Post on 05-Oct-2020
I
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS
DEPARTAMENTO DE PEDIATRIA
HÁBITOS ALIMENTAR, INTESTINAL, ESTADO NUTRICIONAL,
ATIVIDADE FÍSICA, IMAGEM CORPORAL E
SUBSÍDIOS PARA UM PROGRAMA EDUCAÇÃO NUTRICIONAL
Tese de doutorado apresentada à Pós-Graduação da
Faculdade de Ciências Médicas da Universidade
Estadual de Campinas para a obtenção do título de
Doutora em Saúde da Criança e Adolescente.
Autora: Ana Lúcia Alves Caram
Orientadora: Profa. Dra. Elizete Aparecida Lomazi da Costa Pinto
CAMPINAS
2010
II
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA
BIBLIOTECA DA FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA UNICAMP
Bibliotecário: Sandra Lúcia Pereira – CRB-8ª / 6044
Título em inglês: Food eating, bowel habits, nutritional status, physical activity, body image
and subsidies for a nutrition
Keywords: Adolescents
Body image
Nutritional status
Physical activity
Constipation
Titulação: Doutor em Saúde da Criança e do Adolescente
Área de concentração: Saúde da Criança e do Adolescente
Banca examinadora: Profa. Dra. Elizete Aparecida Lomazi da Costa Pinto
Profa. Dra. Vânia Aparecida Leandro Merhi
Profa. Dra. Denise Aparecida Gonçalves de Oliveira
Prof. Dr. Gabriel Hessel
Profa. Dra. Ana Raquel Medeiros Beck
Data da defesa: 26-07-2010
Caram, Ana Lucia Alves
C176h Hábitos alimentar, intestinal, estudo nutricional, atividade física, imagem
corporal e subsídios para um programam de educação nutricional / Ana Lucia Alves
Caram. Campinas, SP: [s.n.], 2010.
Orientador: Elizete Aparecida Lomazi da Costa Pinto
Tese ( Doutorado ) Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Ciências
Médicas.
1. Adolescentes. 2. Imagem corporal. 3. Estado nutricional. 4. Atividade
física. 5. Constipação. I. Pinto, Elizete Aparecida da Costa. II. Universidade
Estadual de Campinas. Faculdade de Ciências Médicas. III. Título.
III
IV
IDENTIFICAÇÃO DA AUTORA
____________________________________________________________
Ana Lúcia Alves Caram.
R. Prof. Celso Ferraz de Camargo, 515.
Cidade Universitária CEP 13.083.200 Campinas, SP.
Fone: (19) 32875506.
anacaram@fcm.unicamp.br
anacaram@uol.com.br
IDENTIFICAÇÃO DA ORIENTADORA
____________________________________________________________
Profa. Dra. Elizete Aparecida Lomazi da Costa Pinto.
Rua Zeferino Vaz, s/n. º.
Cidade Universitária CEP 13.083.970 Campinas, SP.
Fones: (19) 35217353 (ambulatório de pediatria) / (19) 35217861 (enfermaria de pediatria).
elizete@inbrasil.com.br
V
DEDICATÓRIA
Ao meu pai: Guilherme, pela luta, dedicação, sabedoria e
exemplo que me inspirou e a minha mãe, Álida, quem sempre me disse
que eu era capaz.
VI
AGRADECIMENTO
À Profa. Dra. Elizete Aparecida Lomazi da Costa Pinto, pela orientação,
dedicação, atenção e compreensão no desenvolvimento dessa tese.
À diretora da Escola Estadual Francisco Álvares, Arminda Maria Prado,
pela abertura e parceria no desenvolvimento desse projeto.
À vice-diretora Irene Munhoz Gaspar, a coordenadora pedagógica Ângela
de Lima C. Correa, aos professores e aos funcionários pelo apoio, atenção e
participação. Aos alunos pela participação e motivação do meu trabalho.
À Profa. Dra. Sônia das Dores Rodrigues pela motivação e ensinamentos.
Aos Profs. Dr. José Martins Filho e Dra Denise A Gonçalves de
Oliveira pela contribuição na minha qualificação para esse doutorado.
Ao Prof. Dr. André Moreno Morcillo, pela atenção, conhecimento, desde o
mestrado e exemplo de professor.
À Suraya Elias Caram pela detalhada correção de português, meu muito
obrigada.
Aos Profs. Dr. Antônio de Azevedo Barros Filho e Dr. Gabriel Hessel,
por terem dado a oportunidade inicial ao meu mestrado.
À Dra Maria Ângela Bellomo Brandão por sua atenção.
À equipe da estatística da Unicamp, Cleide Aparecida Moreira Silva e
Andréa Ferreira Semolini, pela atenção, dedicação e colaboração nos cálculos
estatísticos desse trabalho.
À nutricionista Márcia Banin, pela amizade e motivação.
À minha família: Minha filha Isabela que me ajudou e sempre me motivou.
À Clara, pelo futuro. Ao meu marido Rubens, pela ajuda de sempre, amor,
VII
exemplo de conhecimento e conquistas. Aos meus irmãos: Carlos e Alexandre,
pelo carinho e amizade.
A todos que diretamente ou não, colaboraram com o desenvolvimento desse
trabalho.
Enfim, agradeço à vida, por ter tido essa oportunidade e em especial
dividir com minha família e amigos.
VIII
EPÍGRAFE
“Faça do alimento o teu remédio.”
Hipócrates
¨A grande descoberta: imagens e palavras conseguem
curar o corpo.¨
Freud
IX
SUMÁRIO
Resumo XX
Abstract
XXII
1- INTRODUÇÃO 22
1.1- Hábito alimentar
23
1.2- Hábito e constipação intestinal 30
Classificação da constipação intestinal 32
Etiologia 32
Prevalência da constipação intestinal 33
Fisiopatologia da constipação intestinal 36
Tratamento da constipação intestinal 36
1.3- Atividade física 37
Classificação da atividade física 38
1.4- Imagem corporal 38
1.5- Estado nutricional 39
Classificação do estado nutricional 40
1.6- Programa de educação nutricional 42
2- OBJETIVOS
47
2.2- Objetivo geral
48
2.3- Objetivos específicos 48
3- CASUÍSTICA E MÉTODOS
49
3.1- Aspectos éticos da pesquisa 49
3.2- Caracterização do local de estudo 50
3.3- Problemas encontrados para execução do estudo 50
X
3.4- Desenho do estudo 51
3.5- Critérios de inclusão e exclusão 51
3.6- Variáveis estudadas 52
3.7- Instrumentos utilizados 52
3.8- Procedimentos para coleta de dados 53
3. 9- Planejamento do programa de educação nutricional 58
3.10- Como avaliar o efeito do programa de educação nutricional? 63
3.11- Análise dos dados 64
4- RESULTADOS 66
4.1- Hábito alimentar 68
Frequência do consumo alimentar 68
Frequência das refeições diárias 73
Local da refeição 74
Consumo de líquidos 75
4.1 - Hábito intestinal 77
Frequência da evacuação 77
Sintomas relacionados à evacuação 78
Consistência das fezes 78
Constipação intestinal 80
4.3- Descrição do estado nutricional, atividade física e imagem corporal 81
4.4- Constipação intestinal relacionada com: consumo de líquido,
atividade física, obesidade e sobrepeso, idade e hábito de consumo
de alguns alimentos ricos em fibras.
85
4.5- Obesidade/ sobrepeso relacionado com: atividade física, número
de refeições, uso de adoçante dietético, idade e imagem corporal
89
XI
4.6- Programa de educação nutricional e seu efeito no conhecimento de
nutrição dos adolescentes
95
Programa de educação nutricional 95
Efeito do programa de educação nutricional 102
5- DISCUSSÃO 105
6- CONCLUSÕES
125
7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
128
8- APÊNDICES
141
I - Aprovação do Comitê de Ética em pesquisa da Faculdade de Ciências
Médicas da Unicamp
143
II- Termo de Consentimento Livre Esclarecido da diretora 145
III- Termo de Consentimento Livre Esclarecido dos alunos 146
IV- Ficha de avaliação do hábito alimentar e intestinal, estado nutricional, atividade
física e imagem corporal dos adolescentes
147
V- Ficha de Avaliação da classe social, segundo Associação Brasileira de
Pesquisas (2003)
151
VI- Protocolos utilizados no programa de educação nutricional 152
6.1- Ficha de apoio para orientação nutricional individual 152
6.2- Perguntas abordadas para avaliação do programa de educação nutricional 153
6.3- Respostas das perguntas abordadas para avaliar o programa de educação
nutricional (GABARITO).
154
6.4- Perguntas quanto ao filme Super Size Me 155
6.5- Atividade sobre gasto energético e atividade física 156
6.6- Palestra sobre transtorno alimentar 157
6.7- Palestra sobre alimentação saudável 163
XII
LISTA DE QUADROS
Quadro 1- Alimentação saudável para adolescentes – Dez passos 26
Quadro 2- Diretrizes para dietas de alto teor de fibras alimentares 28
Quadro 3- Quantidade de fibras em alguns alimentos 29
Quadro 4- Causas da constipação intestinal crônica 33
Quadro 5- Prevalência da constipação intestinal 35
XIII
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Distribuição do grau de escolaridade do chefe da família
dos 54/126 adolescentes
68
Tabela 2- Distribuição da frequência do consumo habitual de alimentos
(> 4 vezes/ semana), segundo os grupos alimentares (cereais e
leguminosas), em 126 adolescentes
70
Tabela 3- Distribuição da frequência do consumo de alimentos habitual
(> 4 vezes/ semana), segundo grupos alimentares, (petiscos, sobremesas
e doces, bebidas, produtos diet/light, adoçante), suplementos
em 126 adolescentes
71
Tabela 4- Distribuição da frequência habitual (> 4 vezes/ semana) para o consumo
de alimentos, segundo os grupos alimentares (hortaliças e frutas, leite e
derivados, carnes e ovos, óleos) em 126 adolescentes
72
Tabela 5- Frequência e hábito do consumo das refeições dos 126 adolescentes 73
Tabela 6- Frequência e hábito do local das refeições dos 126 adolescentes 74
Tabela 7- Valor hídrico recomendado, em relação ao peso corpóreo e gênero dos
126 adolescentes
75
Tabela 8- Consumo diário de diferentes tipos de líquidos dos 126 adolescentes 76
Tabela 9- Classificação e frequência da consistência das fezes encontrada nos
126 adolescentes
79
Tabela 10- Distribuição da ocorrência de constipação intestinal, de acordo com
o consumo de líquido, atividade física, obesidade/sobrepeso e grupo
etário, dos 126 adolescentes
86
Tabela 11- Hábito de consumo de alguns alimentos ricos em fibras, nos 126
adolescentes
87
Tabela 12- Relação da presença de obesidade e sobrepeso ou não, nos 123
adolescentes, com a atividade física, número de refeições, uso
de adoçante e idade
90
XIV
Tabela 13- Análise da concordância entre diagnóstico nutricional e imagem
corporal, segundo a impressão de peso, dos 126 adolescentes
91
Tabela 14- Análise da concordância entre o diagnóstico nutricional e a
imagem corporal, segundo a impressão quanto ao peso, das 64 meninas
e dos 62 meninos
92
Tabela 15- Análise da concordância entre o diagnóstico nutricional, agrupado, em
eutrófico e distrófico e a imagem corporal, agrupada em impressão
quanto ao peso adequado e inadequado dos 126 adolescentes
93
Tabela 16 - Análise da concordância entre o diagnóstico nutricional agrupado (em
eutrófico e distrófico) e a imagem corporal (agrupada em impressão de
peso adequado e inadequado) das 64 meninas e 62 meninos
94
Tabela 17- Séries, números de adolescentes e os tipos de orientação nutricional 95
Tabela 18- Programa do Workshop Transtorno Alimentar e Alimentação Saudável 100
Tabela 19- Participação dos alunos nas atividades em grupo 101
Tabela 20- Estatística descritiva da variável nota da Orientação individual
e da Orientação em grupo
102
Tabela 21- Estatística descritiva da variável nota da Orientação individual e do
Grupo de comparação (sem orientação)
103
Tabela 22- Estatística descritiva da variável nota da Orientação em grupo e do
Grupo de comparação
103
XV
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1. Distribuição da avaliação da classe social, segundo a
Associação Brasileira de Empresa de Pesquisa, 2003.
67
Gráfico 2. Distribuição da frequência de evacuação dos 126 adolescentes
77
Gráfico 3. Distribuição da classificação do estado nutricional dos adolescentes,
de acordo com o IMC, segundo WHO, 2007
81
Gráfico 4. Distribuição dos valores dos índices antropométricos em relação à idade
(em escore Z) da circunferência do braço (CB), prega cutânea tricipital
(PCT), prega cutânea subescapular (PCS), área muscular do braço (AMB)
e área gordurosa do braço (AGB), em gráfico box-plot, N=126,
segundo Frisancho
82
Gráfico 5. Distribuição da intensidade da atividade física desenvolvida pelos
126 adolescentes
83
Gráfico 6.Distribuição da imagem corporal dos adolescentes, segundo sua
impressão quanto ao peso
84
Gráfico 7. Distribuição da porcentagem de adolescentes constipados ou não com
o consumo habitual de alimentos ricos em fibras de um a
seis alimentos/dia
88
XVI
LISTA DE FÓRMULAS
Fórmulas 1. Fórmulas antropométricas do índice de massa corporal da
Área gordurosa do braço, área muscular do braço e área do braço
56
XVII
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Foto de diferentes consistências de fezes, Bristol ®
(RUBIN &DALE, 2006).
31
Figura 2. Fluxograma da amostra dos adolescentes
51
Figura 3. Fluxograma dos adolescentes que participaram do programa de educação
nutricional e responderam às questões referentes ao conhecimento de nutrição
97
XVIII
LISTA DE ABREVIATURAS
AB Área do Braço
ADA American Diet Association
AGB Área Gordurosa do Braço
AMB Área Muscular do Braço
CB Circunferência do Braço
DP Desvio Padrão
F Frequência
FCM Faculdade de Ciências Médicas
g gramas
Hb Hábito
HC Hospital de Clínicas
IMC Índice de Massa Corporal
IPAC International physical activity questionary
MS Ministério da Saúde
N Número
p Nível de significância
PCT Prega Cutânea Tricipital
PCS Prega Cutânea Subescapular
SISCRES Sistema para Análise de Crescimento
UNICAMP Universidade Estadual de Campinas
WHO World Heath Organization
XIX
RESUMO
Objetivo: Descrever os hábitos alimentar e intestinal, estado nutricional, atividade física e
imagem corporal de adolescentes e verificar o efeito de um programa de educação nutricional.
Método: Estudo descritivo, prospectivo com intervenção, numa escola pública, no município
de Campina, SP, no período compreendido entre outubro de 2007 e novembro de 2008. As
variáveis estudadas foram: hábito alimentar (por meio do uso de um questionário de
frequência de consumo de alimentos, tipos de refeições e locais da alimentação); estado
nutricional (segundo o índice de massa corporal por idade); imagem corporal (com pergunta
objetiva da impressão quanto ao peso relatado pelo adolescente); hábito intestinal (baseado no
critério de Roma III, por meio da frequência da evacuação, sintomas da evacuação,
constipação intestinal e consistência das fezes); atividade física (por meio do International
physical activity questionary, IPAQ); programa de educação nutricional (com orientação
nutricional individual e em grupo). Resultados: Participaram do estudo 126 adolescentes, na
faixa etária de 12,5 a 18,8 anos (média de 15 +1,5 anos), 64 (50,8%) meninas e 62 (49,2%)
meninos, com predomínio da classe social C 26/54 (48,8%), seguido pela B 23/54 (42,6%) e
D 3/54 (5,6%). Os seguintes alimentos configuraram hábito alimentar desse grupo: arroz em
120 adolescentes (95,2%), pão francês em 76 (60,3%), feijão em 104 (82,5%), frutas em 76
(60,3%), doces e balas em 73 (57,9%), achocolatados em 67 (53,2%), leite integral em 73
(57,9%), suco em 77 (61,1%) e refrigerante em 64 (50,8%). As carnes foram definidas como
hábito em fontes variadas (frango, peixe, carne bovina, suína, salsicha ou ovo) em 62,7%
adolescentes. A maioria deles fazia três refeições (desjejum, almoço e jantar) ao dia 73/126
(57,9%), o local dominante da refeição foi à própria casa em 117 adolescentes (92,5%). Doze
(9,5%) apresentaram constipação intestinal. Noventa e quatro (74,6%) eram eutróficos, 29
(23%) obesos ou sobrepeso e 3 (2,3%) desnutridos. Nove (7,1%) eram sedentários. A
impressão de peso relatada pelos adolescentes foram: adequadas em 73/126 (57,9%), 39
(31%) elevadas e 14 (11%) baixas. O estado nutricional e a imagem corporal não
apresentaram concordância, segundo o teste estatístico de Kappa, necessitando assim uma
intervenção multiprofissional. O programa de educação nutricional em grupo apresentou
aumento significativo do conhecimento sobre nutrição dos adolescentes. Conclusão: A
maioria dos adolescentes era eutrófica, com hábitos saudáveis (alimentar, intestinal e atividade
XX
física), porém com distorção da imagem corporal. O programa de nutrição contribuiu para o
aumento do conhecimento de nutrição e envolvimento multi e interdisciplinar.
Termos de indexação: Adolescentes, imagem corporal, estado nutricional, atividade física e
constipação intestinal.
XXI
ABSTRACT
Objective: To describe eating and bowel habits, nutritional status, physical activity and body
image in adolescents and to investigate the effect of a nutritional education program. Method:
A descriptive, prospective and intervention study conducted in a public school, from October,
2007 to November, 2008. The variables studied were: eating habits (through a questionnaire
of frequency of food consumption, types of meals and place for eating); nutritional status
(according to body mass index for age); body image (using objective questions on self-
impression of the adolescents’ weight); bowel habit (based on ROME III criteria, using the
frequency of evacuation, symptoms related to bowel movements and stool consistency);
physical activity (using the International Physical Activity Questionnaire, IPAQ); and a
nutritional education program divided in individual and group nutritional orientation. Results:
One hundred twenty six adolescents were included, aged 12.5 to 18.8 years (average age 15
±1.5 years), 64 (50.8%) girls and 62 (49.2%) boys, from C social class: 26/54 (48.8%), B
23/54 (42.6%) and D 3 / 54 (5.6%). Referred food intake was the following: rice in 120
adolescents (95.2%), bread rolls in 76 (60.3%), beans in 104 (82.5%), fruits in 76 (60.3%),
sweets and candies in 73 (57.9%), chocolate powder in 67 (53.2%), whole milk in 73 (57.9%),
juice 77 (61.1%) and soft drinks in 64 (50, 8%). The meat was defined as usual on various
sources (chicken, fish, beef, pork, sausage or egg) in 62.7% adolescents. Most adolescents had
three meals (breakfast, lunch and dinner) a day 73/126 (57.9%) the main place for eating was
home in 117 adolescents (92.5%). Twelve (9.5%) were constipated. Ninety-four (74.6%) had
adequate nutritional status, 29 (23%) were obese or overweight and 3 (2.3%) malnourished.
Nine students (7.1%) were classified as sedentary. Most students reported their weight as
appropriated 73/126 (57.9%), 39 (31%) overweight and 14 (11%) underweight. According to
the Kappa survey, the nutritional status was not correlated to body image. The educational
program in group promoted significant increase in students’ knowledge on nutrition.
Conclusion: most adolescents presented adequate nutritional status, healthy habits (good diet
habits, normal bowel habits and physical activity), but a body image distortion. The nutrition
program has contributed to the increase in nutrition knowledge and involvement and
interdisciplinary. Index terms: Adolescents, body image, state nutrition, physical activity and
constipation.
22
INTRODUÇÃO
________________________________________________________________________________________________________
Introdução
23
1. INTRODUÇÃO
Adolescência vem do latim ad = a + olescere = forma inicial, de olere = crescer.
Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (2001) compreende a idade dos 12 aos 18
anos e para a World Health Organization (WHO, 1995) ocorre dos 10 aos 19 anos de idade.
A fase da puberdade inicial da adolescência, de 10 a 14 anos, ocorre o estirão de
crescimento, com um aumento rápido das secreções hormonais, aparecimento dos caracteres
sexuais secundários e maturação sexual. A fase final da adolescência, dos 15 aos 19 anos é
caracterizada pela desaceleração anterior. A maturidade biológica pode se associar à afetiva
e intelectual, onde o indivíduo se apoiará em valores, ideias próprias e defenderá seu ponto
de vista frente a vários assuntos: políticos, sociais, religiosos, estéticos e éticos. O
desenvolvimento físico é influenciado pela interação de fatores genéticos e ambientais, com
intensas mudanças somáticas, psicológicas e sociais (GARCIA et al., 2003; RODRIGUES,
2003, CONTI et al., 2005, ALVES, 2009).
Muitas vezes, o adolescente busca uma imagem corporal idealizada, o que associado
a uma alimentação inadequada pode levar a desequilíbrios nutricionais que podem interferir
na sua saúde e desenvolvimento (GARCIA et al., 2003).
Investigar os aspectos nutricionais quanto aos hábitos alimentar e intestinal, estado
nutricional, atividade física e imagem corporal permitem direcionar condutas educativas,
corrigir erros alimentares e podem contribuir para evitar a instalação de doenças crônicas
degenerativas na vida adulta.
1.1. Hábito alimentar
A nutrição adequada é essencial para a infância saudável. Na adolescência, o hábito
alimentar reflete valores da família, amigos e mídia. Além disso, vários fatores interferem no
consumo alimentar, como o cultural, o estético, a situação econômica, a preferência por
alimentos semi-preparados, o consumo fora de casa, o custo, o prestígio dos alimentos, a
religião, a geografia, a conveniência, entre outros (ASSIS e NAHAS, 1999; GARCIA et al.,
2003; SANTOS et al., 2005; CLARK e FOX, 2009).
________________________________________________________________________________________________________
Introdução
24
As escolhas alimentares e a aderência à dieta, na criança são determinadas
primeiramente pelos pais, práticas culturais e éticas de seu grupo. Experiências precoces e
interação contínua formam as preferências alimentares, hábitos e atitudes. A alimentação
adequada na infância é essencial ao bom desenvolvimento e crescimento e é nessa fase, que
os hábitos alimentares são definidos (RODRIGUES, 2003).
O consumo inadequado e o excesso de alimentos calóricos podem levar ao sobrepeso,
consequentemente evoluir para um adulto também com sobrepeso, aumentando os riscos de
doenças cardiovasculares (GARCIA et al., 2003; SALES et al., 2006).
Não existe um método considerado padrão ouro para quantificar o consumo
alimentar, porém vários estudos validam o uso da frequência do consumo alimentar (SALES
et al., 2006; RIBEIRO et al., 2006). Segundo Dwyer (2003) para constituir um padrão ouro é
necessária a combinação de vários métodos dietéticos, bioquímicos, clínicos e
antropométricos e sua validade e confiabilidade dependerá do entrevistador, da instrução e
cooperação do paciente.
O indicador dietético auxilia a identificação de desvios nutricionais de uma
população. O recordatório alimentar de 24 horas consiste no relato dos alimentos consumidos
em todas as refeições, nas últimas 24 horas. Ele facilita avaliar o consumo médio da refeição
e é de fácil aquisição, também é importante relatar que não se deve definir uma prévia do
tamanho da porção, pois pode prejudicar a maior variabilidade das respostas para posterior
estimativa do consumo alimentar (GARCIA et al., 2003; SALES et al., 2006).
Tanto o recordatório de 24 horas quanto o questionário de frequência alimentar são
muito utilizados em pesquisas para avaliar o consumo alimentar, ambos apresentam
vantagens e desvantagens. O recordatório tem como desvantagem não representar o hábito da
alimentação e depende da memória, enquanto que o questionário de frequência alimentar
perde detalhes da ingestão, porém pode expressar o hábito. A frequência alimentar tem como
vantagem ser obtida mais rapidamente, é facilmente padronizada, fornece quadro geral da
alimentação e pode ser suficiente para triagem, porém imprecisa para dados absolutos
(DWYER, 2003, HAMMOND, 2005; RIBEIRO et al., 2006).
________________________________________________________________________________________________________
Introdução
25
É importante salientar que para avaliar o consumo alimentar é necessário considerar a
variabilidade das informações dos indivíduos, pois é um dos fatores que reduz a precisão do
método para estimar o consumo alimentar (BARBOSA et al., 2005).
As necessidades nutricionais variam de acordo com o sexo, idade, atividade física e
devem ser supridas enfatizando a importância dos macro e micronutrientes. Para os
adolescentes isso é um desafio, pois é comum alimentarem-se fora de casa, consumirem
lanches rápidos, refrigerantes e alimentos industrializados. Eles querem viver o momento e
pouco se importam com os hábitos alimentares, seu enfoque muitas vezes é o estético. Por
outro lado, a restrição de determinados alimentos pode comprometer crianças ou
adolescentes como um todo, sendo considerados grupos de risco nutricional (RODRIGUES,
2003).
Alguns adolescentes não realizam desjejum, omitem outras refeições e usam os
lanches para a substituição das mesmas. Crianças sem desjejum apresentaram redução da
memória e do discernimento de questões, também favoreceram o aumento de erros,
decorrente do estresse metabólico para tentar manter a glicose cerebral circulante
(RODRIGUES, 2003).
Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2004), a alimentação saudável do
adolescente deve seguir os seguintes 10 passos apresentados no Quadro 1 a seguir.
________________________________________________________________________________________________________
Introdução
26
Quadro 1. Alimentação Saudável para Adolescentes – Dez passos
1. Para manter ou perder peso procure um profissional da área da saúde
2. Se alimente cinco ou seis vezes ao dia
3. Tente comer menos salgadinhos, refrigerantes, biscoitos recheados, lanches de
fast-food, alimentos de preparo instantâneo, doces e sorvetes.
4. Escolha frutas e verduras de sua preferência
5. Tente comer feijão todos os dias
6. Procure comer arroz, massas e pães todos os dias
7. Procure tomar leite ou derivados todos os dias
8. Evite o consumo de bebidas alcoólicas
9. Movimente-se, não fique horas na frente da TV ou computador
10. Escolha lanches saudáveis na escola e nos momentos de lazer
Fonte: Ministério de Saúde, 2004.
Água
Além da alimentação e dos hábitos saudáveis relatados acima, é importante o
consumo adequado de água, pois a água é fundamental para a vida e possui várias funções no
nosso organismo. Uma delas é aumentar o volume da evacuação, em associação com o
consumo de alimentos ricos em fibras, devido à maior absorção da água na formação do bolo
fecal. Esse benefício promove regulação no tempo do trânsito intestinal (COPPINI et al.,
2001).
A ingestão da água é controlada pela sede, no hipotálamo. A sede é abolida no
contato da água com a mucosa oral. A média de ingestão oral de água pelo adulto é de 1.500
a 3.000 ml ou em torno de 30 a 40 ml/ kg de peso corpóreo (WAITZBERG, 2001).
________________________________________________________________________________________________________
Introdução
27
Segundo Beyer (2005), o consumo de oito copos de água (dois litros) diariamente é
recomendado para facilitar a eficácia de uma dieta rica em fibras, pois caso contrário a
obstrução e impactação podem ocorrer.
Cerca de 60% do peso corporal de um adulto é constituído de água. Em crianças e
adolescentes, essa porcentagem varia de acordo com a faixa etária, sendo de 80% para um
prematuro e 59% para mulheres, 57% para homens na faixa etária de 10 a 18 anos. Em
idosos, pode chegar até 40-50% do peso corporal (WAITZBERG, 2001).
Fibras alimentares
Em 1970 já se enfatizava a importância das fibras na alimentação. As fibras
alimentares são todos os polissacarídeos vegetais da dieta (celulose; hemicelulose: pectinas,
gomas e mucilagens) e podem ser divididas conforme sua estrutura e função. Tomando por
base suas propriedades de solubilidade na água, podem ser classificadas como solúveis ou
insolúveis. As solúveis (pectinas, gomas, mucilagens e algumas hemicelulose) apresentam
efeito metabólico no organismo: retardam o esvaziamento gástrico e o tempo de transição
intestinal, diminuem a absorção de glicose e colesterol, alteram a composição da flora
intestinal e produzem ácido graxo de cadeia curta - exemplos: farelo de aveia, goma guar e
cenoura cozida. As insolúveis (celulose, lignina e hemicelulose) apresentam efeito mecânico
no trato gastrointestinal: pouco fermentativa aumentam o bolo fecal, aceleram o tempo do
trânsito intestinal – exemplos: farelo de trigo, leguminosas e folhosos. Geralmente nos
alimentos as fibras são mistas (MORAIS e MAFFEI, 2000; COPPINI et al., 2001; MORAIS
e MAFFEI, 2003).
O consumo de fibra alimentar é importante no tratamento e prevenção da constipação
intestinal, além de outras doenças como o diabetes, aterosclerose, câncer de cólon, síndrome
do intestino curto e doença diverticular do cólon (MORAIS e MAFFEI, 2000; COPPINI et
al., 2001).
Uma das funções da fibra alimentar é aumentar o volume fecal, que é um importante
estímulo para as contrações propulsivas e trânsito intestinal. Isso ocorre por meio de vários
mecanismos dependendo das suas propriedades físico-químicas (MAFFEI, 2004).
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Introdução
28
Além da capacidade de absorver água, as fibras formam fezes volumosas e macias
(COPPINI et al., 2001). A fermentação das fibras varia na flora intestinal, 90-100% para as
solúveis e 30-80% para as insolúveis, liberando a água retida e produzindo ácidos graxos de
cadeia curta (MAFFEI, 2004).
A recomendação de fibras para adulto é de 20 a 35 g por dia, enquanto para crianças e
adolescente é igual a idade em anos da criança mais cinco gramas por dia até os 20 anos de
idade, com no máximo 25 g por dia (COPPINI et al., 2001; CORKINS, 2005), ou 14 g para
cada 1000 calorias, mulher 25 g e homem 34g (BEYER, 2005).
Indivíduos que consomem uma dieta rica em fibras dietéticas na forma de frutas,
hortaliças, pães e cereais de grãos integrais, leguminosas, sementes tendem a ter fezes
maiores e mais macias, fáceis de eliminar (COPPINI et al., 2001; MAFFEI, 2004; BEYER,
2005). Esses alimentos são ricos em fitoquímicos saudáveis e podem agir como pré-bióticos
para manter uma flora intestinal adequada. Além desses benefícios esses alimentos são
ótimas fontes de vitaminas, minerais, antioxidantes e fitoquímicos protetores. No Quadro 2 a
seguir podem ser observadas diretrizes para uma dieta rica em fibras (BEYER, 2005).
Quadro 2. Diretrizes para dietas de alto teor de fibras alimentares
- Consumo de pães integrais e outros produtos integrais de seis a 11 porções por dia
- Hortaliças (legumes e frutas) cinco a oito porções por dia
- Granolas e leguminosas para atingir o teor de fibra
- Água, dois litros por dia.
Fonte: BEYER, 2005
O Quadro 3 mostra alguns alimentos ricos em fibras segundo a Tabela Brasileira de
Composição de Alimentos (TACO), SALAY et al., 2006, informações da indústria
alimentícia, em 100g e em relação às medidas caseiras (GUIMARÃES e GALISA, 2008).
A título de curiosidade pode ser observado diferença de valor de fibras para o feijão segundo
outras duas fontes literárias (BRASIL, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 1999;
ETTINGER, 2005), podendo assim extrapolar o raciocínio quanto aos resultados de dose de
fibras de outros alimentos e em alguns trabalhos onde as doses encontradas dependeram da
tabela utilizada.
________________________________________________________________________________________________________
Introdução
29
Quadro 3: Quantidade de fibras em alguns alimentos
Alimento Quantidade de
fibras*
Em 100g
Medida caseira
(g) ***
Quantidade de
fibras por porção
(g)
Farelo de trigo Vitao ® 43 2 colheres de sopa
cheia (20g)
8,6
Aveia 9,1 2 colheres de sopa
(18 g)
1,6
Feijão cozido 8,5
0,9 ***
1 concha (86g)
0,5 xícara
7,3
>6 **
0,7
Pão integral Pulman
plusvita®
6,4 2 fatias (40 g) 2,56
Barra de cereal Taeq ®
4,8 1 UN (25g) 1,2
Cereal matinal
4,1 1 xícara (43 g) 1,7
Arroz integral 2,7 4 colheres sopa cheia
(140g)
3,78
Alface crespa 1,8 3 folhas (24g) 0,43
Frutas (4 UN)
Banana nanica
Mamão
Maçã
Laranja pêra
5,8 (M=1,45)
1,9
1,8
1,3
0,8
1 UN (86 g)
1 fatia ( 160g)
1 UN (130g)
1 UN (137g)
7,31(M=1,8)
1,63
2,9
1,69
1,09
Tomate 1,2 5 fatias (100g) 1,2
* Tabela TACO, 2006; ** ETTINGER, 2005; IBGE, 1999
*** GUIMARÃES E GALISA, 2008
M= valor médio de fibras de quatro frutas, UN = unidade
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Introdução
30
Pacientes com constipação intestinal onde não foi encontrada causa orgânica
apresentam ingestão pobre em fibras na maioria dos casos e existe a indicação de que ambos
os tipos de fibras, solúveis e insolúveis, pois por meio de diferentes mecanismos aumentam o
bolo fecal. O farelo de trigo retém água e forma fezes macias e mais pesadas. A elevação do
peso fecal também pode estar relacionada à massa bacteriana fecal (COPPINI et al., 2001).
1.2- Hábito e constipação intestinal
Na primeira semana de vida a evacuação é esperada quatro vezes ao dia, reduzindo
com a idade. Por volta dos três primeiros anos de vida, a criança tem pelo menos uma
evacuação por dia e esse hábito se mantém em 95% dos casos (BRANDÃO, 2002).
Em 1984, a Sociedade Paulista de Gastroenterologia Pediátrica e Nutrição definiu
constipação como “uma síndrome que consiste na eliminação, com esforço de fezes
ressecadas ou consistência aumentada, independente do intervalo de tempo entre as
evacuações” e a Sociedade Americana de Gastroenterologia Pediátrica e Nutrição como
“retardo ou dificuldade nas defecações presentes por duas ou mais semanas, e suficiente para
causar desconforto significante para o paciente” (MORAIS e MAFFEI, em 2000 e 2003).
Para Lopez e Victória (2008) a constipação não é uma doença e nem um sinal, mas um
sintoma e com possíveis causas variadas de distúrbios intestinais ou extra-intestinais.
Atualmente, a frequência evacuatória, por si só, está deixando de ser definitiva na
definição da constipação intestinal. Pacientes com constipação intestinal costumam relatar
presença de dor evacuatória, dor abdominal, fezes endurecidas, ressecadas sem formas e
fragmentadas, com aspecto caracterizado como coprólitos (fezes petrificadas), eliminadas em
quantidades menores que o habitual, porém em frequência diária dentro do padrão de três
evacuações por dia até uma evacuação a cada três dias (LOPEZ e VICTÓRIA, 2008).
Recentemente foi publicado o critério para constipação crônica, Roma III, onde o
paciente deverá apresentar pelo menos dois sintomas abaixo relatados: evacuação duas ou
menos vezes por semana; um episódio por semana de incontinência fecal; história de
retenção de fezes excessivas ou postura de retenção; história de dor ou dificuldade para
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Introdução
31
evacuar; presença de grande massa fecal no reto, e história de fezes de diâmetro largo para
entupir o vaso sanitário. Nas crianças até quatro anos esses sintomas podem aparecer uma
vez por mês e acima dessa idade a cada dois meses (RASQUIN et al., 2006; RUBIN e
DALE, 2006).
A seguir será apresentado, na Figura 1, o critério de Roma III (RASQUIN et al.,
2006; RUBIN e DALE, 2006) do consenso de Boston (HYAMS et al., 2002) para identificar
a constipação intestinal e a consistência das fezes, com o painel da Bristol ® (RUBIN e
DALE, 2006).
Figura 1. Foto de diferentes consistências de fezes, Bristol ® (RUBIN e DALE, 2006).
1- Pedaços duros separados
2 - Banana, com rachos profundo
3 - Banana, com rachos superficiais
4 - Banana macia
5 - Pedaços macios separados
6 - Pedaços fofos com borda imperfeita
7 - Diarreico, sem pedaços sólidos.
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Introdução
32
Classificação da constipação intestinal
A classificação da constipação intestinal pode ser dividida quanto ao tempo e duração
e quanto a etiologia (orgânica ou funcional), segundo Bigélli et al., 2004, descritas a seguir:
Quanto ao tempo e duração
A diferença entre aguda ou crônica não é muito claro na literatura. Um episódio agudo
pode ser devido à mudança de dieta e ambiente, estado febril ou repouso no leito. Os quadros
crônicos são devido ao manejo inadequado das agudas. Algumas crianças desenvolvem
gradativamente a constipação intestinal, diminuindo a frequência da evacuação e aumentando
a dificuldade para a passagem das fezes. A motilidade intestinal colônica intrínseca e o
comportamento de reter as fezes decorrentes das evacuações dolorosas e fezes de calibres
grandes contribuem para a constipação crônica.
Quanto à etiologia
Pode ser classificada como constipação intestinal orgânica ou funcional
o A orgânica o fator etiológico é conhecido, como:
Causas neurogênicas: doença de Hirschsprun (aganglionose), pseudo-
obstrução intestinal crônica, desordem do sistema nervoso central:
como: meningomielocele (defeito do fechamento do final da coluna
vertebral), tumor, paralisia cerebral, hipotonia muscular.
Anais: estenoses, fissuras, atresia
Endócrinas ou metabólicas: hipotireoidismo, acidose renal, diabete
insípido, hipercalcemia
Uso de drogas: metilfenidato, fenitoína, imipramina, fenotiazida,
antiácido, codeína
o A funcional, o fator etiológico é desconhecido e correspondente a grande
maioria dos casos.
Para Beyer (2005), as causas de constipação intestinal em pessoas saudáveis incluem:
ausência frequente de resposta ao impulso de defecar, falta de fibra na dieta, ingestão
insuficiente de líquidos e uso crônico de laxantes. A tensão nervosa ou ansiedade podem
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Introdução
33
comprometer mais essa condição. Além disso, outras causas de constipação crônica podem
ser descritas no Quadro 4 a seguir:
Quadro 4. Causas da constipação intestinal crônica
Sistêmicas, neurogênicas e
metabólicas:
- Efeito colateral da medicação
- Anormalidades metabólicas e endócrinas,
como o hipotiroidismo, uremia, hipercalcemia
- Falta de exercício
- Ignorar e estímulo de defecar
- Doença vascular do intestino grosso
- Doença neurovascular sistêmica que leva
a deficiências dos músculos voluntários
- Dieta precária, pobre em fibras
- Gravidez
Gastrointestinais:
- Câncer
- Doenças da parte superior do
trato gastrointestinal
- Doenças do intestino delgado resultando:
- Falha de propulsão ao longo do cólon
(inércia colônica)
- Falha da passagem, pelas estruturas
anoretais (obstrução da saída)
- Síndrome do intestino irritável
- Fissura anal ou hemorróida
- Abuso de laxativos
Fonte: BEYER, 2005
O aumento da ocorrência da constipação intestinal também foi associado à
urbanização e ao sedentarismo (MORAIS e MAFFEI, 2003).
Prevalência da Constipação intestinal
Dificuldade em evacuar é comum em crianças e adolescentes (RUBIN e DALE,
2006). A constipação intestinal é um dos problemas frequentes em pediatria (MORAIS e
MAFFEI, 2000; BIGÉLLI et al., 2004). É uma queixa comum em 25 % de consultas de
gastropediatras e é um dos 10 problemas mais comuns entre os pediatras em geral
(CORKINS, 2005; RUBIN e DALE, 2006,). Para Maffei e Moreira (1997), a constipação
intestinal em ambulatórios gerais e gastro variam de 3% e 10-25% respectivamente.
Concordando com Beyer (2005) e Corkins (2005), 3% a 5% das visitas pediátricas não
internadas estão relacionadas à constipação intestinal crônica.
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Introdução
34
Lopez e Victória (2008) relatam que a constipação intestinal chega a representar cerca
de 50% dos atendimentos em ambulatório de clínica especializada em gastroenterologia e
14% a 15% da população em geral e aumenta com a idade, atingindo 40% de pacientes idosos,
com mais de 65 anos.
No Brasil foram desenvolvidos vários estudos em escolas ou em assistência pública,
com amostra representativa da população, porém a heterogeneidade dos critérios para
caracterizar a constipação apresentou variabilidade nos resultados de prevalência atingindo
até 38%. Em crianças canadenses com 22 meses a prevalência foi de 16%, na Grécia em
crianças de dois a 12 anos 15%, no Reino Unido com crianças de quatro a sete anos 34%.
(MORAIS e MAFFEI, 2000). Nas sociedades ocidentais a constipação intestinal ocorre em
5% a 25% da população, dependendo da sua definição (BEYER, 2005). A maioria dos casos
de constipação na infância (90 a 95%) tem origem funcional (PEREIRA et al., 2009).
Enfim, muitos estudos foram realizados sobre a prevalência da constipação intestinal,
porém com heterogeneidade de critérios como pode ser observado no Quadro 5:
________________________________________________________________________________________________________
Introdução
35
*Fonte: MORAIS e MAFFEI, 2000 e 2003.
Quadro 5. Prevalência da constipação intestinal
Autores/ Cidade
Local/número/
idade
Critério para caracterização
da constipação intestinal
Prevalência
*ZASLAVSKY et al.,
1988
Porto Alegre, RS
Ambulatório de
pediatria.
N=1000
Acima de 12 anos
Eliminação com dificuldade de
fezes endurecidas, geralmente
associada ao maior esforço entre
as evacuações.
36,5%
*MAFFEI et al.,
1997
Botocatu, SP
Escola. N= 1145
6 a 16 anos
Fezes em cílabos e/ou dificuldade
para evacuar.
28,8%
*BORGO,
1998
Bauru, SP
Creche
N= 57
6 a 40 meses
Evacuações duras ou em cílabos
e/ou frequência menor que três
vezes /semana;
Informações retrospectivas,
obtidas por inquéritos.
17,5%
*MOTA e SILVA,
1998
Recife, PE
Comunidade de
baixa renda,
escolares.
N=536
Acima de 11 anos
Pelo menos duas manifestações:
- evacuação dolorosa ou com
esforço;
- fezes aumentadas;
- frequência inferior a três
vezes/semana
18,7 %
* SANT`ANNA et al.,
1999
Rio de Janeiro RJ
Escola
N=391
8 a 10 anos
Dificuldade para evacuar duas ou
mais vezes por semana
28%
LEE et al.,
2008.
Hong Kong
Pré-escolar
N=368
3 a 5 anos
Critério de Roma 28,8%
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Introdução
36
Fisiopatologia da constipação intestinal
O cólon tem como função principal a absorção de água e eletrólitos, armazenar
temporariamente as fezes no sigmóide antes da evacuação. O reflexo gastrocólico ocorre
após as refeições direcionando as fezes para o reto. Seu funcionamento depende entre outros
fatores da musculatura pélvica. A contração da musculatura e a posição adequada (agachada)
para defecar facilitam o tracionamento para a saída do bolo fecal. Esse controle é voluntário
e inicia com dois anos de vida (MORAIS e MAFFEI, 2000).
Outros fatores são importantes na evacuação, como: ações simultâneas dos esfincters
anais internos e externos, tônus do reto e medula espinhal (BIGÉLLI et al., 2004).
A constipação crônica funcional pode provocar alterações na dinâmica da evacuação.
As evacuações dolorosas podem ser devido à eliminação de fezes muito duras, dietas baixas
em fibras, isso pode levar a retenção das fezes ao invés de evacuar, quando o bolo fecal
preenche o reto, a evacuação é impedida com auxílio da contração da musculatura glútea e o
esfincter externo do ânus, evitando a dor de evacuar. Quando esse processo ocorre por um
longo prazo leva a distensão da ampola retal e ao megarreto, surgindo o escape retal
(MORAIS e MAFFEI, 2000).
O peso normal das fezes varia de 100 a 200 g diariamente e a frequência normal de
evacuar pode variar de um a cada três dias até três vezes ao dia. O tempo do trânsito
intestinal varia de 18 horas a 48 h aproximadamente (BEYER, 2005).
Tratamento da constipação intestinal
O tratamento da constipação intestinal consiste do histórico clínico e exame físico
cuidadoso seguido de educação aos pais e as crianças com intervenção comportamental.
Deve-se garantir o uso de fibras dietéticas, líquidos, exercícios físicos adequados e
treinamento ao impulso de defecar. Com o uso de fibras pode ocorrer efeitos colaterais
desagradáveis como flatulência aumentada, cólica ou diarreia, assim seu início deve ser
gradual.
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Introdução
37
Pacientes com necessidades do uso de laxativos devem ser orientados a importância
de seguir a prescrição médica. Em casos extremos como o megacólon, a cirurgia pode ser
indicada (BEYER, 2005).
Com o tratamento, a constipação intestinal pode regredir lentamente, portanto esse se
baseia em quatro itens: educação, desimpactação, recondicionamento do hábito intestinal
normal e prevenção da reincidência. No enfoque nutricional, a manutenção aborda uma
alimentação rica em fibras: feijão, ervilha, grão de bico, milho, pipoca, coco, verduras, frutas
in natura e secas, aveia em flocos, farelo de trigo, cereais integrais, ameixa, frutas com casca
e bagaço, hortaliças e leguminosas, quando necessário, suplementos industrializados
(MORAIS e MAFFEI, 2000; MAFFEI, 2004).
1.3. Atividade física
A associação da atividade física e saúde têm sido relatadas na literatura, pois estudos
evidenciaram uma relação inversa entre o nível de atividade física e a mortalidade. No
entanto, somente alguns países têm incluindo o tema atividade física nos levantamentos
epidemiológicos. A atividade física pode ser considerada um ótimo investimento em saúde
pública, devido a economia direta advinda do combate ao sedentarismo. A inatividade física
não só está relacionada com doenças e morte, mas também com o alto custo econômico à
sociedade. Por tudo isso, cada vez mais se torna importante determinar o nível de atividade
física da população, com um método definido (MATSUDO et al., 2001). O Internacional Physical Activity Questionnaire (IPAQ) é um questionário que foi
proposto pela Organização Mundial da Saúde (1988), para determinar o nível de atividade
física de adultos. Foi desenvolvido por um grupo internacional em consenso. O instrumento
foi validado em 12 países, inclusive no Brasil (MATSUDO et al., 2001; CRAIG, 2003).
Guedes et al. (2005) reproduziram o mesmo questionário em adolescentes de 12 a 18
anos e verificou que indivíduos abaixo de 14 anos não seria recomendado, pois tiveram
dificuldade para preencher o questionário. Para a presente pesquisa a avaliação da atividade
física foi feita com o IPAQ adaptado.
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Introdução
38
Classificação da atividade física (MATSUDO et al., 2001).
o Vigorosa, aquela que precisa de um grande esforço físico e que fazem respirar
muito, exemplo: correr, fazer ginástica aeróbica, jogar futebol, pedalar rápido
na bicicleta, jogar basquete, fazer serviços domésticos pesados na casa, quintal
ou jardim, carregar pesos elevados ou outra atividade que faça você suar
bastante ou aumente muito seu batimento cardíaco. No mínimo três sessões de
20 minutos por semana.
o Moderada, aquelas que precisam de algum esforço físico e que fazem respirar
um pouco mais forte que o normal, exemplo: pedalar leve a bicicleta, dançar,
nadar, fazer atividade aeróbica leve, jogar vôlei recreativo, varrer a casa,
cuidar do jardim, ou outra atividade que faça suar leve. No mínimo 150
minutos/ semana.
o Caminhada: pelo menos 30 minutos por dia, na maior parte dos dias da
semana.
o Sedentário, quando não relata nenhum tipo de atividade física.
Segundo Guedes et al., 2005, em adultos existem claras indicações que baixas
práticas de atividade física estão relacionadas diretamente com o aumento da incidência
de cardiopatias, diabetes, hipertensão, osteoporose, alguns tipos de câncer e obesidade.
Assim sugeriu a importância de associar a atividade física nessa pesquisa.
1.4. Imagem corporal
Conti et al. (2009) relatam que imagem corporal é a imagem mental que o indivíduo
faz do seu corpo, envolvido pelas sensações e experiências, ou seja, um retrato mental da sua
aparência física, das atitudes e sentimentos em relação a sua imagem. É resultado de diversas
experiências acumuladas durante a vida, mediadas pelo sistema nervoso central. Para o
adolescente a importância da imagem corporal, e sua percepção, desencadeiam grande parte
dos comportamentos anormais (REATO et al., 2007).
A imagem corporal é formada pela estima corporal e insatisfação com o corpo. A
primeira é quanto o indivíduo gosta ou não de seu corpo, podendo incluir outros aspectos
________________________________________________________________________________________________________
Introdução
39
além do peso e da forma do corpo, como, por exemplo, cabelos ou rosto. A insatisfação
corporal envolve preocupações com o peso, forma do corpo e gordura corporal. A imagem
corporal é construída ainda na pré-adolescência (TRICHES et al., 2007).
Segundo Coqueiro et al.(2008) a percepção da imagem corporal pode ser uma
ilustração na mente quanto a forma e tamanho do corpo, além de sentimentos relacionados a
essas características como componentes afetivos, cognitivos, perceptivos e comportamentais.
Vários métodos são aplicados para estudar a imagem corporal, como, por exemplo, o
desenho da figura humana, escala de áreas corporais, silhueta de figuras, fotografias, espelho,
videoteipes distorcidos, estima corporal visual, além de questionários e escalas de satisfação,
porém todas de acordo com a meta da pesquisa possuem vantagens e fragilidades
metodológicas (CONTI et al., 2009). Nessa pesquisa abordaremos a imagem corporal do
adolescente mediante a uma pergunta objetiva de múltipla escolha sobre a sua impressão do
seu peso.
Muitas vezes os padrões dessa imagem corporal geralmente não correspondem aos
padrões tidos como adequados para a saúde, assim nos motivou a estudar a percepção que
esses adolescentes têm quanto a sua imagem corporal e verificar o quanto está adequada ou
não. Para isso foi necessário estudar seu estado nutricional.
1.5. Estado nutricional
O estado nutricional na adolescência é importante na determinação da morbidade e
mortalidade durante a fase adulta (HEALD e GONG, 2003). A avaliação nutricional pode
ser feita de várias maneiras, o importante é que nenhum dado seja isolado. É utilizada para
determinar ou monitorar o estado nutricional (WAITZBERG, 2001).
Os indicadores antropométricos determinam o estado nutricional e de saúde de
indivíduos e coletividades, importantes no diagnóstico nutricional e no acompanhamento do
crescimento (SANTOS et al., 2005). A antropometria mede, de maneira estática, os diversos
________________________________________________________________________________________________________
Introdução
40
compartimentos corporais. Inclui medida de peso, altura, pregas cutâneas e circunferências
dos membros. Entre as vantagens das medidas antropométricas estão: o baixo custo,
simplicidade de equipamento, facilidade da obtenção dos resultados (WAITZBERG e
FERRINI, 2001). É amplamente utilizada para avaliação nutricional de grupos
populacionais. É uma técnica não invasiva, universalmente aplicável e com boa aceitação
internacional (WHO, 1995).
O peso corpóreo é a soma de todos os componentes de cada nível da composição
corpórea. É uma medida aproximada das reservas totais da energia do nosso corpo, e sua
mudança reflete no equilíbrio de energia e proteína. Um valor entre 50% e 60% do peso ideal
coloca o indivíduo nos limites de sobrevivência por inanição, também é considerado risco
nutricional, uma perda de 10% nos últimos seis meses, com provável evolução clínica
desfavorável (WAITZBERG e FERRINI, 2001). O estado de hidratação pode interferir na
avaliação do peso (TELLES e TANNURI, 1994).
Com o peso e a altura é calculado o índice de massa corporal (IMC), também
conhecido como índice de Quetelet, nome de seu autor (BICALHO e BARROS FILHO,
2003; ZEFERINO et al., 2003).
Classificação do estado nutricional
Com o IMC segundo a WHO (2007) é possível classificar o estado nutricional dos
adolescentes em: eutrófico (escore Z de 1 a -2 ), sobrepeso (escore Z > 1), obeso (escore Z >
2) ou desnutrido (escore Z < -2).
Mesmo reconhecido internacionalmente, o IMC não é aceito sem críticas, pois não
distingue massa gorda da massa muscular, porém estudos epidemiológicos têm mostrado boa
correlação com a massa gorda e é um indicador conhecido e de fácil aplicação (BICALHO e
BARROS FILHO, 2003).
Segundo Santos et al. (2005) o IMC na avaliação do excesso de peso em
adolescentes, possui baixa sensibilidade, então deve ser associado às pregas cutâneas
tricipital e subescapular.
________________________________________________________________________________________________________
Introdução
41
A prega cutânea é um meio conveniente para estabelecer indiretamente a massa
corpórea de gordura, sua medida é simples, e pode ser medida com um adipômetro
(WAITZBERG e FERRINI, 2001). A prega cutânea tricipital (PCT) é a mais utilizada
(TELLES e TANNURI, 1994). As medidas musculares dos membros são usadas para
mensurar a variação da proteína muscular esquelética e para isso, é necessário medir a
circunferência do membro, além da prega.
A circunferência do braço (CB) é recomendada pela Organização Mundial da Saúde
para a estimativa da proteína muscular esquelética total. A área gordurosa do braço (AGB)
fornece melhor estimativa do tecido gorduroso que a prega tricipital e é obtida a partir da
área do braço (AB) e da área muscular do braço (AMB). A área muscular do braço é obtida a
partir da circunferência do braço (CB) e prega tricipital (PCT) (WAITZBERG e FERRINI,
2001).
Para avaliar os dados antropométricos: PCT, CB, AGB e AMB pode ser utilizado
como referência as tabelas de Frisancho (1993) em escore Z.
A avaliação do estoque de proteínas constitui importante aspecto na avaliação
nutricional, pois a proteína participa da sustentação de órgãos e tecidos e age como
substâncias intermediárias como os hormônios e enzimas. A proteína não é armazenada para
posterior utilização, como as gorduras e os carboidratos, desta forma é importante sua
avaliação. A musculatura esquelética é o local de maior hidrólise e fonte de aminoácidos na
privação de alimentos, sendo assim a medida da massa muscular fornece uma estimativa da
reserva protéica. Existem críticas ao se avaliar a massa muscular, por sua falta de precisão,
pois pode alterar-se, independente da composição muscular e relaciona-se pouco com as
concentrações séricas das proteínas circulantes, porém seu emprego se justifica por ser pouco
dispendioso, simples e fácil (TELLES e TANNURI, 1994).
De acordo com a American Diet Association (ADA), a promoção de um ótimo estado
nutricional é necessária: programas de nutrição incluindo assistência à alimentação,
intervenção nutricional e educação nutricional (STANG e BAYERL, 2003).
________________________________________________________________________________________________________
Introdução
42
1.6. Programa de educação nutricional
Manço e Costa (2004) relatam uma breve retrospectiva da educação nutricional onde
os trabalhos valorizavam o significado dos alimentos, aspectos religiosos, culturais, hábitos de
grupos étnicos, contudo sem participação ativa dos educandos. Outros afirmavam que a
educação nutricional não era um simples passar de informações, porém onde o nutricionista
era visto apenas como um multiplicador de informações. Foi comentado o papel do educador
como um dom do indivíduo e não uma habilidade a ser desenvolvida. Relataram também
trabalhos na redução de riscos de morbidade e mortalidade.
No Brasil, a educação nutricional ficou mais associada à introdução de alimentos, com
publicações restritas a folhetos e livretos. Nos anos 70 a educação nutricional foi criticada,
pois os ensinamentos estavam voltados aos pobres, como por exemplo, em comerem cascas
dos alimentos. Os investimentos na área de educação nutricional foram limitados em termos
de referências de poucos livros (MANÇO e COSTA, 2004).
Na década de 80, Motta e Boog (1984) descrevem no seu livro a educação nutricional
relacionada à educação em saúde, onde tinha por finalidade a formação de práticas à saúde,
como: não fumar, praticar esportes, incentivo de consumo de alimentos naturais, frutas,
hortaliças, evitar guloseimas e gorduras saturadas.
Nos anos 90, com a transição alimentar, cresce a prevalência de obesidade e doenças
crônico-degenerativas, ressurgiu o interesse por ações de educação nutricional. Em 1996, com
a assinatura da Declaração de Roma, participantes de vários países da Cúpula Mundial de
Alimentação, decidiram estudar a implementação de políticas voltadas ao combate à fome
podendo assim enfocar ações de educação nutricional (BOOG, 2004).
Manço e Costa (2004) relataram as principais concepções envolvidas na educação
nutricional e os seus possíveis rumos. Com base nas suas análises, a possibilidade da educação
nutrício nal enriquecer-se nas áreas de ciências humanas, de princípios filosóficos e da
educação em geral, tendo como referência Freire e Morin indicando a necessidade do
profissional nutricionista buscar a complementação de sua formação inicialmente na área da
saúde e posteriormente no desenvolvimento da educação.
Para Manço e Costa (2004), os princípios do conhecimento, segundo Morin colocam a
necessidade da superação e inadequação existente entre os saberes, que se encontram
________________________________________________________________________________________________________
Introdução
43
desunidos, divididos, compartimentados e os problemas, cada vez mais multidisciplinares,
transversais, multidimensionais e globais enquanto para Freire, a educação problematizadora é
vista como um caminho para a formação crítica dos educandos, ao contrário à educação
tradicional das escolas, onde existe uma relação de narração de conteúdos, onde o educador é
quem educa e sabe, ou seja, o sujeito. Enquanto os educados, os que “não” sabem, são
ouvintes. Ao contrário, a educação deveria ser libertadora, onde o indivíduo encontre
alternativas para descobrir-se, desenvolver-se e controlar seus problemas em relação à sua
alimentação.
A educação nutricional se define:
¨Um processo ou meio do qual se obtém mudanças de
conhecimentos de nutrição, atitudes com relação à
alimentação e práticas alimentares conduncentes à
saúde, visando a melhoria da saúde pela promoção de
hábitos adequados, eliminação de práticas dietéticas
insatisfatórias, introdução de melhores práticas de
higiene e uso mais suficiente de recursos alimentares
(MANÇO E COSTA, 2004) ¨.
¨Um conjunto de estratégias sistematizadas para
impulsionar a cultura e a valorização da alimentação,
concebidas no reconhecimento da necessidade de
respeitar, mas também modificar crenças, valores,
atitudes, representações, práticas e relações sociais que
se estabelecem em torno da alimentação, visando o
acesso econômico e social de todos os cidadãos a uma
alimentação quantitativa e qualitativamente adequada,
que atenda aos objetivos de saúde, prazer e convívio
social (BOOG, 2004) ¨.
Segundo a Lei Federal 8.234/91, a educação nutricional é um campo de atuação do
nutricionista, que pode construir conhecimentos significativos com o paciente, conforme suas
necessidades. A educação nutricional não deveria ser concebida apenas pela alteração de
hábitos alimentares inadequados, onde os alimentos não devem ser vistos apenas como fonte
________________________________________________________________________________________________________
Introdução
44
de nutrientes, pois possuem várias funções na sociedade humana e podem estar relacionados
aos aspectos culturais, religiosos, sociais, econômicos, psicológicos, antropológicos e aos
tabus que influenciam os hábitos dos indivíduos e dos grupos (MANÇO e COSTA, 2004).
Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997) é relatado que o
compromisso com a construção da cidadania pede necessariamente uma prática educacional
voltada para a compreensão da realidade social e dos direitos e responsabilidades em relação à
vida pessoal, coletiva e ambiental. Nessa perspectiva é que foram incorporadas como Temas
Transversais as questões da Ética, da Pluralidade Cultural, do Meio Ambiente, da Saúde e da
Orientação Sexual. Amplos o bastante para traduzir preocupações da sociedade brasileira. Os
Temas Transversais correspondem a questões importantes, urgentes e presentes sob várias
formas, na vida cotidiana. O desafio das escolas é o de abrirem-se para este debate. A
contribuição da escola é a de desenvolver um projeto de educação comprometido com o
desenvolvimento de capacidades que permitam intervir na realidade para transformá-la.
Não se pode compreender ou transformar a situação de um indivíduo ou de uma
comunidade sem levar em conta que ela é produzida nas relações com o meio físico, social e
cultural (BRASIL, 1997).
Os programas de educação nutricional têm como objetivo a transmissão de
informações com fim de obter mudanças de conhecimento, pois a informação é o inicio do
processo de mudança do comportamento com o desejo da efetiva mudança da prática
(MOTTA e BOOG, 1984).
Santos (2005) abordou em seu artigo a educação alimentar no contexto da promoção
de práticas alimentares saudáveis, como importante conduta para novos desafios no campo
da saúde, da alimentação e da nutrição, analisando artigos e documentos do governo
brasileiro. Ele relatou que esses materiais subsidiam os indivíduos com informações
adequadas, corretas e consistentes sobre nutrição e prevenção.
A educação nutricional de crianças, pais e responsáveis é de imensa importância nas
escolhas alimentares e deveria fazer parte da orientação de professores e/ou profissionais que
trabalham com o alimento (FARIA et al., 2004).
A posição da ADA (American Diet Association) é que toda criança e adolescente
deveria ter acesso a alimentos e programas de nutrição seguros e adequados para promover
________________________________________________________________________________________________________
Introdução
45
um ótimo crescimento e desenvolvimento físico, cognitivo e social. A má nutrição tem estado
associada ao comprometimento físico, psicossocial, cognitivo e agora é reconhecida como o
maior contribuinte para o crescimento do problema de sobrepeso e obesidade em crianças e
adolescentes (STANG e BAYERL, 2003).
Programas de nutrição mostram ter um impacto positivo na criança e no adolescente,
como contribuir não apenas para o combate a fome, alimentos inseguros, veículo para
educação nutricional, promoção de atividade física, como para combater sobrepeso e prevenir
doenças crônicas. Assim, os profissionais da área de nutrição são responsáveis por orientar
indivíduos que trabalham com crianças e adolescentes na escola e comunidade desenvolvendo
bons hábitos nutricionais (STANG e BAYERL, 2003).
Esses programas são essenciais, pois os adolescentes estão expostos a uma sociedade
onde a prevalência de sobrepeso e obesidade está crescendo e isso é considerado um grande
problema de saúde pública (NUNES et al., 2007; RODRIGUES, 2003).
A obesidade infantil é uma epidemia global e a tendência de aumento de sobrepeso e
obesidade são aparentes em países desenvolvidos e em desenvolvimento (FLYNN, 2006). No
período de 1980 e 1990 a prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças aumentou de duas
para cinco vezes em países desenvolvidos (de 11% para 30% em meninos no Canadá) e
aumentou quase quatro vezes em países em desenvolvimento (de 4% para 14% no Brasil)
(FLYNN, 2006). Segundo WHO (2009) no estudo envolvendo 41 países, com crianças e
adolescentes a prevalência da obesidade variou de 5 a 25%, também chegando a 30% em
crianças com 11 anos. A Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002-2003 do IBGE relatou um
aumento considerável na proporção dos adolescentes brasileiros com excesso de peso: em
1974-75 estavam acima do peso 3,9% dos garotos e 7,5% das garotas entre 10 e 19 anos, em
2002-03, 18,0% garotos e 15,4% garotas.
A prevalência de obesidade prematura está associada a morbidades e provavelmente ao
aumento do custo dos cuidados e tratamentos de saúde das crianças. A maioria dos
especialistas em obesidade infantil concorda que a prevenção é a primeira linha de conduta.
Profissionais da área da saúde precisam estar aptos a reconhecer os riscos para obesidade
calculando e anotando em gráfico de crescimento o IMC em cada consulta, além de monitorar
as comorbidades. Se a obesidade for diagnosticada é necessário a mudança da dieta e o hábito
de exercícios (MILLER e SILVERTEIN, 2007).
________________________________________________________________________________________________________
Introdução
46
Para adolescentes com comorbidades graves e impossibilitados de modificar eu estilo
de vida devem ser considerado terapia farmacológica ou cirúrgica, como última opção
(MILLER e SILVERTEIN, 2007).
O Ministério da Saúde (BRASIL, 2009) relata que a escola deve definir estratégias,
em conjunto com a comunidade escolar para favorecer escolhas saudáveis, incluir nas
atividades curriculares, informar as famílias, capacitar os profissionais que preparam os
alimentos, favorecer água potável, restringir a oferta e comércio de produtos ricos em
gorduras e açúcares, desenvolverem opções de alimentos saudáveis, aumentar a oferta e
consumo de frutas verduras principalmente da região, divulgar as experiências quanto a
alimentação saudável entre as escolas. Enfim desenvolver um programa contínuo de
promoção de hábitos alimentares saudáveis e avaliação do estado nutricional dos escolares
com ênfase no diagnóstico, prevenção e controle dos distúrbios nutricionais.
A educação nutricional para adolescentes pode contribuir para diminuir o risco de
doenças metabólicas e cardiovasculares na fase adulta e evitar o desenvolvimento de
transtornos alimentares (SANTOS et al., 2005; FIORAVANTI e ZORZETO, 2007).
Frente a essas informações a escola pode ser uma oportunidade para formar e
transformar conceitos favoráveis à alimentação e hábitos de vida saudável, assim nos
motivou a desenvolver essa pesquisa com enfoque num programa de educação nutricional
com temas transversais e interdisciplinares.
47
OBJETIVOS
_________________________________________________________________________________________________________________
Objetivos
48
2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo geral
Conhecer alguns aspectos nutricionais que envolvem os hábitos alimentar, intestinal dos
adolescentes, e verificar o efeito de um programa de educação nutricional, numa escola de
Campinas, SP.
2.2. Objetivos Específicos
Descrever os hábitos alimentar e intestinal, o estado nutricional, a atividade física, a
imagem corporal e a classe social dos adolescentes.
Relacionar constipação intestinal com: consumo diário de líquidos, atividade física,
obesidade e sobrepeso, idade e hábito de consumo de alguns alimentos ricos em fibras.
Relacionar obesidade e sobrepeso com: atividade física, número de refeições, uso de
adoçante dietético, idade e imagem corporal.
Desenvolver um programa de educação nutricional e verificar seu efeito na absorção
do conhecimento de nutrição nos adolescentes
49
CASUISTICA E MÉTODOS
________________________________________________________________________________________________________________
Casuísticas e Métodos
50
3. CASUISTICA E MÉTODOS
3.1. Aspectos éticos da pesquisa
Esse projeto foi previamente aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP (n.o 068/2007, Apêndice I) e pela diretora da
escola (Apêndice 2). O responsável legal pelo adolescente foi informado sobre o trabalho e
após a sua aprovação e preenchimento do Termo de Consentimento Livre Esclarecido, foram
coletados os dados para a elaboração da pesquisa.
A participação dos adolescentes foi voluntária, podendo qualquer um deles, desistir
em qualquer momento. Os dados obtidos tiveram garantia de sigilo quanto à identificação
dos adolescentes e as informações coletadas serão utilizadas para publicações científicas. Os
responsáveis pelo trabalho ficaram à disposição para qualquer esclarecimento necessário.
3.2. Características do local de estudo
A pesquisa foi desenvolvida em uma escola (Escola Estadual Prof. Francisco Álvares),
vila Holândia, bairro de Barão Geraldo, município de Campinas, SP.
3.3. Problemas encontrados para execução do estudo
Esse estudo foi apresentado para outras duas grandes escolas particulares, em uma
delas foi solicitada uma palestra sobre transtorno alimentar e alimentação saudável aos
adolescentes. Houve intensa e dinâmica participação dos alunos e da professora de biologia,
porém com a mudança da diretoria dessa escola o projeto não foi aprovado. Quanto a outra
escola, o projeto também foi apresentado ao diretor e aos professores, e esse faria parte de um
projeto temático, envolvendo outro departamento da Universidade de Estadual de Campinas.
Este chegou a ser aprovado inicialmente, inclusive houve o desenvolvimento de um evento
sobre alimentos funcionais, vinculado ao projeto temático. O referido projeto teria, inclusive,
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Casuísticas e Métodos
51
apoio financeiro para o seu desenvolvimento, porém também devido às mudanças na diretoria
dessa outra escola foi cancelado.
Posteriormente conseguimos uma boa parceria com os membros da escola em que
esse trabalho foi desenvolvido.
3.4. Desenho do estudo
O desenho do estudo foi descritivo, prospectivo, com intervenção, no período de
outubro de 2007 a novembro de 2008.
3.5. Critérios de inclusão e exclusão
O presente trabalho foi elaborado para todos os 172 alunos matriculados na escola
estadual Francisco Álvares, da 7.a série do ensino fundamental ao 3
.o ano do ensino médio, de
ambos os gêneros, na faixa etária de 12 a 18 anos. Entre os alunos, alguns não quiseram
participar ou não foi possível sua participação (13/172), 18 transferiram-se da escola, 11
faltaram nos dias das entrevistas e quatro foram excluídos. Nesse último caso três pela idade
acima da faixa etária e um por apresentar diagnóstico de paralisia cerebral tetraparética
(Figura 2).
Figura 2. Fluxograma da amostra inicial dos adolescentes estudados
População = 172
Alunos matriculados
13 não quiseram participar
18 foram transferidos
11 Faltaram
4 Excluídos
Amostra
126
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Casuísticas e Métodos
52
Também foi considerado critério de exclusão relato de doença endócrina,
neurológica, anormalidade intestinal, preenchimento inadequado dos formulários e o não
interesse do aluno.
3.6. Variáveis estudadas
As variáveis estudadas foram as seguintes:
Hábito alimentar, hábito intestinal, estado nutricional, atividade física, imagem corporal,
classe social, programa de educação nutricional e o efeito desse programa.
Essas variáveis serão descritas concomitantes aos procedimentos de sua obtenção,
após a apresentação dos instrumentos utilizados.
3.7. Instrumentos utilizados
Para a coleta dos dados foram utilizados os seguintes instrumentos:
Termo de Consentimento Livre Esclarecido da diretora e dos alunos (Apêndices II e
III);
Ficha de avaliação da classe social (Apêndice V)
Ficha de avaliação dos hábitos alimentar e intestinal, estado nutricional, atividade
física e imagem corporal dos adolescentes (Apêndice IV);
Balança portátil Tanita®, com capacidade de 150 kg;
Fita métrica inelástica, para medir a circunferência do braço, graduada em
centímetros;
Paquímetro, modelo Lange®, para medir a prega cutânea tricipital e subescapular;
Estadiômetro portátil Sanny®, para medir a altura dos alunos, com escala em
centímetros;
Data show, DVD player, filme Super Size Me e cartazes para aplicação do programa
de nutrição;
________________________________________________________________________________________________________________
Casuísticas e Métodos
53
Ficha de apoio para a orientação nutricional individual (Apêndice 6.1);
Perguntas abordadas para avaliação do programa de educação nutricional (Apêndice
6.2);
Perguntas sobre o filme Super Size Me (Apêndice 6.4);
Atividades de gasto energético e atividade física (Apêndice 6.5);
Palestras sobre transtorno alimentar e alimentação saudável (Apêndices 6.6 e 6.7).
3.8 Procedimentos para coleta de dados
A autora do presente estudo entrevistou individualmente os adolescentes, utilizou a
ficha de avaliação dos hábitos alimentar e intestinal, estado nutricional, atividade física e
imagem corporal dos adolescentes (Apêndice IV) desenvolvida especialmente para esse
trabalho.
A avaliação da classe social das famílias dos adolescentes foi feita, avaliando o poder
aquisitivo das famílias e a escolaridade do chefe da família, onde os adolescentes auto-
preencheram o questionário (Apêndice V), segundo a Associação Brasileira de Empresas de
Pesquisas, 2003 e posteriormente foram classificados em A, B, C, D e E.
Os adolescentes receberam orientação nutricional contempladas no Apêndice VI. O
programa de educação nutricional em grupo foi desenvolvido e aplicado por vários
professores da escola em questão e será descrito posteriormente.
A coleta das variáveis quanto aos hábitos alimentar e intestinal, atividade física,
estado nutricional e imagem corporal foram os seguintes:
Hábito alimentar
O hábito alimentar foi identificado por meio da frequência do consumo de alimentos,
refeições diárias, local da alimentação e consumo de líquidos:
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Casuísticas e Métodos
54
Frequência de consumo de alimentos
Para a frequência do consumo do alimento foi utilizado um questionário de consumo
alimentar adaptado de Santos et al., 2005; Sales et al., 2006; Ribeiro et al., 2006. A adaptação
dos três autores para o questionário de frequência de consumo alimentar envolveu os
seguintes critérios: hábito alimentar: quando o adolescente consumiu quatro ou mais vezes
por semana e quando o alimento foi relatado por 50 % dos adolescentes, este foi definido
como hábito do grupo, segundo Santos et al. (2005). Os detalhes quanto ao consumo
alimentar de nunca (nenhuma vez) até diariamente (sete vezes por semana) foi baseado em
Sales et al. (2006) e a validação do uso da frequência do consumo alimentar foi segundo
Ribeiro et al. (2006).
Refeições diárias:
As refeições foram definidas pela frequência do: desjejum, lanche da manhã e tarde,
almoço, jantar e/ou ceia. Identificada como adequada, a realização de pelo menos três
refeições ao dia (SANTOS et al., 2005) e também segundo o Ministério da Saúde (2009),
como cinco a seis refeições/dia.
Local da alimentação:
Foi abordado se a alimentação ocorreu em sua casa, na escola, casa de parentes, fast food
ou lanchonetes ou restaurantes.
Consumo de líquidos:
Foi investigado por meio do questionário (Apêndice IV) desenvolvido para esse
projeto, caracterizada como adequado o consumo de dois litros por dia ou 30 a 40 ml / kg de
peso corpóreo (WAITZBERG, 2001; BEYER, 2005).
________________________________________________________________________________________________________________
Casuísticas e Métodos
55
Hábito Intestinal
O hábito intestinal também investigado na forma de entrevista individual aos
adolescentes, por meio da frequência da evacuação, sintomas da evacuação, consistência das
fezes e constipação intestinal funcional, com o uso do Apêndice IV desse trabalho, baseado
no critério de Roma III (RASQUIN et al., 2006; RUBIN e DALE, 2006) do consenso de
Boston (HYAMS et al., 2002).
Estado nutricional:
O estado nutricional foi avaliado por meio IMC/ idade e pela composição corporal.
Para o cálculo do IMC, foi aferido o peso e a altura.
Peso: com uma balança portátil Tanita ®, capacidade para 150 kg, o adolescente
foi pesado sem sapatos, com roupas leves (uniforme da escola), braços ao longo do corpo e
olhar fixo à frente.
Altura: com um estadiômetro portátil Sanny ®, escala em centímetros, o
adolescente ficou descalço, com os pés juntos, em posição ereta e olhando à frente, com o
dorso, as nádegas e a cabeça encostados na parede. Encostou-se o aparelho no ápice da sua
cabeça e registrou-se sua altura.
Com o IMC em relação à idade os adolescentes foram classificados em eutrófico
(escore Z de 1 a -2), sobrepeso (escore Z > 1), obeso (escore Z >2) ou desnutrido
(escore Z<-2), segundo a WHO, 2007. Posteriormente o diagnóstico nutricional
(obesidade e sobrepeso) foi relacionado com atividade física, número de refeições,
uso de adoçante dietético, imagem corporal e idade dos adolescentes.
A composição corporal dos adolescentes foi identificada, em escore Z, com a
circunferência do braço, pregas cutâneas tricipital e subescapular e posteriormente foram
calculadas as áreas muscular e de gordura do braço, com o programa: Sistema para análise de
crescimento (Siscres) (MORCILLO e LEMOS-MARINI, 2002). Os dados obtidos foram
anotados no protocolo (Apêndice IV). O IMC, AMB e AGB.
________________________________________________________________________________________________________________
Casuísticas e Métodos
56
A circunferência de braço (CB): foi aferida com uma fita métrica inelástica,
graduada em centímetros, o registro foi obtido no ponto médio entre o processo acromial da
escápula (ombro) e processo do olecrano (cotovelo). O local foi marcado com o braço fletido
e a circunferência medida com o braço pendente.
Prega Cutânea Tricipital (PCT): com paquímetro, modelo Lange ®, no mesmo
ponto entre o processo acromial da escápula (ombro) e processo do olécrano (cotovelo), o
paquímetro foi aplicado suavemente e a medida observada dois a três segundos após a
aplicação aferida, por duas vezes para uso da média obtida.
Para a avaliação da CB, PCT, PCS, AMB e AGB foram utilizadas como referência
as tabelas de Frisancho (FRISANCHO, 1993), os dados foram registrados em
escore Z.
Todas as medidas referentes à composição corporal foram feitas no hemicorpo
esquerdo dos adolescentes e para estudar os indicadores antropométricos relatados acima
foram utilizadas as seguintes fórmulas:
Fórmulas 1. Fórmulas antropométricas do índice de massa corporal (IMC), da área gordurosa
do braço (AGB), área muscular do braço (AMB) e área do braço (AB)
IMC = Peso (kg)/Altura 2 (m)
AGB (mm2) = AB - AMB
AMB (mm2) = (CB – x PCT)
2 / 4.
AB (mm2) = CB
2 / 4.
Fonte: TELLES e TANNURI (1994)
O método utilizado para avaliação nutricional antropométrica é aprovado e validado
na literatura (TELLES e TANNURI, 1994; MARTINS e CARDOSO, 2000; HOFFMAN et
al., 2001).
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Casuísticas e Métodos
57
Atividade física:
Foi abordada por meio de questionário (Apêndice IV), em que o aluno escolhia entre
as seguintes alternativas: vigorosa, moderada, caminhada, sedentário - adaptado do
Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) (MATSUDO et al., 2001).
Posteriormente as repostas foram agrupadas em presença de atividade física ou não.
Imagem corporal:
Segundo Coqueiro (2008) os métodos usados na literatura para avaliar a silhueta
corporal para estudar a imagem corporal por figuras é fácil, rápido e simples, porém possuem
limitações, pois suas formas bidimensionais podem contribuir para falhas nas representações
total do corpo, na distribuição da massa de gordura e em outros aspectos da composição
corporal, que são importantes na formação da imagem corporal e além de tudo são baseadas
em biótipos que podem não ser o do brasileiro.
Assim a investigação da imagem corporal (Apêndice IV) dessa pesquisa foi feita por
meio da impressão quanto ao peso, ou seja, por meio de pergunta objetiva de múltipla
escolha, de fácil interpretação e escolha do adolescente, onde esse deveria escolher se acha
seu peso adequado, elevado ou baixo, baseado no artigo de Reato et al (2007) e no estudo de
Freitas et al (2009).
Classe social:
A avaliação da classe social das famílias dos adolescentes foi feita avaliando o poder
aquisitivo das famílias e a escolaridade do chefe da família, onde os adolescentes auto-
preencheram o questionário (Apêndice V), segundo a Associação Brasileira de Empresas de
Pesquisas (2003) e foram classificados em A, B, C, D e E.
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Casuísticas e Métodos
58
3.9. Planejamento do programa de educação nutricional
O programa de educação nutricional foi desenvolvido utilizando duas estratégias:
orientação nutricional individual e orientação multidisciplinar em grupo. Para isso os alunos
foram separados em três grupos:
1) Grupo de alunos com orientação individual
2) Grupo de alunos com orientação individual e em grupo
3) Grupo de alunos sem orientação, ou seja, grupo de comparação
Importante destacar que os alunos que ficaram sem orientação nutricional ou em
grupo e foi identificado algum problema, o seu caso foi relatado à diretora da escola para
posteriormente o aluno ser encaminhado ao profissional especializado: nutricionista e/ou
médio.
Orientação nutricional individual:
A orientação nutricional individualizada foi desenvolvida para todos os adolescentes
da 7.a série do ensino fundamental ao 3
.o do ensino médio que atendiam aos critérios de
inclusão desse trabalho. Os adolescentes do 1.o ano B do ensino médio, denominados grupo
de comparação, não receberam orientação.
A orientação nutricional individual foi feita após a entrevista individual com os
adolescentes, com o apoio do formulário desenvolvido para esse trabalho (Apêndice 6.1).
A orientação nutricional individual foi feita por uma única nutricionista, a autora
desse trabalho, e teve como objetivo dar um feed back sobre as respostas dos adolescentes,
além de fornecer conhecimentos de nutrição e motivar rotinas saudáveis, pontuados no
Apêndice 6.1 e descritas a seguir:
o Foi demonstrado o seu peso e altura em gráfico de crescimento do Centers for Disease
Control and Prevention (CDC, 2000) para dar um retorno quanto ao seu estado
nutricional.
o Foi comentado sobre sua saúde intestinal, enfocando o conceito de constipação
intestinal, sintomas e consistência das fezes usando a foto de Rubin e Dale (2006).
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Casuísticas e Métodos
59
o Foi utilizado a pirâmide alimentar, destacando a importância de consumir alimentos de
todos os grupos alimentares (construtores, energéticos e reguladores) e a importância
de um prato colorido abordando alguns alimentos funcionais (PHILIPPI et al.,1999;
IRALA e FERNANDEZ, 2001; BORGES, 2001; ESPERANÇA et al., 2008).
o Foram apresentados alguns alimentos fontes de fibras alimentares como: farelo de
trigo, frutas, verduras, leguminosas, além da quantidade adequada para uma
alimentação saudável (COPPINI et al., 2001; CORKINS, 2005; TACO, 2006).
o Importância de consumir todas as refeições, principalmente o desjejum para iniciar
adequadamente as atividades na escola (BRASIL, 2004).
o Benefícios quanto à atividade física (MATSUDO et al., 2001; BRASIL, 2004;
NELSON et al., 2009).
o Consumo adequado de líquidos (WAITZBERG, 2001):
o Água, sucos naturais, evitando refrigerantes.
o Fortalecer o consumo de leite e derivados (fonte de Cálcio), pois o período da
adolescência é fundamental para densidade óssea (COBAYASHI et al., 2005).
o Quando necessário, foi sugerido o encaminhamento a um profissional especializado
para o tratamento da constipação intestinal, obesidade ou erro alimentar.
Orientação em grupo:
O programa de educação nutricional em grupo foi planejado e desenvolvido com a
participação dos professores, vice-diretora, coordenadora pedagógica e diretora da escola,
além da nutricionista, autora dessa pesquisa, após o término das orientações nutricionais
individualizadas, ou seja, os alunos que receberam a orientação em grupo também receberam
a orientação individual. As atividades em grupo utilizaram Temas Transversais, ou seja,
atravessaram diferentes campos do conhecimento, baseados nos conhecimento em nutrição e
nos conceitos do Parâmetro Curricular Nacional (1997).
________________________________________________________________________________________________________________
Casuísticas e Métodos
60
Após discussão com os professores, as atividades em grupo foram destinadas aos
adolescentes da 7.a série do ensino fundamental ao 1
.o ano do ensino médio, atendendo assim
uma faixa etária de interesses em comum, com uma única linguagem a todos.
Para a concentração da aplicação das atividades e envolvimento dos professores da
escola foi desenvolvido um Workshop. A apresentação desse Workshop foi durante uma
semana. O tema central sugerido e acolhido por todos e com a intenção de motivar a máxima
participação dos adolescentes foi: Transtorno Alimentar e Alimentação Saudável.
Antes de iniciar as dinâmicas em grupo foi desenvolvido e aplicado aos adolescentes
um questionário com 10 perguntas objetivas (Apêndice 6.2), para avaliar seu nível de
conhecimento em nutrição, aplicado pela professora de português. Depois da participação
dos alunos no programa de educação nutricional em grupo, a professora de química aplicou o
mesmo questionário novamente. As questões desse questionário se basearam nos temas
abordados durante o Workshop ou durante as orientações individuais. O questionário foi
desenvolvido por meio de questões objetivas. Da questão um até a sete, o aluno deveria
classificar a informação como verdadeira (V) ou falsa (F). Foram abordados os seguintes
assuntos nas questões:
Questão 1- Foi tratado do tema obesidade e as suas consequências nas doenças
cardiovasculares e hipertensão arterial.
Questão 2- Questionou-se a participação da gordura numa alimentação saudável.
Questão 3- Tentou-se resgatar os conceitos sobre a importância do consumo de cálcio
focando a densidade óssea na adolescência.
Questão 4 – Aumento da obesidade infantil de 3% para 15% nas últimas duas décadas.
Questão 5 – Forma de avaliar o estado nutricional do adolescente segundo o IMC e o
gráfico de crescimento.
Questão 6 - O que influencia o hábito alimentar.
Questão 7- Teve como objetivo identificar se os adolescentes conheciam os grupos
alimentares, suas funções e indicações.
Questão 8 - O aluno deveria saber o conceito crescente e decrescente e ter uma noção
dos alimentos fontes com maior ou menor teor de fibras e os isentos de fibras.
________________________________________________________________________________________________________________
Casuísticas e Métodos
61
Questão 9 - De múltipla escolha com 6 alternativas (a,b,c,d,e,f), onde o aluno deveria
identificar os alimentos ricos em cálcio.
Questão 10 - Foi solicitado ao aluno uma associação entre alimentos e
macronutrientes (proteína, gordura e carboidrato).
As atividades em grupo foram desenvolvidas utilizando aulas expositivas,
apresentação de filme, desenvolvimento de seminários e pesquisas, exercícios dirigidos,
envolvendo vários professores e alunos, visando a interatividade do conhecimento
interdisciplinar, as quais serão descritas a seguir:
As atividades em grupo :
Palestra com o tema Transtorno Alimentar, ministrada por uma especialista
nutricionista, a autora desse trabalho, aos alunos e professores, Apêndice 6.5.
Na palestra sobre Transtorno Alimentar foram abordados alguns assuntos relatados a seguir:
o Definição da adolescência, segundo o Estatuto da criança e do adolescente
(2001) e WHO (1995).
o A busca da imagem corporal idealizada pelo adolescente, levando algumas
vezes a uma alimentação inadequada e desequilíbrios nutricionais, podendo
interferir na sua saúde e desenvolvimento (GARCIA et al., 2003).
o Conceitos sobre adolescência, como intensas mudanças psicológicas,
hormonais e sociais.
o Transtorno comportamental que afeta a ingestão de alimentos.
o Definição e classificação de transtorno alimentar, conceitos sobre anorexia,
bulimia (HUSE e LUCAS, 2003).
o Associação do tema anorexia com reportagens na mídia.
o Conceito sobre obesidade e o aumento da prevalência em crianças, nas últimas
duas décadas (GUIMARÃES, 2007).
o Obesidade e os riscos de doenças cardiovasculares, hipertensão arterial,
hipercolesterolemia na adolescência (OLIVEIRA et al , 2004).
________________________________________________________________________________________________________________
Casuísticas e Métodos
62
o Obesidade como uma doença multifatorial, mostrando um clássico com a foto
da família Colômbiana de Botero.
o Prática de atividade física (OLIVEIRA et al., 2004).
o Desnutrição associada a uma doença específica, demonstração de foto de uma
criança com paralisia cerebral (CARAM, 2006).
o Dinâmica com os alunos sobre o método de avaliação antropométrica para
diagnosticar o seu estado nutricional em gráfico de crescimento (CDC, 2000).
o O que influencia o hábito alimentar (GARCIA et al., 2003; SANTOS et al.,
2005).
o Alguns direitos da criança e do adolescente (Estatuto da criança e do
adolescente, 2001).
Participação dos adolescentes sobre o tema Transtorno Alimentar e Alimentação
Saudável, na forma de pesquisa, apresentado como um seminário oralmente no
Workshop, utilizando como recursos cartazes e recortes de revistas e jornais.
Desenvolvido sob orientação do professor de ciências e apresentado aos seus colegas
e outros professores.
Apresentação do filme sobre obesidade, Super Size Me, com uso de DVD player, e
aplicação de perguntas dirigidas, sob orientação da professora de português (Apêndice
6.3).
Pesquisa sobre o tema obesidade no Brasil e no mundo, desenvolvida pelos alunos e
também apresentada no Workshop, com o envolvimento dos professores de geografia
e história.
Palestra sobre Alimentação saudável, ministrada pela autora, nutricionista, aos alunos,
pais e professores, podendo ser observado seu conteúdo no Apêndice 6.6.
Na palestra sobre Alimentação Saudável foram abordados os assuntos relatados na
sequência a seguir:
o O que é uma alimentação equilibrada, grupos de alimentos: energéticos,
construtores, reguladores (PHILIPPI et al.,1999; IRALA e FERNANDEZ, 2001;
GUIMARÃES e GALISA, 2008).
________________________________________________________________________________________________________________
Casuísticas e Métodos
63
o Teor de fibras nos alimentos (TACO, 2006).
o Distribuição adequada dos alimentos (DRIs, 2002; WHO, 2003). Exemplo de prato
desequilibrado e prato saudável em fotografia.
o Alimentos funcionais, a importância de uma refeição colorida (FREIBERG et al
2007, BORGES, 2001).
o Hábito alimentar e suas influências (GARCIA et al., 2003).
o Dicas nutricionais.
o Pirâmide alimentar (PHILIPPI et al., 1999).
o Além da apresentação da Pirâmide alimentar na aula de alimentação saudável, a
professora de inglês utilizou-a como ampliação de vocabulário fortalecendo mais
uma vez o conhecimento nutricional dos adolescentes.
o Valor do gasto energético em várias atividades físicas (DOROZ, P, 2006),
divulgado em mural da escola e atividade com gráficos de coluna sobre gasto
energético e atividade física, desenvolvido pelo professor de matemática
(Apêndice 6.4).
3.10. Como avaliar o efeito do programa de educação nutricional?
O programa individual foi elaborado pela autora e o em grupo teve a participação dos
vários membros da escola. Para avaliar esse programa foi aplicado o questionário (Apêndice
6.2) antes e depois nos alunos que participaram do programa em grupo.
O efeito do programa de nutrição foi avaliado então, por meio da aquisição de
conhecimentos de nutrição desses adolescentes, mediante as notas do questionário aplicado
aos alunos (Apêndice 6.2).
As notas foram pontuadas com os valores de zero a dez, corrigidas utilizando o
gabarito do questionário (Apêndice 6.3), posteriormente foram comparadas entre si e
classificadas em três grupos de adolescentes: os que receberam somente orientação
individual, os que receberam orientação individual e em grupo, descrito nas tabelas como
grupo e os que não receberam orientação nutricional, grupo de comparação. Destacando que
________________________________________________________________________________________________________________
Casuísticas e Métodos
64
os que não receberiam orientação e tivessem algum problema identificado seria informada a
diretora da escola e encaminhado ao especialista: médico ou nutricionista.
3.11. Análise dos dados
Os dados coletados foram inseridos no programa Statistical Package for the Social
Sciences (SPSS, 1999) versão 10 para posterior análise descritiva.
Para a análise da associação entre constipação intestinal e consumo diário de líquidos,
atividade física, obesidade e sobrepeso, idade e hábito de consumo de alguns alimentos ricos
em fibras foram utilizados os testes estatísticos qui-quadrado e exato de Fisher
(BEIGUELMAN, 1996). Os mesmos testes foram utilizados para relacionar a obesidade e
sobrepeso com: a atividade física, o número de refeições, o uso de adoçante a imagem
corporal e idade.
O teste Kappa é uma medida de concordância e mede o grau de concordância entre as
respostas, além do que seria esperado somente pelo acaso. Esta medida de concordância tem
como valor máximo igual a um, que representa total concordância. Os valores próximos e até
abaixo de zero, indicam nenhuma concordância. Um eventual valor de Kappa menor que
zero, negativo, sugere que a concordância encontrada foi menor daquela esperada. Sugere,
portanto, discordância, mas seu valor não tem interpretação como intensidade de discordância
(LEE, 1995).
Para análise estatística da imagem corporal quanto a verificar a concordância entre o
diagnóstico nutricional e a imagem corporal, segundo a percepção de peso do adolescente foi
utilizado o teste Kappa. A magnitude do teste é definida como: valores maiores ou iguais a
0.75 que indicam excelente concordância, valores entre 0.75 e 0.40 indicam boa concordância
e valores menores ou iguais a 0.40 não indicam concordância. Para testar a significância entre
dois testes Kappa independentes foi utilizado o teste Z, conforme proposto por Congalton e
Mead (1983). O nível de significância adotado para os testes estatísticos foi 5%.
________________________________________________________________________________________________________________
Casuísticas e Métodos
65
Para a análise estatística dos dados do programa de educação nutricional foi utilizado
estatísticas descritivas (média, desvio-padrão, valores mínimo, mediana e máximo) para a
variável Nota em cada grupo (Orientação Individual, Orientação Individual+Grupo e Grupo
de comparação). Na comparação dos grupos Orientação Individual e Orientação Individual +
Grupo foi utilizado teste de Wilcoxon (com amostras pareadas). E na comparação com o
grupo que não recebeu orientação (amostra não pareada) foi utilizado o teste de Mann-
Whitney (CONOVER, 1971), com nível de significância adotado foi de 5%.
66
RESULTADOS
_________________________________________________________________________________________________________________
Resultados
67
4. RESULTADOS
A coleta de dados dessa pesquisa compreendeu o período de outubro de 2007 a
novembro de 2008. Participaram dessa pesquisa 126 adolescentes, na faixa etária de 12,5 a
18,8 anos, com média de 15,04 anos (+1,46), sendo 62 (49,2%) meninos e 64 (50,8%)
meninas. Dos alunos dessa escola estadual da periferia da cidade de Campinas (SP) que
responderam ao questionário de investigação da classe social (Apêndice V), 54/126 (42,8%)
possuíam uma característica diferenciada, pois predominaram alunos da classe C com 26/54
(48,1%) alunos, seguidos da classe B 23/54 (42,6%), D 3/54 (5,6%) e A com 2/54 (3,7%) e
nenhum da classe E (Gráfico 1). Para essa identificação, os adolescentes responderam
questões quanto às condições de sua família em adquirir bens de consumo e o grau de
escolaridade do chefe da família, o seu preenchimento foi voluntário.
Gráfico 1: Distribuição da avaliação da classe social dos 54/126 adolescentes, segundo a
Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa, 2003
_________________________________________________________________________________________________________________
Resultados
68
Quanto à escolaridade do chefe da família, prevaleceu o primário completo ou ginasial
incompleto (31,5%), seguido do colegial completo ou superior incompleto (24,1%) e nível
superior em 20,4% das respostas, (Tabela 1). Esses dados podem ter subestimado alunos de
classes inferiores, considerando que somente 42,8% dos alunos responderam o questionário.
4.1 Hábito alimentar:
Frequência do consumo de alimentos
A frequência do consumo alimentar dos adolescentes foi questionada de um a sete
vezes na semana. Alimentos consumidos quatro ou mais vezes (> 4 x/semana) na semana
foram definidos como hábito alimentar. Os alimentos foram relacionados nos seguintes grupos
alimentares: cereais e leguminosas, hortaliças e frutas, leites e derivados de leite, carnes e
ovos, óleos, petiscos, sobremesas e doces, bebidas, produtos light, diet e suplementos, Tabelas
de 2 a 4. O hábito alimentar encontrado nesses adolescentes foi para os seguintes alimentos:
arroz em 120 (95,2%) adolescentes, pão francês em 76 (60,3%), feijão em 104 (82,5%), frutas
em 76 (60,3%), doces e balas em 73 (57,9%), achocolatados em 67 (53,2%), leite integral em
73 (57,9%), suco em 77 (61,1%) e refrigerante em 64 (50,8%), adolescentes Tabelas 2 a 4.
Tabela 1: Distribuição do grau de escolaridade do chefe da família dos
54/126 adolescentes
Escolaridade do chefe da família N %
Analfabeto ou ensino fundamental incompleto 07 12,9
Primário completo/ginasial incompleto (Ensino fundamental) 17 31,5
Ginasial completo ou colegial incompleto (Ensino médio
incompleto) 06 11.1
Colegial completo (Ensino médio) ou superior incompleto 13 24.1
Superior completo 11 20,4
Total 54 100
_________________________________________________________________________________________________________________
Resultados
69
Na Tabela 2 também pode observar o maior consumo de diferentes tipos de pães pelos
meninos (integral, francês e forma) enquanto que as meninas o maior consumo de bolo
(21,9%). Os meninos também relataram consumir uma maior frequência de alguns alimentos
integrais: arroz integral (11,3%), pão integral (19,4%) que as meninas (9,4% e 6,3%
respectivamente).
Quando separado por gênero (masculino e feminino), o hábito do consumo de
alimentos praticamente se manteve, aumentando ou diminuindo a frequência dos alimentos
dentro da definição de hábito, ou seja, 50% do consumo do grupo. O refrigerante manteve-se
como hábito alimentar para os meninos em 33 deles (53,3%) e nas meninas não atingiu a
definição de hábito (n=31, 48,4%). O hábito de consumo de doces e balas aumentou nas
meninas (n= 42; 65,5%) enquanto que nos meninos ficou em 50% (N=31). O consumo de
adoçantes dietéticos, refrigerante diet, suplemento nutricional, frutas, iogurtes, leite desnatado,
peixes foram maiores para os meninos do que para as meninas, enquanto que o consumo de
doces/balas, sorvetes, chocolates, bacon foram menores e maiores para as meninas, sugerindo
assim uma alimentação mais saudável nos meninos, Tabela 3.
Apesar de ter sido encontrado como hábito alimentar o feijão e as frutas nos
adolescentes, outros alimentos ricos em fibras tiveram seu consumo abaixo do ponto de corte
para a definição de hábito (> 4 vezes na semana), como o arroz integral, pão integral, barra de
cereal, aveia, farelo de trigo, pipoca e verdura de folha. Nenhum aluno relatou ter consumido
farelo de trigo, uma fonte rica e barata de fibras alimentares.
Outra preocupação que foi identificada nesse trabalho foi o relato dos adolescentes em
consumirem cerveja e vinho de maneira habitual 10/126 (7,9%), cinco meninos e cinco
meninas, com idades variadas de 13,6 anos a 16,6 anos, ou seja, nenhum desses adolescentes
tinha idade permitida para o consumo de bebida alcoólica.
As carnes foram definidas como hábito em fontes variadas identificando o consumo
habitual na semana de frango, peixe, carne bovina, suína ou ovo, em 79/126 (62,7%)
adolescentes, 40/62 (64,5%) dos meninos e 39/64 (60,9%) meninas. Na Tabela 4 pode ser
observado o consumo de cada tipo de carne em particular nos 126 adolescentes, e observa-se
que o consumo de carne vermelha predominou (em 53; 42,1%), sequência o frango (27,8%),
_________________________________________________________________________________________________________________
Resultados
70
a salsicha e o ovo (com a mesma porcentagem, 12,7%), depois a carne de porco (11,1%) e em
menor quantidade o peixe (em 11 adolescentes, 8,7%).
Tabela 2. Distribuição da frequência do consumo habitual de alimentos (> 4 vezes/ semana),
segundo os grupos alimentares (cereais e leguminosas), em 126 adolescentes.
Grupos de alimentos Meninas (n=64) Meninos (n=62) Total (n= 126)
N % N % N %
Cereais
Arroz * 60 93,8 60 96.8 120 95,2
Arroz integral 6 9,4 7 11,3 13 10,3
Massas 13 20,3 13 21,0 26 20,6
Pão integral 4 6,3 12 19,4 16 12,7
Pão francês* 35 54,7 41 66,1 76 60,3
Pão de forma 10 15,6 14 22,6 24 19
Biscoito salgado 11 17,2 8 12,9 19 15,1
Biscoito doce 15 23,4 22 35,5 37 29,4
Bolo 14 21,9 5 8,1 19 15,1
Barra de cereal 6 9,4 5 8,1 11 8,7
Aveia 4 6,3 4 6,5 8 6,3
Farelo de trigo 0 0 0 0 0 0
Granola 2 3,1 1 1,6 3 2,4
Cereal matinal 3 4,7 6 9,7 36 28,6
Pipoca 9 14,1 5 8,1 14 11,1
Leguminosas
Feijão* 51 79,7 53 85,5 104 82,5
Adaptado de SANTOS et al., 2005; SALES et al., 2006; RIBEIRO et al., 2006. * Hábito alimentar do grupo
_________________________________________________________________________________________________________________
Resultados
71
Tabela 3. Distribuição da frequência do consumo de alimentos habitual (> 4 vezes/ semana),
segundo os grupos alimentares (petiscos, sobremesas e doces, bebidas, produtos diet e light e
suplementos), em 126 adolescentes.
Grupos de alimentos Meninas (n=64) Meninos (n=62) Total (n= 126)
N % N % N %
Petiscos
Sanduíches 5 7,8 15 24,2 20 15,9
Pizzas 2 3,1 5 8,1 7 5,6
Snacks 9 14,1 5 8,1 14 11,1
Salgadinhos (esfirras, coxinha) 6 9,4 7 11,3 13 10,3
Sobremesa e doces
Sorvete 13 20,3 8 12,9 21 16,7
Tortas 5 7,8 3 4,8 8 6,3
Geleia 2 3,1 6 9,7 8 6,3
Doces/balas* 42 65,6 31 50 73 57,9
Chocolate 26 40,6 21 33,9 47 37,3
Achocolatados* 35 54,7 32 51,6 67 53,2
Bebidas
Café 14 21,9 22 35,5 36 28,6
Suco* 38 59,4 39 62,9 77 61,1
Refrigerante* 31 48,4 33 53,24 64 50,8
Produtos diet/ light/suplemento
Adoçante dietético 2 3,1 4 6,5 6 4,8
Refrigerante diet 1 1,6 5 8,1 6 4,8
Alimentos diet 2 3,1 0 0 2 1,6
Cerveja/vinhos 5 7,8 5 8,1 10 7,9
Suplemento nutricional 0 0 1 1,6 1 0,8
Adaptado de SANTOS et al., 2005; SALES et al., 2006; RIBEIRO et al., 2006. * Hábito alimentar do grupo
_________________________________________________________________________________________________________________
Resultados
72
Tabela 4: Distribuição da frequência habitual (> 4 vezes/ semana) do consumo de alimentos, segundo
os grupos alimentares (hortaliças e frutas, leite e derivados, carnes e ovos, e óleos).
Grupos de alimentos Meninas (n=64) Meninos (n=62) Total (n= 126)
N % N % N %
Hortaliças e frutas
Verdura de folha 11 17,2 8 12,9 19 15,1
Tubérculo (batata, mandioca) 20 31,3 16 25,8 36 28,6
Frutas* 33 51,6 43 69,4 76 60,3
Leite e derivados
Leite integral* 37 57,8 36 58,1 73 57,9
Leite desnatado ou semi 4 6,3 11 17,7 15 11,9
Iogurte 9 14,1 14 22,6 23 18,3
Queijo 16 25 21 33,9 37 29,4
Requeijão 10 15,6 8 12,9 18 14,3
Carnes e ovos
Ovo 7 10,9 9 14,5 16 12,7
Carne de boi 24 37,5 29 46,8 53 42,1
Carne de porco 5 7,8 9 14,5 14 11,1
Frango 17 26,6 18 29 35 27,8
Peixe 3 4,7 8 12,9 11 8,7
Salsicha 8 12,5 7 11,3 16 12,7
Presunto, salame, mortadela 18 28,1 24 28,7 42 33,3
Óleos
Azeite 17 26,6 18 29 35 27,8
Molho para salada 13 20,3 14 22,6 27 21,4
Bacon 10 15,6 7 11,3 17 13,5
Manteiga 25 39,1 25 40,3 50 39,7
Margarina 17 26,6 18 29 35 27,8
Maionese 11 17,2 16 25,8 27 21,4
Adaptado de SANTOS et al., 2005; SALES et al., 2006; RIBEIRO et al., 2006. * Hábito alimentar do grupo
_________________________________________________________________________________________________________________
Resultados
73
Frequência das refeições diárias
Os adolescentes realizaram pelo menos três refeições ao dia (73/126=57,9%) e de
cinco a seis refeições ao dia ocorreram em 23 deles (18,3%). Na Tabela 5, encontra-se o
padrão de consumo de alimentos nas diversas refeições dos adolescentes: desjejum, lanche da
manhã e tarde, almoço, jantar e ceia. As refeições consumidas habitualmente foram às
seguintes: desjejum em 79 (62,7%) adolescentes, almoço em 106 (84,1%), lanche da tarde em
78 (61,9%) e jantar em 116 (92,1%).
Tabela 5. Frequência e hábito do consumo das refeições dos 126 adolescentes.
F Desjejum Lanche
da manhã
Almoço Lanche
da Tarde
Jantar Ceia
N % N % N % N % N % N %
0 19 15,1 66 52,4 2 1,6 21 16,7 4 3,2 85 67,5
1 13
10,3 9 7,1 6 4,8 9 7,1 2 1,6 7 5,6
2 11
8,7 14 11,1 9 7,1 8 6,3 1 ,8 7 5,6
3 4
3,2 6 4,8 3 2,4 9 7,1 1 ,8 5 4,0
4 2
1,6 1 0,8 2 1,6 3 2,4 0 0 4 3,2
5 3
2,4 12 9,5 1 0,8 13 10,3 3 2,4 2 1,6
6 3
2,4 1 0,8 0 0 9 7,1 5 4,0 2 1,6
7 71
56,3 17 13,5 103 81,7 53 42,1 108 85,7 13 10,3
H 79 62,7 31 24,6 106 84,1 78 61,9 116 92,1 21 16,7
F= Frequência, onde 1 = consumo 1 vez por semana, consequentemente até 7= sete vezes por semana. H=
Hábito alimentar (consumo > 4 x na semana)
_________________________________________________________________________________________________________________
Resultados
74
O consumo diário (sete dias) de desjejum esteve presente em 71 (56,2%) adolescentes,
almoço em 103 (81,7%) e jantar em 108 (85,7%), Tabela 5.
Local da refeição
O local da refeição habitual foi a casa (> 4 x /semana) em 117/126 (92,5%)
adolescentes e diário (7x/semana) em 97 (77%). O consumo diário fora de casa foi baixo para
fast food/lanchonetes e restaurante (ambos N=2, 1,6%), casa de parentes (N=7, 5,6%) e na
escola em 21 adolescentes (16,7%), conforme mostra a Tabela 6.
Tabela 6. Frequência e hábito do local das refeições dos 126 adolescentes
F Em casa Parentes Escola Fast food
e/ou
Lanchonetes
Restaurantes
N % N % N % N % N %
0 3 2,4 55 43,7 31 24,6 52 41,3 70 55,6
1 0 0 31 24,6 14 11,1 28 22,2 23 18,3
2 2 1,6 15 11,9 10 7,9 18 14,3 5 4,0
3 4 3,2 3 2,4 15 11,9 4 3,2 3 2,4
4 2 1,6 1 0,8 5 4,0 3 2,4 0 0
5 8 6,3 1 0,8 29 23,0 3 2,0 1 0,8
6 10 7,9 0 0 0 0 2 1,6 1 0,8
7 97 77,0 7 5,6 21 16,7 2 1,6 2 1,6
H 117 92,9 9 7,1 55 43,7 10 7,9 4 3,2
F= Frequência, onde 1 = consumo 1 vez por semana, consequentemente até 7= sete vezes por
semana. H= Hábito alimentar (consumo > 4 x na semana)
N=número de adolescentes
_________________________________________________________________________________________________________________
Resultados
75
Consumo de líquidos
Para avaliar o consumo de líquidos utilizaram- se os dados do peso e gênero dos
adolescentes, apresentados na Tabela 7. Com isso concluiu-se que o consumo de líquido
adequado seria em torno de dois litros. O consumo diário de líquidos dos adolescentes variou
de três copos (de 250 ml) a 18 copos, com média de 10,13 copos (+ 3,37 litros/dia). Com isso
verificou-se que 97 (77%) dos adolescentes consumiram oito ou mais copos de líquidos/ dia,
atingindo as suas recomendações.
Tabela 7. Valor hídrico recomendado, em relação ao peso corpóreo e gênero dos 126
adolescentes
Valor absoluto e
frequência dos
adolescentes
quanto ao gênero N (%)
Valores do Peso (kg) Valores hídricos
recomendados
(ml) *
Mínimo Máximo Média (DP)
Masculino 62 (49,2%) 32,6 93,9 58,8 (+ 13,3) 2.057,7
Feminino 64
(50,8%)
39,5 97,1 55,0 (+ 10,9) 1.924,3
Total 126 (100%) 32,6 97,1 56,9 (+ 12,3) 1.990,1
* Foi calculado com a média de 30 a 40 ml/ kg de peso corpóreo, ou seja, 35 ml. Fonte: WAITZBERG,
2001; BEYER, 2005. DP=Desvio padrão
O tipo de líquido consumido diariamente pode ser observado na Tabela 8. A maior
frequência foi para água de seis copos/ dia (46/126=36,5%), na sequência: o leite um copo/dia
(40/126=41,3%), refrigerante dois copos/dia (36/126=28,6%) e suco dois copos/dia
(34/126=27%). Suplemento nutricional praticamente não foi utilizado, somente três (2, 4%)
adolescentes relataram seu consumo. Nessa Tabela é importante destacar que 25 (19,8%) dos
adolescentes estudados não consumiam leite.
_________________________________________________________________________________________________________________
Resultados
76
Tabela 8: Consumo diário de diferentes tipos de líquidos dos 126 adolescentes
Consumo de
líquido
( em copos
De 250 ml)
Água
N %
Leite
N %
Refrigerante
N %
Suco
N %
Suplemento
N %
Nenhum 1 0,8 25 19,8 16 12,7 17 13,5 123 97,6
Um 7 5,6 52 41,3 28 22,2 23 18,3 1 0,8
Dois 16 12,7 40 31,7 36 28,6 34 27,0 1 0,8
Três 25 19,8 6 4,8 17 13,5 26 20,6 0 0
Quatro 14 11,1 2 1,6 16 12,7 13 10,3 0 0
Cinco 17 13,5 1 0,8 8 6,3 8 6,3 0 0
Seis ou + 46 36,5 0 0 5 4,0 5 4,0 1 0,8
Caracterizada como adequado o consumo de 2 litros por dia ou 30 a 40 ml/kg de peso
Corpóreo (WAITZBERG, 2001; BEYER, 2005).
_________________________________________________________________________________________________________________
Resultados
77
4.2. Hábito Intestinal
O hábito intestinal foi estudado segundo a frequência da evacuação, sintomas da
evacuação, consistência das fezes e constipação intestinal.
Frequência da evacuação
A frequência da evacuação foi de: 62 (48,8%) para todos os dias, 49 (38,9%) dia sim
dia não, 11 (8,7%) uma vez a cada dois dias, quatro (3,2%) evacuaram duas ou menos vezes
por semana (ou seja, igual a uma vez a cada três dias), Gráfico 2. Esse último utilizado com
um dos sintomas para determinar a constipação intestinal funcional, segundo Roma III.
Gráfico 2. Distribuição da frequência de evacuação dos 126 adolescentes.
62
11
4
49
0
10
20
30
40
50
60
70
1
Frequência da evacuação
Nú
mero
de a
do
lescen
tes
62 todos os dias (48,8%)
49 dia sim dia não (38,9%)
1 vez a cada 2 dias (8,7%)
< 2 x / semana (= 1 x a cada 3 dias) (3,2%)
_________________________________________________________________________________________________________________
Resultados
78
Sintomas relacionados à evacuação das fezes
Um episódio por semana de incontinência fecal (perda de fezes involuntária na roupa
íntima) em sete (5,6%) adolescentes.
Postura de retenção de fezes (adia o desejo de evacuar, ou não usa alguns tipos de
banheiros), em 60 (47,6%) de adolescentes.
Dor ou dificuldade para evacuar, em 12 (9,5%)
Fezes de diâmetro largo para entupir o vaso sanitário, em dois (1,2%)
Consistência das fezes
A consistência das fezes dos adolescentes atingiu maior frequência para banana com
rachos superficiais em 42 (33,3%) adolescentes, seguida por formato banana e macia em 40
(31,7%), pedaços duros e separados em 18 (14%), banana com rachos profundos em 13
(10,3%), pedaços macios e separados em 10 (7,9%), pedaços fofos com borda imperfeita em
três (2,4%) e não foi relatado aspectos diarreicos, Tabela 9.
_________________________________________________________________________________________________________________
Resultados
79
Tabela 9. Classificação e frequência da consistência das fezes encontrada nos 126 adolescentes,
segundo Ruben e Dale, 2006.
Classificação e consistência das fezes N %
1- Pedaços duros separados
2 - Banana, com rachos profundos
3 - Banana, com rachos superficiais
4 - Banana macia
5 - Pedaços macios separados
6 - Pedaços fofos com borda imperfeita
7 - Diarreico, sem pedaços sólidos
18 14,3
13 10,3
42 33,3
40 31,7
10 7,9
3 2,4
0 0
Fonte: RUBIN e DALE, 2006
_________________________________________________________________________________________________________________
Resultados
80
Constipação intestinal
Mediante o questionário aplicado aos adolescentes, baseado no critério de Roma III
(RUBIN e DALE, 2006) e consenso de Boston (HYAMS et al., 2002), quando o adolescente
relatou ter apresentado pelo menos dois sintomas de evacuação abordados anteriormente foi
considerado constipação intestinal crônica, com isso a frequência da constipação intestinal
nesse grupo de adolescentes esteve presente em 12 (9,5%) alunos. A predominância foi nas
meninas 9/12 (75%) e segundo o teste estatístico qui-quadrado, essa diferença apresentou
tendência significativa (p=0,078). Lembrando que o consumo de arroz integral, pão integral,
feijão, frutas, e lactobacilos nos iogurtes foram maiores nos meninos (Tabelas 2 e 4).
_________________________________________________________________________________________________________________
Resultados
81
4.3. Descrição do estado nutricional, atividade física e imagem corporal
Estado nutricional
De acordo com o índice de massa corporal por idade, em escore Z, segundo a curva de
crescimento de WHO (2007), a maioria dos 126 adolescentes era eutrófico (74,6%), 23%
estavam acima do peso, 19 (15,1%) sobrepeso, 10 (7,9%) obesos e três (2,3%) desnutridos,
Gráfico 3.
94
19
103
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Estado nutricional
Nú
mero
de a
do
lescen
tes
z
Eutrófico (74,6%)
Sobrepeso (15,1%)
Obeso (7,9%)
Desnutrido (2,3%)
Gráfico 3. Distribuição da classificação do estado nutricional dos 126 adolescentes, de acordo
com o IMC por idade, em escore Z, segundo WHO, 2007.
_________________________________________________________________________________________________________________
Resultados
82
Dos 29 (23%) adolescentes acima do peso, quando avaliamos por gênero, a obesidade
foi igual 4% para cada grupo, porém o sobrepeso foi maior nas meninas 8,7 %, enquanto que
nos meninos 6,3%.
Além da abordagem do estado nutricional, segundo IMC por idade, foram observados
os valores mínimos, máximos e médias da circunferência do braço (CB), prega cutânea
tricipital (PCT), prega cutânea subescapular (PCS), área muscular do braço (AMB) e área de
gordura do braço (AGB) por idade, em escore Z, Gráfico 4. A CB variou de -2,87 a 2,35
(média=-0,49+1,11), a PCT de -2,19 a 3,19 (média=0,19+1,01), a PCS de -2,47 a 2,63
(média=0,28+0,79), a AMB de -3,24 a 2,67(média=-0,88+1,03), a AGB de -2,0 a
3,31(média=1,32 +1,03).
Variáveis antropométrica / idade
ZAGBZAMBZPCSZPCTZCB
Val
ore
s e
m e
scor
e Z 4
2
0
-2
-4
Gráfico 4. Distribuição dos valores dos índices antropométricos em relação à idade (em
escore Z) da circunferência do braço (CB), prega cutânea tricipital (PCT), prega cutânea
subescapular (PCS), área muscular do braço (AMB) e área gordurosa do braço (AGB), em
gráfico box-plot, N=126, segundo Frisancho.
Variáveis antropométricas / idade
_________________________________________________________________________________________________________________
Resultados
83
Quando os indicadores antropométricos referentes à composição corporal dos 126
adolescentes foram identificados em escore Z maior ou menor que dois, a frequência absoluta
e relativa para o escore Z acima de dois foram às seguintes: oito (6,3%) para PCT, sete (5,5%)
para AGB, quatro (3,2%) para PCS, dois (1,6%) adolescentes para CB e nenhum adolescente
acima do escore Z dois segundo a AMB, enquanto escore Z abaixo de dois foram encontrados
em: 15 (11,9%) adolescentes para AMB, 12 (9,5%) para CB, dois (1,6%) para PCT, AGB e
PCS, respectivamente. Demonstrando uma grande variação dos resultados dependendo do
indicador antropométrico.
Atividade física
A maioria dos adolescentes 117/126 (92,8%) fazia atividade física em diversas
intensidades (vigorosa, moderada e caminhada), somente 9/126 (7,1%) deles eram
sedentários, Gráfico 5. A atividade física foi frequente tanto nos meninos (59) como nas
meninas (58), porém a intensidade vigorosa foi maior nos meninos (29) que nas meninas (4),
apresentando diferença significativa, segundo o teste estatístico qui-quadrado (p<0,001).
Gráfico 5. Distribuição da intensidade da atividade física desenvolvida nos 126 adolescentes
30
64
23
9
0
10
20
30
40
50
60
70
1
Intensidade da atividade física
Nú
mero
de a
do
lescen
tes
Vigorosa (23,8%)
Moderada (50,8%)
Caminhada (18,3%)
Sedentária (7,1%)
_________________________________________________________________________________________________________________
Resultados
84
Imagem corporal
A frequência dos relatos de impressão sobre a imagem corporal foi adequada em
73/126 (57,9%) adolescentes e inadequada em 53/126 (42%), ou seja, 39 (31%) julgaram seu
peso elevado e 14 (11%) baixo, Gráfico 3.
14 / 11%
39 / 31%
73 / 58%
Baixo
Elevado
Adequado
Gráfico 6. Distribuição da imagem corporal dos adolescentes, segundo sua impressão quanto
ao peso.
_________________________________________________________________________________________________________________
Resultados
85
4.4 Constipação intestinal relacionada com: consumo de líquido, atividade física,
obesidade e sobrepeso, idade e hábito de consumo de alguns alimentos ricos em fibras.
Constipação intestinal e consumo de líquido
O consumo de líquido foi considerado adequado (> a 8 copos/ dia) em 97/126 (77%)
alunos. No grupo de constipados, o consumo adequado de líquidos foi relatado por 7/12
(58,3%) enquanto 5/12 alunos (41,7 %) não consumiam a quantidade líquido adequada,
segundo o teste estatístico exato de Fisher (p=0,145) essa diferença não foi significativa. O
consumo somente da água, que a maioria dos constipados (7/12; 58,3%) consumia menos de
seis copos ao dia e 5/12 (41,7%) consumiam volume igual ou acima de seis copos, essa
diferença também não teve associação significativa com a constipação intestinal (p=0,754).
Tabela 10.
Constipação intestinal e atividade física
Dos 12 constipados três (25%) eram sedentários e dos 114 não constipados apenas seis
(5,3%) eram sedentários. Quando comparamos adolescentes que faziam atividade física e não
eram constipados (108/126; 85,7%) com pacientes que eram constipados e não faziam
atividade física (3/126; 2,4%) houve diferença estatística, segundo o teste estatístico exato de
Fisher (p = 0,04).
Constipação intestinal e obesidade/ sobrepeso
A presença de sobrepeso e obesidade (29/126) ou não (97/126), segundo o IMC/ idade
foi agrupada e relacionada à constipação intestinal (12/126) ou não (114/126). Essa relação
não teve associação significativa, (p= 0, 732), teste estatístico exato de Fisher, Tabela 10.
_________________________________________________________________________________________________________________
Resultados
86
Constipação intestinal e idade
Separando os adolescentes em dois grupos etários (< 14 anos e > 14 anos), a maioria
possuía idade superior a 14 anos (91/126= 72,2%). A constipação intestinal não apresentou
diferença significativa entre essa faixa etária, apesar de ter apresentado uma maior frequência de
adolescentes constipados maior de 14 anos (7/12= 58,3%), teste estatístico exato de Fisher, Tabela
10.
Tabela 10: Distribuição da ocorrência de constipação intestinal, de acordo com o consumo de
líquido, atividade física, obesidade/sobrepeso e grupo etário, dos 126 adolescentes.
Variáveis Constipação intestinal
Estudadas Não Sim Total p-valor
N (%) N (%) N (%)
Consumo de líquidos 0,145
< 8 copos 24 (19%) 5 (4%) 29(23%)
> 8 copos 90 (71,4%) 7 (5,6%) 97(77%)
Consumo de água 0,754
< 6 copos 74 (58,7%) 7 (5,6%) 81(64,3%)
> 6 copos 40 (31,7%) 5 (4%) 45 (35,7%)
Atividade física 0,04*
Não (sedentário) 6 (4,8%) 3 (2,4%) 9 (7,1%)
Sim 108 (85,7%) 9 (7,1%) 117 (92,9%)
Obesidade e sobrepeso 0,732
Não 87 (69%) 10(7,9%) 97 (77%)
Sim 27 (21,4%) 2(1,6%) 29(23%)
Idade 0,312
< 14 anos 30 (23,8%) 5(4%) 35 (27,8%)
> 14 anos 84 (66,7%) 7 (5,6%) 91 (72,2%)
TOTAL 114 (90,5%) 12 (9,5%) 126(100%)
*Houve diferença significante para p <0,05. Teste estatístico exato de Fisher.
N= número de adolescentes. % = Porcentagem em relação à amostra toda (126 adolescentes).
_________________________________________________________________________________________________________________
Resultados
87
Constipação intestinal e hábito de consumo de alguns alimentos ricos em fibras
O hábito alimentar de consumir alimentos ricos em fibras (número absoluto e
frequência) ao mesmo tempo (como: o arroz integral, pão integral, aveia, farelo de trigo,
feijão, verduras e frutas ou nenhum deles) foram descritos na Tabela 11 a seguir. Observa-se
que 47/126 (37,3%) dos adolescentes tinha hábito de consumir três alimentos ricos em fibras
ao mesmo tempo, 11 (8,7%) não consumiu nenhum desses alimentos. Apenas três (2,4%)
alunos possuíam o hábito de consumir seis alimentos ricos em fibras ao mesmo tempo.
Tabela 11. Hábito de consumo de alguns alimentos ricos em fibras nos 126
adolescentes
Número de alimentos
ricos em fibras
Frequência de alunos % de alunos
0 11 8,7
1 6 4,8
2 34 27
3 47 37,3
4 18 14,3
5 7 5,6
6 3 2,4
Total 6 126 100%
_________________________________________________________________________________________________________________
Resultados
88
Gráfico 7: Distribuição da porcentagem de adolescentes constipados ou não do consumo
habitual de alimentos ricos em fibras de 1 a 6 alimentos /dia.
O Gráfico 7 demonstra a porcentagem de adolescentes com o consumo habitual de
alimentos ricos em fibras concomitantes de um a seis alimentos por dia (farelo de trigo, aveia,
arroz integral, pão integral, verdura, frutas, feijão). Considerando que a maior frequência foi
com o consumo associado de três alimentos ricos em fibras, então esses alimentos foram
agrupados em alimentos ricos em fibras consumidos maior ou igual a três/dia ou menor que
três. Posteriormente foi relacionado com a presença ou não de constipação intestinal e não
apresentou diferença significativa, nesse grupo estudado, segundo o teste exato de Fisher
(p=1,000). Provavelmente devido ao fato de ser uma análise limitada, pois não chegou à dose
de fibras.
_________________________________________________________________________________________________________________
Resultados
89
4.5 Obesidade/ sobrepeso relacionado com: atividade física, número de refeições, uso de
adoçante, idade e imagem corporal.
A obesidade e sobrepeso foram identificadas, segundo o IMC/ idade para relacionar as
variáveis abaixo.
Obesidade/ sobrepeso e atividade física
Não houve associação significativa entre atividade física e obesidade (p=0,429),
mesmo considerando que a maioria das crianças obesas 26/29 (89,7%) exercia alguma
atividade física, representando 20,6% (26/126) dos entrevistados, teste estatístico exato de
Fisher, Tabela 12.
Obesidade/ sobrepeso e número de refeições
Não houve associação significativa entre sobrepeso e obesidade, e o número de três ou
mais refeições ao dia refeições (p=0,440), teste estatístico qui-quadrado, Tabela 12.
Quando o número de refeições foi categorizado em adequado para maior ou igual a
cinco refeições/dia, houve tendência (p= 0,07) para associação com eutrofia, teste estatístico
qui-quadrado, Tabela 12.
Obesidade e sobrepeso, e uso de adoçante dietético
Não houve associação (p=0,621) entre uso de adoçante dietético com sobrepeso e
obesidade, teste estatístico exato de Fisher, Tabela 12.
_________________________________________________________________________________________________________________
Resultados
90
Obesidade e sobrepeso, e idade
O grupo de obesos e sobrepeso acima de 14 anos correspondeu a 15/29 adolescentes
(51,7%). O desvio de peso se intensificou com o passar da idade, apesar desses valores em
porcentagem terem se apresentado próximos a metade da amostra (50%), a relação da idade
com a obesidade e sobrepeso apresentou diferença significativa, ou seja, p=0,005 segundo
teste de qui-quadrado, Tabela 12.
Tabela 12: Distribuição de obesidade e sobrepeso, atividade física, número de refeições, uso de
adoçante dietético e idade
Variáveis Sobrepeso e obeso
Estudadas Não Sim Total p-valor
N (%) N (%) N (%)
Atividade física 0,429*
Não 6 (4,8%) 3 (2,4%) 9 (7,1%)
Sim 91 (72,2%) 26 (20,6%) 117 (92,9%)
Número de refeições 0,440**
< 3 refeições/ dia 39 (31%) 14 (11,1%) 53 (42,1%)
> 3 refeições/ dia 58 (46%) 15 (11,9%) 73 (57,9%)
Número de refeições 0,071**
< 5 refeições/ dia 76 (60,3%) 27 (21,4%) 103 (81,7%)
> 5 refeições/ dia 21 (16,7%) 2 (1,6%) 23 (18,3%)
Uso de adoçante dietético 0,621*
Não 93 (73,8%) 27 (21,4%) 120 (95,2%)
Sim 4 (3,2%) 2 (1,6%) 6 (4,8%)
Idade 0,005**
< 14 anos 21 (16,7%) 14 (11,1%) 35 (27,8%)
> 14 anos 76 (60,3%) 15 (11.9%) 91 (72,2%)
TOTAL 97 (77%) 29(23%) 126 (100%)
Houve diferença significante p <0,05. Testes estatísticos: exato de Fisher*, qui-quadrado**.
%= Porcentagem em relação à amostra toda (126 adolescentes).
_________________________________________________________________________________________________________________
Resultados
91
Obesidade/ Sobrepeso em relação à imagem corporal
Noventa e quatro dos 126 (74,6%) dos adolescentes eram eutróficos e 29/126 (23, 1%)
obesos ou com sobrepeso, porém cerca de 2/3 dos adolescentes (73/126; 58%) consideravam
seu peso adequado e 53 (42%) inadequado, Gráficos 3, 6 e Tabela 13.
Dos 29 com sobrepeso e obesidade, 22 (75,7%) reconheciam seu peso como
inadequado e 7/29 (24,1%) adolescentes achavam que estavam adequados, porém estavam
com peso acima do recomendado. No grupo dos adolescentes eutróficos 31/94 (33%)
achavam que seu peso era inadequado, porém estava adequado.
A Tabela 13 mostra a análise de concordância entre o diagnóstico nutricional
(eutrófico, sobrepeso e obeso, e desnutrido) com a avaliação da imagem corporal (segundo a
sua impressão quanto ao peso: adequado, elevado e baixo) nos 126 adolescentes.
Tabela 13 – Análise da concordância entre diagnóstico nutricional e imagem corporal,
segundo a impressão quanto ao peso, dos 126 adolescentes
Diagnóstico nutricional
Impressão quanto ao peso Total
Adequado Elevado Baixo
Eutrófico
N (%)
63 (50)
N (%)
17 (13,5%)
N (%)
14 (11,1)
N (%)
94 (74,6)
Sobrepeso e obeso 7 (5,5) 22 (17,5%) 0 29 (23)
Desnutrido 3 (2,4) 0 0 3 (2,4)
Total 73 (57,9) 39 (31) 14 (11,1) 126 (100)
N= Número de adolescentes. Kappa = 0.341 (sem concordância)
_________________________________________________________________________________________________________________
Resultados
92
A Tabela 14 demonstra a análise de concordância entre o diagnóstico nutricional
(eutrófico, sobrepeso e obeso, e desnutrido) com a imagem corporal (de acordo com a sua
impressão quanto ao peso) nos adolescentes, segundo os gêneros. Tanto o gênero feminino
como o masculino não apresentaram concordância, Kappa=0,355 para o feminino e
Kappa=0,323 para o masculino. Onze de 47 meninas eutróficas julgaram seu peso elevado e
4/16 obesas e sobrepeso relataram seu peso adequado, uma desnutrida julgou seu peso
adequado.
Para os meninos, dos 47 eutróficos, 10 julgaram seu peso baixo e seis elevado, quanto
aos 13 sobrepeso ou obesos, três julgaram seu peso adequado, dos dois desnutridos, ambos
julgaram seu peso adequado, Tabela 14.
Comparando os coeficientes Kappa das meninas e meninos pelo teste Z não houve
diferença significativa entre eles (Z=0.1980, p-valor=0.8430).
Tabela 14 – Análise da concordância entre o diagnóstico nutricional e a imagem corporal, segundo a
impressão quanto ao peso, das 64 meninas e dos 62 meninos.
Impressão quanto ao peso
Diagnóstico nutricional
Adequado Elevado Baixo Total
F M F M F M F M
N(%) N(%) N(%) N(%) N(%) N(%) N(%) N(%)
Eutrófico 32(50) 31(59) 11(17,2) 6(9,7) 4(6,2) 10(16,1) 47(73,4) 47(75,8)
Sobrepeso e
Obeso 4(6,2) 3(4,8) 12(18,7) 10(16,1) 0 0 16(25) 13(21)
Desnutrido 1(1,6) 2(3,2) 0 0 0 0 1(1,6) 2(3,2)
Total 37(57,8) 36(58,1) 23(35,9) 16(25,8) 4(6,2) 10(16,1) 64(100) 62(100)
N= números de adolescentes
Gênero feminino (F): Kappa = 0.355 ( sem concordância)
Gênero masculino (M): Kappa = 0.323 (sem concordância)
houve diferença significativa entre os gêneros: teste Z=0.1980, p=0.8430.Não
_________________________________________________________________________________________________________________
Resultados
93
Reagrupando as categorias do diagnóstico nutricional em eutrófico e distrófico (obeso,
sobrepeso e desnutrido) e da imagem corporal em adequada e inadequada (peso elevado e
peso baixo), Tabela 15, da análise de concordância Kappa= 0,294, mantendo assim sem
concordância entre o diagnóstico nutricional e a imagem corporal, destacando na mesma
tabela que dos 10/32 (31,25%) dos adolescentes julgaram seu peso adequado e estava
distrófico.
Tabela 15 – Análise da concordância entre o diagnóstico nutricional, agrupado, em eutrófico
e distrófico e a imagem corporal, agrupada em impressão quanto ao peso adequado e
inadequado dos 126 adolescentes.
Impressão do peso Total
Diagnóstico Nutricional
Adequado Inadequado
N(%) N(%) N(%)
Eutrófico 63 (50) 31 (24,6) 94 (74,6)
Distrófico 10 (7,9) 22 (17,5) 32 (25,4)
Total 73 (57,9) 53 (42,1) 126 (100)
N= Número de adolescentes Kappa=0.294 (sem concordância)
_________________________________________________________________________________________________________________
Resultados
94
Mantendo a mesma linha de raciocínio, quando ao diagnóstico nutricional e a imagem
corporal foram agrupados, podemos observar na Tabela 16, os valores de Kappa para meninos
e meninas de: 0,326 e 0,261 respectivamente, confirmando sem concordância nesses testes
estatísticos. Entre as meninas 5/17 (29,4%) eram distróficas e se julgavam eutróficas.
Enquanto que os meninos 5/15 (33%) julgavam seu peso adequado, porém eram distróficos.
Comparando os coeficientes Kappa das meninas e meninos, agrupados em eutrófico e
distróficos, pelo teste Z, conforme proposto por Congalton e Mead (1983) não houve
diferença significativa entre eles (Z=0.3897, p-valor=0.6967), Tabela 16.
Tabela 16. Análise da concordância entre o diagnóstico nutricional agrupado (em
eutrófico e distrófico) e a imagem corporal (agrupada em impressão de peso
adequado e inadequado) das 64 meninas e 62 meninos.
Impressão quanto ao peso
Diagnóstico
nutricional
Adequado Elevado Total
F M F M F M
Eutrófico 32(50%) 31(50) 15(23,4) 16(25,8) 47(73,4) 47(75,8)
Distrófico 5(7,8) 5(8,1) 12(18,8) 10(16,1) 17(26,6) 15(24,2)
Total 37(57,8) 36(58,1) 27(42,2) 26(41,9) 64(100) 62(100)
Gênero feminino (F): Kappa = 0,326 ( sem concordância)
Gênero masculino (M): Kappa = 0,261 (sem concordância)
Não houve diferença significativa entre os gêneros, teste Z= 0,3897, p =0,6967.
_________________________________________________________________________________________________________________
Resultados
95
4.6 Programa de educação nutricional e seu efeito no conhecimento de nutrição dos
adolescentes
Programa de educação nutricional
Após a aferição dos dados antropométricos dos 126 adolescentes (peso, altura, PCT,
PCS, CB) e entrevista individual com o objetivo de preencher o questionário desenvolvido
para essa pesquisa (Apêndice 4), iniciou-se o programa de educação nutricional. O programa
de educação nutricional foi desenvolvido para os 126 alunos do estudo, de seis classes,
Tabela 17.
Como o 1.o ano do ensino médio tinha duas classes A e B, foi definido que os alunos
do 1.o ano B seriam o grupo de comparação, por tanto, esses alunos não receberam orientação
nutricional individual ou em grupo. Os alunos que foram identificados com algum problema
foram encaminhados para um especialista: médico ou nutricionista, informando a diretora da
escola.
A orientação nutricional individualizada foi oferecida para 107 alunos, dentre esses, 45
receberiam somente orientação nutricional individual e 62 orientação grupo além da
orientação individual, ou seja, receberam orientação nutricional por dois métodos, Os alunos e
suas orientações estão apresentados na Tabela 17.
Tabela 17. Séries, número de adolescentes e os tipos de orientações nutricionais
Séries n (%) Tipos de orientações
1.o ano Ensino Médio A 18 14,3 Individual
1.o ano Ensino médio B 19 15,1 Sem orientação
2.o ano Ensino médio 13 10,3 Individual
3.o ano Ensino médio 14 11,1 Individual
7.a série 27 21,4 Grupo
8.a série 35 27,8 Grupo
Total 126 100
Obs.: Os alunos que receberam orientação em grupo: receberam anteriormente orientação individual
_________________________________________________________________________________________________________________
Resultados
96
A orientação individualizada durou em média 45 minutos por adolescente. Nessa
orientação, os alunos receberam um retorno quanto ao seu diagnóstico nutricional
(normal=eutrófico, sobrepeso, obeso ou desnutrido) demonstrado no gráfico de crescimento e
foram orientados quanto à saúde intestinal focando a constipação intestinal, para isso foi
utilizado o critério de Roma III e as fotos de Ruben e Dale, 2006.
As orientações nutricionais individualizadas foram baseadas na alimentação saudável,
com enfoque na pirâmide alimentar (PHILIPPI et al., 1999), grupos de alimentos (IRALA e
FERNANDEZ, 2001), alimentos ricos em fibras (TACO, 2006), importância de consumir
todas as refeições (SANTOS et al., 2005; BRASIL, 2009), consumo adequado de líquidos:
água, sucos, leite (WAITZBERG, 2001; BEYER, 2005, COBAYASHI, 2005) e a
importância em desenvolver atividade física (MUTH et al., 2008). Essas orientações foram
baseadas no Apêndice 6.1. Quando necessário, o adolescente foi encaminhado para um
especialista.
As orientações em grupo foram desenvolvidas e aplicadas após várias reuniões da
nutricionista com a diretora da escola, coordenadora pedagógica, vice-diretora e professores.
O programa de educação nutricional em grupo foi desenvolvido para os alunos da 7.a e 8
.a
séries, pois esses alunos estudavam no período da tarde, facilitando a separação dos grupos.
Esses alunos receberam a orientação em grupo além da individual. As atividades em grupo
foram solicitadas pelos professores aos alunos, posteriormente foi agendada uma data para a
demonstração dos trabalhos durante um Workshop.
No Fluxograma 3 é possível observar a participação dos 126 adolescentes no
programa de educação nutricional desenvolvido nessa pesquisa.
_________________________________________________________________________________________________________________
Resultados
97
Figura 3: Fluxograma dos adolescentes que participaram do programa de educação
nutricional e responderam as questões referentes ao conhecimento de nutrição.
A educação nutricional em grupo se baseou no Workshop (Tabela 18) desenvolvido
com a participação de todos (professores, alunos, nutricionista, pais, merendeiros,
funcionários da escola). As atividades desenvolvidas pelos profissionais nesse programa em
grupo foram as seguintes:
A nutricionista:
Desenvolveu o projeto concomitante aos professores e ministrou as palestras sobre
alimentação saudável e transtorno alimentar.
126 Adolescentes
Orientação individual
n = 45
Orientação e em grupo
n=62
n = 62
Sem orientação
N =19
Responderam as questões antes
da orientação em grupo n = 55
Responderam as questões depois
da orientação em grupo n = 40
Respostas pareadas n = 36
adolescentes
Sem orientação que responderam o
questionário de comparação n = 18
_________________________________________________________________________________________________________________
Resultados
98
A diretora:
Apoiou e participou do desenvolvimento do projeto como um todo. Motivou a
participação dos alunos e professores. Devido à identificação de alguns casos de obesidade e
sobrepeso, iniciou um grupo de caminhada, logo após o almoço diariamente.
Vice-diretora:
Participou do desenvolvimento do projeto, sugeriu a participação dos pais, na palestra
sobre de alimentação saudável, aproveitando a reunião de pais e mestres da escola.
Coordenadora pedagógica:
Participou e divulgou o projeto entre os alunos, professores e pais. Incentivou a
participação de todos. Promoveu reunião com os professores quanto à aplicação do projeto.
Professores:
Português:
Aplicou a avaliação quanto ao conhecimento de nutrição dos alunos, ou seja, o
questionário contendo 10 perguntas objetivas desenvolvido para essa pesquisa (Apêndice 6.2)
antes de iniciar as atividades em grupo. Apresentou filme sobre obesidade (Super Size Me) e
ministrou questões dissertativas sobre o tema (Apêndice 6.3), abordando a alimentação nas
três escolas apresentadas pelo filme, fez uma associação do filme com fast food, indústria
alimentícia e associação de alimentos com brinquedos, enfim discutiu a mensagem do filme.
Ciências:
Orientou os alunos a pesquisarem e desenvolverem cartazes sobre transtorno alimentar,
obesidade, trato gastrointestinal. Os temas foram apresentados oralmente por duplas de
alunos sob a forma de seminário, para todos os colegas da 7.a e 8
.a séries, além do professor
de ciências, outros participaram (professores de geografia, artes, educação física, vice-
diretora, merendeiros e nutricionista).
_________________________________________________________________________________________________________________
Resultados
99
Inglês:
Desenvolveu atividades de vocabulário com os alunos aplicando a pirâmide alimentar
(PHILLIP et al, 1999). Colocou-se disponível a quem quisesse consultar o computador da
escola.
Educação física:
O professor de educação física discutiu o gasto calórico com a execução de alguns
exercícios físicos e divulgou em mural da escola alguns tipos de atividade física x gasto
calórico (DOROSZ, 2006), visando o equilíbrio, alimentação saudável e atividade física. O
livro utilizado para efetuar essa atividade consta do material bibliográfico da escola.
Professora de Artes:
Criou uma pirâmide alimentar com o objetivo de desenvolver atividades quanto à
alimentação saudável equilibrada e grupos de alimentos. O trabalho ficou exposto
visualmente no pátio da escola.
Professor de Matemática:
Aplicou exercícios com gasto energético e atividade física (DOROSZ, 2006) com
elaboração de gráficos de coluna (Apêndice 6.3).
Professores de História e Geografia:
Abordaram o tema obesidade no Brasil e mundo, por meio de linguagem gráfica e
estatística em aula.
Professor de Química:
Aplicou o questionário no grupo de comparação e nos alunos que participaram do
programa de educação nutricional em grupo.
Outros professores: Incentivaram os alunos a participarem do projeto
Pais:
_________________________________________________________________________________________________________________
Resultados
100
Participaram de palestras sobre alimentação saudável, juntamente com alguns
professores e alunos. A participação dos mesmos enriqueceu o trabalho, acrescentando várias
perguntas sobre o tema durante e após as apresentações. A palestra sobre alimentação
saudável foi elaborada pela 2.a vez durante a reunião de pais e mestres visando facilitar a
participação dos pais.
Além dos objetivos traçados para o desenvolvimento desse projeto, os merendeiros e
outros funcionários da escola: solicitaram e receberam orientação nutricional individualizada
e também diagnóstico sobre seu estado nutricional.
O cronograma do programa de educação nutricional aplicado em grupo e desenvolvido
na escola em parceria com os professores e alunos pode ser observado na Tabela 18.
Tabela 18. Programa do Workshop Transtorno Alimentar e Alimentação Saudável.
Datas Programa de nutrição (7.a e 8
.a séries)
Na semana anterior Palestra sobre alimentação saudável (participação dos pais)
2.a
feira Divulgação gasto energético durante atividade física
(Prof. Educação Física)
3.a
feira Apresentação do filme Super Size Me (Profa. de Português)
Atividade relacionando gasto energético e atividade física
(Prof. Matemática)
Obesidade no Brasil e mundo (Geografia e História)
4.a
feira
13:30 - 14:10 Palestra sobre Transtorno Alimentar (Nutricionista)
14:10 – 14:30 Apresentação de trabalhos pelos alunos (Ciências)
14:30 - 15:15 Palestra alimentação saudável (Nutricionista)
15:15 - 15:30 Lanche saudável (participação dos merendeiros)
5.a
feira 13:35 - 15:15 Trabalhos artísticos com a pirâmide alimentar (Artes)
6.a
feira Vocabulário e dinâmica com a pirâmide alimentar (Inglês)
_________________________________________________________________________________________________________________
Resultados
101
Durante o desenvolvimento do Workshop houve variação da participação dos alunos
nas atividades desenvolvidas em grupo e essas foram relacionadas a seguir, em ordem
decrescente; Tabela 19.
Tabela 19: Participação dos alunos nas atividades em grupo.
Atividades em grupo Número de alunos
Atividades de história, geografia e ciências 62
Atividade de matemática 60
Filme Super Size Me 59
Palestra sobre transtorno alimentar 47
Palestra sobre alimentação saudável 43
Atividade de inglês com a pirâmide alimentar 29
_________________________________________________________________________________________________________________
Resultados
102
Efeito do programa de educação nutricional
Com o objetivo de verificar o efeito do programa de educação nutricional
desenvolvido com os adolescentes quanto à absorção do conhecimento de nutrição dos alunos
sobre os temas abordados foi aplicado um questionário contemplando 10 perguntas objetivas
(Apêndice 6.2), valendo nota, de zero a 10, utilizou-se gabarito para as correções (Apêndice
6.3). Para poder avaliar a mesma população, com análise pareada, foi excluídos alguns alunos
que não pareavam entre si, assim ficaram 36 alunos para cada grupo individual e em grupo,
além dos 18 como grupo de comparação. Fluxograma 3.
Comparando os adolescentes que receberam Orientação individual e Orientação em
grupo (Tabela 20) pode ser observado que a nota dos alunos variou de 2 a 9.8. Foi possível
verificar que houve diferença estatística significativa (p=0,005) para a melhora do
conhecimento dos alunos, ou seja, melhora das notas, demonstrando que o programa de
nutrição teve efeito nessa população, ou seja, os adolescentes com orientação individual a
média da nota era 6,78 (+1,81), com mínino de dois e máximo de 8,9, enquanto a orientação
em grupo a média foi 7,86 (+1,20), com mínimo de 3,9 e máximo de 9,8, segundo o teste
estatístico de Wilcoxon, observou-se diferença significativa nesses resultados (p=0,005).
Tabela 20. Estatística descritiva da variável nota da Orientação individual e
Orientação em grupo.
Avaliações N Valor
mínimo
Valor
máximo
Média das
notas
DP
Orientação individual 36 2 8,9 6,78 1,81
Orientação grupo 36 3,9 9,8 7,86 1,20
p= 0,005
DP=Desvio padrão; N= Número de alunos; Testes estatístico de Wilcoxon
_________________________________________________________________________________________________________________
Resultados
103
A Tabela 21 mostra que os valores mínimos, máximos e as médias dos 36 adolescentes
que receberam orientação nutricional individual e dos 18 que pertenciam ao grupo de
comparação (não receberam orientação nutricional), as médias foram 6,78 e 6,19
respectivamente, apesar da média do valor máximo ter sido maior, na orientação individual
não teve diferença significativa.
Tabela 21. Estatística descritiva da variável nota da Orientação individual e do Grupo
de comparação (sem orientação)
Avaliações N Valor
mínimo
Valor
máximo
Média das
notas
DP
Orientação individual 36 2 8,9 6,78 1,81
Grupo de
comparação
18 3 8,10 6,19 1,42
p= 0,1322
DP= Desvio padrão; N= Número de alunos; Teste estatístico de Mann-Whitney
A Tabela 22 compara os adolescentes que receberam Orientação em grupo e o Grupo
de comparação, desta vez teve diferença significativa (p=0,001), segundo o teste estatístico de
Mann-Whitney.
Tabela 22. Estatística descritiva da variável nota da Orientação em grupo e do Grupo de
comparação
Avaliações N Valor mínimo Valor
máximo
Média
das notas
DP
Orientação grupo 36 3,9 9,8 7,86 1,20
Grupo de comparação 18 3 8,10 6,19 1,42
p= 0,001
DP= Desvio padrão; N= Número de alunos; Teste estatístico de Mann-Whitney
_________________________________________________________________________________________________________________
Resultados
104
A nota da média dos alunos que receberam orientação em grupo (Média = 7,86) ter
sido maior que os que receberam somente orientação individual (Média = 6,78) pode ter sido
devido a vários fatores: terem recebido dois tipos de orientações (individual e em grupo),
terem tido a motivação e envolvimento dos professores, além dos demais membros que
participaram do Workshop.
Além dos resultados quantitativos apresentados, demonstrando a importância que esse
programa de educação nutricional teve para esses alunos, é importante ressaltar algumas
aquisições adquiridas com o desenvolvimento desse projeto como: a integral dedicação e
participação da diretora e dos professores da escola; o interesse dos pais nas palestras; o
empenho dos alunos na apresentação de seus trabalhos durante o Workshop; o entrosamento
transdisciplinar entre os professores e profissionais envolvidos; a empolgação de todos ao
explorar temas preventivos aos cuidados da saúde como: alimentação saudável, transtorno
alimentar e as pesquisas sobre obesidade no mundo; a solicitação de alguns professores e
funcionários quanto à avaliação do seu estado nutricional e posterior orientação nutricional
individualizada; o contato com temas de nutrição inseridos na ementa curricular da escola.
105
DISCUSSÃO
_________________________________________________________________________________________________________
Discussão
106
5. DISCUSSÃO
Organizações nacionais e internacionais têm destacado o baixo consumo alimentar de
frutas e hortaliças em todos os setores sociais, e esse é um dos fatores importantes que
predispõem o nosso organismo às doenças crônico-degenerativas. Ter uma alimentação
adequada é essencial na promoção à saúde e deveria estar nos objetivos do ensino nas escolas/
universidades, empresas, nos esportes, enfim em políticas públicas (BOOG, 2004).
Nova pesquisa está sendo elaborada no país quanto ao estado nutricional e alguns
dados dessa pesquisa foram publicados na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF),
BRASIL 2008/09, e destacam que a família brasileira gasta, em média, R$ 2.626,31 por mês,
e as do Sudeste gasta mais (R$ 3.135,80). O gasto com a alimentação, por exemplo, teve
redução entre o Estudo Nacional da Despesa Familiar (ENDEF) (33,9%) e a POF 2002/03
(20,8%) e continua reduzindo (19,8%). As famílias estão gastando mais com alimentação fora
de casa, cresceu de 24,1% para 31,1%. Famílias com maiores rendimentos gastam quase dez
vezes mais que as famílias com renda menor. A escolaridade também altera o padrão de
consumo das famílias, famílias com altos rendimentos gastam com alimentos três vezes mais
que a média. Entre 2002/03 e 2008/09, o percentual de gastos das famílias com carnes,
vísceras e pescados aumentou de 18,3% para 21,9%, o de leite e derivados caiu de 11,9% para
11,5%, o de panificados, e passou de 10,9% para 10,4%, os cereais, leguminosas e oleaginosas
de 10,4% para 8,0%, açúcares e derivados 5,9% para 4,6% e aves e ovos 7,1% para 6,9%. As
frutas aumentaram (de 4,2% para 4,6%) e bebidas e infusões também (8,5% para 9,7%). Um
dado importante relatado foi que 64,8% das famílias do país, nem sempre ou raramente
consomem o tipo de alimento preferido.
Baixa ingestão de frutas e hortaliças pode estar associada ao sobrepeso. O
Departamento de Agricultura dos Estados Unidos implementou frutas e verduras num
programa numa escola da área de Houston em 2006-2007. Durante o programa os alunos
receberam cestas de frutas frescas e legumes diariamente. No final do programa (maio 2007),
foi verificado que esses alunos que sofreram intervenção aumentaram o consumo de frutas e
suco de frutas, pelo menos, duas vezes por dia em relação ao controle. A distribuição de frutas
_________________________________________________________________________________________________________
Discussão
107
e vegetais aos estudantes deu a oportunidade de saborear uma variedade desses alimentos e
aumentar seu consumo (DAVIS et al., 2009).
Nessa pesquisa foi identificado hábito de frutas, porém não de hortaliças, foi
identificado o hábito de leites, carnes (variados tipos), refrigerantes e sucos de frutas. Foi
possível observar no consumo de diferentes tipos de líquidos a substituição do leite pelo
refrigerante.
No estudo de Santos et al. (2005), em Teixeira de Freitas (Bahia), sobre o hábito
alimentar de alunos de uma escola pública, na faixa de 17 a 19 anos, os seguintes alimentos
foram ingeridos e definidos como hábito alimentar, maior ou igual a quatro vezes/ semana,
em mais de 50 %: arroz, pão francês, feijão, farinha de mandioca, manteiga, margarina,
açúcar, café. Outros alimentos foram pesquisados, porém a frequência foi abaixo de 50% (pão
doce, macarrão, biscoitos, bolo, batata, pipoca, frutas e verduras, carnes, leite, refrigerante e
salgados), também com alunos de escola pública na faixa de 17 a 19 anos.
Segundo Lo et al. (2008), adolescentes norte-americanas estão mudando a sua
ingestão de bebidas predominantemente do leite para bebidas açucaradas. O mesmo ocorreu
nessa atual pesquisa, a maior preocupação é que ingestão dessas bebidas açucaradas pode
aumentar o risco de fraturas ósseas e contribuir para a obesidade, além de levar à cárie
dentária.
O consumo alimentar dos adolescentes altera muito rapidamente, principalmente no
estirão de crescimento e pode estar associada à maturação física. Saltar refeições, lanches em
horas não usuais, uso de dietas, jejum, bulimia, vômito auto-induzido, uso de laxativos e
regimes esportivos podem estar presentes na vida do adolescente e não serem identificados
(DWYER, 2003). Avaliar o hábito alimentar e estado nutricional é essencial, pois permite
direcionar condutas educativas e até políticas numa população (SALES et al., 2006; REATO
et al., 2007).
O período da infância e adolescência é considerado o mais importante para a aquisição
da densidade óssea, ou seja, é o mais alto nível de massa óssea alcançado como resultado do
crescimento normal, sendo associado e influenciado por dieta rica em cálcio e exercício físico
(COBAYASHI, 2005).
_________________________________________________________________________________________________________
Discussão
108
Remoção de açúcar, bebidas adoçadas das lanchonetes, reduzirem a frequência de
oferta de batatas fritas seria uma estratégia para reduzir as calorias dos alimentos, pois esses
são considerados alimentos de alta densidade calórica e promotores do sobrepeso e obesidade
(BRIEFEL et al., 2009).
O trabalho de Clark e Fox (2009) com 287 escolas públicas dos Estados Unidos (2.314
crianças) demonstrou que a maioria das crianças tinha dietas nutricionalmente adequadas, mas
80% apresentavam ingestão excessiva de gordura saturada e 92% ingestão excessiva de sódio.
Para Story et al. (2009) pesquisas mostram consistentemente que a maioria das crianças
americanas não consome dietas que atendam as recomendações do Dietary Guidelines for
Americans, nem alcança os níveis adequados de atividade física diária.
No trabalho de Faria et al. (2004) estudaram 221 escolares de uma escola estadual,
com idade de seis a 12 anos, de Araraquara (SP) e encontrou o consumo dos seguintes
alimentos diariamente: arroz 95%, pão 85,5%, leite 80%, alface 39%, balas 31%,
achocolatados 77% e salgadinhos 51%.
Nunes et al. (2007) estudaram o hábito alimentar (consumo maior que três dias) em
588 alunos de 10 a 19 anos, em Campina Grande, Paraíba (292 alunos de escola pública e 324
de escola privada) e verificaram que 36 % (212) tinham hábito de consumir salgadinhos,
34,5% (203) doces, 31,6 % (188) refrigerantes, 20,4% (120) biscoitos, 18,8% (111) suco de
frutas, 14,6% (32) sanduíches, e 4,5% (27) frutas.
Reato et al. (2007) estudaram 174 adolescentes e identificou como hábito alimentar
(4x ou +/semana) os seguintes alimentos: refrigerantes em 20,7% (36), 48,3% (84) tomaram
leite somente uma vez por dia, enquanto 10,9% não tomavam leite (19). A ingestão diária de
carne foi de 44,2% (77), o hábito de consumir o desjejum 57,5%. Também verificaram que 34
(19,5%) usavam suplementos alimentares, os referidos com maior frequência foram:
polivitamínicos (em 9 adolescentes), aminoácidos (em 6), L-carnitina, ou seja, um nutriente
sintetizado de um aminoácido essencial (a lisina), estando presente em todas as mitocôndrias
do corpo (em 30), creatina (ou seja, dois aminoácidos: glicina e arginina) e whey protein, isto
é proteína extraída do soro do leite. Esse trabalho foi similar ao que foi desenvolvido nessa
atual pesquisa, o uso de suplemento nutricional como hábito foi relatado por somente um
adolescente.
_________________________________________________________________________________________________________
Discussão
109
Alimentação inadequada e inatividade física contribuem para a epidemia da obesidade
infantil (MUTH et al., 2008). A incidência de obesidade e suas doenças associadas estão
aumentando significativamente no mundo inteiro e predispõe indivíduos a um risco
aumentado de desenvolver muitas doenças, como: a aterosclerose, diabetes, doenças do
fígado, certos cânceres e algumas desordens do sistema imune e inflamatório (TILG e
MOSHEN, 2006).
Vários trabalhos relatam o aumento da obesidade infantil (FOX et al., 2009;
GLEASON e DODD, 2009; BRIEFEL et al., 2009; STORY et al., 2009; FERNANDES et al.,
2009) e Barlow e Dietz (1998) relatam que a obesidade em crianças e adolescentes representa
uma das doenças mais frustrantes e difícil de tratar.
O consumo alimentar tem sido associado à obesidade não apenas pelo volume, mas
pela composição e qualidade da dieta, caracterizada pelo baixo consumo de frutas, hortaliças
e leite, aumento das guloseimas (bolachas recheadas, salgadinhos e doces) e refrigerantes,
bem como omissão do desjejum, além do maior consumo de lanches e elevada adição de
açúcar (MELLO et al., 2004a; TRICHES e GIUGLIANI, 2005).
Nunes et al. (2007) encontraram 6,8% de obesos e 18,3% de sobrepeso em 588 alunos
de 10 a 19 anos. O estado nutricional desses adolescentes não apresentou relação significante
com o consumo ou não de biscoitos, doces, frutas refrigerantes salgadinhos ou sanduíches.
No Brasil, a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF, 2002-2003) detectou uma
melhora nos indicadores antropométricos nos menores de 20 anos de idade, a desnutrição
infantil diminuiu nos últimos 30 anos, porém teve um aumento considerável de adolescentes
brasileiros com excesso de peso: em 1974-75, estavam acima do peso 3,9% dos garotos e
7,5% das garotas entre 10 e 19 anos; em 2002-2003, os percentuais encontrados foram 18,0%
e 15,4%, respectivamente.
Neutzling et al. (2003) estudou 528 adolescentes (264 acima do peso e 264 eutróficos)
e concluiu que ingerir mais que três refeições por dia foi um fator de proteção contra a
obesidade. Eles também demonstraram que a obesidade dos adolescentes estava associada à
obesidade dos pais (mãe, odds ration (OR)=2,86 e pai OR= 2,43), enquanto que os riscos de
hábito dietético (OR=3,53) e de obesidade antes dos 10 anos (OR=2,26) sugerindo a
_________________________________________________________________________________________________________
Discussão
110
necessidade de intervenção familiar e na comunidade precoces com objetivo de prevenir e
modificar esse comportamento.
No presente estudo 23 % dos adolescentes estavam acima do peso, e desses 7,9% eram
obesos segundo o IMC/idade. Dos 23/126 adolescentes que consumiram igual ou mais que
cinco refeições por dia a maioria (21/23) era eutrófica.
Maddah et al., (2009) estudaram 2.302 meninas proveniente das zonas urbana e rural,
em Guilan Província, Irã e os resultados mostraram um baixo índice de pular o almoço. A
prevalência de obesidade foi significativamente mais baixa em áreas urbanas (4,1%) que nas
zonas rurais (5,2%). A prevalência de sobrepeso foi significativamente mais elevada naqueles
que normalmente ignoraram o almoço (p<0,001). O consumo de alimentos de alta densidade
calórica como, por exemplo, snacks, durante o dia escolar, era comum nesta população,
especialmente nas zonas rurais indicando que o ambiente escolar pode contribuir para a alta
prevalência de sobrepeso e obesidade. Os alunos deveriam ser incentivados a consumir
pequenas refeições e escolher alimentos nutritivos durante o horário escolar.
Pereira et al. (2009) entrevistaram 17 mães com questões relacionadas à alimentação e
concluiu que as mães de crianças com constipação intestinal crônica sabem que a alimentação
é importante no tratamento, no entanto, apenas uma parcela reconhece o papel das fibras
alimentares, além disso, relatou que a refeição não é um momento prazeroso e o fator
financeiro é limitante para definir os alimentos que compõem a dieta dessas crianças.
Nessa pesquisa predominou adolescentes da C e D, porém esses dados foram
limitantes devido ao fato de que menos da metade dos adolescentes responderam o
questionário.
Variedades de definições devem ser mantidas em mente quando estudos de
constipação são revisados. A definição mais comum de constipação intestinal crônica na
literatura em pacientes pediátricos é evacuação três vezes por semana com fezes duras ou
passagem dolorosa (mesmo com frequência normal) durante os últimos dois meses.
Evacuação com dificuldade ou dor com a passagem das fezes significa uma variedade de
coisas para pessoas diferentes (CORKINS, 2005).
Morais e Maffei (2003) estudaram vários trabalhos de crianças com constipação
crônica e crianças com hábito intestinal normal, o consumo de fibra foi estatisticamente
_________________________________________________________________________________________________________
Discussão
111
inferior e correspondeu à cerca de 2/3 do consumo das crianças sem constipação, além disso,
crianças em tratamento consomem a mesma quantidade de fibras que as não constipadas.
Também relatou que crianças que consomem fibras abaixo do recomendado possuem chance
de 4,1 vezes maior de sofrerem de constipação intestinal. Enquanto que em outro estudo
holandês não demonstrou menor consumo de fibras alimentares por crianças com constipação
crônica atendidas em ambulatórios especializados. Sendo importante enfatizar que a não
caracterização do menor consumo de fibras por crianças constipadas não significa que a fibra
não tenha efeitos na prevenção e tratamento da constipação.
Lopez e Victória (2008) estudaram o tempo de trânsito intestinal de 48 pessoas, com
constipação funcional crônica, de acordo com os critérios de Roma II, que não tiveram
sucesso após seis meses com os tratamentos convencionais de suplementação de fibra
alimentar e 18 pessoas voluntárias normais, verificou que os pacientes constipados
apresentaram maior ingestão de fibras que os voluntários sadios (26,3 ± 12,9 g/d constipados
x 9,3 ± 5,2 g/d controles; p<0,001), segundo inquérito alimentar de sete dias, não houve
correlação significante entre a ingestão de fibra e a intensidade da constipação, o grupo de
constipados apresentou, em média, tempo de trânsito total significativamente maior que o
grupo controle.
Corkins (2005) relatou a percepção de um grupo de alemães que foram questionados
quanto ao efeito de dieta sobre fezes, eles informaram que o chocolate, banana e chá preto
conduziram à constipação intestinal e que café e ameixas resultaram em fezes mais macias.
Para ele a constipação intestinal é uma queixa comum na infância. Apesar da literatura
documentar a elevada frequência deste problema, há pouca investigação diretamente
relacionada aos alimentos consumidos e a eventual consistência das fezes.
No presente trabalho, apesar de ter sido encontrado pelo critério de Roma III, 12
(9,5%) constipados, a consistência das fezes foi bastante variada, 18 (14,3%) adolescentes
relataram fezes com consistência dura e separadas. Outro dado que pode ter subestimado o
total de alunos com constipação intestinal foi o fato deles não terem relatado presença de
grande massa fecal no reto.
Quando o paciente apresenta constipação crônica funcional com escape fecal, em
geral, necessita de um tratamento de manutenção em torno de seis a 12 meses. As mães não
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Discussão
112
mencionam espontaneamente a queixa da constipação intestinal, sendo importante a
investigação. Algumas vezes, o diagnóstico foi estabelecido a partir das complicações da
doença como: dor abdominal, escape fecal, sangue nas fezes, distensão abdominal, enurese
(micção noturna), vômitos, infecção urinária, surtos de diarreia, retenção urinária, ou seja,
constipação oculta (MORAIS E MAFFEI, 2000).
Corkins (2005) cita três estudos de crianças com constipação intestinal que o consumo
de fibras foi mais baixo do que as não constipadas, porém não afirma a menor ingestão de
fibras. Também foi citado que indivíduos com constipação intestinal tinham um menor
consumo de queijo, feijões e ervilhas, leite, frutas e hortaliças, carne e aves, açúcar, bebidas
carbonatadas e não carbonatadas, com um maior consumo de café e chá e não encontrou
nenhuma associação significativa de constipação com consumo de cereais ou pão.
No trabalho de Lee et al. (2008) com 368 crianças de três a cinco anos, 28,8%
apresentaram constipação intestinal segundo o critério de Roma. Os autores verificaram que o
consumo de fibras era maior no grupo não constipada (3,8g/dia) comparando a criança
constipada (3,4g/dia), onde essa diferença foi significativa. O consumo de fruta era também
menor nas crianças constipadas, inclusive a vitamina C. A quantidade de leite foi maior no
grupo de crianças constipadas, porém essa diferença não foi significativa. O consumo de
líquido não teve diferença entre os grupos constipados e não constipados.
Também nessa presente pesquisa tanto o consumo somente de água como o de vários
tipos de líquidos não apresentaram diferença significativa com relação à presença ou não de
constipação intestinal, como o trabalho comentado por Corkins (2005) onde o aumento da
água em um grupo comparado com outro com dieta padrão não teve diferença significante na
consistência e frequência das fezes. Porém a importância da água é na constipação intestinal é
amplamente relatada na literatura (COOPINI et al., 2001 e BEYER, 2005). Esses resultados
fortalecem mais uma vez a importância de associar várias orientações quanto ao tratamento
da constipação intestinal, pois uma única ação dificilmente reverterá o quadro crônico desse
paciente.
O presente trabalho apesar de ter sido encontrado como hábito o feijão e as frutas,
outros alimentos ricos em fibras tiveram seu consumo abaixo do ponto de corte para a
definição de hábito, como o arroz integral, pão integral, barra de cereal, aveia, farelo de trigo,
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Discussão
113
pipoca e verdura de folha. Esses são alimentos cujo consumo poderia ser motivados
fortalecendo o hábito para alimentos ricos em fibras dietéticas.
O consumo maior de fibras ocasiona trânsito intestinal mais rápido e aumento do peso
fecal. A estimativa do consumo de fibras alimentares pode apresentar grande variabilidade,
pois depende da tabela de fibras nos alimentos utilizadas para efetuar os cálculos dietéticos
(MORAIS E MAFFEI, 2000).
Segundo Mustafa et al. (2007) no seu estudo com 1900 crianças, as constipadas
apresentaram menor consumo de frutas hortaliças e um maior consumo de leite, biscoitos e
macarrão do que as crianças não constipadas.
Um alimento importante e com um teor de fibras bastante interessante como o farelo
de trigo não foi relatado por nenhum adolescente nesse estudo. Quando foi abordado o
consumo associado de vários alimentos ricos em fibras, nesse estudo (farelo de trigo, aveia,
arroz integral, pão integral, verdura, frutas, feijão) somente três adolescentes (2,4%)
consumiam seis tipos diferentes desses alimentos ao mesmo tempo. A maior parte consumia
três tipos diferentes de alimentos ricos em fibras, 47 adolescentes (37,3%). Outros alimentos
também poderiam ser estimulados na alimentação do adolescente como a aveia, verduras e
pipoca focando a maior quantidade de fibras na alimentação.
Em relação à maioria dos dados referidos nos trabalhos quanto ao consumo alimentar,
atividade física e obesidade, os adolescentes estudados nessa pesquisa apresentaram hábito
alimentar adequado, eram estimulados a atividade física e a maioria eutrófica, com 23%
obesos ou sobrepeso, segundo o IMC/idade. Quanto à constipação intestinal a comparação é
difícil devido aos diferentes métodos relatados nos artigos.
Com relação à insatisfação corporal, é um fato presente na vida de muitos
adolescentes, nos países desenvolvidos, aproximadamente de 40 a 70% das jovens do sexo
feminino estão insatisfeitas com seus corpos e mais que 50% buscam a magreza. Para o
gênero masculino não há dados tão precisos, porém a insatisfação busca o emagrecimento ou
aumento da massa muscular. Em estudos nacionais, é possível observar jovens do sexo
feminino mais insatisfeitas do que os do sexo masculino, ficando suscetíveis ao
desenvolvimento de doenças de ordem alimentar, como a anorexia e bulimia nervosas ou
obesidade (CONTI et al., 2009; FREITAS et al., 2009).
_________________________________________________________________________________________________________
Discussão
114
Freitas et al. (2009) estudaram 54 adolescentes do sexo feminino, de 14 a 19 anos, de
um colégio particular e verificou segundo o IMC 1,85% das avaliadas apresentaram magreza
grau III, 1,85% magreza grau II, 14,81% magreza grau I, estando a maioria eutrófica (75,93%)
e apenas 5,56% com sobrepeso, não encontrou nenhum caso de obesidade. Dentre essas
adolescentes, 29,63% relataram estar contentes com o corpo e 70,37% relataram não estar,
sendo que dessas, 66,67% gostariam de emagrecer. Conclui que a distorção da imagem
corporal ocorreu entre essas adolescentes, uma vez que a maioria era eutrófica e mesmo assim
possuía o desejo de diminuir seu peso.
Conti et al. (2005) estudaram 147 adolescentes, 35,40% do sexo masculino e 64,60%
do sexo feminino e verificaram que 44,23% dos meninos e 18,93% das meninas apresentaram
excesso de peso; 1,92% dos meninos e 3,16% das meninas, magreza, e os demais (53,85%
dos meninos e 58,98% das meninas) eram eutróficos. Foi encontrada associação significante
entre excesso de peso e insatisfação para as áreas do estômago, cintura e peso corporal nos
meninos e para as áreas do cabelo, nádegas, quadril, coxas, pernas, estômago, ombros/costas,
tônus muscular, peso e aparência geral para as meninas. Ou seja, meninas com excesso de
peso apresentaram-se mais insatisfeitas com diversas áreas corporais, mas isso não ocorreu
com os meninos. Também relataram que é consenso o fato de jovens com sobrepeso e
obesidade, apresentam maior insatisfação corporal quando comparados com jovens
eutróficos. Além disso, destacaram que é recomendável o desenvolvimento de atividades
profiláticas voltadas para a conscientização da percepção pessoal, social do adolescente
considerando as pressões a que ele está inserido (CONTI et al., 2009).
Para Branco et al. (2006) ambos os sexos têm percepção real de sua condição
distorcida, nas meninas há mais casos de superestimação (kappa = 43,45%) e nos meninos de
subestimação (kappa = 5,65%).
Kakeshita e Almeida (2006) estudaram 106 estudantes universitários e verificaram
que a maioria das mulheres eutróficas ou com sobrepeso (87%) superestimaram seu tamanho
corporal enquanto mulheres obesas e homens (73%), independente do índice de massa
corporal, subestimaram o tamanho corporal. As diferenças devido a gênero foram
estatisticamente significativas, bem como a insatisfação geral com a imagem corporal
percebida, mostrada pelo desejo por menores valores do índice de massa corporal. As
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Discussão
115
mulheres com sobrepeso apresentaram maior preocupação e desconforto com o corpo. Tanto
homens como mulheres apresentaram distorção na autopercepção da imagem corporal,
subestimando ou superestimando-a. Os resultados sugerem insatisfação com a imagem
corporal, na medida em que desejam ter seus corpos mais magros.
Reato et al. (2007) estudaram 174 adolescentes, sendo que 87 (50%) achavam seu
peso adequado, 20 (11,5%) abaixo do peso e 63 (36,3%) acima do peso, 4 (2,3%) deixaram
em branco. Dos 134 eutróficos, somente 81 achavam que eram eutróficos, 18 achavam abaixo
do peso e 46 acima do peso. Dos três obesos, um achava eutrófico e dois abaixo do peso.
Na presente casuística, 73 adolescentes achavam que seu peso era adequado, quando
abordado sua impressão de peso, porém sete dentre esses eram obesos, mostrando mais um
aspecto de distorção da imagem que pode também contribuir para a alteração de peso. Outro
dado encontrado quanto à imagem corporal foi quanto aos três adolescentes desnutridos, que
julgaram estarem eutróficos, além dos 53 adolescentes que julgaram seu peso inadequado e
dentre esses 31 eram eutróficos. Com isso estudos quanto à imagem corporal são importantes
para identificar distúrbios de imagem e auxiliar na identificação transtornos alimentares,
como por exemplos: a anorexia, bulimia ou obesidade.
Também a prática de atividade física é um componente essencial para a saúde e deve
ser iniciada desde a adolescência não somente em virtude do estado de saúde. Apesar de um
número menor de adolescentes venha a desenvolver disfunções crônicas degenerativas
comparando com os adultos, estudos apresentam comprometimento quanto à pressão arterial,
dislipidemia e gordura corporal em consequência à menor atividade física. Em adultos é
observado menores níveis de atividade física associados à elevada incidência de cardiopatias,
diabetes, hipertensão, obesidade, osteoporose e alguns tipos de câncer. O sedentarismo e o
consumo inadequado de alimentos, além de muitas horas à frente da televisão estão
associados à obesidade. A obesidade infantil é um fator de risco para o aparecimento de
várias doenças como a hipertensão, o diabetes e as dislipidemias, antigamente presentes
somente em adultos e idosos (IRLA E FERNADEZ, 2001; GUEDES et al., 2005; REATO et
al., 2007).
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Discussão
116
Nunes et al., (2007) verificaram que 78,4 % (83) dos adolescentes tinham menos que
150 horas de atividade física enquanto que Reato et al. (2007) verificaram que 75% dos 174
estudados, de 16 a 20 anos, de uma escola particular faziam atividade física.
No atual trabalho a maioria dos adolescentes 117/126 (92,8%) fazia atividade física em
diversas intensidades (vigorosa, moderada e caminhada), foi frequente tanto nos meninos (59)
como nas meninas (58), porém a intensidade vigorosa foi maior nos meninos (29) que nas
meninas (4), com diferença significativa. Embora a maioria dos adolescentes (N=94, 74,6%)
tenha sido eutróficos, uma pequena parte, três (2,4%) era desnutrida e 29 (23%) sobrepeso e
obesos. Esse quadro ressalta a transição epidemiológica que o país atravessa colocando em
evidência a importância da intervenção nutricional. Firmando a ascensão de obesidade no
nosso país, como vem sendo demonstrado por Zorzeto e Bicudo (2003). Não somente em
adultos, mas também em crianças e adolescentes, tendo como causa a mudança de estilo de
vida e hábitos alimentares (TRICHES e GIUGLIANI, 2005).
Esse processo de transição epidemiológica deve ser valorizado. As doenças
cardiovasculares, principal causa de morte, incapacidade na vida adulta e velhice, estão
relacionadas em grande parte com práticas alimentares e estilo de vida inadequado (BRASIL,
2003).
O estudo de Faria et al. (2004) também constatou esse tipo de resultado com 733
crianças de seis a 10 anos, relatou a transição epidemiológica da desnutrição à obesidade onde
valores para o sexo masculino e feminino respectivamente foram 15 (4,31%) e 21 (5,42%)
crianças abaixo do peso, normalidade 229 (65,8%) e 263 (67,95%), sobrepeso 60 (17,24%) e
53 (13,69%), obeso 44 (12,64%) e 48 (12,4%).
No estudo de Santos (2005) com estudantes de escola pública de 17 a 19 anos na
Bahia 14 (4%) apresentaram sobrepeso ou obesidade, 15 (4,2%) magreza e 325 (91,8%)
eutróficos.
Neutzling et al. (2000) estudaram a prevalência de sobrepeso e obesidade em 13715
adolescentes brasileiros de 10 a 19 anos e por meio do IMC, segundo o NCHS, 10,6% eram
meninas e 4,8% meninos, onde os adolescentes de áreas mais industrializadas apresentaram
um risco maior de obesidade (OR=1,86).
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Discussão
117
O estudo de crescimento de Havard (1922-1935) de pacientes acompanhados por 55
anos, classificados por obesos ou magros na época. Dados de morbidade e mortalidade, desse
coorte, predisseram riscos de saúde nos adultos que foram adolescentes sobrepeso em
comparação com os magros, inclusive quanto ao risco de morte por doenças coronarianas.
Outros estudos mostraram risco maior em homens que mulheres por doença coronariana e
aterosclerose, com excesso de peso na adolescência. Morbidade por câncer coloretal e gota
em homem, com excesso de peso na adolescência e para mulher foi relatado a artrite
(HEALD e GONG, 2003).
No trabalho de Freitas et al. (2009) com 54 adolescentes meninas, 51,85% das
avaliadas fazem o desjejum, 40,74% o lanche da manhã, 96,30% o almoço, 72,22% o lanche
da tarde, 77,78% o jantar e 16,67% fazem a ceia.
Nessa atual pesquisa, os adolescentes realizaram pelo menos três refeições ao dia
73/126 (57,9)%, sendo considerado adequado, segundo Santos et al. (2005). O recomendável
seria de cinco a seis refeições ao dia (BRASIL, 2009) e isso ocorreu em somente 23/126
(18,3%) dos adolescentes. Apesar da maioria dos adolescentes ter o consumo diário (sete
dias) de desjejum (56,2%), almoço (81,7%) e jantar (85,7%), alguns resultados foram
preocupantes em alguns adolescentes, pois relataram que nunca consumirem desjejum 19
(15,1%), almoço dois (1,6%) e o jantar em quatro (3,2%).
Outro aspecto quanto à alimentação segundo Irala e Fernandez (2001) é que
atualmente a população está consumindo cada vez mais alimentos diet e light. No presente
trabalho foi identificado o consumo habitual em apenas seis (4,8%) adolescentes para o uso
de adoçante e refrigerante diet e apenas dois (1,6%) para alimentos diet em geral. Buscando
uma associação da obesidade e sobrepeso com a presença do uso de adoçante nessa amostra
de 126 adolescentes, não houve diferença significativa.
A ascensão da incidência da obesidade infantil contribui com o agravo à saúde
podendo aumentar o risco de obesidade na fase adulta, assim cada vez mais se faz necessário
intervenções nutricionais precoces (FARIA et al., 2004).
Para Boog (1981) os programas de educação nutricional visam à mudança de
conhecimentos, entretanto não garante que o indivíduo que está sendo assistido efetivamente
mude suas práticas alimentares. A mesma autora relata que estudos de indivíduos que
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Discussão
118
receberam conhecimentos básicos de nutrição e não estariam habilitados para aplicar essa
prática. Não se pode afirmar que o preenchimento de lacunas do conhecimento determine a
mudança desejada. Para alterar práticas alimentares não é somente educação e sim persuasão.
Suas ações são determinadas por condições ambientais sociais, econômicas, emocionais e tal
importância quanto ao conhecimento adquirido.
Segundo Motta e Boog (1984), o sucesso da educação nutricional é maior quando os
educandos buscam voluntariamente o programa, pois já existe uma motivação prévia.
De acordo com Assis e Nahas (1999), a relação entre o que a pessoa sabe e o que faz
tem sido altamente tênue, porém o conhecimento é um instrutor, quando a pessoa quer mudar.
Um dos papéis do nutricionista é orientar e motivar seu cliente a modificar seus hábitos
alimentares, por meio de assistência individual ou em grupos. Assim, um programa de
intervenção nutricional pode ter sucesso se estiver associado à promoção da saúde, fatores
ambientais, organizacionais e pessoais. Assim, pode se afirmar que esse projeto fez diferença
no conhecimento dos adolescentes e poderá ser aplicado em outras comunidades escolares.
Fernandes et al. (2009) aplicaram um programa de educação nutricional em 135
escolares (de sete a 10 anos) e verificou que o percentual de escolares com
sobrepeso/obesidade passou de 21,8 para 23,6% nas turmas sem intervenção (n = 80) e de
33,7 para 35,0% nas turmas com intervenção (n = 55), segundo os autores não apresentou
resultado no estado nutricional provavelmente porque o programa de educação nutricional
envolveu apenas oito encontros com as adolescentes. Porém verificou-se uma diminuição
significante no consumo de suco artificial nas turmas com intervenção, entretanto, nas turmas
sem intervenção ocorreu um aumento no consumo de salgadinhos industrializados e
refrigerantes.
Outro trabalho de Mello et al. (2004b) envolvendo atendimento nutricional individual
e em grupo a pacientes obesos mostrou bons resultados e foi destacado a importância de
medidas básicas para melhoria dos hábitos de vida o mais precocemente possível,
principalmente envolvendo a família, com isso aprender novos hábitos saudáveis para com o
tempo atingir melhor composição corporal.
Em junho de 2009, houve uma grande conquista na área da educação e nutrição, pois
foi sancionado a lei 11.947 onde determinou que o nutricionista será o responsável técnico
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Discussão
119
pela alimentação escolar. Anteriormente o nutricionista era responsável apenas pelo cardápio,
agora será responsável pelo tipo de alimento que será comprado, como e o que chegou nas
escolas, formação das merendeiras, adequação do cardápio à região, dentre outras funções.
Importante ressaltar que o cardápio deverá ser saudável e não será permitido refrigerantes,
balas e salgadinhos industrializados (PEIXINHO, 2009).
Peixinho (2009) também abordou a implantação da educação nutricional e alimentar
no currículo escolar, que estava no bojo da saúde, assim o Ministério da Educação tem que
discutir a inclusão do tema no currículo escolar, que é obrigatória.
Importante ressaltar que pacientes com distúrbios alimentares parecem ter muito
conhecimento de nutrição, porém sua fonte de consulta pode não ser confiável e sua
interpretação distorcida, assim a educação nutricional é um componente essencial no seu
tratamento (SCHEBENDACH e REICHERT-ANDERSON, 2005).
Revisando a literatura sobre a falta de adesão ao tratamento de pacientes, Assis e
Nahas (1999) relataram que 38% dos pacientes deixam de seguir os tratamentos agudos (uso
de antibióticos), 43% tratamento crônico (uso de anti-hipertensivo), 75% quanto à mudança
de comportamento (restrição alimentar e fumo). Para atividade física 50% dos que iniciam
param entre três a seis meses. Assim essa afirmação confirma a importância de orientações
frequentes para firmar e ampliar o conhecimento.
A relação entre o que as pessoas fazem e o que sabem é muito tênue, o conhecimento
não instiga a mudança, mas funciona como instrumento para o desejo de mudar. O
conhecimento sobre o que comer é o início da influência para o comportamento alimentar
saudável (ASSIS e NAHAS, 1999).
No trabalho de Triches e Giugliani (2005) com 573 crianças, a obesidade se associou
ao menor conhecimento de nutrição e práticas alimentares menos saudáveis. Crianças com
essas características apresentaram cinco vezes mais chances de apresentarem obesas. O nível
de conhecimento modifica a relação entre a obesidade e práticas de consumo alimentar,
porém suspeita-se que algumas crianças que sabem mais sobre nutrição relatam práticas mais
saudáveis e não necessariamente as praticam. Acredita-se que é importante promover
conhecimentos de nutrição para promover hábitos saudáveis e assim diminuir os índices de
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Discussão
120
obesidade, porém estudos não encontraram diferenças significativas entre conhecimento de
nutrição em crianças e adolescentes obesos e eutróficos (TRICHES e GIUGLIANI, 2005).
Também é importante relatar que a etnicidade, ou seja, o conjunto de características
comuns a um grupo de pessoas, a escolaridade e a idade podem afetar a fidedignidade dos
resultados quanto às repostas dadas pelos entrevistados (RIBEIRO et al., 2006).
A educação nutricional como intervenção melhora o conhecimento e atitudes,
influencia a família, porém o conhecimento parece não ser suficiente para mudar a prática
alimentar e consequentemente o IMC (TRICHES e GIUGLIANI, 2005).
Nessa pesquisa, o questionário na forma de perguntas objetivas utilizado como
instrumento para avaliar o conhecimento de nutrição adquirido pelos adolescentes foi de fácil
aplicação e pode ser reproduzido em outros grupos. O projeto desenvolvido por meio de
várias atividades (palestras, filme, seminários, exercícios, discussões, pesquisas com os
professores) apresentou aumento significativo no conhecimento dos alunos, segundo a
melhora de suas notas e os testes estatísticos aplicados. O fato de ter sido elaborado com a
participação dos professores e dos próprios alunos pode ser considerado transdisciplinar e
interativo, podendo ser reutilizado também em outros grupos.
O período de desenvolvimento das atividades em grupo, nessa pesquisa, foi um
momento muito rico, pois houve interação multidisciplinar e todos demonstraram interesse na
participação da pesquisa, inclusive a coordenadora pedagógica demonstrou o material
fornecido pelo governo com enfoque na nutrição, o qual fazia parte do currículo dos
adolescentes. O programa de educação nutricional, dessa pesquisa, desenvolvido em parceria
com os professores, diretoria da escola teve participação ativa dos alunos.
Muth et al. (2008) no trabalho de intervenção nutricional aplicados por estudantes de
medicina em alunos (38 com intervenção e 37 alunos controle) de escola elementar e ensino
médio, apresentou resultados positivos. No grupo do ensino fundamental com intervenção
apresentou um aumento diário de frutas e vegetais (de 2,3 a 2,7 porções), enquanto os alunos
do grupo controle diminuiu (de 2,6 a 2,2 porções) (p = 0,05). No grupo de intervenção:
aumentou a ingestão de alimentos ricos em cálcio e consumo de grãos, porém sem diferença
estatística. Também não teve alteração estatisticamente significativa no comportamento e
atividade física ou IMC. Nenhum aluno respondeu corretamente o número de frutas e vegetais
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Discussão
121
que deveriam consumidos diariamente. Oito de nove alunas do ensino médio completaram o
questionário pós-intervenção. Embora a amostra deste estudo piloto possa ter sido pequena e
impedida a detecção de muitas mudanças significativas, os estudantes também relataram
queda em porções diárias de pão branco, bebidas açucaradas, batatas fritas e doces.
Os programas de educação nutricional têm sido derivados do modelo teórico da teoria
social cognitiva, para modificar sentimentos e ações (ASSIS e NAHAS, 1999). Estudos
mostram que manter um registro por escrito do que se come aumenta a probabilidade de
emagrecer e facilita o propósito da dieta de se tornar estável, porém podem subestimar o que
comem em análises quantitativas (BECK, 2009).
O trabalho de Reato et al. (2007) abordou um programa que desenvolveu em uma
escola particular com 174 alunos onde abordou o tema:¨Nutrição na adolescência¨, a pedido
da coordenadora pedagógica do colégio, onde foram fornecidos as seguintes informações:
necessidades nutricionais, atividade física, dietas da moda, uso de suplemento e
anabolizantes, obesidade e transtorno alimentar. No artigo citado não foi claro sua
metodologia, dificultando sua reprodução, diferente da metodologia descrita nessa pesquisa,
onde a disponibilidade do material para reaplicação pode ser observado em anexo.
Para Chang, et al. (2007) é importante promover alimentação saudável e atividade
física na escola e comunidade, aumentando o acesso a frutas e vegetais, removendo alimentos
com alta densidade calórica, além de citar a importância de programas escolares com alta
qualidade de educação em saúde e educação física no currículo escolar.
Jaime e Lock (2009) na sua revisão sistemática da literatura quanto à eficácia da
escola na alimentação e nutrição e políticas mundiais na melhoria do ambiente escolar,
concluiu que algumas correntes escolares políticas têm sido eficazes na melhoria do ambiente
escolar e ingestão alimentar, mas é pequena a avaliação do seu impacto sobre o IMC. A
escola pode ser um grande ajuste para combater a obesidade infantil e é essencial desenvolver
políticas futuras, além de avaliações por um longo prazo quanto a eficácia de uma gama de
políticas alimentares escolares no combate tanto de ingestão alimentar, sobrepeso e
obesidade.
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Discussão
122
Segundo Story et al. (2009) o número de crianças com sobrepeso hoje é maior do que
em qualquer outro momento na história dos EUA. O artigo concluiu que alimentos vendidos
fora das refeições escolares estão amplamente disponíveis nas escolas, sobretudo do ensino
secundário. A disponibilidade de lanches e bebidas vendidas nas escolas para os alunos
oferecendo alta ingestão de calorias totais, como refrigerantes, gordura total e gordura
saturada, e menor ingestão de frutas deveriam ser excluídos e incluídos produtos agrícolas
saudáveis, além do incentivo à atividade física poderiam ser adicionados ao currículo escolar,
sem consequências acadêmicas. Políticas se destacaram, predominantemente, nos distritos e,
em seguida, os estados, e, em muito menor medida, o governo federal. Poucos estudos têm
analisado a eficácia ou o impacto da escola com base em medições do IMC. Alguns estudos
mostram que as escolas têm feito alguns progressos na melhoria da alimentação e da atividade
física, mas é necessário muito mais trabalho. Reforçar as políticas para fornecer refeições
saudáveis para estudantes, limitar o seu acesso aos nutrientes de baixa qualidade, alimentos
densos em energia durante o horário escolar, e aumentar a frequência, intensidade e duração
da atividade física na escola são necessárias. Isso é fundamental, pois as crianças a partir da
idade escolar começam a ter autonomia crescente para decidir o que comer e isso se não for
em um ambiente saudável pode ser um dos fatores responsáveis pelo aumento da obesidade
infantil.
Outro dado importante relatado em uma pesquisa feita em 2000 em televisões abertas
e a cabo durante a programação infantil mostrou que 65% das propagandas de alimentos
concentravam-se nos alimentos ricos de açúcares e gorduras (IRALA e FERNANDEZ, 2001).
A escola e a comunidade precisam dividir a responsabilidade quanto ao acesso de
alimentos de alta qualidade, programas educacionais nos currículos escolares e atividade
física para combater o sobrepeso e prevenir doenças crônicas degenerativas (PILANT, 2006,
BRIEFEL et al., 2009).
Damasco (2009) relatou que em 5 de novembro de 2008 foi aprovado a proposta de
extensão do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) aos alunos do ensino médio.
Antes restrito aos alunos do ensino fundamental, o programa tem como objetivo fornecer
alimentação saudável e adequada de acordo com cada cultura e etnia, além de educação
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Discussão
123
alimentar e nutricional no processo de ensino e participação da população no controle de
qualidade dos alimentos.
Isso também deveria ocorrer para os universitários, pois segundo Nelson et al. (2009)
alguns fatores que influenciam o peso é o comportamento relacionado com peso, entre os
estudantes de uma universidade pública foram: a disponibilidade alimentar no campus, as
merendas, comer tarde da noite, consumo de álcool, comer por causa do stress/ tédio e comer
alimentos de improvisados em dormitório e quartos. Fatores relacionados à atividade física
incluíram: experiências negativas usando o lazer do campus; más condições climáticas, falta
de tempo, falta de motivação e apoio para o exercício. Enfim vários fatores podem influenciar
o ganho de peso, padrões de dieta e atividade física. As universidades deveriam ter um papel
ativo na concepção e avaliação de peso visando à saúde relacionada à promoção e a
intervenção.
Inclusive seria importante o governo manter campanhas públicas para uma
alimentação saudável para todas as faixas etárias, pois segundo Mirmiran et al. 2009, as
orientações internacionais da Organização Mundial de Saúde recomendam redução da gordura
saturada e de colesterol dietético para evitar hipercolesterolemia e doenças cardiovasculares.
Em estudo transversal com 840 adultos (de 18 e 74 anos) selecionados aleatoriamente, em
1998, verificou-se que o consumo de frutas e verduras está associado a menores concentrações
de lipoproteína total e de colesterol de baixa densidade e menor risco de doenças
cardiovasculares
Intervenção contra a obesidade requer uma combinação de base familiar e escolar
envolvendo vários programas de promoção de atividade física, comportamental e de educação
nutricional (ADA, 2006).
As crianças, jovens e adultos deverão ter suas necessidades nutricionais atendidas
durante a permanência em sala de aula, o que contribui para o desenvolvimento,
aprendizagem e rendimento escolar, além de promover a formação de hábitos alimentares
saudáveis (DAMASCO, 2009).
Promover a saúde na escola beneficia os alunos na infância e adolescência, pois é um
espaço social onde muitas pessoas convivem. A promoção da saúde permite maior controle
da qualidade de vida (IRALA e FERNANDEZ, 2001).
_________________________________________________________________________________________________________
Discussão
124
O próprio governo se compromete por meio da Política Nacional de Alimentação e
Nutrição os seguintes propósitos: garantir a qualidade dos alimentos colocados para o
consumo no país, da promoção de práticas alimentares e estilo de vida saudáveis, prevenção e
o controle dos distúrbios nutricionais e das doenças associadas a alimentação e nutrição
(BRASIL, 2003).
Enfim tendo uma visão mais ampla e generalizada, Damasco (2009) relata a
importância de regras de sustentabilidade ambiental na produção dos alimentos e o incentivo
à agricultura familiar, com cardápios elaborados por nutricionistas, que deverão priorizar os
alimentos naturais e semi-elaborados, com o objetivo de evitar e prevenir doenças como
obesidade, diabetes e hipertensão.
Concomitante a literatura, o presente trabalho mostrou a importância da intervenção
nutricional precoce nos distúrbios alimentares. O desenvolvimento do mesmo pode contribuir
com informações específicas de um grupo de adolescentes de uma escola pública. A
elaboração do projeto foi positiva do ponto de vista quantitativo, uma vez que houve a
melhora das notas dos alunos; e do ponto de vista qualitativo, foi positivo devido à
participação e criatividade dos alunos e professores. Além disso, gerou interação
multidisciplinar, interpessoal, e transdisciplinar. Foi um projeto de fácil aplicação, podendo
ser multiplicado em outras escolas.
Em suma, uma alimentação saudável, bem variada e balanceada, prática de exercícios
regulares, controle do estresse e o hábito de não usar drogas são componentes do estilo de
vida e quando inadequados podem ser modificados para viver melhor e com qualidade de
vida (ASSIS e NAHAS, 1999).
125
CONCLUSÕES
______________________________________________________________________________________________________
Conclusões
126
6. CONCLUSÕES
Com esse trabalho foi possível conhecer alguns aspectos nutricionais dos hábitos alimentar
e intestinal dos 126 adolescentes, numa escola pública da periferia de Campinas, SP, além de
desenvolver e verificar o efeito de um programa de educação nutricional.
Os alimentos que constituíram hábito alimentar desses adolescentes foram arroz, feijão,
carnes (em fontes variadas), pão francês, frutas, sucos e leite, guloseimas achocolatados,
doces, balas e refrigerantes. A maioria consumia o desjejum, almoço, lanche da tarde e jantar,
porém 15% dos adolescentes relataram não tomar desjejum. O local mais comum da
alimentação foi o domicílio. A ingestão de líquidos foi adequada, porém 19,8% adolescentes
relataram não consumir leite.
A constipação intestinal foi identificada em 9,5% dos adolescentes.
O excesso de peso foi verificado em 23% adolescentes e a desnutrição em 2,3%,
predominando adolescentes eutróficos. A grande maioria (92,8%) dos adolescentes praticava
atividade física, em diversas intensidades (vigorosa, moderada ou caminhada). As classes
sociais dominantes foram a C e B, contudo, menos da metade respondeu o questionário.
Ao relacionar constipação intestinal com as variáveis: consumo diário de líquidos,
consumo diário de água, atividade física, obesidade/sobrepeso, idade, número de alimentos
ricos em fibras, somente a inatividade física teve relação significativa.
Na relação da obesidade/sobrepeso com atividade física, número de refeições, uso de
adoçante dietético e idade, somente os adolescentes que consumiam igual ou mais que cinco
refeições ao dia apresentaram uma tendência significativa ao eutrofismo. Quanto à idade dos
adolescentes obesos: a maioria tinha idade acima de 14 anos.
Apesar da grande maioria dos adolescentes ser eutrófico (74,6%), somente pouco mais da
metade (58%) avaliou seu peso como adequado.
O programa de educação nutricional trouxe avanços quanto ao conceito de nutrição para
os alunos. Houve empenho e colaboração dos professores nas várias atividades desenvolvidas.
O desempenho dos alunos teve resultado positivo. Os alunos que receberam as atividades em
grupo apresentaram incremento positivo significativo da média das notas.
______________________________________________________________________________________________________
Conclusões
127
O programa de educação nutricional atingiu aspectos nutricionais, transdisciplinar e
multidisciplinar, envolvendo importantes membros do ambiente escolar (professores,
pedagoga, diretora) além dos alunos e pais.
128
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
______________________________________________________________________________________________________
Referência Bibliográfica
129
7. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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ZEFERINO, A.M.B.; BARROS FILHO, A. A; BETTIOL, H.; BARBIERI, M.A , Acompanhamento do
crescimento. J Pediatr. Rio de Janeiro, 79 (Supl.1):S23-S32, 2003.
ZORZETO, R. BICUDO, F. O sacrifício duplo compensa- Estudos demonstram que dieta e exercício juntos
fazem emagrecer, ajudam a reduzir a pressão alta e o diabetes. Pesquisa Fapesp São Paulo, 94: 33-37, 2003.
141
APÊNDICES
_________________________________________________________________________________________________________________
Apêndices
142
8. APÊNDICES
I- Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências
Médicas- Unicamp
_________________________________________________________________________________________________________________
Apêndices
143
_________________________________________________________________________________________________________________
Apêndices
144
APÊNDICE II: Termo de Consentimento Livre Esclarecido da Diretora
_________________________________________________________________________________________________________________
Apêndices
145
_________________________________________________________________________________________________________________
Apêndices
146
APÊNDICE III –
Projeto: HÁBITOS ALIMENTAR E INTESTINAL, ESTADO NUTRICIONAL,
ATIVIDADE FÍSICA, IMAGEM CORPORAL E SUBSÍDIOS PARA UM PROGRAMA DE
EDUCAÇÃO NUTRICIONAL Data: ___/____/____
Eu, __________________________________________________________, moradora da
rua:______________________________________,n.o______,bairro________________
fone:( )_________________, aprovo a participação de
____________________________________________________, o qual sou responsável, na
pesquisa : O efeito de um programa de educação nutricional na alimentação e hábito
intestinal de adolescentes, te como o objetivo identificar o hábito alimentar e intestinal, e ofertar
um programa de incentivo a alimentação saudável. Para isso será necessário medir e pesar o
adolescente e responder algumas perguntas.
Os dados a serem divulgados, não identificarão o escolar e ninguém além dos pesquisadores
terão acesso.
Caso o participante tenha qualquer dúvida quanto à pesquisa, eu Ana Lúcia A Caram,
nutricionista, doutoranda do Departamento de Pediatria da UNICAMP, sob a orientação da Profa. Dra
Elizete Aparecida Lomazi da Costa Pinto, assim como o Comitê de Ética em Pesquisas, nos
colocamos à disposição para qualquer esclarecimento, à rua Zeferino Vaz s/ n.o, fones (19)
35217353(Ambulatório de Pediatria)/35218936 (Comitê de Ética em Pesquisas).
__________________________________ _________________________________
Assinatura do responsável pelo aluno Assinatura do aluno
data ___/____/___ data____/____/____
Responsáveis pela pesquisa:
Profa. Dra Elizete Aparecida Lomazi da Costa Pinto e Aluna: Ana Lúcia Alves Caram
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS - DEPARTAMENTO DE PEDIATRIA
_________________________________________________________________________________________________________________
Apêndices
147
APÊNDICE IV – Ficha de avaliação
Projeto: HÁBITOS ALIMENTAR E INTESTINAL, ESTADO NUTRICIONAL,
ATIVIDADE FÍSICA, IMAGEM CORPORAL E SUBSÍDIOS PARA UM PROGRAMA
DE EDUCAÇÃO NUTRICIONAL Data: ___/____/____
Nome._________________________________________________________________
Fone:_______________ Série:_____
Data de nasc.___/____/____ Idade: ______ anos e _____meses. Sexo:F ( ) M ( )
Tem alguma doença? ( ) não ( ) sim, qual:___________________
SINTOMA DE CONSTIPAÇÃO INTESTINAL: adaptado do Critério de ROMA III-
1. Qual é sua frequêcia da sua evacuação (fezes)?
a. ( ) todo dia b.( ) dia sim dia não c.( ) 1 vez a cada 2 dias ou
d. ( ) Evacua 2 ou menos vezes por semana (igual a 1 vez a cada 3 dias)
A cada 2 meses os SINTOMA abaixo são sujeitos a ocorrer, caso ocorra em um tempo
menor assinale (X).
e. ( ) Um episódio por semana de incontinência fecal (perda de fezes involuntária na
roupa íntima)
f.. ( ) Postura de retenção de fezes (adia o desejo de evacuar, ou não usa todos os
banheiros)
g. ( ) Sente dor ou dificuldade para evacuar
h. ( ) Presença de grande massa fecal no reto
i. ( ) Apresentou fezes de diâmetro largo para entupir o vaso sanitário2
_________________________________________________________________________________________________________________
Apêndices
148
2. Como é a consistência das suas fezes?
a. ( ) Pedaços duros separados
b. ( ) Banana, com rachos profundo
c. ( ) Banana, com rachos superficiais
d. ( ) Banana macia
e. ( ) Pedaços macios separados
f. ( ) Pedaços fofos com borda imperfeita
g. ( ) Diarreico, sem pedaços sólidos.
3. Qual é sua impressão quanto ao seu peso?
a. ( ) adequado b. ( ) elevado c. ( ) baixo
4. DADOS ANTROPOMÉTRICOS
Peso atual (Kg)= PCS (mm)=
Altura (m)= IMC (Kg/m2)=
CB (cm)= AMB (mm2)=
PCT (mm)= AGB (mm2)=
5. Qual é seu consumo de líquidos por dia, isto é quantos copos de 250 ml (copo de
requeijão) toma por dia? Marque com um X
Alimento Nenhum 1 copo 2 copos 3 copos 4 copos 5 copos 6 copos 8ou +
copos
a.Água
b.Leite
c.Refrigerante
d.Suco
e.Suplemento
nutricional
_________________________________________________________________________________________________________________
Apêndices
149
6. Assinale a alternativa abaixo relacionada a sua ATIVIDADE FÍSICA
a. ( ) VIGOROSA = (Aquela que precisa de um grande esforço físico e que fazem
respirar muito, exemplo: correr, fazer ginástica aeróbica, jogar futebol, pedalar rápido na
bicicleta, jogar basquete, fazer serviços domésticos pesados na casa, quintal ou jardim,
carregar pesos elevados ou outra atividade que faça você suar bastante ou aumente muito seu
batimento cardíaco) EM NO MÍNIMO 3 SESSÕES DE 20 MINUTOS POR SEMANA.
b. ( ) MODERADA = (Aquelas que precisam de algum esforço físico e que fazem
respirar um pouco mais forte que o normal, exemplo: pedalar leve a bicicleta, dançar, nadar,
fazer atividade aeróbica leve, jogar vôlei recreativo, varrer a casa, cuidar do jardim, ou outra
atividade que faça suar leve. POR NO MÍNIMO 150 MINUTOS(= 2,5 horas) POR
SEMANA.
c. ( ) Caminhada: pelo menos 30 minutos por dia, na maior parte dos dias da
semana.
d. ( ) Me considero sedentário.
_________________________________________________________________________________________________________________
Apêndices
150
QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA DE CONSUMO
ALIMENTAR
Marque sua frequência de consumo alimentar, conforme
o número abaixo:
0 = nunca
1 = 1 vez por semana 4 = 4 vezes por semana
2 = 2 vezes por semana 5 = 5 vezes por semana
3 = 3 vezes por semana 6 = 6 vezes por semana 7 =
todo dia 2m = 2 vezes por mês
REFEIÇÕES
Desjejum
Lanche da manhã
Almoço
Lanche da tarde
Jantar
Ceia
LOCAL DAS REFEIÇÕES
Em casa
Parentes
Na escola
Fast food/lanchonetes
Restaurante
CEREAIS E LEGUMINOSAS
Arroz
Arroz integral
Massas
Pão integral
Pão francês
Pão de forma
Biscoito salgado
Biscoito doce
Bolo
Barra de cereal
Aveia
Farelo de trigo
Granola
Cereal matinal
Pipoca
Feijão
HORTALIÇAS E FRUTAS
Verdura de folha (alface, rúcula...)
Tubérculo (batata, mandioca)
Frutas
Adaptado Adaptado de SANTOS et al, 2005;
SALES et al,SALES et al. 2006; RIBEIRO et al, 2006
LEITE E DERIVADOS
Leite integral
Leite desnatado ou semi
Iogurte
Queijo branco (minas ou frescal)
Queijo amarelo (prato ou mussarela)
Requeijão
CARNES E OVOS
Ovo
Carne de boi
Carne de porco
Frango
Peixe
Salsicha
Presunto, salame, mortadela
ÓLEOS
Azeite
Molho para salada
Bacon
Manteiga
Margarina
Maionese
PETISCOS
Sanduíches
Pizzas
Snacks
Salgadinhos (esfirras, coxinha, etc)
SOBREMESA E DOCES
Sorvete
Tortas
Geleia
Doces/balas
Chocolate
Achocolatados
BEBIDAS
Café
Suco
Refrigerante
PRODUTOS DIET/ LIGHT
Adoçante dietético
Refrigerante diet
Alimentos diet
Cerveja/vinhos
SUPLEMNTO NUTRICIONAL
QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA DE CONSUMO ALIMENTAR E DE REFEIÇÕES
Adaptado
_________________________________________________________________________________________________________________
Apêndices
151
APÊNDICE V - Ficha de Avaliação da classe social
Caros alunos é importante que vocês respondam as perguntas abaixo, colocando um
X, em Não tem= se não possui o item perguntado, Tem 1= Se possui um único e assim por
diante. Faça de conta que não consta nenhum número dentro da tabela.
Nome:_______________________________________Série ________Data:
Posse de Itens Não tem Tem 1 Tem 2 Tem 3 4 ou +
TV a cores 0 2 3 4 5
Rádio 0 1 1 1 1
Banheiro 0 2 3 4 4
Automóvel 0 2 5 6 7
Empregada doméstica 0 2 4 4 4
Aspirador de pó 0 1 1 1 1
Máquina de lavar roupa 0 1 1 1 1
Vídeo cassete e/ ou DVD 0 2 2 2 2
Geladeira 0 1 1 1 1
Freezer ( aparelho independente
ou parte da geladeira separada)
0 2 2 2 2
Escolaridade do chefe da família
Grau código
Analfabeto ou ensino fundamental incompleto 0
Primário completo/ Ginasial incompleto (Ensino fundamental) 1
Ginasial completo/ Colegial incompleto (Ensino médio incompleto) 2
Colegial completo ou superior incompleto (Ensino médio) 3
Ensino superior 5
Classificação Classes Pontuação
A 30-25
B 24 – 17
C 16- 11
D 6-10
E 0-5
Fonte: ABEP – Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa, 2003
_________________________________________________________________________________________________________________
Apêndices
152
APÊNDICE VI- Protocolos utilizados no programa de educação nutricional
Apêndice 6.1. Ficha de apoio para Orientação Individual.
o Demonstração do seu peso e altura em gráfico de crescimento, para dar um retorno
quanto ao seu estado nutricional, logo após a avaliação antropométrica.
o Retorno sobre sua saúde intestinal e o conceito constipação intestinal, sintomas e
consistência das fezes, baseado nas suas respostas do questionário.
o Orientação nutricional baseado na pirâmide alimentar
o Importância de consumir alimentos de todos os grupos de alimentos
o Construtores
o Energéticos
o Reguladores
o Alimentos fontes de fibras alimentares: farelo de trigo, frutas, verduras, leguminosas.
o Importância de consumir todas as refeições, principalmente o desjejum para iniciar
adequadamente as atividades na escola.
o Importância quanto à atividade física
o Importância do consumo adequado de líquidos
o Água
o Sucos naturais, evitando refrigerantes.
o Fortalecer o consumo leite e derivados (fonte de Cálcio) devido à densidade
óssea que ocorre nessa faixa etária
o Quando necessário, sugerido a importância de buscar um profissional especializada
para o tratamento quanto:
o Constipação intestinal, ou
o Peso inadequado
_________________________________________________________________________________________________________________
Apêndices
153
6.2 Perguntas para avaliar o projeto de educação nutricional
Nome:_______________________________________ série: ( ) 7.a ( ) 8.
a
Sua participação é muito importante!
Leia com atenção e responda as questões
Responda Verdadeiro (V) ou Falso (F) nas questões de 1 a 7 e depois siga as
recomendações das perguntas.
1. ( ) A obesidade pode levar a doenças cardiovasculares e hipertensão.
2. ( ) Em uma alimentação saudável não deve ser consumido gorduras.
3. ( ) É na adolescência a maior maturação e densidade óssea.
4. ( ) Nas últimas 2 décadas a obesidade infantil aumentou de 3% para 15%
5. ( ) O adolescente pode ser avaliado somente pelo IMC, usando a mesma referência
do adulto, sem colocar no gráfico de crescimento.
6. ( ) O hábito alimentar não reflete valores da mídia, amigos e situação econômica.
7. ( ) Os alimentos energéticos são os carboidratos e lipídios e devem ser evitados.
8. Numere de tal forma que o alimento com maior teor de fibra fique em primeiro
lugar e o de menor por último (em 100g).
( ) laranja
( ) alface
( ) arroz
( ) feijão
( ) aveia
( ) carne
( ) farelo de trigo
( ) leite
9. Circule os alimentos fonte de cálcio:
a) arroz b) leite c) queijo d) feijão e) iogurte f) carne
10. Faça a associação:
a) proteína b) gordura c) carboidrato
( ) pão de fibras
( ) iogurte
( ) margarina
( ) laranja
_________________________________________________________________________________________________________________
Apêndices
154
6.3 Respostas das perguntas abordadas para avaliar o programa de educação nutricional
(GABARITO)
Das questões 1 até 7, Verdadeiro (V) ou Falso (F), Valor 1 em cada questão correta.
Na questão 8 pontuado 0,125 cada resposta correta.
Na questão 9, pontuado 0,33 para cada resposta correta.
Na questão 10, pontuado 0,25 para cada correta.
1. (V) A obesidade pode levar a doenças cardiovasculares e hipertensão.
2. (F) Em uma alimentação saudável não deve ser consumido gorduras.
3. (V) É na adolescência a maior maturação e densidade óssea.
4. (V) Nas últimas 2 décadas a obesidade infantil aumentou de 3% para 15%
5. ( F) O adolescente pode ser avaliado somente pelo IMC, usando a mesma
referência do adulto, sem colocar no gráfico de crescimento.
6. ( F) O hábito alimentar não reflete valores da mídia, amigos e situação econômica.
7. (F ) Os alimentos energéticos são os carboidratos e lipídios e devem ser evitados.
8. Numere de tal forma que o alimento com maior teor de fibra fique em primeiro
lugar e o de menor por último (em 100g).
(4 ) laranja
( 5 ) alface
( 6 ) arroz
( 3 ) feijão
( 2 ) aveia
( 7 ou 8 ) carne
( 1) farelo de trigo
( 7 ou 8) leite
9. Circule os alimentos fonte de cálcio:
a) arroz b) leite c) queijo d) feijão e) iogurte f) carne Corretas: b, c e f.
10. Faça a associação:
a) proteína b) gordura c) carboidrato
( ) pão de fibras
( ) iogurte
( ) margarina
( ) laranja
Corretas: c,a,b,c
_________________________________________________________________________________________________________________
Apêndices
155
6.4 Perguntas sobre o filme Super Size Me, atividade em grupo.
Disciplina de Português Data:___/____/____.
Aluno:____________________________________________________ série:_______
1) Como foi alimentação das crianças nas 3 escolas apresentadas no filme?
2) Fazendo uma associação do filme com os dias de hoje, que mudanças ocorreram no
McDonald`s®?
3) O que as indústrias alimentícias fazem para seduzirem as crianças?
4) Que mensagem o filme lhe passou quanto à alimentação?
_________________________________________________________________________________________________________________
Apêndices
156
6.5 Atividade sobre gasto energético e atividade física.
Projeto de educação nutricional em grupo
Disciplina de Matemática Data:___/____/____.
Aluno:____________________________________________________ série:_______
1) (Valor 8) Observe a tabela abaixo, preencha as colunas em branco:
Média: Ache a média do valor mínimo e máximo do gasto energético
Ordem do gráfico: coloque número 1 para a atividade física (em média) de maior gasto
energético e 2, 3, 4... na ordem crescente.
Fonte: Dorosz, 2006
2) (Valor 2) Desenhe gráfico de colunas colocando as atividades de maior gasto calórico
(energético) em primeiro lugar e as demais na seqüência.
Tabela 1 – Gasto energético médio por atividade em calorias por hora
Atividade Física Gasto
energético
médio por hora
(Cal/hora)
Média Ordem
para o
gráfico
1 Basquetebol 400 a 500
2 Bilhar 50
3 Boliche 40 a 80
4 Caminhada em
Terreno irregular
100 a 400
5 Ciclismo 200 a 700
6 Corrida 200 a 900
7 Dança 150 a 300
8 Futebol 400 a 500
_________________________________________________________________________________________________________________
Apêndices
157
Palestras desenvolvidas:
6.6 Palestra Transtorno Alimentar
_________________________________________________________________________________________________________________
Apêndices
158
_________________________________________________________________________________________________________________
Apêndices
159
_________________________________________________________________________________________________________________
Apêndices
160
_________________________________________________________________________________________________________________
Apêndices
161
_________________________________________________________________________________________________________________
Apêndices
162
_________________________________________________________________________________________________________________
Apêndices
163
6.7-Palestra Alimentação Saudável
_________________________________________________________________________________________________________________
Apêndices
164
_________________________________________________________________________________________________________________
Apêndices
165
_________________________________________________________________________________________________________________
Apêndices
166