Cápsula endoscópica na hemorragia digestiva obscura aberta ...
07. HEMORRAGIA DIGESTIVA
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HEMORRAGIA DIGESTIVA
DEFINIÇÕES
• Hemorragia Digestiva Alta: local do sangramento está entre a boca e o ângulo de Treitz
o Não varicosa o Varicosa
• Hemorragia Digestiva Baixa – qualquer hemorragia abaixo do ângulo de Treitz
• (Hemorragia Digestiva Média)
o hemorragia digestiva seria o que se vê na EDA; hemorragia digestiva baixa seria vista
com colonoscopia. A média seria o que é necessário uma Enteroscopia ou uma
cápsula de vídeo
HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA
Formas de Apresentação
• Hematêmese
• Melena
• Hematoquezia
• Enterorragia
• Oculto – anemia, sangue oculto positivo
(o sangramento pode estar localizado
em qualquer altura do tudo digestivo)
Epidemiologia
• 400.000 hospitalizados por ano nos EUA
• 50 – 150 casos por 100 mil habitantes por ano
• 50% acima dos 60 anos; população de maior risco de morbidade e mortalidade
• 80% autolimitados
Causas (tato varicosas quando não-varicosas)
• DUP (duodenal ou gástrica)
• Varizes esofagogástricas
• Lesões agudas da mucosa gástrica
(uso de AINEs)
• Síndrome de Mallory-Weiss (laceração
da mucosa esofagogástrica; pela força
provocada ao se vomitar)
• Neoplasias
• Esofagites
• Lesão de Dieulafoy (vaso anômalo
abaixo da mucosa – difícil achado
endoscópico já que não têm lesão da
mucosa)
• Angiodisplasias
• Outras: fístula aorto-entérica, hemobilia
(mais comum após biópsia de fígado,
ou pâncreas em que a hemorragia
ocorrer pelo ducto pancreático)
**A gastrite hemorrágica se apresenta com uma mucosa hiperemiada com pontos de sangramento
já com coágulos aderidos.
*Varizes esofágica são mais importantes quanto mais espessas. Havendo maior chance de
sangramento quando mais espessas
*A hemorragia varicosa é mais importante que a hemorragia ulcerosa já que há um sangramento
contínuo e num período de horas há uma grande perda de sangue.
HDA não varicosa (estudo italiano com 1020 pacientes)
• UD 37,8%
• UG 28,3%
• Erosões gastroduodenais 9,1%
• Neoplasias 5,7%
• Síndrome de Mallory-Weiss 4,5%
• Esofagite 3,6%
• Lesão de Dieulafoy 1,4%
• Outras fontes vasculares 2,4%
• Não identificadas 7,2%
Abordagem Inicial
• História
o Idade
o Apresentação do sangramento
(como se apresentou;
hematêmese HDA; melena
HDA/HDB)
o Sangramento anterior
o Uso de AINEs/AAS
o Uso de álcool
o Doença pregressa/coagulopatias
(paciente anticoagulado; sempre
com uma causa subjacente;
sendo que a anticoagulação
favoreceu o sangramento)
o Cirurgia GI anterior
o Ingesta de cáusticos
o Perda de peso (neoplasia)
o Mudança de hábito intestinal
• Exame físico
o Estigmas de doença hepática – ascite, aranhas vasculares (procura em território
drenado pela veia cava), circulação colateral, icterícia, leuconiquia (sinal de
hipoalbuminemia), eritema palmar
o Massa abdominal palpável
o Dor à palpação abdominal
o Emagrecimento
o Estigmas de doenças vasculares
o Sinais de falência cardíaca e/ou
pulmona
*paciente cirrótico pode sangrar não somente por ulceração hepática (mais propenso) mas também
por (...)
• Avaliação de gravidade
• Ressuscitação
*Peutz-Jeghers: lesões pigmentadas (síndrome de polipose intestinal hereditária) – manchas
hipercrômicas em pele e mucosas
*Osler Weber Rendu: telangiectasias (telangiectasia hemorrágica hereditária) – assim como
presente na mucosa e pele oral, pode haver uma telangiectasia no TGI.
*Acantose Nigricans – pode ser sinal de ca. gástrico
Fatores de Risco
Clínicos:
• Idoso (> 65 anos; paciente com maior
comorbidade)
• PAS < 100 mmHg (paciente em
choque)
• Comorbidades (em uma anemia mais
intensa; ocorre o agravamento da
comorbidade e elevando a mortalidade
• Alteração do estado mental
• Transfusões sanguíneas > 2 U
• Causa do sangramento (varizes >
outros)
Laboratoriais:
• Diminuição da hemoglobina em 2g ou VG em 8%
• Distúrbios de coagulação
Endoscópicos:
• Úlceras grandes (> 2 cm) • Sangramento ativo
Gravidade
*Paciente que está normotenso e não taquicárdico o quadro não é tão grave; paciente com
taquicardia e hipotenso está num estado grave, podendo ter perdido mais de 25% da volemia
Estabilização
• Avaliação hemodinâmica (perfusão periférica, extremidades quentes)
• Veia profunda ou calibrosa
• Reposição volêmica (cristaloides) – para a restauração de volemia são usados cristaloides,
geralmente SF 0.9%, depois da ressuscitação é que se avalia a necessidade de reposição de
sangue.
• IBP
• Monitorização
• EDA – diagnóstica e terapêutica (no paciente já estabilizado)
Estratificação Endoscópica de Risco – Classificação de Forrest (úlceras)
Avaliação do risco de ressangramento
*Hemorragia em lençol – venoso (babação)
*Ia: paciente apresenta vaso sanguíneo visível; tendo uma maior chance haver sangramento –
paciente fica internado
HDA não varicosa – Estratificação de riscos: fluxograma
Paciente sangrou por HDA não varicosa é um paciente de alto risco clínico; internação em UTI.
Assim que estabilizado EDA de urgência. Na endoscopia é feita a avaliação do tipo de sangramento
(...)
Paciente com baixo risco clínico jovem com sangramento por melena, com VG bom é avaliado com
uma EDA; provável achado é uma ulcera com base ficrinóide (pequena chance de ressangramento)
internação por um dia e alta.
Tratamento Clínico-Farmacológico
• Efeitos do pH ácido gástrico
o Reduz a formação de coágulos
o Promove a desagregação plaquetária
o Favorece a fibrinólise
• Bloqueadores H2
• IBPs (não somente para a cicatrização da úlcera, benefício a longo prazo, mas também para
a estabilização do coágulo, benefício a curto prazo. IBP apresenta maior eficácia do que
bloqueadores de H2)
o Redução de risco de ressangramento
o Redução de cirurgia de urgência
o Redução da mortalidade
Tratamento Endoscópico (nas primeiras 24horas)
Método de injeção
• Vasoconstritores
• Agentes esclerosantes (geralmente em varizes de esôfago; não é feita em úlcera já que vai
esclerosar podendo aumentar o tamanho da ulceração)
• Adesivos tissulares (varizes gástricas que não podem ser feiras agentes esclerosantes)
Métodos térmicos
• De contato
o Eletrocoagulação multipolar
o Heater probe
• Sem contato
o Laser (plasma de argônio)
Métodos mecânicos
• Hemoclips (vasos visível de UP)
• Ligadura (varizes esofágicas – tratamento de escolha para varizes esofágicas (prevenção das
varizes esofágicas) já que pode fazer a erradicação das varizes, geralmente o paciente
necessita de 2 a 3 sessões)
Tratamento cirúrgico
• Terapia de urgência em caso de falha ou impossibilidade de tratamento
• Indicações
o Sangramento incontrolável
o Falhas terapêuticas
o Pacientes sem reserva funcional
o Úlceras gigantes
o Localização de risco
Hemorragia Digestiva Varicosa
• Hipertensão portal (outros tipos de colaterais)
o Varizes esofágicas (colateral que surge devido a hipertensão portal; mais grave já que
fica exposta da superfície da mucosa)
o Varizes gástricas
o Gastropatia hipertensiva
• Sangramento volumoso em hepatopata
• Alta mortalidade
Prevenção
Num paciente com diagnóstico cirrose (hepatite, alcoólica, esteatose) é necessária a avalição por
EDA se há a presença de varizes
• Prevenção da formação de varizes ou aumento do tamanho – propranolol?
• Profilaxia primária – varizes de grosso calibre ou com sinais que nunca sangraram –
propranolol ou ligadura elástica profilática (prevenção de sangramento)
• Profilaxia secundária; varizes que já sangraram – propranolol, ligadura elástica
*Propranolol ou nadolol – betabloqueador não seletivo cardíaco; diminui a pressão do sistema porta,
mas faz hipotensão
Tratamento do sangramento agudo
• UTI (sangramento por varizes = internamento obrigatório; pacientes sangram não por lesão
da variz, mas sim pelo rompimento do vaso devido ao grande aumento da pressão do sistema
porta)
• Octreotide ou Terlipressina (medicamentos que diminuem a pressão no sistema esplâncnico –
vasoconstrição arterial diminuindo o fluxo para as veias; medicamentos injetáveis em casos
agudos. – medicamento não usado nos casos de ulcera, nesses casos utiliza-se IBP)
o Propranolol é utilizado na profilaxia, prevenção do sangramento e não como terapia na
situação aguda.
• Tratamento endoscópico precoce – ligadura elástica, escleroterapia ou cianoacrilato
• Antibióticoterapia sistêmica
o Preventivo de infecção já que pacientes que estão sangrando estão mais propensos a
infecção e pacientes que estão com alguma infecção vão sangrar com mais facilidade.
• Balão gastro-esofágico (balão de Sengstaken Blakemore), TIPS (transjugular intrahepatic
portosystemic shunt – shunt entre a veia porta e a veia hepática) – tratamentos de exceção,
quando nenhum outro tratamento, ou endoscópico ou medicamentoso, funcionou.
Hemorragia Digestiva Baixa
• Menos frequente que a HDA (~1:3)
• Mais comum em idosos
• Cessa espontaneamente em 90% dos casos
• Pacientes com hemorragia importante a hospitalização é imperativa (internamento
dependente da quantidade de volume depletado)
Causa e frequência
• Origem alta: 10% das hemorragias baixas (hemorragias que se apresentam com sangue vivo
na evacuação, podem ser de origem alta)
• Origem anal: hemorroidas, fístula anal, câncer de canal anal, trauma
• Origem colorretal: divertículos (40%), angiodisplasia de cólon (10%), pólipos, câncer
colorretal, úlcera solitária de reto, colite isquêmica, DII, colites infecciosas, actínicas ou
medicamentosas
• Origem de delgado: tumores (leiomiomas, hamartomas, hamangiomas, carcinoides,
leiomiossarcoma), angiodisplasia, DII, divertículo de Meckel
*Dependendo da velocidade de transito intestinal; um sangramento colônico direito pode se
apresentar como melena. Melena não é exclusivo de HDA
*pseudo-divertículo: apresenta somente mucosa e submucosa na sua formação (divertículos
colônico). Divertículo verdadeiro: apresenta todas as camadas da parede em sua constituição
*Hemorragias são apresentadas mais frequentemente na RCU já que ocorre uma ulceração difusa,
ao contrário da D. Crohn que apresenta ulcerações esparsas
Diagnóstico
• Retossigmoidoscopia (lavagem colônica; não há preparação via oral com laxantes)
• Colonoscopia (sucesso em 77 a 92%); possibilidade de diagnóstico e terapia no mesmo
procedimento
• Arteriografia mesentérica (mínimo de 0,5ml/min)
• Cintilografia com hemácias marcadas (entre 0,02 e 0,1 ml/min)
• Vídeo-cápsula
• Enteroscopia
*arteriografia e cintilografia são realizados somente em pacientes instáveis em que não há
tempo/possibilidade de se realizar a Enteroscopia ou a vídeo-cápsula
Tratamento
• Estabilização do paciente
• Colonoscopia: ressecção de pólipos, tratamento de ectasias vasculares
• Arteriografia: injeção de vasopressina, embolização do vaso sangrante (atenção no cólon,
risco de isquemia segmentar)
• Tratamento das causas: neoplasias, DII, doença orificial, isquemia
Sangramento Oculto
Paciente não apresenta sangramento visível e há uma anemia ferropriva.
• Forma mais comum de sangramento digestivo
• 10% da população americana acometida
• Detectado pelos testes de pesquisa de sangue oculto
o Guaiaco (interferência com a dieta, barato, rápido)
o Heme-porfirina (sem falso-negativo com a degradação da hemoglobina)
o Imunoquímico (sem interferência com a dieta)
Se sague oculto com sintomas positivos como dispepsia: investigação dom EDA.