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3 Apresentação4 Editorial6 Cursos de Medicina8 CAPA
Saúde Pública
Hospital Estadual Itapevi
15 Radar16 Trauma22 Perfil25 Crônica26 Cidadania28 Homenagem29 Literatura
CONTEÚDO
APRESENTAÇÃORoberto Lotfi Jr.Nicolau D’Amico Filho
A rede municipal de saúde de São Paulo lançou, a exemplo do governo
estadual, proposta oferecendo às Organizações Sociais (OSs), entidades
sem fins lucrativos, a gestão de todo o equipamento público, incluindo
hospitais. A lei foi aprovada em janeiro pela Câmara Municipal.
O assunto é polêmico. Por isso, abrimos a ele o espaço de capa desta
edição. A revista ouviu os secretários municipal e estadual, defensores da
proposta, como também entidades que discordam do modelo sugerido,
como o Sindicato dos Funcionários Públicos na Área da Saúde e o Sindicato
dos Médicos de São Paulo.
A APM, como sempre faz, vem promovendo encontros a fim de discutir
o assunto. Criou uma comissão especial para estudar e encaminhar propostas
para o debate.
A revista traz ainda várias reportagens sobre temas de interesse da classe
médica, como política médica, cidadania, de olho no imposto, trauma,
educação continuada e outros.
Vale a pena conferir!
Boa leitura!
Nicolau D’Amico Filho e Roberto Lotfi Jr.Diretores de Comunicação
Organizações Sociais
30 Cidadania32 Cartum33 Delegados34 Circuito
Crianças ouvem histórias
37 Política Médica38 Educação Continuada39 Agenda Científica40 Agenda Cultural42 Por Dentro do SUS44 Produtos & Serviços45 Classificados
Publicação da AssociaçãoPaulista de Medicina
Edição nº 565 – Março de 2006
REDAÇÃOAv. Brigadeiro Luís Antônio, 278
Cep 01318-901 – São Paulo – SPFones: (11) 3188-4200/3188-4300
Fax: (11) 3188-4279E-mail: comunica@apm.org.br
Diretores ResponsáveisNicolau D’Amico Filho
Roberto Lotfi Junior
Editor ResponsávelUlisses de Souza – MTb 11.459–SP
Editora-assistenteLuciana Oncken – MTb 46.219–SP
RepórteresAline Moura
Leandro de GodoiRicardo Balego
ColaboradoresAndré Barbosa (ilustrações)
Editora de ArteRoberta Annovi
Projeto e Produção GráficaCubo Editorial e Notíciasulisses@ecubo.com.br
Fotos: Osmar BustosRevisora: Thais Oncken
Secretaria: Rosenaide da SilvaAssistente de Comunicação:
Laura Rocha Passerini
ComercializaçãoDepartamento de Captação
e Marketing da APMFones: (11) 3188-4200/3188-4300
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Circulação: Estado de São Paulo(Inclui Suplemento Cultural)
Portal da APM
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A medicina tem mais de três mil anos, mas até chegar às grandesdescobertas tecnológicas atuais nas áreas diagnóstica e terapêutica,inúmeros foram os questionamentos e as apreensões, como nosmomentos das grandes epidemias, que ceifaram milhões de vidasno mundo todo.
O perfil de mortalidade mundial nas últimas décadas mostra queo primeiro lugar é ocupado por doenças cardiovasculares, seguidodas neoplasias e das causas externas (trauma). Infelizmente outrascausas, como as infecto-contagiosas, continuam sendo registradasem todos os países, em especial os subdesenvolvidos, inclusive noBrasil, e sempre com novidades. Atualmente é a gripe aviária.
É lógico que essas estatísticas sofrem alterações dependendo defatores ambientais, hábitos, vida urbana, guerras (oficiais e extra-oficiais), contexto sócio-econômico, cultura, organização do sistemade saúde e marcantemente pela educação da população e por nósmédicos. Não é à toa que hoje se estuda em todo mundo comofacilitar o acesso das melhores evidências científicas aos médicos.A tarefa não é fácil, pois calcula-se que a cada cinco anos o médicoperde em torno de 40% da sua atualização.
Por isso, necessitamos, com urgência, imaginar uma forma deestabelecer um programa de educação continuada que consigachegar a todos os médicos de forma consistente. As dificuldades sãoenormes, como a má formação na graduação e na residência médica;a desvalorização do trabalho médico na área pública e privada. Soma-se
Educação médica e democraciaa tudo isso os dados transmitidos pelas recentes pesquisas do ConselhoFederal de Medicina sobre a dificuldade de vida do médico brasileiro.
Gostaria de me ater aqui principalmente à resolução do CFMque estabelece que a partir de 2006 todos os médicos especialistasterão que realizar a sua revalidação a cada cinco anos. Trata-se deiniciativa das mais importantes e vem demonstrar que a classemédica, considerada como uma das profissões de maior credibili-dade, está consciente dos grandes desafios do momento e procurafazer a sua parte zelando para que os médicos estejam preparadospara exercer a prática médica e de forma transparente expondo-seà sociedade. Mas, para que a resolução da revalidação realmentesurta o seu efeito desejado é necessário que de forma democrática aeducação médica seja disponibilizada a todos os médicos do país.Nesse sentido, a AMB e as sociedades de especialidade estão organi-zando programas de atualização completos em todas as áreas. EmSão Paulo, a APM estará engajada nesse projeto operacionalizandode várias formas os cursos propostos. Pensando nisso, acabamosde assinar um convênio com a secretaria de saúde do municípiode São Paulo para realizar projetos de atualização através dareciclagem dos médicos da rede na área de urgências (clínica etrauma). Esperamos que esse seja apenas o início de um amploprograma de capacitação envolvendo nossa associação e as socie-dades de especialidade com o setor público. Portanto, vamos todosfazer a nossa parte e nos atualizar.
DIRETORIA ELEITA - DIRETORIA 2005-2008Presidente: Jorge Carlos Machado Curi1º Vice-presidente: Florisval Meinão2º Vice-presidente: Paulo De Conti3º Vice-presidente: Donaldo Cerci Da Cunha4º Vice-presidente: Luís Fernando PeixeSecretário Geral: Ruy Y. Tanigawa1º Secretário: Renato Françoso Filho
DIRETORESAdministrativo: Akira Ishida; AdministrativoAdjunto: Roberto de Mello; 1o Patrimônio eFinanças: Lacildes Rovella Júnior; 2o
Patrimônio e Finanças: Murilo RezendeMelo; Científico: Alvaro Nagib Atallah;Científico Adjunto: Joaquim Edson Vieira;Defesa Profissional: Tomás Patrício Smith-Howard; Defesa Profissional Adjunto:Jarbas Simas; Comunicações: NicolauD´Amico Filho; Comunicações Adjunto:Roberto Lotfi Júnior; Marketing: RonaldoPerches Queiroz; Marketing Adjunto: ClóvisFrancisco Constantino; Eventos: Hélio Alvesde Souza Lima; Eventos Adjunto: FredericoCarbone Filho; Tecnologia da Informação:Renato Azevedo Júnior; Tecnologia da
Silvana Maria Figueiredo Morandini; 4o
Diretor Distrital Sorocaba: Wilson OlegárioCampagnone; 5o Diretor DistritalCampinas: João Luiz Kobel; 6o DiretorDistrital Ribeirão Preto: João CarlosSanches Anéas; 7o Diretor DistritalBotucatu: Noé Luiz Mendes de Marchi; 8o
Diretor Distrital São José do Rio Preto:Pedro Teixeira Neto; 9o Diretor DistritalAraçatuba: Margarete de Assis Lemos; 10o
Diretor Distrital Presidente Prudente: EnioLuiz Tenório Perrone; 11o Diretor DistritalAssis: Carlos Chadi; 12o Diretor DistritalSão Carlos: Luís Eduardo Andreossi; 13o
Diretor Distrital Barretos: Marco AntônioTeixeira Corrêa; 14o Diretor DistritalPiracicaba: Antonio Amauri Groppo
CONSELHO FISCALTitulares: Antonio Diniz Torres, Braulio deSouza Lessa, Carlos Alberto Monte Gobbo, JoséCarlos Lorenzato, Tarcísio Eloy Pessoa deBarros Filho. Suplentes: Krikor Boyaciyan,Nelson Hamerschlak, Carlos RodolfoCarnevalli, Reinaldo Antonio MonteiroBarbosa, João Sampaio de Almeida Prado.
Informação Adjunto: Antonio Ismar Marçal Menezes;Previdência e Mutualismo: Alfredo de Freitas SantosFilho; Previdência e Mutualismo Adjunto: Maria dasGraças Souto; Social: Nelson Álvares Cruz Filho; SocialAdjunto: Paulo Cezar Mariani; Ações Comunitárias:Yvonne Capuano; Ações Comunitárias Adjunto:Mara Edwirges Rocha Gândara; Cultural: Ivan de MeloAraújo; Cultural Adjunto: Guido Arturo Palomba;Serviços Gerais: Paulo Tadeu Falanghe; ServiçosGerais Adjunto: Cristião Fernando Rosas; EconomiaMédica: Caio Fabio Camara Figliuolo; EconomiaMédica Adjunto: Helder de Rizzo da Matta; 1o DiretorDistrital São Caetano do Sul: Delcides Zucon; 2o
Diretor Distrital Santos: Percio Ramon Birilo BeckerBenitez; 3o Diretor Distrital São José dos Campos:
Associação Paulista de MedicinaFiliada à Associação Médica Brasileira
SEDE SOCIAL:Av. Brigadeiro Luís Antônio, 278 – CEP 01318-901
São Paulo – SP – Fones: (011) 3188-4200/3188-4300
EDITORIAL
Jorge Carlos Machado CuriPRESIDENTE ELEITO DA APM
PARA O TRIÊNIO 2005-2008
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CURSOSDEMEDICINA
ORICARDO BALEGO
Conselho Regional de Medi-
cina do Estado de São Paulo
(Cremesp) divulgou no final de janeiro
o resultado da avaliação dos estudantes
Exame do Cremespapresenta resultadosDos 2197 estudantesdo último ano apenas286 compareceramà última prova.Todos foram aprovados
do sexto ano e recém-formados em
medicina. Realizada em duas fases, a
prova recebeu inicialmente 1003 ins-
crições dos 2.197 estudantes do último
ano das faculdades paulistas.
“Como o exame não era obrigatório,
era optativo, nós consideramos que foi
um sucesso, levando em consideração
a boa adesão que tivemos dos egressos”,
destacou Reinaldo Ayer de Oliveira,
um dos coordenadores da avaliação.
Na segunda fase, foram aprovados
todos os 286 candidatos que compa-
receram à prova. Esta etapa contou
com simulações eletrônicas sobre
atendimento médico.
Bráulio Luna Filho, que também
coordenou a avaliação, enalteceu a con-
fiança depositada no Cremesp pelos
candidatos. “Só alcançamos êxito na
iniciativa porque contamos, desde o
primeiro momento, com a adesão de
vocês”, disse Luna Filho.
Apesar da boa adesão ao exame, foram
verificados níveis de comparecimen-
to heterogêneos. Cursos como o da
Provas da avaliação feita pelo Cremesp foram realizadas nos meses de outubro e dezembro de 2005
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Faculdade de Medicina da Usp em
Ribeirão Preto, da Santa Casa de São
Paulo, da Faculdade de Medicina do
ABC e da Unifesp-EPM tiveram um
número expressivo de comparecimento
de seus estudantes na prova.
Outras tiveram baixa representação
na avaliação, o que comprometeu
consideravelmente a avaliação dos es-
tudantes dessas instituições, pelo fato
da amostra ter sido muito pequena.
“Essa prova já indicou que existem
realmente diferenças entre as escolas do
ponto de vista da formação do médico,
mas nós só podemos aprofundar essa
conclusão depois que tivermos uma
série histórica, de dois ou três exames
realizados”, disse Reinaldo.
“O que consideramos mais importante
nesta avaliação é que demonstramos a
necessidade de uma avaliação externa
da escola médica, e essa tarefa pode ser
feita pelo conjunto das entidades médicas,
não exclusivamente pelo Conselho”,
fez questão de ressaltar o conselheiro
do Cremesp.
Para o presidente do Cremesp, Isac
Jorge Filho, a avaliação está no caminho
certo. “Além de mobilizar a sociedade
e a opinião pública em torno da adequa-
da formação do médico, os resultados
demonstraram que o tema precisa ser
discutido com mais profundidade entre
as escolas médicas, alunos, docentes,
entidades médicas e instituições ligadas
à saúde e à educação”.
“É preciso avaliar o grau de compe-
tência dos recém-formados, sendo que
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o exame já é obrigatório nos países
desenvolvidos, como Estados Unidos
e Canadá. O médico, quando exerce a
profissão, não pode errar para não
causar problemas ao paciente”, com-
pleta Bráulio Luna Filho.
Apresentação ao CFMOs resultados da avaliação foram
apresentados em sessão plenária do
Conselho Federal de Medicina (CFM)
realizada em 8 de fevereiro. Estiveram
presentes o presidente do Cremesp, Isac
Jorge Filho, o coordenador do exame,
Bráulio Luna Filho, e o conselheiro
Reinaldo Ayer de Oliveira.
O Cremesp pretende, ainda, que a
avaliação possa ser estendida de forma
experimental para todo o país. �
“Os resultados demonstraramque o tema precisa serdiscutido com maisprofundidade entre as escolasmédicas, alunos, docentes,entidades médicas einstituições ligadas à saúde e àeducação”, disse o presidentedo Cremesp, Isac Jorge Filho
Segundo Bráulio Luna Filho,
coordenador do exame, “É
preciso avaliar o grau de
competência dos recém-
formados, sendo que o exame
já é obrigatório nos países
desenvolvidos, como Estados
Unidos e Canadá.”
Para o conselheiro Reinaldo
Ayer de Oliveira “O que
consideramos mais
importante nesta avaliação é
que demonstramos a
necessidade de uma avaliação
externa da escola médica”
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Sistema deadministração dehospitais em forma deparceria começa amigrar para municípioscomo São Paulo
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gestão do equipamento público
dentro do sistema de saúde por
Organizações Sociais (OSs) sem fins
lucrativos ocupou o cenário de debates
Organizações Sociais:um modelo em expansão
na sociedade desde o início deste ano,
quando foi aprovada em 3 de janeiro,
junto à Câmara Municipal de São
Paulo, por 39 votos a 13, o Projeto de
Lei 318/05, a partir do qual todo o
equipamento público de saúde do
município pode ser administrado por
OSs, desde que comprovem experi-
ência mínima de cinco anos no setor.
Como parte do contrato, há a autonomia
da entidade em contratar funcionários
sem a necessidade de concurso pú-
blico e a possibilidade de compra de
materiais, por exemplo, sem que seja
preciso licitação.
A Associação Paulista de Medicina
(APM) protagonizou um encontro no
dia 27 de janeiro, com a presença dos
secretários municipal e estadual da
Saúde, Maria Cristina Cury e Luiz
Roberto Barradas Barata, para discutir
amplamente o tema com a diretoria
e convidados.
Durante o encontro, os secretários
defenderam a parceria com organiza-
ções sociais como uma forma de “levar
para junto do Estado a flexibilidade do
setor privado”. Ambos consideram os
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processos, tanto para substituição de
pessoal, como para aquisição de novos
equipamentos ou substituição no caso
de sucateamento do equipamento,
muito demorado, porque passa por toda
a burocracia dos concursos públicos e
licitações. “Nós ficávamos muito
amarrados. Faltavam recursos huma-
nos e condições de trabalho, e havia
necessidade de reforma imediata”,
lembrou Barradas.
“A rede pública de saúde tem bons
recursos humanos, mas tem muita di-
ficuldade em trabalhar”, explicou
Maria Cristina Cury.
No caso da Prefeitura, a intenção da
secretária é dividir a cidade em 25
micro-regiões para que as OSs possam
administrá-las. A primeira experiência
deve ser feita no bairro da Vila Maria,
com hospital, pronto-socorro e UBSs
da região. “Minha expectativa é a me-
lhor possível. Nós vamos trabalhar
para que possamos distribuir em al-
gumas regiões de São Paulo ainda este
ano. Espero que a gente consiga achar o
melhor parceiro para cada região e que
consiga implantar de fato por meio
dessa lei, que vai favorecer o recruta-
mento de profissionais, a qualidade no
atendimento e a melhoria de equipamen-
tos com rapidez e eficiência”, almeja.
Atualmente a Prefeitura conta com
400 Unidades Básicas de Saúde (UBSs)
e 22 ambulatórios de especialidades,
divididos em cinco coordenadorias
regionais. Possui também 15 hospitais
municipais e 17 prontos-socorros, além
de mais 17 Unidades de Atendimento
Médico Ambulatorial (AMAs) já
instaladas, que auxiliam nos casos de
baixa complexidade e fazem, em média,
300 atendimentos por dia.
Ao contrário do modelo estadual,
a cidade de São Paulo precisará ad-
ministrar o modelo de gestão mista -
funcionários públicos tradicionais e
os contratados pelas OSs – em uma
mesma unidade. “Estamos estudando
como viabilizar a equiparação para
as pessoas trabalharem com o devido
estímulo em relação aos salários”,
declarou Maria Cristina. “Vamos es-
tabelecer parcerias para uma adminis-
tração compartilhada, respeitando os
Projeto foi aprovado na Câmara Municipal, em janeiro
Na Câmara, manifestantes se posicionaram contra o projeto
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funcionários públicos e achando os
parceiros que os respeitem”, completou.
Discordância - Há entidades, por
outro lado, que discordam do atual
modelo concebido pela Prefeitura.
Uma delas é o Sindicato dos Funcionários
Públicos na Área da Saúde de São Paulo
(Sindsaúde). “As OSs expressam pu-
blicamente a forma de gestão que é a
de transferir a responsabilidade do
Estado. É uma questão mercadológica
na área da saúde, o que é ruim para os
usuários e a própria sociedade”, argu-
menta Célia Regina Costa, presidente
do Sindsaúde.
Para o presidente do Sindicato dos
Médicos de São Paulo (Simesp), Cid
Carvalhaes, “não existe uma política
de recursos humanos. O atendimento
dos pacientes é seletivo e o resultado
final é que o acesso plural a toda a
população fica comprometido”. Carva-
lhaes lembra, ainda, que estão em poder
do Superior Tribunal Federal três ações
de inconstitucionalidade contra as OSs.
Já o coordenador do Centro Paulista de
Economia da Saúde (CPES) da Unifesp,
Marcos Bosi, vê “qualquer iniciativa
nova, com potencial de melhorar o
sistema de saúde”, como positiva.
“Precisa é ser bem muito bem condu-
zida, testada, controlada e avaliada.
Esse é o grande desafio”.
E isso está previsto na Lei 318/05,
na qual está estabelecido que todo o
processo deverá ter o acompanhamento
de uma comissão de avaliação do sistema
e dos contratos, que será composta pelo
secretário de saúde, representantes da
sociedade civil, da Câmara Municipal
e do poder legislativo.
Origem do modeloA origem das Organizações Sociais
na gestão da Saúde data de 1998,
quando o então governador de São
Paulo Mário Covas herdou 16 esque-
letos inacabados de hospitais. Por conta
da Lei Federal 9.637/98, que trata das
OSs e da publiscização - o privado
gerindo o público -, e da Lei Estadual
Complementar n.º 846/98, ele pôde
criar uma nova figura de administra-
ção para esses hospitais. Inicialmente
eram 11 e hoje são 19 as unidades geridas
por OSs, com 15 dos 16 esqueletos em
funcionamento – o último deles ainda
está em obras.
Diferentemente do que acontece na
capital paulista, no Estado só é possível
entregar à gestão por OSs hospitais novos,Maria Cristina Cury discursa na inauguração de unidade no Jardim Peri
“A idéia da OS
é trazer para
o Estado a agilidade
da administração
privada.”, destacou
o secretário estadual
da saúde, Luiz Roberto
Barradas Barata.
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inaugurados a partir de 1998. No dia
26 de junho daquele ano foi inaugurado
o primeiro deles, o Hospital Geral de
Pedreira, gerido pela Associação
Congregação Santa Catarina.
“A idéia da OS é trazer para o Estado
a agilidade da administração privada.
É um modelo de modernização, de agi-
lização do serviço público tradicional”,
destacou o secretário estadual da saúde,
Luiz Roberto Barradas Barata. O modelo
começa a ser usado também em Estados
como Pará e Minas Gerais.
Segundo dados da Secretaria Estadual
de Saúde, o ano de 2004 apresentou um
balanço comparativo favorável entre
unidades administradas por Organi-
zações Sociais e por gestão direta do
Estado, segundo os quais os geridos por
OSs internaram 43,2% mais pacientes,
conseguindo uma redução dos custos
de internação da ordem de 25,1%. “O
hospital da administração direta gasta
mais porque o doente fica mais tempo
no leito, demora mais para fazer um
exame. Na Organização Social, ou eles
cumprem a meta ou não recebem o
dinheiro, e eu troco o gestor do hospital”,
explica Barradas.
Esse levantamento levou em conta 13
unidades gerenciadas por cada modalida-
de com perfis, níveis de complexidade,
número de leitos, plantas físicas e orça-
mentos semelhantes.
Segundo o secretário, os salários do
pessoal que trabalha nas OSs são, em
média, 30% a 40% maior do que o do
serviço público.
Contrato de gestãoO instrumento que possibilita a
cessão da gestão às entidades sem fins
lucrativos é o contrato de gestão, por
meio do qual são definidas as metas a
serem cumpridas pela OS, como nú-
mero de atendimentos e padrão de
qualidade. Essas entidades são esco-
lhidas por convocação pública, e devem
comprovar no mínimo cinco anos de
experiência de atendimento na Saúde.
“A gente repassa os recursos a essas
entidades e elas contratam as pessoas,
compram os materiais necessários para
que aquele hospital funcione. Contra-
tamos alguém que possa, com agilidade,
com flexibilidade, gerenciar aquilo que
é público”, diz o secretário Barradas,
lembrando que o atendimento é todo
voltado para o SUS, inclusive nos casos
de maior complexidade.
Como forma de controle, a Secretaria
Atendimento no Hospital do Jardim Santa Helena, administrado por OS
Hospitais em 2004
Fonte: Secretaria Estadual de Saúde do Estado de São Paulo
OrganizaçõesOrganizaçõesOrganizaçõesOrganizaçõesOrganizações AdministraçãoAdministraçãoAdministraçãoAdministraçãoAdministraçãoSociaisSociaisSociaisSociaisSociais DiretaDiretaDiretaDiretaDireta
Gasto médio por internaçãoGasto médio por internaçãoGasto médio por internaçãoGasto médio por internaçãoGasto médio por internação R$ 2.589,00R$ 2.589,00R$ 2.589,00R$ 2.589,00R$ 2.589,00 R$ 3.455,00R$ 3.455,00R$ 3.455,00R$ 3.455,00R$ 3.455,00
TTTTTotal de internaçõesotal de internaçõesotal de internaçõesotal de internaçõesotal de internações 159 mil159 mil159 mil159 mil159 mil 111 mil111 mil111 mil111 mil111 mil
Segundo Cid Carvalhaes,
presidente do Sindicato
dos Médicos de São Paulo
(Simesp), “O atendimento
dos pacientes é seletivo”.
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Comissão deacompanhamento
A Associação Paulista de Medicina
(APM) criou uma comissão composta
especialmente para debater e acompanhar
a implantação das gestões por Organi-
zações Sociais na cidade de São Paulo.
Para tal, tem realizado reuniões com os
seus agentes e autoridades em gestões
públicas. O encontro do dia 27 de janeiro
fez parte da agenda de discussões.
“A disposição inicial da comissão é
de acompanhar os processos de im-
plantação das OSs na capital a partir
do modelo já existente no Estado”,
destacou Gilberto Luiz Scarazatti,
especialista em gestão hospitalar e
sistemas de saúde, conselheiro do Cremesp
e membro do grupo, juntamente com
diretores da APM, administradores
públicos e consultores.
“Nós queremos oferecer o trabalho
da Associação Paulista de Medicina no
sentido de poder colaborar de alguma
forma nessa nova e importante experiên-
cia”, disse Jorge Carlos Machado Curi,
presidente da APM.
Experiência da UnifespO Hospital Geral de Pirajussara,
localizado em Taboão da Serra e inau-
gurado em 1999, foi o primeiro estadual
a ser administrado pela Universidade
Federal de São Paulo (Unifesp), por
meio da Sociedade Paulista para o De-
senvolvimento da Medicina (SPDM),
na forma de Organizações Sociais.
“Para a região a melhor solução era
fazer um modelo muito resolutivo, com
uma demanda diferenciada e grande parte
diagnóstica, para inserir o hospital na
recebe mensalmente relatórios de
produtividade e gastos, que, a cada três
meses, são repassados e avaliados pelo
Tribunal de Contas do Estado.
Na prática, o modelo parece agradar
os usuários. “A gente não está muito
acostumada a receber esse tipo de trata-
mento, mas eu fui muito bem atendida
no hospital”, relembra a estudante
Michele de Freitas, que realizou o
parto para o nascimento da filha Stella,
que completa um ano em fevereiro, no
Hospital Geral de Itapevi, um dos 19
do Estado gerenciados por OSs. Michele
também se refere ao tratamento recebido
não só no dia do parto, mas antes, com
os exames e o acompanhamento pré-
natal completo. A satisfação também
se dá pelo fato de que, antes de 2000,
ela teria de se deslocar até outro mu-
nicípio para ser atendida. Não havia
hospital geral em Itapevi.
Brinquedoteca do Hospital Pirajussara
Hospital do Jardim da Conquista, na capital
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rede de saúde local”, explica Nacime
Salomão Mansur, diretor e responsável
pela implantação do sistema no hospital,
além de superintendente dos hospitais
afiliados da Unifesp.
Hoje, o Pirajussara é referência para
cerca de 450 mil pessoas, mas segundo
Mansur, num primeiro momento
houve um pouco de dificuldade da
população local em entender como
funcionava a demanda do hospital -
atendendo somente casos já encami-
nhados por outras unidades, com o
pronto-socorro atendendo somente
emergências e urgências -, problema
que, após algumas reuniões com a co-
munidade, foi resolvido. Atualmente,
o Hospital é responsável por todos os
exames de sua rede, além de contar com
cinco áreas de alta complexidade.
Em 2001, a Unifesp foi convidada a
administrar também o Hospital Estadual
de Diadema, que atende sete cidades
da região do ABCD paulista. Em 2004,
passou a gerir o Hospital das Clínicas
Luzia Pinho Melo, em Mogi das Cruzes,
O Hospital Pirajussara é referência para cerca de 450 mil pessoas
Pirajussara possui laboratórios próprios
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A parceria entre hospitais públicos e pri-vados também tem sido uma alternativausada pela prefeitura de São Paulo nestaatual gestão. Exemplo disso foi a entrega,no dia 28 de janeiro, das obras realizadasno Hospital Municipal Menino Jesus, frutode um convênio firmado entre o municí-pio, a Secretaria de Saúde de São Paulo e oHospital Sírio-Libanês.
A reforma física do HMMJ vai possibilitara ampliação do atendimento filantrópico,com um investimento total de R$ 447 mil,também usados na aquisição de equipa-mentos, como um Ecocardiograma – quepode realizar 32 exames diários. Aindaneste ano a parceria deve ser ampliada parao resto do prédio.
“Nós temos a satisfação em ver o início
da recuperação do nosso hospital. A gentecostuma brincar que o prédio do MeninoJesus não vem pedindo, ele vem implo-rando uma reforma há muito tempo”, sali-entou o diretor do HMMJ, Antônio CarlosMadeira de Arruda.
Gestão de parcerias
Em 2005, o pesquisador Gerard LaForgia, especialista em saúde doBanco Mundial, coordenou um estudocomparativo entre 12 hospitais deadministração direta e 12 hospitaisgeridos por Organizações Sociais noEstado de São Paulo. O estudo faz partede um programa de pesquisas que temcomo finalidade alimentar o banco dedados da instituição e abrangeu hospi-tais de características semelhantes.
A diferença de produtividade entreas OSs e os hospitais da administraçãodireta demonstrou significativa dife-rença: os hospitais de OSs produzirammédia de 35% mais altas. Na adminis-tração direta, os leitos ficam em média3,9 dias desocupados entre um pacientee outro. Para as OSs, a média é de 1,2dias, o que resulta num tempo médio
Estudo compara OSs e administração diretade desocupação, entre um paciente eoutro, de 28,4 horas.
As OSs utilizam um número de horasmédicas menor, com uma oferta de horasequivalentes a 70% do exigido na ad-ministração pública. Possuem tambémindicadores de mortalidade geral leve-mente melhores.
Por outro lado, os hospitais com adminis-tração direta do Estado demonstram umamelhor eficiência em clínica pediátrica.
“A metodologia utilizada foi a decomparação de dois grupos de hospitaissemelhantes, e o estudo monstrou-sebastante favorável ao modelo das Orga-nizações Sociais, de uma forma geral”,destacou o coordenador La Forgia.
Sobre o acesso aos serviços prestadosà população no modelo das OSs, não foiconstatada nenhuma diferenciação com
relação ao tratamento dado pelos hos-pitais de administração direta. Exemploscomo atendimento a grupos de pacientesmais idosos - que costumam demandarmais custos - e atendimento geral emclínica médica tiveram indicadoressemelhantes nos dois formatos. “Osindicadores de eqüidade demonstramque os hospitais no OSs apresentampadrões de inclusão de grupos populaci-onais elevados, similares aos observadosnos hospitais do SUS”, diz o texto.
A conclusão do trabalho é positivacom relação ao modelo das Organiza-ções Sociais como sistema de gestão,pois “os incentivos econômicos dadose as regras de contratação têm permi-tido às OSs desempenhos significativosnos indicadores de eficiência técnica,alocativa, de qualidade e eqüidade”.
beneficiando cerca de 2,5 milhões de
pessoas da região.
Os Hospitais Pirajussara e Diadema,
inclusive, possuem nível pleno de
acreditação pela Organização Nacional
de Acreditação (ONA), o que significa
ter bons níveis de produtividade e
qualidade em serviços de assistência à
saúde. A ONA é uma entidade sem fins
lucrativos, que trabalha com processos
permanentes de avaliação e de certifi-
cação dos serviços de saúde. Somente
22 hospitais no Brasil possuem este
nível de excelência.
Com o modelo de gestão por OSs
consolidado na Unifesp, o superin-
tendente Nacime Mansur faz questão
de destacar seus benefícios. “O aten-
dimento é 100% para o SUS, e esse
modelo permite que incorporemos
ferramentas gerenciais para se admi-
nistrar os recursos, o que é um imenso
ganho. Com isso o hospital trabalha
com mais produtividade, qualidade e
quantidade, em permanente busca pelo
resultado”, atesta. �
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RADARMÉDICO
As escolas de Medicina da UniversidadeFederal de São Paulo (Unifesp) e da Univer-sidade de São Paulo (USP) assinaram no dia17 de fevereiro um inédito acordo de coo-peração nas áreas de ensino, pesquisa eassistência médica. As primeiras conversasem torno desse acordo aconteceram emmeados de 2005, após encontro entre oreitor da Unifesp, o médico Ulysses FagundesNeto e o diretor da Faculdade de Medicinada USP, Giovanni Guido Cerri.
No campo do ensino, o Protocolo de
Escolas assinam acordo inéditoIntenções buscará definir um conteúdoprogramático e de habilidades para serimplantado comumente nas duas escolas.O mesmo acontecerá com o chamado testede progresso – prova feita para analisar odesempenho do aluno antes que passe deuma fase a outra de sua formação – e com oestabelecimento de uma avaliação formal aotérmino do curso. Na área da especialização,a proposta é promover a interação entre osprogramas de Residência Médica e cursosde especialização e aperfeiçoamento.
Médicos doSírio-Libanês
criam associação
Associação doSamaritano:
nova diretoriaTomou posse no mês passado a nova
diretoria da Associação Médica do HospitalSamaritano (AMHS), para a gestão 2006/2007.Fundada em 1962, a AMHS é das mais anti-gas entidades que promovem a integraçãosocial e o intercâmbio do conhecimentocientífico entre profissionais de um hospital.À frente da equipe empossada está o diretorde Informática da APM, Renato AzevedoJúnior, que substitui Sérgio Teixeira Águida.“A AMHS sempre teve seus objetivos cen-trados, trabalhando junto com a direção dohospital. É um privilégio estar aqui”, enfa-tizou o novo presidente em seu discurso.
Tomou posse no mês passado, na
sede da Associação Médica Brasileira
(AMB), a primeira diretoria da recém-
fundada “Associação de Médicos”,
entidade representativa dos profissi-
onais do Hospital Sírio-Libanês
(HSL). A APM esteve presente na
solenidade, representada pelo seu
presidente, o cirurgião Jorge Carlos
Machado Curi.
A Assembléia inaugural tornou rea-
lidade um velho sonho dos médicos
do HSL. Entre os principais objetivos
estão a valorização e defesa dos direitos,
interesses e prerrogativas de seus asso-
ciados, o aprimoramento dos serviços
prestados por eles no HSL e a repre-
sentação perante pessoas jurídicas e
físicas, entre outros.
Jorge Curi: “o mundo de hoje requerassociações como esta”
“O mundo de hoje requer associações comoesta. É importante vê-las atuando e os médicosse associando. Só assim a classe se fortalece”,enfatizou o presidente da APM, Jorge Curi, aoser convidado a proferir algumas palavras.
ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIAASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIAASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIAASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIAASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIAAssociação PAssociação PAssociação PAssociação PAssociação Paul ista de Medicinaaul ista de Medicinaaul ista de Medicinaaul ista de Medicinaaul ista de Medicina
A Associação Paulista de Medicina, pormeio de seu Presidente, atendendo àsdisposições estatutárias, convoca seusassociados efetivos e que estejam em diacom suas obrigações estatutárias até à datadesta convocação para a ASSEMBLÉIAASSEMBLÉIAASSEMBLÉIAASSEMBLÉIAASSEMBLÉIAGERAL ORDINÁRIAGERAL ORDINÁRIAGERAL ORDINÁRIAGERAL ORDINÁRIAGERAL ORDINÁRIA a fim de deliberarsobre a aprovação das contas da entidadedo exercício de 2005, a ser realizada nodia 29 de abril de 2006 (sábado), a partirdas 11h00, em sua Sede Social, situadana cidade de São Paulo, à av. BrigadeiroLuiz Antonio, 278, 9º andar.São Paulo, 10 de março de 2006.
DrDrDrDrDr. Jorge Carlos Machado Curi. Jorge Carlos Machado Curi. Jorge Carlos Machado Curi. Jorge Carlos Machado Curi. Jorge Carlos Machado CuriPresidente
Edital deConvocação
O médico Samir Rasslan(na foto ao lado presidente
da APM, Jorge Curi)tomou posse como
professor titular doDepartamento de Cirurgia,
na disciplina deCirurgia Geral
da Faculdade deMedicina da USP
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Trauma mobiliza médicos
TRAUMA
Esforços individuais ecoletivos modificam,aos poucos, o cenáriodesastroso da violênciano Brasil
NALINE MOURA
a última edição da Revista da
APM, a reportagem de capa
traçava um triste quadro da realidade
do atendimento ao trauma no país. A
deficiência dos hospitais, a falta de
prevenção, a escassez de recursos e até a
falta de organização foram denunciados
por especialistas e estudiosos do tema
como problemas urgentes, a serem en-
carados por toda a sociedade brasileira
– incluindo aí comunidade médica,
entidades governamentais, demais
profissionais de saúde e população. As
atenções voltadas para a causa visam
diminuir, rapidamente, os índices
desta guerra cuja principal causa é o
apartheid social. No entanto, não é
apenas de más notícias que vive a reper-
cussão do trauma no país. Ecoam, pelos
quatro cantos do Brasil, mobilizações
e sinais de mudança de mentalidade. E
muitas dessas ações são protagonizadas
por médicos que vivem, no seu dia-a-dia,
a profundidade do problema.
Mário Mantovani, professor titular
da disciplina de Cirurgia do Trauma da
Universidade Estadual de Campinas
Trauma mobiliza médicos
(Unicamp), é um desses idealizadores.
Foi o responsável, há mais de dez anos,
pela criação da Liga do Trauma na
escola em que atua. A idéia surgiu em
1992, cinco anos após a introdução da
disciplina de Cirurgia do Trauma no
currículo oficial dos cursos de medicina
da USP e da Unicamp. “Depois que
virou disciplina, o trauma ganhou uma
abordagem mais acadêmica e houve
uma padronização dos estudos”, conta
Mantovani. “Mas precisávamos que os
alunos se envolvessem mais, que parti-
cipassem mais. Por isso criamos a Liga,
a primeira da universidade inteira, com
objetivo de oferecer atividades extra-
curriculares aos estudantes”, destaca.
Segundo Mantovani, a criação da liga
Quem atende ao trauma deve saber o que está fazendo,diz o prof.Mário Mantovani, da Unicamp
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causou um certo mal-estar no início.
“Achavam que o nosso objetivo era
ensinar o que o curso de graduação não
desse conta. Hoje, a Unicamp possui ligas
em todas as especialidades”. Na Liga
do Trauma, o aluno ingressa a partir do
segundo ano do curso de medicina. Passa
por um exame escrito e por uma entre-
vista para ser aceito no grupo, que reúne
cerca de 15 integrantes oficiais, mais
10 suplentes. Uma vez aceito, a rotina do
estudante nunca mais será a mesma. São
cursos na hora do almoço, palestras aos
finais de semana, plantões supervisiona-
dos no centro cirúrgico, participação em
pesquisas, trabalhos junto à comunidade,
simulações de atendimento em urgência
e emergência. “É uma verdadeira imer-
são no trauma”, define Mantovani.
Apaixonado declarado pela área em
que atua, o professor Mário Mantovani
não esconde a empolgação dos resultados
das Ligas do Trauma, que se proliferaram
Brasil afora, inclusive para faculdades
que ainda não possuem oficialmente a
disciplina de Cirurgia do Trauma em
seus currículos. São, ao todo, 78 ligas
oficiais no país. “Este é nosso objetivo:
propagar o ensino, fazer com que o aluno
bata na porta do diretor e peça a inclusão
da disciplina no currículo oficial. Já
que o Ministério da Educação não se
mobiliza, fazemos o nosso movimento,
de baixo para cima”, critica o professor.
Para Mantovani, que também é coor-
denador do Comitê Brasileiro das Ligas
do Trauma (Cobralt), este é um fenô-
meno nacional que deve contaminar
todas as faculdades de medicina. “Luta-
mos para que todas as escolas tenham o
Atendimento ao traumatizado exige equipamentos sofisticados
Atendimento eficaz começa nas ruas pelas mãos dos bombeiros
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ensino oficial em Cirurgia do Trauma.
Hoje, não existe nem uma dúzia de facul-
dades que tenham a disciplina em seu
currículo. E a existência disto é funda-
mental para a qualidade do atendimento,
o verdadeiro sentido de nosso trabalho”.
Outro entusiasta do assunto é o médico
cirurgião Gustavo Fraga, que também
atua na Unicamp como professor assis-
tente, além de integrar o corpo clínico
do Departamento de Cirurgia do Trauma
do Hospital Municipal Dr. Mario Gatti,
em Campinas. “Hoje, a concorrência
para entrar na Liga do Trauma é de
quatro alunos por vaga”, revela. Segundo
ele, os alunos ligantes tornam-se pro-
fissionais diferenciados no futuro e
são disputados no mercado de trabalho.
“Infelizmente, não são todos os serviços
que possuem profissionais especializados.
Mas nos grandes hospitais, os nossos
alunos se destacam, atuando nos cargos
de chefia depois de formados”.
Além da convivência diária com o
problema do trauma, que ajuda a des-
pertar o interesse pelo tema, os alunos
e os docentes criaram, já em 1998, o 1o
COLT – Congresso Brasileiro das Ligas
do Trauma, sediado em Campinas, ci-
dade onde tudo começou. A participação
dos alunos, segundo seus organizadores,
tem aumentado a cada ano. Já na sua
primeira edição, estiveram presentes
cerca de mil alunos e 10 ligas, de dife-
rentes escolas médicas. Desde então, o
evento é realizado anualmente, em di-
ferentes regiões. Já receberam o COLT
as cidades São Paulo, Ribeirão Preto,
Porto Alegre, Sorocaba, Curitiba e São
Curso de urgência e emergência da Santa Casa de São Paulo
Gustavo Fraga: Liga de Trauma em Campinas
TRAUMA
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Luis do Maranhão. “Estamos rodando
o Brasil. Este ano, o COLT será em
Fortaleza. São esperados mais de mil
participantes. É um número impressio-
nante, se considerarmos que é um evento
acadêmico, organizado por alunos, na
raça”, sintetiza Fraga.
Para reforçar ainda mais a presença
das ligas, onde quer que estejam, o
Cobralt lançou, em 2005, um impor-
tante livro, que já se torna referência
no ensino de muitas universidades. É o
“Suporte Básico e Avançado de Vida
no Trauma”, publicado pela Editora
Ateneu. A publicação reúne artigos e
estudos realizados por 32 faculdades de
medicina do país, sob a coordenação
de Mário Mantovani. “O livro é dedi-
cado a todas as vítimas do trauma no
Brasil. Esta doença é o mal do século,
mas tudo que o governo faz é comprar
ambulâncias. No entanto, a melhor
chance que o traumatizado tem de so-
breviver é contar com um profissional
especializado, que entenda o que está
fazendo”, ensina o professor.
O objetivo, segundo Mantovani, é
lançar um livro por ano, a cada COLT.
O próximo deve sair ainda este ano,
durante a realização do 6o COLT, na
capital do Ceará. O título é “Controvérsi-
as e Iatrogenias na Cirurgia do Trauma”,
e reúne nada mais que 70 faculdades de
medicina, trazendo estudos, pesquisas,
artigos e protocolos de atendimento.”
Nosso intento é lançar um livro por ano
e transformá-los em referência biblio-
gráfica”, afirma Mantovani.
APM na lutaNa posição de uma entidade que
congrega as especialidades médicas, a
Associação Paulista de Medicina vem
acompanhando de perto as mobilizações
que envolvem a questão do trauma no
país. Mais do que isso, está atuando
para a melhoria do atendimento, tanto
nos serviços públicos de saúde quanto
nos privados. Exemplo recente deste
empenho é a assinatura de um convênio
com a Prefeitura Municipal de São
Paulo, por intermédio da Secretaria
Municipal de Saúde.
A parceria implica a realização de um
programa de educação continuada para
os médicos da rede pública da cidade,
abrangendo diversas especialidades. E,
para começar o programa, a APM irá
promover a reciclagem de cerca de mil
médicos em atendimentos de urgência
e emergência. “É um projeto amplo,
que se inicia justamente pela questão
do trauma. Levaremos aos médicos da
rede pública municipal algo semelhante
ao que já estamos fazendo junto às
casas do médico, no interior do Estado.
“Depois quevirou disciplina,o trauma ganhou umaabordagem maisacadêmicae houve umapadronizaçãodos estudos”,diz Mário Mantovani,professor titular dadisciplina de Cirurgiado Trauma daUniversidade Estadualde Campinas(Unicamp)
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TRAUMA
Trata-se de uma adaptação brasileira
do atendimento ao trauma e emergên-
cias clínicas”, afirma o presidente da
APM, Jorge Curi. Segundo ele, a par-
ceria terá apoio das sociedades de es-
pecialidades e sintoniza perfeitamente
com os novos tempos da resolução
1772/05, do Conselho Federal de
Medicina, que criou a Certificação do
Título de Especialista. “Será um
programa de educação médica abran-
gente, de qualidade, sem que o médico
tenha que se deslocar e sem custo”,
ressalta Curi.
A reciclagem em urgência e emer-
gência terá início em abril e acontecerá
nos seguintes hospitais e centros de
saúde do município: Hospital do Tatuapé,
Hospital do Campo Limpo, Hospital
Ermelino Matarazzo, Hospital Muni-
cipal Central, Hospital do Jabaquara,
Hospital do Servidor Público Muni-
cipal, Maternidade de Vila Nova,
Hospital Cachoeirinha, Hospital Vila
Maria e SAMU –Serviço de Atendi-
mento Móvel de Urgência.
Além de se deslocar até a ponta do
atendimento, a APM organiza os últi-
mos detalhes para abrigar a sede da
SBAIT – Sociedade Brasileira de
Atendimento Integrado ao Traumati-
zado. A partir de agora, a sociedade
passará a funcionar junto ao Departa-
mento Científico da APM, localizada
à Av. Brigadeiro Luiz Antonio, 278, 7o
andar. Para Gustavo Fraga, da Unicamp,
o envolvimento da entidade com a
questão do trauma é muito bem-vinda,
uma vez que reforça a atuação dos
múltiplos profissionais desta impor-
tante área de atuação. “Não existe
melhor lugar para a SBAIT estar, já
que ela reúne, ao mesmo tempo, orto-
pedistas, cirurgiões, oftalmologistas,
pediatras, intensivistas, entre outros
especialistas. O próximo passo, segundo
Fraga, é lutar pelo reconhecimento da
Cirurgia do Trauma como especialidade
médica, e não apenas como área de
atuação. “Mas isto é tema para outra
reportagem”, finaliza o médico. �
Profissionais especializados e vagas em hospitais facilitam o atendimento ao traumatizado
Revista da APM Março de 2006
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PERFIL
Sucessivas fatalidadesfizeram do pianistaJoão Carlos Martins ummaestro. Hoje, a orquestraé seu instrumento
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oão Carlos Martins não é dado ameias palavras. Sentado conforta-
velmente no andar mais alto de suacobertura, vestido de forma despojada, eledemora a responder algumas perguntas,mas nunca deixa de saciar a curiosidadeda repórter. Às vezes desconcentra aatenção, como a dedicada para a esposa,que passa e pede licença para se retirar edormir. Em outros momentos, faz piadas,ri de si mesmo, é irônico. Mas sempreolha nos olhos, gesticula as valiosas epenosas mãos, reflete um pouco e solta,sem medo, frases certeiras. Seria a sin-ceridade sua característica mais notável,não fosse a persistência a marca irrefu-tável de sua vida.
Consagrado mundialmente como omaior intérprete de Johann SebastianBach (1685-1750), Martins é um homemacostumado a contratempos. Na parti-tura e na vida. Começou a tocar pianopor volta dos cinco anos, ao lado dostrês irmãos. Incentivados pelo próprio pai- que sonhava em ser pianista, mas perdeuo dedo mindinho aos nove anos -, osquatro meninos sempre se viram às voltascom músicas e muitos, muitos pianos.“Chegamos a ter sete na sala de casa”,lembra o músico. Não demorou muitopara que o talento do menino João se
O tom e o domde João
sobressaísse. Aos 25 anos, Martins járodava o mundo, tocando com as me-lhores orquestras do cenário da músicaclássica. Foi ovacionado na Europa, naÁsia, nos Estados Unidos, na AméricaLatina, no Brasil. Emocionou platéiasexigentes com suas apresentações fervo-rosas e dilacerantes. Ganhou fãs incondi-cionais e colecionou desafetos, críticosvorazes de sua interpretação romântica deBach. Naturalmente transgressor, Martinsnunca se deixou abater pelas críticas, nempelas dores. Ignorou os primeiros sinaisda lesão que teria em um dos nervos damão direita, diagnosticada precocementee ocasionada, provavelmente, pelo ex-cesso de treinamento e dedicação.
“Aos 26 anos começou a minhaluta”, relembra Martins, que teve deinterromper, ao longo dos 50 anos, portrês vezes sua carreira de pianista. Aprimeira vez foi em 1971, cinco anos e
muitas cirurgias depois de machucar obraço direito numa partida de futebol, noCentral Park, em Nova York. Na ocasião,Martins permaneceu sete anos sem tocar,e se dedicou a atividades que nada tinhama ver com a sua essência, como trabalharno mercado financeiro. “Me sentia agre-dido ao desenvolver algo diferente damúsica”, conta. A decisão de voltar aospalcos veio depois que Martins assistiu aum concerto pela televisão. Emocionadocom a apresentação e impulsionadopela sua força-motriz, o pianista sacri-ficou as mãos e ignorou as dores da mãodireita – que o faziam chorar ao fim decada concerto. Tocou por mais dez anose sagrou-se em sua maturidade comoum dos melhores pianistas do mundo.
Quando as dores ficaram mais fortesque a música, o artista decidiu pararnovamente. Entregou-se à vontade dodestino, perdeu os movimentos da mão
João Carlos Martins
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direita por conta da retirada de um nervoe abriu uma empresa de limpeza e manu-tenção, a Paubrasil. Este talvez tenhasido o período mais negro na vida domúsico. Além de abrir mão de sua paixão,Martins envolveu-se em escândalos decorrupção depois de fazer doações paraas campanhas de 1990 e 1992, de PauloMaluf. À época, a doação de recursosprivados para campanhas políticas eraproibida e Martins teve de provar alegalidade da arrecadação de cada centa-vo. Massacrado pela mídia, o maestrosofreu seus piores dias, mas conseguiu,anos após, a inocência no SupremoTribunal Federal.
A segunda redenção, no entanto,estaria por vir. Desiludido com o uni-verso empresarial, João Carlos Martinsdecidiu voltar aos palcos, tocando apenascom a mão esquerda. Considerado umfenômeno na música, o fato causou espan-to e emoção. A partir de então, Martinsdeixou de ser lembrado como persona-gem de um escândalo político e caiu nasgraças do público como um músicoobstinado. Utilizando o polegar da mãoesquerda na função da mão direita, oexímio pianista desenvolveu uma novatécnica e voltou a excursionar pelomundo. Foi à China, à Europa, retornouaos Estados Unidos, gravou novos discos.
Em uma dessas viagens, o destino
pregaria nova peça. Após sair de umagravação em um teatro de Sófia, na Bulgá-ria, Martins foi assaltado e atacado nacabeça com uma barra de ferro. A agres-são atingiu em cheio o lado direito docérebro, responsável pela fala e pelos mo-vimentos da mão esquerda. “Ao final dosconcertos, as pessoas costumam trazerflores. Eu achava que era de agradecimen-to, mas agora penso que era despacho”,brinca o músico, que após sucessivas fata-lidades teve de abandonar de vez o piano.
Hoje, o maestro fala dos acontecimen-tos como se pertencessem à outra pessoa.Ri da própria tragédia e realiza-se comoregente, à frente da Bachiana ChamberOrquestra, composta por 35 músicos eagenda lotada. “Costumo dizer quefaço da minha orquestra o meu piano”,declara. E, na nova atividade, iniciadahá pouco mais de dois anos, João CarlosMartins já se destaca entre seus pares,mostrando que superar limites é suaespecialidade. Como não pode virar aspáginas da partitura durante os concertos,ele decora nota por nota de cada peça.“Memorizo umas cem por semana. Sóestou atrasando o meu Alzheimer”,caçoa Martins, do alto de seus 66 anos.
No dia em que concedeu a entrevistaà Revista da APM, a casa do artista es-tava em polvorosa, sendo preparadapara receber cerca de 50 pessoas para a
mostra de seu mais novo filme. Aindasem título, o DVD contará a históriado maestro que um dia foi pianista eque hoje encanta as platéias com seusconcertos, tanto quanto encantou umdia com seu piano. O documentário, naverdade, é uma continuação do primeirolonga, “A paixão segundo Martins”,uma produção franco-alemã dirigida porIrene Langemann. O filme, dilacerante,registra de forma aberta e impactante aluta de Martins contra a paralisia nasmãos, além de contar com generosostrechos de apresentações feitas pelomúsico ao redor do mundo. Foi assistidopor 1,5 milhão de pessoas na Europa eacumula quatro prêmios de melhordocumentário, concedidos pela França,Canadá, Rússia e Estados Unidos. Já onovo filme, segundo o maestro, deveser lançado ainda no primeiro semestree possui uma característica mais musicale alegre.
“Estou feliz com a minha orquestra ecom a música que faço hoje”, declaraMartins. No entanto, o ex-pianista con-fessa: “eu ainda vivo no conservatórioda esperança. Acho que antes de morrerainda vou conseguir, pelo menos com amão esquerda, voltar a tocar”. E estabarreira, considerada por ele mesmocomo “praticamente impossível”, Mar-tins espera quebrar com a ajuda dos
Bachiana Chamber Orquestra, com 35 músicos, e o regente João Carlos Martins
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médicos brasileiros. Segundo o diretor-adjunto do Departamento Cultural daAssociação Paulista de Medicina, GuidoPalomba, está em andamento um projetoque deverá unir médicos e o maestro –em nome da música. “Juntamente coma Associação Médica Brasileira, iremospromover um grandioso encontro, coma presença de especialistas de diferentesáreas, como cirurgia da mão, neurologia,psiquiatria, entre outros”, conta Palom-ba. A idéia é, inclusive, realizar o eventopor meio de vídeo-conferência, paraque mais médicos tenham a chance departicipar do debate. “Discutiremos o casode João Carlos Martins, que já percorreuo mundo inteiro e possui seu históricomédico totalmente documentado. Nossoobjetivo é auxiliar o maior pianista deBach do mundo, uma das grandes glóriasda música, um artista que transcende oBrasil”, destaca o diretor. Por outrolado, a parceria APM/AMB pretendelevar música para os ouvidos apuradosdos médicos, por meio de concertos daBachiana Chamber Orchestra, promo-vidos na sede da entidade.
Sua orquestra deve percorrer também,a partir de abril, dez bairros periféricos
da capital paulista, levando melodia emais sentido para a vida de milharesde pessoas carentes. Na opinião domaestro, a música clássica no Brasil éelitista até o momento em que o públicoentra em contato com ela. “Perguntei aum grupo de 50 jovens quem conheciamúsica clássica. Uns cinco levantaramas mãos. Logo depois, cantarolei uma
peça de Vivaldi, muito difundida entreo público. Aí então perguntei quem játinha ouvido aquela melodia, e todoslevantaram as mãos”, resume o maestro.“É uma música de mais de 200 anos, emesmo assim todo mundo conhece”,ensina o professor, que também é dire-tor cultural da Faculdade de Músicada UniFMU.
Entre uma história e outra, Martins posapara uma sessão de fotos, posicionadoem frente ao piano de cauda Petrof, ins-talado na sala principal de sua casa.Descontraído, ele não resiste e arriscauma melodia. A fragilidade das mãos évisível. Mas os dedos deslizam sobreas teclas como se nunca tivessem saídode lá. A música é melancólica. Quasedá para sentir, junto com o pianista, asaudade das mãos saudáveis e a vontadeimensa de voltar a tocar como antes, vo-raz. A música pára e o silêncio se instala.O coração de todos à volta se aperta. E adeclaração é tão comovente quanto suahistória de vida: “primeiro eu toqueipiano por amor. Depois, por determi-nação. E agora, se eu voltar a tocar, serápor prazer”, define o predestinado. �“Estou feliz com a minha orquestra e com a música que faço hoje”
“Costumo dizer que faço da minha orquestra o meu piano”
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CRÔNICA
DVIRGÍNIA LOY
isputa é uma coisa que existe desdeque o mundo é mundo. Mas os
seres humanos contribuíram muito paraum tipo de disputa que devemos evitarpor serem prejudiciais ao bom desen-volvimento, principalmente quando aintenção de um é prejudicar o outropara se sobressair. Ou invadir o terri-tório alheio. Coisa triste,inadmissível! Aliás, temum cara lá nos EUA espe-cialista nisso na atualidade:um tal de George.
Mas existe um tipo dedisputa saudável, sim. Équando as pessoas corrematrás para fazer o melhor,cada um dentro do seu focode ação, e aí o resultado éum conjunto maravilhosode boas idéias colocadasem prática para o bem doconjunto. Todos se desta-cam de alguma forma, sem prejudicar ooutro. Essa é a concorrência saudável.Resultado de um exercício de síntese.
A palavra “sintetizar” tem o mesmoprincípio da palavra “integrar”. E olhaque belo significado que essas duaspalavras têm: segundo o dicionárioHouaiss, integrar é incluir um elementono conjunto, formando um todo coe-rente, incorporar, integralizar, unir,formando um todo harmonioso. E,ainda, completar, complementar. Porexemplo, pode-se dizer de uma obrade arte “que os opostos se integramharmoniosamente”. Já “sintetizar”, se-gundo o mesmo dicionário, é combinar
Exercício de Síntese
Virgínia Loy é jornalista, escritora e roteirista.
(fatos, partes, elementos, pessoas), demodo a compor um todo coerente,harmonizar concepções diferentes. Nãosão excelentes conceitos para se tra-balhar numa empresa? Ou para a Pazentre os povos?
“A vida é um exercício contínuode síntese e não de soma”, já dizia oescritor, poeta e músico indiano Ra-bindranath Tagore. Afinal, não foi à
toa que ele ganhou Prêmio Nobel deLiteratura, em 1913. E isso já faz umbom tempo, quase um um século. Maseste é um conceito muito anterior a ele,e a tantos outros pensadores e filóso-fos, porque é um princípio da próprianatureza, que pode ser amplicado àhumanidade, e a todo o Universo.
Mas será que aprendemos esta lição?Será que a praticamos? Agredimos ànatureza, arrasamos civilizações, des-truímos povos, fazemos guerra. Seráque isso não vem acontecendo porqueo homem continua vivendo a vidacomo um exercício de soma? Lutapor mais poder, mais influência, mais
petróleo, para somar domínios, terras,dinheiro, exércitos. Somar nem sempreé harmonizar.
Harmonizar concepções diferentesnão é tarefa fácil, mas fica ainda maisdifícil se não tentarmos. Lembro naescola, quando nos pediam para resu-mir, sintetizar vários textos num só.Como era difícil, não? Somar seriamuito mais fácil: junto este texto em-
baixo daquele e depoissomo a mais outro e estátudo certo. Está mesmo?
Um casamento é forma-do por duas pessoas. Umasoma? Sim, não deixa deser, mas se diariamentenão buscarmos nos inte-grar, não buscarmos nosharminizar, unir pontos-de-vista diferentes, sabertirar o essencial da relação,para onde iremos?
Uma categoria podesomar 200 mil profissio-
nais, mas quantos se harmonizam?Quantos buscam realmente, lá na suaessência, formar um todo coerente?
O homem não tem sabido viver emharmonia com o Universo e as reaçõesda natureza não têm sido brandas:tsunamis, terremotos, tempestades,furacões. Há uma reação negativaquando não há respeito pelo papel decada um dentro da cadeia da vida.Quebra-se o elo. E não passaremos aser mais do que a soma de seres vivosvivendo por si só no planeta Terra,enquanto a natureza permitir. �
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CIDADANIA
Departamento de AçõesComunitárias conclama
médicos a serem agentesde uma ampla
transformação social
OALINE MOURA
s planos da médica YvonneCapuano, diretora do mais
novo departamento da Associação Pau-lista de Medicina, o de Ações Comuni-tárias, são audaciosos. Ela mesma, aodescrever suas idéias, pergunta se nãoestá sonhando alto demais. Mas, de olhono futuro, e com um know-how de maisde vinte anos de atuação em programasde atendimento social, Yvonne nãoteme os desafios que estão por vir.
Seu passado explica a coragem. Àfrente do Programa Educacional Ca-puano (PEC) desde 1985, a médica queum dia comandou uma das maioresmetalúrgicas do país nunca se limitou àClínica Médica e ao Atendimento deUrgência, áreas em que se dedicou pormuitos anos. Para ela, a emergênciasocial é ainda mais grave. “Convocamosos médicos a atuarem também comocidadãos, e pretendemos ampliar o pro-grama social já existente na entidade,
APMde olho
no futuro
dando a ele maior amplitude”, destacaa também vice-presidente do Centro deIntegração Empresa-Escola (CIEE).
Instalado no bairro da Móoca, o PECabriu as portas para a comunidade apóso fechamento da indústria de panelasde pressão Clock, cujas instalações hojeservem de abrigo para o programa. Naantiga fábrica, liderada pela médica-empresária, os funcionários já partici-pavam de cursos, palestras e aulas,promovidos pela própria empresa. Em1993, o programa foi aberto para todaa comunidade do bairro, onde hojefuncionam dois pólos de atuação. Oprimeiro oferece aulas de informática,
inglês e espanhol, cursos profissionali-zantes em diversas áreas, além de formaralunos para os ensinos fundamental emédio. “Temos um grupo bem hetero-gêneo, constituído por jovens de 14anos e jovens de 70”, brinca a diretora.Permanentemente, a escola mantémcerca de 700 alunos em aprendizadoconstante e forma, por ano, aproxima-damente 250 pessoas.
O segundo pólo funciona na mesmarua do primeiro, e existe há oito meses,graças a uma parceria selada entre oPEC, o CIEE e a Ordem dos Advoga-dos do Brasil (OAB-SP). Lá, estudantesde Direito prestam assistência jurídica
Yvonne Capuano: “médico também é cidadão”
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gratuita à população, sob a supervisãode profissionais. Segundo Yvonne, háum advogado para cada grupo de seisestagiários, fator que garante não só aqualidade do atendimento, mas tambémo aprendizado dos graduandos. Os es-tagiários são remunerados pelo CIEE eprestam orientação sobre procedimentosjurídicos em todas as áreas do Direito:Civil, Penal, Trabalhista e Familar.
Nos mesmos moldes, avança a parce-ria entre o PEC/CIEE e as faculdadesde medicina. Recentemente, o primeirogrupo de estudantes, contratados comoestagiários, iniciou sua participaçãojunto à campanha de combate às drogas,promovida pela Secretaria NacionalAntidrogas e pela Associação Brasi-leira de Estudos do Álcool e OutrasDrogas (ABEAD).
Após um treinamento específico sobretécnicas de prevenção, os alunos viraramagentes da campanha antidrogas, pro-movendo a aproximação com jovens dediferentes cenários sociais. Por meio deencenações interativas e apresentaçõesde casos coletados em ambulatórios ehospitais, os futuros médicos estabelecemo diálogo com a população.
O projeto, piloto, integra o Programade Estágio de Integração Empresa/Escola Médica, iniciado no ano passado
com objetivo de oferecer oportunidadesde estágio que não envolvam o tratocom pacientes. Inédita no país, a inici-ativa ainda pretende treinar estagiáriosem outras áreas, como informáticamédica, administração hospitalar, alémde novas campanhas de prevenção. Se-gundo Yvonne Capuano, já existemmais de 300 estudantes de medicinacadastrados para estágios no CIEE,aguardando uma oportunidade. Alémdo CIEE, apóiam a idéia a AssociaçãoPaulista de Medicina e o Cremesp (Con-selho Regional de Medicina do Estadode São Paulo).
Outra iniciativa, ainda em fase deprojeto, deve mobilizar a própria APMna captação de médicos que queiramdoar parte do seu tempo em ações sociais.“Achamos importante a aproximaçãode públicos que falam a mesma língua,que se entendem. Por isso, nosso pri-meiro alvo será convocar os médicosaposentados para a realização de pales-tras sobre qualidade de vida e prevençãode doenças, destinadas ao nosso grupode alunos da terceira idade”, conta adiretora. Segundo ela, a iniciativa devebeneficiar ambos os lados: “Ganhamos cidadãos e os médicos, que encon-trarão uma atividade para ocupar amente. Afinal de contas, médico tam-
bém é cidadão”.Com a participação da Prefeitura de
São Paulo, o PEC ainda deve investirpesado na melhoria do atendimento emcasas de repouso que atendem idosos.Após um levantamento realizado juntoao sistema para avaliar a qualidade dosserviços, um mutirão se formará paratrabalhar pela humanização dos asilos.“Os que forem bem avaliados virarãomodelo de atendimento, os que foremmal avaliados receberão capacitaçãotécnica”, define Yvonne. Segundo a di-retora da APM, o Cremesp tambémapóia esta iniciativa e já se propôs aparticipar das vistorias. Além disso,médicos voluntários serão bem-vindosnas etapas posteriores, que incluirão aulasde humanização e administração. �
Título de um dos livros da médica-escritoraYvonne Capuano, De Sonhos e Utopiaspoderia ser bem o enredo de sua própriavida. Persistente e empreendedora, amédica passou nove anos pesquisando avida do casal Giuseppe e Anita Garibaldi, afim de contar a história de uma das maisbravas heroínas do país. Lançou a publicaçãoem 1999 e, por ela, recebeu o Colar doCentenário do Instituto Histórico e Geo-gráfico de São Paulo e a Medalha de Mérito“Anita Garibaldi”, outorgada pelo governodo Estado de Santa Catarina.
Mas sua biografia dispensa prêmios.
Yvonne Capuano formou-se pela EscolaPaulista de Medicina em 1964 e passou quaseduas décadas atendendo urgências e emer-gências. Simultaneamente, foi empresária,escritora, benemérita, amiga, mãe, esposa,incansável. Resolveu interromper a carreirade médica para cuidar de seus projetos sociais,que ocupam boa parte de seu tempo. E acapacidade de driblar as horas, como se fossedona do tempo, ela atribui ao aprendizadoque absorveu da medicina. “Na emergência,um segundo faz a diferença”, relata. Hoje, elaconsegue fazer caber todos os compro-missos na agenda e, mesmo quando está
em casa, arranja tempo para os inúmerostelefonemas e solicitações.
Atualmente, Yvonne Capuano preside oPEC, é vice-presidente do CIEE, foi eleitadiretora de Ações Comunitárias da APM,é curadora da Fundação Zerbini, integra oConselho Consultivo do Centro das In-dústrias do Estado de São Paulo, entreoutras funções. “E, como médica, aindaencontro tempo para ajudar muitas pessoasque me procuram, precisando de atendimen-to”, conta a incansável. “Mas só encaminhopara os colegas, não tenho mais tempo paraclinicar”. De fato, isto nem precisava dizer.
O PEC/CIEE fica à Rua Barão deMonte Santo, 425 – Móoca – tel. (11)6604-2638. Horário de funcionamen-to: das 13h às 19h30. O AtendimentoJurídico funciona na mesma rua, número426, tel (11) 6606-3614. Funciona das13h às 17h.
Médicos interessados em atuar novoluntariado de qualquer um dos projetosdesenvolvidos pela APM podem entrarem contato com o Departamento deAções Sociais, tel (11) 3188-4200.
DESONHOSEUTOPIAS
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HOMENAGEM
MCÁSSIO RAVAGLIA
orreu em São Paulo, aos 90anos, em 26 dezembro do ano
passado, o professor José FernandesPontes. Um ciclo vital completo.
Nasceu em Pinhal, cursou secundáriono Colégio São Bento e se formou pelaFMUSP, Pinheiros, turma de l940, umadas mais fecundas de nossa história.
Fertilíssimos, os primeiros anos noHospital das Clínicas USP, na Clínica doprofessor Cantídio de Moura Campos,um protetor de talentos. Assumiu aGastroenterologia quando ainda eraum entrelaçado de problemas mal defi-nidos. Cercado de jovens atraídos porsua liderança, foi compondo tecnologiade laboratório e Raios-X e notáveistrabalhos que em poucos anos deramprojeção nacional ao seu valorosogrupo de estudiosos.
Deu foros de grandeza à Gastroen-terologia e prestigiou a EndoscopiaDigestiva e a Hepatologia, então nas-centes. Sua tese de Docência, de l947,estudando a dispepsia fermentativa,vale ser lida. É brilhante.
Em l962, ao disputar uma posiçãona hierarquia universitária, teve seuspassos obstados por ciumeiras rivais.Foi sua grande chance. Deixou a Fa-culdade, deu corpo e alma ao já criadoInstituto de Gastroenterologia de SãoPaulo, IGESP, que transferiu em l964para a rua Silvia, onde está até hoje, sedede uma grande operadora.
O IGESP compôs, na elegância de
Professor Pontes,uma grande voz
Dr. Pontes foi Médico,Cliínico, Professor emgraus de excelência.Foi uma grande Voz.
suas linhas, arquiteto Rino Levi, a suaconcepção da vida médica: consultório,enfermaria, laboratórios e anfiteatro. Aconsulta, que depois chamaria entre-vista, o leito, a ciência, a escola.
Escola como fórum: tempo e lugar,pensar e trabalhar em grupos, amizadee solidariedade, idéias e ideais. Ciênciacomo meio, verdade como fim, e acompetência em alcançá-la, virtudedo grupo. Atenas de Péricles e a Flo-rença Renascentista foram sobretudograndes escolas. As grandes ordensreligiosas também.
Em paralelo ao aprofundado estudode órgãos e tecidos, que tão bem ensinouseus alunos a fazer, e seus pacientes aaceitar, foi definindo a primeira Escolade Medicina Psicossomática do País.Centenas de jovens médicos, ao longode vinte a trinta anos, ali disputaramlugar em suas aulas, e as de não poucosbrilhantes cérebros da vida médica ecultural do País.
Anos 60, quando não poucos jáaceitavam fazer da Medicina umatecnologia de órgãos e aparelhos quaseisolados, o professor Pontes pregavaem suas aulas o que fazia em seu con-sultório, uma Medicina voltada dosórgãos para o cérebro, um cérebro que,em sua plenitude, manchem a saúde, eem sua desarmonia, agrava, quando nãocausa a doença.
O denodo com que procurava o or-gânico jamais o distraia do mundo
íntimo, mental, afetivo, de seus paci-entes, que estudava com os brilhantesanalistas que prestigiaram o IGESP.Entender sintomas, interpretar senti-mentos, valorizar perdas, frustrações,bloqueios afetivos, vida familiar e pro-fissional, passado e presente.Vocaçõese potencialidades. Para recuperação desaúde, a proposta era sempre a de umaprofunda reformulação de vida.
O que fazia no IGESP, menos não fezna Faculdade de Medicina de Sorocaba,por quem teve também, e por seus alunos,especialíssima afeição.
O que faria hoje o Dr. Pontes, no augede seus dias?
Vivemos um cenário desafiador.Recursos científicos e tecnológicossobram aqui, escasseiam acolá. Muitopara poucos, pouco para muitos. Faltamcultura e maturidade à sociedade, paramedir quanto nossos “modus vivendi”e nossa desordem coletiva causam ouagravam muitos de nossos males.
Faltam médicos clínicos no Sistemade Saúde, público e privado. A cadeirado Clínico é a do estudioso, do educadore amigo dos pacientes, a do regente dasespecialidades. O Clínico protege o
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Cássio Ravaglia é médico endocrinologista(CRM 2439), associado à APM.
Nota:Nota:Nota:Nota:Nota: A homenagem deste artigo se
estende a mulher do Dr. Pontes, Lélia
Fernandes Pontes, a Lelita, companhei-
ra de muitos anos, que faleceu no dia 4
de fevereiro deste 2006, aos 86 anos.
Dizem que não suportou as saudades e
foi ao encontro dele.
paciente, valoriza o pensamento médicoe preserva o sistema do esbanjamentode recursos, já escassos, de que dispomos.Impossível pôr ordem no sistema, e é oque mais falta, sem a sua nobre presença.
Sobram faculdades, escasseiam escolas.Escolas como foram, em seu tempo,IGESP e IBEPEGE, este uma brilhanteextensão daquele, como núcleos for-madores do pensamento médico, dequalidade profissional, de lideranças.Os profissionais estão dispersos, faltamgrupos clínicos eletivos, comungando umteto, competências, amadurecimento,por especialidades ou áreas afins,pelo bem próprio e de seus pacientes,por natural e indispensável formaçãode lideranças.
A clientela roda por especialidades,profissionais que mal se conhecem, nãose entendem por uma programação
consensual, nos seus problemas. E opensamento médico consensual é essen-cial na solução de um quadro clínico.
A saúde das mulheres pós-menopausaé um brilhante exemplo. É um riquíssimorepertório de permanentes desafios,múltiplos problemas e causas conver-gentes, que pediriam grupos clínicosaltamente qualificados, exatamente ooposto do que vem sendo irracional-mente feito entre nós, com altíssimoscustos e discutível rendimento.
Falta-nos uma indispensável presençano cenário político, social e cultural dopaís. Personagem maior do sistema, omédico é hoje apenas o seu silenciosooperário. Não assume o seu poder e asua grandeza.
Faltam à sociedade a voz do médicoe da Medicina, para levar aos seus ou-vidos o quanto estamos perdendo em
saúde e qualidade de vida, pela nossadesordem cívica, urbana e social. Pelaincompetência por um viver maissensato, mais lógico, mais digno. Porum caráter coletivo que é o que fazas grandes nações.
Dr. Pontes foi médico, clínico, pro-fessor em graus de excelência. Foiuma grande Voz. �
LITERATURA
Os livros estão disponíveis na Biblioteca que funciona no 5º andar do prédio da APM de segunda a sexta das 8h30 às 20h.
O que todo médico deve saber sobre impostos, taxas e contribuiçõesPor meio de uma linguagem simples e objetiva, este livro fornece aos médicos e outros profissionaisda área da saúde uma visão geral dos aspectos tributários envolvidos no exercício de suas profissões.É melhor utilizar o modelo simplificado ou completo da declaração da pessoa física? O que é e como fazero livro caixa? O que é carnê-leão? Quais os tributos e contribuições devidos por uma pessoa jurídica?Afinal, vale a pena abrir uma empresa? Estas e outras perguntas são abordadas e respondidas na publica-ção. O leitor terá, ainda, a oportunidade de acompanhar a vida fiscal de oito médicos hipotéticos, quetêm estas mesmas dúvidas e que conseguem concluir quais são as melhores opções para cada um deles.AutorAutorAutorAutorAutor: Fábio K. Ejchel. FormatoFormatoFormatoFormatoFormato: 20 x 19cm, 132 páginas. EditoraEditoraEditoraEditoraEditora: Ponto Editora.ContatoContatoContatoContatoContato: (11) 3079-2707 ou www.bluncher.com.br
Manual de Condutas Clínicas CardiológicasDividido em três volumes, este Manual é, essencialmente, resultado do trabalho de profissionais médicos liga-dos à divisão de Cardiologia do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto daUSP. A obra alia ao acervo de informações reunidas em cada capítulo o correspondente cabedal de normasformativas, destinadas a embasar e legitimar as condutas propostas. Juntos, os três volumes totalizam nove partes,somando 62 assuntos específicos, assinados por mais de 30 especialistas. Os temas vão desde a doença isquê-mica do coração aos exames complementares em cardiologia.
EditoresEditoresEditoresEditoresEditores: Benedito Carlos Maciel e José Antonio Marin Neto. FormatoFormatoFormatoFormatoFormato: 21 x 28cm, 490 páginas.EditoraEditoraEditoraEditoraEditora: Segmento Farma. ContatoContatoContatoContatoContato: (11) 3039-5669 ou www.segmentofarma.com.br
Manual de Técnica Cirúrgica para a GraduaçãoEste manual é destinado aos alunos de graduação do curso médico para servir como apoio didático no momentoem que iniciam o estudo das operações fundamentais e têm o contato inicial com o ambiente cirúrgico. São 16capítulos, totalmente ilustrados com desenhos técnicos em preto e branco. Entre os temas abordados estão:Ambiente cirúrgico, Intrumental Cirúrgico e operações fundamentais, Tipos de agulhas, fios de sutura e nós cirúr-gicos, Ressecção de segmento de intestino delgado e anastomose término-terminal, toracotomia póstero-lateral,flebotomia e sutura arterial, entre outros.AutorAutorAutorAutorAutor: Luís Marcelo Inaco Cirino. FFFFFormatoormatoormatoormatoormato: 18 x 26,5cm, 111 páginas.. EditoraEditoraEditoraEditoraEditora: Sarvier. ContatoContatoContatoContatoContato: (11) 557-3439
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CIDADANIA
Ele representa a AMB e a APM nacaravana que percorre cidadespaulistas divulgando a campanha“De Olho no Imposto”
E leuses Paiva deixou a presidênciada Associação Médica Brasileira
(AMB) no final do ano passado, masem menos de trinta dias estava engajadoem outro projeto, como é de seu feitio.Trocou as centenas de procedimentos daClassificação Brasileira Hierarquizadade Procedimentos Médicos (CBHPM) poralíquotas, leis e números. Passou a serum incansável peregrino para defender,em cidades do Interior e da Grande SãoPaulo, o fim dos escorchantes tributos.
Juntou-se ao presidente da AssociaçãoComercial de São Paulo e da Federaçãodas Associações Comerciais, GuilhermeAfif Domingos, e enfrentou platéias
O peregrinoEleuses Paiva
formadas por em-presários e lide-ranças sociais.
Paiva se apresentanessas reuniõescomo representanteda AMB e APM,aliás, duas entidades que formaram opilar que impulsionou a campanha quederrubou a Medida Provisória 232, quetantos males poderia causar a muitagente, principalmente aos profissionaisliberais, como os médicos.
À vontade, sem o sisudo terno quesempre o acompanhou nas funções queexerceu em entidades médicas, Eleuses
costuma ser o mais enfático dos oradoresda caravana “De Olho no Imposto”.Sempre sucede o tarimbado Afif Domin-gos, que inicia as palestras mostrandoos números do que chama “infernoburocrático e fiscal”.
Afif inicia sua oratória, pausada edidática, despejando números: “NoBrasil existem 112 tributos, gravames eimpostos, que geram a absurda quanti-dade de 16.202 normas, 181.951 artigos,423.945 parágrafos, 1.355.525 incisose 178.312 alíneas”, diz ele.
Eleuses Paiva puxa sua fala para aárea que domina com fantástica facili-dade. “As pessoas acham que o SUS éum serviço gratuito, mas não é. Todomundo que consome remédio paga umimposto equivalente a 36% do preçofinal. Por isso, é dever do governo ofe-recer um serviço público de qualidade”,diz o ex-presidente da AMB e da APM.
Ele lembra que o Brasil cobra cargatributária de países como Suécia, França,Inglaterra, Dinamarca e Canadá, entreAfif Domingos e Eleuses Paiva: caravana percorre o interior de São Paulo
Eleuses Paiva, ex-presidente da AMB e da APM
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outros, mas oferece serviço na área dasaúde de país de terceiro mundo. “Oimposto não retorna para beneficiar apopulação mais carente, pois quem temcondições paga por um serviço par-ticular, além, obviamente de pagarimpostos”, afirma.
Em todas as cidades, afora as palestras,eles atendem a população no “Feirãodo Imposto”, que sempre é montadopelas Associações Comerciais das ci-dades. Nele, as pessoas ficam sabendoque pagam como imposto, por exemplo,40,5% sobre o preço final do açúcar,35,2% sobre o do macarrão e até 83,07%sobre o preço da marvada cachaça.
APMComo parte do movimento “De Olho
no Imposto”, a Associação Paulista deMedicina (APM) integrou o ato derepúdio à Medida Provisória 275/05,realizado no dia 31 de janeiro, na seccio-nal paulista da Ordem dos Advogadosdo Brasil (OAB).
Na ocasião, foi divulgado um estudoque mostra que as alíquotas da tabelano regime tributário especial (simples)foram reajustadas em até 80% com aMP, editada ano passado; a alíquotamáxima para o comércio passou de8,6% para 12,6% e no setor de serviçoso salto foi de 12,9 para 18,9%. Naprática, isso atinge em cheio as micro epequenas empresas.
O diretor adjunto de Defesa Profissio-
nal da APM, Jarbas Simas, representoua entidade no ato. Ele acredita no apeloe pressão populares para derrubar a MP275 no Congresso Nacional. “Por isso asentidades têm um importante papel deesclarecer a sociedade. Não é possível con-cordar com este novo golpe”, declarou.
Da parte do governo, estima-se que,somente em 2005, foram arrecadadosR$ 732 bilhões em tributos no país, oque representa em torno de 40% do PIBnacional. Na área da saúde, os medica-mentos recolhem cerca de 36% de seuvalor original em taxas.
Uma pesquisa feita pelo instituto Ip-sos/Opinion demonstrou que 74% dos
brasileiros não sabem quanto paga em im-postos nos bens e serviços que consome.Revelou também que 93% dos entre-vistados gostariam de ser informados arespeito do destino dado aos impostos.
Quero Mais BrasilO “De Olho no Imposto” vem per-
correndo diversas cidades do interiorpaulista e da Grande São Paulo, com oobjetivo de apresentar o projeto e discutira questão tributária com a população.É somente o primeiro passo de umacampanha que visa incentivar novasalternativas para estimular o cresci-mento e atrair investimentos ao país,propondo uma discussão para as grandesquestões nacionais em toda a população,denominado “Quero Mais Brasil”.
Com o princípio de fazer uso do diá-logo e da troca de experiências entrelideranças sociais e empresariais, baseia-se em três pilares de atuação: ética etransparência nas relações privadas epúblicas, eficiência na gestão pública eestímulo ao investimento visando o cres-cimento econômico. Mais informaçõespodem ser obtidas no site do movimento(www.deolhonoimposto.org.br). �
Feirão do Imposto expõe produtose seus tributos e colhe assinaturas
para mudar MP
Eleuses Vieira de Paiva (ex-presidente da AMB)“É uma questão de cidadania. Todos de-
vemos saber exatamente o tamanho da car-ga tributária a que estamos expostos, paraque possamos cobrar a contrapartida eminvestimentos sociais”
Antonio Marangon (presidente da Sescon-SP)“A população tem o direito de exigir o
retorno do que paga em impostos e nãoapenas deveres, sendo obrigada a recolherelevadíssima tributação sobre tudo o queproduz”
RepercussãoLuiz Flávio Borges D’Urso (presidente da OAB-SP)“Essa iniciativa é importante porque vai
conscientizar a população sobre a questão,sobre a necessidade de haver um retornopor parte do poder público para essa altacarga tributária. Precisamos de uma epide-mia de civismo, com o engajamento de cadaum nesse processo”
Jorge Machado Carlos Curi (presidente da APM)“É muito importante a adesão ao movi-
mento e fundamental que a população as-suma a filosofia do ‘pago, logo exijo”
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CARTUM
“De Olho no Imposto”
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DELEGADOS
Na manhã do dia 18 de fevereiro foi realizada, nasede da Associação Paulista de Medicina (APM), umaassembléia extraordinária com delegados regionais ediretores distritais do interior e da capital
ORICARDO BALEGO
objetivo da sessão foi fazer com
que aqueles delegados que ainda
não haviam assinado o termo de posse
da nova diretoria o fizessem. Dessa
forma, pôde ser registrada em cartório
de forma definitiva a nova gestão da
entidade para o triênio 2005/2008.
“Considerem-se empossados todos os
que estão presentes”, cumprimentou o
presidente da entidade, Jorge Carlos
Machado Curi, num auditório lotado.
Buscando a integração entre todas as
regionais a respeito das atuais atividades
nas quais a APM está envolvida, Jorge
Curi, juntamente com os outros com-
ponentes da mesa, José Luiz Gomes do
Assembléia consolidanova gestão da APM
Amaral, presidente da AMB, Horácio José
Ramalho, diretor de Economia Médica,
e Kátia Burle dos Santos Guimarães,
presidente da regional de Marília, tra-
taram de fazer informes aos presentes.
O primeiro deles foi sobre a necessi-
dade de todos os médicos do Estado se
manterem atualizados. Como parte de
um programa de educação continuada,
desenvolvido entre a APM e a AMB,
cursos devem ser implementados por
meio das regionais. “É fundamental que
se facilite o acesso do conhecimento
aos colegas pelas regionais”, lembrou
Jorge Curi. O curso de Trauma é um
dos primeiros, já tendo sido feito em
algumas cidades do interior e na capital,
segundo ele. “O programa na área de
urgência é vital porque é a porta de en-
trada do serviço médico”, explicou.
O presidente da APM também des-
tacou a importância dos delegados na
divulgação da associação aos novos
médicos, principalmente no interior.
“O envolvimento de vocês é importante
na entrega de carteiras aos novos médi-
cos, aproveitando para apresentá-los ao
meio associativo”, disse.
José Luiz Gomes do Amaral fez
questão de ressaltar a importância da
função de delegado da APM. “Uma das
principais funções do delegado é se co-
municar e ouvir. Ele tem de ouvir os
médicos e dizer aquilo que discutimos
aqui. Deve também julgar e agir em
cima das decisões tomadas”.
A reunião também teve a presença do
presidente da Associação Comercial de
São Paulo, Guilherme Afif Domingos,
e tratou de assuntos referentes ao movi-
mento De Olho no Imposto (confira
texto sobre a campanha na página 30). �
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Tarde infantilNa era do computador, ainda é possível levar as criançaspara passar tardes regadas a muita história
ELUCIANA ONCKEN
ALINE MOURA (COLABOROU)
ra uma vez uma época em queas crianças se reuniam para ouvir
histórias. O João, a Mariana, o Tiago,a Beatriz, a Júlia, o Luís, o Bruno, aLetícia... todos se sentavam ou sedeitavam ao chão, em pufs, almofa-das, para ouvir atentamente os contosde fadas, as histórias outrora conta-das pelas vovós ou pelas mamães noaconchego do lar. Algumas ainda asescutavam em casa, mas também
achavam divertido ir a esses espaçosonde poderiam interagir com outrascrianças. Fora que os contadores dehistória, nesses locais, eram conside-rados, por aquelas crianças, uma di-versão à parte.
Esses contadores não se fantasiavamnem nada. Eles usavam algumas alego-rias para ajudar na narração, um cha-péu, um bonequinho, um pedaço detecido colorido, porque o barato estavaem usar a imaginação, e quanto menosinterferência melhor. O mais divertidomesmo era a entonação e a mudança de
voz conforme o personagem em ação.Não era uma representação, mas sim-plesmente pegar a história e contar.
E as mesmas crianças que momentosantes de ouvirem as histórias estavamnuma algazarra só, se acalmavam, ficavamatentas, mesmo quando já conheciam oenredo. Queriam ouvir novamente parase certificar de que tudo terminariabem. Ah, isso porque costumava sersempre assim nos contos de fadas enas fábulas.
Mas “péra lá”, isso é realmente umconto? Vamos parar um pouquinho evoltar à realidade. Bem que corremos orisco disso se tornar um passado bemdistante, um conto para as gerações futu-ras, mas no que depender de alguns paise de muitos profissionais, a contação dehistória vai permanecer por muitotempo ainda no cotidiano dessas criançasde hoje e nas de amanhã.
Interação de crianças com contadores de histórias gera muitos sorrisos
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35No universo infantil
E esse negócio de contar história écoisa pra lá de séria. Existem cursospara formar profissionais nessa arte. Aorganização Viva e Deixe Viver, porexemplo, mantém o Centro de Contaçãode Histórias, com uma programaçãointensa que inclui as diversas formasde contar histórias, além de promoveraulas de capacitação sob o tema “Contosde Fada: da tradição oral à literaturainfantil”. Os cursos e oficinas práticassão ministrados por especialistas, te-rapeutas artísticas, arte-educadoras,pedagogos, comunicadores sociais.
Nesses centros, são também abordadosos valores das histórias e brincadeirasno dia-a-dia da criança. A pesquisadoraVania Dohme lembra que contar his-tórias é uma forma de comunicação.“Partindo desse ponto, podem ser usadascom as mais diversas intenções, e umadelas é como forma de comunicaçãoentre pais e filhos”, afirma em seu livro“A história como veículo de comunica-ção”. Vânia é autora de diversos livrossobre o tema e pesquisa o lúdico na
educação em seus mais diversos aspectos.Às vezes, os pais se preocupam se as
crianças terão muita paciência paraouvir. Mas as histórias continuam vivase agradando os pequeninos metrópolea fora. E o que podemos perceber é queos pequenos realmente não têm muitapaciência, mas querem ouvir, e queremparticipar. Ficam atentos sim e inter-cedem, interagem, se empolgam.
Foi assim numa tarde chuvosa defevereiro, num sábado, às 15 horas,cerca de 20 crianças se reuniram paraouvir a atriz e contadora de históriasFernanda Viacava narrar contos deHans Cristian Andersen (1805-1875),na Livraria da Vila da Casa do Saber,no bairro do Itaim Bibi, em São Paulo.Para ajudar na concentração, ela faz umexercício que as envolve de uma formaque o sossego toma conta do ambiente.Durante uma hora, crianças de diversasidades, de dois a sete anos, mais ou me-nos, participaram dos contos “O patinhofeio”, “A roupa nova do Imperador” e“Tudo o que o velho fizer está bem feito”.
“Gosto de contar as histórias que mais
me encantam. Os meus preferidos são oscontos populares, aqueles que mexemcom o cotidiano, com o dia-a-dia. Sãoesses os que mais prendem a atenção dascrianças. Também não adianta contaruma história se não estiver envolvidanela. Tenho que sentir, entrar no uni-verso infantil para que eu consigatransmitir a idéia.”
Na era do computador, da internet,do vídeo game, ver crianças reunidasnuma livraria num sábado ou domingoà tarde com os seus pais, para ouvirhistórias, algumas de 300 anos atrás oumais, parece até ilusão. “Apesar destageração de crianças estar muito ligadaaos computadores, em todos os lugaresaonde eu vou, as crianças curtem muitoescutar as histórias. É claro que eu uti-lizo elementos que prendem a atenção,como objetos e músicas que fixam umaidéia e exigem concentração. Mas, emgeral, quando acaba, elas pedem mais.”
Os contos de fadas e as fábulas são ashistórias que mais as crianças gostamde escutar. Segundo a pesquisadora VaniaDohme, as histórias de fadas falam de
Fernanda Viacava: “as crianças curtem ouvir histórias”
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CIRCUITO
maneira simbólica a linguagem da cri-ança. “Elas dão explicações simplespara fatos que ela não conseguiria en-tender e, com isso, colaboram com aestabilidade emocional das crianças.”
Já as fábulas, que foram difundidasno mundo inteiro graças a La Fonteine(1621-1695), “transmitem situações derelacionamento dos seres humanos,encerrando lições e ditames de com-portamento de uma forma velada,protegida pelo fato dos protagonistasserem animais”. Vania lembra que estetipo de história encerra comportamentos,evidencia valores e, geralmente, apontapara soluções justas. “Usando-as, os paispoderão falar sobre verdade, lealdade,altruísmo, despojamento, bondade etantos outros valores”, recomenda.
Há também os contos populares doBrasil, que trabalham rimas, canções,adivinhas, que envolvem o espectadormirim com facilidade e conta um poucodo nosso folclore.
Em cenaO teatro também é uma boa opção
para as crianças de todas as idades. Ashistórias que hoje são contadas foramescritas, ou passaram de geração parageração, no caso dos contos populares.Mas imagine quantas histórias não seperderam no tempo porque não foramrepassadas, porque em dado momentodeixaram de ser contadas e nunca,nunca foram escritas. Deve haver poraí um tanto de princesas perdidas epríncipes encantados que viraram sapopara sempre.
Partindo dessa idéia, o autor PedroBandeira mostra justamente a impor-tância das histórias e dos livros nouniverso infantil na peça teatral OFantástico Mistério de Feiurinha, emcartaz no Teatro Fábrica de São Paulo, comdesconto para associados à Associação
Paulista de Medicina (APM), dirigidapor Wanderley Martins.
Durante a peça, as crianças não secontêm e acabam respondendo aosatores, interferindo na história da DonaBranca de Neve Encantado, Cinderela,Rapunzel, Bela-Fera e ChapeuzinhoVermelho, todas em busca da princesaFeirinha que desapareceu. O sumiçoameaça as juras de felicidade eterna defadas, até então inabaláveis. Elas pre-cisam encontrar um escritor que teráde reescrever a história da princesaperdida, mas o problema é que nin-guém se lembra mais da história.
Aos atores cabe manter a concentraçãodiante de uma agitada platéia mirim. Aatriz Carol Minei, que interpreta aBela-Fera, considera mais difícil inter-pretar para criança do que para adultos,embora seja bastante gratificante.“Criança é muito sincera. Fala o quesente, o que pensa. Se não gosta da peça oude alguma coisa, não esconde”, analisa,cercada pelas crianças que querem tirarfotos e conversar com as personagens.
Outro espetáculo em cartaz, com des-conto para associados, é Oras Bolas,com direção de Anie Welter, no TeatroJoão Caetano. Durante 50 minutos ascrianças se entretêm com bolas coloridas,cestos, baldes e muitos outros objetos
que vão se transformando com ajudade atores e bailarinos, em seres imagi-nários, e vão contando várias históriasbastante originais.
E o importante, afinal, é contar boashistórias, seja em casa, nas livrarias, nosespaços públicos, no teatro, porque elassão boas para desenvolver o raciocínio ea atenção, o senso crítico, a imaginação, acriatividade e a afetividade das criançasde sempre. Contar histórias não é coisado passado. �
SERVIÇOContação de Histórias. Onde?Livraria OmnisciênciaLivraria OmnisciênciaLivraria OmnisciênciaLivraria OmnisciênciaLivraria OmnisciênciaRua Ibiraçu, 226 – Alto de PinheirosFone (11) 3873-5355 / 3676-1997
Livraria da Vila (Casa doLivraria da Vila (Casa doLivraria da Vila (Casa doLivraria da Vila (Casa doLivraria da Vila (Casa doSaber)Saber)Saber)Saber)Saber)Rua Dr. Mário Ferraz, 414 – Itaim BibiFone (11) 3073-0513
Livraria da VilaLivraria da VilaLivraria da VilaLivraria da VilaLivraria da VilaRua Fradique Coutinho, 915 – VilaMadalena – Fone (11) 3814-5811
FnacFnacFnacFnacFnacPraça dos Omaguás, 34 – Pinheiros eoutros endereços – (011) 4501-3000
TTTTTeatroeatroeatroeatroeatroConfira na Agenda CulturalAgenda CulturalAgenda CulturalAgenda CulturalAgenda Cultural, na página 41
Teatro é uma boa opção para se contar histórias
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POLÍTICAMÉDICA
Comissão Nacional de Honorários MédicosJosé Luiz do Amaral (presidente); AmílcarGiron (coordenador); Edmund Baracat(AMB); Flávio Pabst (AMB); Jurandir Turazzi(AMB); Antônio Pinheiro (CFM); EdevardJosé de Araújo (CFM); César Galvão (Fenam);Márcio Bichara (Fenam)
Comissão Nacional para Implantaçãoda CBHPMFlorisval Meinão (coordenador); CléberOliveira (AMB); Jésus Fernandes (AMB);
DRICARDO BALEGO
urante os dias 16 e 17 de fevereiro,foram realizadas, em Belo Hori-
zonte, reuniões envolvendo membros daAssociação Médica Brasileira (AMB), doConselho Federal de Medicina (CFM), daFederação Nacional dos Médicos (Fenam)e das Sociedades de Especialidades.
O destaque da pauta de discussões ficoupara a reunião da Comissão Nacionalde Consolidação e Defesa da CBHPM,primeiro encontro conduzido por seu novocoordenador, o primeiro vice-presidenteda APM, Florisval Meinão. Nela, foramdiscutidos avanços com relação à implan-tação da classificação pelas Unimeds,autogestões e seguradoras, além danecessidade de se concentrar esforçosnas medicinas de grupo.
Durante a Assembléia Extraordináriade Delegados da APM, no dia 18 defevereiro, Florisval Meinão disse que aCBHPM já foi adotada pela autogestãoUnidas em quase todo o país – só emSão Paulo que não. A Unimed Brasilimplantou a classificação plena, restandoa negociação com as suas regionais. “Éfundamental que retomemos as negoci-ações com as Unimeds, principalmenteem São Paulo”, disse.
No mesmo encontro, o presidente daAMB, José Luiz Gomes do Amaral, des-tacou que o Projeto de Lei 3.466/04 - queinstitui a CBHPM como referência emtodo o país - pode sofrer um retrocesso sea devida pressão não for feita junto aoCongresso Nacional. Segundo ele, “apóslonga e penosa negociação, ouviu-se quepoderia não haver acordo para que o pro-jeto fosse votado. Já havíamos negociado
Encontro define metaspara a CBHPM
com todos, inclusive a ANS, e ouvimos aidéia de que haveria certa dificuldade”.
Após ter passado por três comissõesda Câmara dos Deputados, o Projetode Lei aguarda data para entrar na pautade votações da casa.
A ANS propôs, recentemente, mudan-ças significativas no texto da lei. “A cadadois parágrafos tem uma modificação,mudaram de ponta a ponta. Tiraram, porexemplo, a palavra seguradora de todo otexto, modificações que as beneficiam eàs operadoras, e que vão contra a classemédica. Não pode haver mais espaço parasituações dúbias, precisamos de uma
postura definitiva”, indignou-se José Luiz. “É importante que o projeto seja vota-
do nos próximos dois ou três meses, paraque possa ser aprovado ainda este ano”,faz questão de ressaltar Florisval Meinão.
A Assembléia dos Delegados Regionaise Diretores Distritais da APM, reali-zada em 18 de fevereiro, decidiu quecada regional da entidade enviará ume-mail oficial ao presidente da Câmarados Deputados, Aldo Rebelo, demons-trando a insatisfação da classe médicapaulista com a situação.
Mudanças nas ComissõesTrês comissões nacionais relacionadas
à Classificação Brasileira Hierarquizadade Procedimentos Médicos sofrerammudanças quanto aos seus componentesno início deste ano.
A Comissão Nacional de HonoráriosMédicos passa a ser presidida por JoséLuiz Gomes do Amaral; a ComissãoNacional para Implantação da CBHPMpassa a ser coordenada pelo primeirovice-presidente da APM, FlorisvalMeinão; e o novo coordenador daCâmara Técnica Permanente daCBHPM é Amílcar Martins Giron. �
Remaclo Júnior (AMB); Abdon José Murad(CFM); Luiz Emed (CFM); José Erivalder deOliveira (Fenam); José Roberto Murisset (Fenam)
Câmara Técnica Permanente da CBHPMAmílcar Giron (coodenador); Jorge CarlosCuri (AMB); Lúcio Antônio Dias (AMB);Antônio Pinheiro (CFM); Luiz Emed (CFM);José Roberto Murisset (Fenam); Márcio CostaBichara (Fenam); Aníbal Valença (Unidas);Walter Valle (Unidas); Jurimar Alonso (Unimed);João Augusto Martins (Unimed)
Confira a composição completa das novas comissões:
Florisval Meinão
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EDUCAÇÃOCONTINUADA
ARICARDO BALEGO
tualização profissional acessívelaos médicos da rede pública
municipal por meio de um programade Educação Continuada. Esse é oobjetivo do acordo firmado entre aAssociação Paulista de Medicina (APM),a Secretaria de Saúde do Município eas Sociedades de Especialidades, emreunião realizada dia 22 de fevereiro.
O primeiro passo do programa foi aassinatura de um termo de cooperaçãopara cursos em Urgência e Emergência.Com previsão inicial para começar emabril, terá a duração de um dia, noformato de imersão, e pretende contem-plar todos os médicos da rede públicamunicipal da área.
Será realizado em seis autarquias hos-pitalares que abrangem todas as regiões
Parceria atualizamédicos da rede pública
da cidade. “Já existe uma estrutura,porque a associação já vem aplicandoestes cursos em cidades como Piracicaba,Araçatuba e São Paulo. Em dois mesesde reciclagem, esperamos que o pro-grama tenha uma boa resolutividade”,destacou o presidente da APM, JorgeCarlos Machado Curi.
Para os médicos, as avaliações devemcontar pontos para o programa de re-validação de títulos da AMB, além daatualização não ter custos.
Participaram também da reunião,além do presidente da APM, o presi-dente da Sociedade de Cardiologia doEstado de São Paulo (Socesp), BráulioLuna Filho, o presidente da SociedadePaulista de Radiologia e Diagnósticopor Imagem (SPR), André Scatigno
Neto, representando a Sociedade deObstetrícia e Ginecologia do Estado deSão Paulo (Sogesp), Carlos AlbertoMaganha e o assessor da APM, LuizAntonio Nunes, além da secretária desaúde do município, Maria CristinaCury e sua equipe.
Próximos passosAlém do curso de Urgência e Emer-
gência, estão previstos no acordo coma prefeitura atualização em todas asoutras áreas médicas, por meio das So-ciedades de Especialidades. “A APMvai operacionalizar isso, porque a prio-ridade número um do médico é poderexercer bem a profissão”, destacouJorge Curi.
As próximas ações devem englobarum mutirão de exames e consultas,que contará com especialidades comoneurologia, ortopedia e cardiologia,entre outras. Muitos atendimentosdevem ser feitos, inclusive, por estabe-lecimentos particulares, em forma deparceria. Diagnósticos como a mamo-grafia, por exemplo, têm hoje umademanda reprimida de cerca de 26 milexames na cidade.
O planejamento familiar tambémdeve ter atenção especial no programa,com a revitalização e treinamento dosresponsáveis nas Unidades Básicas deSaúde. “Vamos reorganizar e treinaros funcionários envolvidos com oplanejamento familiar”, disse MariaCristina Cury. �Jorge Curi: A APM aplica o curso em suas regionais
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AGENDA CIENTÍFICA
ABRIL • Conferência: técnicas tanatológicas: oexame necroscópico do aparelhocárdio-vascular e do sistema nervosocentral em face da Medicina Legal
• Controvérsias no exame de corpo dedelito-lesão corporal: deformidadepermanente, enfermidade incurável,incapacidade permanente para otrabalho, laudo necroscópico indireto
Departamento de NeurocirurgiaI Curso Preparatór io para oI Curso Preparatór io para oI Curso Preparatór io para oI Curso Preparatór io para oI Curso Preparatór io para oTítulo de Especia l is ta e deTítulo de Especia l is ta e deTítulo de Especia l is ta e deTítulo de Especia l is ta e deTítulo de Especia l is ta e deRecic lagem em NeurocirurgiaRecic lagem em NeurocirurgiaRecic lagem em NeurocirurgiaRecic lagem em NeurocirurgiaRecic lagem em Neurocirurgia11/04 – terça – 20h30Tumores intracranianos• Noções de biologia molecular
dos tumores• Classificações em uso para
os tumores primários• Quadros clínicos principais• Exames de imagem• Tratamento inespecífico & específico.
Biópsias. CirurgiasDr. Evandro de Oliveira25/04 – terça – 20h30• Metástases cerebrais – Dr. Sérgio Suzuki
Departamento de Nutrologia27/04 – quinta – 20hReunião Cient í f icaReunião Cient í f icaReunião Cient í f icaReunião Cient í f icaReunião Cient í f ica• Dietoterapia em obesidade e dieta
computadorizada na prática médica
Departamento de Otorrinolaringologia03/03 – quinta – 19hReunião Cient í f icaReunião Cient í f icaReunião Cient í f icaReunião Cient í f icaReunião Cient í f ica
Departamento de Patologia Clínica27/04 – quinta – 20hReunião Cient í f icaReunião Cient í f icaReunião Cient í f icaReunião Cient í f icaReunião Cient í f ica• Aplicações laboratoriais da espectrofoto-
metria de massa – Dr. Armando Fonseca
Departamento de Psiquiatria05/04 – quarta – 20hReunião Cient í f icaReunião Cient í f icaReunião Cient í f icaReunião Cient í f icaReunião Cient í f icaCoordenação: Dra. Luciana Conrado• Transtorno dismórfico corporal
Departamento de Acupuntura11/04 – terça – 20hReunião Cient í f icaReunião Cient í f icaReunião Cient í f icaReunião Cient í f icaReunião Cient í f icaCoordenação: Dr. Norvan Leite• Discussão de casos clínicos
Comitê Multidisciplinar de Adolescência06/04 – quinta – 20hTTTTTranstorno Dismórf ico Corporalranstorno Dismórf ico Corporalranstorno Dismórf ico Corporalranstorno Dismórf ico Corporalranstorno Dismórf ico Corporale Anorexia Nervosae Anorexia Nervosae Anorexia Nervosae Anorexia Nervosae Anorexia NervosaCoordenador: Dr. Manoel Texeira• Anorexia nervosa - uma visão da
psicanálise – Dra. Marina Miranda• Transtorno dismórfico corporal - lindas
de morrer – Dra. Jocelyne Rosemberg
Departamento de Cirurgia Plástica25/04 – terça – 20hReunião Cient í f icaReunião Cient í f icaReunião Cient í f icaReunião Cient í f icaReunião Cient í f ica
Departamento de Cirurgia VascularCurso: Atual ização em CirurgiaCurso: Atual ização em CirurgiaCurso: Atual ização em CirurgiaCurso: Atual ização em CirurgiaCurso: Atual ização em CirurgiaVVVVVascular e Endovascularascular e Endovascularascular e Endovascularascular e Endovascularascular e Endovascular– Destaques 2006– Destaques 2006– Destaques 2006– Destaques 2006– Destaques 2006Coordenação: Álvaro Razuk, Cid SitrânguloJúnior, Erasmo Simão, Ivan Casella08/04 – sábado – 9hMódulo I I – Aneurismas da AortaMódulo I I – Aneurismas da AortaMódulo I I – Aneurismas da AortaMódulo I I – Aneurismas da AortaMódulo I I – Aneurismas da AortaA b d o m i n a lA b d o m i n a lA b d o m i n a lA b d o m i n a lA b d o m i n a lModeradores: Emil Burihan e Jose Batista• Correção endovascular e convencional
- estudos comparativos: EVAR1, EVAR2e outros.
• Evolução natural do aneurisma daaorta. O que saber para aprimorar aindicação de intervenção?
• Critérios para a escolha da técnica:idade, anatomia, risco clínico, custos,experiência e resultados.
• Tratamento intervencionista emaneurismas pequenos: os resultadossão melhores?
• Técnicas de acesso na cirurgiaconvencional: as opções modificam osresultados a curto e longo prazo?
• Desafios técnicos na cirurgia endovascular:problemas mais comuns e soluções.
• Complicações do tratamentoendovascular: freqüência, como resolvere quando optar pela conversão?
Departamento de CitopatologiaX Encontro da SociedadeX Encontro da SociedadeX Encontro da SociedadeX Encontro da SociedadeX Encontro da SociedadeBras i le ira de CitopatologiaBras i le ira de CitopatologiaBras i le ira de CitopatologiaBras i le ira de CitopatologiaBras i le ira de Citopatologia– Capítulo de São P– Capítulo de São P– Capítulo de São P– Capítulo de São P– Capítulo de São PauloauloauloauloauloOrganização e Coordenação: Profª Dra.Célia Regina Sakano27/04 – quinta – 19h• Câncer do endométrio• Generalidades• Exame cito-histopatológico• Conduta atual
Departamento de Coloproctologia03/04 – segunda – 19h30Mesa RedondaMesa RedondaMesa RedondaMesa RedondaMesa RedondaModeradora: Profa. Dra. CarmenManzione• Sistematização do atendimento de
portadores de HPV anal
Comitê Multidisciplinar de Coluna Vertebral19/04 – quarta – 20hReunião Cient í f icaReunião Cient í f icaReunião Cient í f icaReunião Cient í f icaReunião Cient í f ica• Prótese e órteses da coluna
Comitê Multidisciplinar de Dor26/04 – quarta – 20hJornada: Dor Crônica no IdosoJornada: Dor Crônica no IdosoJornada: Dor Crônica no IdosoJornada: Dor Crônica no IdosoJornada: Dor Crônica no Idoso• Visão do cardiologista• Aspectos psicosociais• Medicamentos, suas interações
Departamento de Medicina de Famíliae Comunidade11/04 – terça – 19h30Reunião Cient í f icaReunião Cient í f icaReunião Cient í f icaReunião Cient í f icaReunião Cient í f icaModerador: Dr. Roberto LeotoVia WEBCAM: Dra. Cinthya Haq – USA• A Medicina de Família no mundo:
histórias da linha de frente
Departamento de Medicina Legal01/04 – sábado – 8hJornada PJornada PJornada PJornada PJornada Paulista de Medicina Laulista de Medicina Laulista de Medicina Laulista de Medicina Laulista de Medicina Legalegalegalegalegal• Mesa Redonda: a importância da
Medicina Legal na análise e controleda violência no Estado de São Paulo
• Workshop: apresentação e discussãode casos Médico-Legais
• Conferência: técnicas de exumação -da teoria à prática
OBSERVAÇÕES1 .1 .1 .1 .1 . Os sócios, estudantes, residentes
e outros profissionais deverãoapresentar comprovante decategoria na Secretaria doEvento, a cada participação emreuniões e/ou cursos.
2.Favor confirmar a real ização2.Favor confirmar a real ização2.Favor confirmar a real ização2.Favor confirmar a real ização2.Favor confirmar a real izaçãodo Evento pelo telefone:do Evento pelo telefone:do Evento pelo telefone:do Evento pelo telefone:do Evento pelo telefone:(11) 3188-4252.(11) 3188-4252.(11) 3188-4252.(11) 3188-4252.(11) 3188-4252.
3 .3 .3 .3 .3 . As programações estão sujeitas aalterações.
INFORMAÇÕES/INSCRIÇÕES/LOCAL:Associação Paulista de MedicinaAv. Brigadeiro Luís Antônio, 278Tel.: (11) 3188-4252 –Departamento de EventosE-mail: eventos@apm.org.brPortal: www.apm.org.br
ESTACIONAMENTOS:Rua Francisca Miquelina, 67(exclusivo para sócios da APM)Rua Genebra, 296(Astra Park – 25% de desconto)Av. Brig. Luís Antonio, 436(Paramount – 20% de desconto)
PPPPProfrofrofrofrof. Dr. Dr. Dr. Dr. Dr. Hel io de Souza Lima. Hel io de Souza Lima. Hel io de Souza Lima. Hel io de Souza Lima. Hel io de Souza LimaDiretor
DrDrDrDrDr. F. F. F. F. Frederico Carbone Frederico Carbone Frederico Carbone Frederico Carbone Frederico Carbone Fi lhoi lhoi lhoi lhoi lhoDiretor Adjunto
Departamento de Urologia03/04 – segunda – 19h30Curso de UroginecologiaCurso de UroginecologiaCurso de UroginecologiaCurso de UroginecologiaCurso de Uroginecologia• Cistite intersticial e outras cistopatias
dolorosas – Dr. Jamil Chade• Síndrome uretral e patologias de
uretra feminina – Dr. José Alaor• Incontinência urinária: avaliação,
diagnóstico diferencial urodinâmico,tratamento das incontinências porneuropatia – Dr. Homero Bruchini
• Incontinência Urinária: tratamento clínicoe fisioterápico – Dr. Cristiano Gomes
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AGENDA CULTURAL
CHÁ COM CINEMADesde 1997, a APM promove descon-tração, cultura e lazer nas tardes dequinta-feira. Exibições de filmes, se-guidas de chá da tarde com sorteio emúsica ao vivo. Auditório da APM.Ingressos: alimentos não-perecíveisdoados a entidades assistenciais. Reservasde lugares devem ser feitas às segundas-feiras que antecedem ao evento.GRETA GARBO NO CINEMA13/04 – quinta - 14hAnna Karenina95 min., EUA, 1935.Direção: Clarence Brown.27/04 – quinta - 14hA Dama das Camélias108 min., EUA, 1936.Direção: George Cukor.
BIBLIOTECAPonte entre o passado e o presente, aBiblioteca funciona no 5º andar do prédioe mantém um acervo de 30.000 títulosde grandes autores e cientistas. Abertade segunda à sexta, das 8h30 às 20h.
CONHEÇA A ÓPERAPor meio de palestras, o programapropõe audiências para apreciar a ópera,apresentando sua história, modalidadesdos espetáculos, a música e o cantolírico, desde o século XVI. As sessõessão dirigidas pelo Prof. Dr. Jorge Mi-chalany, com apresentação de slides evídeos das principais óperas. Entradafranca. Reservas antecipadas.12/04 – quarta - 19h30Jules Massenet - “Manon”
Pintura ContemporâneaPintura ContemporâneaPintura ContemporâneaPintura ContemporâneaPintura ContemporâneaProfa. Cláudia Furlani4ª feira: 9h às 12h, 14h às 17h ou 18h às 21hValor mensal: R$ 35,00 para sócios da APMe R$ 120,00 para não sócios.
TTTTTango Argentinoango Argentinoango Argentinoango Argentinoango ArgentinoProf. Carlos Trajano4a feira: 10h às 11h30Valor mensal: R$ 10,00 para sócios da APMe R$ 35,00 para não sócios.
ESCOLADEARTES
Desde 2005, o projeto vem promo-vendo o resgate da música popularde São Paulo para a Música Popu-lar Brasileira, com homenagem a
CINE-DEBATEProjeção mensal de um filme temáticorelacionado ao cotidiano das pessoas.Após a exibição do filme, especialistasconvidados analisam e debatem com aplatéia. Entrada franca. Coordenação:Wimer Botura Júnior (psiquiatra).28/04 – sexta - a partir das 20hMontenegro130 min., Inglaterra/Suécia, 1981.Direção: Dusan Makavejev.Com: Susan Anspach e elenco.Debate: a complexidade da relaçãoamorosa. Sexo e amor são a mesma coisa?
Danças FolclóricasDanças FolclóricasDanças FolclóricasDanças FolclóricasDanças FolclóricasProf. Carlos Trajano2ª feira: 10h às 11h30.Valor mensal: R$ 10,00 para sócios da APMe R$ 35,00 para não sócios
PPPPPiano Erudito e Piano Erudito e Piano Erudito e Piano Erudito e Piano Erudito e Popularopularopularopularopular(aulas com agendamento)(aulas com agendamento)(aulas com agendamento)(aulas com agendamento)(aulas com agendamento)Prof. Gilberto Gonçalves3ª feira: Período da manhã (1h30)6ª feira: Período da manhã (1h30)Valor mensal: R$ 45,00 para sócios da APMe R$ 150,00 para não sócios.
Reúne os amantes da boa música emencontros mensais na APM. Palestrasilustradas com filmes e gravações,seguidas de apresentações musicais aovivo, traçam um panorama da trajetóriae evolução desse gênero que conquistouo mundo. Após as apresentações, oespaço é aberto a jam sessions. Auditórioda APM. Reservas antecipadas.07/0407/0407/0407/0407/04 – sexta – sexta – sexta – sexta – sexta - 21hTTTTTema da Pema da Pema da Pema da Pema da Palestra:alestra:alestra:alestra:alestra: O Trompete – Osdiferentes estilos e seus mestresConvidado:Convidado:Convidado:Convidado:Convidado: Walmir Gil
grandes compositores paulistas.Reservas antecipadas.06/04 – quinta - 19h30Banda Mantiqueira
INFORMAÇÕES E RESERVAS(11) 3188-4301 / 4302
MÚSICA POPULAR PAULISTA
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As Mulheres da Minha V idaAs Mulheres da Minha V idaAs Mulheres da Minha V idaAs Mulheres da Minha V idaAs Mulheres da Minha V ida (Adul to)Escritor de sucesso, George (Antonio Fagundes)é apaixonado por seu trabalho, mas vive emconstante turbulência na vida íntima. A primeiraesposa (Julia, Gabriela Duarte), ainda habitaseus pensamentos. Seu segundo casamento,com Diana (Fernanda D´Umbra) iniciadonuma inesperada atração de pólos opostos,agora caminha para a separação. Pressionado,acaba por ligar emocionalmente suas relaçõesna vida real com lembranças de outrora, numritmo cadenciado pela sua própria porção deescritor. Assim, insiste em idealizar encontrose diálogos fictícios - ora em tom cômico e sar-cástico, ora dramáticos - para tentar retomar ocontrole da situação. Nas sessões de análise, apsiquiatra Edith (Eliana Rocha) assume freqüen-
TEATRO COM DESCONTO
O Fantás t i co Mis tér io de Fe iur inhaO Fantás t i co Mis tér io de Fe iur inhaO Fantás t i co Mis tér io de Fe iur inhaO Fantás t i co Mis tér io de Fe iur inhaO Fantás t i co Mis tér io de Fe iur inha(Infantil) O que seria dos contos de fadas semas princesas? E se de uma hora para outra elascorressem o perigo de sumir de vez das histórias?Pois isso está prestes a acontecer. O FantásticoMistério de Feiurinha conta a história de DonaBranca de Neve Encantado que, ao lado de suascunhadas Cinderela, Rapunzel, Bela-Fera, ede sua amiga Chapeuzinho Vermelho, precisaencontrar um escritor para ajudá-las a procurara princesa Feiurinha, desaparecida. O sumiçoameaça as juras de felicidade eterna das históriasde fadas, até então inabaláveis. Produtor: SergioVieira. TTTTTeatro Fábrica São Peatro Fábrica São Peatro Fábrica São Peatro Fábrica São Peatro Fábrica São Pauloauloauloauloaulo (134 lu-gares) - Rua da Consolação, 1623, Bela Vista /fone 3255-5922. Sábado e Domingo às 16h.Temporada até 30 de abril.Preço Normal : R$ 16,00 - DescontoPreço Normal : R$ 16,00 - DescontoPreço Normal : R$ 16,00 - DescontoPreço Normal : R$ 16,00 - DescontoPreço Normal : R$ 16,00 - Descontode 25% - 1 acompanhante.de 25% - 1 acompanhante.de 25% - 1 acompanhante.de 25% - 1 acompanhante.de 25% - 1 acompanhante.
Oras Bolas Oras Bolas Oras Bolas Oras Bolas Oras Bolas (Infantil) Num universo de bolas devários tipos: : : : : animadas, como figurinos, em luznegra brilhando e dançando, dois personagens,Menino Quadradinho e Menina Triângulo,passeiam evidenciando as diferenças e esta-belecendo contatos. Produtor(a): Tili Woldbye Rafael Petri. TTTTTeatro João Caetanoeatro João Caetanoeatro João Caetanoeatro João Caetanoeatro João Caetano (438lugares) - Rua Borges Lagoa, 650 / fone 5573-3774. Sábado e Domingo às 16h. Temporadaaté 30 de abril. Preço Normal: R$ 6,00 - Preço Normal: R$ 6,00 - Preço Normal: R$ 6,00 - Preço Normal: R$ 6,00 - Preço Normal: R$ 6,00 -Desconto de 20 %.Desconto de 20 %.Desconto de 20 %.Desconto de 20 %.Desconto de 20 %.
temente o papel de mãe. Ainda lida com aculpa ao lembrar da filha Carol quando criança(Júlia Novaes) e sente-se sem autoridade aovê-la jovem (Amazyles de Almeida). Para com-pletar, sua irmã, Karen, (Chris Couto) cobraregularmente atitudes de sua parte. Em conflitocom as adoráveis mulheres de sua vida, Georgeoferece - ainda que involuntariamente - umaverdadeira homenagem ao amor e ao humor.Produtor(a): Fagundes Produções. TTTTTeatroeatroeatroeatroeatroCultura ArtísticaCultura ArtísticaCultura ArtísticaCultura ArtísticaCultura Artística (1156 lugares) - Rua NestorPestana, 196, Consolação / tel: 3255-1848.Quinta às 21h e Sexta às 21h30. Temporadaaté 30 de maio. PPPPPreço Normal: R$ 40,00reço Normal: R$ 40,00reço Normal: R$ 40,00reço Normal: R$ 40,00reço Normal: R$ 40,00a 70,00 - Desconto de 20 % - sema 70,00 - Desconto de 20 % - sema 70,00 - Desconto de 20 % - sema 70,00 - Desconto de 20 % - sema 70,00 - Desconto de 20 % - semacompanhanteacompanhanteacompanhanteacompanhanteacompanhante (promoção válida para acompra com 45 minutos de antecedência).....
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ratamos, no artigo do mês ante-
rior das razões que levaram o
Estado de São Paulo a regulamentar,
em 1998, a parceria com entidades
filantrópicas.
As entidades que conseguiram
cumprir os pré-requisitos estipulados
conquistaram o direito de serem ha-
bilitadas para firmar Contrato de
Gestão com a Secretaria de estado da
Saúde, visando ao gerenciamento e
à operação de hospitais e outros
equipamentos públicos de saúde
mediante convocações públicas.
À medida que os primeiros dados
de avaliação do novo modelo come-
çaram a surgir, diversos municípios e
outros estados da nação se interessaram,
por acreditarem ser perfeitamente
possível, e com vantagens, constituir
uma estrutura governamental mais
enxuta, focalizada, eficiente e eficaz,
transferindo para terceiros a imple-
mentação das políticas públicas. A
execução, porém, não é simples. Exige
uma percepção adequada das compe-
tências dos envolvidos e a construção
de um sistema transparente de acerto
entre os dois parceiros.
A finalidade do presente texto é
apontar quais são os desafios que terão
que ser enfrentados, para aqueles que
se decidem implantar – contratantes-
(poder público municipal ou estadual)
e para os prestadores.
O contratante terá que se transformar:
Organizações sociais de saúde II -os desafios para sua implantação
1 - Capacitando-se tecnicamente para
melhorar a eficiência na alocação de
recursos, o que exigirá:
� conhecer as necessidades de saúde
da população e avaliá-las;
� dispor de um modelo de contrato e
da forma de pagamento deste que
incentive os procedimentos eficientes
e adequados às necessidades;
� criar sistemas de informações con-
fiáveis que permitam acompanhar
o comportamento dos prestadores,
os fluxos de pacientes, o custo e a
utilização dos serviços, grupos de-
mográficos e de risco;
� diminuir elementos de rigidez bu-
rocrática;
� implantar mudanças organizativas
que adaptem as estruturas admi-
nistrativas à nova situação e que
garantam o desenvolvimento das
diferentes funções, especialmente
da função de compra;
� criar uma Comissão de Acompa-
nhamento e Monitorização do Con-
trato, composta por elementos do
Conselho de Saúde (municipal ou
estadual), da Comissão de Saúde
da Câmara ou Assembléia e por
representantes de renomado saber
na área da saúde pública, dentre eles
um das entidades que congregam os
profissionais médicos.
Os prestadores de serviços, preferen-
cialmente instituições com comprovada
experiência em gestão de serviços de
T saúde, por outro lado, deverão:
� Adaptar-se organizativa e funci-
onalmente a um novo cenário e
deverão responder a novas dinâ-
micas e a diferentes incentivos
financeiros;
� Melhorar sua eficiência na produ-
ção de serviços para continuarem
financeiramente estáveis;
� Dispor de autonomia real na
gestão e responder aos requeri-
mentos do poder público em
termos de eficiência, qualidade,
adequação da oferta de serviços e
satisfação dos cidadãos;
� Desenvolver políticas de incentivos
e de participação dos profissionais;
� Conhecer as características, o
custo e a qualidade dos serviços
que prestam como instrumentos
de apoio à tomada de decisão e de
melhoria da capacidade de gestão.
No próximo mês daremos se-
qüência analisando outros aspectos
do tema.
O conteúdo dos textos deste mês e
do anterior podem ser encontrados
em sua forma original na internet,
através de busca pelos autores: Eve-
lyn Levi.
(Organizações Sociais no estado
de São Paulo: estratégias de imple-
mentação e resultados) e Márcio
Cidade Gomes ( A experiência da
Secretaria de Estado da Saúde de
São Paulo). �
PORDENTRODOSUSpor Luiz Antonio Nunespor Luiz Antonio Nunes
Revista da APM Março de 2006
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44Revista da APM Março de 2006
Produtos&
Serviços
Revi
sta
da A
PMM
arço
de
2006
45
CLASSIFICADOSAVISO: Quando não consta,o prefixo do telefone é 11.
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