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* sábado, 30 de novembro de 2008 * ano 0I * nr. 01 * Do local ao global O Prisma Cidades Mais é o novo projecto que pretende dar a conhecer aos leitores os conce- lhos de um ponto de vista diferente. O objectivo é eleger, com base em dados estatísticos e através de uma série de depoimentos, as cidades que mais se destacam no panorama nacional e que, por isso, contribuem para o desenvolvimento do distrito, da região e do país. Acompanhe mensalmente o desenvolvimento deste projecto no Diário de Notícias! prisma cidades + Abrantes Uma cidade virada para o futuro Nelson de Carvalho, autarca de Abrantes, fala das particularidades de um concelho que detém um poder de compra acima da média, em rela- ção ao distrito de Santarém, e que se destaca pela diferença: possui o único campo de basebol do país. p. 02 Alcobaça “O concelho mais atípico do país” O presidente da Câmara Municipal, José Gonçalves Sapinho, explica o facto de deter um elevado poder de compra no distrito de Leiria e convida os leitores a participarem na 2ª Edição do Mercado de Natal. p. 03 Batalha Concelho rico em património cultural e etnográfico António Lucas, presidente da autarquia, fala de uma estratégia que assenta essencialmente na dinamização turística e cultural do concelho. p. 04 Caldas da Rainha Vida com qualidade e segurança O autarca Fernando da Costa traça um retrato de um concelho multifacetado face às adversi- dades da mudança de localização do Aeroporto Internacional de Lisboa. p. 06 cidades+ Abrantes Abrantes Alcobaça Alcobaça Batalha Batalha Caldas da Rainha Caldas da Rainha

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* sábado, 30 de novembro de 2008 * ano 0I * nr. 01 *

Do local ao globalO Prisma Cidades Mais é o novo projecto que pretende dar a conhecer aos leitores os conce-lhos de um ponto de vista diferente. O objectivo é eleger, com base em dados estatísticos e através de uma série de depoimentos, as cidades que

mais se destacam no panorama nacional e que, por isso, contribuem para o desenvolvimento do distrito, da região e do país. Acompanhe mensalmente o desenvolvimento deste projecto no Diário de Notícias! prisma

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AbrantesUma cidade virada para o futuroNelson de Carvalho, autarca de Abrantes, fala das particularidades de um concelho que detém um poder de compra acima da média, em rela-ção ao distrito de Santarém, e que se destaca pela diferença: possui o único campo de basebol do país. p. 02

Alcobaça“O concelho mais atípico do país”O presidente da Câmara Municipal, José Gonçalves Sapinho, explica o facto de deter um elevado poder de compra no distrito de Leiria e convida os leitores a participarem na 2ª Edição do Mercado de Natal. p. 03

BatalhaConcelho rico em património cultural e etnográficoAntónio Lucas, presidente da autarquia, fala de uma estratégia que assenta essencialmente na dinamização turística e cultural do concelho. p. 04

Caldas da RainhaVida com qualidade e segurançaO autarca Fernando da Costa traça um retrato de um concelho multifacetado face às adversi-dades da mudança de localização do Aeroporto Internacional de Lisboa. p. 06

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BatalhaBatalha Caldas da RainhaCaldas da Rainha

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Nelson de Carvalho, presidente da C. M. Abrantes

Abrantes

Uma cidade virada para o futuroAbrantes pertence ao distrito de Santarém e à sub-região do Médio Tejo. Com uma localização privilegiada, situa-se no centro das grandes acessibilidades rodoviárias e ferroviárias, sendo servida nomeadamente pelo eixo da auto-estrada Lisboa/Porto, pela A23 e pela linha ferroviária da Beira Alta. Mas como é viver nesta cidade?

Em entrevista, Nelson de Carva-lho, presidente da Câmara Municipal de Abrantes desde 1994, realça os aspectos positi-vos de uma cidade que nos últimos dez anos teve um cresci-mento acentuado, consolidan-do-se e reforçando o seu papel nas questões de desenvolvi-mento local e regional.

Quando foi eleito qual era a situação do concelho?Abrantes era uma cidade onde as pessoas viviam em estado de depressão, devido a aconteci-mentos de um passado próximo. Na década de 80, o complexo industrial no Tramagal tinha terminado, deixando sequelas muito fortes e uma percepção de crise e declínio. No fundo, foi como que uma repetição do que tinha acontecido na década de 50. Abrantes estava numa situa-ção de crise e a percepção que se tinha é que era uma cidade parada no tempo porque não tinha conseguido recuperar a sua tradição industrial e, portanto, precisava de retomar a sua ambição. Essa situação, exigia a definição de um conjunto de políticas públicas que fizessem renascer uma dinâmica ascen-dente, alterando a percepção que a região tinha de si própria e da sua comunidade, dando-lhe um sentimento positivo e de cresci-mento. Era importante fazer uma intervenção no plano simbó-lico, procurando lançar políticas que dinamizassem a economia, requalificassem a cidade, crias-sem novas oportunidades em áreas-chave como o desporto, a cultura, a educação, o lazer, a requalificação urbana e na capacidade de acolher projectos empresariais.

Houve uma preocupação ao nível de relançar a vida na cidade? Do ponto de vista do marketing da cidade para si própria, relançá-mos um conjunto de programas e intervenções que criaram um sentimento mais positivista da comunidade, elevando a expec-tativa para uma maior ambição e envolvimento, em projec-tos de longo prazo. Em aspec-tos centrais, conseguimos alterar o estado das coisas. Abrantes é hoje em dia uma comunidade mais forte, mais dinâmica, mais virada para o futuro, com um sentimento muito mais positivo do que há 15 anos. Mas o que é que foi feito concretamente?Estes projectos desenvolve-ram-se ao longo de várias fases. Começámos por asfaltar as estradas do concelho, inter-vimos na requalificação das políticas ambientais no âmbito dos resíduos, do saneamento, do abastecimento da água, etc.. Posteriormente, criámos um conjunto de políticas que permi-tiram a construção de parques industriais e a melhoria das condições de acolhimento de investimentos privados, como por exemplo o projecto “via verde”, que serve para acelerar os licenciamentos dos projectos e para dar outra celeridade às burocracias. Ainda nesta área, criámos um projecto de apoio à inovação, à modernização e à internacionalização, o Tecno-pólo do Vale do Tejo, que permite a criação de emprego técnico e científico. Aliás, esta infra-estru-tura abrange uma incubadora, um laboratório, um centro de tecnologia alimentar uma escola superior de tecnologia. Outra grande aposta, traduziu-se na vinda do ensino superior para o Concelho, com a implantação da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes, do Instituto Politéc-nico de Tomar, que já funciona há oito anos e que oferece cursos superiores nas áreas das tecnologias, comunicação social e engenharias. Ao nível educa-tivo, alterámos o paradigma da aprendizagem no 1º ciclo e ensino básico, colocando computado-res em rede nas salas de aula. Este é um dos projectos mais avançados em todo o mundo, que consiste na informatiza-

ção de todas as nossas escolas. Actualmente, temos cerca de 700 portáteis para um universo de 1500 crianças. Ao nível despor-tivo, lançámos um projecto de construção da cidade despor-tiva, com um campo de relvado sintético, piscinas, um campo de basebol (o único do país), entre outros. Fizemos também uma intervenção nas margens do rio Tejo, que hoje é um rio com as margens organizadas e requali-ficadas, que dispõe de uma série de equipamentos que permitem aos munícipes e aos visitantes desfrutar do rio. Com o Aquapo-lis, quisemos reintegrar o rio, devolvê-lo ao uso normal e ao convívio da população da cidade e da região. Temos aqui o único troço do Tejo, entre Abrantes e Lisboa, que sofreu uma inter-venção no sentido de o conver-ter num Parque Urbano, que associa a água ao lazer e à prática de actividades náuticas.

E o centro histórico?Continuamos a querer desen-volver o centro histórico. Para o efeito, estamos a lançar um programa integrado de valoriza-ção. Por outro lado, está prevista a abertura de uma Loja do Cidadão na cidade, que se insere na requalificação do centro histórico, que funciona também como centro administrativo. Além deste conjunto de priorida-des, há um grande projecto para o centro histórico, que prevê a construção de um Museu Ibérico de Arqueologia e Arte. Com a riqueza das suas colecções e um centro de investigação, será um museu de grande expres-são e atractividade que vai gerar fluxos turísticos, cientí-ficos e pedagógicos. O projecto está já em fase final de elabo-ração e o objectivo é entrar na rede europeia de museus e origi-nar fluxos turísticos de referên-cia. É uma aposta no patrimó-nio, na cultura, na arte. Significa a introdução no centro histórico de novas funções muito qualifi-cadas, que irão trazer também muitos clientes qualificados.

A divisão a meio do concelho dificulta a sua coesão?Temos uma adversidade que é a articulação da parte Norte com a parte Sul do concelho, porque o Tejo atravessa-nos a meio e temos apenas uma ponte

antiga a ligar Abrantes ao sul do Tejo. Entretanto, o governo já anunciou a construção do IC9, um troço entre Abrantes e Ponte Sôr que é uma das nossas maiores necessidades a nível de infra-estruturas.

Como combater a desertifica-ção e o desemprego?A questão da falta de qualifica-ção de um número significativo da população é um problema nacional, não só desta região. Para combater esta situação, no Concelho de Abrantes, nós estamos a pôr no terreno um conjunto de dispositivos, nomea-damente através da criação de um pólo superior de tecnolo-gia que já está a funcionar há oito anos. Criámos também, em articulação com o I.E.F.P., um pólo de formação que funciona há uma década no Tecnopólo. Este ano, a Universidade Aberta também vai estar presente no concelho, abrindo um vasto conjunto de oportunidades para os activos se formarem. O Insti-tuto de Emprego e Formação Profissional está também a criar um Centro de Novas Oportuni-dades, no Tecnopólo. Em relação à desertificação, há 15 anos os jovens saíam das aldeias e iam para as grandes metrópoles, hoje as pessoas já saem das aldeias para virem para as cidades. A cidade já se posiciona com um quadro de vida urbano suficien-temente interessante para se posicionar como um pólo de atracção no território.

Quais são as grandes priori-dades do executivo a curto e longo prazo?O objectivo é organizar os nossos programas de uma forma sistemática e continu-ada ao nível da intervenção. O projecto do rio, por exemplo, já começou há vários anos e está continuamente a ser melhorado. Foi necessário recuperar as margens, criar um plano de água, criar um conjunto de equipa-mentos - bares, restaurantes ou outros equipamentos que dêem resposta àquilo que é necessá-rio. É preciso criar mais activi-dades no rio, nomeadamente através da construção futura de um centro náutico, assim como é essencial tornar o concelho mais dinâmico através da captação de eventos. Prisma

Qualidade de vida em AbrantesNelson de Carvalho considera que Abrantes é hoje uma “cidade bem equipada, que com as suas ofertas, polariza não só o terri-tório do concelho, mas também outros concelhos circundantes, que de algum modo são clien-tes da nossa cidade. A cidade tem vindo a aumentar o nível e a qualidade das ofertas nas várias áreas”. Uma qualidade de vida que o autarca considera interessante pois “demos um salto enorme desde há uns anos, em contraponto com as grandes cidades. Aqui as pessoas têm tempo para ir trabalhar, ir com os filhos à escola, etc.”.

Autarquia cria condições para investimentos priva-dos“Além dos investimentos públi-cos, o nosso objectivo central é o de criar condições para o investimento privado, pois quem cria emprego e riqueza são as empresas”, refere o autarca acrescentando que “neste ponto tivemos sucesso e hoje Abran-tes tem uma quota de inves-timentos privados dos mais significativos do país.”

Único campo de basebol do paísAbrantes, segundo o seu autarca, é a única cidade do país que tem um campo de basebol criado para aqueles que não gostam de outros desportos. Esta é uma aposta na diferença: “todos os eventos nacionais, como a taça de Portugal, eventos europeus, como o campeonato europeu passam-se em Abrantes, este nicho é nosso”, acrescentando: “pretendemos promover Abran-tes na Europa e torná-la mais visitável”.

Texto: Alexandra Carvalho Vieira e Ana Mendes

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Prisma * cidades+ * 03

José Gonçalves Sapinho,presidente da C. M. de Alcobaça

Texto: Alexandra Carvalho Vieira e Ana Mendes

Alcobaça

“O concelho mais atípico do país”Pertencendo à Associação de Municípios do Oeste, José Gonçalves Sapinho, presidente da Câmara Municipal de Alcobaça, afirma que este deve ser “o concelho mais atípico do país”, justificando com o facto de a cidade ser o centro do concelho, mas ao mesmo tempo ser a parte mais débil do mesmo.

“Estamos perante um município em que a sede não é a freguesia mais impor-tante”, existindo outros núcleos fortes de desenvolvimento como a Benedita e Pataias, ambas com mais população que Alcobaça, Alfeizerão e São Martinho do Porto. Por este motivo, José Gonçalves Sapinho refere que “a gestão do conce-lho tem que ser sempre feita tendo em conta estas realidades”.

A freguesia de Benedita assenta a sua indústria no calçado, marroquina-ria, cutelaria, compostos para animais, exploração de pedreiras, entre outras. Já Alcobaça tem um forte papel na cerâmica e no cristal, enquanto São Martinho do Porto e Alfeizerão situam-se à beira-mar tendo actividades ligadas ao mesmo. “São Martinho do Porto tem uma beleza natural muito grande, sendo por isso um pólo de atracção enorme para estran-geiros.” Pataias, outra das freguesias do município, tem como fonte de riqueza natural o cimento, dispondo da maior reserva de cimento branco do país.

Turismo: Mosteiro de Alcobaça e Museus dinamizam concelhoO turismo é muito importante na econo-mia do município de Alcobaça, uma cidade que recebe inúmeros visitantes por dia, sendo o Mosteiro de Alcobaça um dos grandes dinamizadores. Este monumento é Património da Humani-dade e foi eleito uma das 7 Maravilhas de Portugal. Alcobaça detém também um património museológico de louvar que permite aos visitantes conhecer melhor a cultura da cidade: o Museu Monográfico do Bárrio (expõe achados arqueológicos encontrados em escava-ções romanas), Museu Agrícola (possui

uma vasta colecção de alfaias agríco-las do séc. XIX e imagens etnográficas da época) e o Museu do Vinho (detém uma colecção de 10500 peças ligadas à viticultura desde o século XVIII), entre outros.

A nível social podem-se contabilizar 5 misericórdias, para além de muitas insti-tuições de solidariedade social priva-das que se instalaram no concelho: “temos duas fundações muito impor-tantes, que se dedicam exclusivamente a fins sociais e culturais, em S Marti-nho do Porto temos a Fundação Manuel Francisco Clérigo e em Alcobaça a Fundação Maria Oliveira.”

Empreendedorismo Mencionando algumas infraestruturas importantes José Gonçalves Sapinho salienta que a metrópole possui quatro quartéis da GNR, um quartel de segurança pública, quatro quartéis de bombeiros, números que nenhum concelho de país

“Cidade Mais”Alcobaça é uma das cidades, pertencen-tes ao distrito de Leiria, que detém um dos valores mais elevados em termos de poder de compra. Vários aspectos contribuem para este factor entre eles o elevado empreendedorismo caracterís-tico do município e o combate ao desem-prego.

apresenta, segundo o autarca.Falando na questão do emprego, o

presidente garante que Alcobaça sempre foi empreendedora, não tendo elevados níveis de desemprego. Baseando-se na história, explica que antigamente, princi-palmente a sul do concelho, as pessoas tinham mais que um emprego, pois além do trabalho nas fábricas, trabalha-vam em casa. “O operário era um pouco sacrificado, trabalhava na fábrica e além disso tinha outras fontes de rendimento (ou criavam porcos em casa ou levavam cestos de calçado para casa para cozer), havia uma mentalidade activa e de ambição.”

Em entrevista, o presidente fez ainda referência a um sector que hoje atravessa um período no país e em particular no concelho – o agrícola -, explicando que “este sector bateu no fundo por causa da PAC, tínhamos aqui duas grandes empre-sas, uma delas de peso nacional que era a cooperativa agrícola de Alcobaça, que nunca mais se ergueram”.

Novos projectos para a cidadeJosé Gonçalves Sapinho faz um balanço positivo dos últimos anos e considera que “Alcobaça está num patamar superior ao que se encontrava, apesar de num período anterior se ter vindo a definhar e ter perdido as suas referências, neste momento a cidade tem-se tornando num grande centro de oportunidades e de novos investimentos.”

No que toca ao futuro e a novos projec-tos é de assinalar o “Nova Alcobaça” que representa um investimento de 120 milhões de euros, localizado a 300 metros do Mosteiro de Alcobaça. O projecto contempla habitações familiares, centro de escritórios, uma zona comercial, um Hotel para Séniors e Kid’s Club, englo-bando ainda amplos espaços verdes e de lazer, pavilhões multiusos/gimnodes-portivo e ainda uma academia de golfe, entre outros.

O presidente da autarquia adianta ainda a pretensão de que seja instalado na cidade um pólo da Universidade de Coimbra, “temos já a funcionar o centro de estudos da Universidade de Coimbra e estamos a negociar a instalação de um pólo da UC.” Sublinha ainda que tudo isto assenta num desenvolvimento susten-tado, acrescentando que em Benedita vai ser criada uma área de construção empresarial, um parque industrial para potenciar toda aquela zona.. Prisma

Riqueza paisagística e ambientalAlcobaça dispõe de uma situação privi-legiada à beira-mar. Ao longo de 25 km estende-se uma praia muito apreciada e que há muito se tornou numa das referên-cias da região. A baía de S. Martinho do Porto ou a Praia do Salgado, em conjunto com a Serra da Pescaria, oferecem boas condições para a prática de parapente e asa delta. De referir também o Parque Natural das Serras de Aire e Candeei-ros integrado no Maciço Calcário Estre-manho onde predominam as paisagens cársicas, agrestes.

CulturaAlcobaça é um concelho dinâmico cultu-ralmente, também face ao património que detém. José Gonçalves Sapinho dá um pequeno exemplo, recordando que quando tomou posse “a biblioteca tinha apenas 4000 livros e agora possui 40 mil, o que se traduz numa clara aposta na cultura”. A recuperação do cineteatro foi também fundamental para a cidade, “manteve-se a matriz de origem, fazen-do-se um teatro funcional e histórico.”

Mercado de NatalEntre os dias 6 e 14 de Dezembro regressa às ruas de Alcobaça a 2.ª edição do Mercado de Natal. Uma inicia-tiva que convida as famílias a fazerem as compras de Natal num ambiente diferente e com espírito natalício. Este ano, o local escolhido é a Praça 25 de Abril, frente ao Mosteiro de Santa Maria.

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Património da Humanidade nomeado pela UNESCO e eleito em 2007 como uma das sete maravilhas de Portugal, o Mosteiro da Batalha foi erguido em homenagem à vitória na Batalha de Aljubarrota em 14 de Agosto de 1385, dando origem à vila da Batalha.

Batalha

Concelho rico em património cultural e etnográfico

A Batalha foi palco de grandes momentos históricos, desde a presença romana até às lutas decisivas pela independên-cia, sendo detentora de um património cultural muito impor-tante. António de Sousa Lucas, presidente da Câmara Munici-pal da Batalha desde 1998, realça que por vezes este património cultural ofusca o também vasto património natural etnográ-fico: “Possuímos solos de maciço calcário, grutas e um Parque Eco–Sensorial único no mundo”. Uma iniciativa pioneira, situada em Pia da Ursa na fresguesia de S. Mamede, que foi pensada para proporcionar novas experiências e permitir a vivência de seis estações sensoriais. “Fizemos a recuperação de uma aldeia, cujas casas eram construídas em pedra, e demos-lhe um cunho, ou seja, o facto de poder ser visitado por invisuais: tem informação em Braille e os pisos estão preparados para que caminhem sem dificuldade”.

No entender do autarca este projecto é mais uma âncora turística que em consonância com a aposta na restauração, no artesanato e nas casas recuperadas por privados para turismo de habitação, tornam o concelho mais dinâmico e preparado para receber os turistas. António de Sousa Lucas relembra

também a importância do licenciamento integral do lagar de azeite e respec-tiva modernização, que actualmente vende azeite para lojas gourmet mercê da imagem que foi criada. O turismo representa assim uma grande fatia na economia do concelho: “Temos 600 mil visitantes por ano registados nos mosteiros, mas estimamos que não registados sejam de 1 milhão de visitantes por ano”.

Crescimento da população e combate ao desempregoDados dos Censos de 1991-2001 apontam para que a popula-ção no concelho da Batalha tenha crescido 13%, muito acima da média nacional que se situou nos 5%. Até 2007, segundo o autarca, “estávamos com crescimentos na ordem dos 7%”. A Batalha é também o concelho que a nível nacional tem uma das menores taxas de desemprego, facto que António de Sousa Lucas justifica ser “fruto do dinamismo dos nossos empresários, empresas pequenas mas dinâmicas com uma capacidade de inovação significativa que nos tem permitido manter este baixo nível de desemprego”.

Futuro do concelhoAs grandes necessidades do concelho passam, segundo o autarca, por “alguns investimentos do poder central nomeadamente em termos de acessibilidades porque chegar à Batalha não é fácil” e, por isso, “é premente construir um eixo transversal que atravesse o interior”. Outra questão prende-se com a urgência da construção de uma variante, já prometida pelo governo, que permita o desvio de algum trânsito da zona frontal do Mosteiro da Batalha por onde “passam 40 mil viaturas, das quais 8 mil são veículos pesados, que provocam vibrações, largam gases tóxicos, tendo um efeito nefasto no monumento”. Existem ainda, noutros âmbitos, vários projectos em curso, nomeadamente “uma candidatura às redes urbanas para a competitividade e inova-ção, junto com Tomar, Batalha, Alcobaça e Lisboa”, que poderão permitir a definição de uma rota do património dada a proxi-midade de 4 monumentos considerados Património da Humani-dade: o Mosteiro da Batalha, o Mosteiro de Alcobaça, o Convento de Cristo e o Mosteiro dos Jerónimos”. Está também em curso a recuperação das termas locais. Prisma

* Batalha é a cidade que, com um número inferior a 100 mil habitantes, detém um dos valores mais elevados em termos de poder de compra no distrito de Leiria.

Infraestruturas básicas quase sanadasAntónio de Sousa Lucas orgulha-se por poder afirmar que, apesar de ser um concelho rural, a Batalha dispõe de uma rede de distribuição de água de 100% e de saneamento de 75%, estando traçada a meta de até 2010 a cobertura chegar aos 92%.

Últimos 10 anos representam melhoria da qualidade de vidaO autarca refere que “em termos de qualidade de vida houve uma diferença substancial”, porque “fizemos investi-mentos fulcrais na educação, desenvol-vemos projectos de melhoria dos espaços públicos, espaços verdes, e estabelece-mos uma articulação com a população e os seus problemas sociais”. O executivo tem em curso projectos como a protec-ção de crianças e jovens em risco e de auxílio social.

António de Sousa Lucas, presidente da C. M. Batalha

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Fernando da Costa, presidente da C.M. Caldas da Raínha

O concelho das Caldas da Rainha é conhecido pela famosa cerâmica, pelo hospital termal e pelas belezas naturais da praia Foz do Arelho, que atrai veraneantes e amantes de desportos náuticos e aquáticos. Só em 1511 atingiu o estatuto de vila e em 1927 o de cidade, por isso é um concelho recente que não tem a monumentalidade de outras cidades, mas tem as suas próprias particularidades.

Fernando da Costa está à frente da autarquia há mais de 24 anos. O presi-dente recorda que quando foi eleito pela primeira vez as necessidades das Caldas, à semelhança do que aconte-cia noutros concelhos, eram totalmente diferentes das actuais. Nessa altura as grandes preocupações assentavam na “obtenção de infraestruturas básicas como o saneamento, água, luz, redes viárias, mas hoje as reivindicações são os jardins, as flores, os espaços verdes, as questões de lazer, da terceira idade, a parte desportiva, cultural, entre outras.”

Aeroporto da Ota canceladoHá aproximadamente um ano e meio os caldenses receberam a notícia de que o Aeroporto da Ota não iria em frente e que, por este motivo, os municípios da região do Oeste receberiam algumas compensações. Fernando da Costa lamenta a decisão e confessa que “as compensações são no essencial uma forma de acelerar os investimentos há muitos anos previstos”. Em seu enten-der “a decisão da alteração da localiza-ção do Aeroporto ainda está por explicar porque as explicações não foram verda-deiras”, indo mais longe com as suas afrmações “foi um erro do ponto de vista financeiro e de ordenamento”. Justifi-cando que o Aeroporto Internacional de Lisboa em Alcochete vai custar muito mais do que custaria ao país uma Ota, porque o mesmo “envolve a construção de uma nova travessia sobre o rio Tejo, a construção de caminhos-de-ferro, e estes custos não foram contabilizadas no estudo do LNEC”. Confrontado com a questão da segurança levantada por alguns pilotos, o autarca alerta: “está por demonstrar a veracidade das infor-mações de terror, considero que isto também tem a ver com o lobi de interes-

ses e dos proprietários que tudo fizeram para mudar o Aeroporto de local”.

Em relação ao plano de compensação à região Oeste pelo abandono da locali-zação do Aeroporto na Ota, anunciado pelo governo, Fernando da Costa refere que “neste lote de compensações estão poucas obras novas, por isso repre-senta uma antecipação no calendário de realização dessas obras”. Uma das obras previstas é a linha do Oeste até 2017 e a sua recuperação até à Figueira da Foz, um investimento na ordem dos 400 milhões de euros. Para o autarca “esta é de facto uma obra muito valiosa e algo compensadora porque embora já estivesse prevista há mais de 30 anos, se for concretizada é uma compensa-ção razoável e a mais significativa”. As restantes intervenções estão relacio-nadas com a rede hospitalar e com a construção da rede viária. O autarca confessa: “existem aqui algumas compensações, mas não passam disso mesmo. E tudo isto não traz as vanta-gens que traria o Aeroporto na Ota”. De referir que o Aeroporto na Ota iria criar sensivelmente 400 mil postos de trabalho, ou seja, “vinha dar uma nova força, uma nova perspectiva a cidades como Torres Vedras, Caldas da Rainha, Santarém, Leiria e Carregado, e traria vantagens para estas cidades e para o país, porque aquilo que aqui existe vai ter de ser construído na zona de Alcochete com grandes custos para o país”, acrescenta.

Hospital das Caldas da Rainha serve Oeste NorteAs Caldas da Rainha dispõem de um Hospital que serve o Oeste Norte, com 14 valências e dimensão para servir 120 mil pessoas. Por este motivo, Fernando da Costa está surpreendido com a possível construção de um novo hospi-

tal Oeste Norte em Alfeizerão, tendo em conta a dimensão do actual hospital justificando: “dizem-me que acabando três hospitais - o das Caldas, o de Alcobaça e o de Peniche - e centrali-zando tudo num haverá uma maior e melhor gestão de pessoal e renta-bilidade”. Na sua opinião “deslocali-zar o Hospital para Norte ou para Sul em relação às Caldas da Rainha seria tecnicamente errado, porque as Caldas são a zona mais central da população que se pretende servir, e por outro lado seria uma grave injustiça até pela tradi-ção hospitalar”.

Questionado sobre o papel da autar-quia nesta matéria, Fernando da Costa refere: “pedimos ao Governo que decida a localização no ponto mais correcto para a população a servir, tendo em conta as questões históricas e também o facto de que não faz sentido obrigar as pessoas a sairem da localidade onde está instalada a sua vida”, acrescen-tando “queremos uma decisão justa e certa do ponto de vista técnico e nós aceitaremos”.

Apoio ao empreendedorismoNa cidade das Caldas da Rainha têm sido desenvolvidos vários projectos que visam estimular e facilitar o empre-endedorismo e sobretudo a criação de empresas. Fernando da Costa relem-bra que “o tempo das grandes fábricas terminou e as empresas estão a deslo-calizar-se”, e portanto “há que colma-tar esta deslocalização com a criação de novas empresas em diferentes áreas porque naturalmente que embora a iniciativa seja dos empresários, os municípios quando colaboram podem tornar mais fácil a atracção e a locali-zação dessas empresas”. O autarca realça que “só num ano devemos ter tido mais de um milhar de trabalha-dores da indústria cerâmica a perder os seus empregos”. Na área das novas tecnologias existe uma Escola Superior de Arte e Design e “temos respondido aos anseios de muitos jovens empresá-rios no sentido de facilitar o início das suas vidas”, exemplo disso é a existên-cia do centro incubador de empresas e de uma Academia de Empreendedo-res. Recentemente, “tivemos a sorte da instalação de um Call Center do Grupo BES que no espaço de um ano empre-gou mais de 600 pessoas e permitiu a diminuição do desemprego”.

Em jeito de conclusão, o autarca define como grandes prioridades o “continuar a tornar as Caldas sempre melhores, para que mais pessoas nos visitem. Não esquecemos que a matriz são as termas, mas também a vida comercial, cultural e social.” Prisma

Texto: Alexandra Carvalho Vieira

“Cidade Mais”Caldas da Rainha é uma das cidades que, no distrito de Leiria, tem um dos valores mais elevados em termos de poder de compra, com um número inferior a 100 mil habitantes, segundo dados do INE. O autarca acrescenta que apesar disso “estamos com uma média nacional que não ocupa os primeiros lugares”, no entanto, esta situação se deve ao facto da “cidade ser uma grande praça finan-ceira”, acrescentando que “nas Caldas cruzam-se os fluxos comerciais e finan-ceiros e há toda uma zona envolvente que tem mais de 200 mil pessoas”. O autarca refere ainda que “as Caldas têm um poder de centralidade económica em relação a toda esta área e é por isso que o nível profissional e remuneratório é superior em termos de média em relação aos outros concelhos”.

Como é viver nas Caldas?Fernando da Costa considera-se suspeito, mas afirma que “é viver com tranqui-lidade, com segurança, atendendo à dimensão da cidade e à sua exposição geográfica em leque, podemos dizer que está tudo muito perto das pessoas, aliado ao facto de termos um transporte público urbano”. Outros aspectos a salientar são a “vida cultural bastante expressiva, a existência de uma rede museológica interessante, a proximidade da praia e de Lisboa, “estamos apenas a 80 km da capital do país”.

Centro Cultural e de Congressos das Caldas da RainhaRecentemente, “os caldenses assistiram à inauguração da maior obra de sempre em termos de edifício que representou um investimento de 18 milhões de euros” refere o autarca complementando que se trata de “um centro cultural com todas as valências, quer para espectáculos quer para congressos”. Até ao momento, “tinhamos apenas o Teatro Pinheiro Chagas que não resistiu à pressão dos tempos e foi demolido porque não tinha condições, em sua substituição nasceu esta obra”.

Turismo: doçaria e tradiçãoSituada no distrito de Leiria, região Centro e sub-região do Oeste, o conce-lho das Caldas da Rainha está no eixo de um fluxo de turismo que vem de Peniche, Óbidos, Nazaré e Alcobaça. “É uma cidade moderna, recente, que tem apenas 500 anos e que portanto não tem a monumentalidade que Óbidos ou Alcobaça têm, mas temos outros aspectos como o mercado tradicional, os museus – de Cerâmica, de Pintura e de Escul-tura”, esclarece o autarca. Esta é também uma cidade conhecida pela sua doçaria: trouxas de ovos, cavacas, lampreias de ovos e os famosos beijinhos.

Caldas da Rainha

Vida com Qualidade e Segurança

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