SonetoSoneto

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Meus olhosMeus olhos

Meus olhos são de um cego que já viuMeus olhos são de um cego que já viu

E lágrimas choradas que hão-de vir;E lágrimas choradas que hão-de vir;

São rosas desfolhadas a sorrirSão rosas desfolhadas a sorrir

E a presença amada que partiu.E a presença amada que partiu.

São arrepios, lanças de prazer,São arrepios, lanças de prazer,

São ecos respondendo à voz ausente,São ecos respondendo à voz ausente,

Passado de que é feito um só presentePassado de que é feito um só presente

E chão que vais pisando sem doer…E chão que vais pisando sem doer…

São todo o meu desejo de não serSão todo o meu desejo de não ser

Para sòmente assim poder viverPara sòmente assim poder viver

Em tudo o que pretendes encontrar:Em tudo o que pretendes encontrar:

Parte do sol, da água e do luar,Parte do sol, da água e do luar,

De tudo quanto é belo e para amar,De tudo quanto é belo e para amar,

De ti, Amor, por quem quero morrer!De ti, Amor, por quem quero morrer!

Soneto e Formatação deSoneto e Formatação de

Maria de Aguiar MarçaloMaria de Aguiar Marçalo

Música: “Indian Música: “Indian Summer” por André Summer” por André

GagnonGagnon