Prisões Políticas Do Estado Novo

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Apresentação criada por alunos do 12º Ano, no ano lectivo de 2008-2009.

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As prisões políticasdoEstado Novo

O Carácter Repressivo do Estado Novo

Nos anos 30 do século passado, a Europa conheceu Nos anos 30 do século passado, a Europa conheceu vários regimes conservadores e ditatoriais. Foi a época vários regimes conservadores e ditatoriais. Foi a época do Fascismo e do Nazismo.do Fascismo e do Nazismo.

Na Itália, Mussolini impunha Na Itália, Mussolini impunha o Fascismo. o Fascismo.

Na Alemanha, Hitler impunha Na Alemanha, Hitler impunha o Nazismo.o Nazismo.

Em Portugal, Salazar impunha o Estado Novo, um regime inspirado nos Em Portugal, Salazar impunha o Estado Novo, um regime inspirado nos ideais fascistas de Mussolini, mas sem os exageros da violência nazi. ideais fascistas de Mussolini, mas sem os exageros da violência nazi.

O regime salazarista impôs-se através de um aparelho repressivo que O regime salazarista impôs-se através de um aparelho repressivo que fortalecia e perpetuava a sua acção, combatendo toda a contestação. fortalecia e perpetuava a sua acção, combatendo toda a contestação.

Deste aparelho repressivo fazia parte a PIDE, polícia política do regime, apoiada numa vasta rede de informadores que Deste aparelho repressivo fazia parte a PIDE, polícia política do regime, apoiada numa vasta rede de informadores que fiscalizava, amedrontava a população e prendia os opositores. fiscalizava, amedrontava a população e prendia os opositores.

O destino dos opositores eram as O destino dos opositores eram as prisões do regime prisões do regime espalhadas pelo país e nas colónias, onde aqueles eram torturados física espalhadas pelo país e nas colónias, onde aqueles eram torturados física e psicologicamente, quando não assassinados. e psicologicamente, quando não assassinados.

As PrisõesPoliticas do Regime

Prisão do

Aljube

Prisão de

Caxias

Prisão de

Peniche

Prisão da

PIDE no Porto

A Prisão de Peniche

O Forte de Peniche, durante o Estado Novo, O Forte de Peniche, durante o Estado Novo,

converteu-se numa prisão politica de alta segurança.converteu-se numa prisão politica de alta segurança.

Presos de Peniche Álvaro CunhalÁlvaro Cunhal Joaquim Gomes Joaquim Gomes Carlos Costa Carlos Costa Jaime SerraJaime Serra Francisco MiguelFrancisco Miguel José CarlosJosé Carlos Guilherme CarvalhoGuilherme Carvalho Pedro SoaresPedro Soares Rogério de Carvalho Rogério de Carvalho Francisco Martins RodriguesFrancisco Martins Rodrigues E muitos outros…E muitos outros…

Francisco Martins Rodrigues

Álvaro Cunhal

Jaime Serra

Joaquim Gomes

A Fuga de Peniche – episódio insólito A 3 de Janeiro de 1960, deu-se a espectacular “Fuga A 3 de Janeiro de 1960, deu-se a espectacular “Fuga

de Peniche", protagonizada por prisioneiros de Peniche", protagonizada por prisioneiros comunistas como Álvaro Cunhal, Joaquim Gomes, comunistas como Álvaro Cunhal, Joaquim Gomes, Carlos Costa, Jaime Serra, Francisco Miguel, José Carlos Costa, Jaime Serra, Francisco Miguel, José Carlos Guilherme Carvalho, Pedro Soares, Rogério de Carlos Guilherme Carvalho, Pedro Soares, Rogério de Carvalho e Francisco Martins Rodrigues.Carvalho e Francisco Martins Rodrigues.

A operação foi organizada internamente por uma comissão de presos e no exterior, por outros dirigentes comunistas.

Na data combinada, ao final da tarde, um automóvel parou em frente ao Forte, com o porta-bagagens aberto. Esse era o sinal combinado para que, no interior da prisão, se soubesse que, no exterior, estava tudo a postos para a fuga.

Desenho Desenho de de

Álvaro CunhalÁlvaro Cunhal

O carcereiro foi neutralizado com o emprego de uma anestesia e, com a ajuda de um sentinela – o guarda José Alves – que fazia parte do plano de fuga, os prisioneiros atravessaram o espaço mais exposto do percurso.

Do piso superior desceram para o piso inferior com o recurso a uma árvore. Aqui correram para o pano exterior da muralha que desceram com o auxílio de uma corda feita com lençóis, até alcançarem o fosso exterior.

Depois tiveram que saltar um muro para chegar à vila, onde se encontravam à sua espera os automóveis que os haviam de transportar para as casas clandestinas onde deveriam passar a noite.

Cunhal passou a noite na casa de Pires Jorge, em São João do Estoril, onde ficou a viver clandestinamente durante algum tempo.

Álvaro Cunhal

Em 1931, com 17 anos, aderiu ao Partido Comunista Português. Em 1931, com 17 anos, aderiu ao Partido Comunista Português. Estudava então na Faculdade de Direito de Lisboa. Estudava então na Faculdade de Direito de Lisboa.

As suas primeiras tarefas partidárias foram ligadas à Liga dos As suas primeiras tarefas partidárias foram ligadas à Liga dos Amigos da URSS, ao Socorro Vermelho Internacional e aos Grupos Amigos da URSS, ao Socorro Vermelho Internacional e aos Grupos de Defesa Académica. de Defesa Académica.

Em 1934, foi eleito pelos estudantes de Lisboa seu representante Em 1934, foi eleito pelos estudantes de Lisboa seu representante no Senado Universitário.no Senado Universitário.

Teve a seu cargo a reorganização da Federação das Juventudes Teve a seu cargo a reorganização da Federação das Juventudes Comunistas Portuguesas (FJCP) em Lisboa.Comunistas Portuguesas (FJCP) em Lisboa.

Em 1935, foi eleito Secretário-Geral das Juventudes Em 1935, foi eleito Secretário-Geral das Juventudes Comunistas e participou no IV Congresso da Comunistas e participou no IV Congresso da Internacional Juvenil Comunista, em Moscovo. Internacional Juvenil Comunista, em Moscovo.

Começava então a sua vida clandestina .Começava então a sua vida clandestina .

Em1936, passou a integrar o Comité Central do Em1936, passou a integrar o Comité Central do Partido Comunista Português.Partido Comunista Português.

Desenhos da prisão de Álvaro Cunhal

Peniche no dia da Libertação Depois do derrube do regime, a 25 de Abril de 1974, a

Prisão de Peniche foi utilizada como abrigo para os retornados das ex-colónias portuguesas da África que regressaram a Portugal quando se deu a descolonização.

A prisão de Aljube

A cadeia do Aljube foi uma prisão situada na freguesia da Sé, na cidade de Lisboa, Portugal.

O estabelecimento prisional recebia presos comuns até o início da década de 1930, quando passou a ser lugar de reclusão de presos políticos do Estado Novo.

O cárcere foi fechado em Agosto de 1965.

Presos do Aljube

António Borges Coelho

José Manuel Tengarrinha

Urbano Tavares Rodrigues

Miguel Torga

José Medeiros Ferreira

Vasco Granja

Carlos Brito

Luís de Sttau Monteiro

Escritor português, acusado de defender ideias Escritor português, acusado de defender ideias subversivas, foi preso pela PIDE e colocado na prisão do subversivas, foi preso pela PIDE e colocado na prisão do Aljube. Aljube.

Seria libertado em Fevereiro de 1940.Seria libertado em Fevereiro de 1940.

Várias vezes nomeado para o Prémio Nobel da Literatura, Várias vezes nomeado para o Prémio Nobel da Literatura, tornou-se um dos mais conhecidos autores portugueses tornou-se um dos mais conhecidos autores portugueses do século XX. do século XX.

Miguel Torga

Em 1961, publicou a peça de teatro Em 1961, publicou a peça de teatro Felizmente Há LuarFelizmente Há Luar, , distinguida com o Grande Prémio de Teatro.distinguida com o Grande Prémio de Teatro.

Foi proibida a representação da peça pela Censura. Só Foi proibida a representação da peça pela Censura. Só viria a ser representada em 1978 no Teatro Nacional. viria a ser representada em 1978 no Teatro Nacional.

Foi preso em 1967 pela PIDE, no Aljube, após a Foi preso em 1967 pela PIDE, no Aljube, após a publicação das suas peças de teatro.publicação das suas peças de teatro.

Luís de Sttau Monteiro

““Há homens que obrigam Há homens que obrigam outros homens a reverem-se outros homens a reverem-se por dentro…por dentro…

Luís de Sttau MonteiroLuís de Sttau Monteiro

A prisão de Caxias Começou a ser utilizada como prisão politica em 1936. As condições físicas eram mais toleráveis do que no As condições físicas eram mais toleráveis do que no

Aljube, embora existissem celas subterrâneas de Aljube, embora existissem celas subterrâneas de castigo. castigo.

Um irónico acontecimento ocorrido nesta prisão foi a Um irónico acontecimento ocorrido nesta prisão foi a fuga de oito detidos, todos altos funcionários do PCP .fuga de oito detidos, todos altos funcionários do PCP .

Presos de Caxias Albertina DiogoAlbertina Diogo Albina PatoAlbina Pato Aida MagroAida Magro Aida PaulaAida Paula António ManuelAntónio Manuel Fernanda TomásFernanda Tomás Hermínio InácioHermínio Inácio Joaquim Gorjão DuarteJoaquim Gorjão Duarte José MagroJosé Magro Julieta GândaraJulieta Gândara Luísa PaulaLuísa Paula Marcos Rolo AntunesMarcos Rolo Antunes Mário HenriquesMário Henriques

Manuel M. FelizardoManuel M. Felizardo Maria Eugénia Varela

Gomes Mateus BrancoMateus Branco Natália DavidNatália David Nuno Teotónio PereiraNuno Teotónio Pereira Piedade GomesPiedade Gomes Virgínia MouraVirgínia Moura Vítor Serra LopesVítor Serra Lopes

«Podem traçar meu corpo à chicotada

Podem calar meu grito enrouquecido

Para viver de alma ajoelhada

Vale bem mais morrer de rosto erguido.»

Fuga de Caxias

No dia 4 de Dezembro de 1961, oito No dia 4 de Dezembro de 1961, oito militantes comunistas evadiram-se do militantes comunistas evadiram-se do Reduto Norte da prisão de Caxias num Reduto Norte da prisão de Caxias num carro blindado, perante o olhar carro blindado, perante o olhar impotente dos carcereiros. impotente dos carcereiros.

Realizada em poucos segundos e Realizada em poucos segundos e apenas com recursos do interior da apenas com recursos do interior da prisão, tratou-se de uma das mais prisão, tratou-se de uma das mais audaciosas fugas dos cárceres dos cárceres fascistas.fascistas.

Com os 8 homens dentro do carro, esteCom os 8 homens dentro do carro, estearranca em direcção ao portão principal,arranca em direcção ao portão principal,que não resiste ao embate e cede. que não resiste ao embate e cede.

Dez segundos depois, o carro estáfora da prisão e ruma à auto-estrada,e ruma à auto-estrada,sob os disparos da GNR. sob os disparos da GNR.

Chegados a Lisboa, a viatura éChegados a Lisboa, a viatura éabandonada e os seus ocupantesabandonada e os seus ocupantesrefugiam-se em casas seguras. refugiam-se em casas seguras.

Presa em Caxias …

Maria Eugénia Varela Gomes 19251925 - Nasce em Évora, a 18 de - Nasce em Évora, a 18 de

Dezembro, filha e neta de militares.Dezembro, filha e neta de militares.

19491949 - O desejo de trabalhar com - O desejo de trabalhar com operários, leva-a para uma fábrica de operários, leva-a para uma fábrica de cortiça no Seixal, mas a experiência é cortiça no Seixal, mas a experiência é decepcionante devido às limitações decepcionante devido às limitações impostas ao seu trabalho como impostas ao seu trabalho como assistente social.assistente social.

1950 - Faz serviço social no Bairro da Boavista, em Lisboa, onde contacta com os meios mais miseráveis dos bairros de lata.

19511951 - Casa com o Capitão João Varela Gomes, com quem - Casa com o Capitão João Varela Gomes, com quem tem quatro filhos : tem quatro filhos :

Paulo, João António, Maria Eugénia e Maria da Luz.Paulo, João António, Maria Eugénia e Maria da Luz.

19561956 – Dirige o Serviço Social do Hospital de Santa Maria, – Dirige o Serviço Social do Hospital de Santa Maria, que é obrigada a abandonar, dois anos depois, devido a que é obrigada a abandonar, dois anos depois, devido a um processo disciplinar, por motivos políticos.um processo disciplinar, por motivos políticos.

19581958 - Participa activamente na Campanha eleitoral de - Participa activamente na Campanha eleitoral de Humberto Delgado.Humberto Delgado.

1959 - Envolve-se directamente na Revolta da Sé e acompanha de perto o julgamento e a prisão dos implicados.

revolta contra o regime salazarista.As reuniões conspiratórias ocorriam na Sé de Lisboa, com o conhecimento do pároco, o padre Perestrelo de Vasconcelos. Depois de julgados e presos, os implicados são repartidos por Caxias, Aljube, Trafaria e Elvas.

1962 - É raptada e presa pela PIDE, por alegado envolvimento no golpe de Beja.

Nova revolta, visando o derrube de Salazar, dirigido pelo Capitão VarelaGomes (sector militar) e por Manuel Serra (sector civil).

Tentativa frustrada de tomada do Quartel de Beja

É mantida isolada desde Janeiro até Abril, na prisão de Caxias.

É submetida à tortura do sono.

Permanece presa, em Caxias até 1963.

1963 – É libertada. Liga-se à Frente Patriótica de Libertação Nacional, integrando uma célula onde estava também Jorge Sampaio, entre outros.

1964 – É presente como ré, ao lado do marido, no julgamento dos implicados de Beja. É condenada a É condenada a dezoito meses de prisão, enquanto João Varela Gomes é condenado a seis anos.dezoito meses de prisão, enquanto João Varela Gomes é condenado a seis anos.

«Não participei nem na preparação nem no assalto ao Quartel de Beja, mas estou de alma e coração com o meu marido e os companheiros dele».

Logo que alcançou a liberdade, passou a dedicar todas as suas energias à causa dos presos políticos. Logo que alcançou a liberdade, passou a dedicar todas as suas energias à causa dos presos políticos.

Funda, com outras personalidades de oposição, a CNSPP Funda, com outras personalidades de oposição, a CNSPP (Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos).(Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos).

19691969 - Participa na Campanha Eleitoral pelas listas da CDE e, um ano depois, é novamente presa por uma semana. - Participa na Campanha Eleitoral pelas listas da CDE e, um ano depois, é novamente presa por uma semana.

19731973 - Participa na campanha eleitoral para a Assembleia Nacional. No final de um comício na Sociedade Nacional de Belas Artes, é - Participa na campanha eleitoral para a Assembleia Nacional. No final de um comício na Sociedade Nacional de Belas Artes, é brutalmente espancada pela policia de choque, juntamente com a filha mais nova.brutalmente espancada pela policia de choque, juntamente com a filha mais nova.

1974 - Após o 25 de Abril, trabalha com advogados e membros da CNSPP na libertação dos presos políticos, bem como na posterior remodelação desta organização.

2003 – É publicada a obra:

M. Eugénia Varela Gomes - Contra Ventos e Marés,

uma  biografia sob a forma de entrevista, conduzida por Maria Manuela Cruzeiro, do Centro de Documentação 25 de Abril da U. de Coimbra

Caxias no dia da libertação

O Campo da Morte do

Tarrafal

A Colónia Penal do Tarrafal, situada no lugar de Chão Bom do concelho do Tarrafal, na ilha de Santiago (Cabo Verde), foi criada pelo Governo português do Estado Novo em 1936.

Em 18 de Outubro de 1936 partiram de Lisboa os primeiros Em 18 de Outubro de 1936 partiram de Lisboa os primeiros 152 detidos, entre os quais se contavam os participantes na , entre os quais se contavam os participantes na revolta de 18 de Janeiro de 1934, na Marinha Grande, e revolta de 18 de Janeiro de 1934, na Marinha Grande, e marinheiros que se tinham amotinado a bordo de um navio de marinheiros que se tinham amotinado a bordo de um navio de guerra no Tejo.guerra no Tejo.

O Campo do Tarrafal ou Campo de Concentração do O Campo do Tarrafal ou Campo de Concentração do Tarrafal, como ficou conhecido, começou a funcionar em Tarrafal, como ficou conhecido, começou a funcionar em 29 de Outubro de 1936, com a chegada dos primeiros 29 de Outubro de 1936, com a chegada dos primeiros prisioneiros.prisioneiros.

Grupo de prisioneiros do Tarrafal

O campo do Tarrafal foi inspirado nos campos de O campo do Tarrafal foi inspirado nos campos de concentração nazis, que Hitler nessa altura começava a concentração nazis, que Hitler nessa altura começava a montar na Alemanha.montar na Alemanha.

Cela da Morte LentaPosto de socorrosPosto de socorros

No Tarrafal não havia câmaras de gás, como nos campos de concentração nazis, mas os presos eram submetidos a um regime de morte lenta - por isso ficou conhecido como o «Campo da Morte Lenta».

Vista aérea do Campo do TarrafalVista aérea do Campo do Tarrafal

O Campo do Tarrafal encerrou em 1954, tendo sido O Campo do Tarrafal encerrou em 1954, tendo sido reactivado em 1961, sob a denominação de Campo do reactivado em 1961, sob a denominação de Campo do Chão Bom, para receber prisioneiros oriundos das Chão Bom, para receber prisioneiros oriundos das colónias portuguesas.colónias portuguesas.

Testemunhos do Tarrafal «Na Achada Grande do Tarrafal montou o governo fascista o campo de

concentração. Na Achada Grande há pântanos, mosquitos e paludismo. Era a zona mais temida pela gente de Cabo Verde. Na ilha que o mar guardava melhor que o arame farpado e as armas dos carcereiros, o mosquito seria um executor discreto.

Sem possibilidade de ferver a água inquinada, sem mosquiteiros, sem medicamentos, com má alimentação, trabalhos forçados, espancamentos, semanas na «frigideira», todas as resistências orgânicas se desmoronavam abrindo caminho fácil ao paludismo.»

«As mortes dos antifascistas no Tarrafal foram premeditadas. Tão claro era o objectivo que o director do Campo não o escondeu. Afirmou-o para que todos os presos soubessem a que estavam destinados.»

«E muitos morreram e lá ficaram no cemitério que tão perto estava do Campo»

““Quem vem para o Quem vem para o Tarrafal, vem para Tarrafal, vem para morrer…”morrer…”

Presos do Tarrafal

Bento GonçalvesBento Gonçalves Joaquim AmaroJoaquim Amaro Francisco MiguelFrancisco Miguel Jaime de SousaJaime de Sousa Sérgio VilariguesSérgio Vilarigues Joaquim MontesJoaquim Montes Manuel da CostaManuel da Costa António GuerraAntónio Guerra Joaquim MarreirosJoaquim Marreiros

Bento Gonçalves

Bento António Gonçalves nasceu a 2 de Março Bento António Gonçalves nasceu a 2 de Março de1902, em Trás-os-Montes, e morreu em 1942 , no de1902, em Trás-os-Montes, e morreu em 1942 , no campo de concentração do Tarrafal, vitima de biliosa.campo de concentração do Tarrafal, vitima de biliosa.

Bento viria a filiar-se no PCP em 1928.Bento viria a filiar-se no PCP em 1928.

Em 1935 foi preso no Arsenal da Marinha.Em 1935 foi preso no Arsenal da Marinha.

Em 1936 foi enviado para o TarrafalEm 1936 foi enviado para o Tarrafal

Sérgio Vilarigues

Sérgio Vilarigues, militante comunista, foi um dos poucos Sérgio Vilarigues, militante comunista, foi um dos poucos sobreviventes do campo de concentração do Tarrafal. sobreviventes do campo de concentração do Tarrafal.

Integrou o grupo dos primeiros Integrou o grupo dos primeiros

presos enviados para o Tarrafal presos enviados para o Tarrafal

em 1936.em 1936.

Saiu do Tarrafal em 1940.Saiu do Tarrafal em 1940.

A “Frigideira”

A frigideira era uma caixa de A frigideira era uma caixa de cimento com uma forma cimento com uma forma rectangular. rectangular.

O tecto era uma placa de betão. O tecto era uma placa de betão. Uma parede dividia-a Uma parede dividia-a interiormente em 2 celas quase interiormente em 2 celas quase quadradas. quadradas.

Cada uma tinha uma porta de Cada uma tinha uma porta de ferro. ferro.

O percurso de uma parede a outra O percurso de uma parede a outra de cada cela era de 4 passos.de cada cela era de 4 passos.

Estava exposta ao sol de manhã à noite. Estava exposta ao sol de manhã à noite. A luz e o ar entravam com muita dificuldade pelos A luz e o ar entravam com muita dificuldade pelos

buracos na porta e em cima pela abertura junto ao buracos na porta e em cima pela abertura junto ao tecto. tecto.

«O sol batia na porta de ferro e o calor ia-se tornando sempre mais difícil de suportar. Íamos tirando a roupa, mas o suor corria incessantemente.»

A frigideira teria capacidade para dois ou três presos A frigideira teria capacidade para dois ou três presos por cela. por cela.

«Chegámos a ser doze numa área de nove metros quadrados.»

««Lá dentro era um fornoLá dentro era um forno.».»

Presos Políticos que morreram no Tarrafal FRANCISCO JOSÉ PEREIRA

PEDRO DE MATOS FILIPE

FRANCISCO DOMINGOS QUINTAS

RAFAEL TOBIAS

AUGUSTO DA COSTA

CANDIDO ALVES BARJA

ABILIO AUGUSTO BELCHIOR

FRANCISCO ESTEVES

ARNALDO SIMÕES JANUÁRIO

ALFREDO CALDEIRA

FERNANDO ALCOBIA

JAIME DE SOUSA

ALBINO COELHO

MÁRIO  DOS SANTOS CASTELHANO

JACINTO  FARIA VILAÇA

CASIMIRO FERREIRAEIRA

ALBINO ANTÓNIO CARVALHO

ANTÓNIO OLIVEIRA E SILVA

ERNESTO JOSÉ RIBEIRO

JOÃO DINIS

HENRIQUE VALE DOMINGUES

BENTO ANTÓNIO GONÇALVES

DAMÁSIO  MARTINS PEREIRA

ANTÓNIO JESUS BRANCO

PAULO JOSÉ DIAS

JOAQUIM MONTES

EDMUNDO GONÇALVES

MANUEL ALVES DOS REIS

MANUEL DA COSTA

JOAQUIM  MARREIROS

ANTÓNIO GUERRA

FRANCISCO NASCIMENTO GOMES

Extinção do Tarrafal

A 26 de Janeiro de 1954, o Campo de Concentração A 26 de Janeiro de 1954, o Campo de Concentração do Tarrafal foi encerrado.do Tarrafal foi encerrado.

Em 1962, o Campo de Concentração do Tarrafal foi Em 1962, o Campo de Concentração do Tarrafal foi reaberto, desta vez destinado aos patriotas dos reaberto, desta vez destinado aos patriotas dos movimentos de libertação das colónias portuguesas, movimentos de libertação das colónias portuguesas, capturados na Guerra Colonial.capturados na Guerra Colonial.

O Museu da Resistência Hoje, existe no local, o Museu da Resistência Hoje, existe no local, o Museu da Resistência

destinado a preservar a memória dos tempos em que destinado a preservar a memória dos tempos em que não havia liberdade.não havia liberdade.

O Fim da Ditadura

O Estado Novo foi derrubado no dia 25 de Abril.

Os presos políticos foram libertados, pondo fim a anos de perseguições. Membros da resistência antifascista regressaram a Portugal.

A reconquista da liberdade de expressão percorreu as páginas dos jornais, a rádio e a televisão.

Abria-se o caminho para o regime democrático.

A Revolução de Abril

Bibliografia

MARQUES, A. H. de Oliveira, MARQUES, A. H. de Oliveira, História de Portugal, das História de Portugal, das origens ao renascimentoorigens ao renascimento, , Vol. I.Vol. I. Lisboa, 9 ed. Palas Lisboa, 9 ed. Palas Editores, 1982. Editores, 1982.

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http://www.dorl.pcp.pt/index.php?http://www.dorl.pcp.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=535&Itemid=64option=com_content&task=view&id=535&Itemid=64

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http://www.citi.pt/cultura/politica/25_de_abril/http://www.citi.pt/cultura/politica/25_de_abril/

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http://www.pcp.pt/avante/20020307/475t1.htmlhttp://www.pcp.pt/avante/20020307/475t1.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/Luhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_de_Sttau_Monteiro%C3%ADs_de_Sttau_Monteiro

http://mariamarcelino.tripod.com/sttaumonteiro.htmhttp://mariamarcelino.tripod.com/sttaumonteiro.htm

Trabalho Realizado por:

Diogo Cambeiro nº 13Diogo Cambeiro nº 13

Francisco Cambeiro nº 15Francisco Cambeiro nº 15

Ricardo Moita nº 29Ricardo Moita nº 29