PROCESSO DE Anexação do Acre ao Brasil

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Processo de Anexação do Acre ao Brasil

J. Carv alho

M aio/1 899

G alv ez

Ju lh o/1 899

Poe tas

D ez/19 00

P lá cid o d e C astro

Ag osto /19 02

M IL IT A R

(R e v . A c r e a n a )

Pe tró po les

1 7/n ov/1 903

Bra sil-Pe ru

0 8/se t/1 909

D IP L O M Á T IC A

(Tra tados)

P r o c e s s o d e A n e x a ç ã o

(1 8 9 9 - 1 9 0 9 )

“Todos os movimentos

armados ou diplomáticos

pela posse do Acre,

findando com o Tratado de

Petrópolis, assinado entre

o Brasil e Bolívia, foram

motivados pela riqueza em

borracha existente na

floresta acreana que servia

de matéria-prima na

indústria de países como

Estados Unidos e

Inglaterra”.

Prof Dr. Carlos Alberto.

O que você

precisaria para

iniciar um grande

empreendimento

extrativista?Para que se inicia um empreendimento comercial?

Da onde provinha o lucro gumífero?

“Você não pode esquecer que a finalidade da

produção no seringal era o lucro para os

patrões e seus financiadores, às custas, é

claro, da imposição de um regime rígido, às

vezes torturante...”

Prof Dr. Valdir Calixto. Acre: uma História em Construção. p. 58

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A BORRACHA COMO MERCADORIAO processo que tornou a borracha uma mercadoria foi o

mesmo das descobertas científicas de suas utilidades.

Até o século XVIII, a borracha era de uso exclusivo dos

indígenas.

1736 – o francês La Condamine – estudou minuciosamente

o borracha amazônica.

1770 – o químico inglês Joseph Pristley descobriu que seu

uso servia para apagar os riscos do lápis.

1791 – Emprega-se a borracha para fabricação de capas

impermeáveis.

1839 – Descoberta da VULCANIZAÇÃO por Goodyear;

1888 – Surge a PNEUMÁTICA, criada por Dunlop.

“A borracha assenhoreava-se do automóvel” Leandro Tocantins

SISTEMA DE AVIAMENTO:“O Imperialismo Maquiado”

CAPITAL INTERNACIONAL

Casas Aviadoras

Seringalistas

Seringueiros

“Tão logo a borracha se mostrou um empreendimento

rendoso, capitais estrangeiros surgiram na boca do cofre...”

Fernando Henrique Cardoso. Amazônia? Expansão do Capitalismo, 32p.

REVOLUÇÃO ACREANA

“Bolivianos e acreanos disputavam entre si as migalhas do caudaloso lucro que fluía da havea

brasiliensis em direção da Europa e EUA”.

Patriotismo ou Ambição?

Revolução

Acreana

Promover a

incorporação

definitiva do

Acre ao Brasil

Impedir a

presença do

imperialismo

Anglo-

americano

nas fronteiras

Brasileiras.

SERINGUEIROS: Dívidas perdoadas, terra própria e retorno ao nordeste.

SERINGALISTAS: Manutenção dos lucros e baixos impostos.

GOVERNOS DO AMAZ. e PARÁ: Manutenção dos impostos.

PATRIOTISMO e IDEALISMOA quem interessava a Revolução? Quem saiu beneficiado com ela?

$

A QUESTÃO DOS LIMITES:O Acre pertencia a quem?

BRASIL

PERUBOLÍVIA

ACRE - final do século XIX:

150 mil indígenas;

50 grupos tribais;

60% da população regional.

ACRE – início do século XXI:

8 mil indígena;

11 grupos tribais.

3% da população regional.

O Processo de

povoamento do Acre

subordinado ao látex,

foi responsável tanto

pela anexação do Acre

ao Brasil, como

também pelo

genocídio dos índios.

Devo me orgulhar

da Revolução

Acreana?

Oh pobre indígena, mais uma vez vitimado

pela ganância do Branco.

RUMO À CIVILIZAÇÃO

O Tratado de Madri criou a linha Madeira-Javari.O Tratado Santo Ildefonso a manteve. Esta linha é o

Ponto histórico para a existência do Acre.

Madeira-Javari

A gestação

do ACRE

brasileiro.

Linhas que definiram o Acre fora do Brasil.

O Brasil em 1889

TRATADO DE AYACUCHO (1867)

A questão demarcatória já não era mais entre duas monarquias

européias, mas sim entre dois países latino-americanos em formação

(O Brasil-Imperial e a Bolívia Republicana).

A linha BENI-JAVARI substitui a MADEIRA-JAVARÍ.

“Desde o rio BENI, na sua confluência com o Madeira, para o oeste

seguirá a fronteira por uma paralela tirada da sua margem esquerda,

na latitude 10° 20’, até encontrar as nascentes do Javari... Se o Javari

tiver as suas nascentes ao norte daquela linha leste-oeste, seguirá a

fronteira por uma reta a buscar a origem do referido rio”.

O princípio do “UTI POSSIDETIS” foi mantido. A comissão

demarcatória, no entanto, se reuniu somente nos anos 1870 e 1878,

não chegando a nenhum resultado satisfatório.

A Guerra do Paraguai (1864-1870)

Foi o” pano de fundo” da assinatura do Tratado de Ayacucho.

1894 – Pando denuncia a

invasão brasileira em terras

reconhecidamente bolivianas.

1895 – Nova Comissão: O

representante do Brasil, Cel.

Thaumaturgo de Azevedo recusa a

aprovar os limites de Ayacucho:

“O amazonas irá perder a melhor

zona de seu território”.Foi

substituído por Cunha Gomes.

.23 de setembro de 1898 – o

Brasil reconhecia como bolivianas

as terras abaixo da linha “CUNHA

GOMES”.

“Os dois países

assinaram o Tratado sem

conhecer um palmo da

geografia daquele

desértico espaço” .

Leandro Tocantins

2 de Jan de 1899 :

“O Acre passou a ser administrado pela Bolívia”

(Prof Dr.Carlos Alberto)

A “Revolução” não teve seu início vinculado a uma

reação Antiimperialistas contra o Bolivian Syndicate.Ela iniciou, na verdade, com a resistência dos seringalistas em

pagar elevados impostos aos bolivianos (40%), é com o

inconformismo do governo do amazonas em perder lucros fiscais.

Tudo começou com a Implantação do

Posto ADUANEIRO em Puerto Alonso

JOSÉ DE CARVALHO (1/maio/1899)

Eclode a 1° Insurreição A Expedição foi patrocinado pelo governador do

Amazonas, Ramalho Júnior.

Foi liderada por José de Carvalho, advogado e jornalista que, ao chegar em Puerto Alonso, intimou o Delegado boliviano Moisés Santivanez retirar-se imediatamente do território.

Para surpresa de todos, deixou o Acre em 3 de maio de 1899, não precisando se quer de um único disparo.

A Bolívia com medo de perder o Acre para o Brasil, pede ajuda aos EUA. Passou-se a planejar o arrendamento da região acreana para empresários americanos e

ingleses, como forma de garantir a soberania boliviana em terras acreanas.

Um Espanhol na presidência (jul/1899 à fev/1990)

14 de julho de 1899 – Em Puerto Alonso, Galvez

proclama o Estado Independente do Acre.

O ACRE não pertenceria nem ao Brasil e nem a

Bolívia.

O “Império de Galvez” foi formado pelos “territórios do

Acre, Purus e Iaco”.

Galvez buscou o reconhecimento do Acre como país,

enviando circulares para as principais potências

mundiais.

Luis Galvez e a República dos Seringalistas

Problemas enfrentados por Galvez:Sofreu resistência: a) seringalistas xapurienses; b) Neutel Maia,

dono do seringal Empresa. c) Capitão Leite Barbosa, proprietário

do seringal Humaitá, ex-corregedor de Paravicini.

As casas aviadoras de Manaus e Belém se recusavam a pagar

10% de impostos pela exportação da borracha.

Para pressionar o governo brasileiro a ficar neutro na disputa,

Galvez proibiu a exportação de borracha para Manaus e Belém e

não permitiu mais a navegação de navios brasileiros nos rios

Acre e xapurí.

28/dez/1899 - GALVEZ foi deposto. Assume a

presidência o Cel Souza Braga, que logo autoriza a

exportação de borracha para Manaus e Belém.

30/ jan/1900 - Retorno de Galvez . 15/fev/1900 – Galvez é

deposto novamente, só que dessa vez, de forma definitiva,

por autoridades brasileiras

EXPEDIÇÃO DOS POETASO civismo como qualidade maior

23/julho/1900 – Ramalho Júnior passou a Silvério Néri ogoverno do Amazonas. Assumiu o governo com o compromissode “libertar o Acre”, assunto que estava na ordem do dia.

Jovens intelectuais discutiam com entusiasmo o problemaacreano, surgindo a idéia de enviar uma nova expedição aoterritório em disputa.

Poetas, advogados, médicos: “homens de letras” em geral desembarcaram no navio “Solimões” para libertar o Acre.

29/dez/1900 – A Expedição confronta o exército Boliviano em Porto Acre.

“ Os POETAS fugiram quando os primeiros tiros das armas bolivianas passaram por cima de suas cabeças” (Prof° Dr. Carlos Alberto).

Diante das dificuldades encontradas para tomar posse das terras do Acre, a Bolívia executa um lindo PLANO. Qual?

BOLIVIAN SYNDICATE11 de julho de 1901

Dificuldades encontradas pela Bolívia para ocupar o Acre:

1) Forte resistência brasileira;

2) Falta de Recursos financeiros humanos;

3) A prioridade econômica ainda era a mineração;

4) As condições geográficas era um grande obstáculo;

A SOLUÇÃO FOI ARRENDAR O ACRE!

O Sindicato tinha o objetivo de administrar os impostos e explorar as

riquezas naturais do território do Acre por um período de trinta anos.

Os lucros seriam divididos entre o Sindicato (40%) e a Bolívia (60%).

1901-1902: O ano mais boliviano que o Acre já teve

03/jan/1902 – Dom Lino Romero, o novo Delegado Nacional das Colônias, chega a Puerto Alonso. Os objetivos da vinda eram:

a) conter definitivamente as manifestações de independência dos acreanos;

b) preparar o terreno para a transferência da administração fiscal do Acre para o Bolivian Syndicate.

Abril de 1902 – Em Caquetá, Plácido de Castroacerta com Rodrigo de Carvalho a data da “revolução”– 14 de julho e o local – Puerto Alonso.

A falta de armas fez com que a data e o local do início da revolução fossem mudados. Estabeleceu-se o dia 06 de agosto – XAPURÍ.

A QUARTA Insurreição

06 de agosto de 1902 à 24 de janeiro de 1903

XAPURÍ - Em 6 de agosto de 1902: “É cedo para la festa. – Não é festa, é Revolução”.

VOLTA DO SERINGAL EMPRESA - Em 17 de setembro de 1902: Plácido é derrotado pelo exército do Coronel boliviano Rozendo Rojas.

VOLTA DO SERINGAL EMPRESA – 5 à 14 de outubro de 1902: A revanche de Plácido de Castro.

03/Dez/1902 – Barão de Rio Branco torna-se ministro das Relações Exteriores.

PUERTO ALONSO: A Batalha Final – 15 a 24 de janeiro de 1903

Principais Conflitos

Desde a vitória no seringal Empresa, Plácido de Castro já era o senhor do Alto Acre.

Os bolivianos já estava desgastada: vítimas de doenças, fome e desânimo. Numericamente eram inferior ao exército de Plácido de Castro.

A última resistência dos Bolivianos foi tentar impedir o tráfego do navio “Afuá”, lotado de armas e alimentos. Colocaram uma gigantesca corrente no Rio Acre. Acreanos cerram a corrente e a vitória já era um fato.

Plácido de Castro foi aclamado Governador do Estado Independente do Acre, fazendo Xapurí a sede de seu governo.

Plácido de Castro

tornou-se um homem

rico, donos de terras

na Bolívia, acre e

Amazonas.

BARÃO de Rio Branco e o

Tratado de Petrópolis► Tornou o Acre brasileiro, definindo seuslimites com a Bolívia. A terra conquistadapelo Tratado representa 191 mil KM, sendo48.100 KM2 ao sul do paralelo de 10 20’, ouseja, em terras reconhecidamentebolivianos.

Em troca, cedeu 2.296 KM a Bolívia (partedo mato-grosso).

- ► O Brasil pagaria 2 milhões de librasesterlinas à Bolívia;

► O Brasil teria que arcar com o ônus daconstrução da estrada de ferro madeira-mamoré. A Bolívia teria transito livre nos riosacreanos.

TRATADO PERU-BRASIL -

08 de setembro de 1909

“Quando tratamos da Revolução Acreana só escrevemos sobre o que aconteceu na

região que envolve o VALE DO RIO ACRE, mais especificamente sobre Rio Branco,

Xapurí, Brasiléia e Porto Acre”. Raramente nos referimos ao Vale do Juruá”. Prof

Dr.Carlos Alberto,

O Brasil concedia ao Peru cerca de 30 mil KM dos 442

mil em disputa. Portanto, o Brasil ficou com 403 mil KM.

O ACRE ATUAL: 152. 589 KM2

Os peruanos chegaram à região por volta de 1896, para extraírem o CAUCHO (genérico do látex). Eles não residiam na região acreana. Vinha tão somente retirar o Caucho.

12/junho/1904 – É formado umacomissão para demarcar as fronteirasnas regiões do Purus e Juruá. Do ladodo Brasil estava Euclides da Cunha.

BRASIL/PERU

CONTATOS

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eginacarli@hotmail.comDezembro de 2003