Rastreamento Populacional de Câncer Maria Isabel do Nascimento Instituto de Saúde Coletiva - UFF.

Post on 22-Apr-2015

107 views 0 download

Transcript of Rastreamento Populacional de Câncer Maria Isabel do Nascimento Instituto de Saúde Coletiva - UFF.

Rastreamento Populacionalde Câncer

Maria Isabel do NascimentoInstituto de Saúde Coletiva - UFF

Roteiro de aula•Aspectos relacionados ao rastreamento de

câncer▫Exercícios introdutórios

•Exercícios finais▫Interpretação de resumo de artigo▫Interpretação de caso clínico (prontuário)

•Formulários usados em rastreamento no Brasil▫Papanicolaou▫Mamografia

Plano de enfrentamento DCNT• Reduzir taxa de mortalidade prematura (< 70 anos) por DCNT em 2% ao ano.

• Reduzir a prevalência de obesidade em crianças e adolescentes.• Deter o crescimento da obesidade em adultos.• Aumentar a prevalência da atividade física no lazer.• Aumentar o consumo de frutas e hortaliças.• Reduzir o consumo médio de sal.• Reduzir a prevalência de tabagismo em adultos.

• Aumentar a cobertura de mamografia (50 e 69 anos).

• Aumentar a cobertura de preventivo do Ca colo do útero (25 a 64 anos)

• Tratar 100% das mulheres com lesões precursoras de câncer

Níveis de prevenção•Primária

▫Medidas para remover causas e fatores de risco com finalidade de impedir que a doença ocorra (imunização, exercício físico)

•Secundária▫Medidas para detectar precocemente doenças

de preferência em estágios subclínicos (diagnóstico precoce e rastreamento).

•Terciária▫Medidas para minimizar prejuízos

consequentes a problemas de saúde (reabilitação).

Prevenção de doenças

•Manutenção de baixo risco▫Incentivo ao comportamento de baixo risco e

adesão aos meios para evitar doenças•Redução de Risco

▫Implementação de medidas para controlar ou diminuir a prevalência de doenças

•Detecção Precoce▫Diagnóstico precoce▫Rastreamento em pessoas ou populações

assintomáticas

Rastreamento populacional•Conceito

▫É a captação de doença assintomática por meio de teste relativamente simples aplicado em população saudável.

•Tipos▫Organizado vs Oportunístico

•Termo derivado da língua inglesa ▫(screening)

•Sinonímia▫Rastreamento de massa

A doença a rastrear

•Problema de saúde pública importante•História natural conhecida•Estágio pré-clínico bem definido•Disponibilidade de teste confiável e válido•Disponibilidade de tratamento efetivo•Benefício da detecção e do tratamento

precoce deve ser maior do que se a terapia fosse iniciada no momento habitual do diagnóstico.

O exame/teste usado para rastrear • Sensibilidade

• Especificidade

• Simplicidade

• Aceitabilidade

• Custo

• Segurança

• Efeito do rótulo

Viés

•Conceito▫Qualquer tendência na coleta, análise,

interpretação, publicação ou revisão de dados que possam levar a conclusões sistematicamente diferentes da verdade (Rosser, 1998)

Viés em rastreamento de doenças•Viés de seleção•Viés de tempo de antecipação ou tempo

ganho (lead time bias)•Viés de tempo de duração (length bias ou

length-time bias) •Viés do sobrediagnóstico (overdiagnosis)

Viés de seleção

Viés de tempo ganho ou antecipação(lead time bias)

Viés de tempo de duração (length bias)

Viés de sobrediagnóstico(Overdiagnosis bias)

Outras questões em rastreamento

•Medicina Baseada em Evidências▫Níveis/valor das evidências▫Graus de recomendação

•Questões Éticas▫Princípio da beneficiência e não maleficiência.▫Detecção precoce justificada apenas se

acompanhada de resultados melhores.▫Garantia de acesso e equidade

Programas de rastreamento no Brasil

▫Direcionados para tumores considerados problemas de saúde pública.

▫Baseados em financiamento sustentável Recursos humanos. Recursos tecnológicos

▫Avaliados pelo impacto na mortalidade.

Detecção precoce e rastreamento de cânceres mais prevalentes (OMS)

Tipo de câncer

Recomendação

Diagnóstico precoce Rastreamento

Mama

Colo do útero

Cólon e reto

Estômago

Pele

Próstata

Cavidade oral

Pulmão

Esôfago

Detecção precoce e rastreamento de cânceres mais prevalentes (OMS)

Tipo de câncer

Recomendação

Diagnóstico precoce Rastreamento

Mama Sim Sim

Colo do útero Sim Sim

Cólon e reto Sim Sim (OMS) Não (Br)

Estômago Sim Não

Pele Sim Não

Próstata Sim Não

Cavidade oral Sim Não

Pulmão Não Não

Esôfago Não Não

Os Programas de rastreamento de câncer no Brasil: mama e colo do útero•Pessoas da população alvo devem ser

identificadas e alcançadas•Disponibilidade de testes confirmatórios•Rede de estabelecimentos com recursos

diagnósticos e terapêuticos disponíveis•Sistema de referência e contrarreferência

estabelecido•Impacto?

Metas do Plano de Enfrentamento•Aumentar a cobertura de preventivo do

Câncer do colo do útero (25 a 64 anos)

•Tratar 100% das mulheres com lesões precursoras de câncer

•Aumentar a cobertura de mamografia (50 a 69 anos)

Rastreamento do Câncer do colo do útero

• Teste: Papanicolaou (preventivo, citologia oncótica, colpocitologia).

• Idade de início: 25 anos para mulheres que já tiveram atividade sexual.

• População alvo: mulheres de 25 a 64 anos.

• Periodicidade: um exame a cada três anos, após obter dois exames negativos e consecutivos com intervalo de um ano.

• Situações especiais: gestantes, menopausadas, histerectomizadas e imunossuprimidas.

Rastreamento do Câncer de Mama•Teste principal: Mamografia e ECM

(anual)•População alvo: mulheres 50 a 69 anos•Idade de início: 50 anos•Periodicidade: bienal•Situações especiais:

▫Faixa etária de 40 a 49 anos (ECM anual)▫Mulheres com risco elevado (início aos 35

anos com mamografia e ECM anual)• ECM = exame clínico das mamas

Mamografia: outras questões• Mamografia de rastreamento (rotina)

▫ Pré-operatório de cirurgia plástica▫ Antes de Terapia hormonal▫ Seguimento de mastectomia

• Mamografia (diagnóstica)▫ Realizada em mulheres com sinais e sintomas▫ Nódulo▫ Espessamento▫ Descarga Papilar▫ Controle radiológico de lesão provavelmente benigna

• Mama masculina

• BI-RADS (Breast Imaging Reporting And Data System) proposto pelo colégio Americano de Radiologia

Resultados da mamografia e Condutas Resultado da mamografia Conduta

0 - Inconclusivo Avaliação adicional

1 – Sem achados Rotina

2 – Achado benigno Rotina

3 – Achado provavelmente benigno Controle em 6 meses

4 – Achado Suspeito Encaminhamento/Biópsia

5 – Achado altamente suspeito Encaminhamento/Biópsia

6 – Achado com diagnóstico de câncer, mas não tratado

Encaminhamento/Tratamento

Referências • Bratt O et al. Effects of prostate-specific antigen testing on

familial prostate cancer risk estimates. J Natl Cancer Inst 2010; 102:1336-1343.

• Fletcher & Fletcher. Epidemiologia Clínica – elementos essenciais. São Paulo, Artmed Editora, 2005.

• Hakama M. Cancer screening for medical oncologists: definitions and aims.

• Instituto Nacional de Câncer. Coordenação Geral de Ações Estratégicas. Divisão de Apoio à Rede de Atenção Oncológica. Diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer do colo do útero. INCA. Rio de Janeiro: INCA, 2011.

• Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Rastreamento – série A. Normas e Manuais Técnicos. Cadernos de Atenção Primária, n. 29, Brasília – DF, 2010.