03. Cálculo de Parâmetros de Linha de Transmissão

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    Captulo 1 - CCULO DE PARMETROSLONGITUDINAIS E TRANSVERSAIS DELINHA DE TRANSMISSO

    1.1 IntroduoUma linha de transmisso de energia eltrica possui quatroparmetros que influem decisivamente no transporte daenergia eltrica.

    Resistncia um parmetro inerente ao tipo e bitola do condutor,experimentando pequenas variaes com a temperatura docondutor e a freqncia do sistema. Para 60 Hz, Rac cerca de 2% maior do que Rcc.

    IndutnciaDepende exclusivamente da geometria da linha e do meiono qual se encontram os condutores. Pode-se dizer que oparmetro mais importante da linha, uma vez que semprelevado em conta em estudo de linhas, obviamente, em CA.

    CapacitnciaAssume importncia no estudo de desempenho de linhasquando se verificam tenses superiores a 34,5 kV ecomprimentos superiores a 80 km. Pode-se desprezar esteparmetro para linhas com nveis de tenses ecomprimentos inferiores.

    CondutnciaS merece considerao quando os nveis de tenso soelevados, em virtude das perdas por ela provocada sereminsignificantes.

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    1.2 Indutncia de um condutor devido ao fluxo interno

    Admitindo-se a seo transversal de um condutor cilndrico,de comprimento infinito e suficientemente distante de

    quaisquer outros condutores e do solo, para no afetar ocampo magntico do condutor considerado, uma corrente Ipercorrendo este condutor produzir linhas de fluxomagntico que sero concntricas ao condutor.

    Figura 1.1: Fluxo no interior de um Condutor

    A intensidade do campo magntico Hx, ao longo do crculo de

    raio x, constante e tangente ao crculo. A lei de Ampre

    relacionaHx correnteIx (corrente envolvida), isto

    x

    x

    x IdlH =2

    0

    ou

    Densidade de corrente:

    dxFluxo

    x

    r

    Ix

    I

    Elemento tubular de 1 m

    de comprimento

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    Considerando uma rea infinitesimal da seo do elemento

    tubular, isto , dA = dxx 1, onde 1 o comprimento em metro doelemento tubular, resulta:

    O fluxo concatenado interno, , num elemento tubular o fluxo

    no elemento multiplicado pela relao entre a corrente envolvida

    por ele e a corrente total do condutor, ,2

    2

    r

    x

    I

    Ix = ento

    ou,2

    2

    r

    x

    I

    Ix =

    H/m102

    1 7intint

    =

    = IL

    x

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    1.3 Fluxo envolvido por dois pontos externos decondutor isolado

    Considerando-se um condutor percorrido por uma correnteI que produzir linhas de fluxo concntricas e externas,fluxo este que se estende, com intensidade decrescente,desde a sua superfcie, at assumir valor nulo no infinito.

    Figura 1.2 - Fluxo envolvido entre dois pontos externos de

    um condutor isolado

    dxx

    D

    I

    D2

    P1

    P2

    r

    Intens. de c. mag.,Hx,

    ao redor do elemento

    de raiox:

    xHIN

    dlHNI

    x

    x

    x

    ==

    =

    21

    2

    0

    =

    =

    =

    dd

    dxdA

    dABd x

    12

    1

    , mas ento

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    1.4 Indutncia de uma linha a dois fios

    Considere-se, agora, uma linha monofsica a dois fios,separados por uma distncia D(m) e com raios r1 e r2.

    Fig 1.3: Linha monofsica a dois fios

    webers.espiras/metro

    D

    r1 r2

    I1 X I2

    III

    II

    ==

    =

    21

    21

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    Fazendo

    Para o caso de r1 = r2 = r, resulta:

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    1.5 Fluxo concatenado com um condutor de um grupode condutores

    Considere agora um caso mais geral, em que um condutor

    pertence a um grupo de condutores, no qual a somafasorial das correntes nula.

    Fluxo concatenado com o condutor 1, devidoI1, entre P e ocondutor 1:

    Fluxo concatenado com o condutor 1, devidoI2, entre P e ocondutor 1:

    P3

    2

    1n

    D3P

    D1P

    D2P

    DnP

    Fig. 1.4: Grupo de n condutores isolados

    0321 =+++ nIIII L

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    Fluxo concatenado com o condutor 1, devido a prpriacorrente e s correntes nos demais condutores do grupo:

    ++++=

    n

    nP

    n

    PPP

    P D

    DI

    D

    DI

    D

    DI

    r

    DI

    113

    3

    312

    2

    2,1

    1

    1

    7

    1lnlnlnln102 L

    Expandindo os termos logaritmos e reagrupando-os, resultaem

    )lnlnlnln

    1ln

    1ln

    1ln

    1ln(102

    332211

    1133

    122,

    1

    17

    1

    nPnPPP

    nnP

    DIDIDIDI

    DI

    DI

    DI

    rI

    ++++

    +++++=

    L

    L

    Sendo nula a soma fasorial das correntes, isto ,

    )III(IIIIII nnn 1321321 0 +++==++++ LLSubstituindo o valor deIn, tm-se:

    ++++

    +

    ++++=

    nP

    Pn

    n

    nP

    P

    nP

    P

    nP

    P

    n

    nP

    D

    DI

    D

    DI

    D

    DI

    D

    DI

    DI

    DI

    DI

    rI

    )1(

    )1(3

    32

    21

    17

    113

    3

    12

    2,1

    17

    1

    lnlnlnln102

    1ln

    1ln

    1ln

    1ln102

    L

    L

    Fazendo P mover-se para bem longe, ento

    1)1(321

    nP

    Pn

    nP

    P

    nP

    P

    nP

    P

    D

    D

    D

    D

    D

    D

    D

    DL , resultando em

    ++++=

    n

    nD

    ID

    ID

    Ir

    I113

    3

    12

    2,1

    17

    1

    1ln

    1ln

    1ln

    1ln102 L Wb.e/m

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    1.6 Indutncia de uma linha de cabos

    O nmero de fios (idnticos) que compem um cabo dado por

    N = 3x2-3x +1

    onde, x o nmero de coroas, incluindo a central (constituda porum nico fio).

    Considere a uma a linha monofsica constituda por cabos demltiplos condutores por fase, conforme o esquema mostrado naFigura 1.5.

    Fig. 1.5: Linha monofsica constituda por dois cabos compostos

    por vrios condutores

    O cabo X composto por n condutores, paralelos e idnticos,cada um conduzindo a corrente I/n

    O cabo Y, retorno para a corrente em X, constitudo por mcondutores, tambm idnticos, cada qual conduzindo -I/m

    Para o condutora do cabo X, o fluxo concatenado com ele

    ++++

    ++++=

    amcabaaa

    anacaba

    a

    DDDDm

    I

    DDDrn

    I

    1ln

    1ln

    1ln

    1ln102

    1ln

    1ln

    1ln

    1ln102

    7

    ,

    7

    L

    L

    b'a'c'

    m

    ba

    cn

    X Y

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    De onde se obtm

    Dividindo a expresso por I/n, resulta na indutncia docondutora do cabo X, ou seja,

    Analogamente a indutncia do condutorb

    A indutncia mdia de cada condutor do cabo X,

    =

    =

    n

    anacaba

    mamcabaaa

    aaDDDr

    DDDD

    nnIL L

    L

    ln102/7 H/m

    =

    n anacaba

    mamcabaaa

    a

    DDDr

    DDDDI

    L

    L

    ln102 7 Wb.e/m

    =

    =

    nbnbcbab

    mbmcbbbab

    bbDDDr

    DDDD

    nnI

    LL

    L

    ln102/

    7 H/m

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    O cabo X composto por n condutores em paralelo. Setodos tivessem a mesma indutncia, a indutncia do caboseria 1/n vezes a indutncia de um condutor. Como estasindutncias so diferentes, ento, a indutncia de todos

    eles em paralelo 1/n vezes a indutncia mdia(indutncia equivalente). Logo, a indutncia do cabo x

    assim,

    Dm=DMG (Distncia Mdia Geomtrica Mtua)

    2

    2

    )(

    )()(

    nnnncnbna

    nbnbcbbbaanacabaas

    DDDD

    DDDDDDDDD

    =

    L

    KLL

    DS=RMG (Raio Mdio Geomtrico ou DMG prpria)

    A indutncia do condutorY (LY) determinada de maneiraanloga. Ento, a indutncia total da linha dada por

    nmnmcnbnan

    nmbmcbbbabamcabaaam

    DDDD

    DDDDDDDDD

    =

    )(

    )()(

    L

    KLL

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    1.7 Indutncia de uma linha trifsica com espaamentoassimtrico

    Considere uma linha cujos condutores esto espaados, de

    forma assimtrica, de acordo com o esquema dado naFigura 1.6.

    Ib

    Ia

    Ic

    1

    2

    3

    D12

    D13D23

    Fig. 1.6: Linha trifsica com espaamentoassimtrico

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    De forma matricial, escreve-se

    ou, de forma compacta

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    1.8 Indutncia de uma linha com espaamento equilateral

    Admitindo que no exista o neutro, ou as correntesfasoriais so equilibradas, isto , Ia + Ib + Ic = 0, ento,

    Ia = - (Ib + Ic)

    logo,

    D

    D

    D

    2

    Ib

    3

    Ic

    1 Ia

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    Fazendo o mesmo para as fases b e c, obtm-se:

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    1.9 Indutncia de uma linha com espaamentoassimtrico com transposio

    Quando os espaamentos de uma linha trifsica no forem

    iguais, a determinao da indutncia torna-se maiscomplicada. Neste caso, o fluxo concatenado e aindutncia correspondente a cada fase no so osmesmos. Uma indutncia diferente em cada fase faz comque o circuito seja desequilibrado.

    Essas caractersticas indesejveis podem ser superadaspela troca de posies entre os condutores em intervalosregulares ao longo da linha, de tal modo que cada condutorocupe a posio original de cada um, em distncias iguais.Tal troca de posies chamada de transposio. AFigura 1.7 mostra um ciclo completo de transposio.

    Fig 1.7: Linha trifsica assimtrica com transposio

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    Transposio no sentido anti-horrio.

    O fluxo concatenado com os condutores dado na formamatricial por

    Ib

    Ia

    Ic

    1

    23

    D12 D13

    D23

    Fig. 1.8: Linha trifsica assimtrica comtransposio (pos. 1)

    Pos. 1

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    18

    Ia

    Ic

    Ib

    1

    2 3

    D12 D13

    D23

    Fig. 1.9: Linha trifsica assimtrica comtransposio (pos. 2)

    Pos. 2

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    O fluxo mdio concatenado com os condutores ao longo dalinha , por fase :

    3

    3

    3

    321

    321

    321

    cccc

    bbbb

    aaa

    a

    ++=

    ++=

    ++

    =

    Ic

    Ib

    Ia

    1

    2 3

    D12 D13

    D23

    Fig. 1.10: Linha trifsica assimtrica comtransposio (pos. 3)

    Pos. 3

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    Substituindo as expresses dos fluxos e trabalhando asexpresses dentro da matriz, resultam

    onde 3 132312 DDDDeq =

    A matriz de indutncia dada por

    Na condio de Ia + Ib + Ic =0, que no exista o condutorneutro, tem-se

    rDeq

    ==== ln102LLLL 7cba