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PROJETO DE PESQUISA
Processos Formativos em Educação Tecnológica
Prof. Dr. Paulo Gomes Lima
Campinas - SP
2009
2PROCESSOS FORMATIVOS EM EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA - PROJETO DE PESQUISA - PROF. DR. PAULO GOMES LIMA
Apresentação
É inquestionável a importância da pesquisa científica em todos os ramos do conhecimento e,
por conseguinte, a sua aplicação e/ou reflexão frente à busca da verdade como processo e essa
busca caracteriza-se como a finalidade da própria pesquisa científica, principalmente quando é
refletido a partir da contextualização de sua gênese, desenvolvimento e possíveis alcances por
meio de olhares entrelaçados dos fundamentos que a sustentam. O espaço universitário
requer muito mais do que uma imersão no ensino. Há que se pensar com muita propriedade a
interconexão da missão da própria universidade que tem a extensão como um dos eixos e a
pesquisa científica e tecnológica como um dos seus pilares de sustentação.
O conhecimento científico não se reduz à descoberta da verdade “absoluta”, “mas sim em um
processo de interpretação da mesma que vai tomando forma, ao mesmo tempo em que,
transformando o conteúdo das “verdades relativas” em conhecimento concreto, entretanto,
sempre em vias de superação, quando se fizer necessário, pautado pela linha diretriz do rigor
epistemológico. Santos (1991,p.56) declara que a orientação epistemológica do pesquisador
tem como objetivo a apreensão do conhecimento em seu movimento, intrinsecamente ligado
ao “espírito científico que se define pela criação e produção de noções e conceitos capazes de
construir verdades relativas, mediante um procedimento de incessante aproximação da
verdade dos processos, dos detalhes e dos sonhos que constroem o social”.
Dessa preocupação é que construímos a Proposta de Trabalho ou Projeto de Pesquisa, o qual
passaremos a tratar como se segue., tomando a história como “um profeta com os olhos
voltados para trás, pelo que foi e contra o que foi, anunciando o que será” (Eduardo Galeano) e
desta maneira, centrando os Processos Formativos em Educação Tecnológica como dimensão
transversal deste projeto, uma vez que reúne pelo menos três pontos indissociáveis: Processos
Formativos (Capacitação do profissional que deverá trabalhar com a educação tecnológica),
educação (macro-conceito de formação geral, pessoal e preparação para o mundo do trabalho)
e a Tecnologia como criação, especialização e produção de processos produtivos e produtos.
Neste caso, se os processos formativos em educação tecnológica caracterizam-se como os
meios transversais deste projeto, há que se resgatar inicialmente o conceito da própria
tecnologia. Por outro lado, ao pesquisador que labora com tecnologia também é necessário
vincular ou encontrar nexos da articulação entre Ciência e Tecnologia ((C&T), uma vez que a
pertinência entre estas duas do conhecimento comporta uma perspectiva transdisciplinar e
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ainda, antes mesmo de lançar o desenvolvimento do eixo norteador que é o foco deste projeto
é também muito oportuno aportar as formas históricas de apoio à ciência e tecnologia. Sem
dúvida, tais bases são essenciais para a composição de um projeto que enfoque processos
formativos reunindo bases de caráter epistemológico, científico e tecnológico. A partir deste
primeiro olhar é que este projeto de trabalho se patamarizará.
1. Tecnologia e sua articulação com a ciência: um primeiro olhar do Projeto
de Pesquisa
Embora, numa primeira instância, possa parecer que técnica e tecnologia se confundem, há
que se ressaltar que estes dois termos se aproximam, no entanto, a compleição de sua
identidade e finalidade apresenta enfoques próprios, dado ao modo de tratamento do objeto.
Esta aproximação ou complementaridade nem sempre existiram, caracterizaram-se como
necessidade de aprimoramento da produção material do homem em suas múltiplas
manifestações ao longo do processo histórico, ressaltando-lhe a índole sócio-cultural como
elemento condicionador de seu desenvolvimento. Em nível conceitual, por outro lado, a
tecnologia é confundida com a técnica, uma vez que ambas as palavras, não raras vezes, são
empregadas indistintamente, contribuindo, mesmo em nível de literatura científica, para um
desacordo quanto o seu entendimento ou emprego.
Vargas (1994, p.15) enfatiza que este sentido dúbio não é característica da língua portuguesa,
pois, no inglês, (por exemplo, do ponto de vista antropológico), technology aparece como
descrição de culturas pré-históricas, dentre elas: a fabricação de utensílios de pedra e de
madeira, a agricultura e a cerâmica neolítica, a fundição de metais (ferro, bronze, etc).
Converge-se para esta afirmação a caracterização da tecnologia como objeto ou sequenciação
de operações de criação humana utilizada no auxílio de alcance a determinados objetivos.
Estas concepções, de modo geral, na língua portuguesa alcançam simplesmente o status de
técnicas1.
A idéia de técnica como capacidade humana de construção, fabricação e uso de instrumentos
é presente na história da humanidade desde tempos imemoráveis. Tal habilidade é transmitida
1 Marchiori (2001, p.82) lembra que na língua inglesa a distinção entre técnica e tecnologia é menos acentuada, dado que, na maioria das vezes, a palavra technology é entendida mais como técnica. Na confluência anglo-americana, após a II Guerra Mundial, a palavra technique não é muito utilizada, tornando-se mais comum o emprego das palavras skill, craft ou art, que traduzidas ao português compreeendem-se por técnica. Prof. Dr. Paulo Gomes Lima
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de uma geração a outra, levando-se em consideração as descobertas das vivências adquiridas
ao acaso e atribuídas a relações sobrenaturais, por exemplo, no caso das civilizações míticas,
quando se cria que os deuses tinham como incumbência ensinar aos homens seus
conhecimentos (Prometeu roubando o segredo do fogo para dar aos homens).
Superada esta fase, Vargas (1994, p.15), acentua que a técnica veio a contemplar “... o
conjunto de regras, invenções, operações e habilidades, correlacionadas a construção de
edifícios, estradas e pontes, a fabricação de instrumentos e utensílios, à agricultura, à
extração e preparação de materiais para construção ou fabricação, ensinadas pelos mestres a
seus aprendizes.”
Vale ressaltar que até então não havia nenhuma interação entre o conhecimento prático e o
científico quanto à fundamentação para a operacionalização sistemática do objeto. Dito de
outra forma, o savoir-faire constituía-se pelo senso comum de caráter meramente mecânico,
pautado pelo simples cumprimento de instruções e procedimentos. É somente no
renascimento que as técnicas modernas incorporam os conhecimentos empíricos de origem
científica primando pelo entendimento de que o caminho traçado pela técnica não diferia
instrumentalmente do que a teoria e metodologias científicas desenhavam. Esta aproximação
inicial, a partir desta visão, é mal-sucedida, mas traz em si a inauguração da tecnologia
propriamente dita.
Portanto, com o estabelecimento da ciência moderna, a tecnologia passa a ter vigência
aproximando o saber teórico-científico do fazer empírico da técnica. A este respeito Freeman
(1974, p.32), ressalta que o termo tecnologia, “(...) com sua conotação de corpo mais formal e
sistemático de aprendizagem, só adquiriu o uso geral quando as técnicas de produção
alcançaram uma fase de complexidade em que os métodos tradicionais se mostravam
insuficientes.” A tecnologia, conseqüentemente, caracteriza-se como conjunto de atividades
humanas, associado a um sistema de símbolos, instrumentos e máquinas, visando a
construção de obras e a fabricação de produtos, segundo teorias, métodos e processos da
ciência moderna. (Vargas, 1994)
Dito de outra forma, os conhecimentos científicos como fundamentação para uma ação
técnica planejada constituem a tecnologia. Leite (1978, p. 31-32) considera que existem 3
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etapas no processo de evolução tecnológica, sendo complementares e congruentes no
processo de construção de novas tecnologias, a saber: invenção, inovação e difusão.
A primeira caracterizada pela pesquisa e desenvolvimento contribuirá para a gestação e
estabelecimento de uma nova idéia ou invenção, partindo das contribuições científicas
disponíveis e preparando caminho para aprimoramento do objeto de estudo, desembocando
na segunda fase que é a da inovação. Nesta, a invenção é trabalhada e modificada até tornar-
se comercialmente competitiva, através de análise dos resultados efetuada no meio comercial.
A terceira fase constitui-se através do reconhecimento de que a nova tecnologia é um objeto
inovativo, superando os anteriores e oferecendo possibilidades de gestação de novas
tecnologias e outras a partir das velhas, gerando riquezas para as nações,conforme dois
paradigmas históricos que pode-se analisar na figura 1.
FIGURA 1
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E PIB
FONTE: Cruz (2004)
Freeman (1974, p.20) destaca que a inovação tecnológica tem um alcance muito mais amplo
do que só aumentar a riqueza das nações, isto é, permite ao homem fazer coisas que em
tempos remotos poderiam ser tidas como impossíveis, assim como, fazer modificações para o
bem ou para o mal em sua qualidade de vida e elaborar estruturas de bens e serviços em
volumes significativos, tal como nunca houve antes. Observa-se, portanto, que a tecnologia é
práxica, reunindo a elaboração e reelaboração teórica como suporte a operacionalização
técnica. Dito de outra maneira, a tecnologia é o embasamento epistemológico da técnica,
compreende o grupo ou conjunto de princípios, articulados a organização, planejamento e
associações a conhecimentos historicamente gestados que visam o aprimoramento ou
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Tecnologia Nova
Francis Bacon Séc. XVII
Adam Smith Séc. XVIII Ciência Tecnologia
Nova
Tecnologia Velha
Ciência
Riqueza
Riqueza
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descoberta de produtos, serviços ou implementos técnicos. Uma vez estabelecidos os devidos
nexos passa-se a criação e construção do objeto material, ao qual denomina-se produto da
tecnologia. Entretanto, essa relação não é tão simplista, como pode parecer, pois a evolução
tecnológica está implicitamente relacionada à dimensão econômica, política e à divisão social
do trabalho, inferindo na maneira de ser e estar do homem em sociedade, despertando
necessidades, alterando comportamentos e estruturando conceitos acerca do real2.
Gênese da articulação entre C&T
Freeman (1974, p.21) destaca que até a década de 1950, alguns economistas consideravam a
articulação entre ciência e tecnologia (embora importantes) como variáveis exógenas ao
crescimento econômico de um país. A atenção era voltada para a racionalização do trabalho e
maior produtividade materializada e comercializada por mercados internos e externos, sem
necessariamente haver uma fundamentação mais articulada de conhecimentos para
acompanhamento, elaboração e inovação de produtos tecnológicos. Pelo contrário, a
preocupação era investir em produtos industrializados que representassem retorno em curto
prazo, tendo em vista a doutrina que orientava seus sistemas econômicos. Por isto o
abandono destes elementos até então, uma vez que:
Un sector muy amplio de la teoría económica centraba su atención en el análisis a corto plazo de las fluctuaciones de la oferta y la demanda de bienes y servicios. Aunque de gran utilidad para otros muchos fines, estos modelos por lo común excluían de su estudio los cambios en la estructura económica y social al partir de la hipótesis tradicional de ceteris paribus(‘siendo igual todo los demás’). Incluso cuando, durante la década de 1950, los economistas centraron su atención cada vez en mayor medida sobre los problemas del crecimiento económico, se continuó marginando el apartado ‘todo lo demás’, quedando centrado el interés en el factor tradicional: inputs de mano de obra y de capital, considerándose el ‘progreso técnico’ como un factor ‘residual’ aunque comprendía todas las demás contribuciones al crecimiento, tales como la
2 Kenski (2003, p. 20-21), observa que a evolução social do homem confunde-se com as tecnologias desenvolvidas em cada época historicamente situada, uma vez que “Diferentes épocas da história da humanidade são historicamente reconhecidas, pelo avanço tecnológico correspondente. As idades da pedra, do ferro e do ouro, por exemplo correspondem ao momento histórico social em que foram criadas ‘novas tecnologias’ para o aproveitamento desses recursos da natureza de forma a garantir melhor qualidade de vida. O avanço científico da humanidade amplia o conhecimento sobre esses recursos e cria permanentemente ‘novas tecnologias’, cada vez mais sofisticadas. A evolução tecnológica não se restringe apenas aos novos usos de determinados equipamentos e produtos. Ela altera comportamentos. A ampliação e a banalização do uso de determinada tecnologia impõe-se à cultura existente e transformam não apenas o comportamento individual, mas o de todo o grupo social. A descoberta da roda, por exemplo, transformou radicalmente as formas de deslocamento entre os grupos (...) O homem transita culturalmente mediado pelas tecnologias que lhe são contemporâneas. Elas transformam suas maneiras de pensar, sentir, agir. Mudam também suas formas de se comunicar e adquirir conhecimentos.”
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educación, la administración de empresas y la innovación tecnológica3. (Sublinhado do pesquisador)
Mas, a partir do momento em que as condições de produção das economias mundiais
impulsionadas pela competitividade do capital requeriam mudanças nos pólos industriais, este
quadro iria mudar, uma vez que, pela necessidade de sistematização e estruturação das
economias nacionais sob novo paradigma, a busca por melhoras e mudanças na forma de
pensar e produzir, passam a depender cada vez em maior medida da compreensão deste
processo em sua totalidade, exigindo necessariamente a articulação entre ciência e
tecnologia4. Desta forma, percebeu-se a importância de se associar à produção industrial (no
caso dos países desenvolvidos) um conjunto maior que proporcionasse estudos de base
buscando eficiência, novas descobertas e fundamentos de técnicas incorporando os avanços
científicos e tecnológicos disponíveis, aperfeiçoando e gestando outros5. Tal mudança
paradigmática favorecerá o surgimento de departamentos de P&D em grandes industrias de
países desenvolvidos e a conseqüente contratação de cientistas especializados para
intervenções e inovações tecnológicas no parque industrial, estabelecendo mecanismos de
3 “Um amplo setor da teoria econômica centrava sua atenção na análise a curto prazo das flutuações da oferta e procura de bens e serviços. Ainda que de grande utilidade para outros muitos fins, estes modelos tinham em comum a exclusão dos estudos das mudanças na estrutura econômica e social a partir da hipótese tradicional ceteris paribus (sendo igual todos os demais). Inclusive quando, durante a década de 1950, os economistas centraram sua atenção cada vez em maior medida sobre os problemas do crescimento econômico, se continuou marginalizando o termo ‘todos os demais’, centrando seu interesse no fator tradicional: inputs de mão-de-obra e de capital, considerando-se o ‘progresso técnico’ como um fator ‘residual’ ainda que compreendesse todas as demais contribuições ao crescimento, tais como a educação, a administração de empresas e a inovação tecnológica.” (Tradução nossa)
4 Dupas (2000, p.38) observa que a revolução tecnológica em maior ou menor grau atingiu o mercado financeiro mundial, o que a posteriori facilitaria o capitalismo global pelo movimento de mundialização da produção. Vale ressaltar que tal quadro atingiria não somente a atividade produtiva e as economias nacionais, mas a vida dos cidadãos, “...alterando seu comportamento, seus empregos, suas atividades rotineiras de trabalho e seu relacionamento, por exemplo com bancos e supermercados.” Mais do que simplesmente um aporte econômico, a ciência e tecnologia estão intrinsecamente presentes na vida do homem e no seu modo de viver e cada vez mais inserida nas condições materiais de produção da existência humana.
5 Bastos (1995, p.74-75) destaca que mesmo nesse processo de reconhecimento de C&T, muitas discussões foram efetuadas no sentido, não de integração de Ciência com Tecnologia como elementos intimamente associados, mas como campos e subcampos definidos, nesta dualidade a política tecnológica “(...) was conceived as a sub-set of science policy with the underlying assumption that basic research creates knowledge that subsequently is incorporated into technological pratice and commercial products and process.” Desta forma “While science policy’s aim is to develop basic research capabilities, technology policies are thoese intended to influence the decisions of firms to develop, commercialize and adopt new technologies. “ Prof. Dr. Paulo Gomes Lima
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inputs e outputs do sistema de P&D, conforme projeções e interesses6, como pode-se observar
no Quadro 2.
QUADRO 2INPUTS E OUTPUTS DO SISTEMA DE P&D
ETAPA INPUTS ILUSTRATIVOS OUTPUTS ILUSTRATIVOS
INPUTS DE REALIMENTAÇÃO
PROCEDENTES DE
OUTROS INPUTS OUTPUT DE REALIMENTAÇÃO
OUTROS OUTPUTS
Pesquisa básica
Encargos dos empresários,
Pesquisa básica, trabalho inventivotrabalho de desenvolvimento,“dificuldades”
Pesquisadores, laboratórios, mão de obra não científicaprimeiras matérias,Combustível, energia
Novos problemas científicos, resultados de laboratório
Hipóteses e teorias , fórmulas teóricas de
pesquisa
Trabalho inventivo e pesquisa aplicada
Encargos dos empresários,trabalho inventivotrabalho de desenvolvimento,“dificuldades”
Output de pesquisa básica, pesquisadores, engenheiros, laboratórios, mão de obra não científicaprimeiras matérias,Combustível, energia
Novos problemas científicos, resultados
de laboratório, sucessos e fracassos
inexplicáveis
Patentes, inventos não patenteáveis,
(memoriais, modelos viáveis, esquemas),
anotações resultantes da pesquisa
Trabalho de desenvolvimento
experimental
Encargos dos empresários,trabalho de desenvolvimento,“dificuldades”
Output inventivo, engenheiros, delineantes, outra mão de obra
Novos problemas científicos,
necessidade de invenções, sucessos e
fracassos inexplicáveis
Impressos, especificações,
mostras, plantas piloto, protótipos, patentes, manuais
Construção de plantas de novo
tipo
Encargos dos empresários,“dificuldades”
Output de desenvolvimento, recursos de uma firma de construção ordinária
“Dificuldades” Fábrica de novo tipo
FONTE: Freeman (1974, p. 28)
Em cada momento histórico, de diferentes formas, a preocupação com a ciência e tecnologia,
esteve presente. Isso nem sempre aconteceu de maneira explícita ou como projeto intencional
de desenvolvimento do conhecimento humano, mas a medida em que as relações de
produção se constituíam, o tratamento da C&T ganhava novos contornos, evoluindo de um
status familial e sacerdotal em sua gênese para outro de interesse governamental em termos
de elaboração e desenvolvimento de políticas públicas para esta área. Neste sentido o
delineamento da cultura da pesquisa científica para ser entendido em sua totalidade,
necessita de uma contextualização, mesmo que breve, sobre as formas históricas de apoio à
Ciência e Tecnologia, fornecendo elementos mais concretos para situar o processo de
articulação entre ciência & tecnologia.
6 Baiardi (1996, p.25), afirma que a ciência moderna é fruto de várias revoluções do pensamento, entretanto, destaca que por si sós, estas revoluções não explicam seu surgimento. Desta forma aponta que a guerra e a concorrência em tempos de paz são elementos relevantes no desenvolvimento tecnológico, mas para a ciência são apenas estímulos a mais para seu desenvolvimento em nível de investimentos em pesquisas, também para fins bélicos.Prof. Dr. Paulo Gomes Lima
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Formas históricas de apoio à ciência e tecnologia
As iniciativas históricas de financiamento à ciência e tecnologia, nem sempre estiveram a
cargo do Estado e nem sempre objetivavam resultados imediatos ou remotos como se pleiteia
nos atuais sistemas de C&T. Muitos valores e fatores concorreram para o seu surgimento e
desenvolvimento, destacando desde o gosto pessoal de alguns patrocinadores até certos
setores sociais e respectivos governantes. A sustentação do trabalho intelectual, produtor de
conhecimentos tem como ponto de partida, o mesmo estatuto da magia e da religião, onde os
sábios-sacerdotes estavam diretamente submetidos ao poder central e, desta forma, a mercê
de intrigas palacianas quando buscavam inovar ou mesmo buscar outros caminhos não muito
ortodoxos para o desvelamento de situações tradicionalmente colocadas (atuavam em áreas
como astronomia, matemáticas, agricultura, engenharia, dentre outras) aos olhos dos demais
servidores do governante.
Por ocasião do surgimento das cidades-Estado (Antiguidade Clássica), houve maior aporte
para a democracia e maior estabilidade política, entretanto, os filósofos que representavam a
intelectualidade científica do período, nem sempre conseguiam apoio sistemático para o
financiamento de suas atividades, pois geralmente essas não eram consideradas relevantes.
Somente a partir do século XVIII d.C. com a fundação da Real Academia de Ciências da
França, tal reconhecimento passaria a ser pauta de muitas sociedades, oscilando
periodicamente as condições de sustentação dos que se dedicavam à ciência e tecnologia.
Baiardi (1996, p.35) destaca 4 dessas condições:
1) ter a sobrevivência material assegurada mas sem autonomia e com sujeição a riscos políticos;
2) ter autonomia e liberdade, mas com o trabalho sujeito a descontinuidades porque não era óbvio o apoio dos governantes, e porque a Sociedade não estava suficientemente organizada para substituí-los neste papel;
3) viver em ambientes de intolerância política e religiosa, onde só havia riscos, e nos quais a sobrevivência era incerta se não se dispusesse de meios para organizar o autofinanciamento e, por fim,
4) passar a dispor de mais estabilidade material e com redução dos riscos políticos, mas tendo uma autonomia condicionada à vários fatores sobretudo a capacidade de convencer políticos.
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A valorização da produção científica toma novo rumo a partir do surgimento das academias
reais de ciência, de associações científicas (financiadas por elites esclarecidas em sociedades
democráticas) e das universidades modernas como centros da produção do conhecimento. O
saber científico construído historicamente teve sua expansão intensificada:
(...) somente no século XIX, quando, finalmente, se veio reconhecer, sem quaisquer limites, o papel social do pesquisador. Neste momento se torna inequívoca, pelo menos no discurso, a vontade política de apoiar a produção de conhecimentos. Antes que as políticas de Estado assimilassem a pesquisa e o desenvolvimento (P&D) como algo de importância estratégica para a defesa e a agressão militares e para a expansão e a competição capitalistas, as ciências e as artes técnicas só conseguiram avançar impulsionadas pelas idéias e pelos sentimentos, e sobretudo graças a alguns raros momentos de revolução do pensamento, como foram o Renascimento, a Revolução Puritana, o Iluminismo e o advento do orgulho nacional germânico. (Baiardi, 1996, p.36)
O século XIX, portanto, é apontado neste caso, como um marco para o reconhecimento e
apoio de atividades produtoras de conhecimento, destacando-se a “...valorização da
universidade pelo Estado e pela sociedade civil como local privilegiado para a pesquisa
científica e desenvolvimento tecnológico(...) para afirmação da moderna ciência (...), como
para impulsionar consideravelmente a profissionalização dos pesquisadores, vinculando a
pesquisa ao ensino superior7.” (Ibid., p.51). Esta valorização adentra o século XX,
principalmente nos anos de 1990, quando começa a ocorrer nalguns paises desenvolvidos
uma maior articulação por meio de contratos entre empresas e universidades, objetivando a
ampliação quantitativo-qualitativa do setor de C&T para se obter crescentes resultados
econômicos8. Gomes (2001, p.9) destaca que esta ampliação das relações universidade-
empresa, reunia interesses de ambos, pois do lado das empresas isso significaria:
7 Em cada momento histórico a valorização das atividades científicas ficaram condicionadas à alguns fatores dos quais se destacam: na sociedade antiga o apoio da sociedade aos sacerdotes e filósofos se dava de forma descontinuada e personalizada, através de laços de religião, amizade ou parentesco; na sociedade feudal dava-se ênfase às artes técnicas e aprimoramento dos instrumentos de trabalho e substituição do trabalho humano, o apoio da sociedade feudal essencialmente foi obra da nobreza e de ordens religiosas; na sociedade por categorias, considerada como uma formação intermediária de sociedade entre a feudal e a cível ou moderna – era a valorização de classes sociais em ascensão reconhecendo-se os direitos políticos de algumas categorias profissionais que tinham enriquecido por meio de negócios corporativos, comércio e bancos – nesta sociedade destaca-se o mecenato em apoio as artes e à ciência através da criação das academias de ciência, buscando renovar o saber dogmatizado pela universidade; na sociedade civil (civilizada) caracterizam-se as relações de poder entre indivíduos, instituições, grupos e classes sociais, o apoio concedido a produção científica é muito intensificado, acompanhando o surgimento e aperfeiçoamento do Estado Moderno. (Baiardi, 1996, p.40-42)8 Schwartzman (1981) destaca que nos EUA há um altíssimo nível de produção e qualidade na pesquisa científica via universidade, isto porque a meta desta organização é a formação de cientistas profissionais e não predominantemente a de profissionais liberais – médicos, engenheiros, etc – como no caso do Brasil.Prof. Dr. Paulo Gomes Lima
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1. custo crescente de pesquisa necessária ao desenvolvimento de produtos e serviços para assegurar posições vantajosas num mercado cada vez mais competitivo;
2. a necessidade de compartilhar o custo e risco das pesquisas pré-competitivas com outras instituições que dispõem de suporte financeiro governamental;
3. elevado ritmo de introdução de inovações no setor produtivo e a redução do intervalo de tempo que decorre entre a obtenção dos primeiros resultados de pesquisa e sua aplicação; o decréscimo dos recursos governamentais para a pesquisa em setores antes profusamente fomentados, como os relacionados ao complexo industrial-militar.
Por outro lado, as principais razões que motivavam a articulação da universidade naquele período, seriam:
1. a dificuldade crescente para a obtenção de recursos públicos para a pesquisa e a expectativa de que, a partir dessa articulação, recursos pudessem ser proporcionados pelo setor privado em função do maior potencial de aplicação de seus resultados na produção;
2. interesse da comunidade acadêmica em legitimar seu trabalho junto à sociedade que é, em grande medida, a responsável pela manutenção das instituições universitárias
O relacionamento entre esferas institucionais, entretanto, foi fruto de distintos estágios de
organização da sociedade e do Estado, mobilizados por condicionantes sociais, econômicos,
culturais, políticos e valorativos9. Portanto, os tipos de apoio histórico à C&T evoluem de
9 O Estado Antigo, em todas as suas manifestações praticou o mecenato e a proteção em relação à produção do conhecimento, destacando a dinastia Ptolomeu no Egito e o Império Romano nalgumas fases, com a elaboração de orçamentos destinando recursos a museus e bibliotecas e patrocinando a profissionalização dos pesquisadores da época, denominados filósofos da natureza. O Estado Feudal apoiava a ciência e a tecnologia através de iniciativas pessoais de soberanos e de alguns da nobreza apreciadores de inovações; pela falta de aparelhamento organizativo do Estado Feudal não há registros de existência de orçamentos e nem de iniciativas políticas quanto ao apoio à produção do conhecimento. O Estado de Categorias (classes privilegiadas), organização política entre o Estado Feudal e o Estado Absoluto (França e Inglaterra) apoiava o conhecimento científico, as artes, as técnicas através do mecenato individual, fundando a posteriori o mecenato institucional, através de academias de ciências. Neste sentido alguns príncipes seguiam a iniciativa de fundar academias de ciências, entretanto, a propriedade pública e a privada se confundiam pela simplificação do aparelho burocrático do Estado. O Estado de Categoriais dá origem ao Estado Burocrático Nacional nas suas variantes de Estado Absoluto e Estado Representativo. O Estado Burocrático Nacional foi o que mais se destacou nas formas de apoio à Ciência e Tecnologia, criando as academias reais, apoiando as associações científicas fundadas por iniciativas da sociedade civil, conferindo estatuto de centro de pesquisas às universidades, criando escolas técnicas e instituições de forma a articular o ensino à pesquisa e implantando políticas específicas para o apoio à C&T. (Baiardi,1996, p.43) Prof. Dr. Paulo Gomes Lima
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acordo com o grau de importância que a ciência vai conquistando na sociedade alcançando,
como se pode observar no quadro a seguir que trata da formalização da política pública de
C&T ou Política de Ciência e Tecnologia como categoria mais ampla, incluindo: 1) um inteiro
complexo de princípios e de critérios adotados em uma sociedade, ou em um determinado
ambiente, diante da ciência; 2) os mecanismos sociais de organização da pesquisa e 3) atos
concernentes à regulamentação das relações que envolvem pessoas e organizações que
realizam atividades voltadas para a gestão científica, seja no âmbito da pesquisa e
desenvolvimento, seja no âmbito do controle, da promoção e do financiamento (Baiardi,1996,
p.52). Veja essa descrição de forma sinóptica, no Quadro 3.
QUADRO 3
FORMAS DE APOIO A CIÊNCIA E TECNOLOGIA NOS DIFERENTES ESTÁGIOS DE ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE E DO ESTADO
FORMAS DE APOIO À CIÊNCIA E À TECNOLOGIA
PERÍODO COMPREENDIDO
FORMAS DE SOCIEDADE
FORMA DE ESTADO REGIÃO DE OCORRÊNCIA
Proteção familiar e social a conselhos de sacerdotes (A)
3000 a.C. ao século V a.C.
Antiga Antigo Ásia Menor e seu entorno
Proteção familiar e social de caráter individual concedida a filósofos, magos e sacerdotes (B)
Idem Idem Idem Idem
Proteção governamental a conselhos de filósofos e sacerdotes (C)
Idem Idem Idem Idem
Proteção governamental de caráter individual dissociada de serviços à corte (D)
Idem Idem Idem Idem
Proteção governamental de caráter individual associada com serviços à corte (E)
Idem Idem Idem Idem
Proteção familiar e social às academias gregas (F)
380 a. C. Idem Idem Grécia Antiga
Mecenato de caráter privado do período helenístico (G)
340-330 a. C Idem Idem Império Helenístico
Mecenato de caráter institucional do período helenístico (H)
Idem Idem Idem Idem
Mecenato governamental privado (I) 310-300 a.C. Idem Idem Idem
Apoio governamental institucional (J) Idem Idem Idem Idem
Proteção religiosa medieval (K) 700-800 d.C. Feudal Feudal Europa Medieval
Patrocínio religioso à universidade medieval (L)
Séculos XII -XV Feudal Feudal Europa Medieval
Mecenato renascentista privado pré-acadêmico (M)
Séculos XVI -XVII Categoria Categoria Península Itálica
Mecenato institucional acadêmico (N) Século XVII Idem Idem Idem
Filantropia científica com reconhecimento do Estado (O)
Idem Civil Burocracia Nacional
Inglaterra
Academias reais tipo Academie Royale Século XVIII Idem Idem França e demais
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des Sciences da França (P) países da Europa
Apoio à universidade como centro de pesquisa (Q)
Século XIX Idem Idem Alemanha
Associativismo para o progresso da ciência (R)
Idem Idem Inglaterra
Apoio do Estado a programas e atividades (S)
Idem Idem Idem Europa
Apoio empresarial e familiar a fundações privadas (T)
Séculos XIX-XX Idem Idem Europa e EUA
Mecenato intercientífico (U) Idem Idem Idem Europa
Políticas públicas de C&T (V) Século XX Idem Idem Generalizada
FONTE: Baiardi (1996, p. 46-47)
2. Eixo norteador do Projeto de Pesquisa
Certamente e necessariamente, uma Proposta de Trabalho para ingresso no magistério
superior deve primar pelo eixo a que se relaciona, evitando os linearismos e considerando a
construção dos conhecimentos historicamente, produzidos por meio de encadeamentos.
A partir daí, tomamos como recorte central os Processos Formativos em Educação Tecnológica
e estes situados num crivo epistemológico definido, isto é, as escolas de formação de
profissionais de nível superior voltadas para a preparação de indivíduos que comporão os
quadros das instituições de educação tecnológica para o mesmo nível ou mesmo para o
exercício da pesquisa ou Magistério quer em IES (Instituições de Ensino superior), quer em
instituições de Ensino Médio.
Num primeiro olhar ou em perspectiva inicial todo Projeto de Pesquisa pressupõe a
caracterização de uma problemática que orientará o seu desenvolvimento como um todo.
Sabe-se, por outro lado, que o projeto em si, tem que ter pertinência à uma área de
concentração e respectiva linha de pesquisa. No caso do Mestrado em Educação Tecnológica
do CEFET-MG este projeto encontra respaldo e pertinência suficientes, pois discorre sobre uma
das possibilidades de seu eixo – processos formativos, mas que não se fecha como proposta
única e permanente, dadas às solicitações epistemológicas de um Programa de Mestrado, o
que é coerente com sua própria razão de existir. Dentro desta consciência, este projeto tem
como proposta inicial, uma pesquisa junto aos professores universitários das CEFETs da
Região Sudeste sobre o perfil formativo necessário ou imprescindível (em nível de práxis
profissional) aos alunos egressos de cursos de graduação para o ingresso no mercado de
trabalho considerando as mudanças societárias do mundo globalizado. Para este objeto de
estudo é necessário uma delimitação precisa – tomando como eixo somente as CEFETs da
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Região Sudeste e tendo como critérios de escolha dos sujeitos epistemológicos da pesquisa,
pelo menos três dimensões:
Os professores universitários que responderão as entrevistas serão aqueles que:a) no mínimo tiverem a titulação de doutor em quaisquer das unidades pesquisadas;b) tiverem pelo menos cinco anos de exercício docente, sem interrupção, na formação profissional de graduação nas diversas modalidades de oferta de educação tecnológica nas CEFETs;c) reunirem as dimensões a e b, simultaneamente.
2.1. Objetivos
Geral:Analisar de forma recorrente a percepção de professores junto aos professores universitários
das CEFETs da Região Sudeste o perfil formativo necessário ou imprescindível aos alunos de
educação tecnológica, egressos de cursos de graduação, para o ingresso no mercado de
trabalho considerando as mudanças societárias do mundo globalizado.
Específicos:Junto ao Programa de Mestrado em Educação Tecnológica da CEFET – MG, em articulação com
o grupo de pesquisa pertinente, reunidos mestrandos, colegas e demais pesquisadores,
espera-se:
• Identificar elementos necessários de cunho práxico para a formação profissional em educação tecnológica nas diversas modalidades formados pelas CEFETs a partir do olhar de professores universitários destas IES, tomando como centro de referência a Região Sudeste.
• Discriminar numa perspectiva histórico-comparativa a evolução das CEFETs na oferta de Educação Tecnológica e as políticas públicas setoriais para o seu desenvolvimento.
• Propor encaminhamentos, de ordem sugestiva, para a reflexão curricular dos cursos de formação tecnológica nas CEFETs, a partir das falas dos interlocutores da pesquisa.
2. Justificativa
Escolhemos a Região Sudeste como local privilegiado para coleta de dados desta pesquisa, por
esta região representar os maiores superávits na composição do PIB brasileiro, bem como
maior centração de empresas e indústrias, se considerada a totalidade da distribuição
brasileira. Esta escolha não se seu por acaso, mas tendo em vista, a indicação de Campinas e
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15PROCESSOS FORMATIVOS EM EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA - PROJETO DE PESQUISA - PROF. DR. PAULO GOMES LIMA
São Paulo como eixos tecnológicos do Brasil, conforme os dados descritos pelo Human
Development Report (2001) que levou em consideração, conforme Lima (2005) quatro áreas
fundamentais e articuladas: a) a habilidade das universidades e facilidades de pesquisa para
treinar trabalhadores especializados ou desenvolver novas tecnologias, b) a presença de
companhias e corporações multinacionais estabelecidas para fornecer perícia e estabilidade
econômica, c) a população de empresários dispostos a arriscarem-se para iniciar novos
empreendimentos e d) o uso de capital disponível para assegurar o que as idéias trazem para
o mercado. Desta maneira estendemos a possibilidade do Projeto para além do Estado de São
Paulo, pela importância nacional que representam os demais Estados desta Região em nível de
contribuição via receita em nível de União.
A escolarização como campo específico de estudo, torna-se, assim, o espaço da produção da
política e da valorização do trabalho como elemento que funda a prática social; dos processos
históricos de constituição das relações e da racionalidade escolar no caso, da educação
tecnológica; das formas privilegiadas de ensino-aprendizagem e sua articulação com as
demandas sociais de conhecimento e, finalmente, de um conjunto de fatores que atuam sobre
o cotidiano de instituições de educação tecnológica em nível superior (CEFETs no nosso caso).
Acrescente-se que a educação tecnológica indica a apreensão de um fenômeno específico de
produção e circulação do conhecimento, formas e processos de produção que se atualizam em
instituições objetivas e materiais, as quais, inclusive, lhe oferecem contornos históricos mais
precisos. Tais contornos, entretanto, não podem ser entendidos de forma isolada, uma vez
que são contingenciados por uma rede de relações sócio-históricas, das implicações e
conseqüências que se perfazem das relações humanas. Consequentemente, a temática eleita
para o desenvolvimento inicial do Projeto de Pesquisa no CEFET-MG representa um objeto de
estudo bem delimitado que solicita a sua incursão por meio de um método que lhe seja
pertinente, como se analisará no tópico a seguir.
3. MetodologiaPor meio do estudo do objeto deste projeto, a educação tecnológica e os processos formativos
na educação profissional superior serão trabalhadas, norteadas pelo método materialista
histórico, uma vez que enfoca o objeto de estudo de forma sempre indagativa, primando por
sua superação sempre em nível contextual. Para Marx apud Lowy (1978, p.73-74) o
materialismo é dialético e histórico, porque expressa a negação da realidade capitalista,
considera o fluxo do movimento dessa, caracterizado por uma transitoriedade, apresentando-
se, portanto, como essencialmente crítico e revolucionário. Prof. Dr. Paulo Gomes Lima
16PROCESSOS FORMATIVOS EM EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA - PROJETO DE PESQUISA - PROF. DR. PAULO GOMES LIMA
É interessante constatarmos que, embora conceitos como “materialismo dialético” ou
“materialismo histórico sejam, por vezes, utilizados de forma isolada, eles formam um todo
indissociável, dado que o ser histórico do homem é estudado pelo materialismo histórico, que
junto com a dialética materialista, formam um todo indivisível..., portanto, é totalmente
legítimo afirmar que nenhum problema do materialismo dialético (aqui é proveitoso
atentarmos que o materialismo dialético não concebe a realidade objetiva fora da
generalização) se resolve sem a concepção materialista da história (Kopnin, 1978, p.63-64)
Por isso é que Kosik (1976, p.31) observa que o método dialético compreende três graus: 1º)
minuciosa apropriação da matéria, pleno domínio do material, nele incluídos todos os detalhes
históricos aplicáveis, disponíveis; 2º) análise de cada forma de desenvolvimento do próprio
material e 3º) investigação da coerência interna, isto é, determinação da unidade das várias
formas de desenvolvimento. De maneira específica o método dialético segue as “leis ou
princípios” da dialética, princípios esses que atuam sobre o objeto concreto de forma “crítica e
revolucionária”. Na concepção de Kopnin (1978, p.83) a dialética não é “...uma instância
verificada de conhecimento obtido” , mas “... meio e método de transformação do
conhecimento real por meio da análise crítica do material factual, concreto, um método
(modo) de análise concreta do objeto real, dos fatos reais” e com princípios ou leis
específicas.
O desenvolvimento desta proposta de trabalho dar-se-á por meio de muitas mãos: grupos de
alunos, docentes da mesma área de conhecimento e, se possível, professores e outros
contribuintes relevantes para o desenvolvimento da mesma.
Esta pesquisa será desenvolvida por meio de entrevistas com elaboração de um formulário
com questões semi-estruturadas, desdobradas entre duas ou três sessões por professor
entrevistado, aumentando-se ou diminuindo-se, conforme a recorrência das questões
trabalhadas. Como material será utilizado como possibilidade o gravador, por viabilizar a
condução da pesquisa, em acordo com o entrevistado e opção que lhe faça sentir mais
confortável para a condução da entrevista. A pesquisa poderá ser conduzida pelo professor
coordenador da mesma ou sua equipe devidamente capacitada para o seu desenvolvimento,
tomando como eixo as discussões e categorias selecionadas para o mesmo.
4.Cronograma:
Uma vez aprovado no concurso para o magistério superior da CEFET-MG pretendemos desenvolver esta proposta em, pelo menos três momentos interconectados:Prof. Dr. Paulo Gomes Lima
17PROCESSOS FORMATIVOS EM EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA - PROJETO DE PESQUISA - PROF. DR. PAULO GOMES LIMA
a) Rediscussão da temática com docentes da área de conhecimento e discentes, bem como levantamento de obras relevantes que respaldem o recorte circunscrito;
b) Elaboração de um plano preliminar (prazos) com explicitação de questões urgentes e prioritárias à serem desenvolvidas pelo professor e discípulos no desenvolvimento do projeto propriamente dito.
c) Escrita, discussão e apresentação de resultados à comunidade acadêmica e posterior publicação.
Tal cronograma poderá ser desenvolvido e em aproximadamente três anos e meio em nível de projeto preliminar conforme quadro:
Etapas da pesquisaMESES/2006
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
11
12
Levantamento de bibliografias e revisão de Literatura especializada sobre a temática
MESES/2007Operacionalização de conceitos/categoriasDiscussão da condução da pesquisa intra-grupo de trabalho e linha de pesquisa do programa de Mestrado em Educação TecnológicaElaboração de instrumento de pesquisaPré-teste do roteiro de entrevista
MESES/2008Entrevista – Estipulação de 2 a 3 encontros por professor univ. entrevistadoColeta de dados/Tabulação/ Organização segundo categorias listadas previamenteAnálise e interpretação dos dados
MESES/2009Redação da Pesquisa e Discussão dos Resultados com o GrupoApontamentos complementaresNova redação com correções efetuadasEditoração e copiagemApresentação do Relatório FinalDevolutiva para os docentes da CEFETs entrevistados.
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C.Tema II – Reformas Nacionais da Educação Brasileira (1961, 1971 e 1996);
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5. SAVIANI, Dermeval. Educação brasileira: estrutura e sistema. 7ª Ed. Campinas:
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Bibliografia:
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