Post on 06-Jun-2015
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“O que há em mim é
sobretudo cansaço”
Álvaro de Campos- Fase abúlica
Realizado por: André Rocha nº2
Maria Inês Teixeira nº8Nuno Sousa nº 10
“ O que há em mim é sobretudo cansaço”
O que há em mim é sobretudo cansaço- Não disto nem daquilo, Nem sequer de tudo ou de nada: Cansaço assim mesmo, ele mesmo, Cansaço.
A subtileza das sensações inúteis, As paixões violentas por coisa nenhuma, Os amores intensos por o suposto em alguém, Essas coisas todas - Essas e o que falta nelas eternamente -; Tudo isso faz um cansaço, Este cansaço, Cansaço.
Há sem dúvida quem ame o infinito, Há sem dúvida quem deseje o impossível, Há sem dúvida quem não queira nada - Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles: Porque eu amo infinitamente o finito, Porque eu desejo impossivelmente o possível, Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser, Ou até se não puder ser... E o resultado? Para eles a vida vivida ou sonhada, Para eles o sonho sonhado ou vivido, Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto... Para mim só um grande, um profundo, E, ah com que felicidade infecundo, cansaço, Um supremíssimo cansaço, Íssimno, íssimo, íssimo, Cansaço...
Análise do poema Este poema é constituído por:
Duas quintilhas
Duas oitavas
Uma quadra
Não tem esquema rimático
Rima livre ou verso livre- as palavras que rimam ou são iguais
ou derivam da mesma palavra.
Assunto do
poema
Por estrofes
O poema está dividido em 4 partes
lógicas:
O cansaço que o poeta sente
A origem do cansaço
A comparação e a própria definição
A conclusão
O que há em mim é sobretudo cansaço-
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.
•Tema: O cansaço que há no sujeito poético.•Sente cansaço mas não sabe de onde vem esse cansaço
A sutileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto em alguém,
Essas coisas todas -
Essas e o que falta nelas eternamente -;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.
•A origem do cansaço•Existe uma contradição com a 1ª estrofe.•O cansaço tem origem nas coisas fúteis da vida, nas paixões fortes por nada e nos amores intensos.
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder
ser,
Ou até se não puder ser...
•A comparação e a definição•Está a comparar-se com os que não viviam como ele, que não sentiam angústia do seu ser.•O Sujeito Poético era diferente dos comuns.
E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é,
isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço,
Íssimno, íssimo, íssimo,
Cansaço...•Conclusão•Apesar do cansaço o poeta sente uma felicidade por estar cansado porque sabe que esse cansaço se deve a dificuldade em realizar os seus sonhos.
Recursos
estilísticos
O que há em mim é sobretudo cansaço- Não disto nem daquilo, Nem sequer de tudo ou de nada: Cansaço assim mesmo, ele mesmo, Cansaço. A sutileza das sensações inúteis, As paixões violentas por coisa nenhuma, Os amores intensos por o suposto em alguém, Essas coisas todas - Essas e o que falta nelas eternamente -; Tudo isso faz um cansaço, Este cansaço, Cansaço.
Aliteração em s
Anáfora-repetição da mesma palavra, ou construção sintática, no princípio de cada verso.
Repetição-consiste na utilização de palavras repetidas para intensificar ideias.
Antítese-consiste no contraste entre dois elementos ou ideias.
Há sem dúvida quem ame o infinito, Há sem dúvida quem deseje o impossível, Há sem dúvida quem não queira nada - Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles: Porque eu amo infinitamente o finito, Porque eu desejo impossivelmente o possível, Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser, Ou até se não puder ser... E o resultado? Para eles a vida vivida ou sonhada, Para eles o sonho sonhado ou vivido, Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...Para mim só um grande, um profundo, E, ah com que felicidade infecundo, cansaço, Um supremíssimo cansaço, Íssimno, íssimo, íssimo, Cansaço...
Anáfora-repetição da mesma palavra,ou construção sintática,no princípio de cada verso.
Interrogação
retórica-pergunta
que não espera
resposta,colocada
para reforçar o que
se está a dizer.
Hipérbole-consiste no emprego de uma expressão que exagera o pensamento para dar mais ênfase ao discurso.
Versos mais
difíceis e
versos mais
fáceis e
fascinantes
“A subtileza das sensações inúteis” (v.6)
Significa que há sensações que nos são transmitidas mas que são inúteis.
Difícil
“Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles” (v.6)
Impre
ssionan
te
Tipos de idealistas:
“Há sem dúvida quem ame o infinito,Há sem dúvida quem deseje o impossível,Há sem dúvida quem não queira nada-”
Características da poética
O poema pertençe a 3ªfase de escrita do poeta
Fase Intimista.
Uso de muitas figuras de sintaxe e recursos
estilísticos
Uso de linguagem acessível(corrente)
Ausência de Rima
Tendência para o Exagero
Mais uma vez como em outros poemas ,o tema
abordado pelo sujeito poético é a angústia
existencial(á semelhança de alguns poemas de
Fernando Pessoa, o ortónimo).
Fim