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    UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

    ESCOLA DE ENGENHARIAPROGRAMA DE PS-GRADUAO EM ENGENHARIA CIVIL

    METODOLOGIA DE PREVISO DO COMPORTAMENTO

    MECNICO DE SOLOS TRATADOS COM CAL

    Luizmar da Silva Lopes Junior

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    CIP - Catalogao na Publicao

    da Silva Lopes Junior, Luizmar Metodologia de Previso do Comportamento Mecnicode Solos Tratados com Cal / Luizmar da Silva Lopes

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    LUIZMAR DA SILVA LOPES JUNIOR

    METODOLOGIA DE PREVISO DO COMPORTAMENTOMECNICO DE SOLOS TRATADOS COM CAL

    Tese apresentada ao Programa de Ps-Graduao em EngenhariaCivil da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, como partedos requisitos para obteno do ttulo de Doutor em Engenharia

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    LUIZMAR DA SILVA LOPES JUNIOR

    METODOLOGIA DE PREVISO DO COMPORTAMENTOMECNICO DE SOLOS TRATADOS COM CAL

    Esta tese de doutorado foi julgada adequada para a obteno do ttulo de DOUTOR EM

    ENGENHARIA, Geotecnia, e aprovada em sua forma final pelo professor orientador e pelo

    Programa de Ps-Graduao em Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio Grande do

    Sul.

    Porto Alegre, 28 de novembro de 2011

    Prof. Nilo Csar ConsoliPh.D. pela Concordia University, Canad

    Orientador

    Prof. Luiz Carlos Pinto da Silva FilhoCoordenador do PPGEC/UFRGS

    BANCA EXAMINADORA

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    AGRADECIMENTOS

    Desejo expressar os meus agradecimentos as seguintes pessoas e instituies:

    Primeiramente a minha famlia, em especial ao meu av Derli de Souza Lopes (in

    memoriam), exemplo de carter e determinao, meus pais Luizmar e Beatriz e meus irmos

    pelo amor, incentivo e apoio incondicional dispensado em todos os momentos da minha vida.

    A famlia Lovato pelo apoio e companheirismo, em especial a minha noiva Patrcia

    pela ajuda, compreenso e carinho dedicado.

    Ao meu orientador Nilo Cesar Consoli pela confiana que depositou em mim,

    dedicao, amizade e empenho com que me orientou, alm do exemplo de carter eprofissionalismo.

    Aos professores Antnio Thom e Pedro Prietto pelo interesse, incentivo, amizade e

    conhecimentos transmitidos.

    A todos os professores do Programa de Ps-Graduao em Engenharia Civil daUFRGS pelos ensinamentos ministrados.

    Aos funcionrios da Escola de Engenharia da UFRGS pelo apoio nas atividades

    realizadas, em especial ao laboratorista Joo Diniz e ao pessoal da secretaria do PPGEC, Ana

    Luiza, Liliane e Carmem.

    A todos os meus colegas e amigos, em especial ao Anderson Fonini, Lucas Festugato,

    Francisco Dalla Rosa, Rodrigo Cruz, Mrcio Floss, Jos Rojas, Amanda Dalla Rosa e

    Emanuele Gauer pelo companheirismo e ajuda prestada durante o doutorado.

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    RESUMO

    LOPES JUNIOR, Luizmar da Silva. Metodologia de Previso do ComportamentoMecnico de Solos Tratados com Cal. 2011. Tese (Doutorado em Engenharia) Programade Ps-Graduao em Engenharia Civil, UFRGS, Porto Alegre.

    Cada vez mais frequente a utilizao de tcnicas tradicionais da engenharia geotcnica

    depara-se com obstculos de carter econmico e ambiental. A tcnica do solo-cal torna-se

    atrativa quando o melhoramento das propriedades do solo do local constitui-se numa

    alternativa de projeto. A tcnica de tratamento de solos com cal encontra aplicao, por

    exemplo, na construo de bases para pavimentos, na proteo de taludes em barragens de

    terra e como camada de suporte para fundaes superficiais. As ltimas pesquisas em solos

    tratados com cal esto no desenvolvimento de metodologias de dosagem baseadas em

    critrios racionais onde a relao volume de vazios/volume de cal desempenha papel

    fundamental na obteno da resistncia desejada. Nesse sentido, este estudo tem por objetivo

    validar a relao volume de vazios/volume de cal na estimativa da resistncia compresso

    simples e triaxial, comportamento tenso-dilatncia e rigidez inicial de um solo tratado com

    cal curado por perodos longos e quantificar a influncia da adio de resduos de diferentes

    potenciais de reatividade no comportamento mecnico do solo-cal. Para isso foram realizados

    ensaios de compresso simples e triaxial, medidas de suco matricial e medidas de G0

    atravs da tcnica de bender elements. Os resultados mostram uma correlao entre

    resistncia e o mdulo cisalhante inicial; e que os mesmos crescem no linearmente com o

    aumento da quantidade de cal e com a reduo na porosidade da mistura compactada curada

    por perodos longos. Para uma mesma relao vazios/cal, a adio de resduos nas misturas

    teve um efeito significativo no comportamento do solo-cal estudado. A relao vazios/cal,

    definido pela razo entre a porosidade da mistura compactada e o teor volumtrico de cal,

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    ABSTRACT

    LOPES JUNIOR, Luizmar da Silva. Prevision Methodology of Mechanical Behavior ofSoils Treated with Lime. 2011. Thesis (Doctor in Engineering) Civil Engineering Post-Graduation Program, UFRGS, Porto Alegre.

    Not rarely, the use of traditional techniques in geotechnical engineering faces obstacles of

    economical and environmental nature. The soil-lime technique becomes attractive when the

    improvement of the local soil is a project alternative. The treatment of soils with lime finds

    application, for instance, in the construction of pavement base layers, in slope protection of

    earth dams and as a support layer for shallow foundations. The last researches in soils treated

    with lime are in the development of dosage methodologies based on rational criteria where the

    voids/lime ratio plays a fundamental role in the assessment of the target strength. In that

    sense, this study has for objective to validate the use of the voids/lime ratio in the estimate of

    unconfined and confined compression strength, stress-dilatancy behavior and initial shear

    modulus of a treated soil with lime cured by long periods and to quantify the influence of the

    insertion of industrial wastes of different potentials reactivity in the mechanical behavior of

    the soil-lime. For that, a number of unconfined and confined compression tests, measurements

    of matric suction and bender elements were carried out. The results show a correlation

    between compression tests and the initial shear modulus; and that the same ones increased not

    linearly with the increase in lime content as well as with the reduction in the porosity of the

    compacted mixture cured for long periods. For a same voids/lime ratio value, the insertion of

    industrial wastes in the mixtures had a significant effect in the behavior of the soil-lime

    studied. In contrast, the voids/lime ratio, defined as the ratio between the porosity of the

    compacted mixture and the volumetric lime content, adjusted by a power, demonstrated to be

    the most appropriate parameter to assess the mechanical behavior of the soil-lime mixture

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    SUMRIO

    1 INTRODUO ..................................................................................................................................25

    1.1 PROBLEMA E RELEVNCIA DA PESQUISA .....................................................................25

    1.2 OBJETIVOS .............................................................................................................................. 26

    1.3 ORGANIZAO DA TESE .....................................................................................................27

    2 REVISO BIBLIOGRFICA ............................................................................................................28

    2.1 VISO GERAL SOBRE A TCNICA DO SOLO-CAL .......................................................... 28

    2.1.1 Materiais Utilizados no Solo-Cal .......................................................................................32

    2.1.1.1 Solo ..........................................................................................................................32

    2.1.1.2 Cal ............................................................................................................................33

    2.1.1.3 Resduos Industriais .................................................................................................34

    2.1.2 Reaes Solo-Cal ...............................................................................................................34

    2.1.3 Dosagem Solo-Cal .............................................................................................................37

    2.1.3.1 Mtodos Clssicos ....................................................................................................37

    2.1.3.2 Metodologia Relao Vazios/Cal ............................................................................. 38

    2.2 VARIVEIS DETERMINANTES DO COMPORTAMENTO DO SOLO-CAL .................... 43

    2.2.1 Efeito da Cal ......................................................................................................................43

    2.2.2 Efeito da Densidade e Compactao .................................................................................. 43

    2.2.3 Efeito do Teor de Umidade e da Relao gua/Cal .......................................................... 44

    2.2.4 Efeito do Tempo de Cura ...................................................................................................45

    2.3 COMPORTAMENTO MECNICO DO SOLO-CAL .............................................................. 47

    2.3.1 Resistncia Compresso Simples .................................................................................... 47

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    3.2.1 Solo ....................................................................................................................................61

    3.2.2 Resduo de Britagem ..........................................................................................................61

    3.2.3 Cinza Volante ....................................................................................................................62

    3.2.4 Cal ......................................................................................................................................63

    3.2.5 gua ...................................................................................................................................64

    3.3 MTODOS ................................................................................................................................ 64

    3.3.1 Coleta de Amostras ............................................................................................................64

    3.3.2 Preparao das Amostras ...................................................................................................64

    3.3.3 Ensaios de Caracterizao .................................................................................................65

    3.3.4 Moldagem e Cura dos Corpos-de-prova ............................................................................ 66

    3.3.5 Ensaios de Compresso Simples ........................................................................................ 68

    3.3.6 Medidas de Suco ............................................................................................................70

    3.3.7 Ensaios de Compresso Triaxial ........................................................................................ 71

    3.3.8 Medidas de G0Atravs da Tcnica de Bender Elements ................................................... 74

    3.4 PROGRAMA DE ENSAIOS .....................................................................................................76

    3.4.1 Programa de Ensaios de Compresso Simples .................................................................. 76

    3.4.2 Programa de Ensaios Triaxiais........................................................................................... 78

    3.4.3 Programa de Ensaios com Bender Elements ..................................................................... 79

    4 APRESENTAO E ANLISE DOS RESULTADOS .................................................................... 80

    4.1 ENSAIOS DE CARACTERIZAO ....................................................................................... 80

    4.1.1 Propriedades Fsicas ..........................................................................................................80

    4.1.2 Propriedades Qumicas ......................................................................................................83

    4.1.3 Reatividade Potencial dos Materiais pelo Mtodo Qumico .............................................. 83

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    4.2.2.2 Efeito da Porosidade .................................................................................................95

    4.2.2.3 Efeito do Teor de Umidade de Moldagem ............................................................... 97

    4.2.2.4 Relao Vazios/Cal .................................................................................................. 99

    4.2.2.5 Tempo de Cura x Relao Vazios/Cal ...................................................................103

    4.2.3 Solo-Cinza Volante-Cal ................................................................................................... 105

    4.2.3.1 Efeito do Teor de Cal e da Porosidade ................................................................... 105

    4.2.3.2 Relao Vazios/Cal ................................................................................................106

    4.2.3.3 Tempo de Cura x Relao Vazios/Cal ...................................................................108

    4.2.4 Efeito da Adio de Resduos Industriais ........................................................................ 109

    4.3 MEDIDAS DE SUCO MATRICIAL .................................................................................110

    4.4 ENSAIOS TRIAXIAIS ............................................................................................................ 111

    4.4.1 Variao do Parmetro B de Poro-presso ......................................................................112

    4.4.2 Solo-Cal ........................................................................................................................... 113

    4.4.2.1 Comportamento Tenso-Deformao x Relao /(Cav)0,12................................... 114

    4.4.2.2 Efeito do Nvel de Tenses Efetivas e Parmetros de Resistncia ......................... 117

    4.4.2.3 Tenso Confinada x Tenso No-Confinada .......................................................... 123

    4.4.2.4 Anlise da Rigidez ................................................................................................. 126

    4.4.2.5 Comportamento Tenso x Dilatncia ..................................................................... 129

    4.4.3 Solo-Resduo de Britagem-Cal ........................................................................................ 133

    4.4.3.1 Comportamento Tenso-Deformao x Relao /(Cav)0,12................................... 133

    4.4.3.2 Efeito do Nvel de Tenses Efetivas e Parmetros de Resistncia ......................... 137

    4.4.3.3 Tenso Confinada x Tenso No-Confinada .......................................................... 141

    4.4.3.4 Anlise da Rigidez ................................................................................................. 143

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    4.5.1 Leituras ............................................................................................................................ 164

    4.5.2 Efeito do Teor de Cal ....................................................................................................... 167

    4.5.3 Efeito da Porosidade ........................................................................................................ 170

    4.5.4 Efeito da Relao Vazios/Cal .......................................................................................... 172

    4.5.5 Efeito do Tempo de Cura .................................................................................................178

    4.5.6 Correlao com a Resistncia Compresso Simples .....................................................180

    4.6 EXEMPLO DE APLICAO PARA A RELAO VAZIOS/CAL .....................................180

    5 CONSIDERAES FINAIS ............................................................................................................ 185

    5.1 CONCLUSES ....................................................................................................................... 185

    5.2 SUGESTES PARA TRABALHOS FUTUROS ...................................................................190

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ................................................................................................. 191

    APNDICE A DADOS DOS CPS ENSAIADOS COMPRESSO SIMPLES .......................... 200

    APNDICE B DADOS DOS CPS ENSAIADOS COMPRESSO TRIAXIAL .......................219

    APNDICE C DADOS DOS CPS ENSAIADOS COM BENDER ELEMENTS ..........................223

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    LISTA DE FIGURAS

    Figura 2.1: mecanismo de troca de ctions (adaptado de PRUSINSKI; BHATTACHARJA, 1999) .... 35

    Figura 2.2: mecanismo de estabilizao solo-cal (adaptado de INGLES; METCALF, 1972) ..............36

    Figura 2.3: relao vazios/cal ajustado versus resistncia compresso simples (LOPES JUNIOR,2007) ...................................................................................................................................................... 39

    Figura 2.4: relao porosidade/teor volumtrico de cal ajustado versus resistncia compressosimples (adaptado de DALLA ROSA, 2009a) .......................................................................................40

    Figura 2.5: previso da tenso desvio atravs da relao vazios/cimento (CONSOLI et al., 2007) ...... 41

    Figura 2.6: tenso versus relao vazios/cimento para diferentes tenses confinantes (CRUZ, 2008) .42

    Figura 2.7: mdulo cisalhante versus relao vazios/cimento (CRUZ, 2008) .......................................42

    Figura 2.8: efeito do tempo de cura sobre a resistncia compresso simples para alguns solosestabilizados com cal (adaptado de INGLS; METCALF, 1972) .........................................................46

    Figura 2.9: efeito da quantidade de cal sobre a resistncia compresso simples para alguns solostratados com cal e curados por 7 dias (adaptado de INGLS; METCALF, 1972) ................................47

    Figura 2.10: Curvas (ensaios triaxiais CIU) tenso-deformao-poropresso (CONSOLI et al., 1997)................................................................................................................................................................ 51

    Figura 2.11: curva de degradao da rigidez com o nvel de deformao (adaptado de ATKINSON,2000) ...................................................................................................................................................... 52

    Figura 2.12: (a) Esquema de lminas representando o intertravamento das partculas de solo; (b)Foras resultantes. (adaptado de WOOD, 1990) ....................................................................................55

    Figura 2.13: Comportamento tenso-dilatncia generalizado (adaptado de ATKINSON, 1993) .......... 56

    Figura 2.14: comportamento tenso-dilatncia encontrado para dois solos arenosos cimentados

    naturalmente (adaptado de COOP; WILLSON, 2003) .......................................................................... 57

    Figura 2.15: Tenso-dilatncia para um solo residual de arenito artificialmente cimentado sob umadeterminada tenso de confinamento (adaptado de DALLA ROSA, 2006) .......................................... 57

    Figura 3.1: formaes geolgicas ao norte do estado do RS (adaptado de IBGE, 1986) ....................... 62

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    Figura 4.1: curvas granulomtricas dos materiais ..................................................................................80

    Figura 4.2: difratograma de raios x do arenito Botucatu ........................................................................82

    Figura 4.3: difratograma de raios x do resduo de britagem .................................................................. 82

    Figura 4.4: difratograma de raios x da cinza volante .............................................................................82

    Figura 4.5: reatividade potencial dos materiais de acordo com a ASTM C289/07 ................................ 84

    Figura 4.6: variao da resistncia compresso simples em relao quantidade de cal do SRAB-

    CAL (90 dias de cura) ............................................................................................................................86

    Figura 4.7: variao da resistncia compresso simples em relao quantidade de cal do SRAB-CAL (360 dias de cura) ..........................................................................................................................86

    Figura 4.8: variao da resistncia compresso simples em relao porosidade do SRAB-CAL (90dias de cura) ........................................................................................................................................... 87

    Figura 4.9: variao da resistncia compresso simples em relao porosidade do SRAB-CAL (360

    dias de cura) ........................................................................................................................................... 88

    Figura 4.10: resistncia compresso simples versus relao vazios/cal do SRAB-CAL (90 dias decura)........................................................................................................................................................ 89

    Figura 4.11: resistncia compresso simples versus relao vazios/cal do SRAB-CAL (360 dias decura)........................................................................................................................................................ 89

    Figura 4.12: resistncia compresso simples versus relao vazios/cal ajustado do SRAB-CAL (90

    dias de cura) ........................................................................................................................................... 90

    Figura 4.13: resistncia compresso simples versus relao vazios/cal ajustado do SRAB-CAL (360dias de cura) ........................................................................................................................................... 91

    Figura 4.14: resistncia compresso simples versus relao vazios/cal ajustado do SRAB-CAL (90 e360 dias de cura) ....................................................................................................................................92

    Figura 4.15: variao da resistncia compresso simples em relao quantidade de cal do SRAB-

    25%RBR-CAL (28 dias de cura) ...........................................................................................................93

    Figura 4.16: variao da resistncia compresso simples em relao quantidade de cal do SRAB-25%RBR-CAL (90 dias de cura) ...........................................................................................................94

    Figura 4.17: variao da resistncia compresso simples em relao quantidade de cal do SRAB-

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    Figura 4.23: resistncia compresso simples versus teor de umidade de moldagem do SRAB-

    25%RBR-CAL (360 dias de cura) .........................................................................................................98

    Figura 4.24: resistncia compresso simples versus relao vazios/cal do SRAB-25%RBR-CAL (28dias de cura) ......................................................................................................................................... 100

    Figura 4.25: resistncia compresso simples versus relao vazios/cal do SRAB-25%RBR-CAL (90dias de cura) ......................................................................................................................................... 100

    Figura 4.26: resistncia compresso simples versus relao vazios/cal do SRAB-25%RBR-CAL (360

    dias de cura) ......................................................................................................................................... 101

    Figura 4.27: resistncia compresso simples versus relao vazios/cal ajustado do SRAB-25%RBR-CAL (28 dias de cura) .......................................................................................................................... 102

    Figura 4.28: resistncia compresso simples versus relao vazios/cal ajustado do SRAB-25%RBR-CAL (90 dias de cura) .......................................................................................................................... 102

    Figura 4.29: resistncia compresso simples versus relao vazios/cal ajustado do SRAB-25%RBR-

    CAL (360 dias de cura) ........................................................................................................................ 103

    Figura 4.30: resistncia compresso simples versus relao vazios/cal ajustado do SRAB-25%RBR-CAL (28,90 e 360 dias de cura) ........................................................................................................... 104

    Figura 4.31: variao da resistncia compresso simples em relao porosidade, teor de cal e tempode cura do SRAB-25%RBR-CAL ........................................................................................................ 105

    Figura 4.32: resistncia compresso simples versus relao vazios/cal ajustado do SRAB-25%CV-

    CAL (28 dias de cura) .......................................................................................................................... 107

    Figura 4.33: resistncia compresso simples versus relao vazios/cal ajustado do SRAB-25%CV-CAL (90 dias de cura) .......................................................................................................................... 107

    Figura 4.34: resistncia compresso simples versus relao vazios/cal ajustado do SRAB-25%CV-CAL (28 e 90 dias de cura) .................................................................................................................. 108

    Figura 4.35: resistncia compresso simples versus relao vazios/cal ajustado dos trs compsitos

    utilizados para 90 dias de cura ............................................................................................................. 109

    Figura 4.36: posio dos pontos de moldagem escolhidos para os ensaios de compresso triaxial ....111

    Figura 4.37: tenso-deformao para diferentes relaes vazios/cal do SRAB-CAL (28 dias de cura).............................................................................................................................................................. 114

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    Figura 4.43: tenso-deformao da amostra com /Cav0,12 = 35 para 20, 200 e 400kPa (SRAB-CAL 28

    dias de cura) ......................................................................................................................................... 118

    Figura 4.44: deformao volumtrica da amostra com /Cav0,12 = 35 para 20, 200 e 400kPa (SRAB-

    CAL 28 dias de cura) ........................................................................................................................... 118

    Figura 4.45: tenso-deformao da amostra com /Cav0,12 = 35 para 20, 200 e 400kPa (SRAB-CAL 90

    dias de cura) ......................................................................................................................................... 119

    Figura 4.46: deformao volumtrica da amostra com /Cav0,12 = 35 para 20, 200 e 400kPa (SRAB-

    CAL 90 dias de cura) ........................................................................................................................... 119

    Figura 4.47: tenso-deformao da amostra com /Cav0,12 = 35 para 20, 200 e 400kPa (SRAB-CAL

    360 dias de cura) .................................................................................................................................. 120

    Figura 4.48: deformao volumtrica da amostra com /Cav0,12 = 35 para 20, 200 e 400 kPa (SRAB-

    CAL 360 dias de cura) ......................................................................................................................... 120

    Figura 4.49: comportamento idealizado para solos estruturados onde a parcela coesiva dominanete:

    (a) comportamento tenso-deformao e (b) trajetria de tenses (adaptado de COOP;ATKINSON,1993) .................................................................................................................................................... 122

    Figura 4.50: comportamento idealizado para solos estruturados onde a parcela friccional preponderante: (a) comportamento tenso-deformao e (b) trajetria de tenses (adaptado deCUCCOVILLO;COOP, 1999) ............................................................................................................. 122

    Figura 4.51: envoltrias de ruptura do SRAB-CAL para 28, 90 e 360 dias de cura e /Cav0,12 = 35 ... 123

    Figura 4.52: resistncia confinada 20kPa e no confinada versus relao vazios/cal ajustado doSRAB-CAL para 28, 90 e 360 dias de cura ......................................................................................... 124

    Figura 4.53: variao da resistncia confinada 20kPa e no confinada em relao a porosidade, teorde cal e tempo de cura do SRAB-CAL ................................................................................................ 125

    Figura 4.54: variao do mdulo secante com a deformao axial para diferentes relaes vazios/caldo SRAB-CAL (28 dias de cura) ......................................................................................................... 126

    Figura 4.55: variao do mdulo secante com a deformao axial para diferentes relaes vazios/caldo SRAB-CAL (90 dias de cura) ......................................................................................................... 126

    Figura 4.56: variao do mdulo secante com a deformao axial para diferentes relaes vazios/caldo SRAB-CAL (360 dias de cura) ....................................................................................................... 127

    0 12

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    17/227

    Figura 4.63: tenso-dilatncia em amostras com /Cav0,12 = 35 para 20, 200 e 400kPa (SRAB-CAL 360

    dias de cura) ......................................................................................................................................... 131

    Figura 4.64: comportamento tenso-dilatncia para um solo cimentado (LO; WARDANI, 2002) .....132

    Figura 4.65: tenso-deformao para diferentes relaes vazios/cal do SRAB-25%RBR-CAL (28 diasde cura) ................................................................................................................................................. 134

    Figura 4.66: deformao volumtrica para diferentes relaes vazios/cal do SRAB-25%RBR-CAL (28dias de cura) ......................................................................................................................................... 134

    Figura 4.67: tenso-deformao para diferentes relaes vazios/cal do SRAB-25%RBR-CAL (90 diasde cura) ................................................................................................................................................. 135

    Figura 4.68: deformao volumtrica para diferentes relaes vazios/cal do SRAB-25%RBR-CAL (90dias de cura) ......................................................................................................................................... 135

    Figura 4.69: tenso-deformao para diferentes relaes vazios/cal do SRAB-25%RBR-CAL (360dias de cura) ......................................................................................................................................... 136

    Figura 4.70: deformao volumtrica para diferentes relaes vazios/cal do SRAB-25%RBR-CAL(360 dias de cura) ................................................................................................................................. 136

    Figura 4.71: tenso-deformao da amostra com /Cav0,12 = 35 para 20, 200 e 400 kPa (SRAB-

    25%RBR-CAL 28 dias de cura) ........................................................................................................... 137

    Figura 4.72: deformao volumtrica da amostra com /Cav0,12 = 35 para 20, 200 e 400 kPa (SRAB-

    25%RBR-CAL 28 dias de cura) ........................................................................................................... 138

    Figura 4.73: tenso-deformao da amostra com /Cav0,12 = 35 para 20, 200 e 400 kPa (SRAB-25%RBR-CAL 90 dias de cura) ........................................................................................................... 138

    Figura 4.74: deformao volumtrica da amostra com /Cav0,12 = 35 para 20, 200 e 400 kPa (SRAB-

    25%RBR-CAL 90 dias de cura) ........................................................................................................... 139

    Figura 4.75: tenso-deformao da amostra com /Cav0,12 = 35 para 20, 200 e 400 kPa (SRAB-25%RBR-CAL 360 dias de cura) ......................................................................................................... 139

    Figura 4.76: deformao volumtrica da amostra com /Cav0,12 = 35 para 20, 200 e 400 kPa (SRAB-

    25%RBR-CAL 360 dias de cura) ......................................................................................................... 140

    Figura 4.77: envoltrias de ruptura do SRAB-25%RBR-CAL para 28, 90 e 360 dias de cura e /Cav0,12

    = 35 ...................................................................................................................................................... 141

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    18/227

    Figura 4.83: variao do mdulo secante com a deformao axial com /Cav0,12 = 35 para 20, 200 e

    400kPa (SRAB-25%RBR-CAL 28 dias de cura) .................................................................................146

    Figura 4.84: variao do mdulo secante com a deformao axial com /Cav0,12 = 35 para 20, 200 e

    400kPa (SRAB-25%RBR-CAL 90 dias de cura) .................................................................................146

    Figura 4.85: variao do mdulo secante com a deformao axial com /Cav0,12 = 35 para 20, 200 e

    400kPa (SRAB-25%RBR-CAL 360 dias de cura) ...............................................................................147

    Figura 4.86: tenso-dilatncia para diferentes relaes vazios/cal (SRAB-25%RBR-CAL 28 dias de

    cura)...................................................................................................................................................... 147

    Figura 4.87: tenso-dilatncia para diferentes relaes vazios/cal (SRAB-25%RBR-CAL 90 dias decura)...................................................................................................................................................... 148

    Figura 4.88: tenso-dilatncia para diferentes relaes vazios/cal (SRAB-25%RBR-CAL 360 dias decura)...................................................................................................................................................... 148

    Figura 4.89: tenso-dilatncia em amostras com /Cav0,12 = 35 para 20, 200 e 400kPa (SRAB-

    25%RBR-CAL 28 dias de cura) ........................................................................................................... 149

    Figura 4.90: tenso-dilatncia em amostras com /Cav0,12 = 35 para 20, 200 e 400kPa (SRAB-

    25%RBR-CAL 90 dias de cura) ........................................................................................................... 149

    Figura 4.91: tenso-dilatncia em amostras com /Cav0,12 = 35 para 20, 200 e 400kPa (SRAB-

    25%RBR-CAL 360 dias de cura) ......................................................................................................... 150

    Figura 4.92: tenso-deformao para diferentes relaes vazios/cal do SRAB-25%CV-CAL (28 dias

    de cura) ................................................................................................................................................. 151

    Figura 4.93: deformao volumtrica para diferentes relaes vazios/cal do SRAB-25%CV-CAL (28dias de cura) ......................................................................................................................................... 152

    Figura 4.94: tenso-deformao para diferentes relaes vazios/cal do SRAB-25%CV-CAL (90 diasde cura) ................................................................................................................................................. 152

    Figura 4.95: deformao volumtrica para diferentes relaes vazios/cal do SRAB-25%CV-CAL (90

    dias de cura) ......................................................................................................................................... 153

    Figura 4.96: tenso-deformao da amostra com /Cav0,12 = 35 para 20, 200 e 400 kPa (SRAB-

    25%CV-CAL 28 dias de cura) ............................................................................................................. 154

    Figura 4.97: deformao volumtrica da amostra com /Cav0,12 = 35 para 20, 200 e 400 kPa (SRAB-

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    Figura 4.103: variao do mdulo secante com a deformao axial para diferentes relaes vazios/cal

    do SRAB-25%CV-CAL (28 dias de cura) ...........................................................................................159

    Figura 4.104: variao do mdulo secante com a deformao axial para diferentes relaes vazios/caldo SRAB-25%CV-CAL (90 dias de cura) ...........................................................................................159

    Figura 4.105: variao do mdulo secante com a deformao axial com /Cav0,12 = 35 para 20, 200 e

    400kPa (SRAB-25%CV-CAL 28 dias de cura) ...................................................................................160

    Figura 4.106: variao do mdulo secante com a deformao axial com /Cav0,12 = 35 para 20, 200 e

    400kPa (SRAB-25%CV-CAL 90 dias de cura) ...................................................................................160

    Figura 4.107: tenso-dilatncia para diferentes relaes vazios/cal (SRAB-25%CV-CAL 28 dias decura)...................................................................................................................................................... 161

    Figura 4.108: tenso-dilatncia para diferentes relaes vazios/cal (SRAB-25%CV-CAL 90 dias decura)...................................................................................................................................................... 162

    Figura 4.109: tenso-dilatncia em amostras com /Cav0,12 = 35 para 20, 200 e 400kPa (SRAB-

    25%CV-CAL 28 dias de cura) ............................................................................................................. 163

    Figura 4.110: tenso-dilatncia em amostras com /Cav0,12 = 35 para 20, 200 e 400kPa (SRAB-

    25%CV-CAL 90 dias de cura) ............................................................................................................. 163

    Figura 4.111: tpico sinal recebido do ensaio com bender elements de um corpo de prova curado por28 dias .................................................................................................................................................. 165

    Figura 4.112: tpico sinal recebido do ensaio com bender elements de um corpo de prova curado por

    90 dias .................................................................................................................................................. 165

    Figura 4.113: tpico sinal recebido do ensaio com bender elements de um corpo de prova curado por180 dias ................................................................................................................................................ 166

    Figura 4.114: variao do G0em relao quantidade de cal de amostras com 7 dias de cura ...........167

    Figura 4.115: variao do G0em relao quantidade de cal em amostras com 15 dias de cura ........167

    Figura 4.116: variao do G0em relao quantidade de cal em amostras com 28 dias de cura ........168

    Figura 4.117: variao do G0em relao quantidade de cal em amostras com 90 dias de cura ........168

    Figura 4.118: variao do G0em relao quantidade de cal em amostras com 180 dias de cura ......169

    Figura 4.119: variao do G0em relao porosidade de amostras com 7 dias de cura ..................... 170

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    Figura 4.128: mdulo cisalhante versus relao vazios/cal de amostras com 180 dias de cura ...........175

    Figura 4.129: mdulo cisalhante versus relao vazios/cal ajustado de amostras com 7 dias de cura 176

    Figura 4.130: mdulo cisalhante versus relao vazios/cal ajustado de amostras com 15 dias de cura.............................................................................................................................................................. 176

    Figura 4.131: mdulo cisalhante versus relao vazios/cal ajustado de amostras com 28 dias de cura.............................................................................................................................................................. 177

    Figura 4.132: mdulo cisalhante versus relao vazios/cal ajustado de amostras com 90 dias de cura.............................................................................................................................................................. 177

    Figura 4.133: mdulo cisalhante versus relao vazios/cal ajustado de amostras com 180 dias de cura.............................................................................................................................................................. 178

    Figura 4.134: mdulo cisalhante versus relao vazios/cal ajustado (todas as amostras) ....................179

    Figura 4.135: variao do G0em relao porosidade, teor de cal e tempo de cura ........................... 179

    Figura 4.136: razo G0/quversus relao vazios/cal ajustado de amostras com 90 dias de cura .........180

    Figura 4.137: camada de solo-cal assente sobre o solo residual determinao da capacidade desuporte .................................................................................................................................................. 181

    Figura 4.138: posicionamento dos pontos de moldagem .....................................................................183

    Figura 4.139: determinao da relao vazios/cal para dosagem da mistura .......................................183

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    LISTA DE TABELAS

    Tabela 2.1: Faixa de validade para aplicao da metodologia proposta por Thom et al. (2005) .........31

    Tabela 2.2: Composio mdia das cales brasileiras (GUIMARES, 2002) ........................................ 33

    Tabela 2.3: Previso da quantidade de cal em funo do tipo de solo (adaptada de INGLES;METCALF, 1972) ..................................................................................................................................38

    Tabela 3.1: etapas e ensaios do programa experimental ........................................................................60

    Tabela 3.2: caracterizao da cal utilizada .............................................................................................63

    Tabela 4.1: propriedades fsicas dos materiais .......................................................................................81

    Tabela 4.2: anlise semi-quantitativa dos materiais ...............................................................................81

    Tabela 4.3: caracterizao qumica dos materiais ..................................................................................83

    Tabela 4.4: resultados reatividade potencial pelo mtodo qumico ....................................................... 83

    Tabela 4.5: valores tpicos para o parmetro B (adaptado de LAMBE;WHITMAN, 1979) ............... 112

    Tabela 4.6: programa de ensaios triaxiais em SRAB-CAL ..................................................................113

    Tabela 4.7: programa de ensaios triaxiais em SRAB-25%RBR-CAL .................................................133

    Tabela 4.8: programa de ensaios triaxiais em SRAB-25%CV-CAL ...................................................151

    Tabela A.1: dados gerais dos corpos-de-prova do SOLO-CAL com 90 dias de cura .......................... 201

    Tabela A.1 (continuao): dados gerais dos corpos-de-prova do SOLO-CAL com 90 dias de cura ...202

    Tabela A.1 (continuao): dados gerais dos corpos-de-prova do SOLO-CAL com 90 dias de cura ...203

    Tabela A.2: dados gerais dos corpos-de-prova do SOLO-CAL com 360 dias de cura ........................ 204

    Tabela A.2 (continuao): dados gerais dos corpos-de-prova do SOLO-CAL com 360 dias de cura .205

    Tabela A.2 (continuao): dados gerais dos corpos-de-prova do SOLO-CAL com 360 dias de cura .206

    Tabela A.3: dados gerais dos corpos-de-prova do SOLO-RBR-CAL com 28 dias de cura ................. 207

    Tabela A 3 (continuao): dados gerais dos corpos-de-prova do SOLO-RBR-CAL com 28 dias de cura

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    Tabela A.4 (continuao): dados gerais dos corpos-de-prova do SOLO-RBR-CAL com 90 dias de cura

    .............................................................................................................................................................. 214

    Tabela A.5: dados gerais dos corpos-de-prova do SOLO-RBR-CAL com 360 dias de cura ............... 215

    Tabela A.5 (continuao): dados gerais dos corpos-de-prova do SOLO-RBR-CAL com 360 dias decura ....................................................................................................................................................... 216

    Tabela A.5 (continuao): dados gerais dos corpos-de-prova do SOLO-RBR-CAL com 360 dias decura ....................................................................................................................................................... 217

    Tabela A.5 (continuao): dados gerais dos corpos-de-prova do SOLO-RBR-CAL com 360 dias decura ....................................................................................................................................................... 218

    Tabela B.1: dados gerais dos corpos-de-prova ensaiados compresso triaxial do SOLO-CAL ........220

    Tabela B.2: dados gerais dos corpos-de-prova ensaiados compresso triaxial do SOLO-RBR-CAL.............................................................................................................................................................. 221

    Tabela B.3: dados gerais dos corpos-de-prova ensaiados compresso triaxial do SOLO-CV-CAL .222

    Tabela C.1: dados gerais dos corpos-de-prova ensaiados com bender elements ................................. 224

    Tabela C.1 (continuao): dados gerais dos corpos-de-prova ensaiados com bender elements ..........225

    Tabela C.1 (continuao): dados gerais dos corpos-de-prova ensaiados com bender elements ..........226

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    LISTA DE SMBOLOS

    a: massa de gua

    B: parmetro de poro-presso de Skempton

    c: coeso efetiva

    Ca: teor de cal calculado em relao massa de solo seco e expresso em porcentagem

    ca: massa de cal

    Cav: teor volumtrico de cal, expresso em porcentagem do volume total

    Cu: coeficiente de uniformidade

    d: parmetro de dilatncia igual ao quociente entre os incrementos de deformao plsticavolumtrica e cisalhante

    D10: dimetro efetivo

    e: base do logaritmo neperiano (2,7183)

    e: ndice de vazios

    Es: mdulo de deformao axial secante

    G: mdulo cisalhante

    G0, Gmax: mdulo cisalhante mximo

    LL: limite de liquidez

    LP: limite de plasticidade

    p: tenso efetiva normal mdia

    q: tenso desvio

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    : porosidade

    : teor de umidade

    f: teor de umidade aps a imerso do corpo-de-prova por 24 horas

    : incremento de deformao

    a: deformao axial

    s: deformao cisalhante

    v: deformao volumtrica

    : ngulo de atrito efetivo

    1,3 : tenses principais totais maior e menor

    1,3: tenses principais efetivas maior e menor

    d: tenso desvio

    : ngulo de dilatncia

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    LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

    ABNT: Associao Brasileira de Normas Tcnicas.

    ASTM: American Society for Testing and Materials

    CIENTEC: Fundao de Cincia e Tecnologia do Estado do Rio Grande do Sul

    CV: Cinza VolanteNORIE: Ncleo Orientado para a Inovao da Edificao

    LEEG: Laboratrio de Engenharia Geotcnica e Geotecnologia Ambiental

    NBR: Norma Brasileira

    PPGEC: Programa de Ps Graduao em Engenharia Civil

    RBR: Resduo de Britagem

    SUCS: Sistema Unificado de Classificao de Solos

    UFRGS: Universidade Federal do Rio Grande do Sul

    USACE: United States Army Corps of Engineers

    USBR: United States Bureau of Reclamation

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    1 INTRODUO

    1.1 PROBLEMA E RELEVNCIA DA PESQUISA

    Tendncias evidentes em Geotecnia encontram-se na busca de novas tecnologias e

    alternativas que tornem economicamente viveis as obras de engenharia e busquem solucionar

    os problemas relacionados com a agresso ao meio ambiente. A utilizao de bases granulares

    para rodovias, por exemplo, torna-se invivel quando a jazida est muito distante do local da

    obra, pelos elevados custos associados ao transporte e danos ambientais provenientes da

    prpria explorao e transporte do material.

    Outro exemplo a execuo de fundaes em terrenos de baixa capacidade de suporte

    e alta deformabilidade, onde a utilizao de fundaes profundas e os custos associados a essa

    soluo podem-se tornar incompatveis com porte do empreendimento, como no caso deconjuntos habitacionais de baixo custo.

    Nesses casos, uma alternativa disponvel o melhoramento das propriedades do solo

    do local atravs da adio de cal ou cimento. A aplicao da tcnica de tratamento de solos

    com cal vem sendo empregada com sucesso na construo de bases para pavimentos.

    Inmeras pesquisas (NEZ, 1991; THOM, 1994; CARRARO, 1997; CONSOLI,

    2001; LOVATO, 2004; LOPES JUNIOR, 2007; CONSOLI et al., 2009a, 2009b; DALLA

    ROSA 2009a) sobre solos tratados com cal tm sido realizadas na Universidade Federal do

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    inicial fornecida pela literatura ou norma, seguida pela execuo de uma srie de ensaios

    laboratoriais. Na busca de metodologias baseadas em critrios racionais como existe, porexemplo, para o concreto convencional, onde a relao gua/cimento desempenha papel

    fundamental na obteno da resistncia desejada, pesquisas recentes (LOPES JUNIOR, 2007;

    CONSOLI et al., 2009a; DALLA ROSA, 2009a) mostraram que a relao vazios/cal, definido

    pela razo entre a porosidade da mistura compactada e o teor volumtrico de cal, ajustado por

    uma potncia pode ser utilizada na previso da resistncia mecnica de solos tratados com calno estado no saturado.

    Solos tratados com cal exibem um comportamento mecnico complexo, influenciado

    por diversos fatores, dentre os quais se destacam a quantidade de cal adicionada, a porosidade

    da mistura, teor de umidade e principalmente tempo de cura.

    A presente pesquisa, ao identificar e quantificar as variveis mais importantes no

    controle do comportamento de solos artificialmente tratados com cal fornecer subsdios para

    que, a partir da manipulao adequada de tais variveis por meio de dosagem, se possa atingir

    de forma objetiva e com maior confiabilidade as propriedades requeridas.

    1.2 OBJETIVOS

    O objetivo geral desta pesquisa validar o uso da relao vazios/cal na estimativa da

    resistncia compresso simples e triaxial e verificar o comportamento tenso-deformao,comportamento tenso-dilatncia e rigidez inicial de um solo siltoso tratado com cal, com ou

    sem adies (finos), curado por perodos longos.

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    Quantificar a influncia da adio de resduos (normalmente utilizados em solos

    arenosos) de diferentes potenciais de reatividade no comportamento do solo-calestudado e verificar os efeitos das adies na relao vazios/cal.

    Estabelecer uma relao entre a resistncia compresso simples e o mdulo

    cisalhante inicial (G0) na metodologia de dosagem, expressa pela relao

    vazios/cal.

    1.3 ORGANIZAO DA TESE

    A presente tese est estruturada em cinco captulos descritos sucintamente a seguir:

    No captulo 1 feita uma introduo, onde so apresentados o problema e a relevncia

    da pesquisa e so definidos os objetivos gerais e especficos a serem atingidos.

    O captulo 2 constitui-se numa reviso da literatura acerca de aspectos relevantes ao

    tema abordado. Pretende-se dar ao leitor uma viso geral sobre a tcnica de solos tratadoscom cal, enfatizando sua aplicao, os materiais utilizados e os mtodos de dosagem

    existentes. Ainda neste captulo, so abordadas as caractersticas comportamentais tpicas de

    solos tratados com cal, bem como, nos fatores que exercem influncia sobre tais

    caractersticas, incluindo trabalhos recentes sobre o uso da relao vazios/cal na previso da

    resistncia mecnica de solos artificialmente cimentados.

    No captulo 3 feita uma descrio detalhada do programa experimental adotado,

    especificando as variveis de interesse, os materiais e mtodos utilizados.

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    2 REVISO BIBLIOGRFICA

    2.1 VISO GERAL SOBRE A TCNICA DO SOLO-CAL

    O uso da cal como aditivo no tratamento de solos o mais antigo mtodo de

    estabilizao qumica conhecida, utilizada nas mais variadas aplicaes, como a Via Apia,

    construda pelos Romanos. Pode-se definir solo-cal como o produto resultante da mistura

    ntima compactada de solo (geralmente argila), cal e gua, em propores estabelecidas

    atravs de dosagem (USBR, 1998).

    A adio de cal ao solo tem sido denominada de maneiras diferentes conforme o autor,

    sendo que termos como solo estabilizado, solo melhorado, solo modificado e solo tratado, so

    comumente utilizados. De maneira geral o critrio para a adoo de uma ou outra

    denominao o grau de alterao das propriedades do solo natural em funo da quantidadede aglomerante aplicado. Entretanto os processos so conceitualmente os mesmos, ou seja, a

    introduo e mistura de cal ao solo para obteno de propriedades como resistncia ou

    deformabilidade adequadas a um determinado uso de engenharia. Nesta reviso da literatura

    no ser feita distino entre os termos, sendo mantido o termo utilizado pelo autor citado.

    Utiliza-se solo-cal quando no se dispem de um material ou combinao de materiais

    com as caractersticas de resistncia, deformabilidade e permeabilidade adequados ao projeto.

    A estabilizao com cal comumente empregada na construo de estradas, sendo geralmente

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    II Rodovia Curitiba/Porto Alegre (Paran) prximo ao km 10, com 1000 metros de

    extenso. Foi utilizado um solo siltoso, com 3% e 7% de cal;

    III Rodovia Braslia/Fortaleza (Distrito Federal) proximidades de Sobradinho,

    foram construdos dois trechos de 150 metros cada e bases com 1% e 3% de cal;

    IV Avenida Sernambetiba Guanabara (Rio de Janeiro) trecho de 18 km, com

    base de 3% a 4% de cal;

    V Rodovia Cruz Alta/Carazinho (BR-377/RS) dois trechos experimentais em solo

    argiloso com 4% de cal.

    Outra importante aplicao do solo-cal tem sido na proteo de taludes contra a eroso

    em obras hidrulicas como, por exemplo, no canal de irrigao de Friant-Kern na Califrnia,

    no qual foi utilizada cal virgem pulverizada (3% a 5%). Tanto no aspecto estanqueidade,

    como no de estabilidade, o canal, com vazo de 150 m3/min, no apresentou nenhuma eroso

    significativa aps um ano de servios contnuos (LITTLE, 1999; GUIMARES, 2002).

    A tcnica de melhoramento do solo tambm pode ser utilizada nas fundaes deedificaes de pequeno porte, em solos com baixa capacidade de suporte ou que apresentam

    baixa estabilidade volumtrica. Tais condies so problemticas na medida em que podem

    causar severas patologias na edificao (INGLES; METCALF, 1972).

    A soluo tradicionalmente utilizada para suportar as cargas das construes nestes

    locais o uso de fundaes profundas, no entanto, este tipo de soluo tcnica pode

    inviabilizar a obra dependendo do tipo do empreendimento (THOM et al., 2005).

    Sandroni e Consoli (2010) apresentam uma ampla reviso bibliogrfica sobre a prtica

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    30

    estaqueada e congelamento. A adoo de uma ou mais solues tcnicas est associada

    principalmente ao tipo de obra e a espessura da camada de baixa resistncia.

    Thom et al. (2005), a partir de uma srie de resultados de ensaios de placa sobre

    sistemas de dupla camada, sendo a superior cimentada, e simulaes numricas atravs do

    Mtodo dos Elementos Finitos, apresentam um mtodo semi-emprico de dimensionamento

    de fundaes superficiais apoiadas sobre uma camada de solo resistente, a qual se encontra

    assente sobre uma camada de baixa resistncia.

    As principais concluses apresentadas por Thom et al. (2005) so:

    I - possvel utilizar um modelo simples para representar o comportamento de solos

    cimentados e no-cimentados, como o modelo elstico perfeitamente plstico com critrio de

    ruptura de Drucker-Prager em conjunto com o Mtodo dos Elementos Finitos, para prever o

    comportamento de fundaes superficiais apoiadas em um sistema de dupla camada;

    II - dos parmetros dos materiais, o mdulo de elasticidade e o ngulo de atrito da

    camada cimentada no influenciam significativamente o valor de capacidade de carga

    referente a 2% de recalque relativo (sendo o recalque relativo igual ao recalque observado

    divido pelo dimetro da placa);

    III - os parmetros dos materiais que mais influenciam a capacidade de carga em um

    sistema de dupla camada, sendo a superior cimentada, em ordem e importncia so: coeso da

    camada cimentada; coeso, mdulo de elasticidade e ngulo de atrito interno da camada no-cimentada;

    IV - a resposta tenso versus recalque relativo ser nica para uma mesma relao

    H/D d H d d i d D di d f d Q i

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    31

    Portanto a partir de um ensaio de placa de pequeno dimetro sobre um sistema de

    dupla camada, alm do valor da capacidade de carga a 2% de recalque relativo, possvelreproduzir a curva carga versus recalque de fundaes de maiores dimenses. De acordo com

    os autores, os valores da capacidade de carga a 2% de recalque relativo de fundaes

    superficiais apoiadas em sistema de dupla camada, sendo a superior cimentada, podem ser

    obtidos atravs das equaes (2.1), (2.2) e (2.3) abaixo:

    Para H/D = 1,00: Fu

    ePa

    q 3235,0%2 10,2 = (equao 2.1)

    Para H/D = 0,50: Fu

    ePa

    q 3365,0%2 31,1 = (equao 2.2)

    Para H/D = 0,25: Fu ePa

    q 3328,0%2 84,0 = (equao 2.3)

    Onde: qu2%: tenso de ruptura a 2% de recalque relativo.

    F: fator de parmetros

    +

    +

    +

    =Pa

    E

    Pa

    c

    Pa

    cF

    2

    24

    21ln

    cos

    1'ln

    'ln (equao 2.4)

    Pa: presso atmosfrica.c1: coeso da camada cimentada.c2: coeso da camada no-cimentada.2: ngulo de atrito interno da camada no-cimentada.

    E2: mdulo de elasticidade da camada no-cimentada.

    Como esta formulao foi obtida a partir de dados experimentais, necessrio

    explicitar a sua faixa de validade. Na tabela 2.1 apresentada a faixa de variao dos

    parmetros para os quais a metodologia aplicvel.

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    32

    Alm das aplicaes destacadas anteriormente, como execuo de fundaes

    profundas, construo de caminhos de servio, reforo em aterros, conteno em escavaes(injeo de lama de cal sob presso ou grouting), a tcnica de solo-cal tambm pode ser

    utilizada na confeco de blocos para alvenaria ou ainda no fechamento de trincheiras abertas

    para passagem de canalizaes (INGLES; METCALF, 1972; GUIMARES, 2002).

    2.1.1 Materiais Utilizados no Solo-Cal

    2.1.1.1 Solo

    A cal tem pouco efeito em solos altamente orgnicos e tambm em solos com pouca

    ou nenhuma quantidade de argila. mais eficiente em solos argilosos, podendo ser mais

    efetivo que o cimento em pedregulhos argilosos (INGLES; METCALF, 1972).

    Para verificar qual aglomerante mais indicado a ser utilizado na estabilizao de solosdeve-se levar em considerao a granulometria do solo e a plasticidade. Solos com mdia a

    alta plasticidade so mais reativos a cal, a qual aumenta a trabalhabilidade, diminui a

    expanso volumtrica e aumenta a resistncia (USACE, 1994).

    Thompson (1966) denominou de reativos aqueles solos que ao reagirem com a cal

    sofrem substancial ganho de resistncia, qual seja, 345 kN/m2, aps 28 dias de cura

    temperatura de 22,8 C. Solos que apresentam limitada reatividade pozolnica (ganhos de

    resistncia inferiores a 345 kN/m2) so denominados de no-reativos.

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    Ormsby e Kinter (1973) constataram para um solo contendo como principal argilo-

    mineral a caulinita, que a mistura com cal clcica apresentou maior resistncia compressosimples que a mistura com cal dolomtica. Quando o principal argilo-mineral presente era a

    montmorilonita, a cal dolomtica apresentou desempenho um pouco superior. Segundo

    Bhattacharja et al. (2003), independentemente da fonte de clcio utilizada, necessrio que

    uma quantidade equivalente de clcio seja disponibilizada para as reaes pozolnicas. Na cal

    dolomtica a presena de magnsio reduz a disponibilidade de clcio por peso unitrio, o quepoderia ser compensado pela dosagem de um maior teor de cal.

    2.1.1.2 Cal

    Conforme Guimares (2002), a cal utilizada na estabilizao ou melhoria dos solos

    produto resultante da calcinao, em temperaturas prximas de 1000C, de rochas

    carbonatadas clcicas e magnesianas existentes na superfcie terrestre. Na forma hidratada

    deve obedecer s determinaes da Norma Brasileira NBR 7175.

    Na tabela 2.2 so apresentadas as propriedades com valores mdios das cales

    comercializadas no mercado brasileiro, segundo Guimares (2002).

    Tabela 2.2: Composio mdia das cales brasileiras (GUIMARES, 2002)

    TIPO DE CAL CaO(%)MgO(%)

    Insolvelno HCl

    (%)

    Fe2O3+Al2O3(%)

    Perda aoFogo (%)

    CO2(%) SO3(%)

    CaO + MgO

    Base deNo-Voltil

    (%)

    MgO

    NoHidratado

    (%)

    CAL VIRGEM

    CLCICA9098 0,10,8 0,53,5 0,21,0 0,55,0 0,23,8 0,10,6

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    34

    2.1.1.3 Resduos Industriais

    A preocupao com o destino dos resduos proveniente de qualquer tipo de indstria

    alvo de inmeros trabalhos e pesquisas na atualidade. A introduo de resduos industriais na

    rea de melhoramento de solos visa basicamente solucionar problemas de carter econmico,

    tecnolgico, de consumo energtico e de ordem ambiental (CINCOTTO, 1988).

    Thom (2008) apresenta uma ampla reviso bibliogrfica do uso de resduosindustriais no melhoramento de solos no Brasil. Entre os materiais utilizados no

    melhoramento de solos no Brasil esto o fosfogesso, cal de carbureto, cinza pesada, fibras de

    garrafas PET, alcatro de madeira, resduo da indstria de pedras preciosas, resduos de

    britagem, resduos de construo e demolio e raspas de pneu.

    O uso de resduos como a cinza volante e filler proveniente da britagem de rochas

    baslticas, materiais utilizados nessa pesquisa, em principio so normalmente utilizados como

    adies no melhoramento de solos com cal, onde a matriz predominantemente arenosa com

    escassez de argila coloidal, a qual no reage satisfatoriamente cal. Para a estabilizao

    desses solos, quando o consumo de cal muito elevado (economicamente invivel) ou quando

    a correo da granulometria no possvel (por falta de outros materiais), a adio de

    materiais silicosos pode torn-los reativos cal (TRB, 1976; CONSOLI et al., 2001; LOPES

    JUNIOR, 2007; DALLA ROSA, 2009a).

    2.1.2 Reaes Solo-Cal

    Castro (1995) observa que quando se adiciona cal a um solo fino em presena de gua,

    ocorrem simultaneamente algumas reaes qumicas A estabilizao qumica com cal

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    As reaes pozolnicas so responsveis pelo contnuo aumento da resistncia

    mecnica de misturas solo-cal. Esse aumento ocorre porque as fontes de slica, alumina eferro presentes no solo reagem com a cal e a gua, formando diversos produtos cimentantes.

    Segundo Rogers e Glendinning (2000), os ons hidroxila liberados da cal elevam o pH

    da mistura a um valor suficientemente alto, de modo que a slica e a alumina sejam

    dissolvidas da argila. Essas reaes formaro gis de silicatos ou aluminatos hidratados de

    clcio. Segundo relato do TRB (1987) esta reao no cessar enquanto houver Ca(OH)2

    reagindo e slica disponvel no solo. Conforme Ingles e Metcalf (1972), os gis de silicato

    resultantes da reao imediatamente cobrem e ligam as partculas de argila, bloqueando os

    vazios. Os gis so cristalizados lentamente e transformados em silicatos hidratados de clcio

    bem definidos. Os autores salientam que esta reao s ocorre em presena de gua, que tem a

    funo de carregar os ons clcio e hidroxila para a superfcie da argila. Este mecanismo

    mostrado na figura 2.2.

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    2.1.3 Dosagem Solo-Cal

    2.1.3.1 Mtodos Clssicos

    A dosagem visa selecionar a quantidade de cal a ser adicionada ao solo que fornecer a

    resistncia e a durabilidade adequadas ao uso que o material se destina. O procedimento dedosagem feito atravs de baterias de testes de laboratrio (INGLES; METCALF, 1972).

    Entre os mtodos clssicos de dosagem de misturas solo-cal mais utilizados destacam-

    se:

    I Mtodo do pH (EADES; GRIM, 1966) consiste na determinao do teor mnimode cal que produza um aumento no valor de pH para 12,4.

    II Mtodo do ICL (Initial Consumption of Lime) proposto por Rogers et al. (1997),

    uma variao do mtodo do pH, onde o teor mnimo de cal aquele onde o pH atinge um

    valor constante (mximo);

    III Mtodo doLime Fixation Point(HILT; DAVIDSON, 1960) baseado no limite

    de plasticidade, que determina o teor de cal mximo que proporciona melhoria na

    trabalhabilidade, sem ganhos significativos de resistncia;

    IV Mtodo de Thompson (1966) que define como reativo um solo que apresenteum aumento de resistncia compresso simples de pelo menos 345 kPa quando estabilizado

    com cal.

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    como Gley Hmico, verificou que o mtodo Eades e Grim (1966) no se apresentou adequado

    para a determinao do teor timo de cal, o valor adotado pelo mtodo (9%) simplesmentemelhorou as caractersticas do material, no cimentando as partculas como esperado.

    Segundo Bhattacharja et al. (2003), os mtodos de dosagem existentes geralmente

    consideram a resistncia como um critrio secundrio e no levam em considerao a

    durabilidade.

    A ttulo de ilustrao, a tabela 2.3, adaptada de Ingls e Metcalf (1972), apresenta um

    indicativo da quantidade de cal a ser adicionada para a estabilizao, de acordo com o tipo de

    solo.

    Tabela 2.3: Previso da quantidade de cal em funo do tipo de solo(adaptada de INGLES; METCALF, 1972)

    TIPO DE SOLOTEOR DE CAL PARA

    MODIFICAOTEOR DE CAL PARA

    ESTABILIZAO

    Pedra finamente britada 2 a 4 No recomendado

    Pedregulho argiloso bem graduado 1 a 3 3

    Areias No recomendado No recomendado

    Argila arenosa No recomendado 5

    Argila siltosa 1 a 3 2 a 4

    Argilas 1 a 3 3 a 8

    Solos orgnicos No recomendado No recomendado

    2.1.3.2 Metodologia Relao Vazios/Cal

    A relao volume de vazios/volume de agente cimentante na previso do

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    Em seu estudo, Lopes Junior (2007) utilizou solo residual de arenito Botucatu

    misturado com 25% de rocha basltica pulverizada. As porcentagens de cal utilizadas, emrelao massa de solo seco, foram de 3%, 5%, 7%, 9% e 11%. Para cada porcentagem de cal

    foi feita uma srie de ensaios de resistncia compresso simples, moldadas a diferentes

    teores de umidade e massas especficas aparentes secas, ambos determinados a partir das

    curvas de compactao das misturas de solo-cal.

    A relao vazios/cal utilizada por Lopes Junior (2007) definida pela seguinte

    expresso:

    caldeabsolutoVolume

    gua)(arvaziosdeabsolutoVolume +=

    ca

    v

    V

    V (equao 2.5)

    Para Lopes Junior (2007), a melhor maneira de representar a relao vazios/cal na

    previso da resistncia compresso simples e compatibilizar as taxas de variao das

    grandezas foi atravs da aplicao de uma potncia igual a 0,06 sobre o parmetro Vca. Na

    figura 2.3 so mostrados os resultados obtidos para amostras com 28 e 90 dias de cura. Para o

    autor, o uso deste tipo de relao pode ser de utilizada para dosagem de solo-cal e controle de

    execuo de misturas em campo.

    1000

    1200

    1400

    1600

    1800

    2000

    qu(kPa)

    Cal 28 dias : qu= 4,22.1009

    (Vv/(Vca)0,06

    )-3,89

    (R2= 0,97)

    Cal 90 dias : qu= 4,15.1010

    (Vv/(Vca)0,06

    )-4,29

    (R2= 0,98)

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    40

    Posteriormente Dalla Rosa (2009a), utilizando o mesmo conceito vazios/cal, tratou um

    solo silte arenoso misturado com diferentes propores de cinza volante (12,5%, 25% e 50%)com 3%, 5%, 7% e 9% de cal. Para cada porcentagem de cal foi feita uma srie de ensaios de

    compresso simples, moldadas a diferentes massas especficas aparente secas e curadas por

    distintos perodos de cura. A figura 2.4 apresenta a relao vazios/cal, expressa na forma de

    porosidade/teor volumtrico de cal, com os resultados de compresso simples das amostras de

    solo-cal com 25% de cinza volante curadas previamente por 28, 60 e 90 dias. Paracompatibilizao das grandezas, o autor utilizou uma potncia igual a 0,12, o qual no variou

    com o tempo de cura.

    0

    1000

    2000

    3000

    4000

    5000

    6000

    7000

    8000

    9000

    10000

    24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44

    qu

    (kPa)

    / (Cav)0,12

    28 dias : qu = 1,37x1010(/Cav

    0,12)-4,58 (R2 = 0,93)

    60 dias : qu = 2,11x1010(/Cav

    0,12)-4,58 (R2 = 0,88)

    90 dias : qu = 3,44x1010(/Cav

    0,12)-4,58 (R2 = 0,92)

    Figura 2.4: relao porosidade/teor volumtrico de cal ajustado versus

    resistncia compresso simples (adaptado de DALLA ROSA,

    41

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    41

    resultados de resistncia compresso simples obtidos por Foppa (2005). Foram adotados trs

    valores de /(Civ)0,28

    (relao entre a porosidade e o teor volumtrico de cimento ajustadospor um fator 0,28) para avaliao (20, 25 e 35), como apresentado na figura 2.6.

    Os autores concluram que a relao vazios/cimento tambm fornece bons resultados

    para a previso da tenso desvio dos ensaios triaxiais adensados no-drenados. Observaram,

    tambm, que a curva de ajuste dos ensaios triaxiais ficou prxima, porm, um pouco acima da

    curva de ajuste dos ensaios de compresso simples, devido ao efeito do confinamento (Figura

    2.5).

    qu = 5,025.107(

    /(Civ)0,28

    )-3,32

    R

    2

    = 0,97

    d = 2,948.106(

    (Civ)0,28

    )-2,31

    R2= 0,85

    0

    1000

    2000

    3000

    4000

    5000

    6000

    10 15 20 25 30 35 40 45

    /(Civ)0.28

    qu(kPa)

    Compresso Simples

    Triaxiais N o-drenados

    Figura 2.5: previso da tenso desvio atravs da relaovazios/cimento (CONSOLI et al., 2007)

    Cruz (2008) utilizando o conceito vazios/cimento tratou uma areia fina com 2% 3%

    42

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    42

    Figura 2.6: tenso versus relao vazios/cimento para diferentestenses confinantes (CRUZ, 2008)

    Na figura 2.7 so apresentas as correlaes entre a relao vazios/cimento e a rigidez

    inicial (G0). A partir dos resultados de compresso simples e rigidez inicial, Cruz (2008)

    relacionou as duas variveis de resposta, obtendo como equao resultante:

    ivu Cq

    G 10000 (equao 2.6)

    43

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    43

    2.2 VARIVEIS DETERMINANTES DO COMPORTAMENTO DO SOLO-

    CAL

    2.2.1 Efeito da Cal

    A primeira resposta da mistura solo-cal ser a reduo do ndice de plasticidade e

    melhoria na trabalhabilidade e a segunda ser o ganho de resistncia atravs da cimentao

    das partculas (INGLES; METCALF, 1972; ATTOH-OKINE, 1995; TRB, 1987).

    Guimares (1971) afirma que, de modo geral, a cal afeta favoravelmente certas

    propriedades dos solos, o que se reflete em variaes das caractersticas fsicas seguintes:

    granulometria, plasticidade, contrao e retrao, umidade de campo, densidade,

    trabalhabilidade, desintegrao e compactao, resistncia e permeabilidade.

    Consoli et al. (2001), ao estudar um solo arenoso tratado com cinza volante e cal decarbureto, verificaram que para uma mesma tenso confinante, o aumento da quantidade de

    cal provoca aumento da resistncia de pico e diminuio da deformao na qual o pico

    atingido.

    2.2.2 Efeito da Densidade e Compactao

    De similar importncia quantidade de cal a densidade na qual a mistura

    44

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    44

    As partculas do solo, quando adicionada cal, se tornam mais floculadas, devido

    substituio dos ons sdio monovalentes da argila por ons clcio divalentes. Devido floculao, a quantidade de vazios e o tamanho dos vazios no solo aumenta. Esta estrutura

    floculada forte o suficiente para resistir aos esforos de compactao com um ndice de

    vazios mais alto, reduzindo assim o ddo solo. Quanto mais vazios houver, mais gua ser

    necessria para preench-los, o que resultar em uma umidade tima maior, e uma curva de

    compactao mais achatada (SIVAPULLAIAH et al., 1998).

    2.2.3 Efeito do Teor de Umidade e da Relao gua/Cal

    Solos estabilizados com cal normalmente so compactados em campo na umidadetima para obteno da massa especfica aparente seca mxima, como determinado no ensaio

    de compactao de Proctor. Entretanto, estudos com solo-cal e solo-cimento mostram que em

    alguns casos, o teor de umidade que proporciona mxima resistncia e durabilidade no

    necessariamente igual ao teor de umidade que gera a maior massa especfica aparente seca, e

    sim um valor levemente inferior ao teor timo (CARRARO, 1997; FOPPA, 2005).

    Kzdi (1979) observou que no existe uma correlao entre o teor de umidade de

    moldagem que confere aos corpos-de-prova o mximo valor de resistncia e aquele que

    permite a compactao na mxima densidade.

    Osinubi (1998) estudou a influncia do retardamento da compactao em misturassolo-cal, observando uma reduo na umidade tima da mistura com a espera na

    compactao, o que pode ser atribudo s trocas catinicas e floculao das partculas de

    argila que ocorrem simultaneamente deste modo diminuindo a gua disponvel no sistema

    45

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    45

    clcica e dolomtica, o autor observou uma umidade tima em mdia 1,3% maior para as

    misturas com cal clcica que para as misturas com cal dolomtica.

    Lopes Junior (2007) estudou misturas de solo residual de arenito Botucatu com 25%

    de rocha basltica pulverizada, tratadas com 3%, 5%, 7%, 9% e 11% de cal. Nessas misturas

    utilizou-se 10%, 12%, 14% e 16% de umidade de moldagem. Os resultados mostraram que a

    variao de umidade de moldagem no afetou a resistncia compresso simples para os

    tempos de cura estudados (28 e 90 dias), verificou-se no existir relao entre a resistncia

    compresso simples e a relao gua/cal. Segundo o autor, para o solo-cal estudado, a relao

    gua/cal no a melhor maneira de prever a resistncia em solos no estado no-saturado. Em

    solos tratados com cal, Ingls e Metcalf (1972) afirmam que a gua somente necessria para

    transportar os ons clcio e hidroxila para a superfcie da argila para que ocorram as reaes

    qumicas, e que o teor timo de gua obtido pelo ensaio de compactao suficiente para

    efetivar esse processo.

    2.2.4 Efeito do Tempo de CuraIngls e Metcalf (1972) apresentam um estudo sobre a influncia do tempo de cura em

    diferentes tipos de solos, tratados com 5% de cal hidratada, observando taxas de ganhos de

    resistncia maiores em pedregulhos arenosos, conforme a figura 2.8.

    Thom (1994) estudou misturas de uma argila mole (pedologicamente conhecidacomo Gley Hmico) com 5, 7 e 9% de cal dolomtica. Observou que a resistncia no

    apresentou variao significativa para tempos de cura superiores a 7 dias. Segundo o autor, as

    reaes pozolnicas foram impedidas ou sua quantidade insuficiente para cimentar as

    46

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    6

    simples fundamentalmente dependente do teor de cal de carbureto, apresentando uma

    relao aproximadamente linear.

    Figura 2.8: efeito do tempo de cura sobre a resistncia compresso

    simples para alguns solos estabilizados com cal (adaptado deINGLS; METCALF, 1972)

    Lopes Junior (2007) verificou que misturas de solo residual de arenito Botucatu com

    25% de rocha basltica pulverizada, tratadas com 3%, 5%, 7%, 9% e 11% de cal, curadas com

    90 dias, apresentaram em mdia, resistncias 50% superiores em relao s amostras com 28

    dias de cura.

    Para as misturas de solo residual de Arenito Botucatu com 25% de cinza volante,

    d 3% 5% 7% 9% d l D ll R (2009 ) ifi d

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    2.3 COMPORTAMENTO MECNICO DO SOLO-CAL

    2.3.1 Resistncia Compresso Simples

    A resistncia de misturas solo-cal normalmente avaliada atravs dos ensaios de

    compresso simples, compresso triaxial e ndice de Suporte Califrnia (ISC), e depende de

    diversas variveis como: tipos de solo e cal, teor de cal, tempo e temperatura de cura (TRB,

    1987).

    Segundo Ingls e Metcalf (1972), geralmente, a resistncia compresso simples

    aumenta linearmente com a quantidade de cal at certo nvel, usualmente 8% para solos

    argilosos. A partir deste ponto a taxa de acrscimo de resistncia diminui com a quantidade de

    cal, devido s misturas solo-cal apresentarem uma cimentao lenta e depender do tipo de

    solo (Figura 2.9).

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    Herrin e Mitchell (1961) afirmaram que no h, aparentemente, um teor timo de cal,

    que produza a mxima resistncia em um solo estabilizado. Apontaram o teor e tipo de cal, otipo de solo, a massa especfica, o tempo e tipo de cura, como sendo os principais fatores que

    influenciam a resistncia de misturas de solo e cal.

    Ormsby e Kinter (1973), por sua vez, constataram que em solos ricos em caolinita a

    adio de cal clcica d maiores resistncias do que a dolomtica, sendo a resistncia

    compresso simples funo linear do teor de cal adicionado. J para solos contendo

    montmorilonita a relao uma equao do segundo grau, e os melhores efeitos so obtidos

    com a adio de cal dolomtica.

    O aumento da resistncia compresso simples de misturas solo-cal, com o aumento

    da energia de compactao, foi observado por Mateos (1964), que afirmou que a resistnciadas misturas fortemente influenciada pela temperatura de cura, recomendando a construo

    de camadas de pavimento estabilizadas com cal no incio do vero. Carraro (1997) verificou

    que a energia de compactao influencia e de fundamental importncia na determinao da

    resistncia mecnica de solos tratados com cal de carbureto e cinza volante.

    2.3.2 Resistncia Trao

    A resistncia trao do solo-cimento de grande interesse em projetos de

    pavimentos e tem sido investigada por vrios pesquisadores. (TRB, 1987).

    Conforme citado por Nez (1991), Thompson (1975) afirmou que a resistncia

    trao por compresso diametral conduz a menores valores que a resistncia trao na

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    Segundo TRB (1987), estudos de Thompson (1969) demonstraram que o quociente

    entre a resistncia trao na flexo e a resistncia trao na compresso diametral emtorno de 2. Assim pode-se estimar que a resistncia trao na flexo 25% da resistncia

    compresso simples.

    2.3.3 Resistncia ao Cisalhamento

    Existe um entendimento geral que, para uma dada variao de tenses, a resistncia ao

    cisalhamento de solos naturalmente e artificialmente cimentados pode ser representada por

    uma envoltria reta de Mohr-Coulomb, definida por um intercepto coesivo, que apenas

    funo da cimentao, e por um ngulo de atrito que parece no ser afetado pela cimentao(SCHNAID et al, 2001).

    O principal efeito na resistncia ao cisalhamento de um solo fino reativo o de

    produzir um substancial aumento da coeso; sendo o aumento do ngulo de atrito bem menos

    expressivo. Considerando as baixas tenses confinantes atuantes no interior de pavimentos

    flexveis ou fundaes superficiais, o aumento da coeso da maior importncia. Para os

    solos de Illinois, Thompson (1966) observou que o ngulo de atrito interno de misturas solo-

    cal variava de 25 a 35 e obteve a seguinte relao entre a coeso (c) e a resistncia

    compresso simples (RCS):

    c = 9,3 + 0,292 RCS (equao 2.6)

    Onde: c e RCS so medidas em psi (1 psi 0,7 kgf/cm2)

    Th (1994) t bili l l ifi d Gl H i 5% 7%

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    2.3.4 Resposta Tenso-Deformao

    As caractersticas tenso-deformao so essenciais para a anlise do comportamento

    de uma estrutura de pavimento ou fundaes superficiais assentes sobre uma camada em solo-

    cal.

    Em geral, o comportamento tenso-deformao de solos cimentados pode ser descrito

    como inicialmente rgido, aparentemente linear at um ponto de plastificao bem definido,alm do qual o solo sofre aumento nas deformaes plsticas at a ruptura. Outra

    caracterstica apresentada a marcante fragilidade na ruptura com a formao de planos de

    ruptura. Tal fragilidade aumenta com o aumento da quantidade de aglomerante e diminui com

    o aumento da tenso efetiva mdia (SCHNAID et al., 2001).

    O efeito da cal nas caractersticas de deformabilidade de um solo fino reativo so

    marcantes. A tenso de ruptura aumenta significativamente, enquanto que a deformao para

    ruptura diminui. Akoto e Singh (1986) observaram que quando as tenses de trao so

    elevadas, as amostras de laterita tratadas com cal se deformam notavelmente antes de

    romperem. Thompson (1965), entretanto, afirmou que a anlise da curva tenso deformao

    revela o comportamento frgil das misturas solo-cal.

    Para o solo classificado como Gley Hmico, Thom (1994) observou que o mdulo

    secante, entre a origem e 75% da tenso de ruptura, aumenta com o teor de cal. Aps 7 dias de

    cura, a mistura de solo tratado com 9% de cal apresentou mdulo secante 2,63 vezes maior

    do que o solo natural.

    Consoli et al. (1997) apresentam resultados de ensaios triaxiais CIU contendo o

    comportamento tenso-deformao-poropresso de misturas de argila com alto teor de

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    mas tambm as condies de compactao. Os autores observaram tambm que o mdulo de

    deformao secante decresce de forma acentuada com o aumento das deformaes axiais.

    Figura 2.10: Curvas (ensaios triaxiais CIU) tenso-deformao-poropresso (CONSOLI et al., 1997)

    2.3.5 Rigidez Inicial

    O aumento da rigidez inicial o efeito mais evidente em solos cimentados, por esta

    razo, e em funo dos avanos tecnolgicos realizados nas reas de medio de deformaes

    e de aquisio de dados em laboratrio, diversos autores tm se dedicado ao estudo do

    comportamento a pequenas deformaes de materiais geotcnicos. Entre eles, esto ostrabalhos apresentados por Clough et al. (1981), Bressani (1990), Chang e Woods (1992),

    Hight e Jardine (1993), Tatsuoka et al (1999), Consoli et al (2000) e Schnaid et al (2001).

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    Atravs dos trabalhos realizados por Atkinson e Sallfors (1991) e Mair (1993),

    Atkinson (2000) apresenta na figura 2.11 uma tpica curva rigidez-deformao, onde seobserva a degradao da rigidez com o aumento da deformao, as faixas de deformaes a

    que o solo est submetido em condies de servio para diferentes estruturas geotcnicas e as

    faixas de deformaes para as quais a rigidez pode ser determinada em diferentes ensaios

    laboratoriais. Verifica-se que para pequenas deformaes a rigidez relativamente alta,

    enquanto que, para deformaes prximas da ruptura, o seu valor diminui drasticamente. Estadegradao, demostra claramente a forte dependncia da rigidez com o nvel de deformao,

    comprovando o carter no linear dos solos.

    Figura 2.11: curva de degradao da rigidez com o nvel dedeformao (adaptado de ATKINSON, 2000)

    Assim vrios estudos tm proposto a utilizao de um modelo de comportamento

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    contatos das partculas, sendo que quando superada a mesma, notveis mudanas no vetor de

    incremento de deformaes plsticas so constatadas. Por final, uma terceira superfcie define olimite onde a partir deste ponto, deformaes em larga escala so observadas, e como

    consequncia, ocorre progressiva degradao da estrutura cimentante. Sendo assim, esta

    superfcie somente afetada por deformaes relativamente grandes.

    O comportamento na faixa de deformaes intermedirias (10-5a 10-2) caracteriza-se

    por deformaes irreversveis no lineares, muito importantes na avaliao de movimentos

    em massas de solo e estrutura de engenharia, mas que, porm, so mais difceis de

    caracterizar do que as propriedades quase-elsticas. A obteno de parmetros adequados para

    projeto nesta faixa de deformaes normalmente baseada em uma combinao das seguintes

    abordagens: (1) a combinao de parmetros de rigidez quase-elsticos obtidos a partir de

    medidas ssmicas com dados a grandes deformaes obtidos em ensaios de carregamento emcampo; (2) a anlise no linear de resultados de ensaios de placa ou pressiomtricos; e (3)

    ensaios de laboratrio com medidas na faixa de deformaes de interesse, realizados sobre

    amostras da melhor qualidade possvel e utilizando-se trajetrias de tenses relevantes

    (TATSUOKA et al., 1999).

    Segundo Tatsuoka e Kohata (1994), a avaliao da rigidez inicia