Post on 19-Jan-2016
description
Prof. Dr. RICARDO VICTORIA FILHOProf. Dr. RICARDO VICTORIA FILHOÁREA DE BIOLOGIA E MANEJO DE PLANTAS DANINHASÁREA DE BIOLOGIA E MANEJO DE PLANTAS DANINHAS
ESALQ/USP – PIRACICABA/SPESALQ/USP – PIRACICABA/SP
IMPACTO AMBIENTAL DOS HERBICIDASIMPACTO AMBIENTAL DOS HERBICIDASIMPACTO AMBIENTAL DOS HERBICIDASIMPACTO AMBIENTAL DOS HERBICIDAS
1. INTRODUÇÃO1. INTRODUÇÃO
3. HERBICIDAS E O AMBIENTE3. HERBICIDAS E O AMBIENTE
5. HERBICIDAS NO SOLO5. HERBICIDAS NO SOLO
4. ANÁLISE DO RISCO/BENEFÍCIO4. ANÁLISE DO RISCO/BENEFÍCIO
2. AVALIAÇÃO DO IMPACTO AMBIENTAL2. AVALIAÇÃO DO IMPACTO AMBIENTAL
6. HERBICIDAS NA ATMOSFERA6. HERBICIDAS NA ATMOSFERA
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
1. INTRODUÇÃO1. INTRODUÇÃO
- revolução verde- revolução verde
- recursos tecnológicos disponíveis- recursos tecnológicos disponíveis
- sustentabilidade agrícola- sustentabilidade agrícola
- produção mundial de alimentos- produção mundial de alimentos
- futuras gerações: forma de produção agrícola- futuras gerações: forma de produção agrícola
- agricultores devem produzir alimentos de - agricultores devem produzir alimentos de uma forma que possam produzir no futuro.uma forma que possam produzir no futuro.
2. AVALIAÇÃO DO IMPACTO 2. AVALIAÇÃO DO IMPACTO AMBIENTALAMBIENTAL
análise do impacto ambiental – década de 70análise do impacto ambiental – década de 70
Brasil – Lei dos Agrotóxicos (Lei 7802) de julho de Brasil – Lei dos Agrotóxicos (Lei 7802) de julho de
19891989
análise do impacto:análise do impacto:
-- economica economica
-- toxicologica toxicologica
-- ambiental ou ecológica ambiental ou ecológica
-- social social
M.A.A.M.A.A.EFICÁCIAFITOSSANITÁRIA
IBAMAESTUDOS
IMPACTOAMBIENTALMONOGRAFIA
M. SAÚDEESTUDOS
TOXICOLÓGICOSLMR. INT. SEG.MONOGRAFIA
M.A.A.CONSOLIDAÇÃO DOS DADOS
CERTIFICADO REGISTROROTULAGEM, BULA
CADASTRAM. ESTADUAL
COMERCIALIZAÇÃO
Regulamentação e RegistroRegulamentação e Registro - - Esquema Básico Esquema Básico para Registropara Registro
TABELA 1 . Toxicidade de alguns herbicidas e outras substâncias TABELA 1 . Toxicidade de alguns herbicidas e outras substâncias por classes. por classes.
Categoria LD50
Dose/pessoa
70 kg
Produtos
Oral Dermal
I - Altamente tóxico 0 – 50 0 – 200 1,0 a 3,5 g Hipoclorito de sódio,
paraquat
II - Moderadamente 50 – 500 200 – 2000 3,5 a 35 g Nafta (solvente de
pinturas); 2,4-D
III - Levemente tóxico
500 –5000
2000 - 20000 35 a 350 g Detergentes, dicamba,
atrazine, hexazinone,
triclopyr
IV - Relativamente
não toxico
> 5000 > 20000 > 350 g glifosate, simazine,
sulfometuron,
picloram, metsulfuron
3. HERBICIDAS E O AMBIENTE3. HERBICIDAS E O AMBIENTE
contribuição incontestávelcontribuição incontestável
aspectos de segurança e confiabilidadeaspectos de segurança e confiabilidade
contaminação de águas subterrâneascontaminação de águas subterrâneas
resistência de plantas daninhasresistência de plantas daninhas
mudança na composição florística mudança na composição florística
persistênciapersistência
herbicida ideal ?herbicida ideal ?
- mecanismo de ação especifico- mecanismo de ação especifico
- baixa dose- baixa dose
- baixa solubilidade- baixa solubilidade
- meia vida curta- meia vida curta
APLICAÇÃO ADEQUADA
Aplicação em condições ambientais e climáticas ótimas (temp. < 30ºC, UR > 50%, ventos < 10 km/h, sem a possibilidade de chuva próxima).
Utilizar equipamento regulado e em condições ótimas de uso.
Utilizar produtos e doses recomendadas para as condições de solo
HERBICIDASHERBICIDASa) a) Atingem o soloAtingem o solo :
Aplicação:• Pré-emergência• Pré-plantio incorporado• Pré-plantio• Lavagem da folha pela chuva• Incorporação de restos de cultura
b) b) Atingem as águasAtingem as águas :
• Na pulverização• Erosão das áreas agrícolas• Descarte de embalagens• Efluentes industriais• Efluentes de esgoto
PERDAS DOS HERBICIDAS NO PERDAS DOS HERBICIDAS NO AMBIENTEAMBIENTE
Escorrimento superficial 5Escorrimento superficial 5
Lixiviação 1Lixiviação 1
Volatilização 40 a 80Volatilização 40 a 80
Absorção pelas plantas 2 a 5 Absorção pelas plantas 2 a 5
Fonte: PLIMMER (1992)Fonte: PLIMMER (1992)
%%
4. ANÁLISE DO RISCO/BENEFICIO
• riscorisco – probabilidade de causar efeitos adversos – probabilidade de causar efeitos adversos• toxicidadetoxicidade – determinada em condições experimentais – determinada em condições experimentais• periculosidadepericulosidade – é determinada pela combinação da – é determinada pela combinação da
toxicidade com a intensidade de exposiçãotoxicidade com a intensidade de exposição
• análise do risco:análise do risco:
-- identificação do perigo identificação do perigo
-- avaliação da dose-resposta avaliação da dose-resposta
-- avaliação da exposição avaliação da exposição
-- caracterização do risco caracterização do risco
Figura 1. Análise do risco/beneficio, no processo de registro dos Figura 1. Análise do risco/beneficio, no processo de registro dos produtos fitossanitários (FAO, 1989). produtos fitossanitários (FAO, 1989).
FORMULAÇÃO DO FORMULAÇÃO DO PROBLEMAPROBLEMA
EXPOSIÇÃOEXPOSIÇÃO EFEITOSEFEITOS
GERENCIAMENTO GERENCIAMENTO DO RISCODO RISCO
AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO DO RISCODO RISCO
AVALIAÇÃO DO AVALIAÇÃO DO RISCO/BENEFÍCIORISCO/BENEFÍCIO
BENEFÍCIOSBENEFÍCIOS
ECOLÓGICO ECOLÓGICO ECONÔMICO ECONÔMICO
SOCIALSOCIAL
PRINCIPAIS PROBLEMAS NA PRESENÇAPRINCIPAIS PROBLEMAS NA PRESENÇA DE HERBICIDAS NO AMBIENTEDE HERBICIDAS NO AMBIENTE
1. 1. Contaminação de águas subterrâneasCaracterísticas:• alta solubilidade em água• estabilidade química na água e no solo• baixa adsorção• dose elevada2. 2. Persistência - alta3. 3. Volatilidade - alta pressão de vapor• afetam culturas vizinhas• causam intoxicação nas vias respiratórias4. 4. Resistência5. 5. Presença de resíduos nos alimentos6. 6. TToxicidade7. 7. Impurezas na formulação
4.1. PARAMETROS PARA 4.1. PARAMETROS PARA ANÁLISE DA PERICULOSIDADEANÁLISE DA PERICULOSIDADE
• ToxicidadeToxicidade• TransporteTransporte• Persistência no ambientePersistência no ambiente
CLASSIFICAÇÃO – IBAMACLASSIFICAÇÃO – IBAMAIMPACTO AMBIENTALIMPACTO AMBIENTAL
CLASSE I altamente perigosoCLASSE I altamente perigoso soma de parâmetros de 11 a soma de parâmetros de 11 a 1919
CLASSE II muito perigosoCLASSE II muito perigoso parâmetros de 20 a 27parâmetros de 20 a 27
CLASSE III perigosoCLASSE III perigoso parâmetros de 28 a 34parâmetros de 28 a 34
CLASSE IV pouco perigosoCLASSE IV pouco perigoso parâmetros de 35 a 40parâmetros de 35 a 40
5. HERBICIDAS NO SOLO5. HERBICIDAS NO SOLO
5.1 – SORÇÃO DOS HERBICIDAS NO SOLO
SORÇÃO – é um processo geral de retenção do herbicida no solo que engloba os mecanismos de adsorção, precipitação e absorção
ADSORÇÃO – é um processo temporário pelo qual uma substância dissolvida se fixa a uma superfície sólida ou líquida
FATORES QUE NFLUENCIA A SORÇÃO DOS HERBICIDAS NO SOLO
a) Textura do solo
b) Teor de matéria orgânica e argila
c) pH do solo
d) Umidade
e) Características dos herbicidas
Fração do Fração do solosolo DiâmetroDiâmetro(mm)(mm)
SuperfícieSuperfície específica específicacmcm22 /g/g
Areia grossaAreia grossa 2 2 –– 0,20,2 2121
Areia finaAreia fina 0,2 0,2 – – 0,020,02 210210
LimoLimo 0,02 0,02 –– 0,0020,002 21002100
ArgilaArgila < 0,002< 0,002 23.00023.000
Tabela 2. Tamanho e superfície específica das partículas do solo.Tabela 2. Tamanho e superfície específica das partículas do solo.
ConstituintesConstituintes Superfície específicaSuperfície específica
(m(m 22/g)/g)
Capacidade de troca de Capacidade de troca de
cátions (e.mg/100g)cátions (e.mg/100g)
GibbsitaGibbsita 1 1 –– 2,52,5 --
CaulinitaCaulinita 10 10 –– 3030 10 10 –– 2020
Mica hidratadaMica hidratada 100 100 –– 200200 20 20 –– 3030
CloritaClorita 100 100 –– 175175 10 10 –– 2525
Sílica amorfaSílica amorfa 100 100 –– 600600 --
Sílica Sílica –– alumina amorfa alumina amorfa 200 200 –– 500500 150150
VermiculitaVermiculita 300 300 –– 500500 150150
AlofanaAlofana 400 400 –– 700700 120120
MontmorilonitaMontmorilonita 700 700 –– 800800 100100
Matéria orgânicaMatéria orgânica 700700 280280
Tabela 3. Superfície específica e capacidade de troca de cátions Tabela 3. Superfície específica e capacidade de troca de cátions dos principais componentes da fração do solo.dos principais componentes da fração do solo.
MontmorilonitaMontmorilonita
VermiculitaVermiculita
IlitaIlita
CaulinitaCaulinita
GibbsitaGibbsita
GoethitaGoethita
MineraisMineraisPermanentePermanente VariávelVariável TotalTotal CTACTA
MmolMmolc c kg kg -1-1 de argila de argila
CTCCTC
Fonte:Fonte: Alleoni, 2002 Alleoni, 2002
Tabela 4 - Cargas elétricas de alguns minerais da fração Tabela 4 - Cargas elétricas de alguns minerais da fração argila de solosargila de solos
11201120
850850
110110
1010
00
00
6060
00
3030
3030
5050
4040
11801180
850850
140140
4040
5050
4040
1010
00
3030
2020
5050
4040
HERBICIDAHERBICIDASORVIDOSORVIDO
HERBICIDAHERBICIDANA SOLUÇÃO NA SOLUÇÃO
DO SOLODO SOLO
SORÇÃOSORÇÃO
DESSORÇÃODESSORÇÃO
Figura 2. Diagrama esquemático da sorção dos herbicidas nos colóides do solo.
ADSORÇÃO NO SOLO
Kd = é o coeficiente de partição entre o herbicida adsorvido nas partículas do solo e a quantidade na solução do solo.
<Kd> herbicida na solução
quantidade do herbicida/g de soloquantidade do herbicida/g de soluçãoKd =
COEFICIENTE DE PARTIÇÃO COEFICIENTE DE PARTIÇÃO octanol-águaoctanol-água
Cn-octanolKKowow = =CCww
Onde:Onde:
Cn-octanol concentração do soluto dissolvido no concentração do soluto dissolvido no n-octanoln-octanol
concentração do soluto dissolvido na concentração do soluto dissolvido na águaágua
CW
COEFICIENTE DE DISTRIBUIÇÃO DO HERBICIDA COEFICIENTE DE DISTRIBUIÇÃO DO HERBICIDA NO SOLO E NA MATÉRIA ORGÂNICANO SOLO E NA MATÉRIA ORGÂNICA
KdKKococ = =ffococ
* 100
Onde:Onde:
Coeficiente de partição do herbicida no soloKd =
FFoc =oc = Fração orgânica do solo em porcentagem
LogKowLogKow
Fonte:Fonte: Vidal, 2002 Vidal, 2002
Tabela 5 - Classificação da lipofilicidade dos herbicidas em Tabela 5 - Classificação da lipofilicidade dos herbicidas em função dos valores de logKow ou Kowfunção dos valores de logKow ou Kow
< 0,1< 0,1
0,1 a 10,1 a 1
1 a 21 a 2
2 a 32 a 3
> 3> 3
< 1< 1
1 a 101 a 10
10 a 10010 a 100
100 a 1000100 a 1000
> 1000> 1000
HidrofílicoHidrofílico
Medianamente LiposolúvelMedianamente Liposolúvel
LipofílicoLipofílico
Muito LipofílicoMuito Lipofílico
> 1000> 1000
KowKow LipofilicidadeLipofilicidade
ADSORÇÃO NO SOLOKoc = é o coeficiente que expressa a tendência do herbicida em ser adsorvido pela matéria orgânica.
< Koc < adsorção > potencial de lixiviação
Kdquantidade de carbono orgânico
Koc
Solubilidade
Koc =
Adsorção / Dessorção:Adsorção / Dessorção:
K Fator Classificação> 150 4 elevada
adsorção
50 - 149 3 grandeadsorção
25 - 49 2 médiaadsorção
0 - 24 1 pequenaadsorção
SorçãoSorção
HerbicidasHerbicidas
Muito forte Muito forte -- KKococ > 5000> 5000 BBenefin, bipiridilios, bromoxynil, DCPA, diclofop, enefin, bipiridilios, bromoxynil, DCPA, diclofop, DSMA, fluazifop, glyphosate, MSMA, pendimethalin, DSMA, fluazifop, glyphosate, MSMA, pendimethalin, prodianine, oxyfluorfen, trifluralin.prodianine, oxyfluorfen, trifluralin.
Forte Forte –– KKococ 600 a 4999600 a 4999
Bensulide, butachlor, cycloate, desmedipham, Bensulide, butachlor, cycloate, desmedipham, ethalfluralin, fluridone, napropamide, norfluraethalfluralin, fluridone, napropamide, norflurazon, zon,
oryzalin, oxadiazon, pyridate, thiobencarb.oryzalin, oxadiazon, pyridate, thiobencarb.
Moderada Moderada -- KK ococ 100 a 599100 a 599 Alachlor, acifluorfen, amitrole, bensulfuron, Alachlor, acifluorfen, amitrole, bensulfuron, butachlor, clomazone, dichlobenil, diuron, EPTC, butachlor, clomazone, dichlobenil, diuron, EPTC, fluometuron, glufosinate, isoxaben, quizalofop, fluometuron, glufosinate, isoxaben, quizalofop, triazinas, triasulfuron, vernolate.triazinas, triasulfuron, vernolate.
Fraca Fraca –– KK ococ –– 0,5 a 990,5 a 99
Acrolein, bentazon, bromacil, chlorsulfuron, Acrolein, bentazon, bromacil, chlorsulfuron, clopyralid, dicamba, haloxyfop, hexazinone, clopyralid, dicamba, haloxyfop, hexazinone, imidazolinonasimidazolinonas, mecoprop, metribuzin, nicosulfuron, , mecoprop, metribuzin, nicosulfuron,
picloram, primisulfuron, clorato de sódio picloram, primisulfuron, clorato de sódio sulfometuron, terbacil, tebuthiuron, tribenuronsulfometuron, terbacil, tebuthiuron, tribenuron, ,
triclopyrtriclopyr..
TABELA 6. Sorção de diversos herbicidas ao soloTABELA 6. Sorção de diversos herbicidas ao solo
Tipo de hidróxidoTipo de hidróxido
Constante de Freundlich (kf)Constante de Freundlich (kf)
Hidróxido Hidróxido –– Fe Fe 26532653
Hidróxido Hidróxido –– AlAl 174174
TABELA 7. Sorção do imazaquim em diferentes TABELA 7. Sorção do imazaquim em diferentes hidróxidos de ferro e alumínio.hidróxidos de ferro e alumínio.
Qu
antid
ade ad
sorvida
Qu
antid
ade ad
sorvida
Concentração da solução em equilíbrio
Figura 3.Figura 3. Classificação das isotermas de adsorção onde S = Classificação das isotermas de adsorção onde S = maior afinidade do adsorvente a maior conc. do herbicida; N = maior afinidade do adsorvente a maior conc. do herbicida; N = normal ou de menor afinidade a maior conc.; C = partição normal ou de menor afinidade a maior conc.; C = partição constante e A = alta afinidade a baixa conc. (Garcia Torres & constante e A = alta afinidade a baixa conc. (Garcia Torres & Fernandes-Quintabilha, 1995).Fernandes-Quintabilha, 1995).
ADSORÇÃO – CARGAS NA MOLÉCULAADSORÇÃO – CARGAS NA MOLÉCULA
a. HERBICIDAS – BASES FRACAS
O herbicida adsorve o íon H+ da solução do solo abaixo pH, e passa de uma forma negativa para uma forma positiva (estado iônico)
b. HERBICIDAS – ÁCIDOS FRACOS
c. HERBICIDAS – NÃO IÔNICOS
Muitos dos herbicidas não têm cargas e têm pouca tendência de ganhar ou perder íon H+. As suas reações no solo não são afetadas pelo pH ou cargas na superfície.
Exemplos: uréias, uracilas, carbamatos, carbamotioatos, dinitronanilinas, difenileteres, e outros
H+ HERBICIDA HERBICIDA +
H- HERBICIDA HERBICIDA-
pH baixopH baixo pH altopH alto
Ácido fracoÁcido fraco
Base fracaBase fraca
Figura 4. Efeito do pH na ionização de ácidos e bases fracas (Ross Figura 4. Efeito do pH na ionização de ácidos e bases fracas (Ross e Lembi, 1985).e Lembi, 1985).
Tipo de soloTipo de solo
pHpH
Sorção (%)Sorção (%)
Franco Franco –– arenosoarenoso 5,65,6 5353 6,36,3 5353 6,66,6 00
Franco Franco –– siltososiltoso 4,74,7 6262 5,25,2 4040 5,55,5 2525
TABELA 8. Sorção de imazaquim em solos com diferentes pHTABELA 8. Sorção de imazaquim em solos com diferentes pH
TABELA 9. Sorção de alguns herbicidas iônicos e não iônicos no TABELA 9. Sorção de alguns herbicidas iônicos e não iônicos no solo.solo.
HerbicidaHerbicida
GrupoGrupo
QuímicoQuímico
SolubilidadeSolubilidade
U Moles/LU Moles/L
KdKd
Montmorilonita CaulinitaMontmorilonita Caulinita
PH baixoPH baixo PH altoPH alto
ParaquatParaquat CatiônicoCatiônico 2,7 x 102,7 x 10 66 -- 4,2 x 104,2 x 1044 1,7 x 101,7 x 10 33
AtrazineAtrazine BásicoBásico 1,6 x 101,6 x 10 22 5,0 x 105,0 x 10 33 1,5 x 101,5 x 1033 3,03,0
AmetryneAmetryne BásicoBásico 8,6 x 108,6 x 10 22 6,3 x 106,3 x 10 44 2,0 x 102,0 x 1044 --
PrometonePrometone BásicoBásico 3,0 x 103,0 x 10 33 3,5 x3,5 x 101044 1,6 x 101,6 x 1044 00
PicloranPicloran ÁcidoÁcido 1,8 x 101,8 x 10 33 5050 00 --
2,42,4--DD ÁcidoÁcido 2,9 x 102,9 x 10 33 00 00 00
5.2 – LIXIVIAÇÃO DOS HERBICIDAS AO SOLO
LIXIVIAÇÃO – É o caminhamento da molécula do herbicida no perfil do solo
Fatores: - sorção- umidade- temperatura- persistência
LIXIVIAÇÃO DOS HERBICIDAS AO SOLO
QUANTIDADE – O herbicida perdido no perfil do solo é geralmente de 0,1 a 1% podendo atingir 5%
ESCORRIMENTO SUPERFICIAL
• É o arraste das partículas coloidais juntamente com os herbicidas
• fatores: - Umidade do solo- tipo de solo- características do
herbicida- cobertura do solo
• QUANTIDADE – A perda por esse processo normalmente não excede 1% do herbicida aplicado
LIXIVIAÇÃO NO SOLO
Kh = é o coeficiente de partição entre o herbicida presente no ar e a quantidade na água.
quantidade no arquantidade na água
SOLO ÁGUA NOSOLO
Kd
Kh
Kh =
Solubilidade:
(mg/l) Fator Classificação< 5 4 insolúvel
5 - 50 3 pouco solúvel
50 -500 2 medianamentesolúvel
> 500 1 solúvel
TABELA 10. Exemplos de herbicidas classificados, segundo o critério de TABELA 10. Exemplos de herbicidas classificados, segundo o critério de solubilidade em água para temperaturas na faixa de 20 a 27solubilidade em água para temperaturas na faixa de 20 a 27ooC (WSSA, C (WSSA, 1994).1994).
Classe de solubilidade Herbicida Solubilidade em água mg/L (ppm)
Muito baixa
(1 a 10 ppm) 2,4 - D éster isooctilico
pendimethalin Lactofen
Oxyfluorfen DCPA
Fluazifop- butil
Oryzalin
Simazine
Butachlor
0,0324
0,30 0,1 0,1 0,50 1,10 2,60 3,50 4,00
Baixa
(11 a 50 ppm Atrazine
Diuron 33
42
Média
(51 a 150 ppm)Linuron
75
Elevada
(151 a 500 ppm)
Cyanazine
AlachlorSetoxidim
Ametrine
EPTC
Picloran
Propanil
Bentazon
171
242
257370430
500
185
500
TABELA 11. Exemplos de herbicidas classificados, segundo o critério de TABELA 11. Exemplos de herbicidas classificados, segundo o critério de solubilidade em água para temperaturas na faixa de 20 a 27solubilidade em água para temperaturas na faixa de 20 a 27ooC C (WSSA, 1994). Continuação(WSSA, 1994). Continuação
Classe de solubilidade Herbicida Solubilidade em água
mg/L (ppm)
Muito elevada
(501 a 5.000 ppm)
Metolachlor
2,4 - D sal dimetilaminico
Bromacil
Chomazone
Tebuthiuron
Dichlofop- metil
530 796
815
1.100
2.500
3.000
Extremamente elevada
(> 5.000 ppm)
Glifosate
TCA
Hexazinone
Dalapon
12.000
12.000
33.000
500.000
TABELA 12. Lixiviação relativa de alguns herbicidas e a solubilidade TABELA 12. Lixiviação relativa de alguns herbicidas e a solubilidade em água (WSSA, 1994).em água (WSSA, 1994).
HerbicidasHerbicidas Lixiviação relativaLixiviação relativa Solubilidade em águaSolubilidade em água (ppm)(ppm)
TrifluralinTrifluralin 11 0,0010,001
DiuronDiuron 22 4242
LinuronLinuron 22 7575
SimazinaSimazina 55 55
AmAmetrinaetrina 77 185185
AtrazinaAtrazina 1010 3333
FluometuronFluometuron 1111 8080
BromacilBromacil 1515 815815
TerbacilTerbacil 1616 710710
FenuronFenuron 2121 38503850
PicloramPicloram 2525 430430
TABELA 13. Índices de mobilidade do 2,4-D (RfTABELA 13. Índices de mobilidade do 2,4-D (Rf11) e da ametrina ) e da ametrina
(Rf(Rf22) em diversos solos.) em diversos solos.
SolosSolos RfRf RfRf22PV1PV1 0,650,65 0,250,25
PV2PV2 0,950,95 0,370,37
PV3PV3 0,830,83 0,370,37
PV5PV5 0,530,53 0,270,27
LAD2LAD2 0,820,82 0,310,31
LAD3LAD3 0,880,88 0,410,41
PE3PE3 0,750,75 0,200,20
TE3TE3 0,700,70 0,180,18
LVDLVD 0,740,74 0,220,22
LReLRe 0,750,75 0,250,25
MédiaMédia 0,760,76 0,280,28
CV (%)CV (%) 14,4714,47 28,5728,57
KKococ = Coeficiente de repartição carbono orgânico – água = Coeficiente de repartição carbono orgânico – água
T ½ = meia vida do herbicida no soloT ½ = meia vida do herbicida no soloGUS = escore de contaminação do lençol freáticoGUS = escore de contaminação do lençol freático
GUS = Log T ½ x (4 – Log KGUS = Log T ½ x (4 – Log Kococ))
HHeerrbbiicciiddaa
KKoocc ((mmLL//gg)) TT ½½ ((ddiiaass)) GGUUSS
FFOOMMEESSAAFFEENN 22 118800 88,,3344 TTEEBBUUTTHHIIUURROONN 8800 336600 55,,3377 MMEETTOOLLAACCHHLLOORR 9999 4444 33,,2299 AATTRRAAZZIINNEE 110077 7744 33,,6688 SSIIMMAAZZIINNEE 113388 5566 33,,2255 AALLAACCHHLLOORR 116611 1144 22,,0066 TTRRIIFFLLUURRAALLIINN 77..995500 8833 00,,6666 PPEENNDDIIMMEETTHHAALLIINN 1166..330000 6600 --00,,3388 OOXXYYFFLLUUOORRFFEENN 110000..000000 3355 --11,,5544
CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DE ALGUNS CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DE ALGUNS
HERBICIDAS USADOS NO HERBICIDAS USADOS NO BRASILBRASIL
FONTE:FONTE: GUSTAFSON (1989)GUSTAFSON (1989)
GUS > 2,8 – POTENCIAL/POLUIDORGUS > 2,8 – POTENCIAL/POLUIDOR < 1,8 – NÃO APRESENTAM POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO< 1,8 – NÃO APRESENTAM POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO
5.4. VOLATILIDADE
É o processo pelo qual o herbicida da solução do solo passa para forma de vapor podendo se perder para a atmosfera por evaporação
TABELA 14. Pressão de vapor de alguns herbicidas utilizados no Brasil. TABELA 14. Pressão de vapor de alguns herbicidas utilizados no Brasil.
HerbicidaHerbicida Pressão de vaporPressão de vapor
mm/Hgmm/Hg Temperatura (Temperatura ( oo C)C)
EPTCEPTC 3,4 x 103,4 x 10--22 2525 2,42,4-- -D éster-D éster 3,0 x 103,0 x 10-- 44 3030 TrifluralinTrifluralin 1,1 x 101,1 x 10-- 44 2525 AlachlorAlachlor 1,6 x 101,6 x 10-- 55 2525 MetalachlorMetalachlor 1,3 x 101,3 x 10-- 55 2020 PendimethalinPendimethalin 3,0 x 103,0 x 10-- 55 2525 ChlorimuronChlorimuron--ethylethyl 1,5 x 101,5 x 10-- 55 2525 LinuronLinuron 1,7 x 101,7 x 10-- 55 2020 FluazifopFluazifop--butilbutil 5,5,5 x 105 x 10-- 55 2020 ButachlorButachlor 4,5 x 104,5 x 10-- 66 2525 SethoxydimSethoxydim < 1,0 x 10< 1,0 x 10-- 66 2020 AmetryneAmetryne 8,4 x 108,4 x 10-- 77 2020 AtrazineAtrazine 2,9 x 102,9 x 10--77 2525 HalosulfuronHalosulfuron < 1,0 x 10< 1,0 x 10-- 77 2525 ImazapyrImazapyr < 1,0 x 10< 1,0 x 10--77 4545 GlyphosateGlyphosate 1,84 x 101,84 x 10-- 77 4545 PicloramPicloram 6,16 x 106,16 x 10-- 77 3535 2,42,4-- D aminaD amina 5,5 x 105,5 x 10 77 3030 ImazaquimImazaquim 2,0 x 102,0 x 10 88 4545 DiuronDiuron 6,9 x 106,9 x 10 88 2525 InoxafutoleInoxafutole 7,5 x 107,5 x 10 99 2525 SimazineSimazine 6,1 x 106,1 x 10 99 2020 SulfentrazineSulfentrazine 1,0 x 101,0 x 10 99 2525 FlunutsulamFlunutsulam 2,8 x 102,8 x 10 1515 2525 NicosulfuronNicosulfuron 1,2 x 101,2 x 101616 2525
----
--
--
------
TABELA 15. Efeito da temperatura e da umidade do solo na perda do TABELA 15. Efeito da temperatura e da umidade do solo na perda do EPTC aplicado a 3,4 kg/ha na superfície do soloEPTC aplicado a 3,4 kg/ha na superfície do solo
Temperatura do arTemperatura do ar
PePerda do EPTC em 24 hrda do EPTC em 24 h
Solo úmido (14% de Solo úmido (14% de
umidade)umidade)
Solo seco (1% de Solo seco (1% de
umidade)umidade)
00 62,462,4 12,012,0
4,44,4 67,067,0 12,212,2
15,515,5 81,081,0 9,29,2
26,626,6 80,880,8 12,212,2
37,737,7 75,375,3 15,715,7
Fonte: Gray & Weierich (1965)Fonte: Gray & Weierich (1965)
Tabela 16 - Efeito da profundidade de incorporação na volatilização da Trifluralina
Prof. Perda Tempo cm % dias
Solo 0,5% m.o.
2,5 22 120
Solo 4% m.o.
15,0 3,4 90
Solo úmido
0 90 7
Solo úmido
0 87 2
Solo seco 0 25 2
5.5. FOTODEGRAÇÃO
É a degradação química dos herbicidas pela radiação solar na faixa do ultravioleta (290-450 nm) podendo levar a sua inativação.
FOTOLISE
A luz formada por pacotes de energia denominados de fotons podem provocar a quebra das ligações químicas entre as moléculas dos herbicidas
Maioria dos poluentes orgânicos são afetados pela luz transmitidas entre os comprimentos de onda de 290 a 600 nanômetros. Maior ação entre 290 e 400 nm
TABELA 17. Perdas por fotodecomposição de diferentes dinitroanilinas em um TABELA 17. Perdas por fotodecomposição de diferentes dinitroanilinas em um solo limo-argiloso após 7 dias de exposição a luz solar. solo limo-argiloso após 7 dias de exposição a luz solar.
DinitroanilinaDinitroanilina Perdas em %Perdas em %
IsopropalinIsopropalin 8,28,2
ButralinButralin 9,09,0
PendimethalinPendimethalin 9,99,9
BenefinBenefin 17,117,1
TrifluralinTrifluralin 18,418,4
OryzalinOryzalin 26,226,2
FluchloralinFluchloralin 30,430,4
NitralinNitralin 40,640,6
ProflenalinProflenalin 47,647,6
DinitramineDinitramine 72,372,3
5.5 HIDRÓLISE
É o processo físico-químico mais relevante para a degradação dos agroquímicos.
Sulfonilureias em pH baixo não degradadas principalmente por hidrólise, e em pH alto são biodegradadas.
5.6. DEGRADAÇÃO MICROBIANA
É a degração da molécula pelos microrganismos na superfície do solo
FIGURA 6. Degradação do MCPA em soluções inoculadas com solos onde o FIGURA 6. Degradação do MCPA em soluções inoculadas com solos onde o MCPA havia sido aplicado, 18 anos (o), 1 ano ( ) e na primeira MCPA havia sido aplicado, 18 anos (o), 1 ano ( ) e na primeira aplicação (aplicação ().).
TEMPO (DIAS)
6. HERBICIDAS NA ATMOSFERA6. HERBICIDAS NA ATMOSFERA
TABELA 18. Tamanho de gotas e proporção de gotas sujeitas a deriva, de diversos TABELA 18. Tamanho de gotas e proporção de gotas sujeitas a deriva, de diversos bicos da marca Delavan. (Matuo, 1990).bicos da marca Delavan. (Matuo, 1990).
Bico Pressão
(psi)
Vazão
(gal./min.)
Vmd
(m)
% de vol.
Abaixo de
100 m
Impacto D-1,5
D-2,5
40
14
0,30
0,30
210
306
13,0
8,7
Leque
LF-3
LF-3
LF-5
300
40
14
0,82
0,30
0,30
116
202
295
38,7
15,5
9,0
Cone DC4- -25
DC4-25
DC5-45
300
40
14
0,75
0,29
0,27
105
195
283
46,2
15,9
10,4
Raindrop RD-2
RD-2
RD-7
RD-9
300
40
40
40
0,75
0,29
0,84
1,36
163
410
865
1200
18,5
0,8
0,4
0,4
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
ASPECTOS POSITIVOSASPECTOS POSITIVOSBAIXA DOSEBAIXA DOSE
• Reduz os riscos biológicos e ecológicos
• Decresce a quantidade de agroquímico no ambiente
• Maior segurança no transporte e no armazenamento
• Novas tecnologias de formulação e embalagem
TABELA 19. Efeito do polímero agrysol (ASE-108) sobre a lixiviação TABELA 19. Efeito do polímero agrysol (ASE-108) sobre a lixiviação dos herbicidas atrazina e metolachlor no solo.dos herbicidas atrazina e metolachlor no solo.
% da quantidade aplicada% da quantidade aplicada
ProfundidadeProfundidade
(cm)(cm)
AtrazinaAtrazina
MetolachlorMetolachlor
SemSem ComCom SemSem ComCom
0 0 –– 55 4141 9393 4141 9393
5 5 -- 1010 5454 55 5454 3,63,6
1010 -- 1515 44 1,41,4 1,91,9 0,50,5
1515-- 2020 0,30,3 0,40,4 1,51,5 0,60,6
20 20 -- 2525 0,10,1 0,40,4 0,90,9 0,70,7
25 25 -- 3030 0,40,4 0,40,4 0,60,6 1,31,3
TABELA 20. Persistência e adsorção de um defensivo agrícola e seu potencial TABELA 20. Persistência e adsorção de um defensivo agrícola e seu potencial de contaminação de águas subterrâneas ou superficiais.de contaminação de águas subterrâneas ou superficiais.
ProdutoProduto
Pot. LixiviaçãoPot. Lixiviação
Pot. Arrast. Sup.Pot. Arrast. Sup.
KocKoc
Não PersistenteNão Persistente
T ½ < 30 diasT ½ < 30 dias
dicambadicamba
alachloralachlor
cyanazinecyanazine
GrandeGrande
GrandeGrande
MédiMédioo
PequenoPequeno
PequenoPequeno
MédioMédio
22
1515
170170
Moderada/persistenteModerada/persistente
T ½ 30 T ½ 30 –– 100 dias100 dias
carbofurancarbofuran
atrazineatrazine
diurondiuron
trifluralintrifluralin
GrandeGrande
GrandeGrande
MédioMédio
PequenoPequeno
PequenoPequeno
MédioMédio
GrandeGrande
GrandeGrande
2222
100100
480480
70007000
PersistentePersistente
T ½ > 100 diasT ½ > 100 dias
terbacilterbacil
ethionethion GrandeGrande
PequenoPequeno
MédioMédio
GGranderande
120120
88908890