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1 Medical Science Liaison: Um mercado competitivo em crescimento. Naiara Corrêa Nogueira de Souza PhD Cíntia Raquel Bombardieri PhD Medical Science Liaison (MSL) é um profissional com sólida formação científica que trabalha como consultor científico na indústria farmacêutica e de dispositivos médicos. Este profissional promove a troca de informações científicas entre a empresa que está desenvolvendo novos produtos e os profissionais que atuam na área de saúde. A profissão de MSL foi estabelecida no final da década de 1960 nos Estados Unidos para suprir uma necessidade de atendimento de uma indústria farmacêutica, a Upjohn Company, ao mercado local. Na época, o MSL tinha seu trabalho limitado à orientação técnica para apoio dos representantes de vendas, com foco de atuação direcionada à comunidade médica. Assim, havia a necessidade desse profissional ter a formação médica. 1 Com o passar dos anos, a profissão foi evoluindo e hoje a função do MSL engloba funções diversas. O MSL passou a exercer um caráter estratégico no desenvolvimento e introdução de novos produtos. Apesar de ser uma profissão pouco conhecida no Brasil, o trabalho de MSL propicia um ambiente desafiador e com boas oportunidades de crescimento profissional. Entre os atrativos da vaga estão o cunho científico da profissão, a remuneração e a possibilidade de seguir uma carreira corporativa na indústria farmacêutica. A Sociedade Brasileira de Profissionais em Pesquisa Clínica (SBPPC) buscou através de um projeto de pesquisa (CAAE: 45406915.6.0000.0086) identificar o perfil do MSL e a característica do mercado que esse profissional atua no Brasil. 1 Morgan DK, Domann DE, Collins GE, Massey KL, and Moss RJ History and evolution of field-based medical programs. Drug Inf J. 2000; 34: 1049–1052.

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Medical Science Liaison: Um mercado competitivo em crescimento.

Naiara Corrêa Nogueira de Souza PhD Cíntia Raquel Bombardieri PhD

Medical Science Liaison (MSL) é um profissional com sólida formação científica que trabalha como consultor científico na indústria farmacêutica e de dispositivos médicos. Este profissional promove a troca de informações científicas entre a empresa que está desenvolvendo novos produtos e os profissionais que atuam na área de saúde.

A profissão de MSL foi estabelecida no final da década de 1960 nos Estados Unidos para suprir uma

necessidade de atendimento de uma indústria farmacêutica, a Upjohn Company, ao mercado local. Na época, o MSL tinha seu trabalho limitado à orientação técnica para apoio dos representantes de vendas, com foco de atuação direcionada à comunidade médica. Assim, havia a necessidade desse profissional ter a formação médica.1 Com o passar dos anos, a profissão foi evoluindo e hoje a função do MSL engloba funções diversas. O MSL passou a exercer um caráter estratégico no desenvolvimento e introdução de novos produtos.

Apesar de ser uma profissão pouco conhecida no Brasil, o trabalho de MSL propicia um ambiente

desafiador e com boas oportunidades de crescimento profissional. Entre os atrativos da vaga estão o cunho científico da profissão, a remuneração e a possibilidade de seguir uma carreira corporativa na indústria farmacêutica.

A Sociedade Brasileira de Profissionais em Pesquisa Clínica (SBPPC) buscou através de um projeto de

pesquisa (CAAE: 45406915.6.0000.0086) identificar o perfil do MSL e a característica do mercado que esse profissional atua no Brasil.

1 Morgan DK, Domann DE, Collins GE, Massey KL, and Moss RJ History and evolution of field-based medical programs. Drug Inf J. 2000; 34: 1049–1052.

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Um estudo observacional transversal foi desenhado

e utilizou um método de coleta de dados através de questionário on-line. Tal estudo não inferiu quaisquer danos material e/ou social aos participantes. Foi garantida a liberdade de participação, a integridade do indivíduo, e a preservação e confidencialidade dos dados que poderiam identificar aos participantes, conforme previsto nos guias de diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres humanos, internacionais e nacionais.

Um dos primeiros passos do projeto foi a criação de uma conta na rede social LinkedIn® (https://br.linkedin.com/in/projetomsl) com o objetivo de identificar os profissionais MSL e convidá-los a manifestar o interesse em participar do estudo. Ao aceitar participar do estudo, o MSL era automaticamente direcionado ao endereço de acesso eletrônico do questionário (veja o convite no quadro ao lado).

Foram convidados a participar do projeto um total de 133 indivíduos que declararam, no perfil do LinkedIn®, estar atuando como MSL no Brasil. Os questionários ficaram disponíveis por 7 semanas, durante o período de 20 de outubro a 8 de dezembro de 2015, e 28% foram respondidos.

Quadro 1. Convite enviado ao MSL. Prezado (a) profissional Medial Science Liaison (MSL) O projeto de pesquisa, Perfil do MSL no Mercado Brasileiro, idealizado pela SBPPC, tem como objetivo identificar o perfil do profissional MSL que atua no mercado de pesquisa clínica no Brasil. Para atingir este objetivo foi desenvolvido um questionário online que contém 20 perguntas (tempo estimado de 3 minutos para responder). O endereço do questionário irá funcionar adequadamente quando acessado por um computador. Para responder o questionário, clique aqui: http://goo.gl/forms/tLM1kTZYEZ O projeto de pesquisa já está disponível para visualização no link: http://www.sbppc.org.br/arq/Projeto_MSL_SBPPC_10092015.pdf e quaisquer dúvidas sobre o mesmo, por favor direcionem perguntas ao e-mail: [email protected] Sociedade Brasileira de Profissionais em Pesquisa Clínica

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Conforme a função do MSL foi se adaptando às mudanças do mercado, assim foi sendo alterado o perfil do profissional contratado. Atualmente, apenas 19% dos profissionais são médicos, mas todos que participaram do estudo tem formação básica na área de ciências da saúde ou biológicas. No universo de profissionais estudado, 59% terminaram a graduação entre os anos de 2000 a 2009 (n=37); bem como 59% dos MSL são mulheres. Além disso, a idade entre 35 a 45 anos representou 92% da população.

Quando questionados quanto a formação científica, observou-se que 65% dos MSL que atuam no Brasil

possuem pós-graduação, sendo que 30% tiveram experiência internacional durante a formação acadêmica. No grupo, 62% concluíram a pós-graduação entre 2000 a 2015 e 57% desses profissionais que fizeram pós-graduação queriam inicialmente seguir carreira acadêmica.

32%

22%19%

19%8%

Gráfico 1. Formação AcadêmicaBiologia

Biomedicina

Medicina

Farmácia

Outros(Enfermagem/Fisioterapia)

27

59

14

1990-1999

2000-2009

2010-2012

0 10 20 30 40 50 60 70

Gráfico 2. Ano de Conclusão da Graduação (%)

27%

8%

35%

22%

8%Gráfico 3. Tipo de Pós-Graduação

EspecializaçãoMestradoDoutoradoPós-DoutoradoNão aplicável 8

8

27

57

NÃO APLICÁVEL

TRABALHAVA INDÚSTRIA/ CLÍNICA/PESQ.CLÍNICA

TRABALHAR EM INDÚSTRIA FARMACÊUTICA

ESTABELECER CARREIRA ACADÊMICA

0 10 20 30 40 50 60

Grafico 4. Pós-Graduação - Preparou-se para (%)

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A grande maioria dos participantes do estudo tiveram conhecimento da carreira de MSL através de indicação de outras pessoas que já trabalhavam na indústria. A totalidade do grupo foi contratada para trabalhar na indústria farmacêutica e mais de 90% dos participantes foram selecionados para a vaga sem estar trabalhando na empresa contratante ou ter experiência prévia fora da área acadêmica.

Todos os profissionais participantes deste estudo foram contratados a partir de 2009. Dentre os neófitos,

54% desses MSL foram treinados pela própria empresa contratante. Quanto a área de trabalho, 27% dos MLS trabalham em todas as regiões do Brasil e os outros 73% dos participantes trabalham ou somente na região sudoeste (16%); ou nas regiões sudeste e sul (24%); ou em combinações variadas de regiões (33%).

511

1470

CURSO EXTRACURRICULAR

INTERNET/SITE DE EMPREGO/REDE SOCIAL

CONTATO DO RH DA INDÚSTRIA/HEAD HUNTER

AMIGO QUE TRABALHA NA INDÚSTRIA

0 20 40 60 80

Gráfico 5. Como ficou conhecendo a carreira (%)

3

5

92

FOI PROMOVIDO NA EMPRESA, VINDO DE OUTRA ÁREA

FOI PROMOVIDO DENTRO DA EMPRESA QUE TRABALHA, VINDO DA ÁREA DE PESQUISA CLÍNICA

FOI CONTRATADO DIRETAMENTE PARA A POSIÇÃO

0 20 40 60 80 100

Gráfico 6. Contração para MSL (%)

3

8

35

54

PESQUISA E ORIENTAÇÃO DE MSL SENIORS CONHECIDOS

CURSO EM EMPRESA DE TREINAMENTO/CAPACITAÇÃO

NÃO ME PREPAREI, O CONHECIMENTO ADQUIRIDO NA PÓS-GRADUAÇÃO FOI SUFICIENTE

CURSO DE TREINAMENTO OFERECIDO PELA EMPRESA CONTRATANTE

0 10 20 30 40 50 60

Gráfico 7. Capacitação para trabalhar (%)

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Nesse estudo observou-se que mais de 70% dos MSL trabalham em uma única área de atuação. Além disso, visto o caráter multidisciplinar da função. Aproximadamente 32% dos participantes acumulam funções dentro da empresa que trabalha.

Como o ambiente é bastante dinâmico, a frequência das atividades desenvolvidas pelo MSL pode variar conforme a fase de desenvolvimento do novo produto e do alinhamento com os diferentes times (veja quadro 3). Dentre as principais atividades desenvolvidas pelo MSL são: i) visitar líderes de opinião já conhecidos e identificar novos líderes de opinião; ii) manter-se atualizados; e iii) ministrar palestras para grupos de profissionais.

Quadro 2. Área de atuação do MSL.

Quadro 3. Frequência que o MSL realiza as seguintes atividades durante o mês.

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Na era da medicina personalizada, os produtos farmacêuticos estão cada vez mais complexos. Tais avanços tem ressaltado o papel do MSL na troca de informações com os líderes de opinião. O papel do MSL, que surgiu para suprir uma necessidade específica da indústria farmacêutica, mudou drasticamente no decorrer dos anos, e consequentemente o perfil deste profissional também mudou. A função do MSL tem ido mais além, e serve como uma ponte entre diferentes áreas da indústria farmacêutica, tais como a área clínica, científica e comercial. O impacto da função no sucesso do desenvolvimento e implementação de um novo fármaco ou produto é indiscutível. No Brasil, os MSL são profissionais da área da saúde, na maioria das vezes com especialização e/ou pós-graduação, muitas vezes com experiência no exterior. Neste ambiente bastante dinâmico e desafiador, cabe ao MSL a função de fomentar a troca de informações científicas complexas e equilibrar os objetivos clínicos com as oportunidades de negócios. No fim, quem sai ganhando é o paciente.


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