Crítica. Estes estudos tiveram como marco teórico os
textos de Saviani (1985), de Pimenta (1991) e de Libâneo (1996), agrupados em
tópicos, em forma de Unidade Didática.
A fundamentação teórica explicitada nos diversos textos buscou comparar as
vantagens e desvantagens de cada qual procurando fortalecer a coerência das
ações, o espírito crítico e autônomo do aluno, a criatividade e a inovação das
atividades, bem como, o comprometimento e a responsabilidade profissional.
Perpassando todo o desenvolvimento dos estudos e discussões, por
considerar a formação do docente de suma importância, reconheceu-se que a
compreensão de uma concepção teórica que o aluno poderá adotar para subsidiar o
seu trabalho prático e se efetuará no âmbito escolar, também, é imprescindível.
Portanto, o processo de estudo se realizou tendo como foco subsidiar teoricamente
os alunos de formação de docentes do ensino médio como fonte auxiliar para a
futura tarefa de docência.
Assim, a fundamentação teórica crítica e reflexiva, proporcionada aos alunos,
para reconhecer o seu papel diante das transformações que se operam na
sociedade, tornou-se a base deste trabalho. E, diante deste pressuposto, não se
poderia deixar de identificar e analisar o papel do professor formado na Escola de
Magistério e do Pedagogo no contexto Paranaense, de acordo com a Lei nº
103/2004, o que substanciou mudanças profundas na exigência formativa do
professor.
A importância deste desenvolvimento está em poder esclarecer a dinâmica
que envolve a práxis, a legislação que a rege e o desmembramento da teoria em
prática de ensino, norteada por uma concepção: a Histórico Crítica.
2 Desenvolvimento
Atualmente a legislação exige para a atuação do professor na Educação
Infantil e nas séries iniciais do ensino fundamental, além do magistério, uma
formação superior. Os alunos dos cursos de formação de docentes (magistério)
futuros professores irão para o mercado de trabalho competindo com professores
mais qualificados. Isto ocasiona certa defasagem entre os professores que
adquiriram formação superior e os que adquiriram a formação de magistério (Ensino
Médio).
Nesse cenário, o magistério, que era o formador do professor para atuar de 1ª
a 4ª série, vai perdendo espaço para a valorização do ensino superior que prepara o
docente para exercer o trabalho profissional de professor das séries iniciais do
Ensino Fundamental, de 1ª a 4ª séries, e para o trabalho de profissionais da
Educação Infantil.
Diante desta constatação, considerando a atual conjuntura que norteia a
educação, compreende-se que o Magistério (Formação de Ensino Médio) não mais
logra vantagens em concurso público para preencher vagas de professor para o
Ensino Fundamental e, tampouco, para a Educação Infantil. Neste caso, o
profissional valorizado tem sido o que apresenta formação em curso superior de
Pedagogia, seja no modelo presencial, seja no modelo à distância.
Em vista disto, o pedagogo, tem seu espaço modificado e sua atuação
profissional expandida. Ao contrário de outras áreas que perderam seu espaço ou se
limitaram pela especialização, o pedagogo alargou seu raio de atuação. Portanto,
faz-se necessário repensar a prática do professor pedagogo e do professor de
formação de Ensino Médio no que se refere à atuação na educação infantil e nas
séries iniciais do ensino fundamental.
No Estado do Paraná, atualmente, tenta-se organizar a função do Professor
Pedagogo, mas em âmbito nacional o papel do mesmo se atrela aos PCNs e aos
quatro pilares da educação. E é nesse contexto que a SEED-Pr oportuniza a
formação continuada deste profissional, uma vez que a política paranaense visa a
melhoria na educação, tendo no pedagogo o mediador do processo ensino-
aprendizagem.
É diante deste cenário que os alunos da Formação de Docentes ( Ensino
Médio) devem analisar a prática do pedagogo para compreender o alcance do seu
papel no cotidiano escolar e saber como realizar as suas ações.
[...] o conhecimento do cotidiano escolar é necessário por duas
razões. Primeiro, porque, sendo conhecido, é possível conquistá-lo e
planejar ações que permitam transformá-lo, assim como lutar por
mudanças institucionais no sentido desejado [...] Segundo, porque o
cotidiano, sendo conhecido, pode fornecer informações a gestões
institucionais democráticas que queiram tomar medidas adequadas
para facilitar o trabalho ao nível cotidiano das escolas e melhorar a
qualidade do ensino aí realizado (FERNANDES, 2004, p.112).
Não se pode esquecer que o conjunto de ações está pautado pela tendência
pedagógica que norteia o trabalho escolar, ou seja, a atuação envolve sempre uma
concepção. Assim, pode-se dizer que o professor pedagogo atua sobre “Ação
Pedagógica” em instâncias educativas como: Currículo, Ensino-Aprendizagem-
Avaliação, o que requer do professor compreender a mediação do pedagogo no
desenvolvimento do seu trabalho. Neste caso, o Pedagogo não é um trabalhador
solitário, aponta para o coletivo da escola e tem no professor seu principal foco. Por
isto é que Medina (1997, p.32) afirma que é o trabalho do professor que dá sentido
ao trabalho do pedagogo, pois a partir da realidade e das dificuldades pedagógicas
do professor é que as ações conjuntas são construídas e voltadas para a sala de
aula.
2.1 Quem é o Pedagogo escolar?
Para responder esta pergunta reporta-se à Saviani (1984), que explica:
Pedagogo é aquele que possibilita o acesso à cultura, organizando o processo de formação cultural. É, pois, aquele que domina as formas, os procedimentos, os métodos através dos quais se chega ao domínio do patrimônio cultural acumulado pela humanidade. [...] A palavra pedagogia traz sempre ressonâncias metodológicas, isto é, de caminho através do qual se chega a determinado lugar. Aliás, isto já está presente na etimologia da palavra: conduzir (por um caminho) até determinado lugar.
Pode-se recorrer, também, à Libâneo (1996), para responder à mesma
questão:
Pedagogo é o profissional que atua em várias instâncias da prática educativa, direta ou indiretamente ligadas à organização e aos processos de transmissão e assimilação ativa de saberes e modos de ação, tendo em vista objetivos de formação histórica. Em outras palavras, pedagogo é um profissional que lida com fatos, estruturas, contextos, situações, referentes à prática educativa em suas várias modalidades e manifestações.
Diante destas respostas, pode-se afirmar que o papel do pedagogo está
atrelado à prática educativa, tendo domínio de técnicas, de procedimentos, de
formas para encaminhar o acesso ao conhecimento produzido pela humanidade e
que o aluno tem necessidade de se apropriar, e fazendo da escola este o seu
sentido. Com isto é fundamental que o pedagogo tenha seus olhos voltados para o
coletivo, para a totalidade, para o que é real na dinâmica social e que se faz
necessário à vida escolar, à vida do aluno na sua integralidade, à vida na sociedade.
Em vista disto, ainda toma-se como referência as palavras de Saviani:
Empenhem-se no domínio das formas que possam garantir às
camadas populares o ingresso na cultura letrada, vale dizer, a
apropriação dos conhecimentos sistematizados. E, no interior das
escolas, lembrem-se sempre de que o papel próprio de vocês será
provê-las de uma organização tal que cada criança, cada educando,
em especial aquele das camadas trabalhadoras, não veja frustrada a
sua aspiração de assimilar os conhecimentos metódicos,
incorporando-os como instrumento irreversível a partir do qual será
possível conferir uma nova qualidade às lutas no seio da sociedade
(SAVIANI, 1985).
Considerando a importância do Pedagogo no interior da escola é que se
reflete para seu exterior, assim sua função ganha dimensão por meio da vinculação
do conhecimento pedagógico ao ensino-aprendizagem da sala de aula. Como
acrescenta Libâneo (1996):
A atuação do pedagogo escolar é imprescindível na ajuda aos professores no aprimoramento do seu desempenho na sala de aula (conteúdos, métodos, técnicas, formas de organização da classe), na análise e compreensão das situações de ensino com base nos conhecimentos teóricos, ou seja, na vinculação entre as áreas do conhecimento pedagógico e o trabalho de sala de aula.
Para o desenvolvimento do trabalho do pedagogo é necessário que haja a a
apropriação de uma concepção adequada aos seus propósitos. Se a busca é de
uma escola com alunos de formação crítica, autônomos, querendo exercitar uma
cidadania inspirada na transformação social, a concepção mais adequada é a
histórico crítica, uma vez que as tendências pedagógicas tem o papel de nortear a
prática educativa.
2.2 A Pedagogia Histórico-Crítica.
Esta concepção está presente na Escola Pública desde 1990, quando foi
construído o Currículo Básico para a Escola Pública do Paraná (1990, p.15) e
apresentou suas bases epistemológicas. A compreensão pedagógica é de
incumbência escolar, cabendo à escola dosar o saber para ser sistematizado como
conhecimento científico, tendo em vista o processo de sua transmissão-assimilação.
Isto significa que o aluno adquire conteúdos que não são ainda dominados por ele e
consigue de alguma forma elaborá-los. A mediação da escola visa à passagem do
saber difuso, parcial, desarticulado para uma fase mais organicamente articulado, ao
final da escolarização. Isto poderá favorecer sua compreensão sobre as relações
sociais nas quais está inserido, instrumentalizando-o, ainda que parcialmente, para
nela atuar.
O acesso à cultura erudita possibilita a apropriação de novas formas pelas
quais se pode expressar os conteúdos do saber popular. O que importa é tornar a
escola concreta, como local de apropriação do conhecimento científico, por parte de
todos que dela participam.
2.3 O método de ensino
Esta tendência visa estimular a atividade e a iniciativa do professor
favorecendo o diálogo dos alunos entre si e com o professor, sem deixar de valorizar
o diálogo com a cultura historicamente acumulada; leva em conta os interesses dos
alunos, os ritmos de aprendizagem e o desenvolvimento psicológico, sem perder de
vista a sistematização lógica dos conhecimentos e a ação e gradação para efeitos
do processo de transmissão-assimilação dos conteúdos cognitivos.
Saviani (2007) elaborou cinco passos para o desenvolvimento do método:
Primeiro passo: Prática Social - ponto de partida que é comum ao professor e alunos
porém com posicionamentos diferenciados.
Segundo passo: Problematização - identificação dos principais problemas postos
pela prática social.
Terceiro passo: Instrumentalização – apropriação dos instrumentos teóricos e
práticos necessários ao equacionamento dos problemas detectados na prática
social.
Quarto passo: Catarse – elaboração de entendimento da prática social a que o
aluno ascendeu.
Quinto passo: Prática Social - elevação dos alunos ao nível do professor, essencial
para compreender a especificidade da relação pedagógica, manifesta a capacidade
de expressarem a compreensão da prática em termos tão elaborados quanto a do
professor no ponto de partida.
Na Pedagogia Histórico-Crítica, a escola tem como papel a difusão de
conteúdos, e como métodos a experiência do aluno confrontada com o saber
sistematizado, a relação professor-aluno é pautada pelo papel do aluno como
participador, e do professor como mediador entre o saber e o aluno, a aprendizagem
é baseada nas estruturas já existentes dos alunos. Essa teoria tem sua
manifestação em Makarenko, B. Charlot, Suchodolski, Manacorda, G. Snyders e
Saviani.
É no contexto dessa teoria, que a ação do Pedagogo se volta para a esfera
pedagógica, na busca de parcerias políticas com professores, cuja ênfase encontra-
se na mediação para definir criticamente os conteúdos significativos para a
aprendizagem.
Não se pode esquecer que a ação do pedagogo deve estar centrada no
coletivo da escola, sendo o professor seu principal foco, uma vez que é o trabalho
do professor que dá sentido ao trabalho do pedagogo, pois a partir da realidade e
das dificuldades pedagógicas do professor em sala é que será construída a ação
conjunta, voltada para o ensino-aprendizagem, promovendo atividades variadas,
debates etc.. Estas ações estimulam a criatividade, mantêm um ambiente de ânimo
e interesse pelo aprender.
Saviani (2005, p.141) salienta o significado amplo da Pedagogia Histórico-
Crítica:
Trata-se de uma dialética histórica expressa no materialismo histórico, que é justamente a concepção que procura compreender e explicar o todo desse processo, abrangendo desde a forma como são produzidas as relações sociais e as condições de existência até a inserção da educação nesse processo.
O autor afirma que a Pedagogia Histórico-Crítica pode explicitar a dinâmica
social, na qual a escola está inserida. Um dos veículos para esta explicação é
identificar as formas mais desenvolvidas em que se expressa o saber produzido
historicamente, reconhecendo as condições de sua produção e compreendendo as
suas principais manifestações, bem como as tendências atuais da transformação.
Ainda, explica o autor que outra forma de reconhecimento da dinâmica social
é convertendo o saber objetivo em saber escolar tornando-o assimilável (1991, p.9).
Tendo em vista estas formulações torna-se importante analisar, refletir e
discutir sobre a concepção que poderá nortear o trabalho do professor e beneficiar o
aluno em sua compreensão sobre a dinâmica social. É esta compreensão que
poderá torna-lo mais reflexivo em suas análises e crítico nas ações, sem deixar de
lado sua luta pela transformação. Este tem sido o motivo pelo qual esta concepção
tem sido eleita pela maioria dos professores e orientada pela Secretaria de
Educação. Uma vez que orienta a prática pedagógica na sistematização do
conteúdo científico e no reconhecimento da dinâmica social. Assim, esta concepção
orienta a prática escolar na sua função específica de sociabilizar o saber,
historicamente acumulado pela humanidade. E, é por este encaminhamento que a
função do pedagogo e do professor deverá ocorrer. Pimenta (1991) corrobora esta
afirmativa ao explicar que:
Admitida a importância da escola como uma instância de lutas, articulada com a sociedade como um todo, na emancipação das camadas populares, a aprendizagem dos conteúdos socialmente elaborados coloca-se como especificidade da escola.
Tendo em vista estes pressupostos é importante que os alunos de Formação
Docente reconheçam a fundamentação teórica que subjaz ao papel do Pedagogo na
Mediação das Práticas Pedagógicas, na sala de aula quando da função de
professor, na execução dos princípios filosóficos traçados no Projeto Político
Pedagógico, quando da conversão de conteúdos científico em conteúdos de ensino,
tornando as aulas como práxis que expressa a relação entre a teoria e a prática,
conforme afirma Gasparin (2007, p.110-111):
Essa mediação pedagógica, tanto pode ser desenvolvida utilizando-se de técnicas Convencionais de ensino, que são as que existem a longo tempo e são de grande importância para o processo ensino-
aprendizagem presencial, como se utilizando de novas tecnologias, representada pelo uso recente do computador, da informática, da telemática, da educação à distancia. Tanto as técnicas convencionais, quanto as novas tecnologias podem ser trabalhadas com uma perspectiva da mediação pedagógica, uma vez que ambas são processos ativos que possibilitam o contato entre o conteúdo e os alunos na realização da aprendizagem.
2.4 Planejando a aula
Uma vez reconhecida a concepção que se vai adotar para trabalhar a prática
é necessário desenvolver seu planejamento para não recorrer ao improviso. Uma
aula não planejada, sem estar com seus objetivos claros poderá perturbar a
autonomia e a autoridade do professor. O pedagogo ou o professor deverão estar
consciente para estabelecer a relação entre a prática que está sendo desenvolvida e
a teoria que fundamenta essa prática.
O Plano de aula, na Mediação Dialética, viabiliza aos professores a
organização dos conteúdos de ensino, tendo em vista a aprendizagem significativa
objetivando uma prática educativa transformadora. Tem um sentido norteador para o
ensino aprendizagem ao articular a teoria, o método, a metodologia e a prática.
A mediação dialética compreende o conteúdo de ensino como objeto de aula
e a organização metodológica do conteúdo de ensino como movimento dialético da
aula. Como explica Arnoni (2003):
A Metodologia da Mediação dialética representa um processo que viabiliza o ensino e a aprendizagem do trabalho educativo. A questão problematizadora estimula o aluno a responder ao questionamento, utilizando seus saberes disponíveis. A produção, da mesma forma que no Resgatando, pode ser expressa em diferentes formas (oralidade, desenho, mímica etc.), representando o ponto de chegada que se torna, imediatamente, um novo ponto de partida.
Segundo este autor, a metodologia compõe-se de quatro etapas interligadas e
interdependentes: Resgatar, Problematizar, Sistematizar e Produzir.
Resgatar é quando o aluno demonstra sua visão sobre o objeto de estudo.
Ao conhecer o saber do aluno, o professor planeja as problematizações para a aula.
O aluno pode expressar o seu conhecimento de várias formas, entre as quais, a
oralidade, o desenho, o recorte, a dramatização, a mímica, a poesia, a música, a
colagem, o relato, o texto escrito.
Problematizar é provocar uma contradição entre o saber do aluno e o saber
científico. A questão problematizadora estimula o aluno a responder utilizando seus
conhecimentos que são insuficientes para a elaboração de uma resposta coerente.
O aluno fica estimulado a buscar novas investigações, articulações e aprendizagens
para conseguir elaborar o seu novo saber;
Sistematizar significa discutir a questão problematizadora e examinar o
conhecimento propiciando a elaboração de síntese.
Produzir a síntese elaborada sobre o conteúdo. Esta produção pode ser
expressa em diferentes formas (oralidade, desenho, mímica etc.), representando o
ponto de chegada que se torna, imediatamente, um novo ponto de partida.
De um modo geral, a síntese cognitiva expressa o que foi aprendido, e a
proposta metodológica, o processo da aprendizagem. Para finalizar o plano de aula
deveria estar levando em consideração estas etapas pelas quais se estabeleceria
uma relação de ensino aprendizagem baseada no conhecimento do aluno sobre o
conteúdo para o conhecimento científico, sistematizado e elaborado em síntese.
3 Conclusão
O desenvolvimento deste estudo com os alunos de Formação de Docentes,
Ensino Médio, por intermédio de análise, discussão e reflexão de variados textos foi
produtivo para esclarecer o papel do pedagogo, diante das exigências da legislação
e o papel do professor de formação de ensino médio.
A possibilidade de conhecer a legislação que ampara esta nova organização
escolar, que valoriza a graduação superior para o professor das primeiras séries do
Ensino Fundamental, foi esclarecedora para estes futuros docentes e, ao mesmo
tempo, tranquilizou-os para poderem realizar sua jornada de trabalho na educação,
desde que possam em tempo próximo, cumprirem o que recomenda a lei, ou seja,
realizarem o curso de graduação.
O conhecimento de uma concepção que oriente o fazer prático do professor,
também, foi de interesse para o grupo que manifestou, nas discussões e reflexões a
necessidade de um aprofundamento maior sobre a questão.
Isto significou que este estudo não se esgotou e que tanto o curso de
Formação de Docentes, quanto a escola, deve propiciar momentos de estudos para
aprofundamentos teóricos que possam esclarecer e subsidiar a prática, só desta
forma é que se conseguirá um ensino de qualidade.
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