033 Contencao Fisica Dos Pacientes Em Agitacao Psicomotora 21102013

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Diretrizes Clínicas Protocolos Clínicos 033 Contenção Física dos Pacientes em Agitação Psicomotora Última revisão: 13/08/2013 Estabelecido em: 19/01/2012 Responsáveis / Unidade Eliane Mussel da Silva | HGV Lília Freitas Leite | CEPAI Vanuza Fortes Ribeiro Médica | CCPC Colaboradores Guilherme Freire Garcia Médico | CCPC Helian Nunes de Oliveira Médico | IRS Henrique Torres Machado Brunelli Izar | CCPC Jôvvi Dimas Virgolino Malta Cardoso | CCPC Simone F. Lopes | CEPAI Valéria Fonseca Pinto Enfermeira | HGV Disponível em www.fhemig.mg.gov.br e intranet

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    033 Conteno Fsica dos Pacientes

    em Agitao Psicomotora

    ltima reviso: 13/08/2013

    Estabelecido em: 19/01/2012

    Responsveis / Unidade

    Eliane Mussel da Silva | HGV

    Llia Freitas Leite | CEPAI

    Vanuza Fortes Ribeiro Mdica | CCPC

    Colaboradores

    Guilherme Freire Garcia Mdico | CCPC

    Helian Nunes de Oliveira Mdico | IRS

    Henrique Torres Machado Brunelli Izar | CCPC

    Jvvi Dimas Virgolino Malta Cardoso | CCPC

    Simone F. Lopes | CEPAI

    Valria Fonseca Pinto Enfermeira | HGV

    Disponvel em www.fhemig.mg.gov.br

    e intranet

  • Pg. 190 033 Conteno Fsica dos Pacientes em Quadro de Agitao Psicomotora

    INTRODUO / RACIONAL

    A realizao da conteno fsica deve ser uma conduta excepcional e cercada de todos os

    cuidados, para que a ao sobre o paciente seja a menos lesiva possvel, devendo constar em um

    projeto teraputico.

    Sendo uma prtica clnica comumente relizada em diversos pases, variando a taxa de prevalncia

    0,25% a 59% em diversos estudos em pacientes psiquitricos no setor de emergncia, apesar de

    no existirem evidncias cientificas sobre os benefcios e riscos dessa prtica.

    Para a deciso do uso ou no da conteno fsica imprescindvel se fazer uma avaliao rigorosa

    e global da situao do paciente, baseada no julgamento clnico , sendo necessria a prescrio

    mdica. Deve haver envolvimento da equipe multidisciplinar, com paciente e quando possvel,

    com a famlia. A utilizao dessa tcnica no dever ocorrer como punio ou intimidao de

    pacientes.

    OBJETIVOS

    Orientar os profissionais de sade sobre as necessidades de utilizao da conteno fsica a qual deve ser utilizada somente quando todas as opes teraputicas de abordagem se

    mostrar insuficientes a esse paciente, bem como a utilizao de tcnica adequada e sempre

    que possvel em ambiente teraputico, fazendo necessrio assim uma avaliao criteriosa e

    global da situao em que o paciente se encontra;

    Proteger o paciente com alteraes de comportamento ou conscincia, contra leses e traumas provocados contra ele mesmo ou a outros e que gere a interrupo do tratamento

    em curso. Eventos como quedas, ferimentos e contaminao e/ou deslocamento de

    dispositivos: sondas, catereres, drenos etc);

    Visar integralidade fsica, psquica e moral dos pacientes e dos profissionais de sade que prestam a assistncia;

    Realizar o procedimento de forma humanizada.

    SIGLAS

    CCPC: Comisso Central de Protocolos Clnicos;

    MMSSII: Membros Superiores e Inferiores;

    MMII: Membros Inferiores;

    MMSS: Membros Superiores;

    TAB: Transtorno Afetivo Bipolar.

    MATERIAL / PESSOAL NECESSRIO

    Avaliao criteriosa pela equipe multidisciplinar e posterior prescrio mdica em pronturio

    eletrnico ou fsico;

    Equipe mdica e de enfermagem treinada para abordagem, realizao e monitorizao do

    procedimento;

    Ataduras de crepom;

    Lenol;

    Fita adesiva/esparadrapo/fita hipoalergnica (se necessrio);

    Compressas de algodo ortopdico para proteo da pele ou,

    Faixas prprias confeccionadas pela unidade;

    Loo ou creme hidratante (idosos) se necessrio.

  • 033 Conteno Fsica dos Pacientes em Quadro de Agitao Psicomotora Pg. 191

    ATIVIDADES ESSENCIAIS

    1- Macro Processo

    Tcnica de conteno fsica que envolve o uso de dispositivos manuais para limitar as aes

    do paciente, quando esse oferece perigo para si e/ou para terceiros.

    2- Tarefas Crticas

    Diante de situaes de agressividade ou de comportamento de risco, deve-se considerar e

    particularizar os fatores ambientais, recursos fsicos, tcnicos e humanos disponveis em cada

    unidade para atendimento s situaes de urgncia;

    Diagnosticar a etiologia do comportamento agressivo avaliando de forma rigorosa e global a

    situao de crise;

    Abordar o paciente com manifestao de comportamento agressivo com tcnicas de

    comunicao clara, firme, transmitindo o desejo de ajud-lo, estimulando-o a falar sobre seus

    sentimentos, tentando acalm-lo;

    Procurar manter distncia adequada para proteo de ambos, pois independentemente do

    diagnstico a violncia pode representar um movimento defensivo do paciente contra

    sentimentos como o medo, fragilidade, desproteo, desamparo, violao ou abuso fsico;

    Manter a interveno verbal antes, durante e aps todo o processo de conteno, explicando

    ao paciente o que est sendo feito, o motivo, os objetivos de tal procedimento. A

    comunicao teraputica contribui para a excelncia da prtica e cria oportunidade de

    aprendizagem para o paciente podendo estimular sentimentos de confiana entre ele e a

    equipe, permitindo-lhe experimentar a sensao de segurana e apoio;

    Preservar a privacidade do paciente durante todo o procedimento de conteno fsica;

    Manter o paciente contido em ambiente teraputico em companhia permanente do

    acompanhante (quando possvel) e sob superviso da equipe de enfermagem para minimizar

    sua agressividade e tranqiliz-lo;

    Prestar cuidados de enfermagem como: vigilncia constante do paciente, proporcionando

    conforto e proteo, avaliao de sinais vitais, avaliao da perfuso sangunea, avaliao da

    presena de co-morbidades clnicas, eficcia da restrio, presena e necessidade de

    manuteno ou associao de outras medidas teraputicas, de 30 em 30 minutos;

    O espao fsico destinado ao atendimento tambm deve ser organizado de maneira a

    aumentar a segurana do paciente e da equipe, ajudar o paciente a controlar seus impulsos

    violentos e evitar a progresso do comportamento violento. Deve-se atentar, por exemplo,

    para as caractersticas de mveis, objetos ou aparelhos que possam ser quebrados ou

    mesmo usados como armas. Idealmente, o acesso porta deve ter a mesma distncia tanto

    para a equipe como para o paciente, porque alguns pacientes persecutrios podem sentir-se

    acuados se no tiverem acesso sada, o que aumentaria o risco de agresso fsica;

    A retirada da conteno fsica deve ser realizada na presena de vrios membros da equipe

    (aps orientaes ao paciente e na presena do acompanhante, se possvel);

    As informaes relativas indicao (ato mdico), a tcnica de conteno fsica utilizada,

    todo o plano assistencial e as aes da equipe multidisciplinar devem ser detalhadamente

    registradas no pronturio do paciente. Da mesma maneira, registrar os sinais vitais,

    condies de conforto, segurana e eventuais intercorrncias durante todo o procedimento;

    A equipe responsvel pela conteno do paciente dever preencher o Formulrio (ANEXO I)

    para Monitoramento da Conteno Fsica e anex-lo ao pronturio. A conteno fsica um

    Evento Sentinela.

  • Pg. 192 033 Conteno Fsica dos Pacientes em Quadro de Agitao Psicomotora

    3- Aes de contingncia:

    A conteno fsica dever ser realizada aps discusso e avaliao da equipe presente

    quando da situao de urgncia sendo prescrita por um mdico no pronturio do paciente;

    Em situaes de urgncia os tcnicos de enfermagem acompanhados pelo Supervisor de

    Enfermagem podem iniciar uma conteno fsica, devendo, em seguida, ser comunicado ao

    mdico para avaliao e prescrio;

    Identificar leses e/ou edemas e reavaliar necessidade da manuteno da conteno, caso

    necessrio, modificar local da conteno;

    Comunicar intercorrncias ao mdico plantonista.

    4- Procedimentos e Indicaes

    Psiquitricas e Clnicas

    Pacientes com agitao psicomotora, confuso mental, agressividade/violncia em relao a

    si prprio e/ou a outros (membros da equipe, familiares, e outros pacientes e que no

    responderam as intervenes menos restritivas) (ANEXO II);

    Imobilizao para preveno de quedas aps sedaes ou quadros de confuso mental;

    Alto risco de degradao do ambiente como janela, mobilirios, equipamentos, dentre outros;

    Por solicitao do prprio paciente e ou famlia para garantir diagnstico e tratamento

    adequados, quando h risco de agitao psicomotora;

    Para evitar quedas, seja em crianas, pacientes agitados, semiconscientes, inconscientes ou

    com convulses;

    Nos casos de agitao ps-operatria, como em craniotomia;

    Para alguns tipos de exames ou tratamentos;

    Nos casos de pacientes no colaborativos na manuteno de sondas, cateteres, drenos,

    curativos, etc.

    5- Abordagem inicial ao paciente agitado

    Para tornar o atendimento mais eficiente e seguro tanto para a equipe quanto para o paciente

    sugere-se:

    Colher o mximo de informaes a respeito do paciente antes de abord-lo;

    Estar alerta a riscos de violncia iminente;

    Manter outra pessoa presente durante a entrevista com o paciente;

    Procurar criar aliana teraputica com o paciente.

    Avaliao inicial:

    A avaliao inicial inclui anamnese, exame fsico e do estado mental. Deve-se pesquisar o

    histrico de alergias, reaes adversas a medicamentos, doenas de base e uso de substncias

    (lcitas e ilcitas), alm de pesquisar o histrico pessoal e familiar para transtornos mentais. Deve-

    se desta forma investigar a causa da agitao. Alguns sinais so indicativos e reforam a hiptese

    de causa orgnica para a agitao, como ausncia de transtornos psiquitricos prvios, incio

    agudo do quadro, flutuao do nvel de conscincia, desorientao temporal ou espacial e

    doena clnica subjacente conhecida (Lindenmayer e cols., 2004).

  • 033 Conteno Fsica dos Pacientes em Quadro de Agitao Psicomotora Pg. 193

    Anamnese;

    Avaliao Psiquitrica inicial com pelo menos diagnstico diferencial dos grandes grupos

    nosolgicos (orgnico, sintomtico, lcool e drogas, distrbio psiquitrico primrio);

    Histria pregressa, exame fsico, pronturio, familiares, outros informantes;

    Sinais vitais.

    Interveno inicial:

    Escuta e acolhimento do paciente;

    Tentativa de continncia pela palavra e por outros recursos como mudana de ambiente,

    privacidade, retirar do ambiente agentes estressores como familiares a fim de manter um

    ambiente teraputico;

    Cuidado especifico nos casos de conteno em crianas e adolescentes;

    Oferecer assistncia e cuidados em geral;

    Acolhimento, hospitalidade;

    Avaliar se o paciente est em risco de passagem ao ato, agressividade e agitao intensa.

    Considerar os seguintes recursos frente ao risco de passagem ao ato:

    Abordagem pela palavra;

    Limitar o espao fsico;

    Tranquilizao rpida preferencialmente medicamentos;

    Conteno fsica.

    Tcnica para a conteno fsica:

    a. A conteno fsica um procedimento limite utilizado unicamente para a segurana do

    paciente, da equipe e dos outros pacientes. Considerado um evento sentinela ser

    monitorado na unidade pelo preenchimento do Formulrio de Conteno Fsica. Tal

    procedimento deve ser realizado dentro de uma lgica clnica com responsabilizao

    coletiva, respeito pelos pacientes e familiares. Sua utilizao implicar na discusso pelas

    equipes das enfermarias e do Centro de Acolhimento de Crise do sentido de tal

    procedimento para cada paciente, suas conseqncias no Projeto Teraputico do mesmo e

    seus efeitos;

    b. Compete ao mdico, enfermeiro, auxiliares/tcnicos de enfermagem orientar ao paciente, aos

    familiares ou acompanhantes quanto necessidade da conteno fsica;

    c. A conteno apenas ser realizada a partir de prescrio mdica e por tempo determinado

    no ultrapassando 2 horas;

    d. Nomear o condutor do processo de preferncia um profissional de referncia para o paciente

    ou algum experiente. o nico profissional que se dirige ao paciente, explicando-lhe o que

    est ocorrendo, o porqu de tal medida, sempre abordando verbalmente o paciente;

    e. Necessrio a presena de outros profissionais para a realizao da conteno, de preferncia

    cada profissional se responsabilizando por um membro. O condutor do processo de

    conteno responsvel por proteger a cabea do paciente, monitorar vias areas e dados

    vitais, durante todo o procedimento;

    f. Realizao da conteno em 4 a 5 pontos da seguinte forma.

    Conteno de trax:

    Dobrar o lenol em diagonal e redobr-lo at formar uma faixa;

    Colocar a faixa sob as costas do paciente passando-a pelas axilas;

    Cruzar as pontas sob o travesseiro e amarr-las no estrado da cabeceira da cama.

  • Pg. 194 033 Conteno Fsica dos Pacientes em Quadro de Agitao Psicomotora

    Conteno do abdome:

    Pegar dois lenis, dobrar em diagonal, redobrando-os at formar duas faixas;

    Colocar um dos lenis sobre o abdome e o outro sob a regio lombar;

    Unir as pontas dos lenis e torc-las;

    Amarrar as pontas dos lenis no estrado da cama.

    Conteno dos joelhos:

    Passar a ponta do lenol em diagonal do lado direito sobre o joelho direito e por baixo do

    esquerdo;

    Passar a ponta do lado esquerdo sobre o joelho esquerdo e por baixo do joelho direito;

    Amarrar as pontas nos estrados, nas laterais da cama.

    Conteno de punhos e tornozelos - MMSS E MMII:

    Utilizar faixa prpria para conter pacientes, confeccionada no Hospital;

    Pegar as pontas pelos dois centros;

    Formar com as mesmas um lao com n;

    Fixar as pontas da faixa no estrado da cama.

    Conteno das mos - Luva ou Mitene:

    Colocar o algodo na parte interna das mos;

    Fechar a mo do paciente;

    Proceder ao enfaixamento com crepom;

    Deixar o cliente confortvel e o ambiente em ordem.

    6- Avaliar a necessidade de elevao da cabeceira da cama nas seguintes condies

    Pacientes em quadro de confuso mental;

    Pacientes sedados com sobrepeso, apresentando roncos ou com dificuldades respiratrias;

    Avaliar nesses casos a possibilidade de tambm conter o paciente na posio de decbito

    lateral direito ou esquerdo para evitar a aspirao e a asfixia (conteno de apenas um MS e

    um MI).

    7-Monitoramento dos dados vitais, perfuso sangunea, observao do local da restrio (dor,

    calor, edema e ferimento) do paciente contido no ato da conteno, 30 minutos aps e no ato

    da retirada da conteno, preenchendo o Formulrio de Conteno Fsica.

    8-A Enfermagem dever registrar todos os dados no pronturio, relatando os fatos com clareza e

    objetividade (quadro apresentado, medidas tomadas, hora de conteno, cuidados prestados e

    hora da retirada da conteno). (ANEXO IV);

    9-Registros:

    Formulrio deve permanecer junto a cada posto de Enfermagem da unidade, na Sala dos

    Supervisores de Enfermagem;

    Anotao da enfermagem;

    Prescrio mdica;

    Preenchimento formulrio de Monitoramento da Conteno - ANEXO III.

  • 033 Conteno Fsica dos Pacientes em Quadro de Agitao Psicomotora Pg. 195

    ITENS DE CONTROLE

    Avaliao quantitativa e qualitativa das contenes fsicas realizadas nos diversos dispositivos

    institucionais no perodo de 3 meses a partir dos dados do Formulrio de Monitoramento de

    Conteno Fsica, com o objetivo de discusso com a equipe, do compartilhamento das

    medidas para a reduo e preveno das contenes fsicas . O monitoramento das contenes

    dever ser feito at a abolio das mesmas na instituio.

    1. Nmero total de contenes / nmero de pacientes atendidos na unidade no perodo.

    2. Nmero de pacientes contidos no servio de urgncia / nmero total de pacientes atendidos.

    3. Nmero de pacientes contidos nas enfermarias / nmero total de pacientes atendidos.

    4. Diagnsticos prevalente dos pacientes contidos em relao aos demais diagnsticos.

    REFERNCIAS Grau de

    Recomendao/

    Nvel de

    Evidncia

    1. Araujo EM. et al. Inqurito sobre o uso de conteno fsica em um hospital

    psiquitrico de grande porte no Rio de Janeiro. J Bras Psiquiatr. 2010; 59(2):94-98.

    2. Bernik W, Gouvea FS, Lopes,K.V. Agitao psicomotora. Reviso. Revista Brasileira

    de Medicina.2010 agosto.;67(8):289-295.

    3. Botega NJ. et al . Preveno do comportamento suicida.Psico.2006.;37(3).

    4. Conselho Federal de Medicina. Resoluo n 1.598, de 09 de agosto de 2000.

    Normatiza o atendimento mdico a pacientes portadores de transtorno mental.

    Disponvel em <

    http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/2000/1598_2000.htm>, acesso

    em: 13/06/2011.

    5. Dalgalarrondo P. Sndromes Volitivo-Psicomotoras. Psicopatologia e semiologia

    dos transtornos mentais:Dalgalarrondo Artes Mdicas. 2000.

    6. Freitas PF. et al. Conteno fsica para unidade de pronto atendimento em sade

    mental: reviso terica ao modelo de protocolo XII Encontro Latino Americano de

    Iniciao Cientfica e VIII Encontro Latino Americano de Ps-Graduao

    Universidade do Vale do Paraba.

    7. GM/MS n 251 de 31 de janeiro de 2002.

    8. LEI 10.216 DE 2001.

    9.Lei estadual 11.802/95.

    10.Lei estadual 12.684/97.

    11.Lindenmayer JP. et al Effects of atypical antipsychotics on the syndromal profile in

    treatment-resistant schizophrenia. Jornal Clinic Psychiatry. 2004 65(4):551-6.

    12.Paes MR. Cuidado de enfermagem ao paciente com comorbidade clnico

    psiquitrica no pronto atendimento de um hospital geral / Marcio Roberto Paes

    Curitiba, 2009. 144f.

    A

    A

    A

    B

    A

    A

    D

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    D

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    A

    B

  • Pg. 196 033 Conteno Fsica dos Pacientes em Quadro de Agitao Psicomotora

    13.Paes MR, Borba, LO, Brusamarello T, Guimares NA, Maftum, MA. Conteno fsica

    em hospital psiquitrico e a prtica da enfermagem. Rev. enferm. UERJ, Rio de

    Janeiro, 2009 out/dez; 17(4):479-84.

    14.Portarias GM/MS n 3.408 de 05 de agosto de 1998.

    15.Princpios para a Proteo de Pessoas Acometidas de Transtornos Mentais e para

    a Melhoria da Assistncia Sade Mental OMS 1991.

    16.Programa Nacional de Avaliao de Servios Hospitalares - Verso Hospitais

    Psiquitricos.

    17.Siz RJ. Contencin Mecnica. Restriccin de movimientos y aislamiento manual

    de uso y protocolos de procedimento. Rev. Brasil. Psiquiatr. So Paulo 1999.; 12(4).

    18.Santiero K. Proteo no controle de crises comportamentais em pessoas com

    autismo. Psychiatry on line Brasil. 2004 dez.;9(12),.

    19.Unidade de internao psiquitrica. Rotinas. Disponvel em www.ufrgs.br/psiq.

    Acesso em maio de 2011.

    20.Walsh W, Hill KD. Local adaptation and evaluation of a falls risk prevention

    approach in acute hospitals. Int, J. Qual. Health Care; Epub. 2010 dec. 23(2): 134-

    413.

    21.Campos, CJG; Teixeira, MB, O atendimento do doente mental em pronto-socorro

    geral: sentimentos e aes dos membros da equipe de enfermagem. Rev. Esc Enf

    USP.2001 jun.; 35(2):141-9.

    22.Claudino AM.; et al, O paciente violento:intervenes e tratamento.Departamento

    de Psiquiatria da Universidade Federal do Estado de So Paulo.2009. Disponvel

    em www.unifesp.br/dpsiq/polbr/ppm/atu2_03.htm.

    23.Machado AF, Kusahara DM.A documentao da assistncia de enfermagem e a

    segurana do paciente.In: Harad Mjcs, Pedreira Mlg, Peterlini Mas, Pereira

    Sr(Orgs).O erro humano e a segurana do paciente. Atheneu. 2007. So Paulo:195

    199.

    24.Feldlman,L.B. Como alcanar a qualidade em instituies de sade.So

    Paulo:Martinari, 2004.

    25.Silva SC, Siqueira LCP, Santos AE. Boas prticas de enfermagem em

    adultos:procedimentos bsicos. Atheneu. So Paulo;2008.

    26.Salles CLS, Pedreira M.L.G, Restrio em pacientes. COREN/SP.;So Paulo 2009.

    A

    D

    A

    A

    A

    B

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    B

    B

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  • 033 Conteno Fsica dos Pacientes em Quadro de Agitao Psicomotora Pg. 197

    ANEXO I

    Formulrio para o Monitoramento de Conteno Fsica

    Nome do Paciente:

    N Pronturio: Idade: Local da Internao:

    Leito: Data: ______ /______ /______ Hora: :

    Supervisor de Enfermagem:

    Equipe de Conteno:

    Descrio do Comportamento do Paciente:

    Descrever Alternativas Utilizadas antes da Conteno:

    Medicaes prescritas na urgncia:

    Motivos da Conteno Fsica:

    Risco de queda, aps insucesso de outras medidas de proteo

    Agitao psicomotora, aps insucesso de outras medidas

    Insucesso da medicao

    Agressividade

    Outros. Especifique: _____________________________________________________________________________________

    Tcnica Utilizada: _____________________________________________________________________________________________

    Avaliao Mdica:_____________________________________________________________________________________________

    _________________________________________________________________________________________________________

    _________________________________________________________________________________________________________

    _________________________________________________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________________

    Assinatura e Carimbo

  • Pg. 198 033 Conteno Fsica dos Pacientes em Quadro de Agitao Psicomotora

    Avaliao de Enfermagem (Tcnicos de enfermagem)

    Tempo 0 30 Ato da retirada da

    conteno

    Pulso

    P.A.

    F.R.

    Observaes

    Assinatura/ carimbo

    Horrio da conteno: _________:_________ Horrio da retirada da conteno: _________:_________

    EVENTOS ADVERSOS / COMPLICAES SURGIDAS NO PERODO DA CONTENO FSICA:

    Sem eventos

    Com eventos. Especifique: ______________________________________________________________________________

    Desidratao

    Depresso respiratria

    Sintomas extra piramidais

    Convulses

    Alteraes da conscincia

    Acidente cardiocirculatrio

    Outros. Especifique: _____________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________

    Data: _____ /_____ /_________

    ____________________________________________________________________________ Assinatura Supervisor de Enfermagem (nome legvel com carimbo)

  • 033 Conteno Fsica dos Pacientes em Quadro de Agitao Psicomotora Pg. 199

    ANEXO II

    Avaliao do paciente com quadro de agitao psicomotora

    Araujo et al. (2010) corroboram que estudos epidemiolgicos demonstraram que os portadores

    de transtorno mental so suscetveis a episdios de agressividade e agitao, e na internao

    18% a 25% deles apresentam esse comportamento. Entretanto, destaca-se que a maioria dos

    portadores de transtorno mental no so violentos.

    Agitao psicomotora uma emergncia psiquitrica, cuja interveno teraputica imediata

    imperativa. Caracterizada por inquietao, aumento da excitabilidade psquica, resposta

    exacerbada aos estmulos, irritabilidade, atividade motora e verbal aumentada, inadequada e

    repetitiva, podendo cursar com agressividade. A agitao pode ter um curso flutuante, podendo

    modificar-se rapidamente ao longo do tempo.

    Pode ser dividida, segundo Dalgalarrondo (2000), em nove subtipos:

    Agitao manaca: secundria a um intenso taquipsiquismo. O indivduo se apresenta

    logorreico, inquieto, com ideias de grandeza e desinibio social;

    Agitao paranoide: secundria ao delrio paranoide e alucinaes. O paciente se mostra

    desconfiado, hipervigilante, potencialmente agressivo e hostil, pronto para defender-se das

    possveis ameaas que supostamente o cercam;

    Agitao catatnica: agitao impulsiva e intensa com movimentos repentinos e exploses

    agressivas

    Agitao no Delirium: com origem orgnica. Alm da agitao e irritabilidade, o paciente se

    encontra obnubilado, no apreendendo o ambiente, desorientado no tempo e espao, com

    fluxo confuso de pensamento;

    Agitao nas demncias: secundria ao quadro demencial, podendo estar associado a

    episdios paranoides, obnubilao e piora das capacidades cognitivas;

    Agitao oligofrnica: devido dificuldade em compreender o ambiente, o paciente com

    deficincia mental se constrange e desespera-se, entrando em estado de agitao podendo

    ficar hetero ou auto-agressivo;

    Agitao explosiva: associada a transtornos de personalidade do tipo explosivo, borderline e

    socioptico. Os pacientes, quando minimamente frustrados, reagem de maneira agressiva e

    explosiva, voltando a calma quando atendidas suas necessidades;

    Agitao histrica: agitao mais teatral e escandalosa, com sentido comunicativo;

    Agitao ansiosa: secundria a ansiedade e angstia extrema, o paciente se mostra irritado,

    tenso, andando rapidamente de um lado para o outro. Neste caso o risco de suicdio deve ser

    sempre considerado e as medidas de segurana rapidamente tomadas.

  • Pg. 200 033 Conteno Fsica dos Pacientes em Quadro de Agitao Psicomotora

    Deve-se considerar como diagnsticos diferenciais s entidades psiquitricas primrias, condies mdicas gerais e neurolgicas conforme indicado abaixo:

    Transtornos

    psiquitricos primrios Transtornos neurolgicos Doenas clnicas gerais

    Esquizofrenia Demncias (Alzheimer, Pick)

    Doena Metablica

    (hipoglicemia, distrbios hidro-

    eletrolticos

    Episdio manaco do TAB Acidentes Vasculares Enceflicos Agentes txicos (metais

    pesados, drogas, venenos)

    Abuso de substncias e lcool Encefalopatias Doenas infecciosas

    Transtorno de personalidade

    antissocial Doena de Wilson

    Deficincias vitamnicas (B12,

    tiamina)

    Transtorno de personalidade

    instvel

    Infeces do SNC (sfilis, HIV,

    herpes simples)

    Distrbios endcrinos (tireide,

    Cushing)

    Retardo mental Estados ictais, ps-ictais Encefalopatia heptica e

    urmica

    Transtornos orgnicos gerais

    (demncia, delirium)

    Esclerose Mltipla

    Doena de Huntington

    Traumatismo craniano

    Doena de Parkinson

    Lpus eritematoso sistmico

    Buscando explicitar os sinais de comportamento violento e agressivo, Botega 2006 estabeleceu o seguinte quadro diferencial

    Sinais Agressivo Violento

    Postura

    No senta: age de forma claramente

    intimidadora. Faz ameaas verbais, fala

    palavres, fala alto o tempo todo

    Anda de um lado para outro. Diz que

    vai agredir algum presente naquele

    ambiente. Acabou de agredir algum

    Psicomotricidade

    Quase agitado: esmurra a parede,

    gesticula muito. Quebrou objetos em

    casa

    Agitado: tem algo nas mos para se

    defender ou para agredir algum.

    Esta quebrando objetos no ambiente

    Humor Estado raivoso: demonstra estar com

    dio de todos, inclusive do entrevistador

    Estar furioso: demonstra a decidida

    inteno de agir violentamente

    contra algum

    Riscos Muito alto Iminente

  • 033 Conteno Fsica dos Pacientes em Quadro de Agitao Psicomotora Pg. 201

    ANEXO III

    Registro de Conteno Fsica

    Paciente: Pronturio:

    Data: _____ / _____ /

    __________

    Hora incio da conteno:

    ________ : ________

    Hora trmino da conteno:

    ________ : ________

    __________________________________

    Ass./Carimbo Mdico

    __________________________________

    Ass./Carimbo Enfermeiro

    Motivo da Conteno

    1- Risco de auto leso

    2- Risco de leso a terceiros

    3- Risco de fuga

    4- Fissura

    5- Risco de queda

    6- Abstinncia com agitao

    7- Outros: ____________________________________

    _____________________________________________

    Atuao para prevenir a conteno mecnica

    1- Conteno verbal

    2- Conteno qumica oral _______________ parenteral _______________

    Tratamento farmacolgico administrado e dados vitais

    Ver folha de prescrio de medicao do paciente e folhas de dados vitais da enfermagem.

    Tipo de Conteno

    Horrio de incio: ____:____

    Horrio ____:____ ____:____ ____:____ ____:____ ____:____ ____:____ ____:____

    Controle de melhora

    (1)Sem alterao (2)Melhora parcial (3)Piora (4)Melhora completa

    Relato de Efeitos Adversos

    Medidas Tomadas

  • Pg. 202 033 Conteno Fsica dos Pacientes em Quadro de Agitao Psicomotora

    ANEXO IV

    Fluxograma de Conteno

    Ps Execuo - Avaliar o paciente periodicamente a cada duas

    horas quanto ao seu comportamento, eficcia da restrio, presena de complicaes e necessidade de manuteno ou associao de outras medidas teraputicas;

    - Anotar no pronturio do paciente informaes com motivo das restries, horrio e tipo das restries, reao do paciente, cuidados com as restries e os membros restritos.

    Obs.: - Avaliar as restries no mnimo 1x/planto e

    troc-la 1x ao dia ou se estiver suja, ajudar o paciente em relao s suas necessidades de nutrio, excreo, hidratao, higiene e etc;

    - Monitorar as condies de pele e circulao nos lociais e membros contidos e avaliar periodicamente a retirada das mesmas.

    Material - Compressas de algodo ortopdico; - Loo ou creme hidratante(s/n); - Atadura crepe; - Esparadrapo ou fita hipoalergnica (s/n).

    Pr-execuo - Avaliar a necessidade de conteno do paciente; - Orientar o paciente e familiares/acompanhante quanto ao uso de conteno, as razes do seu uso, durao e possveis complicaes; - Higienizar as mos; - Reunir o material; - Inspecionar a regio onde ser feita a conteno.

    Conteno dos

    Pacientes no Leito

    Execuo Restrio Fsica - Imobilizar fisicamente o paciente com auxlio da equipe, evitando causar traumas ao paciente.

    Restrio Mecnica - Lavar e secar a rea a ser restringida; - Aplicar loo ou creme hidratante se necessrio (s/n); - Dobrar a compressa do algodo em trs partes no sentido do comprimento e enrolar ao redor do punho ou tornozelo do paciente; - Prender o conjunto com um n e prender as pontas soltas da atadura na cama.

    Conteno dos

    Pacientes no Leito

  • Governador do Estado de Minas Gerais

    Antnio Augusto Junho Anastasia

    Secretrio de Estado de Sade de Minas Gerais

    Antnio Jorge de Souza Marques

    Presidente da FHEMIG

    Antonio Carlos de Barros Martins

    Vice-Presidente

    Wagner Eduardo Ferreira

    Gabinete

    Fernando Eduardo Guimares de Carvalho

    Procuradoria

    Jlio Csar Pinto

    Auditoria Seccional

    Alexandre Gorgulho Cunningham

    Assessoria de Comunicao Social

    Christina Guimares Marndola

    Diretoria de Planejamento, Gesto e Finanas

    Cludio Rodrigues Damasceno de Andrade

    Diretoria Assistencial

    Henrique Timo Luz

    Diretoria de Gesto de Pessoas

    Flvia de Queiroz Lima

    Diretoria de Desenvolvimento Estratgico e Pesquisa

    Hilda Maria Silveira Mesquita Zschaber

    Comisso Central de Protocolos Clnicos da FHEMIG

    Guilherme Freire Garcia