Sinais de Morte Eminente

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SINAIS DE MORTE EMINENTE

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO CORPO APÓS A MORTE

CLIENTE FORA DE POSSIBILIDADES TERAPÊUTICAS

Clientes com doenças crônico-degenerativas(em fase terminal) necessitam de apoio físico e emocional ao se aproximar da morte.

Cliente FamíliaConforto e presença física do Enfermeiro(a) para ajudar a aliviar a dor e a solidão.

=

Apoio

APOIO EMOCIONAL

Um apoio emocional mais intenso é importante em estágios bem anteriores.

Especialmente no caso de clientes que tem doenças progressivas prolongadas, que podem elaborar os estágios de aproximação da morte.

ESTÁGIOS DE APROXIMAÇÃO DA MORTE (FINITUDE)

Segundo Elisabeth Kübler-Ross, o cliente fora de possibilidades terapêuticas pode evoluir por cinco estágios psicológicos em preparação para morte.

A compreensão dos estágios vai ajudar o profissional a satisfazer as necessidades do cliente.

CINCO ESTÁGIOS Negação;

Raiva;

Barganha;

Depressão;

Aceitação;

NEGAÇÃO Ao ficar sabendo pela 1ª vez que sua doença é terminal, o cliente pode se recusar a aceitar o diagnóstico. O que fazer:

Durante esse estágio, seja franco com o cliente, mas não brutal e insensível.

Mantenha comunicação, de modo que ele possa discutir seus sentimentos quando aceitar a realidade da morte.

Não force o cliente a enfrentar sua realidadeNão force o cliente a enfrentar sua realidade

RAIVA

Quando para de negar sua morte iminente, o cliente pode demonstrar profundo ressentimento contra aqueles que vão viver depois que ele morrer.

O que fazer:Ajude-o a encontrar maneiras diferentes de expressá-la e ajude a família a compreender isso.

BARGANHA

Embora reconheça sua morte iminente, o cliente pode secretamente tentar barganhar com Deus ou com o destino por mais tempo.

O que fazer:

Se ele confiar em você, não insista com ele para manter suas promessas.

DEPRESSÃO

Nesse estágio o cliente pode começar a ter remorsos quanto ao passado e depois lamentar sua condição atual. Pode ocorrer isolamento.

O que fazer:Aceite a tristeza do cliente, se ele falar com você, escute-o. Dê conforto por contato físico, quando apropriado.

ACEITAÇÃO

Nesse último estágio, o cliente aceita a inevitabilidade e a iminência da morte – sem emoção. O cliente pode desejar simplesmente a companhia tranqüila de um familiar ou de um amigo.

Lembre-se, porém, de que muitos clientes morrem antes de chegar a esse estágio.

SINAIS DE MORTE IMINENTE Redução da frequência respiratória e da

profundidade da respiração;

Diminuição ou ausência de pressão arterial;

Pulso fraco ou irregular;

Diminuição da temperatura cutânea;

Diminuição do nível de consciência;

Diminuição da lucidez;

Diminuição do controle neuromuscular;

Diaforese( secreção de suor);

Palidez;

Cianose;

CONDUTAS DE ENFERMAGEM EM CASOS DE MORTE IMINENTE

Redução da frequência respiratória e da profundidade da respiração

O paciente pode fazer esforço para respirar e produzir um som de gemido a cada respiração.

à medida que se aproxima a hora da morte, a respiração permanece irregular e pode ficar mais superficial e mecânica

Conduta de Enfermagem

Elevar a cabeceira do leito pode ajudar o paciente a respirar com maior facilidade.

O som de gemido não significa que o paciente esteja com dor ; é o som do ar passando sobre as cordas vocais muito relaxadas.

Diminuição da temperatura cutânea

• O paciente pode sentir frio e calor, porque o cérebro perde a capacidade de controlar a temperatura.

• À medida que a circulação lentifica, os braços e as pernas podem ficar frios e azulados.

Conduta de Enfermagem

Fornecer ou remover os cobertores quando necessário.

Umedecer a fronte do paciente quando necessário.

Diminuição do nível de consciência

Confusão mental pode ficar aparente, à medida que menos oxigênio fica disponível para suprir o cérebro.

O paciente dorme mais e começa a se desligar do ambiente.

Conduta de Enfermagem

Quando ele acordar lembre o dia e a hora para ele, onde ele está e quem está presente, isso é feito de maneira casual, ou seja, conversando.

Visão , audição e fala prejudicadas

Conduta:• Fale claramente, mas não muito alto que o

necessário, mantenha todas as conversas como se elas pudessem ser ouvidas, pois a audição é o último dos sentidos a parar de funcionar.

Alimentação e ingestão de líquidos

O paciente mostrará menos interesse, a ingesta de líquido pode ser limitada àquilo que manterá sua boca umedecida.

Conduta

Oferecer, mas não forçar, os líquidos e os medicamentos.

Quando for necessário administração de medicamento preferir as vias sublingual e retal.

QUESTÕES ÉTICAS E LEGAIS

A Procuração comum não dá a uma outra pessoa o direito legal de tomar decisões quanto ao cuidado médico do cliente.

No Brasil, as questões bioéticas e legais que envolvem a autonomia do cliente e da família nas decisões acerca do tratamento são asseguradas pelo termo de consentimento esclarecido estabelecido pela instituição.

CUIDADO PÓS - MORTE

Após a cessação das funções vitais, o corpo começará a modificar-se. Ele comecará a ficar:• mosqueado ou azulado, com aspecto sebáceo e frio; • o sangue ficará escuro, represado nas áreas dependentes do corpo (como as costas e o sacro);• Urina e fezes poderão ser liberadas.

CUIDADO PÓS - MORTEDepois de o cliente falecer, o cuidado inclui:Preparar o corpo para ser visto pela família;Solicitar transporte para o necrotério;Determinar a disposição dos pertences do cliente;

Abrange dar conforto e apoio aos familiares e amigos do cliente e proporcionar-lhes privacidade.

CUIDADO PÓS-MORTE

O cuidado pós-morte começa depois que um médico atesta a morte do cliente.

Quando uma pessoa é considerada morta?

MORTEHoje no Brasil o assunto está pacificado, pois a Lei nº 9.434/97 estabeleceu em seu artigo 3º que, considera-se morto o indivíduo quando ocorrer a:

"... encefálica, constatada e registrada por dois médicos não participantes das equipes de remoção e transplante, mediante a utilização de critérios clínicos e tecnológicos definidos por resolução do Conselho Federal de Medicina."

Exame neurológico

Estímulo doloroso

Estímulo fotomotor ou pupilar

Estímulo de tosse ou deglutição

Reflexo corneopalpebral

Reflexo oculocefálico

CUIDADO PÓS-MORTEmaterial:

Gaze – Luvas - Alças para o queixo - Bolinhas de algodão - Capa plástica ou coberta para o corpo - Três etiquetas de identificação - Bandagens adesivas para cobrir feridas ou punções - Saco plástico para os pertences do cliente -Bacia com água-Sabão - Toalhas

Um kit para preparo do corpo geralmente contém gaze, alças para o queixo, mortalha e etiquetas de identificação

IMPLEMENTAÇÃO Vista luvas

Retire qualquer equipamento auxiliar, tal como aparelho de ventilação mecânica ainda presente.

Coloque o corpo na posição de decúbito dorsal, braços ao longo do corpo e cabeça sobre um travesseiro.

Eleve a cabeceira da cama em 30º, para impedir a mudança de coloração da face pelo acúmulo de sangue.

Se o cliente usava dentadura e a orientação de sua instituição o permitir, introduza-as delicadamente e depois feche a boca.

Feche os olhos pressionando suavemente as pálpebras com os dedos.

Se os olhos não ficarem fechados, coloque bolinhas de algodão úmidas sobre as pálpebras por alguns minutos e então tente novamente fecha-los.

Coloque uma toalha dobrada sob o queixo para manter o maxilar fechado, se necessário.

Remova todos os cateteres urinários fixos, sondas e esparadrapos e aplique bandagens adesivas em locais de punção. Troque os curativos sujos.

Recolha todos os pertences de valor do cliente para evitar perda. Se não conseguir retirar um anel cubra-o com gaze.

Coloque os pertences do cliente, incluindo os objetos de valor, em um saco e prenda ao saco uma etiqueta de identificação.

Limpe bem o corpo, usando sabão, uma bacia e esponja.

Devem ser tapados com compressas ou algodão os orifícios naturais do corpo para prevenir a saída de fluidos

Preencha três etiquetas de identificação. Cada etiqueta deve trazer o nome do cliente falecido, o nº do quarto e do leito, data e hora do óbito e o nome do médico.

Prenda uma etiqueta à mão ou ao pé do corpo. (de acordo com a rotina hospitalar)

Cubra o corpo com o cobertor corporal e depois coloque dentro da capa plástica identificando corretamente.

DOAÇÃO DE ÓRGÃOS E TECIDOS

No Brasil, a Lei Federal 9.434/97 dispõe sobre as diretrizes para remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento.

Só poderá ser realizada por estabelecimento de saúde, público ou privado, por equipes médico-cirúrgicas de remoção previamente autorizada pelo SUS.

Lei n° 9434/97

Art.3° A retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano destinados a transplante ou tratamento deverá ser precedida de diagnóstico de morte encefálica, constatada e registrada por dois médicos não participantes das eq. de remoção e transplante, mediante a utilização de critérios clínicos e tecnológicos definidos pelo CFM.

Lei n° 9434/97

Art.4° A retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano destinados a transplante ou outra finalidade terapêutica dependerá da autorização do cônjuge ou parente, maior de idade, obedecida a linha sucessória, reta ou colateral, até o segundo grau inclusive, firmada em documento subscrito por duas testemunhas presentes à verificação da morte.