04 - OCLUSÃO E EQUILÍBRIO DOS DENTES
-
Upload
francielle-rezende -
Category
Documents
-
view
221 -
download
0
Transcript of 04 - OCLUSÃO E EQUILÍBRIO DOS DENTES
-
8/14/2019 04 - OCLUSO E EQUILBRIO DOS DENTES
1/23
" " "
OClUSAO E,
EQUlllBRIO DOSDENTES
-
8/14/2019 04 - OCLUSO E EQUILBRIO DOS DENTES
2/23
A oclusao dental inegavelmente e 0 mais
vasto e importante capitulo da Odontologia,
constituindo-se no alicerce sobre 0 qual se edi-
fica a Onodontia. Dai anecessidade de a estu-
darmos em todos os seus detalhes, variac;:6ese
desenvolvimento.
Para diagnosticarmos as mas oclusoes, antes
de tudo, precisamos ter uma visao, amais com-
pleta possivel, da oclusao normal, quer na den-
tadura decidua, quer na permanente. Contu-
do, enecessario entendermos que em biologia,
e principalmente no estudo da oclusao, 0 con-
ceito de normalidade admite variac;:oes. Este
fato nos leva a considerar que, embora 0con-ceito de normal sejareferido "aomaisfrequen-
te", verificamos que urn desvio, mais ou menos
amplo em torno da media, caracteriza amaior
parte das oclusoes estudadas. E necessario,pois, que tracemos regras definidas para 0 esta-
belecimento de uma norma individual, quando
tratamos as mas posic;:oesdos dentes.
Etimologicamente 0vocabulo oclusao signi-
fica fechar para cima ("oc" = para cima, "clude-
re" = fechar). 0 conceito original refere-se a
uma ac;:aoexecutada, literalmente a uma apro-
ximac;:aoanatomica, a uma descric;:aode como
seencontram os d entes quando em contato.
Antony usou a palavra articular;iio para re-
presentar as multiplas correlac;:6es funcionais
entre as superficies oclusais dos dentes, reser-vando a palavra oclusiio ao se referir a estas su-
perficies em contato, poreill estatico.
Gregory empregou a palavra oclusao em
sentido lato, indicando nao s6 as relac;:oesde
contato entre os d entes antagonistas, como
tambem as relac;:oesentre estes dentes durante
o ato de fechamento da boca.
Modernamente 0conceito de oclusao den-
tal evoluiu de uma concepc;:ao puramente esta-
tica de contato entre os dentes a uma concei-
tuac;:aodinamica, incluindo dentes e estruturas
vizinhas, com especial enfase a din arnica do
aparelho mastigador.
As diferentes relac;:6esde antagonismo que
os dentes apresentam, quer quando em conta-
to ou nao, dependem das variadas posic;:oesque
a mandfbula pode assumir com relac;:aoao ma-
xilar (Fig. 4.1). Para a consecuc;:ao destas rela-
Fig.4. , - Aspecto dos den tes permanentes vistos pela face vestibular,
quando em Oc/USDO central.
dos musculos, articulac;:oes, pIanos inclinadoscuspideos, etc. Dai 0 entendimento sobre 0
conceito de oclusao lato sensu, em Odontologia,
que evolui de uma concepc;:ao estatica propria-
mente dita, de contato dental, para uma con-
cepc;:aodinamica, incluindo dentes eestruturas
vizinhas, curva oclusal, em func;:aoda articula-
c;:aotemporomandibular.
Dependendo da posic;:aode contato ou afas-
tamento dos dentes, da contrac;:ao ou relaxa-
mento dos musculos mastigadores e da movi-
mentac;:ao ou imobilizac;:aoda mandfbula, che-
ga-seasdiferentes fasesda oclusao, recebendo,
cada uma delas, denominac;:ao pr6pria.
I-INOCLUSAO FISIOLOGICA
ESTATICA
Tambem denominada posic;:aofisiol6gica de
repouso, ou inoclusao fisiol6gica estatica de
Izard, corresponde a uma posic;:aofisiol6gica da
mandfbula na qual ela esta separada do maxi-
lar por uma distancia minima, dependente da
contrac;:aomuscular (tono muscular) necessaria
para resistir a ac;:aoda gravidade.
Seaver opina que a inoclusao fisiol6gica esta
regulada por uma contrac;:ao continua do tipo
tonico, como reac;:aoas forc;:asda gravidade. Cor-
responde a posic;:aopostural em que se iniciam e
terminam tod os os movimentos mastigat6rios.
Seucarater de cons tanciaadvem dasimetria dos
meios de uniao da mandfbula ao maxilar.
Na inoclusao fisiol6gica estatica, a sinfise do
mento coincide com a linha mediana, perma-
necendo a mandibula sem movimentac;:ao e
afastada de dois a tres milfmetros do maxilar.
-
8/14/2019 04 - OCLUSO E EQUILBRIO DOS DENTES
3/23
pela erupc;:aodental, persistindo, com urn alto
grau de estabilidade, ap6s aperda dos dentes.
As investigac;:oes de Brodie demonstraram
que a posic;:aoda mandfbula com referencia ao
complexo craniofacial seestabelece no terceiro
mes de vida e que esta relac;:ao nao se alterapelo crescimento.
Corresponde as varias posic;:oesda mandibu-
la em movimento, sem contudo tomar contato
dental. Sao numerosas e variadas estas posi-
c;:oes,nao apresentando 0carater de constancia
da inoclusao fisiol6gica estatica.
A posic;:aooclusal, ou oclusao propriamente
dita, se estabe!ece quando, a partir da inoclu-
sao, a mandibula semove para colocar em con-
tato os dentes de ambos os maxilares, havendo,
pois, contrac;:aomuscular.
Para que a oclusao se estabelec;:a e necessa-
rio haver contato dental, em urn ou varios pon-
tos, com imobilidade mandibular. Acontrac;:aomuscular refere-se apenas ao movimento sufi-
ciente para veneer aac;:aoda gravidade. Deduz-
se que ha inumeras posic;:oesde oclusao.
A oclusao difere da articula r; iio porque nesta,
embora haja tambem contato dental, ela edinimi-
ca enao estatica. A articulac;:aose inicia com 0esta-
belecimento do contato dental emovimento man-
dibular, termihando quando este se detem ou os
arcossesepararn. A articulac;:aoe, pois, asucessao
ininterrupta dedoisou mais estadosdeoclusao.
Partindo-se de uma inoclusao fisiol6gica esta-
tica, para uma posic;:aode contato dental, sem
desvios laterais da linha mediana da mandfbula
com respeito ao plano sagital, obtem-se uma
fase da oclusao dita oclu sao centra l. Nela aparece
o maior numero possivel de contatos dentais,
conferindo aeste tipo de oclusao urn carater de
constancia, face asinumeras referencias forneci-
das pelas cuspides, sulcos ef6ssulas dos dentes.
Aoclusao central pode ser definida como a
posic;:aodeterminada pela maxima e melhor
intercuspidac;:ao dental, estando a mandibula
em atitude estatica.
Apartir da chamada relar;ao central, definida
como a posic;:ao mais retruida da mandibula
desde a qual se pode efetuar confortavelmente
todos osmovimentos de lateralidade eabertura
da boca, obtem-se a oclusao central.
Quando a mandfbula passa da fase de rela-
c;:aocentral, encontrando-se oscondilos em po-
sic;:aode equilibrio na cavidade glen6ide, para a
fase de oclusao central, deve ser mantida asituac;:ao de equilibrio dos condilos. Contudo,
existindo contatos prematuros entre dentes,
pianos inclinados anormais, etc., a mandibula
entrara em uma relac;:aoexcentrica com respei-
to ao maxilar, quando dos contatos dentais.
2- OCLUSAO CENTRAL
NA DENTADURA PERMANENTE
A maioria dosestudos concernentes a oclusao,de urn modo geral, referem-se a oclusao central.
Elase constitui no prot6tipo de todo e qualquer
tratamento odontol6gico. Serve, pois, de base as
considerac;:oesfeitas sobre 0assunto,razao por que
devera seranalisada com pormenores.
Uma oclusao central perfeita epraticamen-
teimpossive! de severificar, pois demandaria a
integridade anatomofuncional de todos os ele-
mentos dentais (cuspides, pianos inclinados, li-
gamentos) e paradentais.Napcitica, inumeros fatoresconcorrem para a
alterac;:aodascondic;:oesde oclusaocentral normal
requeridas a uma dentadura. Entre estes fatores
pode-se enumerar ausencia de dentes, modifica-
c;:oesmorfol6gicas, anomalias de implantac;:ao,etc.
Os dentes em oclusao central devem ser es-
tudados e observados por suas faces vestibular,
proximal e oclusal.
A. Aspecto vestibular - Em posic;:aode oclu-
sac central, todos os dentes de urn arco ocluemcomdoisdo arco oposto, comexcec;:aodos incisi-
vos centrais inferiores e dos terceiros molares su-
peri ores, que ocluem apenas com seus hom6lo-
gos antagonistas. A distincia mesiodistal dosden-
tes superiores e maior que as corresponqentes
dosinferiores, ate ao niveldo segundo premolar.
Apartir do primeiro molar, estarelac;:aoseinver-
te, ou seja, a distincia mesiodistal dos molares
inferiores ultrapassa aquelas dos antagonistas su-
periores. Desta maneira, a face distal dos tercei-
ros molares termina no mesmo plano (Fig. 4.1).
Nesta posic;:aode oclusao central, osmolares
e premolares recobrem de uma cuspide 0 lado
vestibular dos seus hom6logos inferiores, 0
mesmo acontecendo com os caninos e incisivos
que recobrem os terc;:osincisais dos correspon-
dentes inferiores.
o fato de osdentessuperiores sobrepassarem osinferioresdo ladovestibular, caracteriza 0tiponor-
-
8/14/2019 04 - OCLUSO E EQUILBRIO DOS DENTES
4/23
mal de oclusaocentral denominada psaJido do ntia . Etambem normal wna variayio da oclusao centralem
que, fuce a grandeabrasao dental, abordaincisaldos
dentes anteriores esuperiores toca,topo a tapa, as
correspondentes inferiores, denominando-se la h io -
do ntia. A oclusao lingual dos incisivossuperiores earn
relayio aos inferiores caracteriza a opistodo ntia .
B. Aspecto proximal - Quando se observa
os dentes par uma de suas faces proximais, fica
evidente, nos casas de oclusao central em psali-
dodontia, a trespasse horizontal da borda incisal
dos dentes superiores sabre os inferiores e das
cuspides vestibulares dos posteriores com rela-
-
8/14/2019 04 - OCLUSO E EQUILBRIO DOS DENTES
5/23
Fi g. 4.4 - Tre spasse hor izonta l (overje t) e trespasse verti cal (overbite
ou so brem ordida) emm od elos de gesso A,B,C eD.E m En ota -se grande
trespasse ho rizontal, em paciente.
Fig. 4.5 - Aspeeta proxim al da Oc/USDO ce ntral dos m olares
pe rm an entes. Notar qu e, em vista da inc/ina
-
8/14/2019 04 - OCLUSO E EQUILBRIO DOS DENTES
6/23
As rela
-
8/14/2019 04 - OCLUSO E EQUILBRIO DOS DENTES
7/23
vestibular do incisivo lateral inferior oclui com
a pon;:ao mesial do ten;:o incisal da face palati-
na do incisivolateral superior;
- a pon;:ao mesial do ten;:o incisal da face
vestibular do canino inferior oclui com apor-
-
8/14/2019 04 - OCLUSO E EQUILBRIO DOS DENTES
8/23
- af6ssula oclusal mesial do terceiro molar
inferior oclui com 0 apice da cuspide distopala-
tina do segundo molar superior;
- 0 apice da cuspide mesiovestibular do
terceiro molar inferior oclui com a f6ssula
oclusal distal do segundo molar superior;
- os pIanos inclinados oclusais das cuspi-
des mesiovestibular e mesiolingual do terceiro
molar inferior ocluem com a ameia palatina
entre 0 segundo e terceiro molar superior;
- 0 suko vestibular do terceiro molar inferior
oclui com os pIanos inclinados oclusaisda cuspi-
de mesiovestibular do terceiro molar superior;
- a f6ssula central do terceiro molar inferior
oclui com 0apice da cuspide mesiopalatina do
terceiro molar superior;- 0 apice da cuspide distovestibular do ter-
ceiro molar inferior oclui com af6ssula central
do terceiro molar superior;
- os pIanos inclinados oclusais da cuspide
distovestibular do terceiro molar inferior ocluem
com a f6ssula distocentral do terceiro molar
superior;
- os pIanos inclinados oclusais da cuspide
distolingual do terceiro molar inferior ocluemcom 0suko oclusopalatino do terceiro molar
superior;
- as faces distaisdos terceiros molares supe-
riores einferiores terminam no mesmo plano.
Emvirtude do molar dos seis anos ser 0pri-
meiro dente permanente a se formal' e irrom-
per, e porque "se constitui num ponto de refe-
rencia notavelmente estavel no que dizrespeito
a anatomia craniofacial", ele foi considerado
pOI'Angle como a "chave da oclusao".
Numa oclusao central normal, a cuspide
mesiovestibular do primeiro molar superior
deve ocluir com 0 suko vestibular do primeiro
molar inferior.
Deveser assinalado que ospIanos cuspideos
oclusais situam-se na face oclusal propriamente
dita, enquanto os vestibulares ou linguais per-
ten cernas faces oclusais funcionais.
Angle, baseado nesta "chave de oclusao",classificou as anomalias de oclusoes dentais
(ma oclusao) em tres classes:
- ma oclusao de classe I (neutroclusoes);
- ma oclusao de classe II (distoclusoes) e
- ma oclusao de cJasseIII(mesioclusoes).
- Nas mas oclusoes de classe I, as rela
rela
-
8/14/2019 04 - OCLUSO E EQUILBRIO DOS DENTES
9/23
vez que saDguiados pelo plano das facesdistais
dos segundos molares deciduos (Fig. 4.8).
o contato correto entre os primeiros mola-res superiores (chave de oclusao) so sedara em
razao do deslizamento dos pIanos cuspfdeos,
apos a queda dos segundos molares deciduos.Como a dimensao mesiodistal dos molares de
leite e maior que as correspondentes dos pre-molares substitutos, apos a queda daqueles per-
manece urn espac;:olivre (Nance) que permitira
acomodac;:aodosmolares permanentes na chave
de oclusao. Esta acomodac;:ao se faz devido it
migrac;:aomesial do primeiro molar inferior per-
manente ser maior que a migrac;:ao mesial do
primeiro molar superior permanente. No pri-
meiro caso a distancia e de 1,7 milfmetro, nosegundo casoe de 0,9 milfmetro (Fig.4.9).Do mesmo modo que na dentadura perma-
nente, ha uma chave de oclusao para a denta-
dura decidua, a qual se estabelece entre os se-
gundos molares. E preciso lembrar que estesdentes sao, morfologicamente, muito seme-
lhantes aos primeiros molares permanentes.
Portanto, na oclusao central dos dentes decidu-
os, encontra-se a cuspide mesiovestibular do
segundo molar superior ocluindo com 0 suleovestibular do segundo molar deciduo inferior,
ea cusp ide mesiolingual do segundo molar su-
perior deciduo ocluindo na fossula do seu ho-
mologo inferior. Os demais dentes deciduos
ocluem, quando observados pela face vestibu-
lar, da maneira que se segue (Fig.4.8):
- 0 incisivo central inferior oclui com os
dois terc;:osmesiaisdo incisivo central superior;
- 0 terc;:omesial do incisivolateral inferior
oelui com0
terc;:odistal doincisivocentralsuperior;- os dois terc;:osdistais do incisivo lateral
inferior ocluem com a metade mesial do incisi-
volateral superior;
Fig. 4.8- Aspecto dos dentes decidu os, vistos pela f ace vestibular,
quando em oclusi io c entral.
- a metade mesial do canino inferior oclui
com ametade distal do incisivo lateral superior;
- a metade distal do canino inferior oclui
com ametade mesial do canino superior;
- 0terc;:omesial do primeiro molar inferior
oelui com a metade distal do canino superior;- os dois terc;:osdistais do primeiro molar
inferior ocluem com os dois terc;:osmesiais do
primeiro molar superior;
- 0quarto mesial do segundo molar inferior
oelui com0terc;:odistal doprimeiromolar superior;
- os tres quartos distais do segundo molar
inferior ocluem com 0segundo molar superior.
A analise das relac;:oesoelusais levada a efei-
to para cada dente, emseparado, permite dizer
que, de urn modo geral, osdentes temporariostern uma inclinac;:aoaxial muito pequena, apro-
ximando-se davertical, tanto no sentido mesio-
distal quanto no sentido vestibulolingual.
Durante a fase de transic;:ao da dentadura
decfdua para a permanente, inumeras modifi-
cac;:oesvaG se processando nos maxilares que,
portadores de vinte dentes da primeira denti-
c;:ao,deverao dar lugar a trinta e dois da
dentic;:aodefinitiva. 0aumento do arco, para
abrigar todos os dentes permanentes, se faz,principalmente, grac;:asao crescimento osseo
da regiao distal aossegundos molares deciduos
(vide Capftulo de Crescimento e Desenvolvi-
mento Craniofacial).
Fig . 4.9 - Esquema destinado a mostror que a som a das distilncias
M-D dos dentes decidu os (caninos e mo lares) e nove decim os demilimetros maior que aso m a d as distilncias M-D dosdentes perm anentes
(canin os e premolares superiores). No arco inferior esta diferen
-
8/14/2019 04 - OCLUSO E EQUILBRIO DOS DENTES
10/23
Embora grande nllinero de autores admita 0
aparecimento dediastemasou espa
-
8/14/2019 04 - OCLUSO E EQUILBRIO DOS DENTES
11/23
As dez chaves, ou principios de oclusao nor-
mal, a seguir relatadas, se constituem nos fun-
damentos basicos de uma oclusao satisfatoria
do ponto de vista estatico e dinamico.
Constitui-se em urn norte ou guia para ob-
termos a oclusao ideal.
As chaves de oclusao propostas por Angle epor Andrews, acrescentamos outras quatro
(configura
-
8/14/2019 04 - OCLUSO E EQUILBRIO DOS DENTES
12/23
Fig. 4./3 -lIustrQl;ao evidenciando a finha que passa pela coroa eraiz
do dente A , 0plano oc/usal B e a corda C qu e expre ssa a ang ula ,ao
mesiodistal dos dentes (segundo Strang).
Recorde-se que a mandfbula descreve cfrcu-
los em seus movimentos de abertura e fecha-
mento da boca; que asformas dentais exibem
superficies curvas; que os ossos suportes, bem
como os pIanos oclusais, saG conformados em
curva e que, portanto, as fon;:asque incidem
sobre os dentes nao 0 fazem em angulo reto
com 0plano horizontal. A Tabela 4.1 mostra os
valores aproximados da angula
-
8/14/2019 04 - OCLUSO E EQUILBRIO DOS DENTES
13/23
nhada em urn retangulo. 0 espa
-
8/14/2019 04 - OCLUSO E EQUILBRIO DOS DENTES
14/23
TABELA 4.2
Inclina
-
8/14/2019 04 - OCLUSO E EQUILBRIO DOS DENTES
15/23
CHAVE 4 - AREASDE CONTATOINTERPROXIMAL RIGIDAS
Em virtude da disposic,:aoem arco dos den-
tes, eles se contatam atraves dasfacesproximais.
Deste modo se estabelece uma relac,:aoentre a
face distal de urn dente com amesial do que se
lhe segue, fazendo excec,:aoosincisivoscentrais,
que se tocam pelas faces mesiais, e os ultimos
molares, que ternsuasfaces distaislivres. Devido
aos movimentos fisiol6gicos dos dentes, surgemareas de contato, como resultado do desgaste ao
nivel das faces proximais que se tocam.
A area de contato deve ser considerada
como verdadeira entidade anatomo-fisiopatol6-
gica que garante a integridade do periodonto.
Se, por motivos varios (caries, ma posic,:ao
dental), estasareasforem destruidas ou anormal-
mente dispostas, havera ruptura do equilibrio
entre osdente~ contiguos, acarretando traumatis-
mos para 0 lado dasestruturas desuporte dental.
',- A localizac,:ao da area de contato e variavel
de acordo com 0 dente considerado. Assim,
para os incisivos, esta mais pr6xima a bordaincisal, em virtude de ai se localizar a maior
discincia mesiodistal. Nos caninos, premolares
e molares, embora a area de contato permane-
c,:ano terc,:o oclusal destes dentes, ela acha-se
deslocada em sentindo oclusocervical.
Observando-se osdentes atravesde suas facesoclusais, nota-se que, emvirtude de divergencia
das faces proximais no sentido vestibulopalatino
(ou lingual), aarea de contato sempre selocali-
zamais pr6xjma ao terc,:ovestibular.
Ao redor da area de contato podem-se con-
siderar quatro espac,:os,a saber: ameia vestibu-
lar, ameia palatina ou lingual, espac,:ointerden-
tal e suko interdental.
Quando observamos os dentes atraves de
Fi g. 4.2/ - Valares medios da inclina ~ao ves tibulolin gu al da coraa dos
de nte s inferio re s (se gu n do A n dr ews).
espac,:osprismatico-angulares situados para 0
lado vestibular ou para 0 lado palatino (lin-
gual) da area de contato (Fig. 4.22).
~
~
Fig. 4.22 - Esque ma r eprese ntand o as ameias vestibular (A V)epal atin a
(AP), 0e spa~ o in terden tal (EI) e 0 sulco interden ta l (51 ) . N o tar que, em
vir tud e d a d ivergencia das fa ces proxim ai s no sentido v estibu lopalatino, a
am e ia l ingual (palatina ) e mai o r q u e a ves tibular.
Emvirtude da posic,:aoda area de contato, a
ameia vestibular e sempre menor que a palati-na ou lingual.
Quando observamos osdentes atravesde suas
facesproximais,os espac,:ossituados acimae abaixo
da area de contato correspondem, respectivamen-
te, ao suko interdental e ao espac,:ointerdental.
Esteultimo e preenchido pela papila gengiva).
CHAVE 5 - CONFORMA(:AO
DOS ARCOS DENTAIS
Os dentes, dispostos sobre os processos al-
veolares, se relacionam reciprocamente atraves
de suas faces proximais e formam arcos, urn su-
perior eoutro inferior, de concavidade posterior.
A configurac,:ao do arco dental deciduo e
semicircular, modificando-se ap6s a erupc,:ao
do primeiro molar permanente.
o estudo da forma dos arcos permanentestern sido motivo de controversia entre os vari-
-
8/14/2019 04 - OCLUSO E EQUILBRIO DOS DENTES
16/23
consideram-no como eliptico; Sappey, Testut,
Angle, Wheeler falam em arco parab6lico,
enquanto Menezes, Izard, Marseillier, Sicher
e Tandler, Aprile e Figun admitem para 0
arco dental varias formas (em V, circular, em
lira, em U, ete.).
Picosse, baseando-se em dados fornecidos
pela geometria anaHtica, demonstrou que a
curva descrita pela sucessao dos dentes per-
manentes configura urn segmento de elipse
Fig. 4.23.
AA ' = gran de eixo
da el ipse
BB' = pequeno eixoda elip se
Fe F'= facas
o = cent ro da elips e
AI
Fig. 4.23 - E/ipse ob ti da apos de duC;ao ana /i ti ca . Obse rva- se
pe rfeita c on cordon ci a en tre a e/ipse con struida e a cu r v o d o orco
co nseguida pela uni ao dos pon to s d e r eparo, se gundo Picoss e.
Quando observamos oarco permanente e
o decidua, verificamos que a distancia trans-versal maxima, medida a altura do primeiro
ou segundo molar, e sempre maior que a an-
tero-posterior. De outra parte existe uma cor-
rela
-
8/14/2019 04 - OCLUSO E EQUILBRIO DOS DENTES
17/23
A
B
Fi g . 4.24- E s qu e m a d em o nstrando 0c o nt or n o n o rm a l d o s a r c os dentais superiores A e in(eriores B , co m os desvios correspondentes a morf%giada s (ac es v estibulares do s dentes, q u an do d a co n( eo;Q o d os a r co s o r t od8n ti co s. E /e s c or re sp o nd e m a o s v a /o r es m e d io s d o pr oe m inen ci a d as c or oos
nos a r c os superior e in ferior (seg u nd o A nd r ew s).
CHAVE 6 - AUSENCIADE ROT A
-
8/14/2019 04 - OCLUSO E EQUILBRIO DOS DENTES
18/23
F ig . 4.26 - Figura elucidando 0fa to do rotac;:eo do molar ocupar no
arco um espa c; :o m ai or do qu e Ihee d evid o, causando, co nse qiientemente,fa lta de en grena men to cor reto entre dentes supe ri ores e infe riores.
A observa
-
8/14/2019 04 - OCLUSO E EQUILBRIO DOS DENTES
19/23
estao representadas pela proje
-
8/14/2019 04 - OCLUSO E EQUILBRIO DOS DENTES
20/23
CHAVE 8 - GUlAS DE
OCLUSAO DINAMICA
o conceito dinamico da oclusao nos conduzaseu objetivo maior, que e a obtenl;ao do equi-
librio oclusal e consequentemente a estabilida-
de mandibular.
S6 teremos uma oclusao normal individual
quando dentes, maxilares, articulal;oes e mus-
culos permanecerem em urn estado funcional
6timo estabe!ecido, segundo Saito, pe!os se-
guintes requisitos:
1) as resultantes das forl;as oclusais devem
seguir uma direl;ao axial biologicamente favo-
ravelas estruturas de suporte;
2) enecessario haver estabilidade mandibu-lar, ou seja, parada estavel com contatos bilate-
rais simultaneos entre os dentes, em centrica
(posil;aode maxima intercuspidal;ao);
3) nao deve existir interferencia em qual-
quer dente posterior no lado de trabalho du-
rante osmovimentos de lateralidade;
Para tal, precisamos obter:
- desoclusao do lado debalanceio nosmovi-
mentos de lateralidade;
- desoclusao de todos osdentes posterioresemmovimento protrusivo;
- guia incisal em harmonia com os movi-
mentos bordejantes;
- espal;ofuncionallivre correto, permitindo
uma funl;ao harmoniosa da oclusao com 0
complexo neuromuscular e ATM.
o lado para 0 qual a mandibula se movi-menta e denominado l
-
8/14/2019 04 - OCLUSO E EQUILBRIO DOS DENTES
21/23
sores, retropulsores, elevadores, abaixadores e
diductores), bem como os demais grupos mus-
culares citados.
b) For~as Resistentes e Resistencia Passiva
- reveladas pelos pr6prios dentes, quer anta-
gonistas, quer vizinhos, que se opoem aodeslo-camento vertical e mesiodistal; pelo alveolo
que se opoe ao aprofundamento dos dentes;
pela musculatura labioglossogeniana;
c) Elementos que Distribuem asFon;:asMo-
toras - a for
-
8/14/2019 04 - OCLUSO E EQUILBRIO DOS DENTES
22/23
Fi g . 4.32 - Equilibrio dental mesiodistal (regiGo dos premo/ares) no
es tado d ini imico e na oc luSGO engrenante ( imi tado de I zard) .
Quando ha quebra do equilfbrio articular, pela
perda de urn ou mais elementos do arco, como
por exemplo pela ausencia do primeiro molar
inferior, observa-se a mesializac;:aodo segundo e
terceiro molares inferiores. Concomitantemen-
te, formam-se diastemas entre ossegundo e pri-
meiro premolares inferiores, bem como a extru-saG do primeiro molar superior, ern virtude da
ausencia do dente antagonista.
3. Equilibrio Vertical - Dois fatores contri-
buem para assegurar 0equilfbrio vertical: a for-
c;:amastigadora e 0 ligamento alveolodental.
a) Forc;:aMastigadora - Esta forc;:aimpede
a egressao ou saida do dente do alveolo; po-
rem, ela nao se exerce continuadamente, mas
sim por intervalos, uma vez que a cada degluti-
c;:aoproduz-se uma oclusao corn consequente
pressao sobre os dentes.
b) Ligamento Alveolodental - Este liga-
mento opoe-se a ingressao do dente no alveolo.Decompondo-se as forc;:as que se manifestam
1. Andrews, L.F. The Andrews straight-wire ap-pliance concept. Thesis presented to Southern
California componente of the Edward H. Angle
Society ofOrthodontists, Pasadena, California,
November 1968.
2. Andrews, L,F. The diagnostic system: occlusal
analysis. The Dental Clinics of North America 20
(1976): 671-690.
3. Andrews,L.F. The six keys normal occlusion.
Am. J Orthod.62(1972):296-309.
sobre os dentes e transmitindo-as sob forma de
tensao a parede alveolar, os diferentes feixes deligamento evitam 0aprofundamento do dente
no alveolo.
S6 podemos considerar como completo 0
estudo da oclusao normal quando introduzi-
mos urn componente estetico a sua definic;:ao(Fig. 4.33).
A harmonia das linhas faciais e urn perfeito
equilibrio entre suas partes, incluindo obvia-
mente os dentes, saG imprescindiveis para a
compreensao e 0verdadeiro objetivo da oclu-
saG normal (vide linhas faciais no capitulo de
Cefalometria Clfnica).
Como asseverou Angle, ao ortodontista
compete moldar a forma facial mediante a
oclusao. Na realidade 0profissional e mais que
urn artista, e urn escultor.
tic mechanism. Dental Cosmos 70(1928):1143-
1158.
6. Andrews, L.F. The latest and best in orthodon-tic mechanism. Dental Cosmos 71(1929):260-
270.
7. Andrews, L.F. Treatment of malocclusion of the tee-
th. 7th ed.Philadelphia:The S. S.White Dental
Mfg. Co., 1907.
8. Angle, E.H. Classification of malocclusion.
Dental Cosmos 41 (1899):248-264,350-357.
9. Baume, L.J: Physiologic tooth migration andits significance for the development of occlusi-
-
8/14/2019 04 - OCLUSO E EQUILBRIO DOS DENTES
23/23
and sagital jaw relation. Tr. European Ortho- 29. Knott, v.: Size and form of the dental arches indont. Soc. 29:240, 1953. children \vith good occlusion studied longitudi-
11. Bradley, R.E.: The relationship between erup- nally from age 9years to late adolescence, Am.
tion, calcification, and crowding of certain man- J. Phys. Anthropol. i9:263, 1961.
dibular teeth. Angle Orthodont. 31:230, 1961. 30. Lauterstien, AM., Pruzansky, S., and Barber,
12. Clinch. L.:An analysis ofserial models between T K: Effect of deciduous mandibular molar
three and eight years of age, Dent. Rec. 71:61, pulpotomy on the eruption of succedaneous1951. premolar. J. Dent. Res. 41:1367, 1962.
13. Davey, KW.: Effect of premature loss of deci- 31. Lewis,A B., and Garn, S. M.:The relationship
duous molars on antero-posterior position of between tooth formation and other maturatio-
maxillary first permanent molars and other nal factors, Angle Orthodont. 30:70, 1960.
maxillary teeth, J. Canad. D. A 32:406, 1966; 32. Lo, R. T., and Moyers, R. E.: Studies in the
alsoJ. Dent. Child. 34:383, 1967. etiology and prevention ofmalocclusion. 1. The
14. Dempster, W.T, Adams, W.J., and Duddles, R. sequence of eruption of the permanent den-
A: Arrangement in thejaws of the roots of the tition, Am.J. Orthodont. 39:460, 1953.
teeth. J.AD.A. 67:779, 1963. 33. MassIer, M., and Malone, A. J.: Root resorption
15. Fisk, R. 0.: Normal mandibular arch changes in human permanent teeth, Am.J. Orthodont.between ages 9-16.J. Canad. D.A 32:652, 1966. 40:619, 1954.
16. Garn, S. M.: The genetics of normal human 34. Meredith, H. v .: Order and age of eruption forgrowth. De Genetica Medica-Paris II, Edizioni the deciduous dentition, J. Dent. Res. 25:43,
Dell Instituto "Gregorio Mendel," Rome, 1962. 1946.
17. Garn, S.M., and Le,vis, A B.:Tooth-size, body- 35. Meredith, H.v.: Relation between the eruptionsize and "giant" fossil man, Am. J. Anthropol. of selected mandibular teeth and the circum-
61:874, 1958. puberal acceleration in stature, J. Dent. Child,
18. Garn, S.M., Le\vis,A. B., and Bonne, B.:Third 25:75, 1959.
molar formation and its development course. 36. Moorrces, c.: The Dentition of the Growing Child:Angle Orthodont, 32:270, 1962. A Longitudional Study ofDental Development betwe-
19. Garn, S. M., Lewis, A B., and Kerewsky, R. S.: en 3 and 18 Years of Age (Cambridge, Mass.:Har-
X-linked inheritance of tooth size, J. Dent. Res. vard University Press, 1959.
4:439, 1965. 37. Moorrees, C., and Chadha, J. M.:Available spa-
20. Garn, S. M., Lewis, A. B., and Kerewsky, R. S.: ce for the incisors during dental development
The meaning of bilateral asymmetry in the per- - growth study based on physiologic age, An-
manent dentition. Angle Orthodont. 36:55, gle Orthodont. 35:12, 1965.
1966. 38. Moorrees, C. F. A, and Reed, R. B.: Corre-
21. Garn, S. M., Lewis, A B., Koski, K, and Pola- lations among crown diameters of human tee-
check, D.L.: The sex difference in tooth calcifi- th, Arch. Oral BioI., 9:685, 1964.
cation. J. Dent. Res. 37:561, 1958. 39. Moyers, R. E., Castelli, P., and Kott, D.: The
22. Garn, S. M., Lewis, A B., and Vicinius, T H.: relationship between tooth development and
Third molar polymorphism and its signific;ince eruption. Unpublished data.
to dental genetics, J. Dent. Res. 42:1344, 1963. 40. Nolla, C.: Development of the permanent tee-
23. Gowgiel, J. M.: Experiments in tooth eruption, th, J. Dent. Child. 27:254, 1960.
J. Dent. Res. 40:736, 1961. (Abstract.) 41. Richardson, A S., and Castaldi, C. R.: Dental
24. Gregg, J. M.: Immobilization of the erupting development during the first twoyears oflife,J.
molar in the Syrian hamster, J. Dent. Res. Canad. D. A. 33:418, 1967.
44:1219,1965. 42. Saito, T: Ajuste oclusal. Rev. Ass. paul. cirurg.
25. Harvold, E. P.: Some biological aspects of or- Dent. vol.31;n 3,maiojun. 1977pag. 175a 197.
thodontic treatment in the transitional den- 43. Scott, J. H.: What determines the form of the
tition, Am.J. Orthodont. 49:1,1963. dental arches? Orthodont. Rec. 1:15, 1958.26. Hatton, M.: A measure of the effects heredity 44. Sillman, J. H.: Relationship of maxillary and
and environment on eruption of the deciduous mandibular gum pads in the newborn infant.
teeth,J. Dent. Res. 34:397, 1955. Am. J. Orthodont. 24:409, 1938.
27. Hurme, V. 0.: Ranges of normalcy in the erup- 45. Ten Cate, A R.: Oral Histology: Development,
tion of permanent teeth. J. Dent. Child. 16:11, Structure, and Function (2nd edition). The C.
1949 V M b C St L i 1985