O processo de comunicação. Elementos da comunicação A comunicação consiste na transmissão de...

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O processo de comunicação

Elementos da comunicação

• A comunicação consiste na transmissão de ideias (uma mensagem), através de um canal, utilizando-se de um código.

• Essa mensagem é transmitida de um emissor para um receptor, ou seja, alguém envia a mensagem e alguém a recebe.

Elementos da comunicação

EMISSOR

codificação canal

mensagem

RECEPTOR

decodificação

Elementos da comunicação

Elementos da comunicação

• Emissor: A fonte da informação. É a parte que codifica e envia a mensagem para o receptor.

• Mensagem: A informação a ser passada. Pode ser verbal ou não verbal.

• Canal: Meio pelo qual a mensagem é enviada pelo emissor ao receptor.

• Receptor: A parte que recebe e decodifica a informação.

Elementos da comunicação

• Referente: O contexto no qual o emissor e o receptor estão inseridos, é a situação discursiva.

• Código: O conjunto de sinais usados na comunicação, bem como as regras que orientam a combinação desses sinais.

Elementos da comunicação

Elementos da comunicação

• Nessa tirinha da Mafalda, reparem que a professora, o Manolito e a Mafalda estão em uma sala de aula, constituindo o contexto ou referente da mensagem. O código utilizado é a língua portuguesa. De que forma esta mensagem, caminha da professora até Manolito? Como a comunicação é oral, pelo ar o som chega aos ouvidos de Manolito, constituindo o canal da mensagem. Percebam que a pergunta feita pela professora, o emissor da mensagem, é direcionada a Manolito, o receptor.

Funções da linguagem

• A ênfase em um elemento do circuito de comunicação determina a função de linguagem que lhe corresponde:

ELEMENTO FUNÇÃOContexto referencialEmissor emotivaReceptor conativaCanal fáticaMensagem poéticaCódigo metalinguística

Funções da linguagem

Função emotiva ou expressiva

• Ênfase no emissor.• É linguisticamente representada por

interjeições, adjetivos, signos de pontuação (tais como exclamações, reticências) e agressão verbal (insultos, termos de baixo calão), que representam a marca subjetiva de quem fala.

Função emotiva ou expressiva

• Exemplo: Oh! como és linda, mulher que passas Que me sacias e suplicias Dentro das noites, dentro dos dias! (Vinicius de Moraes)

Função conativa ou de apelo

• Busca mobilizar a atenção do receptor, produzindo um apelo ou uma ordem.

• Pode revelar uma vontade, ou ordenar, que é a característica fundamental da propaganda. Encontra no vocativo e no imperativo sua expressão gramatical mais autêntica.

Função conativa ou de apelo

• Exemplos: Antônio, venha cá! Compre um e leve três. Beba Coca-Cola. Se o terreno é difícil, use uma solução inteligente: Mercedes-Benz.

Função fática

• A ênfase está no canal, para checar sua recepção ou para manter a conexão entre os falantes.

• Nas fórmulas ritualizadas da comunicação, os recursos fáticos são comuns.

Função fática

• Exemplos: Bom-dia! Oi, tudo bem? Ah, é! Huin... hum... Alô, quem fala? Hã, o quê?

Função metalinguística

• Visa à tradução do código ou à elaboração do discurso.

• É a mensagem que fala de sua própria produção discursiva. Um livro convertido em filme apresenta um processo de metalinguagem, uma pintura que mostra o próprio artista executando a tela, um poema que fala do ato de escrever, etc.

Função metalinguística

• Exemplos: — Foi assim que sempre se fez. A literatura é a literatura, Seu Paulo. A gente discute, briga, trata de negócios naturalmente, mas arranjar palavras com tinta é outra coisa. Se eu fosse escrever como falo, ninguém me lia.

(Graciliano Ramos)

Função poética

• A mensagem se volta para seu processo de estruturação, para os seus próprios constituintes, tendo em vista produzir um efeito estético.

• Pode ocorrer num texto em prosa ou em verso, ou ainda na fotografia, na música, no teatro, no cinema, na pintura, enfim, em qualquer modalidade discursiva que apresente uma maneira especial de elaborar o código, de trabalhar a palavra.

Função poética

• Exemplo:

Função referencial ou denotativa

• Privilegia o contexto.• Evidencia o assunto, o objeto, os fatos, os

juízos. É a linguagem da comunicação. Faz referência a um contexto, ou seja, a uma informação sem qualquer envolvimento de quem a produz ou de quem a recebe. Não há preocupação com estilo; sua intenção é unicamente informar.

• Caracteriza também o discurso científico, o jornalístico e a correspondência comercial.

Função referencial ou denotativa

• Exemplo: Todo brasileiro tem direito à aposentadoria. Mas nem todos têm direitos iguais. Um milhão e meio de funcionários públicos, aposentados por regimes especiais, consomem mais recursos do que os quinze milhões de trabalhadores aposentados pelo INSS.

(Programa Nacional de Desestatização)

RECONHEÇA, NOS TEXTOS A SEGUIR, AS FUNÇÕES DA

LINGUAGEM

• "O risco maior que as instituições republicanas hoje correm não é o de se romperem, ou serem rompidas, mas o de não funcionarem e de desmoralizarem de vez, paralisadas pela sem-vergonhice, pelo hábito covarde de acomodação e da complacência. Diante do povo, diante do mundo e diante de nós mesmos, o que é preciso agora é fazer funcionar corajosamente as instituições para lhes devolver a credibilidade desgastada. O que é preciso (e já não há como voltar atrás sem avacalhar e emporcalhar ainda mais o conceito que o Brasil faz de si mesmo) é apurar tudo o que houver a ser apurado, doa a quem doer." (O Estado de São Paulo)

• Função referencial

O verbo infinitivo - Vinicius de Moraes Ser criado, gerar-se, transformar O amor em carne e a carne em amor; nascer Respirar, e chorar, e adormecer E se nutrir para poder chorar Para poder nutrir-se; e despertar Um dia à luz e ver, ao mundo e ouvir E começar a amar e então ouvir E então sorrir para poder chorar. E crescer, e saber, e ser, e haver E perder, e sofrer, e ter horror De ser e amar, e se sentir maldito E esquecer tudo ao vir um novo amor E viver esse amor até morrer E ir conjugar o verbo no infinito... Função poética

• "Para fins de linguagem a humanidade se serve, desde os tempos pré-históricos, de sons a que se dá o nome genérico de voz, determinados pela corrente de ar expelida dos pulmões no fenômeno vital da respiração, quando, de uma ou outra maneira, é modificada no seu trajeto até a parte exterior da boca." (Matoso Câmara Jr.)

• Funções referencial e metalinguística

• " - Que coisa, né? - É. Puxa vida! - Ora, droga! - Bolas! - Que troço! - Coisa de louco! - É!“

• Função fática

• "Fique afinado com seu tempo. Mude para Col. Ultra Lights.“

• Função conativa

• " - Que quer dizer pitosga? - Pitosga significa míope. - E o que é míope? - Míope é o que vê pouco.“

• Função metalinguística

• "Sentia um medo horrível e ao mesmo tempo desejava que um grito me anunciasse qualquer acontecimento extraordinário. Aquele silêncio, aqueles rumores comuns, espantavam-me. Seria tudo ilusão? Findei a tarefa, ergui-me, desci os degraus e fui espalhar no quintal os fios da gravata. Seria tudo ilusão?... Estava doente, ia piorar, e isto me alegrava. Deitar-me, dormir, o pensamento embaralhar-se longe daquelas porcarias. Senti uma sede horrível... Quis ver-me no espelho. Tive preguiça, fiquei pregado à janela, olhando as pernas dos transeuntes." (Graciliano Ramos)

• Função emotiva

• Função Fática

•Função Fática

Denotação e Conotação

• Os significados apresentam duas formas:– A forma primitiva e original – A cobra picou o

homem.– Uma forma secundária, uma alegoria – Este

homem é uma cobra.

• A partir destas noções, podemos entender o que são Denotação e Conotação.

Denotação

• Usamos o significado primitivo e original, com o sentido do dicionário; usado de modo automatizado; linguagem comum.

• Quando a palavra é utilizada com seu sentido comum (o que aparece no dicionário).

• A palavra apresenta seu sentido original, impessoal.

Denotação

• A palavra tem sentido denotativo quando é tomada no seu sentido usual ou literal, isto é, naquele que lhe atribuem os dicionários; seu sentido é objetivo, explícito, constante. Ela designa ou denota determinado objeto, referindo-se à realidade palpável.

• Ex: O cão está latindo!

Conotação

• Usamos o significado secundário, com o sentido amplo; usado de modo criativo, numa linguagem rica e expressiva.

• Quando a palavra é utilizada com um sentido diferente daquele que lhe é comum.

• A palavra aparece com outro significado, passível de interpretações diferentes, dependendo do contexto em que for empregada.

Conotação

• Além do sentido referencial, literal, cada palavra remete a inúmeros outros sentidos, virtuais, conotativos, que são apenas sugeridos, evocando outras idéias associadas, de ordem abstrata, subjetiva.

Ex: Esta menina é um cão!

Exemplo 1

Explicação do exemplo 1Você percebeu que há uma palavra que, intencionalmente, permite

uma dupla leitura? Pois é... a palavra MIOLO gera dois significados: JT é um jornal. As páginas, a parte interna, que compõem uma publicação, como jornais, revistas, livros têm o nome técnico de MIOLO. Acrescente-se a isso que, MIOLO, literalmente, é uma parte interna do cérebro.

Popularmente, as pessoas costumam dizer que quem é muito inteligente, pensa muito, tem cabeça, tem “miolo”. Veja, portanto, o uso inteligente dos significados da palavra MIOLO no anúncio, ligada ao adjetivo novo. Possivelmente a maior intenção é dar o significado de “inteligência, cabeça”, uma vez que há destaque em imagens para os novos, os recentemente contratados jornalistas do JT. Sem perder, porém, de vista, miolo como novo conteúdo nas páginas.

Exemplo 2

Explicação do exemplo 2

O autor da figura explorou o universo bastante caricatural em que pigmeus (conhecidos, nas histórias em quadrinhos e desenhos animados, pela estatura pequena, pele negra e prática do canibalismo) estão prestes a devorar um explorador europeu (identificável por seu chapéu de caçador, típico dos aventureiros do século XIX).

O efeito humorístico reside justamente na forma inusitada em que a expressão se encontra, podendo passar de um sentido conotativo para um sentido literal (denotativo). O autor expressa essa dubiedade de sentido propositadamente.

Exemplo 3

Explicação do exemplo 3

• Podemos entender a frase duas formas, todas as duas, entretanto, em sentido figurado. Tratar-se-ia de um “bom dicionário”, um dicionário “bom pra chuchu”, como também se diz em algumas regiões. Mas também como um dicionário fundamental para os “burros”, forma depreciativa com a qual algumas pessoas inapropriadamente chamam aqueles a quem elas consideram de uma cultura inferior (sobretudo inferir a delas própria). Na segunda opção, far-se-ia, então, uma referência ao ditado “o dicionário é pai dos burros”.

Leia a seguinte frase:

"Aplausos, ele é um grande comediante!"

Agora, veja as seguintes imagens:

1.

2.

Que sentido ela adquire nos contextos vistos?

• No primeiro caso, ela assume sentido literal, porquanto se trata realmente de um artista circense, o reconhecido palhaço Carequinha. Na segunda situação, entretanto, a frase adquire uma conotação irônica, pois se trataria, caso a cena fosse real, de um discurso abusivo, que causaria a indignação nos expectadores - o povo, em geral -, a ponto de, no mínimo, se ouvir semelhante frase.

Outros exemplos

Saiba mais!

• http://www.youtube.com/watch?v=1LQypDCvMz4&feature=player_embedded – Skank cantando Dois rios.

• http://www.youtube.com/watch?v=3n5Nbive2Dw – Arnaldo Antunes cantando Meu coração.

• http://www.youtube.com/watch?v=xgbEjHiPGpQ&hd=1