RALLY DAKAR

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O Rally Dakar é a maior e mais dura prova de automobilismo em todo o terreno. A prova decorre geralmente entre a Europa e a África, com a maior parte das edições a terminar nas praias da capital do Senegal, Dakar, após a passagem pelo deserto do Sahara. A prova tem regularidade anual e começa sempre na primeira semana de cada ano. Competem as categorias de automóveis, motos e camiões.

A prova teve a sua primeira edição em 1979 (com início a 26 de Dezembro de 1978), um ano após Thierry Sabine se ter perdido no deserto e decidir que seria um bom sítio para um rali regular.

De início, o Rally iniciava-se sempre em Paris e terminava em Dakar, interrompendo-se por um dia pela travessia marítima do Mediterrâneo; contudo, devido a razões políticas, de segurança, de patrocínios e outros factores, a prova, incluindo a origem e término, têm variado ao longo dos anos. Por exemplo, devido à instabilidade na Argélia, não tem havido passagens pelo seu território nas últimas edições.

A prova de 1994 foi a única vez em que o Rally foi de ida e regresso a Paris. Devido a queixas do Presidente da Câmara de Paris, o final teve de ser movido dos Campos Elíseos para o parque da EuroDisney. Isto levou a organização a escolher rotas distintas nos anos seguintes.

Thierry Sabine O Pai do

Nasceu em 1949 em Boulogne sur Seine (Paris), estreou-se no desporto automóvel em 1969, participou em vários rallys e chegou a ganhar o campeonato francês ao volante de um Porsche Carrera.Sendo assim, foi em 1969 que nasceu a sua paixão pelos automóveis. Alternou a competição com os estudos, concluindo uma licenciatura em Marketing e Comunicação.

Em 1977 Thierry Sabine apaixonou-se pelo deserto. Nesse ano, Sabine participava no Rally Abidjan-Nice em moto e perdeu-se no deserto do Sahara. Há 30 anos, não existiam sistemas de GPS ou estruturas de apoio como as que existem na actualidade. As buscas para tentar encontrar o desaparecido piloto no deserto foram concluídas, sem sucesso, ao cabo de 3 dias.

Mas Thierry continuava vivo e perdido no deserto, com poucas esperanças de sobreviver por muito mais tempo. Apesar de tudo, a sorte ainda não havia abandonado o piloto. Quando as perspectivas de sobreviver já eram quase nulas, um pequeno avião monomotor avistou Sabine, salvando-o de um destino quase certo. Apesar de todo o sofrimento por que passou perdido no deserto, Thierry Sabine adquiriu daquela experiência uma paixão intensa pelo deserto.

Toda a travessia daquele troço transmite fortes emoções e foram estas emoções que o piloto francês quis transmitir aos seus colegas pilotos e ao mundo. Desta vontade nasceu aquela que hoje é a prova rainha, naquilo que se entende por aventura em Todo-o-Terreno. O maior rali do mundo tinha como objectivo atravessar África, partindo de algum ponto da Europa.

A largada da primeira prova do projecto deste jovem aventureiro aconteceu a 26 de Dezembro de 1978. 170 participantes partiram da Praça do Trocadero, frente à Torre Eiffel, com o objectivo de chegar a Dakar. Apenas 69 aventureiros completaram a travessia desta prova que ficou para sempre conhecida como “Paris – Dakar”, os nomes das cidades de partida e chegada da primeira edição.

Neste ano, carros, camiões e motas correram numa mesma categoria, vencendo o francês Cyril Neveu, aos comandos de uma Yamaha XT 500. Só a partir de 1980 foram divididas as categorias de carros, motos e camiões. A “Paris – Dakar” tornou-se reconhecida nos quatro cantos do Mundo como a maior prova off-road jamais percorrida.

'Um desafio para os que vão; um sonho para os que ficam' – Thierry Sabine

Em 1986, o Dakar já era um evento bastante mediático, mas a 14 de Janeiro desse mesmo ano Sabine falecia num acidente de helicóptero. Eram 8 horas da noite e uma tempestade de areia limitava a visibilidade. Thierry Sabine, como o piloto François-Xavier Bagnoud, a jornalista Nathaly Odent, o técnico de rádio Jean-Paul Le Fur e o cantor Daniel Balavoine, sobrevoavam a etapa entre Gao e Gurma Rharous, no Mali, reagrupando alguns participantes perdidos. A 8 quilómetros de Gurma o helicóptero embateu numa duna e todos os ocupantes faleceram.

Daniel Balavoine

À partida para o Paris-Alger-Dakar de 1986, onde perdeu a vida, Thierry Sabine disse:

"Sinto que se vai passar alguma coisa este ano. A prova terá uma dimensão dramática".

As cinzas de Thierry Sabine foram espalhadas em torno de uma árvore do Teneré, uma acácia perdida na mensidão do deserto.

Todos os anos, quando os participantes se preparam para uma nova ediçãona sua cabeça ressoam as palavras de Sabine:

"Racionem a água e nunca esperem ajuda imediata em caso de acidente. Aprendam a orientar-se, se se perderem...au revoir"

"Abandonem as convenções e a forma de pensar ocidental. Aqui (Dakar) sofre-se!"

"Vocês pagaram muito dinheiro para correr a prova mais dura, por isso, não se queixem."

"Devíamos agradecer a existência de aventuras e aventureiros porque estas e estes garantem momentos inesqueciveis nas nossas vidas!"

Estas são algumas das palavras, daquele que era considerado o DEUS do Dakar, pois "descia à Terra" com um fato-macaco branco, lenço, óculos de sol e barba cerrada - "disfarce" que Sabine dizia ter "magicado" quando esteve perdido no deserto do Teneré.

O LADO

HUMANITÁRIO

DO DAKAR

Uma vontadede Thierry

Sabine

Thierry Sabine, tinha consciência das difíceis condições de vida em África, da urgência em agir e da importância de que se poderia revestir o rali. No seu espírito, o Paris-Dakar tinha por vocação ser útil para os países que o acolhiam.

As acções que foram iniciadas a partir de 1985 continuaram a inspirar os organizadores, e em seguida os concorrentes do rali, que contribuem igualmente para a realização de projectos.

ACÇÕES DO DAKAR EM NÚMEROS

- 106 projectos.- 271.000 pessoas abrangidas.- 600.000 € financiados a 75% por A.S.O. ao longo de seis anos.

Protecção, valorização dos solos e dos recursos florestais

- 2.480 lareiras de melhor construção.- 318.000 plantas produzidas nos viveiros.- 129.000 pés plantados.- 31.700 novas cepas protegidas graças à regeneração natural assistida.- 210 estrumeiras criadas.- 6 dunas fixadas.- 1.023 hectares protegidos para permitirem uma regeneração florestal natural.

Protecção sanitária e higiene da água

- 3.300 famílias beneficiam da recolha de lixo.- 209 bilhas com torneira (reservatórios de água) postas em serviço.- 90 latrinas e 62 sarjetas construídas.- 7 charcos regularizados.- 24 sistemas de recolhas de lixo apoiados pela entrada em serviço de 53 carroças atreladas.

Sensibilização - Educação ambiental

- 53.000 pessoas sensibilizadas para as boas práticas ambientais.- 23 emissões radiofónicas.- 2.600 pessoas formadas nas técnicas de gestão dos recursos naturais.

MATERNIDADE THIERRY SABINE

FIMATÉ SEMPRE

J.M.