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impressão Pedagógica [ 3 ] [ índice ] Direção-Geral: Armindo Vilson Angerer Armindo Vilson Angerer Armindo Vilson Angerer Armindo Vilson Angerer Armindo Vilson Angerer CEEE: Sandra Poli Sandra Poli Sandra Poli Sandra Poli Sandra Poli Revisão: Daniela Lemos da Cruz Daniela Lemos da Cruz Daniela Lemos da Cruz Daniela Lemos da Cruz Daniela Lemos da Cruz Gabriela Sbeghen Gabriela Sbeghen Gabriela Sbeghen Gabriela Sbeghen Gabriela Sbeghen Design: Augusto de Paiva Vidal Neto Augusto de Paiva Vidal Neto Augusto de Paiva Vidal Neto Augusto de Paiva Vidal Neto Augusto de Paiva Vidal Neto Marketing: Jomara T Jomara T Jomara T Jomara T Jomara Teixeira eixeira eixeira eixeira eixeira Jornalista Responsável: Danielle Ribas Danielle Ribas Danielle Ribas Danielle Ribas Danielle Ribas (Mtb 3853/15/46v) (Mtb 3853/15/46v) (Mtb 3853/15/46v) (Mtb 3853/15/46v) (Mtb 3853/15/46v) Pré-Impressão: Alexandre Straube Alexandre Straube Alexandre Straube Alexandre Straube Alexandre Straube Fotolitos e Impressão: Editora Gráfica Expoente: Antonio Both Antonio Both Antonio Both Antonio Both Antonio Both Av. Maringá, 350 – Pinhais-PR Av. Maringá, 350 – Pinhais-PR Av. Maringá, 350 – Pinhais-PR Av. Maringá, 350 – Pinhais-PR Av. Maringá, 350 – Pinhais-PR CEP: 83324-000 – T CEP: 83324-000 – T CEP: 83324-000 – T CEP: 83324-000 – T CEP: 83324-000 – Tel.: 41 3312 43 50 el.: 41 3312 43 50 el.: 41 3312 43 50 el.: 41 3312 43 50 el.: 41 3312 43 50 Fax: 41 3312 43 70 Fax: 41 3312 43 70 Fax: 41 3312 43 70 Fax: 41 3312 43 70 Fax: 41 3312 43 70 Tiragem: 20 000 exemplares. exemplares. exemplares. exemplares. exemplares. Impressão Pedagógica é uma publicação semestral, de circulação nacional, dirigida a diretores de escolas, coordenadores e professores, sendo distribuída por mailing personalizado. Não nos responsabilizamos por opiniões expressas nos artigos assinados. Todos os direitos reservados. [ expediente ] [ editorial ] 4 Entrevista: o professor e escritor Augusto de Franco fala sobre educação inovadora Armindo Angerer Diretor-Geral Grupo Educacional Expoente 24 Saúde: ajude a prevenir e combater o vírus da gripe H1N1 26 Artigo: uma reflexão sobre a necessidade de transformar as práticas avaliativas 13 Artigo: o que fazer para aumentar o interesse dos alunos na carreira pedagógica Matéria de capa: bullying, agressões físicas e psicológicas no ambiente escolar 8 19 Enem: novo formato de prova descarta a decoreba Caros Educadores “A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inven- tores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe.” (Jean Piaget) Não é por acaso que iniciamos este editorial com Jean Piaget. Sempre que cada um de nós lê e interpreta as matérias da Impressão Pedagógica tem a exata noção de que realmente trabalhamos por uma educação cons- trutivista e interacionista. Aliás, na edi- ção nº 2161 de 21 de abril da Revista Veja, Cláudio de Moura Castro foi muito feliz em escrever: “O construtivismo é uma hipótese teórico-atraente e que pode ser útil na sala de aula. Mas, nos seus desdobramentos espúrios, vira uma cruzada religiosa, claramente nefasta ao ensino”. Essa matéria deve ser lida por todo educador que optou pelo Sistema Expoente de Ensino e(ou) acredita que o construtivismo é a melhor opção para uma educação que valoriza o desenvolvimento do ato criativo e do pensar em detrimento da simples absorção do conhecimento. Na entrevista “Aprender a Aprender”, com o articulador do Comitê Científico da CICI 2010 e da Escola de Redes, o leitor entenderá que estamos falando de uma educação construti- vista. Ao abordamos o bullying, idem. A educação não é apenas o que está no material que a escola usa, é também a interação com os temas que nos afligem e(ou) nos afetam no dia a dia. O artigo da professora Cleusa Maria Fuckner, mestre e doutora em Educação e professora da Faculdade Expoente, nos mostra que “é na escola que podemos ter um espaço de reflexão privilegiado, que nos permite fazer lei- turas de tantas construções”. Isso tam- bém é Piaget e(ou) Vigotski. Há muito mais sobre o tema. A matéria sobre o Enem “Formação es- colar substitui decoreba” fala que o novo for- mato privilegia a interdiscipli- naridade e o espírito crítico, buscando a troca do “acúmulo excessivo do conteúdo” pela solução de problemas. Por fim, todos temos a clareza de que o Sistema de Ensino Expoente busca com exacerbada convicção o que há de melhor na educação. Uma edu- cação que contribua para que tenhamos alunos críticos, pensadores, que sai- bam contextualizar o conhecimento absorvido e que possam contribuir para um mundo cada vez melhor. Uma boa e proveitosa leitura para todos.

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Direção-Geral: Armindo Vilson AngererArmindo Vilson AngererArmindo Vilson AngererArmindo Vilson AngererArmindo Vilson AngererCEEE: Sandra PoliSandra PoliSandra PoliSandra PoliSandra Poli

Revisão: Daniela Lemos da CruzDaniela Lemos da CruzDaniela Lemos da CruzDaniela Lemos da CruzDaniela Lemos da CruzGabriela SbeghenGabriela SbeghenGabriela SbeghenGabriela SbeghenGabriela Sbeghen

Design: Augusto de Paiva Vidal Neto Augusto de Paiva Vidal Neto Augusto de Paiva Vidal Neto Augusto de Paiva Vidal Neto Augusto de Paiva Vidal NetoMarketing: Jomara TJomara TJomara TJomara TJomara Teixeiraeixeiraeixeiraeixeiraeixeira

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Tiragem: 20 000 exemplares. exemplares. exemplares. exemplares. exemplares.Impressão Pedagógica é uma publicação semestral, de circulação

nacional, dirigida a diretores de escolas, coordenadores e professores,sendo distribuída por mailing personalizado. Não nos responsabilizamos por

opiniões expressas nos artigos assinados. Todos os direitos reservados.

[ expediente ]

[ editorial ]

4Entrevista: o professor eescritor Augusto de Francofala sobre educaçãoinovadora

Armindo AngererDiretor-GeralGrupo Educacional Expoente

24Saúde: ajude a prevenir ecombater o vírus da gripeH1N1

26Artigo: uma reflexão sobre anecessidade de transformaras práticas avaliativas

13Artigo: o que fazer paraaumentar o interesse dosalunos na carreira pedagógica

Matéria de capa:bullying, agressõesfísicas e psicológicas noambiente escolar

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19Enem: novoformato deprova descartaa decoreba

Caros Educadores

“A principal meta da educação é criarhomens que sejam capazes de fazercoisas novas, não simplesmente repetiro que outras gerações já fizeram.Homens que sejam criadores, inven-tores, descobridores. A segunda metada educação é formar mentes queestejam em condições de crit icar,verificar e não aceitar tudo que a elasse propõe.” (Jean Piaget)

Não é por acaso que iniciamoseste editorial com Jean Piaget. Sempreque cada um de nós lê e interpreta asmatérias da Impressão Pedagógicatem a exata noção de que realmentetrabalhamos por uma educação cons-trutivista e interacionista. Aliás, na edi-ção nº 2161 de 21 de abril da RevistaVeja, Cláudio de Moura Castro foi muitofeliz em escrever: “O construtivismo éuma hipótese teórico-atraente e quepode ser útil na sala de aula. Mas, nosseus desdobramentos espúrios, vira

uma cruzada religiosa, claramentenefasta ao ensino”. Essa matéria deveser lida por todo educador que optoupelo Sistema Expoente de Ensino e(ou)acredita que o construtivismo é amelhor opção para uma educação quevaloriza o desenvolvimento do atocriativo e do pensar em detrimento dasimples absorção do conhecimento.

Na entrevista “Aprender aAprender”, com o articulador do ComitêCientífico da CICI 2010 e da Escola deRedes, o leitor entenderá que estamosfalando de uma educação construti-vista. Ao abordamos o bullying, idem. Aeducação não é apenas o que está nomaterial que a escola usa, é também ainteração com os temas que nosafligem e(ou) nos afetam no dia a dia.

O artigo da professora CleusaMaria Fuckner, mestre e doutora emEducação e professora da FaculdadeExpoente, nos mostra que “é na escolaque podemos ter um espaço de reflexãoprivilegiado, que nos permite fazer lei-turas de tantas construções”. Isso tam-bém é Piaget e(ou) Vigotski.

Há muitomais sobre otema. A matériasobre o Enem“Formação es-colar substituidecoreba” falaque o novo for-mato privilegiaa interdiscipli-naridade e oespírito crítico, buscando a troca do“acúmulo excessivo do conteúdo” pelasolução de problemas.

Por fim, todos temos a clareza deque o Sistema de Ensino Expoentebusca com exacerbada convicção o quehá de melhor na educação. Uma edu-cação que contribua para que tenhamosalunos críticos, pensadores, que sai-bam contextualizar o conhecimentoabsorvido e que possam contribuir paraum mundo cada vez melhor.

Uma boa e proveitosaleitura para todos.

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[ 4 ] impressão Pedagógica

[ entrevista ]

“Na transição que vivemos, dasociedade hierárquica para a socie-dade em rede, o que é educação?”Especialistas, docentes e a comuni-dade debateram esta questão duranteum dos simpósios da I ConferênciaInternacional de Cidades Inovadoras

a aprenderAprender

O professor e escritor Augusto de Franco fala sobre a educação que transforma o mundo e as pessoas

(CICI 2010), que aconteceu em marçoem Curitiba. A Revista ImpressãoPedagógica entrevistou com exclu-sividade Augusto de Franco, articu-lador do Comitê Científico da CICI2010, e da Escola de Redes, autor de18 livros sobre desenvolvimento local,

capital social, redes sociais edemocracia. Entre eles: “Alfabeti-zação democrática”, “A revolução doLocal”, “Escola de Redes: novasvisões”, “Uma nova formação políticano Brasil”, e “Três gerações de polí-ticas sociais”.

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IP - Na sua opinião, que outrasmudanças vão acontecer com aescola?Augusto - Os novos ambientes edu-cativos valorizam outras habilidades.Uma delas é saber não apenasacessar, mas produzir e repassarinformações. Outra é conseguir nãosó trabalhar em grupo, mas tambémfazer amigos e viver e atuar emcomunidade. As escolas ainda sãoinstituições muito fechadas, feitas pormuros, portas e cadeados. As escolasainda não entenderam nem como usaro computador, que normalmente ficatrancado numa sala, fora do alcancede todos. É a “antifunção” daferramenta. Os computadores deve-riam estar nas mãos dos alunos,sendo usados no momento em queeles quisessem.

IP - No lugar do heterodidatismo,o senhor ressalta a ideia de que ofuturo pertence ao autodidatismoe principalmente ao alterdida-tismo. Como será essa mudança?Augusto - Hoje nós já percebemosque a escola é a rede. E assim será atransição do heterodidatismo para oautodidatismo, que é você aprenderpor si mesmo, e o alterdidatismo, quepode ser resumido como o apren-dizado com seus amigos. As pessoasestão conectadas e podem buscar oconhecimento que quiserem, do jeitoe na hora em que quiserem. E oprincipal do alterdidatismo é que elasainda podem polinizar esse conhe-cimento com outro conhecimento,interagindo com outras pessoas.Esses são os dois pilares das nossasexperiências com Arranjos EducativosLocais: aprender a aprender, eaprender a polinizar.

IP - Isso também vai se refletir natransformação do papel doprofessor?Augusto - Totalmente, pois o professordeve ser um catalisador do processode aprendizagem. Ele tambémaprende mais quando compartilha seuconhecimento com os outros. Porisso, ele não deveria ser um“ensinante”, mas um “aprendente”. Elenão vai somente transferir umconhecimento. No processo educa-tivo, ele vai colocar as visões dele, oscaminhos que viu, os itinerários deaprendizagem que percorreu, ecompartilhar com aquela comunidade.Isso é o papel do agente de educação.É preciso desaprender a ensinar, eaprender a aprender, individual ecoletivamente. Porque no futuro,como buscadores e polinizadores,seremos todos aprendentes.

IP - Diante da quantidade deinformações disponíveis na rede,todos nós precisaremosdesenvolver ainda mais nossacapacidade de reflexão e crítica.Como filtrar tanta informação?

“Quandoapareceu ocomputador,a máquina deescrevercontinuouexistindo, masfoi se tornandoirrelevante.Assim vai sercom o formatoatual da escola.”

“Hoje nós jápercebemos

que a escola éa rede. E

assim será atransição do

heterodidatismopara o

autodidatismo,que é você

aprender porsi mesmo.”

IP - Com a transformação da socie-dade, os sistemas socioeducativostambém serão transformados.Qual será o futuro da escola?Augusto - O processo não acontecede um dia para o outro. As novasinstituições surgem e as antigascontinuam. Quando apareceu ocomputador, a máquina de escrevercontinuou existindo, mas foi setornando irrelevante. Assim vai sercom o formato atual da escola. Osnovos processos, mais adaptados àdinâmica e à estrutura moderna dasociedade, vão se impor aos poucos.A escola hoje é uma instituiçãoheterodidata. Tem um professor e umaluno. Um que sabe e um que nãosabe. E parte do princípio de que “oque sabe” vai transmitir para “o quenão sabe”, como se o conhecimentofosse um objeto que pudesse serdepositado, assim como você depo-sita um dinheiro no banco. O conhe-cimento não é isso, ele é uma relaçãosocial que é reconstruída e reinven-tada cada vez que se estabelece essainteração. A escola hoje precisa deixarde ser uma estrutura de ensino epassar a ser uma instituição deaprendizagem.

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“Hoje em dia, nãotemos como

impedir oconhecimento de

chegar a umjovem com

acesso à internetbanda larga, quesaiba um pouco

de português,inglês e o básico

de raciocíniológico.”

pode, isso não pode”. Hoje em dia,não temos como impedir o conhe-cimento de chegar a um jovem comacesso à internet banda larga, quesaiba um pouco de português, inglêse o básico de raciocínio lógico. Elevai sozinho. Não adianta nem quererproibir.

IP - Mas a tendência natural doaluno é só buscar informaçõessobre assuntos dos quais ele gosta.Isso não pode ser um limitador deuma visão global?Augusto - O conhecimento real não ée nunca foi segmentado. Não éatravés de determinadas disciplinasque a pessoa vai ter visão global.Senão seria muito fácil, bastava criaruma disciplina chamada “visão global”.A verdade é que um conhecimentopuxa o outro. A partir do momento emque a pessoa se dispõe a aprendersobre determinado assunto, existemsempre assuntos perpendiculares,pelos quais ela também vai terinteresse em aprender. Cada um sabeo que é necessário para o desen-volvimento de suas potencialidades epara a execução do seu papel social.

ções absurdas, que foram colo-cadas na internet por brincadeira.É um sinal de que ainda não che-gamos nessa etapa da “auto-filtragem”?Augusto - A tendência desses enga-nos é acabar, porque nós mesmosdesenvolveremos critérios paraselecionar o conhecimento. Quandoo número de acessos é muito grande,os erros tendem a ser corrigidos auto-maticamente. É uma curva de corre-ção de erros. É o mesmo processopelo qual você seleciona um produtono mercado. O fabricante não é proi-bido de fazer um produto muito ruim.No primeiro dia, as pessoas vão com-prar. No segundo dia, vão perceber queo produto é ruim. E depois não vãocomprar mais. É um processo orga-nizado de baixo para cima, e não decima para baixo. O problema do tribu-nal epistemológico é querer ser umconselho de sábios que diz: “isso

Augusto - Esse filtro vai se dar pelainteração, e não porque teremos umtribunal epistemológico para esta-belecer o que é conhecimento verda-deiro e falso. É o fim das alfândegasideológicas, que determinam quaisideias podem ou não passar. Durantemuito tempo, a igreja foi essaalfândega. Os bispos e cardeaisdeterminavam quais livros poderiamser impressos e reproduzidos. Depois,as universidades se transformaram emtribunais epistemológicos, quejulgavam se o conhecimento estavade acordo com seus cânones. Agora,nenhum tipo de instituição vai poderassumir esse papel. A interação entreas pessoas é que vai dizer o que éconsistente ou não.

IP - Mas muitos jovens, e atémesmo profissionais da comuni-cação, têm reproduzido informa-

Augusto defende atransformação dopapel do professorde “ensinante”para “aprendente”

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[ Matéria de capa ]

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BullyingAgressividade

na escolaA pequena Aiko de 8 anos

queixava-se de dores no estômago eansiedade. Durante seis dias não foià escola. Só então os paisdescobriram que o verdadeiro motivodas queixas era um grupo demeninos que intimidava os colegasde classe. O incidente seria algocorriqueiro, mas ganhou as capasdos jornais mundo afora no iníciodeste ano por um motivo simples – avítima de bullying era a princesaAiko, neta do imperador e única filhado herdeiro ao Trono do Japão,Naruhito. A palavra de origem inglesaainda não possui traduçãoespecífica em português, ecompreende “todas as formas deatitudes agressivas, intencionais erepetidas, adotadas por um ou maisestudantes contra outro, causandodor e angústia, e executadas dentrode uma relação desigual de poder”.

As agressões físicas, chutes,socos e empurrões são maisfacilmente percebidos, mas podemacontecer outras formas deagressões mais sutis. São piadas,apelidos, fofocas, exclusão e atémesmo olhares e risinhos. “Aessência desse comportamentoagressivo e negativo está pautada na

intolerância e no desrespeito àsdiferenças. Negros, magros, gordos,deficientes, ricos, pobres, nerds,emos1 são exemplos de vítimastípicas de bullying. A lista depossíveis vítimas é infindável, poisqualquer diferença física, social ouracial pode servir como desculpa eestimular uma agressão”, explica opsicólogo, especialista emcomportamento, Erick Huber.

“Durante algum tempo, essecomportamento foi tratado comocoisa de criança. Hoje, porém,existem pesquisas, artigos e livroscomprovando que o bullying temconsequências sérias nodesenvolvimento humano”, afirmaErick. Baixo rendimento escolar,falta de apetite, insegurança,ansiedade, fobia escolar, depressãoe até suicídio podem ser algumasdelas.

Os casos que chegam àmídia são normalmente os que vãoàs últimas consequências. NosEstados Unidos, mais de 37tiroteios em escolas foramatribuídos ao bullying. Um dosprimeiros, em 1999, foi o massacrede Columbine – quando dois alunosmataram a tiros doze colegas e um

professor, suicidando-se emseguida. No Brasil, já existemregistros desses ataques nascidades de Taiuva (SP), Remanso(BA) e Petrolina (PE).

Um estudo inédito no país, aPesquisa Nacional de SaúdeEscolar de 2009 do IBGE (InstitutoBrasileiro de Geografia eEstatísticas), mostra que quase umterço dos alunos (30,8%) já sofreucom o bullying. O fenômenoacontece em ambos os sexos,32,6% dos meninos e 28,3% dasmeninas. E apresenta mais vítimasnas escolas particulares (35,9%) doque nas públicas (29,5%).

Prevenção e orientaçãoA volta da princesa Aiko à sala

de aula aconteceu depois que umrepresentante da Casa Imperialjaponesa solicitou a resolução doproblema. Reconhecer e admitir aexistência do bullying dentro daescola é o primeiro passo parcombatê-lo, afirma Erick. A posturados educadores também é peçachave na prevenção. “É umasituação que pode acontecer empraticamente todas as escolas domundo. Educadores, pais e alunos

[1] Emo ou Emocore (abreviação do inglês emotional hardcore) é um gênero de música derivado do hardcore punk. Emos seriam os adeptos desse estilo musical.

Um terço dos alunos já sofreu agressões físicas e psicológicas no ambiente escolar.Reconhecer a existência do bullying é o primeiro passo no combate e na prevenção

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precisam ter o maior conhecimentopossível a respeito do bullying”,garante Erick.

“Antes de incluirmos oassunto no nosso planejamentocurricular, muitos alunos agressoresnão identificavam seu própriocomportamento nem o relacionavamao bullying, portanto não tinhamnoção das consequências que eleacarretava para o outro”, afirmaAdriane Fernandes dos Santos,diretora da Escola CEC, de NovaFriburgo (RJ).

Ao perceber qualquersituação atípica, o corpo docente doCEC é orientado a procurar adireção ou o professor MarcusVinícius Buaiz, responsável peladisciplina “Educação para a Vida”,que aborda o temabullying com

os alunos. “Nós construímos umalinha de frente nesse combate.Centralizamos as informações etraçamos as estratégias, quepodem ser desde uma simplesconversa individual, quandoo caso é menos extenso, atéuma conversa em grupo visandoconscientizar e direcionar asatitudes. Nós também utilizamosdinâmicas de socialização”,explica Marcus.

Há alguns anos, o CECpercebeu problemas de agressãoentre alunos fora dos muros daescola. Antes que a situaçãochegasse à sala de aula, osresponsáveis começaram a agirefetivamente contra o bullying.

Os professores participaramde palestras com especialistas, ecolocaram em prática osensinamentos sobre prevenção eorientação aos alunos.

As ações preventivasdo CEC acontecem nosprimeiros meses de aula,o que também ajudou areduzir a prática do bullying.

“Os alunos do 8° e 9°ano preparam palestrascom o tema ‘A sualiberdade terminaquando começa a doseu próximo’ eapresentam para osalunos mais novos,do 6° e 7° anos “,conta Marcus.

Alémdisso, são

feitas mesas-redondas onde os alunos

falam abertamente sobreapelidos e provocações queos incomodam.

Marcus exemplifica duassituações reais: “Em uma turma,isoladamente, tivemos casos detapas nos alunos que falavam oufaziam algo contrário a um grupoespecífico. Depois de um conversa eda dinâmica de grupo, tudo foisolucionado. Em outro caso,recente, uma aluna sofreu bullyingde um colega por causa do seucabelo. Nesse episódio, umaconversa individual com ambos foi osuficiente para encerrar o assunto”.

Nos casos mais graves, ésolicitado o envolvimento dos pais.“Na maioria das vezes os pais sesurpreendem porque tambémdesconhecem essa faceta docomportamento dos filhos”, contaAdriane.

Frustraçõese desconforto

“O bullying é uma projeção dasdificuldades que eles têm. Às vezes,até mesmo um aluno brilhante emsala de aula acaba reproduzindosuas frustrações através dessecomportamento”, explica EloisaHelena Chagas Monteiro Alves,diretora pedagógica e psicóloga doColégio Auxiliadora, em SãoGonçalo (RJ). Ela conta que aentrada dos alunos no 6º ano doEnsino Fundamental, em geral,

Intolerância, desrespeito

e frustração levam às

agressões físicas e

psicológicas

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provoca umasensação deliberdade que podeterminar em bullying:“Eles dão apelidospara todos. Por medode não ser aceito pelogrupo, o aluno vaisuportando abrincadeira até o momentoem que todo o desconfortovem à tona de uma só vez.Ele se sujeita, masnão percebe que nãotem estrutura para suportar

os ataques.”Eloísa cita um caso

emblemático, de um aluno muitotranquilo, com boas notas eelogiado pelos professores, maseducado a não reagir: “Após umaqueixa da família, a escola chamouos agressores e a situação debullying foi resolvida. Algum tempodepois, os ataques voltaram aacontecer. Desta vez, o aluno nãose queixou diretamente aos pais,falou apenas que estava passandomal e que não queria mais voltar àsala de aula. A família pediutransferência e não deu chance àescola de resolver o problema. Apressão social dos colegas é tãogrande que, mesmo trocando deescola, o aluno não contou quemeram os novos agressores.” Noentanto, a saída do aluno não foimotivo para que a instituiçãodeixasse de tomar providências. Acoordenação descobriu de quempartiam os ataques, e os agressoresforam suspensos, com o apoio daspróprias famílias. “Um delesinclusive não tinha o perfil, mascomo os ataques ocorriam pelainternet ele contava com oanônimato virtual”, conta Eloisa.

O ciberbullying acontece comfrequência entre os alunos de 12 a16 anos, no Ensino Médio. “Nesseperíodo, a prática do bullying setorna maliciosa e camuflada egeralmente acontece pelainternet, nas redes sociais. Noentanto, se o ataque virtualocorre entre alunos, tambémé papel da escola intervir”,alerta Eloisa. A instituiçãodeve evitar que um paitente resolver o assuntodiretamente com o outro,explica, pois existemgrandes chances deambos perderem ocontrole.

“O grande errode algumas escolasé fechar os olhos.Nós procuramosorientar pais ealunos para queprocurem adireção. A instituiçãoprecisa traçar um canal deconfiança, mostrar que é presente”,afirma Eloisa.

Periodicamente, são feitasreuniões com os professores efuncionários, nas quais todos secomprometem a verificar e informaros casos suspeitos. “Nósreforçamos que somos uma equipe.Se um de nós fecha os olhos, nãoestá colaborando com o restante daequipe. O companheirismo entre osprofessores não deixa de ser umaforma de o aluno sentir confiança eperceber que pode contar conosco”,diz Eloisa.

Para finalizar, ela lembra queo papel da escola é sempre protetor,até mesmo em relação aosagressores. “A punição precisa sercorretiva, e não a punição pela

punição. Tem que servirpara ajudar o aluno a refletir.” Podeocorrer por meio de uma conversacom os pais, advertência,suspensão e em alguns casosavaliação psicopedagógica paraidentificar um possível evento quepossa ter dado início aocomportamento, como a separaçãodos pais, morte de um parente, onascimento de um irmão.

“Um comportamentoagressivo é inaceitável, porém, nadajustifica o uso de algumas técnicasigualmente inaceitáveis: exposiçãodo aluno, humilhação e retaliaçõesque prejudiquem os estudos”,finaliza Erick.

Um olhar atento podeajudar a identificar

vítimas e agressores

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Conselhos para as escolasEnvolvimento da comunidade escolar

Mostre aos pais e à comunidade que a responsabilidade pelocomportamento dos alunos é de todos. Faça reuniões, palestras comprofissionais, explique o que é o bullying, e peça a participação econtribuição de pais, professores, coordenadores, vizinhos, funcionários,enfim, de qualquer um que tenha contato com situações de violência.

Capacitação de ProfissionaisTorne o assunto pauta das reuniões de professores. Existem

apostilas, vídeos, cursos, e muito material de pesquisa na internet. Váriosprofissionais da escola devem ter um “olhar clínico” para identificar,caracterizar, diferenciar e pensar em possíveis soluções para casos debullying. Incentive a observação da rotina dos alunos, de forma próxima epresente.

Serviço de DenúnciaPor medo, a maioria das vítimas não procura ajuda. Facilite o contato

através da divulgação de um e-mail para receber denúncias e investigá-las.Outra possível solução, simples e de baixo custo, consiste na criação deuma “Caixa Anti-Bullying”, que deve ficar num local de fácil acesso paraque qualquer um possa denunciar ou pedir ajuda através de bilhetes. Poroutro lado, nunca deixe a caixa num lugar de grande concentração dealunos, pois a vítima pode ter medo de ser vista pelo agressor.

Estimulação de Comportamentos PositivosO ser humano aprende pela observação. Antes de cobrar

determinados comportamentos dos alunos, é preciso garantir que todosos adultos da escola comportam-se de maneira solidária e cooperativa,demonstrando tolerância, empatia e até cuidado com outras pessoas.Nenhum comportamento se altera da noite pra o dia, mas pode sermoldado aos poucos. Valorize e elogie os bons comportamentos.Estimule o envolvimento dos jovens em projetos sociais, que desenvolvemvalores como o respeito, a colaboração, e o trabalho em equipe.

Orientação familiarPromova encontros com os pais, faça cartilhas de orientação e

procure, com muito cuidado, sensibilizá-los sobre a importância departiciparem do processo, afinal eles são os primeiros modelos dos filhos.Explique que o uso da agressão em casa (física e verbal) aumenta aschances da criança reproduzir o mesmo comportamento na escola, e queas demonstrações de afeto, envolvimento, e dedicação estão diretamenterelacionadas a comportamentos pró-sociais e também com a autoestimados filhos.

Fonte – Erick Huber

O agressor• Atitude hostil, desafiadora eagressiva;• Ameaças constantes para pessoaspróximas (independente da idade);• Habilidade para sair de situaçõesdifíceis;• Tentava de impor autoridade sobreoutras pessoas;• Portar dinheiro ou pertences semjustificar a origem dos mesmos.

A vítima• comportamento pouco sociável;• forte sentimento de insegurança (oque os impede de solicitar ajuda);• tem poucos amigos, são passivos,quietos e não reagem efetivamenteaos atos de agressividade sofridos;• apresenta com frequência dores decabeça, pouco apetite, dor deestômago, tonturas;• mudanças de humor inesperadas erecorrentes, apresentando, às vezes,“explosões de irritação”;• volta da escola com roupasamassadas ou rasgadas ou até commaterial escolar danificado;• desleixo gradual em tarefasescolares;• aparenta tristeza, contrariedade ouaflição constantes;• apresenta feridas, contusões, cortesou arranhões sem saber dizer onde semachucou;• dá muitas desculpas para faltar àsaulas;• possui poucos amigos ou passamuito tempo isolado deles;• pede dinheiro extra à família ouchega a furtar dinheiro, gastos altosna cantina.

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[ artigo ]

No início dos anos 80, quando cursei Magistériono Instituto de Educação do Paraná, estudar naquelainstituição, usar aquele uniforme azul e branco e serprofessora ainda faziam parte do sonho de muitasjovens. Éramos dezenas de alunas, e alguns poucosalunos, cientes do que representava a carreiradocente e tínhamos orgulho de abraçarmos aquelecaminho. O curso de Magistério representava umideal, um objetivo de vida. Sabíamos das dificuldadesque enfrentaríamos na profissão: turmassuperlotadas, salário desvalorizado, falta de estrutura,mesmo assim acreditávamos.

Formamo-nos em um evento marcado pelaemoção, éramos professoras normalistas. A grandemaioria foi para a universidade cursar Pedagogia oulicenciaturas nas áreas de Línguas, História,Sociologia, Matemática etc. O tempo passou,prestamos concursos e assumimos a carreiradocente nas áreas pública e privada. O curso deMagistério foi extinto e a legislação passou a exigir ocurso superior para atuar na atuar nas séries iniciais.Depois o Magistério retornou, já não mais com oglamour do passado. Agora, quase trinta anos depois,muitas já estão próximas da aposentadoria, mascontinuam atuando na área de educação, e continuamacreditando que, aos poucos, a educação será ocarro chefe de transformação da sociedade brasileira.

a educação

É preciso reencantar

Cleusa Maria Fuckner*

“Quando a humanidade tem um problema e ela não consegue resolver, é preciso que se eduquem as crianças para

resolverem na geração seguinte. Por isso a pedagogia é a questão fundamental no mundo.” Michel Serres, filósofo francês

Em 2000 terminei o meu mestrado sobre aEducação Feminina em Curitiba nas décadaspassadas. Na pesquisa, entrevistei muitasprofessoras e ex-alunas do Magistério. Em todasencontrei o brilho no olhar ao falar da suasexperiências.

Nessas três décadas vivemos muitas mudanças.O Brasil conquistou a democracia, passou por criseseconômicas, pacotes, controlou a inflação, elegeupresidentes da república, conquistou avançostecnológicos, sociais. Mas e a educação? Nãoé sem espanto que vemos muitas reportagensna mídia mostrando o desencanto dos jovens pelaprofissão e pela possibilidade de seguir a carreiradocente. Dados estatísticos das instituições depesquisa demonstram que sobram vagas nasuniversidades nas áreas da Pedagogia e licenciaturas,enquanto apenas 2% dos estudantes do ensinomédio, em um universo de 9 milhões de estudantes,pretendem cursar Pedagogia ou licenciaturas, cujoprincipal mercado de trabalho é a área educacional.

Não se trata de cair no saudosismo do querepresentava ser professor(a) em um passado próximoou distante. A história da educação nos mostra ascontradições dessa profissão, em um país em que,durante séculos, apenas uma pequena parcela dasociedade teve acesso à formação escolar.

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*Professora Titular da Faculdade Expoente, emCuritiba (PR), e da Secretaria de Estado de Educação doParaná, graduada em História, mestre e doutora emEducação pela Universidade Federal do Paraná UFPR.

É preciso avaliar o que ocorre com a carreiradocente. Por que hoje os estudantes estãodesmotivados? Dados do IBGE demonstram que jáfaltam em torno de 700 mil professores no Brasil. Eno futuro? Outras áreas da economia sedesenvolveram e atraíram mais os jovens. O que épreciso para atrair jovens para as carreiras docentes?O país continua a amargar os últimos lugares nosrankings de educação. É frequente o discurso políticodo investimento em educação como fator dedesenvolvimento do país, mas, na prática, o que épreciso?

Entendemos que a educação envolve quatroatores: o Estado, o professor, o aluno e a família.Para reverter estequadro atual toda asociedade precisarepensar suas práticase discursos. O Estadoprecisa criar propostassérias de investimentoe formação continuadana carreira docente.

É necessárioestabelecer um planonacional de incentivo ede valorização, em quea formação continuadarepresente tambémmelhorias salariais, queestimulem o professora buscar a pesquisae o conhecimento.

Na rede pública do Estado do Paraná, porexemplo, conquistas como mestrado ou mesmodoutorado não representam avanços na carreira,desvinculou-se a formação individual, como se osestudos de pós-graduação só se destinassemàqueles que vão atuar no ensino superior. Sabemosque os países que hoje apresentam índices dedestaque na educação incentivam a formaçãopermanente, por meio de políticas públicas e deincentivos individuais.

A família precisa passar a ver na educação nãoapenas um caminho para garantir conquista deemprego, mas um valor de formação e transformação.Como já afirmou Paulo Freire, se “a educaçãosozinha não transforma a sociedade, sem ela,tampouco, a sociedade muda”.

Estamos vivendo um momento em que há anecessidade de enfrentar novos desafios, como asquestões ambientais, as modificações geradas pelatecnologia no relacionamento entre as pessoas, acompreensão da diversidade e a superação dasdiferentes formas de preconceito. Percebemos que éna escola que podemos ter um espaço de reflexãoprivilegiado, que nos permite fazer leituras de tantasconstruções que a mídia nos impõe diariamentenaturalizando o consumismo, impondo umacompetição exacerbada: as práticas de tirarvantagens.

Como professora do curso de Pedagogia perceboque, à medida quevamos desvelando ocontexto histórico daeducação no Brasil eno mundo, quevamos apresentandoos pensadores, asideias, os alunosem geral começam ase questionar eperceber aspossibilidades queo Magistério oferece,não apenas comoum trabalho dedificuldade, masde realizações, deideal, de saber queestão contribuindo

para mudanças.Acredito que também, na prática, podemos

reencantar os jovens com a possibilidade dedespertar o ideal pelo processo de ensinar e aprender,de perceber a conscientização que somente aescola tem a possibilidade de construir, de descobrirque educar é trabalhar, agir, buscar o novo, apesarde todos os percalços, no sentido de compromissosocial e político. A educação, sem dúvida, é ocaminho do futuro, mas, para isso, todos precisamosagir: escola, estado e família.

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[ conveniadas ]

Evento promove reflexão, capacitação e aperfeiçoamentodas atividades pedagógicas

1º EncontroExpoente – Ateneu

Mais de 180 profissionaisreunidos com o mesmo objetivo –atualização e aprimoramento daprática pedagógica. O 1º EncontroExpoente - Ateneu aconteceu emFortaleza, em março de 2010 ereuniu gestores, coordenadores eprofessores de todas as sedes doColégio Ateneu (CE).

O encontro possibilitoudiscussões sobre metodologias epráticas de ensino e deu aosprofessores novas perspectivasquanto à utilização de umalinguagem mais adequada paraotimizar os resultados da relaçãoensino-aprendizado. “Além decongregar mais ainda nossos

Mundo de Hoje e a Escola”. Emseguida o professor do ExpoenteEdgar Silva falou sobre o novoEnem. À tarde os professoresparticiparam de oficinas, queforam divididas nas áreas deciências humanas, biológicas eexatas.

Regina destaca oentusiasmo e satisfação dosparticipantes diante dos trabalhose discussões propostos pelospalestrantes: “Um dos grandesdestaques foi o tema Enem,enfocado em debates realizadoscom professores de distintasáreas disciplinares, considerandoas novas formas de abordagemdas questões, bem como atransversalidade dos temas”.

profissionais, eles tiveram aoportunidade de um contato maispróximo com as novas abordagens econcepções da educação moderna”,conta Regina Moraes, diretorapedagógica.

Após a abertura do evento,realizada peloprofessor Portela,diretor da instituição,os participantesassistiram àpalestra da gerentedo Centro deExcelência emEducaçãoExpoente, SandraPoli, sobre “O

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[ conveniadas ]

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O primeiro encontro do ano com os pais dos alunos da EscolaPrincipius do Saber e Dominius, em Curitiba (PR), foi muito além daapresentação de procedimentos, recados gerais e regulamentos.Para reforçar a relação família-escola, a psicopedagoga MarilzaRegazzo realizou a palestra “Pais e filhos - uma convivênciasaudável”.

Na Educação Infantil, foi abordado o tema da imposição delimites. Para os pais dos alunos do Ensino Fundamental, Marilzafalou sobre a adaptação escolar, o diálogo com os filhos e aquestão das drogas. “Nossa intenção é contribuir com os pais eaproximá-los de seus filhos e da escola”, afirma Vanda LuciPoletto Cabral, diretora pedagógica. Muitas vezes, segundoVanda, a presença de um especialista facilita a abordagem de

temas mais delicados. Em 2010, a escola completa 20 anos de história. “É emocionante trabalhar todo esse

tempo a serviço da educação, tendo como valores a ética, a aprendizagem e a disciplina”, contaVanda. “O exercício desses valores proporcionará a toda comunidade escolar condições deenfrentar os novos desafios, que provocam nosso interior e nos fazem voar cada vez mais alto”.

uma convivência saudávelPais e filhos

A Escola Caminho do Sol foi premiada como Escola Destaque de 2009 no Congresso Internacionalde Educação, com o projeto “Inteligência adormecida”, que ficou entre os quatro melhores do Brasil.Nos anos anteriores, a escola também foi premiada pelos projetos “Neuróbica”, “Reconstituiçãocoletiva de laço social, ambiental e ética maternal” e “Inspiração para matemática faz trilhar caminhoséticos com determinação e lógica”;A aluna Mayra Nascimento Gomes, do 2º ano do Ensino Médio da Escola Dom Mota, de Afogadosde Ingazeira (PE), é a campeã pernambucana de xadrez e vice-campeã brasileira de 2009;Na Paraíba, a 2º colocação em xadrez no campeonato estadual ficou com a Escola Compacto, dePiancó;Alunos do Ensino Fundamental e Médio do Colégio Estillo, de Pinhais (PR), lançaram o livro ÀHelena Kolody – A Dama dos Haikais. A obra apresenta poemas sobre temas variados, selecionadospor uma comissão julgadora.

Conveniadas em destaque

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[ conveniadas ]

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Os acidentes domésticos são uma das principais causas dehospitalização de crianças no país. Preocupado em promover um momento dereflexão e alerta, o Colégio Literato, de São Luís (MA), realizou uma visita dosalunos do 5o e 6o ano à Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação.

Os estudantes participaram de uma palestra sobre prevenção deacidentes e, com o uso de um protótipo de esqueleto, aprenderam o queacontece com o corpo humano ao passar por um trauma. Relatos de criançasque sofrem com sequelas, como incapacitação física, devido à imprudênciano trânsito e acidentes domésticos, foram um ponto emocionante da visita.Essa experiência, sem dúvida, irá conscientizar e provocar a mudança deatitude desses alunos.

O Jardim dos Desejos

O objetivo do projeto “O Jardim dos Desejos”, do Colégio Vivência, em Petrolina(PE), é proporcionar ações práticas para que as crianças compreendam aimportância de cuidar da natureza. Trata-se de uma nova forma de educar, quesubstitui os métodos tradicionais por diálogos, ações, descobertas e muitasemoções.

Cada aluno escolheu um tipo de planta, recebeu as informações sobre oscuidados com aquela espécie e criou sua própria jardineira. Histórias, poesias emúsicas também fizeram parte desse projeto, que teve atividades como cantigas deroda e exposição de telas pintadas pelos alunos.

“Imaginamos e desejamos um jardimque pudesse permitir às nossas criançasconhecer melhor o processo de vida noplaneta Terra, tornando-as conscientes daimportância de cada ser nessa grande

luta”, afirma a professora Thacyana Gonzaga. O projeto,segundo ela, deixou a sensação de ter plantado uma sementinha deconscientização, que será regada por valores, crescerá e dará origem aum fruto chamado mundo melhor.

Prevenção de acidentes

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[ conveniadas ]

A forma depensar e agir emrelação ao nossopapel individual ecoletivo no futuro doplaneta e dahumanidade passa porprofundastransformações. Oavanço naconscientização éinegável, porém aindatemos um longocaminho a percorrer.

No Encontro Temático 2010, oGrupo Expoente propõe Por UmMundo Melhor - Um Novo Olharcomo tema de reflexão. O eventooferece a oportunidade da discussãodos temas mais relevantes domomento sob uma perspectivacrítico-reflexiva, e a oportunidade deaprimoramento profissional aprofessores, coordenadores egestores das escolas conveniadas.

“Precisamos rever e ampliar onosso olhar sobre as conexões dosacontecimentos globais e suasconsequências diretas na nossavida. Somente mudando conceitos,mudaremos atitudes”, afirma Sandra

Poli, gerente do Centro deExcelência em Educação Expoente(CEEE).

Um dos desafios desta ediçãoé influenciar e modificar a forma depensar das pessoas em relação ao

consumo, tendo emvista os limitesecológicos da Terra.O ciclo de palestrase oficinas promovea troca deexperiências e apartilha de saberes,que consolidamespaços de formaçãomútua, nos quaiscada professor échamado adesempenhar,

simultaneamente, o papel doformador e do formando. Sãoreflexões e questionamentos paraque educadores e gestores sejamos agentes aceleradores dessatransformação.

Programação - Encontros Temáticos 2010

VI Encontro Temático Expoente de Curitiba

VI Encontro Temático Expoente de Fortaleza

V Encontro Temático Expoente de Recife

IX Encontro Temático Expoente de São Paulo

VI Encontro Temático Expoente de Goiânia

VI Encontro Temático Expoente do Rio de Janeiro

24 de abril

15 de maio

22 de maio

29 de maio

14 de agosto

21 de agosto

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Fraude, investigação da PolíciaFederal, alteração de data, seleçãounificada... A 11ª edição do ExameNacional do Ensino Médio (ENEM)foi destaque, nem sempre positivo,nos noticiários. Polêmicas à parte, amudança no formato da provareforça o fim da segmentação doconhecimento em nome dainterdisciplinaridade e do

espírito crítico. Segundo oMEC, a reformulação buscatrocar o “acúmulo excessivo

de conteúdo” pela “solução de

problemas”. A proposta do chamado“novo Enem” não é novidade para asescolas conveniadas ao Sistema deEnsino Expoente. Há 15 anos, omaterial didático é voltado aomodelo construtivista-interacionista,que trata o aluno como sujeito ativodo seu processo de aprendizagem.

“A prova da forma como foiconcebida,dividida emáreas deconhecimento,é fácil deentender e deresponder.Cobraraciocínio evivência edescarta aprática da

decoreba”, afirma RenaldoFranque, diretor do ColégioExpoente Comendador Araújo, emCuritiba (PR). O desempenho doaluno no Enem será cada vez mais

impressão Pedagógica [ 19 ]

[ enem ]

Formaçãodecoreba

escolar substitui

Material Didático do Sistema de Ensino Expoente contextualiza e correlaciona asdisciplinas, preparando o aluno para os novos formatos de provas de seleção

resultado de sua experiência escolare formação, e cada vez menos dotreino de última hora. Oitenta porcento do conteúdo cobrado na provado MEC são contemplados nomaterial didático Expoente de 1ª e2ª séries do Ensino Médio e apenas20% na terceira série.

“Não tive dificuldade com oconteúdo, nem com a interpretaçãodas questões, pois sempre estudeinesse formato crítico. O pior foi aquantidade de perguntas e aduração da prova, que se tornamuito cansativa”, relata LarissaSchraier, aluna do Expoente, queprestou o Enem 2009 na época emque terminava o segunda série doEnsino Médio. Enquanto 50% dosestudantes do país não atingiram amédia de 500 pontos sugerida peloMEC, ela chegou aos 690 pontos.

Aplicação e contextualização“No nosso material didático, a

divisão entre as matérias

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O educador precisa mostrar a aplicação do conteúdo no dia-a-dia, com atividades práticas

(Português, História, Matemática)existe unicamente para situar osalunos. Mas, na prática, os temas jáestão correlacionados econtextualizados. Eles conversamentre si,” explica Renaldo. Fotos,quadrinhos, tabelas e notíciascomplementam e contextualizam asinformações contidas no materialdidático. Toda a seleção de testes évoltada para questões dosvestibulares que já seguem a linhainterpretativa, como UFRJ, UEM,Fuvest, UFPR, entre outras. “Nemsempre as conexões entre asdisciplinas são explícitas, mas elasestão presentes para que o aluno asidentifique”, explica Edgar da Silva,consultor pedagógico e professor deRobótica do Expoente.

Mas, antes do aluno, defendeEdgar, o professor precisa enxergare se dedicar à aplicação econtextualização da sua disciplinano dia-a-dia. “Eu leciono há 12 anos,e ainda passo várias noitespreparando as minhas aulas, comsituações que vi ou vivi naquele dia.Com todo o material que possuo,poderia ficar meses sem prepararnada, mas a atualização setransforma em hábito.”

Ele destaca também aimportância das atividades práticasexercidas desde a infância: “Eu

leciono Robótica para alunos do 3ºano do Ensino Fundamental. Emuma das aulas, sobre o tema Meiosde Transporte, eles construíramhelicópteros de sucata. Algunsusaram hélices maiores, outrosmenores. E ao verem a diferença devôo dos dois modelos, aprenderamimplicitamente as condições deequilíbrio da Física, sem falar emnenhuma teoria. Essa é uma liçãoque eles nunca mais vão esquecer”.

“Para um aluno ir bem, oprofessor precisa despertar ointeresse dele sobre o assunto.Depois disso, a gente mesmo vaiatrás de mais informações nainternet, nos jornais, etc.”, afirmaLarissa. A faísca do interesse podesurgir em debates, pesquisas e naprodução de textos, por exemplo.Dessa forma, o aluno consegueconvencer-se da importância desseconhecimento. “Em algumasdisciplinas, como Física e Química,ainda existe uma herança deimagem negativa. As médias sãosempre baixíssimas, um sinal deque o aluno não entende por queprecisa estudar aquilo. O professorprecisa trabalhar com a visualizaçãoe com a contextualização doconhecimento”, afirma Edgar.

A uniformidade no desempenhonas quatro áreas de conhecimento

(linguagens, ciências humanas,ciências da natureza e matemática)pode ser a diferença para garantiruma vaga no ensino superior, já quea nota do Enem passou a ser usadapara a seleção em algumasuniversidades federais, além de serparte do critério para distribuiçãodas bolsas de estudo no ProgramaUniversidade para Todos (ProUni).

Renaldo ressalta que aaparente facilidade da prova elevou onível de disputa. “Até o anopassado, por exemplo, alunos comnota acima de 5 eram facilmenteaprovados nos cursos deEngenharia da UniversidadeTecnológica Federal do Paraná(UTFPR). Em 2010, a nota de corteno Sisu passou para 7,5, em virtudeda concorrência com candidatos doBrasil inteiro”. O Sistema deSeleção Unificada (SISU) éresponsável por boa parte dacontrovérsia em torno do Enem.Pela internet, os alunos candida-taram-se gratuitamente a uma das47,9 mil vagas em cursos superioresde todo o país, usando somente anota da prova como critério. Nestaprimeira edição, 51 instituiçõesparticiparam da seleção unificada.

Os críticos à proposta doMEC alegam a perda da identidaderegional das provas. Além disso,

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acreditam que o acesso de alunosdo Brasil inteiro às mesmas vagaspode prejudicar os estudantes dedeterminadas regiões.

Para os defensores, o pontoforte é justamente a vantagemeconômica e logística do processopara o aluno, afinal ele não precisamais sair de sua cidade paraconcorrer às vagas.

Aplicação e logísticaO ministro da Educação,

Fernando Haddad, anunciou que o

Enem 2010 será aplicado emnovembro, portanto após osegundo turno das eleiçõespresidenciais, em 31 de outubro.Com isso, o governo federalespera minimizar os riscos deuso político de uma eventualfraude no exame.

A preocupação é legítima,pois mais de 4 milhões deestudantes foram prejudicadospela alteração da data do Enemno ano passado, após o vazamentoda prova – que foi oferecida

para a imprensa em troca dedinheiro. O caso continuasendo investigado pela PolíciaFederal, e cinco suspeitos foramindiciados. “Nos Estados Unidos ena Europa, esse modelo deavaliação é utilizado há décadas enão há falhas no sistema. No Brasil,ainda estamos muito no início doprocesso, esta é 11ª edição, aprimeira no novo formato. Acreditoque a tendência do Enem é crescerem credibilidade e consolidar-se”,afirma Renaldo.

Professores e EnemAcompanhe as dicas do Centro de Excelência em Educação Expoente (CEEE) sobre como os

professores podem potencializar o uso do material didático:

• Esteja atualizado – Use temas dos noticiários na sala de aula, desde eventos sociais e políticos,

até os da natureza, como terremotos e tsunamis;

• Faça provas em conjunto – Junte-se a outros professores para elaborar questões

contextualizadas e interdisciplinares;

• Use o tema do ano – Se cada professor trabalhar o mesmo tema dentro da sua disciplina, o

aluno consegue perceber como todos os assuntos estão interligados;

• Evite pegadinhas – Elas ainda existem nos vestibulares e até mesmo no Enem, mas tendem a

diminuir. A preocupação e o tempo que se perde com elas não valem a pena;

• Faça atividades práticas – Ao visualizar a aplicação do conhecimento, o aluno se torna mais

receptivo;• Promova debates – Aproveite temas do dia a dia, e faça os alunos buscarem informações pró e

contra determinados assuntos.

Metade dos alunos brasileirosnão atingiu a média de 500pontos, sugerida pelo MEC

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[ fique por dentro ]

O ano de 2011 é a data limite estabelecida pela Lei11.769 para a inclusão do ensino musical nos currículosdo Ensino Fundamental e Médio das escolasbrasileiras. O Expoente disponibiliza oslivros “Coleção História daMúsica Volume I e II” e“Desvendando a Orquestra– Formando Plateias doFuturo”, comercializadosdiretamente com oseducadores e com asescolas públicas e privadas.

A coleção História daMúsica é formada por doisvolumes: A Música e suarelação com outras Artes eOs Instrumentos Musicais. Oprimeiro apresenta a história da música clássicaocidental até o século XXI e sua relação com outrasartes. O segundo enfoca a evolução histórica da

Lançamento Musical

orquestra, o ritual universal do concerto, a importânciado maestro, e todos os instrumentos que compõemuma orquestra. A coleção é acompanhada por um CDcom pequenos trechos musicais didáticos, e traz ainda

atividades, curiosidades eindicação de sites.

“Desvendando a Orquestra– Formando Plateias do Futuro”é voltado às crianças, temilustrações coloridas e aparticipação de três personagens:Chiquinha (homenagem àChiquinha Gonzaga), Villinha(homenagem a Villa-Lobos) eMozart (homenagem aogênio da música). Além dasinformações do livro, um CDcom jogos, palavras cruzadas

e sons acompanha o material, junto comuma minibatuta.

Expoente na

Feira do SaberEntre os dias 16 e 18 de setembro, o Grupo Expoente

participa de um dos maiores eventos educacionais do país - o 14o

Congresso e Feira Saber, que será realizado no Centro deExposições Imigrantes, em São Paulo (SP).

Em um espaço de 4 mil metros quadrados, com noveauditórios destinados a palestras, mesas de debate, workshops eoficinas, a Feira Saber reúne produtos e serviços do mercadoeducacional. A expectativa dos organizadores é de superar osnúmeros da edição de 2009, que teve 60 expositores e mais de30 mil visitantes.

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Como complemento ao Expodicas, material deapoio que reforça os assuntos mais importantes dasdisciplinas do Pré-Vestibular, o Expoente oferecetambém a Revista do Vestiba, disponível exclusiva-mente no portal Escola Interativa. Trata-se de umespaço virtual, com dicas, resultados de vestibulares egabaritos comentados, podendo ser usado por alunos eprofessores. As últimas provas e resultados do Enem2009 podem ser consultadas com um clique. Nosimulado virtual, o aluno escolhe a matéria, o número dequestões e acompanha a correção com comentários. ARevista do Vestiba é um guia indispensável napreparação dos alunos do Ensino Médio.

[ fique por dentro ]

Robótica Educacional

A robótica na educação é um fantásticoinstrumento para inovar o método de trabalho doprofessor, possibilitando uma nova aprendizagem lúdica,interatividade e troca de experiências. O aluno passa aser um construtor de seu próprio conhecimento.

A RobóticaEducacional nadamais é do que acaracterização deambientes deaprendizagemque reúnemmateriais de

sucata compostos por peças diversas,entre os quais motores e sensores controláveis

VestibaRevista do

por computador e softwares que permitem programar, dealguma forma, o funcionamento de modelos. O GrupoExpoente oferece, com exclusividade, SoluçõesEducacionais de Robótica, desenvolvidas por umaequipe técnica pedagógica. O projeto, comercializadopara escolas públicas ou privadas, contempla:Aquisição de Kits de Robótica, Software e Formação deProfessores conforme a necessidade de cada cliente.Trata-se de uma inovação de mercado que cria umanova dimensão à tarefa de ensinar, incentivando aparticipação das escolas, dos educadores e dos alunosde forma ativa no processo de qualificação daaprendizagem e promovendo um grandedesenvolvimento na relação interpessoal, além deconstituir uma ferramenta interdisciplinar.

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[ saúde ]

No último inverno, o surtoda Influenza A H1N1 gerou pânicoentre pais e educadores pela faltade conhecimento e informações.Recesso, alteração no calendárioescolar, alunos sem sair de casa ereposição de aulas no final do ano

A H1N1Prevençãoe controle da

Influenza

foram apenas alguns dos efeitospara as escolas. Agora, o governoaposta na prevenção, comcampanhas informativas e devacinação antes da chegada doperíodo crítico. Também foramrealizados encontros regionais ereuniões para estabelecer as

medidas de combate em conjuntocom as instituições de ensino. OGrupo Expoente participou daAudiência Pública de VigilânciaSanitária, promovida pelo Sindicatodas Escolas Particulares doParaná (SINEPE) e pela PrefeituraMunicipal de Curitiba, que definiuas principais medidas a seremadotadas na prevenção e controleda circulação do vírus. Cabe aoseducadores e responsáveispromover as ações de higiene,repassar informações sobre adoença, conhecer as medidasde prevenção e saber comoagir diante de casos suspeitos.Cartazes, fôlderes, notícias,filmes e áudios que podem ser

utilizados pelas escolas estão àdisposição no sitewww.vacinacaoinfluenza.com.br.Outra forma de conscientização é odesenvolvimento de atividadespedagógicas com os alunos, paraque eles se tornem repassadoresde conhecimento aos pais e àcomunidade.

Governo Federal recomenda prevenção como principal medida nas escolas contra novosurto de gripe. Também é preciso saber identificar os casos suspeitos e agir rapidamente

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Para facilitar a identificação decasos suspeitos, aconselha-se queum responsável acompanhe arotina diária de chegada dos alunosem cada turno. Alunos com tosse,olhos vermelhos, febre e dor degarganta durante o período de aulasdevem ser mantidos afastados doscolegas, preferencialmente usandomáscara cirúrgica descartável, atéa chegada dos pais. Um alerta – aescola deve notificar imediatamentea Unidade de Saúde mais próximase houver três ou mais casos degripe ao mesmo tempo na mesmasala. Se a doença for confirmada, acriança deve ficar afastada daescola por um período mínimo de14 dias do início dos sintomas eadultos, 7 dias.

VacinaçãoO fato de crianças e adoles-

cente entre 2 e 19 anos nãoaparecerem na lista de vacinaçãodo governo gerou muita reclamaçãoe questionamentos dos pais. OMinistério da Saúde afirma que aspessoas entre 20 e 49 anos foramas mais atingidas em quantidade eíndice de mortalidade, por isso setornaram o grupo prioritário. Mas,

Ações de prevenção na escola

• Instalar porta-copos junto aos bebedouros, paraevitar o contato da boca com o bico ejetor d´água;

• Disponibilizar álcool em gel na entrada dosambientes;

• Realizar a limpeza adequada das mesas ecarteiras;

• Preparar palestras de esclarecimento a professorese funcionários;

• Utilizar os materiais de campanha do Ministério daSaúde na escola;

• Praticar ações diretas com os pais e alunos.

Peças da campanha de prevenção estão no site www.vacinacaoinfluenza.com.br

caso a situação epidemiológica nopaís se altere, e se houverdisponibilidade de vacina, ascrianças podem ser incluídas nacampanha de vacinação. Enquantoisso, muitos pais procuram pelavacina em clínicas particulares.

A orientação do governo emrelação à vacinação em clínicasparticulares segue uma portariada Anvisa, de 2000. Nenhumestabelecimento privado devacinação pode funcionar semlicença sanitária e sem responsável

técnico (médico). Os estabelecimen-tos de ensino podem disponibilizarvacinas aos alunos, professores outrabalhadores, dentro dasdependências da escola, somentecom a liberação da autoridadesanitária competente e com acontratação de clínica com licençaespecífica para atuação externa. Éabsolutamente proibido comprar ouaplicar, por conta própria, qualquertipo de vacina adquirida diretamenteem farmácias, distribuidores oufabricantes.

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[ artigo ]

Práticas Avaliativas de Inclusão

como Ferramenta

O sociólogo suíço Philippe Perrenoud, nas suasincansáveis buscas à procura de uma saída, provou que“o fracasso não é a simples tradução lógica dedesigualdades reais. O fracasso é, assim, umjulgamento institucional”.

A prova está presente na maioria de nossasescolas, no entanto, nos dados estatísticos sobre aeducação brasileira o ensino está muito abaixo do nívelideal de proficiência. Então para que prova? São muitasas incoerências do

sistema avaliativo, apenas para mostrar números. Aavaliação é pensada sem levar em conta a realidade dacomunidade escolar. Avalia-se o aluno sem considerar asociedade em que ele vive, transfigurada por problemasfamiliares, econômicos e sociais. Qual o perfil do

Liliane Aparecida dos Santos Dutra*

educador que temos? Cumpridor do calendário escolar,passivo, desatualizado? Qual o perfil do educador quenecessitamos? Essa é uma questão a ser posta.

A escola, ao contrário do que se prega, nãoconsegue criar um espaço efetivamente formativo paraseus alunos; um espaço inclusivo, que consiga cumprira sua função social. Para criar uma nova cultura deavaliação, ajustes precisam ser promovidos, e maispráticas pedagógicas desenvolvidas nosestabelecimentos de ensino. Reavaliar seus métodos erepensar o ato de avaliar torna-se necessário aosprofissionais da educação em exercício.

Nas últimas décadas a experiência que o país viveno campo educacional mostra a importância de avaliar acurto, médio e longo prazo. Entretanto a avaliaçãosuscita muitas discussões e polêmicas, assim comouma grande dificuldade da escola em estabelecerparâmetros para sua implementação. Uma dasconsequências desse fenômeno são as “provas”, atéhoje aplicadas, e o tradicional modelo de avaliar quecontinua prevalecendo em muitas escolas brasileiras,onde o processo de ensino resume-se à tarefa de meratransmissão de conteúdo, sobrecarregando o aluno comprática de “decorebas”.

A defesa de uma nova forma de avaliação tem sidoum tema largamente divulgado nos últimos anos porrenomados pesquisadores; mas devido a vários fatores,como o tempo para tomada de decisão e acomplexidade da legislação, a avaliação daaprendizagem escolar hoje praticada acaba por causarconsequências que são decisivas nos resultados e naobtenção de êxito ou insucesso. Mas aplicaçõespráticas dessa nova postura de avaliação exigem das

*Diretora pedagógica da Escola Caminho do

Sol, de São João Del Rei (MG), é graduada em

Pedagogia, pós-graduada em Psicopedagogia, e

aluna especial do Mestrado em Educação da UFSJ.

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Qual o perfil do educadorque temos? Cumpridor do

calendário escolar, passivo,desatualizado? Qual o perfil

do educador quenecessitamos?

escolas e dos professores a clareza de como o trabalhodocente pode prestar um efetivo serviço à populaçãoque mais necessita. O respeito ao saber sistematizado,aos conteúdos a serem assimilados, assim como auma recolocação de práticas pedagógicas, deve servoltado para respostas às exigências profissionais,políticas e culturais postas por uma sociedade queainda não alcançou a democracia plena.

Os atores sociais mudaram, a hipermodernidadeos influenciou radicalmente, e ainda assim a avaliaçãoeducacional continua sendo um processo equivocado edescontextualizado, que não deve, porém, ser encaradocomo um problema sem solução, e sim como umasolução extremamente viável e libertadora.

Atualmente o sistema de avaliação instituído noBrasil descarta uma cultura pedagógica historicamenteconstruída pelo coletivo de educadores e, enfatizando oseu aspecto meramente técnico, reduz esse processo aum complexo de números, quadros, médias,contribuindo com isso para que o prazer de aprenderdesapareça.

A avaliação pode servir, ainda, para minimizarimpasses no ambiente escolar, servindo de subsídiopara a solução de problemas e semeando uma novaconsciência que possibilite a revisão do plano de ensinoe o encaminhamento do trabalho docente para umadireção mais adequada, correta e mais humana.

O ato de avaliar não deve ser uma tarefa exclusivados professores. Essa atividade pode ser partilhadaentre pais, alunos e outros profissionais da educação. Oentendimento do conceito de avaliação deve estar deacordo com as grandes concepções de transformaçõesda ciência. A prática de avaliar deve estar voltada paraum novo paradigma educacional, uma prática voltadapara a qualidade do conhecimento e também para aconstrução de um conhecimento emancipatório.

A prova não deve ser aplicada, conforme alerta oMestre em Didática das Ciências, Vasco Moretto, comoacerto de conta. Ele defende que “a avaliação daaprendizagem precisa ser coerente com a forma deensinar. Se a abordagem no ensino for dentro dosprincípios da construção do conhecimento, a avaliaçãoda aprendizagem seguirá a mesma orientação”.

A Mestra em Educação e Avaliação JussaraHoffmann sugere cuidados ao avaliar para não amputar ocrescimento e a autonomia dos aprendizes e fala da

necessidade de se fazer anotações para acompanharefetivamente o progresso. Os autores mencionadosapontam para um processo de avaliação como maneirade organizar o ensino e subsidiar novas políticas degestão de conhecimento.

Contudo a escola convive, ainda, com um grandeimpasse entre a prática desejável e a realizada, poisenfrenta uma rotina pesada de cobranças externas einternas, além de contar com a alta rotatividade deprofessores. Propiciar momentos de estudo com osprofessores dentro do ambiente escolar é uma dasatividades primordiais. A finalidade desses estudos deveser o desenvolvimento e aperfeiçoamento dosprofessores em suas habilidades em avaliar, renovandoconhecimentos, repensando a sua prática avaliativa ebuscando novas metodologias de trabalho voltadas paraas necessidades da comunidade.

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sétima arte

[ salada cultural ]

pelo olhar da

A sala de aula

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Nenhum a menosWei Minzhi tem apenas 13 anos e se torna professora substituta da escola

de seu vilarejo na China. O professor titular teve que viajar para ajudar a mãe

doente. Antes de partir, ele recomenda à garota que não deixe nenhum alunoabandonar a escola durante sua ausência.

Mesmo perdida em meio aos alunos, a menina não esquece a recomendação

do professor. Quando descobre que um garoto desapareceu da escola, e foi

em direção à cidade em busca de emprego, para ajudar no sustento da

família, inicia uma jornada incansável para trazê-lo de volta à sala de aula.Filme premiado no Festival de Veneza.

Nenhum a Menos (Not one less) China, 1999

Duração/Gênero: 106 min, Drama - Direção: Zhang Yimou

A Corrente do BemNo primeiro dia de aula do ano, sem grandes expectativas, o professor deEstudos Sociais Eugene Simonet (Kevin Spacey, vencedor do Oscar de MelhorAtor por Beleza Americana) sugere que os alunos pensem em um projeto paramudar o mundo na prática. O que ele não esperava é que o estudante TrevorMckinney (Haley Joel Osment) levasse a tarefa a sério.Dessa forma, surge a ideia da corrente do bem: faça por alguém algo que ele nãopode fazer por si mesmo; faça o bem para três pessoas; e peça aos três queajudem outras três pessoas. Assim, a corrente cresce em progressãogeométrica, de três para nove, de nove para vinte e sete, e assim por diante. Ofilme mostra que as pequenas ações podem sim transformar nosso mundo.A Corrente do Bem (Pay it Forward) EUA, 2000Duração/Gênero: 122 min, Drama - Direção: Mimi Leder

Anime – refere-se aos desenhos animados feitos emgeral no Japão. Os personagens são caracterizados porolhos muito grandes. Podem ter o gênero de comédia,terror, drama ou ficção científica.

Bella – personagem fictícia da série Crepúsculo, daescritora americana Stephenie Meyer, que se envolvenuma trama com vampiros e outras criaturas.Interpretada pela atriz Kristen Stewart.

Glossário do Aluno A - J

Para falar a língua dos alunos, o professor precisa conhecer os temas e ídolos do momento

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retratada pela

A educação literatura

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Clube do FilmeCansado das reclamações do filho Jesse, de 15 anos, o professor e crítico de

cinema David Gilmour permitiu que o adolescente abandonasse a escola com

uma condição – assistir três filmes por semana ao lado do pai. A polêmica

história do “Clube do Filme” é autobiográfica. O livro mostra como o pai

consegue cuidar da formação do filho, de maneira pouco ortodoxa. Juntos, em

constante diálogo, eles aprendem sobre mulheres, música, dor de cotovelo,

trabalho, drogas, amor e amizade. As lições saem da mais variadas obras-

primas da sétima arte, de A Doce Vida, Os Reis do Iê, Iê, Iê, O Iluminado, até

O Poderoso Chefão. Hoje, aos 22 anos, Jesse escreve roteiros para o cinema.

Clube do Filme - Autor – David Gilmour - Editora - Intrínseca

Entre os Muros da EscolaNarrado do ponto de vista de um jovem professor de francês, o livro mostra suarelação com uma turma desinteressada e que não faz questão de cooperar com aaula. A classe representa um microcosmo da França, com misturas étnicas echoque entre diferentes culturas. O idioma lecionado se torna um dos motivos deconflito, principalmente porque diversos alunos são provenientes de outros países,colônias francesas ou não. O retrato do comportamento dos adolescentes nasescolas e dos professores dentro da sala de aula foi transformado em filme, queganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes e foi indicado ao Oscar de MelhorFilme Estrangeiro. Uma curiosidade - Quem faz o papel do professor é o autor dolivro François Bégaudeau.Entre os Muros da Escola - Autor – François Bégaudeau - Editora – Martins

Habbo Hotel – jogo virtual que virou febre entre os jovens.Cada usuário tem um avatar (uma versão de si mesmo) quepasseia pelos espaços do hotel, compra e troca móveis virtuaisadquiridos com dinheiro real. Um dos objetivos é ganhar statusao interagir com o maior número de pessoas.

Eragon – Filme adaptado do livro de ChristopherPaolini. Um garoto órfão, Eragon encontra uma pedraazul e descobre que se trata do último ovo de dragão.Ele se torna um cavaleiro e luta ao lado do dragãoSaphira contra o mal.

Cine – banda paulista, considerada a granderevelação de 2009 pelo Vídeo Music Brasil,premiação da MTV, e pelo Prêmio Multishow. Oclipe da música “Garota Radical” já foi visto noYoutube mais de 5 milhões de vezes.

Justin Drew Bieber - cantor popcanadense, de 16 anos, que é consideradopela revista Celebuzz um dos 10 maioresartistas revelados pelo Youtube da década.

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[ agenda ]

2010

De 12 a 22 de agosto, o Pavilhão de

Exposições do Anhembi, em São Paulo

(SP), torna-se palco de encontro das

principais editoras, livrarias e distribuidoras

do país. O público participa de debates em

espaços como o Salão de Ideias, Café

Literário e Fala Professor. Para

acompanhar a programação 2010 acesse o

site www.bienaldolivrosp.com.br. São Paulo

21ª BienalInternacional do

Livro de

PrêmioJovem Cientista

Com o tema Energia e Meio Ambiente –Soluções para o Futuro, a premiação distribui R$ 150mil entre cinco categorias, incluindo R$ 30 mil para ainstituição de ensino com o maior número de trabalhoscom mérito científico inscritos. O público-alvo éconstituído por jovens estudantes que criamalternativas para diminuir os impactos ambientaiscausados pelo uso de diferentes fontes de energia. Asinscrições são feitas pela Internet, no sitewww.jovemcientista.cnpq.br, até 30 de junho.

Educasul O evento, que acontece em Florianópolis

(SC), de 21 a 23 de julho, se propõe a ser o ponto

de encontro para educadores que desejam

participar do processo de transformação da

educação e da sociedade brasileira. O tema deste

ano é “Lugares e Desafios da Docência na

Educação Básica”. Inscrições on-line no site

www.educasul.com.br, informações pelo fone: (48)

3028-2004.

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