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Revista Equador (UFPI) Vol 5 Nordm 5 p151 ndash 167 2016
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SUSCETIBILIDADE A ENCHENTES A PARTIR DA ANAacuteLISE DE VARIAacuteVEIS
MORFOMEacuteTRICAS NA BACIA HIDROGRAacuteFICA RIO BONITO EM IRATI-PR-
BRASIL
Marilaine Alves SANTOS
Mestranda em gestatildeo do Territoacuterio pela Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG
ma_geooutlookcom
Silvia Meacuteri CARVALHO Professora adjunta do Departamento de Geociecircncias da Universidade Estadual de Ponta Gros
silviamaribrturbocom
Valdemir ANTONELI Membro do Programa de Poacutes- Graduaccedilatildeo em Geografia da Universidade Estadual do Centro Oeste
vantoneligmailcom
RESUMO O presente trabalho aborda a caracterizaccedilatildeo fiacutesica de um sistema hidrograacutefico na
regiatildeo centro sul do Estado do Paranaacute Brasil o recorte espacial eacute a bacia do Rio Bonito no
municiacutepio de Irati Tem principal objetivo apresentar a anaacutelise morfomeacutetrica desta bacia e
identificar a possibilidade de suas caracteriacutesticas fiacutesicas terem correlaccedilatildeo com a ocorrecircncia de
enchentes na bacia hidrograacutefica do Rio Bonito tendo por caracteriacutesticas cheias raacutepidas A
anaacutelise morfomeacutetrica eacute uma metodologia proposta por Christofoletti (1969) que caracteriza
quantitativamente todos os elementos dentro de uma bacia hidrograacutefica possibilitando uma
interpretaccedilatildeo adequada dos fenocircmenos e correlaccedilatildeo com sua morfoestrutura Os dados para
realizar a anaacutelise morfomeacutetrica foram retirados da base cartograacutefica do Exeacutercito Brasileiro
(1980) da qual foram extraiacutedos os limites da bacia e curvas de niacutevel e outros indispensaacuteveis
para aplicaccedilatildeo do processo equacional de anaacutelise morfomeacutetrica Utilizou-se tambeacutem uma
imagem da bacia do ano de 2012 concedida pelo Ministeacuterio do Meio Ambiente (MMA) As
variaacuteveis analisadas foram relaccedilatildeo do relevo iacutendice de circularidade iacutendice de sinuosidade
distacircncia da foz ateacute a nascente densidade de drenagem amplitude altimeacutetrica Os resultados
obtidos apontaram um elevado potencial para enchentes nesta bacia principalmente por ter
caracteriacutestica circular e amplitude altimeacutetrica baixa
Palavras-chave Paracircmetros fiacutesicos Enchentes Bacia hidrograacutefica
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SUSCEPTIBILITY TO FLOODING FROM THE ANALYSIS OFMORPHOMETRIC
VARIAacuteVEIS IN BEAUTIFUL RIVER WATERSHED IN IRATI-PR-BRASIL
ABSTRACT The present work deals with the physical characterization of a hydrographic
system in the South Central region of Paranaacute State Brasil and cut the space basin Rio Bonito
in the city of Irati Has the main objective to introduce this morphometric analysis basin and
identify the possibility of their physical characteristics have correlation with the occurrence of
flooding in the watershed of the Rio Bonito with full features The morphometric analysis is
a methodology proposed by Christofoletti (1969) featuring quantitatively all elements within
a river basin allowing a proper interpretation of the phenomena and correlation with its
showed The data to perform a morphometric analysis were taken from the Cartographic base
of the Exeacutercito Brasileiro (1980) from which was extracted the basin boundaries and contours
and other indispensable for application of morphometric analysis as Equational process It
was also an image of the year 2012 granted by the Ministry of environment (MMA) The
variables analyzed were relief relationship circularity sinuosity and distance from the mouth
to the source drainage density and amplitude design The results obtained showed a high
potential for flooding in the basin mainly for having circular feature and amplitude low
elevations
Keywords Physical Parameters Floods The water catchment area
SUSCEPTIBILIDAD A LAS INUNDACIONES DESDE EL
ANAacuteLISIS DE MORFOMETRIacuteA ARIAacuteVEIS EN LA CUENCA DEL RIacuteO HERMOSO
EN IRATI-PR-BRASIL
RESUMEN El presente trabajo aborda la caracterizacioacuten fiacutesica de un sistema hidrograacutefico
en la regioacuten Sur Central del estado de Paranaacute Brasil y corta el espacio hermoso cuenca en la
ciudad de Irati El objetivo principal de introducir esta cuenca de anaacutelisis morfomeacutetricos e
identificar la posibilidad de sus caracteriacutesticas fiacutesicas tiene correlacioacuten con la ocurrencia de
inundaciones en la cuenca del de la Rio Bonito con caracteriacutesticas completas El anaacutelisis
morfomeacutetrico son una metodologiacutea propuesta por Christofoletti (1969) con cuantitativamente
todos los elementos dentro de una cuenca lo que permite una adecuada interpretacioacuten de los
fenoacutemenos y la correlacioacuten con su demostrado Los datos para realizar un anaacutelisis
morfomeacutetricos fueron tomados de la cartograacutefica base del Exeacutecito Brasileiro (1980)) del que
se extrajeron los liacutemites de Cuenca y contornos y otros indispensables para la aplicacioacuten del
anaacutelisis morfomeacutetrico como proceso ecuacional Era tambieacuten una imagen del antildeo 2012
otorgada por el Ministerio de medio ambiente MMA) () Las variables analizadas fueron la
relacioacuten de ayuda circularidad sinuosidad distancia de la desembocadura a la fuente
densidad de drenaje disentildeo de amplitud Los resultados obtenidos mostraron un alto potencial
de inundaciones en la cuenca principalmente por tener caracteriacutestica circular y elevaciones
baja amplitud Palavras-chave Parametros fiacutesicos Enchentes Bacia hidrograacutefica
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INTRODUCcedilAtildeO
A bacia hidrograacutefica ou de drenagem eacute uma aacuterea da superfiacutecie terrestre que drena
aacutegua sedimentos e materiais dissolvidos para uma saiacuteda comum num determinado ponto de
um canal fluvial (SILVA et al 2003)
De acordo com Guerra e Cunha (2006) a bacia hidrograacutefica contigua de qualquer
hierarquia estaacute interligada pelos divisores topograacuteficos formando uma rede onde cada uma
drena aacutegua material soacutelido e dissolvido para uma saiacuteda comum ou ponto terminal que pode
ser outro rio de hierarquia igual ou superior lago reservatoacuterio ou oceano
Para Coelho Neto (1995) a bacia hidrograacutefica corresponde a um sistema aberto que
recebe e devolve energia para o ambiente atraveacutes da ineacutercia produzida pelo sol e que
possibilita essa troca de energia que funciona com a entrada de radiaccedilatildeo solar e a saiacuteda de
aacutegua e sedimentos soluacuteveis
Conhecer as propriedades fiacutesicas de uma bacia eacute de grande importacircncia pois eacute no
acircmbito desta que se constitui a relaccedilatildeo homem-natureza Quando dentro de uma bacia
ocorrem enchentes inundaccedilotildees e demais cataacutestrofes a sociedade eacute a maior prejudicada desta
forma o conhecimento das caracteriacutesticas fiacutesicas das mesmas pode ser um grande aliado para
mitigar essa situaccedilatildeo problema
Estudiosos de diversos campos da ciecircncia tais como a Geografia Agronomia
Engenharias Florestal e Ambiental Sauacutede Puacuteblica Geociecircncias entre outras ao utilizarem a
bacia hidrograacutefica em seus estudos concluiacuteram que o resultado eacute a interdisciplinaridade na
interpretaccedilatildeo das observaccedilotildees o que leva ao aprimoramento da teoria conceitual e da
instrumentaccedilatildeo praacutetica nas questotildees ambientais (CARVALHO 2009)
Para Tominaga et al (2009) a compreensatildeo de enchentes eacute caracterizada pelo alcance
do niacutevel da calha do rio atingindo a maacutexima sem extrapolar jaacute o conceito inundaccedilatildeo eacute
caracterizado com a estrapolaccedilatildeo do canal
A produccedilatildeo espacial urbana torna-se prejudicial agraves condiccedilotildees do solo acarretando na
reduccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas da chuva devido agrave construccedilatildeo de casas loteamentos
estradas que impedem a infiltraccedilatildeo da aacutegua no solo e propiciando um aumento em sua vazatildeo
desencadeando uma seacuterie de problemas para a populaccedilatildeo como enchentes e inundaccedilotildees
Ao partir do exposto que a bacia hidrograacutefica aleacutem de representar porccedilotildees de terra
alagadas por um corpo drsquoaacutegua e seus afluentes representa tambeacutem uma analogia ao conceito
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de ecossistema as degradaccedilotildees identificadas nesse ambiente satildeo geralmente relacionadas ao
uso natildeo sustentaacutevel dos recursos naturais disponiacuteveis
Cech (2013 p 74) afirma que ldquoas inundaccedilotildees ocorrem quando a precipitaccedilatildeo e o
escoamento decorrente excedem a capacidade da calha fluvial de manter na mesma seccedilatildeo o
aumento da vazatildeordquo e que se tornam comuns e graves devido agrave influecircncia das atividades
humanas principalmente sendo resultante da pavimentaccedilatildeo da superfiacutecie Essas inundaccedilotildees
podem ser causadas por tempestades e chuvas intensas e contiacutenuas pelo derretimento de neve
e de calotas de gelo
A anaacutelise morfomeacutetrica para Antonelli e Thomaz (2007) eacute uma ferramenta de suma
importacircncia para gestatildeo dos recursos hiacutedricos pois permite prever a suscetibilidade da bacia a
fenocircmenos extremos como enchentes e inundaccedilotildees Segundo Christofoletti (1969) citado por
Silva et al (2003) a compreensatildeo e o estudo de aspectos relacionados com a drenagem
relevo geologia podem levar agrave elucidaccedilatildeo e compreensatildeo de diversas questotildees associadas a
dinacircmica ambiental local Todos estes elementos satildeo de vital importacircncia para a correta
interpretaccedilatildeo do funcionamento dos processos hidroloacutegicos na bacia (GOLDENFUM 2001)
Neste sentido o presente estudo foi realizado na bacia do Rio Bonito que estaacute inserida
em grande parte numa aacuterea rural com o objetivo de identificar as suas caracteriacutesticas fiacutesicas e
analisar as implicaccedilotildees dos paracircmetros morfomeacutetricos na eventualidade de enchentes com
objetivo de apresentar a anaacutelise morfomeacutetrica e identificar a relaccedilatildeo das caracteriacutesticas fiacutesicas
da bacia terem com a ocorrecircncia de enchentes na bacia em questatildeo
MATERIAIS E MEacuteTODOS
A base cartograacutefica utilizada foi a Carta Topograacutefica elaborada pela Diretoria de
Serviccedilos Geograacuteficos (DSG) do Exeacutercito Brasileiro (1980) escala 125000 folhas SG 22-X-
C1-4 (Irati) e SG-22-X-C-IV-2 (Rebouccedilas)
A partir dessas folhas foram retiradas informaccedilotildees como rede de drenagem curvas de
niacutevel e os dados necessaacuterios para a quantificaccedilatildeo e realizaccedilatildeo da anaacutelise morfomeacutetrica Foi
utilizada imagem RapidEye (2012) com resoluccedilatildeo espacial de 5 metros disponibilizada pelo
Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA (GEOCATALOGO 2014) Utilizaram-se os softwares
Quantum Gis versatildeo 26 e ArcGis 92 disponibilizados pela Universidade Estadual do Centro
Oeste-UEPG para a elaboraccedilatildeo dos mapas caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo e para suporte agrave
anaacutelise e integraccedilatildeo dos dados
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Os dados coletados de precipitaccedilatildeo e corresponderam o periacuteodo de julho de 2014 a
junho de 2015 a coleta de dados mensais foram extraiacutedos do site do Inmet- Instituto Nacional
de Meteorologia e comparados com a estaccedilatildeo pluviomeacutetrica do coleacutegio Florestal em Irati-PR
Procedimentos metodoloacutegicos
Para o desenvolvimento deste trabalho utilizou-se a metodologia desenvolvida por
Christofoletti (1969 1981) usada por autores como Tucci e Clarke (1997) Antoneli e Thomaz
(2007) entre outros que consiste em estudar os paracircmetros morfomeacutetricos de bacias
hidrograacuteficas Com base em Brubacher et al (2011) foram extraiacutedas variaacuteveis morfomeacutetricas
aacuterea periacutemetro da bacia amplitude altimeacutetrica ordenamento dos Canais Hierarquia dos
canais (Sistema de Strahler 1964) nuacutemero de Canais comprimento vetorial do canal
principal densidade de Drenagem iacutendice de Sinuosidade iacutendice de circularidade relaccedilatildeo do
Relevo Forma da Bacia e Coeficiente de Compacidade conforme equaccedilotildees utilizadas para a
anaacutelise segundo Christofoletti (1969) citado por Silva et al (2003) Cardoso et al (2006) e
Brubacher et al (2011) Conforme eacute descrita a seguir Aacuterea
Aacuterea eacute a variaacutevel morfomeacutetrica mais importante uma vez que reflete de modo geral o
volume de aacutegua que seraacute escoado pela bacia Quanto maior for a aacuterea da bacia maior seraacute o
volume de aacutegua que passaraacute pelo seu exutoacuterio incrementando o efeito das enchentes no
interior da bacia e a jusante da mesma Expressa em quilocircmetros quadrados (Kmsup2)
Christofoletti (1969) Christofoletti (1981)
Periacutemetro da bacia eacute o comprimento de uma linha imaginaacuteria ao longo do divisor de aacutegua
da bacia Expresso geralmente em quilocircmetros (Km)
Amplitude Altimeacutetrica variaccedilatildeo entre a altitude maacutexima e a altitude miacutenima da bacia
Define em parte a velocidade de escoamento Quanto maiores forem os valores mais raacutepido
eacute o escoamento reduzindo o acuacutemulo de aacutegua na bacia Geralmente quando existe elevada
amplitude altimeacutetrica o declive eacute mais acentuado a infiltraccedilatildeo tende a diminuir e a
velocidade de escoamento a aumentar Por outro lado esse fluxo em alta velocidade pode
incrementar o efeito das enchentes a jusante da bacia em setores mais baixos e planos
Christofoletti (1969) Christofoletti (1981)
Comprimento do canal principal eacute a distacircncia da nascente agrave foz expressa em Km
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Ordenamento dos Canais Hierarquia dos canais (Sistema de Strahler 1964) determina
que canais sem tributaacuterios satildeo considerados de primeira ordem canais de segunda ordem
surgem da confluecircncia de dois canais de primeira ordem e podem receber contribuiccedilatildeo de
canais primeira ordem os de terceira ordem resultam da confluecircncia de dois canais de
segunda ordem podendo tambeacutem receber tributaacuterios de primeira e segunda ordens e assim
sucessivamente
Nuacutemero de Canais Eacute o nuacutemero total de cursos de aacutegua que drenam a bacia Christofoletti
(1969) Christofoletti (1981)
Comprimento vetorial do canal principal eacute o comprimento dado em Km em linha reta
entre a nascente ateacute a foz do canal principal da bacia Christofoletti (1969) Christofoletti
(1981)
Densidade de Drenagem quanto maior a densidade de drenagem maior eacute a velocidade com
que a aacutegua atinge o rio incrementando o efeito de enchentes a jusante da bacia Em bacias
com substrato rochoso mais permeaacutevel a capacidade de formaccedilatildeo de canais eacute reduzida
diminuindo a densidade de drenagem Christofoletti (1969) Christofoletti (1981) Dada pela
foacutermula
(Eq 1)
Onde
Dd densidade de drenagem (km kmsup2)
L comprimento total dos rios ou canais (km)
A Aacuterea da bacia (kmsup2)
Iacutendice de Sinuosidade a relaccedilatildeo entre o comprimento verdadeiro do canal e o seu
comprimento vetorial permite identificar a sinuosidade Quanto maior o iacutendice menor a
velocidade do escoamento e consequentemente menor a suscetibilidade a enchentes a jusante
da bacia (maior retenccedilatildeo de aacutegua no interior da bacia) Foacutermula
(Eq 2)
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Onde Is Iacutendice de sinuosidade L comprimento do canal principal Dv comprimento
vetorial do canal principal (Km)
Iacutendice de circularidade Quanto mais circular maior a retenccedilatildeo de aacutegua na bacia
aumentando a suscetibilidade agraves enchentes e reduzindo os efeitos a jusante Obtida pela
foacutermula
(Eq 3)
Onde Ic Iacutendice de Circularidade A Aacuterea da bacia considerada em kmsup2
P Periacutemetro (Km)
Relaccedilatildeo do Relevo significa que quanto mais elevado o valor maior eacute sua amplitude
altimeacutetrica ao longo do canal principal da bacia nesse caso quanto menor o valor maior a
suscetibilidade de enchentes
(Eq 4)
Onde Rr eacute a relaccedilatildeo de relevo Hm eacute a amplitude topograacutefica maacutexima e Lb eacute o comprimento
da bacia
Forma da bacia A forma da bacia influencia na retenccedilatildeo da aacutegua
(Eq 5)
Onde Ff eacute o fator forma A eacute a aacuterea da bacia e L eacute o comprimento do eixo
Coeficiente de Compacidade O coeficiente de compacidade (Kc) relaciona a forma da bacia com
um ciacuterculo eacute um nuacutemero adimensional que varia com a forma da bacia independente de seu tamanho
(Eq 6)
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Onde onde Kc o coeficiente de compacidade P o periacutemetro (m) e A a aacuterea de drenagem (m2)
Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo
A bacia hidrograacutefica do Rio Bonito (Figura 1) onde foi desenvolvida a presente
pesquisa estaacute localizada na porccedilatildeo leste do municiacutepio de Irati-PR apresentando extensatildeo de
2038 kmsup2 e possui em grande parte uso agriacutecola e densa atividade urbana em um pequeno
espaccedilo da bacia na qual sofre com a ocorrecircncia de enchentes raacutepidas O loco das enchentes
nesta bacia se expressa com pontos vermelhos
Figura 1 - Localizaccedilatildeo da bacia hidrograacutefica do Rio Bonito Com a Classificaccedilatildeo de
Strahler (1964)
Fonte IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica 2010
A bacia do Rio Bonito eacute uma das contribuintes da bacia do Rio das Antas sendo esta
de grande relevacircncia pois abrange a maior parte do municiacutepio de Irati-PR A bacia tem dois
rios principais sendo eles Rio Bonito e Arroio do Meio possui 27 canais fluviais sendo uma
rede de drenagem de 4deg ordem (Strahler1964)
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As enchentes acontecem nas aacutereas impermeabilizadas da cidade pois ocorre uma
extrapolaccedilatildeo do leito fluvial para aacutereas ocupadas sendo que essa situaccedilatildeo se agrava pela
presenccedila de construccedilotildees irregulares e poucos espaccedilos para a infiltraccedilatildeo da aacutegua da chuva
Os solos que compotildeem a bacia do Rio Bonito satildeo latossolos argissolos nitossolos e
cambissolos (EMBRAPA 2007) Quanto a declividade a classe entre 45-75 situa-se ao
norte e nordeste da bacia no entanto possui pouca representatividade espacial uma vez que
abrangem apenas 10 da aacuterea total da bacia
Quanto a declividade a classe entre 45-75 situa-se ao norte e nordeste da bacia no
entanto possui pouca representatividade espacial uma vez que abrangem apenas 10 da aacuterea
total da bacia
A classe entre 20-40 (relevo forteondulado) possui a menor representatividade
espacial de todas as classes pois abrange apenas 5 de toda aacuterea e localiza-se sobretudo ao
norte e nordeste da bacia
A classe entre 8-20 (relevo ondulado) estaacute representada em 30 do total da bacia
e sua distribuiccedilatildeo espacial natildeo se concentra em apenas uma regiatildeo pois estaacute distribuiacuteda
homogeneamente Nesta classe se estabelecem o uso cultura e pastagem
A classe entre 3-8 (relevo suave ondulado) estaacute presente em grande parte da bacia
representando 55 do total da aacuterea tambeacutem estatildeo presentes diversos usos como cultivo
pastagem florestal Na classe de 0-3 estaacute presente a aacuterea urbanizada da bacia
A hipsometria (Figura 2) da bacia varia de 820 a 920 metros de altitude sendo a
porccedilatildeo norte a aacuterea com a maior elevaccedilatildeo o que explica a maior concentraccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e
menor grau de urbanizaccedilatildeo As aacutereas de menores declividade encontram-se na porccedilatildeo leste da
bacia local de sua maior ocupaccedilatildeo sobretudo proacuteximo a foz
RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
A presente bacia possui uma aacuterea de 2038 kmsup2 e um periacutemetro de 2164 km2 Na
realidade conforme apontam Christofoletti (1969) Silva et al (2003) e Brubacher et al
(2011) a variaacutevel aacuterea eacute tida como a mais importante pois quanto maior a aacuterea de recepccedilatildeo
de aacutegua maior seraacute o efeito de enchentes no interior da bacia e a jusante da mesma
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Figura 2- Hipsometria da Bacia do Rio bonito em Irati-PR
Fonte IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica 2010
Na anaacutelise do comportamento da bacia estudada constatou-se uma hierarquia fluvial
de 4ordf ordem com 27 canais fluviais (Tabelas 1) segundo classificaccedilatildeo proposta por Strahler
em 1952 (apud CHRISTOFOLETTI 1980) O nuacutemero de canais de primeira ordem se
apresentam em toda a extensatildeo da bacia O criteacuterio adotado de intervalo entre os resultados
negativos e positivos foram provenientes do trabalho de Christofoletti (1969) e Brubacher et
al (2011)
Tabela 1 Valores morfomeacutetricos da bacia hidrograacutefica Rio Bonito
Bacia Rio Bonito Resultados
Aacuterea 2038 Kmsup2
Periacutemetro 2164 km
Nuacutemero de canais 27 canais
Comprimento do canal Principal 744 km
Comprimento vetorial do canal principal 570 Km
Altitude maacutexima 920 m
Altitude miacutenima 820 m
Amplitude Altimeacutetrica 100 m
Ordem do coacuterrego 4deg ordem
Densidade de Drenagem 222 Kmkmsup2
Iacutendice de Sinuosidade 130 m
Iacutendice de Circularidade 054
Declividade predominante 25 deg
Relaccedilatildeo do Relevo 806
Forma da Bacia 0 89
Coeficiente de Compacidade 106
Comprimento total dos rios 121km
Fonte Autoria proacutepria
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O comprimento do canal principal foi de 744 km e o Comprimento vetorial do canal
principal 570 Km sendo a distacircncia da nascente a foz pequena devido ao tamanho da bacia
quanto menor a distacircncia da nascente a foz maior eacute a possibilidade de enchentes pois menor
eacute agrave distacircncia para a descarga de aacutegua (BRUBACHER et al2011)
A altitude da bacia do Rio Bonito eacute de 820 a 920 m e a amplitude altimeacutetrica
constatada para a bacia Rio Bonito foi de 100 m resultado considerado negativo pois quanto
maior eacute a amplitude maior eacute o impulso e velocidade do rio propiciando um melhor
escoamento a montante do rio e pior a jusante pois o maior acuacutemulo de aacutegua desencadeia
enchentes
Segundo Christofoletti (1969) citado por Silva et al (2003) densidades de drenagem
menores que 75 kmkmsup2 satildeo classificadas como de baixas as entre 75 kmkmsup2 e 10 kmkmsup2
meacutedias e as superiores a 10 kmkmsup2 altas
Deste modo a densidade de drenagem da bacia do Rio Bonito foi de 222 Kmkmsup2 ou
seja considerada baixa Esse fator sugere que esta bacia seja menos susceptiacutevel a enchentes
poreacutem natildeo eacute um fator isolado tendo a necessidade de avaliar em conjunto
Em relaccedilatildeo ao iacutendice de sinuosidade valores proacuteximos a 10 indicam que o canal
tende a ser retiliacuteneo jaacute os superiores a 20 indicam que os canais tendem a ser tortuosos e os
valores intermediaacuterios indicam formas transicionais regulares e irregulares (SCHUMM
1963)
A sinuosidade eacute influenciada pela carga de sedimentos pela caracteriacutestica litoloacutegica
estrutura geoloacutegica e pela declividade dos mesmos O iacutendice de sinuosidade da bacia do Rio
Bonito foi de 130 que retrata um canal retiliacuteneo e que favorece uma maior velocidade e
volume de aacutegua e sedimentos da nascente agrave foz
O iacutendice de circularidade da bacia tambeacutem ficou mais proacuteximo de 10 com 054 o que
indica que a bacia possui formato circular por ser circular e de pequena aacuterea pode ocorrecircncia
de cheias chuvas intensas em grande parte dessas aacutereas podendo estar propensa desta forma a
cheias em determinados pontos pois suas caracteriacutesticas indicam que a bacia se possui
formato circular e que a condiciona a ter mais probabilidade de cheias bacias alongadas
possuem menor concentraccedilatildeo do defluacutevio ao contraacuterio de bacias circulares (Villela e Mattos
1975)
A declividade predominante eacute de 25deg o que permite prever que a bacia do Rio Bonito
em sua grande parte apresenta aacutereas planificadas A Relaccedilatildeo de Relevo presente no recorte
espacial em epiacutegrafe relativamente baixa sendo de 806 (BRUBACHER et al 2011) Isto
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significa que a amplitude altimeacutetrica natildeo eacute representativa em todo comprimento do curso de
aacutegua o que faz com que a suscetibilidade de enchentes aumente pelo fato desta bacia ser em
sua maior parte plana
De acordo com o Fator de Forma a bacia apresentou um valor de 0 89 sendo assim
pode-se classifica-la como uma rede de drenagem circular pois valores proacuteximos a 10
indicam bacias circulares Atraveacutes deste valor pode-se inferir que a bacia tem maior risco de
inundaccedilotildees e cheias instantacircneas
O coeficiente de compacidade mostra-se proacuteximo da unidade (106) esse valor
associado ao fator de forma (089) indica que a bacia possui formato semelhante ao de uma
circunferecircncia correspondendo portanto agrave forma mais proacutexima de bacia circular
Com relaccedilatildeo aos iacutendices de precipitaccedilatildeo mensal que contribuiacuteram para as ocorrecircncias
de enchentes durante julho de 2014 a junho de 2015 obteve valores elevados nos meses de
setembro dezembro e fevereiro (Figura 3) Foram nesses meses que tambeacutem ocorreram agraves
inundaccedilotildees nos pontos apresentados na figura de localizaccedilatildeo
Figura 3 Precipitaccedilatildeo mensal-Julho de 2014 a Junho de 2015
Fonte Inmet 2015
Para uma melhor compreensatildeo das cheias apresentam-se a seguir os valores diaacuterios de
precipitaccedilatildeo dos meses de setembro dezembro e fevereiro meses em que teve a ocorrecircncia de
cheias
Os maiores valores de precipitaccedilatildeo no mecircs de setembro ocorreram nos dias 1 com 369
mm e dia 18 com 5622 mm (Figura 4) nesse dia houve ocorrecircncia de alagamento na aacuterea
urbana da bacia no encontro dos rios Bonito e Arroio do Meio a declividade nesse trecho eacute
inferior a 15 sendo nessa parte da bacia uma aacuterea mais plana favorecendo as cheias que
neste mecircs ocorreram nos primeiros 30 minutos de precipitaccedilatildeo
379 422
2602
864 1155
2129 1846
246
1072 847
1733
64
0
50
100
150
200
250
300
Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun
Precipitaccedilatildeo mensal em mm
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Figura 4 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de novembro de 2014
Fonte Inmet 2015
O registro de cheias no mecircs de dezembro foi no dia 23 dia em que fora registrado
404mm seguido da precipitaccedilatildeo ocorrida no dia 22 que foi 369 mm (Figura 5) A ocorrecircncia
de cheias pode estar relacionada a forma da bacia e suas caracteriacutesticas fiacutesicas que contribuem
na formaccedilatildeo de enchentes
Figura 5 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de dezembro de 2014
Fonte Inmet 2015
O mecircs de fevereiro (Figura 6) choveu na maior parte dos dias fato que pode ter
propiciado um empoccedilamento do solo e no dia 13 a ocorrecircncia de cheias em 20 minutos de
precipitaccedilatildeo todos os eventos de cheias foram no espaccedilo urbano compreende-se que a alguns
fatores como a compactaccedilatildeo exposiccedilatildeo do solo e baixa potencialidade de infiltraccedilatildeo podem
contribuir para as cheias ocorridas durante o periacuteodo investigado
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Precipitaccedilatildeo Diaacuteriasetemrbo
Precipitaccedilatildeo mmdia
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Precipitaccedilatildeo Diaacuteriadezembro
Precipitaccedilatildeo mmdia
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Figura 6 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de fevereiro de 2015
Fonte Inmet 2015
Nesse caso pode se destacar a amplitude altimeacutetrica que teve um valor de 60m como
se sabe que quanto maior for esse valor menor eacute a infiltraccedilatildeo ao longo da vertente e mais
raacutepida eacute o escoamento superficial possibilitando assim a ocorrecircncia de enchentes nos setores
de mais baixa altitude sendo um dos paracircmetros morfomeacutetricos que interfere no fenocircmeno
investigado
Outro fator que pode ter possibilitado as inundaccedilotildees foram os elevados iacutendices de
precipitaccedilatildeo nos meses de novembro dezembro e fevereiro atrelados a caracteriacutesticas dos
solos que no ponto onde ocorreram as inundaccedilotildees satildeo compostos de argissolos isso dificulta
ainda mais a infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo devido agrave capacidade que esse tipo de solo tem de reter
umidade dificultado a infiltraccedilatildeo e possibilitando o escoamento superficial com ecircnfase que
as enchentes ocorreram no espaccedilo urbano local este onde essas caracteriacutesticas satildeo mais
intensas
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao se fazer uma apreciaccedilatildeo de todos os paracircmetros que compotildeem a anaacutelise
morfomeacutetrica por meio de observaccedilatildeo pontos com alta suscetibilidade de enchentes
constatou-se que a Bacia do Rio Bonito possui uma alta suscetibilidade para desencadear
enchentes Isso ocorre pelo fato da bacia possuir uma aacuterea de captaccedilatildeo considerada pequena
no entanto esse potencial natildeo se estende por toda
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Precipitaccedilatildeo Diaacuteriafevereiro
Precipitaccedilatildeo mmdia
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A amplitude altimeacutetrica e o iacutendice de circularidade representam valores desfavoraacuteveis
pois bacias hidrograacuteficas com elevado iacutendice de circularidadeplanas tendem a ser propensas a
cheias revelando que a presente bacia eacute em grande parte plana e com formato circular
Apresenta relaccedilatildeo de relevo que demonstra elevado potencial para o desencadeamento
de enchentes principalmente a jusante onde se apresenta caracteriacutesticas planas e tambeacutem onde
ocorre o encontro de dois rios principais
As enchentes acontecem nas aacutereas impermeabilizadas da cidade nesse sentido ocorre
uma extrapolaccedilatildeo do leito fluvial para aacutereas ocupadas
Evidenciou-se tambeacutem que as enchentes se mostram mais graves na aacuterea urbana que
embora de pequena dimensatildeo na bacia apresenta elevado adensamento populacional
diferente de outros locais onde haacute menor concentraccedilatildeo de moradias em virtude da atividade
agriacutecola ou do relevo iacutengreme
Trabalho enviado em Junho de 2016
Trabalho aceito em Novembro de 2016
REFEREcircNCIAS
ANTONELI V THOMAZ E L Caracterizaccedilatildeo do meio fiacutesico da Bacia do Arroio Boa
Vista-Guamiranga-PR Caminhos de Geografia Uberlacircndia v8 n21 p46 ndash 58 Mar 2007
BRUBACHER J P OLIVEIRA GG GUASSELLI LA Suscetibilidade de enchentes a
partir da anaacutelise das variaacuteveis morfomeacutetricas na bacia hidrograacutefica do rio dos SinosRS In
XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO - SBSR 2011 Curitiba
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CARDOSO C A DIAS H C T SOARES CPB MARTINS S V Caracterizaccedilatildeo
Morfomeacutetrica da Bacia Hidrograacutefica Rio Debossan Nova Friburgo-RJ Aacutervore Viccedilosa v 30
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CECH T V Recursos Hiacutedricos histoacuteria desenvolvimento poliacutetica e gestatildeo Rio de Janeiro
LTC 2013
CHRISTOFOLETTI A Anaacutelise morfomeacutetrica de bacias hidrograacuteficas Notiacutecia
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STRAHLER A N Dynamic basis of Geomorphology Geological Society of America
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TOMINAGA L K SANTORO J AMARAL R (Org) Desastres Naturais conhecer para
prevenir 1ed2deg reimpressatildeo Satildeo Paulo Instituto Geoloacutegico 2009 p196
TUCCI CEM CLARKE RT Impactos das mudanccedilas da cobertura vegetal no escoamento
Revista Brasileira de Recursos Hiacutedricos v2 Porto Alegre-RS 1997 p135-152
VILLELA S M MATTOS A Hidrologia aplicada Satildeo Paulo McGraw-Hill do Brasil
1975 245p
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem a CAPES pela bolsa concedida ao primeiro autor e pela ajuda
financeira nos projetos das instituiccedilotildees de atuaccedilatildeo dos professores do programa de poacutes-
graduaccedilatildeo em Geografia da Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG e Universidade
estadual do Centro Oeste-UNICENTRO
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SUSCEPTIBILITY TO FLOODING FROM THE ANALYSIS OFMORPHOMETRIC
VARIAacuteVEIS IN BEAUTIFUL RIVER WATERSHED IN IRATI-PR-BRASIL
ABSTRACT The present work deals with the physical characterization of a hydrographic
system in the South Central region of Paranaacute State Brasil and cut the space basin Rio Bonito
in the city of Irati Has the main objective to introduce this morphometric analysis basin and
identify the possibility of their physical characteristics have correlation with the occurrence of
flooding in the watershed of the Rio Bonito with full features The morphometric analysis is
a methodology proposed by Christofoletti (1969) featuring quantitatively all elements within
a river basin allowing a proper interpretation of the phenomena and correlation with its
showed The data to perform a morphometric analysis were taken from the Cartographic base
of the Exeacutercito Brasileiro (1980) from which was extracted the basin boundaries and contours
and other indispensable for application of morphometric analysis as Equational process It
was also an image of the year 2012 granted by the Ministry of environment (MMA) The
variables analyzed were relief relationship circularity sinuosity and distance from the mouth
to the source drainage density and amplitude design The results obtained showed a high
potential for flooding in the basin mainly for having circular feature and amplitude low
elevations
Keywords Physical Parameters Floods The water catchment area
SUSCEPTIBILIDAD A LAS INUNDACIONES DESDE EL
ANAacuteLISIS DE MORFOMETRIacuteA ARIAacuteVEIS EN LA CUENCA DEL RIacuteO HERMOSO
EN IRATI-PR-BRASIL
RESUMEN El presente trabajo aborda la caracterizacioacuten fiacutesica de un sistema hidrograacutefico
en la regioacuten Sur Central del estado de Paranaacute Brasil y corta el espacio hermoso cuenca en la
ciudad de Irati El objetivo principal de introducir esta cuenca de anaacutelisis morfomeacutetricos e
identificar la posibilidad de sus caracteriacutesticas fiacutesicas tiene correlacioacuten con la ocurrencia de
inundaciones en la cuenca del de la Rio Bonito con caracteriacutesticas completas El anaacutelisis
morfomeacutetrico son una metodologiacutea propuesta por Christofoletti (1969) con cuantitativamente
todos los elementos dentro de una cuenca lo que permite una adecuada interpretacioacuten de los
fenoacutemenos y la correlacioacuten con su demostrado Los datos para realizar un anaacutelisis
morfomeacutetricos fueron tomados de la cartograacutefica base del Exeacutecito Brasileiro (1980)) del que
se extrajeron los liacutemites de Cuenca y contornos y otros indispensables para la aplicacioacuten del
anaacutelisis morfomeacutetrico como proceso ecuacional Era tambieacuten una imagen del antildeo 2012
otorgada por el Ministerio de medio ambiente MMA) () Las variables analizadas fueron la
relacioacuten de ayuda circularidad sinuosidad distancia de la desembocadura a la fuente
densidad de drenaje disentildeo de amplitud Los resultados obtenidos mostraron un alto potencial
de inundaciones en la cuenca principalmente por tener caracteriacutestica circular y elevaciones
baja amplitud Palavras-chave Parametros fiacutesicos Enchentes Bacia hidrograacutefica
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INTRODUCcedilAtildeO
A bacia hidrograacutefica ou de drenagem eacute uma aacuterea da superfiacutecie terrestre que drena
aacutegua sedimentos e materiais dissolvidos para uma saiacuteda comum num determinado ponto de
um canal fluvial (SILVA et al 2003)
De acordo com Guerra e Cunha (2006) a bacia hidrograacutefica contigua de qualquer
hierarquia estaacute interligada pelos divisores topograacuteficos formando uma rede onde cada uma
drena aacutegua material soacutelido e dissolvido para uma saiacuteda comum ou ponto terminal que pode
ser outro rio de hierarquia igual ou superior lago reservatoacuterio ou oceano
Para Coelho Neto (1995) a bacia hidrograacutefica corresponde a um sistema aberto que
recebe e devolve energia para o ambiente atraveacutes da ineacutercia produzida pelo sol e que
possibilita essa troca de energia que funciona com a entrada de radiaccedilatildeo solar e a saiacuteda de
aacutegua e sedimentos soluacuteveis
Conhecer as propriedades fiacutesicas de uma bacia eacute de grande importacircncia pois eacute no
acircmbito desta que se constitui a relaccedilatildeo homem-natureza Quando dentro de uma bacia
ocorrem enchentes inundaccedilotildees e demais cataacutestrofes a sociedade eacute a maior prejudicada desta
forma o conhecimento das caracteriacutesticas fiacutesicas das mesmas pode ser um grande aliado para
mitigar essa situaccedilatildeo problema
Estudiosos de diversos campos da ciecircncia tais como a Geografia Agronomia
Engenharias Florestal e Ambiental Sauacutede Puacuteblica Geociecircncias entre outras ao utilizarem a
bacia hidrograacutefica em seus estudos concluiacuteram que o resultado eacute a interdisciplinaridade na
interpretaccedilatildeo das observaccedilotildees o que leva ao aprimoramento da teoria conceitual e da
instrumentaccedilatildeo praacutetica nas questotildees ambientais (CARVALHO 2009)
Para Tominaga et al (2009) a compreensatildeo de enchentes eacute caracterizada pelo alcance
do niacutevel da calha do rio atingindo a maacutexima sem extrapolar jaacute o conceito inundaccedilatildeo eacute
caracterizado com a estrapolaccedilatildeo do canal
A produccedilatildeo espacial urbana torna-se prejudicial agraves condiccedilotildees do solo acarretando na
reduccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas da chuva devido agrave construccedilatildeo de casas loteamentos
estradas que impedem a infiltraccedilatildeo da aacutegua no solo e propiciando um aumento em sua vazatildeo
desencadeando uma seacuterie de problemas para a populaccedilatildeo como enchentes e inundaccedilotildees
Ao partir do exposto que a bacia hidrograacutefica aleacutem de representar porccedilotildees de terra
alagadas por um corpo drsquoaacutegua e seus afluentes representa tambeacutem uma analogia ao conceito
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de ecossistema as degradaccedilotildees identificadas nesse ambiente satildeo geralmente relacionadas ao
uso natildeo sustentaacutevel dos recursos naturais disponiacuteveis
Cech (2013 p 74) afirma que ldquoas inundaccedilotildees ocorrem quando a precipitaccedilatildeo e o
escoamento decorrente excedem a capacidade da calha fluvial de manter na mesma seccedilatildeo o
aumento da vazatildeordquo e que se tornam comuns e graves devido agrave influecircncia das atividades
humanas principalmente sendo resultante da pavimentaccedilatildeo da superfiacutecie Essas inundaccedilotildees
podem ser causadas por tempestades e chuvas intensas e contiacutenuas pelo derretimento de neve
e de calotas de gelo
A anaacutelise morfomeacutetrica para Antonelli e Thomaz (2007) eacute uma ferramenta de suma
importacircncia para gestatildeo dos recursos hiacutedricos pois permite prever a suscetibilidade da bacia a
fenocircmenos extremos como enchentes e inundaccedilotildees Segundo Christofoletti (1969) citado por
Silva et al (2003) a compreensatildeo e o estudo de aspectos relacionados com a drenagem
relevo geologia podem levar agrave elucidaccedilatildeo e compreensatildeo de diversas questotildees associadas a
dinacircmica ambiental local Todos estes elementos satildeo de vital importacircncia para a correta
interpretaccedilatildeo do funcionamento dos processos hidroloacutegicos na bacia (GOLDENFUM 2001)
Neste sentido o presente estudo foi realizado na bacia do Rio Bonito que estaacute inserida
em grande parte numa aacuterea rural com o objetivo de identificar as suas caracteriacutesticas fiacutesicas e
analisar as implicaccedilotildees dos paracircmetros morfomeacutetricos na eventualidade de enchentes com
objetivo de apresentar a anaacutelise morfomeacutetrica e identificar a relaccedilatildeo das caracteriacutesticas fiacutesicas
da bacia terem com a ocorrecircncia de enchentes na bacia em questatildeo
MATERIAIS E MEacuteTODOS
A base cartograacutefica utilizada foi a Carta Topograacutefica elaborada pela Diretoria de
Serviccedilos Geograacuteficos (DSG) do Exeacutercito Brasileiro (1980) escala 125000 folhas SG 22-X-
C1-4 (Irati) e SG-22-X-C-IV-2 (Rebouccedilas)
A partir dessas folhas foram retiradas informaccedilotildees como rede de drenagem curvas de
niacutevel e os dados necessaacuterios para a quantificaccedilatildeo e realizaccedilatildeo da anaacutelise morfomeacutetrica Foi
utilizada imagem RapidEye (2012) com resoluccedilatildeo espacial de 5 metros disponibilizada pelo
Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA (GEOCATALOGO 2014) Utilizaram-se os softwares
Quantum Gis versatildeo 26 e ArcGis 92 disponibilizados pela Universidade Estadual do Centro
Oeste-UEPG para a elaboraccedilatildeo dos mapas caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo e para suporte agrave
anaacutelise e integraccedilatildeo dos dados
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Os dados coletados de precipitaccedilatildeo e corresponderam o periacuteodo de julho de 2014 a
junho de 2015 a coleta de dados mensais foram extraiacutedos do site do Inmet- Instituto Nacional
de Meteorologia e comparados com a estaccedilatildeo pluviomeacutetrica do coleacutegio Florestal em Irati-PR
Procedimentos metodoloacutegicos
Para o desenvolvimento deste trabalho utilizou-se a metodologia desenvolvida por
Christofoletti (1969 1981) usada por autores como Tucci e Clarke (1997) Antoneli e Thomaz
(2007) entre outros que consiste em estudar os paracircmetros morfomeacutetricos de bacias
hidrograacuteficas Com base em Brubacher et al (2011) foram extraiacutedas variaacuteveis morfomeacutetricas
aacuterea periacutemetro da bacia amplitude altimeacutetrica ordenamento dos Canais Hierarquia dos
canais (Sistema de Strahler 1964) nuacutemero de Canais comprimento vetorial do canal
principal densidade de Drenagem iacutendice de Sinuosidade iacutendice de circularidade relaccedilatildeo do
Relevo Forma da Bacia e Coeficiente de Compacidade conforme equaccedilotildees utilizadas para a
anaacutelise segundo Christofoletti (1969) citado por Silva et al (2003) Cardoso et al (2006) e
Brubacher et al (2011) Conforme eacute descrita a seguir Aacuterea
Aacuterea eacute a variaacutevel morfomeacutetrica mais importante uma vez que reflete de modo geral o
volume de aacutegua que seraacute escoado pela bacia Quanto maior for a aacuterea da bacia maior seraacute o
volume de aacutegua que passaraacute pelo seu exutoacuterio incrementando o efeito das enchentes no
interior da bacia e a jusante da mesma Expressa em quilocircmetros quadrados (Kmsup2)
Christofoletti (1969) Christofoletti (1981)
Periacutemetro da bacia eacute o comprimento de uma linha imaginaacuteria ao longo do divisor de aacutegua
da bacia Expresso geralmente em quilocircmetros (Km)
Amplitude Altimeacutetrica variaccedilatildeo entre a altitude maacutexima e a altitude miacutenima da bacia
Define em parte a velocidade de escoamento Quanto maiores forem os valores mais raacutepido
eacute o escoamento reduzindo o acuacutemulo de aacutegua na bacia Geralmente quando existe elevada
amplitude altimeacutetrica o declive eacute mais acentuado a infiltraccedilatildeo tende a diminuir e a
velocidade de escoamento a aumentar Por outro lado esse fluxo em alta velocidade pode
incrementar o efeito das enchentes a jusante da bacia em setores mais baixos e planos
Christofoletti (1969) Christofoletti (1981)
Comprimento do canal principal eacute a distacircncia da nascente agrave foz expressa em Km
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Ordenamento dos Canais Hierarquia dos canais (Sistema de Strahler 1964) determina
que canais sem tributaacuterios satildeo considerados de primeira ordem canais de segunda ordem
surgem da confluecircncia de dois canais de primeira ordem e podem receber contribuiccedilatildeo de
canais primeira ordem os de terceira ordem resultam da confluecircncia de dois canais de
segunda ordem podendo tambeacutem receber tributaacuterios de primeira e segunda ordens e assim
sucessivamente
Nuacutemero de Canais Eacute o nuacutemero total de cursos de aacutegua que drenam a bacia Christofoletti
(1969) Christofoletti (1981)
Comprimento vetorial do canal principal eacute o comprimento dado em Km em linha reta
entre a nascente ateacute a foz do canal principal da bacia Christofoletti (1969) Christofoletti
(1981)
Densidade de Drenagem quanto maior a densidade de drenagem maior eacute a velocidade com
que a aacutegua atinge o rio incrementando o efeito de enchentes a jusante da bacia Em bacias
com substrato rochoso mais permeaacutevel a capacidade de formaccedilatildeo de canais eacute reduzida
diminuindo a densidade de drenagem Christofoletti (1969) Christofoletti (1981) Dada pela
foacutermula
(Eq 1)
Onde
Dd densidade de drenagem (km kmsup2)
L comprimento total dos rios ou canais (km)
A Aacuterea da bacia (kmsup2)
Iacutendice de Sinuosidade a relaccedilatildeo entre o comprimento verdadeiro do canal e o seu
comprimento vetorial permite identificar a sinuosidade Quanto maior o iacutendice menor a
velocidade do escoamento e consequentemente menor a suscetibilidade a enchentes a jusante
da bacia (maior retenccedilatildeo de aacutegua no interior da bacia) Foacutermula
(Eq 2)
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Onde Is Iacutendice de sinuosidade L comprimento do canal principal Dv comprimento
vetorial do canal principal (Km)
Iacutendice de circularidade Quanto mais circular maior a retenccedilatildeo de aacutegua na bacia
aumentando a suscetibilidade agraves enchentes e reduzindo os efeitos a jusante Obtida pela
foacutermula
(Eq 3)
Onde Ic Iacutendice de Circularidade A Aacuterea da bacia considerada em kmsup2
P Periacutemetro (Km)
Relaccedilatildeo do Relevo significa que quanto mais elevado o valor maior eacute sua amplitude
altimeacutetrica ao longo do canal principal da bacia nesse caso quanto menor o valor maior a
suscetibilidade de enchentes
(Eq 4)
Onde Rr eacute a relaccedilatildeo de relevo Hm eacute a amplitude topograacutefica maacutexima e Lb eacute o comprimento
da bacia
Forma da bacia A forma da bacia influencia na retenccedilatildeo da aacutegua
(Eq 5)
Onde Ff eacute o fator forma A eacute a aacuterea da bacia e L eacute o comprimento do eixo
Coeficiente de Compacidade O coeficiente de compacidade (Kc) relaciona a forma da bacia com
um ciacuterculo eacute um nuacutemero adimensional que varia com a forma da bacia independente de seu tamanho
(Eq 6)
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Onde onde Kc o coeficiente de compacidade P o periacutemetro (m) e A a aacuterea de drenagem (m2)
Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo
A bacia hidrograacutefica do Rio Bonito (Figura 1) onde foi desenvolvida a presente
pesquisa estaacute localizada na porccedilatildeo leste do municiacutepio de Irati-PR apresentando extensatildeo de
2038 kmsup2 e possui em grande parte uso agriacutecola e densa atividade urbana em um pequeno
espaccedilo da bacia na qual sofre com a ocorrecircncia de enchentes raacutepidas O loco das enchentes
nesta bacia se expressa com pontos vermelhos
Figura 1 - Localizaccedilatildeo da bacia hidrograacutefica do Rio Bonito Com a Classificaccedilatildeo de
Strahler (1964)
Fonte IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica 2010
A bacia do Rio Bonito eacute uma das contribuintes da bacia do Rio das Antas sendo esta
de grande relevacircncia pois abrange a maior parte do municiacutepio de Irati-PR A bacia tem dois
rios principais sendo eles Rio Bonito e Arroio do Meio possui 27 canais fluviais sendo uma
rede de drenagem de 4deg ordem (Strahler1964)
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As enchentes acontecem nas aacutereas impermeabilizadas da cidade pois ocorre uma
extrapolaccedilatildeo do leito fluvial para aacutereas ocupadas sendo que essa situaccedilatildeo se agrava pela
presenccedila de construccedilotildees irregulares e poucos espaccedilos para a infiltraccedilatildeo da aacutegua da chuva
Os solos que compotildeem a bacia do Rio Bonito satildeo latossolos argissolos nitossolos e
cambissolos (EMBRAPA 2007) Quanto a declividade a classe entre 45-75 situa-se ao
norte e nordeste da bacia no entanto possui pouca representatividade espacial uma vez que
abrangem apenas 10 da aacuterea total da bacia
Quanto a declividade a classe entre 45-75 situa-se ao norte e nordeste da bacia no
entanto possui pouca representatividade espacial uma vez que abrangem apenas 10 da aacuterea
total da bacia
A classe entre 20-40 (relevo forteondulado) possui a menor representatividade
espacial de todas as classes pois abrange apenas 5 de toda aacuterea e localiza-se sobretudo ao
norte e nordeste da bacia
A classe entre 8-20 (relevo ondulado) estaacute representada em 30 do total da bacia
e sua distribuiccedilatildeo espacial natildeo se concentra em apenas uma regiatildeo pois estaacute distribuiacuteda
homogeneamente Nesta classe se estabelecem o uso cultura e pastagem
A classe entre 3-8 (relevo suave ondulado) estaacute presente em grande parte da bacia
representando 55 do total da aacuterea tambeacutem estatildeo presentes diversos usos como cultivo
pastagem florestal Na classe de 0-3 estaacute presente a aacuterea urbanizada da bacia
A hipsometria (Figura 2) da bacia varia de 820 a 920 metros de altitude sendo a
porccedilatildeo norte a aacuterea com a maior elevaccedilatildeo o que explica a maior concentraccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e
menor grau de urbanizaccedilatildeo As aacutereas de menores declividade encontram-se na porccedilatildeo leste da
bacia local de sua maior ocupaccedilatildeo sobretudo proacuteximo a foz
RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
A presente bacia possui uma aacuterea de 2038 kmsup2 e um periacutemetro de 2164 km2 Na
realidade conforme apontam Christofoletti (1969) Silva et al (2003) e Brubacher et al
(2011) a variaacutevel aacuterea eacute tida como a mais importante pois quanto maior a aacuterea de recepccedilatildeo
de aacutegua maior seraacute o efeito de enchentes no interior da bacia e a jusante da mesma
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Figura 2- Hipsometria da Bacia do Rio bonito em Irati-PR
Fonte IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica 2010
Na anaacutelise do comportamento da bacia estudada constatou-se uma hierarquia fluvial
de 4ordf ordem com 27 canais fluviais (Tabelas 1) segundo classificaccedilatildeo proposta por Strahler
em 1952 (apud CHRISTOFOLETTI 1980) O nuacutemero de canais de primeira ordem se
apresentam em toda a extensatildeo da bacia O criteacuterio adotado de intervalo entre os resultados
negativos e positivos foram provenientes do trabalho de Christofoletti (1969) e Brubacher et
al (2011)
Tabela 1 Valores morfomeacutetricos da bacia hidrograacutefica Rio Bonito
Bacia Rio Bonito Resultados
Aacuterea 2038 Kmsup2
Periacutemetro 2164 km
Nuacutemero de canais 27 canais
Comprimento do canal Principal 744 km
Comprimento vetorial do canal principal 570 Km
Altitude maacutexima 920 m
Altitude miacutenima 820 m
Amplitude Altimeacutetrica 100 m
Ordem do coacuterrego 4deg ordem
Densidade de Drenagem 222 Kmkmsup2
Iacutendice de Sinuosidade 130 m
Iacutendice de Circularidade 054
Declividade predominante 25 deg
Relaccedilatildeo do Relevo 806
Forma da Bacia 0 89
Coeficiente de Compacidade 106
Comprimento total dos rios 121km
Fonte Autoria proacutepria
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O comprimento do canal principal foi de 744 km e o Comprimento vetorial do canal
principal 570 Km sendo a distacircncia da nascente a foz pequena devido ao tamanho da bacia
quanto menor a distacircncia da nascente a foz maior eacute a possibilidade de enchentes pois menor
eacute agrave distacircncia para a descarga de aacutegua (BRUBACHER et al2011)
A altitude da bacia do Rio Bonito eacute de 820 a 920 m e a amplitude altimeacutetrica
constatada para a bacia Rio Bonito foi de 100 m resultado considerado negativo pois quanto
maior eacute a amplitude maior eacute o impulso e velocidade do rio propiciando um melhor
escoamento a montante do rio e pior a jusante pois o maior acuacutemulo de aacutegua desencadeia
enchentes
Segundo Christofoletti (1969) citado por Silva et al (2003) densidades de drenagem
menores que 75 kmkmsup2 satildeo classificadas como de baixas as entre 75 kmkmsup2 e 10 kmkmsup2
meacutedias e as superiores a 10 kmkmsup2 altas
Deste modo a densidade de drenagem da bacia do Rio Bonito foi de 222 Kmkmsup2 ou
seja considerada baixa Esse fator sugere que esta bacia seja menos susceptiacutevel a enchentes
poreacutem natildeo eacute um fator isolado tendo a necessidade de avaliar em conjunto
Em relaccedilatildeo ao iacutendice de sinuosidade valores proacuteximos a 10 indicam que o canal
tende a ser retiliacuteneo jaacute os superiores a 20 indicam que os canais tendem a ser tortuosos e os
valores intermediaacuterios indicam formas transicionais regulares e irregulares (SCHUMM
1963)
A sinuosidade eacute influenciada pela carga de sedimentos pela caracteriacutestica litoloacutegica
estrutura geoloacutegica e pela declividade dos mesmos O iacutendice de sinuosidade da bacia do Rio
Bonito foi de 130 que retrata um canal retiliacuteneo e que favorece uma maior velocidade e
volume de aacutegua e sedimentos da nascente agrave foz
O iacutendice de circularidade da bacia tambeacutem ficou mais proacuteximo de 10 com 054 o que
indica que a bacia possui formato circular por ser circular e de pequena aacuterea pode ocorrecircncia
de cheias chuvas intensas em grande parte dessas aacutereas podendo estar propensa desta forma a
cheias em determinados pontos pois suas caracteriacutesticas indicam que a bacia se possui
formato circular e que a condiciona a ter mais probabilidade de cheias bacias alongadas
possuem menor concentraccedilatildeo do defluacutevio ao contraacuterio de bacias circulares (Villela e Mattos
1975)
A declividade predominante eacute de 25deg o que permite prever que a bacia do Rio Bonito
em sua grande parte apresenta aacutereas planificadas A Relaccedilatildeo de Relevo presente no recorte
espacial em epiacutegrafe relativamente baixa sendo de 806 (BRUBACHER et al 2011) Isto
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significa que a amplitude altimeacutetrica natildeo eacute representativa em todo comprimento do curso de
aacutegua o que faz com que a suscetibilidade de enchentes aumente pelo fato desta bacia ser em
sua maior parte plana
De acordo com o Fator de Forma a bacia apresentou um valor de 0 89 sendo assim
pode-se classifica-la como uma rede de drenagem circular pois valores proacuteximos a 10
indicam bacias circulares Atraveacutes deste valor pode-se inferir que a bacia tem maior risco de
inundaccedilotildees e cheias instantacircneas
O coeficiente de compacidade mostra-se proacuteximo da unidade (106) esse valor
associado ao fator de forma (089) indica que a bacia possui formato semelhante ao de uma
circunferecircncia correspondendo portanto agrave forma mais proacutexima de bacia circular
Com relaccedilatildeo aos iacutendices de precipitaccedilatildeo mensal que contribuiacuteram para as ocorrecircncias
de enchentes durante julho de 2014 a junho de 2015 obteve valores elevados nos meses de
setembro dezembro e fevereiro (Figura 3) Foram nesses meses que tambeacutem ocorreram agraves
inundaccedilotildees nos pontos apresentados na figura de localizaccedilatildeo
Figura 3 Precipitaccedilatildeo mensal-Julho de 2014 a Junho de 2015
Fonte Inmet 2015
Para uma melhor compreensatildeo das cheias apresentam-se a seguir os valores diaacuterios de
precipitaccedilatildeo dos meses de setembro dezembro e fevereiro meses em que teve a ocorrecircncia de
cheias
Os maiores valores de precipitaccedilatildeo no mecircs de setembro ocorreram nos dias 1 com 369
mm e dia 18 com 5622 mm (Figura 4) nesse dia houve ocorrecircncia de alagamento na aacuterea
urbana da bacia no encontro dos rios Bonito e Arroio do Meio a declividade nesse trecho eacute
inferior a 15 sendo nessa parte da bacia uma aacuterea mais plana favorecendo as cheias que
neste mecircs ocorreram nos primeiros 30 minutos de precipitaccedilatildeo
379 422
2602
864 1155
2129 1846
246
1072 847
1733
64
0
50
100
150
200
250
300
Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun
Precipitaccedilatildeo mensal em mm
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Figura 4 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de novembro de 2014
Fonte Inmet 2015
O registro de cheias no mecircs de dezembro foi no dia 23 dia em que fora registrado
404mm seguido da precipitaccedilatildeo ocorrida no dia 22 que foi 369 mm (Figura 5) A ocorrecircncia
de cheias pode estar relacionada a forma da bacia e suas caracteriacutesticas fiacutesicas que contribuem
na formaccedilatildeo de enchentes
Figura 5 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de dezembro de 2014
Fonte Inmet 2015
O mecircs de fevereiro (Figura 6) choveu na maior parte dos dias fato que pode ter
propiciado um empoccedilamento do solo e no dia 13 a ocorrecircncia de cheias em 20 minutos de
precipitaccedilatildeo todos os eventos de cheias foram no espaccedilo urbano compreende-se que a alguns
fatores como a compactaccedilatildeo exposiccedilatildeo do solo e baixa potencialidade de infiltraccedilatildeo podem
contribuir para as cheias ocorridas durante o periacuteodo investigado
369
17
201
0 0 0
75
0 0 0 0 0 0 07 08 0 0
562
89
09 0 0 166
216 26
26 132
55
192 134
0
50
100
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Precipitaccedilatildeo Diaacuteriasetemrbo
Precipitaccedilatildeo mmdia
0 0 0
154
0 0 0 0
92 92
02
31
12 0 0 0 0 0 0 02
0
369
404
17 38
36
0
5
09 02
133
0
10
20
30
40
50
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Precipitaccedilatildeo Diaacuteriadezembro
Precipitaccedilatildeo mmdia
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Figura 6 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de fevereiro de 2015
Fonte Inmet 2015
Nesse caso pode se destacar a amplitude altimeacutetrica que teve um valor de 60m como
se sabe que quanto maior for esse valor menor eacute a infiltraccedilatildeo ao longo da vertente e mais
raacutepida eacute o escoamento superficial possibilitando assim a ocorrecircncia de enchentes nos setores
de mais baixa altitude sendo um dos paracircmetros morfomeacutetricos que interfere no fenocircmeno
investigado
Outro fator que pode ter possibilitado as inundaccedilotildees foram os elevados iacutendices de
precipitaccedilatildeo nos meses de novembro dezembro e fevereiro atrelados a caracteriacutesticas dos
solos que no ponto onde ocorreram as inundaccedilotildees satildeo compostos de argissolos isso dificulta
ainda mais a infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo devido agrave capacidade que esse tipo de solo tem de reter
umidade dificultado a infiltraccedilatildeo e possibilitando o escoamento superficial com ecircnfase que
as enchentes ocorreram no espaccedilo urbano local este onde essas caracteriacutesticas satildeo mais
intensas
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao se fazer uma apreciaccedilatildeo de todos os paracircmetros que compotildeem a anaacutelise
morfomeacutetrica por meio de observaccedilatildeo pontos com alta suscetibilidade de enchentes
constatou-se que a Bacia do Rio Bonito possui uma alta suscetibilidade para desencadear
enchentes Isso ocorre pelo fato da bacia possuir uma aacuterea de captaccedilatildeo considerada pequena
no entanto esse potencial natildeo se estende por toda
0 0
236
10
02
58 0
74
0
48 0
106
433
138
258
02
102 303
32 49
61
16 0 0 77
0
319
46
0
10
20
30
40
50
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Precipitaccedilatildeo Diaacuteriafevereiro
Precipitaccedilatildeo mmdia
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A amplitude altimeacutetrica e o iacutendice de circularidade representam valores desfavoraacuteveis
pois bacias hidrograacuteficas com elevado iacutendice de circularidadeplanas tendem a ser propensas a
cheias revelando que a presente bacia eacute em grande parte plana e com formato circular
Apresenta relaccedilatildeo de relevo que demonstra elevado potencial para o desencadeamento
de enchentes principalmente a jusante onde se apresenta caracteriacutesticas planas e tambeacutem onde
ocorre o encontro de dois rios principais
As enchentes acontecem nas aacutereas impermeabilizadas da cidade nesse sentido ocorre
uma extrapolaccedilatildeo do leito fluvial para aacutereas ocupadas
Evidenciou-se tambeacutem que as enchentes se mostram mais graves na aacuterea urbana que
embora de pequena dimensatildeo na bacia apresenta elevado adensamento populacional
diferente de outros locais onde haacute menor concentraccedilatildeo de moradias em virtude da atividade
agriacutecola ou do relevo iacutengreme
Trabalho enviado em Junho de 2016
Trabalho aceito em Novembro de 2016
REFEREcircNCIAS
ANTONELI V THOMAZ E L Caracterizaccedilatildeo do meio fiacutesico da Bacia do Arroio Boa
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VILLELA S M MATTOS A Hidrologia aplicada Satildeo Paulo McGraw-Hill do Brasil
1975 245p
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem a CAPES pela bolsa concedida ao primeiro autor e pela ajuda
financeira nos projetos das instituiccedilotildees de atuaccedilatildeo dos professores do programa de poacutes-
graduaccedilatildeo em Geografia da Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG e Universidade
estadual do Centro Oeste-UNICENTRO
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INTRODUCcedilAtildeO
A bacia hidrograacutefica ou de drenagem eacute uma aacuterea da superfiacutecie terrestre que drena
aacutegua sedimentos e materiais dissolvidos para uma saiacuteda comum num determinado ponto de
um canal fluvial (SILVA et al 2003)
De acordo com Guerra e Cunha (2006) a bacia hidrograacutefica contigua de qualquer
hierarquia estaacute interligada pelos divisores topograacuteficos formando uma rede onde cada uma
drena aacutegua material soacutelido e dissolvido para uma saiacuteda comum ou ponto terminal que pode
ser outro rio de hierarquia igual ou superior lago reservatoacuterio ou oceano
Para Coelho Neto (1995) a bacia hidrograacutefica corresponde a um sistema aberto que
recebe e devolve energia para o ambiente atraveacutes da ineacutercia produzida pelo sol e que
possibilita essa troca de energia que funciona com a entrada de radiaccedilatildeo solar e a saiacuteda de
aacutegua e sedimentos soluacuteveis
Conhecer as propriedades fiacutesicas de uma bacia eacute de grande importacircncia pois eacute no
acircmbito desta que se constitui a relaccedilatildeo homem-natureza Quando dentro de uma bacia
ocorrem enchentes inundaccedilotildees e demais cataacutestrofes a sociedade eacute a maior prejudicada desta
forma o conhecimento das caracteriacutesticas fiacutesicas das mesmas pode ser um grande aliado para
mitigar essa situaccedilatildeo problema
Estudiosos de diversos campos da ciecircncia tais como a Geografia Agronomia
Engenharias Florestal e Ambiental Sauacutede Puacuteblica Geociecircncias entre outras ao utilizarem a
bacia hidrograacutefica em seus estudos concluiacuteram que o resultado eacute a interdisciplinaridade na
interpretaccedilatildeo das observaccedilotildees o que leva ao aprimoramento da teoria conceitual e da
instrumentaccedilatildeo praacutetica nas questotildees ambientais (CARVALHO 2009)
Para Tominaga et al (2009) a compreensatildeo de enchentes eacute caracterizada pelo alcance
do niacutevel da calha do rio atingindo a maacutexima sem extrapolar jaacute o conceito inundaccedilatildeo eacute
caracterizado com a estrapolaccedilatildeo do canal
A produccedilatildeo espacial urbana torna-se prejudicial agraves condiccedilotildees do solo acarretando na
reduccedilatildeo da infiltraccedilatildeo das aacuteguas da chuva devido agrave construccedilatildeo de casas loteamentos
estradas que impedem a infiltraccedilatildeo da aacutegua no solo e propiciando um aumento em sua vazatildeo
desencadeando uma seacuterie de problemas para a populaccedilatildeo como enchentes e inundaccedilotildees
Ao partir do exposto que a bacia hidrograacutefica aleacutem de representar porccedilotildees de terra
alagadas por um corpo drsquoaacutegua e seus afluentes representa tambeacutem uma analogia ao conceito
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de ecossistema as degradaccedilotildees identificadas nesse ambiente satildeo geralmente relacionadas ao
uso natildeo sustentaacutevel dos recursos naturais disponiacuteveis
Cech (2013 p 74) afirma que ldquoas inundaccedilotildees ocorrem quando a precipitaccedilatildeo e o
escoamento decorrente excedem a capacidade da calha fluvial de manter na mesma seccedilatildeo o
aumento da vazatildeordquo e que se tornam comuns e graves devido agrave influecircncia das atividades
humanas principalmente sendo resultante da pavimentaccedilatildeo da superfiacutecie Essas inundaccedilotildees
podem ser causadas por tempestades e chuvas intensas e contiacutenuas pelo derretimento de neve
e de calotas de gelo
A anaacutelise morfomeacutetrica para Antonelli e Thomaz (2007) eacute uma ferramenta de suma
importacircncia para gestatildeo dos recursos hiacutedricos pois permite prever a suscetibilidade da bacia a
fenocircmenos extremos como enchentes e inundaccedilotildees Segundo Christofoletti (1969) citado por
Silva et al (2003) a compreensatildeo e o estudo de aspectos relacionados com a drenagem
relevo geologia podem levar agrave elucidaccedilatildeo e compreensatildeo de diversas questotildees associadas a
dinacircmica ambiental local Todos estes elementos satildeo de vital importacircncia para a correta
interpretaccedilatildeo do funcionamento dos processos hidroloacutegicos na bacia (GOLDENFUM 2001)
Neste sentido o presente estudo foi realizado na bacia do Rio Bonito que estaacute inserida
em grande parte numa aacuterea rural com o objetivo de identificar as suas caracteriacutesticas fiacutesicas e
analisar as implicaccedilotildees dos paracircmetros morfomeacutetricos na eventualidade de enchentes com
objetivo de apresentar a anaacutelise morfomeacutetrica e identificar a relaccedilatildeo das caracteriacutesticas fiacutesicas
da bacia terem com a ocorrecircncia de enchentes na bacia em questatildeo
MATERIAIS E MEacuteTODOS
A base cartograacutefica utilizada foi a Carta Topograacutefica elaborada pela Diretoria de
Serviccedilos Geograacuteficos (DSG) do Exeacutercito Brasileiro (1980) escala 125000 folhas SG 22-X-
C1-4 (Irati) e SG-22-X-C-IV-2 (Rebouccedilas)
A partir dessas folhas foram retiradas informaccedilotildees como rede de drenagem curvas de
niacutevel e os dados necessaacuterios para a quantificaccedilatildeo e realizaccedilatildeo da anaacutelise morfomeacutetrica Foi
utilizada imagem RapidEye (2012) com resoluccedilatildeo espacial de 5 metros disponibilizada pelo
Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA (GEOCATALOGO 2014) Utilizaram-se os softwares
Quantum Gis versatildeo 26 e ArcGis 92 disponibilizados pela Universidade Estadual do Centro
Oeste-UEPG para a elaboraccedilatildeo dos mapas caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo e para suporte agrave
anaacutelise e integraccedilatildeo dos dados
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Os dados coletados de precipitaccedilatildeo e corresponderam o periacuteodo de julho de 2014 a
junho de 2015 a coleta de dados mensais foram extraiacutedos do site do Inmet- Instituto Nacional
de Meteorologia e comparados com a estaccedilatildeo pluviomeacutetrica do coleacutegio Florestal em Irati-PR
Procedimentos metodoloacutegicos
Para o desenvolvimento deste trabalho utilizou-se a metodologia desenvolvida por
Christofoletti (1969 1981) usada por autores como Tucci e Clarke (1997) Antoneli e Thomaz
(2007) entre outros que consiste em estudar os paracircmetros morfomeacutetricos de bacias
hidrograacuteficas Com base em Brubacher et al (2011) foram extraiacutedas variaacuteveis morfomeacutetricas
aacuterea periacutemetro da bacia amplitude altimeacutetrica ordenamento dos Canais Hierarquia dos
canais (Sistema de Strahler 1964) nuacutemero de Canais comprimento vetorial do canal
principal densidade de Drenagem iacutendice de Sinuosidade iacutendice de circularidade relaccedilatildeo do
Relevo Forma da Bacia e Coeficiente de Compacidade conforme equaccedilotildees utilizadas para a
anaacutelise segundo Christofoletti (1969) citado por Silva et al (2003) Cardoso et al (2006) e
Brubacher et al (2011) Conforme eacute descrita a seguir Aacuterea
Aacuterea eacute a variaacutevel morfomeacutetrica mais importante uma vez que reflete de modo geral o
volume de aacutegua que seraacute escoado pela bacia Quanto maior for a aacuterea da bacia maior seraacute o
volume de aacutegua que passaraacute pelo seu exutoacuterio incrementando o efeito das enchentes no
interior da bacia e a jusante da mesma Expressa em quilocircmetros quadrados (Kmsup2)
Christofoletti (1969) Christofoletti (1981)
Periacutemetro da bacia eacute o comprimento de uma linha imaginaacuteria ao longo do divisor de aacutegua
da bacia Expresso geralmente em quilocircmetros (Km)
Amplitude Altimeacutetrica variaccedilatildeo entre a altitude maacutexima e a altitude miacutenima da bacia
Define em parte a velocidade de escoamento Quanto maiores forem os valores mais raacutepido
eacute o escoamento reduzindo o acuacutemulo de aacutegua na bacia Geralmente quando existe elevada
amplitude altimeacutetrica o declive eacute mais acentuado a infiltraccedilatildeo tende a diminuir e a
velocidade de escoamento a aumentar Por outro lado esse fluxo em alta velocidade pode
incrementar o efeito das enchentes a jusante da bacia em setores mais baixos e planos
Christofoletti (1969) Christofoletti (1981)
Comprimento do canal principal eacute a distacircncia da nascente agrave foz expressa em Km
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Ordenamento dos Canais Hierarquia dos canais (Sistema de Strahler 1964) determina
que canais sem tributaacuterios satildeo considerados de primeira ordem canais de segunda ordem
surgem da confluecircncia de dois canais de primeira ordem e podem receber contribuiccedilatildeo de
canais primeira ordem os de terceira ordem resultam da confluecircncia de dois canais de
segunda ordem podendo tambeacutem receber tributaacuterios de primeira e segunda ordens e assim
sucessivamente
Nuacutemero de Canais Eacute o nuacutemero total de cursos de aacutegua que drenam a bacia Christofoletti
(1969) Christofoletti (1981)
Comprimento vetorial do canal principal eacute o comprimento dado em Km em linha reta
entre a nascente ateacute a foz do canal principal da bacia Christofoletti (1969) Christofoletti
(1981)
Densidade de Drenagem quanto maior a densidade de drenagem maior eacute a velocidade com
que a aacutegua atinge o rio incrementando o efeito de enchentes a jusante da bacia Em bacias
com substrato rochoso mais permeaacutevel a capacidade de formaccedilatildeo de canais eacute reduzida
diminuindo a densidade de drenagem Christofoletti (1969) Christofoletti (1981) Dada pela
foacutermula
(Eq 1)
Onde
Dd densidade de drenagem (km kmsup2)
L comprimento total dos rios ou canais (km)
A Aacuterea da bacia (kmsup2)
Iacutendice de Sinuosidade a relaccedilatildeo entre o comprimento verdadeiro do canal e o seu
comprimento vetorial permite identificar a sinuosidade Quanto maior o iacutendice menor a
velocidade do escoamento e consequentemente menor a suscetibilidade a enchentes a jusante
da bacia (maior retenccedilatildeo de aacutegua no interior da bacia) Foacutermula
(Eq 2)
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Onde Is Iacutendice de sinuosidade L comprimento do canal principal Dv comprimento
vetorial do canal principal (Km)
Iacutendice de circularidade Quanto mais circular maior a retenccedilatildeo de aacutegua na bacia
aumentando a suscetibilidade agraves enchentes e reduzindo os efeitos a jusante Obtida pela
foacutermula
(Eq 3)
Onde Ic Iacutendice de Circularidade A Aacuterea da bacia considerada em kmsup2
P Periacutemetro (Km)
Relaccedilatildeo do Relevo significa que quanto mais elevado o valor maior eacute sua amplitude
altimeacutetrica ao longo do canal principal da bacia nesse caso quanto menor o valor maior a
suscetibilidade de enchentes
(Eq 4)
Onde Rr eacute a relaccedilatildeo de relevo Hm eacute a amplitude topograacutefica maacutexima e Lb eacute o comprimento
da bacia
Forma da bacia A forma da bacia influencia na retenccedilatildeo da aacutegua
(Eq 5)
Onde Ff eacute o fator forma A eacute a aacuterea da bacia e L eacute o comprimento do eixo
Coeficiente de Compacidade O coeficiente de compacidade (Kc) relaciona a forma da bacia com
um ciacuterculo eacute um nuacutemero adimensional que varia com a forma da bacia independente de seu tamanho
(Eq 6)
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Onde onde Kc o coeficiente de compacidade P o periacutemetro (m) e A a aacuterea de drenagem (m2)
Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo
A bacia hidrograacutefica do Rio Bonito (Figura 1) onde foi desenvolvida a presente
pesquisa estaacute localizada na porccedilatildeo leste do municiacutepio de Irati-PR apresentando extensatildeo de
2038 kmsup2 e possui em grande parte uso agriacutecola e densa atividade urbana em um pequeno
espaccedilo da bacia na qual sofre com a ocorrecircncia de enchentes raacutepidas O loco das enchentes
nesta bacia se expressa com pontos vermelhos
Figura 1 - Localizaccedilatildeo da bacia hidrograacutefica do Rio Bonito Com a Classificaccedilatildeo de
Strahler (1964)
Fonte IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica 2010
A bacia do Rio Bonito eacute uma das contribuintes da bacia do Rio das Antas sendo esta
de grande relevacircncia pois abrange a maior parte do municiacutepio de Irati-PR A bacia tem dois
rios principais sendo eles Rio Bonito e Arroio do Meio possui 27 canais fluviais sendo uma
rede de drenagem de 4deg ordem (Strahler1964)
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As enchentes acontecem nas aacutereas impermeabilizadas da cidade pois ocorre uma
extrapolaccedilatildeo do leito fluvial para aacutereas ocupadas sendo que essa situaccedilatildeo se agrava pela
presenccedila de construccedilotildees irregulares e poucos espaccedilos para a infiltraccedilatildeo da aacutegua da chuva
Os solos que compotildeem a bacia do Rio Bonito satildeo latossolos argissolos nitossolos e
cambissolos (EMBRAPA 2007) Quanto a declividade a classe entre 45-75 situa-se ao
norte e nordeste da bacia no entanto possui pouca representatividade espacial uma vez que
abrangem apenas 10 da aacuterea total da bacia
Quanto a declividade a classe entre 45-75 situa-se ao norte e nordeste da bacia no
entanto possui pouca representatividade espacial uma vez que abrangem apenas 10 da aacuterea
total da bacia
A classe entre 20-40 (relevo forteondulado) possui a menor representatividade
espacial de todas as classes pois abrange apenas 5 de toda aacuterea e localiza-se sobretudo ao
norte e nordeste da bacia
A classe entre 8-20 (relevo ondulado) estaacute representada em 30 do total da bacia
e sua distribuiccedilatildeo espacial natildeo se concentra em apenas uma regiatildeo pois estaacute distribuiacuteda
homogeneamente Nesta classe se estabelecem o uso cultura e pastagem
A classe entre 3-8 (relevo suave ondulado) estaacute presente em grande parte da bacia
representando 55 do total da aacuterea tambeacutem estatildeo presentes diversos usos como cultivo
pastagem florestal Na classe de 0-3 estaacute presente a aacuterea urbanizada da bacia
A hipsometria (Figura 2) da bacia varia de 820 a 920 metros de altitude sendo a
porccedilatildeo norte a aacuterea com a maior elevaccedilatildeo o que explica a maior concentraccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e
menor grau de urbanizaccedilatildeo As aacutereas de menores declividade encontram-se na porccedilatildeo leste da
bacia local de sua maior ocupaccedilatildeo sobretudo proacuteximo a foz
RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
A presente bacia possui uma aacuterea de 2038 kmsup2 e um periacutemetro de 2164 km2 Na
realidade conforme apontam Christofoletti (1969) Silva et al (2003) e Brubacher et al
(2011) a variaacutevel aacuterea eacute tida como a mais importante pois quanto maior a aacuterea de recepccedilatildeo
de aacutegua maior seraacute o efeito de enchentes no interior da bacia e a jusante da mesma
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Figura 2- Hipsometria da Bacia do Rio bonito em Irati-PR
Fonte IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica 2010
Na anaacutelise do comportamento da bacia estudada constatou-se uma hierarquia fluvial
de 4ordf ordem com 27 canais fluviais (Tabelas 1) segundo classificaccedilatildeo proposta por Strahler
em 1952 (apud CHRISTOFOLETTI 1980) O nuacutemero de canais de primeira ordem se
apresentam em toda a extensatildeo da bacia O criteacuterio adotado de intervalo entre os resultados
negativos e positivos foram provenientes do trabalho de Christofoletti (1969) e Brubacher et
al (2011)
Tabela 1 Valores morfomeacutetricos da bacia hidrograacutefica Rio Bonito
Bacia Rio Bonito Resultados
Aacuterea 2038 Kmsup2
Periacutemetro 2164 km
Nuacutemero de canais 27 canais
Comprimento do canal Principal 744 km
Comprimento vetorial do canal principal 570 Km
Altitude maacutexima 920 m
Altitude miacutenima 820 m
Amplitude Altimeacutetrica 100 m
Ordem do coacuterrego 4deg ordem
Densidade de Drenagem 222 Kmkmsup2
Iacutendice de Sinuosidade 130 m
Iacutendice de Circularidade 054
Declividade predominante 25 deg
Relaccedilatildeo do Relevo 806
Forma da Bacia 0 89
Coeficiente de Compacidade 106
Comprimento total dos rios 121km
Fonte Autoria proacutepria
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O comprimento do canal principal foi de 744 km e o Comprimento vetorial do canal
principal 570 Km sendo a distacircncia da nascente a foz pequena devido ao tamanho da bacia
quanto menor a distacircncia da nascente a foz maior eacute a possibilidade de enchentes pois menor
eacute agrave distacircncia para a descarga de aacutegua (BRUBACHER et al2011)
A altitude da bacia do Rio Bonito eacute de 820 a 920 m e a amplitude altimeacutetrica
constatada para a bacia Rio Bonito foi de 100 m resultado considerado negativo pois quanto
maior eacute a amplitude maior eacute o impulso e velocidade do rio propiciando um melhor
escoamento a montante do rio e pior a jusante pois o maior acuacutemulo de aacutegua desencadeia
enchentes
Segundo Christofoletti (1969) citado por Silva et al (2003) densidades de drenagem
menores que 75 kmkmsup2 satildeo classificadas como de baixas as entre 75 kmkmsup2 e 10 kmkmsup2
meacutedias e as superiores a 10 kmkmsup2 altas
Deste modo a densidade de drenagem da bacia do Rio Bonito foi de 222 Kmkmsup2 ou
seja considerada baixa Esse fator sugere que esta bacia seja menos susceptiacutevel a enchentes
poreacutem natildeo eacute um fator isolado tendo a necessidade de avaliar em conjunto
Em relaccedilatildeo ao iacutendice de sinuosidade valores proacuteximos a 10 indicam que o canal
tende a ser retiliacuteneo jaacute os superiores a 20 indicam que os canais tendem a ser tortuosos e os
valores intermediaacuterios indicam formas transicionais regulares e irregulares (SCHUMM
1963)
A sinuosidade eacute influenciada pela carga de sedimentos pela caracteriacutestica litoloacutegica
estrutura geoloacutegica e pela declividade dos mesmos O iacutendice de sinuosidade da bacia do Rio
Bonito foi de 130 que retrata um canal retiliacuteneo e que favorece uma maior velocidade e
volume de aacutegua e sedimentos da nascente agrave foz
O iacutendice de circularidade da bacia tambeacutem ficou mais proacuteximo de 10 com 054 o que
indica que a bacia possui formato circular por ser circular e de pequena aacuterea pode ocorrecircncia
de cheias chuvas intensas em grande parte dessas aacutereas podendo estar propensa desta forma a
cheias em determinados pontos pois suas caracteriacutesticas indicam que a bacia se possui
formato circular e que a condiciona a ter mais probabilidade de cheias bacias alongadas
possuem menor concentraccedilatildeo do defluacutevio ao contraacuterio de bacias circulares (Villela e Mattos
1975)
A declividade predominante eacute de 25deg o que permite prever que a bacia do Rio Bonito
em sua grande parte apresenta aacutereas planificadas A Relaccedilatildeo de Relevo presente no recorte
espacial em epiacutegrafe relativamente baixa sendo de 806 (BRUBACHER et al 2011) Isto
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significa que a amplitude altimeacutetrica natildeo eacute representativa em todo comprimento do curso de
aacutegua o que faz com que a suscetibilidade de enchentes aumente pelo fato desta bacia ser em
sua maior parte plana
De acordo com o Fator de Forma a bacia apresentou um valor de 0 89 sendo assim
pode-se classifica-la como uma rede de drenagem circular pois valores proacuteximos a 10
indicam bacias circulares Atraveacutes deste valor pode-se inferir que a bacia tem maior risco de
inundaccedilotildees e cheias instantacircneas
O coeficiente de compacidade mostra-se proacuteximo da unidade (106) esse valor
associado ao fator de forma (089) indica que a bacia possui formato semelhante ao de uma
circunferecircncia correspondendo portanto agrave forma mais proacutexima de bacia circular
Com relaccedilatildeo aos iacutendices de precipitaccedilatildeo mensal que contribuiacuteram para as ocorrecircncias
de enchentes durante julho de 2014 a junho de 2015 obteve valores elevados nos meses de
setembro dezembro e fevereiro (Figura 3) Foram nesses meses que tambeacutem ocorreram agraves
inundaccedilotildees nos pontos apresentados na figura de localizaccedilatildeo
Figura 3 Precipitaccedilatildeo mensal-Julho de 2014 a Junho de 2015
Fonte Inmet 2015
Para uma melhor compreensatildeo das cheias apresentam-se a seguir os valores diaacuterios de
precipitaccedilatildeo dos meses de setembro dezembro e fevereiro meses em que teve a ocorrecircncia de
cheias
Os maiores valores de precipitaccedilatildeo no mecircs de setembro ocorreram nos dias 1 com 369
mm e dia 18 com 5622 mm (Figura 4) nesse dia houve ocorrecircncia de alagamento na aacuterea
urbana da bacia no encontro dos rios Bonito e Arroio do Meio a declividade nesse trecho eacute
inferior a 15 sendo nessa parte da bacia uma aacuterea mais plana favorecendo as cheias que
neste mecircs ocorreram nos primeiros 30 minutos de precipitaccedilatildeo
379 422
2602
864 1155
2129 1846
246
1072 847
1733
64
0
50
100
150
200
250
300
Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun
Precipitaccedilatildeo mensal em mm
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Figura 4 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de novembro de 2014
Fonte Inmet 2015
O registro de cheias no mecircs de dezembro foi no dia 23 dia em que fora registrado
404mm seguido da precipitaccedilatildeo ocorrida no dia 22 que foi 369 mm (Figura 5) A ocorrecircncia
de cheias pode estar relacionada a forma da bacia e suas caracteriacutesticas fiacutesicas que contribuem
na formaccedilatildeo de enchentes
Figura 5 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de dezembro de 2014
Fonte Inmet 2015
O mecircs de fevereiro (Figura 6) choveu na maior parte dos dias fato que pode ter
propiciado um empoccedilamento do solo e no dia 13 a ocorrecircncia de cheias em 20 minutos de
precipitaccedilatildeo todos os eventos de cheias foram no espaccedilo urbano compreende-se que a alguns
fatores como a compactaccedilatildeo exposiccedilatildeo do solo e baixa potencialidade de infiltraccedilatildeo podem
contribuir para as cheias ocorridas durante o periacuteodo investigado
369
17
201
0 0 0
75
0 0 0 0 0 0 07 08 0 0
562
89
09 0 0 166
216 26
26 132
55
192 134
0
50
100
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Precipitaccedilatildeo Diaacuteriasetemrbo
Precipitaccedilatildeo mmdia
0 0 0
154
0 0 0 0
92 92
02
31
12 0 0 0 0 0 0 02
0
369
404
17 38
36
0
5
09 02
133
0
10
20
30
40
50
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Precipitaccedilatildeo Diaacuteriadezembro
Precipitaccedilatildeo mmdia
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Figura 6 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de fevereiro de 2015
Fonte Inmet 2015
Nesse caso pode se destacar a amplitude altimeacutetrica que teve um valor de 60m como
se sabe que quanto maior for esse valor menor eacute a infiltraccedilatildeo ao longo da vertente e mais
raacutepida eacute o escoamento superficial possibilitando assim a ocorrecircncia de enchentes nos setores
de mais baixa altitude sendo um dos paracircmetros morfomeacutetricos que interfere no fenocircmeno
investigado
Outro fator que pode ter possibilitado as inundaccedilotildees foram os elevados iacutendices de
precipitaccedilatildeo nos meses de novembro dezembro e fevereiro atrelados a caracteriacutesticas dos
solos que no ponto onde ocorreram as inundaccedilotildees satildeo compostos de argissolos isso dificulta
ainda mais a infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo devido agrave capacidade que esse tipo de solo tem de reter
umidade dificultado a infiltraccedilatildeo e possibilitando o escoamento superficial com ecircnfase que
as enchentes ocorreram no espaccedilo urbano local este onde essas caracteriacutesticas satildeo mais
intensas
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao se fazer uma apreciaccedilatildeo de todos os paracircmetros que compotildeem a anaacutelise
morfomeacutetrica por meio de observaccedilatildeo pontos com alta suscetibilidade de enchentes
constatou-se que a Bacia do Rio Bonito possui uma alta suscetibilidade para desencadear
enchentes Isso ocorre pelo fato da bacia possuir uma aacuterea de captaccedilatildeo considerada pequena
no entanto esse potencial natildeo se estende por toda
0 0
236
10
02
58 0
74
0
48 0
106
433
138
258
02
102 303
32 49
61
16 0 0 77
0
319
46
0
10
20
30
40
50
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Precipitaccedilatildeo Diaacuteriafevereiro
Precipitaccedilatildeo mmdia
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A amplitude altimeacutetrica e o iacutendice de circularidade representam valores desfavoraacuteveis
pois bacias hidrograacuteficas com elevado iacutendice de circularidadeplanas tendem a ser propensas a
cheias revelando que a presente bacia eacute em grande parte plana e com formato circular
Apresenta relaccedilatildeo de relevo que demonstra elevado potencial para o desencadeamento
de enchentes principalmente a jusante onde se apresenta caracteriacutesticas planas e tambeacutem onde
ocorre o encontro de dois rios principais
As enchentes acontecem nas aacutereas impermeabilizadas da cidade nesse sentido ocorre
uma extrapolaccedilatildeo do leito fluvial para aacutereas ocupadas
Evidenciou-se tambeacutem que as enchentes se mostram mais graves na aacuterea urbana que
embora de pequena dimensatildeo na bacia apresenta elevado adensamento populacional
diferente de outros locais onde haacute menor concentraccedilatildeo de moradias em virtude da atividade
agriacutecola ou do relevo iacutengreme
Trabalho enviado em Junho de 2016
Trabalho aceito em Novembro de 2016
REFEREcircNCIAS
ANTONELI V THOMAZ E L Caracterizaccedilatildeo do meio fiacutesico da Bacia do Arroio Boa
Vista-Guamiranga-PR Caminhos de Geografia Uberlacircndia v8 n21 p46 ndash 58 Mar 2007
BRUBACHER J P OLIVEIRA GG GUASSELLI LA Suscetibilidade de enchentes a
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VILLELA S M MATTOS A Hidrologia aplicada Satildeo Paulo McGraw-Hill do Brasil
1975 245p
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem a CAPES pela bolsa concedida ao primeiro autor e pela ajuda
financeira nos projetos das instituiccedilotildees de atuaccedilatildeo dos professores do programa de poacutes-
graduaccedilatildeo em Geografia da Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG e Universidade
estadual do Centro Oeste-UNICENTRO
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de ecossistema as degradaccedilotildees identificadas nesse ambiente satildeo geralmente relacionadas ao
uso natildeo sustentaacutevel dos recursos naturais disponiacuteveis
Cech (2013 p 74) afirma que ldquoas inundaccedilotildees ocorrem quando a precipitaccedilatildeo e o
escoamento decorrente excedem a capacidade da calha fluvial de manter na mesma seccedilatildeo o
aumento da vazatildeordquo e que se tornam comuns e graves devido agrave influecircncia das atividades
humanas principalmente sendo resultante da pavimentaccedilatildeo da superfiacutecie Essas inundaccedilotildees
podem ser causadas por tempestades e chuvas intensas e contiacutenuas pelo derretimento de neve
e de calotas de gelo
A anaacutelise morfomeacutetrica para Antonelli e Thomaz (2007) eacute uma ferramenta de suma
importacircncia para gestatildeo dos recursos hiacutedricos pois permite prever a suscetibilidade da bacia a
fenocircmenos extremos como enchentes e inundaccedilotildees Segundo Christofoletti (1969) citado por
Silva et al (2003) a compreensatildeo e o estudo de aspectos relacionados com a drenagem
relevo geologia podem levar agrave elucidaccedilatildeo e compreensatildeo de diversas questotildees associadas a
dinacircmica ambiental local Todos estes elementos satildeo de vital importacircncia para a correta
interpretaccedilatildeo do funcionamento dos processos hidroloacutegicos na bacia (GOLDENFUM 2001)
Neste sentido o presente estudo foi realizado na bacia do Rio Bonito que estaacute inserida
em grande parte numa aacuterea rural com o objetivo de identificar as suas caracteriacutesticas fiacutesicas e
analisar as implicaccedilotildees dos paracircmetros morfomeacutetricos na eventualidade de enchentes com
objetivo de apresentar a anaacutelise morfomeacutetrica e identificar a relaccedilatildeo das caracteriacutesticas fiacutesicas
da bacia terem com a ocorrecircncia de enchentes na bacia em questatildeo
MATERIAIS E MEacuteTODOS
A base cartograacutefica utilizada foi a Carta Topograacutefica elaborada pela Diretoria de
Serviccedilos Geograacuteficos (DSG) do Exeacutercito Brasileiro (1980) escala 125000 folhas SG 22-X-
C1-4 (Irati) e SG-22-X-C-IV-2 (Rebouccedilas)
A partir dessas folhas foram retiradas informaccedilotildees como rede de drenagem curvas de
niacutevel e os dados necessaacuterios para a quantificaccedilatildeo e realizaccedilatildeo da anaacutelise morfomeacutetrica Foi
utilizada imagem RapidEye (2012) com resoluccedilatildeo espacial de 5 metros disponibilizada pelo
Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA (GEOCATALOGO 2014) Utilizaram-se os softwares
Quantum Gis versatildeo 26 e ArcGis 92 disponibilizados pela Universidade Estadual do Centro
Oeste-UEPG para a elaboraccedilatildeo dos mapas caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo e para suporte agrave
anaacutelise e integraccedilatildeo dos dados
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Os dados coletados de precipitaccedilatildeo e corresponderam o periacuteodo de julho de 2014 a
junho de 2015 a coleta de dados mensais foram extraiacutedos do site do Inmet- Instituto Nacional
de Meteorologia e comparados com a estaccedilatildeo pluviomeacutetrica do coleacutegio Florestal em Irati-PR
Procedimentos metodoloacutegicos
Para o desenvolvimento deste trabalho utilizou-se a metodologia desenvolvida por
Christofoletti (1969 1981) usada por autores como Tucci e Clarke (1997) Antoneli e Thomaz
(2007) entre outros que consiste em estudar os paracircmetros morfomeacutetricos de bacias
hidrograacuteficas Com base em Brubacher et al (2011) foram extraiacutedas variaacuteveis morfomeacutetricas
aacuterea periacutemetro da bacia amplitude altimeacutetrica ordenamento dos Canais Hierarquia dos
canais (Sistema de Strahler 1964) nuacutemero de Canais comprimento vetorial do canal
principal densidade de Drenagem iacutendice de Sinuosidade iacutendice de circularidade relaccedilatildeo do
Relevo Forma da Bacia e Coeficiente de Compacidade conforme equaccedilotildees utilizadas para a
anaacutelise segundo Christofoletti (1969) citado por Silva et al (2003) Cardoso et al (2006) e
Brubacher et al (2011) Conforme eacute descrita a seguir Aacuterea
Aacuterea eacute a variaacutevel morfomeacutetrica mais importante uma vez que reflete de modo geral o
volume de aacutegua que seraacute escoado pela bacia Quanto maior for a aacuterea da bacia maior seraacute o
volume de aacutegua que passaraacute pelo seu exutoacuterio incrementando o efeito das enchentes no
interior da bacia e a jusante da mesma Expressa em quilocircmetros quadrados (Kmsup2)
Christofoletti (1969) Christofoletti (1981)
Periacutemetro da bacia eacute o comprimento de uma linha imaginaacuteria ao longo do divisor de aacutegua
da bacia Expresso geralmente em quilocircmetros (Km)
Amplitude Altimeacutetrica variaccedilatildeo entre a altitude maacutexima e a altitude miacutenima da bacia
Define em parte a velocidade de escoamento Quanto maiores forem os valores mais raacutepido
eacute o escoamento reduzindo o acuacutemulo de aacutegua na bacia Geralmente quando existe elevada
amplitude altimeacutetrica o declive eacute mais acentuado a infiltraccedilatildeo tende a diminuir e a
velocidade de escoamento a aumentar Por outro lado esse fluxo em alta velocidade pode
incrementar o efeito das enchentes a jusante da bacia em setores mais baixos e planos
Christofoletti (1969) Christofoletti (1981)
Comprimento do canal principal eacute a distacircncia da nascente agrave foz expressa em Km
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Ordenamento dos Canais Hierarquia dos canais (Sistema de Strahler 1964) determina
que canais sem tributaacuterios satildeo considerados de primeira ordem canais de segunda ordem
surgem da confluecircncia de dois canais de primeira ordem e podem receber contribuiccedilatildeo de
canais primeira ordem os de terceira ordem resultam da confluecircncia de dois canais de
segunda ordem podendo tambeacutem receber tributaacuterios de primeira e segunda ordens e assim
sucessivamente
Nuacutemero de Canais Eacute o nuacutemero total de cursos de aacutegua que drenam a bacia Christofoletti
(1969) Christofoletti (1981)
Comprimento vetorial do canal principal eacute o comprimento dado em Km em linha reta
entre a nascente ateacute a foz do canal principal da bacia Christofoletti (1969) Christofoletti
(1981)
Densidade de Drenagem quanto maior a densidade de drenagem maior eacute a velocidade com
que a aacutegua atinge o rio incrementando o efeito de enchentes a jusante da bacia Em bacias
com substrato rochoso mais permeaacutevel a capacidade de formaccedilatildeo de canais eacute reduzida
diminuindo a densidade de drenagem Christofoletti (1969) Christofoletti (1981) Dada pela
foacutermula
(Eq 1)
Onde
Dd densidade de drenagem (km kmsup2)
L comprimento total dos rios ou canais (km)
A Aacuterea da bacia (kmsup2)
Iacutendice de Sinuosidade a relaccedilatildeo entre o comprimento verdadeiro do canal e o seu
comprimento vetorial permite identificar a sinuosidade Quanto maior o iacutendice menor a
velocidade do escoamento e consequentemente menor a suscetibilidade a enchentes a jusante
da bacia (maior retenccedilatildeo de aacutegua no interior da bacia) Foacutermula
(Eq 2)
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Onde Is Iacutendice de sinuosidade L comprimento do canal principal Dv comprimento
vetorial do canal principal (Km)
Iacutendice de circularidade Quanto mais circular maior a retenccedilatildeo de aacutegua na bacia
aumentando a suscetibilidade agraves enchentes e reduzindo os efeitos a jusante Obtida pela
foacutermula
(Eq 3)
Onde Ic Iacutendice de Circularidade A Aacuterea da bacia considerada em kmsup2
P Periacutemetro (Km)
Relaccedilatildeo do Relevo significa que quanto mais elevado o valor maior eacute sua amplitude
altimeacutetrica ao longo do canal principal da bacia nesse caso quanto menor o valor maior a
suscetibilidade de enchentes
(Eq 4)
Onde Rr eacute a relaccedilatildeo de relevo Hm eacute a amplitude topograacutefica maacutexima e Lb eacute o comprimento
da bacia
Forma da bacia A forma da bacia influencia na retenccedilatildeo da aacutegua
(Eq 5)
Onde Ff eacute o fator forma A eacute a aacuterea da bacia e L eacute o comprimento do eixo
Coeficiente de Compacidade O coeficiente de compacidade (Kc) relaciona a forma da bacia com
um ciacuterculo eacute um nuacutemero adimensional que varia com a forma da bacia independente de seu tamanho
(Eq 6)
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Onde onde Kc o coeficiente de compacidade P o periacutemetro (m) e A a aacuterea de drenagem (m2)
Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo
A bacia hidrograacutefica do Rio Bonito (Figura 1) onde foi desenvolvida a presente
pesquisa estaacute localizada na porccedilatildeo leste do municiacutepio de Irati-PR apresentando extensatildeo de
2038 kmsup2 e possui em grande parte uso agriacutecola e densa atividade urbana em um pequeno
espaccedilo da bacia na qual sofre com a ocorrecircncia de enchentes raacutepidas O loco das enchentes
nesta bacia se expressa com pontos vermelhos
Figura 1 - Localizaccedilatildeo da bacia hidrograacutefica do Rio Bonito Com a Classificaccedilatildeo de
Strahler (1964)
Fonte IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica 2010
A bacia do Rio Bonito eacute uma das contribuintes da bacia do Rio das Antas sendo esta
de grande relevacircncia pois abrange a maior parte do municiacutepio de Irati-PR A bacia tem dois
rios principais sendo eles Rio Bonito e Arroio do Meio possui 27 canais fluviais sendo uma
rede de drenagem de 4deg ordem (Strahler1964)
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As enchentes acontecem nas aacutereas impermeabilizadas da cidade pois ocorre uma
extrapolaccedilatildeo do leito fluvial para aacutereas ocupadas sendo que essa situaccedilatildeo se agrava pela
presenccedila de construccedilotildees irregulares e poucos espaccedilos para a infiltraccedilatildeo da aacutegua da chuva
Os solos que compotildeem a bacia do Rio Bonito satildeo latossolos argissolos nitossolos e
cambissolos (EMBRAPA 2007) Quanto a declividade a classe entre 45-75 situa-se ao
norte e nordeste da bacia no entanto possui pouca representatividade espacial uma vez que
abrangem apenas 10 da aacuterea total da bacia
Quanto a declividade a classe entre 45-75 situa-se ao norte e nordeste da bacia no
entanto possui pouca representatividade espacial uma vez que abrangem apenas 10 da aacuterea
total da bacia
A classe entre 20-40 (relevo forteondulado) possui a menor representatividade
espacial de todas as classes pois abrange apenas 5 de toda aacuterea e localiza-se sobretudo ao
norte e nordeste da bacia
A classe entre 8-20 (relevo ondulado) estaacute representada em 30 do total da bacia
e sua distribuiccedilatildeo espacial natildeo se concentra em apenas uma regiatildeo pois estaacute distribuiacuteda
homogeneamente Nesta classe se estabelecem o uso cultura e pastagem
A classe entre 3-8 (relevo suave ondulado) estaacute presente em grande parte da bacia
representando 55 do total da aacuterea tambeacutem estatildeo presentes diversos usos como cultivo
pastagem florestal Na classe de 0-3 estaacute presente a aacuterea urbanizada da bacia
A hipsometria (Figura 2) da bacia varia de 820 a 920 metros de altitude sendo a
porccedilatildeo norte a aacuterea com a maior elevaccedilatildeo o que explica a maior concentraccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e
menor grau de urbanizaccedilatildeo As aacutereas de menores declividade encontram-se na porccedilatildeo leste da
bacia local de sua maior ocupaccedilatildeo sobretudo proacuteximo a foz
RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
A presente bacia possui uma aacuterea de 2038 kmsup2 e um periacutemetro de 2164 km2 Na
realidade conforme apontam Christofoletti (1969) Silva et al (2003) e Brubacher et al
(2011) a variaacutevel aacuterea eacute tida como a mais importante pois quanto maior a aacuterea de recepccedilatildeo
de aacutegua maior seraacute o efeito de enchentes no interior da bacia e a jusante da mesma
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Figura 2- Hipsometria da Bacia do Rio bonito em Irati-PR
Fonte IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica 2010
Na anaacutelise do comportamento da bacia estudada constatou-se uma hierarquia fluvial
de 4ordf ordem com 27 canais fluviais (Tabelas 1) segundo classificaccedilatildeo proposta por Strahler
em 1952 (apud CHRISTOFOLETTI 1980) O nuacutemero de canais de primeira ordem se
apresentam em toda a extensatildeo da bacia O criteacuterio adotado de intervalo entre os resultados
negativos e positivos foram provenientes do trabalho de Christofoletti (1969) e Brubacher et
al (2011)
Tabela 1 Valores morfomeacutetricos da bacia hidrograacutefica Rio Bonito
Bacia Rio Bonito Resultados
Aacuterea 2038 Kmsup2
Periacutemetro 2164 km
Nuacutemero de canais 27 canais
Comprimento do canal Principal 744 km
Comprimento vetorial do canal principal 570 Km
Altitude maacutexima 920 m
Altitude miacutenima 820 m
Amplitude Altimeacutetrica 100 m
Ordem do coacuterrego 4deg ordem
Densidade de Drenagem 222 Kmkmsup2
Iacutendice de Sinuosidade 130 m
Iacutendice de Circularidade 054
Declividade predominante 25 deg
Relaccedilatildeo do Relevo 806
Forma da Bacia 0 89
Coeficiente de Compacidade 106
Comprimento total dos rios 121km
Fonte Autoria proacutepria
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O comprimento do canal principal foi de 744 km e o Comprimento vetorial do canal
principal 570 Km sendo a distacircncia da nascente a foz pequena devido ao tamanho da bacia
quanto menor a distacircncia da nascente a foz maior eacute a possibilidade de enchentes pois menor
eacute agrave distacircncia para a descarga de aacutegua (BRUBACHER et al2011)
A altitude da bacia do Rio Bonito eacute de 820 a 920 m e a amplitude altimeacutetrica
constatada para a bacia Rio Bonito foi de 100 m resultado considerado negativo pois quanto
maior eacute a amplitude maior eacute o impulso e velocidade do rio propiciando um melhor
escoamento a montante do rio e pior a jusante pois o maior acuacutemulo de aacutegua desencadeia
enchentes
Segundo Christofoletti (1969) citado por Silva et al (2003) densidades de drenagem
menores que 75 kmkmsup2 satildeo classificadas como de baixas as entre 75 kmkmsup2 e 10 kmkmsup2
meacutedias e as superiores a 10 kmkmsup2 altas
Deste modo a densidade de drenagem da bacia do Rio Bonito foi de 222 Kmkmsup2 ou
seja considerada baixa Esse fator sugere que esta bacia seja menos susceptiacutevel a enchentes
poreacutem natildeo eacute um fator isolado tendo a necessidade de avaliar em conjunto
Em relaccedilatildeo ao iacutendice de sinuosidade valores proacuteximos a 10 indicam que o canal
tende a ser retiliacuteneo jaacute os superiores a 20 indicam que os canais tendem a ser tortuosos e os
valores intermediaacuterios indicam formas transicionais regulares e irregulares (SCHUMM
1963)
A sinuosidade eacute influenciada pela carga de sedimentos pela caracteriacutestica litoloacutegica
estrutura geoloacutegica e pela declividade dos mesmos O iacutendice de sinuosidade da bacia do Rio
Bonito foi de 130 que retrata um canal retiliacuteneo e que favorece uma maior velocidade e
volume de aacutegua e sedimentos da nascente agrave foz
O iacutendice de circularidade da bacia tambeacutem ficou mais proacuteximo de 10 com 054 o que
indica que a bacia possui formato circular por ser circular e de pequena aacuterea pode ocorrecircncia
de cheias chuvas intensas em grande parte dessas aacutereas podendo estar propensa desta forma a
cheias em determinados pontos pois suas caracteriacutesticas indicam que a bacia se possui
formato circular e que a condiciona a ter mais probabilidade de cheias bacias alongadas
possuem menor concentraccedilatildeo do defluacutevio ao contraacuterio de bacias circulares (Villela e Mattos
1975)
A declividade predominante eacute de 25deg o que permite prever que a bacia do Rio Bonito
em sua grande parte apresenta aacutereas planificadas A Relaccedilatildeo de Relevo presente no recorte
espacial em epiacutegrafe relativamente baixa sendo de 806 (BRUBACHER et al 2011) Isto
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significa que a amplitude altimeacutetrica natildeo eacute representativa em todo comprimento do curso de
aacutegua o que faz com que a suscetibilidade de enchentes aumente pelo fato desta bacia ser em
sua maior parte plana
De acordo com o Fator de Forma a bacia apresentou um valor de 0 89 sendo assim
pode-se classifica-la como uma rede de drenagem circular pois valores proacuteximos a 10
indicam bacias circulares Atraveacutes deste valor pode-se inferir que a bacia tem maior risco de
inundaccedilotildees e cheias instantacircneas
O coeficiente de compacidade mostra-se proacuteximo da unidade (106) esse valor
associado ao fator de forma (089) indica que a bacia possui formato semelhante ao de uma
circunferecircncia correspondendo portanto agrave forma mais proacutexima de bacia circular
Com relaccedilatildeo aos iacutendices de precipitaccedilatildeo mensal que contribuiacuteram para as ocorrecircncias
de enchentes durante julho de 2014 a junho de 2015 obteve valores elevados nos meses de
setembro dezembro e fevereiro (Figura 3) Foram nesses meses que tambeacutem ocorreram agraves
inundaccedilotildees nos pontos apresentados na figura de localizaccedilatildeo
Figura 3 Precipitaccedilatildeo mensal-Julho de 2014 a Junho de 2015
Fonte Inmet 2015
Para uma melhor compreensatildeo das cheias apresentam-se a seguir os valores diaacuterios de
precipitaccedilatildeo dos meses de setembro dezembro e fevereiro meses em que teve a ocorrecircncia de
cheias
Os maiores valores de precipitaccedilatildeo no mecircs de setembro ocorreram nos dias 1 com 369
mm e dia 18 com 5622 mm (Figura 4) nesse dia houve ocorrecircncia de alagamento na aacuterea
urbana da bacia no encontro dos rios Bonito e Arroio do Meio a declividade nesse trecho eacute
inferior a 15 sendo nessa parte da bacia uma aacuterea mais plana favorecendo as cheias que
neste mecircs ocorreram nos primeiros 30 minutos de precipitaccedilatildeo
379 422
2602
864 1155
2129 1846
246
1072 847
1733
64
0
50
100
150
200
250
300
Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun
Precipitaccedilatildeo mensal em mm
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Figura 4 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de novembro de 2014
Fonte Inmet 2015
O registro de cheias no mecircs de dezembro foi no dia 23 dia em que fora registrado
404mm seguido da precipitaccedilatildeo ocorrida no dia 22 que foi 369 mm (Figura 5) A ocorrecircncia
de cheias pode estar relacionada a forma da bacia e suas caracteriacutesticas fiacutesicas que contribuem
na formaccedilatildeo de enchentes
Figura 5 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de dezembro de 2014
Fonte Inmet 2015
O mecircs de fevereiro (Figura 6) choveu na maior parte dos dias fato que pode ter
propiciado um empoccedilamento do solo e no dia 13 a ocorrecircncia de cheias em 20 minutos de
precipitaccedilatildeo todos os eventos de cheias foram no espaccedilo urbano compreende-se que a alguns
fatores como a compactaccedilatildeo exposiccedilatildeo do solo e baixa potencialidade de infiltraccedilatildeo podem
contribuir para as cheias ocorridas durante o periacuteodo investigado
369
17
201
0 0 0
75
0 0 0 0 0 0 07 08 0 0
562
89
09 0 0 166
216 26
26 132
55
192 134
0
50
100
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Precipitaccedilatildeo Diaacuteriasetemrbo
Precipitaccedilatildeo mmdia
0 0 0
154
0 0 0 0
92 92
02
31
12 0 0 0 0 0 0 02
0
369
404
17 38
36
0
5
09 02
133
0
10
20
30
40
50
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Precipitaccedilatildeo Diaacuteriadezembro
Precipitaccedilatildeo mmdia
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Figura 6 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de fevereiro de 2015
Fonte Inmet 2015
Nesse caso pode se destacar a amplitude altimeacutetrica que teve um valor de 60m como
se sabe que quanto maior for esse valor menor eacute a infiltraccedilatildeo ao longo da vertente e mais
raacutepida eacute o escoamento superficial possibilitando assim a ocorrecircncia de enchentes nos setores
de mais baixa altitude sendo um dos paracircmetros morfomeacutetricos que interfere no fenocircmeno
investigado
Outro fator que pode ter possibilitado as inundaccedilotildees foram os elevados iacutendices de
precipitaccedilatildeo nos meses de novembro dezembro e fevereiro atrelados a caracteriacutesticas dos
solos que no ponto onde ocorreram as inundaccedilotildees satildeo compostos de argissolos isso dificulta
ainda mais a infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo devido agrave capacidade que esse tipo de solo tem de reter
umidade dificultado a infiltraccedilatildeo e possibilitando o escoamento superficial com ecircnfase que
as enchentes ocorreram no espaccedilo urbano local este onde essas caracteriacutesticas satildeo mais
intensas
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao se fazer uma apreciaccedilatildeo de todos os paracircmetros que compotildeem a anaacutelise
morfomeacutetrica por meio de observaccedilatildeo pontos com alta suscetibilidade de enchentes
constatou-se que a Bacia do Rio Bonito possui uma alta suscetibilidade para desencadear
enchentes Isso ocorre pelo fato da bacia possuir uma aacuterea de captaccedilatildeo considerada pequena
no entanto esse potencial natildeo se estende por toda
0 0
236
10
02
58 0
74
0
48 0
106
433
138
258
02
102 303
32 49
61
16 0 0 77
0
319
46
0
10
20
30
40
50
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Precipitaccedilatildeo Diaacuteriafevereiro
Precipitaccedilatildeo mmdia
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A amplitude altimeacutetrica e o iacutendice de circularidade representam valores desfavoraacuteveis
pois bacias hidrograacuteficas com elevado iacutendice de circularidadeplanas tendem a ser propensas a
cheias revelando que a presente bacia eacute em grande parte plana e com formato circular
Apresenta relaccedilatildeo de relevo que demonstra elevado potencial para o desencadeamento
de enchentes principalmente a jusante onde se apresenta caracteriacutesticas planas e tambeacutem onde
ocorre o encontro de dois rios principais
As enchentes acontecem nas aacutereas impermeabilizadas da cidade nesse sentido ocorre
uma extrapolaccedilatildeo do leito fluvial para aacutereas ocupadas
Evidenciou-se tambeacutem que as enchentes se mostram mais graves na aacuterea urbana que
embora de pequena dimensatildeo na bacia apresenta elevado adensamento populacional
diferente de outros locais onde haacute menor concentraccedilatildeo de moradias em virtude da atividade
agriacutecola ou do relevo iacutengreme
Trabalho enviado em Junho de 2016
Trabalho aceito em Novembro de 2016
REFEREcircNCIAS
ANTONELI V THOMAZ E L Caracterizaccedilatildeo do meio fiacutesico da Bacia do Arroio Boa
Vista-Guamiranga-PR Caminhos de Geografia Uberlacircndia v8 n21 p46 ndash 58 Mar 2007
BRUBACHER J P OLIVEIRA GG GUASSELLI LA Suscetibilidade de enchentes a
partir da anaacutelise das variaacuteveis morfomeacutetricas na bacia hidrograacutefica do rio dos SinosRS In
XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO - SBSR 2011 Curitiba
Anais Curitiba INPE 2011 p1279-1286
CARDOSO C A DIAS H C T SOARES CPB MARTINS S V Caracterizaccedilatildeo
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CHRISTOFOLETTI A Anaacutelise morfomeacutetrica de bacias hidrograacuteficas Notiacutecia
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EMBRAPA Solos florestais Carta de Solos do Estado do Paranaacute Solos Atualizaccedilatildeo do
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VILLELA S M MATTOS A Hidrologia aplicada Satildeo Paulo McGraw-Hill do Brasil
1975 245p
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem a CAPES pela bolsa concedida ao primeiro autor e pela ajuda
financeira nos projetos das instituiccedilotildees de atuaccedilatildeo dos professores do programa de poacutes-
graduaccedilatildeo em Geografia da Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG e Universidade
estadual do Centro Oeste-UNICENTRO
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Os dados coletados de precipitaccedilatildeo e corresponderam o periacuteodo de julho de 2014 a
junho de 2015 a coleta de dados mensais foram extraiacutedos do site do Inmet- Instituto Nacional
de Meteorologia e comparados com a estaccedilatildeo pluviomeacutetrica do coleacutegio Florestal em Irati-PR
Procedimentos metodoloacutegicos
Para o desenvolvimento deste trabalho utilizou-se a metodologia desenvolvida por
Christofoletti (1969 1981) usada por autores como Tucci e Clarke (1997) Antoneli e Thomaz
(2007) entre outros que consiste em estudar os paracircmetros morfomeacutetricos de bacias
hidrograacuteficas Com base em Brubacher et al (2011) foram extraiacutedas variaacuteveis morfomeacutetricas
aacuterea periacutemetro da bacia amplitude altimeacutetrica ordenamento dos Canais Hierarquia dos
canais (Sistema de Strahler 1964) nuacutemero de Canais comprimento vetorial do canal
principal densidade de Drenagem iacutendice de Sinuosidade iacutendice de circularidade relaccedilatildeo do
Relevo Forma da Bacia e Coeficiente de Compacidade conforme equaccedilotildees utilizadas para a
anaacutelise segundo Christofoletti (1969) citado por Silva et al (2003) Cardoso et al (2006) e
Brubacher et al (2011) Conforme eacute descrita a seguir Aacuterea
Aacuterea eacute a variaacutevel morfomeacutetrica mais importante uma vez que reflete de modo geral o
volume de aacutegua que seraacute escoado pela bacia Quanto maior for a aacuterea da bacia maior seraacute o
volume de aacutegua que passaraacute pelo seu exutoacuterio incrementando o efeito das enchentes no
interior da bacia e a jusante da mesma Expressa em quilocircmetros quadrados (Kmsup2)
Christofoletti (1969) Christofoletti (1981)
Periacutemetro da bacia eacute o comprimento de uma linha imaginaacuteria ao longo do divisor de aacutegua
da bacia Expresso geralmente em quilocircmetros (Km)
Amplitude Altimeacutetrica variaccedilatildeo entre a altitude maacutexima e a altitude miacutenima da bacia
Define em parte a velocidade de escoamento Quanto maiores forem os valores mais raacutepido
eacute o escoamento reduzindo o acuacutemulo de aacutegua na bacia Geralmente quando existe elevada
amplitude altimeacutetrica o declive eacute mais acentuado a infiltraccedilatildeo tende a diminuir e a
velocidade de escoamento a aumentar Por outro lado esse fluxo em alta velocidade pode
incrementar o efeito das enchentes a jusante da bacia em setores mais baixos e planos
Christofoletti (1969) Christofoletti (1981)
Comprimento do canal principal eacute a distacircncia da nascente agrave foz expressa em Km
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Ordenamento dos Canais Hierarquia dos canais (Sistema de Strahler 1964) determina
que canais sem tributaacuterios satildeo considerados de primeira ordem canais de segunda ordem
surgem da confluecircncia de dois canais de primeira ordem e podem receber contribuiccedilatildeo de
canais primeira ordem os de terceira ordem resultam da confluecircncia de dois canais de
segunda ordem podendo tambeacutem receber tributaacuterios de primeira e segunda ordens e assim
sucessivamente
Nuacutemero de Canais Eacute o nuacutemero total de cursos de aacutegua que drenam a bacia Christofoletti
(1969) Christofoletti (1981)
Comprimento vetorial do canal principal eacute o comprimento dado em Km em linha reta
entre a nascente ateacute a foz do canal principal da bacia Christofoletti (1969) Christofoletti
(1981)
Densidade de Drenagem quanto maior a densidade de drenagem maior eacute a velocidade com
que a aacutegua atinge o rio incrementando o efeito de enchentes a jusante da bacia Em bacias
com substrato rochoso mais permeaacutevel a capacidade de formaccedilatildeo de canais eacute reduzida
diminuindo a densidade de drenagem Christofoletti (1969) Christofoletti (1981) Dada pela
foacutermula
(Eq 1)
Onde
Dd densidade de drenagem (km kmsup2)
L comprimento total dos rios ou canais (km)
A Aacuterea da bacia (kmsup2)
Iacutendice de Sinuosidade a relaccedilatildeo entre o comprimento verdadeiro do canal e o seu
comprimento vetorial permite identificar a sinuosidade Quanto maior o iacutendice menor a
velocidade do escoamento e consequentemente menor a suscetibilidade a enchentes a jusante
da bacia (maior retenccedilatildeo de aacutegua no interior da bacia) Foacutermula
(Eq 2)
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Onde Is Iacutendice de sinuosidade L comprimento do canal principal Dv comprimento
vetorial do canal principal (Km)
Iacutendice de circularidade Quanto mais circular maior a retenccedilatildeo de aacutegua na bacia
aumentando a suscetibilidade agraves enchentes e reduzindo os efeitos a jusante Obtida pela
foacutermula
(Eq 3)
Onde Ic Iacutendice de Circularidade A Aacuterea da bacia considerada em kmsup2
P Periacutemetro (Km)
Relaccedilatildeo do Relevo significa que quanto mais elevado o valor maior eacute sua amplitude
altimeacutetrica ao longo do canal principal da bacia nesse caso quanto menor o valor maior a
suscetibilidade de enchentes
(Eq 4)
Onde Rr eacute a relaccedilatildeo de relevo Hm eacute a amplitude topograacutefica maacutexima e Lb eacute o comprimento
da bacia
Forma da bacia A forma da bacia influencia na retenccedilatildeo da aacutegua
(Eq 5)
Onde Ff eacute o fator forma A eacute a aacuterea da bacia e L eacute o comprimento do eixo
Coeficiente de Compacidade O coeficiente de compacidade (Kc) relaciona a forma da bacia com
um ciacuterculo eacute um nuacutemero adimensional que varia com a forma da bacia independente de seu tamanho
(Eq 6)
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Onde onde Kc o coeficiente de compacidade P o periacutemetro (m) e A a aacuterea de drenagem (m2)
Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo
A bacia hidrograacutefica do Rio Bonito (Figura 1) onde foi desenvolvida a presente
pesquisa estaacute localizada na porccedilatildeo leste do municiacutepio de Irati-PR apresentando extensatildeo de
2038 kmsup2 e possui em grande parte uso agriacutecola e densa atividade urbana em um pequeno
espaccedilo da bacia na qual sofre com a ocorrecircncia de enchentes raacutepidas O loco das enchentes
nesta bacia se expressa com pontos vermelhos
Figura 1 - Localizaccedilatildeo da bacia hidrograacutefica do Rio Bonito Com a Classificaccedilatildeo de
Strahler (1964)
Fonte IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica 2010
A bacia do Rio Bonito eacute uma das contribuintes da bacia do Rio das Antas sendo esta
de grande relevacircncia pois abrange a maior parte do municiacutepio de Irati-PR A bacia tem dois
rios principais sendo eles Rio Bonito e Arroio do Meio possui 27 canais fluviais sendo uma
rede de drenagem de 4deg ordem (Strahler1964)
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As enchentes acontecem nas aacutereas impermeabilizadas da cidade pois ocorre uma
extrapolaccedilatildeo do leito fluvial para aacutereas ocupadas sendo que essa situaccedilatildeo se agrava pela
presenccedila de construccedilotildees irregulares e poucos espaccedilos para a infiltraccedilatildeo da aacutegua da chuva
Os solos que compotildeem a bacia do Rio Bonito satildeo latossolos argissolos nitossolos e
cambissolos (EMBRAPA 2007) Quanto a declividade a classe entre 45-75 situa-se ao
norte e nordeste da bacia no entanto possui pouca representatividade espacial uma vez que
abrangem apenas 10 da aacuterea total da bacia
Quanto a declividade a classe entre 45-75 situa-se ao norte e nordeste da bacia no
entanto possui pouca representatividade espacial uma vez que abrangem apenas 10 da aacuterea
total da bacia
A classe entre 20-40 (relevo forteondulado) possui a menor representatividade
espacial de todas as classes pois abrange apenas 5 de toda aacuterea e localiza-se sobretudo ao
norte e nordeste da bacia
A classe entre 8-20 (relevo ondulado) estaacute representada em 30 do total da bacia
e sua distribuiccedilatildeo espacial natildeo se concentra em apenas uma regiatildeo pois estaacute distribuiacuteda
homogeneamente Nesta classe se estabelecem o uso cultura e pastagem
A classe entre 3-8 (relevo suave ondulado) estaacute presente em grande parte da bacia
representando 55 do total da aacuterea tambeacutem estatildeo presentes diversos usos como cultivo
pastagem florestal Na classe de 0-3 estaacute presente a aacuterea urbanizada da bacia
A hipsometria (Figura 2) da bacia varia de 820 a 920 metros de altitude sendo a
porccedilatildeo norte a aacuterea com a maior elevaccedilatildeo o que explica a maior concentraccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e
menor grau de urbanizaccedilatildeo As aacutereas de menores declividade encontram-se na porccedilatildeo leste da
bacia local de sua maior ocupaccedilatildeo sobretudo proacuteximo a foz
RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
A presente bacia possui uma aacuterea de 2038 kmsup2 e um periacutemetro de 2164 km2 Na
realidade conforme apontam Christofoletti (1969) Silva et al (2003) e Brubacher et al
(2011) a variaacutevel aacuterea eacute tida como a mais importante pois quanto maior a aacuterea de recepccedilatildeo
de aacutegua maior seraacute o efeito de enchentes no interior da bacia e a jusante da mesma
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Figura 2- Hipsometria da Bacia do Rio bonito em Irati-PR
Fonte IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica 2010
Na anaacutelise do comportamento da bacia estudada constatou-se uma hierarquia fluvial
de 4ordf ordem com 27 canais fluviais (Tabelas 1) segundo classificaccedilatildeo proposta por Strahler
em 1952 (apud CHRISTOFOLETTI 1980) O nuacutemero de canais de primeira ordem se
apresentam em toda a extensatildeo da bacia O criteacuterio adotado de intervalo entre os resultados
negativos e positivos foram provenientes do trabalho de Christofoletti (1969) e Brubacher et
al (2011)
Tabela 1 Valores morfomeacutetricos da bacia hidrograacutefica Rio Bonito
Bacia Rio Bonito Resultados
Aacuterea 2038 Kmsup2
Periacutemetro 2164 km
Nuacutemero de canais 27 canais
Comprimento do canal Principal 744 km
Comprimento vetorial do canal principal 570 Km
Altitude maacutexima 920 m
Altitude miacutenima 820 m
Amplitude Altimeacutetrica 100 m
Ordem do coacuterrego 4deg ordem
Densidade de Drenagem 222 Kmkmsup2
Iacutendice de Sinuosidade 130 m
Iacutendice de Circularidade 054
Declividade predominante 25 deg
Relaccedilatildeo do Relevo 806
Forma da Bacia 0 89
Coeficiente de Compacidade 106
Comprimento total dos rios 121km
Fonte Autoria proacutepria
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O comprimento do canal principal foi de 744 km e o Comprimento vetorial do canal
principal 570 Km sendo a distacircncia da nascente a foz pequena devido ao tamanho da bacia
quanto menor a distacircncia da nascente a foz maior eacute a possibilidade de enchentes pois menor
eacute agrave distacircncia para a descarga de aacutegua (BRUBACHER et al2011)
A altitude da bacia do Rio Bonito eacute de 820 a 920 m e a amplitude altimeacutetrica
constatada para a bacia Rio Bonito foi de 100 m resultado considerado negativo pois quanto
maior eacute a amplitude maior eacute o impulso e velocidade do rio propiciando um melhor
escoamento a montante do rio e pior a jusante pois o maior acuacutemulo de aacutegua desencadeia
enchentes
Segundo Christofoletti (1969) citado por Silva et al (2003) densidades de drenagem
menores que 75 kmkmsup2 satildeo classificadas como de baixas as entre 75 kmkmsup2 e 10 kmkmsup2
meacutedias e as superiores a 10 kmkmsup2 altas
Deste modo a densidade de drenagem da bacia do Rio Bonito foi de 222 Kmkmsup2 ou
seja considerada baixa Esse fator sugere que esta bacia seja menos susceptiacutevel a enchentes
poreacutem natildeo eacute um fator isolado tendo a necessidade de avaliar em conjunto
Em relaccedilatildeo ao iacutendice de sinuosidade valores proacuteximos a 10 indicam que o canal
tende a ser retiliacuteneo jaacute os superiores a 20 indicam que os canais tendem a ser tortuosos e os
valores intermediaacuterios indicam formas transicionais regulares e irregulares (SCHUMM
1963)
A sinuosidade eacute influenciada pela carga de sedimentos pela caracteriacutestica litoloacutegica
estrutura geoloacutegica e pela declividade dos mesmos O iacutendice de sinuosidade da bacia do Rio
Bonito foi de 130 que retrata um canal retiliacuteneo e que favorece uma maior velocidade e
volume de aacutegua e sedimentos da nascente agrave foz
O iacutendice de circularidade da bacia tambeacutem ficou mais proacuteximo de 10 com 054 o que
indica que a bacia possui formato circular por ser circular e de pequena aacuterea pode ocorrecircncia
de cheias chuvas intensas em grande parte dessas aacutereas podendo estar propensa desta forma a
cheias em determinados pontos pois suas caracteriacutesticas indicam que a bacia se possui
formato circular e que a condiciona a ter mais probabilidade de cheias bacias alongadas
possuem menor concentraccedilatildeo do defluacutevio ao contraacuterio de bacias circulares (Villela e Mattos
1975)
A declividade predominante eacute de 25deg o que permite prever que a bacia do Rio Bonito
em sua grande parte apresenta aacutereas planificadas A Relaccedilatildeo de Relevo presente no recorte
espacial em epiacutegrafe relativamente baixa sendo de 806 (BRUBACHER et al 2011) Isto
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significa que a amplitude altimeacutetrica natildeo eacute representativa em todo comprimento do curso de
aacutegua o que faz com que a suscetibilidade de enchentes aumente pelo fato desta bacia ser em
sua maior parte plana
De acordo com o Fator de Forma a bacia apresentou um valor de 0 89 sendo assim
pode-se classifica-la como uma rede de drenagem circular pois valores proacuteximos a 10
indicam bacias circulares Atraveacutes deste valor pode-se inferir que a bacia tem maior risco de
inundaccedilotildees e cheias instantacircneas
O coeficiente de compacidade mostra-se proacuteximo da unidade (106) esse valor
associado ao fator de forma (089) indica que a bacia possui formato semelhante ao de uma
circunferecircncia correspondendo portanto agrave forma mais proacutexima de bacia circular
Com relaccedilatildeo aos iacutendices de precipitaccedilatildeo mensal que contribuiacuteram para as ocorrecircncias
de enchentes durante julho de 2014 a junho de 2015 obteve valores elevados nos meses de
setembro dezembro e fevereiro (Figura 3) Foram nesses meses que tambeacutem ocorreram agraves
inundaccedilotildees nos pontos apresentados na figura de localizaccedilatildeo
Figura 3 Precipitaccedilatildeo mensal-Julho de 2014 a Junho de 2015
Fonte Inmet 2015
Para uma melhor compreensatildeo das cheias apresentam-se a seguir os valores diaacuterios de
precipitaccedilatildeo dos meses de setembro dezembro e fevereiro meses em que teve a ocorrecircncia de
cheias
Os maiores valores de precipitaccedilatildeo no mecircs de setembro ocorreram nos dias 1 com 369
mm e dia 18 com 5622 mm (Figura 4) nesse dia houve ocorrecircncia de alagamento na aacuterea
urbana da bacia no encontro dos rios Bonito e Arroio do Meio a declividade nesse trecho eacute
inferior a 15 sendo nessa parte da bacia uma aacuterea mais plana favorecendo as cheias que
neste mecircs ocorreram nos primeiros 30 minutos de precipitaccedilatildeo
379 422
2602
864 1155
2129 1846
246
1072 847
1733
64
0
50
100
150
200
250
300
Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun
Precipitaccedilatildeo mensal em mm
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Figura 4 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de novembro de 2014
Fonte Inmet 2015
O registro de cheias no mecircs de dezembro foi no dia 23 dia em que fora registrado
404mm seguido da precipitaccedilatildeo ocorrida no dia 22 que foi 369 mm (Figura 5) A ocorrecircncia
de cheias pode estar relacionada a forma da bacia e suas caracteriacutesticas fiacutesicas que contribuem
na formaccedilatildeo de enchentes
Figura 5 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de dezembro de 2014
Fonte Inmet 2015
O mecircs de fevereiro (Figura 6) choveu na maior parte dos dias fato que pode ter
propiciado um empoccedilamento do solo e no dia 13 a ocorrecircncia de cheias em 20 minutos de
precipitaccedilatildeo todos os eventos de cheias foram no espaccedilo urbano compreende-se que a alguns
fatores como a compactaccedilatildeo exposiccedilatildeo do solo e baixa potencialidade de infiltraccedilatildeo podem
contribuir para as cheias ocorridas durante o periacuteodo investigado
369
17
201
0 0 0
75
0 0 0 0 0 0 07 08 0 0
562
89
09 0 0 166
216 26
26 132
55
192 134
0
50
100
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Precipitaccedilatildeo Diaacuteriasetemrbo
Precipitaccedilatildeo mmdia
0 0 0
154
0 0 0 0
92 92
02
31
12 0 0 0 0 0 0 02
0
369
404
17 38
36
0
5
09 02
133
0
10
20
30
40
50
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Precipitaccedilatildeo Diaacuteriadezembro
Precipitaccedilatildeo mmdia
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Figura 6 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de fevereiro de 2015
Fonte Inmet 2015
Nesse caso pode se destacar a amplitude altimeacutetrica que teve um valor de 60m como
se sabe que quanto maior for esse valor menor eacute a infiltraccedilatildeo ao longo da vertente e mais
raacutepida eacute o escoamento superficial possibilitando assim a ocorrecircncia de enchentes nos setores
de mais baixa altitude sendo um dos paracircmetros morfomeacutetricos que interfere no fenocircmeno
investigado
Outro fator que pode ter possibilitado as inundaccedilotildees foram os elevados iacutendices de
precipitaccedilatildeo nos meses de novembro dezembro e fevereiro atrelados a caracteriacutesticas dos
solos que no ponto onde ocorreram as inundaccedilotildees satildeo compostos de argissolos isso dificulta
ainda mais a infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo devido agrave capacidade que esse tipo de solo tem de reter
umidade dificultado a infiltraccedilatildeo e possibilitando o escoamento superficial com ecircnfase que
as enchentes ocorreram no espaccedilo urbano local este onde essas caracteriacutesticas satildeo mais
intensas
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao se fazer uma apreciaccedilatildeo de todos os paracircmetros que compotildeem a anaacutelise
morfomeacutetrica por meio de observaccedilatildeo pontos com alta suscetibilidade de enchentes
constatou-se que a Bacia do Rio Bonito possui uma alta suscetibilidade para desencadear
enchentes Isso ocorre pelo fato da bacia possuir uma aacuterea de captaccedilatildeo considerada pequena
no entanto esse potencial natildeo se estende por toda
0 0
236
10
02
58 0
74
0
48 0
106
433
138
258
02
102 303
32 49
61
16 0 0 77
0
319
46
0
10
20
30
40
50
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Precipitaccedilatildeo Diaacuteriafevereiro
Precipitaccedilatildeo mmdia
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A amplitude altimeacutetrica e o iacutendice de circularidade representam valores desfavoraacuteveis
pois bacias hidrograacuteficas com elevado iacutendice de circularidadeplanas tendem a ser propensas a
cheias revelando que a presente bacia eacute em grande parte plana e com formato circular
Apresenta relaccedilatildeo de relevo que demonstra elevado potencial para o desencadeamento
de enchentes principalmente a jusante onde se apresenta caracteriacutesticas planas e tambeacutem onde
ocorre o encontro de dois rios principais
As enchentes acontecem nas aacutereas impermeabilizadas da cidade nesse sentido ocorre
uma extrapolaccedilatildeo do leito fluvial para aacutereas ocupadas
Evidenciou-se tambeacutem que as enchentes se mostram mais graves na aacuterea urbana que
embora de pequena dimensatildeo na bacia apresenta elevado adensamento populacional
diferente de outros locais onde haacute menor concentraccedilatildeo de moradias em virtude da atividade
agriacutecola ou do relevo iacutengreme
Trabalho enviado em Junho de 2016
Trabalho aceito em Novembro de 2016
REFEREcircNCIAS
ANTONELI V THOMAZ E L Caracterizaccedilatildeo do meio fiacutesico da Bacia do Arroio Boa
Vista-Guamiranga-PR Caminhos de Geografia Uberlacircndia v8 n21 p46 ndash 58 Mar 2007
BRUBACHER J P OLIVEIRA GG GUASSELLI LA Suscetibilidade de enchentes a
partir da anaacutelise das variaacuteveis morfomeacutetricas na bacia hidrograacutefica do rio dos SinosRS In
XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO - SBSR 2011 Curitiba
Anais Curitiba INPE 2011 p1279-1286
CARDOSO C A DIAS H C T SOARES CPB MARTINS S V Caracterizaccedilatildeo
Morfomeacutetrica da Bacia Hidrograacutefica Rio Debossan Nova Friburgo-RJ Aacutervore Viccedilosa v 30
n2 p 241-248 Mar2006
CECH T V Recursos Hiacutedricos histoacuteria desenvolvimento poliacutetica e gestatildeo Rio de Janeiro
LTC 2013
CHRISTOFOLETTI A Anaacutelise morfomeacutetrica de bacias hidrograacuteficas Notiacutecia
Geomorfoloacutegica v18 n9 1969 p35-64
COELHO NETO AL Hidrologia na interface com a Geomorfologia In Guerra AJT e
CUNHA SB Geomorfologia uma atualizaccedilatildeo de bases e conceitos Editora Bertrand 2deg
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EMBRAPA Solos florestais Carta de Solos do Estado do Paranaacute Solos Atualizaccedilatildeo do
Mapa de Solos ndash SiBCS 2007
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GEO CATAacuteLOGO-MMA- Ministeacuterio do Meio Ambiente Imagem RapidEye Disponiacutevel
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GOLDENFUM JA Pequenas bacias hidroloacutegicas conceitos baacutesicos In PAIVA JBDD
PAIVALMCDD Hidrologia aplicada a gestatildeo de pequenas bacias hidrograacuteficas Porto
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GUERRA A J T CUNHA S B D Degradaccedilatildeo ambiental In GUERRA A J T
CUNHA S B D (Org) Geomorfologia e meio ambiente Rio de Janeiro Ed Bertrand
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SCHUMM SA Sinuosity of alluvial rivers on the great plains Geological Society of
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TOMINAGA L K SANTORO J AMARAL R (Org) Desastres Naturais conhecer para
prevenir 1ed2deg reimpressatildeo Satildeo Paulo Instituto Geoloacutegico 2009 p196
TUCCI CEM CLARKE RT Impactos das mudanccedilas da cobertura vegetal no escoamento
Revista Brasileira de Recursos Hiacutedricos v2 Porto Alegre-RS 1997 p135-152
VILLELA S M MATTOS A Hidrologia aplicada Satildeo Paulo McGraw-Hill do Brasil
1975 245p
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem a CAPES pela bolsa concedida ao primeiro autor e pela ajuda
financeira nos projetos das instituiccedilotildees de atuaccedilatildeo dos professores do programa de poacutes-
graduaccedilatildeo em Geografia da Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG e Universidade
estadual do Centro Oeste-UNICENTRO
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Ordenamento dos Canais Hierarquia dos canais (Sistema de Strahler 1964) determina
que canais sem tributaacuterios satildeo considerados de primeira ordem canais de segunda ordem
surgem da confluecircncia de dois canais de primeira ordem e podem receber contribuiccedilatildeo de
canais primeira ordem os de terceira ordem resultam da confluecircncia de dois canais de
segunda ordem podendo tambeacutem receber tributaacuterios de primeira e segunda ordens e assim
sucessivamente
Nuacutemero de Canais Eacute o nuacutemero total de cursos de aacutegua que drenam a bacia Christofoletti
(1969) Christofoletti (1981)
Comprimento vetorial do canal principal eacute o comprimento dado em Km em linha reta
entre a nascente ateacute a foz do canal principal da bacia Christofoletti (1969) Christofoletti
(1981)
Densidade de Drenagem quanto maior a densidade de drenagem maior eacute a velocidade com
que a aacutegua atinge o rio incrementando o efeito de enchentes a jusante da bacia Em bacias
com substrato rochoso mais permeaacutevel a capacidade de formaccedilatildeo de canais eacute reduzida
diminuindo a densidade de drenagem Christofoletti (1969) Christofoletti (1981) Dada pela
foacutermula
(Eq 1)
Onde
Dd densidade de drenagem (km kmsup2)
L comprimento total dos rios ou canais (km)
A Aacuterea da bacia (kmsup2)
Iacutendice de Sinuosidade a relaccedilatildeo entre o comprimento verdadeiro do canal e o seu
comprimento vetorial permite identificar a sinuosidade Quanto maior o iacutendice menor a
velocidade do escoamento e consequentemente menor a suscetibilidade a enchentes a jusante
da bacia (maior retenccedilatildeo de aacutegua no interior da bacia) Foacutermula
(Eq 2)
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Onde Is Iacutendice de sinuosidade L comprimento do canal principal Dv comprimento
vetorial do canal principal (Km)
Iacutendice de circularidade Quanto mais circular maior a retenccedilatildeo de aacutegua na bacia
aumentando a suscetibilidade agraves enchentes e reduzindo os efeitos a jusante Obtida pela
foacutermula
(Eq 3)
Onde Ic Iacutendice de Circularidade A Aacuterea da bacia considerada em kmsup2
P Periacutemetro (Km)
Relaccedilatildeo do Relevo significa que quanto mais elevado o valor maior eacute sua amplitude
altimeacutetrica ao longo do canal principal da bacia nesse caso quanto menor o valor maior a
suscetibilidade de enchentes
(Eq 4)
Onde Rr eacute a relaccedilatildeo de relevo Hm eacute a amplitude topograacutefica maacutexima e Lb eacute o comprimento
da bacia
Forma da bacia A forma da bacia influencia na retenccedilatildeo da aacutegua
(Eq 5)
Onde Ff eacute o fator forma A eacute a aacuterea da bacia e L eacute o comprimento do eixo
Coeficiente de Compacidade O coeficiente de compacidade (Kc) relaciona a forma da bacia com
um ciacuterculo eacute um nuacutemero adimensional que varia com a forma da bacia independente de seu tamanho
(Eq 6)
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Onde onde Kc o coeficiente de compacidade P o periacutemetro (m) e A a aacuterea de drenagem (m2)
Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo
A bacia hidrograacutefica do Rio Bonito (Figura 1) onde foi desenvolvida a presente
pesquisa estaacute localizada na porccedilatildeo leste do municiacutepio de Irati-PR apresentando extensatildeo de
2038 kmsup2 e possui em grande parte uso agriacutecola e densa atividade urbana em um pequeno
espaccedilo da bacia na qual sofre com a ocorrecircncia de enchentes raacutepidas O loco das enchentes
nesta bacia se expressa com pontos vermelhos
Figura 1 - Localizaccedilatildeo da bacia hidrograacutefica do Rio Bonito Com a Classificaccedilatildeo de
Strahler (1964)
Fonte IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica 2010
A bacia do Rio Bonito eacute uma das contribuintes da bacia do Rio das Antas sendo esta
de grande relevacircncia pois abrange a maior parte do municiacutepio de Irati-PR A bacia tem dois
rios principais sendo eles Rio Bonito e Arroio do Meio possui 27 canais fluviais sendo uma
rede de drenagem de 4deg ordem (Strahler1964)
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As enchentes acontecem nas aacutereas impermeabilizadas da cidade pois ocorre uma
extrapolaccedilatildeo do leito fluvial para aacutereas ocupadas sendo que essa situaccedilatildeo se agrava pela
presenccedila de construccedilotildees irregulares e poucos espaccedilos para a infiltraccedilatildeo da aacutegua da chuva
Os solos que compotildeem a bacia do Rio Bonito satildeo latossolos argissolos nitossolos e
cambissolos (EMBRAPA 2007) Quanto a declividade a classe entre 45-75 situa-se ao
norte e nordeste da bacia no entanto possui pouca representatividade espacial uma vez que
abrangem apenas 10 da aacuterea total da bacia
Quanto a declividade a classe entre 45-75 situa-se ao norte e nordeste da bacia no
entanto possui pouca representatividade espacial uma vez que abrangem apenas 10 da aacuterea
total da bacia
A classe entre 20-40 (relevo forteondulado) possui a menor representatividade
espacial de todas as classes pois abrange apenas 5 de toda aacuterea e localiza-se sobretudo ao
norte e nordeste da bacia
A classe entre 8-20 (relevo ondulado) estaacute representada em 30 do total da bacia
e sua distribuiccedilatildeo espacial natildeo se concentra em apenas uma regiatildeo pois estaacute distribuiacuteda
homogeneamente Nesta classe se estabelecem o uso cultura e pastagem
A classe entre 3-8 (relevo suave ondulado) estaacute presente em grande parte da bacia
representando 55 do total da aacuterea tambeacutem estatildeo presentes diversos usos como cultivo
pastagem florestal Na classe de 0-3 estaacute presente a aacuterea urbanizada da bacia
A hipsometria (Figura 2) da bacia varia de 820 a 920 metros de altitude sendo a
porccedilatildeo norte a aacuterea com a maior elevaccedilatildeo o que explica a maior concentraccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e
menor grau de urbanizaccedilatildeo As aacutereas de menores declividade encontram-se na porccedilatildeo leste da
bacia local de sua maior ocupaccedilatildeo sobretudo proacuteximo a foz
RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
A presente bacia possui uma aacuterea de 2038 kmsup2 e um periacutemetro de 2164 km2 Na
realidade conforme apontam Christofoletti (1969) Silva et al (2003) e Brubacher et al
(2011) a variaacutevel aacuterea eacute tida como a mais importante pois quanto maior a aacuterea de recepccedilatildeo
de aacutegua maior seraacute o efeito de enchentes no interior da bacia e a jusante da mesma
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Figura 2- Hipsometria da Bacia do Rio bonito em Irati-PR
Fonte IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica 2010
Na anaacutelise do comportamento da bacia estudada constatou-se uma hierarquia fluvial
de 4ordf ordem com 27 canais fluviais (Tabelas 1) segundo classificaccedilatildeo proposta por Strahler
em 1952 (apud CHRISTOFOLETTI 1980) O nuacutemero de canais de primeira ordem se
apresentam em toda a extensatildeo da bacia O criteacuterio adotado de intervalo entre os resultados
negativos e positivos foram provenientes do trabalho de Christofoletti (1969) e Brubacher et
al (2011)
Tabela 1 Valores morfomeacutetricos da bacia hidrograacutefica Rio Bonito
Bacia Rio Bonito Resultados
Aacuterea 2038 Kmsup2
Periacutemetro 2164 km
Nuacutemero de canais 27 canais
Comprimento do canal Principal 744 km
Comprimento vetorial do canal principal 570 Km
Altitude maacutexima 920 m
Altitude miacutenima 820 m
Amplitude Altimeacutetrica 100 m
Ordem do coacuterrego 4deg ordem
Densidade de Drenagem 222 Kmkmsup2
Iacutendice de Sinuosidade 130 m
Iacutendice de Circularidade 054
Declividade predominante 25 deg
Relaccedilatildeo do Relevo 806
Forma da Bacia 0 89
Coeficiente de Compacidade 106
Comprimento total dos rios 121km
Fonte Autoria proacutepria
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O comprimento do canal principal foi de 744 km e o Comprimento vetorial do canal
principal 570 Km sendo a distacircncia da nascente a foz pequena devido ao tamanho da bacia
quanto menor a distacircncia da nascente a foz maior eacute a possibilidade de enchentes pois menor
eacute agrave distacircncia para a descarga de aacutegua (BRUBACHER et al2011)
A altitude da bacia do Rio Bonito eacute de 820 a 920 m e a amplitude altimeacutetrica
constatada para a bacia Rio Bonito foi de 100 m resultado considerado negativo pois quanto
maior eacute a amplitude maior eacute o impulso e velocidade do rio propiciando um melhor
escoamento a montante do rio e pior a jusante pois o maior acuacutemulo de aacutegua desencadeia
enchentes
Segundo Christofoletti (1969) citado por Silva et al (2003) densidades de drenagem
menores que 75 kmkmsup2 satildeo classificadas como de baixas as entre 75 kmkmsup2 e 10 kmkmsup2
meacutedias e as superiores a 10 kmkmsup2 altas
Deste modo a densidade de drenagem da bacia do Rio Bonito foi de 222 Kmkmsup2 ou
seja considerada baixa Esse fator sugere que esta bacia seja menos susceptiacutevel a enchentes
poreacutem natildeo eacute um fator isolado tendo a necessidade de avaliar em conjunto
Em relaccedilatildeo ao iacutendice de sinuosidade valores proacuteximos a 10 indicam que o canal
tende a ser retiliacuteneo jaacute os superiores a 20 indicam que os canais tendem a ser tortuosos e os
valores intermediaacuterios indicam formas transicionais regulares e irregulares (SCHUMM
1963)
A sinuosidade eacute influenciada pela carga de sedimentos pela caracteriacutestica litoloacutegica
estrutura geoloacutegica e pela declividade dos mesmos O iacutendice de sinuosidade da bacia do Rio
Bonito foi de 130 que retrata um canal retiliacuteneo e que favorece uma maior velocidade e
volume de aacutegua e sedimentos da nascente agrave foz
O iacutendice de circularidade da bacia tambeacutem ficou mais proacuteximo de 10 com 054 o que
indica que a bacia possui formato circular por ser circular e de pequena aacuterea pode ocorrecircncia
de cheias chuvas intensas em grande parte dessas aacutereas podendo estar propensa desta forma a
cheias em determinados pontos pois suas caracteriacutesticas indicam que a bacia se possui
formato circular e que a condiciona a ter mais probabilidade de cheias bacias alongadas
possuem menor concentraccedilatildeo do defluacutevio ao contraacuterio de bacias circulares (Villela e Mattos
1975)
A declividade predominante eacute de 25deg o que permite prever que a bacia do Rio Bonito
em sua grande parte apresenta aacutereas planificadas A Relaccedilatildeo de Relevo presente no recorte
espacial em epiacutegrafe relativamente baixa sendo de 806 (BRUBACHER et al 2011) Isto
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significa que a amplitude altimeacutetrica natildeo eacute representativa em todo comprimento do curso de
aacutegua o que faz com que a suscetibilidade de enchentes aumente pelo fato desta bacia ser em
sua maior parte plana
De acordo com o Fator de Forma a bacia apresentou um valor de 0 89 sendo assim
pode-se classifica-la como uma rede de drenagem circular pois valores proacuteximos a 10
indicam bacias circulares Atraveacutes deste valor pode-se inferir que a bacia tem maior risco de
inundaccedilotildees e cheias instantacircneas
O coeficiente de compacidade mostra-se proacuteximo da unidade (106) esse valor
associado ao fator de forma (089) indica que a bacia possui formato semelhante ao de uma
circunferecircncia correspondendo portanto agrave forma mais proacutexima de bacia circular
Com relaccedilatildeo aos iacutendices de precipitaccedilatildeo mensal que contribuiacuteram para as ocorrecircncias
de enchentes durante julho de 2014 a junho de 2015 obteve valores elevados nos meses de
setembro dezembro e fevereiro (Figura 3) Foram nesses meses que tambeacutem ocorreram agraves
inundaccedilotildees nos pontos apresentados na figura de localizaccedilatildeo
Figura 3 Precipitaccedilatildeo mensal-Julho de 2014 a Junho de 2015
Fonte Inmet 2015
Para uma melhor compreensatildeo das cheias apresentam-se a seguir os valores diaacuterios de
precipitaccedilatildeo dos meses de setembro dezembro e fevereiro meses em que teve a ocorrecircncia de
cheias
Os maiores valores de precipitaccedilatildeo no mecircs de setembro ocorreram nos dias 1 com 369
mm e dia 18 com 5622 mm (Figura 4) nesse dia houve ocorrecircncia de alagamento na aacuterea
urbana da bacia no encontro dos rios Bonito e Arroio do Meio a declividade nesse trecho eacute
inferior a 15 sendo nessa parte da bacia uma aacuterea mais plana favorecendo as cheias que
neste mecircs ocorreram nos primeiros 30 minutos de precipitaccedilatildeo
379 422
2602
864 1155
2129 1846
246
1072 847
1733
64
0
50
100
150
200
250
300
Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun
Precipitaccedilatildeo mensal em mm
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Figura 4 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de novembro de 2014
Fonte Inmet 2015
O registro de cheias no mecircs de dezembro foi no dia 23 dia em que fora registrado
404mm seguido da precipitaccedilatildeo ocorrida no dia 22 que foi 369 mm (Figura 5) A ocorrecircncia
de cheias pode estar relacionada a forma da bacia e suas caracteriacutesticas fiacutesicas que contribuem
na formaccedilatildeo de enchentes
Figura 5 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de dezembro de 2014
Fonte Inmet 2015
O mecircs de fevereiro (Figura 6) choveu na maior parte dos dias fato que pode ter
propiciado um empoccedilamento do solo e no dia 13 a ocorrecircncia de cheias em 20 minutos de
precipitaccedilatildeo todos os eventos de cheias foram no espaccedilo urbano compreende-se que a alguns
fatores como a compactaccedilatildeo exposiccedilatildeo do solo e baixa potencialidade de infiltraccedilatildeo podem
contribuir para as cheias ocorridas durante o periacuteodo investigado
369
17
201
0 0 0
75
0 0 0 0 0 0 07 08 0 0
562
89
09 0 0 166
216 26
26 132
55
192 134
0
50
100
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Precipitaccedilatildeo Diaacuteriasetemrbo
Precipitaccedilatildeo mmdia
0 0 0
154
0 0 0 0
92 92
02
31
12 0 0 0 0 0 0 02
0
369
404
17 38
36
0
5
09 02
133
0
10
20
30
40
50
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Precipitaccedilatildeo Diaacuteriadezembro
Precipitaccedilatildeo mmdia
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Figura 6 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de fevereiro de 2015
Fonte Inmet 2015
Nesse caso pode se destacar a amplitude altimeacutetrica que teve um valor de 60m como
se sabe que quanto maior for esse valor menor eacute a infiltraccedilatildeo ao longo da vertente e mais
raacutepida eacute o escoamento superficial possibilitando assim a ocorrecircncia de enchentes nos setores
de mais baixa altitude sendo um dos paracircmetros morfomeacutetricos que interfere no fenocircmeno
investigado
Outro fator que pode ter possibilitado as inundaccedilotildees foram os elevados iacutendices de
precipitaccedilatildeo nos meses de novembro dezembro e fevereiro atrelados a caracteriacutesticas dos
solos que no ponto onde ocorreram as inundaccedilotildees satildeo compostos de argissolos isso dificulta
ainda mais a infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo devido agrave capacidade que esse tipo de solo tem de reter
umidade dificultado a infiltraccedilatildeo e possibilitando o escoamento superficial com ecircnfase que
as enchentes ocorreram no espaccedilo urbano local este onde essas caracteriacutesticas satildeo mais
intensas
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao se fazer uma apreciaccedilatildeo de todos os paracircmetros que compotildeem a anaacutelise
morfomeacutetrica por meio de observaccedilatildeo pontos com alta suscetibilidade de enchentes
constatou-se que a Bacia do Rio Bonito possui uma alta suscetibilidade para desencadear
enchentes Isso ocorre pelo fato da bacia possuir uma aacuterea de captaccedilatildeo considerada pequena
no entanto esse potencial natildeo se estende por toda
0 0
236
10
02
58 0
74
0
48 0
106
433
138
258
02
102 303
32 49
61
16 0 0 77
0
319
46
0
10
20
30
40
50
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Precipitaccedilatildeo Diaacuteriafevereiro
Precipitaccedilatildeo mmdia
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A amplitude altimeacutetrica e o iacutendice de circularidade representam valores desfavoraacuteveis
pois bacias hidrograacuteficas com elevado iacutendice de circularidadeplanas tendem a ser propensas a
cheias revelando que a presente bacia eacute em grande parte plana e com formato circular
Apresenta relaccedilatildeo de relevo que demonstra elevado potencial para o desencadeamento
de enchentes principalmente a jusante onde se apresenta caracteriacutesticas planas e tambeacutem onde
ocorre o encontro de dois rios principais
As enchentes acontecem nas aacutereas impermeabilizadas da cidade nesse sentido ocorre
uma extrapolaccedilatildeo do leito fluvial para aacutereas ocupadas
Evidenciou-se tambeacutem que as enchentes se mostram mais graves na aacuterea urbana que
embora de pequena dimensatildeo na bacia apresenta elevado adensamento populacional
diferente de outros locais onde haacute menor concentraccedilatildeo de moradias em virtude da atividade
agriacutecola ou do relevo iacutengreme
Trabalho enviado em Junho de 2016
Trabalho aceito em Novembro de 2016
REFEREcircNCIAS
ANTONELI V THOMAZ E L Caracterizaccedilatildeo do meio fiacutesico da Bacia do Arroio Boa
Vista-Guamiranga-PR Caminhos de Geografia Uberlacircndia v8 n21 p46 ndash 58 Mar 2007
BRUBACHER J P OLIVEIRA GG GUASSELLI LA Suscetibilidade de enchentes a
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XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO - SBSR 2011 Curitiba
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CARDOSO C A DIAS H C T SOARES CPB MARTINS S V Caracterizaccedilatildeo
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CECH T V Recursos Hiacutedricos histoacuteria desenvolvimento poliacutetica e gestatildeo Rio de Janeiro
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CHRISTOFOLETTI A Anaacutelise morfomeacutetrica de bacias hidrograacuteficas Notiacutecia
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EMBRAPA Solos florestais Carta de Solos do Estado do Paranaacute Solos Atualizaccedilatildeo do
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VILLELA S M MATTOS A Hidrologia aplicada Satildeo Paulo McGraw-Hill do Brasil
1975 245p
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem a CAPES pela bolsa concedida ao primeiro autor e pela ajuda
financeira nos projetos das instituiccedilotildees de atuaccedilatildeo dos professores do programa de poacutes-
graduaccedilatildeo em Geografia da Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG e Universidade
estadual do Centro Oeste-UNICENTRO
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Onde Is Iacutendice de sinuosidade L comprimento do canal principal Dv comprimento
vetorial do canal principal (Km)
Iacutendice de circularidade Quanto mais circular maior a retenccedilatildeo de aacutegua na bacia
aumentando a suscetibilidade agraves enchentes e reduzindo os efeitos a jusante Obtida pela
foacutermula
(Eq 3)
Onde Ic Iacutendice de Circularidade A Aacuterea da bacia considerada em kmsup2
P Periacutemetro (Km)
Relaccedilatildeo do Relevo significa que quanto mais elevado o valor maior eacute sua amplitude
altimeacutetrica ao longo do canal principal da bacia nesse caso quanto menor o valor maior a
suscetibilidade de enchentes
(Eq 4)
Onde Rr eacute a relaccedilatildeo de relevo Hm eacute a amplitude topograacutefica maacutexima e Lb eacute o comprimento
da bacia
Forma da bacia A forma da bacia influencia na retenccedilatildeo da aacutegua
(Eq 5)
Onde Ff eacute o fator forma A eacute a aacuterea da bacia e L eacute o comprimento do eixo
Coeficiente de Compacidade O coeficiente de compacidade (Kc) relaciona a forma da bacia com
um ciacuterculo eacute um nuacutemero adimensional que varia com a forma da bacia independente de seu tamanho
(Eq 6)
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Onde onde Kc o coeficiente de compacidade P o periacutemetro (m) e A a aacuterea de drenagem (m2)
Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo
A bacia hidrograacutefica do Rio Bonito (Figura 1) onde foi desenvolvida a presente
pesquisa estaacute localizada na porccedilatildeo leste do municiacutepio de Irati-PR apresentando extensatildeo de
2038 kmsup2 e possui em grande parte uso agriacutecola e densa atividade urbana em um pequeno
espaccedilo da bacia na qual sofre com a ocorrecircncia de enchentes raacutepidas O loco das enchentes
nesta bacia se expressa com pontos vermelhos
Figura 1 - Localizaccedilatildeo da bacia hidrograacutefica do Rio Bonito Com a Classificaccedilatildeo de
Strahler (1964)
Fonte IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica 2010
A bacia do Rio Bonito eacute uma das contribuintes da bacia do Rio das Antas sendo esta
de grande relevacircncia pois abrange a maior parte do municiacutepio de Irati-PR A bacia tem dois
rios principais sendo eles Rio Bonito e Arroio do Meio possui 27 canais fluviais sendo uma
rede de drenagem de 4deg ordem (Strahler1964)
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As enchentes acontecem nas aacutereas impermeabilizadas da cidade pois ocorre uma
extrapolaccedilatildeo do leito fluvial para aacutereas ocupadas sendo que essa situaccedilatildeo se agrava pela
presenccedila de construccedilotildees irregulares e poucos espaccedilos para a infiltraccedilatildeo da aacutegua da chuva
Os solos que compotildeem a bacia do Rio Bonito satildeo latossolos argissolos nitossolos e
cambissolos (EMBRAPA 2007) Quanto a declividade a classe entre 45-75 situa-se ao
norte e nordeste da bacia no entanto possui pouca representatividade espacial uma vez que
abrangem apenas 10 da aacuterea total da bacia
Quanto a declividade a classe entre 45-75 situa-se ao norte e nordeste da bacia no
entanto possui pouca representatividade espacial uma vez que abrangem apenas 10 da aacuterea
total da bacia
A classe entre 20-40 (relevo forteondulado) possui a menor representatividade
espacial de todas as classes pois abrange apenas 5 de toda aacuterea e localiza-se sobretudo ao
norte e nordeste da bacia
A classe entre 8-20 (relevo ondulado) estaacute representada em 30 do total da bacia
e sua distribuiccedilatildeo espacial natildeo se concentra em apenas uma regiatildeo pois estaacute distribuiacuteda
homogeneamente Nesta classe se estabelecem o uso cultura e pastagem
A classe entre 3-8 (relevo suave ondulado) estaacute presente em grande parte da bacia
representando 55 do total da aacuterea tambeacutem estatildeo presentes diversos usos como cultivo
pastagem florestal Na classe de 0-3 estaacute presente a aacuterea urbanizada da bacia
A hipsometria (Figura 2) da bacia varia de 820 a 920 metros de altitude sendo a
porccedilatildeo norte a aacuterea com a maior elevaccedilatildeo o que explica a maior concentraccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e
menor grau de urbanizaccedilatildeo As aacutereas de menores declividade encontram-se na porccedilatildeo leste da
bacia local de sua maior ocupaccedilatildeo sobretudo proacuteximo a foz
RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
A presente bacia possui uma aacuterea de 2038 kmsup2 e um periacutemetro de 2164 km2 Na
realidade conforme apontam Christofoletti (1969) Silva et al (2003) e Brubacher et al
(2011) a variaacutevel aacuterea eacute tida como a mais importante pois quanto maior a aacuterea de recepccedilatildeo
de aacutegua maior seraacute o efeito de enchentes no interior da bacia e a jusante da mesma
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Figura 2- Hipsometria da Bacia do Rio bonito em Irati-PR
Fonte IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica 2010
Na anaacutelise do comportamento da bacia estudada constatou-se uma hierarquia fluvial
de 4ordf ordem com 27 canais fluviais (Tabelas 1) segundo classificaccedilatildeo proposta por Strahler
em 1952 (apud CHRISTOFOLETTI 1980) O nuacutemero de canais de primeira ordem se
apresentam em toda a extensatildeo da bacia O criteacuterio adotado de intervalo entre os resultados
negativos e positivos foram provenientes do trabalho de Christofoletti (1969) e Brubacher et
al (2011)
Tabela 1 Valores morfomeacutetricos da bacia hidrograacutefica Rio Bonito
Bacia Rio Bonito Resultados
Aacuterea 2038 Kmsup2
Periacutemetro 2164 km
Nuacutemero de canais 27 canais
Comprimento do canal Principal 744 km
Comprimento vetorial do canal principal 570 Km
Altitude maacutexima 920 m
Altitude miacutenima 820 m
Amplitude Altimeacutetrica 100 m
Ordem do coacuterrego 4deg ordem
Densidade de Drenagem 222 Kmkmsup2
Iacutendice de Sinuosidade 130 m
Iacutendice de Circularidade 054
Declividade predominante 25 deg
Relaccedilatildeo do Relevo 806
Forma da Bacia 0 89
Coeficiente de Compacidade 106
Comprimento total dos rios 121km
Fonte Autoria proacutepria
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O comprimento do canal principal foi de 744 km e o Comprimento vetorial do canal
principal 570 Km sendo a distacircncia da nascente a foz pequena devido ao tamanho da bacia
quanto menor a distacircncia da nascente a foz maior eacute a possibilidade de enchentes pois menor
eacute agrave distacircncia para a descarga de aacutegua (BRUBACHER et al2011)
A altitude da bacia do Rio Bonito eacute de 820 a 920 m e a amplitude altimeacutetrica
constatada para a bacia Rio Bonito foi de 100 m resultado considerado negativo pois quanto
maior eacute a amplitude maior eacute o impulso e velocidade do rio propiciando um melhor
escoamento a montante do rio e pior a jusante pois o maior acuacutemulo de aacutegua desencadeia
enchentes
Segundo Christofoletti (1969) citado por Silva et al (2003) densidades de drenagem
menores que 75 kmkmsup2 satildeo classificadas como de baixas as entre 75 kmkmsup2 e 10 kmkmsup2
meacutedias e as superiores a 10 kmkmsup2 altas
Deste modo a densidade de drenagem da bacia do Rio Bonito foi de 222 Kmkmsup2 ou
seja considerada baixa Esse fator sugere que esta bacia seja menos susceptiacutevel a enchentes
poreacutem natildeo eacute um fator isolado tendo a necessidade de avaliar em conjunto
Em relaccedilatildeo ao iacutendice de sinuosidade valores proacuteximos a 10 indicam que o canal
tende a ser retiliacuteneo jaacute os superiores a 20 indicam que os canais tendem a ser tortuosos e os
valores intermediaacuterios indicam formas transicionais regulares e irregulares (SCHUMM
1963)
A sinuosidade eacute influenciada pela carga de sedimentos pela caracteriacutestica litoloacutegica
estrutura geoloacutegica e pela declividade dos mesmos O iacutendice de sinuosidade da bacia do Rio
Bonito foi de 130 que retrata um canal retiliacuteneo e que favorece uma maior velocidade e
volume de aacutegua e sedimentos da nascente agrave foz
O iacutendice de circularidade da bacia tambeacutem ficou mais proacuteximo de 10 com 054 o que
indica que a bacia possui formato circular por ser circular e de pequena aacuterea pode ocorrecircncia
de cheias chuvas intensas em grande parte dessas aacutereas podendo estar propensa desta forma a
cheias em determinados pontos pois suas caracteriacutesticas indicam que a bacia se possui
formato circular e que a condiciona a ter mais probabilidade de cheias bacias alongadas
possuem menor concentraccedilatildeo do defluacutevio ao contraacuterio de bacias circulares (Villela e Mattos
1975)
A declividade predominante eacute de 25deg o que permite prever que a bacia do Rio Bonito
em sua grande parte apresenta aacutereas planificadas A Relaccedilatildeo de Relevo presente no recorte
espacial em epiacutegrafe relativamente baixa sendo de 806 (BRUBACHER et al 2011) Isto
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significa que a amplitude altimeacutetrica natildeo eacute representativa em todo comprimento do curso de
aacutegua o que faz com que a suscetibilidade de enchentes aumente pelo fato desta bacia ser em
sua maior parte plana
De acordo com o Fator de Forma a bacia apresentou um valor de 0 89 sendo assim
pode-se classifica-la como uma rede de drenagem circular pois valores proacuteximos a 10
indicam bacias circulares Atraveacutes deste valor pode-se inferir que a bacia tem maior risco de
inundaccedilotildees e cheias instantacircneas
O coeficiente de compacidade mostra-se proacuteximo da unidade (106) esse valor
associado ao fator de forma (089) indica que a bacia possui formato semelhante ao de uma
circunferecircncia correspondendo portanto agrave forma mais proacutexima de bacia circular
Com relaccedilatildeo aos iacutendices de precipitaccedilatildeo mensal que contribuiacuteram para as ocorrecircncias
de enchentes durante julho de 2014 a junho de 2015 obteve valores elevados nos meses de
setembro dezembro e fevereiro (Figura 3) Foram nesses meses que tambeacutem ocorreram agraves
inundaccedilotildees nos pontos apresentados na figura de localizaccedilatildeo
Figura 3 Precipitaccedilatildeo mensal-Julho de 2014 a Junho de 2015
Fonte Inmet 2015
Para uma melhor compreensatildeo das cheias apresentam-se a seguir os valores diaacuterios de
precipitaccedilatildeo dos meses de setembro dezembro e fevereiro meses em que teve a ocorrecircncia de
cheias
Os maiores valores de precipitaccedilatildeo no mecircs de setembro ocorreram nos dias 1 com 369
mm e dia 18 com 5622 mm (Figura 4) nesse dia houve ocorrecircncia de alagamento na aacuterea
urbana da bacia no encontro dos rios Bonito e Arroio do Meio a declividade nesse trecho eacute
inferior a 15 sendo nessa parte da bacia uma aacuterea mais plana favorecendo as cheias que
neste mecircs ocorreram nos primeiros 30 minutos de precipitaccedilatildeo
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Precipitaccedilatildeo mensal em mm
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Figura 4 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de novembro de 2014
Fonte Inmet 2015
O registro de cheias no mecircs de dezembro foi no dia 23 dia em que fora registrado
404mm seguido da precipitaccedilatildeo ocorrida no dia 22 que foi 369 mm (Figura 5) A ocorrecircncia
de cheias pode estar relacionada a forma da bacia e suas caracteriacutesticas fiacutesicas que contribuem
na formaccedilatildeo de enchentes
Figura 5 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de dezembro de 2014
Fonte Inmet 2015
O mecircs de fevereiro (Figura 6) choveu na maior parte dos dias fato que pode ter
propiciado um empoccedilamento do solo e no dia 13 a ocorrecircncia de cheias em 20 minutos de
precipitaccedilatildeo todos os eventos de cheias foram no espaccedilo urbano compreende-se que a alguns
fatores como a compactaccedilatildeo exposiccedilatildeo do solo e baixa potencialidade de infiltraccedilatildeo podem
contribuir para as cheias ocorridas durante o periacuteodo investigado
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Precipitaccedilatildeo Diaacuteriasetemrbo
Precipitaccedilatildeo mmdia
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Precipitaccedilatildeo Diaacuteriadezembro
Precipitaccedilatildeo mmdia
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Figura 6 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de fevereiro de 2015
Fonte Inmet 2015
Nesse caso pode se destacar a amplitude altimeacutetrica que teve um valor de 60m como
se sabe que quanto maior for esse valor menor eacute a infiltraccedilatildeo ao longo da vertente e mais
raacutepida eacute o escoamento superficial possibilitando assim a ocorrecircncia de enchentes nos setores
de mais baixa altitude sendo um dos paracircmetros morfomeacutetricos que interfere no fenocircmeno
investigado
Outro fator que pode ter possibilitado as inundaccedilotildees foram os elevados iacutendices de
precipitaccedilatildeo nos meses de novembro dezembro e fevereiro atrelados a caracteriacutesticas dos
solos que no ponto onde ocorreram as inundaccedilotildees satildeo compostos de argissolos isso dificulta
ainda mais a infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo devido agrave capacidade que esse tipo de solo tem de reter
umidade dificultado a infiltraccedilatildeo e possibilitando o escoamento superficial com ecircnfase que
as enchentes ocorreram no espaccedilo urbano local este onde essas caracteriacutesticas satildeo mais
intensas
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao se fazer uma apreciaccedilatildeo de todos os paracircmetros que compotildeem a anaacutelise
morfomeacutetrica por meio de observaccedilatildeo pontos com alta suscetibilidade de enchentes
constatou-se que a Bacia do Rio Bonito possui uma alta suscetibilidade para desencadear
enchentes Isso ocorre pelo fato da bacia possuir uma aacuterea de captaccedilatildeo considerada pequena
no entanto esse potencial natildeo se estende por toda
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Precipitaccedilatildeo Diaacuteriafevereiro
Precipitaccedilatildeo mmdia
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A amplitude altimeacutetrica e o iacutendice de circularidade representam valores desfavoraacuteveis
pois bacias hidrograacuteficas com elevado iacutendice de circularidadeplanas tendem a ser propensas a
cheias revelando que a presente bacia eacute em grande parte plana e com formato circular
Apresenta relaccedilatildeo de relevo que demonstra elevado potencial para o desencadeamento
de enchentes principalmente a jusante onde se apresenta caracteriacutesticas planas e tambeacutem onde
ocorre o encontro de dois rios principais
As enchentes acontecem nas aacutereas impermeabilizadas da cidade nesse sentido ocorre
uma extrapolaccedilatildeo do leito fluvial para aacutereas ocupadas
Evidenciou-se tambeacutem que as enchentes se mostram mais graves na aacuterea urbana que
embora de pequena dimensatildeo na bacia apresenta elevado adensamento populacional
diferente de outros locais onde haacute menor concentraccedilatildeo de moradias em virtude da atividade
agriacutecola ou do relevo iacutengreme
Trabalho enviado em Junho de 2016
Trabalho aceito em Novembro de 2016
REFEREcircNCIAS
ANTONELI V THOMAZ E L Caracterizaccedilatildeo do meio fiacutesico da Bacia do Arroio Boa
Vista-Guamiranga-PR Caminhos de Geografia Uberlacircndia v8 n21 p46 ndash 58 Mar 2007
BRUBACHER J P OLIVEIRA GG GUASSELLI LA Suscetibilidade de enchentes a
partir da anaacutelise das variaacuteveis morfomeacutetricas na bacia hidrograacutefica do rio dos SinosRS In
XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO - SBSR 2011 Curitiba
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CARDOSO C A DIAS H C T SOARES CPB MARTINS S V Caracterizaccedilatildeo
Morfomeacutetrica da Bacia Hidrograacutefica Rio Debossan Nova Friburgo-RJ Aacutervore Viccedilosa v 30
n2 p 241-248 Mar2006
CECH T V Recursos Hiacutedricos histoacuteria desenvolvimento poliacutetica e gestatildeo Rio de Janeiro
LTC 2013
CHRISTOFOLETTI A Anaacutelise morfomeacutetrica de bacias hidrograacuteficas Notiacutecia
Geomorfoloacutegica v18 n9 1969 p35-64
COELHO NETO AL Hidrologia na interface com a Geomorfologia In Guerra AJT e
CUNHA SB Geomorfologia uma atualizaccedilatildeo de bases e conceitos Editora Bertrand 2deg
Ediccedilatildeo 94-148 1995
EMBRAPA Solos florestais Carta de Solos do Estado do Paranaacute Solos Atualizaccedilatildeo do
Mapa de Solos ndash SiBCS 2007
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GOLDENFUM JA Pequenas bacias hidroloacutegicas conceitos baacutesicos In PAIVA JBDD
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portal Acesso em 10 de Jun 2015
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SILVA AMD Schulz HE Camargo PBD Erosatildeo e hidrossedimentologia em bacias
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STRAHLER A N Dynamic basis of Geomorphology Geological Society of America
Bulletin v63 1952 p923-938
TOMINAGA L K SANTORO J AMARAL R (Org) Desastres Naturais conhecer para
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TUCCI CEM CLARKE RT Impactos das mudanccedilas da cobertura vegetal no escoamento
Revista Brasileira de Recursos Hiacutedricos v2 Porto Alegre-RS 1997 p135-152
VILLELA S M MATTOS A Hidrologia aplicada Satildeo Paulo McGraw-Hill do Brasil
1975 245p
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem a CAPES pela bolsa concedida ao primeiro autor e pela ajuda
financeira nos projetos das instituiccedilotildees de atuaccedilatildeo dos professores do programa de poacutes-
graduaccedilatildeo em Geografia da Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG e Universidade
estadual do Centro Oeste-UNICENTRO
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Onde onde Kc o coeficiente de compacidade P o periacutemetro (m) e A a aacuterea de drenagem (m2)
Caracterizaccedilatildeo da aacuterea em estudo
A bacia hidrograacutefica do Rio Bonito (Figura 1) onde foi desenvolvida a presente
pesquisa estaacute localizada na porccedilatildeo leste do municiacutepio de Irati-PR apresentando extensatildeo de
2038 kmsup2 e possui em grande parte uso agriacutecola e densa atividade urbana em um pequeno
espaccedilo da bacia na qual sofre com a ocorrecircncia de enchentes raacutepidas O loco das enchentes
nesta bacia se expressa com pontos vermelhos
Figura 1 - Localizaccedilatildeo da bacia hidrograacutefica do Rio Bonito Com a Classificaccedilatildeo de
Strahler (1964)
Fonte IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica 2010
A bacia do Rio Bonito eacute uma das contribuintes da bacia do Rio das Antas sendo esta
de grande relevacircncia pois abrange a maior parte do municiacutepio de Irati-PR A bacia tem dois
rios principais sendo eles Rio Bonito e Arroio do Meio possui 27 canais fluviais sendo uma
rede de drenagem de 4deg ordem (Strahler1964)
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As enchentes acontecem nas aacutereas impermeabilizadas da cidade pois ocorre uma
extrapolaccedilatildeo do leito fluvial para aacutereas ocupadas sendo que essa situaccedilatildeo se agrava pela
presenccedila de construccedilotildees irregulares e poucos espaccedilos para a infiltraccedilatildeo da aacutegua da chuva
Os solos que compotildeem a bacia do Rio Bonito satildeo latossolos argissolos nitossolos e
cambissolos (EMBRAPA 2007) Quanto a declividade a classe entre 45-75 situa-se ao
norte e nordeste da bacia no entanto possui pouca representatividade espacial uma vez que
abrangem apenas 10 da aacuterea total da bacia
Quanto a declividade a classe entre 45-75 situa-se ao norte e nordeste da bacia no
entanto possui pouca representatividade espacial uma vez que abrangem apenas 10 da aacuterea
total da bacia
A classe entre 20-40 (relevo forteondulado) possui a menor representatividade
espacial de todas as classes pois abrange apenas 5 de toda aacuterea e localiza-se sobretudo ao
norte e nordeste da bacia
A classe entre 8-20 (relevo ondulado) estaacute representada em 30 do total da bacia
e sua distribuiccedilatildeo espacial natildeo se concentra em apenas uma regiatildeo pois estaacute distribuiacuteda
homogeneamente Nesta classe se estabelecem o uso cultura e pastagem
A classe entre 3-8 (relevo suave ondulado) estaacute presente em grande parte da bacia
representando 55 do total da aacuterea tambeacutem estatildeo presentes diversos usos como cultivo
pastagem florestal Na classe de 0-3 estaacute presente a aacuterea urbanizada da bacia
A hipsometria (Figura 2) da bacia varia de 820 a 920 metros de altitude sendo a
porccedilatildeo norte a aacuterea com a maior elevaccedilatildeo o que explica a maior concentraccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e
menor grau de urbanizaccedilatildeo As aacutereas de menores declividade encontram-se na porccedilatildeo leste da
bacia local de sua maior ocupaccedilatildeo sobretudo proacuteximo a foz
RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
A presente bacia possui uma aacuterea de 2038 kmsup2 e um periacutemetro de 2164 km2 Na
realidade conforme apontam Christofoletti (1969) Silva et al (2003) e Brubacher et al
(2011) a variaacutevel aacuterea eacute tida como a mais importante pois quanto maior a aacuterea de recepccedilatildeo
de aacutegua maior seraacute o efeito de enchentes no interior da bacia e a jusante da mesma
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Figura 2- Hipsometria da Bacia do Rio bonito em Irati-PR
Fonte IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica 2010
Na anaacutelise do comportamento da bacia estudada constatou-se uma hierarquia fluvial
de 4ordf ordem com 27 canais fluviais (Tabelas 1) segundo classificaccedilatildeo proposta por Strahler
em 1952 (apud CHRISTOFOLETTI 1980) O nuacutemero de canais de primeira ordem se
apresentam em toda a extensatildeo da bacia O criteacuterio adotado de intervalo entre os resultados
negativos e positivos foram provenientes do trabalho de Christofoletti (1969) e Brubacher et
al (2011)
Tabela 1 Valores morfomeacutetricos da bacia hidrograacutefica Rio Bonito
Bacia Rio Bonito Resultados
Aacuterea 2038 Kmsup2
Periacutemetro 2164 km
Nuacutemero de canais 27 canais
Comprimento do canal Principal 744 km
Comprimento vetorial do canal principal 570 Km
Altitude maacutexima 920 m
Altitude miacutenima 820 m
Amplitude Altimeacutetrica 100 m
Ordem do coacuterrego 4deg ordem
Densidade de Drenagem 222 Kmkmsup2
Iacutendice de Sinuosidade 130 m
Iacutendice de Circularidade 054
Declividade predominante 25 deg
Relaccedilatildeo do Relevo 806
Forma da Bacia 0 89
Coeficiente de Compacidade 106
Comprimento total dos rios 121km
Fonte Autoria proacutepria
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O comprimento do canal principal foi de 744 km e o Comprimento vetorial do canal
principal 570 Km sendo a distacircncia da nascente a foz pequena devido ao tamanho da bacia
quanto menor a distacircncia da nascente a foz maior eacute a possibilidade de enchentes pois menor
eacute agrave distacircncia para a descarga de aacutegua (BRUBACHER et al2011)
A altitude da bacia do Rio Bonito eacute de 820 a 920 m e a amplitude altimeacutetrica
constatada para a bacia Rio Bonito foi de 100 m resultado considerado negativo pois quanto
maior eacute a amplitude maior eacute o impulso e velocidade do rio propiciando um melhor
escoamento a montante do rio e pior a jusante pois o maior acuacutemulo de aacutegua desencadeia
enchentes
Segundo Christofoletti (1969) citado por Silva et al (2003) densidades de drenagem
menores que 75 kmkmsup2 satildeo classificadas como de baixas as entre 75 kmkmsup2 e 10 kmkmsup2
meacutedias e as superiores a 10 kmkmsup2 altas
Deste modo a densidade de drenagem da bacia do Rio Bonito foi de 222 Kmkmsup2 ou
seja considerada baixa Esse fator sugere que esta bacia seja menos susceptiacutevel a enchentes
poreacutem natildeo eacute um fator isolado tendo a necessidade de avaliar em conjunto
Em relaccedilatildeo ao iacutendice de sinuosidade valores proacuteximos a 10 indicam que o canal
tende a ser retiliacuteneo jaacute os superiores a 20 indicam que os canais tendem a ser tortuosos e os
valores intermediaacuterios indicam formas transicionais regulares e irregulares (SCHUMM
1963)
A sinuosidade eacute influenciada pela carga de sedimentos pela caracteriacutestica litoloacutegica
estrutura geoloacutegica e pela declividade dos mesmos O iacutendice de sinuosidade da bacia do Rio
Bonito foi de 130 que retrata um canal retiliacuteneo e que favorece uma maior velocidade e
volume de aacutegua e sedimentos da nascente agrave foz
O iacutendice de circularidade da bacia tambeacutem ficou mais proacuteximo de 10 com 054 o que
indica que a bacia possui formato circular por ser circular e de pequena aacuterea pode ocorrecircncia
de cheias chuvas intensas em grande parte dessas aacutereas podendo estar propensa desta forma a
cheias em determinados pontos pois suas caracteriacutesticas indicam que a bacia se possui
formato circular e que a condiciona a ter mais probabilidade de cheias bacias alongadas
possuem menor concentraccedilatildeo do defluacutevio ao contraacuterio de bacias circulares (Villela e Mattos
1975)
A declividade predominante eacute de 25deg o que permite prever que a bacia do Rio Bonito
em sua grande parte apresenta aacutereas planificadas A Relaccedilatildeo de Relevo presente no recorte
espacial em epiacutegrafe relativamente baixa sendo de 806 (BRUBACHER et al 2011) Isto
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significa que a amplitude altimeacutetrica natildeo eacute representativa em todo comprimento do curso de
aacutegua o que faz com que a suscetibilidade de enchentes aumente pelo fato desta bacia ser em
sua maior parte plana
De acordo com o Fator de Forma a bacia apresentou um valor de 0 89 sendo assim
pode-se classifica-la como uma rede de drenagem circular pois valores proacuteximos a 10
indicam bacias circulares Atraveacutes deste valor pode-se inferir que a bacia tem maior risco de
inundaccedilotildees e cheias instantacircneas
O coeficiente de compacidade mostra-se proacuteximo da unidade (106) esse valor
associado ao fator de forma (089) indica que a bacia possui formato semelhante ao de uma
circunferecircncia correspondendo portanto agrave forma mais proacutexima de bacia circular
Com relaccedilatildeo aos iacutendices de precipitaccedilatildeo mensal que contribuiacuteram para as ocorrecircncias
de enchentes durante julho de 2014 a junho de 2015 obteve valores elevados nos meses de
setembro dezembro e fevereiro (Figura 3) Foram nesses meses que tambeacutem ocorreram agraves
inundaccedilotildees nos pontos apresentados na figura de localizaccedilatildeo
Figura 3 Precipitaccedilatildeo mensal-Julho de 2014 a Junho de 2015
Fonte Inmet 2015
Para uma melhor compreensatildeo das cheias apresentam-se a seguir os valores diaacuterios de
precipitaccedilatildeo dos meses de setembro dezembro e fevereiro meses em que teve a ocorrecircncia de
cheias
Os maiores valores de precipitaccedilatildeo no mecircs de setembro ocorreram nos dias 1 com 369
mm e dia 18 com 5622 mm (Figura 4) nesse dia houve ocorrecircncia de alagamento na aacuterea
urbana da bacia no encontro dos rios Bonito e Arroio do Meio a declividade nesse trecho eacute
inferior a 15 sendo nessa parte da bacia uma aacuterea mais plana favorecendo as cheias que
neste mecircs ocorreram nos primeiros 30 minutos de precipitaccedilatildeo
379 422
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2129 1846
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Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun
Precipitaccedilatildeo mensal em mm
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Figura 4 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de novembro de 2014
Fonte Inmet 2015
O registro de cheias no mecircs de dezembro foi no dia 23 dia em que fora registrado
404mm seguido da precipitaccedilatildeo ocorrida no dia 22 que foi 369 mm (Figura 5) A ocorrecircncia
de cheias pode estar relacionada a forma da bacia e suas caracteriacutesticas fiacutesicas que contribuem
na formaccedilatildeo de enchentes
Figura 5 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de dezembro de 2014
Fonte Inmet 2015
O mecircs de fevereiro (Figura 6) choveu na maior parte dos dias fato que pode ter
propiciado um empoccedilamento do solo e no dia 13 a ocorrecircncia de cheias em 20 minutos de
precipitaccedilatildeo todos os eventos de cheias foram no espaccedilo urbano compreende-se que a alguns
fatores como a compactaccedilatildeo exposiccedilatildeo do solo e baixa potencialidade de infiltraccedilatildeo podem
contribuir para as cheias ocorridas durante o periacuteodo investigado
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Precipitaccedilatildeo Diaacuteriasetemrbo
Precipitaccedilatildeo mmdia
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Precipitaccedilatildeo Diaacuteriadezembro
Precipitaccedilatildeo mmdia
Revista Equador (UFPI) Vol 5 Nordm 5 p152 ndash 167 2016
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Figura 6 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de fevereiro de 2015
Fonte Inmet 2015
Nesse caso pode se destacar a amplitude altimeacutetrica que teve um valor de 60m como
se sabe que quanto maior for esse valor menor eacute a infiltraccedilatildeo ao longo da vertente e mais
raacutepida eacute o escoamento superficial possibilitando assim a ocorrecircncia de enchentes nos setores
de mais baixa altitude sendo um dos paracircmetros morfomeacutetricos que interfere no fenocircmeno
investigado
Outro fator que pode ter possibilitado as inundaccedilotildees foram os elevados iacutendices de
precipitaccedilatildeo nos meses de novembro dezembro e fevereiro atrelados a caracteriacutesticas dos
solos que no ponto onde ocorreram as inundaccedilotildees satildeo compostos de argissolos isso dificulta
ainda mais a infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo devido agrave capacidade que esse tipo de solo tem de reter
umidade dificultado a infiltraccedilatildeo e possibilitando o escoamento superficial com ecircnfase que
as enchentes ocorreram no espaccedilo urbano local este onde essas caracteriacutesticas satildeo mais
intensas
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao se fazer uma apreciaccedilatildeo de todos os paracircmetros que compotildeem a anaacutelise
morfomeacutetrica por meio de observaccedilatildeo pontos com alta suscetibilidade de enchentes
constatou-se que a Bacia do Rio Bonito possui uma alta suscetibilidade para desencadear
enchentes Isso ocorre pelo fato da bacia possuir uma aacuterea de captaccedilatildeo considerada pequena
no entanto esse potencial natildeo se estende por toda
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Precipitaccedilatildeo Diaacuteriafevereiro
Precipitaccedilatildeo mmdia
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A amplitude altimeacutetrica e o iacutendice de circularidade representam valores desfavoraacuteveis
pois bacias hidrograacuteficas com elevado iacutendice de circularidadeplanas tendem a ser propensas a
cheias revelando que a presente bacia eacute em grande parte plana e com formato circular
Apresenta relaccedilatildeo de relevo que demonstra elevado potencial para o desencadeamento
de enchentes principalmente a jusante onde se apresenta caracteriacutesticas planas e tambeacutem onde
ocorre o encontro de dois rios principais
As enchentes acontecem nas aacutereas impermeabilizadas da cidade nesse sentido ocorre
uma extrapolaccedilatildeo do leito fluvial para aacutereas ocupadas
Evidenciou-se tambeacutem que as enchentes se mostram mais graves na aacuterea urbana que
embora de pequena dimensatildeo na bacia apresenta elevado adensamento populacional
diferente de outros locais onde haacute menor concentraccedilatildeo de moradias em virtude da atividade
agriacutecola ou do relevo iacutengreme
Trabalho enviado em Junho de 2016
Trabalho aceito em Novembro de 2016
REFEREcircNCIAS
ANTONELI V THOMAZ E L Caracterizaccedilatildeo do meio fiacutesico da Bacia do Arroio Boa
Vista-Guamiranga-PR Caminhos de Geografia Uberlacircndia v8 n21 p46 ndash 58 Mar 2007
BRUBACHER J P OLIVEIRA GG GUASSELLI LA Suscetibilidade de enchentes a
partir da anaacutelise das variaacuteveis morfomeacutetricas na bacia hidrograacutefica do rio dos SinosRS In
XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO - SBSR 2011 Curitiba
Anais Curitiba INPE 2011 p1279-1286
CARDOSO C A DIAS H C T SOARES CPB MARTINS S V Caracterizaccedilatildeo
Morfomeacutetrica da Bacia Hidrograacutefica Rio Debossan Nova Friburgo-RJ Aacutervore Viccedilosa v 30
n2 p 241-248 Mar2006
CECH T V Recursos Hiacutedricos histoacuteria desenvolvimento poliacutetica e gestatildeo Rio de Janeiro
LTC 2013
CHRISTOFOLETTI A Anaacutelise morfomeacutetrica de bacias hidrograacuteficas Notiacutecia
Geomorfoloacutegica v18 n9 1969 p35-64
COELHO NETO AL Hidrologia na interface com a Geomorfologia In Guerra AJT e
CUNHA SB Geomorfologia uma atualizaccedilatildeo de bases e conceitos Editora Bertrand 2deg
Ediccedilatildeo 94-148 1995
EMBRAPA Solos florestais Carta de Solos do Estado do Paranaacute Solos Atualizaccedilatildeo do
Mapa de Solos ndash SiBCS 2007
Revista Equador (UFPI) Vol 5 Nordm 5 p152 ndash 167 2016
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GEO CATAacuteLOGO-MMA- Ministeacuterio do Meio Ambiente Imagem RapidEye Disponiacutevel
em lt httpgeocatalogoibamagovbrgt Acesso em 25 de jun 2014
GOLDENFUM JA Pequenas bacias hidroloacutegicas conceitos baacutesicos In PAIVA JBDD
PAIVALMCDD Hidrologia aplicada a gestatildeo de pequenas bacias hidrograacuteficas Porto
Alegre ABRH 1 2001 p3-12
GUERRA A J T CUNHA S B D Degradaccedilatildeo ambiental In GUERRA A J T
CUNHA S B D (Org) Geomorfologia e meio ambiente Rio de Janeiro Ed Bertrand
Brasil 2006 337-393
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Cidades 2010 Disponiacutevel em
lthttpwwwcidadesibgegovbrpainelhistoricophpl ang=ampcodmun =411070ampsearch = parana
|irati|infograficos-historicogt Acesso em 20 abril 2016
INMET-Instituto Nacional de Meteorologia Disponiacutevel em httpwww inmet govbr
portal Acesso em 10 de Jun 2015
SCHUMM SA Sinuosity of alluvial rivers on the great plains Geological Society of
America Bulletin v 74 n 91963 p 1089-1100
SILVA AMD Schulz HE Camargo PBD Erosatildeo e hidrossedimentologia em bacias
hidrograacuteficas Satildeo Carlos RiMa 2003 138p
STRAHLER A N Dynamic basis of Geomorphology Geological Society of America
Bulletin v63 1952 p923-938
TOMINAGA L K SANTORO J AMARAL R (Org) Desastres Naturais conhecer para
prevenir 1ed2deg reimpressatildeo Satildeo Paulo Instituto Geoloacutegico 2009 p196
TUCCI CEM CLARKE RT Impactos das mudanccedilas da cobertura vegetal no escoamento
Revista Brasileira de Recursos Hiacutedricos v2 Porto Alegre-RS 1997 p135-152
VILLELA S M MATTOS A Hidrologia aplicada Satildeo Paulo McGraw-Hill do Brasil
1975 245p
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem a CAPES pela bolsa concedida ao primeiro autor e pela ajuda
financeira nos projetos das instituiccedilotildees de atuaccedilatildeo dos professores do programa de poacutes-
graduaccedilatildeo em Geografia da Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG e Universidade
estadual do Centro Oeste-UNICENTRO
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As enchentes acontecem nas aacutereas impermeabilizadas da cidade pois ocorre uma
extrapolaccedilatildeo do leito fluvial para aacutereas ocupadas sendo que essa situaccedilatildeo se agrava pela
presenccedila de construccedilotildees irregulares e poucos espaccedilos para a infiltraccedilatildeo da aacutegua da chuva
Os solos que compotildeem a bacia do Rio Bonito satildeo latossolos argissolos nitossolos e
cambissolos (EMBRAPA 2007) Quanto a declividade a classe entre 45-75 situa-se ao
norte e nordeste da bacia no entanto possui pouca representatividade espacial uma vez que
abrangem apenas 10 da aacuterea total da bacia
Quanto a declividade a classe entre 45-75 situa-se ao norte e nordeste da bacia no
entanto possui pouca representatividade espacial uma vez que abrangem apenas 10 da aacuterea
total da bacia
A classe entre 20-40 (relevo forteondulado) possui a menor representatividade
espacial de todas as classes pois abrange apenas 5 de toda aacuterea e localiza-se sobretudo ao
norte e nordeste da bacia
A classe entre 8-20 (relevo ondulado) estaacute representada em 30 do total da bacia
e sua distribuiccedilatildeo espacial natildeo se concentra em apenas uma regiatildeo pois estaacute distribuiacuteda
homogeneamente Nesta classe se estabelecem o uso cultura e pastagem
A classe entre 3-8 (relevo suave ondulado) estaacute presente em grande parte da bacia
representando 55 do total da aacuterea tambeacutem estatildeo presentes diversos usos como cultivo
pastagem florestal Na classe de 0-3 estaacute presente a aacuterea urbanizada da bacia
A hipsometria (Figura 2) da bacia varia de 820 a 920 metros de altitude sendo a
porccedilatildeo norte a aacuterea com a maior elevaccedilatildeo o que explica a maior concentraccedilatildeo de vegetaccedilatildeo e
menor grau de urbanizaccedilatildeo As aacutereas de menores declividade encontram-se na porccedilatildeo leste da
bacia local de sua maior ocupaccedilatildeo sobretudo proacuteximo a foz
RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
A presente bacia possui uma aacuterea de 2038 kmsup2 e um periacutemetro de 2164 km2 Na
realidade conforme apontam Christofoletti (1969) Silva et al (2003) e Brubacher et al
(2011) a variaacutevel aacuterea eacute tida como a mais importante pois quanto maior a aacuterea de recepccedilatildeo
de aacutegua maior seraacute o efeito de enchentes no interior da bacia e a jusante da mesma
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Figura 2- Hipsometria da Bacia do Rio bonito em Irati-PR
Fonte IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica 2010
Na anaacutelise do comportamento da bacia estudada constatou-se uma hierarquia fluvial
de 4ordf ordem com 27 canais fluviais (Tabelas 1) segundo classificaccedilatildeo proposta por Strahler
em 1952 (apud CHRISTOFOLETTI 1980) O nuacutemero de canais de primeira ordem se
apresentam em toda a extensatildeo da bacia O criteacuterio adotado de intervalo entre os resultados
negativos e positivos foram provenientes do trabalho de Christofoletti (1969) e Brubacher et
al (2011)
Tabela 1 Valores morfomeacutetricos da bacia hidrograacutefica Rio Bonito
Bacia Rio Bonito Resultados
Aacuterea 2038 Kmsup2
Periacutemetro 2164 km
Nuacutemero de canais 27 canais
Comprimento do canal Principal 744 km
Comprimento vetorial do canal principal 570 Km
Altitude maacutexima 920 m
Altitude miacutenima 820 m
Amplitude Altimeacutetrica 100 m
Ordem do coacuterrego 4deg ordem
Densidade de Drenagem 222 Kmkmsup2
Iacutendice de Sinuosidade 130 m
Iacutendice de Circularidade 054
Declividade predominante 25 deg
Relaccedilatildeo do Relevo 806
Forma da Bacia 0 89
Coeficiente de Compacidade 106
Comprimento total dos rios 121km
Fonte Autoria proacutepria
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O comprimento do canal principal foi de 744 km e o Comprimento vetorial do canal
principal 570 Km sendo a distacircncia da nascente a foz pequena devido ao tamanho da bacia
quanto menor a distacircncia da nascente a foz maior eacute a possibilidade de enchentes pois menor
eacute agrave distacircncia para a descarga de aacutegua (BRUBACHER et al2011)
A altitude da bacia do Rio Bonito eacute de 820 a 920 m e a amplitude altimeacutetrica
constatada para a bacia Rio Bonito foi de 100 m resultado considerado negativo pois quanto
maior eacute a amplitude maior eacute o impulso e velocidade do rio propiciando um melhor
escoamento a montante do rio e pior a jusante pois o maior acuacutemulo de aacutegua desencadeia
enchentes
Segundo Christofoletti (1969) citado por Silva et al (2003) densidades de drenagem
menores que 75 kmkmsup2 satildeo classificadas como de baixas as entre 75 kmkmsup2 e 10 kmkmsup2
meacutedias e as superiores a 10 kmkmsup2 altas
Deste modo a densidade de drenagem da bacia do Rio Bonito foi de 222 Kmkmsup2 ou
seja considerada baixa Esse fator sugere que esta bacia seja menos susceptiacutevel a enchentes
poreacutem natildeo eacute um fator isolado tendo a necessidade de avaliar em conjunto
Em relaccedilatildeo ao iacutendice de sinuosidade valores proacuteximos a 10 indicam que o canal
tende a ser retiliacuteneo jaacute os superiores a 20 indicam que os canais tendem a ser tortuosos e os
valores intermediaacuterios indicam formas transicionais regulares e irregulares (SCHUMM
1963)
A sinuosidade eacute influenciada pela carga de sedimentos pela caracteriacutestica litoloacutegica
estrutura geoloacutegica e pela declividade dos mesmos O iacutendice de sinuosidade da bacia do Rio
Bonito foi de 130 que retrata um canal retiliacuteneo e que favorece uma maior velocidade e
volume de aacutegua e sedimentos da nascente agrave foz
O iacutendice de circularidade da bacia tambeacutem ficou mais proacuteximo de 10 com 054 o que
indica que a bacia possui formato circular por ser circular e de pequena aacuterea pode ocorrecircncia
de cheias chuvas intensas em grande parte dessas aacutereas podendo estar propensa desta forma a
cheias em determinados pontos pois suas caracteriacutesticas indicam que a bacia se possui
formato circular e que a condiciona a ter mais probabilidade de cheias bacias alongadas
possuem menor concentraccedilatildeo do defluacutevio ao contraacuterio de bacias circulares (Villela e Mattos
1975)
A declividade predominante eacute de 25deg o que permite prever que a bacia do Rio Bonito
em sua grande parte apresenta aacutereas planificadas A Relaccedilatildeo de Relevo presente no recorte
espacial em epiacutegrafe relativamente baixa sendo de 806 (BRUBACHER et al 2011) Isto
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significa que a amplitude altimeacutetrica natildeo eacute representativa em todo comprimento do curso de
aacutegua o que faz com que a suscetibilidade de enchentes aumente pelo fato desta bacia ser em
sua maior parte plana
De acordo com o Fator de Forma a bacia apresentou um valor de 0 89 sendo assim
pode-se classifica-la como uma rede de drenagem circular pois valores proacuteximos a 10
indicam bacias circulares Atraveacutes deste valor pode-se inferir que a bacia tem maior risco de
inundaccedilotildees e cheias instantacircneas
O coeficiente de compacidade mostra-se proacuteximo da unidade (106) esse valor
associado ao fator de forma (089) indica que a bacia possui formato semelhante ao de uma
circunferecircncia correspondendo portanto agrave forma mais proacutexima de bacia circular
Com relaccedilatildeo aos iacutendices de precipitaccedilatildeo mensal que contribuiacuteram para as ocorrecircncias
de enchentes durante julho de 2014 a junho de 2015 obteve valores elevados nos meses de
setembro dezembro e fevereiro (Figura 3) Foram nesses meses que tambeacutem ocorreram agraves
inundaccedilotildees nos pontos apresentados na figura de localizaccedilatildeo
Figura 3 Precipitaccedilatildeo mensal-Julho de 2014 a Junho de 2015
Fonte Inmet 2015
Para uma melhor compreensatildeo das cheias apresentam-se a seguir os valores diaacuterios de
precipitaccedilatildeo dos meses de setembro dezembro e fevereiro meses em que teve a ocorrecircncia de
cheias
Os maiores valores de precipitaccedilatildeo no mecircs de setembro ocorreram nos dias 1 com 369
mm e dia 18 com 5622 mm (Figura 4) nesse dia houve ocorrecircncia de alagamento na aacuterea
urbana da bacia no encontro dos rios Bonito e Arroio do Meio a declividade nesse trecho eacute
inferior a 15 sendo nessa parte da bacia uma aacuterea mais plana favorecendo as cheias que
neste mecircs ocorreram nos primeiros 30 minutos de precipitaccedilatildeo
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2602
864 1155
2129 1846
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1072 847
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100
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200
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Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun
Precipitaccedilatildeo mensal em mm
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Figura 4 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de novembro de 2014
Fonte Inmet 2015
O registro de cheias no mecircs de dezembro foi no dia 23 dia em que fora registrado
404mm seguido da precipitaccedilatildeo ocorrida no dia 22 que foi 369 mm (Figura 5) A ocorrecircncia
de cheias pode estar relacionada a forma da bacia e suas caracteriacutesticas fiacutesicas que contribuem
na formaccedilatildeo de enchentes
Figura 5 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de dezembro de 2014
Fonte Inmet 2015
O mecircs de fevereiro (Figura 6) choveu na maior parte dos dias fato que pode ter
propiciado um empoccedilamento do solo e no dia 13 a ocorrecircncia de cheias em 20 minutos de
precipitaccedilatildeo todos os eventos de cheias foram no espaccedilo urbano compreende-se que a alguns
fatores como a compactaccedilatildeo exposiccedilatildeo do solo e baixa potencialidade de infiltraccedilatildeo podem
contribuir para as cheias ocorridas durante o periacuteodo investigado
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17
201
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Precipitaccedilatildeo Diaacuteriasetemrbo
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Precipitaccedilatildeo Diaacuteriadezembro
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Figura 6 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de fevereiro de 2015
Fonte Inmet 2015
Nesse caso pode se destacar a amplitude altimeacutetrica que teve um valor de 60m como
se sabe que quanto maior for esse valor menor eacute a infiltraccedilatildeo ao longo da vertente e mais
raacutepida eacute o escoamento superficial possibilitando assim a ocorrecircncia de enchentes nos setores
de mais baixa altitude sendo um dos paracircmetros morfomeacutetricos que interfere no fenocircmeno
investigado
Outro fator que pode ter possibilitado as inundaccedilotildees foram os elevados iacutendices de
precipitaccedilatildeo nos meses de novembro dezembro e fevereiro atrelados a caracteriacutesticas dos
solos que no ponto onde ocorreram as inundaccedilotildees satildeo compostos de argissolos isso dificulta
ainda mais a infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo devido agrave capacidade que esse tipo de solo tem de reter
umidade dificultado a infiltraccedilatildeo e possibilitando o escoamento superficial com ecircnfase que
as enchentes ocorreram no espaccedilo urbano local este onde essas caracteriacutesticas satildeo mais
intensas
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao se fazer uma apreciaccedilatildeo de todos os paracircmetros que compotildeem a anaacutelise
morfomeacutetrica por meio de observaccedilatildeo pontos com alta suscetibilidade de enchentes
constatou-se que a Bacia do Rio Bonito possui uma alta suscetibilidade para desencadear
enchentes Isso ocorre pelo fato da bacia possuir uma aacuterea de captaccedilatildeo considerada pequena
no entanto esse potencial natildeo se estende por toda
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Precipitaccedilatildeo Diaacuteriafevereiro
Precipitaccedilatildeo mmdia
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A amplitude altimeacutetrica e o iacutendice de circularidade representam valores desfavoraacuteveis
pois bacias hidrograacuteficas com elevado iacutendice de circularidadeplanas tendem a ser propensas a
cheias revelando que a presente bacia eacute em grande parte plana e com formato circular
Apresenta relaccedilatildeo de relevo que demonstra elevado potencial para o desencadeamento
de enchentes principalmente a jusante onde se apresenta caracteriacutesticas planas e tambeacutem onde
ocorre o encontro de dois rios principais
As enchentes acontecem nas aacutereas impermeabilizadas da cidade nesse sentido ocorre
uma extrapolaccedilatildeo do leito fluvial para aacutereas ocupadas
Evidenciou-se tambeacutem que as enchentes se mostram mais graves na aacuterea urbana que
embora de pequena dimensatildeo na bacia apresenta elevado adensamento populacional
diferente de outros locais onde haacute menor concentraccedilatildeo de moradias em virtude da atividade
agriacutecola ou do relevo iacutengreme
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ANTONELI V THOMAZ E L Caracterizaccedilatildeo do meio fiacutesico da Bacia do Arroio Boa
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BRUBACHER J P OLIVEIRA GG GUASSELLI LA Suscetibilidade de enchentes a
partir da anaacutelise das variaacuteveis morfomeacutetricas na bacia hidrograacutefica do rio dos SinosRS In
XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO - SBSR 2011 Curitiba
Anais Curitiba INPE 2011 p1279-1286
CARDOSO C A DIAS H C T SOARES CPB MARTINS S V Caracterizaccedilatildeo
Morfomeacutetrica da Bacia Hidrograacutefica Rio Debossan Nova Friburgo-RJ Aacutervore Viccedilosa v 30
n2 p 241-248 Mar2006
CECH T V Recursos Hiacutedricos histoacuteria desenvolvimento poliacutetica e gestatildeo Rio de Janeiro
LTC 2013
CHRISTOFOLETTI A Anaacutelise morfomeacutetrica de bacias hidrograacuteficas Notiacutecia
Geomorfoloacutegica v18 n9 1969 p35-64
COELHO NETO AL Hidrologia na interface com a Geomorfologia In Guerra AJT e
CUNHA SB Geomorfologia uma atualizaccedilatildeo de bases e conceitos Editora Bertrand 2deg
Ediccedilatildeo 94-148 1995
EMBRAPA Solos florestais Carta de Solos do Estado do Paranaacute Solos Atualizaccedilatildeo do
Mapa de Solos ndash SiBCS 2007
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em lt httpgeocatalogoibamagovbrgt Acesso em 25 de jun 2014
GOLDENFUM JA Pequenas bacias hidroloacutegicas conceitos baacutesicos In PAIVA JBDD
PAIVALMCDD Hidrologia aplicada a gestatildeo de pequenas bacias hidrograacuteficas Porto
Alegre ABRH 1 2001 p3-12
GUERRA A J T CUNHA S B D Degradaccedilatildeo ambiental In GUERRA A J T
CUNHA S B D (Org) Geomorfologia e meio ambiente Rio de Janeiro Ed Bertrand
Brasil 2006 337-393
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Cidades 2010 Disponiacutevel em
lthttpwwwcidadesibgegovbrpainelhistoricophpl ang=ampcodmun =411070ampsearch = parana
|irati|infograficos-historicogt Acesso em 20 abril 2016
INMET-Instituto Nacional de Meteorologia Disponiacutevel em httpwww inmet govbr
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SCHUMM SA Sinuosity of alluvial rivers on the great plains Geological Society of
America Bulletin v 74 n 91963 p 1089-1100
SILVA AMD Schulz HE Camargo PBD Erosatildeo e hidrossedimentologia em bacias
hidrograacuteficas Satildeo Carlos RiMa 2003 138p
STRAHLER A N Dynamic basis of Geomorphology Geological Society of America
Bulletin v63 1952 p923-938
TOMINAGA L K SANTORO J AMARAL R (Org) Desastres Naturais conhecer para
prevenir 1ed2deg reimpressatildeo Satildeo Paulo Instituto Geoloacutegico 2009 p196
TUCCI CEM CLARKE RT Impactos das mudanccedilas da cobertura vegetal no escoamento
Revista Brasileira de Recursos Hiacutedricos v2 Porto Alegre-RS 1997 p135-152
VILLELA S M MATTOS A Hidrologia aplicada Satildeo Paulo McGraw-Hill do Brasil
1975 245p
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem a CAPES pela bolsa concedida ao primeiro autor e pela ajuda
financeira nos projetos das instituiccedilotildees de atuaccedilatildeo dos professores do programa de poacutes-
graduaccedilatildeo em Geografia da Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG e Universidade
estadual do Centro Oeste-UNICENTRO
Revista Equador (UFPI) Vol 5 Nordm 5 p152 ndash 167 2016
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Figura 2- Hipsometria da Bacia do Rio bonito em Irati-PR
Fonte IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica 2010
Na anaacutelise do comportamento da bacia estudada constatou-se uma hierarquia fluvial
de 4ordf ordem com 27 canais fluviais (Tabelas 1) segundo classificaccedilatildeo proposta por Strahler
em 1952 (apud CHRISTOFOLETTI 1980) O nuacutemero de canais de primeira ordem se
apresentam em toda a extensatildeo da bacia O criteacuterio adotado de intervalo entre os resultados
negativos e positivos foram provenientes do trabalho de Christofoletti (1969) e Brubacher et
al (2011)
Tabela 1 Valores morfomeacutetricos da bacia hidrograacutefica Rio Bonito
Bacia Rio Bonito Resultados
Aacuterea 2038 Kmsup2
Periacutemetro 2164 km
Nuacutemero de canais 27 canais
Comprimento do canal Principal 744 km
Comprimento vetorial do canal principal 570 Km
Altitude maacutexima 920 m
Altitude miacutenima 820 m
Amplitude Altimeacutetrica 100 m
Ordem do coacuterrego 4deg ordem
Densidade de Drenagem 222 Kmkmsup2
Iacutendice de Sinuosidade 130 m
Iacutendice de Circularidade 054
Declividade predominante 25 deg
Relaccedilatildeo do Relevo 806
Forma da Bacia 0 89
Coeficiente de Compacidade 106
Comprimento total dos rios 121km
Fonte Autoria proacutepria
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O comprimento do canal principal foi de 744 km e o Comprimento vetorial do canal
principal 570 Km sendo a distacircncia da nascente a foz pequena devido ao tamanho da bacia
quanto menor a distacircncia da nascente a foz maior eacute a possibilidade de enchentes pois menor
eacute agrave distacircncia para a descarga de aacutegua (BRUBACHER et al2011)
A altitude da bacia do Rio Bonito eacute de 820 a 920 m e a amplitude altimeacutetrica
constatada para a bacia Rio Bonito foi de 100 m resultado considerado negativo pois quanto
maior eacute a amplitude maior eacute o impulso e velocidade do rio propiciando um melhor
escoamento a montante do rio e pior a jusante pois o maior acuacutemulo de aacutegua desencadeia
enchentes
Segundo Christofoletti (1969) citado por Silva et al (2003) densidades de drenagem
menores que 75 kmkmsup2 satildeo classificadas como de baixas as entre 75 kmkmsup2 e 10 kmkmsup2
meacutedias e as superiores a 10 kmkmsup2 altas
Deste modo a densidade de drenagem da bacia do Rio Bonito foi de 222 Kmkmsup2 ou
seja considerada baixa Esse fator sugere que esta bacia seja menos susceptiacutevel a enchentes
poreacutem natildeo eacute um fator isolado tendo a necessidade de avaliar em conjunto
Em relaccedilatildeo ao iacutendice de sinuosidade valores proacuteximos a 10 indicam que o canal
tende a ser retiliacuteneo jaacute os superiores a 20 indicam que os canais tendem a ser tortuosos e os
valores intermediaacuterios indicam formas transicionais regulares e irregulares (SCHUMM
1963)
A sinuosidade eacute influenciada pela carga de sedimentos pela caracteriacutestica litoloacutegica
estrutura geoloacutegica e pela declividade dos mesmos O iacutendice de sinuosidade da bacia do Rio
Bonito foi de 130 que retrata um canal retiliacuteneo e que favorece uma maior velocidade e
volume de aacutegua e sedimentos da nascente agrave foz
O iacutendice de circularidade da bacia tambeacutem ficou mais proacuteximo de 10 com 054 o que
indica que a bacia possui formato circular por ser circular e de pequena aacuterea pode ocorrecircncia
de cheias chuvas intensas em grande parte dessas aacutereas podendo estar propensa desta forma a
cheias em determinados pontos pois suas caracteriacutesticas indicam que a bacia se possui
formato circular e que a condiciona a ter mais probabilidade de cheias bacias alongadas
possuem menor concentraccedilatildeo do defluacutevio ao contraacuterio de bacias circulares (Villela e Mattos
1975)
A declividade predominante eacute de 25deg o que permite prever que a bacia do Rio Bonito
em sua grande parte apresenta aacutereas planificadas A Relaccedilatildeo de Relevo presente no recorte
espacial em epiacutegrafe relativamente baixa sendo de 806 (BRUBACHER et al 2011) Isto
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significa que a amplitude altimeacutetrica natildeo eacute representativa em todo comprimento do curso de
aacutegua o que faz com que a suscetibilidade de enchentes aumente pelo fato desta bacia ser em
sua maior parte plana
De acordo com o Fator de Forma a bacia apresentou um valor de 0 89 sendo assim
pode-se classifica-la como uma rede de drenagem circular pois valores proacuteximos a 10
indicam bacias circulares Atraveacutes deste valor pode-se inferir que a bacia tem maior risco de
inundaccedilotildees e cheias instantacircneas
O coeficiente de compacidade mostra-se proacuteximo da unidade (106) esse valor
associado ao fator de forma (089) indica que a bacia possui formato semelhante ao de uma
circunferecircncia correspondendo portanto agrave forma mais proacutexima de bacia circular
Com relaccedilatildeo aos iacutendices de precipitaccedilatildeo mensal que contribuiacuteram para as ocorrecircncias
de enchentes durante julho de 2014 a junho de 2015 obteve valores elevados nos meses de
setembro dezembro e fevereiro (Figura 3) Foram nesses meses que tambeacutem ocorreram agraves
inundaccedilotildees nos pontos apresentados na figura de localizaccedilatildeo
Figura 3 Precipitaccedilatildeo mensal-Julho de 2014 a Junho de 2015
Fonte Inmet 2015
Para uma melhor compreensatildeo das cheias apresentam-se a seguir os valores diaacuterios de
precipitaccedilatildeo dos meses de setembro dezembro e fevereiro meses em que teve a ocorrecircncia de
cheias
Os maiores valores de precipitaccedilatildeo no mecircs de setembro ocorreram nos dias 1 com 369
mm e dia 18 com 5622 mm (Figura 4) nesse dia houve ocorrecircncia de alagamento na aacuterea
urbana da bacia no encontro dos rios Bonito e Arroio do Meio a declividade nesse trecho eacute
inferior a 15 sendo nessa parte da bacia uma aacuterea mais plana favorecendo as cheias que
neste mecircs ocorreram nos primeiros 30 minutos de precipitaccedilatildeo
379 422
2602
864 1155
2129 1846
246
1072 847
1733
64
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50
100
150
200
250
300
Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun
Precipitaccedilatildeo mensal em mm
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Figura 4 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de novembro de 2014
Fonte Inmet 2015
O registro de cheias no mecircs de dezembro foi no dia 23 dia em que fora registrado
404mm seguido da precipitaccedilatildeo ocorrida no dia 22 que foi 369 mm (Figura 5) A ocorrecircncia
de cheias pode estar relacionada a forma da bacia e suas caracteriacutesticas fiacutesicas que contribuem
na formaccedilatildeo de enchentes
Figura 5 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de dezembro de 2014
Fonte Inmet 2015
O mecircs de fevereiro (Figura 6) choveu na maior parte dos dias fato que pode ter
propiciado um empoccedilamento do solo e no dia 13 a ocorrecircncia de cheias em 20 minutos de
precipitaccedilatildeo todos os eventos de cheias foram no espaccedilo urbano compreende-se que a alguns
fatores como a compactaccedilatildeo exposiccedilatildeo do solo e baixa potencialidade de infiltraccedilatildeo podem
contribuir para as cheias ocorridas durante o periacuteodo investigado
369
17
201
0 0 0
75
0 0 0 0 0 0 07 08 0 0
562
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216 26
26 132
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Precipitaccedilatildeo Diaacuteriasetemrbo
Precipitaccedilatildeo mmdia
0 0 0
154
0 0 0 0
92 92
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Precipitaccedilatildeo Diaacuteriadezembro
Precipitaccedilatildeo mmdia
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Figura 6 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de fevereiro de 2015
Fonte Inmet 2015
Nesse caso pode se destacar a amplitude altimeacutetrica que teve um valor de 60m como
se sabe que quanto maior for esse valor menor eacute a infiltraccedilatildeo ao longo da vertente e mais
raacutepida eacute o escoamento superficial possibilitando assim a ocorrecircncia de enchentes nos setores
de mais baixa altitude sendo um dos paracircmetros morfomeacutetricos que interfere no fenocircmeno
investigado
Outro fator que pode ter possibilitado as inundaccedilotildees foram os elevados iacutendices de
precipitaccedilatildeo nos meses de novembro dezembro e fevereiro atrelados a caracteriacutesticas dos
solos que no ponto onde ocorreram as inundaccedilotildees satildeo compostos de argissolos isso dificulta
ainda mais a infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo devido agrave capacidade que esse tipo de solo tem de reter
umidade dificultado a infiltraccedilatildeo e possibilitando o escoamento superficial com ecircnfase que
as enchentes ocorreram no espaccedilo urbano local este onde essas caracteriacutesticas satildeo mais
intensas
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao se fazer uma apreciaccedilatildeo de todos os paracircmetros que compotildeem a anaacutelise
morfomeacutetrica por meio de observaccedilatildeo pontos com alta suscetibilidade de enchentes
constatou-se que a Bacia do Rio Bonito possui uma alta suscetibilidade para desencadear
enchentes Isso ocorre pelo fato da bacia possuir uma aacuterea de captaccedilatildeo considerada pequena
no entanto esse potencial natildeo se estende por toda
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Precipitaccedilatildeo Diaacuteriafevereiro
Precipitaccedilatildeo mmdia
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A amplitude altimeacutetrica e o iacutendice de circularidade representam valores desfavoraacuteveis
pois bacias hidrograacuteficas com elevado iacutendice de circularidadeplanas tendem a ser propensas a
cheias revelando que a presente bacia eacute em grande parte plana e com formato circular
Apresenta relaccedilatildeo de relevo que demonstra elevado potencial para o desencadeamento
de enchentes principalmente a jusante onde se apresenta caracteriacutesticas planas e tambeacutem onde
ocorre o encontro de dois rios principais
As enchentes acontecem nas aacutereas impermeabilizadas da cidade nesse sentido ocorre
uma extrapolaccedilatildeo do leito fluvial para aacutereas ocupadas
Evidenciou-se tambeacutem que as enchentes se mostram mais graves na aacuterea urbana que
embora de pequena dimensatildeo na bacia apresenta elevado adensamento populacional
diferente de outros locais onde haacute menor concentraccedilatildeo de moradias em virtude da atividade
agriacutecola ou do relevo iacutengreme
Trabalho enviado em Junho de 2016
Trabalho aceito em Novembro de 2016
REFEREcircNCIAS
ANTONELI V THOMAZ E L Caracterizaccedilatildeo do meio fiacutesico da Bacia do Arroio Boa
Vista-Guamiranga-PR Caminhos de Geografia Uberlacircndia v8 n21 p46 ndash 58 Mar 2007
BRUBACHER J P OLIVEIRA GG GUASSELLI LA Suscetibilidade de enchentes a
partir da anaacutelise das variaacuteveis morfomeacutetricas na bacia hidrograacutefica do rio dos SinosRS In
XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO - SBSR 2011 Curitiba
Anais Curitiba INPE 2011 p1279-1286
CARDOSO C A DIAS H C T SOARES CPB MARTINS S V Caracterizaccedilatildeo
Morfomeacutetrica da Bacia Hidrograacutefica Rio Debossan Nova Friburgo-RJ Aacutervore Viccedilosa v 30
n2 p 241-248 Mar2006
CECH T V Recursos Hiacutedricos histoacuteria desenvolvimento poliacutetica e gestatildeo Rio de Janeiro
LTC 2013
CHRISTOFOLETTI A Anaacutelise morfomeacutetrica de bacias hidrograacuteficas Notiacutecia
Geomorfoloacutegica v18 n9 1969 p35-64
COELHO NETO AL Hidrologia na interface com a Geomorfologia In Guerra AJT e
CUNHA SB Geomorfologia uma atualizaccedilatildeo de bases e conceitos Editora Bertrand 2deg
Ediccedilatildeo 94-148 1995
EMBRAPA Solos florestais Carta de Solos do Estado do Paranaacute Solos Atualizaccedilatildeo do
Mapa de Solos ndash SiBCS 2007
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GEO CATAacuteLOGO-MMA- Ministeacuterio do Meio Ambiente Imagem RapidEye Disponiacutevel
em lt httpgeocatalogoibamagovbrgt Acesso em 25 de jun 2014
GOLDENFUM JA Pequenas bacias hidroloacutegicas conceitos baacutesicos In PAIVA JBDD
PAIVALMCDD Hidrologia aplicada a gestatildeo de pequenas bacias hidrograacuteficas Porto
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GUERRA A J T CUNHA S B D Degradaccedilatildeo ambiental In GUERRA A J T
CUNHA S B D (Org) Geomorfologia e meio ambiente Rio de Janeiro Ed Bertrand
Brasil 2006 337-393
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lthttpwwwcidadesibgegovbrpainelhistoricophpl ang=ampcodmun =411070ampsearch = parana
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INMET-Instituto Nacional de Meteorologia Disponiacutevel em httpwww inmet govbr
portal Acesso em 10 de Jun 2015
SCHUMM SA Sinuosity of alluvial rivers on the great plains Geological Society of
America Bulletin v 74 n 91963 p 1089-1100
SILVA AMD Schulz HE Camargo PBD Erosatildeo e hidrossedimentologia em bacias
hidrograacuteficas Satildeo Carlos RiMa 2003 138p
STRAHLER A N Dynamic basis of Geomorphology Geological Society of America
Bulletin v63 1952 p923-938
TOMINAGA L K SANTORO J AMARAL R (Org) Desastres Naturais conhecer para
prevenir 1ed2deg reimpressatildeo Satildeo Paulo Instituto Geoloacutegico 2009 p196
TUCCI CEM CLARKE RT Impactos das mudanccedilas da cobertura vegetal no escoamento
Revista Brasileira de Recursos Hiacutedricos v2 Porto Alegre-RS 1997 p135-152
VILLELA S M MATTOS A Hidrologia aplicada Satildeo Paulo McGraw-Hill do Brasil
1975 245p
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem a CAPES pela bolsa concedida ao primeiro autor e pela ajuda
financeira nos projetos das instituiccedilotildees de atuaccedilatildeo dos professores do programa de poacutes-
graduaccedilatildeo em Geografia da Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG e Universidade
estadual do Centro Oeste-UNICENTRO
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O comprimento do canal principal foi de 744 km e o Comprimento vetorial do canal
principal 570 Km sendo a distacircncia da nascente a foz pequena devido ao tamanho da bacia
quanto menor a distacircncia da nascente a foz maior eacute a possibilidade de enchentes pois menor
eacute agrave distacircncia para a descarga de aacutegua (BRUBACHER et al2011)
A altitude da bacia do Rio Bonito eacute de 820 a 920 m e a amplitude altimeacutetrica
constatada para a bacia Rio Bonito foi de 100 m resultado considerado negativo pois quanto
maior eacute a amplitude maior eacute o impulso e velocidade do rio propiciando um melhor
escoamento a montante do rio e pior a jusante pois o maior acuacutemulo de aacutegua desencadeia
enchentes
Segundo Christofoletti (1969) citado por Silva et al (2003) densidades de drenagem
menores que 75 kmkmsup2 satildeo classificadas como de baixas as entre 75 kmkmsup2 e 10 kmkmsup2
meacutedias e as superiores a 10 kmkmsup2 altas
Deste modo a densidade de drenagem da bacia do Rio Bonito foi de 222 Kmkmsup2 ou
seja considerada baixa Esse fator sugere que esta bacia seja menos susceptiacutevel a enchentes
poreacutem natildeo eacute um fator isolado tendo a necessidade de avaliar em conjunto
Em relaccedilatildeo ao iacutendice de sinuosidade valores proacuteximos a 10 indicam que o canal
tende a ser retiliacuteneo jaacute os superiores a 20 indicam que os canais tendem a ser tortuosos e os
valores intermediaacuterios indicam formas transicionais regulares e irregulares (SCHUMM
1963)
A sinuosidade eacute influenciada pela carga de sedimentos pela caracteriacutestica litoloacutegica
estrutura geoloacutegica e pela declividade dos mesmos O iacutendice de sinuosidade da bacia do Rio
Bonito foi de 130 que retrata um canal retiliacuteneo e que favorece uma maior velocidade e
volume de aacutegua e sedimentos da nascente agrave foz
O iacutendice de circularidade da bacia tambeacutem ficou mais proacuteximo de 10 com 054 o que
indica que a bacia possui formato circular por ser circular e de pequena aacuterea pode ocorrecircncia
de cheias chuvas intensas em grande parte dessas aacutereas podendo estar propensa desta forma a
cheias em determinados pontos pois suas caracteriacutesticas indicam que a bacia se possui
formato circular e que a condiciona a ter mais probabilidade de cheias bacias alongadas
possuem menor concentraccedilatildeo do defluacutevio ao contraacuterio de bacias circulares (Villela e Mattos
1975)
A declividade predominante eacute de 25deg o que permite prever que a bacia do Rio Bonito
em sua grande parte apresenta aacutereas planificadas A Relaccedilatildeo de Relevo presente no recorte
espacial em epiacutegrafe relativamente baixa sendo de 806 (BRUBACHER et al 2011) Isto
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significa que a amplitude altimeacutetrica natildeo eacute representativa em todo comprimento do curso de
aacutegua o que faz com que a suscetibilidade de enchentes aumente pelo fato desta bacia ser em
sua maior parte plana
De acordo com o Fator de Forma a bacia apresentou um valor de 0 89 sendo assim
pode-se classifica-la como uma rede de drenagem circular pois valores proacuteximos a 10
indicam bacias circulares Atraveacutes deste valor pode-se inferir que a bacia tem maior risco de
inundaccedilotildees e cheias instantacircneas
O coeficiente de compacidade mostra-se proacuteximo da unidade (106) esse valor
associado ao fator de forma (089) indica que a bacia possui formato semelhante ao de uma
circunferecircncia correspondendo portanto agrave forma mais proacutexima de bacia circular
Com relaccedilatildeo aos iacutendices de precipitaccedilatildeo mensal que contribuiacuteram para as ocorrecircncias
de enchentes durante julho de 2014 a junho de 2015 obteve valores elevados nos meses de
setembro dezembro e fevereiro (Figura 3) Foram nesses meses que tambeacutem ocorreram agraves
inundaccedilotildees nos pontos apresentados na figura de localizaccedilatildeo
Figura 3 Precipitaccedilatildeo mensal-Julho de 2014 a Junho de 2015
Fonte Inmet 2015
Para uma melhor compreensatildeo das cheias apresentam-se a seguir os valores diaacuterios de
precipitaccedilatildeo dos meses de setembro dezembro e fevereiro meses em que teve a ocorrecircncia de
cheias
Os maiores valores de precipitaccedilatildeo no mecircs de setembro ocorreram nos dias 1 com 369
mm e dia 18 com 5622 mm (Figura 4) nesse dia houve ocorrecircncia de alagamento na aacuterea
urbana da bacia no encontro dos rios Bonito e Arroio do Meio a declividade nesse trecho eacute
inferior a 15 sendo nessa parte da bacia uma aacuterea mais plana favorecendo as cheias que
neste mecircs ocorreram nos primeiros 30 minutos de precipitaccedilatildeo
379 422
2602
864 1155
2129 1846
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Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun
Precipitaccedilatildeo mensal em mm
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Figura 4 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de novembro de 2014
Fonte Inmet 2015
O registro de cheias no mecircs de dezembro foi no dia 23 dia em que fora registrado
404mm seguido da precipitaccedilatildeo ocorrida no dia 22 que foi 369 mm (Figura 5) A ocorrecircncia
de cheias pode estar relacionada a forma da bacia e suas caracteriacutesticas fiacutesicas que contribuem
na formaccedilatildeo de enchentes
Figura 5 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de dezembro de 2014
Fonte Inmet 2015
O mecircs de fevereiro (Figura 6) choveu na maior parte dos dias fato que pode ter
propiciado um empoccedilamento do solo e no dia 13 a ocorrecircncia de cheias em 20 minutos de
precipitaccedilatildeo todos os eventos de cheias foram no espaccedilo urbano compreende-se que a alguns
fatores como a compactaccedilatildeo exposiccedilatildeo do solo e baixa potencialidade de infiltraccedilatildeo podem
contribuir para as cheias ocorridas durante o periacuteodo investigado
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Precipitaccedilatildeo Diaacuteriasetemrbo
Precipitaccedilatildeo mmdia
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Precipitaccedilatildeo Diaacuteriadezembro
Precipitaccedilatildeo mmdia
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Figura 6 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de fevereiro de 2015
Fonte Inmet 2015
Nesse caso pode se destacar a amplitude altimeacutetrica que teve um valor de 60m como
se sabe que quanto maior for esse valor menor eacute a infiltraccedilatildeo ao longo da vertente e mais
raacutepida eacute o escoamento superficial possibilitando assim a ocorrecircncia de enchentes nos setores
de mais baixa altitude sendo um dos paracircmetros morfomeacutetricos que interfere no fenocircmeno
investigado
Outro fator que pode ter possibilitado as inundaccedilotildees foram os elevados iacutendices de
precipitaccedilatildeo nos meses de novembro dezembro e fevereiro atrelados a caracteriacutesticas dos
solos que no ponto onde ocorreram as inundaccedilotildees satildeo compostos de argissolos isso dificulta
ainda mais a infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo devido agrave capacidade que esse tipo de solo tem de reter
umidade dificultado a infiltraccedilatildeo e possibilitando o escoamento superficial com ecircnfase que
as enchentes ocorreram no espaccedilo urbano local este onde essas caracteriacutesticas satildeo mais
intensas
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao se fazer uma apreciaccedilatildeo de todos os paracircmetros que compotildeem a anaacutelise
morfomeacutetrica por meio de observaccedilatildeo pontos com alta suscetibilidade de enchentes
constatou-se que a Bacia do Rio Bonito possui uma alta suscetibilidade para desencadear
enchentes Isso ocorre pelo fato da bacia possuir uma aacuterea de captaccedilatildeo considerada pequena
no entanto esse potencial natildeo se estende por toda
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Precipitaccedilatildeo Diaacuteriafevereiro
Precipitaccedilatildeo mmdia
Revista Equador (UFPI) Vol 5 Nordm 5 p152 ndash 167 2016
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A amplitude altimeacutetrica e o iacutendice de circularidade representam valores desfavoraacuteveis
pois bacias hidrograacuteficas com elevado iacutendice de circularidadeplanas tendem a ser propensas a
cheias revelando que a presente bacia eacute em grande parte plana e com formato circular
Apresenta relaccedilatildeo de relevo que demonstra elevado potencial para o desencadeamento
de enchentes principalmente a jusante onde se apresenta caracteriacutesticas planas e tambeacutem onde
ocorre o encontro de dois rios principais
As enchentes acontecem nas aacutereas impermeabilizadas da cidade nesse sentido ocorre
uma extrapolaccedilatildeo do leito fluvial para aacutereas ocupadas
Evidenciou-se tambeacutem que as enchentes se mostram mais graves na aacuterea urbana que
embora de pequena dimensatildeo na bacia apresenta elevado adensamento populacional
diferente de outros locais onde haacute menor concentraccedilatildeo de moradias em virtude da atividade
agriacutecola ou do relevo iacutengreme
Trabalho enviado em Junho de 2016
Trabalho aceito em Novembro de 2016
REFEREcircNCIAS
ANTONELI V THOMAZ E L Caracterizaccedilatildeo do meio fiacutesico da Bacia do Arroio Boa
Vista-Guamiranga-PR Caminhos de Geografia Uberlacircndia v8 n21 p46 ndash 58 Mar 2007
BRUBACHER J P OLIVEIRA GG GUASSELLI LA Suscetibilidade de enchentes a
partir da anaacutelise das variaacuteveis morfomeacutetricas na bacia hidrograacutefica do rio dos SinosRS In
XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO - SBSR 2011 Curitiba
Anais Curitiba INPE 2011 p1279-1286
CARDOSO C A DIAS H C T SOARES CPB MARTINS S V Caracterizaccedilatildeo
Morfomeacutetrica da Bacia Hidrograacutefica Rio Debossan Nova Friburgo-RJ Aacutervore Viccedilosa v 30
n2 p 241-248 Mar2006
CECH T V Recursos Hiacutedricos histoacuteria desenvolvimento poliacutetica e gestatildeo Rio de Janeiro
LTC 2013
CHRISTOFOLETTI A Anaacutelise morfomeacutetrica de bacias hidrograacuteficas Notiacutecia
Geomorfoloacutegica v18 n9 1969 p35-64
COELHO NETO AL Hidrologia na interface com a Geomorfologia In Guerra AJT e
CUNHA SB Geomorfologia uma atualizaccedilatildeo de bases e conceitos Editora Bertrand 2deg
Ediccedilatildeo 94-148 1995
EMBRAPA Solos florestais Carta de Solos do Estado do Paranaacute Solos Atualizaccedilatildeo do
Mapa de Solos ndash SiBCS 2007
Revista Equador (UFPI) Vol 5 Nordm 5 p152 ndash 167 2016
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GEO CATAacuteLOGO-MMA- Ministeacuterio do Meio Ambiente Imagem RapidEye Disponiacutevel
em lt httpgeocatalogoibamagovbrgt Acesso em 25 de jun 2014
GOLDENFUM JA Pequenas bacias hidroloacutegicas conceitos baacutesicos In PAIVA JBDD
PAIVALMCDD Hidrologia aplicada a gestatildeo de pequenas bacias hidrograacuteficas Porto
Alegre ABRH 1 2001 p3-12
GUERRA A J T CUNHA S B D Degradaccedilatildeo ambiental In GUERRA A J T
CUNHA S B D (Org) Geomorfologia e meio ambiente Rio de Janeiro Ed Bertrand
Brasil 2006 337-393
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Cidades 2010 Disponiacutevel em
lthttpwwwcidadesibgegovbrpainelhistoricophpl ang=ampcodmun =411070ampsearch = parana
|irati|infograficos-historicogt Acesso em 20 abril 2016
INMET-Instituto Nacional de Meteorologia Disponiacutevel em httpwww inmet govbr
portal Acesso em 10 de Jun 2015
SCHUMM SA Sinuosity of alluvial rivers on the great plains Geological Society of
America Bulletin v 74 n 91963 p 1089-1100
SILVA AMD Schulz HE Camargo PBD Erosatildeo e hidrossedimentologia em bacias
hidrograacuteficas Satildeo Carlos RiMa 2003 138p
STRAHLER A N Dynamic basis of Geomorphology Geological Society of America
Bulletin v63 1952 p923-938
TOMINAGA L K SANTORO J AMARAL R (Org) Desastres Naturais conhecer para
prevenir 1ed2deg reimpressatildeo Satildeo Paulo Instituto Geoloacutegico 2009 p196
TUCCI CEM CLARKE RT Impactos das mudanccedilas da cobertura vegetal no escoamento
Revista Brasileira de Recursos Hiacutedricos v2 Porto Alegre-RS 1997 p135-152
VILLELA S M MATTOS A Hidrologia aplicada Satildeo Paulo McGraw-Hill do Brasil
1975 245p
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem a CAPES pela bolsa concedida ao primeiro autor e pela ajuda
financeira nos projetos das instituiccedilotildees de atuaccedilatildeo dos professores do programa de poacutes-
graduaccedilatildeo em Geografia da Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG e Universidade
estadual do Centro Oeste-UNICENTRO
Revista Equador (UFPI) Vol 5 Nordm 5 p152 ndash 167 2016
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significa que a amplitude altimeacutetrica natildeo eacute representativa em todo comprimento do curso de
aacutegua o que faz com que a suscetibilidade de enchentes aumente pelo fato desta bacia ser em
sua maior parte plana
De acordo com o Fator de Forma a bacia apresentou um valor de 0 89 sendo assim
pode-se classifica-la como uma rede de drenagem circular pois valores proacuteximos a 10
indicam bacias circulares Atraveacutes deste valor pode-se inferir que a bacia tem maior risco de
inundaccedilotildees e cheias instantacircneas
O coeficiente de compacidade mostra-se proacuteximo da unidade (106) esse valor
associado ao fator de forma (089) indica que a bacia possui formato semelhante ao de uma
circunferecircncia correspondendo portanto agrave forma mais proacutexima de bacia circular
Com relaccedilatildeo aos iacutendices de precipitaccedilatildeo mensal que contribuiacuteram para as ocorrecircncias
de enchentes durante julho de 2014 a junho de 2015 obteve valores elevados nos meses de
setembro dezembro e fevereiro (Figura 3) Foram nesses meses que tambeacutem ocorreram agraves
inundaccedilotildees nos pontos apresentados na figura de localizaccedilatildeo
Figura 3 Precipitaccedilatildeo mensal-Julho de 2014 a Junho de 2015
Fonte Inmet 2015
Para uma melhor compreensatildeo das cheias apresentam-se a seguir os valores diaacuterios de
precipitaccedilatildeo dos meses de setembro dezembro e fevereiro meses em que teve a ocorrecircncia de
cheias
Os maiores valores de precipitaccedilatildeo no mecircs de setembro ocorreram nos dias 1 com 369
mm e dia 18 com 5622 mm (Figura 4) nesse dia houve ocorrecircncia de alagamento na aacuterea
urbana da bacia no encontro dos rios Bonito e Arroio do Meio a declividade nesse trecho eacute
inferior a 15 sendo nessa parte da bacia uma aacuterea mais plana favorecendo as cheias que
neste mecircs ocorreram nos primeiros 30 minutos de precipitaccedilatildeo
379 422
2602
864 1155
2129 1846
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Precipitaccedilatildeo mensal em mm
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Figura 4 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de novembro de 2014
Fonte Inmet 2015
O registro de cheias no mecircs de dezembro foi no dia 23 dia em que fora registrado
404mm seguido da precipitaccedilatildeo ocorrida no dia 22 que foi 369 mm (Figura 5) A ocorrecircncia
de cheias pode estar relacionada a forma da bacia e suas caracteriacutesticas fiacutesicas que contribuem
na formaccedilatildeo de enchentes
Figura 5 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de dezembro de 2014
Fonte Inmet 2015
O mecircs de fevereiro (Figura 6) choveu na maior parte dos dias fato que pode ter
propiciado um empoccedilamento do solo e no dia 13 a ocorrecircncia de cheias em 20 minutos de
precipitaccedilatildeo todos os eventos de cheias foram no espaccedilo urbano compreende-se que a alguns
fatores como a compactaccedilatildeo exposiccedilatildeo do solo e baixa potencialidade de infiltraccedilatildeo podem
contribuir para as cheias ocorridas durante o periacuteodo investigado
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Precipitaccedilatildeo Diaacuteriasetemrbo
Precipitaccedilatildeo mmdia
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Precipitaccedilatildeo Diaacuteriadezembro
Precipitaccedilatildeo mmdia
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Figura 6 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de fevereiro de 2015
Fonte Inmet 2015
Nesse caso pode se destacar a amplitude altimeacutetrica que teve um valor de 60m como
se sabe que quanto maior for esse valor menor eacute a infiltraccedilatildeo ao longo da vertente e mais
raacutepida eacute o escoamento superficial possibilitando assim a ocorrecircncia de enchentes nos setores
de mais baixa altitude sendo um dos paracircmetros morfomeacutetricos que interfere no fenocircmeno
investigado
Outro fator que pode ter possibilitado as inundaccedilotildees foram os elevados iacutendices de
precipitaccedilatildeo nos meses de novembro dezembro e fevereiro atrelados a caracteriacutesticas dos
solos que no ponto onde ocorreram as inundaccedilotildees satildeo compostos de argissolos isso dificulta
ainda mais a infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo devido agrave capacidade que esse tipo de solo tem de reter
umidade dificultado a infiltraccedilatildeo e possibilitando o escoamento superficial com ecircnfase que
as enchentes ocorreram no espaccedilo urbano local este onde essas caracteriacutesticas satildeo mais
intensas
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao se fazer uma apreciaccedilatildeo de todos os paracircmetros que compotildeem a anaacutelise
morfomeacutetrica por meio de observaccedilatildeo pontos com alta suscetibilidade de enchentes
constatou-se que a Bacia do Rio Bonito possui uma alta suscetibilidade para desencadear
enchentes Isso ocorre pelo fato da bacia possuir uma aacuterea de captaccedilatildeo considerada pequena
no entanto esse potencial natildeo se estende por toda
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Precipitaccedilatildeo Diaacuteriafevereiro
Precipitaccedilatildeo mmdia
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A amplitude altimeacutetrica e o iacutendice de circularidade representam valores desfavoraacuteveis
pois bacias hidrograacuteficas com elevado iacutendice de circularidadeplanas tendem a ser propensas a
cheias revelando que a presente bacia eacute em grande parte plana e com formato circular
Apresenta relaccedilatildeo de relevo que demonstra elevado potencial para o desencadeamento
de enchentes principalmente a jusante onde se apresenta caracteriacutesticas planas e tambeacutem onde
ocorre o encontro de dois rios principais
As enchentes acontecem nas aacutereas impermeabilizadas da cidade nesse sentido ocorre
uma extrapolaccedilatildeo do leito fluvial para aacutereas ocupadas
Evidenciou-se tambeacutem que as enchentes se mostram mais graves na aacuterea urbana que
embora de pequena dimensatildeo na bacia apresenta elevado adensamento populacional
diferente de outros locais onde haacute menor concentraccedilatildeo de moradias em virtude da atividade
agriacutecola ou do relevo iacutengreme
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BRUBACHER J P OLIVEIRA GG GUASSELLI LA Suscetibilidade de enchentes a
partir da anaacutelise das variaacuteveis morfomeacutetricas na bacia hidrograacutefica do rio dos SinosRS In
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CARDOSO C A DIAS H C T SOARES CPB MARTINS S V Caracterizaccedilatildeo
Morfomeacutetrica da Bacia Hidrograacutefica Rio Debossan Nova Friburgo-RJ Aacutervore Viccedilosa v 30
n2 p 241-248 Mar2006
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CHRISTOFOLETTI A Anaacutelise morfomeacutetrica de bacias hidrograacuteficas Notiacutecia
Geomorfoloacutegica v18 n9 1969 p35-64
COELHO NETO AL Hidrologia na interface com a Geomorfologia In Guerra AJT e
CUNHA SB Geomorfologia uma atualizaccedilatildeo de bases e conceitos Editora Bertrand 2deg
Ediccedilatildeo 94-148 1995
EMBRAPA Solos florestais Carta de Solos do Estado do Paranaacute Solos Atualizaccedilatildeo do
Mapa de Solos ndash SiBCS 2007
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GEO CATAacuteLOGO-MMA- Ministeacuterio do Meio Ambiente Imagem RapidEye Disponiacutevel
em lt httpgeocatalogoibamagovbrgt Acesso em 25 de jun 2014
GOLDENFUM JA Pequenas bacias hidroloacutegicas conceitos baacutesicos In PAIVA JBDD
PAIVALMCDD Hidrologia aplicada a gestatildeo de pequenas bacias hidrograacuteficas Porto
Alegre ABRH 1 2001 p3-12
GUERRA A J T CUNHA S B D Degradaccedilatildeo ambiental In GUERRA A J T
CUNHA S B D (Org) Geomorfologia e meio ambiente Rio de Janeiro Ed Bertrand
Brasil 2006 337-393
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Cidades 2010 Disponiacutevel em
lthttpwwwcidadesibgegovbrpainelhistoricophpl ang=ampcodmun =411070ampsearch = parana
|irati|infograficos-historicogt Acesso em 20 abril 2016
INMET-Instituto Nacional de Meteorologia Disponiacutevel em httpwww inmet govbr
portal Acesso em 10 de Jun 2015
SCHUMM SA Sinuosity of alluvial rivers on the great plains Geological Society of
America Bulletin v 74 n 91963 p 1089-1100
SILVA AMD Schulz HE Camargo PBD Erosatildeo e hidrossedimentologia em bacias
hidrograacuteficas Satildeo Carlos RiMa 2003 138p
STRAHLER A N Dynamic basis of Geomorphology Geological Society of America
Bulletin v63 1952 p923-938
TOMINAGA L K SANTORO J AMARAL R (Org) Desastres Naturais conhecer para
prevenir 1ed2deg reimpressatildeo Satildeo Paulo Instituto Geoloacutegico 2009 p196
TUCCI CEM CLARKE RT Impactos das mudanccedilas da cobertura vegetal no escoamento
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VILLELA S M MATTOS A Hidrologia aplicada Satildeo Paulo McGraw-Hill do Brasil
1975 245p
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem a CAPES pela bolsa concedida ao primeiro autor e pela ajuda
financeira nos projetos das instituiccedilotildees de atuaccedilatildeo dos professores do programa de poacutes-
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estadual do Centro Oeste-UNICENTRO
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Figura 4 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de novembro de 2014
Fonte Inmet 2015
O registro de cheias no mecircs de dezembro foi no dia 23 dia em que fora registrado
404mm seguido da precipitaccedilatildeo ocorrida no dia 22 que foi 369 mm (Figura 5) A ocorrecircncia
de cheias pode estar relacionada a forma da bacia e suas caracteriacutesticas fiacutesicas que contribuem
na formaccedilatildeo de enchentes
Figura 5 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de dezembro de 2014
Fonte Inmet 2015
O mecircs de fevereiro (Figura 6) choveu na maior parte dos dias fato que pode ter
propiciado um empoccedilamento do solo e no dia 13 a ocorrecircncia de cheias em 20 minutos de
precipitaccedilatildeo todos os eventos de cheias foram no espaccedilo urbano compreende-se que a alguns
fatores como a compactaccedilatildeo exposiccedilatildeo do solo e baixa potencialidade de infiltraccedilatildeo podem
contribuir para as cheias ocorridas durante o periacuteodo investigado
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Precipitaccedilatildeo Diaacuteriasetemrbo
Precipitaccedilatildeo mmdia
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Precipitaccedilatildeo mmdia
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Figura 6 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de fevereiro de 2015
Fonte Inmet 2015
Nesse caso pode se destacar a amplitude altimeacutetrica que teve um valor de 60m como
se sabe que quanto maior for esse valor menor eacute a infiltraccedilatildeo ao longo da vertente e mais
raacutepida eacute o escoamento superficial possibilitando assim a ocorrecircncia de enchentes nos setores
de mais baixa altitude sendo um dos paracircmetros morfomeacutetricos que interfere no fenocircmeno
investigado
Outro fator que pode ter possibilitado as inundaccedilotildees foram os elevados iacutendices de
precipitaccedilatildeo nos meses de novembro dezembro e fevereiro atrelados a caracteriacutesticas dos
solos que no ponto onde ocorreram as inundaccedilotildees satildeo compostos de argissolos isso dificulta
ainda mais a infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo devido agrave capacidade que esse tipo de solo tem de reter
umidade dificultado a infiltraccedilatildeo e possibilitando o escoamento superficial com ecircnfase que
as enchentes ocorreram no espaccedilo urbano local este onde essas caracteriacutesticas satildeo mais
intensas
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao se fazer uma apreciaccedilatildeo de todos os paracircmetros que compotildeem a anaacutelise
morfomeacutetrica por meio de observaccedilatildeo pontos com alta suscetibilidade de enchentes
constatou-se que a Bacia do Rio Bonito possui uma alta suscetibilidade para desencadear
enchentes Isso ocorre pelo fato da bacia possuir uma aacuterea de captaccedilatildeo considerada pequena
no entanto esse potencial natildeo se estende por toda
0 0
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Precipitaccedilatildeo Diaacuteriafevereiro
Precipitaccedilatildeo mmdia
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A amplitude altimeacutetrica e o iacutendice de circularidade representam valores desfavoraacuteveis
pois bacias hidrograacuteficas com elevado iacutendice de circularidadeplanas tendem a ser propensas a
cheias revelando que a presente bacia eacute em grande parte plana e com formato circular
Apresenta relaccedilatildeo de relevo que demonstra elevado potencial para o desencadeamento
de enchentes principalmente a jusante onde se apresenta caracteriacutesticas planas e tambeacutem onde
ocorre o encontro de dois rios principais
As enchentes acontecem nas aacutereas impermeabilizadas da cidade nesse sentido ocorre
uma extrapolaccedilatildeo do leito fluvial para aacutereas ocupadas
Evidenciou-se tambeacutem que as enchentes se mostram mais graves na aacuterea urbana que
embora de pequena dimensatildeo na bacia apresenta elevado adensamento populacional
diferente de outros locais onde haacute menor concentraccedilatildeo de moradias em virtude da atividade
agriacutecola ou do relevo iacutengreme
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BRUBACHER J P OLIVEIRA GG GUASSELLI LA Suscetibilidade de enchentes a
partir da anaacutelise das variaacuteveis morfomeacutetricas na bacia hidrograacutefica do rio dos SinosRS In
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Anais Curitiba INPE 2011 p1279-1286
CARDOSO C A DIAS H C T SOARES CPB MARTINS S V Caracterizaccedilatildeo
Morfomeacutetrica da Bacia Hidrograacutefica Rio Debossan Nova Friburgo-RJ Aacutervore Viccedilosa v 30
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CECH T V Recursos Hiacutedricos histoacuteria desenvolvimento poliacutetica e gestatildeo Rio de Janeiro
LTC 2013
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Geomorfoloacutegica v18 n9 1969 p35-64
COELHO NETO AL Hidrologia na interface com a Geomorfologia In Guerra AJT e
CUNHA SB Geomorfologia uma atualizaccedilatildeo de bases e conceitos Editora Bertrand 2deg
Ediccedilatildeo 94-148 1995
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Mapa de Solos ndash SiBCS 2007
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GUERRA A J T CUNHA S B D Degradaccedilatildeo ambiental In GUERRA A J T
CUNHA S B D (Org) Geomorfologia e meio ambiente Rio de Janeiro Ed Bertrand
Brasil 2006 337-393
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Cidades 2010 Disponiacutevel em
lthttpwwwcidadesibgegovbrpainelhistoricophpl ang=ampcodmun =411070ampsearch = parana
|irati|infograficos-historicogt Acesso em 20 abril 2016
INMET-Instituto Nacional de Meteorologia Disponiacutevel em httpwww inmet govbr
portal Acesso em 10 de Jun 2015
SCHUMM SA Sinuosity of alluvial rivers on the great plains Geological Society of
America Bulletin v 74 n 91963 p 1089-1100
SILVA AMD Schulz HE Camargo PBD Erosatildeo e hidrossedimentologia em bacias
hidrograacuteficas Satildeo Carlos RiMa 2003 138p
STRAHLER A N Dynamic basis of Geomorphology Geological Society of America
Bulletin v63 1952 p923-938
TOMINAGA L K SANTORO J AMARAL R (Org) Desastres Naturais conhecer para
prevenir 1ed2deg reimpressatildeo Satildeo Paulo Instituto Geoloacutegico 2009 p196
TUCCI CEM CLARKE RT Impactos das mudanccedilas da cobertura vegetal no escoamento
Revista Brasileira de Recursos Hiacutedricos v2 Porto Alegre-RS 1997 p135-152
VILLELA S M MATTOS A Hidrologia aplicada Satildeo Paulo McGraw-Hill do Brasil
1975 245p
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem a CAPES pela bolsa concedida ao primeiro autor e pela ajuda
financeira nos projetos das instituiccedilotildees de atuaccedilatildeo dos professores do programa de poacutes-
graduaccedilatildeo em Geografia da Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG e Universidade
estadual do Centro Oeste-UNICENTRO
Revista Equador (UFPI) Vol 5 Nordm 5 p152 ndash 167 2016
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Figura 6 Precipitaccedilatildeo diaacuteria mecircs de fevereiro de 2015
Fonte Inmet 2015
Nesse caso pode se destacar a amplitude altimeacutetrica que teve um valor de 60m como
se sabe que quanto maior for esse valor menor eacute a infiltraccedilatildeo ao longo da vertente e mais
raacutepida eacute o escoamento superficial possibilitando assim a ocorrecircncia de enchentes nos setores
de mais baixa altitude sendo um dos paracircmetros morfomeacutetricos que interfere no fenocircmeno
investigado
Outro fator que pode ter possibilitado as inundaccedilotildees foram os elevados iacutendices de
precipitaccedilatildeo nos meses de novembro dezembro e fevereiro atrelados a caracteriacutesticas dos
solos que no ponto onde ocorreram as inundaccedilotildees satildeo compostos de argissolos isso dificulta
ainda mais a infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo devido agrave capacidade que esse tipo de solo tem de reter
umidade dificultado a infiltraccedilatildeo e possibilitando o escoamento superficial com ecircnfase que
as enchentes ocorreram no espaccedilo urbano local este onde essas caracteriacutesticas satildeo mais
intensas
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Ao se fazer uma apreciaccedilatildeo de todos os paracircmetros que compotildeem a anaacutelise
morfomeacutetrica por meio de observaccedilatildeo pontos com alta suscetibilidade de enchentes
constatou-se que a Bacia do Rio Bonito possui uma alta suscetibilidade para desencadear
enchentes Isso ocorre pelo fato da bacia possuir uma aacuterea de captaccedilatildeo considerada pequena
no entanto esse potencial natildeo se estende por toda
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Precipitaccedilatildeo Diaacuteriafevereiro
Precipitaccedilatildeo mmdia
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A amplitude altimeacutetrica e o iacutendice de circularidade representam valores desfavoraacuteveis
pois bacias hidrograacuteficas com elevado iacutendice de circularidadeplanas tendem a ser propensas a
cheias revelando que a presente bacia eacute em grande parte plana e com formato circular
Apresenta relaccedilatildeo de relevo que demonstra elevado potencial para o desencadeamento
de enchentes principalmente a jusante onde se apresenta caracteriacutesticas planas e tambeacutem onde
ocorre o encontro de dois rios principais
As enchentes acontecem nas aacutereas impermeabilizadas da cidade nesse sentido ocorre
uma extrapolaccedilatildeo do leito fluvial para aacutereas ocupadas
Evidenciou-se tambeacutem que as enchentes se mostram mais graves na aacuterea urbana que
embora de pequena dimensatildeo na bacia apresenta elevado adensamento populacional
diferente de outros locais onde haacute menor concentraccedilatildeo de moradias em virtude da atividade
agriacutecola ou do relevo iacutengreme
Trabalho enviado em Junho de 2016
Trabalho aceito em Novembro de 2016
REFEREcircNCIAS
ANTONELI V THOMAZ E L Caracterizaccedilatildeo do meio fiacutesico da Bacia do Arroio Boa
Vista-Guamiranga-PR Caminhos de Geografia Uberlacircndia v8 n21 p46 ndash 58 Mar 2007
BRUBACHER J P OLIVEIRA GG GUASSELLI LA Suscetibilidade de enchentes a
partir da anaacutelise das variaacuteveis morfomeacutetricas na bacia hidrograacutefica do rio dos SinosRS In
XV SIMPOacuteSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO - SBSR 2011 Curitiba
Anais Curitiba INPE 2011 p1279-1286
CARDOSO C A DIAS H C T SOARES CPB MARTINS S V Caracterizaccedilatildeo
Morfomeacutetrica da Bacia Hidrograacutefica Rio Debossan Nova Friburgo-RJ Aacutervore Viccedilosa v 30
n2 p 241-248 Mar2006
CECH T V Recursos Hiacutedricos histoacuteria desenvolvimento poliacutetica e gestatildeo Rio de Janeiro
LTC 2013
CHRISTOFOLETTI A Anaacutelise morfomeacutetrica de bacias hidrograacuteficas Notiacutecia
Geomorfoloacutegica v18 n9 1969 p35-64
COELHO NETO AL Hidrologia na interface com a Geomorfologia In Guerra AJT e
CUNHA SB Geomorfologia uma atualizaccedilatildeo de bases e conceitos Editora Bertrand 2deg
Ediccedilatildeo 94-148 1995
EMBRAPA Solos florestais Carta de Solos do Estado do Paranaacute Solos Atualizaccedilatildeo do
Mapa de Solos ndash SiBCS 2007
Revista Equador (UFPI) Vol 5 Nordm 5 p152 ndash 167 2016
Home httpwwwojsufpibrindexphpequador
GEO CATAacuteLOGO-MMA- Ministeacuterio do Meio Ambiente Imagem RapidEye Disponiacutevel
em lt httpgeocatalogoibamagovbrgt Acesso em 25 de jun 2014
GOLDENFUM JA Pequenas bacias hidroloacutegicas conceitos baacutesicos In PAIVA JBDD
PAIVALMCDD Hidrologia aplicada a gestatildeo de pequenas bacias hidrograacuteficas Porto
Alegre ABRH 1 2001 p3-12
GUERRA A J T CUNHA S B D Degradaccedilatildeo ambiental In GUERRA A J T
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VILLELA S M MATTOS A Hidrologia aplicada Satildeo Paulo McGraw-Hill do Brasil
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Os autores agradecem a CAPES pela bolsa concedida ao primeiro autor e pela ajuda
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graduaccedilatildeo em Geografia da Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG e Universidade
estadual do Centro Oeste-UNICENTRO
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A amplitude altimeacutetrica e o iacutendice de circularidade representam valores desfavoraacuteveis
pois bacias hidrograacuteficas com elevado iacutendice de circularidadeplanas tendem a ser propensas a
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Apresenta relaccedilatildeo de relevo que demonstra elevado potencial para o desencadeamento
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As enchentes acontecem nas aacutereas impermeabilizadas da cidade nesse sentido ocorre
uma extrapolaccedilatildeo do leito fluvial para aacutereas ocupadas
Evidenciou-se tambeacutem que as enchentes se mostram mais graves na aacuterea urbana que
embora de pequena dimensatildeo na bacia apresenta elevado adensamento populacional
diferente de outros locais onde haacute menor concentraccedilatildeo de moradias em virtude da atividade
agriacutecola ou do relevo iacutengreme
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REFEREcircNCIAS
ANTONELI V THOMAZ E L Caracterizaccedilatildeo do meio fiacutesico da Bacia do Arroio Boa
Vista-Guamiranga-PR Caminhos de Geografia Uberlacircndia v8 n21 p46 ndash 58 Mar 2007
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partir da anaacutelise das variaacuteveis morfomeacutetricas na bacia hidrograacutefica do rio dos SinosRS In
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Anais Curitiba INPE 2011 p1279-1286
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Morfomeacutetrica da Bacia Hidrograacutefica Rio Debossan Nova Friburgo-RJ Aacutervore Viccedilosa v 30
n2 p 241-248 Mar2006
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CHRISTOFOLETTI A Anaacutelise morfomeacutetrica de bacias hidrograacuteficas Notiacutecia
Geomorfoloacutegica v18 n9 1969 p35-64
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Mapa de Solos ndash SiBCS 2007
Revista Equador (UFPI) Vol 5 Nordm 5 p152 ndash 167 2016
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GEO CATAacuteLOGO-MMA- Ministeacuterio do Meio Ambiente Imagem RapidEye Disponiacutevel
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GOLDENFUM JA Pequenas bacias hidroloacutegicas conceitos baacutesicos In PAIVA JBDD
PAIVALMCDD Hidrologia aplicada a gestatildeo de pequenas bacias hidrograacuteficas Porto
Alegre ABRH 1 2001 p3-12
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CUNHA S B D (Org) Geomorfologia e meio ambiente Rio de Janeiro Ed Bertrand
Brasil 2006 337-393
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Cidades 2010 Disponiacutevel em
lthttpwwwcidadesibgegovbrpainelhistoricophpl ang=ampcodmun =411070ampsearch = parana
|irati|infograficos-historicogt Acesso em 20 abril 2016
INMET-Instituto Nacional de Meteorologia Disponiacutevel em httpwww inmet govbr
portal Acesso em 10 de Jun 2015
SCHUMM SA Sinuosity of alluvial rivers on the great plains Geological Society of
America Bulletin v 74 n 91963 p 1089-1100
SILVA AMD Schulz HE Camargo PBD Erosatildeo e hidrossedimentologia em bacias
hidrograacuteficas Satildeo Carlos RiMa 2003 138p
STRAHLER A N Dynamic basis of Geomorphology Geological Society of America
Bulletin v63 1952 p923-938
TOMINAGA L K SANTORO J AMARAL R (Org) Desastres Naturais conhecer para
prevenir 1ed2deg reimpressatildeo Satildeo Paulo Instituto Geoloacutegico 2009 p196
TUCCI CEM CLARKE RT Impactos das mudanccedilas da cobertura vegetal no escoamento
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VILLELA S M MATTOS A Hidrologia aplicada Satildeo Paulo McGraw-Hill do Brasil
1975 245p
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem a CAPES pela bolsa concedida ao primeiro autor e pela ajuda
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GOLDENFUM JA Pequenas bacias hidroloacutegicas conceitos baacutesicos In PAIVA JBDD
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CUNHA S B D (Org) Geomorfologia e meio ambiente Rio de Janeiro Ed Bertrand
Brasil 2006 337-393
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Cidades 2010 Disponiacutevel em
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SCHUMM SA Sinuosity of alluvial rivers on the great plains Geological Society of
America Bulletin v 74 n 91963 p 1089-1100
SILVA AMD Schulz HE Camargo PBD Erosatildeo e hidrossedimentologia em bacias
hidrograacuteficas Satildeo Carlos RiMa 2003 138p
STRAHLER A N Dynamic basis of Geomorphology Geological Society of America
Bulletin v63 1952 p923-938
TOMINAGA L K SANTORO J AMARAL R (Org) Desastres Naturais conhecer para
prevenir 1ed2deg reimpressatildeo Satildeo Paulo Instituto Geoloacutegico 2009 p196
TUCCI CEM CLARKE RT Impactos das mudanccedilas da cobertura vegetal no escoamento
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VILLELA S M MATTOS A Hidrologia aplicada Satildeo Paulo McGraw-Hill do Brasil
1975 245p
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem a CAPES pela bolsa concedida ao primeiro autor e pela ajuda
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estadual do Centro Oeste-UNICENTRO