A FACE REPUGNANTE

PRINCPIOS DA ADMINISTRAO1a aula

A CINCIA DA ADMINISTRAO(6 folhas)

1. ConceitoS de cincia

Durante muito tempo o homem iniciou uma jornada em busca do conhecimento para buscar possveis respostas a certas questes referentes a problemas do seu dia-a-dia. Algumas destas respostas eram, muitas vezes, explicadas de forma mstica medida que utilizavam a mitologia para explic-las (exemplo: mau agouro por uma razo irracional). Quando o homem passou a questionar estas respostas e a buscar explicaes mais plausveis, por meio da razo, excluindo suas emoes e suas crenas religiosas, passou-se a obter respostas mais realistas que, demonstradas, muitas vezes ingenuamente, se aproximavam mais da realidade das pessoas e por isto, talvez, passaram a ser bem aceitas pela sociedade. Podemos dizer que essa nova forma de pensar do homem foi que criou a possibilidade do surgimento da idia de cincia e que sua tentativa de explicar os fenmenos, por meio da razo, foi o primeiro passo para se fazer cincia. Mas o que cincia afinal?

So muitos os autores e pensadores que apresentam conceitos do que cincia.

A cincia abrange praticamente todos os campos do conhecimento humano, relacionados com fatos ou acontecimentos e agrupados por princpios que so as regras.

Trata-se do estudo, com critrios metodolgicos, das relaes existentes entre causa e efeitos de um fenmeno qualquer, no qual o estudioso se prope a demonstrar a verdade dos fatos e suas aplicaes prticas.

uma forma de conhecimento sistemtico, dos fenmenos da natureza, dos fenmenos sociais, dos fenmenos biolgicos, matemticos, fsicos e qumicos, para se chegar a um conjunto de concluses verdadeiras, lgicas, exatas, demonstrveis por meio da pesquisa e dos testes.

De acordo com os cientistas, qualquer assunto que possa ser estudado pelo homem pela utilizao do mtodo cientfico e de outras regras especiais de pensamento pode ser chamado de cincia.

No mundo acadmico, fazer cincia importante para todos porque por meio dela que se descobre e se inventa. Por intermdio da cincia e da tecnologia que temos os aparelhos de comunicao, o computado, fibras pticas, meios de transporte complexos, instrumentos cirrgicos de alta preciso, avies, foguetes, dentre outros.

Por meio das observaes e do experimento, ns interferimos e alteramos a prpria natureza e o fenmeno observado. Cincia o conhecimento sistematizado de um objeto com o fim de explicar e prever fenmenos.

Cincia vem do latim scire = conhecer, e tem por objetivo descrever os fenmenos no mundo real.

A cincia todo o conjunto de atitudes e de atividades dirigidas ao sistemtico conhecimento com o objetivo limitado, capaz de ser submetido a verificao.

O objetivo da cincia ao descrever como funcionam os fenmenos do mundo real o de possibilitar ao individuo buscar explicaes para estes fenmenos e, eventualmente at predizer determinados fenmenos.Pressuposto de todas as cincias: existem certas regularidades na vida social que podem ser observadas e consequentemente previstas e controladas.RESUMINDO:

2 Cincia Pura, Cincia Social e Cincia Aplicada

2.1 Cincia Bsica ou Pura:

Limita-se a descrio dos fenmenos, bem como a sua compreenso.

2.2 Cincia Aplicada

Quando utilizamos o conhecimento para agir.

Baseia-se na cincia bsica (pura), utiliza seus dados, suas leis e mesmo seus mtodos. Diferencia-se da cincia bsica somente por seu objetivo. No puramente cognitiva, mas sim, socialmente til. No busca novas leis, e sim, aplica a cincia bsica para gerar conhecimentos potencialmente utilizveis em realizaes tecnolgicas.

2.3 Cincia Social

Todas as atividades que esto preocupadas em sistematicamente investigar e explicar aspectos da relao entre o individuo e a sociedade da qual parte integrante.

3. PONTOS IMPORTANTES

3.1 A mentalidade cientfica consiste em suspender nossas crenas at que seja produzida evidncia apropriada e, s ento, acreditar ou aceitar os fatos na medida em que so justificados pela evidncia disponvel. (Duncan, 1978, p. 50).

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3.2 Evitar nas concluses Juzo de valor sobre o objeto em estudo:

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3.3 Utilizar mtodos cientficos nas pesquisas:

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Existem algumas palavras que, quando usadas, causam rejeio ou, no mnimo, uma reao de desconforto, especialmente entre alunos e praticantes de administrao. TEORIA uma delas. A razo simples e at mesmo compreensvel: os administradores, afinal de contas, so homens e mulheres prticos, pragmticos, voltados ao. O que tem teoria a ver com eles? (CARAVANTES, 2006).

A resposta pode ser dada em uma nica palavra: TUDO. Em primeiro lugar, a existncia de dados isolados a respeito de um determinado fato ou fenmeno pouco significativa. S comea a fazer sentido quando voc estabelece relaes e conexes entre eles. Pense bem: um tremor de terra em So Francisco, outro em Los Angeles e um terceiro na Cidade do Mxico sero trs acontecimentos independentes e isolados, que sero registrado sem que da decorra nenhuma ao, a no ser a de mero registro. Ou ento, podem ser interpretados como tendo conexes, em virtude da existncia de uma fratura geolgica e movimentao de placas tectnicas. Mas para afirmar isso e derivar conseqncias a previso de outro terremoto, por exemplo desses trs fatos aparentemente isolados, h que haver uma teoria que procure relacionar esses fatos.Essencialmente uma teoria uma representao abstrata do que se percebe realidade.

CONCEITOS:

A tentativa de associar e integrar os dados coletados atravs da experimentao e observao em um sistema explanatrio compreensvel.

A teoria um conjunto de afirmaes ou regras feitas para enquadrar alguma parte do mundo real.

Uma teoria um corpo amplo de proposies interconectadas sobre como uma parte do mundo social funciona.

A formulao de uma teoria inicia com observaes da realidade, com graus diferentes de sofisticao. Quando ns fazemos tais observaes, adotando uma postura cientfica, ns o fazemos de forma ordenada, sistemtica, com pesquisa e possivelmente mensuraes. A partir de ento, conectaremos estas observaes, buscando ilaes.Vamos ver um exemplo de teoria, para entender melhor:

Ex1.: Teoria da dissonncia cognitiva, que afirma que as pessoas tentam reduzir a dissonncia quando ela surge em suas experincias.

Exemplo: Uma hiptese desta teoria e a de que pessoas a quem se oferece uma pequena soma de dinheiro para fazer uma palestra contrria s suas prprias atitudes mudaro sua atitudes mais do que aquelas a quem se oferecem grandes somas.

(Cognies: Qualquer conhecimento ou opinio que a pessoas tem a respeito dos outros, do ambiente ou de si mesma).

Ex2.: Teoria do Homo Economicus: Teoria muito aceita no incio do sculo passado, e que fundamentou toda a pesquisa de Taylor. Segundo esta teoria o homem motivado por recompensas monetrias, e ir agir de acordo com o volume de recompensas que receber. At hoje esta teoria discutida pelos tericos da administrao, sendo criticada por uns e aceita por outros.

Teorias so sempre provisrias. Se representam o melhor de nosso conhecimento para a poca, no representam uma verdade absoluta. Elas aguardam reviso e substituio. (Max Weber)

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A teoria organizacional pode ser descrita como: um conjunto de afirmaes relacionadas, hipteses, sobre um conjunto de variveis que descrevem os parmetros da organizao e, talvez, o comportamento organizacional, e/ou uma srie de afirmaes do tipo: Se... Ento, que predizem o efeito de certos arranjos estruturais sobre o desempenho e o comportamento.

A teoria gerencial prescreve o que fazer para chegar a um determinado resultado ou para evitar que uma determinada condio indesejvel venha a ocorrer.

A teoria gerencial uma teoria da prtica, enquanto a teoria organizacional descritiva e/ou preditiva. A TO nos diz o que e o que ser, mas no nos diz o que fazer, quem faz esse papel a teoria gerencial.

A teoria organizacional no necessariamente uma teoria gerencial. Embora uma teoria gerencial deva estar baseada na teoria organizacional.

A TGA Teoria Geral da Administrao o corpo de conhecimentos a respeito das organizaes e do processo de administr-las. formada por princpios, proposies e tcnicas em permanente elaborao. Seu objetivo final a preparao de administradores para todos os tipos de organizaes.

Os conhecimentos que compem a Teoria Geral da Administrao agrupam-se em trs categorias principais: enfoques, modelos e escolas.

4.2 Escolas

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5 Paradigmas

Na verdade o assunto paradigmas poderia, e at mesmo deveria, estar em um captulo a parte, visto a sua importncia para todas as cincias.

A verdade que os paradigmas so os norteadores de todas as cincias, sejam elas sociais, humanas, exatas, etc.

Para um entendimento mnimo do que significa essa noo, pode-se conceituar o paradigma enquanto um modelo de cincia que serve como referncia para todo um fazer cientfico durante uma determinada poca ou um perodo de tempo demarcado. A partir de um certo momento da histria da cincia, o referido modelo predominante tende a se esgotar em funo de uma crise de confiabilidade nas bases estruturantes de seu conhecimento. Ento, o paradigma passa a ser substitudo por outro modelo cientfico predominante. Tambm pode ocorrer o fato de dois paradigmas disputarem o espao de hegemonia da construo do conhecimento, do fazer cientfico.

Paradigma pode ser entendido por um exemplo, um modelo, uma referencia, uma diretriz, um parmetro, um rumo, uma estrutura, ou ate mesmo ideal. Algo digno de ser seguido. Podemos dizer que um paradigma a percepo geral e comum - no necessariamente a melhor - de se ver determinada coisa, seja um objeto, seja um fenmeno, seja um conjunto de idias. Ao mesmo tempo, ao ser aceito, um paradigma serve como critrio de verdade e de validao e reconhecimento nos meios onde adotado.

Quando um modelo aceito pela maioria da comunidade cientfica, ele se torna um modo obrigatrio de abordagem dos problemas.

V-se, ento, que os paradigmas no tm apenas uma funo explicativa, mas tambm uma funo normativa; eles tendem a definir o que e o que no verdade.

Como vimos anteriormente a Administrao uma cincia subjetiva, possuindo diversas teorias e perspectivas sobre um determinado assunto (Motivao, por exemplo), isto ocorre porque os paradigmas que a sustentam, so tambm contraditrios e esto em constante modificao.

RESUMINDO

Paradigmas so modelos ou padres , que servem como marcos de referncia, para explicar s pessoas como lidar com diferentes situaes e ajud-las nisso. No campo da administrao, os paradigmas so, principalmente:

Premissas ou hipteses: so explicaes que ajudam a entender as organizaes e orientam a maneira de administr-las. Neste caso, paradigma significa o mesmo que doutrina, conforme a definio apresentada anteriormente.

Modelos de administrao e organizao: conforme as definies j apresentadas, os modelos compreendem todos os tipos de tcnicas e solues para administrar as organizaes.

Contexto: compreende a conjuntura social, econmica, tecnolgica, competitiva etc. dentro da qual as organizaes so administradas.Paradigma a representao do padro de modelos a serem seguidos. um pressuposto filosfico matriz, ou seja, uma teoria, um conhecimento que origina o estudo de um campo cientfico; uma realizao cientfica com mtodos e valores que so concebidos como modelo; uma referncia inicial como base de modelo para estudos e pesquisas.

Paradigma tambm pode ser entendidos como valores e "preconceitos" que cada ser humano detm em seu subconsciente.Por definio pode-se dizer que paradigma a maneira como voc olha para o seu mundo, de como o v e sente, qual a sua referncia em relao a algo, quais so as suas crenas para determinado assunto.

Um novo paradigma aceito quando consegue explicar a realidade mais, ou melhor, do que o paradigma em vigor. Entretanto, importante compreender que, muito embora um novo paradigma possa parecer suplantar ou substituir um paradigma anterior, no adequado classificar o anterior como errado e o mais novo como certo. A seu tempo e lugar, cada um deles oferece insights prticos e importantes em relao a como os eventos e os objetos devem ser tratados.

Como em muitos outros campos, os paradigmas da administrao mudam constantemente . As mudanas variam em termos de velocidade, permanncia e magnitude. A revoluo Industrial provocou uma mudana de grande magnitude, em tempo relativamente curto, que moldou inmeras caractersticas da sociedade atual. Formas de produo e consumo, urbanizao, diviso das pessoas em classes , profisses e muitos outros aspectos da sociedade fazem parte do paradigma criado pela Revoluo Industrial. Grande parte das teorias e tcnicas da administrao, que voc estuda neste livro, nasceram dessas tendncias.

A seguir, a Figura 1.10 apresenta um resumo das principais mudanas de paradigmas que ocorreram na passagem para o terceiro milnio. No ltimo captulo deste livro, novos conceitos e tcnicas especficas sero analisados.

PARADIGMAS

TRADICIONAISPARADIGMAS DO TERCEIRO

MILNIO

Revoluo Industrial substituio e potencializao do trabalho humano por mquinas. Revoluo digital substituio e potencializao das funes humanas da deciso, comunicao e informao por computadores.

Classe operria numerosa, em conflito com uma classe de patres e gerentes. Trabalhadores em servios e do conhecimento e profissionais liberais mais numerosos que os operrios clssicos.

Trabalhador especializado operador de mquinas qualificado apenas para a realizao de uma tarefa. Grupos de trabalhadores autogeridos e polivalentes, com educao de nvel superior.

Emprego e carreiras estveis. Desemprego, empregabilidade, terceirizao, economia informal , empreendedorismo.

Grandes estruturas organizacionais. Estruturas organizacionais enxutas.

nfase na eficincia. nfase na competitividade.

Interesse da empresa e do acionista. tica e responsabilidade social, cidadania empresarial.

6. Incertezas no Campo da Teoria Organizacional

A fabula do elefante e dos cinco cegos. (Mintzberg apud John Godfrey Saxe, 2000, p. 12)

Ns (estudiosos) somos como crianas pequenas num poo de areia, cada um brincando e cultivando suas prprias fantasias, apenas ocasionalmente se dando conta da presena de outras crianas Charles Perroux.

Os conceitos em administrao so como os provrbios para cada um que afirma a outro que contradiz Herbert Simom.