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FACULDADE DE TECNOLOGIA EBRAMEC
ESCOLA BRASILEIRA DE MEDICINA CHINESA
CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM ACUPUNTURA
JOAQUIM DE PAULA RIBEIRO
ACUPUNTURA NA REVERSÃO SINTOMÁTICA DE PACIENTE
COM CAPSULITE ADESIVA DO OMBRO (OMBRO
CONGELADO): ESTUDO DE CASO
ACUPUNCTURE IN SYMPTOMATIC REVERSION OF PATIENT
WITH ADHESIVE CAPSULITE OF SHOULDER (FROZEN
SHOULDER): CASE STUDY
SÃO PAULO
2017
JOAQUIM DE PAULA RIBEIRO
ACUPUNTURA NA REVERSÃO SINTOMÁTICA DE PACIENTE
COM CAPSULITE ADESIVA DO OMBRO (OMBRO
CONGELADO): ESTUDO DE CASO
Trabalho de Conclusão de Curso de Pós Graduação
em Acupuntura apresentado à Faculdade De
Tecnologia EBRAMEC- Escola Brasileira de
Medicina Chinesa, sob orientação do Prof. e
Dr.Reginaldo de Carvalho Silva Filho.
SÃO PAULO
2017
JOAQUIM DE PAULA RIBEIRO
ACUPUNTURA NA REVERSÃO SINTOMÁTICA DE PACIENTE COM
CAPSULITE ADESIVA DO OMBRO (OMBRO CONGELADO):
ESTUDO DE CASO
BANCA EXAMINADORA
___________________________________
___________________________________
___________________________________
Orientador:
Dr. Reginaldo Filho
Aluno
Dr. Joaquim de Paula Ribeiro
São Paulo, 28 de fevereiro de 2017.
RESUMO
Capsulite adesiva (CA) é um termo adotado para nomear uma síndrome de contratura do ombro,
popularmente conhecida como “ombro congelado”. É caracterizado pelo comprometimento
restritivo de movimento do ombro e dor, diminuindo assim a amplitude de movimento (ADM).
Pode ser identificada sob duas formas de origem (idiopática e secundária) e sua sintomatologia é
característica, se dividindo em 4 estágios principais. Na medicina tradicional chinesa, a condição
patológica da CA é uma convergência do “Qi áspero” e do sangue, estagnação de sangue e pigarro
quente ou frio, e estes fatores bloqueariam os meridianos e canais, causando dor e diminuição
funcional articular, já em coreano isto se resume em “Osipgyeon”. Desta forma, o tratamento da CA
pode ser através da Acupuntura, onde o presente estudo pesquisou os efeitos de um protocolo de
atendimento pré estabelecido para CA e verificou seus feitos sobre a reversão sintomática da CA
em estudo de caso, obtendo significativa redução da dor, e aumento da amplitude de movimento
articular (p<0,0001). Foi usada a escala visual analógica (EVA), para quantificar a dor e
goniometria para aferir o grau de movimento articular em todos os planos e eixos de movimento do
ombro. Assim, o protocolo Acupuntural proposto se mostrou eficaz na diminuição da dor e
recuperação da ADM em paciente com CA em apenas 8 sessões.
Palavras Chaves: Capsulite adesiva, Ombro congelado, Acupuntura, Dor articular
ABSTRACT
Adhesive Capsulitis (CA) is a term adopted to name a shoulder contracture syndrome, popularly
known as "frozen shoulder". It is characterized by the restrictive impairment of shoulder movement
and pain, thus reducing the range of motion (ROM). It can be identified under two forms of origin
(idiopathic and secondary) and its symptomatology is characteristic, being divided into 4 main
stages. In traditional Chinese medicine, CA pathological condition is a convergence of "rough Qi"
and of the blood, stagnation of blood and hot or cold throat, and these factors would block the
meridians and channels, causing pain and joint functional decrease, already in Korean, Already in
Korean this is summed up in "Osipgyeon". In this way, CA treatment can be through acupuncture,
where the present study investigated the effects of a pre-established protocol for CA and verified its
achievements regarding the symptomatic CA reversal in a case study, obtaining a significant
reduction of pain and increased range of motion (p <0.0001). The visual analogue scale (VAS) was
used to quantify pain and goniometry to assess the degree of joint movement in all planes and axes
of shoulder movement. Thus, the proposed acupuncture protocol was shown to be effective in
reducing pain and recovering the range of motion (ROM) in patients with CA in just 8 sessions.
Key Words: Adhesive Capsulitis, Frozen Shoulder, Acupuncture, Joint Pain
1
1 INTRODUÇÃO
Capsulite adesiva (CA) é um termo adotado para nomear uma síndrome de contratura do
ombro, popularmente conhecida como “ombro congelado” (LEWIS2015). É caracterizado pelo
comprometimento restritivo de movimento do ombro e dor, perfazendo um ciclo em que a dor
limita o movimento e a ausência de movimento propicia a perda de mobilidade, diminuindo assim a
amplitude de movimento (ADM) (LEWIS2015)(HARRIS et al.2013). Em muitos casos, a
identificação da dor do ombro é multifatorial, visto que é um complexo articular composto de
inúmeras estruturas, entre elas a bursa subacromial, músculos e tendões do manguito rotador,
labrum, cápsula e ligamentos da glenoumeral, todos potenciais causadores de dor (KIM et al.2015).
A limitação articular na patologia mecânica do ombro congelado é caracterizado pelo
comprometimento da articulação glenoumeral devido à contratura de sua cápsula, rigidez
periescapular e ao desequilíbrio da força muscular ao redor da escápula (YOO2015). A região
inferior da capsula é mais frágil e fina, e esta é esticada quando o ombro é elevado, exercendo
grande esforço sofre a estrutura, durante a abdução, é também a região que tenciona a cabeça do
úmero para dentro da fossa glenoidal. (NOBOA et al.2014; YOO 2015).
Além dos comprometimentos osteomioarticulares, há ainda, condições fisiológicas que
predispõe ao desencadeamento da CA, como o hipotireoidismo, que favorece estes pacientes à
doenças do tecido conjuntivo, estando a CA relacionada à presença do anticorpo para
tireoperoxidades (anti-TPO) (CAKIR et al.2003). A tireoidite de Hashimoto é considerada presente
quando o paciente apresenta Anti-TPO e/ou anticorpo para tireoglobulina (Anti-Tg), considerando
também os níveis de triiodotironina (T3) e tiroxina (T4) livres, bem como elevados níveis do
hormônio tireoestimulante (TSH) (CAKIR et al.2003). Os pacientes nesta condição relatam, muitas
vezes, presença álgica muscular e articular, sendo importante considerar nestes pacientes,
miopatias, polimialgia reumática, tenosinovites e compressão nervosa (CAKIR et al.2003). Neste
sentido, é importante salientar que fatores de risco como hipertenção arterial e hiperglicemia,
também podem estar relacionados com o desenvolvimento da CA, pois síndromes metabólicas são
condições pró-inflamatórias que agravam este quadro devido ao aumento dos níveis de citocinas
(AUSTIN et al.2014). Ainda, o processo de cura é retardado, devido à condição hiperglicêmica, que
favorece a inflamação (THOMAS et al.2014). Além disso, um evento denominado “reação de
Maillard”, permite a interação da glicose com proteínas colágenas, até a formação de produtos
finais da glicosilação avançada, causando disfunção do colágeno e com isso alterando suas
propriedades (THOMAS et al.2014)(AVERY & BAILEY, 2006). Tem sido relatado que o colágeno
glicado, aumenta a peroxidação lipídica (LPO) e promove inflamação crônica, com isso trazendo
2
importante atenção às condições diabéticas (AVERY & BAILEY, 2006). Portanto, de alguma
forma existem relações no evento fibroproliferativo e o processo inflamatório na gênese do ombro
congelado (GORDON et al.2016).
Analisados em conjunto, são muitas as hipóteses para o desencadeamento do “ombro
congelado”, com manifestações biológicas e a ação de inúmeras vias de sinalizações moleculares
potencias para demonstrar a natureza desta doença (GORDON et al.2016). Desta forma, o
complexo do ombro está sob constante efeito da produção de espécies reativas de oxigênio (ROS),
em decorrência do processo de senescência, e esta excessiva produção de ROS é um evento que
favorece ainda mais a produção de mediadores pró-inflamatórios, causando um efeito deletério ao
tecido conjuntivo e matriz extracelular (ECM) (PIETRZAK2016). Além disso, eventos de estresse
psicológico, também contribuem com o aumento da liberação de mediadores pró-inflamatórios,
como respostas neuroimune, potencializando o aparecimento de fatores clínicos da CA
(PIETRZAK2016). Portanto, até o momento, o que se sabe é que a CA é uma condição inflamatória
crônica em que ocorre fibrose e retração da capsula glenoumeral, comprometendo a articulação
(HARRIS et al.2013; LEWIS2015; VILLA-CAMACHO et al.2015). Pode ser identificada sob duas
formas de origem (idiopática e secundária) (WANG et al.2013), onde a condição secundária é em
detrimento de um trauma ou cirurgia (HARRIS et al.2013; SHERIDAN; HANNAFIN2006;
WANG et al.2013).
A Acupuntura tem mostrado excelentes resultados no tratamento da CA, sendo o termo
coreano “Osipgyeon”, quem representa a condição patológica do ombro congelado, ou CA, e traz
com seu curso, assim, a Acupuntura está entre as possibilidades de tratamento, que tem se mostrado
eficaz, melhorando a ADM e diminuindo a dor (YOUNG & DU, 2015). Neste sentido, segundo a
medicina coreana, a causa para o ombro congelado é a presença “Qi” negativo como vento frio e
úmido (Dam-eum) (YOUNG & DU, 2015). Na medicina tradicional chinesa, a condição patológica
da CA é uma convergência do “Qi áspero” e do sangue, estagnação de sangue e pigarro quente ou
frio, e estes fatores bloqueariam os meridianos e canais, causando dor e diminuição funcional
articular (JI et al.2015). Desta forma, a Acupuntura busca o equilíbrio do fluxo de “Qi’, de forma
que, para o tratamento do ombro congelado, tem sido usado o ponto E38 (Tiaokou) em direção ao
B57 (Chengshan), obtendo bons resultados para o aumento da ADM, sugerindo que estes pontos
provavelmente possuem propriedades capazes de bloquear o estímulo de neurotransmissores, que
enviam o estímulo doloroso do ombro ao sistema nervoso central (SNC) (LIN et al.2005). Desta
forma, a hipótese inicial do presente estudo foi elaborar um protocolo padronizado de atendimento
com Acupuntura para CA, com base apenas nos conhecimentos científicos apresentados na
3
literatura, Assim, devido à resentes revisões sistemáticas na base de dados “Cochrane”
apresentarem dados inconclusivos quanto à eficácia da Acupuntura para dor no ombro, e por ser de
grande importância a realização de ensaios clínicos que comprovem sua eficácia (JI et al.2015),
bem como estudos de caso como o presente trabalho, acreditamos que estabelecer um protocolo
para a escolha de pontos no tratamento de CA pode facilitar a rotina clínica diária e favorecer os
pacientes em sua recuperação.
A medicina chinesa exige uma avaliação individual para a elegibilidade dos pontos a serem
usados para cada sintomatologia clinica, assim, é evidente a importância de um protocolo de
atendimento pra CA que acelere e garanta a rápida recuperação do paciente. Por este motivo, o
presente estudo teve como objetivo, verificar o potencial de melhora do quadro clinico do paciente
com CA mediante tratamento com o protocolo de Acupuntura estabelecido no estudo. Para isso, o
presente trabalho é um estudo de caso controle, intervencional, individual, prospectivo,
exploratório, ilustrativo e crítico, de caráter longitudinal e que contempla a coleta de informações
que foram analisadas tanto qualitativamente quanto quantitativamente.
MATERIAIS E MÉTODO
Seleção do paciente/Critérios de inclusão/permanência/exclusão
Os critérios de elegibilidade foram tomados com base na sintomatologia clínica e
diagnóstico do paciente, que teve total colaboração e disposição para a participação no estudo,
ainda, ficou a paciente condicionada a concordar com os seguintes termos para a participação e
permanência no estudo: assinar o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE); ceder laudos,
exames e documentos que colaborassem com os objetivos do estudo, bem como com seu
tratamento; preencher os questionários para avaliação de dor e ADM antes e cinco dias após o
estudo. Além disso, foi aceito para o estudo a paciente com histórico característico de CA, sintomas
de dor (>5VAS), diminuição da ADM (25% de limitação em 2 ou mais planos de movimento),
diagnóstico clinico de CA, confirmação por exame de imagem, exame físico e testes de função
(>50% positivos). Para a suspensão e/ou exclusão do estudo, foram adotados os seguintes critérios:
não dar falsas informações; não ter passado por cirurgia na região afetada ou sofrido trauma que
culminassem em possível comprometimento primário ou secundário da articulação, não colaborar
em relatar seu real estado físico e psicológico antes, durante e após a execução dos protocolos aqui
estabelecidos, ainda, foi adotada a conduta de suspensão imediata das técnicas em qualquer tempo e
hora, caso fosse a vontade paciente.
4
Intervenção
Foi realizado o tratamento de Acupuntura com uso de agulhas 0.30 mm x 40 mm conforme
Young & Du, (2015), durante um mês, duas vezes por semana, em dias alternados, após a inserção
das agulhas, o membro afetado foi mobilizado passivamente por 15 minutos, conforme o método de
Romoli et al., (2000) modificado. As agulhas foram inseridas, realizando pistonagem 3 a 5 vezes,
com finalidade de estimular as fibras, obtedo o “De Qi”. Para a elaboração do Protocolo, seguimos
o proposto por Fu et al., (2014) com adaptações, usando os pontos locais IG15 (Jianyu), TA14
(Jianliao), ID9 (Jianzhen), IG14 (Binao) e distal E38 (Tiaokou). Associado a esta escolha de pontos,
ainda adicionamos os pontos TA14 (Jianliao) e o ponto extra Jianqian, relatados por Ji et al.,
(2015) para os mesmos objetivos do presente estudo. Também usamos o ponto B57 (Chengshan),
que tem sido relatado com bons resultados para ombro congelado conforme Lin et al., (2005), ID10
(Naoshu) e IG11 (Quchi) e IG4 (Hegu) ipsilaterais, e contralaterais, P7 (Lieque), VB34
(Yanglingquan), VB20 (Fengchi), e VG14 (Dazhui) conforme Romoli et al., (2000). Ainda,
utilizamos o ponto extra “Zhongping” contralateral ao ombro acometido, de acordo com Sun et al.,
(2001) e VB43 (Xiaxi). Contamos também, com os pontos auriculares na região da concha cymba,
concha cavita, helix, antihelix e scafa, fossa triangular e cruz da antihelix, de acordo com Chung et
al., (2011), e foi tido como referência para os pontos auricular, o mapa proposto por He et al.,
(2012). Para a Acupuntura auricular, usamos agulhas 0.25 x 13 mm conforme Speronello et al.,
(2010) e as colocamos no ponto Shenmen ispilateral segundo Speronello et al., (2010), e também
nos pontos de maior sensibilidade à compressão. Ainda, foram colocados pontos auriculares
correspondentes à região do ombro, bem como locais com maior fluxo sanguíneo e aqueles que
apresentavam diferenças pigmentares não características de hiperpigmentação celular seguindo
Oleson et al., (1980).
Escores de dor
Para estabelecer o nível de dor experimentada, a paciente, sintomática, foi submetida ao
preenchimento do formulário “visual analog scale” (VAS). O preenchimento destes formulários
ocorreram em dois tempos, antes da intervenção e após cinco dias do último tratamento.
Avaliação funcional da ADM
Foi aferida e registrada a ADM ativa com paciente em posição bipodal (BP) e em decúbito
dorsal (DD). Onde se exerce manualmente, pressão sobre o acrômio para limitar o movimento
escapulotorácico, e por fim, se verifica a ADM ativa com auxilio goniométrico conforme descrito
5
previamente na literatura (CALIS et al.2006; KOH et al.2013; LEWIS2015; SONG et al.2014;
YOUNG; DU2015). Solicitou-se exame radiográfico em vista anteroposterior (AP), em rotação
interna e externa, com vista axilar, para excluir outras possíveis causas de dor ou limitações
articulares de acordo com Sheridan & Hannafin, (2006). Ainda, foi solicitado exame de ultrassom
para verificar integridade dos tecidos moles, como patologias do manguito rotador conforme
descrito por Harris et al., (2013). Meios estes onde o diagnóstico nosológico se confirmou
imagenologicamente (imagem 1).
Confirmação do diagnóstico clínico nosológico
Com base na história do paciente, relatando suas queixas principais e sintomas, foi assim
aceito para o estudo, haja vista que, neste momento foi verificado fortes indícios da confirmação do
diagnóstico de CA, conforme aponta Song et al., (2014). No decorrer, foi realizada a anamnese
completa e exames físicos para confirmar o diagnóstico de CA, seguindo os critérios propostos por
Kim et al., (2015) e em combinação com o proposto por Calis et al., (2006). Ainda, o teste de
distensão em rotação externa passiva, do inglês Distension Test in Passive External Rotation
(DTPER), que tem mostrado ser um bom indicador para o diagnóstico da CA (NOBOA et al.2014),
foi utilizado no presente estudo. A fim de excluir qualquer compensação, para avaliar a mobilidade
articular, a escápula foi estabilizada, impedindo o movimento da articulação escapulotorácica,
quantificando os movimentos de rotação interna e externa e abdução, que são os mais prejudicados
conforme estabelecido por Sheridan & Hannafin, (2006). Logo, realizamos os testes de Rockwood
para integridade do manguito rotador, Gember para integridade do músculo sub escapular e Apley
pra ombro, para testar o tendão supra espinhoso. Foram feitos os testes de função de Neer para
tendão supraespinhoso, Kennedy-Hawins para bursa subacromial, bem como uma gama de
movimentos passivos em flexão, abdução e rotação interna e externa, e a amplitude de cada
movimento foi testada através de goniometria conforme método de Calis et al., (2006). Também
foram conferidos os achados de imagem, como o ultrassom, avaliando os critérios clínicos
destacados por Harris et al., (2013).
Cientes de que durante os estágios 1 e 2, o paciente relata, frequentemente, dor a palpação
anterior e posterior da capsula articular, descrevendo irradiação da dor para a inserção do deltoide
(SHERIDAN & HANNAFIN, 2006), foram tomadas todas as devidas precauções para que não
fossem gerados falsos indicativos de dor não decorrentes da CA, evitando assim, o relato de dor por
mobilização.
6
Diagnostico diferencial da medicina chinesa
A medicina chinesa aborda o conceito de diagnóstico holístico, onde a seleção dos pontos
varia em detrimento da síndrome patológica individual, fazendo combinações de pontos que
culminam em um efeito terapêutico para o paciente (LAU et al.2008; ZHOU & BENHARASH,
2014). O aspecto mais intrigante da Acupuntura é o uso de acupontos (pontos de inserção da
agulha) em meridianos específicos, que na maioria das vezes não tem relação com o local da
instalação da patologia (OLESON et al.1980). Contudo, a medicina chinesa oferece também, um
diagnóstico baseado em alterações que ocorrem na orelha do paciente, que podem ser visualizadas
pela mudança da pigmentação, da resistência da pele em áreas específicas e da condutividade
elétrica auricular, podem estar relacionadas à lesões já sofridas em diferentes locais do corpo
(OLESON et al.1980).
Estatística
Os dados foram registrados e quantificados em três amostragem, logo os valores foram
calculados como média e desvio padrão da média (DPM) e as análises estatísticas obtidas através do
teste t-sdudent para o comparativo “antes a depois” e ANOVA de uma via seguida do post test
Tukey para as comparações multivariáveis.
CASUÍSTICA
A paciente sintomática, mulher, 46 anos de idade, com diagnóstico clínico nosológico de
CA, e hipotireoidismo (tireoidite de Hashimoto). Com disfunção cinética do movimento articular do
ombro esquerdo, dor ao limiar da ADM e limitação funcional para flexão acima de 69,11º, extensão
acima de 14,13º, abdução acima de 57,72º, rotação externa (RE) acima de 10º e rotação interna (RI)
dentro dos parâmetros de normalidade. Níveis hormonais de TSH, T3 e T4 livres, anti-TPO, anti-Tg
controlados, bem como outros testes bioquímicos. Nos exames imagenológicos, o Raio-X apresenta
a estrutura do acrômio do tipo I de Bigliani, o que caracteriza menor probabilidades de patogenia
por compressão/impactação. Espaços articulares glenumeral e acrômio-claviculares com amplitude
preservada e sem sinais de projeções de partes moles ou periarticlares ou calcificações, conforme
imagem 1. A ultrassonografia demonstrou não haver comprometimento de partes moles, com isso,
viabilizando a plena recuperação da paciente, como mostra a imagem 2. A paciente também foi
avaliada para a elaboração do diagnóstico pela medicina chinesa, onde a avaliação da língua
demonstrou edema nas regiões de fígado e vesícula biliar, caracterizando deficiência de shi, pálida,
indicando deficiência de yang, principalmente em baço e estômago, com fissuras em toda extensão
7
da linha central e marcas de pouca capa. Ainda, a língua da paciente se mostra curta, com isso
evidenciando excesso de umidade, informações estas evidentes na imagem 3.
A B
C D
Imagem 1. Imagem de Raio-X mostrando partes ósseas íntegras que comprovam lesão não traumática ou sinais
patológicos secundários à capsulite adesiva ausentes. (A) Incidência anteroposterios (AP) de ombro em rotação
interna (RI). (B) Incidência AP de ombro em rotação externa (RE). (C) Incidência posteroanterior (PA) de ombro
em RI. (D) Incidência PA de ombro em rotação RE.
8
Imagem 2. Imagem de tecidos moles e tendões do manguito rotador, demonstrando integridade e viabilidade na
intervenção. (A) Tendão da Cabeça Longa do Músculo Bíceps braquial (TCLB), (B) Tendão do Músculo
Infraespinhal. (C) Tendão do Músculo Supraespinhal. (D) Tendão do Músculo Subescapular.
A B
C D
Imagem 3. (A) Imagem da língua da paciente antes do inicio da intervenção acupuntural. Notar que de acordo
com a medicina chinesa, esta língua se mostra edemaciada nas regiões de fígado e vesícula biliar, palidez, fissuras
em toda extensão da linha central e focos de pouca saburra, além de apresentar língua curta. (B) Imagem da orelha
da paciente antes do inicio da intervenção acupuntural. Notar regiões de visível aparecimento de microcapilares
superficiais da derme. (C) Aurículopuntura contralateral nos pontos Fígado, Baço, Yang do fígado, Coração e
Clavícula. A cada sessão a paciente recebeu aurículoterapia ipsilateral com sementes nos mesmos pontos,
acrescido o ponto Shenmen.
A B C
9
RESULTADOS
Foram realizados inicialmente, durante a anamnese, a coleta dos dados históricos da
paciente, onde se confirmou o diagnóstico clinico de CA, ainda foram feitos os testes: Rockwood 3
niveis: +/1°, Apley para ombro +, Gember +, Neer sem dor, com limit 0,09 e Kennedy- Hawkins +.
Ao inicio e fim de cada sessão foi aferia da pressão arterial sistêmica (PAS), frequência cardíaca
(FC) e saturação parcial de oxigênio (SPO2%), apresentadas em média, respectivamente: PAS
130x80 em DD, FC 70bpm e SPO2% 99%, e estes valores se mantiveram inalterados até o término
da execução do presente estudo. A avaliação da EVA registrou 0 dor em imobilidade e 7 ao
movimento passivo na primeira avaliação, por este motivo foram considerados os valores de EVA
ao limiar do movimento, apresentando melhora significativa (p<0,0001) na avaliação da dor,
conforme figura 1.
A avaliação da ADM pelo método de goniometria do ombro esquerdo avaliou duas posições
para a execução dos movimentos solicitados, registrando dados em BP e em DD, onde se registrou
em BP antes e após, respectivamente: (A) flexão 69,11°antes e 131,58° após, (B) extensão 14,13° e
25,15°, (C) abdução 57,72° e 116,18°, (D) RE 10° e 61,20°, como constam na figura 2, adução e RI
normais, por isso os dados não forma mostrados. Em DD: (A) flexão 120° antes, 179,66° após. (B)
extensão 20° e 31,10°, (C) abdução 60° e 122,10°, (D) RE 10° e 72,10°, conforme apresentado na
figura 3. Os dados de adução e RI se mostraram normais e inalterados, por isso não foram
apresentados.
Figura 1. Média ± DPM do escore de dor EVA, com valores colhidos antes do início da intervenção acupuntural
e após o Protocolo proposto. Foi feito teste T-Student, não pareado, paramétrico para avaliar o grau de diminuição
da dor, sendo considerado p<0,05 como significante (*) e p<0,0001 com maior grau de significância (****).
10
Entre os resultados, é importante salientar que houve significativa diferença dos valores de
ADM aferidos em um mesmo plano de movimento para diferentes posições de coleta de dados.
Assim, é destacável que se avalie o paciente nas posições BP e DD, pois a posição DD diminui a
exigência muscular do paciente, não recrutando a contração muscular para executar o movimento,
quanto em posição BP, o paciente precisa exigir a ação muscular para executar o movimento,
causando dor e desconforto, além de dar um falso indicativo de comprometimento articular. Para
isso, avaliamos a ADM em ambas as posições e verificamos significativa diferença na flexão do
ombro acometido, tanto antes, quanto após a intervenção, quando comparamos os dados de ADM
antes em posição BP contra DD, bem como na avaliação da abdução do ombro antes. As demais
avaliações não demonstraram diferença significativa entre a avaliação em posição BP e DD, como
mostra a figura 4.
Figura 2. Grau de ADM em BP, expresso em média ± DPM, antes do início da intervenção e após o término
do Protocolo proposto. Foi feito teste T-Student, não pareado, paramétrico para avaliar as alterações do grau de
ADM, sendo considerado p<0,05 como significante (*) e p<0,0001 com maior grau de significância (****).
(A) Flexão de ombro em BP, (B) Extensão de ombro em BP, (C) Abdução de ombro em BP e (D) RE de
ombro em BP. RI e adução estavam dentro dos limites de normalidade antes e após a intervenção, por esse
motivo os dados não foram mostrados.
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Figura 3. Grau de ADM em DD, expresso em média ± DPM, antes do início da intervenção e após o término
do Protocolo proposto. Foi feito teste T-Student, não pareado, paramétrico para avaliar as alterações do grau de
ADM, sendo considerado p<0,05 como significante (*) e p<0,0001 com maior grau de significância (****).
(A) Flexão de ombro em DD, (B) Extensão de ombro em DD, (C) Abdução de ombro em DD e (D) RE de
ombro em DD. RI e adução estavam dentro dos limites de normalidade antes e após a intervenção, por esse
motivo os dados não foram mostrados.
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DISCUSSÃO
O tratamento com Acupuntura é baseado, principalmente, na inserção de agulhas em pontos
específicos, e estes estão interligados em rede formando complexos chamados de “meridianos”
(LANGEVIN & YANDOW, 2002). Ao inserir a agulha de Acupuntura, deve-se buscar o que a
literatura chinesa chama de “De Qi”, um termo que, metaforicamente, representa “o peixe morde a
linha de pesca”, em outras palavras, o acupunturista sente a agulha puxar, esta sensação é devido à
formação espiral do tecido conjuntivo, quando enrolado pelo giro e pistonagem da agulha e com
isso propagando com mais força o estímulo (LANGEVIN & YANDOW, 2002). Por este motivo,
foi feito pistonagem até se encontrar o “De Qi” em cada pondo elencado, e assim, ao final das
análises do presente estudo, nossos dados sugerem que a associação dos pontos escolhidos para
compor o protocolo de estudo tiveram efeitos positivos na sintomatologia clínica da paciente com
CA. Desta forma corroborando com Zhang et al.(2012), que destaca que a manipulação da agulha
de Acupuntura induz pequenas lesões que promovem respostas bioquímicas positivas, mediando o
processo de reparação local, além e obter um efeito terapêutico através da modulação da
transmissão de fibras eferente mediada pelo reflexo axonal.
Ao analisar a melhora do escore de dor EVA (figura 1), se observa redução significativa da
dor, mesmo tendo elencado os pontos com base no referencial teórico. Contudo, de acordo com Lau
Figura 4. Análise estatística por ANOVA de uma via seguida do post teste Tukey, onde comparamos a avaliação
da ADM em posição BP contra a posição de DD para o mesmo movimento e período, antes e após a intervenção.
As diferenças estão expressas com grau de significância p<0,0001, apontados pelo *. Os números ordinais no eixo
“X” demonstram os grupos de avaliações.
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et al.(2008), os pontos de Acupuntura devem ser selecionados com base clínica, variando de acordo
com a patologia individual, utilizando combinações de acupontos, de maneira a conduzir para a
solução do problema. Desta forma, buscando a reorganização no equilíbrio entre o “Yin” e “Yang”,
utilizando os instrumentos da Acupuntura para desbloquear a estase de “Qi” nos meridianos
(ZHANG et al.2012). Entretanto, pesquisas apontam efeitos em nível molecular para alguns pontos
quando estimulados através da eletroAcupuntura, como é o caso do ponto E36 (Zusanli), mostrando
aumentos da atividade das células natural killer (NKC) no baço (CHEN et al.2014), e também
inibição da expressão ciclooxigenase-2 (COX-2) no corno dorsal, quando estimulados os pontos
E36(Zusanli) e BP¨(Sanyinjiao) (LAU et al.2008). Assim, nossos dados além de reforçar os
benefícios dos pontos de Acupuntura já estudados, ainda indicam ser possível eleger pontos
padronizados de Acupuntura para o tratamento da CA, uma vês que, analisados em conjunto, nos
resultados demonstraram significativa redução da dor e aumento da ADM para flexão, extensão,
abdução e RE de ombro em ambas posições BP e DD (figura 2 e 3). Ainda, conforme Lin et
al.(2005), na literatura médica clássica chinesa é indicado o ponto “Tiaokou”, que fica a 5 cum
distal do “Zusanli” e também o B57, que fica na linha do ventre do músculo gastrocnêmio (origem
da bifurcação entre gastrocnêmio medial e lateral), e estes pontos vem sendo testados de acordo
com novos métodos de comprovação de eficácia para ombro congelado. Desta forma, reforçamos a
possibilidade de existirem pontos e/ou combinações de pontos de Acupuntura para determinada
patologia. Porém, isso não está de acordo com a doutrina da medicina tradicional chinesa, que
destaca os pontos de Acupuntura como sendo locais por onde o “Qi” dos meridianos fluem para os
tecidos superficiais e se infundem nos mais profundos, como órgãos e vísceras (ZHANG et
al.2012).
Neste estudo, demonstramos que a observação do paciente deve ser cuidadosa e capaz de
excluir dúvidas quanto às capacidades musculoesqueléticas, destacando as significativas diferenças
da ADM para as posições BP e DD em praticamente todos os planos de movimento, com isso, a
figura 4 demonstra a diferença da ADM quando comparado tanto antes da intervenção, quanto as
diferenças após a intervenção. Além disso, este estudo utilizou a mobilização passiva do ombro
acometido durante cada sessão de Acupuntura, onde ao mobilizar o ombro, as agulhas de
Acupuntura continuaram inseridas. Com isso, sugerimos que a mobilização acrescida da
Acupuntura evidenciou significativas melhoras da ADM, contribuindo com Villa-Camacho et
al.(2015), que destacou, em um modelo experimental, que a imobilização do ombro por tempo igual
ou superior a 8 semanas compromete, principalmente, o movimento de rotação interna, assim,
contribuindo com o aumento da rigidez articular de diminuição da amplitude de movimento
14
(ADM), causando mudanças cinéticas e cinemáticas na articulação, bem como gerando alterações
na capsula sinovial, que são potencializadas com a atrofia muscular. Neste sentido, a diminuição da
ADM para rotação externa com ombro em 90° de abdução, tem sido sugerido em decorrência de
uma contratura da capsula na região antero-inferior, uma vez que, neste movimento ocorre o limiar
de estresse da região (NOBOA et al.2014; YOO 2015), e consequente contribuição da escápula no
movimento da articulação glenohumeral (GIPHART et al.2013).
Buscando os melhores resultados para a regressão sintomática da CA, terminamos cada
sessão com uso da aurículoterapia, onde para aurículopuntura e aplicação de sementes usamos
primariamente os pontos Shenmen, Baço, Yang do fígado e Coração se mostraram eficientes no
controle da dor refratária, segundo relato. Neste sentido, nossos resultados estão de acordo com
Yasufumi et al.(2010), que aponta a Acupuntura auricular como sendo outra forma de obter
resultados positivos em casos de CA, e tem demonstrado efeitos anti-inflamatórios mediados pela
via colinérgica, envolvendo a ativação vagal eferente. Assim, pesquisas já demonstraram uma vasta
inervação da orelha humana por pares de nervos cranianos e cervicais como o aurículotemporal
(uma ramificação do trigêmeo), o grande nervo auricular e o ramo auricular do nervo vago
(PEUKER & FILLER, 2002). Acreditamos que ao agulhar os pontos citados previamente,
promovemos sinais colinérgicos mediados pelo nervo vago e com isso pudemos modular a
sinalização para síntese de citocinas. Esta informação está de acordo com o proposto por Yasufumi
et al.(2010), que justifica esta modulação através da ativação do receptor de acetilcolina (AChR) e
com isso inibindo a liberação do fator de necrose tumoral (TNF) e inúmeras citocinas, dentre elas a
interleucina-1 (IL-1) e anfoterinas “high- mobility group box 1” (HMGB1). Isso muito
provavelmente devido à capacidade de certos pontos da Acupuntura auricular de modular estímulos
do nervo vago em resposta à alterações autonômicas causadas pela Acupuntura (GAO et al.2008).
Nesta vertente, a Acupuntura auricular apresentou efeitos positivos na sintomatologia do caso
estudado, contribuindo com a Acupuntura sistêmica como é possível ver nas imagens do anexo 1.
Ainda, de acordo com Chung et al.(2011), a Acupuntura auricular exerce efeitos sobre os
receptores muscarínicos periféricos, com especial ação sobre aqueles no local da inflamação em
modelos de CA, sendo este sistema, de maior efeito sobre a diminuição do edema, dor e inflamação,
quando comparado à via de ação de opióides (CHUNG et al.2011).
Com uma história de sucesso no tratamento de inúmeras doenças, a Acupuntura vem sendo
reconhecida no ocidente como uma terapia complementar e alternativa nas últimas décadas, porém,
a mais de 3000 anos na China, a Acupuntura já é praticada (JI et al.2015). É destacada
principalmente por seus efeitos analgésicos, onde um dos mecanismos propostos a justificar sua
15
eficácia é modulação de neurotransmissores que contribuem no recrutamento do sistema de
sinalizações bioquímicas, com liberação de agentes opióides endógenos e ativação do sistema
endocanabinoide, ação de canais iônicos, bem como ativação de vias inibitórias neuronais (CHEN
et al.2014). Porém, no presente estudo as vias moleculares e bioquímicas não foram testadas para
garantir alterações nestes parâmetros, entretanto, nossos dados apoiam que a Acupuntura exerce
efeito positivo no nível de melhora do quadro clinico de pacientes com CA, aumentando a ADM
(p<0,0001) e reduzindo a dor (p<0,0001).
CONSLUSÃO
Com base nos resultados obtidos no presente estudo, vemos os efeitos da Acupuntura e
aurículoterapia sobre a redução da dor e aumento da ADM do ombro congelado em pacientes com
CA em apenas 8 sessões, ainda, acreditamos ser plausível a elaboração de pontos pré determinados
para o tratamento da sintomatologia desta patologia. Contudo, a elucidação de questões sobre as
vias de ação da Acupuntura para promover os efeitos evidenciados no presente estudo ainda não são
claras, restando a realização de mais estudos que promovam um melhor entendimento.
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19
ANEXO 1
Imagens da paciente demonstrando bons resultados clínicos após a intervenção Acupuntural no
estudo de caso apresentado no presente trabalho.
(A) Extensão de ombro antes. (B) Abdução de ombro antes (C) Flexão de ombro antes.
(A) Flexão de ombro associado com RI antes. (B) Flexão de ombro associado com RI depois. (C)
Flexão de ombro em posição neutra depois.
20
(A) Rotação externa bilateral de ombro após a intervenção. (B) Rotação interna associada com
extensão e adução antes. (C) Rotação interna associada com extensão e adução depois.
(A) Agulhamento sistêmico