CÉLULAS PAROQUIAIS DE EVANGELIZAÇÃO

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Is 49,8-16

TEMA: JAMAIS ME ESQUECEREI DE TI!

OBJETIVO: SER CÉLULA MISSIONÁRIA DA

MISERICÓRDIA!1. EXORTAÇÃO DO PASTOR2. OBSERVAÇÃO, EXPLORAÇÃO E APLICAÇÃO 3. ANEXOS:

- DOIS MISSIONÁRIOS DA MISERICÓRDIA

Como sempre, sugerimos uma leitura orante sobre esse texto de Isaías. Mas também e antes ouvir do padre Jonas Abib sua música Isaías 49:https://www.youtube.com/watch?v=R3RHQ2hhDCo

O link do vídeo é:

https://drive.google.com/file/d/1go4jvRQ11sOVV7TTXZxOV8iRoX-hW9XX/view?usp=sharing

1. EXORTAÇÃO DO PASTOR

Is 49,8-16

A 550 Missionários da Misericórdia, dentro das comemorações pascais, em evento do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, Papa Francisco meditou sobre a consoladora Misericórdia expressa em Isaías:

“Disse Sião: 'O Senhor abandonou-me,o Senhor esqueceu-se de mim!'

Acaso pode a mulher esquecer-se do filho pequeno,a ponto de não ter pena do fruto de seu ventre?

Se ela se esquecer, eu, porém, não me esquecerei de ti”.

Ouçamos o Papa, sigamos Jesus, sejamos Missionários da Misericórdia!

Pois o Senhor nos gravou “na palma de suas mãos”!

2. OBSERVAÇÃO, EXPLORAÇÃO E APLICAÇÃO

Queres ser Missionário da Misericórdia? Não há chamado maior: pois esse o foi Jesus, enviado do Pai no Espírito!A 550 Missionários da Misericórdia, reunidos em evento do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, Papa Francisco, em emblemática meditação sobre Is 49, deu-nos essenciais qualidades desse Missionário. É um texto muito rico e amplo, por isto dividimos a exortação do Papa em três Edificações semanais sucessivas. 1.JAMAIS ME ESQUECEREI DE TI!

2.VINDE ÀS ÁGUAS!

3.ESTÁS GRAVADO EM MINHAS MÃOS!

Na primeira, contemplarmos com o Papa o amor materno, incondicional e incomparável manifestado em Cristo; na segunda, experimentemos a providência salvadora do Messias, que nos purifica, dá força, sentido e consolo; e, na terceira, o Papa nos mergulha no tema do abandono, chamados que somos a levar a inalienável e íntima companhia nos doada em Cristo.Que as lições de nosso Pastor Maior nos ajudem a transformar nossa Célula em Missionária da Misericórdia!

Is 49,8-16

JAMAIS ME ESQUECEREI DE TI!

“Louvai, ó céus, alegra-te, terra; montanhas, fazei ressoar o louvor!”

Por que estes louvores, esta alegria que envolve céus e terra, que ressoa esplendente deste versículo 13? Porque Isaías nos profetisa uma graça pascal, batismal, que nos introduz em nova vida, na sublime identidade de Filho Amado. Tudo isso é realização da Misericórdia do Pai! Que o Papa Francisco nos conduza na contemplação dessa Misericórdia, que os mesmos louvores ressoem em nossos corações!

Nos Seminários de Vida no Espírito Santo, nos quais se anuncia o Querigma - o extremo amor salvador de Deus encarnado em Jesus Cristo - é esta provavelmente a citação mais frequente (v. 14-16):

“Disse Sião: 'O Senhor abandonou-me,o Senhor esqueceu-se de mim!'

Acaso pode a mulher esquecer-se do filho pequeno,a ponto de não ter pena do fruto de seu ventre?

Se ela se esquecer, eu, porém, não me esquecerei de ti.

Eis que eu te gravei nas palmas das minhas mãos!”

Papa Francisco ressalta que este é um texto “repleto do tema da misericórdia. A benevolência, a consolação, a proximidade, a promessa de amor eterno... são todas expressões que tencionam manifestar a riqueza da misericórdia divina, sem a poder esgotar num único aspecto”.

Mas este maravilhoso trecho se insere em uma realidade maior, de salvação, que se expressa no versículo anterior, o oitavo:

“Assim diz o SENHOR: ‘No tempo da graça eu te escutei no dia da salvação eu te ajudei’”.

Sim, o fiel amor materno e consolador de Deus, expresso nos versículos 14 a 16, se manifestará no dia da salvação, no tempo da graça – no supremo momento favorável que se realizará em Cristo. Por isto, São Paulo toma esse versículo 8 e o aplica a Cristo - e parece também querer aplicá-lo a nós, diz o Papa. Paulo escreve em 2Cor 6, 1-2:

"Sendo seus colaboradores, exortamos-vos a não receberdes em vão a graça de Deus,

pois ele diz:

‘No momento favorável, eu te ouvi, no dia da salvação, eu te socorri’.

É agora o momento favorável, é agora o dia da salvação”

Por isso, Papa Francisco nos exorta – assim como Paulo -: além de tomar posse do amor anunciado em 14-15 devemos proclamar a misericórdia salvadora enunciada no versículo 8. Quão intenso é esse chamado, é fácil verificar, diz o papa. Pois alguns versos antes, em 2Cor 5,20, Paulo expressa o mesmo conceito, dizendo:

“Somos, pois, embaixadores de Cristo; é como se Deus mesmo fizesse seu apelo através de nós.

Em nome de Cristo, vos suplicamos:

reconciliai-vos com Deus”

A missão de um embaixador de Cristo é reconciliar, levar a paz de Deus aos homens; seu apostolado é um chamado para buscar e receber o perdão do Pai. Deus precisa de homens que levem seu perdão e misericórdia ao mundo. É a mesma missão que o Senhor ressuscitado deu aos discípulos na sua Páscoa, em Jo 20, 21-23:

"Jesus lhes disse novamente: ’ A paz esteja convosco! Como o Pai me enviou, eu vos

envio ‘. Dito isto, ele soprou e disse a eles:

‘Recebam o Espírito Santo. Aqueles a quem vocês perdoarem os pecados, eles serão perdoados; àqueles a quem vocês não perdoarem, eles não serão perdoados’"

Ser colaborador da misericórdia pressupõe viver o amor misericordioso que se experimentou numa vida coerente com a missão. Paulo, no final de sua vida confessa a Timóteo que

fora um "blasfemo, um perseguidor e um violento"; ainda assim "fui tratado com misericórdia" (1Tm 1,13). Diz o papa: “Eu confesso a você que muitas vezes eu paro nesse verso: "Eu fui tratado com misericórdia". E isso é bom para mim, me dá coragem. Por assim dizer, sinto-me como com o abraço do Pai, as carícias do Pai. Repetir isso, para mim pessoalmente, dá tanta força, porque é a verdade: eu também posso dizer "fui tratado com misericórdia".

A graça do Senhor foi superabundante em Paulo; agiu para fazê-lo entender como era pecador. A partir daí, a graça o leva a descobrir o núcleo do Evangelho. Por isso, Paulo escreve a seguir, em1Tm 1,15-16:

“É digna de fé e de ser acolhida por todos esta palavra: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores,

dos quais eu sou o primeiro. Mas alcancei misericórdia, para que em mim,

o primeiro dos pecadores, Jesus Cristo mostrasse toda a sua paciência,

fazendo de mim um exemplo para todos os que crerão nele,

em vista da vida eterna”

Devemos sempre partir deste ponto:

Deus me tratou com misericórdia.

Pois esta é a chave para se tornar colaborador de Deus:

experimentar a misericórdia e transformar-se em ministro da misericórdia.

Pois eis a experiência do Apóstolo: Deus colocou a sua confiança em mim, chamando-me, não obstante eu seja um pecador, a ser seu colaborador para tornar a sua misericórdia real e eficaz, e levar outros a tocá-la com a mão.

Irmãos, em suma, Papa Francisco quer firmar em nosso coração que alcançamos Misericórdia, que nunca duvidemos dela – para sermos eficaz missionário desta Misericórdia. E que, plenos do Espírito Santo, não mais lamentemos que “o Senhor se esqueceu de mim”, mas elevemos ao Pai um eterno cântico:

“Louvai, ó céus, alegra-te, terra; montanhas, fazei ressoar o louvor!

Porque o Senhor consola o seu povoe se compadece dos pobres!”.

Sejamos Missionários da Misericórdia!

APLICAÇÕES – (sugestão, entre muitas possíveis)

Papa Francisco dá características do Missionário da Misericórdia (e também da Célula):

1. Testemunha a experiência de uma comunidade que recebe todos, sem qualquer distinção, que sustém quem esteja em dificuldade, e que vive a comunhão como fonte de vida.

2. Ampara o irmão para que acredite, espere e tenha certeza do amor.

3. Infunde no irmão a certeza de que o amor com o qual Deus nos ama derrota todas formas de solidão e abandono.

4. Dá-lhe força para recomeçar do zero, porque Deus nos pega sempre pela mão e nos leva a olhar em frente.

Como sua Célula, você, estão em relação a estas características? Somos Célula de Misericórdia? Somos Célula de Consolação? Somos Célula de Paz? Somos Célula de Esperança? Somos Célula Missionária? Buscamos e percebemos o “primeirar” de Deus no irmão? Partilhem.

COLETA - (sugestão – não se prenda a ela, ouça o Espírito!)

Pode ser oração espontânea que resuma as graças que o Espírito suscitou. Ou orarem:Senhor, fazei-nos experimentar vossa Misericórdia anunciada em Is 49, e que obtenhamos de vós a firme e inabalável fé em vosso amor indelével, constante, incondicional, generoso – e materno.

Para que nos tornemos Célula Missionária, que faça acontecer vossa Misericórdia, vossa Esperança, vossa Paz, vossa Consolação, vossa Comunhão.

Para podermos, enfim, cantarmos: “Louvai, ó céus, alegra-te, terra; montanhas, fazei ressoar o louvor!”

EXERCÍCIO PARA A SEMANA - (não se prenda a ele, ouça o Espírito!)

As maravilhosas promessas de restauração de Isaías 49 – chamado capítulo do amor - utilizam imagens da ternura maternal para esplender a misericórdia salvadora de Deus. Elas como que prenunciam o amor maternal que se manifestará através de Maria, Mãe doada do alto da Cruz por seu Filho Jesus Cristo. Maria realmente nos faz experimentar que Deus tem nosso nome gravado na sua mão (v.16), num amor que jamais nos esquece e nos mantém como criança na paz de seu regaço (v.15). Maria é o cuidado que protege, mais que as muralhas de Jerusalém (v.16), o amor sagrado e grato que o Espírito derrama em nossos corações. Para que isto se grave em nossos corações – assim como estamos gravados na mão de Deus -, nesta semana vamos elevar várias vezes ao dia uma prece a Maria, baseada em Isaías 49, 8-16. Por ex:

Maria, minha Mãe! Grava em meu coração tua maternidade, que eu nunca me esqueça de ti!

Minha Mãe! Seja a muralha que protege minha fé, esperança e amor por teu Filho!

Mãe da Consolação! Compadece-te de mim, dá-me a consolação de me sentir tua criancinha de peito, filho amado em teu regaço!

Mãe! Fazei-me Missionário da Misericórdia, do “primeirar” de vosso Filho!

C - ANEXO

DOIS MISSIONÁRIOS DA MISERICÓRDIA

Testemunhos no final da exortação do Papa Francisco aos 550 Missionários da Misericórdia: E gostaria de concluir com dois episódios de dois grandes confessores, ambas ocorridas em Buenos Aires. O primeiro, um sacramentino, que tinha desempenhado trabalhos importantes na sua congregação, foi provincial, mas encontrava sempre tempo para ir ao confessionário. Não sei quantos, mas a maioria do clero de Buenos Aires ia confessar-se com ele. Inclusive quando São João Paulo II esteve em Buenos Aires e pediu um confessor, da Nunciatura foi a ele que chamaram. Era um homem que te dava a coragem de ir em frente. Vivi esta

experiência, porque me confessei com ele na época em que eu era provincial, para não o fazer com o meu diretor jesuíta... Quando começava, dizia: “Bem, bem, está bem”, e animava-te: “Vai, vai!”. Como era bondoso! Faleceu com 94 anos e confessou até um ano antes, e quando não estava no confessionário, tocavam a campainha e ele descia. Certo dia, eu era vigário-geral e saí do meu quarto, onde estava o fax — como eu fazia todos os dias de manhã cedo, para ver as notícias urgentes — era Domingo de Páscoa e havia um fax: “Ontem, meia hora antes da vigília pascal, veio a falecer o padre Aristi”, este era o seu nome... Fui almoçar na casa de repouso para sacerdotes onde passei a Páscoa com eles e, no regresso, fui à igreja situada no centro da cidade, onde havia o velório. Lá estava o caixão e duas velhinhas que recitavam o rosário. Aproximei-me e não havia nem sequer uma flor. Pensei: mas ele é o confessor de todos nós! Isto impressionou-me. Senti como a morte é horrível! Saí e caminhei 200 metros, onde havia um quiosque de flores, daqueles que existem nas ruas; comprei algumas flores e voltei. E, ao colocar as flores ali, perto do caixão, vi que nas suas mãos havia o rosário... O sétimo mandamento reza: “Não roubarás”. O rosário ficou ali, mas enquanto eu fazia de contas que arrumava as flores, fiz assim e peguei na cruz. E as velhinhas, aquelas velhinhas, olhavam. Trago comigo aquela cruz desde aquele momento e peço a ele a graça de ser misericordioso; trago-a sempre comigo. Isto deve ter ocorrido mais ou menos no ano de 1996. Peço-lhe esta graça. Como são grandes os testemunhos destes homens!

Depois há outro caso. Este está vivo, tem 92 anos. É um capuchinho, e tem uma fila de penitentes, de todas as cores, pobres, ricos, leigos, sacerdotes, alguns bispos, religiosas... todos, nunca acaba. É um grande perdoador, mas não alguém de “mangas largas”, um grande perdoador, um grande misericordioso. E eu sabia disto, conhecia-o, fui duas vezes ao santuário de Pompeia, onde ele confessava em Buenos Aires, e saudei-o. Agora tem 92 anos. Naquela época, quando veio ter comigo, talvez tivesse 85. E disse-me: “Quero falar contigo, porque tenho um problema. Tenho um grande escrúpulo: às vezes desejo perdoar demais”. E explicava-me: “Não posso perdoar uma pessoa que me vem pedir o perdão e diz que gostaria de mudar, que fará tudo, mas não sabe se

conseguirá... E contudo eu perdoo! E por vezes sinto uma angústia, tenho um escrúpulo...”. E eu disse-lhe: “Que fazes, quando te vem este escrúpulo?”. E ele respondeu-me assim: “Vou à capela, à capela interna do convento, diante do Tabernáculo e, sinceramente, peço desculpa ao Senhor: “Senhor, perdoai-me, hoje perdoei demasiado. Perdoai-me... Mas prestai atenção, porque fostes Vós que me destes o mau exemplo!”. Assim rezava aquele homem.

Esta Edificação se baseia na fala do Papa, acessível no site do Vaticano:http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/speeches/2018/april/documents/papa-francesco_20180410_missionari-misericordia.html