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1 f - -:f u .. w, ... ·. ,., ..., .. ,\.. 1 .. , • .J,4, ~ Unlversidd de C:e São Paulo UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE QUÍrv11CA BIBLIO TECA INSTITUTO DE QUÍMICA 1 llnlversldade de São Paulo ALGUNS CONSTITUINTES QUÍMICOS DE Dracontium /oretense Krause lngrit Elida Collantes Díaz Tt=SI= DE MESTRADO Orientador: Prof. Dr. Massayoshi Yoshida São Paulo Data do Depósito do trabalho na SPG: 15/02/2002 l 1

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"· UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

INSTITUTO DE QUÍrv11CA

BIBLIO TECA INSTITUTO DE QUÍMICA

1 llnlversldade de São Paulo

ALGUNS CONSTITUINTES QUÍMICOS DE Dracontium /oretense Krause

lngrit Elida Collantes Díaz Tt=SI= DE MESTRADO

Orientador: Prof. Dr. Massayoshi Yoshida

São Paulo Data do Depósito do trabalho na SPG: 15/02/2002

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Ficha Catalográfica Elaborada pela Divisão de Biblioteca e

Documentação do Conjunto das Químicas da USP.

Collantes Díaz, Jngrit Elida C697a Alguns constituintes químicos de Dracontium loretense

Krause / lngrit Elida Collantes Díaz. -- São Paulo, 2002. 57p.

Dissertação (mestrado) - Instituto de Química da Universidade de São Paulo. Departamento de Química Fundamental.

Orientador: Yoshida, Massayoshi

1. Produtos naturais : Química orgânica 2 . Fitoquímica : Araceae 1. T. 11. Yoshida, Massayoshi , orientador.

547.7 coo

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BfBLIOTECA INSTITUTO D~ QU!MICA Universidade ~• S.ão Pau!('

"Alguns Constitu intes Químicos de

Drocontíum /cretense Krouse"

INGRIT ELIDA COLLANTES DÍAZ

Dissertação de JV(estrado submetida ao 9nstituto d.e Química da Universidade d.e São Paulo como parte d.os requisitos necessários à obtenção d.o grau d.e }Vl.estre em Química - Area: Química Orgânica

Aprovada por:

Prof. Dr. MASSAYOSHI YOSHIDA IQ-USP

(Orientador e Presidente)

Prof. Dr. VICENTE DE PAULO EMERENCIANO IQ -USP

Profa. Ora. DULCE HELENA SIQUEIRA SILVA IQ-UNESP-Araraquara

SÃO PAULO 21 DE MARÇO 2002.

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Agradecimentos especiais

Aos meus pais Nestor e Neri, pelo amor e apoio incondicionais

Aos meus irmãos: Alexis, Jessica, Manuel e Armando

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Agradecimentos

Ao Professor Massayoshi Yoshida, pelos ensinamentos, amizade, paciência e confiança.

Aos Professores Paulo H. Moreno e Massuo J. Kato, pe!a colaboração e amizade.

À Professora. Maria Cristina dos Santos da Universidade do Amazonas, pelos testes biológicos.

Aos amigos do laboratório de Produtos Naturais, pelo convívio agradável.

À CAPES, pela bolsa concedida.

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I

CONTEÚDO

ABREVIATURAS E SIMBOLOS ....................................................................... 111

LISTA DE FIGURAS .......................................................................................... IV

LISTA DE TABELAS .......... ..... .... .. ....... ... ....... ...................... ..... .. ........... ............. VI

ltSTA -oE ESQUEMAS ...................................................................................... vtt

RESUMO ........... ............................................................................................... Vill

ABSTRACT ........................................................................................................ IX

CAPÍTULO 1

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................... 1

1.1. Plantas contra veneno de cobra ...................................................... 1

1.2. Familia Araceae .... ............................................ .. ............................ 5

1.3. Dracontium loretense Krase .................... .... .................................... 7

1.3.1 Uso popular ............................................................... ,._ .......... 9

1.4. Objetivo .................................................................................... ...... . 9

1.5. Estudos prévios de Dracontium loretense Krause .. ...................... 1 O

CAPÍTULO 2

2. METODOLOGIA ..................... .... ............................................................. 11

2.1. Materiais e métodos ...................................................................... 11

2.2. Coleta e identificação do material vegetal.. ................................... 13

2.3. Estudo fitoquímico .... ..................................................................... 14

2.3.1. Obtenção do extrato bruto .................................... .......... .... 14

2.3.2. Partição do extrato hexânico ......... .. ........... ........................ 16

2.3.2.1.Esterificação dos ácidos graxos ............................. 17

2.3.3. Partição do extrato etanótica ......... ........ .............. .. ........ ..... 17

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II

2.3.3.1.Estudo de resíduo hexànico .... .... .. ..... ... .... ........... .. 18

2.3.3.2.Estudo de resíduo clorofórmico .. ...... ...... ..... ..... ...... 19

2.3.3.3.Estudo de resíduos de acetato de etila e álcool-

água ................... ..... .... ... .......... .... ... ...... ....... .... .. ...... ...... .. .. 19

2.4. Testes biológicos ... ....................... ... .. .................. .... .. ... .. ............ .. 22

2.4.1. Testes de neutralização da atividade edematogênica do

veneno de Bothrops atrox ...... .... .... ...... ... .... ....... .... ... ........ .. ...... .... 22

CAPÍTULO 3

3. RESULTADOS E DISCUSSÃ0 ....................... .......... ......................... ..... 24

3.1. Discussão sobre as estruturas das substâncias isoladas .. ...... ..... 24

3.1.1. Triglicerídeos .. ... ......... ... .... ..... ...... ....... .. ..... ...... ... .. .. .... ...... . 24

3.1.2. Ácidos graxos ... ..... ... ..... ........ .... .. .... .... .. ... .. ... .. ... ... .. .... ... .... 26

3.1.3. Sitos-terol e Estfgmasterot (1 e2} ... .... ..... .. ..... .. ...... .. .... ... ..... 30

3.1.4. 3-0-[6'-0-palmitoil-p-D-glicosil]-colest-5-eno (3) ..... ..... ...... 34

3.1.5. 3-0-[6'-0-palmitoil-p-D-glicosil]-colest-5-en-7-ona (4) ... ... .40

3.1.6. Ácido p-hidroxibenzóico (5) .. .. .... ... ........ ............... ...... .. .. .. .. 43

3.1.7. 2,3,4,6-Tetra-acetif-0-etif-glicosídeo (6) .... .. ... .. ..... .... ....... .. 47

3.2. Testes biológicos ..... .. .............. ...... ... .... .... .. .. .. ...... ... ......... .... .. ... ... 51

CAPÍTULO 4

4. CONCLUSÃ0 ..... ........ ...... .. ....... ......... .. .... .... ....... ....... ... .... ......... ... .. ........ 52

CAPÍTULO 5

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..... .. ....... .. ....... .. .. .. .. .... ....... ... ......... .. 53

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ÃcOEt

AG

Ap-Hb

CC

ecoe CCDP

CG

CG-EM

ô

d

dd

Ext.

Hex

J

M

MC

m

ppm

Py

RMN-de 1H

.. RMN de 13C

ss s

Tamb

T

t

TMS

tR

ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

Acetato de etiia

Mistura de esteroides aci!glicosi!ados

Ácido p-Hidroxibenzóíco

Cromatografia em coluna

Cromatografia em camada deigada comparativa

Cromatografia em camada delgada preparativa

Cromatografia gasosa

Cromatografia gasosa-espectrometria de massas

Deslocamento químico

Dubleto

Duplo dubleto

Extrato

Hexano

Constante de acoplamento

Mistura de compostos

Mtst-ura de -carboidratos

Multipleto

Partes por milhão

Piridina

Ressonância Magnética Nuciear -de Hidr-ogênio-1

Ressonância Magnética Nuclear de Carbono 13

Mistura de Sítosterol e estígmasterol

Singleto

Temperatura ambiente

T riglicerídeos

Tripleto

T etrametilsilano

Tempo de reteção

Ili

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IV

LISTA DE ESQUEMAS

Esquema i. Obtenção de extratos brutos .............................. .... ....................... 15

Esquema 2. Partição do extrato hexânico ..... ............................... ......... .. ... ....... 16

Esquema 3. Partição do extrato etanólico ....................................... ............. ..... 17

Esquema 4. Fracionamento do resíduo hexânico ................... ...... .... ... ........ ... .. 18

Esquema 5. Fracionamento do resíduo clorofórmico ................................... ..... 19

Esquema 6. Fluxograma de acetilação dos resíduos de acetato de etila e

álcool-água .. .................. ....... ..... ... ........ ... .. .............. ........... .. .... .... 20

Esquema 7. Fracionamento do resíduo de acetato de etila acetilado ............ .. . 21

Esquema 8. Fracionamento do resíduo de álcool-água acetilado .................... 22

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Figura 1.

Figura 2.

Figura 3.

Figura 4.

Figura 5.

i::· 6 . 1gura .

Figura 7.

Figura 8.

Figura 9.

Figura 10.

Figura 11.

Figura 12.

Figura 13.

Figura 14.

Fiaura 15. -Figura 16.

Figura 17.

Figura 18.

Figura 19.

Figura 20.

Figura 21.

Figura 22.

V

LISTA DE FIGURAS

Compostos com atividade antiofidica .............................................. 3

Foto de Dracontium loretense Krause ............................................. 8

Foto do rizoma de Dracontium loretense Krause ............................ 9

Estrutura gerat de um trigticerídeo ................................................ 24

Espectro de RMN de 1H (300 MHz, o ppm, CDCh) de um

triglicerídeo .................................................................................... 25

Cromatograma do extrato hexânico bruto meti!ado ....................... 26

Espectro de massas de Palmitato de meti la .................................. 27

Espectro de massas de 2-Mefü-hexadecanoato de meti-la ............ 27

Espectro de massas de 14-Metil-hexadecanoato de metila ... ....... 28

Espectro de massas de Heptadecanoato de etila ......................... 28

Espectro de massas de Elaidato de meti la .................................... 28

Espectro de massas de tso-estearato de metita. ........................... 29

Espectro de massas de Oleato de etila ......................................... 29

Espectro de massas de 2-Metil-octadecanoato de metila ............. 29

Espectro de RMN 13C (75 MHz; õ ppm, CDCl3) da mistura das

sübstâncias 1 e 2 .......................................................................... 32

Espectro de RMN 1 H (300 MHz, o ppm, CDCh) da mistura das

substâncias 1 e 2 ................................................... ....................... 33

Cromatograma do éster metílico do ácido graxo, obtido após a

hidrólise e metilação do sitosterol acil-glicosilado ......................... 34

Espectro de· 1T1&-sas de Pentadecano-ato de metrta .......... ............. 35

Espectro de massas de Palmitato de metila .................................. 35

Espectro de massas de 14-Metil-hexadecanoato de metila .......... 36

Espectro de massas de Elaidato de metíla .................................... 36

Espectro de massas de tso-estearato de metila .......... .................. 36

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VI

Figura 23. Espectro de RMN de 13C (75 MHz, õ ppm, CDCb) da substância

3 ......... ............. .. .... ................................. ............. ...... ... ....... ... ...... ..... ...... ... ..... ... 39

Figura 24. Espectro de RMN de 13C (75 MHz, o ppm, CDCl3) da substância

4 ....................... ........................................ ............ .... .. ... ............... ............... ....... 42

Figura 25. Espectro de RMN de 1H (3-00 MHz, õ ppm, CD300) da substância

5 ..... ..................... .... ......... .... ..... ...... .. ........ .... ..... ..... ................ ... .......... .............. 45

Figurâ 25. Espectro de RMN de 13C (75 MHz, 8 ppm, CD3OD) da substância

5 ... .......... ...... ...... ......... .. ....................... ..... ....... .... ......... ... ... .............. ................. 46

Figura 27. Espectro de RMN de 1H (3-0-0 MHz, õ ppm,CDCl3) da substância

6 .... .... .... ..... .... .. ........... ............. ..... .......... ..... ...... ........ .... ..... ...... .. ... ... ... ...... ........ 49

Figurâ 28. Espectro de RMN de 13C (75 MHz, o ppm, CDCb) da substância

6 .. .......... ... .... ..... .......... ... ....... ....... ...... ..... ......... ... ..... ...... .. .... .... ..... .. ..... ... .. ..... .... 50

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VJJ

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Dados de RMN de 13C (75 MHz) das substâncias 1 e 2 ................ 31

Tabela 2. Dados de RMN de 13C (75 MHz) da substância 3 .............. .... ....... 38

Tabe!a 3. Dados de RMN de 13C (75 MHz) da substância 4 ... .......... ........... .41

Tabela 4. Dados de RMN de 1H (300 MHz) da substância 5 .... ................... . .43

Tabela 5~ Dados de RMN de 13-C (75 MHz) da substância 5 ........................ .44

Tabela 6. Dados de RMN de 1H (300 MHz) da substância 6 ........................ .47

Tabela 7. Dados de RMN de 13C (75 MHz) da substância 6 ... ..... ................ .48

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VJJj

RESUMO

Aiguns Constituintes Químicos de Dracontium ioretense Krause (Araceae)

O presente trabalho descreve o estudo fitoquímico de Dracontium

loretense Krause, que ocorre na Amazônia, e, a planta é popularmente usada no

tratamento de picada de cobra e de algumas moléstias.

O materia• -para a -an-áHse fitoqu-fmtca- foi- cotetado na -se•va baixa -situada

nos arredores de Pucallpa, no Departamento de Ucayali, no Perú. Os rizomas

secos e moídos forneceu, após extração com hexano, etanol e etanol aquoso, os

respectivos extratos. Estes, submetidos a partição com solventes orgânicos e

fracionamentos cromatográficos dos resíduos das fases res-u•tan-tes, -permtttram o

isolamento de constituintes apoiares ou semi-polares como sitosterol,

estigmasterol, ácido p-hidróxi-benzóico, sitosterol acil-g!icosiladc, 7-oxo-sitosterol

acil-glicosilado e uma mistura de compostos acil-glicosilados. As frações polares

foram acetHadas antes do fracionamento, -possibihtando -o- isolamento de uma

mistura de carboidratos com predominância de etil-glicosídeo acetilado.

A elucidação estrutural das substâncias isoladas foi baseada em métodos

espectrométricos: EM, RMN de 1H e de 13C. Os compostos acilados foram

-htdroHzados e os ácidos g-raxos resrntan-tes metitados antes de serem submetidos

a anáiise no sistema CG-EM.

Os testes biológicos foram realizados com as frações apoiares e polares

dos extratos para avaliar a atividade anti-edematogênica. Estes ensaios

-e-m-preg-am -o- -veneno -de Both-ro-ps a-trox (jararaca). Os testes mostraram que

ambas as frações inibiam o edema, entretanto com a diferença que a resposta é

mais acentuada nas frações polares.

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JX

ABSTRACT

Some Chemical Constituents from Dracontium loretense Krause (Ãraceae)

This work describes phytochemical analysis of an araceous species

Dracontium loretense, \Nhich occurs in Amazon Region and is popu!arly used the

against snakebite and treatment of some diseases.

The ptant matertal was cotlected +n the towland situated arou-nd Pucallpa,

Ucayali State, Peru. The dried and milied rhizomes were sucessively extracted at

room temperature with hexane, alcoho! and di!uted alcoho!, yie!ding respective

extracts after solvent distillation. The solvent partitions and chromatographic

separations of extracts afforded sitosterot, stigmasterot, p--hydroxybenzOtC acid,

sitosterol- and 7-oxo-sitosteroi acyl-giucosylated and a mixture of acyl­

g!ucosylated compounds. The polar fractions were acetylated before the

purification and the isolation through cromatographic techniques yielded a mixture

-of peracetylated carbohydrates and the 2,3,4,6-tetra-acetyt-1-ethyl glucoside.

Structure determination of isolated compounds was based on usual

spectrometric techniques as Mass Spectrometry and 1H and 13C Nuclear

Magnetic Resonance. The natural acylated compounds were submitted to

hydrotysis and the resufüng fat acids were methylated, before submissttion

foranalysis on Gas Chromatograph-Mass spectrometer system.

Evaluation of anti-edematogenic activity using Bothrops atrox venom was

carried out with polar and apoiar fractions. lt was observed that polar fractions

showed higher edema tnhibitton property.

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1

1. INTRODUÇÃO

1.1. Plantas contra veneno de cobra

A vegetação amazônica tem despertado interesse de químicos e

farmacólogos pela sua diversidade e o acúmulo de inúmeros metabólitos de

diferentes classes de compostos, e, em consequência, a possibilidade de

múltipla bioatividade dos mesmos. Particularizando para uma atividade

específica, plantas utilizadas contra os venenos de cobras, encontram-se

descritas na literatura informações etnobotânicas oriundas de diferentes

povos.

Na América do Sul, os registros de plantas da Amazônia brasileira,

podem ser encontrados nos relatos de Mors (1995), que incluem, além de

espécies vegetais, alguns compostos químicos isolados. Estas espécies

pertencem às famílias como Cyperaceae (Cyperus corymbosus,

"priprioca"), Araceae (Dracontium asperum, "batata de . cobra, jararaca,

milho de cobra, tajá de cobra"), Moraceae (Dorstenia asaroides, "caapiá,

carapiá"), Aristolochiaceae (Aristolochia trilobata, "jarrinha, papo de perú,

urubucaa"), Capparaceae (Crataeva benthami, "catrauari, catore"),

lcacinaceae (Humirianthera duckei, "mairá, surucucuina"), Loganiaceae

(Potalia amara, "erva de cobra, pau de cobra"), Verbenaceae (Aegiphila

salutaris, "contra cobra"), Schrophulariaceae (Stemodia viscosa, "boia-caá,

paracari") e Asteraceae (Eupatorium triplinerve, "erva de cobra, japana"). , ..

Uma relação mais completa de plantas utilizadas contra as picadas

de cobra, encontra-se registrada em outra referência e inclui plantas

utilizadas pelos índios do Brasil, pelos índios da Amazônia peruana, como

por exemplo os índios Conibos, pelos índios da Amazônia equatoriana e da

Colômbia [Crespo, 1997]. Os compostos responsáveis pela atividade

antiofídica em plantas tem sido atribuída ao sitosterol , ácido aristolóquico,

daidzeina, quercetina [Mors, 1995], cabenegrina A-1 e A-li , wedelolactona e

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2

schumanniofosideo [Selvanayagam et ai., 1994 ], ehretianona

[Selvanayagam et ai., 1996] e ar-turmerona [Ferreira et ai., 1992]. Estes

compostos não atuam necessariamente contra o veneno, mas em uma das

consequencias resultante da picada por cobra.

Entre as espécies utilizadas contra o veneno de cobra, as do gênero

Dracontium, encontram-se mencionadas com grande frequência. Consulta

bibliográfica sobre espécies de Dracontium em bases de dados mais

especializados observam-se registros de usos etnobotanicos da planta e de

testes farmacológicos realizados com seus extratos.

As espécies de Dracontium utilizadas para tratar pessoas picadas

por cobra incluem D. asperum, D. costarricense, D. dubium, D. longipes,

D.pittieri, D. polyphyllum, Dracontium spp. [Selvanayagam et ai., 1996],

Dracontium sp. [Desmarcheilier et ai., 1996a; Desmarcheilier et ai., 1996b] e

D. loretense [Ducke & Vasquez, 1994; Desmarcheilier et ai., 1997].

Outras espécies de Dracontium são utilizadas como emenagoga,

purgativa e em tratamento de asma, como a D. polyphyllum

[Dragendorff,1898; Saha et ai., 1961 ; Moreno, 1975; Chopra, 1993] e D.

asperum [Dragendorff, 1898]. A espécie D. trianae é utilizada contra

diarréia [Schultes, 1980].

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3

o

~

sitosterol

ácido aristolóquico

. HO OH

HO OH

daidzeina OH OH O

HO

' ' ' ' ' y ar-turmerone ehretianone

Figura 1: Compostos com atividade anti-ofídica (cont.)

BIBLIOTECA 11 ST TU fO DE QUI ilCA Uni orsld de de São Pauk:

quercetina

o

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OH

HO

. cabenegrina A-1

O OH O

schumanniofosideo

V N"-.

O- o, ~H

~O~H

cabenegrina A-li

O OH

%OH OH

wedelolactona

Figura 1: Continuação de compostos com atividade anti-ofídica

4

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5

1.2. Família Araceae

A família Araceae compreende cerca de 115 gêneros com 1800

espécies. Estas encontram-se concentradas nas regiões tropicais da

América, Sudeste da Ásia e no arquipélago Malaio [Mayo et ai., 1997].

O gênero Dracontium se encontra dentro das Araceae e foi

morfologicamente estudado por Guanghua Zhu no Missouri Botanical

Garden (MBG) e pela University of Missouri - St. Louis, sob a orientação do

Dr. Thomas B. Croat do MBG.

O gênero Dracontium é originário da América Tropical e é constituído

de 19 espécies relacionadas a seguir.

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6

1 Dracontium aricuaisanum Bunt. (Venezuela)

2 Dracontium asperum Koch (Brasil, Venezuela, Suriname)

3 Dracontium carderi Hook (Colômbia)

4 Dracontium changuango Bunting (Venezuela)

5 Dracontium costaricense Engl. (Costa Rica, Panamá)

6 Dracontium dubium Kunth (Guiana)

7 Dracontium foecundum Hoor (Trinidad, Guiana, Suriname)

8 Dracontium gigas (Seem) Engl. (Nicarágua, Costa Rica)

9 Dracontium longipes Engl. (Brasil, Perú ?)

1 O Dracontium loretense Krause (Brasil, Equador, Perú)

11 Dracontium margaretae Bogner (Bolívia, Brasil , Venezuela)

12 Dracontium omatum Krause (Equador)

13 Dracontium pittieri Engl. (Costa Rica)

14 Dracontium polyphyllum L. (Brasil , Guiana, Suriname, Venezuela)

15 Dracontium purdieanum (Schott.) Hook (Colômbia)

16 Dracontium regelianum (Engl.) Bogner (Venezuela)

17 Dracontium soconuscum Matuda (México, Panamá)

18 Dracontium trianae Engl. (Colômbia)

19 Dracontium ulei Krause (Bolívia, Brasil)

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7

1.3. Dracontium /oretense Krause

D. loretense Krause (Fig. 2) é uma planta herbácea, terrestre,

tuberosa, com a folha solitária, pecíolo largo, grosso, erguido, na base

envainador, as vezes verrucoso ou manchado, com limbo tripartido ou

multipartido, pedúnculos em momento da floração mais bem curtos, depois

crescentes, espata oblonga ou lanceolada, na base convoluta, aberta,

acur:ninada ou com ápice cuculado, espádice brevemente estipitado,

cilíndrico, muito mais curto que espata, flores hermafroditas com perianto

de 4 até 8 segmentqs, estames 4 até 6 em dois verticílios ou também 9 até

12 em 3 até 4 verticílios, ovário ovóide de 2-5 lóculos incompletos, um

rudimentário seminal anátropo ou subcampilótropo por lóculo, estilo bem

mais largo, estigma pequeno de 2-5 lóbulos; fruto pequeno com restos do

perianto e coronada com resíduos do estilo, com 2-5 lóculos monospermos.

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8

Figura 2: Foto de Dracontium loretense Krause

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9

1.3.1. Uso popular

Popularmente, os rizomas de O. /oretense Krause (Fig. 3) é

empregado para tratamento de diversos sintomas e doenças como tremor

de mãos, epilepsia, diarréia, herpes, SIDA, hérnia, câncer e asma. Foram

observadas propiedades anti-inflamatórias, antivirais e contra veneno da

serpente Bhotrops atrox [Arevalo, 1994]

1.4. Objetivo

Realizar um estudo fitoquímico do rizoma de O. loretense Krause,

popularmente conhecido no Perú como "jergón sacha", "hierva dei jergón",

"ronon rao" (grupo étnico, Shipibo-Conibo) , "du nu yubi" (vocábulo dos

Cashinaguas). Em adição, efetuar testes biológicos, que permitam buscar

frações ou metabólitos ativos contra veneno de jararaca.

Figura 3: Foto do rizoma de Dracontium loretense Krause

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10

1.5. Estudos prévios de Dracontium loretense Krause

Tem-se como precedente a este trabalho duas teses, sendo uma

sobre . estudo farmacológico da atividade anti-inflamatória do extrato

etanólico 70% [Serrano L., 1990]. A segunda, relata um estudo

comparativo por cromatografia de camada delgada com os alcalóides

presentes em Cichorium intybus (Asteraceae) [Jurado T. , 1993]; e, a parte

· de .estudo farmacológico realizada, relata a reduzida atividade anti­

. histamínica. Um estudo mais recente, relata a ausência de atividade

. citotóxica em células KB, P-388, L51784 e L 121 O [Desmarcheilier et ai.,

1996].

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11

2. METODOLOGIA

2.1. Material e métodos.

a) Todos os solventes utilizados nas extrações e nas eluições de

colunas cromatográficas foram devidamente tratados e destilados,

segundo os procedimentos usuais [Assumpção & Morita, 1968].

Utilizaram-se solventes deuterados (CDCb e C0300) contendo TMS

como padrão interno, da Merck, para a obtenção de espectros de

RMN.

b) As soluções foram concentradas em evaporador rotatório da Buchler

sob pressão reduzida.

c) A cromatografia em camada delgada analítica foi realizada em

cromatoplacas de silica sobre suporte de alumínio da Merck. As

placas preparativas utilizadas foram preparadas com sílica gel 60

PF254 (5 - 40 µm) da Merck. Estas placas foram preparadas

dispersando-se uma suspensão de sílica gel em água destilada

sobre placas de vidro de 20 x 20 cm, utilizando-se o espalhador da

"Quickfit". As espessuras das placas de sílica gel foram de 1,00 mm.

Para as colunas cromatográficas foi utilizado como suporte sílica gel

60 (63 -200 µm) da Merck.

d) As revelações dos cromatogramas analíticos foram efetuadas com

vapor de iodo, irradiação no ultrqvioleta (254 e 356 nm) e

nebulização com solução de ácido sulfúrico 25 %, seguido de

aquecimento.

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12

e) Os espectros de Ressonância Magnética Nuclear de 1H e de 13C

foram registrados em espectrômetro Varian DPX-300, operando,

respectivamente a 300 e 75 MHz. Os espectros foram obtidos em

deuteroclorofórmio ou metanol deuterado como solventes e TMS

como padrão interno.

f) As análises por cromatografia gasosa foram realizadas em

cromatógrafo da Hewlett Packard mod. 5890 series li com injetor

automático HP 7673 e integrador HP 3396A. Utilizou-se coluna

capilar (0,25 mm) de 30 m, contendo fenil-silicone (5%) e

metil-silicone (95%) como fase estacionária. As condições

empregadas nos experimentos foram: bloco injetor: 220ºC, detector

de ionização de chama: 280ºC, gás de arraste: He; vazão: 6 ml / min

(30ºC); temperaturas da coluna: 120ºC durante 2 min com gradiente

de 1 0ºC / min até 280ºC e mantido por 15 min nesta temperatura

final.

g) Os espectros de massas foram registrados em sistema CG - EM da

Shimadzu constituído de cromatógrafo modelo CG - 17A e

espectrômetro MS - QP 5050A, com temperatura do injetor 150 ºC,

temperatura do forno 60 ºC por 2 min, com incremento 1 O ºC/min até

250 ºC, permanecendo por 1 O min em 250 ºC.

h) A amostra de veneno de Bothrops atrox utilizada para os

experimentos foi extraída de uma fêmea adulta procedente do

município de Presidente Figueiredo (AM). O veneno foi liofilizado e

fornecido pelo Núcleo de Animais Peçonhentos da Fundação de

Medicina Tropical do Amazonas. Foram utilizados neste experimento

camundongos não-isogênicos fêmeas, pesando entre 18 a 22

gramas, procedentes do biotério do Departamento de Ciências

BIElLlOTECA INSTITUrü DE QUÍMICA

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Fisiológicas do Instituto de Ciências Biológicas da Fundação

Universidade do Amazonas.

2.2. Coleta e identificação do material vegetal

13

O D. loretense Krause "Jergón sacha" foi coletado na cidade de

Pucallpa, Perú, no mês de dezembro do 2000.

A espécie Dracontium loretense Krause (Fig. 2) foi identificada pela

botanica lrma Fernandez V. da Universidad Peruana Cayetano Heredia,

segundo o sistema de Engler & Prantl modificado por Melchior em 1964, e,

a excicata encontra-se depositada no herbário da Universidad Peruana

Cayetano Heredia.

Division XVII:

Classe:

Ordem:

Família:

Tribo:

Gênero:

Espécie:

Nome comum:

Angiospermae

Monocotiledonea

Spatiflorae

Araceae

Lasiee

Dracontium

Dracontium /oretense Krause

"Jergon sacha" ,"Ronon rao" (Shipibo-conibo), "Hierba dei jergon", "Shano yora", "Du nu yubi" (cashinahua) , "Jararaca", "Hierba de santamaria" "laja de cobra", "Fer de lance"

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14

2.3. · Estudo fitoquímico

2.3.1 . . Obtenção do extrato bruto

Os rizomas frescos (2,9 Kg) foram secados a 40 ºC, em estufa,

obtendo-se 835, 7 g de material seco, que foi moído.

O pó foi inicialmente macerado com hexano, subseqüentemente com

etanol e finalmente com etanol-água (Esquema 1 ).

Os filtrados hexânico, etanólico e hidro-alcoólico foram concentrados

em evaporador rotatório à pressão reduzida, obtendo-se os extratos

hexânico, etanólico e etanol/água.

O extrato etanólico não foi totalmente evaporado. Deixando em

repouso a temperatura ambiente durante vários dias, houve a precipitação

de cristais incolores, que foram separados, reunidos, pesados (4,9 g), e

analisados, separadamente do extrato etanólico.

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1

1 Torta 1

amostra fresca 2,9 Kg

15

secagem: 40ºC

amostra seca e moída 835,7 g

maceração: Hex Tamb

concentração: pressão reduzida

Ext. Hex. bruto

1,38 g ________ ___.. Maceração: EtOH

Tamb

!Torta 1

Maceração: EtOH / H2O

Tamb

Concentração: pressão reduzida

Extrato EtOH / H20

bruto 75 g

Concentração:

pressão

reduzida

Extrato EtOH bruto 19 g

1

sacarose cristais incolores

4g

Esquema 1: Obtenção de extratos brutos

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16

2.3.2. Partição do extrato hexânico

O extrato hexânico foi ressuspendido em metanol 90% e, então,

extraiu-se 3 vezes com hexano. As fases hexânicas e hidroalcoólicas

resultantes foram concentradas em evaporador rotatório, obtendo-se os

respectivos resíduos (Esquema 2).

Extrato Hex. bruto 1 g

Partição: hexano / MeOH 90%

1 1

Extrato Hex. Extrato MeOH 0,78 g 0,2 g

Esquema 2: Partição do extrato hexânico

Fez-se cromatografia comparativa em camada delgada (CCDC) com

todos os extratos obtidos, com o objetivo de se fazer uma análise preliminar

para uma escolha adequada da fração a ser fracionada.

Com a finalidade de identificar quais ácidos graxos ocorrem no

extrato hexânico, metilou-se 25 mg de extrato bruto, para submeter o éster

metílico resultante à análise por cromatografia gasosa acoplada ao

espectrômetro de massas.

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17

2.3.2.1. Esterificação dos ácidos graxos

Parte do extrato hexânico (25 mg) foi misturado com 3 ml de n­

hexano, 15 mi de solução de ácido sulfúrico a 2% em metanol. Aqueceu-se

a mistura em refluxo, durante uma hora e depois, a mistura foi resfriada.

Adicionou-se 40 mi de solução saturada de cloreto de sódio até a fase

hexânica atingir um nível pré-estabelecido em um balão -volumétrico. Os

ésteres metílicos formados se dispersam na fase hexânica.

2.3.3. Partição do extrato etanólico

O extrato etanólico foi ressuspendido em metanol 90% e, então,

extraiu-se sucessivamente com hexano, clorofórmio e acetato de etila, 3

vezes com cada solvente. As fases resultantes foram concentradas em

evaporador rotatório, obtendo-se os respectivos resíduos (Esquema 3).

Fez-se cromatografia comparativa em camada delgada (CCDC) com

todos os extratos obtidos, com o objetivo de se fazer uma análise preliminar

para uma escolha apropriada da fração a ser trabalhada.

Extrato Hex. 1,112 g

Extrato CHCl3

1,243 g

Extrato EtOH bruto 10 g

Extração: Hex., CHCl3, AcOEt

Extrato AcOEt 0,576 g

Esquema 3: Partição do extrato etanólico

Extrato MeOH / H20

7,069 g

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2.3.3:1. Estudo do residuo hexânico

1 g do resíduo hexânico foi submetido a fracionamento em coluna,

com sílica-gel, usando como gradiente hexano/ acetato de etila e acetato

de etila / metanol, obtendo-se 95 frações (Esquema 4). As frações

semelhantes foram reunidas e submetidas a análise por RMN de 1H e

verificou-se a presença de triglicerídeos nas primeiras frações, nas frações ·

intermediárias, uma mistura de sitosterol e estigmasterol e nas frações

finais uma mistura de esteroides-acilglicosilados.

Como os espectros de RM N de 1 H e de 13C não forneciam

informações sobre o número de átomos de carbonos do ácido graxo ligado

ao açúcar, a mistura de esteroide-acilglicosilados foi transesterificada com

metanol em meio ácido. O éster metílico do ácido graxo obtido foi

submetido a análise por CG-EM, ver item (2.3.2.1 ).

Extrato Hex. 1g

e.e. Si-gel 95fr.

SS AG

Esquema 4: Fracionamento do resíduo hexânico

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19

2.3.3.2. Estudo do resíduo clorofórmio

1 g do resíduo clorofórmico foi submetido a fracionamento em

coluna, com sílica-gel, usando como gradiente hexano / acetato de etila e

acetato de etila / metanol, obtendo-se 17 4 frações (Esquema 5). As frações

similares foram reunidas e submetidas à análise por RMN de 1 H e de 13C e

verificou-se a presença da mistura de sitosterol e estigmasterol nas frações

de 9 até 15. O ácido p-hidróxi-benzóico estava presente nas frações de 54

até 80. As frações 81-86 eram constituídas de 3-O-[6'-O-palmitoil-P-D­

glicosil]-colest-5-eno e 87-174 constituídas de mistura complexa

Extrato CHCl31g

A p-hb

e.e. Si-gel 174 fr.

AG

Esquema 5: Fracionamento do resíduo clorofórm4co

2.3.3.3. Estudo de resíduos de acetato de etila e de álcool-água

Os resíduos de acetato de etila e metanol-água foram submetidos à

CCDC para encontrar um sistema de solventes que permitisse uma

separação adequada de seus constituintes. Optou-se, pela dificuldade de

encontrar um sistema e pela polaridade dos constituintes, acetilar estes

resíduos. Utilizou-se 1 g de cada resíduo, adicionando-se para cada 1 O mg

de resíduo 2 mi da mistura 1: 1 de anidrido acético: piridina, deixando reagir

por 24 horas. Após a reação, para eliminar o excesso de reagente, as

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misturas relacionais foram diluidas em água gelada, e as soluções

resultantes foram extraídas 3 vezes com clorofórmio. As fases clorofórmicas

foram reunidas, lavadas com ácido clorídrico 10% até pH 7, 3 vêzes com

água destilada e posteriormente secados com Na2SO4 (Esquema 6).

Concentrou-se as fases clorofórmicas a pressão reduzida, obtendo-se os

respectivos resídµos acetilados.

10 mg material para acetilar

Fração aquosa

1

Fração aquosa

2ml de (MeCO)2O:Py Repouso:24 h. Adicionar H2O gelada. Extrair com CHCl3

Fração orgânica

neutralizar HCI 10%

Fração orgânica neutra

lavar H2O secar Na2SO4

Produto acetilado

Esquema 6: Fluxograma de acetilação dos resíduos de acetato de etila e

álcool-água.

Unr,,. r i~J 1

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Os resíduos acetilados foram separadamente cromatografados numa

coluna contendo sílica-gel usando como gradiente hexano/acetato de etila,

obtendo-se 120 frações (Esquema 7). As frações similares em CCDC foram

reunidas e submetidas à análise por RMN de 1H, e verificou-se a presença

nas primeiras frações, de mistura de esteroides-acilglicosilados e nas

frações posteriores, de mistura de carboidratos com predominância de etil­

glicosídeo.

AG

Extrato AcOEt Acetil.

e.e. Si-gel 120 fr.

MC

Esquema 7: Fracionamento do resíduo de acetato de etila acetilado.

O resíduo de etanol-água acetilado foi cromatografado numa coluna

com sílica-gel usando como gradiente hexano/acetato de etila, obtendo-se

85 frações (Esquema 8). As frações similares reunidas foram submetidas a

análises por RMN de 1 H e mostrou ser constituída de uma mistura de

carboidratos com predominância de etil-glicosídeo.

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AG

Extrato EtOH / H20 Acetil.

e.e. Si-gel 85fr.

MC

Esquema 8: Fracionamento do resíduo álcool-água acetilado

2.4. Testes biológicos

22

2.4.1. Teste de neutralização da atividade edematogênica do veneno de

Bothrops atrox

Este teste foi realizado, com as frações da partição do extrato

etanólico bruto, pela Profa. Dra. Maria Cristina dos Santos da Universidade

do Amazonas, com o intuito de verificar se estas frações neutralizavam

atividade edematogênica do veneno de Bothrops atrox.

Os camundongos utilizados no teste foram divididos em três grupos

com seis animais cada. As amostras (fração polar e apoiar) foram diluídas

em 1 00µL de tween 80 e 900µL de solução salina em uma concentração

finai de 50 µg/ml . A amostra de veneno foi diluída em solução salina a

uma concentração final de 72 µg/ml (3 vêzes a dose mínima

edematogênica do veneno utilizado).

O grupo controle recebeu 50µL de solução de veneno no coxim

ptantar da pata teste, SOµL de sotução satina na pata contrataterat e 100 µl

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23

de solução salina contendo tween 80 a 10% intraperitonialmente. Os grupos

experimentais receberam 50µL de solução de veneno no coxim plantar da

pata teste, SO~tL de solução salina na pata contralateral e 100 µL da frações

(potar ou apotar) em sotução satina com tween 80 a 1 O%

intraperitonialmente.

As patas foram medidas com auxílio de um paquímetro nos tempos

2, 4 e 6 horas após as injeções. O edema foi expresso pela diferença entre

as espessuras do coxtm -da pata e-xperünental e- -da pata contrôle .

(contralateral), dividido pela espessura da pata controle multiplicado por

100.

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24

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1. Discussão sobre as estruturas das substâncias isoladas

3.1.1. Triglicerídeos

A análise do extrato hexânico bruto mostrou a presença de

triglicerídeos através do espectro de RMN de 1H (Fig. 5) sinais

característicos de 1 H em 5,25 ppm (CHOCOR) e doís duplo dubletos

referentes a 4 H, entre 4, 12 e 4,28 ppm {C~OR).

Figura 4: Estrutura geral de um triglicerídeo, onde R, R' e R" podem ser

cadeias carbônicas com ou sem insaturação, e também, diferentes entre si

A maior reserva de lipídeos são os triglicerídeos, que é o glicerol

completamente acilado. Usualmente, encontra-se o glicerol acilado por dois

diferentes ácidos graxos. Assim, a hidrólise ácida ou básica de um

trig-Hcerfdeo resulta em uma mistura -de áetdos graxos.

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12 11 10

Figura 5:

triglicerídeo

25

8 3 -o -1 ppm

Espectro de RMN de 1H (300 MHz, 8 ppm, CDCb) de um

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26

3.1.2. Ácidos graxos

Para a determinação dos ácidos graxos, o extrato hexânico bruto, foi

metilado e os ésteres resultantes, analisados por CG-EM.

10 15 20 25 30 35 40 4

Figura 6: Cromatograma do extrato hexânico bruto metilado

O espectro de massas de ésteres metílicos de ácidos graxos

saturados mostra a presença do íon acílio (M-31 ). Normalmente o pico do

íon molecular se apresenta pouco intenso ou até. inexistente. O pico base

do espectro é m/z 7 4, que se forma por um rearranjo de Me Lafferty. Os

íons da série aritmética 59+14n, por exemplo m/z 87 (intensidade alta),

101, 115, 129, 143, 157, etc. (sinais de intensidades discretas) são

observados, distinguindo-se dos outros pela intensidade baixa [Landone et

a/., 1976]. Os íons de m/z 69,- 83 e 97 de intensidade baixa são formados

por simples clivagens e rearranjos da cadeia carbônica.

O espectro de massas de um éster metílico de ácido graxo

insaturado, apresenta o pico do íon m/z 55 ( C4H7t com intensidade alta.

Observa-se também íons resultantes pela perda de um radical metoxílico

(M-31) e pela eliminação da molécula de metanol (M-32).

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27

A presença de m/z M-74 e M-56 são característicos do referidos ésteres

[Linskens et ai., 1986].

Os espectros de massas de principais componentes observados no

cromatograma (Fig. 6) foram registrados nas figuras 7 a 14.

Scan # : 2019 M1ss Peak # : 37 Ret. Tarne : 18.917 Base Peak : 74.00 5426

87

43

143

115 129 157 171 185 199 213 227 239

50' 100 150 200 250

Figura 7: Espectro de massas do palmitato de metila, com íon

molecular em m/z 270.

Scan # : 2104 Mass Pelk # : 44 Ret. Time : 19.625 Basa Pnk : 88.05 501407

ll

43 55

157

115 143 185 199 213 241

129 227 255

50 100 150 200 250

Figura 8: Espectro de massas de 2-metil-hexadecanoato de metila com

íon molecular em m/z 284.

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28

Scan # : 2143 Mass Peak # : 45 Rel Time: 19.950 Base Peak : 74.05 268424 ·

87

43 55

143

115 129 185 199 2 13 227

241

253

50 100 150 200 250

Figura 9: Espectro de massas de 14-metil-hexadecanoato de metila

con íon molecular em m/z 284.

Scan # : 2223 Mass Paak # : 47 Ret. Time ~ 20.617 Base Peak : 88.05 561024

101 • 43

55

157 255

143 199 213 241 269

50 100 150 200 250

Figura 10: Espectro de massas de heptadecanoato de etila com íon

molecular em m/z 298.

Scan # : 2235 Mass Peak #: 132 Ret. lima: 20.717 Base Peak : 55.05 68823

69

83 97

110 264

254 296 32

50 100 150 200 250 . 300

Figura 11: Espectro de massas de elaidato de metila com íon ·molecular

em m/z 296.

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29 Scan # : 2261 Mass Peak # : 46 Ret. Time : 20.933 Base Peak : 74.05 57306

87

43

143

115 129 185 199 255 29

157 213 241 267

50 100 150 200 250

Figura 12: Espectro de massas do iso-estearato de metila com íon

molecular em m/z 298.

Figura 13:

m/z 310.

Figura 14:

Scan # : 2314 Mass Peak # : 98 Ret. Time :·21375 Base Peak : 55.05 1032519

69

83 97

160 222 264

193 235 31

50 100 150 200 250 300

Espectro de massas de oleato de etila com íon molecular em

scan # : 2 344 Mass Peak # : 49 Ret. Time: 21.625 Base Peak : 88.05 1192388

101 43

55

157

143 213 269 31 185 199 227 241 255

50 100 150 200 250 300

Espectro de massas de 2-Metil-octadecanoato de metila com

íon molecular em m/z 312.

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30

A identificação dos ácidos graxos foram baseadas na comparação

dos espectros de massas obtidos com aqueles registrados na literatura [Me

Lafferty et ai., 19891 para compostos modelo. Assim foram identificados os

ácidos -graxos como sendo, ácido palmft-ico, ácido 2-metH-hexad-ecanóico,

ácido 14-metil-hexadecanóico, ácido heptadecanóico, ácido elaídico, ácido

iso-esteárico, ácido oléico e ácido 2-metil-octadecanóico.

3.1.3. Sitosterol e estigmasterol (1 e 2)

O espectro de RMN de 13C (Fig.15) da fração intermediária

apresenta diversos sinais de carbonos alifáticos entre 12 e 57 ppm e sinal

de um carbono oxigenado em 72 ppm, sugerindo uma mistura de

esteróides.

Os sinais que permitem uma proposição estrutural absorvem em

141, 138,5, 129,6 e 121,9 ppm, sendo que os sinais em 141 e 121,9 ppm

são mais intensos que os sinais restantes. A busca na fíteratura [Holíand et

ai., 1978} e -comparação -dos -dados observados no espectro· permitem

deduzir que a mistura é constituída de estigmasterol e de sitosterol, muito

frequente em espécies vegetais.

O espectro de RMN de 1H (Fig.16) de sitosterol e estigmasterol

apresenta algumas absorções -caracterfsticas -como um -d-upfo-d-u-pfo-dupfo­

dubleto em 3,52 ppm ( 1 H-3, J = 9,5 Hz, 4,8 Hz, 11,2 Hz, e 4,6 Hz) e o

tripleto largo em 5,3 ppm que indica a presença de um hidrogênio

olefínicoem C6.

Os sinais em 5,07 ppm e 5, 16 ppm indicam a presença dos

hidrogênios em C22 e C23.

Os dados obtidos dos espectros de RMN de 13C do sitosterol e do

est-igmasterol- constam- na Tabel-a 1, juntamente -com dados -da 1-iteratura

para comparação.

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HO

Substâncias 1 e 2: Estigmasterol e Sitosterol

31

Tabela 1: Comparação com os dados da literatura [Holland et ai., 1978]

com os dados obtidos no espectro de RMN de 13C (75 MHz, 8 ppm, CDCb)

das substâncias 1 e 2 .

Carbonos

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 Z7 28 29

Estigmasterol 6(-ppm}

37,4 31,7 71,8 42,4 140,9 121,7 31,9-31,9 50,3 36,6 21,2 39;8 42,4 57,0 24,4 28,9 56,0 12,2 19,4 40,5 21, 1 1'38,4 129,4 51,.3 31 ,9 19,0 21,1 25,4 12,0

Sitosterol õ(-ppm}

37,3 31,6 71,9 42,4 14"0,9 121,8 32,0 32,0 50.,3 36,6 21 , 1 39Jl 42,4 56.,8 24,3 28,2 56,2 11,9 19.,.4 36,2 19, 1 ·34,0 29,3 50,.3 26,2 18,8 19,8 23,1 11 ,9

Subst. 1 Subst. 2 6(-ppm} 6(-ppm}

37,6 37,6 31;9 31;9 72,1 70,1 42,6 42,6 141,0 141,0 121,9 121 ,9 31,9- 32,t 31,9 32, 1 50.4 54.,0 36,8 36,8 21,2 21,2 39,9 39·,.g 42,6 42,6 57,2 57•1 24,5 24,5 29,1 28,5 56,4 56,4 12,2 19,.3 19,.3 40,6 36,4 21,2 19,2 1'38,5 34,3 129,6 29,5 51-,.3 31,9 · 26,5 19,0 19,0 21,2 19,6 25,6 23,4 1.2,1

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298

4.2

82

4.2

69

4.2

50

4.2

46

4.2

36

4.2

20

4.2

06

4.2

02

4.19

5 4

.190

4

.173

4

.162

4.

151

4.13

7 4.

121

4.11

6 4.

108

4.09

2 4.

083

4.06

8 4

.052

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.732

3.

720

3.71

7 3

.555

3

.545

3

.531

3

.52

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3.51

7 3

.504

3.

500

3.4

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6 2.

511

2,4

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2

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2

2.2

74

2.

26

8

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34

3.1.4. 3-0-[6'-0-palmitoil-P-D-glicosil]-colest-5-eno (3)

Os deslocamentos químicos observados e analisados no espectro

de RMN de 13C (Fig.23) da substância 3 (sitosterol acil-glicosilado)

sugerem correlacionar aos sinais de um esteróide glicosilado (Tabela 2).

Os sinais de carbono sp2 em 122 ppm e 140 ppm são análogos aos

carbonos 5 e 6 do sitosterol. As absorções em 79 ppm e de 101 ppm

sugerem que o sitosterol esteja glicosilado, porque o valor de 101 ppm é

característico de carbono anomérico. As absorções em 73,6 ppm, 76, 1

ppm, 70,3 ppm , 73,6 ppm e 63,2 ppm, permitem estabelecer que o açúcar

ligado ao esteróide é a glicose. Uma absorção adicional no espectro de

RMN de 13C em 17 4,4 ppm, característica de uma carbonila de éster, junto

com a absorção de carbonos metilênicos em 29 ppm sugerem que a

glicose se encontra esterificada por um ácido graxo. Com a intenção de

determinar o número de átomos de carbono do ácido, que está ligado ao

açúcar, hidrolisou-se o produto ver item (2.3.2.1.), e o ácido graxo, após

metilação, foi analisado por CG-EM.

Figura 17: Cromatograma do éster metílico do ácido graxo, obtido após a

hidrólise e metilação do sitosterol acil-glicosilado.

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35

Observando o espectro do RMN de 13C pode-se concluir que no

esterol acil-glicosilado, o ácido graxo ligado à glicose não apresenta

insaturação.

Os espectros de massas dos principais constituintes observados no

cromatograma (Fig.17) foram registrados e apresentados nas Figuras de 20

a 24.

Scan # : 1886 Mass Peak # ! 37 Ret. Time : 17.808 Base Peak : 74.05 431549

87

43

55

143

115 129 157 171 185 199 213 225

50 150 200 250

Figura 18: Espectro de massas de pentadecanoato de metila com íon

molecular em m/z 256.

Scan # ; 2021 Mass Peak # : 38 Ret. Time : 18.933 Base Peak : 74.00 5783588

87

43

55

143

115 129 227

157 171 185 199 213 239 27

50 100 150 200 250

Figura 19: Espectro de massas de palmitato de metila com íon molecular

em m/z 270.

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36

Sc.n # : 2143 Mau Peak # : 40 Rei. Time : 19.950 Base Peak : 74.05 721258

87

43

55

143

129 185 199 241

115 157 111 227 253

50 100 150 200 250

Figura 20: Espectro de massas de 14-metil-hexadecanoato de metila

com íon molecular em m/z 284.

Scan # : 2234 Mass Peak # : 90 Ret. Time : 20.708 Base PHk : 55.05 417265

•• 83

97

264

50 100 150 200 250

Figura 21: Espectro de massas de elaidato de metila com íon molecular

em m/z 296.

San# : 2263 Mass Peak # : 43 Ret. Time : 20.950 Base Peak : 74 .05 1726516

87

43

143

199 255 111 129 157 185 213 241 267

50 100 150 200 250

Figura 22: Espectro de massas de iso-estearato de metila com íon

molecular em m/z 298.

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37

A análise dos espectros de massas dos constituintes do

cromatograma de ésteres metílicos de ácidos graxos obtidos, por hidrólise,

permitiu deduzir que um dos ácidos graxos que acila a glicose em maior

proporção, é-o ácido pa+mfttco {flg. 19}.

As absorções descritas no artigo do Pei-wu et ai. (1988) coincidem

com as absorções observadas no espectro de RMN de 13C da substância

3.

o

o

Substância 3

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38

Tabela 2: Comparação de dados do espectro de RMN de 13C (75 MHz, õ

ppm, CDCl3) da substância 3 com os dados da literatura [Holland et ai.,

1978] [Pei-wu et ai., 1988)

Carbono Sitosterol Sitosterol acilglic. Substância 3 6{ppm} í5 {ppm} í5 {ppm}

1 37,3 39,1 37,2 2 31,8 32,0 31,S 3 71 ,9 79,9 79,8 4 42,4 42,4 42,2 5 140,9 140,5 140,3 6 121,8 122, 1 122,1 7 32,0 32,0 31 ,9 8 32,0 32,0 31,9 9 50,3 50,3 50,3 10 36,6 36,8 36,1 11 21 , 1 21 , 1 12 39,9 39,7 39,7 13 42,4 42,4 42,2 14 56,8 56] 56,9 15 24,3 24,3 16 28,2 28,2 17 56,2 56;3 56,2 18 11,9 12,0 12,0 19 19,4 19,4 19.,3 20 36,2 36,8 36,1 21 19,1 19, 1 18,9 22 34,0 34,2 23 29,3 29,3 29,2 24 5Q,.3 50,.3 50,.3 25 26,2 26,1 26 18,8 18,9 18,8 'll 19,8 19,9 19,8 28 23,1 23,2 23,1 29 11,9 11,9 11,9 1' 101,4 101 ,0 2' 73,4 73,6 3' 76,4 76, 1 4' 70,6 70,3 5' 73,8 73,6 6' 63,8 63,2 1" 174,2 174,4 2" 32,1 31,9 3" 25,1 24,9 4"-13" 29,3/30,0 29,2/29,9 14" 32,0 32,0 15" 22,8 22,8 16" 14,2 14,2

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39

i !

1

L 180 1 6 0 1 4 0 1 2 0 100 80 60 40 2 0 PP•

Figura 23: Espectro de RMN de 13C (75 MHz, 8 ppm, CDCl3 ) da

substância 3

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40

3.1.5. 3-0-[6'-0-palmitoil-P-D-glicosil]-colest-5-en-7-ona (4)

Os deslocamentos químicos observados e analizados no espectro de

RMN de 13C (Fig. 24) da substância 4 (7-oxo-sitosterol acil-glicosilado)

sugerem correlacionar aos sinais de um esteróide glicosilado (Tabela 3). Os

sinais de carbono sp2 em 126, 1 ppm, 165,5 ppm e 202,6 ppm são analogos

aos carbonos 5,6 e 7 citados na literatura por Kovganko et ai. (1999) . As

absorções em 78,5 ppm e 101,6 ppm sugerem que a substância 4 esteja

glicosilada, porque o valor de 101,6 ppm é característico de carbono

anomérico, as absorções em 73,4 ppm, 76,2 ppm, 70, 7 ppm, 76,2 ppm e

63,7 ppm, permitem deduzir que o açúcar ligado ao esteroide é a glicose.

Uma absorção adicional no espectro de RMN de 13C em 174,3 ppm,

característica de uma carbonila de éster, junto com a absorção de carbonos

metilênicos em 29 ppm sugerem que a glicose se encontra esterificada por

um ácido graxo.

Substância 4

BIBLIOT ECA · TüTO DE ou·,.::c,,

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41

Tabela 3: Comparação de dados obtidos no espectro de RMN de 13C

(75 MHz, õ ppm, CDC'3) da substância 4 com os dados registrados na

literatura [Kovganko et ai., 1999]

carbono

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 1' 2' 3' 4' 5' 6' 1" 2" 3"· 4"-13" 14 15" 16"

3-0-colest-5-en-7 -ona

8 (ppm)

36,4 31 ,2 70,4 41 ,9 165,3 126,1 202 ,2 45,4 50,0 38,4 21 ,2 38,8 43,1 50,0 23, 1 28,5 54,8 12,0 17,3 36,1 19,0 34,0 26,3 45,9 29,2 19,8 19,0 23,1 12,0

substância 4

8 (ppm)

36,4 31,9 78,5 43,1 165,3 126,1 202,5 45,4 49,7 38,5 21 ,3 38,7 43,1 49,7 23,1 28,5 54,9 11 ,9 17,2 36,1 19,0 34,3 26,3 45,9 29,2 19,8 19,0 23, 1 11 ,9 101 ,6 73,4 76,4 70,4 73,4 63,6 174,2 31 ,9 24,9 29,2/29,7 32,0 22 ,6 14,0

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21.2

412

19.7

497

N

u)

19.0

286

---18

.913

8 17

.242

0 o.

14

.029

6 D

)

12.1

611

o

11,9

317

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43

3.1.6. Ácido p-hidróxi-benzóico (5)

Os deslocamentos químicos no espectro de RMN de 1H (Fig. 25) na

região de õ 6,8 - 7,9 ppm correspondem a sinais de 4 hidrogênios de um

anel aromático dissubstituído caracterizado por absorções em õ 6,81 (2H, d,

J = 9 Hz) e em õ 7,87 (2H, d, J = 9 Hz).

Substância 5: Ácido p-hidróxi-benzóico

Tabela 4:

substância 5

Dados de RMN de 1H (300 MHz, õ ppm, CD3OD) da

Hidrogênio

H-2 e H-6 H-3 e H-5 OH COOH

õ (ppm), Multiplicidade, J (Hz)

7,87 6,81

(d) (d)

J=9 .J= 9

O espectro de RMN de 13C (Fig . 26) da substância 5 apresenta sinais

de carbonos quaternários em õ 170 ppm pertencente a um carbono

carbonílico, em õ 122,7 ppm de um carbono ipso e em õ 163,4 ppm de um

caibono ligado a uma hidmxila.

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44

Tabela 5: Comparação dos dados obtidos no espectro de RMN de 13C (75

MHz, õ ppm, CD300) da substância 5 com os dados registrados na

literatura [Scott, 1972]

Carbono

C=O 1 2 3 4 5 6

õ (ppm)

169,0 121 ,9 132,7 115,8 162,5 115,8 132,7

subsutância 5

170,1 122,7 133,0 116.0 163,3 116,0 133,0

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11

Figura 25:

substância 5

45

1

10 · 8 3 -o -1 · µpm

Espectro de RMN de 1H (300 MHz, ó ppm, CD300) da

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2 20 2 00

Figura 26:

substância 5

46

l 180 . 160 140 1 2 0 10 O. 80 60 40 20 ppm

Espectro de RMN de 13C (75 MHz, ó ppm, C0300) da

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47

3.1.7. 2,3,4,6-Tetra-acetil-0-etil-glicosídeo (6)

O espectro de RMN de 1 H (Fig. 27) apresenta sinal do hidrogênio

anomérico em õ 4,4 ppm (Tabela 6) . Os dados obtidos do espectro de RMN

de 13C (Fig. 28) permitem analisar os carbonos da molécula. O sinal em

100,4 ppm pertence ao carbono anomérico de tetraacetii-0-etil-glicosídeo.

As domais afrib• ,ir-o-ºS 0 nr-ontr,:,m-s0 na Tahola 7 \ V 1 \.11 \AI")-' '-,, V IV 1\. UI t V 1 1 VVI I •

>-o

Substância 6:

O-\ \

Tabela 6: 6

Dados de RMN de 1H (300MHz, õ ppm, CDCb) da substância

Hidrogênio

H, H2 H3 H4 Hs H6 H5· 4 CH3CO CH3 CHH CH3 CHH' CH3

õ (ppm), Multiplicidade, J (Hz)

4,52 (d) J=9 5,21 (t) J=9 5,09 (t) J=9 4,99 (t) J=9 5,05 (dm) 3,64 (dd) J= 2,4 3,61 (dd) J= 2,4 2,01-2,09 (s) 3,91 (dq) J= 2,7 3,59 (sq) J = 2,7 1,21 (t) J= 6,9

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Tabela 7:

Carbono

1 2 3 4 5 6 CH2 CH3 co CH3CO

48

Dados de RMN 13C (75 MHz, õ ppm, CDCl3) da substância 6

Substância 5 õ (ppm)

100,4 "7A r, , 1,..:::.

71,6 68,4 72,8 61 ,9 ô5,5 14,0 169,2 - 170,5 20,4 - 20,5

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49

6 s 4 3 2 O oom

Figura 27: Espectro de RMN de 1H (300 MHz, õ ppm, CDCb) da

substância 6

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•º ~;:; ... ~~~~

' [' 1, .

1 6 0

Figura 28:

substância 6

ON~

,-,. ION,-.

' ,,

1 1

\~[ ~~N 1 .• );

- 11 r = , : ' l I' 1 1

1

1 !

.

l 1 -

~---r-r-~ ··-r r-T"""~-,.-140 12 0 10 0 80 60 40 2 0

Espectro de RMN de 13C (75 MHz, õ ppm, CDCb) da

BIBLIOTE CA INSTITUTO DE QUÍMICA Universidade de São Paulo

50

~

ppm

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3.2. Testes biológicos

As frações apoiares e polares foram testadas, obtendo-se resposta

positiva para ambas frações, com a diferença que a parte polar, onde se

encontram os carboidratos, observados através de RMN de 1 H, a resposta

é mais acentuada na neutralização edematogênica mediante veneno de

Bothrops atrox.

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4. CONCLUSÃO

As frações obtidas por partição de solventes do extrato alcoolico dos

rizomas de D. loretense Krause, apresentaram propiedades de inhibir o

edema causado pelo veneno de B. atrox (jararaca) .

O fracionamento por diferentes técnicas cromatograficas das frações

ou de seus resíduos forneceram os metabólitos a seguir sitosterol,

estigmasterol , 3-0-[6'-0-palmitoil-P-D-glicosil]-colest-5-eno, 3-0-[6'-0-

paimitoil-P-D-giicosil]-coiest-5-en-7-ona, ácido p-hidróxi-benzóico e 2,3,4,6-

T etra-acetil-0-etil-glicosídeo.

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