Post on 03-Jul-2020
Status Epilepticus
NeurologiaFEMPAR
Roberto Caron
Estado de Mal Epiléptico
Definição• Status Epilepticus Generalizado(Tônico – Clônico)– Evento com duração de pelo menos 5
minutos.
• Status Epilepticus Não-Convulsivo(Focal Disperceptivo)– Evento com duração de pelo menos 10
minutos.
Epidemiologia• Incidência: – 10 a 40 casos/100000.
• Picos de Incidência:– Menos de 10 anos de idade – 14,3/100000– Mais de 50 anos de idade – 28,4/100000
• Incidência de Status Não-Epiléptico emUTI:– 8 a 34%
• Mortalidade:– 10 a 30%
Etiologia• Exacerbação de crises em doente
epiléptico– Uso irregular de medicação.– Suspensão abrupta de medicação.–Mudança de medicação.
• Intoxicação exógena– Álcool, cocaína, anfetaminas, etc.
• Abstinência de drogas sedativas do SNC– Álcool, benzodiazepínicos.
Etiologia• Tumores do SNC• Neuroinfecções–Meningites e encefalites.
• TCE• Outras lesões agudas do SNC– AVCH ou AVCI
• 50% dos casos de SME associa-se auma Etiologia aguda!
Fisiopatologia
• O hipocampo é ativado durante o EME.
• A perda da transmissão sinápticainibitória, mediada pelo GABA, nohipocampo, é crucial para a deflagaçãodo EME.
• A transmissão sináptica glutamatérgicaexcitatória mantém o EME e causamorte celular.
Complicações Clínicasü Hipertermiaü Hipertensãoü Arritmias cardíacasü Edema Pulmonarü Acidose Lácticaü Hipercalemiaü Hiperglicemiaü Pneumonia Aspirativaü Hipóxia
Anamnese• História prévia de epilepsia?–Qual é o padrão das crises?–Quais medicamentos usa?
• História de outras doençassistêmicas?– Insuficiência hepática– Insuficiência renal– Diabetes
Exames Solicitados• Hemograma• Eletrólitos séricos e cálcio• Gasometria• Função hepática• Função renal• Concentração sérica de drogas antiepilépticas• Tomografia• Eletroencefalograma
Abordagem
Tratamento - 0
• Assegurar respiração adequada• Iniciar O2 em máscara• Sinais vitais e temperatura• Estabelecer via venosa• Coleta de sangue para exames• Administrar tiamina 100mg e, após, • Administrar glicose 50ml à 50%
Tratamento - I• Diazepam 0,15mg/kg EV – 5mg/minuto (a dose
pode ser repetida a cada 5 minutos até 40mg).
• Fenitoína (Hidantal) 20mg/kg com infusão de50mg-min em adultos (idosos = 15mg/kg).
• Tempo de infusão em um paciente de 70kg: 70x 20 = 1400mg = 1400mg/50mg-min = 28minutos.
• Considerar risco de hipotensão e arritmia!
Tratamento - I• Outras opções:
• Ácido Valpróico 20 a 40mg/kg – 5mg/kg/min.
• Levetiracetam 40 a 60mg/kg (máximo =4500mg) em 15 minutos.
• Midazolam 10mg/IM (Peso > 40kg).
Tratamento - I
• Fenitoína →– Atua na membrana neuronal.– Realiza bloqueio “dependente de uso” dos
canais de sódio.– Impede a geração de surtos de potenciais
de ação repetitivos.–Meia vida = 7 a 42 horas.
Tratamento - I
• Diazepam →– Facilita a ação do GABA na abertura dos
canais de Cloro (-).– Aborta crises em 80% dos casos.– Duração de ação = 30 minutos.– Associar sempre com antiepilépticos de
ação mais prolongada – fenitoína.
Tratamento - II
• Fenitoína (Hidantal) 10mg/kg ou usarLevetiracetam ou Ácido Valpróico.
• Tempo de infusão em um paciente de70kg: 70 x 10 = 700mg = 700mg/50mg-min = 14 minutos.
UTI
Monitorização EEG
Estado de Mal Epiléptico Refratário - 20% dos casos
EME Refratário
1. Midazolam2. Propofol3. Pentobarbital
EME Refratário• Manter monitorização EEG, até ocorrer
supressão dos surtos.• Diminuir infusão a cada 24 horas, e
observar atividade epiléptica. Serecorrer, reiniciar anestesia por mais 24horas.
• Cuidados com hipotensão.• Manter Hidantal após sair do EME.
EME Refratário• Midazolam– Ataque = 1 a 2mg/kg EV lento.– Manutenção = 1 a 15mg/kg/hora.– Predisposto a taquifilaxia!
• Propofol– Ataque = 1 a 2mg/kg.– Manutenção = 2 a 10mg/kg/hora.
• Pentobarbital– Ataque = 10 a 15mg/kg EV em uma hora.– Manutenção = 0,5 a 5mg/kg/hora (aumentar
conforme a necessidade).– Risco de hipotensão!