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Colégio Ressurreição Nossa Senhora 3º Ensino Médio Literatura Prof. José Ricardo Nome: ___________________________________ nº: ______ TRABALHO DE RECUPERAÇÃO QUESTÃO 01 'ÊTA MUNDO BOM' PRESTA HOMENAGEM A MAZZAROPI (Antônio Marques da Silva) O cinema brasileiro não seria o mesmo sem Mazzaropi. Seus filmes produzidos durante anos levaram milhões de espectadores às salas de cinema do país. O personagem mais famoso de Amâncio Mazzaropi foi, sem dúvidas, Jeca Tatu, mas ele fez vários outros através de sua própria produtora. O comediante brasileiro eternizado por levar para as telas a vida sofrida do sertanejo em forma de comédia, nunca teve interesse pela televisão onde apareceu poucas vezes, sendo uma delas no Programa da Hebe, mas em 2016 Mazzaropi será lembrado todos os dias na telinha. A novela “Êta Mundo Bom”, que estreia no dia 18 de janeiro na Rede Globo, escrita por Walcir Carrasco, tem como personagem principal Candinho, também nome de um dos personagens de Mazzaropi no cinema. A ideia é prestar homenagem a um dos grandes nomes do cinema brasileiro e o ator escolhido para dar vida a Candinho foi Sergio Guinzé que durante os capítulos da trama será acompanhado pelo seu burro Policarpo. http://br.blastingnews.com/tv-famosos/2015/12/eta- mundo-bom-presta-homenagem-a-mazzaropi-00709259.html, Acessado em 22/02/16. O autor comete alguns erros no decorrer do texto, a começar pelo primeiro nome de Mazzaropi, que é Amácio e não Amâncio. Além disso, atribui ao cineasta paulista a autoria do personagem Jeca Tatu e ignora o fato de que o Candinho de Mazzaropi é, na verdade, a junção de dois personagens: o otimista Cândido (de Voltaire) e o referido Jeca, que foi criado no início do século passado por um autor pré- modernista. Imagine que você entrou no blog em que o texto foi publicado. Existe ali um espaço para os leitores deixem comentários, concordando, discordando ou acrescentando novas informações às dadas pelo autor. Discuta — civilizadamente, óbvio! — com o autor. Apresente a ele o personagem Jeca Tatu. Esclareça o nome do verdadeiro criador do Jeca e informe-o sobre as várias mudanças que essa personagem sofreu ao longo do tempo. QUESTÃO 02 Língua Esta língua é como um elástico que espicharam pelo mundo. No início era tensa, de tão clássica. Com o tempo, foi amaciando, foi-se tornando romântica, incorporando os termos nativos e amolecendo nas folhas de bananeira as expressões mais sisudas. Um elástico que já não se pode mais trocar, de tão gasto; nem se arrebenta mais, de tão forte. Um elástico assim como é a vida que nunca volta ao ponto de partida. [TELES, Gilberto Mendonça. In: BUSSATTO, Luiz (sel.). Melhores poemas. 3 ed. São Paulo: Global, 2001. p. 127.] Gilberto Mendonça Teles, além de respeitado crítico literário, é um grande poeta contemporâneo. Apesar de “Língua” ser um poema da década de

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Colégio Ressurreição Nossa Senhora3º Ensino Médio

LiteraturaProf. José Ricardo

Nome: ___________________________________ nº: ______

TRABALHO DE RECUPERAÇÃO

QUESTÃO 01 'ÊTA MUNDO BOM' PRESTA HOMENAGEM A MAZZAROPI (Antônio Marques da Silva)

O cinema brasileiro não seria o mesmo sem Mazzaropi. Seus filmes produzidos durante anos levaram milhões de espectadores às salas de cinema do país. O personagem mais famoso de Amâncio Mazzaropi foi, sem dúvidas, Jeca Tatu, mas ele fez vários outros através de sua própria produtora. O comediante

brasileiro eternizado por levar para as telas a vida sofrida do sertanejo em forma de comédia, nunca teve interesse pela televisão onde apareceu poucas vezes, sendo uma delas no Programa da Hebe, mas em 2016 Mazzaropi será lembrado todos os dias na telinha.

A novela “Êta Mundo Bom”, que estreia no dia 18 de janeiro na Rede Globo, escrita por Walcir Carrasco, tem como personagem principal Candinho, também nome de um dos personagens de Mazzaropi no cinema. A ideia é prestar homenagem a um dos grandes nomes do cinema brasileiro e o ator escolhido para dar vida a Candinho foi Sergio Guinzé que durante os capítulos da trama será acompanhado pelo seu burro Policarpo.

http://br.blastingnews.com/tv-famosos/2015/12/eta-mundo-bom-presta-homenagem-a-mazzaropi-00709259.html, Acessado em 22/02/16.

O autor comete alguns erros no decorrer do texto, a começar pelo primeiro nome de Mazzaropi, que é Amácio e não Amâncio. Além disso, atribui ao cineasta paulista a autoria do personagem Jeca Tatu e ignora o fato de que o Candinho de Mazzaropi é, na verdade, a junção de dois personagens: o otimista Cândido (de Voltaire) e o referido Jeca, que foi criado no início do século passado por um autor pré-modernista. Imagine que você entrou no blog em que o texto foi publicado. Existe ali um espaço para os leitores deixem comentários, concordando, discordando ou acrescentando novas informações às dadas pelo autor. Discuta — civilizadamente, óbvio! — com o autor. Apresente a ele o personagem Jeca Tatu. Esclareça o nome do verdadeiro criador do Jeca e informe-o sobre as várias mudanças que essa personagem sofreu ao longo do tempo.

QUESTÃO 02

LínguaEsta língua é como um elástico

que espicharam pelo mundo.No início era tensa,de tão clássica.Com o tempo, foi amaciando,foi-se tornando romântica,incorporando os termos nativose amolecendo nas folhas de bananeiraas expressões mais sisudas.Um elástico que já não se podemais trocar, de tão gasto;nem se arrebenta mais, de tão forte.Um elástico assim como é a vidaque nunca volta ao ponto de partida.

[TELES, Gilberto Mendonça. In: BUSSATTO, Luiz (sel.). Melhorespoemas. 3 ed. São Paulo: Global, 2001. p. 127.]

Gilberto Mendonça Teles, além de respeitado crítico literário, é um grande poeta contemporâneo. Apesar de “Língua” ser um poema da década de 1980, há nele algumas semelhanças com a poesia modernista, principalmente a da primeira fase. Cite uma dessas semelhanças exemplificando-a com uma passagem do texto.

QUESTÃO 03 O texto abaixo é parte de uma carta escrita por Mário de Andrade a seu amigo Menotti del Picchia (chamado de Hélios, no meio literário). Leia-o com atenção!

“Que tal? Conseguimos enfim o que desejávamos: celebridade. Soube que o x.z. estava um pouco aterrorizado com os insultos que temos recebido. Consola-o tu. Realmente, amigo, outro meio não havia de conseguirmos a celebridade. Era só assim: aproveitando a cólera dos araras. Somos todos pseudofuturistas, uns casos teratológicos. Somos burríssimos. Idiotas. Ignorantíssimos. Compreendes que com todas essas qualidades só havia um meio de alcançar celebridade: lançar uma arte verdadeiramente incompreensível, fabricar o carnaval da “Semana de Arte Moderna” e… deixar que os araras falassem.

Caíram como araras. Gritaram. Insultaram-nos. Vaiaram-nos. MS o público já está acostumado com descomposturas: não leva a sério. O que fica é o nome e um sentimento de simpatia que não se apagam mais da memória do leitor.Estamos célebres! Enfim! Nosso livros serão lidíssimos! Insultadíssimos, celeberrímos. Teremos nossos nomes eternizados nos jornais e na História da Arte Brasileira.

Agora calemo-nos, amigo Hélios. Não há mais necessidade de “escores”. Estamos célebres, amados e desterrados.E tudo isso por quê? Porque os araras caíram na armadilha. Insultaram-nos. Somos bestas, doentes, idiotas, ignaros!

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Tudo isso é verdade, amicíssimo. Mas como os jornais disseram e o público não acredita, toda a gente imagina que somos perfeitíssimos de corpo e de alma, inteligentes, honestos e eruditos.

Que araras, amigo Hélios, que araras!” Carta que Mário de Andrade enviou a Menotti del Picchia após a Semana 22, publicada no livro 1922 – A semana que não terminou, de Marcos Augusto Gonçalves.

Segundo o texto, quais foram as consequências da presença dos "araras" durante a Semana de Arte Moderna? O fato dessas pessoas estarem no público da Semana foi positivo ou negativo? Justifique com elementos do texto!

QUESTÃO 04 No “Manifesto futurista”, de 1909, Marinetti afirma: “1. Nós queremos cantar o amor ao perigo, o hábito à energia e à temeridade. 2. Os elementos essenciais de nossa poesia serão a coragem, a audácia e a revolta. 3. Tendo a literatura até aqui enaltecido a imobilidade pensativa, o êxtase e o sono, nós queremos exaltar o movimento agressivo, a insônia febril, o passo ginástico, o salto mortal, a bofetada e o soco”

(MARINETTI, apud TELES, Gilberto M. Vanguarda europeia e Modernismo brasileiro. 12. ed. São Paulo: Vozes, 1994. p. 91).

 

Leia o trecho de “Ode triunfal”, de Álvaro de Campos, e, a seguir, faça o que se pede: 

“À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábricaTenho febre e escrevo.Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!Em fúria fora e dentro de mim,Por todos os meus nervos dissecados fora,Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto!Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos,De vos ouvir demasiadamente de perto,E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excessoDe expressão de todas as minhas sensações,Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas! [...]”  Exponha as marcas futuristas presentes no poema, com base nas afirmações de Marinetti. Em seguida, identifique formas encontradas pelo poeta para realizar linguisticamente uma escrita que “range os dentes” e aponte o efeito de sentido produzido por essas formas.QUESTÃO 05 Observe a imagem, publicada várias vezes (sempre que faz calor) pela página "Artes da depressão" (Facebbok).

Escreva um parágrafo dissertativo em que você EXPLIQUE como se dá a utilização do humor no "meme" publicado nas redes sociais. Para isso, não se esqueça de apresentar as principais características da vanguarda europeia da qual faz parte o pintor citado na charge.