01 > Introducao Ao Geoprocessmento
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MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO
Prof. Florivan Pugliesi da Silva
Fevereiro de 2007
EMENTA
Objetivando prioritariamente destacar os níveis de importância do
geoprocessamento como poderoso instrumento para a geração da
informação, apresentaremos a história do Geoprocessamento e sua
evolução no Brasil; trataremos da sua importância como recurso
estratégico para o planejamento urbano e regional, e finalmente,
analisaremos o universo dos modernos sistemas de informática a
serviço da espacialização de dados, pelo processamento dos mesmos
e o tratamento da informação, observados os recursos da matemática
e da computação.
OBJETIVOS DO MÓDULO
* Geoprocessamento e Planejamento Urbano e Rural na
Sociedade Contemporânea:
- Como entender a sociedade contemporânea?
- Situar o geoprocessamento neste contexto:
origens e desenvolvimento no Brasil;
- O geoprocessamento como recurso ao planejamento
urbano e rural: espectro de aplicações;
* Primeiras noções de geoprocessamento:
- Definições de geoprocessamento;
- O espaço geográfico;
- Os Sistemas de Informação Geográfica (SIGs);
PROGRAMAÇÃO DO MÓDULO
SEXTA FEIRA
Primeiro tempo: Apresentação geral do curso
Segundo tempo: A sociedade contemporânea
SÁBADO
Manhã
Primeiro tempo: O geoprocessamento na história
Segundo tempo: Definições de geoprocessamento
Tarde
Primeiro tempo: Espaço geográfico e informação
Segundo tempo: Sistema de Informação Geográfica (SIG)
DOMINGO
Primeiro tempo: O geoprocessamento como recurso
ao planejamento urbano e rural
Segundo tempo: Espectro de aplicações
Sexta - Noite
A SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA
Sociedade contemporânea e evolução científica e tecnológica
Como entender a sociedade hoje?
- Da nossa percepção de integrantes da sociedade, cidadãos ou
habitantes; da informação noticiária veiculada pelas mídias; e
do que propiciam os estudiosos ou pesquisadores: a suposição
de que vivemos em meio a uma sociedade da informação e do
conhecimento…?
- Para uma melhor caracterização da sociedade de nosso tempo:
é fundamental recobrarmos um sentido da história � para isso,
uma identificação de períodos se faz necessária � o marco da
contemporaneidade: o entendimento a partir do pós-guerra.
- Uma óptica de leitura deste período histórico: a das instâncias
da sociedade: a economia, a política, a cultura, o espaço �
quais as variáveis que ascendem como determinantes de um
modo de vida característico de nosso tempo?
Milton Santos: Período técnico - científico e informacional ����
Meio técnico – científico e informacional.
- Vivemos numa era da pesquisa, onde ciência, tecnologia e
informação tendem a ser objeto de uma valorização social cada
vez maior � e por isso, a sua incorporação no território torna-
se cada vez mais nítida.
- Exemplos de avanços científicos e tecnológicos em todos os
âmbitos do conhecimento: da natureza, da vida, dos objetos da
engenharia, do espaço sideral;
- Nesse cenário: destacar os desenvolvimentos do conhecimento
científico-tecnológico no campo:
- da informática e das comunicações;
* Informática e informatização: os sistemas técnicos de
informação e comunicação: um ponto nevrálgico de toda uma
revolução…
- A motivação de conhecimento do mundo real � desde sempre,
ocasiona a geração e organização de informações � induz ao
avanço das ciências e à evolução dos meios de comunicação;
- Uma história das comunicações: a informação genética; o
corpo; a linguagem oral e escrita (a palavra, ainda é o veículo
preferencial de inteligibilidade do mundo); os mapas, o livro, a
imprensa; os jornais; as telecomunicações (telegrafia,
telefonia, radiocomunicação); rádio; tv; publicidade; o
computador, os satélites, os sistemas em rede etc.
- A informática: uma máquina para tratar a informação e para
comunicar;
* O desenvolvimento da informática e a informatização:
- BRETON: a idéia de uma sociedade da comunicação para o desarme
do perigo de autodestruição (guerra fria); a comunicação: estratégica
para o desenvolvimento; o controle: o domínio das informações;
- A informática: da política do segredo (centralizadora) à mais
franca acessibilidade (comunicabilidade);
- A informatização: uma completa reorganização da produção e
do tempo social (exemplos: mundo rural, indústria, serviços,
espaços coletivos e individuais); iniciativas ministeriais para
uma sociedade da informação: pesquisas, desenvolvimentos,
programas e projetos, infraestrutura nacional, mas um acesso
ainda bastante restrito;
- Um mundo globalizado: unificação técnica e econômica, mas,
contradições, diferenças e defasagens.
- Hoje, uma avalanche de dados e informações disponíveis, mas
trazendo um enorme risco para a sociedade: a desinformação: o que
fazer com tanta informação? Qual o uso social da informação? A
informação como um fim em si mesmo? Que conhecimento e sentido
do mundo está sendo construído ou elaborado? E a cidadania?
Bibliografia
CASTILLO, Ricardo. Sistemas Orbitais e Uso do Território:
Integração Eletrônica e Conhecimento Digital do Território Brasileiro.
Tese de Doutoramento, São Paulo: FFLCH – USP, 1999.
GOMES, Cilene. Telecomunicações, Informática e Informação e
a Remodelação do Território Brasileiro. Tese de doutorado
apresentada ao Departamento de Geografia da Faculdade de
Filosofia, Letras e Ciências Humanas, outubro de 2001.
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: Do pensamento
único à consciência universal. Rio de Janeiro, São Paulo, Editora
Record, 2000.
SANTOS, Milton e SILVEIRA, Maria Laura. O Brasil: Território e
sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro, São Paulo, Editora
Record, 2004 (6ª. edição).
Sábado – Manhã (1)
GEOPROCESSAMENTO NA HISTÓRIA
E o geoprocessamento nesta história: origens e desenvolvimento:
Em que circunstâncias? Quando? Em que países? Para que fins?
Como?
Nos anos 50:
- Na Inglaterra (botânica) e nos EUA (tráfego):
- Primeiras tentativas de automatização do processamento de dados
com características espaciais;
Nos anos 60:
- No Canadá: primeiros SIGs, como resultado de programa
governamental para inventariar recursos naturais;
- Informatização da produção cartográfica;
- Aparece a geomática, “conjunto de técnicas de tratamento
informático dos dados geográficos”.
- Não existiam soluções comerciais prontas para o uso;
* Origens e desenvolvimento
Nos anos 70
- Novos recursos de hardware: os sistemas comerciais;
- Aparece a expressão Geographic Information System (GIS);
- Surgem os primeiros sistemas comerciais de CAD (Computer Aided
Design) ou, Projeto Assistido por Computador.
- Base para os primeiros sistemas de cartografia automatizada: os
CAM (Computer Aided Mapping), Mapeamento Assistido por
Computador;
- Alguns fundamentos matemáticos para cartografia foram
desenvolvidos, incluindo geometria computacional;
- Acesso ainda restrito a grandes organizações (computadores de
grande porte);
- Recursos de bancos de dados limitados;
A partir dos anos 80: até hoje:
- O desenvolvimento da tecnologia do SIG acelera-se, bem como o
processo de difusão;
- Avanço da microinformática;
- Centros de estudo: nos EUA, o National Centre for Geographical
Information and Analysis marca o início do Geoprocessamento como
disciplina científica independente;
- Evolução em simultâneo:
- Sistemas Computacionais de Alto Desempenho;
- Os computadores pessoais;
- A cartografia digital;
- A computação gráfica;
- Os sistemas de bancos de dados (e gerenciadores)
- O processamento digital de imagens
- Uma grande difusão do uso dos SIGs: dos ambientes
centralizados aos distribuídos e às soluções para difusão via
Internet;
- Novos sistemas e novas funções de análise espacial alargam o
espectro das aplicações.
Origens e evolução no Brasil
* Onde? Que iniciativas? Em que consiste? Como se difunde?
No início dos anos 80:
- Prof. Jorge Xavier da Silva (UFRJ): divulgando e formando pessoal;
- Em 1982: Roger Tomlinson (Primeiro SIG): incentivo ao surgimento
de grupos interessados em desenvolver a tecnologia
O desenvolvimento: a partir de meados de 80: 4 grupos:
- UFRJ: SAGA – Sistema de análise geo-ambiental;
- MaxiDATA (Sistemas de processamentos cartográficos):
banco de dados associado a arquivos gráficos;
- CPqD / TELEBRÁS: em 1990: SAGRE – Sistema automatizado
de gerência de rede externa; aplicação do geoprocessamento
na telefonia;
- No INPE:
- A história da ciência espacial no Brasil
- Em 1984: grupo para o desenvolvimento de tecnologias
de sensoriamento remoto e geoprocessamento � em
1990: SITIM e SGI; a partir de 1991: SPRING � em
1997: distribuição gratuita via Internet � até hoje:
cursos, livros e projetos; novos núcleos; aprimoramento;
novos aplicativos, como o terralib e o terraview.
A difusão: inúmeros agentes, circuitos, sistemas e aplicações
- Novos agentes produtores, distribuidores, comercializadores e
consumidores � um novo mercado:
- Conforme divulga o site Fator GIS:
“Segundo a revista britânica Nature (jan. / 2004) as geotecnologias
estão entre os três mercados emergentes mais importantes da
atualidade, junto com a nanotecnologia e a biotecnologia”;
- Uso mais ou menos consolidado: nas universidades,
governo, outras instituições e empresas;
- Aplicações em diversas áreas: ciências da natureza,
e do meio ambiente; ciências do espaço; nas engenharias,
nos processos de planejamento e gestão os mais diversos etc.
Bibliografia
CÂMARA, Gilberto, DAVIS, Clodoveu e MONTEIRO, A. Miguel V.
Introdução à Ciência da Geoinformação. São José dos Campos:
DPI/INPE, 2001.
CÂMARA, Gilberto, MEDEIROS, J. Simeão e MONTEIRO, A. Miguel V.
Representações computacionais do espaço: um diálogo entre a
Geografia e a Ciência da Geoinformação. São José dos Campos:
DPI/INPE, 2002.
DUARTE, P. Duarte. Fundamentos de Cartografia. Florianópolis,
Editora da UFSC, 2002.
INPE. Caminhos para o Espaço: 30 anos do INPE. São Paulo:
Editora Contexto, 1991.
Sábado – Manhã (2)
DEFINIÇÕES DE GEOPROCESSAMENTO
“Tecnologia que abrange o conjunto dos procedimentos de entrada,
manipulação, armazenamento e análise de dados espacialmente
referenciados” (Sistemas de Informação Geográfica: Dicionário
Ilustrado, 1997).
“Uma tecnologia, isto é, um conjunto de conceitos, métodos e
técnicas erigido em torno de um instrumental tornado disponível pela
engenhosidade humana” (SILVA, Jorge Xavier e ZAIDAN, Ricardo
Tavares, 2004).
“Um conjunto de tecnologias que integram as fases de coleta,
processamento e uso das informações relacionadas ao espaço físico”
(Revista Cidades do Brasil, março de 2005).
“O termo denota a disciplina do conhecimento que utiliza técnicas
matemáticas e computacionais para o tratamento da informação
geográfica” (CÂMARA, Gilberto. e DAVIS, Clodoveu).
- Ciência da geoinformação?
“O estudo e implementação de diferentes formas de representação
computacional do espaço geográfico” (CÂMARA, G. e MONTEIRO,
Antônio Miguel Vieira).
“O fundamento básico da ciência da geoinformação é a construção de
representações computacionais” (CÂMARA, G. MONTEIRO, A. M. V. e
MEDEIROS, José Simeão).
Um desafio: um diálogo entre a geografia e a geoinformação
- A geografia: base para caracterizar e entender a organização do
espaço e apoiar teoricamente os avanços da geoinformação, das
novas gerações de SIGs.
- Hatshorne: unidades de área; Tricart: unidades de paisagem;
- Geografia Quantitativa: “a realidade pode ser capturada utilizando
os princípios da lógica e da matemática” � grandezas mensuráveis,
uso de técnicas estatísticas, modelos � o computador como
ferramenta.
- As ferramentas dos SIGs: adequadas a estas concepções, como as
ferramentas de consultas (atributos e espaciais) que possibilitam
estabelecer relações entre unidades de áreas, etc.
- Em meados de 70: os primeiros SIGs deram grande impulso à
escola da geografia quantitativa (EUA); mas é apenas em meados de
90 que os SIGs passam a dispor de formas de representação
computacional adequadas à plena expressão dos conceitos desta
escola (técnicas de geoestatística, processos de modelagem etc.
- Um dos grandes desafios: o desenvolvimento de técnicas que
sejam capazes de representar fenômenos dinâmicos, processos
de transformação, interações espaciais: as representações
possíveis são de natureza estática;
- Os SIGs, como mapas, condicionam a uma visão estática do
mundo: por mais que eles sejam importantes meios de
informação e recursos estratégicos e a evolução tecnológica da
cartografia seja notável.
- A geografia Crítica a Nova geografia: Milton Santos: para
subsidiar a sua teoria: uma nova geração de SIGs está por se
desenvolver;
- O novo mundo globalizado: subverte a lógica do peso da
proximidade para a explicação dos fenômenos geográficos (matriz de
proximidade etc); importância dos fluxos…
- Uma forma de conhecimento sistematizado: ciência? Tecnologia?
- A realidade geográfica e o universo do computador;
- A questão da representação de um fenômeno;
- A questão de ser um instrumento: o campo de aplicações.
Bibliografia
CÂMARA, Gilberto, DAVIS, Clodoveu e MONTEIRO, A. Miguel V.
Introdução à Ciência da Geoinformação. São José dos Campos:
DPI/INPE, 2001.
CÂMARA, Gilberto, MEDEIROS, J. Simeão e MONTEIRO, A. Miguel V.
Representações computacionais do espaço: um diálogo entre a
Geografia e a Ciência da Geoinformação. São José dos Campos:
DPI/INPE, 2002.
SILVA, Jorge Xavier da e ZAIDAN, Ricardo Tavares.
Geoprocessamento e Análise Ambiental: Aplicações. Rio de
Janeiro, Bertrand Brasil, 2004.
TEIXEIRA, A. L. de A. e CHRISTOFOLETTI, A. Sistemas de
Informação Geográfica: Dicionário Ilustrado. São Paulo, Editora
Hucitec, 1997
Sábado – Tarde 1
GEOPROCESSAMENTO: ESPAÇO GEOGRÁFICO E
ESPACIALIZAÇÃO DO DADO / INFORMAÇÃO.
• O espaço geográfico: noção fundamental � O universo do
mundo real: onde estamos, onde vivemos, onde ocorrem todos
os fenômenos naturais e sociais (ou humanos);
• Pode ser observado em diferentes escalas territoriais: o globo,
o país, os estados, regiões, municípios cidades, vilas,
povoações, bairros etc.;
• O Módulo – Espaço geográfico brasileiro: um recorte no Estado
do Amazonas; no contexto da Região Amazônica;
• A importância estratégica da dimensão de um país “continental”
como o Brasil:
- O meio natural: sistemas da natureza [águas, terra (relevo, sub-
solo, vegetação), ar];
- O meio construído: espaços da intervenção do homem: mundo
urbano, mundo rural, assentamentos diversos, sistemas de
engenharia;
- O meio social: organização social, política e econômica (ou
produtiva)
• “O espaço geográfico é uma coleção de localizações na
superfície da Terra onde ocorrem os fenômenos geográficos”.
• “Os conceitos de espaço geográfico e informação espacial são
duas formas complementares de conceituar o objeto de estudo
do geoprocessamento”.
* Através de diferentes bases de dados/informações, os fenômenos
geográficos serão representados no manuseio dos programas, pelas
funções/operações que eles podem desempenhar; pelos recursos
(matemáticos e/ou computacionais) que contêm,
- Dados, informações, análises � e a construção de um
conhecimento.
* O universo do computador a serviço da espacialização do
dado/informação: a noção de espaço “cabível” ao computador
(espaço geométrico, cartesiano)
- Espacialização: representação espacial do fenômeno
que é de natureza espacial: eventos pontuais; áreas,
redes;
- Representação? Aproximação da realidade por meio de
palavras, medidas, desenhos, imagens, mapas,
modelos, geometrias, formas matemáticas de representar.
- Representação espacial: porque o que vou representar é de
natureza espacial; tem uma localização na superfície da Terra;
• Daí a noção de dados espaciais: exemplos: Epidemia de
Londres: mapeamento dos casos de cólera e dos poços de
água.
• Os dados espaciais ajudarão a responder perguntas como: o
que está e onde está? Qual a distribuição? Por onde ir? O que
mudou? O que acontece se…?
• O espaço geográfico é possível de ser cartografado porque
define-se também em função de coordenadas
(georeferenciamento), altitude, posição relativa, geometrias…
• “A noção de informação espacial está relacionada à existência
de objetos com propriedades que incluem sua localização no
espaço e sua relação com outros objetos. Estas relações
incluem conceitos topológicos (vizinhança, pertinência),
métricos (distância) e direcionais (ao norte, acima de)”.
• O espaço geográfico: localizações e inter-relações espaciais
entre as coisas.
• Correlações:
- Espacial: um fenômeno espacial está relacionado com seu
entorno de forma tanto mais intensa quanto maior for a
proximidade da localização;
- Temporal: cada paisagem pode ser datada e traz as marcas
de um tempo;
- Temática: de variáveis � as características de uma região são
moldadas por diversos fatores (clima, geologia, relevo, solo,
vegetação etc)
- Topológica: adjacência; pertinência, intersecção etc.
Bibliografia
AB’SABER, Aziz. Os domínios de natureza no Brasil:
potencialidades paisagísticas. São Paulo, Ateliê Editorial, 2003.
CÂMARA, Gilberto, DAVIS, Clodoveu e MONTEIRO, A. Miguel V.
Introdução à Ciência da Geoinformação. São José dos Campos:
DPI/INPE, 2001.
SANTOS, Milton e SILVEIRA, Maria Laura. O Brasil: Território e
sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro, São Paulo, Editora
Record, 2004 (6ª. edição).
Sábado – Manhã 2
GEOPROCESSAMENTO: INFORMÁTICA E INFORMAÇÃO
* O universo dos modernos sistemas de informática:
- Hardware (computadores, impressora, plotter, scanner, mesa
digitalizadora)
- Software: SIGs e outros (planilhas, banco de dados, gráficos).
• Os Sistemas de Informação Geográfica (SIGs): o recurso
computacional e o sistema de informações geradas;
- Idéia inicial: dados não-espaciais associados a dados
espaciais;
- SIG vs CAD: processamento de informações vs desenho
digital � O SIG define relações espaciais (topologias) e
possibilita a análise espacial;
“A topologia dos dados vai além da descrição da
localização e da geometria das feições cartográficas”
”O SIG estabelece relações de modo sistematizado
entre os dados e configura os modelos do mundo real
para que esses dados possam ser manipulados de
forma a servir para os fins estabelecidos”.
(OLIVEIRA, F. M. M. de. 2001).
- O SIG: não pode ser reduzido:
- a um instrumento de desenho;
- a um instrumento de produção de mapas;
- a um gerenciador de banco de dados;
- a uma simples planilha de dados;
- Ele realiza um pouco de cada uma destas funções e faz mais:
- possibilita análise espacial;
- estabelece relações entre dados de origens diversas
(integração);
- combina informações para gerar outras informações.
- “Un SIG est un ensemble organizé de matériel informatique,
de logiciels, de donnés géographiques et de personnel, conçu
pour saisir efficacement, stocker, extraire, mettre a jour,
interroger, analyser et afficher toute forme d’information
géographique référencée” (Environnemental Systems Research
Institute).
* O processamento/tratamento da informação
- Que base de dados / informação � entrada / armazenagem /
gerenciamento / recuperação da informação;
- O que desejo fazer com esta informação �
processamento/tratamento; uso das funções: processamento
de imagens, modelos numéricos; redes, análise espacial etc;
- Qual a forma de saída desta informação �
visualização, edição, acesso, consultas.
• As bases de dados: arquivos contendo materiais que
alimentam os SIGs permitindo gerar novas informações;
• Tipos de dados: imagens; cartas; dados estatísticos;
coordenadas, informações diversas; fotos etc.
• No Brasil: enorme carência de dados básicos e sistemas de
informação � que contribuam, ao mesmo tempo, para uma
maior visibilidade do poder público e ao direito (de cidadania) à
informação.
• Metodologias: (tratamento específico a que se submete os
dados para se obter certos objetivos);
Bibliografia
CÂMARA, Gilberto, DAVIS, Clodoveu e MONTEIRO, A. Miguel V.
Introdução à Ciência da Geoinformação. São José dos Campos:
DPI/INPE, 2001.
DROMARD, S. E MELOUNOU, J. Les SIG comme outils de
construction collective de l’espace. Université Louis Pasteur,
Université Robert Schuman, Université Marc Bloch, 1998-99.
Domingo – Manhã (1)
GEOPROCESSAMENTO E PLANEJAMENTO
O geoprocessamento como recurso estratégico ao planejamento
urbano e rural: o domínio das aplicações que o curso se propõe a
uma abordagem:
* O que é planejamento?
- Do dicionário: Planejar: fazer um plano; tencionar; projetar �
Plano: propósitos, métodos e medidas para a realização de um
empreendimento.
- Esferas da atividade de planejar: vida pessoal e profissional;
governos, instituições, empresas.
* Em que consiste o planejamento urbano e rural?
- O planejamento urbano e regional: constitui uma disciplina do
conhecimento em distintas áreas, por exemplo, arquitetura e
urbanismo, geografia, economia, engenharias e outras.
- Qual o objeto deste âmbito das atividades de planejamento,
sejam elas pensadas ou praticadas na universidade ou
instituições de ensino e pesquisa, na esfera do poder público ou
da iniciativa privada:
- o espaço urbano e regional, o espaço das cidades e seus
arredores, as regiões em que se integram, que, via de regra,
constituem boa parcela do mundo rural.
* E qual o alcance e os limites de suas preocupações?
- Como uma variação disciplinar do urbanismo, segundo M.
Lemes (1995): O planejamento trata da regulação entre Estado
e Sociedade na condução de políticas públicas de caráter
territorial;
- A questão do planejamento é a de evidenciar “o caráter
estrutural da organização espacial, ampliando o raio de ação do
urbanismo também para os aspectos sociais, políticos e
econômicos historicamente construídos”.
- A ele cabe a elaboração do plano de normas � interface com o
direito urbanístico e ambiental.
- Apresenta uma grande interface com a geografia e seus
métodos.
- É embasado por uma análise espacial fundada no estudo do
processo de urbanização e de formação das cidades, bem como
no estudo dos processos de regionalização e de formação dos
espaços do mundo rural.
* Outras questões: Por que planejar? Qual a necessidade?
Qual a importância?
- O problema da ordenação do solo e dos instrumentos de
intervenção na organização do espaço urbano e rural.
- O problema de uma crise social e urbana, que se tornou estrutural,
com situações insustentáveis: as desigualdades acirradas e a
incapacidade do poder público de idealizar e implementar novos
modelos de desenvolvimento, através de planos com uma visão
abrangente da organização do território e seus problemas e a
distintos prazos de tempo;
- A importância do planejamento residiria, entre outros aspectos
no processo de favorecimentos da socialização humana, na
possibilidade de vir a contribuir no processo de orientação
democrática da vida política e de construção da cidadania (dos
direitos todos de cidadania)� uma federação de lugares (Milton
Santos);
Quais as finalidades do planejamento urbano e rural?
Em última instância:
- Prover a sociedade no seu todo das condições materiais e
imateriais para o seu desenvolvimento o mais pleno e a
realização de sua vida em comum;
- Particularmente no que respeita à organização do espaço
urbano e regional, “o grande eixo norteador continua sendo a
busca de soluções de planificação e projetuais onde a questão
da habitação, a localização das atividades produtivas e o
desenvolvimento de atividades de cultura e de lazer
componham um sistema satisfatório de circulação de pessoas e
de veículos”, supondo naturalmente as preocupações com as
questões ambientais.
* Quais as suas preocupações (ou diretrizes atuais) e seus
instrumentos?
- Integração das distintas escalas de sua atuação na esfera pública
(federal, estadual, municipal) e cooperação com a iniciativa privada e
outras formas de organização social;
- Articulação de políticas, programas, planos e projetos, no
contexto de uma dada orientação constitucional e na
perspectiva de um permanente debate público;
- Regulamentar, controlar, fiscalizar, coordenar, organizar, gerar
estudos, análises e pesquisas � corrigir desequilíbrios e zelar
pelo patrimônio público;
- Referências atuais da Política Urbana: Constituição de 1988;
Estatuto da Cidade (2001);
- Os Planos Diretores como instrumento básico: sua
obrigatoriedade e diretriz de integração entre o mundo urbano
e rural;
- Outros instrumentos: de indução do desenvolvimento;
regularização fundiária e democratização dos processos de
planejamento e gestão.
-
* Por que o geoprocessamento é um recurso estratégico ao
planejamento? Como serve ao planejamento?
- Favorece a organização de diferentes informações � quanto maior
for, maior a possibilidade de construção de um conhecimento da
realidade consistente e coerente e de proposições em vista de
mudanças;
- Permitindo a integração de informações e análises, possibilita as
visões abrangentes da realidade, com suas características, problemas
e potencialidades;
- A informação é medida de escolhas e valores, é medida da
capacidade de controle, gestão e decisão.
- O geoprocessamento serve como instrumento, subsídio, apoio aos
processos e atividades de planejamento.
* Por que o geoprocessamento é um recurso estratégico ao
planejamento? Como serve ao planejamento?
Bibliografia
BRASIL. Estatuto da Cidade: guia para a implementação pelos
municípios e cidadãos. Brasília - DF, Câmara dos Deputados -
Coordenação de Publicações, 2001.
LEMES, Manoel. Anotações Metodológicas para o Ensino e
Pesquisa do Projeto Urbanístico. Trabalho Programado, n.1, São
Paulo: FAU/USP, julho de 1995.
MINISTÉRIO DAS CIDADES. CONFEA. Plano Diretor Participativo.
Guia para a elaboração pelos municípios e cidadãos. Brasília, 2004.
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Casa civil. Subchefia para assuntos
jurídicos. Constituição da República Federativa do Brasil de
1988. Brasília, 1988.
Domingo-Manhã 2
APLICAÇÕES
Objetivos
• A título introdutório, inventariar algumas possibilidades de
aplicação do geoprocessamento e tecnologias afins, supondo
que em toda atividade de planejamento do espaço urbano e
rural, estudos e análises da realidade geográfica são
necessários e, mesmo imprescindíveis, e supondo também
algumas outras peculiaridades das atividades de planejamento;
• No que importa às aplicações relacionadas aos estudos e
análises do espaço urbano e rural � elas podem servir para
caracterizar a realidade, situar as suas problemáticas e
evidenciar as suas potencialidades;
• No que importa às demais atividades do planejamento � as
aplicações devem auxiliar no trabalho de: levantamentos e
organização das informações; controle, regulamentação e
fiscalização; definição de diretrizes e projetos etc.
Estudos do meio natural, do meio urbano e do meio rural:
- Para caracterizar:
- Para situar problemas;
- Para fazer ver as potencialidades
Atividades do Planejamento
− Sistemas Cadastrais Urbanos e Rurais;
− Subsídios para a Elaboração de Planos Diretores;
− Diagnósticos;
− Planos gerais e setoriais;
− Sistemas de gestão.
Em síntese:
- É importante lembrar que para aplicação, supõe-se uma base de dados adequadas, em geral, insuficientes;
- As diversas aplicações dependem de outras condições, como a necessidade de equipes de trabalho => limitações individuais;
O que poderemos realmente fazer para nos iniciarmos no uso do geoprocessamento, de forma que o nosso aperfeiçoamento seja gradual?
* Dica para pesquisa: Anais do Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto => Em abril, XIII Simpósio, em Florianópolis.