Sem filhos

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Domingo, 18 de novembro de 2012 5Folha metropolitana CIDADE

Casais sem filhos devem mudar rumo da economia

n ChiCo Junior

O aumento de casais sem filhos deve levar os gover-nantes brasileiros a repensar sua forma de conduzir a eco-nomia nacional a fim de evi-tar a situação dos países eu-ropeus, avalia o professor da Faculdade Torricelli Edson Fernandes. Junto com a mu-lher, a psicóloga Margareth Lacerda, Fernandes escreveu um livro que trata sobre fa-mílias que optaram por não terem filhos.

Para ele, o crescimen-to de casais sem crianças é

Livro ‘Sem filhos por opção’

Segundo Edson Fernan-des, a obra foi motivada a partir da experiência de seu próprio relacionamento com Margareth. “A gente não escre-veu o livro para que as pesso-as não tenham filho. Mas sim para abordar o assunto. Nós gostamos de crianças, só opta-mos por não ter uma”, comen-tou. A escolha deu nome ao livro do casal, intitulado ‘Sem filhos por opção’.

Casados há sete anos, e sem crianças, a dupla perten-ce ao grupo de 17,4% famílias guarulhenses sem filhos. O número da cidade se aproxima ao total nacional. No Brasil, o índice é de 18,2%. (CJ)

resultado da urbanização e desenvolvimento no Brasil. Há 12 anos, a fecundidade no País era de 2,38 filhos. Segundo o Instituto Brasi-leiro de Geografia e Estatís-tica (IBGE), o número atin-giu padrão europeu e está em 1,86. A mudança se deve ao aumento no nível de ins-trução e à busca da carreira, afirma Fernandes.

Na avaliação do escritor e pesquisador, o cenário preo-cupante vislumbrado no fu-turo econômico dos países desenvolvidos pode ter outro rumo no Brasil. “O País vai

“A emoção de empurrar um

carrinho acaba esmorecendo

com o passar dos anos.”

Edson Fernandes, escritor e

pesquisador, que escreveu livro com a mulher,

Margareth Moura Lacerda, psicóloga

e filósofa

ter de criar projetos mais ar-rojados”, comentou. Na obra, Fernandes e Margareth ar-gumentam sobre a economia dos sem filhos e apresentam dados nacionais e internacio-nais a respeito.

De acordo com os autores, uma família de classe média gasta aproximadamente R$ 1 milhão até o filho atingir 22 anos. O custo se refere ape-nas a itens básicos como saú-de, vestuário e alimentação. “Sem considerar as correções [inflacionárias], o casal vai economizar mais de R$ 3.787 por mês”, disse Fernandes.

Emprego temporário não pode demitir gestantes

Neste ano, empresários que contratarem funcionários temporários para o período das festas de Natal e Ano Novo devem ficar atentos a direitos extras conquistados por estes trabalhadores. O Tribunal Su-perior do Trabalho (TST) mo-dificou, no mês passado, seu entendimento nas súmulas 244 e 378, estendendo o direi-to à estabilidade no emprego aos contratos temporários, no caso dos empregados que so-fram acidente de trabalho e de empregadas gestantes.

Isso significa que o contra-to firmado com tais funcioná-rios muda de temporário para prazo indefinido em qualquer uma das situações, e eles não podem ser dispensados.

“No caso da mulher que fica grávida, a estabilidade prevista em lei vai desde a concepção até cinco meses após o parto. Já o funcionário

Também estão incluídos os 90 dias de experiência

que sofrer acidente de traba-lho tem seu tempo de afasta-mento determinado pelo INSS [Instituto Nacional do Seguro Social], e depois não pode ser demitido por um ano”, explica a advogada Daniela Moreira Sampaio Ribeiro, especialista em direito trabalhista.

A advogada esclarece que, a rigor, não há obrigatorieda-de de cumprir a decisão do TST, uma vez que as súmulas editadas pelo órgão não têm força de lei. “Não é obrigató-rio, mas, se o empregado re-corre à Justiça, é certo que vai ganhar.” (ABr)