Ranke - As grandes potências - contemp i 2013

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Presented by Students for Contemporary History I, April 2013

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AS GRANDES POTÊNCIAS

Giovana MartinsHeloisa Fazion

Raquel DeliberadorRebecca Silva

Leopold von Ranke

Foi um dos maiores historiadores alemães do século XIX.

Dúvidas

• Nessa época, podemos dizer que já havia a formação de países? Por exemplo, podemos falar que a Espanha já era um país ou que a Inglaterra já era um país, ou devemos falar que eram reinos?

• O que é especificamente a "Casa da Áustria"?

A Ascensão de Luís XIV

Reinado:1643 - 1715

Henrique IV

Foi o primeiro rei da França

pertencente à família dos Bourbons.Reinado:

1586 - 1610.

Reinado:1586 - 1610.

" as tropas de Luís XIV eram as mais treinadas e mais experimentadas nos campos de batalha; seus navios eram de ótima construção; nenhum outro soberano europeu possuía fronteiras tão bem fortificadas, não só para o ataque como para a defesa. No entanto, não somente pelo poderio militar, mas ainda, e muito mais, por sua política e suas alianças, os franceses conseguiram sobrepujar os espanhóis. E a constelação resultante conferiu-lhes uma posição de mando continental". (RANKE, p.148)

A Época de Luís XIV

Carlos II - Rei da

Inglaterra

Reinado:

1660 - 1685•

Carlos II

" Após fazer amigos por meio do dinheiro ou ajudas de outra natureza, costumava abandoná-los, seja para demonstrar-lhes que, realmente, não precisava deles, ou pela convicção, de que apenas o receio de provocar a indignação do rei de França bastaria para mantê-los no

no caminho do dever".(RANKE, p. 151)

A Época de Luís XIV

"suas próprias campanhas guerreiras são como um prolongamento das ocupações da corte - reúne-se um exército, fazem-no desfilar perante as damas; tudo está pronto; o golpe é bem sucedido; entra o rei na cidade consquistada e logo se apressa em voltar ao paço - de sorte que a pompa, a ostentação, aquele retorno triunfal, a lisonja dos cortesãos são o que acima de tudo lhe dá satisfação; a conquista, a guerra em si valem bem menos para ele do que o resplendor que geram e que o envolvem". (RANKE, p.151)

A Época de Luís XIV

Luís XIV, o Rei Sol.

http://www.youtube.com/watch?v=mh-6xHMpMvQ

Europa político atual

Europa - final do século XVIII

Inglaterra, Áustria e Rússia

Inglaterra: primeira nação a tomar consciência de seu poderio.

Influências de Luis XIV, Carlos II e Jaime II. Este último motivou intensas perseguições aos protestantes.

Tais ações terminaram por culminar na Revolução Gloriosa.

Revolução Gloriosa (1688-1689)

Movimento que derrubou os Stuarts (a casa reinante, de Carlos e Jaime), e foi encabeçado por Guilherme III da Holanda, anti-francês.

Guilherme casou-se com Maria Stuart, protestante e filha do futuro Jaime II. Sua figura começou por se destacar na luta contra os franceses na invasão das Províncias Unidas (1672).

Em 1689, os protestantes ingleses pedem sua ajuda contra seu sogro devido às suas convicções religiosas e tendências absolutistas. Em 1698 derrota os seus adversários e, juntamente com a sua esposa, jura a "Declaração dos Direitos" e são ambos aclamados soberanos.

Revolução Gloriosa (1688-1689)

Guilherme III da Inglaterra

Maria II

Jaime II

França e Inglaterra tinham muita coisa em comum. Em ambas, o poder era todo detido pelas famílias nobres, com privilégios exclusivos e protegidas pela religião (católica na França e protestante na Inglaterra)

Porém, existiam diferenças fundamentais:

Na França, predominava a unanimidade, submissão e dependência ante uma corte muito refinada e decrépita moralmente.

Na Inglaterra, houve uma grande luta entre dois partidos, “cujas forças praticamente se equilibraram no âmbito de determinados círculos bem delimitados”.

A Inglaterra começa então a se destacar, e se torna muito mais poderosa do que Luis XIV poderia imaginar. Situação que gerou profundas transformações nas relações em geral de toda a Europa Ocidental, principalmente nas marítimas.

Áustria

Em fins do século XVI, perdeu grande parte de seu prestigio no exterior devido ao cisma religioso e aos direitos hereditários dos Estados em suas diversas províncias. Na Guerra dos Trinta Anos, as tropas alemãs reconquistaram em Viena as terras que eram hereditárias do imperador alemão, tirando territórios que antes pertenciam à Áustria.

Foi nesse período, porém, que a Casa da Áustria consolidou seu poderio interno, vencendo os inimigos e afirmando a vitoria final do catolicismo. Mas ela só ganhou projeção e a condição de potência quando reconquistou a Hungria

Porém, enquanto uma parte da capital da Hungria, Ofen (Buda), à margem direita do Danúbio, estava sob controle turco (unida com a outra margem, Peste, formava BudaPeste), a França mantinha a Áustria sob ameaça constante por exercerem sua influencia junto ao Divã (nome do conselho de Estado do sultão turco).

Budapeste

Ao final de muitos conflitos, a Áustria triunfou e reconquistou o controle sob toda a capital. A partir daí, pode se desenvolver sobre bases muito mais amplas e sólidas.

Graças a essas mudanças tão grandes no leste europeu, consolidou-se um poder estável e rico. Foi possível conter o Império Otomano e mantê-lo sob controle.

“Nos últimos anos de sua vida, Luís XIV assistiu, ainda, aos primórdios de outra mudança capital.” A França passou a ter uma supremacia decisiva no norte da Europa, sem precisar de esforços. Passando a ter em “suas mãos” a Polônia e Suécia

As campanhas suecas e espanholas foram boas para a França, devido ao seus interesses.

o Espanhola queria entregar sul da Europa para os Bourbons, aliados dos franceses.

o Os suecos estavam prestes a assumir o poder total do norte do continente. Só restava a “total aniquilação do czar da Rússia”

Em 1709 Carlos XII enfrenta Pedro I (czar russo) e acaba sendo derrotado.

"Enquanto Carlos mostrou compreender mal os interesses verdadeiros do seu povo, Pedro identificou com sua própria pessoa o engrandecimento de seu país, dispensando o melhor dos seus cuidados ao preparo e progresso dos legítimos interesses da nação. Pedro venceu nessa luta.” (RANKE, p. 159).

Devido ao rápido progresso, a situação entre Rússia e Polônia se inverte. A Polônia passa a precisar da Rússia para seus conflitos, conseguindo arma e exércitos russos, melhores em quantidade e qualidade. Assim, “a influência francesa na Polônia empalideceu”. O que ocorre no norte da Europa, só restava influência com a Suécia que se enfraquece e deixa de ser uma boa aliada. O norte da Europa passa a ter dominações diversificadas.

A leste a França compete influência com a Inglaterra.

“ O governo dos mares estava em mãos inglesas que, de acordo com suas conveniências, toleravam ou interrompiam as retas proveitosas que a França começava a abrir, via Cádiz, para a América espanhola.” (p. 160).

Na Europa do Sul, graças aos Borubons, a influência francesa ainda prevalecia.

“Devemos nos precaver antes, exclama, daqueles que com expedientes ocultos, maneiras cativantes e bondade fingida tentem escravizar-nos.”

Com o falecimento de Carlos VI, em 1740, o cardeal Fleury toma medidas audaciosas: •Declara que não admitiria o esposo de Maria Teresa, filha de Carlos VI, como sucessor. •Faz manobras para que a coroa imperial alemã coubesse a Carlos VII da Baviera;

Plano da instauração na Alemanha de quatro Estados, com forças mais ou menos equivalentes e que jamais teriam se associado. •Áustria à Hungria; •Baviera à Boêmia; •Morávia e a Alta Silésia à Saxônia; •Baixa Silésia à Prússia.

França hegemônica – Prússia e outros reinos ofuscados na Europa

Em meados do século XVIII, surge a figura de Frederico II, o Grande (governou de 1740 a 1786), um déspota esclarecido.

Prússia

Frederico II, o Grande

Era contra a influência francesa em seu país. E tomava decisões e realizava grandes ações por conta própria, gerando desconfiança entre seus vizinhos.

As divergências entre os países culminou na Guerra dos Sete Anos

Guerra dos Sete Anos (1756-1763)

• Grã-Bretanha, Prússia e Hanover contra França, Áustria, Suécia, Saxônia, Rússia e eventualmente, Espanha.

• Disputas econômicas e territoriais que colocavam franceses e ingleses em terrenos opostos, nos Estados Unidos, Índia, Terra Nova e Nova Escócia (ambas partes até então colonizadas do Canadá).

• Lutavam pelo predomínio econômico e militar global.

• Ao longo da guerra, a própria existência da Prússia esteve em jogo. Os países inimigos desejavam dividir os Estados prussianos, da mesma forma que haviam desejado separar a Áustria anteriormente.

• Para Frederico, a guerra não se tratava apenas de estratégia militar. Ele tinha consciência das implicações filosóficas da mesma e da transitoriedade do mundo.

• Ele foi o responsável pela manutenção da unidade territorial prussiana.

Com isto, a Prússia estava mais livre para se desenvolver, eliminando grande parte da influência francesa em seu território, tanto politicamente quanto no campo da cultura.

Nesse ínterim, Jose II, da Áustria, filho de Maria Teresa (rainha da Austria, da Hungria e ultima chefe da casa dos Habsburgo, que depois se tornou Casa de Habsburgo-Lorena, e mãe de Maria Antonieta), declarou que “os direitos da Coroa Imperial são sagrados; não se atreva ninguém a tocar neles, se quiser estar bem com ela.”

José II, imperador do Sacro Império e Arquiduque da Áustria de  1765 a 1790

Maria Teresa da Áustria (reinou de 1740 a 1780)

A partir disto, a nação prussiana passa a se sentir segura de si mesma para que pudesse se desenvolver livremente.

Estados

• ÁUSTRIA: católica e alemã, estável militarmente, com energia vital sempre renovada, criou um mundo fechado em si mesmo.

• RÚSSIA: o principio eslavo-bizantino repontou mais poderoso do que nunca, e mesmo que tenha assumido “formas europeias”, estas não sufocaram o elemento natural.

• INGLATERRA: os interesses marítimos de raízes germânicas evoluíram para formar uma potencia mundial

• PRÚSSIA: o mundo alemão protestante acabou por encontrar na Prússia o apoio que sempre procurou para poder se manifestar.

O nascimento e florescimento destes Estados faz parte do conjunto de acontecimentos no século que antecede a Revolução Francesa.

Vídeo - territórios da Prússia http://www.youtube.com/watch?v=HFrv1rCLC7E

Prússia - reis e lídereshttp://www.youtube.com/watch?v=cJW5JATYa78

França:• Situação internacionalAscenção de outras potências cerceando o

domínio francês na Europa.Ainda detinha domínio na Turquia, apoio político

da Espanha, as demais cortes bourbônicas e a facção francesa voltara a triunfar na Suécia.

Revolução Francesa

Introdução

•Situação interna:Estado tripartite

PRIMEIRO ESTADO - Clero: - Alto clero;- Baixo clero

SEGUNDO ESTADO - Nobreza: - Nobreza cortesã - Nobreza provincial - Nobreza de Toga

TERCEIRO ESTADO - Povo: - Camponeses; - Grande burguesia;- Média burguesia; - Pequena burguesia;- Sans-culottes

• Situação interna:

O clero e a nobreza tinham vários privilégios.

O povo tinha que arcar com todas as despesas do 1º e 2º estado.

Introdução

Um dos grandes fatores para a revolução reside na mudança da situação internacional, que lançou descrédito sobre o governo francês.

Nostalgia geral dos tempos de Luis XIV (este não permitiria essas coisas).

PARA RANKE,

Independência das colônias inglesas na América

As colônias tiveram apoio da França na guerra contra a Inglaterra.

A guerra americana resultou na emancipação das colônias inglesas, mas feriu a França, porque ficou evidente que a Inglaterra pouco tinha sofrido com essas perdas.

Economia FrancesaApós a guerra, a França não conseguia reorganizar sua economia. -Metade da população trabalhava no campo, onde secas e inundações inviabilizavam a agricultura -> produtos mais caros.-A indústria têxtil francesa estava ameaçada pelos tecidos ingleses que chegavam a seu mercado interno.-Luís XVI decide cobrar mais tributos do povo para sanar essas precariedades, ao invés de cobrar da nobreza e do clero.

A situação financeira da França refletia nas relações internacionais: a única opção era evitar a guerra. Foi o que NÃO fizeram: ajudaram financeiramente a Holanda na derrota dela para a Prússia.

->Estopim para reação da nação francesa:O rei não poderia mais fazer essas emissões sem a permissão dos Estados.

Economia Francesa

A França não conseguiria exercer influência no exterior. Foi justamente quando duas cortes imperiais decidiram atacar a Turquia. Os franceses não podiam ajudar seu antigo aliado, a não ser que recorressem à Inglaterra ou à Prussia. Não o fizeram.

Essa decisão agravou a situação interna: a opinião pública foi de que a honra nacional teria sido manchada, que teria sido perdida uma preciosa oportunidade de restabelecer o prestígio de seu exército.

PARA RANKE,Essa indignação é um sentimento legítimo: a nação estava frustrada pois não ocupava o lugar que consideravam adequado no quadro de prestígio nacional na Europa. Não eram mais uma grande nação e isso já era evidente continentalmente.

Tinham perdido mais que a influência sobre os vizinhos: os estrangeiros já estavam infuenciando nas situações internas e os franceses achavam que isso era devido à administração.

O poder absoluto já tinha entrado em decadência. Sentindo que seus privilégios estavam ameaçados, o Primeiro e Segundo Estados se revoltaram e pressionaram o rei para convocar a Assembleia dos Estados Gerais que ajudaria a obrigar o povo a assumir os tributos.

Assembleia dos Estados Gerais

Era formada por integrantes dos três Estados, porém, só era aceito um voto para cada estado, como clero e nobreza estavam sempre unidos, isso sempre somava dois votos contra um do povo.Nas eleições para deputados, foram eleitos muitos do Terceiro Estado, já que este vivia na miséria e o momento atual do país era de crise econômica, fome e desemprego. Então, o povo (em vantagem) queria votos individuais.

A constituição não permitia esse tipo de votação e a nobreza e o clero não concordavam alterá-la. Esse impasse fez com que o Terceiro Estado se revoltasse e saísse dos Estados Gerais.

Fora, formaram uma nova Assembleia Nacional Constituinte. O rei até tentou reagir, mas o povo saiu às ruas com bandeiras de “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”

A queda da BastilhaEm 14 de julho de 1789, os revolucionários parisienses invadiram e tomaram a Bastilha.A Bastilha (prisão) representava o poder absoluto do rei, onde ficavam seus inimigos políticos.

O rei já não tinha mais controle sobre o povo e, por isso, tomou algumas medidas para tentar acalmar o povo, como:•Abolição do regime feudal sobre o povo•Abolição dos privilégios tributários da nobreza e do clero.

Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão

No dia 26 de agosto de 1789 a Assembléia Nacional Constituinte proclamou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, cujos principais pontos eram: - O respeito pela dignidade das pessoas; - Liberdade e igualdade dos cidadãos perante a lei; - Direito à propriedade individual; - Direito de resistência à opressão política; - Liberdade de pensamento e opinião.

O clero

Em 1790, a Assembléia Constituinte diminuiu a influência do clero e seu poder confiscando diversas terras da Igreja e, também, pôs o clero sob a autoridade do Estado.

Os sacerdotes fiéis ao rei tinham duas opções: sair da França ou lutar contra a Revolução.

1791 – A nova Constituição

•Igualdade jurídica entre os indivíduos, •Fim dos privilégios do clero e nobreza, •Liberdade de produção e de comércio (sem a interferência do estado), •Proibição de greves, •Liberdade de crença, •Separação do Estado da Igreja, •Nacionalização dos bens do clero, •Três poderes criados (Legislativo, Executivo e Judiciário – baseado no pensamento de Montesquieu).

Em 1792, o exército austro-prussiano (que conspirava secretamente com o rei francês contra a Revolução, pois ela estava contagiando a Europa) invadiu a França, mas foi derrotado pelas tropas francesas na Batalha de Valmy.

Essa vitória deu nova força aos revolucionários franceses e também levou os líderes da burguesia a proclamar a República (22 de setembro de 1792).

Forças políticas da época

•Girondinos: alta burguesia; •Jacobinos: burguesia (pequena e média) e o proletariado de Paris. Eram radicais e defendiam os interesses do povo. Liderados por Robespierre e Saint-Just, pregavam a condenação à morte do rei; •Grupo da Planície: Apoiavam sempre quem estava no poder.

O rei, mesmo com apoio dos girondinos, foi guilhotinado em janeiro de 1793. A morte dele gerou revoltas internas e reogranização dos Estados absolutistas da época, para que não acontecesse o mesmo.

Ditadura jacobina

Durante o governo de Robespierre vigorou a nova Constituição da República (1793) que assegurava ao povo: • Direito ao voto;• Direito de rebelião; • Direito ao trabalho e a subsistência; • Declaração de que o objetivo do governo era o bem comum e a felicidade de todos.

Robespierre

Durante seu governo tentou agradar à alta burguesia e também às camadas populares.

Conseguiu algumas realizações significativas, principalmente no setor militar: o exército francês conseguiu repelir o ataque de forças estrangeiras.

“Nesses anos de Revolução, precisamente por causa de sua situação interna [caos, mas com unidade], tornou-se a França mais importante e poderosa do que outrora ao olhos das demais nações europeias”. p. 174

Hino Nacional da França

https://www.youtube.com/watch?v=ilkOhxYpb4o

Quando as tensões estrangeiras diminuíram, os girondinos se uniram ao grupo da planície contra Robespierre, que, sem apoio popular, também foi guilhotinado.

A alta burguesia assumiu o controle político e elaborou uma nova Constituição, que dava continuidade ao regime republicano, que seria controlado pelo Diretório.

18 Brumário

Nessa época, Napoleão Bonaparte ganhou prestígio como militar e com o apoio da burguesia e do exército, provocou um golpe.Em 10/11/1799, Napoleão dissolveu o Diretório e estabeleceu um novo governo chamado Consulado.Com isso ele consolidava as conquistas da burguesia dando um fim para a Revolução

Indicação de vídeo

Documentário do History Channel sobre a Revolução Francesa:

http://www.youtube.com/watch?v=xpiAQRqVZtQ

Restauração

(BENTIVOGLIO, Julio. Cultura Política e Historiografia Alemã No Século XIX: A Escola Histórica Prussiana e a Historische Zeitschrift. Revista de Teoria da História Ano 1, Número 3, junho/ 2010 p.28)

• “O Historisch-Politische Zeitschrift foi criado a pedido do conde de Bernstorff, o ministro dos Estrangeiros, que em 1833 tinha duas metas claras: combater os radicais liberais de esquerda e afirmar a autoridade do governo prussiano face às exigências do liberalismo político (IGGERS, 1983:70).”

A França chegou à categoria de superpotência pois “pôde conservar mais vivo do que nunca o sentimento nacional, empenhar e concentrar todas as suas forças em um só objetivo: a guerra”. (RANKE, p. 175, grifo meu)

“Para enfrentar essa potência [...] os meios até então em uso eram totalmente inadequados. [...] As circunstâncias exigiam renovação total, a união de todas as forças: era preciso despertar os elementos latentes no inconsciente de cada nação (RANKE, p. 176)

Restauração

Para esses Estados baterem de frente com a França foi preciso um forte sentimento nacionalista.

“Em Estados bem organizados e ordenados, populações inteiras abandonaram os domicílios a que eram ligadas, [...] quando inúmeras gentes [...] tomaram as armas e, ao mesmo tempo, esqueceram rixas tradicionais para afinal se unirem, na hora de vencer o inimigo, de restaurar a liberdade antiga, de restaurar a França ao seu devido lugar [...]” (RANKE, p.176, grifo meu).

Em 1809 ocorre a primeira derrota de Napoleão, e inicia o “levantar-se dos grandes Estados em luta para se firmarem na Europa”

Restauração

Ranke, conservador, em certos trechos deixa claro algumas opiniões: •Os ideais liberais e os da Revolução Francesa, se não moderado, eram negativos por voltar a dar força à França e por ter um sentimento revolucionário constante é uma oposição ao governo. •O povo exerce uma função importante ao se unir por um sentimento nacionalista.•Estado nenhum sobrevive sem sentimento nacionalista e moral comum. •Quando o povo está junto com o poder supremo há maiores liberdades.

Visão do autor

“Nossa época só revela tendências e forças dissolventes. Seu significado único seria o de acabar com as instituições conservadoras, [...] Desse ponto precisamente resultaria também a tendência irreversível para a evolução de ideias e instituições democráticas que, por sua vez, e forçosamente, produziria todas as grandes mudanças de que somos testemunhas. Seria um movimento generalizado, onde a França estaria à frente dos outros países. Movimento este que abriria caminho às mais tristes perspectivas.” (RANKE,p.176, grifo meu)

“a liberdade também serviu para construir e preservar” (p.177)

Visão do autor

• “Como ignorar a diferença entre a revolução na França e as transformações nos demais Estados europeus? Lá a revolução, (...) tornou-se soberana e, justamente por isso, jamais o Estado francês pôde alcançar consistência maior, (...) continuando em permanente oposição à dinastia legítima. Nos demais países do continente, entretanto, o poder supremo vincula-se a maiores liberdades, por ele outorgadas;” (RANKE, p. 178, grifo meu).

Visão do autor

“ [...] para a constante pretensão francesa de gerir os destinos do mundo, o espírito revolucionário não seria aliado desprezível. [...] No entanto, [...] inevitáveis elementos da resistência em si mesmo. Estado algum pode viver e governar apoiando-se apenas no espírito revolucionário, seja qual for sua origem, nem poderá tolerar a proliferação desse espírito. [...] (RANKE, p. 179).

Visão do autor

“ A História Universal não apresenta apenas o espetáculo de combates fortuitos, ataques recíprocos, Estados e povos que se sucedem, [...] O que vemos evoluir são forças, espirituais em verdades, [...] São energias morais. (...) Quando, pois, uma força espiritual nos agredir, é mister enfrentá-la com forças espirituais. À supremacia com que outra nação nos ameace, só nos cabe opor o expandir-se de nossa própria nacionalidade. Não pense com isto em uma nacionalidade arquitetada, quimérica, mas essencial, presente, que se exprime no Estado.” (p.179)

Visão do autor

“ Mas, objetarão, o mundo de hoje não estaria em caminho para uma estreita comunidade de nações? [....] Se me permitem uma comparação lembrarei que mais amena e útil não é aquela sociedade onde um só indivíduo tem a palavra e conduz a conversa, nem aquele onde todos se achem em pé de igualdade ou sejam igualmente medíocres, a dizer à vontade é, isto sim, onde se encontrem características múltiplas para consituir uma coletividade superior, e onde, no instante em que se tocarem e completarem, venham a gerar tal coletividade. [...] A união de todas há de todas há de basear-se na autonomia de cada uma. Nada deve impedir que entrem em contato; o que não se deve querer é o predomínio esmagador de uma sobre as outras.” (RANKE, p. 180)

Visão do autor

• "O mesmo acontece com os Estados, as nações. A preponderância positiva de um reverteria na desgraça de outro. A mistura de todos arruinaria a essência de cada um. A harmonia verdadeira surgirá da separação e da autenticidade.” (RANKE, p. 180).

Visão do autor