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    NEUROACSTICA APLICADA NO TRATAMENTO DE UMA PACIENTE COM

    SEQUELA DE AVC ISQUMICO

    GALLO, Isabela Albeny1

    DE PAULA, Marcelo Peanha2

    RESUMO:

    A utilizao dos sons gravados do Kit Neuroacstica de Estimulao e

    Integrao dos Hemisfrios Cerebrais, disco Parte 1 a causa mais provvel da

    melhora de uma paciente com seqela de Acidente Vascular Cerebral (AVC)Isqumico, que permaneceu sem tratamento fonoaudiolgico durante dois anos aps a

    leso. A paciente apresentava alteraes na fluncia de fala, e inadaptabilidade social

    devido insegurana em sua capacidade de comunicao. Insatisfeita com os

    resultados alcanados, a paciente foi encaminhada para atendimento com o mtodo

    neuroacustica, submetendo-se a um total de seis sesses, sendo quatro com o mtodo

    de Neuroacstica. Aps reavaliao da equipe, verificou-se excelentes resultados, o

    que vem confirmar que o mtodo introduz um novo conceito nas pesquisas sobre aaudio humana. A Neuroacstica pode com os recursos que j dispe ser uma

    ferramenta fundamental na melhora de seqelas decorrentes de uma leso

    neurolgica.

    PALAVRAS-CHAVE: Neuroacstica; Acidente Vascular Cerebral; Disartria; Distrofonia; Reabilitao

    1Fonoaudiloga, especialista em Motricidade Orofacial [email protected]

    2Psicanalista, pesquisador e criador do mtodo Neuroacstica [email protected]

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]
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    1- INTRODUO:

    Estudos sobre a reabilitao em pacientes que apresentam seqelas

    decorrentes de AVC Acidente Vascular Cerebral, tm comprovado, cada vez mais, a

    urgncia de que o tratamento reabilitador seja iniciado o mais breve possvel, ainda

    dentro da Unidade de Tratamento Intensivo, ou logo aps a estabilidade clnica.

    Dentre uma das contribuies para a reabilitao desses pacientes, cabe

    destacar a relevncia da avaliao neuropsicolgica, visto que atravs desse

    levantamento avalia-se o comprometimento e sua extenso funcional.

    As seqelas apresentadas pelos pacientes, confrontando a imagiologia e a

    avaliao funcional pode facilitar o direcionamento e as estratgias de interveno. As

    estratgias de interveno prescritas para os casos de Disartria, conforme estudo de

    caso descrito nesse trabalho de pesquisa, mostra ser fundamental a colaborao do (a)

    paciente.

    Justifica-se, portanto o presente estudo, como forma de comprovar que no

    processo utilizado pelo Neuroacstica a colaborao do paciente no imperativa e,

    possibilita resultados positivos, mesmo quando aplicado de forma passiva.

    2- REVISO DA BIBLIOGRAFIA:

    Diversos conceitos foram propostos para definir a atuao em reabilitao.

    Dentre os quais pode-se destacar o da Organizao Mundial da Sade (OMS, 1980 in

    apud Abrisqueta-Gomez e Santos, 2006), que estabelece:

    a reabilitao implica na recuperao dos pacientes ao maior nvel fsico,

    psicolgico, e de adaptao social possvel. Isso inclui todas as medidas que

    pretendem reduzir o impacto de inabilidade e condies de desvantagem epermitir que as pessoas deficientes atinjam uma integrao social tima.

    (OMS, 1980 in apud ABRISQUETA-GOMEZ e SANTOS, 2006).

    Segundo Fontes & Fukujima (1992) in apud Levy e Oliveira (2003), so dois os

    mecanismos que podem ser considerados intervencionistas no processo de

    recuperao aps leses no SNC: os intrnsecos e os extrnsecos. Considera -se os

    intrnsecos, aqueles que dependem da individualidade biolgica de cada paciente,

    como, por exemplo, a idade, e a capacidade de resoluo de fatores locais, que o

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    sistema nervoso central possui mediante uma leso. Os mecanismos extrnsecos

    incluem: fatores ambientais, psicossociais, e tratamento multiprofissional especializado.

    As alteraes observadas dependero das estruturas afetadas e da gravidade e

    extenso das leses, porm, as isquemias (mais freqentes que as hemorragias),

    tendem a apresentar um padro lateralizado, com um lado mais afetado, com

    hemiplegia, afasia em leses esquerda e prejuzos vsuo-espaciais, alm de

    negligncia em leses direita (LEZAK , 1995 in apud ABRISQUETA-GOMEZ e

    SANTOS, 2006).

    O impacto destes prejuzos na vida do paciente depende de aspectos

    neuropatolgicos, da localizao das leses cerebrais, da conduta medicamentosa e

    at de fatores psicossociais, como caractersticas prvias do paciente em termos depersonalidade, escolaridade, dinmica familiar, nvel cultural e dos recursos de que a

    famlia dispe na comunidade (GOUVEIA, 2000 in apud ABRISQUETA-GOMEZ e

    SANTOS, 2006).

    Medeiros (2006)3 conclui que as disartrofonias fazem parte de um quadro

    neurolgico comprometido. Devido sua intima relao com a fala elas so

    consideradas, pelo paciente e familiares, como o principal fator de isolamento social e

    estado de depresso.

    Ainda segundo Gouveia (2006)4, alm destas questes, preciso ter em mente

    que indivduos com leses adquiridas h mais de seis meses ou um ano esto

    atingindo um patamar de estabilizao dos prejuzos, o que no quer dizer que eles

    no apresentaro mais melhoras, mas nesta fase as dificuldades se estabelecem como

    seqelas, que possivelmente no remitiro.

    O dano causado no crebro por um Acidente Vascular Cerebral (AVC) pode

    provocar perda de sua funo, mas atravs de um fenmeno denominado

    neuroplasticidade, o crebro pode se reajustar funcionalmente, havendo uma

    reorganizao dos mapas corticais que contribui para a recuperao do AVC.

    3A data de publicao de Medeiros (2006) imprecisa. Seu artigo foi disponibilizado em recorte para um site na

    web que cita sua publicao na Revista do Conselho Federal de Fonoaudiologia. Os autores, com todos os esforos,no conseguiram localizar o artigo original. O endereo eletrnico do recorte utilizado consta no item (5)Referencias bibliogrficas deste artigo. O ano utilizado foi o da ltima atualizao do site.4

    Gouveia (2000) apudAbrisqueta-Gomez e Santos (2006).

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    Um dos danos causados a Disartria, definida por Mutarelli (2000), como o

    distrbio da articulao dos sons, ocorrendo exclusivamente por disfuno do Sistema

    Nervoso Central quando perifrico. Segundo Metter (1991) in apud Medeiros as

    anomalias do distrbio da fala conduzem a diversos tipos de disartria, tambm

    chamadas de distrofonias e podem ser do tipo: flcida focal, flcida difuso, espstica,atxica, hipocintica ou hipercintica.

    Perell (1995) in apud Medeiros, defende a idia de que indivduos que

    apresentam quadros disartricos mostram alteraes, em graus variados de severidade,

    de articulao e de mobilidade dos rgos fonatrios podendo gerar dificuldades na

    mastigao, na deglutio, no sopro e em outras funes realizadas pelas estruturas

    estomatognticas.

    De acordo com Medeiros, o local da leso que causou a disartria pode ser o

    Sistema Nervoso Central e/ou Perifrico. Quanto a sua gravidade, continua o autor,

    pode ser discreta, moderada, severa ou extrema, e no que diz respeito ao curso

    natural, possvel encontrar desartrofonia desenvolvimental, estvel, degenerativa ou

    exarcebantes.

    Segundo Fontes & Fukujima (1992) in apud Levy e Oliveira (2003), a

    plasticidade neural pode ser entendida como a capacidade adaptativa que o sistema

    nervoso central possui em modificar tanto sua organizao estrutural, como funcional;

    pode ser considerado o princpio geral dos organismos vivos, que objetiva proteger o

    indivduo, contra possveis danos ao sistema, fornecendo possibilidades de restaurao

    das funes comprometidas.

    Segundo Weiner & Goetz et.al (2003), j ficou demonstrado que numerosas

    intervenes de neurorreabilitao so eficazes no tratamento de uma srie de

    impedimentos. Ficou demonstrado, alm disso, que a abordagem multidisciplinar por

    uma equipe de reabilitao se revela eficaz em uma srie de afeces neurolgicas,

    tais como os derrames e as leses traumticas do crebro e da medula espinhal.

    A Neuroacstica se mostrou um importante mtodo de reabilitao no caso

    relatado neste artigo, visto que o mtodo pode contribuir de forma positiva nos casos

    onde paciente no colabore seja por sua indisposio, ou pelo prprio

    comprometimento do caso. Aplica-se o seu uso como modelo de interveno,principalmente, nos casos em que o paciente encontra-se desmotivado para

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    cooperao com os profissionais da equipe multidisciplinar, pois os estmulos agem a

    nvel inconsciente durante o uso do mtodo, por isso independe da atuao direta do

    paciente no decorrer do processo. Seguindo o protocolo o paciente deixa que os

    estmulos atuem na rea especifica que apresenta seqela.

    At h pouco tempo ningum pensaria na importncia de manter o equilbrio dos

    dois lados do crebro para se ter uma melhor qualidade de vida. Estudos demonstram

    que surpreendentes efeitos positivos so desencadeados pelos sons no crebro.

    Estudos anteriores demonstram que a msica e os rudos podem ser processados em

    instncias diferentes no crtex auditivo e no tronco cerebral.

    A integrao entre os hemisfrios (tambm denominada de Processamento de

    Informaes), possibilitada por estmulos alternados, e contralaterais, especficos. Aestimulao Neuroacstica utilizada com a paciente em questo realizada com o

    mesmo contedo para cada orelha, denominado sistema condutivo, diferentemente

    dos processos com sistemas indutivos que alteram as freqncias fazendo com que

    cada orelha oua estmulos ligeiramente diferenciados em hertz. Este processo indutivo

    pretende fazer com que o crebro funcione eletricamente pela diferena de freqncia

    entre os sons de cada orelha. O resultado, segundo autores, obtido pelo princpio da

    ressonncia e pelo efeito de batimento

    5

    .

    A Neuroacstica em questo neste trabalho um processo condutivo e faz parte

    dos instrumentos teraputicos da Menteologia modelo de interveno que abrange a

    interao da estrutura humana em um processo que prope a harmonizao

    (alinhamento) dos mltiplos aspectos individuais e interpessoais. A apresentao deste

    estudo de caso pretende demonstrar que a Neuroacstica, longe de ser uma terapia

    alternativa, comprova-se como uma alternativa teraputica no cuidado da sade

    humana.

    2.1- Acidente Vascular Cerebral:

    uma doena neurolgica que ocorre devido a uma interrupo do fluxo

    sanguneo para o crebro, que pode ser por obstruo de uma artria que o supre,

    5 O Dr. Jeffrey Thompson tem sido considerado uma referncia nos processos indutivos, assim como, os modelos dobiofeedbacke da proposta do iDoser. Os resultados sobre estes mtodos ainda so inconclusivos. Tambm so

    conhecidos como sistemas e processos brainwave e no fazem parte dos estmulos utilizados no presente caso.

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    caracterizando o AVC isqumico ou por ruptura de um vazo, caracterizando o AVC

    hemorrgico.

    As seqelas so variveis dependendo da localizao e do tamanho da rea

    cerebral que foi atingida, alm do tempo que o paciente levou para ser atendido. As

    alteraes mais comuns so hemiplegia, alteraes visuais, de fala e da memria.

    A reabilitao destes pacientes s possvel devido a neuroplasticidade, que

    refere-se capacidade dos neurnios de se transformar e de adaptar a sua estrutura e

    funo em resposta s exigncias externas e internas do organismo.

    2.1.1- Fatores de risco:

    Os acidentes vasculares cerebrais freqentemente podem ser classificados a

    partir exclusivamente da histria clinica em cada uma das trs causas trombose,

    embolia ou hemorragia. Cabe ainda ressaltar que existem fatores de risco que

    favorecem a ocorrncia de AVC, como cardiopatias, hipertenso arterial, diabetes,

    fumo e nveis elevados de colesterol.

    Segundo Andr (2006), a presena de hipertenso arterial sistmica (HAS) eleva

    em cerca de trs, a quatro, vezes o risco de se ter um AVC. Considerando sua alta

    prevalncia, a HAS pode ser considerada diretamente responsvel por at metade dos

    casos de AVC.

    Ainda segundo o mesmo autor, o risco de desenvolver um AVC duas vezes

    maior em diabticos de ambos os sexos e o tabagismo aumenta entre duas e quatro

    vezes as chances de desenvolver AVC.

    Alm destes fatores, o consumo pesado de lcool associa-se ao grande

    aumento na incidncia de AVC hemorrgico e isqumico. Isto se deve provavelmente

    ao desenvolvimento de hemoconcentrao e hipertenso arterial (ANDR, 2006).

    2.1.2- Dados Epidemiolgicos:

    De acordo com dados disponibilizados pelo Hospital Sarah (2008) a doena

    vascular cerebral constitui a terceira causa de morte no Ocidente (vindo atrs apenas

    do infarto do miocrdio e do cncer). tambm a segunda causa de perdas cognitivas,

    sendo a primeira a doena deAlzheimer. Segundo esta fonte podemos afirmar que:

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    A incidncia em torno de 300 casos a cada 100.000 pessoas, com discreta

    predominncia para os homens.

    Em torno de 30% das vezes, o AVC leva morte. Algumas pessoas, tambm

    cerca de 30% dos casos, ficam com seqelas importantes que exigem cuidados

    especiais. Outros 30% dos casos tm boa evoluo com poucas ou mesmo

    nenhuma seqela.

    A raa negra duas vezes mais atingida que a branca e 70% dos indivduos

    acometidos tem mais de 65 anos de vida.

    O risco de recorrncia de um AVC maior nos primeiros 30 dias aps um infarto

    cerebral.

    2.1.3- O tratamento:

    Segundo Collins (1998), o tratamento das doenas vasculares cerebrais

    isqumicas tem trs fases. Em primeiro lugar o tratamento preventivo, que inclui a

    identificao e controle de fatores de risco, e o uso de terapia antitrombtica. A

    avaliao e o acompanhamento neurolgico regulares so componentes importantes

    do tratamento preventivo. O controle da hipertenso e da diabete, parar de fumar, o

    uso de drogas antiplaquetrias ou de anticoagulao tem reduzido a incidncia de

    acidentes vasculares cerebrais.

    Na segunda fase, acidentes vasculares cerebrais em evoluo constituem

    emergncias em que so tomadas decises em resposta evoluo do perfil clnico.

    Os pacientes devem ser enviados a um servio de emergncia, onde a ateno

    dirigida inicialmente para a avaliao e o controle da respirao e da funo cardaca.

    Ainda de acordo com o autor, numa terceira fase, o tratamento do paciente com

    acidente vascular cerebral completo envolve o uso da terapia antitrombtica para evitar

    outros acidentes vasculares e a considerao de cirurgia vascular em casos

    apropriados.

    O fundamental, segundo Assencio-Ferreira (2005), iniciar o mais

    precocemente possvel as terapias reabilitadoras com Fonoaudiologia, Fisioterapia e

    Terapia Ocupacional, com finalidade de recuperao e no instalao de seqelas

    neurolgicas permanentes.

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    2.2- A aplicao do Mtodo Neuroacstica:

    O mtodo utilizado foram os recursos sonoros contidos na srie de trs CDs de

    Neuroacstica do Kit de Estimulao e Integrao dos Hemisfrios Cerebrais da

    Menteologia no Processo Teraputico Integrado.

    Entre msicas, pulsaes e outras sonoridades, a audio desses CDs pretende

    estimular alternadamente, os dois hemisfrios cerebrais, levando-os a elaborar e fixar

    novas conexes neuronais, integrando os dois hemisfrios. A alternncia dessas duas

    funes estimular e integrar pretende harmonizar o funcionamento dos dois

    hemisfrios cerebrais. Pretende-se o equilbrio das funes cerebrais e, por

    conseqncia, a melhoria do funcionamento psicofsico.

    Tendo passado dois anos da leso neurolgica e sem ter feito nenhum

    tratamento fonoaudiolgico durante este perodo, sugeriu-se paciente que fosse

    aplicado o Mtodo Neuroacstica em consultrio (uma vez por semana) e

    concomitantemente ela faria exerccios fonoaudiolgicos em casa.

    Na primeira consulta foi realizada uma anamnese e na segunda foram passados

    exerccios fonoaudiolgicos especficos para trabalhar a linguagem e a musculatura

    orofacial, os quais a paciente no relatou se realizou, ou no.

    Somente na terceira sesso iniciamos a aplicao do Mtodo Neuroacstica,onde a paciente relatou estar mais alegre e falante logo aps a aplicao do mtodo.

    A paciente achou excelente no ter que fazer exerccios na sesso. Justifica-se os

    resultados alcanados, visto que a ao dos estmulos se faz presente de forma

    positiva, independente da colaborao ativa da paciente, bastando para tal que ele se

    submeta ao protocolo.

    Aps a quarta sesso, a paciente relatou estar mais segura para se comunicar, e

    aps a quinta, ela relatou no estar mais evitando reunies sociais como fazia antes.

    Na sexta e ltima sesso, a paciente relatou ter recuperado a sua fluncia na

    fala e a vontade de se comunicar, perdidas aps o Acidente Vascular Cerebral.

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    3- ESTUDO DE CASO:

    3.1- Histrico da Paciente

    Mulher, 60 anos, casada, artista plstica, vtima de acidente vascular cerebral

    (AVC) isqumico esquerda em 04/10/2004. Apresentou, na poca, uma leve disartria

    (dificuldade na articulao de fala devido a transtorno de tnus e movimentao dos

    msculos fonatrios secundrios a leses do Sistema Nervoso). Alm disso,

    apresentou dificuldades na escrita e no apresentou alteraes motoras graves. O

    resultado da tomografia mostrou uma rea hipodensa em topografia de ncleo

    lentiforme esquerda, compatvel com processo vascular isqumico j os exames

    Duplex Scan de Artrias Cartidas e Vertebrais, o ecocardiograma e o Doppler no

    mostraram alteraes.

    A paciente no realizou nenhum tipo de tratamento de reabilitao na poca.

    Aps completar um ano de leso, em novembro de 2005, foi neurologista que

    solicitou alguns exames e encaminhou-a para Fonoterapia devido disartria. Nesta

    poca, ela realizou um EEG cujo resultado foi normal, e uma Ressonncia Magntica,

    que mostrou infarto antigo na profundidade do hemisfrio cerebral esquerdo. Apesar do

    encaminhamento, a paciente no procurou a Fonoaudiologia.

    Em outubro de 20066, ela retornou neurologista, que voltou a solicitarFonoterapia. Nessa oportunidade o profissional solicitou tambm, uma Avaliao

    Neuropsicolgica, que foi feita em outubro de 2006. O resultado desta avaliao

    demonstrou prejuzos no desempenho das funes executivas, o que dificulta o

    direcionamento da ateno para fatos relevantes, formulao de objetivos, priorizao

    e monitorizao de atividades.

    Como aps dois anos de leso, a paciente ainda possua queixas na fala,

    resolveu procurar a Fonoaudiologia. No dia da Avaliao Fonoaudiolgica, realizadaem 19 de outubro de 2006, a paciente apresentava pouca fluncia de fala que resultava

    da disartria leve, porm no apresentava mais nenhuma alterao ou dificuldade na

    escrita, como tambm na leitura. Pacientes com disartria apresentam uma fala lenta,

    com sons anasalados e, por vezes, incompreensivos (MUTARELLI, 2000).

    Disartria pode ser definida como um distrbio da articulao dos sons, ocorrendo

    exclusivamente por disfuno do sistema nervoso tanto central quanto perifrico. O

    processo de articulao dos fonemas complexo, envolvendo vrias estruturas como

    6O exame fora realizado por uma psicloga especialista e ser comentado em outra nota no item (4) Concluso.

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    laringe, lngua, palato, lbios e dentes, alm de depender de nervos cranianos e da

    integridade do cerebelo, gnglios de base e tratos cortio-nucleares. A atuao de

    todos esses elementos em conjunto d a forma final das palavras emitidas por uma

    pessoa (MUTARELLI, 2000).

    Uma vez que j havia dois anos da leso e tendo a paciente manifestado certa

    resistncia em realizar os exerccios de reabilitao usados na fonoaudiologia, ficou

    decidido, em comum acordo com a paciente, que o mtodo adequado ao caso seria a

    Neuroacstica.

    Utilizaram-se os passos previstos no Mtodo Neuroacstica conforme orientao

    disposta no contedo do Manual do Kit Neuroacstica: Estimulao e Integrao dos

    Hemisfrios cerebrais (De Paula, 1997). A paciente usou os fones de ouvido durante

    as estimulaes auditivas em consultrio.

    Ao instruir a paciente sobre o funcionamento do processo de estimulao

    auditiva de forma ldica e acessvel foi possvel reunir os elementos necessrios

    construo do FRAME/TARGET7 de interveno, que o elemento diferencial do uso

    da Estimulao Auditiva Dirigida (DE PAULA, 1997).

    A construo do objeto de interveno, aqui denominado FRAME/TARGET,

    consiste no levantamento dos componentes da estrutura bsica de um trauma oumemria traumtica (SHAPIRO, 1995; DE PAULA, 1997; SERVAN-SCHREIBER, 2004

    in apud DE PAULA, 2006).

    A importncia desta conceituao fundamental para que se compreenda que o

    estmulo auditivo, em suas inmeras aplicaes, pode destinar-se a resultados

    funcionais orgnicos passivos (De Paula, 1997 e 2006; De Paula e Moraes, 2006),

    assim como, um instrumento clnico de interveno especfica num problema ou

    memria apresentada pelo paciente, sendo este o caso em estudo.De Paula (2006), defende que os estmulos auditivos utilizados de forma dirigida

    podem disparar a metabolizao das memrias traumticas por meio de uma

    reorganizao no crebro possibilitando o processamento das informaes numa nova

    circunstncia de posse de mais recursos, controle e direcionamento ao resultado e

    significado da memria, bem como, dos afetos e comportamentos a ela associados.

    7 Uma cpia do Formulrio de Registro pode ser obtida no endereo eletrnico da web no site do Neuroacstica:http://www.neuroacustica.com/artigos/material%20de%20apoio/Formulrio%20de%20Registro%20%20Verso%20

    3.pdf

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    Para fins de registro e reavaliao, a paciente concordou em realizar uma nova

    Avaliao Neuropsicolgica, em maro de 2008, com a mesma psicloga8 especialista

    que realizara o primeiro exame em outubro de 2006.

    O laudo atesta que a paciente apresentou um melhor desempenho em relao

    capacidade de planejamento e flexibilidade mental. Ressalta que a dificuldade com a

    Ateno Concentrada persistia e que quando avaliada por material no-verbal

    encontra-se inferior mdia de sua idade. Entretanto, cita a especialista em seu laudo,

    a anlise clnica do resultado obtido na avaliao coloca em evidncia um melhor

    desempenho.

    A especialista tambm enfatiza a paciente alcanou, para Capacidade de

    Ateno Seletiva, flexibilidade cognitiva e o controle inibitrio encontram-se na mdia

    para todos os trs itens deste exame dentro do que esperado em sua faixa etria. No

    exame anterior, a paciente havia obtido resultado Muito inferior para os itens I e II, e

    Inferior para o item III do exame Stroop Victoria9.

    No teste de RV (Reproduo Visual), segundo a especialista, a paciente

    apresentava dificuldades relacionadas capacidade de planejamento e priorizao, no

    primeiro exame. J no segundo exame, utilizado para a reavaliao neuropsicolgica

    aps op tratamento com o Neuroacstica pela fonoaudiloga, a paciente apresentava

    ao mesmo teste Figura de Rey Cpia10, boa capacidade de planejamento e

    monitorizao da atividade.

    A paciente relatada apresentou melhora no s na sua fala, que era o objetivo

    primrio da interveno fonoaudiolgica, considerando a relevncia da comunicao no

    conceito positivo que a pessoa desenvolve sobre si mesma, como tambm no

    comportamento social-afetivo, o que possibilitou a melhora global de sua qualidade de

    vida.

    8As Avaliaes Neuropsicolgicas da paciente foram realizadas pela Dra. Regina Maria Volpini Ramos. A Dra

    Regina, gentilmente, isentou a paciente de seus honorrios para a segunda avaliao uma vez que a pacientedeclarou fonoaudiloga no haver interesse em faz-lo uma vez que o custo no lhe parecia justificados j que se

    sentia muito bem aps o tratamento.9 Os itens do exame Stroop Victoria so assim respectivamente: I) Nomear cores de estmulos; II) Nomear cores depalavras sem interferncia e; III) Nomear cores de palavras com interferncia.10

    Figura de Rey Cpia um dos testes realizados na Avaliao Neuropsicolgica.

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    4- CONCLUSO:

    O estudo sobre a paciente em tratamento de seqela de Acidente Vascular

    Cerebral Isqumico, que procurou tratamento fonoaudiolgico tardiamente, j que na

    ocasio do AVC a paciente no deu continuidade ao tratamento de reabilitao, ficando

    durante o perodo compreendido entre o fato ocorrido e os dias atuais, sem passar por

    nenhum procedimento de interveno.

    Ao procurar a fonoaudiologia para tratamento de reabilitao, aps dois anos, foi

    indicado o atendimento em parceria com o uso do mtodo do Neuroacstica, indicado

    pela Dr Isabela, pela mesma j ter conhecimento da eficincia do mtodo,

    principalmente em pacientes onde se encontra resistncia a cooperao no tratamento.

    O trabalho de parceria foi coroado de xito, obtendo-se resultados satisfatrios, uma

    vez que a paciente apresenta recuperao da fluncia de fala justifica-se, visto que

    vem comprovar que o mtodo pode auxiliar nos tratamentos de leses neurolgicas.

    A discusso sobre os estmulos auditivos e sua aplicabilidade teraputica no se

    esgota aqui. No obstante, introduz um novo conceito nas pesquisas sobre a audio

    humana. A Neuroacstica passa ser considerada uma ferramenta fundamental,

    minimizando ou anulando seqelas decorrentes de uma leso neurolgica.

    O fato de este caso clnico ter obtido resultados positivos no tratamento de umapaciente com diagnstico de disartria no estabelece causalidade para o uso do

    Neuroacstica a este diagnstico. Aplica-se particularmente a este caso o fato de que o

    intervalo de tempo entre o acidente vascular cerebral e o tratamento ultrapassa em

    muito o tempo que a literatura especializada afirma ser mais provvel obter sucesso na

    reabilitao.

    Salva-guardadas as devidas ressalvas, espera-se que outros casos clnicos, ou

    mesmo estudos controlados, possam ser realizados no intuito de melhor compreensoquanto aos mecanismos neuronais envolvidos nos casos bem sucedidos com a

    aplicao do mtodo Neuroacstica, com os estmulos auditivos11, com a msica12 e

    11 Um estudo publicado naBMC Neuroscience em fevereiro de 2006, realizado com cobaias demonstrou que a

    atividade eletrocortical causada pelo Ecstasy potencializada com estmulos acsticos. Segundo o estudo, aaplicao deEcstasy ao mesmo tempo em que expunham as cobaias a estmulos auditivos a 95 decibis osresultados de bem-estar permaneciam por cinco dias. Os ratos que no receberam os estmulos auditivos no mesmomomento da aplicao doEcstasy permaneceram neste estado apenas um dia, enquanto o grupo controle que

    recebeu aplicao de soluo salina no apresentou nenhum resultado.12 Um estudo realizado pelos cientistas da Universidade de Helsinque, na Finlndia, demonstrou que pacientes comseqela de AVC hemorrgico, melhoraram 60% de sua memria verbal com a audio de duas horas de msica por

    dia num perodo de trs meses. O artigo foi publicado na revistaBrain e sua notcia foi veiculada pela BBC Brasil.

  • 7/27/2019 - TEORICO NEUROACSTICA APLICADA NO TRATAMENTO DE UMA PACIENTE COM sequelas avc

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    sobre os efeitos do som no crebro, assim como, no tratamento de seqelas de AVC

    tanto isqumico quanto hemorrgico.

    5- AGRADECIMENTOS:

    Agradecem a todos que direta, ou indiretamente, contriburam para a realizao

    deste artigo. Os autores expressam seus agradecimentos paciente por sua

    autorizao para o relato de seu atendimento no formato de caso clnico, assim como,

    ao desprendimento da Dra. Regina Maria Volpini Ramos que realizou o segundo

    exame de Avaliao Neuropsicolgica sem nus paciente numa atitude de cortesia e

    incentivo aos autores para a devida documentao e registro dos resultados

    alcanados com o tratamento realizado com o mtodo Neuroacstica. Crditos tambm

    a Marilda Peanha de Paula que revisou este artigo na mais rigorosa mincia.

    6- REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS:

    ABRISQUETA-GOMES, Jaqueline & DOS SANTOS, Flvia Helosa. Reabilitao

    Neuropsicolgica da Teoria Prtica. So Paulo: ARTES MDICAS, 2006.

    ANDR, Charles. Manual de AVC. 2 ed. Rio de Janeiro: REVINTER, 2006.

    ASSENCIO-FERREIRA, Vicente Jos. Conhecimentos Essenciais para Atender Bem a

    Inter-relao Entre Neurologia e Fonoaudiologia. So Jos dos Campos: PULSO, 2003.BRITO, Mirella Magalhes Tenrio & PONTES FILHO, Nicodemos Teles de. (Colocar

    o ttulo da Reportagem ou entrevista) Revista Crebro & Mente. Edio 4 de nov 2001.

    Universidade Estadual de Campinas.

    CAMBIER, J. & DEHEN, M. Masson H. Manual de Neurologia. 2 ed. Rio de Janeiro:

    MASSON-ATHENEU, 1988.

    COLLINS, Robert C. Neurologia. Rio de Janeiro: GUANABARA KOOGAN, 1998.

    DE PAULA, Marcelo P. Manual do Kit Neuroacstica: estimulao e integrao dos

    hemisfrios cerebrais, 1997. Acesso no dia 20 de janeiro de 2008:

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    DE PAULA, Marcelo P. Dessenssibilizao e reprocessamento de memrias

    traumticas utilizando estmulos auditivos, 2006. Acesso no dia 20 de janeiro de 2008:

    Acesso no dia 20 de fevereiro de 2008:

    http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/02/080220_saudemusicaderrame_np.shtml

    http://www.neuroacustica.com/artigos/material%20de%20apoio/Manual%20do%20Neuroac%C3%BAstica%20Vers%C3%A3o%20V5.01.pdfhttp://www.neuroacustica.com/artigos/material%20de%20apoio/Manual%20do%20Neuroac%C3%BAstica%20Vers%C3%A3o%20V5.01.pdfhttp://www.neuroacustica.com/artigos/material%20de%20apoio/Manual%20do%20Neuroac%C3%BAstica%20Vers%C3%A3o%20V5.01.pdfhttp://www.neuroacustica.com/artigos/material%20de%20apoio/Manual%20do%20Neuroac%C3%BAstica%20Vers%C3%A3o%20V5.01.pdf
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    Janeiro: MEDSI, 1992.

    SARAH, Hospitais.Acidente Vascular Cerebral: dados epidemiolgicos. Acesso no dia

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    WEINER, William J. & GOETZ, Christopher G. Et Al.Neurologia para o No-

    Especialista. 4 ed. So Paulo: SANTOS, 2003.

    Este artigo pode ser acessado no endereo:

    http://www.neuroacustica.com/artigos/Artigo_Disartria_V3R1.2.pdf

    http://www.neuroacustica.com/artigos/Reprocessamento%20e%20dessenssibiliza%C3%A7%C3%A3o%20por%20est%C3%ADlmulo%20auditivo%20vers%C3%A3o%201.1.pdfhttp://www.neuroacustica.com/artigos/Reprocessamento%20e%20dessenssibiliza%C3%A7%C3%A3o%20por%20est%C3%ADlmulo%20auditivo%20vers%C3%A3o%201.1.pdfhttp://www.neuroacustica.com/artigos/Busite%20aguda%20v%202.4c.pdfhttp://www.fononeuro.net/disartriaabril.htmhttp://www.sarah.br/paginas/doencas/po/p_02_acidente_vasc_cereb.htmhttp://www.sarah.br/paginas/doencas/po/p_02_acidente_vasc_cereb.htmhttp://www.fononeuro.net/disartriaabril.htmhttp://www.neuroacustica.com/artigos/Busite%20aguda%20v%202.4c.pdfhttp://www.neuroacustica.com/artigos/Reprocessamento%20e%20dessenssibiliza%C3%A7%C3%A3o%20por%20est%C3%ADlmulo%20auditivo%20vers%C3%A3o%201.1.pdfhttp://www.neuroacustica.com/artigos/Reprocessamento%20e%20dessenssibiliza%C3%A7%C3%A3o%20por%20est%C3%ADlmulo%20auditivo%20vers%C3%A3o%201.1.pdf