Planejamento e Avaliação

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PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO DO ENSINO

SUPERIOR

Mª Auxiliadora S. FreitasDoutora em Educação pela FACED/UFBAProfessora adjunto do Centro de Educação da UFALCurso de Pedagogiaafreitasmcz@gmail.com

NOSSOS OBJETIVOSPosicionar-se criticamente acerca das concepções teórico-metodológicas que fundamentam o Planejamento e a Avaliação no Ensino Superior;Repensar o cotidiano da sala de aula universitária como espaço de interação entre os sujeitos da aprendizagem, de pesquisa e construção de conhecimento;Compreender a dinâmica da aula universitária a partir de atividades pedagógicas hipertextuais que estimulem uma aprendizagem significativaDiscutir possibilidades didáticas que envolvam o Planejamento e a Avaliação do Ensino Superior

Nosso compromisso Aula expositiva dialogada Fundamentação teórico-prática: uso

de recursos e estratégias metodológicas

Portfólio: produção e reflexão em duplas

Retorno das produções: socialização IMPORTANTE: considerar a sala de

aula universitária como espaço de aprendizagem!

UMA QUESTÃO IMPORTANTE:

COMO DEVO ORGANIZAR O ENSINO PARA GARANTIR A APRENDIZAGEM?

PLANEJAMENTO EDUCACIONAL

ORGANIZAÇÃO METODOLÓGICA INDISPENSÁVEL À AÇÃO

EDUCATIVA

O que indica o Planejamento, quais concepções que norteiam

a sua prática?

O que indica o Planejamento, quais concepções que norteiam

a sua prática?

PROJETO DA INSTITUIÇÃOPROJETO DA INSTITUIÇÃO

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO

PROJETOS PEDAGÓGICOSPROJETOS PEDAGÓGICOS

PLANO DE ENSINOPLANO DE ENSINO

PLANEJAMENTO EDUCACIONALPLANEJAMENTO EDUCACIONAL

PLANO DE AULAPLANO DE AULA

PLANO DE ENSINO

IDENTIFICAÇÃO Instituição: Nível de Ensino: Semestre/ano: Turno: Disciplina: Professor responsável: Nº de alunos: Carga horária semestral: Carga horária semanal:

EMENTA Planejamento e Avaliação do Ensino

Superior Os novos desafios para a prática do

Planejamento e da Avaliação no Ensino Superior: uma abordagem teórico-metodológica. A dinâmica do processo pedagógico e seus eixos norteadores: ensino, aprendizagem, pesquisa e avaliação. Estratégias metodológicas de ensino-aprendizagem, tecnologia educacional. Instrumentos e procedimentos de avaliação como princípio de continuidade da ação pedagógica.

EMENTA

Planejamento, Currículo e Avaliação Estudo dos princípios, fundamentos e

procedimentos do planejamento de ensino, do currículo e da avaliação, segundo os paradigmas e normas legais vigentes, norteando a construção do currículo e do processo avaliativo no Projeto Político-Pedagógico de Educação Básica.

EMENTA

Metodologia do Ensino Superior Função social da educação superior. O

trabalho pedagógico e a formação do professor universitário na dinâmica interna das Instituições de Ensino Superior. Dimensões do processo didático e seus eixos norteadores: ensino, aprendizagem, pesquisa e avaliação. Estratégias de ensino e aprendizagem, tecnologia educacional.

EMENTA

Organização do trabalho acadêmico

As ciências e o conhecimento científico: natureza e modos de construção do conhecimento e da pesquisa nas Ciências Humanas e Sociais, especificamente os aspectos técnicos e textuais.

EMENTA

Avaliação Educacional  Estudo das teorias e práticas da avaliação

educacional a partir dos paradigmas interacionistas da sociedade e da ação pedagógica, construindo novas abordagens e novos procedimentos do ato de avaliar. A dinâmica do processo avaliativo numa perspectiva mediadora. Instrumentos e procedimentos de avaliação a serviço de concepções metodológicas e como princípio de continuidade da ação pedagógica.

OBJETIVOS

Metas estabelecidas ou resultados previamente determinados.

Ênfa-se: modificações de comportamento do aluno: conhecimentos, habilidades e atitudes.

Orienta o professor na seleção de conteúdos, estratégias de ensino e processo de avaliação.

OBJETIVOS

GERAIS: Amplos e complexos. O que se espera alcançar (aprendizagem), ao final do ensino (fundamental, médio, superior), de um ano/série.

ESPECÍFICOS: alcançáveis em menor tempo, explicitam desempenho observáveis.

OBJETIVOS

CONHECIMENTO: o que o aluno vai adquirir: informações, fatos, conceitos, princípios, teorias, interpretações, análises, estudos, pesquisas, etc.

ATITUDES: visam comportamento que indicam valoração, importância e crença: valorizar a busca de informações, a curiosidade científica, a convivência com os colegas, a criatividade, a interdisciplinaridade, o trabalho em equipe, a comunicação, a aprendizagem colaborativa, capacidade crítica, etc.

CONTEÚDOS

Conjunto de temas ou assuntos, organizados a partir da definição dos objetivos.

Devem ser atuais, atualizados e contextualizados.

Despertem o interesse doa aluno e sejam adequados à sua faixa etária.

Permitam integrar conhecimentos em várias áreas, disciplinas ou ciências.

Despertem curiosidade e novos desafios. Permitam diferentes formas de analisar e

interpretar.

REFLETINDO...

Por que vivemos a hegemonia de uma pedagogia tradicional, sedimentada em métodos expositivos e numa suposta avaliação que prioriza as medidas educacionais?

Como escapar à tendência cientificista da educação, que tem reduzido a ação avaliativa a um mero fazer quantificável?

Como adotar uma dimensão dialógica, direcionada à compreensão, à participação e à emancipação dos sujeitos da aprendizagem?

Qual o avanço da perspectiva dialógica em relação ao conceito de avaliação da aprendizagem?

“ “ Era uma vez...Era uma vez...Uma rainha que vivia em um grande castelo.Uma rainha que vivia em um grande castelo.Ela tinha uma varinha mágica que fazia as Ela tinha uma varinha mágica que fazia as pessoas bonitas ou feias, alegres ou tristes, pessoas bonitas ou feias, alegres ou tristes, vitoriosas ou fracassadas. Como todas as vitoriosas ou fracassadas. Como todas as rainhas,ela também tinha um espelho mágico. rainhas,ela também tinha um espelho mágico. Um dia, querendo avaliar sua beleza, também Um dia, querendo avaliar sua beleza, também ela perguntou ao espelho:ela perguntou ao espelho:

- Espelho, espelho meu, existe alguém mais bonita - Espelho, espelho meu, existe alguém mais bonita do que eu?do que eu?O espelho olhou bem para ela e respondeu:O espelho olhou bem para ela e respondeu:- Minha rainha, os tempos estão mudados. Esta não - Minha rainha, os tempos estão mudados. Esta não é uma resposta assim tão simples.Hoje em dia, é uma resposta assim tão simples.Hoje em dia, para responder a sua pergunta eu preciso de para responder a sua pergunta eu preciso de alguns elementos mais claros.alguns elementos mais claros.

Atonia, a rainha não sabia o que dizer. Só lhe Atonia, a rainha não sabia o que dizer. Só lhe ocorreu lhe perguntar:ocorreu lhe perguntar:

- Como assim?- Como assim?-Veja bem, respondeu o espelho. –Em primeiro -Veja bem, respondeu o espelho. –Em primeiro lugar, preciso saber porque a Vossa Majestade fez lugar, preciso saber porque a Vossa Majestade fez essa pergunta, ou seja, o que pretende fazer com a essa pergunta, ou seja, o que pretende fazer com a minha resposta. Pretende apenas levantar dados minha resposta. Pretende apenas levantar dados sobre o seu ibope no castelo? Pretende examinar seu sobre o seu ibope no castelo? Pretende examinar seu nível de beleza, comparando-o com o de outras nível de beleza, comparando-o com o de outras pessoas, ou sua avaliação visa ao desenvolvimento de pessoas, ou sua avaliação visa ao desenvolvimento de sua própria beleza, sem nenhum critério externo? É sua própria beleza, sem nenhum critério externo? É uma avaliação considerando a norma ou critérios uma avaliação considerando a norma ou critérios predeterminados? De toda forma , é preciso, ainda, predeterminados? De toda forma , é preciso, ainda, que a Vossa Majestade me diga se pretende fazer que a Vossa Majestade me diga se pretende fazer classificação dos resultados.classificação dos resultados.

E continuou o espelho:E continuou o espelho:-Além disso, eu preciso que a Vossa Majestade me -Além disso, eu preciso que a Vossa Majestade me defina com que bases devo fazer essa avaliação. Devo defina com que bases devo fazer essa avaliação. Devo considerar o peso, a altura, a cor dos olhos, o conjunto? considerar o peso, a altura, a cor dos olhos, o conjunto? Quem devo consultar para fazer essa análise? Por Quem devo consultar para fazer essa análise? Por exemplo: se consultar somente os moradores do castelo, exemplo: se consultar somente os moradores do castelo, vou ter uma resposta; por outro lado, se utilizar vou ter uma resposta; por outro lado, se utilizar parâmetros nacionais, poderei ter outra resposta. parâmetros nacionais, poderei ter outra resposta. Entre a turma da copa ou mesmo entre os anões, a Entre a turma da copa ou mesmo entre os anões, a Branca de Neve ganha estourado. Mas, se perguntar Branca de Neve ganha estourado. Mas, se perguntar aos seuaos seuss conselheiros, acho que minha rainha terá o conselheiros, acho que minha rainha terá o primeiro lugar. primeiro lugar.

Depois, ainda tem o seguinte – continuou o espelho: Depois, ainda tem o seguinte – continuou o espelho: - Como vou fazer essa avaliação? Devo utilizar - Como vou fazer essa avaliação? Devo utilizar análiseanálisess continuadas?Utilizo a observação? continuadas?Utilizo a observação?

Finalmente, concluiu o espelho:-Será que estou Finalmente, concluiu o espelho:-Será que estou sendo justo? Tantos são os pontos a sendo justo? Tantos são os pontos a considerar...”considerar...”

(adaptado de Utilization-Focused Evaluation. Londres, Sage Pub., 1997, de Michel Quinn Patton).

O QUE SE PRATICA NAS ESCOLAS? Exame ou

avaliação?

EXAME Objetivo: julgar para aprovar ou reprovar; Gera padrões de comportamentos

preestabelecidos: exercício da memória, repetição e mensuração;

Preocupação com resultados Avaliar é medir características, é quantificar a

aprendizagem, é desenvolver nos docentes e discentes uma visão instrumental, procedimental do conhecimento;

Sujeito que aprende – receptor passivo Professor: transmissor de conhecimentos Aluno: receptor passivo Conhecimento: forma de ocultar a realidade -

transladar os fenômenos sociais para o âmbito da racionalidade, da objetividade.

trata o contexto escolar de forma neutra, isento da manifestação e de conflitos no: receptor passivo, consumidor de informação;

AVALIAÇÃO: ABRANGÊNCIA NACIONAL

LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL (LDB)

SISTEMA NACIONAL DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR (SINAES)

EXAME NACIONAL DE DESEMPENHO DO ESTUDANTE ( ENADE)

SISTEMA NACIONAL DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA (SAEB)/ PROVA BRASIL

EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO (ENEM)

CENÁRIOS DE “AVALIAÇÃO” DA APRENDIZAGEM

Fonte: CENPEC/UNICEF.

MEC - 1996 .

MEC - 1996

O ERRO COMO FONTE DE CASTIGO E NÃO COMO ETAPA

DE CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO

NO PASSADO, EM NOSSA PRÁTICA ESCOLAR,

CASTIGAVA-SE FISICAMENTE E HOJE?

DE FORMA SIMBÓLICA, AINDA HOJE UTILIZAMOS A

VIOLÊNCIA...

Vocês vão ver o que é que eu vou fazer com vocês no dia da prova...

Se forem bem neste trabalho, acrescento um ponto na nota para todos os alunos; se forem mal...

O erro como fonte de ridicularização... A ameaça de reprovação... Teste relâmpago... Juízos superficiais, estereotipados,

rotulados.

AFINAL PARA QUE SERVE O EXAME?

COMO RESSIGNIFICAR A SUA PRÁTICA

NO CONTEXTO DE UMA AVALIAÇÃO

DIAGNÓSTICA FORMATIVA? COMO

TRANSFORMÁ-LO NUM ATO DIALÓGICO,

CONSTITUÍDO POR SUJEITOS

DIALÓGICO-INSTITUINTES?

Importante considerar

O ato de avaliar implica em dois processos indissociáveis: o diagnóstico e a tomada de decisões. (LUCKESI, 2000)

Repensando a avaliação da aprendizagem

A avaliação pautada no exame é só um instrumento Não basta mudar os instrumentos e procedimentos de

avaliação. Repensar os instrumentos como parte do processo

ensino-aprendizagem. Quem é o sujeito da avaliação? É preciso refletir a prática pedagógica docente e a

concepção que tem sustentado a sua formação-ação: educação, currículo, ensino, aprendizagem, conteúdos, metodologia, relação professor-aluno, avaliação.

Definir com clareza os critérios usados na prática avaliativa – PPP

Conceber o ensino como uma atividade heurística Avaliação: lugar de interlocução e formação do ser

como modo de agir, sentir, aprender e compartilhar.

PROPÓSITOS E OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO

DIAGNÓSTICA FORMATIVA

SOMATIVA DIAGNÓSTICA A função diagnóstica deve ocorrer não só no momento

que anterior ao ensino-aprendizagem, mas durante todo o processo para identificar as problemáticas existentes, subsidiar a prática pedagógica e retroalimentar todo o ensino.

Como ponto de partida, o diagnóstico atua como um mecanismo de verificação e acolhimento ao estágio de aprendizagem em que se encontram os alunos; como processo, articula-se à função formativa para pensar e planejar a prática didática.

PROPÓSITOS E OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO

FORMATIVA Ocorre durante o processo ensino-aprendizagem. É

processual, contínua e interativa. Centrada nos sujeitos da aprendizagem, também tem caráter diagnóstica.

Ajuda o aluno a aprender, o professor a ensinar, acompanhar e reavaliar todas as etapas do processo ensino-aprendizagem.

Possibilita o acompanhamento da aquisição e domínio das competências, e adequar o ensino às necessidades de ajustes na aprendizagem e no desenvolvimento do aluno.

PROPÓSITOS E OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO

FORMATIVA É formativa porque prioriza a formação

humana, isto é a constituição do sujeito como um ser de possibilidades que interage dialogicamente com os outros e com as coisas (FREITAS, 2009).

É importante precisar o seu conceito num movimento processual e interativo, de escuta e abertura às incompletudes dos sujeitos da aprendizagem.

Segue um percurso de investigação na ação

SOMATIVA Pode ser reconfigurada para assumir um lugar como componente da formação, necessária ao

aprimoramento das pessoas e da ação pedagógica Seus dados subsidiam o replanejamento do ensino-

aprendizagem

PROPÓSITOS E OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO

AVALIAÇÃO PROCESSUAL – MAPA CONCEITUAL Cmap Tools http://cmap.ihmc.us.

INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS DE

AVALIAÇÃO

INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS DE

AVALIAÇÃO PROVAS OBJETIVAS PROVAS DISSERTATIVAS SEMINÁRIOS TRABALHO EM GRUPO DEBATE RELATÓRIO OBSERVAÇÃO CONSELHO DE CLASSE PORTFÓLIO MAPA CONCEITUAL HIPERTEXTO

INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS DE

AVALIAÇÃO

Na avaliação Diagnóstica pode-se utilizar o pré-teste, mapa conceitual, memorial acadêmico, portfólio, ficha de observação, estudo de caso, etc.

Na avaliação Formativa ou processual, temos: observações, estudo de caso, mapas conceituais, portfólio, seminário, pesquisas, dinâmicas de grupos, hipertexto, blog, etc.

Na avaliação Somativa usa-se, em geral testes, relatórios, portfólio, autoavaliação.

Um convite à reflexão Plural dos sentidos – autor

desconhecido

 Um dia, numa aula a nossa professoraEnsinou-nos que o vento é simples massa de ar.E eu acreditei. Se a professora o diz….Mas não compreendi.E pus-me a cogitar…De volta para a aldeia, onde ninguém estudou, resolvi perguntar. E disse o Zé Moleiro - o vento é pó de trigo, são velas a rodar. O vento é um amigo. O Luís pescador gritou, sem se conter:- O vento faz as ondas e fez o meu pai morrer!O vento é assassino, o vento faz doer. - Nem sempre - lembrei eu . Levanta os papagaios e fá-los ser estrelas num céu azul de sol.E gemeu a velhinha, num canto do portal:- O vento é dor nos ossos…

Maceió- Al

- É  roupa no varal sequinha num instante!Afirmou minha mãeCorrendo atarefada, entre a casa e o quintal. Mas logo explicou um velho jardineiro:- O vento, meus amigos, destruiu-me as

roseirasE fez cair as flores das minhas trepadeiras.O vento é muito mau. Um poeta sorriu…- O vento é a beleza. As searas são marSe o vento as faz mover, no campo a ondular. Então sentei-me à mesa e estudei a lição.Já sei o que é o vento.É dor, é medo, é pão.É beleza e canção.É  a morte no mar. E por trás de tudoÉ uma massa de ar

E eu disse cá para mim que a professora com tudo o que estudouNão me soube ensinar/avaliarPorque nunca escutou.

Maceió- Al

O vento é o mesmo, mas a O vento é o mesmo, mas a resposta é diferente em cada resposta é diferente em cada

folha.folha. Cecília MeirelesCecília Meireles

O professor é o principal responsável para O professor é o principal responsável para operacionalizar o processo de avaliação. operacionalizar o processo de avaliação.

Maceió - Al

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Tecnologia ou Metodologia?