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TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS
PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA
AULA 3
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Olá! Como você vai?
Na aula de hoje, vamos estudar o seguinte conteúdo:
! Formação, classe e emprego de palavras
! Flexão nominal
! Verbo: emprego de tempos e modos
! Flexão verbal
! Pronomes: emprego, formas de tratamento e
colocação
PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS
Com relação ao radical, as palavras podem ser:
1. SIMPLES – possuem apenas um radical: velho, novo, Brasil, pé
2 COMPOSTA – possuem mais de um radical: ferro-velho, girassol
Quanto à origem de formação, as palavras podem ser:
1. PRIMITIVAS – não derivam de outras da Língua Portuguesa, mas podem
dar origem a outras palavras: pedra, pobre, ferro.
2. DERIVADAS – originam-se de outras palavras da Língua: pedreiro,
empobrecer, ferradura.
OS PROCESSOS PRINCIPAIS
1. DERIVAÇÃO
1.1 PROGRESSIVA – com o acréscimo de afixos, dividindo-se em:
a) PREFIXAL – com o acréscimo de prefixo: desleal, infeliz, pré-história,
vice-diretor.
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b) SUFIXAL – com o acréscimo de sufixo: lealdade, felicidade, historiador,
diretoria.
c) PREFIXAL E SUFIXAL – com o acréscimo de prefixo e sufixo: deslealdade,
infelicidade, pré-historiador, vice-diretoria.
d) PARASSINTÉTICA – com o acréscimo simultâneo de prefixo e sufixo:
empobrecer, ajoelhar, engavetar.
1.2 REGRESSIVA, DEVERBAL, PÓS-VERBAL – ocorre quando se retira a parte
final de uma palavra primitiva, obtendo por essa redução uma palavra
derivada; ocorre na formação de substantivos abstratos a partir de verbos
(principalmente com os da 1ª e 2ª conjugações), substituindo a
terminação verbal pela vogal temática nominal.
Ex.: buscar – busca; cortar – corte; perder – perda; vender –
venda; sacar – saque; tocar – toque
ATENÇÃO! Os substantivos deverbais são sempre nomes que denotam ação.
Isso é importante porque há casos em que o verbo se forma a partir do
substantivo. Quando a palavra denota algum objeto ou substância, o verbo
deriva do substantivo.
Ex.: planta (obj.) – plantar (verbo deriv.); perfume (subst.) –
perfumar (verbo deriv.); azeite (subst.) – azeitar (verbo deriv.)
1.3 IMPRÓPRIA – ocorre quando determinada palavra, sem sofrer qualquer
acréscimo ou supressão em sua forma, muda de classe gramatical;
também pode acontecer de a palavra mudar a sua classificação dentro da
própria classe gramatical.
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Ex.: Você aceita um não como resposta? (advérbio virou
substantivo)
O Dr. Leão é um bom médico. (substantivo comum virou
substantivo próprio)
José Oliveira (substantivo comum virou substantivo próprio)
Ele é inteligente e lido (adjetivo a partir do particípio verbal)
Ela pisava forte. (adjetivo virou advérbio)
Silêncio! Bravo! Viva! (substantivo, adjetivo e verbo
viraram interjeição)
Quer... quer...; Já... já... (verbo e advérbio viraram
conjunção)
2. COMPOSIÇÃO
2.1 JUSTAPOSIÇÃO – as palavras são colocadas lado a lado, não há alteração
fonética em nenhuma delas, ambas conservam seu acento tônico:
segunda-feira; passatempo, democracia, agricultura.
,2.2 AGLUTINAÇÃO – ocorre quando os elementos sofrem alterações fonéticas
fundindo-se num só; neste caso só há um acento tônico: em + boa + hora
= embora; plano + alto = planalto; retilíneo; crucifixo; ambidestro;
demagogo.
OUTROS PROCESSOS
1 ABREVIAÇÃO, REDUÇÃO VOCABULAR – emprega-se parte da palavra
no lugar da sua totalidade.
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Ex.: cinematógrafo – cinema – cine; pneumático – pneu;
extraordinário – extra; pornográfico – pornô;
otorrinolaringologista – otorrino; poliomielite – pólio.
2 SIGLA – consiste na utilização das letras iniciais que formam a expressão.
Ex.: FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
ONU – Organizações das Nações Unidas
Embratur – Empresa Brasileira de Turismo
3 ONOMATOPEIA – ocorre quando se forma uma palavra por meio da
imitação de sons; procura-se reproduzir um determinado som, adaptando-
o ao conjunto de fonemas de que a língua dispõe.
Ex.: miau, cacarejar, pingue-pongue, tique-taque, reco-reco,
zunzunzum, relinchar.
4 HIBRIDISMO – consiste na associação de elementos oriundos de línguas
distintas.
Ex.: abreugrafia (abreu – português; grafia – grego)
automóvel (auto – grego; móvel – latim)
sociologia (sócio – latim; logia – grego)
goiabeira (goiab – tupi; eira – português)
burocracia (buro – francês; cracia – grego)
sambódromo (sambo – africano; dromo – grego)
surfista (surf – inglês; ista – grego)
bígamo (bi – latim; gamo – grego)
endovenoso (endo – grego; venoso – latim)
monóculo (mono – grego; culo – latim)
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televisão (tele – grego; visão – latim)
Agora que você já tem uma base teórica adequada, podemos
resolver alguns exercícios de provas anteriores. Vamos a eles!
1. (FUNRIO/SUFRAMA/ADMINISTRADOR/2008) O vocábulo do texto formado
pelo processo de derivação prefixal e sufixal é
A) rancorosamente.
B) tradicional.
C) choupana.
D) desigualdade.
E) eletricidade.
Gabarito – D
Comentário – Alternativa A: sufixação, com acréscimo dos sufixos –osa e
–mente ao substantivo rancor.
Alternativa B: sufixação, com acréscimo do sufixo –al à forma
erudita tradicion.
Alternativa C: sufixação, com acréscimo do sufixo diminutivo
–ana ao elemento choup.
Alternativa D: a partir do adjetivo igual, houve o acréscimo
dos afixos des– e –dade.
Alternativa E: sufixação, com o acréscimo do sufixo –(i)dade.
2. (FUNRIO/JUCERJA/ARQUIVOLOGISTA/2008) Considerados os processos
de formação de palavras, pode-se estabelecer que “salário está para sal”,
assim como
A) mensal está para mês.
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B) adejar está para adejo.
C) tocar está para toque.
D) abalar está para abalo.
E) pescar está para pesca.
Gabarito – A
Comentário – A relação aludida pelo examinador a respeito dos vocábulos sal
e salário é de derivação sufixal (sal > salário), assim como a que ocorre entre
mês e mensal.
Nas outras alternativas, os pares de palavras indicam derivação
regressiva (ou deverbal). Note que há perda de fonemas e formação de
substantivos abstratos indicativos de ação a partir de verbos.
3. (FUNRIO/IDENE-MG/ANALISTA EM DIREITO/2008) A alternativa que
contém uma palavra formada exatamente pelo mesmo processo pelo qual
se obteve “seringueiro” é
A) cigarros.
B) desarrumação.
C) penumbra.
D) reconhecimento.
E) simplicidade.
Gabarito – E
Comentário – O processo de formação da palavra “seringueiro” é derivação
sufixal (com o acréscimo do sufixo –eiro ao substantivo primitivo seringa).
Esse é o mesmo processo de formação do vocábulo “simplicidade” (a partir da
palavra simples, houve o emprego do sufixo –(i)dade).
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Merecem destaque a formação das palavras “desarrumação” e
“reconhecimento”, nas quais houve acréscimo de prefixo e sufixo (des +
arrumar + ação; re + conhecer + mento).
4. (FUNRIO/MDIC/ANALISTA TÉCNICO-ADMINISTRATIVO/2009) Avalie as
afirmações a propósito da formação das seguintes palavras:
I. megausina” e “ictiólogo” são formadas por composição.
II. “perda” é deverbal de “perder”.
III. “inviável” é derivada por prefixação.
IV. “economicamente” é derivada por sufixação.
Está correto o que se afirma na alternativa
A) todas estão corretas.
B) apenas I e II estão corretas.
C) apenas III e IV estão corretas.
D) apenas I, II e III estão corretas.
E) apenas II, III e IV estão corretas.
Gabarito – A
Comentário – Item I: a união entre os radicais mega– (do grego) e usin– deu
origem à primeira composição (ainda que híbrida). A segunda composição é
formada pelos elementos gregos ictio– (ichthýs–; ichthyos–) e –logo (–lógos).
Item correto.
Item II: observe que a terminação verbal –er foi substituída
pela vogal temática nominal –a: perder > perda. Além disso, a nova palavra é
um substantivo que exprime ação. Tudo isso caracteriza a derivação deverbal.
Item correto.
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Item III: entendeu o examinador que o prefixo in– foi
acrescentado ao adjetivo viável, caracterizando a derivação prefixal. Item
correto.
Item IV: ao adjetivo econômico(a) foi acrescentado o sufixo
–mente.
5. (FUNRIO/FIOTEC/AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE/2010) No vocábulo
“amamentar”, ocorre o processo de formação de palavras por derivação
A) sufixal.
B) prefixal.
C) regressiva.
D) imprópria.
E) parassintética.
Gabarito – E
Comentário – Foram anexados ao mesmo tempo prefixo e sufixo ao radical:
a + mama + entar. Os vocábulos parassintéticos são quase sempre verbos e
têm como base um substantivo ou um adjetivo: alistar (a + lista + ar;
em + fileira + ar).
6. (FUNRIO/FURP/ANALISTA DE CONTRATOS/2010) Observe as seguintes
palavras retiradas do texto: “desempregado”, “ganhar”, “pós-graduação”,
“contracheque”. Considerando o processo de formação das palavras em
Português, afirma-se que
A) um dos vocábulos é formado por justaposição.
B) um dos vocábulos resulta de derivação regressiva.
C) um dos vocábulos resulta de derivação imprópria.
D) três dos vocábulos são formados pro prefixação.
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E) dois dos vocábulos são formados por aglutinação.
Gabarito – D
Comentário – As três palavras que receberam prefixos são: des +
empregado; pós + graduação e contra + cheque.
Cuidado para não assinalar a letra B por achar que ganhar
exemplifica derivação regressiva (ou deverbal). Lembre-se de que, nesse tipo
de formação de palavras,
– o verbo perde sua terminação e ganha vogal temática
nominal (–a, –e ou –o);
– o substantivo deriva do verbo, e não o contrário;
– o substantivo formado é abstrato e indica ação.
Exemplos: mudar > muda; combater > combate;
castigar > castigo etc.
7. (FUNRIO/SEBRAE-PA/ANALISTA TÉCNICO I MARKETING/2010) Brasília
comemorou seu aniversário com uma superfesta. A cinquentona planejada
por Lúcio Costa é hoje uma metrópole que oferece alta qualidade de vida.
(Fonte: O Globo, 21/4/2010, com adaptações)
Na notícia do jornal, as palavras “superfesta” e “cinquentona”
exemplificam, respectivamente, casos de formação de palavras por
A) hibridismo e neologismo.
B) justaposição e aglutinação.
C) composição e derivação.
D) prefixação e sufixação.
E) conversão e regressão.
Gabarito – D
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Comentário – Em superfesta, foi empregado o prefixo super– (que exprime a
ideia de excesso, abundância); em cinquentona, houve o acréscimo do sufixo
–ona (que pode denotar certa afetividade pejorativa).
8. (FUNRIO/PREFEITURA DE SÃO JOÃO DA BARRA/ASSISTENTE
SOCIAL/2010)
– Creio que ali irá mais comodamente do que na garupa do cavalinho
pangaré.
A estrutura mórfica das palavras “comodamente” e “cavalinho” está
corretamente comentada na seguinte alternativa:
A) apenas a primeira é formada por sufixação, pois “cavalinho” é um caso de
derivação imprópria.
B) ambas são formadas por sufixação e derivam de um adjetivo e de um
substantivo, respectivamente.
C) apenas a segunda é formada por sufixação, pois “comodamente” é um
caso de composição por aglutinação.
D) as duas palavras são formadas por hibridismo, pois empregam morfemas
de origem latina e grega.
E) ambas são formadas por derivação parassintética a partir de “modo” e
“vale”, respectivamente.
Gabarito – B
Comentário – O sufixo –mente é muito utilizado na formação de advérbios
oriundos de adjetivos: cômodo(a) + mente; infeliz + mente etc.
O sufixo diminutivo –inho foi usado no substantivo cavalo.
Aqui, é bom ter um pouco de cuidado, pois esse sufixo nem sempre exprime
diminuição de tamanho. Às vezes, o uso dele serve para indicar afetividade e
acentuada tonalidade depreciativa: filhinho, amorzinho; povinho, gentinha.
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CLASSE E EMPREGO DE PALAVRAS
Agora vamos tratar das classes gramaticais e seus
empregos. Comecemos com uma definição sucinta a respeito de cada classe
gramatical.
Classe gramatical Definição
Substantivo
É a palavra que nomeia os seres (pessoas, lugares,
instituições, animais, entes de natureza espiritual
ou mitológica, etc.)
Substantivo comum de
dois números
Tem a mesma forma para o singular e o plural:
lápis, vírus, ônibus, mil-folhas. A diferença será
estabelecida por meio de outro elemento
linguístico: o lápis, os lápis, o vírus, os vírus
etc.
Substantivo comum de
dois gêneros
para ambos os gêneros.Apresenta uma só forma
Efetua-se a distinção por meio do artigo ou de
qualquer outro determinante. Exemplos: o/a
colega, o/a agente, o/a lojista.
Substantivo
sobrecomum
Possui uma só forma e um só gênero a fim de
designar pessoas de ambos os sexos. Exemplos: a
pessoa, a vítima, a criança, o cônjuge, o
monstro.
Substantivo epiceno
Apresenta uma só forma e um só gênero a fim de
designar animais de ambos os sexos. Usam-se as
expressões “macho” e “fêmea” para fazer-se a
distinção. Exemplos: a á
cobra macho ou fêmea, o crocodilo macho ou
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Artigo(definidos: o, a, os,
as; indefinidos: um,
uma, uns, umas)
É a palavra que se antepõe ao substantivo,
servindo basicamente para generalizar ou
particularizar o sentido desse substantivo. Em
alguns casos, o artigo é essencial na identificação
do gênero e do número do substantivo. Exemplos:
Um aluno faltou à aula. / O aluno faltou à
aula. – O gerente foi demitido. / A gerente foi
demitida. – O pires quebrou. / Os pires
quebraram.
Adjetivo
Palavra que se relaciona com o substantivo para lhe
atribuir uma característica. Com ele concorda em
número e gênero. Exemplos: mulher alta, livros
bons, árvore alta, tapete novo etc.
Adjetivo uniforme
Mantém a mesma forma tanto quando se refere a
substantivos masculinos quanto a femininos.
Exemplos: Decisão favorável, parecer favorável,
obra incrível, livro incrível, rapaz adorável, moça
adorável.
Numeral
É a palavra que indica a quantidade ou a posição
dos seres. Exemplos: dois, quinze, cem
(cardinais); segundo, décimo quinto, centésimo
(ordinais); meio, um terço, um inteiro e treze
avos (fracionários); dobro, triplo, quádruplo
(multiplicativos).
Advérbio
É a palavra invariável que se refere a um verbo, um
advérbio ou a um adjetivo, indicando uma
circunstância (causa, tempo, modo etc.). Exemplos:
Ele chegou cedo. (refere-se à forma verbal
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“chegou”, modificando-lhe o sentido). Você agiu
bastante mal. (refere-se ao advérbio “mal”,
intensificando-lhe o sentido). Essa é a atitude
menos correta. (refere-se ao adjetivo “correta”,
intensificando-lhe o sentido).
Interjeição
É a palavra invariável que exprime emoções ou que
procura agir sobre o interlocutor, levando-o a
adotar certo comportamento sem que se faça uso
de estruturas linguísticas mais elaboradas.
Exemplos: Ah! – Psiu! – Opa! – Eia!
Preposição
É a palavra invariável que conecta (liga) palavras
ou orações. Exemplos: flor da boca da pele do
céu. – Vou à Roma de César. – O aluno pediu
para sair mais cedo.
Conjunção
É a palavra invariável que une orações ou termos
de uma oração. No desempenho desse papel, a
conjunção pode relacionar termos e orações
sintaticamente equivalentes (as chamadas orações
coordenadas) ou relacionar uma oração principal a
uma oração que lhe é subordinada. Exemplos:
Pedro e Paulo saíram. Pedro foi ao cinema, e
Paulo foi ao teatro. É preciso que estudemos.
É a partir do conhecimento das definições que reuniremos subsídios
para compreender o funcionamento de cada classe gramatical e o nexo
semântico que elas estabelecem com o restante do período em que estão
inseridas.
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9. (FUNRIO/FIOTEC/AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE/2010) A classe
gramatical do vocábulo destacado está corretamente indicada em
A) maior número “DE” episódios de diarréia – conjunção.
B) maior número de hospitalizações por doença “RESPIRATÓRIA” –
substantivo.
C) risco de desnutrição se “OS” alimentos introduzidos (...) – pronome.
D) menor absorção de nutrientes “IMPORTANTES” do leite materno (...) –
advérbio.
E) menor duração do aleitamento “MATERNO” – adjetivo.
Gabarito – E
Comentário – Alternativa A: a preposição DE conecta os substantivos número
e episódio.
Alternativa B: o adjetivo RESPIRATÓRIA qualifica o substantivo
doença.
Alternativa C: o artigo OS acompanha o substantivo alimentos,
particularizando seu significado.
Alternativa D: o adjetivo IMPORTANTES confere uma
característica ao substantivo nutrientes.
Alternativa E: sim, MATERNO é adjetivo; ele é um atributo do
aleitamento.
10. (FUNRIO/FIOTEC/AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE/2010) “É um
processo que envolve interação profunda entre mãe e filho...”
No trecho em destaque, o vocábulo “QUE” é um(a)
A) pronome.
B) preposição.
C) conjunção.
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D) artigo.
E) advérbio.
Gabarito – A
Comentário – O vocábulo que será sempre pronome relativo quando puder
ser substituído por o/a qual, os/as quais. Repare: É um processo o qual
envolve...
! Emprego de substantivos
Com frequência, as formas sintéticas (constituídas pelo acréscimo
de um sufixo) de aumentativo e diminutivo indicam valor semântico
pejorativo: mulherzinha; livreco, sabichão etc.
Vezes há em que essas mesmas formas são empregadas para
traduzir valor semântico afetivo, carinhoso: amorzinho, mulherão, mãezona,
paizinho etc.
Em alguns casos, o emprego dessas formas já não indica mais a
ideia de grau aumentativo ou diminutivo. Passam elas a sugerir significado
diferente daquele expresso pelo substantivo normal: caixão, cartilha, folhinha
(calendário), película, portão, flautim, calção etc.
! Emprego de artigos com:
1) Ambos
Usa-se o artigo entre o numeral ambos e o elemento posterior,
caso este admita o seu uso.
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Ex.: Ambos os atletas foram declarados vencedores. (Atletas é
substantivo que admite artigo.)
Ambas as leis estão obsoletas. (Leis é substantivo que admite
artigo.)
Ambos vocês estão suspensos. (Vocês é pronome de tratamento
que não admite artigo.)
2) Todos
Usa-se o artigo entre o pronome indefinido todos e o elemento
posterior, caso este admita o seu uso.
Ex.: Todos os atletas foram declarados vencedores.
Todas as leis devem ser cumpridas.
Todos vocês estão suspensos.
3) Todo
Diante do pronome indefinido todo, usa-se o artigo para indicar
integralidade do que é considerado, totalidade da parte; não se usa para
indicar generalização.
Ex.: Todo o país participou da greve. (O país todo, completamente.)
Todo país sofre por algum motivo. (Qualquer país, todos os
países.)
ATENÇÃO! Quando surge em prova, normalmente é perguntado se o emprego
ou a retirada do artigo preserva ou altera a informação original. Perceba que
há alteração de sentido. Tomando o segundo exemplo como ponto de partida,
a construção Todos os países (no plural mesmo) sofrem por algum motivo
conserva o significado inicial.
4) Cujo
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Não se usa artigo imediatamente após o pronome relativo cujo,
nem antes dele.
Ex.: As mulheres, cujas bolsas desapareceram, ficaram revoltadas. (e
não: cujas as bolsas.)
5) Pronomes Possessivos
Diante de pronomes possessivos, o uso do artigo é facultativo.
Ex.: Encontrei seus amigos no Shopping.
Encontrei os seus amigos no Shopping.
6) Nomes de jornais, revistas, obras literárias
Deve-se evitar contrair com preposição o artigo que faz parte do
nome de jornais, revistas, obras literárias.
Ex.: Li a notícia nO Estado de São Paulo. (ou Li a notícia no Estado de
São Paulo) – não recomendado
Li a notícia em O Estado de São Paulo. – recomendado
! Emprego de adjetivos
Destacarei dois fatos importantes quanto ao emprego deles. O
primeiro é que também atingem o grau superlativo (eleva ou reduz a
qualidade de um ser no mais alto grau em comparação ou não com a de outro
ser) com a repetição do adjetivo:
Ex.: O filme foi muito lindo.
O final do filme foi lindo, lindo.
O segundo fato é que, quando comparamos a mesma qualidade
atribuída a dois seres, não empregamos as formas mais bom, mais mau, mais
grande e mais pequeno.
Ex.: Conquistar é melhor do que ganhar.
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A reprovação é pior do que alguns meses de dedicação.
Mas quando comparadas qualidades diferentes do mesmo ser,
usamos a forma analítica desses adjetivos.
Ex.: João é mais pequeno do que inteligente.
Seu comportamento é mais bom do que mau.
! Emprego de advérbios
Referem-se a um verbo, um advérbio ou a um adjetivo,
acrescentando-lhes informações circunstanciais, acessórias.
Ex.: Ele chegou cedo. (refere-se à forma verbal “chegou” e indica
quando a ação verbal se realizou)
Você agiu bastante mal. (refere-se ao advérbio “mal”,
intensificando o modo indicado pelo advérbio)
Essa é a atitude menos correta. (refere-se ao adjetivo “correta”,
adicionando-lhe valor semântico intensificador)
Em alguns casos, os advérbios podem se referir a uma oração
inteira. Nesse caso, normalmente transmitem a avaliação de quem fala ou
escreve sobre o conteúdo da oração.
Ex.: Infelizmente, os deputados aprovaram as emendas.
As providências foram infrutíferas, lamentavelmente.
Observamos que os advérbios bem e mal, quando juntos a
adjetivos (ou a particípios), são empregados na forma analítica para indicar o
grau comparativo de superioridade.
Ex.: O quarto está mais bem pintado (do) que a sala.
Joaquim é mais mal educado (do) que Pedro.
Alguns advérbios podem assumir formas diminutivas (e passam a
ter valor superlativo) para indicar linguagem afetiva.
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Ex.: Chegaram agorinha.
Terminei a prova rapidinho.
Ocorrendo o emprego sequencial de advérbios terminados em
mente, a terminação pode ser usada apenas no último advérbio (prevalece o
conjunto) ou em todos eles (destaca-se cada ideia).
Ex.: Calma e silenciosamente, a aluna repassava os ensinamentos.
Calmamente e silenciosamente, a aluna repassava os
ensinamentos.
ATENÇÃO! É possível que alguns adjetivos sejam empregados como
advérbios. Nesse caso, ficam invariáveis.
Ex.: Não falem alto!
As aulas de português não custam caro.
! Emprego de preposições
Servem para conectar (ligar) palavras e orações, estabelecendo
uma relação de subordinação do termo consequente ao termo antecedente.
Ex.: O caderno de português ficou na escola. (a preposição estabeleceu
vínculo entre as palavras “caderno” e “português”, pertencentes à
mesma oração)
O medo de fracassar atormentava-o dia e noite. (agora, a
preposição promoveu o vínculo entre o substantivo “medo” e a
oração completiva nominal “fracassar”)
Usualmente, as preposições são desprovidas de valor semântico.
Porém, às vezes indicam noções fundamentais à compreensão da frase.
Ex.: Estou com você. (associação, a favor)
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Estou contra você. (posição contrária)
Pus sob a mesa. (posição inferior)
Pus sobre a mesa (posição superior)
Às noites, jogava dominó. (tempo habitual, periodicidade)
Dei pirulitos para as crianças, uma a uma. (distribuição)
Veio de casa. (origem)
11. (CESPE/ANTAQ/TÉCNICO EM REGULAÇÃO/2009) A ideia de continuidade
no uso do transporte hidroviário é marcada, no texto, tanto pelo emprego
da preposição "desde" (L.1) quanto pelo emprego da expressão verbal
"tem sido usado" (L.1).
Gabarito – Item certo.
Comentário – Celso Cunha e Lindley Cintra nos ensinam que a preposição
desde serve para indicar afastamento de um limite (quer em relação ao
espaço, quer em relação ao tempo) em direção a outro, com insistência
naquele. No texto, o limite inicial ou de origem é indicado pelo vocábulo
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“antiguidade”. A expressão “tem sido usado” exprime a voz passiva analítica
do verbo usar, que, no pretérito perfeito composto, indica ação durativa, não
limitada no tempo.
12. (CESPE/TCU/AFCE/2009) No desenvolvimento do texto, a conquista dos
"direitos invioláveis" (L.17) está associada a um processo gradativo e
contínuo, como evidencia o emprego das preposições "desde" (L.17) e
"até" (L.19).
Resposta – Item certo.
Comentário – Perceba como, no mesmo ano, o Cespe “brincou” com os
valores semânticos da preposição essencial desde. As duas preposições
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mencionadas exprimem movimento em relação a dois limites. Enquanto a
preposição desde enfatiza o afastamento (limite inicial, de origem), a
preposição até sublinha a aproximação (limite final, de chegada).
Importa perceber a diferença existente entre a preposição até,
que indica movimento, da palavra de forma idêntica, denotadora de inclusão:
Tudo na vida engana, até a glória.
Frise-se ainda que, com a preposição até, usam-se as formas
oblíquas mim, ti etc.: Um grito chegou até mim. Se, porém, até denota
inclusão – e equivale a mesmo, também, inclusive – constrói-se com a forma
reta do pronome: ...E até eu já tive quem me oferecesse champanhe.
! Emprego de conjunções
Unem orações ou termos de uma oração. No desempenho desse
papel, a conjunção pode relacionar termos e orações sintaticamente
equivalentes (as chamadas orações coordenadas) ou relacionar uma oração
principal a uma oração que lhe é subordinada.
Note que as preposições, ao conectarem termos de uma mesma
oração, estabelecem entre eles um vínculo de subordinação. Já as conjunções,
um vínculo de coordenação.
Ex.: Pedro e Paulo saíram. (os vocábulos “Pedro” e “Paulo” mantêm
entre si uma relação de equivalência sintática)
Pedro foi ao cinema, e Paulo foi ao teatro. (as orações “Pedro foi ao
cinema” e “e Paulo foi ao teatro” também estão em um vínculo de
coordenação)
É preciso que estudemos. (agora, a conjunção “que” estabelece
uma relação de subordinação entre as orações “É preciso” e “que
estudemos”)
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Há palavras que podem pertencer a diferentes grupos de
conjunções (e, que, porque, pois, porquanto, por exemplo). Mais
importante do que memorizar as conjunções é observá-las em seus contextos
e, a partir dessa observação, encaixá-las em um grupo.
CONJUNÇÕES COORDENATIVAS
aditivase, nem, mas, também, mas ainda, como também, bem
como
adversativas
e, mas, porém, todavia, contudo, entretanto, senão, ao
passo que, antes (= pelo contrário), no entanto, não
obstante, apesar disso, em todo caso)
alternativas ou, ou... ou, ora... ora, já... já, quer... quer
conclusivaslogo, portanto, por conseguinte, pois (após verbo), por
isso
explicativas que, porque, porquanto, pois (antes de verbo)
CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS
integrantes (introduzem orações
subordinadas que funcionam como
substantivos: subjetiva, predicativa,
objetiva direta, objetiva indireta,
completiva nominal, apositiva)
que, se
adverbiais (introduzem orações subordinadas que traduzem circunstâncias)
causais
que, porque, pois, como porquanto, visto que, visto
como, já que, uma vez que, desde que, na medida em
que
comparativascomo, (tal) qual, tal e qual, assim como, (tal) como, (tão
ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos) que ou
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do que, (tanto) quanto, que nem, feito (= como, do
mesmo modo que), o mesmo que (= como)
concessivas
embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda
quando, mesmo quando, poso que, por mais que, por
muito que, por menos que, se bem que, em que (pese),
nem que, dado que, sem que (= embora não)
condicionaisse, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que (=
se não), a não ser que, a menos que, dado que.
conformativas como, conforme, segundo, consoante
consecutivas
que (precedido dos termos intensivos tal, tão, tanto,
tamanho, às vezes subentendidos), de sorte que, de
modo que, de forma que, de maneira que, sem que, que
(não)
finais para que, a fim de que, que (= para que), de modo que
proporcionais
à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto
mais... (tanto mais), quanto mais... (tanto menos),
quanto menos... (tanto mais), quanto mais... (mais),
(tanto)... quanto
temporais
Quando, enquanto, logo que, mal (= logo que), sempre
que, assim que, desde que, antes que, depois que, até
que, agora que, ao mesmo tempo que, toda vez que
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13. (CESPE/TCU/AFCE/2009) O desenvolvimento da argumentação permite
que se insira o conectivo Logo, seguido de vírgula, imediatamente antes
de "A política" (L.9), escrevendo-se o artigo com letra minúscula, sem
prejuízo para a coerência e a correção gramatical do texto.
Gabarito – Item certo.
Comentário – A conjunção logo é conclusiva, como também o são pois,
portanto, por conseguinte, por isso, assim. Ela serve para introduzir segmento
de valor semântico conclusivo, consecutivo. Se foi dito anteriormente que “o
exercício da política é coletivo”, é natural concluir-se que “A política é exercida
sempre que as pessoas agem em conjunto”.
É importante dizer que a inserção sugerida pelo Cespe
realmente exige mudança na grafia inicial do artigo. Sempre que a banca
propuser a você mudanças na estrutura de uma frase, observe se todas as
adaptações estão sendo sugeridas. Caso contrário, o item estará errado.
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14. (CESPE/STJ/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2008) A organização das idéias do
texto permite subentender um conectivo como No entanto ligando o
período iniciado por "Os prazeres" (L.12) ao seu anterior.
Gabarito – Item errado.
Comentário – Esse conectivo integra o rol das conjunções adversativas,
aquelas que principiam segmento de valor semântico adversativo, de
contraste, de oposição. Repare que, no segundo parágrafo, o autor associa
temor, preocupação e ansiedade das pessoas. A intenção dele é nos informar
que, depois da crise do início da década de 30, elas passaram a se preocupar
com a estabilidade dos mercados financeiros e da economia globalizada. Mas
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qual a razão para isso? O que poderia justificar esse sentimento de receio, de
agonia, de inquietação mesmo em um período de estabilidade? A explicação
encontra-se no quarto período do segundo parágrafo: “Os prazeres da
prosperidade geram complacência e inspiram equívocos...”. Portanto uma
conjunção adversativa não é adequada para unir o quarto período ao terceiro.
Melhor seria uma conjunção explicativa: “Essas ansiedades são legítimas, pois
os prazeres da prosperidade geram complacência e inspiram equívocos...”.
15. (CESPE/PREFEITURA DE IPOJUCA – PE/2009) A partir da conjunção "mas"
(l.11), subentende-se da organização das ideias no texto que um
"processo de longo prazo" (l.10-11) pode não dispor de "sólidas
fundações" (l.11) antes de ser definitivo.
Gabarito – Item certo.
Comentário – Já caminhando para a conclusão do texto, o autor afirma que a
globalização é um processo lento. Apesar disso, ele (o processo) “já dispõe de
sólidas fundações”. Pela ideia de contraste causada pelo uso da conjunção
adversativa “mas”, percebe-se que a regra ou a consequência normal é esse
processo não dispor dessas fundações. Em outras palavras, a globalização, que
ainda não assumiu seu formato definitivo, pode não dispor de sólidas
fundações (regra geral), mas essa dispõe (exceção à regra).
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16. (CESPE/ANTAQ/ESPECIALISTA – ECONOMIA/2009) Na linha 12, caso se
deslocasse a conjunção "pois" para o início da oração, a coerência da
argumentação seria preservada, desde que fossem retiradas as duas
vírgulas que isolam essa palavra e que se fizessem os necessários ajustes
nas letras maiúsculas e minúsculas.
Gabarito – Item errado.
Comentário – Primeiramente, faça as transformações propostas pela banca:
Pois tempo, espaço e matéria são ideias... O que acha? Quase tudo certo,
quase tudo! O problema está na perda da ideia original. A conjunção pois
utilizada entre vírgulas e após o verbo da oração que integra denota ideia
conclusiva, tal como no texto original. O emprego dela no início da oração,
como sugerido pela banca, reveste-a de valor semântico explicativo.
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(...)
As iniciativas são louváveis. Caso a população,
16 porém, se sinta apenas punida ou obrigada a uma atitude, e
não parte da comunidade, os benefícios não se tornarão duradouros.
Suzane G. Frutuoso. Vai doer no bolsão.
In: Istoé, 22/7/2009, p. 74-5 (com adaptações
17. (CESPE/MJ-DPF/AGENTE/2009) A substituição de “Caso” (l.15) pela
conjunção Se preservaria a correção gramatical da oração em que se
insere, não demandaria outras modificações no trecho e respeitaria a
função condicional dessa oração.
Gabarito – Item errado
Comentário – Faça a modificação: Se a população, porém, se sinta apenas
punida ou obrigada a uma atitude... Então, notou o problema? A conjunção
substituta, ainda que preserve o caráter condicional da oração, não guarda
coesão com o presente do subjuntivo do verbo sentir. Ela, na verdade, exige
que o mesmo verbo se flexione no futuro de subjuntivo: Se a população,
porém, se sentir...
FLEXÃO NOMINAL
Bem, este assunto não é corriqueiro (nem mesmo em outras
bancas). Por isso sou obrigado a lançar mão de outros recursos didáticos, a fim
de que a teoria mais provável de ser cobrada em prova seja explicada
adequadamente. Em vez de apresentar já no início a parte teórica sobre o
assunto, explicá-la-ei em decorrência de algumas questões (e são poucas as
que considerei convenientes para você!). Acredito que este tópico será de
pouquíssima importância na sua prova, mas devo cumprir o protocolo. Espero
que você compreenda.
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18. (FUNDATEC/EMATER-RS/ECONOMISTA/2008) Julgue as informações que
se seguem.
I – Ao se pluralizar a palavra equação na frase A equação contém os
ingredientes do sucesso. (l. 03), apenas duas outras palavras deveriam
sofrer ajustes para fins de concordância.
II – Se, em Era um empresário ausente do campo e presente nas grandes
capitais, onde esbanjava suas riquezas. (l. 06-07), substituíssemos a
palavra empresário por administradora, ocorreria apenas uma outra
alteração no período.
Gabarito – Itens corretos.
Comentário – É importante reescrever as passagens já com as alterações
sugeridas e compará-las como a forma original.
I – As equações contêm os ingredientes do sucesso.
II – Era uma administradora ausente do campo e presente
nas grandes capitais, onde esbanjava suas riquezas.
Em I, sofreram modificações de número o artigo A > As (de
singular a plural) e o verbo contém > contêm (note a substituição do acento
agudo pelo circunflexo, que indica a terceira pessoa do plural: elas). Em II, a
mudança ocorreu no gênero do artigo: um > uma. Tudo isso foi feito para
preservar a harmonia com os substantivos equação > equações e
empresário > administradora.
O artigo inclui-se no conjunto das classes gramaticais
variáveis; sofre flexão de gênero e número, de acordo com o substantivo que
acompanha, como se percebe neste exercício.
19. (FUNRIO/PREFEITURA DE NITEROI/MOTORISTA/2008) “Nos países
subdesenvolvidos, a situação não é diferente.”
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A palavra que faz plural da mesma forma que “situação” é:
A) alemão
B) mão
C) grão
D) leão
E) pão
Gabarito – D
Comentário – Tratou-se aqui do plural (flexão de número) de substantivos e
adjetivos simples. O plural destes obedece às regras daqueles, assim:
1 – Terminados em VOGAL, DITONGO, TRITONGO ou HIATO, acrescenta-se S:
Ex.: manga – mangas, história – histórias, economia – economias
2 – Terminados em ÃO, faz-se o plural de três formas:
2.1 – Mudando a terminação por ÕES:
Ex.: balão – balões, coração – corações, vulcão – vulcões, peão – peões,
leão – leões, situação – situações, leão – leões etc.
2.2 – Mudando a terminação por ÃES:
Ex.: alemão – alemães, cão – cães, capelão – capelães, escrivão –
escrivães, tabelião – tabeliães, pão – pães etc.
2.3 – Acrescentando-se S à terminação:
Ex.: cidadão – cidadãos, acórdão – acórdãos, cristão – cristãos, cortesão –
cortesãos, bênção – bênçãos, grão – grãos, mão – mãos etc.
Obs.: Há palavras que possuem mais de um plural: alazão – alazães –
alazões, anão – anãos – anões, charlatão – charlatães – charlatões,
castelão – castelãos – castelões, guardião – guardiães – guardiões,
vulcão – vulcãos – vulcões, alão – alães – alãos – alões, aldeão –
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aldeães – aldeões – aldeãos, ancião – anciãos – anciões – anciães,
ermitão – ermitãos – ermitões – ermitães, vilão – vilãos – vilões –
vilães, etc.
3 – Terminados em AL, EL, OL ou UL, substitui-se o L por IS:
Ex.: carnaval – carnavais, jornal – jornais, papel – papéis, sol – sóis, lençol
– lençóis, taful – tafuis, paul – pauis, etc.
Exceções: mal – males, cônsul – cônsules.
4 – Se terminarem por IL, o plural será feito de dois modos:
4.1 – Se for tônico, troca-se o L por S: ardil – ardis, barril – barris, funil –
funis, etc.
4.2 – Se for átono, troca-se a terminação por EIS: difícil – difíceis, fácil –
fáceis, fóssil – fósseis, etc.
Obs.: As palavras RÉPTIL e PROJÉTIL, como paroxítonas, fazem o plural
RÉPTEIS e PROJÉTEIS; como oxítonas, REPTIL e PROJETIL, fazem
REPTIS e PROJETIS.
5 – Terminados em R ou Z, acrescenta-se ES:
Ex.: mar – mares, rapaz – rapazes, açúcar – açúcares, raiz – raízes, etc.
Obs.: Caráter tem o plural caracteres.
6 – Terminados por S, faz-se o plural assim:
6.1 – Se forem paroxítonos, ficam invariáveis: o atlas – os atlas, o lápis – os
lápis, o oásis – os oásis, etc.
6.2 – Se forem oxítonos ou monossílabos, acrescenta-se ES: ás – ases, gás –
gases, revés – reveses, etc.
Exceções: cais – invariável, cós – invariável (ou coses).
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7 – Terminados por M, troca-se essa letra por NS:
Ex.: bem – bens, homem – homens, jardim – jardins, etc.
8 – Terminados por N, acrescenta-se S ou ES:
Ex.: gérmen – germens (ou gérmenes), hífen – hifens (ou hífenes), pólen
– polens (ou pólenes), etc.
Portanto a flexão do gênero do adjetivo orienta-se pelo
gênero do substantivo, procedendo-se às alterações necessárias (adjetivos
biformes):
aluno estudioso (masculino)
aluna estudiosa (feminino)
Todavia, há aqueles adjetivos que têm somente uma forma
(uniformes) para se relacionarem com os substantivos:
aluno inteligente (masculino)
aluna inteligente (feminino)
Alguns adjetivos também merecem sua atenção. São eles:
Masculino Feminino
ateu ateia
plebeu plebeia
sandeu sandia
judeu judia
réu ré
motor motriz
gerador geratriz
incolor, bicolor, tricolor, maior,
menor, superior, inferior, anterior, invariáveis
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posterior
Uma observação ainda deve ser feita sobre a flexão dos
adjetivos. Se a palavra for um substantivo exercendo papel de adjetivo, ela
ficará invariável: colisões monstro, sapatos cinza, calças rosa, blusas vinho
etc.
20. (FUNRIO/FIOTEC/AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE/2010) A palavra que,
no plural, NÃO apresenta a mesma forma que “repercussões”, “infecções”
e “implicações” é
A) interação.
B) reversão.
C) lactação.
D) irmão.
E) razão.
Gabarito – D
Comentário – De acordo com o que já foi explicado, temos:
– interação – interações;
– reversão – reversões;
– lactação – lactações;
– irmão – irmãos
– razão – razões
VERBO (FLEXÃO E EMPREGO DE TEMPOS E MODOS)
É a classe de palavra mais rica em flexões: tempo, modo, número,
pessoa e voz. Além dessas categorias, há o aspecto verbal, ou seja, o ponto de
vista do qual o locutor considera a ação expressa pelo verbo. Pode ele
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considerá-la concluída (observada no seu término, no seu resultado) ou não
concluída (observada na sua duração, na sua repetição).
FLEXÕES VERBAIS
! Voz
1. ATIVA ! indica que o processo verbal foi praticado pelo sujeito do verbo.
Ex.: Cabral descobriu o Brasil.
2. PASSIVA ! indica que o processo verbal foi sofrido pelo sujeito do verbo.
Ex.: O Brasil foi descoberto por Cabral.
ATENÇÃO! 1 – Observe, de acordo com os exemplos anteriores, que o
SUJEITO da voz ativa (Cabral) torna-se AGENTE DA PASSIVA, assim como o
OBJETO DIRETO da voz ativa (o Brasil) torna-se SUJEITO da voz passiva.
2 – Entretanto, quando o SUJEITO da voz ativa for
INDETERMINADO, na voz passiva não haverá AGENTE DA PASSIVA.
Ex.: Resolveram as questões. – voz ativa com sujeito indeterminado.
As questões foram resolvidas. (ou Resolveram-se as questões.) – voz
passiva sem agente da passiva.
3 – A voz passiva pode ser dividida em verbal ou analítica e
pronominal ou sintética.
Ex.: Aquelas crianças foram abandonadas. – verbo auxiliar + verbo principal
no particípio = analítica.
Abandonaram-se aquelas crianças. – verbo TRANSITIVO DIRETO +
pronome SE = sintética.
Agora considere o seguinte trecho: “(...) Pacientes afetados pela
síndrome ultrapassaram muito a ‘fronteira da adaptabilidade às demandas’
(...)”. Novamente, vamos treinar a transformação da voz ativa para a passiva.
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VOZ ATIVA VOZ PASIVA
Sujeito
Pacientes
afetados pela
síndrome
Agente da
passiva
pelos pacientes
afetados pela
síndrome
Verbo
transitivo
direto
ultrapassaram (o
quê?)
Locução verbal
(voz passiva
analítica)
foi ultrapassada
Objeto direto
a fronteira da
adaptabilidade às
demandas
Sujeito
paciente
A fronteira da
adaptabilidade às
demandas
Há ainda alguns cuidados a respeito das vozes passiva e ativa:
a) Ficou-se feliz com o resultado. – verbo de LIGAÇÂO + SE =
sujeito indeterminado
b) Vive-se bem neste lugar. – verbo INTRASITIVO + SE =
sujeito indeterminado
c) Precisa-se de professores. – verbo TRANSITVO INDIRETO +
SE = sujeito indeterminado
d) Ama-se a Deus. Verbo TRANSITIVO DIRETO + SE + OBJETO
DIRETO PREPOSICIONADO = sujeito indeterminado
3. REFLEXIVA ! indica que o processo verbal é praticado e sofrido pelo
sujeito ao mesmo tempo.
Ex.: Não me considero tão importante.
Reservamo-nos o direito de ficar calado.
Ele se deu um presente.
ATENÇÃO! 1 – Observe, de acordo com os exemplos anteriores, que o verbo
vem acompanhado de um pronome oblíquo que lhe serve de objeto e
representa a mesma pessoa do sujeito.
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2 – Na prática, identifica-se a voz reflexiva acrescentando,
conforme a pessoa, as expressões a mim mesmo, a ti mesmo, a si mesmo
etc.
Ex.: Feri-me a mim mesmo.
Julgai-vos a vós mesmos.
3 – No plural, a voz reflexiva pode indicar reciprocidade.
Ex.: Os amigos se cumprimentaram.
Amavam-se um ao outro.
21. (FUNRIO/PREFEITURA DE ITABORAÍ-RJ/PROCURADOR/2007)
(...) a notícia do caso curioso das “taças para ovos” (egg cups) que se
vendiam na Índia.
(...) que vendiam idêntico artigo ao mesmo preço.
Note que em cada uma das duas orações acima destacadas o verbo
vender, flexionado, está presente e grafado do mesmo modo. Mesmo
assim, o verbo vender não está flexionado igualmente nos dois trechos.
Pode-se dizer, CORRETAMENTE, que, comparando-se os dois trechos, a
flexão do verbo é diferente quanto:
A) ao modo
B) ao número
C) ao tempo
D) à pessoa
E) à voz
Gabarito – E
Comentário – A diferença é quanto á flexão de voz. No primeiro caso, o verbo
vender foi usado na voz passiva sintética, com o apoio do pronome
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apassivador “se”. Repare que à voz passiva sintética corresponde a voz passiva
analítica.
– ...“taças para ovos” (egg cups) que se vendiam na Índia.
–...”taças para ovos” (egg cups) que eram vendidas na Índia.
Na segunda ocorrência, o mesmo verbo foi empregado na voz
ativa.
1 O termo groupthinking foi cunhado, na década de
cinquenta, pelo sociólogo William H. Whyte, para explicar
como grupos se tornavam reféns de sua própria coesão,
4 tomando decisões temerárias e causando grandes fracassos.
(...)
Thomaz Wood Jr. O perigo do groupthinking. In: Carta
Capital, 13/5/2009, p. 51 (com adaptações).
22. (CESPE/TCU/AFCE/2009) Por estar empregada como uma forma de voz
passiva, a locução verbal “foi cunhado” (l.1) corresponde a cunhou-se e
por esta forma pode ser substituída, sem prejuízo para a coerência ou
para a correção gramatical do texto.
Gabarito – Item errado.
Comentário – Está correta a correspondência apontada pelo Cespe, pois a voz
é passiva, tanto no segmento original (voz passiva analítica ou verbal) quanto
na forma sugerida (voz passiva sintética ou pronominal). Contudo não é
possível a substituição que a banca sugere, pois o termo “pelo sociólogo
William H. Whyte” exerce a função de agente da passiva, o qual não é
utilizado com a voz passiva sintética.
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! Número e Pessoa
1ª 2ª 3ª
singular eu tu ele/ela
plural nós vós eles/elas
! Modo e Tempo
Os modos indicam as diferentes maneiras de um fato se realizar.
Os tempos situam o fato ou a ação verbal dentro de determinado momento
(durante o ato da comunicação, antes ou depois dele).
MODOS TEMPOS SIMPLES
indicativo
presente (tenho)
pretérito
perfeito (tive)
imperfeito (tinha)
mais-que-perf. (tivera)
futurodo presente (terei)
do pretérito (teria)
subjuntivo
presente (tenha)
pretérito imperfeito (tivesse)
futuro (tiver)
imperativoafirmativo (tem tu)
negativo (não tenhas tu)
MODOS TEMPOS COMPOSTOS
Indicativopretérito
Perfeito (tenho/hei cantado)
mais-que-perfeito (tinha/havia cantado)
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futurodo presente (terei/haverei cantado)
do pretérito (teria/haveria cantado)
Subjuntivo
pretéritoPerfeito (tenha/haja cantado)
mais-que-perfeito (tivesse/houvesse cantado)
futuro (tiver/houver cantado)
ATENÇÃO! 1. O quadro acima é uma síntese da formação dos tempos
compostos da voz ativa. Eles são formados pelos verbos auxiliares ter ou
haver, seguidos do particípio do verbo principal.
Ex.: Temos estudado muito.
Tinha posto a televisão na sala.
Havíamos chegado tarde.
2. Note que não há tempos compostos relativos ao
presente e ao pretérito imperfeito. Eles são usados para formar,
respectivamente, o pretérito perfeito composto e o pretérito mais-que-perfeito
composto. Também não há tempo composto relativo ao modo imperativo.
3. O tempo composto da voz passiva é formado com o
emprego simultâneo dos auxiliares ter ou haver e ser, seguidos do particípio
do verbo principal.
Ex.: Temos sido ensinados pelo professor.
O casal havia sido visto no restaurante.
23. (FUNRIO/PREFEITURA DE MARICÁ-RJ/SERVIÇOS GERAIS/2007) Leia
atentamente a seguinte passagem:
“E ele sucumbira, pois era pobre, e a necessidade é o algoz da honra.”
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Os verbos que encontramos nesse trecho são do modo Indicativo e
pertencem, respectivamente, aos tempos:
A) pretérito perfeito; pretérito imperfeito; pretérito mais-que-perfeito
B) pretérito mais-que-perfeito; pretérito imperfeito; presente
C) pretérito imperfeito; presente; pretérito perfeito
D) presente; pretérito mais-que-perfeito; presente
E) futuro do pretérito; pretérito perfeito; presente
Gabarito – B
Comentário – “sucumbira”: pretérito mais-que-perfeito do indicativo do vervo
sucumbir (eu sucumbira, tu sucumbiras, ele sucumbira, nós sucumbíramos,
vós sucumbí eles sucumbiram );
“era”: pretérito imperfeito do indicativo do verbo ser (eu era,
tu eras, ele era, éramos vós é eles eram );
“é”: presente do indicativo do verbo ser.
24. (FUNRIO/SUFRAMA/ADMINISTRADOR/2008) “... muitas daquelas que têm
filhas...”
O verbo que na terceira pessoa do plural do Presente do Indicativo se
conjuga como o verbo “ter” é
A) vir.
B) crer.
C) ler.
D) partir.
E) ver.
Gabarito – A
Comentário – Eis as conjugações de todos os verbos listados.
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Verbo Presente do Indicativo
– vir eu venho, tu vens, ele vem, nós vimos, vós vindes, eles vêm
– crer eu creio, tu crês, ele crê, nós cremos, vós credes, eles creem
– ler eu leio, tu lês , ele lê , nós lemos, vós ledes, eles lêem
– partir eu parto, tu partes, ele parte, nós partimos, vós partis, eles
partem
– ver eu vejo, tu vês, ele vê, nós vemos, vós vedes, eles veem
Os verbos TER e VIR, na terceira pessoa do plural de presente
do indicativo, recebem acento diferencial de número (compare com a terceira
pessoa do singular)
Os verbos CRER, DAR, LER e VER têm a letra “e” duplicada na
terceira pessoa do plural do indicativo (compare com a terceira pessoa do
singular).
25. (FUNRIO/PREFEITURA DE NITEROI/MOTORISTA/2008) “Esses funcionários
perdem o emprego e não têm outra oportunidade”.
O verbo destacado pode ser substituído, mantendo o mesmo sentido
básico, pessoa, tempo e modo, por:
A) possuíram
B) possuirá
C) possui
D) possuem
E) possuirão
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Gabarito – D
Comentário – O verbo TER foi conjugado na terceira pessoa do plural do
presente do indicativo; seu sentido é de posse.
Alternativa A: “possuíram” – terceira pessoa do plural do
pretérito perfeito do indicativo (eu possuí, tu possuíste, ele possuiu, nós
possuímos, vós possuístes, eles possuíram).
Alternativa B: “possuirá” – terceira pessoa do singular do
futuro do presente do indicativo (eu possuirei, tu possuirás, ele possuirá, nós
possuiremos, vós possui eles possuirão ).
Alternativa C: “possui” – terceira pessoa do singular do
presente do indicativo (eu possuo, tu possuis, ele possui, nós possuímos, vós
possuís, eles possuem).
Alternativa D: como vista acima, a forma “possuem”
corresponde à terceira pessoa do plural do presente do indicativo.
Alternativa E: como já foi visto aqui, a flexão “possuirão”
designa a terceira pessoa do plural do futuro do presente do indicativo.
26. (FUNRIO/MJ/ADMINISTRADOR/2009) Observe as formas verbais – pode,
chocará, acender, esbravejando – no trecho "um casal pode fazer sexo
explícito em cena e ninguém se chocará. Mas, se acender um cigarro
depois, haverá gente na plateia limpando um pigarro imaginário ou
esbravejando" e aponte a opção que corresponde, respectivamente, ao
tempo e ao modo de cada um deles
A) presente do indicativo, futuro do pretérito, futuro do subjuntivo, gerúndio.
B) presente do indicativo, futuro do presente, futuro do subjuntivo, gerúndio.
C) pretérito perfeito, futuro do presente, infinitivo, gerúndio.
D) pretérito perfeito, futuro do pretérito, infinitivo, particípio.
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E) presente do subjuntivo, futuro do pretérito, futuro do subjuntivo,
particípio.
Gabarito – B
Comentário – “pode”: presente do indicativo (eu posso, tu podes, ele pode,
nós podemos, vós podeis, eles podem) não confunda esta flexão com a que
corresponde à terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo
(pôde);
– “chocará”: futuro do presente do indicativo (eu me chocarei, tu
te chocarás, ele se chocará, nós nos chocaremos, vós vos choca eles se
chocarão);
– “acender”: futuro do subjuntivo (quando eu acender, quando
tu acenderes, quando ele acender, quando nós acendermos, quando vós
acenderdes, quando eles acenderem);
– “esbravejando”: gerúndio (forma nominal, terminação –ndo).
LOCUÇÃO (OU PERÍFRASE) VERBAL
É o conjunto constituído de dois ou mais verbos, dos quais um é o
principal (o último) e os demais, auxiliares. As flexões de número, pessoa,
modo e tempo ocorrem no verbo auxiliar.
Ex.: Ninguém poderá sair. – O juiz deixou de marcar a falta.
Nós estamos estudando. – Ninguém podia estar cantando.
Tínhamos estudado muito para a prova. A questão havia sido anulada
pela banca.
27. (FUNRIO/DPRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/2008)
"Quando você me ouvir cantar,
Venha, não creia, eu não corro perigo"
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A canção de Caetano Veloso emprega uma estrutura sintática que
combina os verbos "ouvir" e "cantar" com o pronome "me".
Quanto a essas palavras, é correto afirmar que
A) os verbos "ouvir" e "cantar" formam uma locução verbal vinculada ao
pronome "me".
B) apenas o verbo "cantar" é transitivo direto, sendo "me" o objeto direto.
C) o pronome oblíquo ocupa uma posição de ênclise ao verbo "ouvir".
D) apenas o verbo "ouvir" é intransitivo, sendo "me" uma palavra expletiva.
E) o pronome "me" se relaciona gramaticalmente com "cantar" e com "ouvir".
Gabarito – E
Comentário – Os verbos mandar, deixar e fazer são conhecidos como
causativos; os verbos ver, ouvir e sentir, como sensitivos. Nenhum deles
forma locução com verbos no infinitivo. Na verdade, os verbos causativos e
sensitivos integram uma oração distinta daquela integrada pelo verbo no
infinitivo.
Assim sendo, a primeira oração é “Quando você ouvir”. O
verbo “ouvir” é transitivo direto e pede um objeto direto. Este é representado
justamente pela oração formada pelo verbo no infinitivo “cantar” (intransitivo).
O pronome “me”, colocado numa posição proclítica em
relação ao verbo “ouvir”, integra o objeto direto do verbo sensitivo e, ao
mesmo tempo, é o sujeito do verbo “cantar” (infinitivo).
Portanto, o pronome “me” se relaciona com os verbos
“cantar” e “ouvir”, sendo o sujeito daquele e integrando o objeto direto deste.
EMPREGO DOS MODOS VERBAIS
Indicativo: é associado a ações presentes, pretéritas (ou passadas) ou
futuras que consideramos de ocorrência certa.
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Subjuntivo: também é associado a acontecimentos presentes, pretéritos ou
futuros; mas com ocorrência provável, hipotética, duvidosa.
Imperativo: associado a ordens, pedidos, súplicas que desejamos.
E por falar no “imperativo”, creio que a tabela abaixo o(a) ajudará
a compreender o processo de formação dele.
Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo
eu cant-o eu cant-e
tu cant-a-s (- s) cant-a tu tu cant-e-s não cant-e-s tu
ele cant-a cant-e você ele cant-e não cant-e você
nós cant-a-mos cant-e-mos nós nós cant-e-mos não cant-e-mos nós
vós cant-a-is (- s) cant-a-i vós vós cant-e-is não cant-e-is vós
eles cant-a-m cant-e-m vocês eles cant-e-m não cant-e-m vocês
28. (FUNRIO/DPRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/2008) No português
brasileiro, há a preferência pelo emprego da terceira pessoa para o
tratamento do interlocutor, como se pode observar no trecho “Respire
fundo, tenha consciência de que não vale a pena brigar e, principalmente,
pense em sua família.”. Assinale a alternativa em que essa mesma
tendência é praticada adequadamente.
A) “Vem pra Caixa você também.”
B) “Faz um 21.”
C) “Seja mais um motorista consciente.”
D) “Deixa a preguiça no sofá. Anda de bicicleta.”
E) “Afasta de mim esse cálice.”
Gabarito – C
Comentário – Alternativa A: a forma verbal “Vem” está na segunda pessoa do
imperativo afirmativo (que deriva da segunda pessoa do presente do indicativo
(vens) sem o S). Todavia seu uso não é adequado como o pronome de
tratamento “você”, que obriga o verbo a se flexionar, mesmo no imperativo,
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na terceira pessoa do singular: Venha (que deriva do presente do subjuntivo:
que ele venha). Alternativa errada.
Alternativa B: o verbo fazer, na terceira pessoa do singular do
imperativo afirmativo, flexiona-se em faça (que deriva do presente do
subjuntivo). Alternativa errada.
Alternativa C: o imperativo afirmativo do verbo ser deriva do
presente do subjuntivo: eu seja, tu sejas, ele seja... Alternativa correta.
Alternativa D: “Deixa” corresponde à segunda pessoa do
imperativo afirmativo (que deriva do presente do indicativo, sem o S: eu
deixo, tu deixas...). Na terceira pessoa do imperativo afirmativo, a forma
correta é Deixe (que deriva do presente do subjuntivo: (que eu deixe, que tu
deixes, que ele deixe...) . Alternativa errada.
Alternativa E: “Afasta” é a flexão do verbo afastar na segunda
pessoa do imperativo afirmativo (que deriva do presente do indicativo, sem o
S: eu afasto, tu afastas...). A terceira pessoa do imperativo afirmativo deriva
do presente do subjuntivo: que eu afaste, que tu afastes, que ele afaste...
29. (FUNRIO/FURNAS/NUTRICIONISTA/2008) A chamada publicitária
estampada num jornal dizia:
VAI FICAR SÓ OLHANDO?
APROVEITE LOGO ESTAS OFERTAS!
Os verbos que iniciam as duas frases
A) destoam na flexão, pois apenas o verbo aproveitar está na terceira do
singular.
B) destoam na flexão, pois apenas o verbo aproveitar está na segunda do
singular.
C) estão conjugados no imperativo e se dirigem ao interlocutor da
mensagem.
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D) estão flexionados corretamente na segunda pessoa do singular.
E) estão flexionados corretamente na terceira pessoa do singular.
Gabarito – E
Comentário – Na primeira frase, temos a locução verbal “VAI FICAR”. A
flexão de tempo e modo recai no verbo auxiliar: “VAI”. Constata-se, assim, a
flexão em terceira pessoa do singular do presente do indicativo.
Na segunda frase, temos o verbo aproveitar conjugado na
terceira pessoa do singular do imperativo afirmativo, que deriva da terceira
pessoa do presente do subjuntivo: que eu aproveite, que tu aproveites, que
ele aproveite...
EMPREGO DOS TEMPOS VERBAIS
O presente do indicativo pode indicar valores semânticos tais
como:
1. fato que se realiza no momento do discurso.
Ex.: A turma toda estuda agora.
2. fato permanente
Ex.: O sol aquece a Terra.
3. fato habitual.
-se bem e treina intensamente.Ex.: Aquele atleta levanta cedo, alimenta
4. presente histórico, ou seja, substitui o pretérito para enfatizar a
descrição do fato, conferir mais vivacidade a ele.
Ex.: Antes de subir aos céus, Jesus diz a seus discípulos: “Eu sou o caminho, a
verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14:6).
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5. certeza do fato a que nos referimos e que acontecerá brevemente,
substituindo o futuro do presente.
Ex.: O artilheiro disse que joga amanhã.
Presidente americano chega amanhã ao Brasil.
ATENÇÃO! Esses dois últimos complicam muitos candidatos.
O pretérito perfeito do indicativo indica que o fato foi
perfeitamente concluído.
Ex.: O réu recorreu da decisão do juiz.
Também é frequente em provas a discussão sobre os aspectos
indicados pelo pretérito imperfeito do indicativo. Fique atento aos valores
semânticos desse tempo verbal:
1. indica fato que ocorria habitualmente;
Ex.: Joãozinho era o primeiro a terminar as provas.
2. seu uso em substituição ao presente traduz cortesia e atenua uma
afirmação ou um pedido;
Ex.: Eu queria saber se o diretor já chegou.
3. indica simultaneidade entre dois fatos passados;
Ex.: Os alunos estudavam para o concurso quando o edital foi publicado.
4. denota consequência de um fato hipotético; substitui, nesses casos, o
futuro do pretérito.
Ex.: Houvesse estudado mais, passava em primeiro lugar.
O pretérito mais-que-perfeito do indicativo indica um fato
passado e anterior a outro também passado.
Ex.: Quando o candidato chegou ao local do concurso, o portão já se fechara.
linguagem jornalística
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Pode também surgir em frases optativas:
Ex.: Quem me dera casar com ela...
O futuro do presente do indicativo pode, além de indicar um
fato que ainda vai acontecer, sugerir valor semântico de imperativo:
Ex.: Nas férias, viajaremos para Caldas Novas.
“Não adulterarás” (Êxodo 20:13)
Dentre os valores semânticos do futuro do pretérito do
indicativo, destaco:
1. o que indica ação futura em relação a outra no passado.
Ex.: Em virtude dos acontecimentos, decidiram que ficariam em casa.
2. aquele que indica um fato cuja realização está vinculada a uma condição
que não se concretizou antes e que, provavelmente, não se realizará. Nesse
caso, é reforçado o caráter hipotético da declaração.
Ex.: Se estudássemos mais, obteríamos a classificação.
CUIDADO! Empregando-se a forma verbal da primeira oração no presente ou
no futuro do subjuntivo (estudemos ou estudarmos), com as devidas
modificações, a condição expressa por ela será tomada como uma hipótese
que poderá ocorrer, ou não.
Caso estudemos mais, obteremos a classificação.
Se estudarmos mais, obteremos a classificação.
Em relação ao subjuntivo, note que os tempos podem indicar
hipótese, condição ou vontade do indivíduo que fala enunciadas no presente,
no pretérito ou no futuro.
Ex.: Meu desejo é que todos sejam aprovados. (presente do subjuntivo)
Paula talvez lhe telefonasse à noite. (pretérito imperfeito do
subjuntivo)
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Se estudares, terás bom resultado. (futuro do subjuntivo)
Também é digno de nota o emprego do pretérito imperfeito do
subjuntivo como condição para a ocorrência de outra ação verbal.
Ex.: Se estudássemos mais, obteríamos a classificação.
1 Um dos aspectos mais notáveis da aventura do homem
ao longo da história tem sido seu constante anseio de
buscar novas perspectivas, abrir horizontes desconhecidos,
4 investigar possibilidades ainda inexploradas, enfim, ampliar o
conhecimento. Desde seus primórdios, os seres humanos
dedicam-se a investigar e a pesquisar, sendo esta curiosidade,
7 este desejo de conhecer, uma das mais significativas forças
impulsoras da humanidade. O fato é que essa ininterrupta e
incansável luta pelo saber tem sido uma das mais importantes
10 atividades do homem. Ocorre que, ao dar vazão ao seu
insaciável afã de descobrir, criar, conquistar, ao tentar realizar
em toda sua plenitude a livre aventura do espírito, o homem
13 depara-se com seus limites. (...)
Ivan de Araújo Moura Fé. Conflitos éticos em psiquiatria. In: José E. Assad (Coord.).
Desafios éticos. Brasília: Conselho Federal de Medicina, 1993, p. 185 (com adaptações).
30. (CESPE/INCA/CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR/2010) Seriam preservadas a
correção gramatical do texto, bem como a coerência de sua
argumentação, se, em lugar de “tem sido” (l.2), fosse usada a forma
verbal é; no entanto, a opção empregada no texto ressalta o caráter
contínuo e constante dos aspectos mencionados.
Gabarito – Item certo.
Comentário – Vamos reescrever a passagem utilizando a forma verbal
sugerida: “Um dos aspectos mais notáveis da aventura do homem ao longo da
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história é seu constante anseio...”. Pronto, ficou claro que realmente não
existe problema. Usado no presente, o verbo ser indica um fato atual,
simultâneo ao ato da fala. Mas o pretérito perfeito composto, de fato, imprime
à passagem um aspecto durativo, contínuo, não limitado no tempo. Leiamos o
que Cegalla tem a nos dizer: “O pretérito perfeito composto traduz um fato
passado repetido, ou que se prolonga até o presente:
Tenho-lhe dado sempre bons conselhos.”
1 A cidade estivera agitada por motivos de ordem
técnica e politécnica. (...)
31. (CESPE/TSE/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2007) Em relação ao texto
julgue a proposição abaixo.
A substituição de “estivera” (l. 1) por tinha estado prejudica a correção
gramatical do período.
Gabarito – Itens errado.
Comentário – A forma verbal “tinha estado” indica tempo composto: pretérito
mais-que-perfeito composto do indicativo. Os tempos compostos são formados
pelos verbos auxiliares TER e HAVER seguidos de verbo principal no particípio.
Portanto a alteração não causará prejuízo à correção gramatical do período,
pois “estivera” também é pretérito mais-que-perfeito.
FORMAS NOMINAIS DO VERBO
São formas verbais que só exprimem tempo e modo através do
contexto e desempenham funções de substantivos, adjetivos e advérbios:
Ex.: O brincar alegra as crianças. (substantivo)
Cozida, a batata fica mais saborosa. (adjetivo)
Venceu na vida trabalhando. (advérbio)
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1. Infinitivo ! É a forma como designamos os verbos. O infinitivo é
impessoal quando, não flexionado, não se refere a nenhuma pessoa gramatical
e desempenha a função de substantivo. Por outro lado, será pessoal quando,
flexionado, referir-se a uma pessoa gramatical. Não transmite nenhuma noção
temporal.
Ex.: Minha diversão preta é dançar. (substantivo)
Estamos felizes por termos conseguido a vitória. (nós: sujeito)
2. Gerúndio ! Expressa a ação em desenvolvimento.
Ex.: Pessoas sorrindo compunham a foto. (adjetivo)
Chegando o dinheiro, viajou. (advérbio)
3. Particípio ! Assume valor de substantivo e de adjetivo.
Ex.: A chegada do avião foi pontual. (substantivo)
Os fogos de artifício tornaram a cidade iluminada. (adjetivo)
FORMAS NOMINAIS TEMPOS COMPOSTOS
infinitivo
impessoal
cantar ter/haver cantado
infinitivo
pessoal
cantar ter/haver cantado
cantares teres/haveres cantado
cantar ter/haver cantado
cantarmos termos/havermos cantado
cantardes terdes/haverdes cantado
cantarem terem/haverem cantado
gerúndio cantando tendo/havendo cantado
particípio cantado
ATENÇÃO! 1. Para as 2ª e 3ª conjugações, a terminação do particípio
é ido: vendido, partido.
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2. Perceba que não há tempo composto relativo ao
particípio.
CLASSIFICAÇÃO DOS VERBOS QUANTO À FORMA
a) Regular ! não apresenta irregularidade no radical nem nas desinências,
seguindo o paradigma de sua conjugação (cantar – 1ª conjugação; vender –
2ª conjugação; partir – 3ª conjugação)
Ex.: amar, aguar, averiguar, coar, mobiliar, optar, saudar, suar, viajar, beber,
unir, atribuir, etc.
ATENÇÃO! 1. Para sabermos se um verbo é regular, precisamos
conjugá-lo no presente e no pretérito perfeito do indicativo.
Ex.: toc-o, toc-a-s, toc-a, toc-a-mos, toc-a-is, toc-a-m / toqu-e-i, toc-a-ste,
toc-o-u, toc-a-mos, toc-a-stes, toc-a-ram
2. Os verbos terminados em IAR são regulares: vigiar,
arriar, etc.
Exceções: Mediar, Ansiar, Remediar, Incendiar e Odiar (MARIO) ! recebem
a letra E nas formas rizotônicas (= a sílaba tônica integra o radical)
Ex.: arriar – arrio, arrias, arria, arriamos, arriais, arriam
odiar – odeio, odeias, odeia, odiamos, odiais, odeiam
b) Irregular ! apresenta irregularidades no radical e/ou nas desinências.
Ex.: caber, fazer, acudir, aderir, atrair, cear, construir, dizer, crer, poder,
prover, prever, saber, dar, rir, vir, etc.
perder = perco, perdes, perde
fazer = faço, fazes, faz
caber = caibo, cabes, cabe
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ATENÇÃO! Os verbos terminados em EAR são irregulares, recebem a letra I
nas formas rizotônicas.
as, arrei a, arreamos, arreais, arreiamEx.: arrear – arrei o, arrei
passear – passeio, passeias, passei a, passeamos, passeais, passeiam
c) Anômalo ! É o verbo que apresenta grandes alterações no radical.
Segundo Luiz Antônio Sacconi, João Domingues Maia, Ulisses Infante e
Pasquale Cipro Neto, por exemplo, em português só existem dois: ser e ir.
Entretanto, Celso Cunha registra que a NGB também classifica como anômalo
os verbos ter, haver, estar, vir e pôr.
d) Defectivo ! É o verbo que não possui determinados tempos, modos e
pessoas. Incluem-se nesta categoria os verbos impessoais e unipessoais.
Ex.: reaver, precaver, falir, computar, abolir, haver (sentido de existir), nevar,
trovejar, trovejar, latir, rugir, etc.
ATENÇÃO! Quando se tratar de sentido conotativo, os verbos que indicam
fenômenos da natureza podem ser usados como pessoais.
Ex.: Os estudantes amanheciam para uma nova época.
e) Abundante ! é o verbo que apresenta mais de uma forma equivalente,
geralmente no particípio.
Ex.: aceitar = aceitado, aceito – prender = prendido, preso – imprimir =
imprimido, impresso
ATENÇÃO! 1. O particípio regular é normalmente usado na voz ativa,
com os auxiliares ter ou haver.
Ex.: Ele não tinha aceitado as minhas desculpas.
2. O particípio irregular é normalmente usado na voz
passiva com os auxiliares ser ou estar.
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Ex.: Minhas desculpas não foram aceitas por ele.
3. Admitamos, porém, que essas recomendações não são
rigorosamente seguidas, havendo numerosas formas irregulares que se usam
tanto na voz ativa como na passiva, e algumas formas regulares também
empregadas na voz passiva.
VOZ ATIVA VOZ PASSIVA
Tinha aceitado (aceito) o convite. Os convite foram aceitos.
Tinha elegido (eleito) os candidatos. Os candidatos são eleitos.
Tinha entregado (entregue) a carta. As cartas eram entregues.
Tinha ganhado (ganho) o prêmio. O prêmio foi ganho.
Tinha imprimido (impresso) a obra. Foi impressa a obra.
Tê-lo-iam pegado (pego) de surpresa. O ladrão foi pego pela polícia.
Tinha salvado (salvo) muitas vidas. A vida foi salva.
CORRELAÇÃO VERBAL
Termino a primeira parte da aula com explicações sobre
correlação verbal – coerência que, em uma frase ou sequência de frases,
deve haver entre as formas verbais utilizadas. Ou seja, é preciso que haja
articulação temporal entre os verbos, que eles se correspondam, de maneira a
expressar as ideias com lógica. Tempos e modos verbais devem, portanto,
combinar entre si. Veja este exemplo:
Seu eu dormisse durante as aulas, jamais aprenderia a lição.
O verbo dormir está no pretérito imperfeito do subjuntivo.
Sabemos que o subjuntivo expressa dúvida, incerteza, possibilidade,
eventualidade. Assim, em que tempo o verbo aprender deve estar, de
maneira a garantir que o período tenha lógica?
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Na frase, aprender é usado no futuro do pretérito (aprenderia),
um tempo que expressa, dentre outras ideias, uma afirmação condicionada
(que depende de algo), quando esta se refere a fatos que não se realizaram e
que, provavelmente, não se realizarão. O período, portanto, está coerente, já
que a ideia transmitida por dormisse é exatamente a de uma dúvida, a de
uma possibilidade que não temos certeza se ocorrerá.
Veja o mesmo exemplo, mas sem correlação verbal:
Se eu dormisse durante as aulas, jamais aprenderei a lição.
Temos dormir no subjuntivo, novamente. Mas aprender está
conjugado no futuro do presente, um tempo verbal que expressa, dentre
outras ideias, fatos certos ou prováveis. Nesse caso, não podemos dizer que
jamais aprenderemos a lição, pois o ato de aprender está condicionado não a
uma certeza, mas apenas à hipótese (transmitida pelo pretérito imperfeito do
subjuntivo) de dormir.
A seguir, veja alguns casos em que os tempos verbais são
concordantes:
1. presente do indicativo + presente do subjuntivo:
Exijo que você faça o dever.
2. pretérito perfeito do indicativo + pretérito imperfeito do subjuntivo:
Exigi que ele fizesse o dever.
3. presente do indicativo + pretérito perfeito composto do subjuntivo:
Espero que ele tenha feito o dever.
4. pretérito imperfeito do indicativo + mais-que-perfeito composto do
subjuntivo:
que ele tivesse feito o dever. Queria
5. futuro do subjuntivo + futuro do presente do indicativo:
Se você fizer o dever, eu ficarei feliz.
AAA
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6. pretérito imperfeito do subjuntivo + futuro do pretérito do indicativo:
Se você fizesse o dever, eu leria suas respostas.
7. pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo + futuro do pretérito
composto do indicativo:
o dever, eu teria lido suas respostas. Se você tivesse feito
8. futuro do subjuntivo + futuro do presente do indicativo:
Quando você fizer o dever, dormirei.
9. futuro do subjuntivo + futuro do presente composto do indicativo:
Quando você fizer o dever, já terei dormido.
PRONOMES (EMPREGO, FORMAS DE TRATAMENTO E COLOCAÇÃO)
Na última parte da aula, o assunto a ser tratado é pronomes:
classificação, emprego e colocação. Eis uma breve exposição sobre a
classificação deles.
Pronome
Palavra que substitui o nome (pronome substantivo) ou que o
acompanha (pronome adjetivo) para tornar claro o seu
significado. Existem seis classes de pronomes:
pessoal
Indica diretamente as pessoas do discurso (no singular ou no
plural): 1ª pessoa: quem fala; 2ª pessoa: com quem se fala;
3ª pessoa: de quem se fala.
. Também são pessoais os pronomes de
tratamento: você, senhor, senhora, vossa senhoria, vossa
excelência, etc.
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possessivo
Refere-se às pessoas gramaticais, atribuindo-lhes a posse de
algo: Meu, minha, meus, minhas, nosso, nossa, nossos,
nossas, teu, tua, teus, tuas, vosso, vossa, vossos, vossas,
seu, sua, seus, suas.
demonstrativo
Indica a posição dos seres em relação às pessoas do discurso,
situando-os no tempo e no espaço.
1ª. Pessoa: Este, esta, estes, estas, isto.
2ª. Pessoa: Esse, essa, esses, essas, isso.
3ª. Pessoa: Aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo.
relativo
É aquele que, em uma oração, se refere a um termo constante
em oração anterior, chamado antecedente. Exemplo:
. São pronomes relativos: que,
quem, quanto(s), quanta(s), cujo(s), cuja(s), o qual, a qual,
os quais, as quais.
indefinido
Refere-se à terceira pessoa do discurso num sentido vago ou
exprimido quantidade indeterminada. Exemplos: Quem
. Alguns podem flexionar-se em gênero e
número. São pronomes indefinidos: algum, alguns, nenhum,
nenhuns, qualquer, quaisquer, ninguém, todo, tudo, nada,
algo etc.
interrogativoÉ aquele usado para formular uma pergunta direta ou indireta:
que, quem, qual, quanto.
EMPREGO DE PRONOMES
! Diferenças quanto ao emprego dos pronomes pessoais do caso reto e do
caso oblíquo:
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a) Ele virou ela. – Na função de sujeito e de predicativo, o pronome
pessoal utilizado será, via de regra, do caso reto.
b) Quero falar com ele.
Sou útil a ele.
Vi-o na rua.
Serão empregados os do caso oblíquo nas demais funções sintáticas
(complemento verbal, complemento nominal etc.).
Atente para o fato de que esses pronomes são frequentemente utilizados
para promover a coesão e a coerência textual.
c) Eu contei a ti o que acontecera.
Você terá de viajar com nós dois.
Você terá de viajar conosco. (= com + nós)
Os pronomes oblíquos tônicos são precedidos de preposição. Usa-se com
nós ou com vós quando tais expressões vêm acompanhadas de elementos de
realce, numeral, pronome ou oração adjetiva.
CUIDADO! Não vá sem eu saber. / Todos saíram, exceto eu (saí).
Mesmo diante de preposição, o pronome pessoal do caso reto será empregado
quando for sujeito de verbo, ainda que este esteja elíptico.
d) Maria fez aniversário. Pedro deu-lhe um presente. (“deu” = VTDI; “um
presente” = OD)
Maria fez aniversário. Pedro a presenteou. (“presenteou” = VTD)
Como complementos verbais, O(S) e A(S) desempenham função de
objeto direto; LHE(S), de objeto indireto.
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ATENÇÃO! O pronome oblíquo LHE pode equivaler-se a um possessivo, caso
em que transmitirá noção de posse: Pediu-lhe os brinquedos emprestados. /
Pediu os seus brinquedos emprestados / Pediu os brinquedos dele
emprestados.
e) Mandei-o sair da sala.
Fiz-lhes ver que estavam errados.
Em construções cujo verbo principal é causativo (mandar, deixar, fazer)
ou sensitivos (ver, ouvir, sentir), O(S) e A(S) desempenham função de sujeito
do verbo (infinitivo) da oração subordinada.
CUIDADO! LHE(S) só poderá ser sujeito de verbo infinitivo transitivo direto.
Mandei-lhe sair da sala seria uma construção errada, já que “sair” tem
regência intransitiva.
! Pronomes possessivos
Referem-se às pessoas gramaticais, atribuindo-lhes a posse de
algo. Concordam em gênero e número com a “coisa” possuída.
Ex.: Eu trouxe meu caderno.
Tu trouxeste tuas canetas.
Primeira pessoaMeu(s), minha(s), nosso(s),
nassa(s)
Segunda pessoa Teu(s), tua(s), vosso(s), vossa(s)
Terceira pessoa Seu(s), sua(s)
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! Pronomes demonstrativos
Indicam a posição dos seres em relação às pessoas do discurso,
situando-os no tempo e no espaço.
Pronomes Tempo Espaço
Este (s), esta (s), isto Presente; momento atual Perto de quem fala
Esse (s), essa (s), issoPassado próximo Perto da pessoa com
quem se fala
Aquele (s), aquela (s),
aquilo
Passado longínquo Longe de quem fala e da
pessoa com quem se fala
Ex.: Nestas últimas horas tenho aprendido muito.
Este rapaz ao meu lado é meu amigo.
Essas horas que passamos na praia foram muito agradáveis.
O que é isso aí do teu lado?
Naquela época, a vida era melhor.
O que é aquilo atrás do carro?
Casos Especiais (empregados como elementos de coesão)
a) Meu argumento é este: não há democracia sem justiça. (Este e isto:
empregados quando ainda vai ser feita a referência; promove a coesão
textual conhecida como catafórica.).
Não há democracia sem justiça. Esse é meu argumento. (Esse e isso:
empregado quando já foi feita a referência; promove a coesão textual
conhecida como anafórica)
b) Comprei uma moto e uma bicicleta. Esta eu dei para meu irmão;
aquela, para mim mesmo. (Este e aquele servem para retomar
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elementos já citados e desfazer possíveis ambiguidades quanto à
compreensão do enunciado. Este diz respeito ao último termo; aquele,
ao primeiro.)
c) O que ele disse era verdade.
Passará a que for mais capacitada. a(s) e o(s) diante de que (pronome
relativo) – e de – preposição – serão pronomes demonstrativos,
equivalendo-se a aquela(s), aquele(s), aquilo)
Cunha e Cintra (Nova gramática do português
contemporâneo, 2008, págs. 354-5) ensinam que o demonstrativo O (e suas
variações) pode ser empregado diante de uma oração ou, mais raramente, por
uma expressão adjetiva, e dão o seguinte exemplo:
Ingrata para os da terra,
boa para os que não são.(C. Pena Filho)
32. (FUNRIO/PREFEITURA DE CAMPOS-RJ/AUXILIAR DE SECRETARIA/2008)
“Esta é uma confissão de amor: amo a língua portuguesa.”
“Essas dificuldades, nós as temos.”
Os pronomes demonstrativos grifados referem-se, respectivamente,
A) ao que está fora do texto/ao que vem depois.
B) ao que será dito em seguida/ao que foi dito anteriormente.
C) ao passado/ao futuro.
D) ao que não será dito/ao que foi dito.
E) ao não-literário/ao literário.
Gabarito – B
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Comentário – Acredito que você não teve problemas para identificar que a
referência do pronome “Esta” é o enunciado que surgiu depois dele: “amo a
língua portuguesa”. Isso caracteriza a referência catafórica.
Mas a referência do pronome “Essas” está antes dele,
constituindo uma referência anafórica.
Fique de olho no que o examinador quis dizer com “ao que
está fora do texto” (letra A). Ele se referiu à função dêitica (ou díctica, tanto
faz), aquela que faz referência exofórica1 (traz algo de fora para dentro do
texto), sendo responsável por situar algo no tempo ou no espaço. Exemplo:
Esse rapaz é meu amigo.
Eu estou falando de que rapaz? Do que está próximo a mim,
de outra pessoa ou em outro lugar? Além disso, há diferenças no emprego de
esse, este e aquele. Repare:
- Esta é minha mãe. (ela está proximo a mim)
- Essa é minha mãe. (ela está próxima à pessoa com quem
falo)
- Aquela é minha mãe. (agora ela está distante de nós dois)
Como você pode notar, a referência espacial indicada pelos
pronomes em cada uma das frases é diferente.
Outro exemplo comum ocorre com o uso de advérbios:
Hoje estou escrevendo esta aula.
Você precisa agora saber em que dia o locutor
pronunciou/escreveu essa frase para situar no tempo a correta referência do
advérbio “Hoje”.
1 Ao contrário, a função endofórica faz referência a termos que estão dentro do próprio texto.
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! Pronomes indefinidos
São os que têm sentido vago, impreciso, indeterminado.
Casos Particulares
.a) Certo livro: antes do substantivo, equivale-se a pronome indefinido
Livro certo: depois, equivale-se a adjetivo.
b) Algum livro deve ser igual a este. Antes do substantivo, tem valor
positivo, afirmativo, exprime possibilidade; é o contrário de nenhum, que
tem valor semântico negativo.
Livro algum deve ser igual a este. Depois, tem significação negativa
mais enfática do que a expressa por nenhum, indica impossibilidade.
Na língua moderna, algum(a) cristalizou-se com
significação negativa (= nenhum) quando empregado depois de substantivo e
com valor positivo anteposto a ele. Antigamente não era assim, quando
algum(a) podia ter sentido afirmativo ou negativo independente de sua
posição, como se depreende dos versos de Camões, em Os lusíadas:
“Desta gente refresco algum tomamos
E do rio fresca água; mas com tudo
Nenhum sinal aqui da Índia achamos
No povo, com nós outros quase mudo.” (V, 69)
(“refresco algum” = algum refresco = sentido positivo)
“Vós a quem não somente algum perigo
Estorva conquistar o povo imundo” (VII, 2)
(“algum perigo” = nenhum perigo = valor negativo)
Mas, em geral, o pronome indefinido algum(a) adquire
mesmo valor negativo em frases onde já existem outras formas negativas,
como não, nem, sem:
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“...é muito provável que ela não tenha problema algum.”
“...é muito provável que ela não tenha algum problema.”
! Pronomes relativos
a) Eis os velhos amigos de que lhe falhei.
Eis o instrumento de que lhe falei.
O pronome relativo QUE pode ser empregado tanto para substituir
coisa quanto para representar pessoa. Rejeita preposições com duas ou mais
sílabas e dispensa sem e sob.
Lembre-se de que para ser conjunção integrante, esse vocábulo
deve unir uma oração subordinada de valor substantivo (objeto direto, objeto
indireto, complemento nominal, sujeito, predicativo, aposto) à sua principal.
Considere este fragmento: “...eles explicam que tipo de rodovia cada uma é.”,
em que a oração sublinhada é objeto direto da forma verbal “explicam” e o
“que” não é pronome relativo.
b) A casa onde morei era muito antiga. (certo)
A reunião onde estávamos acabou tarde. (errado)
ONDE é usado restritivamente em referência a lugar.
A escola onde estudo foi fechada.
A escola aonde vais é muito longe.
A escola donde vens é muito longe.
ONDE é pronome relativo quando substitui um termo antecedente,
como no primeiro exemplo (onde = escola). Não deve ser confundido com
onde = advérbio interrogativo: “Onde você estuda?”. Observe que agora o
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vocábulo onde não substitui nenhum termo anterior, apenas introduz uma
pergunta que exprime a ideia de lugar.
Usaremos aonde (contração de a + onde) quando o verbo que
surgir após esse pronome relativo exprimir ideia de movimento e exigir a
preposição “a”. Se o verbo indicativo de movimento reger preposição “de”,
usaremos “donde” (contração de de + onde).
Ressalto que o verbo seguinte deve indicar movimento e não
permanência (como no primeiro exemplo). Com verbos estáticos, que
exprimem permanência, a preposição empregada será “em”. Na Língua
Portuguesa não existe nonde, isto é, a suposta contração de em + onde.
c) Ele participou da reunião, a qual deu origem ao atual grupo de trabalho.
O relativo o qual (e variações) é útil para desfazer ambiguidades.
Perceba que, se fosse empregado o relativo QUE, haveria margem para a
seguinte dúvida: a reunião ou ele deu origem ao atual grupo de trabalho?
d) É uma pessoa com cujas opiniões não podemos concordar.
O pronome relativo CUJO(S)/CUJA(S) estabelece uma relação de
posse/dependência entre os termos antecedente e consequente. Concorda em
gênero e número com a “coisa” possuída.
Muito cuidado quando a banca lhe propuser a substituição dele por
outro relativo (que, a/o qual, quem), a pretexto de que serão mantidas a
correção gramatical e a coerência argumentativa. ISSO NÃO É VERDADE.
NÃO É POSSÍVEL FAZER TAL SUBSTITUIÇÃO. Não confunda o caso
anterior (correspondência entre que e o/a qual) com este.
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:::333
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Observe esta construção: O professor cujo o filho nasceu está feliz.
O que acha? Certa ou errada? ERRADA. A norma gramatical não abona o
emprego de artigo antes (...o cujo...) ou depois (...cujo o...) do relativo CUJO,
daí o motivo de não se empregar o acento indicativo de crase diante dele.
e) Esta é a pessoa a quem prezo como amigo.
O pronome relativo QUEM é utilizado em referência a pessoas e se
faz acompanhar de preposição. Eu disse PREPOSIÇÃO e não artigo. Portanto,
se perguntarem a você qual a classe gramatical daquele “a” em negrito, NADA
DE DIZER “ARTIGO”.
f) Esqueci tudo quanto foi dito.
Podemos confiar em todos quantos estão presentes.
Podemos confiar em todas quantas estão presentes.
QUANTO (e variações) será pronome relativo quando estiver
acompanhado de tudo (e variações).
g) Essa é a hora quando as garças levantam vôo.
Não entendi a maneira como ela se dirigiu a mim.
QUANDO e COMO serão pronomes relativos sempre que se
referirem a um termo antecedente (“hora” e “maneira”, nessa ordem). O
primeiro tem valor semântico de tempo; o segundo, de modo.
! Formas de Tratamento
Tratamento Abreviatura Uso
Senhor, Senhora Sr., Srª tratamento formal
Você V. tratamento informal
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Vossa Alteza V. A. príncipes e duques
Vossa Eminência V. Emª cardeais
Vossa Excelência V. Exªaltas autoridades e
oficiais-generais
Vossa Magnificência V. Magª reitores de universidades
Vossa Majestade V. M. reis e imperadores
Vossa Reverendíssima V. Rev.ma sacerdotes em geral
Vossa Santidade V. S. papa
Vossa Senhoria V. Sªtratamento formal para
pessoas graduadas.
As formas de tratamento designam indiretamente à 2ª pessoa do
discurso (aquela com quem se fala), mas conduzem a concordância nominal e
verbal da frase para a terceira pessoa do singular ou do plural, conforme o
caso.
• Particularidades
a) Vossa Excelência fez um belo discurso. (para dirigir-se à pessoa, ainda
que por meio de correspondências)
Sua Excelência fez um belo discurso. (para falar da pessoa)
b) Vossa Excelência apresentará seus projetos? (note que o verbo e o
pronome possessivo correspondem à terceira pessoa e o adjetivo tende a
concordar com o gênero da pessoa referida – concordância ideológica)
c) Se você chegar cedo, eu vou te ajudar. (errado)
Se você chegar cedo, eu vou ajudá-lo (você). (certo)
(muito cuidado: mesmo os pronomes de tratamento informal levam os
outros pronomes para a terceira pessoa)
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Colocação dos Pronomes Oblíquos Átonos
Antes de apresentar os casos de colocação pronominal, cabe
lembrar que próclise é a ocorrência do pronome antes do verbo (Fingiu que
não o reconheceu.). Quando acontece o inverso, ou seja, o pronome surge
após o verbo, temos um caso de ênclise, que na escrita é marcada pela
presença do hífen (Dá-me sua ajuda.). A mesóclise, que só ocorre com
verbos no futuro do presente e no futuro do pretérito, é o emprego do
pronome no “meio” do verbo, entre a forma infinitiva e a desinência
modo-temporal (Dar-lhe-ia minha ajuda.).
Casos de Próclise
a) Palavras de sentido
negativo
Nada me fará desistir.
Ninguém me fará desistir.
b) Advérbios sem pausa Aqui se fazem chaves.
Talvez se cumprimentassem.
c) Conjunções
subordinativas e pronomes
relativos
Quando lhe dissemos a verdade, chorou muito.
O livro que me deste é muito interessante.
d) Conjunções
coordenativas alternativas
Ora se atribulava, ora se aquietava.
Das duas uma: ou as faz ela, ou as faço eu.
e) Pronomes e advérbios
interrogativos
Quem lhe contou a verdade?
Por que te afliges tanto?
f) Pronomes indefinidos Tudo me foi dado.
Alguém te contou a verdade?
g) Frases exclamativas e
optativas
Como te atreves!
Deus o abençoe, meu filho!
h) Preposição em +
verbo no gerúndio
Em se tratando desse assunto, nada mudará.
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Casos de Mesóclise
a) Verbo no futuro do
presente ou do pretérito,
sem palavra atrativa
Amar-te-ei a vida inteira. (Não te amarei a vida
inteira.)
Dar-lhe-ia o livro. (Jamais lhe daria o livro.)
Casos de Ênclise
a) Antes de tentar decorar
qualquer outra regra, é
fundamental saber que a
tendência da língua
portuguesa recai sobre
o uso da ênclise.
Portanto, se não ocorrer
qualquer um dos casos
mencionados
anteriormente, usaremos a
ênclise.
Levante-se e lute.
Tratando-se desse assunto, nada mudará.
Vendê-lo era o que mais importava.
Aqui, fazem-se chaves.
Alguns pontos precisam ser ressaltados neste momento:
1 – O particípio não admite ênclise.
Dada-me a resposta, calei-me. (errado)
Dada a mim a resposta, calei-me. (certo)
2 – O futuro do presente e o futuro do pretérito também não admitem ênclise.
Direi-te a verdade. (errado)
Dir-te-ei a verdade (certo)
3 – O numeral ambos, quando sujeito, também atrai o pronome oblíquo átono.
Ambos se casarão amanhã.
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4 – É licita a próclise ou a ênclise quando o infinitivo estiver precedido de
preposição ou palavra negativa.
Estou aqui para te servir (ou servir-te).
Meu desejo era não o incomodar (ou incomodá-lo).
5 – Quando o infinitivo vier precedido pela preposição a, a próclise não será
possível se o pronome for o ou a.
Estamos a contemplá-la.
Se soubesse, não continuaria a lê-lo.
Começou a lhe ensinar português (ou ensinar-lhe).
Até agora, a posição do pronome oblíquo átono levou em conta a
existência de apenas um verbo. Veja a seguir como empregá-los em relação a
uma locução verbal (verbo auxiliar + verbo principal).
a) Verbo auxiliar + infinitivo
Ex.: Eu devo-lhe fazer um favor. (ênclise do verbo auxiliar)
Eu devo fazer-lhe um favor. (ênclise do verbo principal)
Eu não lhe devo fazer um favor. (próclise do verbo auxiliar; a palavra
atrativa impede a ênclise)
Eu não devo fazer-lhe um favor. (ênclise do verbo principal; o advérbio
“não” é insuficiente para impedi-la)
b) Verbo auxiliar + preposição + infinitivo
Ex.: Os jovens deixaram de se falar. (próclise do principal)
Os jovens deixaram de falar-se. (ênclise do principal)
c) Verbo auxiliar + gerúndio
Ex.: Estou-lhe obedecendo. (ênclise do auxiliar)
Estou obedecendo-lhe. (ênclise do principal)
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Não lhe estou obedecendo. (próclise do auxiliar, em virtude da palavra
atrativa, que impede a ênclise)
Não estou obedecendo-lhe. (ênclise do principal; distante, o advérbio
perde sua força atrativa)
d) Verbo auxiliar + particípio
Ex.: Havia-me levado ao cinema. (ênclise do auxiliar; não é possível a ênclise
do verbo principal por estar ele no particípio)
Não me havia levado ao cinema. (próclise do auxiliar, em virtude do
advérbio de negação)
Devo esclarecer ainda que, na fala brasileira (diferentemente do
que ocorre na tradição lusitana), os pronomes oblíquos átonos tendem a ficar
“solto” entre o verbo auxiliar e o principal, formando a próclise deste, como
atestam os exemplos abaixo, extraídos de excelentes escritores modernos.
a) “Mas agora já sabemos nos defender” (Guimarães Rosa)
b) “Meus olhos iam se enchendo de água.” (Raquel de Queirós)
c) “A conversa na mesa teria lhe dado suficiente prestígio para isso?” (Jorge
Amado)
33. (FUNRIO/INVEST RIO/ADMINISTRADOR/2010) No Brasil, a colocação dos
pronomes átonos nas frases recebe um tratamento peculiar ao idioma. A
colocação pronominal que atende às exigências da norma padrão do
Português brasileiro escrito está reproduzida na alternativa
A) Os prisioneiros que libertaram-se do jugo dos terroristas, até hoje, estão
traumatizados.
B) Os avanços dos eletrônicos tiveram de se adequar à aquisição dos
brasileiros.
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C) Ele reconhecia ter tratado-se de problemática já conhecida no passado,
quando era jovem.
D) Os fabricantes de armas não importaram-se com a dificuldade dos países
em litígio.
E) Quando fala-se a verdade, na maioria das vezes não se merece castigo
muito severo.
Gabarito – B
Comentário – Alternativa A: o pronome relativo “que” exerce atração sobre o
pronome oblíquo “se”, fazendo-o figurar em posição proclítica ao verbo
“libertaram”. Opção incorreta.
Alternativa B: com o infinitivo, são lícitas, mesmo com
elemento atrativo, a ênclise (...tiveram de adequar-se...) e a próclise
(...tiveram de se adequar...). Opção correta.
Alternativa C: é inadmissível a próclise com o particípio.
Alternativa D: o advérbio de negação “não” é outro elemento
que também atrai o pronome oblíquo átono “se” (...não se importaram...).
Opção incorreta.
Alternativa E: conjunção subordinativa adverbial também
exerce atração sobre o pronome oblíquo átono: Quando se fala... Opção
incorreta.
Por hoje é só. Fique com Deus e um abraço!
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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS
1. (FUNRIO/SUFRAMA/ADMINISTRADOR/2008) O vocábulo do texto formado
pelo processo de derivação prefixal e sufixal é
A) rancorosamente.
B) tradicional.
C) choupana.
D) desigualdade.
E) eletricidade.
2. (FUNRIO/JUCERJA/ARQUIVOLOGISTA/2008) Considerados os processos
de formação de palavras, pode-se estabelecer que “salário está para sal”,
assim como
A) mensal está para mês.
B) adejar está para adejo.
C) tocar está para toque.
D) abalar está para abalo.
E) pescar está para pesca.
3. (FUNRIO/IDENE-MG/ANALISTA EM DIREITO/2008) A alternativa que
contém uma palavra formada exatamente pelo mesmo processo pelo qual
se obteve “seringueiro” é
A) cigarros.
B) desarrumação.
C) penumbra.
D) reconhecimento.
E) simplicidade.
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4. (FUNRIO/MDIC/ANALISTA TÉCNICO-ADMINISTRATIVO/2009) Avalie as
afirmações a propósito da formação das seguintes palavras:
I. megausina” e “ictiólogo” são formadas por composição.
II. “perda” é deverbal de “perder”.
III. “inviável” é derivada por prefixação.
IV. “economicamente” é derivada por sufixação.
Está correto o que se afirma na alternativa
A) todas estão corretas.
B) apenas I e II estão corretas.
C) apenas III e IV estão corretas.
D) apenas I, II e III estão corretas.
E) apenas II, III e IV estão corretas.
5. (FUNRIO/FIOTEC/AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE/2010) No vocábulo
“amamentar”, ocorre o processo de formação de palavras por derivação
A) sufixal.
B) prefixal.
C) regressiva.
D) imprópria.
E) parassintética.
6. (FUNRIO/FURP/ANALISTA DE CONTRATOS/2010) Observe as seguintes
palavras retiradas do texto: “desempregado”, “ganhar”, “pós-graduação”,
“contracheque”. Considerando o processo de formação das palavras em
Português, afirma-se que
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A) um dos vocábulos é formado por justaposição.
B) um dos vocábulos resulta de derivação regressiva.
C) um dos vocábulos resulta de derivação imprópria.
D) três dos vocábulos são formados pro prefixação.
E) dois dos vocábulos são formados por aglutinação.
7. (FUNRIO/SEBRAE-PA/ANALISTA TÉCNICO I MARKETING/2010) Brasília
comemorou seu aniversário com uma superfesta. A cinquentona planejada
por Lúcio Costa é hoje uma metrópole que oferece alta qualidade de vida.
(Fonte: O Globo, 21/4/2010, com adaptações)
Na notícia do jornal, as palavras “superfesta” e “cinquentona”
exemplificam, respectivamente, casos de formação de palavras por
A) hibridismo e neologismo.
B) justaposição e aglutinação.
C) composição e derivação.
D) prefixação e sufixação.
E) conversão e regressão.
8. (FUNRIO/PREFEITURA DE SÃO JOÃO DA BARRA/ASSISTENTE
SOCIAL/2010)
– Creio que ali irá mais comodamente do que na garupa do cavalinho
pangaré.
A estrutura mórfica das palavras “comodamente” e “cavalinho” está
corretamente comentada na seguinte alternativa:
A) apenas a primeira é formada por sufixação, pois “cavalinho” é um caso de
derivação imprópria.
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B) ambas são formadas por sufixação e derivam de um adjetivo e de um
substantivo, respectivamente.
C) apenas a segunda é formada por sufixação, pois “comodamente” é um
caso de composição por aglutinação.
D) as duas palavras são formadas por hibridismo, pois empregam morfemas
de origem latina e grega.
E) ambas são formadas por derivação parassintética a partir de “modo” e
“vale”, respectivamente.
9. (FUNRIO/FIOTEC/AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE/2010) A classe
gramatical do vocábulo destacado está corretamente indicada em
A) maior número “DE” episódios de diarréia – conjunção.
B) maior número de hospitalizações por doença “RESPIRATÓRIA” –
substantivo.
C) risco de desnutrição se “OS” alimentos introduzidos (...) – pronome.
D) menor absorção de nutrientes “IMPORTANTES” do leite materno (...) –
advérbio.
E) menor duração do aleitamento “MATERNO” – adjetivo.
10. (FUNRIO/FIOTEC/AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE/2010) “É um
processo que envolve interação profunda entre mãe e filho...”
No trecho em destaque, o vocábulo “QUE” é um(a)
A) pronome.
B) preposição.
C) conjunção.
D) artigo.
E) advérbio.
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11. (CESPE/ANTAQ/TÉCNICO EM REGULAÇÃO/2009) A ideia de continuidade
no uso do transporte hidroviário é marcada, no texto, tanto pelo emprego
da preposição "desde" (L.1) quanto pelo emprego da expressão verbal
"tem sido usado" (L.1).
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12. (CESPE/TCU/AFCE/2009) No desenvolvimento do texto, a conquista dos
"direitos invioláveis" (L.17) está associada a um processo gradativo e
contínuo, como evidencia o emprego das preposições "desde" (L.17) e
"até" (L.19).
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13. (CESPE/TCU/AFCE/2009) O desenvolvimento da argumentação permite
que se insira o conectivo Logo, seguido de vírgula, imediatamente antes
de "A política" (L.9), escrevendo-se o artigo com letra minúscula, sem
prejuízo para a coerência e a correção gramatical do texto.
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14. (CESPE/STJ/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2008) A organização das idéias do
texto permite subentender um conectivo como No entanto ligando o
período iniciado por "Os prazeres" (L.12) ao seu anterior.
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15. (CESPE/PREFEITURA DE IPOJUCA – PE/2009) A partir da conjunção "mas"
(l.11), subentende-se da organização das ideias no texto que um
"processo de longo prazo" (l.10-11) pode não dispor de "sólidas
fundações" (l.11) antes de ser definitivo.
16. (CESPE/ANTAQ/ESPECIALISTA – ECONOMIA/2009) Na linha 12, caso se
deslocasse a conjunção "pois" para o início da oração, a coerência da
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argumentação seria preservada, desde que fossem retiradas as duas
vírgulas que isolam essa palavra e que se fizessem os necessários ajustes
nas letras maiúsculas e minúsculas.
(...)
As iniciativas são louváveis. Caso a população,
16 porém, se sinta apenas punida ou obrigada a uma atitude, e
não parte da comunidade, os benefícios não se tornarão duradouros.
Suzane G. Frutuoso. Vai doer no bolsão.
In: Istoé, 22/7/2009, p. 74-5 (com adaptações
17. (CESPE/MJ-DPF/AGENTE/2009) A substituição de “Caso” (l.15) pela
conjunção Se preservaria a correção gramatical da oração em que se
insere, não demandaria outras modificações no trecho e respeitaria a
função condicional dessa oração.
18. (FUNDATEC/EMATER-RS/ECONOMISTA/2008) Julgue as informações que
se seguem.
I – Ao se pluralizar a palavra equação na frase A equação contém os
ingredientes do sucesso. (l. 03), apenas duas outras palavras deveriam
sofrer ajustes para fins de concordância.
II – Se, em Era um empresário ausente do campo e presente nas grandes
capitais, onde esbanjava suas riquezas. (l. 06-07), substituíssemos a
palavra empresário por administradora, ocorreria apenas uma outra
alteração no período.
19. (FUNRIO/PREFEITURA DE NITEROI/MOTORISTA/2008) “Nos países
subdesenvolvidos, a situação não é diferente.”
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A palavra que faz plural da mesma forma que “situação” é:
A) alemão
B) mão
C) grão
D) leão
E) pão
20. (FUNRIO/FIOTEC/AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE/2010) A palavra que,
no plural, NÃO apresenta a mesma forma que “repercussões”, “infecções”
e “implicações” é
A) interação.
B) reversão.
C) lactação.
D) irmão.
E) razão.
21. (FUNRIO/PREFEITURA DE ITABORAÍ-RJ/PROCURADOR/2007)
(...) a notícia do caso curioso das “taças para ovos” (egg cups) que se
vendiam na Índia.
(...) que vendiam idêntico artigo ao mesmo preço.
Note que em cada uma das duas orações acima destacadas o verbo
vender, flexionado, está presente e grafado do mesmo modo. Mesmo
assim, o verbo vender não está flexionado igualmente nos dois trechos.
Pode-se dizer, CORRETAMENTE, que, comparando-se os dois trechos, a
flexão do verbo é diferente quanto:
A) ao modo
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B) ao número
C) ao tempo
D) à pessoa
E) à voz
1 O termo groupthinking foi cunhado, na década de
cinquenta, pelo sociólogo William H. Whyte, para explicar
como grupos se tornavam reféns de sua própria coesão,
4 tomando decisões temerárias e causando grandes fracassos.
(...)
Thomaz Wood Jr. O perigo do groupthinking. In: Carta
Capital, 13/5/2009, p. 51 (com adaptações).
22. (CESPE/TCU/AFCE/2009) Por estar empregada como uma forma de voz
passiva, a locução verbal “foi cunhado” (l.1) corresponde a cunhou-se e
por esta forma pode ser substituída, sem prejuízo para a coerência ou
para a correção gramatical do texto.
23. (FUNRIO/PREFEITURA DE MARICÁ-RJ/SERVIÇOS GERAIS/2007) Leia
atentamente a seguinte passagem:
“E ele sucumbira, pois era pobre, e a necessidade é o algoz da honra.”
Os verbos que encontramos nesse trecho são do modo Indicativo e
pertencem, respectivamente, aos tempos:
A) pretérito perfeito; pretérito imperfeito; pretérito mais-que-perfeito
B) pretérito mais-que-perfeito; pretérito imperfeito; presente
C) pretérito imperfeito; presente; pretérito perfeito
D) presente; pretérito mais-que-perfeito; presente
E) futuro do pretérito; pretérito perfeito; presente
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24. (FUNRIO/SUFRAMA/ADMINISTRADOR/2008) “... muitas daquelas que têm
filhas...”
O verbo que na terceira pessoa do plural do Presente do Indicativo se
conjuga como o verbo “ter” é
A) vir.
B) crer.
C) ler.
D) partir.
E) ver.
25. (FUNRIO/PREFEITURA DE NITEROI/MOTORISTA/2008) “Esses funcionários
perdem o emprego e não têm outra oportunidade”.
O verbo destacado pode ser substituído, mantendo o mesmo sentido
básico, pessoa, tempo e modo, por:
A) possuíram
B) possuirá
C) possui
D) possuem
E) possuirão
26. (FUNRIO/MJ/ADMINISTRADOR/2009) Observe as formas verbais – pode,
chocará, acender, esbravejando – no trecho "um casal pode fazer sexo
explícito em cena e ninguém se chocará. Mas, se acender um cigarro
depois, haverá gente na plateia limpando um pigarro imaginário ou
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esbravejando" e aponte a opção que corresponde, respectivamente, ao
tempo e ao modo de cada um deles
A) presente do indicativo, futuro do pretérito, futuro do subjuntivo, gerúndio.
B) presente do indicativo, futuro do presente, futuro do subjuntivo, gerúndio.
C) pretérito perfeito, futuro do presente, infinitivo, gerúndio.
D) pretérito perfeito, futuro do pretérito, infinitivo, particípio.
E) presente do subjuntivo, futuro do pretérito, futuro do subjuntivo,
particípio.
27. (FUNRIO/DPRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/2008)
"Quando você me ouvir cantar,
Venha, não creia, eu não corro perigo"
A canção de Caetano Veloso emprega uma estrutura sintática que
combina os verbos "ouvir" e "cantar" com o pronome "me".
Quanto a essas palavras, é correto afirmar que
A) os verbos "ouvir" e "cantar" formam uma locução verbal vinculada ao
pronome "me".
B) apenas o verbo "cantar" é transitivo direto, sendo "me" o objeto direto.
C) o pronome oblíquo ocupa uma posição de ênclise ao verbo "ouvir".
D) apenas o verbo "ouvir" é intransitivo, sendo "me" uma palavra expletiva.
E) o pronome "me" se relaciona gramaticalmente com "cantar" e com "ouvir".
28. (FUNRIO/DPRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/2008) No português
brasileiro, há a preferência pelo emprego da terceira pessoa para o
tratamento do interlocutor, como se pode observar no trecho “Respire
fundo, tenha consciência de que não vale a pena brigar e, principalmente,
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pense em sua família.”. Assinale a alternativa em que essa mesma
tendência é praticada adequadamente.
A) “Vem pra Caixa você também.”
B) “Faz um 21.”
C) “Seja mais um motorista consciente.”
D) “Deixa a preguiça no sofá. Anda de bicicleta.”
E) “Afasta de mim esse cálice.”
29. (FUNRIO/FURNAS/NUTRICIONISTA/2008) A chamada publicitária
estampada num jornal dizia:
VAI FICAR SÓ OLHANDO?
APROVEITE LOGO ESTAS OFERTAS!
Os verbos que iniciam as duas frases
A) destoam na flexão, pois apenas o verbo aproveitar está na terceira do
singular.
B) destoam na flexão, pois apenas o verbo aproveitar está na segunda do
singular.
C) estão conjugados no imperativo e se dirigem ao interlocutor da
mensagem.
D) estão flexionados corretamente na segunda pessoa do singular.
E) estão flexionados corretamente na terceira pessoa do singular.
1 Um dos aspectos mais notáveis da aventura do homem
ao longo da história tem sido seu constante anseio de
buscar novas perspectivas, abrir horizontes desconhecidos,
4 investigar possibilidades ainda inexploradas, enfim, ampliar o
conhecimento. Desde seus primórdios, os seres humanos
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dedicam-se a investigar e a pesquisar, sendo esta curiosidade,
7 este desejo de conhecer, uma das mais significativas forças
impulsoras da humanidade. O fato é que essa ininterrupta e
incansável luta pelo saber tem sido uma das mais importantes
10 atividades do homem. Ocorre que, ao dar vazão ao seu
insaciável afã de descobrir, criar, conquistar, ao tentar realizar
em toda sua plenitude a livre aventura do espírito, o homem
13 depara-se com seus limites. (...)
Ivan de Araújo Moura Fé. Conflitos éticos em psiquiatria. In: José E. Assad (Coord.).
Desafios éticos. Brasília: Conselho Federal de Medicina, 1993, p. 185 (com adaptações).
30. (CESPE/INCA/CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR/2010) Seriam preservadas a
correção gramatical do texto, bem como a coerência de sua
argumentação, se, em lugar de “tem sido” (l.2), fosse usada a forma
verbal é; no entanto, a opção empregada no texto ressalta o caráter
contínuo e constante dos aspectos mencionados.
1 A cidade estivera agitada por motivos de ordem
técnica e politécnica. (...)
31. (CESPE/TSE/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2007) Em relação ao texto
julgue a proposição abaixo.
A substituição de “estivera” (l. 1) por tinha estado prejudica a correção
gramatical do período.
32. (FUNRIO/PREFEITURA DE CAMPOS-RJ/AUXILIAR DE SECRETARIA/2008)
“Esta é uma confissão de amor: amo a língua portuguesa.”
“Essas dificuldades, nós as temos.”
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Os pronomes demonstrativos grifados referem-se, respectivamente,
A) ao que está fora do texto/ao que vem depois.
B) ao que será dito em seguida/ao que foi dito anteriormente.
C) ao passado/ao futuro.
D) ao que não será dito/ao que foi dito.
E) ao não-literário/ao literário.
33. (FUNRIO/INVEST RIO/ADMINISTRADOR/2010) No Brasil, a colocação dos
pronomes átonos nas frases recebe um tratamento peculiar ao idioma. A
colocação pronominal que atende às exigências da norma padrão do
Português brasileiro escrito está reproduzida na alternativa
A) Os prisioneiros que libertaram-se do jugo dos terroristas, até hoje, estão
traumatizados.
B) Os avanços dos eletrônicos tiveram de se adequar à aquisição dos
brasileiros.
C) Ele reconhecia ter tratado-se de problemática já conhecida no passado,
quando era jovem.
D) Os fabricantes de armas não importaram-se com a dificuldade dos países
em litígio.
E) Quando fala-se a verdade, na maioria das vezes não se merece castigo
muito severo.
Alternativa E: conjunção subordinativa adverbial também
exerce atração sobre o pronome oblíquo átono: Quando se fala... Opção
incorreta.
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GABARITO
1. D
2. A
3. E
4. A
5. E
6. D
7. D
8. B
9. E
10. A
11. Item certo
12. Item certo
13. Item certo
14. Item errado
15. Item certo
16. Item errado
17. Item errado
18. Itens certos
19. D
20. D
21. E
22. Item errado
23. B
24. A
25. D
26. B
27. E
28. C
29. E
30. Item certo
31. Item errado
32. B
33. B