SÍNTESE BÍBLICA SOBRE A VOCAÇÃO ESCOLA VOCACIONAL DEHONIANA CRISSIUMAL – RS 27 DE FEVEREIRO DE...

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SÍNTESE BÍBLICA SOBRE A VOCAÇÃOESCOLA VOCACIONAL DEHONIANA

CRISSIUMAL – RS

27 DE FEVEREIRO DE 2010

VOCAÇÃO

A vocação é um acontecimento entre Deus e cada um dos homens a quem ele reúne a realização de seu plano de salvação. Este acontecimento é configurado por vários elementos:

I- SUJEITO

a) - O sujeito tem sempre um nome pessoal próprio: YAHWEH-DEUS.b) - No Novo Testamento tem nome de Jesus. Ele chama e envia (segue-me. Como o Pai me enviou, assim também vos envio...)c) - Nos escritos do Novo Testamento que descrevem a vida da Igreja aparecem também como sujeitos o Espírito Santo e a mesma Igreja (Matias, os Sete, Paulo, Timóteo...)

I- SUJEITO

O Pai propõe realizar seu plano de recapitulação de todas as coisas em seu Filho, Jesus (para isto envia seu Filho e o consagra pelo Espírito Santo). O Pai elege e chama aos homens. O Filho os envia para continuar a missão. O Espírito os consagra para levá-la com efeito. A crisma é o sacramento da missão.

I- SUJEITO

A missão é o centro e a finalidade da ação dos três: Chamar, eleger, enviar, consagrar, ungir.A Igreja, as pessoas que nela se encontram, aparecem como mediadoras-manifestadoras do chamado do Pai e do envio do  Filho. A ela e por ela (a Igreja) se faz visível o chamado de  Deus e o envio de Cristo. Ex.: A escolha de Matias.

II - O OBJETO

a) - É a pessoa humana concreta, em sua própria circunstância (nome, família, idade...). Nunca é sujeito da  vocação. Não se pode dizer: “Tem vocação”, mas sim que sobre ele recai a vocação. Em sentido verdadeiro: “Padece” a vocação.

II - O OBJETO

b) - A Vocação-missão afeta as entranhas da pessoa, dá sentido à sua vida, lhe dá identidade. O envio não é algo exterior, mas ontológico, englobante, existencial: troca de nomes (Simão-Cefas, Saulo-Paulo, Abrão-Abraão...; expressões como: “Te consagrei, te designei”. Neste sentido deve-se entender a  unção pelo Espírito). Toda oração imprime caráter.

II - O OBJETO

c) - A vocação-missão afeta a todas as pessoas que vem a  este mundo: Todos são eleitos por Deus-Pai para serem enviados por Cristo, ungidos pelo Espírito para realizar o plano de Deus sobre o homem na história.

II - O OBJETO

d) - O chamado ressoa no mais íntimo da pessoa. Se coloca em íntima sintonia com o mais profundo dela mesma. Experimenta-se e se vive como uma inclinação existencial, como uma “sedução”, com um não pode ser de outra maneira (“Me deixei seduzir...”).

NENHUMA PESSOA POR SI TEM CAPACIDADE PARA UMA MISSÃO.

e) - O “Por que” de uma vocação-missão, não está no desejo ou nas capacidades da pessoa humana, qualquer que seja o  seu nome. Mas se realça com extraordinária insistência e  complacência a incapacidade radical (ontológico-Teológico) do  homem para a missão, assim como sua resistência (não sei falar,  não conheço varão, envia outro...). Consciência de que a missão não é minha mas de Deus. 

NENHUMA PESSOA POR SI TEM CAPACIDADE PARA UMA MISSÃO.

O motivo de toda vocação-missão é a situação do povo e, por detrás dela, a vontade salvífica de Deus que busca a salvação desse povo.

f) - A atitude fundamental da pessoa chamada-enviada, consiste na aceitação agradecida do envio: “Eis-me aqui, Magnificat...”

NENHUMA PESSOA POR SI TEM CAPACIDADE PARA UMA MISSÃO.

Característica: Obediência ao chamado. Alegria. 

III- FINALIDADE = PARA QUE DA VOCAÇÃO

a) - A finalidade da vocação-missão nunca é a própria pessoa do chamado, mas o povo a quem se destina o envio.

III- FINALIDADE = PARA QUE DA VOCAÇÃO

b) A finalidade é sempre algo concreto com relação as situações da condição-situação do povo de Deus. Isto não se resume a uma simples ação a realizar, terminada a qual se deu por terminada a missão. Se entendeu bem melhor com a entrega de uma função salvífica (se juiz, profeta, guia, apóstolo...) em favor  do povo, função que trás dentro de si uma sucessão constante de ações múltiplas e variadas.

III- FINALIDADE = PARA QUE DA VOCAÇÃO

c) - A finalidade é sempre uma aliança. A Aliança tem  sempre uma tríplice dimensão:

III- FINALIDADE = PARA QUE DA VOCAÇÃO

testemunhar a presença próxima de  Iahweh-Deus-Pai, de nosso Senhor Jesus Cristo, agente salvador do  homem na história (Martiria):

III- FINALIDADE = PARA QUE DA VOCAÇÃO

realizar a libertação da situação-condição em que se encontra o povo (Diakonia: sair do Egito, extirpar-destruir...);

aumentar e assegurar a comunhão do povo com Deus e dos membros do povo entre si (koinomia: levar a terra da promessa, sacrificar a Javé, servir a Deus, edificar e plantar...).

Para levar a aliança (meta e objetivo último-absoluto de Deus em sua história) é preciso, sempre, reafirmar sua atuação salvífica e tirar os homens da situação de escravidão em que se  encontram.

IV - O MODO DA VOCAÇÃO: AS MEDIAÇÕES - COMO DEUS CHAMA?

a) - O chamamento de Deus se faz ouvido ao homem através de várias mediações (dimensão sacramental e de encarnação do chamado e do envio).

III- FINALIDADE = PARA QUE DA VOCAÇÃO

 a. a) - O primeiro mediador é o próprio Jesus.

 a. b) - Como sacramentalização desta mediação de Jesus aparece o Povo de Deus, a comunidade (a Igreja).

 a. c) - Se coloca em evidência também a mediação de  pessoas concretas: André-Pedro; Felipe-Natanael; Ananias-Paulo; Paulo-Timóteo...

a.d) - Mediação da história e das necessidades dos homens em sua situação histórica concreta.

III- FINALIDADE = PARA QUE DA VOCAÇÃO

b) - Deus se faz presente, sai ao encontro do homem e  lhe entrega uma missão em Jesus Cristo, mediante os gritos das necessidades dos homens. Nesses gritos se faz presente a voz-grito de Deus que está encarnado nos gritos dos homens necessitados (“O que fizerdes a um desses, é a mim que o  fazeis”). Os chamados dos homens (o chamado do povo de Deus), são, para o homem concreto, em cada época da história, encarnação, sinal-sacramental do chamamento do Deus.

III- FINALIDADE = PARA QUE DA VOCAÇÃO

c) - Para descobrir esta encarnação, a pessoa necessita de outras pessoas amigas (testemunhas) que a ajudem a encontrar essa presença do chamado e do envio de Deus e que a animem a ir,  a assumir pessoalmente o dom do envio que se lhe faz.

EM SÍNTESE:

   Na luta do dia a dia, na leitura da própria história é que vamos percebendo os sinais do apelo de Deus e a necessidade de uma resposta concreta. Não podemos esquecer que a vocação é também um processo, uma história de amor e dinamismo, um relacionamento profundo com Deus.

EM SÍNTESE:

Deus nos chama a cada um pessoalmente e pelo nome. Uma experiência interior. Como chamou Abraão(Gn 12, 1-2), Moisés (Ex 3, 1ss), Jeremias (Jr 1, 1ss), Maria (Lc 1,27ss), os Apóstolos (Mt 10,1-6...).

EM SÍNTESE:

Deus nos chama pelos valores que nos atraem. Cada pessoa tem dons e talentos e vai descobrindo valores que aos poucos vão orientando a sua vida. A seleção cuidadosa desses valores levam-na a fazer uma opção. Esta opção é a resposta a um chamado.

EM SÍNTESE:

Deus nos chama pela comunidade, pela Igreja que precisa. Toda vocação está em função do Reino, portanto, Deus se serve de uma comunidade carente, para nos mostrar uma vocação.

EM SÍNTESE:

Deus nos chama pelo irmão que sofre. É vendo o sofrimento do pobre, do marginalizado, do doente... que nos sentimos tocados para assumir uma missão.

EM SÍNTESE:

Deus nos chama através de mediadores diretos, padres,  religiosos(as), leigos, promotores vocacionais, que com uma palavra ou um testemunho de vida, nos ajudam num discernimento vocacional. (André-Pedro; Felipe-Natanael; Ananias-Paulo...).

EM SÍNTESE:

A vocação é um chamado à alegria. Deus em seu plano de amor respeita a liberdade humana. É necessário um coração simples e orante capaz de ouvir a proposta, e aberto e generoso capaz de discernir e responder ao chamado de Deus.