PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA

Graduação em Direito/ 1º período/ Noite

Antropologia

Nome: Mateus Jorge Renhe

Ref.: DAMATTA, Roberto Augusto; O que faz o brasil, Brasil?; Rio de Janeiro:

Editora Rocco; Agos. 1986.

Fichamento:

No começo do livro, o autor procura estabelecer uma distinção entre “brasil” com

inicial minúscula e “Brasil” com inicial maiúscula. A primeira distinção se trata de um

objeto sem vida, uma coisa que morre e não possui autoconsciência. Já a segunda,

de inicial maiúscula, representa um país, cultura, nação, um conjunto de valores,

escolhas e ideais de vida. DaMatta discorre também sobre a rotina diária do

brasileiro, o que envolve sua vida em casa, no trabalho e fora dos dois. Isto mostra

como os brasileiros repetem a mesma rotina todos os dias, o que proporciona um

grande valor ao lazer. O lazer permite um escape, um tempo para limpar a cabeça e

pensar melhor. É importante ressaltar que a mídia utiliza desta rotina constante para

impor suas ideias, seu produtos, pois nós não temos mais tempo para refletir e

criticar o que aparece na internet, na televisão, nos jornais etc. É possível observar

isto também nas festas brasileiras, momento de descontração, alegria, refletida em

um povo que pensa que o trabalho é castigo, dureza, libertado desta tristeza apenas

pelos feriados e as baladas.

O autor trata muito bem acerca do tema do racismo no Brasil, citando Gobineau

que era contra a miscigenação de raças consideradas diferentes apenas por

divergências biológicas, achando então errado o contato intimo entre as supostas

“espécies” diferentes. Daí surge a palavra “mulato”, que vem de mulo, um animal

híbrido incapaz de reproduzir por ser resultado de um cruzamento entre dois tipos

genéticos diferentes. DaMatta cita o antropólogo Claude Levi-Strauss, dizendo que a

partir de sua interpretação da palavra “cru” e “cozido”, é capaz de falar sobre

transformações sociais importantes. Ele utiliza destas duas palavras para classificar

coisas, pessoas e ações morais importantes no mundo.

Possuímos no Brasil ritos da ordem, algo demonstrado muito bem pela continência

militar. Podemos ver as grandes comemorações militares, as paradas, que são

típicas comemorações sociais que servem para mostrar a vertente mais forte do

Estado, as Forças Armadas. As paradas militares são importantes em nossa

sociedade, servindo como celebração entre povo e Estado, tal como as procissões

que celebram a relação entre povo e Deus através da igreja.

De fato, na nossa sociedade temos o desfile militar para as autoridades, ou melhor,

como rito destinado a celebrar a relação do Estado com o povo. Em suma, a

sociedade celebra aquilo que considera fundamental para a sua estrutura.

O sistema judiciário brasileiro também entra em foco no livro de DaMatta, onde é

claro ver que a lei só se aplica a algumas pessoas, onde é de costume que o rico

tenha privilégios, utilizando seu dinheiro para “se safar” de determinados problemas.

Além disto, o autor ressalta o fato da prisão especial para quem possui curso

superior completo, e mostra que a destruição do privilegio trás igualdade.

O último capítulo do livro falando sobre Deus, explicando a religião como um fator

sociológico onde muitos sentem a necessidade de construir a religião parar dar um

sentimento de comunhão com o universo. Isto torna da religião um modo de se

relacionar não só com os deuses, mas também com todos os seres vivos do mundo.

Além disto, ela é usada para explicar acontecimentos não científicos na vida das

pessoas, como a razão pela morte de um ente querido, a diferença gritante entre o

rico e pobre, forte e fraco. Resumindo, a religião oferece respostas a perguntas que

não podem ser respondidas pela ciência ou tecnologia.